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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - UFF INSTITUTO DE ARTES E COMUNICAÇÃO SOCIAL - IACS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO BILLY DUDLEY SENA DO VALLE GESTÃO DOCUMENTAL, DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO NO SETOR EMPRESARIAL MODERNO: singularidades, relações e sinergias NITERÓI 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - UFF

INSTITUTO DE ARTES E COMUNICAÇÃO SOCIAL - IACS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

BILLY DUDLEY SENA DO VALLE

GESTÃO DOCUMENTAL, DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO NO SETOR

EMPRESARIAL MODERNO:

singularidades, relações e sinergias

NITERÓI

2013

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BILLY DUDLEY SENA DO VALLE

GESTÃO DOCUMENTAL, DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO NO SETOR

EMPRESARIAL MODERNO:

singularidades, relações e sinergias

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Curso de Arquivologia do Departamento de

Ciência da Informação da Universidade

Federal Fluminense, como requisito parcial

para a obtenção do grau de Arquivista.

Orientadora: Lindalva Rosinete Silva Neves

NITERÓI

2013

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Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Central do Gragoatá

V181 Valle, Billy Dudley Sena do.

Gestão documental, da informação e do conhecimento no setor

empresarial moderno : singularidades, relações e sinergias / Billy Dudley

Sena do Valle. – 2013.

75 f.

Orientadora: Lindalva Rosinete Silva Neves.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Arquivologia) –

Universidade Federal Fluminense, 2013.

Bibliografia: f. 62-75.

1. Gestão do conhecimento. 2. Gestão da informação.

3. Gestão de documentos. I. Neves, Lindalva Rosinete Silva. II.

Universidade Federal Fluminense. Instituto de Arte e

Comunicação Social. III. Título.

CDD 658.4038

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BILLY DUDLEY SENA DO VALLE

GESTÃO DOCUMENTAL, DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO NO SETOR

EMPRESARIAL MODERNO: singularidades, relações e sinergias

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Curso de Arquivologia do Departamento de

Ciência da Informação da Universidade

Federal Fluminense, como requisito parcial

para a obtenção do grau de Arquivista.

Orientadora: Lindalva Rosinete Silva Neves

Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________________________________

Lindalva Rosinete Silva Neves (Orientadora)

(Universidade Federal Fluminense – UFF)

__________________________________________________________________________

Clarissa Moreira dos Santos Schmidt

(Universidade Federal Fluminense – UFF)

__________________________________________________________________________

Regina de Barros Cianconi

(Universidade Federal Fluminense – UFF)

NITERÓI

2013

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Dedico este trabalho a Deus, a minha

esposa Taylanne e minha filhinha Tayla,

que sem dúvida são a força que me faz

seguir em frente todos os dias.

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AGRADECIMENTOS

Tenho muito a agradecer por este trabalho. Tarefa por demais rigorosa, na qual não

conseguiria obter êxito sem o auxilio de todos aqueles que me apoiaram nas horas de

dificuldade.

Primeiramente agradeço a Deus por me presentear com a chance de enfrentar os

desafios que escolho para minha vida. É ele que me guia todos os dias pelos melhores

caminhos, mesmo que eu não tenha a capacidade de percebê-los de imediato. Ele me

permite ter a serenidade para resolver meus problemas sem desespero, e me dá a força

necessária para superá-los. Agradeço a Deus, pois a minha fé nele me permite ter a certeza

de que a incógnita do amanhã é, tão e simplesmente, um motivo a mais para encarar o

futuro com esperança e entusiasmo.

Aos meus pais, Roberto Carvalho do Valle e Josélia da Silva Sena, que mesmo não

tendo desfrutado dos benefícios de uma educação avançada, me apoiaram

incondicionalmente em meus estudos, me incentivando a seguir em frente, acreditando em

meus sonhos quando mesmo eu tinha dúvidas.

À professora Lindalva, Coordenadora do Curso de Arquivologia da UFF, por me

receber como orientando em uma situação difícil, mesmo estando extremamente ocupada

com os recentes afazeres como coordenadora do curso. Agradeço muito por sua

compreensão, disponibilidade, esforço e orientação, sem os quais não teria conseguido

terminar este trabalho.

À professora Ana Célia Rodrigues, por me contagiar com seu entusiasmo pelo

estudo da Arquivologia, sentimento esse que me motivou a iniciar minha jornada pelas

inúmeras veredas dessa área do conhecimento.

A todos os professores com os quais eu tive o prazer de conviver em sala de aula.

Sua dedicação pela arte de ensinar foi a pedra fundamental que originou este trabalho.

Aos meus inúmeros colegas de curso, com os quais compartilhei os bons e maus

momentos de minha trajetória na graduação.

Aos meus amigos, companheiros de todas as horas. Aqueles que estiveram ao meu

lado para me fazer esquecer as tensões existentes durante preciosos momentos e aqueles

que compreenderam meus momentos de reclusão, muitas vezes me policiando e

incentivando a me dedicar mais a este trabalho.

À minha filhinha Tayla Dudley Pereira do Valle, por ela serei capaz de enfrentar

todos os desafios que surgirem em meu caminho.

Agradeço principalmente à minha esposa Taylanne da Silva Pereira, que, além atuar

diretamente na construção desse trabalho, muitas vezes ficando até tarde da noite

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revisando os textos, foi a principal pessoa a me cobrar sua conclusão. Agradeço por me

amar e apoiar minhas realizações, incentivando meus sonhos e muitas vezes os tornando

muito maiores do que eu mesmo poderia imaginar. Você é a chama que trás calor a minha

vida, que me ilumina e me permite enxergar além da escuridão.

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“Tudo o que temos de decidir é o que fazer com

o tempo que nos é dado.”

(J. R. R. Tolkien)

“Há um tempo em que é preciso

abandonar as roupas usadas, que já tem

a forma do nosso corpo, e esquecer os

nossos caminhos, que nos levam sempre

aos mesmos lugares. É o tempo da

travessia: e, se não ousarmos fazê-la,

teremos ficado, para sempre, à margem

de nós mesmos.”

(Fernando Pessoa)

“Entrego, confio, aceito e agradeço.”

(José Hermógenes de Andrade Filho)

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RESUMO

As inovações da chamada Era da Informação/Conhecimento1 motivadas

principalmente pela globalização e pelo exponencial desenvolvimento das tecnologias da

informação tem gerado no meio empresarial a necessidade de metodologias de gestão que

permitam uma administração eficaz dos chamados ativos informacionais2. Neste panorama

proliferam-se políticas direcionadas a sanar tal necessidade como a gestão da informação

(GI) e a gestão do conhecimento (GC). Tais políticas aproximam-se do campo de atuação

da gestão documental (GD) e muitas vezes se relacionam com suas práticas. O presente

trabalho aborda a importância das “gestões” citadas como recurso estratégico para a

consecução dos objetivos essenciais das empresas frente às modernas demandas advindas

da chamada Sociedade da Informação/Conhecimento. Para tanto se realizou uma

abordagem teórica dos termos gestão documental, gestão da informação e gestão do

conhecimento, estruturada com base em uma compilação/revisão de literatura que aborda

os temas, de forma a apontar as perspectivas teóricas válidas cientificamente para

estabelecer e analisar as relações e convergências existentes entre essas políticas e as

possíveis vantagens de seu uso conjunto.

PALAVRAS-CHAVE: Gestão de Documentos. Gestão da Informação. Gestão do

Conhecimento.

1 Por não ser foco desse estudo, não serão abordadas as questões inerentes à pertinência dos termos

Sociedade da Informação e Sociedade do Conhecimento ou sobre a possível evolução entre estes no cenário mundial.

2 Tidos como bases de dados e arquivos, documentação de sistema, manuais de usuário, material de

treinamento, procedimento de suporte ou operação, planos de continuidade, procedimentos de recuperação e as informações armazenadas na instituição (ABNT ISO/IEC 17799/01, p.9, apud SANTOS, 2013, p.177).

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1. Eras da administração ..................................................................................... 12

QUADRO 2. Relação entre dados, informação e conhecimento .......................................... 23

QUADRO 3. Sistematização dos conceitos de informação a partir de autores

contemporâneos da área da Arquivologia e da Ciência da Informação ................................ 25

QUADRO 4. Sistematização dos conceitos de documento a partir de autores

contemporâneos da área da Arquivologia e da Ciência da Informação ................................ 30

QUADRO 5. Sistematização do conceito de documento arquivísticos a partir de autores

contemporâneos da Arquivologia e da Ciência da Informação ............................................. 34

QUADRO 6. Passos para o gerenciamento da informação .................................................. 47

QUADRO 7. Gestão de Documentos X Gestão da Informação X Gestão do Conhecimento 66

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1. Relação hierárquica entre dado, informação e conhecimento ........................... 26

FIGURA 2. Etimologia da palavra documento ..................................................................... 28

FIGURA 3. Ciclo informacional ........................................................................................... 44

FIGURA 4. Fluxo informacional .......................................................................................... 45

FIGURA 5. Modelo processual de administração da informação ........................................ 48

FIGURA 6. Bases conceituais da gestão do conhecimento ................................................ 49

FIGURA 7. A espiral de criação do conhecimento .............................................................. 49

FIGURA 8. Os processos de gestão do conhecimento ....................................................... 53

FIGURA 9. O ciclo do conhecimento .................................................................................. 54

FIGURA 10. Ciclo informacional e funções arquivísticas .................................................... 59

FIGURA 11. Proveniência e natureza das informações no organismo ................................ 60

FIGURA 12. Interseção entre a Gestão da Informação e do Conhecimento ....................... 62

FIGURA 13. Processos de gestão do conhecimento e funções arquivísticas ..................... 63

FIGURA 14. Gestão de Documentos, Gestão da Informação e Gestão do Conhecimento . 65

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

GC – Gestão do conhecimento

GD – Gestão documental ou gestão de documentos

GI – Gestão da informação

TIC – Tecnologias de informação e comunicação

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SUMÁRIO

CAPÍTULO I – CONSIDERAÇÕES INICIAIS ...................................................................... 12

1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 16

1.2 OBJETIVOS ................................................................................................................... 17

1.2.1 Objetivo geral .............................................................................................................. 17

1.2.2 Objetivos específicos .................................................................................................. 17

1.3 METODOLOGIA ............................................................................................................ 18

CAPÍTULO II – REFERÊNCIAL TEÓRICO ......................................................................... 19

2.1. O QUE É GESTÃO? ..................................................................................................... 19

2.2. DADOS, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO: INSUMOS INFORMACIONAIS PARA A

TOMADA DE DECISÃO ...................................................................................................... 21

2.3. DOCUMENTO E DOCUMENTO DE ARQUIVO: UMA TENTATIVA DE

CONCEITUAÇÃO ................................................................................................................ 23

CAPÍTULO III - CONCEITUAÇÃO DA GESTÃO DOCUMENTAL ...................................... 37

CAPÍTULO IV - CONCEITUAÇÃO DA GESTÃO DA INFORMAÇÃO ................................. 43

CAPÍTULO V - CONCEITUAÇÃO DA GESTÃO DO CONHECIMENTO ............................. 49

CAPÍTULO VI - RELAÇÕES ENTRE A GESTÃO DE DOCUMENTOS, A GESTÃO DA

INFORMAÇÃO E A GESTÃO DO CONHECIMENTO NO SETRO EMPRESARIAL .......... 56

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 67

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 69

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CAPÍTULO I – CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O fenômeno da globalização e o acelerado progresso das tecnologias de

comunicação e informação (TIC) são fatores chave para uma série de inovações culturais,

sociais, científicas, tecnológicas, organizacionais, econômicas e políticas ocorridas nas

últimas décadas. Tais inovações são guias que conduzem a informação e o conhecimento a

um papel de destaque. Neste panorama há um vertiginoso desenvolvimento em todas as

áreas do conhecimento, onde o volume de informações aumenta de forma exponencial. É

fácil notar a crescente importância atribuída aos chamados ativos intangíveis3 (neste

trabalho, exclusivamente representados pelos chamados ativos informacionais), em

detrimento dos outros recursos econômicos mais tradicionais, como: o capital financeiro, a

mão de obra e a terra.

Quadro 1. Eras da Administração Fonte: Chiavenato (2000, apud silva, 2010, p. 59)

3 Segundo Beuren e Igarashi (2002) ativos intangíveis (também conhecidos como recursos) são bens

insubstanciais, difíceis de serem vistos, tocados, mas perceptíveis, como as pessoas, as marcas, a qualidade administrativa, estratégias, a capacidade de interação com o mercado e com a sociedade, valores e preceitos morais, é uma boa governança corporativa, é a habilidade de atrair e reter os melhores talentos, a capacidade de inovação, informações de valor para os objetivos de uma organização, o estoque de conhecimentos, etc. Independentemente de estarem contabilizados possuem valor e podem agregar vantagens competitivas.

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Autores como McGee e Prusak (1994, p.3), afirmavam que na década de 90 a

sociedade enfrentava uma transição de uma economia predominantemente industrial para

uma economia voltada para a informação. Para Albagli e Lastres (1999, p. 9) nela o poder

não estava limitado ao “[...] domínio dos meios materiais e dos aparatos políticos

institucionais [...]”, mas cada vez mais ligado ao “[...] controle sobre o imaterial e o intangível

[...]”, informações, conhecimento, ideias, gostos e desejos de indivíduos e coletivos.

As organizações4 estão inseridas em um cenário cada vez mais competitivo e

globalizado, que impõe elevado nível de concorrência e onde a agilidade na tomada de

decisões é fundamental para a sua sobrevivência e prosperidade dos negócios. Elas têm se

movimentado rumo à melhor sintonia com o mercado e a busca por excelência. Esse fato

contribuiu para a valorização da informação e do conhecimento como parte de um conjunto

de recursos estratégicos5 capazes de conceder vantagem competitiva diante da

concorrência.

Segundo Silva (2003) citado por Carvalho (2011), “destacadamente, a informação é

parte fundamental de qualquer organização que deseja entrar e competir no mundo

globalizado”.

Nesse novo contexto, os recursos “informação e conhecimento” são ativos

valiosíssimos das organizações e impõe-se como de essencial importância para a empresa

otimizar seus resultados, sendo fundamentais para o processo decisório organizacional,

fontes de inovação, e indispensáveis para a realização das atividades cotidianas.

