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Gestão Orçamentária e Financeira Qualidade do Gasto Público Prof. Armando Franco

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Page 1: Gestão Orçamentária e Financeira Qualidade do Gasto Público Prof. Armando Franco

Gestão Orçamentária e Financeira

Qualidade do Gasto PúblicoProf. Armando Franco

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Qualidade do gasto público• Objetivos:1. Entender o significado do gasto público;2. Entender a relevância das despesas do governo;3. Refletir sobre a qualidade do gasto público;

• Metodologia:1. Aula expositiva;2. Trabalho de grupo para reflexão.

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Qualidade do gasto público• A temática do uso dos recursos públicos sempre esteve 

presente na pauta das sociedades democráticas. • No  caso  brasileiro,  tomando-se  as  últimas  décadas, 

dada  a  carga  tributária  nacional,  a  presença  de  um discurso  recorrente  sobre  a  necessidade  de  ajuste fiscal  e,  mais  recentemente,  por  conta  da  crise econômica  mundial,  a  preocupação  com  a  aplicação adequada do dinheiro público cresceu muito. 

• Se  por  um  lado  existe  um  consenso  acerca  da necessidade de refletir e agir sobre os gastos públicos, por outro, nota-se certa dificuldade na construção de um  consenso  sobre  qual  a  estratégia  geral  e  as medidas mais adequadas a serem implementadas. 

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Qualidade do gasto público• O desafio é realmente grande:  recuperação econômica;  

lançar  as  bases  para  o  desenvolvimento  futuro (fortemente  baseado  na  tecnologia  e  na  criatividade);  e ainda atender o equilíbrio fiscal. 

• Para  atingir  os  resultados  esperados,  tem  sido apresentada  uma  multiplicidade  de  abordagens,  nem sempre  claras  ou  precisamente  definidas  e,  acima  de tudo,  compatíveis  com  todas  as  condições  consideradas essenciais. 

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Qualidade do gasto públicoUma Abordagem Alternativa • A  qualidade  do  gasto  público  é  uma  ideia  relativamente 

recente  e  com  raro  emprego  nas  discussões  de  finanças públicas e de política fiscal.

• Numa  visão mais  normativa,  o  conceito  tem  sido  utilizado para  cobrar  dos  governos  os  retornos  econômico-sociais esperados  em  relação  ao  pagamento  de  tributos,  assim como  maiores  e  mais  inteligentes  esforços  em  busca  de equilíbrio fiscal. 

• É  exatamente  a  fragilidade  teórica  da  ideia  que  favorece uma  reflexão  mais  ousada  acerca  de  suas  possibilidades acadêmicas e operacionais. 

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Qualidade do gasto público• A  qualidade  do  gasto  público  tem  um  grande  potencial, 

dentro do espaço das finanças públicas e da economia do setor público, para abrigar novos e velhos conceitos.

• Dá  espaço  para  a  formulação  de  políticas  e  ferramentas mais ajustadas aos problemas atuais. 

• É possível distinguir, numa abordagem classificadora inicial, duas possíveis dimensões gerais de reflexão: • Macroeconômica:  viés  mais  estratégico  quanto  à 

alocação  dos  recursos  públicos,  suas  consequências  e impactos;

• Microeconômica:  focada em aspectos operacionais da efetiva realização do gasto público. 

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Qualidade do gasto públicoElementos Macroestratégicos do Gasto Público• Vale  lembrar  que  as  finanças  públicas  não  tem  um 

objetivo por si só: ela é o instrumento para a viabilização da  atuação  do  Estado  na  economia  e  na  sociedade,  ou seja, para execução de políticas públicas. 

• Estas  servem  para  o  atendimento  de  demandas  da sociedade  que  buscam  crescimento  da  renda, fortalecimento  do  emprego,  melhor  qualidade  de  vida, enfim, desenvolvimento econômico e social. 

• Tais demandas são dinâmicas e variam em intensidade ao longo do tempo, em função de fatores como demografia, amadurecimento político, mudanças sociais, etc. 

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Qualidade do gasto público• A forma como o Estado decide e implementa a alocação 

de seus  recursos, define como estão sendo providos os meios para atender a esses anseios sociais. 