Quanto às necessidades informacionais das organizações, e assumindo que neste

contexto o termo informação pode ser substituído por ativos informacionais, autores como

Rosseau e Couture (1998, p.63-65) argumentam que:

[...] qualquer organismo necessita de informações para existir, funcionar e se desenvolver, independente de sua missão, setor de atividade ou mesmo de seu tamanho. Todos os membros deste organismo consequentemente necessitam de informação para desempenhar suas funções, de forma que, arranjam essa informação necessária interna ou externamente ao organismo. Essa informação pode ser verbal, registrada em suportes diversos, orgânica

6, ou não-

orgânica.

4 “Entende-se por organização um sistema social organizado segundo um conjunto de valores, normas e

padrões formais e informais de funcionamento, com vistas ao alcance de um ou mais objetivos” (SOUZA, 2009, p. 1).

5 Segundo Silva (2010, p. 1) recursos estratégicos são aqueles cujo uso infere diretamente e de forma decisiva

para a consecução dos objetivos de uma organização. 6 Para Rousseau e Couture (1998, p. 63-64), informação orgânica é aquela elaborada, enviada ou recebida no

âmbito da sua missão (existente nos arquivos), e a informação não orgânica é aquela produzida fora desse âmbito.

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Os mesmos autores apontam ainda que:

Inserida em um ambiente organizacional, a informação torna-se um recurso vital. Uma organização não pode, atualmente, funcionar eficazmente se m ela. Portanto, o processo do planejamento, controle e utilização da informação é uma atividade importante, decisiva para o sucesso ou fracasso do organismo. (ROUSSEAU; COUTURE, s.p. 1998, apud SOUSA, s.d, p.1)

Segundo Chiavenatto (1999, p. 01):

Numa avaliação sobre o ambiente informacional e organizacional de uma instituição, as alternativas para o processo de elaboração de estratégias mudam quando a informação passa a ser tratada como um recurso de importância equivalente aos recursos de capital, mão-de-obra e tecnologia.

É um fato que nesse novo cenário as atividades produtivas dependem da gestão

desses ativos informacionais, principalmente nas organizações onde a consecução de seus

objetivos exigem constantes insumos de informação científica e tecnológica. Nesse

panorama, onde é produzido e acumulado rapidamente um grande volume de informações

em decorrência das inúmeras atividades organizacionais, é essencial o acesso ágil a essas

informações como meio de redução das incertezas e diminuição dos riscos na tomada de

decisão. Entretanto, não basta o acesso rápido a essas informações, elas devem ser

confiáveis, consistentes e tratadas de maneira a configurarem como ferramentas

estratégicas para as organizações obterem sucesso em seus objetivos.

Asseveram Rousseau e Couture (1998, p.62) que:

[...] a organização que dispõe mais rapidamente das melhores informações, pouco importando a sua proveniência, o seu suporte ou tipo (livros, revistas, documentos de arquivos, bancos de dados, etc.),

é a que alcança maior performance e maior competitividade.

Em outras palavras, atualmente há mais informação do que se é capaz de assimilar,

e se torna obrigatório para as organizações a capacidade de diferenciar e selecionar de

forma eficaz e eficiente aquela informação de especial importância, recurso estratégico para

subsidiar os processos decisórios. Essa informação apenas configura elemento de valor

quando disponibilizada no momento certo, ao usuário correto, de forma segura, confiável e

adequada à sua interpretação. Seu excesso ou a sua insuficiência são altamente

prejudiciais para a agilidade e para a confiabilidade das informações, e tendem a causar

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maior dificuldade à tomada de decisão, causando consequentemente prejuízos sérios para a

organização.

Para Davenport (2000, p.17):

[...] ninguém pode negar que decisões baseadas em dados inúteis têm custado bilhões de dólares em produtos encalhados, em aquisições que não acrescentam lucratividade ao conjunto, em processos redefinidos que não funcionam, em investimentos em instalações ou equipamentos que não produzem.

Para Marchiori (2002, p. 73), há um “reconhecimento de que a informação, para ser

acessível, deve ser organizada e gerenciada.” Assim como é possível identificar que “as

necessidades de informação se tornam cada vez mais complexas e dependentes de

diferentes e múltiplas fontes – cuja correta avaliação e qualidade é fator crucial para os

processos de tomada de decisão” (MARCHIORI, 2002, p. 73).

Outra percepção insurgente na era da informação é a de que dispor dos ativos

informacionais de forma ágil, segura, efetiva e eficiente não basta para o sucesso

organizacional moderno. E sim, o adequado uso desses ativos para a geração de

conhecimento e para o aprimoramento de dispositivos que processem e/ou transmitam a

informação de forma a gerar melhoria contínua para todos os componentes desse ciclo.

Essa abundância de dados, informações e conhecimento existentes, aliada à

complexidade de gestão e uso desses ativos intangíveis obriga as organizações a efetuar

mudanças no seu comportamento. Elas precisam repensar estratégias, estruturas, e

modelos de gestão, assim como implementar práticas gerenciais modernas, capazes de

evitar deficiências decorrentes do trato desses recursos e induzir ambientes organizacionais

competitivos, voltados à inovação de processos e produtos. Há uma busca generalizada por

novas metodologias e políticas para particularizar as práticas, competências, e as

experiências, para o desenvolvimento dos processos de identificação, capacitação e

retenção do capital intelectual.

Há uma necessidade de novos modelos e instrumentais teóricos e metodológicos,

institucionais, normativos e reguladores que possam ser capazes de sanar as questões

advindas dessa nova realidade e oferecer soluções para a gestão, interação e troca desses

ativos informacionais. A resposta a essa necessidade acaba por gerar uma infinidade de

novas terminologias, ferramentas e abordagens gerenciais relacionadas às questões da

informação e do conhecimento nas organizações.

Ao longo das últimas décadas, os ativos informacionais tornaram-se objetos de

estudo de variadas áreas do conhecimento, que normalmente adotam uma ótica voltada

principalmente para o atendimento dos interesses organizacionais e para a promoção do

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16

seu desenvolvimento. Assim, neste panorama complexo de transformações termos como

gestão da informação (GI) e gestão do conhecimento (GC), tornaram-se conhecidos.

1.1 JUSTIFICATIVAS

Justifica-se esse trabalho, porque, como profissionais da informação inseridos em

um ambiente complexo, onde as organizações necessitam desenvolver modelos de gestão

eficientes para seus ativos informacionais como fator de inovação e competitividade

essencial para sua “sobrevivência”, o arquivista inevitavelmente se verá frente a demandas

que extrapolarão seu manancial teórico e prático e exigirão habilidades que irão além de seu

rol tradicional de atribuições.

Segundo expõe Jardim (1992, p.251) “[...] a chamada era da informação tem imposto

desafios com dificuldades e complexidades sem precedentes aos profissionais de

arquivologia e biblioteconomia as suas respectivas instituições de formação e a sua ação

profissional”.

Diante desses desafios, os arquivistas devem buscar formas diferenciadas de

atuação, sair de sua zona de conforto e atuar mais diretamente nos meios de criação e

compartilhamento desses ativos informacionais.

Por outro lado, a atuação dos arquivos7 (correntes e intermediários8) nas

organizações é ligada diretamente ao atendimento aos gestores em suas atividades

diversas, trabalhando para facilitar o acesso aos documentos e às informações orgânicas

contidas nestes. Os arquivos são recursos estratégicos que subsidiam a pesquisa,

recolhimento, seleção, organização e trato da documentação. Dessa forma, há uma óbvia

aproximação nos campos de atuação da gestão de documentos, da gestão da informação, e

da gestão do conhecimento.

Nesse contexto, fatalmente o profissional arquivista se verá obrigado a lidar com a

gestão da informação e com a gestão do conhecimento como meio de aprimorar as práticas

gerenciais, e em muitos dos casos será o responsável pelo planejamento, escolha e

7 Segundo Heredia (1991, p.89) ”Arquivo é um ou mais conjuntos de documentos, seja qual for sua data, sua

forma e suporte físico, acumulados em um processo natural por uma pessoa ou instituição pública ou privada no transcurso de sua gestão, conservados, respeitando aquela ordem, para servir como testemunho e informação para a pessoa ou instituição que os produz para s cidadãos ou para servir de fontes de história.”.

8 Conforme conceitua Santos (2013, p. 175), “Conhecido como a Teoria das Três Idades, este princípio

arquivístico identifica um ciclo de vida documental que envolve: a) a utilização corrente do documento, quando está arquivado junto aos seus produtores; b) uma fase intermediária, quando os produtores, embora necessitem dos documentos para consulta ou para garantir direitos, os utilizam com pouca frequência; c) e a fase permanente, quando não têm mais utilização para os fins para os quais foram criados e na qual os produtores – no caso de órgãos públicos -, pelo fato dos documentos estarem abertos à consulta pública, não possuem mais ingerência sobre eles.”

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17

implementação dessas estratégias dentro da organização na qual trabalha. Entretanto, este

profissional se deparará com uma escassez de estudos que abordem os temas focando

uma aplicação organizacional integrada (apesar de serem abundantes os estudos ligados a

cada uma das políticas de gestão de forma individualizada). Ele se verá desamparado frente

aos problemas de ordem epistemológica e prática, à falta de consenso a respeito da

delimitação de cada área (marcada por ambiguidades e confusão sobre seus significados), e

uma semântica confusa e difusa, onde se proliferam conceitos diferenciados para o mesmo

termo.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

Em virtude do exposto anteriormente, este estudo tem como objetivo geral

apresentar uma breve revisão conceitual das políticas de gestão selecionadas, com a

finalidade de estabelecer uma concordância entre os termos propostos e delinear as

fronteiras consensuais de sua atuação dentro das organizações.

1.2.2 Objetivos específicos

Como objetivos específicos pretendemos:

a) Compreender as políticas de gestão em foco sob uma ótica voltada para a sua

aplicabilidade dentro das organizações;

b) Demonstrar a importância das políticas de gestão em foco como recursos

estratégicos para as organizações obterem qualidade na gestão dos recursos

informacionais;

c) Analisar as possíveis relações existentes entre as políticas de gestão

documental, gestão da informação e gestão do conhecimento, sob uma

perspectiva voltada para a sua aplicabilidade junto às organizações;

d) Ponderar os possíveis benefícios alcançados pelas organizações com o

planejamento e implementação conjunta e consonante das políticas de gestão

em foco.

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18

1.3 METODOLOGIA

Pela grande quantidade de termos polissêmicos existentes neste trabalho, assim

como pela abordagem difusa destes temas por diversos autores e áreas de estudo, optamos

por realizar um levantamento de estudos onde as temáticas em foco são abordadas de

forma direta ou indireta.

Como era de se esperar, essa pesquisa resultou em uma grande compilação de

trabalhos de autorias diversas, advindos de múltiplas áreas do conhecimento. Ao analisar

esta compilação de trabalhos, podemos observar que, assim como é exposto por Silva

(2010, p.26), “existem estudos sobre o tema em profusão, mas são escassos os estudos

que abordam as inter-relações entre essas disciplinas” 9.

Devido a essa falta de material que aborde o tema principal de forma conjunta,

optamos por realizar uma análise e triagem dos trabalhos levantados, identificando

correntes de pensamento e conceitos utilizados mais comumente pelos autores. Após essa

revisão de literatura, tentamos estruturar essa “colcha de retalhos” composta por ideias e

conceitos variados, de forma a possibilitar um entendimento comum para os objetos

estudados. Utilizando essa base conceitual e ideológica, caminhamos para tentar alcançar

os objetivos definidos para esse estudo.

9 As exceções para esta pesquisa são os trabalhos de Silva (2010), Santos (2013), Pónjuan Dante (2005) e

RISSO (2012).

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CAPÍTULO II - REFERÊNCIAL TEÓRICO

Os assuntos abordados neste estudo enfrentam algumas dificuldades conceituais,

parte delas originada na imprecisão do uso de termos como gestão, documentos,

informação e conhecimento. A relatividade com que estes termos são empregados é

baseada principalmente em uma variação constante advinda da definição adotada pela

interpretação do observador segundo as suas perspectivas e necessidades. Devido à ampla

utilização destes termos por segmentos sociais e profissionais diversos, é de suma

importância discorrer brevemente sobre eles de forma a não deixar dúvidas quanto às suas

delimitações e a forma como serão abordados neste estudo.

2.1. O QUE É GESTÃO?

Tendo em vista que os três objetos principais apresentados neste estudo são

relacionados às diferentes práticas, e/ou âmbitos de aplicação da gestão, é essencial

conhecer sua definição.

Para Nunes (2006, apud Souza, 2007, p.7) existe consenso de que a gestão deva

englobar um conjunto de tarefas que trabalhem para garantir o emprego eficaz de todos os

recursos disponibilizados por uma organização visando alcançar objetivos pré-

determinados.

O Dicionário Brasileiro (1986) e Mosimann (1999), citados por Gazzoni (2003, p. 23),

apontam a gestão como derivada do termo em latim gestione e significa gerir, gerência,

administração.

O Dicionário Aurélio citado por Souza (2007, p. 7) aponta o termo Gestão como o ato

de gerir ou gerência, e um sinônimo do termo administração.

Já Arantes (1998, apud GAZZONI, p. 23) afirma que:

A administração – ou gerência – não é um departamento nem um cargo. Administrar é uma ação que existe em todos os departamentos e em todos os níveis organizacionais, sendo usualmente relacionadas às atividades de planejar, coordenar, organizar, dirigir, controlar,

motivar.

Para o autor citado por Gazzoni (2003) a essência de atuação da gestão é guiar os

empreendimentos para alcançar os resultados almejados e os instrumentos de gestão são o

conjunto de ferramentas que colaboram para a eficácia e eficiência da gestão.

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20

Segundo Boisvert (2000, apud GAZZONI 2003, p.24), a gestão é uma parte da

administração que está dentro das funções fundamentais da empresa enquanto Catelli

(1999, apud GAZZONI, 2003) complementa que “gerir é um processo baseado em um

conjunto de conceitos e princípios coerentes entre si, que visam conduzir a empresa rumo a

seus objetivos”, com qualidade e eficiente emprego de seus recursos.

Conforme expõe Souza (2007, p. 7), alguns autores entendem o vocábulo Gestão de

forma diferenciada do conceito de Administração, pois recentemente o primeiro passou a ser

compreendido como a atuação direta e ampla do gestor nos sistemas e procedimentos

empresariais.

Em outras palavras, a gestão pode ser entendida “como o gerenciamento do

conjunto de ações e estratégias nas organizações, de maneira holística, visando atingir seus

objetivos” (SOUZA, 2007, p. 7). Ela administra processo de tomada de decisão que

influencia a escolha do uso de recursos entre variadas alternativas, visando atingir os

objetivos e metas de uma empresa.