• Uma  das  questões  mais  estratégicas  da  qualidade  do gasto público é a forma como o setor público aloca seus recursos  dentre  as  diversas  categorias  do  gasto, impactando a economia.

• No  curto  prazo,  as  despesas  do  governo  e  a  expansão das  atividades  públicas  influenciam  diretamente  o crescimento  econômico  nas  rubricas  “consumo  do governo”  (custeio)  “formação  bruta  de  capital  físico” (investimento)  ou  “consumo  das  famílias”  (quando  há transferências  de  renda),  sob  a  ótica  da  demanda agregada.

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Qualidade do gasto público• É  necessário  considerar  que  certos  programas  de 

governo,  e  aí  podem  se  incluir  mesmo  aqueles majoritariamente  pautados  por  despesas  de  custeio, promovem  igualmente  impactos  de  longo  prazo  na estrutura econômica, tanto pelo efeito acumulação, como por  sua  influência  na produtividade  total  dos  fatores  do produto potencial. 

• Por exemplo, os investimentos públicos em infraestrutura não  apenas  impactam  a  demanda  agregada  de  curto prazo,  via  rubrica  “investimento”,  mas  igualmente influenciam  a  acumulação  de  capital  físico,  o  produto potencial  e  elevam  a  produtividade  total  dos  fatores  da economia .

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Qualidade do gasto público• Nesta  mesma  linha,  as  despesas  em  educação  ou  C&T, 

igualmente, elevam não apenas o “consumo do Governo”  mas  também  o  estoque  de  capital  humano  e  a produtividade da economia.

• A  discussão  sobre  o  gasto  público  como  alavancador  da demanda efetiva, conforme formulado por Keynes (1936), precisa de estudos mais detalhados.

• As  classificações  tradicionais  em  custeio  e  investimento não  correspondem mais  às  necessidades  de  atuação  do Estado  no  presente,  especialmente  diante  da complexidade econômica do mundo contemporâneo.

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Qualidade do gasto públicoTeoria Keynesiana:Renda de Equilíbrio => Yo = Yd

PNB = Yo    e  Yd = C + I + G + (X-M)Consumo depende da Renda Nacional;Investimento depende da Taxa de Juros e das expectativas dos empresários;Comércio Exterior depende da Taxa de Câmbio e da economia internacional;Gasto do Governo é autônomo.Objetivo da sociedade é atuar em pleno emprego sem inflação.

Page 12: Gestão Orçamentária e Financeira Qualidade do Gasto Público Prof. Armando Franco

Qualidade do gasto públicoEnquanto  a  Oferta  Agregada  está  longe  de  Renda  de  Pleno Emprego, os incrementos da Demanda Agregada aumentam a Renda Nacional  sem afetar  o  nível  de  preços,  se  a  demanda agregada ultrapassa  a Renda de Pleno Emprego,  a produção não cresce e só temos inflação. 

Page 13: Gestão Orçamentária e Financeira Qualidade do Gasto Público Prof. Armando Franco

Qualidade do gasto públicoSupondo  que  a  Demanda  agregada  esteja  produzindo pressões  inflacionárias, o governo pode adotar uma série de medidas de política econômica para evitar a inflação:Política  Monetária  =  elevar  a  taxa  de  juros  =>  diminui investimento,  cai  a  taxa  de  câmbio,  diminui  exportações, etc.Política Fiscal = Cortar os gastos públicos e/ou aumentar os impostos.

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Qualidade do gasto público• Se  as  políticas  públicas,  sustentadas  pelo  gasto 

governamental,  visam  à  promoção  do  desenvolvimento econômico  e  social,  é  forçoso  compreender  que  tal desenvolvimento,  na  atualidade,  está  substancialmente pautado  pela  tecnologia,  pelo  conhecimento  e  pela criatividade, elementos que não são plenamente alcançáveis apenas com os clássicos investimentos públicos. 

• Portanto, sistemas de suporte como o contábil (por exemplo, em  sua  dimensão  classificadora  da  despesa)  e  o  legal  (por exemplo,  na  interpretação  do  conceito  de  eficiência), precisam estar adequadamente ajustados, a fim de permitir a melhor  alocação  dos  recursos  públicos  na  busca  por  seu objetivo central.