A gestão atua através do planejamento, liderança, organização, e controle dos

recursos disponíveis, primando pela eficiência e pela eficácia. Corresponde ao “conjunto de

normas e funções cujo objetivo é disciplinar os elementos de produção e submeter a

produtividade a um controle de qualidade, para obter um resultado eficaz” (Dicionário

Houaiss, 2006, p.27). Gerir envolve a elaboração de projetos, planos, relatórios e pareceres,

que abarcam a aplicação de conhecimentos específicos ligados ao conjunto de processos

geridos.

Delimitando o entendimento do termo para as necessidades desse estudo, a gestão

atua para aprimorar os processos com fins de otimização do funcionamento da organização.

Utiliza-se principalmente da tomada racional de decisões fundamentadas no recolhimento e

tratamento de dados e informações relevantes, de forma a colaborar para o

desenvolvimento, satisfazer os interesses de todos os seus colaboradores e/ou

proprietários, assim como para contribuir para a satisfação das necessidades de grupos

específicos ou da sociedade como um todo.

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21

2.2. DADO, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO: INSUMOS INFORMACIONAIS PARA A

TOMADA DE DECISÃO

Segundo Valentim (2002, p. 1), dados, informações e conhecimento são ativos

invisíveis essenciais para auxiliar a tomada de decisão e importantes fatores de

competitividade nos diferentes tipos de organizações. Para a autora, o tratamento adequado

deste conjunto possibilita subsidiar várias atividades para a melhoria contínua, aumento da

produtividade e da qualidade do negócio da organização.

Há uma grande quantidade de reflexões acerca dos conceitos de dados, informação

e conhecimento, seja inter-relacionados ou não. Estes termos geralmente são apresentados

de forma hierárquica, ligados às várias vertentes do conhecimento, mas verifica-se que não

há consenso entre os diversos autores quanto a sua exata definição ou delimitação.

Em seu estudo, Davenport e Prusak (1998) ressaltam que mesmo que pareça

bastante simples identificar que dados, informação e conhecimento não são conceitos

iguais, é fundamental ter clareza ao diferenciá-los, para que se possa otimizar do uso destas

fontes de vantagem competitiva. Para as necessidades deste estudo, os conceitos de dado,

informação e conhecimento serão analisados segundo suas implicações no âmbito de

aplicação no interior das organizações.

Segundo Davenport (1998, p. 18, grifo nosso) as definições de dados, informação e

conhecimento são:

Dados: Simples observações sobre o mundo, são facilmente estruturados, obtidos por máquinas, frequentemente quantificados e facilmente transferidos;

Informação: Dados dotados de relevância e propósito, requer unidade de análise, exige consenso em relação ao significado e necessariamente exige mediação humana;

Conhecimento: É a informação valiosa da mente humana, inclui reflexão, síntese, contexto, além disso, é de difícil estruturação, transferência e captura em máquinas, bem como é frequentemente tácito.

Para os autores Beazley, Boenisch e Harden (2004, apud PRADA MADRID, 2008, p.

184, tradução nossa) a definição dos conceitos pode ser apontada como:

Dados: Elemento constitutivo do conhecimento. Compreendem feitos, representações e os mecanismos pelos quais é possível medir e identificar algum aspecto de nosso mundo-realidade na qual nos apresenta um universo de fontes e elementos factuais com a intenção de que desenvolvamos as técnicas para medi-los e identifica-los, ou seja, converte-los em dados- ;

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Informação: Uma interpretação dos dados baseada em uma mudança das condições e no passar do tempo, ademais, se gere ao assinalar padrões, relações e significados aos dados.

Conhecimento: Uma informação organizada dentro de um marco conceitual, como uma visão do mundo, um conceito, um principio, uma teoria ou qualquer outra base da necessária abstração conceitual que nos permite compreender nosso meio, aprimorar nossa capacidade de resolver problemas e tomar decisões. O conhecimento trata do âmbito da compreensão segundo a qual atuam os indivíduos. Ele se coloca como um fenômeno especial que, se por um lado a informação pode ser abundante e opressiva, por outro lado o conhecimento é escasso (BEAZLEY, BOENISCH e HARDEN, 2004 apud PRADA MADRID, 2008, p. 184, tradução nossa).

Para Setzer (1999, p. 1-2), apresentando uma visão dos termos segundo a ótica da

informática, a definição de dados, informação e conhecimento corresponde a:

● Defino dado como uma sequência de símbolos quantificados ou quantificáveis. Portanto, um texto é um dado. Também são dados fotos, figuras, sons gravados e animação, pois todos podem ser quantificados a ponto de se ter eventualmente dificuldade de distinguir a sua reprodução, a partir da representação quantificada, com o original. Com essa definição, um dado é necessariamente uma entidade matemática e, desta forma, é puramente sintático. Isto significa que os dados podem ser totalmente descritos através de representações formais, estruturais. Sendo ainda quantificados ou quantificáveis, eles podem obviamente ser armazenados em um computador e processados por ele.

● Informação é uma abstração informal [...] que está na mente de alguém, representando algo significativo para essa pessoa. Se a representação da informação for feita por meio de dados [...] pode ser armazenada em um computador. Mas, atenção, o que é armazenado na máquina não é a informação, mas a sua representação em forma de dados. [...] não é possível processar informação diretamente em um computador. Para isso é necessário reduzi-la a dados. Por outro lado, dados, desde que inteligíveis, são sempre incorporados por alguém como informação, porque os seres humanos (adultos) buscam constantemente por significação e entendimento. A informação pode ser propriedade interior de uma pessoa ou ser recebida por ela. Uma distinção fundamental entre dado e informação é que o primeiro é puramente sintático e a segunda contém necessariamente semântica (implícita na palavra "significado" usada em sua caracterização).

● Caracterizo Conhecimento como uma abstração interior, pessoal, de algo que foi experimentado, vivenciado, por alguém. [...] o conhecimento não pode ser descrito; o que se descreve é a informação. Também não depende apenas de uma interpretação pessoal, como a informação, pois requer uma vivência do objeto do conhecimento. Assim, o conhecimento está no âmbito puramente subjetivo do homem ou do animal. Parte da diferença entre estes reside no fato de um ser humano poder estar consciente de seu próprio conhecimento, sendo capaz de descrevê-lo parcial e conceitualmente em termos de informação [...] A informação pode ser inserida em um computador por meio de uma representação em

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forma de dados [...] o conhecimento não é sujeito a representações, não pode ser inserido em um computador. [...] a informação pode ser prática ou teórica, respectivamente; o conhecimento é sempre prático. A informação foi associada à semântica. Conhecimento está associado com pragmática, isto é, relaciona-se com alguma coisa existente no "mundo real" do qual se tem uma experiência direta.

Quadro 2. – Relação entre dados, informação e conhecimento.

Fonte: Davenport, Prusak (1998, p. 18).

“Os dados representam uma anotação bastante simples das observações, porque

tem pouco tratamento” (Bolsoni, 2011, p. 3) e “podem ser considerados como pontos de

partida para a geração da informação e do conhecimento” (SILVA, 2003, p. 24). Segundo

Bolsoni (2011, p. 4) eles podem ser “números, São “[...] fáceis de capturar, comunicar,

armazenar [...]”, e a sua observação pode ser realizada por “[...] pessoas ou por alguma

tecnologia”.

Para Davenport e Prusak (1998, p.2 apud BOLSONI, 2011, p. 4), “dados são um

conjunto de fatos distintos e objetivos, relativos a eventos”. Para os autores, “dados nada

dizem sobre a própria importância ou irrelevância. Porém, os dados são importantes para as

organizações [...], por que são matéria prima essencial para a criação da informação”.

Assevera Bolsoni (2011, p. 3), que “a informação é o resultado de uma gestão dos

dados, ou seja, a coleta, filtragem, organização e análise, a fim de gerar significado”.

Segundo McGee e Prusak (1994, p. 23 apud BOLSONI, p. 3) “a informação não se

limita a dados coletados; na verdade a informação são dados coletados, organizados,

ordenados, aos quais são atribuídos significados e contexto”. O’Brien (1999 apud Silva,

2003, p. 26), define a informação como “um conjunto de dados aos quais seres humanos

deram forma para torná-los significativos e úteis”. Zabot e Silva (2002, p.67 apud Bolsoni,

2011, p. 3) apontam a informação como “um meio ou material necessário para extrair e

Dados, Informação e Conhecimento

Dados Informação Conhecimento

Simples observações sobre o estado do

mundo

Dados dotados de relevância e propósito

Informação valiosa da mente humana

Inclui reflexão, síntese, contexto

●Facilmente estruturado ●Facilmente obtido por máquinas ●Frequentemente quantificado ●Facilmente transferível

●Requer unidade de análise ●Exige consenso em relação ao significado ●Exige necessariamente a mediação humana

●De difícil estruturação ●De difícil captura em máquinas ●Frequentemente tácito ●De difícil transferência

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24

construir o conhecimento, [...], e sempre está diretamente relacionada às ações humanas

para algum fim”.

A informação assume papéis diferenciados, de acordo com a área com a qual se

relaciona. Edgar Morin citado por Fonseca (2007, p. 13), afirma que “a informação é uma

noção nuclear, mas problemática. Daí toda a sua ambiguidade: não se pode dizer quase

nada sobre ela, mas não se pode passar sem ela”. Os indivíduos estão inseridos em um

ambiente que os inunda diariamente com informações supérfluas, mas as que realmente

têm valor são aquelas que podem ser empregadas de forma prática para sanar as

necessidades.

Para Aldo Barreto (2002, p. 2), informações são “estruturas simbolicamente

significantes, com a competência e a intenção de gerar conhecimento no indivíduo, em seu

grupo, e na sociedade” “[...] está associada ao conceito de ordem e a redução da incerteza”.

Malheiros (2002, p. 20) conceitua a informação como um conjunto estruturado de

representações codificadas (símbolos, significantes) contextualizadas socialmente e

passíveis de registro em qualquer suporte material (papel, filme, disco magnético, óptico,

etc.) assim como possíveis de serem comunicadas em tempos e espaços diferenciados.

Em uma definição mais abrangente, Porat (1977, p.12) citado por Castells (1999, p.

62 apud BOJANOSKI; RONCAGLIO; SZVARÇA, 2004, p. 1) afirma que “informação são

todos os dados que são organizados e comunicados”.

McGarry (1994, p. 4 apud Valentim, 2002, s.p) considera que o termo 'informação'

possui os seguintes atributos:

Considerada como um quase sinônimo do termo fato;

Um reforço do que já se conhece;

A liberdade de escolha ao selecionar uma mensagem;

A matéria-prima da qual se extrai o conhecimento;

Aquilo que é permutado com o mundo exterior e não apenas recebido passivamente;

Definida em termos de seus efeitos no receptor;

Algo que reduz a incerteza em determinada situação.

Lastres e Albagli (1999, p. 30 apud Valentim, 2002, s.p), afirmam que a informação e o conhecimento:

[...] estão correlacionados, mas não são sinônimos. Também é necessário distinguir dois tipos de conhecimentos: os conhecimentos codificáveis - que, transformados em informações, podem ser reproduzidos, estocados, transferidos, adquiridos, comercializados etc. - e os conhecimentos tácitos. Para estes a transformação em sinais ou códigos é extremamente difícil já que sua natureza está associada a processos de aprendizado, totalmente dependentes de contextos e formas de interação sociais específicas.

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25

Quadro 3. Sistematização dos conceitos de informação a partir de autores da Arquivologia e da Ciência da Informação. Fonte: Rondinelli (2011, p. 102).

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26

Segundo Davenport e Prusak (1998, p. 5) conhecimento pode ser compreendido

como:

[...] uma mistura fluida de experiência condensada, valores, informação contextual e insight experimentado, a qual proporciona uma estrutura para a avaliação e incorporação de novas experiências e informações. Ele tem origem e é aplicado na mente dos conhecedores.

Para Carvalho e Tavares (2001, p. 46), assim como a “Informação não é coletivo de

dados”, o “Conhecimento não é coletivo de informações”.

O conhecimento são argumentos e explicações, através de teorias, artigos e leis,

aplicadas a um determinado conjunto de informações. Conforme foi visto neste trabalho,

Setzer (1999, s.p.) complementa que o conhecimento abarca a teoria e a prática aliadas a

experiências e habilidades pessoais (conhecimento tácito), que são aplicados nas atividades

cotidianas. É um processo, exige a capacidade única de interpretação do homem, não pode

ser armazenado em computadores e não está sujeito a representações.

Figura 1. Relação hierárquica entre dado, informação e conhecimento.

Fonte: Beal, (2007) citado por Silva (2010, p. 45).

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Para Miranda (1999, p. 287, apud Valentim, 2002, s.p.) existem três diferentes tipos

de conhecimentos:

● conhecimento explícito é o conjunto de informações já elicitadas em algum suporte (livros, documento etc.) e que caracteriza o saber disponível sobre tema específico; ● conhecimento tácito é o acúmulo de saber prático sobre um determinado assunto, que agrega convicções, crenças, sentimentos, emoções e outros fatores ligados à experiência e à personalidade de quem detém; ● conhecimento estratégico é a combinação de conhecimento explícito e tácito formado a partir das informações de acompanhamento, agregando-se o conhecimento de especialistas.

Este estudo tomará como base os conceitos de dados, informação e conhecimento

apresentados anteriormente pelos autores Davenport e Prusak (1998, p. 18), conforme

exposto no quadro 2.

2.3. O DOCUMENTO E O DOCUMENTO DE ARQUIVO: UMA TENTATIVA DE

CONCEITUAÇÃO

Assim como a informação e o conhecimento, o termo documento, e documentos

arquivísticos são abordados segundo acepções diferenciadas pelos diversos autores

estudados. Devido a isto, se faz necessária uma abordagem conceitual destes termos para

uma melhor compreensão dos intentos desse estudo. Todavia, não é objetivo deste trabalho

explorar exaustivamente os conceitos, abordados por inúmeros autores e abundantes nas

produções científicas das áreas da Ciência da Informação e da Arquivologia. O objetivo

principal da abordagem dos vocábulos documento e documento de arquivo é apenas o de

trazer uma compreensão básica sobre o entendimento dos vocábulos e da abordagem

destes adotada para este estudo.

Segundo Roncaglio, Szvarça e Bojanoski (2004, p. 1), considera-se documento:

[...] qualquer suporte que registre informações. São documentos as camadas da terra escavadas pelos geólogos, os vestígios materiais de civilizações desaparecidas, investigados pelos arqueólogos, os registros orais de grupos humanos estudados pelos antropólogos e sociólogos ou a correspondência, mapas, contratos privados ou públicos que são pesquisadas pelos historiadores. [...] a partir do momento em que se fortalece a ideia de que tudo é história, todos os registros, vestígios, marcas deixadas pela humanidade servem para orientar, provar, comprovar, informar, refletir sobre determinada coisa ou fato.

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Em sua recente tese Rondinelli (2011, p. 27) estuda o conceito de documento e

documento arquivístico, apontando uma visão destes principalmente para a Arquivologia e

para a Ciência da Informação. Uma das muitas abordagens que a autora apresenta para o

termo documento é:

[...] pensamento humano [...] registrado por meio de sinais gráficos (alfabeto, número, traço), em diferentes formas (textos avulsos, livros, fotografias, esculturas, discos) e em vários tipos de suporte (pedra, tecido, couro, papel, plástico, metal), num processo dinâmico de comunicação de vivências, fatos e descobertas ao longo das gerações. Em geral, tais registros são entendidos como documentos.

Conforme aponta Lopes Yepes (1977, p. 91 apud SAGREDO FERNÁNDEZ;

IZQUIERDO ARROYO, 1982, p. 71 apud RONDINELLI, 2011, p. 28), o termo documento

tem origem na palavra em latim documentum, que tem “[...] a mesma raiz de docere (grifo do

autor), ‘ensinar’, o que outorga ao documento o significado de ensino [...]”.

Segundo Rodriguéz Bravo (2002, p. 77 apud RONDINELLI, 2011, p. 28) o sufixo

mento, traz “[...] um sentido instrumental”, o que nos aproxima do entendimento de

documento de Buckland (1991 apud RONDINELLI, 2011, p. 28) onde o autor nos afirma que

“[...] ‘documento’ originalmente denotava um meio de ensinar ou informar, seja uma lição,

uma experiência ou um texto”.

Ainda de acordo com Sagredo Fernández e Izquierdo Arroyo (1982, p. 187-188),

citados por Rondinelli (2011, p. 28) outra origem para a palavra documento vem da palavra

grega endeigma, que “[...] carrega uma conotação diferenciada da de ensino (docere), qual

seja a de prova, testemunho”.

Figura 2. Etimologia da palavra documento.

Fonte: Rondinelli (2011, p. 29).

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29

Segundo Otled (1934) citado por Rondinelli (2011, p. 33) a definição mais geral para

documento e livro é:

[...] um suporte de uma certa matéria e dimensão [...] no qual se inclui sinais representativos de certos dados intelectuais. E como exemplos de documentos Otlet (1934, p. 43, n. 211. 3) inclui: [...] volumes, folhetos, revistas, artigos, cartas, diagramas, fotografias, estampas, certificados, estatísticas, discos, películas cinematográficas.

Para Briet (1951, p. 7) citada por Rondinelli (2011, p. 34) documento é: “[...] todo

índice concreto ou simbólico, conservado ou registrado com a finalidade de representar,

reconstruir ou demonstrar um fenômeno físico ou intelectual”.

No Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística (2005, p. 71) documento é

conceituado como “Unidade de registro de informações, qualquer que seja o suporte ou o

formato”.

Rondinelli (2011, p. 52-53) faz uma ótima relação de conceitos de documentos

abordados por ela em seu estudo:

● Cortes Alonso: registro da atividade humana; ● Heredia Herrera: registro de informação em qualquer forma, ou seja, tudo o que pode transmitir conhecimento; ● Martín-Pozuelo Campillos: ferramenta de transmissão do conhecimento; ● Rodríguez Bravo: portador de mensagem, entendida como informação em potencial; dotado de função comunicativa; ● Duranti: informação registrada num suporte, dotada de forma e de sintaxe, a ser comunicada no tempo e no espaço; ● [...] unidade constituída pela informação e seu suporte (CAMARGO; BELLOTTO, 1996, p. 28); ● unidade de registro de informações, qualquer que seja o suporte ou o formato (ARQUIVO NACIONAL, 2005, p. 73); ● uma unidade indivisível de informação constituída por uma mensagem fixada num suporte (registrada) com uma sintática estável. Um documento tem forma fixa e conteúdo estável” (DURANTI; PRESTON, 2008, p. 811); ● 1. Qualquer trabalho escrito ou impresso [...].- 2. informação ou dado fixado em um suporte. – 3. Informação ou dado fixado em um suporte o qual não faz parte do documento oficial [...]. – 4. Um trabalho escrito ou impresso de natureza legal ou oficial que pode ser usado como evidência ou prova [...] (PEARCE-MOSES, 2005); ● informação registrada ou objeto que pode ser tratado como uma unidade (ARMA INTERNATIONAL, 2009) e ● informação registrada independentemente do suporte e características (INTERNATIONAL COUNCIL OF ARCHIVES, 2010);

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30

Quadro 4. Sistematização dos conceitos de documento a partir dos autores da área da Arquivologia e

da Ciência da Informação.

Fonte: Rondinelli (2011, p. 56-57).

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31

Rondinelli (2011, p. 53-54) apresenta ainda a definição de documento adotada pelo

glossário elaborado pelo Departamento de Serviços, Tecnologia e Administração do governo

de New South Wales na Austrália (EVIDENCE ACT, 1995 apud NEW SOUTH WALES).

Documento significa qualquer registro de informação, e inclui:

● qualquer coisa sobre a qual há um escrito, ou

● qualquer coisa sobre a qual há marcas, figuras, símbolos ou perfurações com um significado para pessoa qualificada para interpretá-los, ou

● qualquer coisa da qual sons, imagens ou escritos podem ser reproduzidos com ou sem a ajuda de qualquer outra coisa, ou um mapa, planta, desenho ou fotografia

Ao observar tamanha abrangência para o termo documento, e tendo em vista o

interesse desse estudo em apresentar uma visão dos objetos analisados segundo uma

perspectiva de empregabilidade dentro das empresas modernas, convêm considerar o

entendimento de documento segundo uma ótica mais voltada para sua produção,

organização, uso e destinação dentro das empresas. Ótica esta abarcada perfeitamente

pelo conceito de documento arquivístico, ou documento de arquivo, conceito este que no

Brasil é inerente à área da Arquivologia.

O glossário do Departamento de Serviços, Tecnologia Administração, do governo de

New Soulth Wales, Austrália (EVIDENCE ACT 1995 apud NEW SOUTH WALES apud

Rondinelli, 2011, p. 54) diferencia os documentos de arquivo de outros documentos:

Alguns documentos são documentos arquivísticos porque participaram de uma transação de negócio, ou foram criados para documentar essa transação. Inversamente, alguns documentos não são documentos arquivísticos porque não funcionam como evidência de uma transação de negócio.

De acordo com Belloto (2004, p. 37):

Os documentos de arquivo são produzidos por uma entidade pública ou privada ou por uma família ou pessoa no transcurso das funções que justificam sua existência como tal, guardando esses documentos relações orgânicas entre si. Surgem, pois, por motivos funcionais administrativos e legais. Tratam, sobretudo de provar, de testemunhar alguma coisa. Sua apresentação pode ser manuscrita, impressa ou audiovisual; são em geral exemplares únicos e sua gama é variadíssima, assim como sua forma e suporte.

Para Duranti (2002, p. 11 apud RONDINELLI, 2011, p. 52), documentos arquivísticos

são “[...] todo documento criado por uma pessoa física ou jurídica no decorrer de atividades

práticas como instrumento ou sub-produto dessas atividades”. É uma “[...] informação

registrada [...]”, deve estar “escrito” em algum suporte, apresenta forma própria, é originado

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de uma vontade deliberada e deve ser dotado de uma sintaxe que torne possível sua

compreensão.

O conceito de documento de arquivo expressa um entendimento amplo em

decorrência de este ser “[...] um produto dos atos humanos com funções probatórias, de

conhecimento ou testemunho e que se confunde com o próprio conceito de arquivo”

(ALBUQUERQUE, 2006, p. 34). Tendo em vista a concepção de diversos autores

pesquisados, os documentos de arquivo podem variar segundo sua forma e/ou suporte10

onde a informação está registrada. Porém, se diferenciam de outros documentos devido a

características próprias.

Segundo Duranti (1994, p. 51-53 apud SOUZA, 2013, p. 107), essas características

são:

● a imparcialidade: os documentos são inerentemente verdadeiros.

As razões de sua produção (para desenvolver atividades) e as

circunstâncias de sua criação (rotinas processuais) asseguram o

caráter de prova e de fidedignidade aos fatos e ações;

● a autenticidade: “os documentos são autênticos porque são criados

tendo-se em mente a necessidade de agir através deles, são

mantidos como garantias para futuras ações ou para informação. [...]

Assim, os documentos são autênticos porque são criados, mantidos e

conservados sob custódia, de acordo com procedimentos regulares

que podem ser comprovados”. Duranti ressalta que mesmo aqueles

documentos produzidos à margem desses procedimentos

estabelecidos e regulamentados podem ser considerados autênticos,

tendo apenas o caráter fidedigno de prova documental comprometido;

● a naturalidade: os documentos de arquivo não são coletados

artificialmente, mas surgem de acordo com o curso dos atos e ações

de uma administração. “O fato de os documentos não serem

concebidos fora dos requisitos da atividade prática, isto é, de se

acumularem de maneira contínua e progressiva, como sedimentos de

estratificações geológicas, os dota de um elemento de coesão

espontânea, ainda que estruturada”;

● o inter-relacionamento: “cada documento está intimamente

relacionado ‘com outros tanto dentro quanto fora do grupo no qual

está preservado e [...] seu significado depende dessas relações’.” O

documento, tomado na sua individualidade, não é um testemunho

completo dos atos e ações que o geraram, mas é na relação que ele

10

Material no qual são registradas as informações (DICIONÁRIO Brasileiro de Terminologia Arquivística,

2005, p. 159).

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estabelece com outros documentos e com a atividade da qual é

resultado que lhe é dado significado e capacidade de comprobatória.

Já Martín-Pozuelo Campillos, baseado em Vicenta Cortés e citado por Souza (2013,

p. 108) define cinco características diferenciadoras do documento de arquivo:

● o contexto em que é criado. “Todo documento de arquivo é produto

de um acúmulo de circunstância muito específicas que encadeadas

umas às outras lhe conferem um traço diferenciador do resto dos

documentos. [...] Dessa maneira, o valor informativo incluído em seu

conteúdo informacional ficaria desvirtuado se fosse separado dos

motivos de sua gênese”. Essa característica é, para a autora,

suficiente para distingui-los de outros objetos. E é dela que decorrem

os outros elementos;

● sua unicidade. “[...] para estabelecer um paralelo, pode-se dizer que

os documentos vêm para povoar os arquivos como o homem veio

para povoar a Terra: do mesmo modo que não existem duas pessoas

iguais, nenhum documento é igual ao outro”. Essa característica é

derivada não da proximidade com a gênese do documento, mas de

sua gênese mesma;

● sua autenticidade. “em sua origem os documentos de arquivo não

são senão ferramentas de trabalho da administração, fato que, sem

dúvida, lhes confere a categoria de autênticos, convertendo-os,

depois, em testemunhos fiéis de momentos e situações específicas”;

● a heterogeneidade de seu conteúdo e a multiplicidade da

informação nele contida. Independente da matéria ou assunto que

trate, cuja riqueza informativa-cultural é de alguma maneira

incalculável, um documento de arquivo contém uma informação

sempre indefinível e desde logo alheia ao objeto de sua criação. A

autora se refere a um tipo de informação considerada não literal e

cuja leitura é feita nas entrelinhas. O documento singular oferece uma

informação acerca do trâmite e das possíveis incidências do mesmo;

● a necessidade de que cada umas das características esteja sempre

presente. A ausência de uma das características invalide o resto.

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Quadro 5. Sistematização do conceito de documento arquivísticos a partir de autores contemporâneos.

Fonte Rondinelli (2011, p. 194).

Para Souza (2013, p. 109-110) é perceptível:

[...] dois movimentos cumulativos e não excludentes: o contexto de produção e a compreensão da informação veiculada. No primeiro movimento, o documento é considerado como resultado de uma ação administrativa. Dessa forma, ele é, ao mesmo tempo, resultado e prova, testemunho dessa atividade. E é o contexto de produção que permitirá a compreensão da informação contida no documento de arquivo.

A produção/acumulação em decorrência das atividades de uma organização ou de

um indivíduo, ou ainda a sua relação orgânica com os outros documentos produzidos pela

entidade/indivíduo são traços que ressaltam a importância do conjunto documental

arquivísticos e não sua interpretação individual (apesar de existirem casos onde o

documento possa conter informações de valor). Acrescenta-se a essas delimitações sua

produção com fins específicos e seu uso primário de atender as variadas demandas de

informação, assim como sua posição como um dos agentes que atesta, explica, demonstra

e comprova as relações existentes junto às atividades produtoras. Enfim, o documento

arquivísticos serve de testemunho para a realidade que se busca compreender

independentemente desta ser a vida de uma pessoa ou as atividades de uma empresa

pública ou privada.

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Analisando os conceitos abordados neste capítulo, é possível visualizar uma estreita

aproximação entre eles. Esse fato se torna mais evidente ao contemplarmos os processos

organizacionais que se utilizam desses recursos como insumos, diretos ou indiretos, para a

consecução de seus objetivos gerais e/ou específicos. Tendo em vista essa aproximação,

abordaremos nos próximos capítulos as políticas de gestão voltadas para a administração

desses recursos informacionais no âmbito das organizações.

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CAPÍTULO IV - CONCEITUAÇÃO DA GESTÃO DOCUMENTAL – GD Conforme abordado anteriormente, as organizações atualmente estão inseridas em

um cenário desconfortável e complexo, inconstante e imprevisível. Neste ambiente cada vez

mais competitivo, o documento arquivístico, instrumento, produto e testemunha dos

processos organizacionais e a informação Arquivística organizada e registrada exerce um

papel importante para o processo decisório e configura como uma importante ferramenta

para a sobrevivência dessas organizações.

Através dos milênios, os arquivos têm representado, alternada e cumulativamente, os arsenais da administração, do direito, da história, da cultura e da informação. A razão pela qual eles puderam servir a tantas finalidades é que os materiais arquivísticos ou registros documentais representam um tipo de conhecimento único: gerados ou recebidos no curso das atividades pessoais ou institucionais, como seus instrumentos e subprodutos, os registros documentais são as provas primordiais para as suposições ou conclusões relativas a essas atividades e às situações que elas contribuíram para criar, eliminar, manter ou modificar. A partir destas provas, as intenções, ações, transações e fatos podem ser comparados, analisados e avaliados, e seu sentido histórico pode ser estabelecido (DURANTI, 1994, p. 49-50 tradução nossa).