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Qualidade do gasto público• A sustentabilidade intertemporal entre receitas, despesas e 

o  nível  de  endividamento  público,  precisa  ter  um  papel fundamental  na  definição  do  conceito  de  qualidade  do gasto  público,  merecendo  destaque  a  ideia  de  função estabilizadora.

• Segundo Maciel (2007) a forma de se materializar a função estabilizadora  na  economia,  passa  pela  criação  de  regras fiscais que tenham três objetivos: • (1)  criem  condições  de  sustentabilidade  da  política 

fiscal ao longo do tempo; • (2) exerça sua função anticíclica na economia e atue de 

forma  coordenada  com  as  demais  políticas macroeconômicas;

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Qualidade do gasto público• (3) reduza a volatilidade do fluxo de recursos para o 

financiamento das políticas públicas, adotando uma regra fiscal estrutural que tenha como base os ciclos econômicos em que o país se encontre.

• Uma estrutura como esta auxilia na melhora da qualidade do gasto público, na medida em que cria condições para o planejamento  de  médio  prazo  dos  montantes  que  serão disponibilizados para cada programa governamental.

• Por  fim,  é  preciso  compreender  que  uma  discussão mais atual  sobre  os  impactos  do  gasto  público  sobre  variáveis econômicas  e  sociais  não  se  esgota  em  decisões  de alocação de recursos, ou ações de garantia da estabilidade fiscal e monetária. 

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Qualidade do gasto público• Um projeto, programa de governo ou política pública pode 

ter  excelentes  indicadores  no  plano  da  geração  de emprego e renda, de promoção do desenvolvimento, tudo isso sem ameaçar o equilíbrio das contas públicas, e ainda assim, não alcançar o limite de suas potencialidades. 

• Dessa forma, as análises sobre qualidade do gasto público necessitam  de  uma  abordagem multidimensional,  pois  a sua  avaliação  apenas  sob  a  ótica  macroeconômica  traz resultados  parciais  para  a  avaliação  da  atuação  do  setor público como um todo.

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Qualidade do gasto públicoEficiência, Eficácia, Efetividade e Combate à Corrupção• Tratando  agora  o  gasto  público  por  uma  perspectiva mais 

operacional,  a  primeira  questão  a  ser  refletida  trata  do efetivo uso dos recursos originalmente planejados. 

• Ou  seja,  se  as melhores decisões de  alocação do dinheiro público  foram  tomadas  e  delineadas  através  de  projetos, programas  e  políticas  públicas,  resta  acompanhar  se  os recursos  originalmente  pensados  e  designados  para  cada ação foram efetivamente aplicados.

• É importante observar que tal acompanhamento não pode significar apenas uma conferência contábil, entre o que foi orçado e o que foi executado. 

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Qualidade do gasto público• É fundamental que seja feita atenta análise, considerando o 

idealizado, o proposto e os contextos interno e externo de implementação. 

• Isso  naturalmente  reafirma  os  papéis  fundamentais  das funções  de  planejamento,  orçamento  e  gestão,  no  que concerne  à  real  condição  para  o  alcance  da  qualidade  do gasto público. 

• Uma vez satisfeita a condição primária de conferência entre o plano e a realidade, o segundo conjunto de preocupações a  serem  consideradas,  flutua  em  torno  das  ideias  de eficiência  (fazer  mais  com  menos),  eficácia  (se  as  ações estão cumprindo as metas pré-estabelecidas) e efetividade (se  as  metas  alcançadas  estão  surtindo  os  resultados esperados na sociedade). 

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Qualidade do gasto público• Agregando  novos  elementos  ao  debate,  Bandiera,  Pratt  e 

Valetti (2009), ao tratarem do desperdício no gasto público italiano,  em  todos  os  poderes  e  níveis  de  governo, apresentaram  algumas  interessantes  contribuições,  das quais  cabe  destacar  duas  de maior  interesse  para  o  caso brasileiro. 

• Primeiramente,  numa  linha  metodológico-conceitual,  e muito útil num processo de construção teórica do conceito de  qualidade  do  gasto  público,  o  desperdício total foi descrito  como  sendo  composto  por  dois  elementos básicos,  o  desperdício ativo (corrupção)  e  o  desperdício passivo (ineficiência).