Conforme aponta Souza (2013, p. 176), dentro do referencial teórico da Arquivologia,

a gestão de documentos é ponto de interesse principalmente para as organizações, devido

a sua atuação direta sobre as fases documentais onde se encontra a informação realmente

valiosa para o gestor.

A informação de interesse específico do administrador ou do acumulador/produtor do documento encontra-se, predominantemente, na primeira fase documental, ou seja, nos arquivos correntes – preservando-se uma parcela na fase intermediária, porém, com utilização reduzida. Essas duas fases são abrangidas pela gestão de documentos.

Bojanoski, Szvarça e Roncaglio (2004, p. 1) afirmam que como procedimento

imprescindível para a vida de uma organização, a gestão documental estabelece um

conjunto de práticas que garante a recuperação de informações, a preservação da memória

institucional e subsidia a tomada de decisão através da organização e preservação dos

arquivos.

Conforme aponta Torrizela (s.d., p. 1) é enorme o acumulo diário de informações

dentro das organizações, e através de uma gestão adequada essas informações se

mostram essenciais para a estratégia competitiva organizacional.

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Segundo Moreno (2007, p. 9 apud TORRIZELA, s.d., p. 10) “a informação se tornou

indispensável para a empresa, deixando de ser apenas uma fonte e se tornando um

instrumento de desempenho, competitividade e estratégia organizacional”.

Neste contexto, o acumulo desordenado de documentos é um empecilho para o

acesso e para a recuperação eficiente do seu conteúdo informacional de interesse para a

tomada de decisão. Assim, o gerenciamento de documentos arquivísticos permite às

organizações a obtenção de maior controle sobre as informações produzidas ou recebidas,

racionalização de espaços de guarda documental e atendimento às demandas mais rápido e

eficaz. Uma massa documental bem gerenciada, tratada, armazenada e acessível de forma

eficiente converte-se em um instrumento para a melhoria do desempenho organizacional,

para o aumento da competitividade e para alcançar uma maior eficácia e melhores

resultados nos processos de tomada de decisão.

Assevera Risso (2012, p. 536) que:

Os Sistemas de Gestão Documental agrupam operações e técnicas da gestão administrativa geral com o objetivo de coordenar e controlar todas aquelas funções e atividades específicas que afetam a criação, recepção, utilização, acesso e preservação dos documentos, protegendo suas características estruturais e contextuais com o objetivo de garantia sua autenticidade e integridade ao decorrer do tempo; a integração dos processos e controles documentais nos processos de trabalho deve ser o objetivo principal de qualquer modelo de gestão de documentos.

Segundo afirma Moreno (2006, p. 87), o conceito mais difundido de gestão de

documentos remonta as reformas administrativas originadas no fim da década de 1940,

centradas principalmente no Canadá e nos Estados Unidos. Tais reformas visavam lidar

com a produção e acumulação documental crescente dentro das administrações assim

como trazer maior economia e eficácia à produção, à manutenção, ao uso e à destinação

final dos documentos.

Para Jardim (1992, p. 25 apud SILVA, 2010, p. 3), a necessidade da administração

pública em gerir de forma estratégica o seu crescente volume de documentação deu origem

a gestão de documentos. Destaca o autor que, “jamais se produziu, se armazenou e se

disseminou tanta informação como nas sociedades atuais. Da mesma forma, jamais tantos

recursos tecnológicos foram direcionados especificamente para a criação e a gestão de

informações”.

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Conforme afirma Duchein (1993, p.13) citado por Indolfo (2007, p. 28-60, tradução do

autor), a crise econômica da década de 30 e a segunda Guerra Mundial trouxeram

necessidades que demandaram aos arquivos métodos de tratamento capazes de lidar com

o drástico aumento da massa documental.

Na Europa, nesse mesmo período, o problema foi tratado especialmente sob o ângulo do interesse histórico dos documentos, com diversas formas de controle dos arquivistas-historiadores sobre a seleção dos documentos a conservar e sobre a destruição do resto, constituindo-se o que se tem denominado, ‘de maneira bastante imprecisa’, às vezes, de pré-arquivamento.

A Gestão de Documentos, como uma nova área disciplinar, estreitamente vinculada

à administração, possui certo repúdio pela arquivística em seu viés historicista e “um

perigoso corte epistemológico entre diacronia e sincronia da informação social” (SILVA ET

AL., 1999, apud SILVA, 2010, p. 207).

Conforme aponta Silva (2010, p. 37), a consolidação da Gestão de Documentos

configura como um desafio para os gestores contemporâneos, tendo em vista a sua

abrangência de todo o ciclo vital e sua possível colaboração para “potencializar o uso dos

documentos e informações produzidas e recebidas”.

Segundo Jardim (1987 apud SILVA, 2010, p. 38), muitos fatores podem ser

relacionados ao surgimento da gestão de Documentos, entre eles destacam-se:

no âmbito das organizações, consolidação de programas globais de gestão da informação;

o entendimento do tratamento da informação arquivística na fase corrente e intermediária como questão estratégica;

o estabelecimento da classificação, avaliação e descrição adotada no momento da criação dos documentos

a valorização da avaliação, do descarte criterioso, das tabelas de temporalidade feitas na origem e do arquivamento intermediário como solução barata pragmática;

tratamento diferenciado aos documentos vitais em função de seu grande valor para as organizações;

uso do ciclo de vida dos documentos, baseado nas fases de criação, de manutenção da vida e uso, de destinação aos arquivos históricos ou descarte dos destituídos de valor.

Jardim (1987 apud SILVA, 2010, p. 38-39) aponta a consolidação da gestão de

documentos baseado nas seguintes contribuições desta para as funções arquivísticas;

o Garantia de documentação adequada das políticas e atividades dos governos;

o Garantia de diminuição do número de documentos transitórios e sem valor fossem reunidos a documentação permanente;

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o Garantia de maior organização a documentação ao atingirem a fase permanente;

o Inibição da eliminação de documentos de valor permanente; o Garantia de uma criteriosa definição da parcela de

documentos que constituirão o patrimônio arquivístico de um país.

Para Ponjuán Dante (2004, p. 129 apud SILVA, 2010, p. 41) podemos definir a

gestão de documentos como “[...] um processo administrativo” que tem a capacidade de “[...]

analisar e controlar sistematicamente [...]”, durante todo o ciclo de vida documental, “[...] a

informação registrada” produzida, recebida, mantida “[...] ou utiliza uma organização, em

consonância com sua missão, objetivos e operações”.

A Lei 8.159, de 08 de Janeiro de 1991, que dispõe sobre a política nacional de

arquivos públicos e privados define a gestão de documentos como:

[...] o conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, visando sua eliminação ou recolhimento para a guarda permanente (BRASIL, 1991).

Segundo Risso (2012, p. 535, tradução nossa):

[...] a GD atualmente compreende mais que uma readequação das tarefas dos arquivistas, pode-se considerar um processo vital para toda a organização devido a magnitude com que alcança a produção documental, permitindo analisar e controlar sistematicamente como a informação registrada é criada, recebida, mantida e utilizada.

A autora afirma ainda que:

[...] a GD não só intervém sobre a documentação gerada [...] mas nos próprios ciclos documentais, começando no nível primário da produção e nas relações que se devem produzir entre as diferentes áreas e atividades de trabalho que resultam de alguma forma na produção de documentos. A tarefa não só reside nas operações produzidas sobre a documentação, mas também em definir como e onde é gerada a documentação, o que implica no redesenho de métodos e processos de trabalho e no estabelecimento de procedimentos; (RISSO, 2012, p. 536, tradução nossa).

Assevera Rodrigues (s.d., p. 6) que:

A gestão documental se caracteriza como um conjunto de procedimentos aplicados para controlar os documentos arquivísticos durante todo o ciclo de que incide sobre todo o seu ciclo de vida, incidindo sobre o momento da produção e acumulação na primeira e segunda idade, ou seja, na corrente e intermediária.

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Conforme nos aponta Rodrigues (s.d., p. 6), a gestão de documentos tem os

seguintes objetivos:

Avaliação e seleção dos conjuntos de documentos que devem ser preservados permanentemente e dos que podem ser eliminados sem prejuízo de perda de informações substanciais.

Coordenação do sistema de arquivos do órgão, definindo procedimentos para o funcionamento dos arquivos e garantindo as transferências, recolhimentos e pleno acesso aos documentos.

Centralização normativa dos aspectos que envolvem a

produção documental do órgão.

James Rhoads (1983, apud RODRIGUES, s.d., p. 6), em seu estudo RAMP, aponta

três fases para a aplicação da gestão documental:

Produção: fase em que se administram os elementos específicos de um programa de controle e criação de documentos, através da elaboração e gestão de formulários; gestão da correspondência e dos relatórios; sistemas de gestão da informação; gestão das diretrizes da preparação e difusão da informação sobre as políticas e procedimentos e aplicação das novas tecnologias a estes processos.

Utilização e conservação: fase que corresponde ao controle, utilização e armazenamento dos documentos necessários para realizar ou facilitar as atividades de uma organização. Compreende a implantação dos sistemas de arquivos e de recuperação da informação; a gestão dos correios e telecomunicações; seleção e uso de equipamentos reprográficos; análise de sistemas; produção e manutenção de programas de documentos vitais à administração e uso de automação e reprografia nestes processos.

Destinação (eliminação) – fase na qual se definem os procedimentos para implantar as propostas de eliminação de documentos, que envolve as atividades de identificação e descrição das séries documentais; avaliação das séries de valor permanente para os arquivos; eliminação periódica dos documentos sem valor de guarda permanente; transferências e recolhimentos.

Frente às necessidades informacionais da atualidade, o desenvolvimento das

atividades de gestão de documentos de uma organização, utilizando-se de procedimentos,

instrumentos, metodologias e ferramentais facilitadores da busca, recuperação e acesso às

informações produzidas e recebidas segundo as demandas, “passa a ser, numa perspectiva

contemporânea, uma ferramenta gerencial, valiosa para todos os processos organizacionais

que tem como insumo as informações contidas nos documentos de arquivo” (SILVA, 2010,

p. 60).

A característica de transversalidade da gestão documental, seu foco na vinculação

entre todas as atividades e o aumento do reconhecimento do valor primário do documento,

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concede a documentação um grande valor para a tomada de decisão. A utilização da gestão

documental em uma organização é garantia de uma “[...] informação de qualidade, com alto

valor agregado” (SILVA, 2010, p. 42), assim como colabora para a eficiência e eficácia da

organização, guarda, recuperação, uso de disseminação dessa informação.

Outro ponto a salientar é que o uso da gestão de documentos colabora diretamente:

“[...] para a criação do conhecimento no âmbito organizacional, manutenção dos processos de trabalho, identificando com maior facilidade os fatores críticos de sucesso, uma vez que permite determinar quais requisitos serão considerados na sua criação, classificação, registro, descarte e armazenamento (SILVA, 2010, p. 42).”

Esses, entre outros fatores, elevam a gestão documental a um alto patamar como

política de gestão de ativos informacionais, essencial para as organizações modernas

sobreviverem frente às demandas de informação da atualidade.

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CAPÍTULO V - CONCEITUAÇÃO DA GESTÃO DA INFORMAÇÃO - GI

A gestão da informação como conhecemos atualmente, tem uma origem mais antiga

do que se imagina. Conforme aponta Barbosa (2008, p. 6-7), as bases teóricas da gestão da

informação se encontram na disciplina documentação. O autor aponta trabalhos que, na

década de 30, antes mesmo da disseminação dos computadores, já abordavam a temática.

Segundo afirma Dante (2008, p. 27), na década de 70 a gestão da informação passa

a configurar como um foco de estudo e trabalho para as organizações devido à

disseminação do uso dos computadores, ao auge da burocracia e a explosão informacional.

Mas, para a autora, foi apenas na década de 90 que a gestão da informação ganhou

realmente força, alcançando maior influência nas organizações, e em especial nas

empresas. Neste período, foram incorporadas definições sobre as funções e princípios

relacionados com o uso e tratamento da informação como recurso de valor.

A gestão da informação pode ser conceituada como a “administração do uso e

circulação da informação, com base na teoria ou ciência da informação” (ARQUIVO

NACIONAL, 2006, p.100) ou como:

[...] o correto exercício de controle sobre a aquisição, organização, armazenamento, segurança, pesquisa, recuperação e disseminação dos recursos de informação essenciais ao sucesso da execução das atividades de uma instituição pública ou privada, incluindo documentação, gestão de arquivos e infra-estrutura técnica (REITZ, 2007 apud SANTOS, 2013, p. 191 tradução do autor).

Para Wilson (1997) citado por Tarapanoff (2006, p. 22), configura-se como a

“aplicação de princípios administrativos à aquisição, organização, controle, disseminação e

uso da informação para operacionalização efetiva de organizações de todos os tipos”.

Segundo o Dicionário de Terminologia Arquivística de Lisboa (INSTITUTO, 1993, p.

52-53 apud SERRA JÚNIOR, s.d., p. 6), a gestão da informação pode ser definida como:

“a implementação de um conjunto de medidas que visam à racionalização e a eficácia no uso e circulação de dados e informação e a aplicação das teorias e técnicas da ciência da informação aos sistemas de informação”.

De extrema importância para as organizações, a gestão da informação tem sua base

de ação no trabalho de conservação do aparelho organizacional, assim como na busca pela

obtenção de vantagem competitiva através do uso eficiente de sua cadeia de serviços.

Conforme expõe Torrizella (s.d., p. 8), a falta de uma boa estrutura informacional gera

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perdas na comunicação entre diferentes setores, dificulta o desenvolvimento das atividades

e tarefas além de prejudicar a tomada de decisão.

Para Serra Júnior (s.d. p. 3) “[...] a gestão da informação [...] deve ser compreendida

sob duas óticas: a informação como insumo para o processo decisório e a informação como

testemunho dos fatos decorrentes das ações da organização”.

Para Roedel (2005, p. 75, apud SERRA JÚNIOR, s.d. p. 3), a informação são dados

úteis apenas após serem dotados de significado, organizados e comunicados. Ela torna

possível “adquirir novos pontos de vista para a interpretação de eventos ou situações”, e é

considerada uma forma de extração e construção do conhecimento. Configurando assim um

valioso insumo para apoiar o processo de tomada de decisão.

Figura 3. Ciclo informacional.