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Qualidade do gasto públicoEficiência• Capacidade  administrativa  de  produzir  o  máximo  de 

resultados com o mínimo de recursos, energia e tempo; • produzir o máximo com o mínimo de desperdício;• produtividade operacional;• eficiência  está  associada  à  racionalidade  -  produtividade 

(ação, força, virtude de produzir).

Eficácia• Está associada à noção do ótimo, metas e tempo;• Relação entre resultados pretendidos e resultados obtidos;• Grau em que se alcançam os objetivos e as metas em um 

determinado  período  de  tempo,  sem  levar  em  conta  os custos.

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Qualidade do gasto públicoEfetividade• Diz respeito ao resultado concreto, ou às ações que fizeram 

acontecer esse resultado concreto (fins – objetivo e metas desejadas); 

• Estabelece a relação entre os resultados e o objetivo.

• Assim,  a  gestão  eficiente  e  eficaz  está  relacionada  à capacidade  administrativa  e  de  produzir  o  máximo  de resultados  com  o  mínimo  de  recursos,  energia  e  tempo, exigindo  assim,  o  planejamento  e  o  gerenciamento  dos recursos  humanos,  dos materiais,  dos  recursos  financeiros, de forma efetiva.

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Qualidade do gasto público• Os conceitos de eficiência e eficácia são distintos, porém 

interligados,  sendo  assim,  para  algumas  pessoas  são considerados iguais. 

• Mas  estes  conceitos  possuem  significados completamente  distintos,  pois  uma  atividade  pode  ser desempenhada com eficácia, porém sem eficiência e vice-versa  e,  em  relação  ao  conceito  da  efetividade,  pode-se considerar como a prática da junção dos dois conceitos.

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Qualidade do gasto público• Bandiera,  Pratt  e  Valetti  (2009)  apontaram  que  83%  do 

desperdício  italiano,  conforme  delimitado  em  seu  estudo, seria de caráter passivo.

• Embora  o  trabalho  não  seja  inovador  ao  tratar academicamente  o  tema  da  corrupção,  propõe  uma relevante  reflexão  ao  definir  o  desperdício  como decorrente desta e da ineficiência.

• Ao mesmo tempo, sua conclusão, quando comparada com o intenso destaque que o tema da corrupção tem recebido no Brasil, chama a atenção para o fato de que o combate à corrupção,  embora muito importante,  não  pode  ser encarado  como  medida  exclusiva  de  garantia  de  boa aplicação dos recursos públicos, cabendo esforço  igual, ou talvez ainda maior, no campo da ação contra a ineficiência.

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Qualidade do gasto público• Considerando  o  orçamento  executado  pela  UFABC,  como 

podemos avaliar a qualidade do gasto?LOA 2014

• Assistência ao Estudante de Ensino Superior • Valor = R$ 7.294.548,00• Custeio = R$ 7.222.600,00• Investimento = R$ 71.948,00• Produto: Benefício concedido (unidade): 97.710

• Este gasto é Eficiente? Eficaz? Efetivo? • Como fazer esta avaliação? Como cobrar dos gestores?

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Qualidade do gasto públicoEstado de Mato Grosso

Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Secretaria Adjunta do Tesouro Estadual

Unidade de Pesquisa Fiscal e Financeira Aplicada

Índice de Qualidade do Gasto Público Segurança - Saúde - Educação 

Agosto 2014 

 

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Qualidade do gasto públicoConsiderações Gerais A Unidade de Pesquisa Fiscal e Financeira Aplicada (UPFA) é uma unidade estratégica do tesouro que tem como missão gerir  as  variáveis  econômicas  e  fiscais  que  afetam  a sustentabilidade  das  finanças  públicas  estaduais  e administrar  o  sistema  de  informação  operacional  e gerencial do Tesouro. Este  estudo  faz  parte  das  atribuições  da  UPFA,  ao consolidar e divulgar Indicadores de Qualidade do Gasto Público.   Nível de Bem-Estar IQGP = –––––––––––––––––––– 

Quantidade de Despesa. 

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Qualidade do gasto públicoÍndice de Qualidade do Gasto Público

• Para  a  execução  deste  estudo  foi  utilizado  o  Índice  de qualidade do Gasto Público  apresentado por  Brunet  et  al (2007). Os autores  realizaram o mesmo comparativo para os anos de 2005 a 2007. 

• Neste trabalho atualizamos os indicadores para os anos de 2010, 2011 e 2012. 

• O Índice de Qualidade do Gasto Público ou IQGP, propicia a aferição  do  retorno  obtido  pela  população  com  as aplicações de recursos realizadas nas áreas selecionadas. 

• Desta  forma  é  possível  medir  se  o  retorno  está  ou  não adequado ao nível de investimento público realizado. 

• É possível através da utilização deste indicador estabelecer um Ranking  de  desempenho em  termos  de qualidade do gasto. 

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Qualidade do gasto público• No  caso  específico  deste  estudo,  os  Estados  são 

classificados  de  acordo  com  o  maior  ou  menor  grau  de qualidade do gasto público. 

• Importante  ressaltar  que  da  mesma  forma  que  pode  ser feito comparativo por Estados, também se poderia realizar o comparativo por escolas, hospitais, regiões administrativas e outros, de acordo com a disponibilidade das informações de custo  das  unidades/regiões  e  de  indicadores  sociais  de resultado coletados e apropriados para este fim. 

• Para o cálculo do  índice, é necessário se fazer a correlação entre  a  aplicação  de  recursos,  aqui  assumido  como  custo per  capita,  e  os  resultados  alcançados,  através  de indicadores sociais de interesse ou relevância. 

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Qualidade do gasto público• Função Segurança:  Indicador  de  Custo  (Despesa  per 

capita)/Indicadores  Sociais  de  Retorno  (Taxa  de  Homicídio, Taxa de Roubo, e Taxa de Acidentes de Trânsito); 

• Função Educação:  Indicador  de  Custo  (Despesa  per capita)/Indicadores  Sociais  de  Retorno  (Percentual  de abandono escolar na rede estadual de ensino fundamental, Percentual de abandono escolar na rede estadual de ensino médio, Percentual de pessoas de 15 ou mais anos de  idade analfabetas,  Percentual  de  aprovação  escolar  na  rede estadual  de  ensino  fundamental,  Percentual  de  aprovação escolar na rede estadual de ensino médio, Média de anos de estudo da população de 25 anos ou mais de idade, Avaliação Matemática 4º, 8º do ensino fundamental e 3º Série Ensino Médio e Defasagem escolar média das pessoas entre 10 e 14 anos); 

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Qualidade do gasto público• Função Saúde:  Indicador  de  Custo  (Despesa  per 

capita)/Indicadores  Sociais  de  Retorno  (Percentual  de Adolescentes  Grávidas,  Óbitos  de  mães  por  100.000 crianças nascidas vivas, Percentual de crianças com baixo peso ao nascer, Percentual de crianças menores de 1 ano com vacinas em dia, Número de Óbitos por 1000 crianças nascidas vivas, Expectativa de vida, em número de anos, Taxa  de  incidência  de  AIDS,  Taxa  de  incidência  de tuberculose,  Taxa  de  incidência  de  dengue,  Número  de óbitos por suicídio por 100.000 habitantes). 

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Qualidade do gasto público• O  Índice  de  Qualidade  do  Gasto  Público  em  função  de  sua 

clareza,  e  facilidade  de  interpretação,  pode  ser  tornar  um importante instrumento de Gestão dos Gastos Públicos, uma vez  que  utiliza  dados  objetivos  para  a  avaliação  de desempenho,  transformando  diferentes  informações  por meio  de  escalas  padronizadas  capazes  de  equalizar  os resultados. 

• Este  tipo  de  análise  pode  ser  aplicado  às  mais  variadas funções  de  governo  e  também  como  suas  unidades operacionais. 

• Assim  é  possível  a  comparabilidade  de  resultados  entre unidades  e  o  monitoramento  temporal  da  evolução  destes resultados.