Fonte: Pónjuan Dante (1998, apud Silva, 2010, p. 47)

Dentro das empresas é prioritário o gerenciamento das informações de forma

integrada, assim como o uso do conhecimento organizacional, fatores de aumento da

competitividade, insumo da criatividade e da pronta reação às mudanças. As organizações

consomem e geram informação no desenvolvimento de suas atividades, sejam ligadas à

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missão da instituição ou aos serviços de suporte. São informações internas ou externas,

verbais ou registradas em suportes, orgânicas ou não.

O planejamento, a implementação e o controle das operações de funcionamento de

uma empresa necessitam de informações. A falta de gestão, ou ineficiência ao se gerir

esses fluxos de informação, pode trazer consequências e diminuir o desempenho da

empresa.

A fragmentação impede que a informação seja percebida como recurso fundamental da empresa. Não podendo ser observada de maneira global, sua importância estratégica passa despercebida e a direção da empresa não a identifica como algo que lhe seja relevante. A administração da informação é então relegada aos “especialista” ou simplesmente esquecida. Neste caso a informação passa a ser um recurso potencial, mas totalmente negligente e de pouca responsabilidade (LESCA; ALMEIDA, 1994, p.9 apud TORRIZELLA, p. 10).

É de suma importância que a empresa se mantenha informada e antecipe ações

competitivas, e neste aspecto a gestão da qualidade dos fluxos de informação atua como

fator imprescindível de vantagem competitiva junto ao mercado na qual atua.

Figura 4. Fluxo informacional. Fonte: Beal (2007, p. 29, apud Silva, 2010, p. 48)

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De acordo com Davenport (1998, p.27 apud BOLSONI, 2011, p. 5) dentro de uma

organização moderna existem quatro modalidades de informação:

A informação não-estruturada, que requer muita mão-de-obra especializada e sua coleta depende quase sempre de fontes impressas, incluindo livros e jornais;

O capital intelectual ou conhecimento, o qual se refere ao conhecimento dos colaboradores;

A Informação estruturada em papel, que é os registros e documentos em papel, onde o volume e a complexidade da informação em papel vêm simplesmente sobrecarregando os métodos tradicionais, requerendo uma abordagem mais ecológica;

E a informação estruturada em computadores, que se tornou a abordagem mais popular, por acreditar que a informatização pode lidar com a inundação de papel;

Ressalta-se ainda que:

A gestão estratégica da informação é fundamental para as organizações se tornarem competitivas. A falta de uma estrutura organizacional sensível e atenta à gestão da informação impede a sinergia entre os diferentes setores, tanto em virtude do excesso como da falta de informação, ou mesmo o acesso de forma inadequada aos conteúdos informacionais pode levar os membros da organização a trabalhar com elevados níveis de tensão e imprecisão. (CÂNDIDO; VALENTIM; CONTANI, 2005, p.3 apud TORRIZELA, s.d., p. 8).

Segundo Santos (2000, p. 1, apud TORRIZELLA, s.d. p. 8), são necessárias

informações relevantes para o tomador de decisões, mas este necessita antes de filtros que

amenizem as informações irrelevantes ao qual ele está exposto. Tal afirmação corrobora

para a valorização da gestão da informação nos contextos organizacionais devido a sua

capacidade de prover informações precisas.

Quanto ao tema gestão da informação, Beuren (2000, p.13), afirma que:

[...] os gestores precisam conhecer profundamente a organização que está sob sua responsabilidade, bem como o ambiente competitivo onde ela opera, a fim de avaliar o impacto da turbulência ambiental e desenvolver o cenário para uma solução eficaz. Assim, fica nítida a importância da informação, pois é por meio dela que os gestores conseguem identificar tanto as oportunidades quanto as ameaças que o ambiente oferece à empresa.

Segundo Torrizella (s.d., p. 9), além de um profundo conhecimento sobre a

organização, é importante uma cultura organizacional que possibilite aos indivíduos atuantes

nestas, adquirir conhecimento sobre “padrões, modelos e regras comuns”. Ainda segundo a

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autora, uma “boa interação entre os membros do espaço organizacional é essencial para o

bom funcionamento da empresa”.

Quadro 6. Passos para o gerenciamento da informação. Fonte: Davenport e Prusak (1998, p. 175-199, apud Silva, 2010, p. 51).

É importante salientar que para a gestão da informação, os arquivos e a informação

orgânica configuram como importantes fontes, e é essencial que este tipo de informação

seja contemplada por seus procedimentos, apesar de serem necessárias ações específicas

para seu tratamento.

A gestão da informação orgânica, permitindo a pesquisa retrospectiva, reduz a incerteza e melhora a tomada de decisão, aprofundando o conhecimento da cultura institucional e do processo de decisão. Cada vez mais organismos utilizam os seus documentos nas suas pesquisas retrospectivas, a fim de melhor compreender o presente (ROUSSEAU e COUTURE 1998, p. 65).

Conforme corrobora Souza (s.d, p. 1), citado por Torrizella (s.d, p. 9), há uma

equivocada maioria que trata apenas de dados e informações em computadores, deixando

de lado os arquivos institucionais, importantes fontes de informação orgânica.

Toda organização no desenvolvimento de suas atividades, definidas a partir da missão, produz e recebe informações, que podem ser verbais ou registradas num suporte como o papel, a fita magnética, o vídeo, o disco ótico ou o microfilme. As principais características da informação, que estamos procurando definir, é que ela deve ser registrada em um suporte material e ser resultado do cumprimento da missão da organização. Esse tipo de informação recebe, então, o adjetivo orgânico, que a diferencia dos outros tipos de informação existentes nas organizações.

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Nas diversas áreas que lidam com a informação e com as formas de geri-la podem

ser observadas diferentes técnicas para esta gestão, adaptadas principalmente para os

conceitos de informação adotados e para as necessidades informacionais dessas áreas. Já

nas organizações, a informação registrada junto à capacidade de comunicação e raciocínio

coletivo são atores de destaque e propiciam a análise dos fatos, os quais contribuirão para o

processo de decisão e permitirão ações para auxiliar o alcance da missão institucional.

Dubois (1995, p. 340 apud SERRA JÚNOR, s.d., p. 4), aponta que o referencial

teórico sobre a gestão da informação compreende múltiplas abordagens, e que seu viés

ligado às teorias da comunicação enfocam prioritariamente os processos de produção e

transmissão de informações e o papel dos agentes nos processos de comunicação, não

levando em consideração o sentido do que é transmitido.

Figura 5. Modelo processual de administração da informação. Fonte: Choo (2003, p. 404, apud Silva, 2010, p. 54).

Assevera Torrizella (s.d., p. 10-11), que “a organização deve ser constantemente

monitorada”, permitindo assim avaliar o seu próprio desempenho, fazendo comparações

com outras empresas e facilitando a busca por soluções para futuros problemas. Tendo em

vista esta necessidade, Miranda (1999, p.286 apud Torrizella, s.d., p. 10) ressalta a:

[...] importância de se formular ações estratégicas apoiadas na informação. Considerando-se os recursos financeiros, humanos, tecnológicos, materiais etc., para a obtenção de dados e informações relevantes [...] fundamentais para melhorar os sistemas organizacionais, em especial os sistemas de informações que perpassam toda a organização.

Após análise da literatura que aborda a gestão da informação, é possível visualizar a

importância desta para as organizações, atuando diretamente sobre os processos

informacionais e colaborando diretamente para a eficiência do processo decisório.

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CONCEITUAÇÃO DA GESTÃO DO CONHECIMENTO

Com as demandas advindas da era do conhecimento/informação, onde o

conhecimento e a informação configuram elementos de grande valor para as organizações,

os administradores das empresas passaram a focar sua atenção na necessidade de gerir os

ativos informacionais, dentre eles o conhecimento.

Conforme sugerem Nonaka e Takeuchi (1997, p. 58, apud SILVA, 2010, p. 61), foi

nos anos oitenta que começaram a surgir novas teorias administrativas voltadas a gestão do

conhecimento, intimamente vinculadas à evolução tecnológica, mas em maioria estas não

se preocuparam em estudar a criação do conhecimento nas organizações ou mesmo entre

elas. Essas teorias se preocupavam basicamente com “a aquisição, acúmulo e utilização do

conhecimento existente nas organizações”. É importante salientar que mesmo hoje o

conceito de gestão do conhecimento ainda não está plenamente consolidado, tendo um

emprego diferenciado em muitos dos campos de estudo em que figura.

Figura 6. Bases conceituais da gestão do conhecimento. Fonte: Alvarenga Neto (2008, p. 20 apud Silva, 2010, p. 70)

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Tendo em vista o conceito de conhecimento visto anteriormente em nosso estudo, é

possível visualizar que o este é uma agregação de elementos, tem sua carga intuitiva e

devido a isso é de difícil entendimento em termos lógicos. Ele “pode ser comparado a um

sistema vivo, que cresce e se modifica à medida que interage com o meio ambiente”

(DAVENPORT; PRUSAK, 1998, p. 6).

Conceituando a gestão do conhecimento conforme nos apresenta Alvarenga Neto

(2008, p. 2):

A gestão do conhecimento passou a ser entendida como inovação organizacional, requerendo assim uma nova forma de olhar e pensar a organização, sendo reconhecida como um fenômeno complexo e multifacetado; seu conceito polêmico e controverso e sua expressão embora largamente utilizada, apresenta ênfases, enfoques e interfaces diferenciadas, merecedoras de análises mais meticulosas, profundas e articuladas.

Para Valentim (2007, p. 35), a gestão do conhecimento compreende:

[...] conjunto de atividades que visa trabalhar a cultura organizacional/informacional em ambientes organizacionais, no intuito de propiciar um ambiente positivo em relação à criação/geração, aquisição/apreensão, compartilhamento/associação e uso/utilização de conhecimento, bem como mapear os fluxos informais (redes) existentes nesses espaços, com o objetivo de formalizá-los, na medida do possível, a fim de transformar o conhecimento gerado pelos indivíduos (tácito) em informação (explícito), de modo a subsidiar a geração de ideias, a solução de problemas e o processo decisório em âmbito organizacional.

Segundo conceitua Cruz (2007, p. 65):

Gerência de conhecimento, ou Knowledge Management (KM) é composta por metodologias e tecnologias cuja finalidade é criar condições para Identificar, Capturar, Integrar, Guardar, Recuperar e Compartilhar conhecimento existente em qualquer tipo de organização (CRUZ, 2007, p. 65). Em termos organizacionais a Gerência do Conhecimento é uma abordagem que reúne tecnologias e metodologias que têm por objetivo ajudar às instituições de todos os tipos a conhecerem-se e consequentemente a reconhecerem o que elas sabem a fim de poderem fazer uso efetivo desse conhecimento. Embora pareça tautológica, minha afirmação decorre da constatação que a maioria absoluta das empresas atuais: não sabem que sabem, o que sabem, o que precisam saber, o que seus parceiros sabem, o que seus clientes sabem e por fim, a maioria das organizações nem desconfiam que existe todo este conhecimento necessitando ser urgentemente reconhecido, assimilado, compartilhado e utilizado (CRUZ, 2007, p. 65).

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Nonaka e Takeuchi (1997) foram os criadores da Teoria de Criação do

Conhecimento Organizacional. Para os autores esse conhecimento é dividido em: a) tácito,

um “habitante” da mente humana, é o conhecimento do mundo, as experiências vividas, é o

know-how adquirido devido às experiências e competências que o indivíduo adquiriu; e b)

explícito, configurando basicamente o conhecimento registrado em suportes, independente

de sua forma ou formato, em maioria fácil de acessar e de compartilhar. Mas, “raramente o

conhecimento é completamente tácito ou completamente codificado; normalmente, uma

parte do conhecimento situr-se-á em algum ponto do intervalo entre tudo o que é tácito ou

tudo o que é codificado” (ROBREDO, 2003, p. 21 apud SANTOS, 2013, p. 193).

Para Nonaka (2000, p. 34-35) citado por Souza (2013, p. 194), existem quatro formas

de criação do conhecimento em uma estrutura que remonta a uma espiral continua do

conhecimento:

Do tácito ao tácito (socialização), quando uma experiência profissional é passada por

meio de treinamentos ou instruções práticas de forma a configurar um

compartilhamento de experiências, podem ocorrer por meio de seminários,

treinamento e brainstormings;

Do tácito ao explícito (externalização), configura-se na explicitação do conhecimento

de uma pessoa através da conversão de modelos mentais em conceitos, metáforas e

analogias, e principalmente quando este é registrado para os demais indivíduos;

Do explícito ao explícito (combinação), é a troca de informações já explicitadas,

onde, por meio da coleta de informação, análise de dados, estatísticas, relatórios,

etc. um individuo produz um novo documento fazendo uso do conhecimento explícito

existente;

Do explicito ao tácito (internalização), ocorre quando é compartilhado o

conhecimento explícito, de forma a colaborar para os indivíduos entenderem,

ampliarem e reformularem seus próprios conhecimentos, tem base nas práticas

desenvolvidas pelos membros da organização.

Asseveram Nonaka e Takeuchi que (1997, p. 78), uma empresa necessariamente

precisa seguir a espiral do conhecimento, completando seu ciclo, para efetivamente se

tornar uma “empresa que gera conhecimento”. Esta espiral vai de tácito para tácito, de

explícito a explícito, de tácito a explícito, e finalmente, de explícito a tácito. Dessa forma, o

conhecimento passa a ser articulado, internalizado, e se tornará uma peça do alicerce de

conhecimento de cada indivíduo. Para os autores essa espiral se reinicia após sua

conclusão, mas passa a alcançar degraus mais altos, aumentando assim a aplicação e os

benefícios do conhecimento em outras áreas da organização.

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52

Figura 7. A espiral de criação do conhecimento. Fonte: Nonaka e Takeuchi (1997, apud Silva, 2010, p. 62)

Nonaka e Takeuchi (1997, p. 80) estabelecem que a transformação de conhecimento

tácito e explícito entre os membros de uma organização, assim como a transformação entre

os tipos de conhecimento, ou seja, a transformação de dados em informação, e de

informação em conhecimento está dividida em três fases:

O processamento de dados, onde se faz uso de tecnologias que transformam dados em informação;

O processo de aprendizagem, onde a informação é convertida em conhecimento; e

A terceira fase, onde se tem o objetivo de transformar o conhecimento adquirido em um suporte para a competitividade das organizações, ou seja, aprimorar o “como fazer” utilizando o processo de criação mental.