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Qualidade do gasto públicoResultados Função Segurança• Mato  Grosso  ficou  na  penúltima  posição  no  Índice  de 

Qualidade  do  Gasto  Público  em  2010,  23ª  posição  em 2011  e  na  25ª  posição  no  ano  de  2012.  Os  Estados  de melhor  classificação  em  2012  foram  Amapá,  Piauí, Maranhão e Rio Grande do Sul.  

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Qualidade do gasto público

UF Indice de Insumo

Indice de Bem-Estar

IQGP Ranking

PI 0,07 0,57 7,80 1MA 0,12 0,72 5,89 2CE 0,11 0,54 4,95 3DF 0,10 0,39 3,76 4BA 0,17 0,58 3,33 5PB 0,21 0,56 2,59 6RN 0,25 0,60 2,38 7SP 0,30 0,69 2,28 8PA 0,16 0,32 1,93 9PR 0,16 0,30 1,92 10GO 0,37 0,55 1,46 11PE 0,32 0,44 1,38 12SC 0,46 0,63 1,36 13RS 0,59 0,69 1,16 14

AM 0,39 0,44 1,11 15AP 0,94 0,87 0,93 16RJ 0,59 0,53 0,91 17

MG 0,80 0,72 0,90 18MS 0,65 0,54 0,83 19AL 0,56 0,38 0,68 20AC 0,96 0,64 0,67 21ES 0,47 0,30 0,63 22TO 0,82 0,51 0,62 23RR 0,86 0,52 0,60 24SE 0,90 0,42 0,47 25MT 0,80 0,35 0,43 26RO 0,98 0,32 0,33 27

Tabela 1. Ranking da Qualidade do Gasto Público - 2010 

Tabela 2. Ranking da Qualidade do Gasto Público - 2011 

UF Indice de Insumo

Indice de Bem-Estar

IQGP Ranking

PI 0,05 0,71 14,03 1MA 0,09 0,63 7,00 2DF 0,11 0,47 4,27 3CE 0,10 0,33 3,32 4PB 0,22 0,53 2,37 5RS 0,24 0,55 2,28 6RN 0,27 0,60 2,24 7PR 0,18 0,33 1,84 8GO 0,38 0,61 1,62 9BA 0,26 0,42 1,60 10SC 0,45 0,66 1,46 11PA 0,18 0,26 1,46 12ES 0,42 0,46 1,08 13AL 0,42 0,45 1,07 14AM 0,42 0,43 1,01 15RR 0,74 0,72 0,97 16AP 0,97 0,86 0,88 17MS 0,85 0,73 0,86 18PE 0,41 0,35 0,85 19TO 0,89 0,75 0,85 20AC 0,89 0,72 0,81 21SE 0,77 0,55 0,72 22MT 0,83  0,53 0,64 23RO 0,98 0,61 0,63 24RJ 0,63 0,38 0,60 25

MG 0,80 0,47 0,59 26SP 0,67 0,39 0,58 27

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Qualidade do gasto públicoTabela 3. Ranking da Qualidade do Gasto Público - 2012

UF Indicede Insumo

Indicede Bem-Estar

IQGP Ranking

AP 0,03 0,86 31,57 1PI 0,04 0,41 9,16 2

MA 0,11 0,63 5,73 3RS 0,31 0,74 2,36 4PR 0,27 0,55 1,99 5SP 0,32 0,60 1,91 6SC 0,36 0,66 1,83 7PB 0,28 0,51 1,80 8DF 0,33 0,57 1,70 9BA 0,35 0,54 1,55 10PE 0,36 0,53 1,46 11

MG 0,48 0,69 1,43 12GO 0,41 0,52 1,27 13PA 0,24 0,30 1,26 14RN 0,51 0,52 1,02 15AM 0,63 0,57 0,92 16ES 0,51 0,47 0,91 17CE 0,21 0,19 0,89 18RR 0,70 0,58 0,83 19AL 0,48 0,39 0,80 20RJ 0,81 0,64 0,80 21