Stollenwerk (2001), citado por Silva (2010, p. 65-66), ao analisar os principais

modelos de gestão do conhecimento, aponta sete fases comuns para as distintas

abordagens:

Identificação das competências essenciais, capacidades e domínio de conhecimento necessário para cada uma delas;

Captura, onde há a busca de fontes internas e externas, formais e informais, documentando e formalizando o conhecimento;

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Seleção e validação: atribuição de valor ao conhecimento capturado com o objetivo de torna-lo mais apropriado ao uso organizacional;

Armazenamento: alocação do conhecimento em bases de dados internas e na memória organizacional;

Compartilhamento e aplicação: estão relacionados à indexação e disseminação do conhecimento, para facilitar a recuperação e uso;

Criação, ocorrida quando a organização percebe processos inovadores que ampliam suas capacidades e domínios de conhecimento previamente identificados.

Figura 8. Os processos da gestão do conhecimento. Fonte: Stollenwerk (2001, apud Silva, 2010, p. 65)

Podemos, então, visualizar que através da gestão do conhecimento as informações

podem converter-se em conhecimento através de ações executadas por e entre indivíduos.

É possível distinguir também que, apesar de o conhecimento não ser equivalente a dado ou

à informação, ele está intimamente relacionado com ambos.

Davenport e Prusak (1998, p.7), elencam, entre outras, ações que compreendem a

transformação do conhecimento:

o Comparação, onde se coloca as informações sobre

determinada situação frente a outras informações conhecidas

de que forma gerar conhecimento;

o Consequências, de forma a posicionar as informações para

visualizar possíveis implicações destas para a tomada de

decisão e para as ações;

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o Conexões, que configura basicamente em analisar as

relações do novo conhecimento com os já existentes na

organização;

o Conversação, onde é exposta a visão do indivíduo sobre

determinada informação.

Figura 9. O ciclo do conhecimento. Fonte: Choo (2006, p. 51, apud Silva, 2010, p. 50).

Usando como base o exposto por exposto por Valentim (2010, p. 38), temos que a

gestão do conhecimento, pode ser entendida como uma disciplina que se encarrega de

planejar, projetar e implementar um conjunto de práticas, utilizadas pelas organizações com

fins de apoio à identificação, criação, captura e compartilhamento do conhecimento tácito,

através do intercâmbio entre os indivíduos, assim como atuar na disponibilização do acesso

ao conhecimento da empresa como um todo, na forma de conhecimento explícito. Ela atua

no processo de obtenção, gerenciamento e compartilhamento da experiência e da

especialização dos indivíduos da organização, utilizando-se de técnicas e tecnologias de

forma cooperativa, tornando possível o acesso à melhor informação no tempo em que esta

se faz necessária, assim como para tornar possível o uso de qualidade do conhecimento

gerado e adquirido, com fins de alcançar de forma eficiente e eficaz os objetivos da

organização.

É importante salientar que, frente às novas exigências da sociedade do

Conhecimento/Informação, é essencial para as organizações que seus indivíduos se

comuniquem, se conheçam, desenvolvam práticas colaborativas e compartilhem seus

saberes e indiquem aquilo que não saibam.

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Além disso, conforme aponta NONAKA (2000, p. 30, apud SERRA JÙNIOR, s.d., p.

7), a gestão do conhecimento encontra no compartilhamento de insights um grande desafio,

em grande parte motivada pela ausência de ferramentas que sejam capazes de capturar a

experiência institucional e disponibilizá-la para o aprendizado da organização.o sucesso das

organizações no emprego do conhecimento como elemento de valor para alcançar os

objetivos da organização se dá pelo:

[...] reconhecimento de que a criação de novos conhecimentos não é uma simples questão de processamento de informações objetivas. Ao contrário, depende do aproveitamento dos insights, das intuições e dos palpites tácitos e muitas vezes altamente subjetivos dos diferentes empregados, de modo a converter essas contribuições em algo sujeito a testes e possibilitar seu uso em toda a organização.

Conforme apontado por (ALVARENGA NETO, 2005, p. 1), a gestão do conhecimento

vai muito além da gestão da informação, “principalmente por incluir e incorporar outros

aspectos, temas, abordagens e preocupações, como questões inerentes à criação, uso e

compartilhamento de informações e conhecimentos”, assim como a criação de ambientes

organizacionais favoráveis à propagação dessas práticas no âmbito institucional. Tendo isso

em vista, ela é dependente de resultados multidisciplinares, advindos de ações na área de

gestão dos documentos e principalmente na área da gestão da informação como subsidio

para sua adequada atuação.

A gestão do conhecimento segundo Risso (2012, p. 546):

[...] é uma função dinâmica ou um conceito dinâmico, relacionado com a gestão ou administração de um conjunto de fluxos de conhecimentos (externos e internos, captados ou criados, explícitos ou tácitos); o aprendizado é um processo de transformação e de incorporação do conhecimento tanto a nível pessoal, como grupal; e o capital intelectual é a medida do valor criado que permite explicar a eficácia da aprendizagem organizacional e avaliar, em suma, a eficiência da gestão do conhecimento.

Analisando as concepções de gestão do conhecimento, e seu estudo pelos autores

abordados, é perceptível que a gestão do conhecimento é de extrema importância para

dinamizar os processos organizacionais, gerando conhecimento para aprimorar seus fluxos.

Ela atua diretamente sobre a gestão do aprendizado dos indivíduos da instituição,

aprimorando suas práticas e incentivando as práticas de criação, explicitação, transmissão e

guarda do conhecimento.

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CAPÍTULO VI - RELAÇÕES ENTRE A GESTÃO DE DOCUMENTOS, A GESTÃO DA

INFORMAÇÃO E A GESTÃO DO CONHECIMENTO NO SETOR EMPRESARIAL

Conforme Malheiro (s.d, p. 1) aponta, há um “nó górdio” que enlaça

equivocadamente os termos gestão, documento, informação, conhecimento e arquivística.

Tal panorama não é diferente no caso dos termos gestão documental, gestão da informação

e gestão do conhecimento, combinações de alguns dos termos anteriores, e com

dificuldades conceituais tão acentuadas quanto, se não maiores.

Ao se analisar os conceitos apresentados com foco em suas origens, evolução

teórica e aplicações primárias dentro das organizações, torna-se possível delimitar melhor

seus contornos específicos e visualizar suas zonas comuns de atuação. Conforme aponta

RISSO (2012, p. 546) observamos importantes diferenças entre os termos, e sua distinção

efetivamente vai além da semântica.

A gestão de documentos foca sua atuação na gestão da documentação e na relação

destas com o seu conjunto orgânico, ela age sobre os processos de produção, recepção,

manutenção, uso e destinação da documentação, assim como na gestão dos processos de

captura e preservação de evidências de informação sobre as atividades e transações

realizadas. Baseando-se em Schellenberg (2002, p. 79) a gestão da informação trata da

exploração da informação para a consecução dos objetivos da organização, assim como da

gestão da criação, aquisição, representação, processamento e difusão desta informação.

Conforme menciona Santos (2013, p. 196), “[...] a gestão da informação visa à informação

como um objeto, registrado – documento -, que é explícito e factual. [...] A gestão da

informação é [...] pragmática e tem o objetivo de suportar os processos internos

assegurando o desenvolvimento e a inovação contínuos da empresa”.

A gestão do conhecimento está em um nível de atuação superior, relacionado com

as políticas informacionais, indo além e incidindo diretamente na assimilação dessas

informações pelos indivíduos da organização. Ela tem seu “[...] foco voltado para o

conhecimento das pessoas e o objetivo de facilitar as relações internas e externas, além de

assegurar o desenvolvimento e a inovação contínuos da empresa” (SANTOS, 2013, p. 196).

Segundo Santos (2013, p. 196) “Em todos os itens relacionados a cada uma das

gestões, fica clara a abordagem bem diferenciada nos objetivos, embora não sejam

excludentes”.

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Em seu estudo Cianconi (2003, p. 231), apresenta diferenciações entre as gestões

da informação e do conhecimento:

[...] a Gestão da Informação e a Gestão do Conhecimento diferem, em especial, quanto aos objetivos: enquanto a Gestão da Informação busca essencialmente organizar, controlar e tornar disponíveis as informações registradas, com ênfase nos recursos, procedimentos, metodologias e tecnologias, a Gestão do Conhecimento busca apoiar a geração de novas ideias, a criação e compartilhamento do conhecimento, a aprendizagem organizacional, requerendo um alto grau de envolvimento humano e gestão de pessoas, além do suporte tecnológico.

Conforme aponta Higgs (1996) citado por Jardim (1998, p. 35), e, por que não,

incluindo a gestão do conhecimento nesta argumentação:

[...] é necessário pontualizar que a prática Arquivística, a gestão de documentos e a gestão informação não são sinônimas e, inclusive possuem algumas circunstâncias incompatíveis. Ainda que possuam em comum muitos princípios, as profissões de Arquivista, gestor de documentos e gestor da informação não provém, necessariamente, de um tronco ou tradição comum e os resultados finais de suas atuações podem ser muito diferentes.

Considerando que os contornos entre as políticas de gestão foram minimamente

apontados e esclarecidos para os fins desse estudo, cabe a nós agora apontar a sua inter-

relação para hipoteticamente conceber o seu uso em conjunto.

A atuação das políticas de gestão apresentadas está ligada diretamente ao problema

base já citado neste estudo, os ativos informacionais constituem um capital de valor

reconhecido nas organizações, e estas necessitam “trabalhar para que os documentos, a

informação e o conhecimento que fluem entre seus integrantes, não se percam” (RISSO,

2012, p. 547, tradução nossa). Cabe agora analisar a possibilidade do uso conjunto das

políticas de gestão estudadas para lidar com tal problema, e se essa abordagem mais

interativa, confluindo atuações, “aparando arestas”, maximizando sua eficiência e eficácia,

pode gerar resultados mais expressivos que os conseguidos com a aplicação isolada de

qualquer uma delas.

Para Pónjuan Dante (2005, p. 3), cada uma das “gestões” apresentadas tem seu

próprio objeto de aplicação e tem como objetivo apoiar determinadas funções

organizacionais, mas não permitem alcançar resultados superiores aos almejados por seu

enfoque principal a menos que interajam e integrem-se aos outros “sistemas”.

É importante analisar que, se uma grande quantidade de documentos e conteúdos

de uma organização encontra-se não estruturado e organizado, os processos que utilizam a

informação contida nestes sofre perdas consideráveis. Dessa forma, segundo a afirmação

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de Risso (2012), é possível visualizar que é imprescindível, para o objetivo de gestão

eficiente dos ativos informacionais, adotar uma política capaz de integrar a documentação

estruturada com a documentação não estruturada, de forma a permitir que o capital

documental de uma organização canalize e agilize os processos informativos e a difusão da

informação através dos documentos, integrando um sistema de informação.

Se considerarmos a relação existente entre as gestões em foco, e como os

resultados individuais devem ser aproveitados para os processos desenvolvidos pelos

outros sistemas de gestão, fica visível que a gestão de documentos deve ser considerada a

fase básica do trabalho. É quase um consenso entre os autores que definir adequadamente

os fluxos de trabalho apontando onde e como se gera a documentação, e de onde esta

resulta, coloca a gestão de documentos como um alicerce onde devem ser assentados os

processos que almejem desenvolver-se dentro do paradigma das políticas de gestão de

ativos informacionais.

“É preciso esclarecer que os arquivos não se constituem em uma coleção de

documentos, mas sim em uma acumulação sucessiva, orgânica, natural de documentos”

(MORENO, 2006, p.16-17).

Conforme aponta Kurtz (1997, p. 94) citado por Silva (2010, p. 74), “[...] num mundo

onde se assiste a um aumento vertiginoso de produção de informações, ‘os arquivos

constituem-se órgãos de assessoramento e de pronta informação sobre documentos

produzidos; demonstram que é gestão antes de cultura e história’”.

Para Rosseau e Couture (1998, p. 65) a informação orgânica é de grande

importância para as organizações;

Reforçando a importância das informações no contexto organizacional, pode-se afirmar que a informação orgânica é utilizada pelas unidades do organismo, quer pelo seu valor primário, a fim de decidir, de agir e de controlar as decisões e ações empreendidas, que por seu valor secundário, a fim de efetuar pesquisas retrospectivas que põem em evidência decisões ou ações passadas.

A gestão de documentos pode ser compreendida como um sistema de apoio para a

gestão da informação e consequentemente para a gestão do conhecimento. Tal perspectiva

eleva os arquivos ao patamar de instrumento indispensável para as políticas de gestão dos

ativos informacionais. Conforme aponta Barreto (2004, p. 32), a gestão de documentos entre

outros objetivos, visa mapear os “repositórios do conhecimento explícito incorporados em

documentos”, e objetiva a elaboração de metodologias e ferramentas para o registro,

controle e recuperação dos documentos e da informação neles contida. Ela permitirá a

utilização de uma metodologia uniforme, garantia de qualidade aos serviços e agilidade na

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recuperação das informações. Basicamente a gestão de documentos é essencial para a “[...]

criação dos mecanismos de apoio á recuperação da informação, de organização da

documentação e planejamento do trabalho futuro (BARRETO, 2002, p. 32)”, de forma a

tornar mais segura à tomada de decisão organizacional.

Desde um enfoque meramente prático, para conseguir uma boa gestão da informação e do conhecimento, as empresas devem organizar ou elaborar um bom sistema de gestão documental. Tentar estabelecer estratégias ou programas de gestão do conhecimento sem ter isto em foco, é como iniciar uma reforma em casa “sem varrer”; o mais provável é que saia “muito pó” (BUSTELO RUESTA, 2000, apud RISSO, 2012, 547).

O grande desafio em questão é transformar a informação e a documentação em

recursos estratégicos para apoio à tomada de decisão e para aprimorar a reação às

transformações no panorama inserido. É necessário que elas possibilitem a descoberta e a

escolha de novas oportunidades de negócio, e aprimorem a gestão organizacional.

Figura 10. Ciclo informacional e funções arquivísticas. Fonte: Silva (2010, p. 72).

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Consequentemente junto à gestão da documentação e da informação deve ser

implantado um eficiente sistema de informação para compartilhar o uso do conhecimento

explícito. Esse sistema de informação deverá integrar todos os tipos de arquivos, desde os

arquivos correntes, intermediários e permanentes, passando pelos que contêm os

documentos gerados eletronicamente, até os de fontes de informação, onde estão inseridas

as bibliotecas, um repositório do conhecimento de grande importância.

Figura 11. Proveniência e natureza das informações no organismo Fonte: Rousseau e Couture (1998, p. 64, apud Silva, 2010, p. 78).

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Conforme aponta Cianconi (2003), é importante que um sistema de gerenciamento

de recursos informacionais seja implementado de forma interativa, em rede, baseado no

negócio da empresa, englobando: informações técnicas, informações administrativas,

acervo bibliográfico e informações informais.

Para Dante (1995, p. 4), mesmo que determinado sistema seja implementado em

uma organização com resultados excelentes, a organização precisará utilizar-se dos

recursos alcançados com a sinergia dos sistemas para superar a simples soma dos

resultados individuais destes. Utilizar a Gestão de Documentos para aprimorar o contexto

organizacional e a Gestão da Informação para aprimorar os processos que utilizam a

informação e seus fenômenos nas organizações dependerá da interação entre ambas as

gestões para resultados superiores:

[...] o que equivale a dizer que esta organização conseguirá um controle adequado de sua informação para a tomada de decisões e um respaldo documental para suas operações e para os sistemas de gestão da informação que possua, bem como para operações, vendas, inteligência organizacional, mercado e outros (PONJUAN DANTE, 2005, p. 4, tradução nossa).

Em seu estudo, Santos (2013, p. 197), descreve resumidamente as relações entre a

gestão da informação e a gestão documental:

[...] em um fluxo crescente de amplitude, a gestão documental contempla o tratamento e disponibilidade dos documentos e da informação orgânica – produzidos exclusivamente em decorrência da realização das atividades da instituição e armazenamento nos arquivos -, e esta abordagem está contemplada pela gestão da informação institucional como um todo que, além da informação arquivística, abrange a informação bibliográfica (coleções adquiridas) e alguns outros tipos de informação coletadas, por exemplo, na Internet ou recebidas a partir de clippings de jornais.

Para Dante (2005, p. 4), a separação entre a Gestão da informação e a gestão

documental resulta em perdas no uso da informação, limitando a combinação de

informações devido à perda do respaldo dado pelas fontes.

As necessidades modernas exigem que as organizações administrem de maneira

sistemática e integrada os recursos informacionais, seja este informações externas ou a

informação gerada internamente.

Conforme apresenta Braga (2000, s.p.) “A Gestão da Informação tem como objetivo

apoiar a política global da organização, na medida em que torna mais eficiente o

conhecimento e a articulação entre os vários subsistemas que a constituem”.

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Valentim (2010, p. 151) aponta como objeto da gestão da informação, os fluxos

formais da informação, que podem ser observados em dimensões que envolvem os

processos, as pessoas, a tecnologia, a infraestrutura e os produtos e serviços, segmentos

que são típicos da organização.

Figura 12. Interseção entre a Gestão da Informação e do Conhecimento Fonte: CIANCONI, 2003.

É importante lembrar que a informação é um recurso que tem sua orbita entorno das

pessoas, principalmente aquelas que necessitam desta informação para desempenhar de

forma adequada as suas atividades. Segundo Risso (2012, p. 4) toda pessoa é

potencialmente uma geradora/usuária de informações. Neste contexto, a gestão do

conhecimento aprimora esta informação absorvida pelos membros de uma organização e

tem como objetivo criar valor através do desenvolvimento desta. Ela é uma política de

gestão que visa aumentar a produtividade e a competitividade de uma organização ao criar

valor com base no capital intelectual11 através dos recursos humanos e se utilizando dos

ativos informacionais.

11

Segundo Dzinkowski (1998) citado por (COGO, PIRES, 2008, p. 15-16), o termo capital intelectual [...] frequentemente utilizado como sinônimo de propriedade intelectual, ativos intelectuais ou ativos de conhecimento, [...] esta forma de capital pode ser pensada como o estoque total de recursos de conhecimento ou valor líquido baseado em conhecimento formalizado que a companhia possui e, como tal, pode ser o resultado final de um processo de aplicação de conhecimento ou o próprio conhecimento utilizado sob a forma de informação pelas organizações em seus métodos de produção. [...] complementa a autora, o capital intelectual, em contraste com o capital físico e financeiro, inclui recursos de conhecimento que podem ser utilizados pelas organizações e que, enquanto ativos imateriais, são passíveis de combinar, transformar, explorar, mensurar, avaliar e receber um valor para fins de capitalização em função do seu potencial de uso futuro.

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O nível de desempenho onde se localiza uma apropriada gestão do conhecimento

permite que a organização compartilhe o conhecimento, use de melhores métodos, e faça

com que o capital intelectual da empresa configure realmente como uma ferramenta para a

organização.

Conforme exposto por Davenport e Prusak (2003, p. 7) o “conhecimento deriva da

informação assim como a informação deriva dos dados”.

Figura 13. Processos de gestão do conhecimento e funções arquivísticas.

Fonte: Silva (2010, p. 78)

Segundo Risso (2012, p. 548), processos de recolhimento de informações, difusão,

sintetização, busca de conclusões, definição de métodos e fixação de uma cultura

organizacional para a agregação de valor aos conhecimentos de clientes e trabalhadores, só

é possível quando a informação encontra-se adequadamente tratada. Dessa forma, é visível

a relação existente entre a gestão do conhecimento e a gestão documental e da informação,

pois a primeira utiliza-se das metodologias de gestão das duas outras como base para sua

própria gestão de recursos.

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A gestão da informação apoiada pela gestão de documentos, acaba por voltar-se

para a elaboração e implementação de estratégias e para o provimento de ambientes

adequados para o compartilhamento do conhecimento tácito e a geração de novos

conhecimentos. Ou seja, já que a gestão do conhecimento cria valor a partir da informação

explicita e/ou tácita existente na organização, de forma a gerar mais conhecimento,

aumentar a criatividade, a capacidade de antecipação e inovação, é imperativo que esta

informação esteja imbuída dos benefícios alcançados com uma prévia gestão de

documentos e informação.

Para Nonaka (2000, p. 31-36 apud SERRA JÚNIOR, s.d., p. 8), é improvável que a

gestão do conhecimento seja implementada com um adequado grau de sucesso “sem que

práticas ligadas à gestão da informação estejam na pauta das ações relacionadas à

externalização do conhecimento, ou seja, a transformação do conhecimento tácito para o

explícito”.

Ponjuán Dante (2005, p. 5, tradução nossa) coloca que, “a sinergia entre esses

sistemas constitui uma condição e um requisito para um adequado trabalho com

documentos, informação e conhecimento organizacional”.

Para alguns autores os pilares da gestão do conhecimento são as pessoas, as

tecnologias e os processos de negócios. Lima (2003, s.p., apud SERRA JÚNIOR) em seu

artigo aponta algumas indagações sobre as necessidades de estruturação do que foi

chamado de processos de negócios:

(...) Por exemplo, como documentar e registrar conhecimentos sobre o processo se o mesmo não está minimamente estruturado? Como fazer uma otimização de fluxos de informações se o processo não está adequado? Realmente fica difícil. A gestão do conhecimento por si só já deve trazer alguns processos específicos também, como: compartilhar o conhecimento internamente, atualizar o conhecimento, processar e aplicar o conhecimento nas atividades, encontrar o conhecimento internamente, adquirir conhecimento externamente, reutilizar conhecimento, criar novos conhecimentos e compartilhar o conhecimento com a comunidade, registrar conhecimento entre outros (...)

Esses questionamentos reforçam a ideia de que uma eficiente gestão do

conhecimento a relaciona com as outras duas políticas de gestão, e aponta para uma quase

certeza de que, não é possível seu adequado funcionamento dentro das organizações sem

que seja realizada uma adequada gestão da informação e uma adequada gestão

documental.

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Conforme argumenta Risso (2012, p. 249), um sistema integrado onde exista uma

interação entre o a gestão do conhecimento, a gestão da informação e a gestão de

documentos, permite às organizações alcançar melhores resultados nos objetivos

almejados. E para Risso (2012, p. 249), o ponto comum existente entre as políticas de

gestão abordadas está situado justamente em torno do processo de conversão que

transforma o conhecimento tácito em conhecimento explicito.

Figura 14. Gestão de Documentos, Gestão da Informação e Gestão do Conhecimento.

Fonte: Silva (2010, p. 76)

Corroborando com a centralização da transformação de conhecimento como ponto

chave de intercessão entre as gestões, estão as fases de transformação do conhecimento

em tácito e explicito assim como as transformações entre os tipos de conhecimento,

basicamente uma transformação que leva os dados, passando à informação até o

conhecimento e sua assimilação para geração de inteligência.

É importante lembrar que no processo de conversão do conhecimento tácito em

explicito, após a explicitação do conhecimento, a informação resultante deve ser gerenciada,

de forma a evitar lacunas na memória organizacional e perdas na recuperação da

informação. Para Santos (2013, p. 192) e Barreto (2003, p. 60) esse registro, resultante do

relato de experiência vivenciada (informação produzida) do indivíduo, com fins de

transferência para outros indivíduos, indo da esfera privada da criação até a esfera pública

da significação coletiva, nada mais é do que um documento, objeto da gestão documental.

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Quadro 7. Gestão de Documentos x Gestão da Informação x Gestão do Conhecimento Fonte: Santos (2013, p. 195-196, apud Silva, 2010, p.74).

A partir do exposto neste estudo, e percebendo que documentos, informação e

conhecimento estão profundamente relacionados aos constantes fluxos informacionais das

organizações, podemos visualizar que a gestão de documentos, a gestão da informação e a

gestão do conhecimento, embora com praticas distintas e objetos claramente diferenciados,

configuram como processos que são parte de um único macroprocesso organizacional, e

conforme Santos (2013, p. 196) aponta, servem ao objetivo maior de otimizar as atividades

da organização, em busca de melhoria da eficiência e eficácia na sua realização.

Além do que, é possível afirmar que o resultado integrado das políticas de gestão

busca, além de suas competências básicas, produzir e difundir o saber, disseminar o talento

humano, a inteligência (individual ou organizacional), por toda a estrutura da organização.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A sociedade da informação/conhecimento reflete grandes mudanças para as

organizações modernas, e talvez a maior delas seja o reconhecimento do valor agregado

aos ativos intangíveis, principalmente para aqueles considerados como ativos

informacionais. Tal conscientização traz mudanças significativas para os modelos

gerenciais, fazendo com que as organizações passem a adotar uma visão integrada de

todos os recursos envolvidos em seus processos, como os ativos informacionais, as TICs,

os recursos humanos, entre outros, como forma de sobrevivência frente às exigências do

novo cenário mundial, caracterizado por uma extrema competitividade.

Conforme apontado por Pereira e Santos (2001, apud SILVA, 2010, p. 57) citados

por Silva (2010, p. 57), as necessidades diárias dos gerentes influenciam diretamente as

mudanças nas práticas de gestão, e demandam providências e práticas gerenciais que

possibilitem atender as novas demandas internas ou externas da organização. Para os

autores, reconhecer as mudanças é um requisito para a competitividade das organizações:

[...] muda a tecnologia, a estrutura social, mudam as necessidades, as pessoas. Concomitantemente, alterações profundas vão sendo verificadas no sistema cultural. A mudança passa a ser sempre valorizada, a estabilidade passa a ser vista como suspeita, e procura-se imaginar novos tipos de estabilidade que atendam às necessidades geradas pelas mudanças (PEREIRA; SANTOS, 2001, p. 28 apud SILVA, 2010, p. 57).

A revisão de literatura, ora apresentada, corroborou para atestar que é prioritário que

as organizações utilizem os seus recursos informacionais (dados, informações e

conhecimentos) com destreza, inteligência, e criatividade, para a obtenção de vantagem

competitiva, assim como um meio de sanar as exigências advindas das necessidades

derivadas do novo panorama da Sociedade da Informação/Conhecimento. Para alcançar

este objetivo, as políticas de gestão de ativos informacionais abordadas configuram como

poderosas aliadas.

Conforme aponta Silva (2010, p. 76), fica claro perceber que uma abordagem

gerencial que faça uso das relações existentes entre as políticas de gestão abordadas “é de

grande importância para o aperfeiçoamento da gestão dos ativos informacionais e para

agregar valor aos processos” e produtos de uma organização.

Ao se aprofundar nos processos de gestão dos ativos intangíveis é fácil perceber a

sua complexidade. A gestão de documentos, a gestão da informação e a gestão do

conhecimento não são exceção quanto à complexidade de seus processos e a dificuldade

em seu manejo. Tal dificuldade é maximizada pela imprecisão conceitual e teórica dos

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termos, que vai desde os objetos de estudo, até as próprias políticas de gestão

mencionadas como área. Expressões que configuram como componentes de um conjunto

enorme de termos relacionados, muitos, imbuídos de tamanha incerteza conceitual, que

suas abordagens diferenciadas variam segundo a observação de determinada área de

estudo ou mesmo dentro de uma mesma área de estudo.

A grande profusão de termos relacionados, mas de significados obscuros, e pouco

delimitados, acaba por constituir um grande desafio para a realização dos esforços nas

áreas de gestão organizacional focadas neste estudo. Essa enorme variação de termos é

motivada pelo grande interesse dos estudiosos e das organizações pelo estudo dos ativos

intangíveis, dentre esses, em principal, a informação e o conhecimento. Entretanto, há uma

grande carência de estudos que abordem o seu uso conjunto dentro das organizações, e

que possibilitem compreender melhor as relações existentes entre elas e a forma como

essas relações podem ser exploradas pera melhor desenvolver os negócios de uma

organização.

Tendo o exposto em vista, buscou-se, além de demonstrar a importância dos ativos

informacionais e da sua adequada gestão para a sobrevivência das organizações no

panorama moderno, demonstrar que dados, documentos, informação e conhecimento são

fenômenos intimamente ligados, indissociáveis e complementares. A gestão desses ativos

exige o desenvolvimento de um olhar integrado, que possa visualizar os contornos de cada

uma das políticas de gestão, aproveitando-se das áreas de congruência existente entre elas,

e indo além da soma dos resultados somados para alcançar autos benefícios.

Consequentemente buscou-se mostrar que as políticas de gestão de documentos,

gestão da informação e gestão do conhecimento, apesar de possuírem objetos,

diversificados, estão intensamente relacionadas pelo seu objetivo maior de influir sobre a

qualidade das atividades da organização. Elas visam, segundo suas metodologias próprias,

trazer eficiência e eficácia para os processos ligados direta ou indiretamente aos seus focos

de gestão. Elas são indissociáveis e complementares, e visivelmente o emprego em sinergia

de suas teorias, ferramentas e práticas permitirá às organizações alcançar resultados

maiores do que os possíveis ao se fazer uso individual de cada gestão.

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