MS 0,91 0,61 0,67 22AC 0,97 0,56 0,58 23TO 0,90 0,49 0,55 24MT 0,78 0,38 0,49 25RO 0,99 0,43 0,44 26SE 0,86 0,26 0,31 27

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Qualidade do gasto públicoO IQGP indica qual o esforço orçamentário aplicado (Índice de Insumo) e o retorno social alcançado (Índice de bem-estar). Como ilustra o gráfico 1, os Estados localizados abaixo da reta, realizam aplicações maiores do que os  resultados alcançados, indicando menor qualidade de aplicação dos recursos públicos (Exemplos: Sergipe, Acre, Mato Grosso e Rondônia). Os  Estados  localizados  acima  da  reta  apresentam  resultados maiores do que o valor aplicado indicando maior qualidade da aplicação  de  recursos  públicos  (o  que  exige  políticas  públicas de maior eficácia). Estados  que  teoricamente  estejam  muito  próximos  à  reta, aplicam  e  obtém  retornos  quase  equivalentes  (Exemplos: Ceará e Rio Grande do Norte) 

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Qualidade do gasto público

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Qualidade do gasto público• No  caso  de  Mato  Grosso,  em  2012,  para  cada  0,78 

unidade de  recurso aplicado,  este obtém 0,38 unidade de retorno da aplicação, indicando que este não alcança retorno nem mesmo equivalente ao recurso aplicado. 

• A posição de Mato Grosso no Ranking  tem se mantido relativamente  estável.  Desde  2005  pelos  dados  de Brunet (2007), o Estado figura nas últimas posições. 

• Esta posição indica problemas na aplicação de recursos públicos  de  tal  sorte  que  as  políticas  públicas implementadas na área de  segurança pública não vem surtindo  o  efeito  esperado  a  despeito  do  alto investimento per capita realizado em segurança (7º em aplicação). 

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Qualidade do gasto público

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Qualidade do gasto públicoResultados Função Educação • Mato Grosso ficou em 6º no ranking de qualidade 

do  gasto  público  em  2010,  8º  em  2011  e  9º  em 2012,  apresentando  uma  trajetória  descendente no Ranking. 

• Em  2012,  os  Estados  de melhor  colocação  foram Rio Grande do  Sul,  Espírito  Santo, Minas Gerais  e Santa Catarina. 

• Os  Estados  de  pior  colocação  foram  Paraíba  e Alagoas. 

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Qualidade do gasto público

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Qualidade do gasto público• O IQGP indica qual o esforço orçamentário aplicado (Índice 

de  Insumo)  e  o  retorno  social  alcançado  (Índice  de  bem-estar). 

• Como  ilustra  o  gráfico  ,  os  Estados  localizados  abaixo  da reta,  realizam  aplicações  maiores  do  que  os  resultados alcançados,  indicando  menor  qualidade  de  aplicação  dos recursos públicos (Exemplos: Acre, Amapá). 

• Os  Estados  localizados  acima  da  reta  apresentam resultados maiores do que o valor aplicado indicando maior qualidade  da  aplicação  de  recursos  públicos  (o  que  exige políticas  públicas  de  maior  eficácia  combinadas  com  boa capacidade gerencial). 

• Estados que  teoricamente estejam muito próximos à  reta, aplicam  e  obtém  retornos  quase  equivalentes  (Exemplo: Rondônia). 

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Qualidade do gasto público

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Qualidade do gasto público

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Qualidade do gasto público

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Qualidade do gasto públicoFontes:- Marques, Valéria I.; Porto, Ricardo de A.; Wollinger, Veviane B. M.  Índice de Qualidade do Gasto Público nº 01|Agosto 2014. Estado  de  Mato  Grosso    -  Secretaria  de  Estado  de Fazenda  de  Mato  Grosso  -  Secretaria  Adjunta  do  Tesouro Estadual - Unidade de Pesquisa Fiscal e Financeira Aplicada -  BRUNET,  J.  F.  G.;  BORGES,  C.  B.;  BERTÊ,  A.  M.  A.  Estudo comparativo das despesas públicas dos estados brasileiros: um índice de qualidade do gasto público.  Porto  Alegre, outubro de 2007. Monografia.47 p.-  Motta,  Alexandre  R.;  Maciel,  Pedro  J.;  Pires,  Valdemir  A. Qualidade do gasto público: revisitando o conceito em busca de uma abordagem polissêmica articulada. ESAF  – Escola de Administração Fazendária, Textos para Discussão nº 18.