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Gestão Financeira Autor Marco Antônio Pereira 2009

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Gestão Financeira

Autor Marco Antônio Pereira

2009

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© 2006 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.

Todos os direitos reservados.IESDE Brasil S.A.

Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482 • Batel 80730-200 • Curitiba • PR

www.iesde.com.br

P436 Pereira, Marco Antônio. / Gestão Financeira. / Marco An-tônio Pereira. — Curitiba : IESDE Brasil S.A. , 2009.

136 p.

ISBN: 85-7638-584-8

1. Administração financeira. 2. Análise de Balanço. 3. Adminis-tração-Custos. 4. Cálculo de preços. I. Título.

CDD 658.15

Capa: IESDE Brasil S.A.Imagem da capa: IESDE Brasil S.A.

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SumárioDemonstrações contábeis .........................................................................................................5

Estática patrimonial .....................................................................................................................................6Estrutura das demonstrações contábeis .......................................................................................................8Princípios fundamentais de contabilidade .................................................................................................11

Capital circulante líquido e fontes de recursos ......................................................................17Análise do capital circulante líquido (CCL) .............................................................................................17

Análise da necessidade de capital de giro ..............................................................................27Estudo da NCG ..........................................................................................................................................28Cálculo da NCG .........................................................................................................................................29Cálculo do capital de giro ..........................................................................................................................31Cálculo do saldo da tesouraria ...................................................................................................................31Análise interpretativa .................................................................................................................................32Perfis de liquidez ........................................................................................................................................33Ciclo econômico e financeiro ....................................................................................................................35Conclusão ..................................................................................................................................................37

Análise do resultado operacional ...........................................................................................41Fluxo de Caixa Operacional ......................................................................................................................41FCO e os Lucros Antes dos Juros, Impostos Diretos, Depreciação e Amortização (Lajida) ....................42Conclusões adaptadas da obra Modelo Fleuriet ........................................................................................44Conclusão ..................................................................................................................................................45

Orçamento, provisões e reservas financeiras .........................................................................47Estrutura orçamentária ...............................................................................................................................47Estudo de caso: Cia. de Cimento Abraão Lincoln .....................................................................................50Orçamento de vendas e impostos ..............................................................................................................51Orçamento de compras e impostos ............................................................................................................53Orçamento de despesas estruturais ............................................................................................................55Orçamento de investimentos ......................................................................................................................57Orçamento de lucros ..................................................................................................................................58Orçamento de caixa ...................................................................................................................................61Conclusão ..................................................................................................................................................64

Análise de indicadores de desempenho .................................................................................65Conceitos preliminares ..............................................................................................................................65Técnicas para análise de balanço ...............................................................................................................66Análise vertical e análise horizontal ..........................................................................................................67Cálculo de índices de liquidez ...................................................................................................................69Cálculo dos índices de endividamento ......................................................................................................73Cálculos dos índices de rentabilidade (indicadores econômicos) ..............................................................76Conclusão ..................................................................................................................................................80

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Custos .....................................................................................................................................83Conceitos ...................................................................................................................................................83Tipos de custos ...........................................................................................................................................84

Sistemas de custeamento ........................................................................................................89Sistemas de custos e sua finalidade ...........................................................................................................89Estrutura para sistema de custos ................................................................................................................90Métodos de custeio ....................................................................................................................................91Conclusão ..................................................................................................................................................97

Ponto de equilíbrio ...............................................................................................................101Ponto de equilíbrio contábil .....................................................................................................................102Ponto de equilíbrio contábil da receita ....................................................................................................103Ponto de equilíbrio econômico (PEE) .....................................................................................................103Ponto de equilíbrio financeiro (PEF) .......................................................................................................104Limitações do ponto de equilíbrio ...........................................................................................................105Conclusão ................................................................................................................................................105

Margem de contribuição, alavancagem operacional e margem de segurança .....................107Conceitos de margem de contribuição .....................................................................................................107Estudo da margem de contribuição ..........................................................................................................108Alavancagem operacional (AO) ..............................................................................................................109Margem de segurança (MS) .....................................................................................................................109Conclusão ................................................................................................................................................110

Formação de preço ...............................................................................................................113Formação do preço de venda ...................................................................................................................113Análise da decisão de preço considerando a estratégia de marketing .....................................................113Penetração de mercado ............................................................................................................................113Market skimming (“desnatação” do mercado) .........................................................................................114“Recuperação de caixa o mais rápido possível” ......................................................................................114Preço competitivo ....................................................................................................................................115Formação do preço de venda com base no custo do produto ..................................................................115Cálculo para formação do preço de venda ...............................................................................................116Conclusão ................................................................................................................................................119

Decisões de investimento comprar ou fabricar (make or buy) ............................................121Conceitos de comprar ou fabricar (make or buy) ....................................................................................121Decisões de terceirização .........................................................................................................................123Decisões de investimentos .......................................................................................................................124Conclusão ................................................................................................................................................128

Referências ...........................................................................................................................131

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Orçamento, provisões e reservas financeiras

Estrutura orçamentária

O orçamento é um assunto cada vez mais importante na gestão empresarial, e a sua falta ou falhas na execução e controle podem ser fatais para a continuidade de uma empresa.

Para Antony (2000, p. 273), o planejamento financeiro é o processo de decidir o que a empresa vai fazer. O principal dispositivo formal para fazer planos na empresa é o orçamento, que é uma demonstração dos planos em termos financeiros.

Não devemos, pois, confundir um orçamento com uma simples previsão. Ele é um planeja-mento que almeja um determinado resultado e um controle destinado a aumentar as probabilidades de alcançá-lo; não deve ser apenas um prognóstico que resulta numa coletânea de cifras superficiais. O processo orçamentário não deve se constituir, portanto, apenas numa abordagem pouco eficaz da previsão, mas sim numa sistemática de planejamento e controle. A apresentação de resultados anteci-pados de um plano, projeto ou estratégia permite a adoção de procedimentos e controles para corrigir possíveis desvios antes que eles aconteçam.

Planejar é estabelecer com antecedência as ações a serem executadas, estimar os recursos a serem empregados e definir as correspondentes atribuições de responsabilidades em relação a um período futuro determinado, para que sejam alcançados satisfatoriamente os objetivos porventura fixados para uma empresa e suas diversas unida-des. (SANVICENTE; SANTOS, 1989, p. 16).

PlanejamentoO planejamento é a etapa que antecede ao orçamento. Ela permite ordenar diferentes atividades

e dirigir esforços para obter os resultados desejados. O apoio da cúpula administrativa é condição sine qua non devido aos atritos que normalmente surgem entre as áreas e os indivíduos no processo de controle. Assim, é absolutamente necessário que cada um dos membros da direção – a começar pelo presidente – dê apoio irrestrito. O ímpeto e o rumo precisam partir da própria cúpula, que deve sincronizar o planejamento estratégico, tático e operacional. “Planos estratégicos são instrumentos técnicos que expressam as decisões, ações e operações definidas no nível estratégico de um processo de gestão.” (TAVARES, 2000, p. 149).

Tipos de planejamentoSegundo Lere (1991, p. 10) o planejamento pode ser dividido em três tipos distintos: estratégico,

tático e operacional.

O planejamento estratégico é definido para um período longo de tempo, freqüentemente de cinco ou mais anos. Normalmente traz poucas informações quantitativas, utilizando poucas informa-ções da contabilidade. Os principais objetivos do planejamento estratégico são: decidir para onde a empresa vai, avaliar o ambiente dentro do qual ela operará e desenvolver estratégias para alcançar o

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objetivo pretendido. Segundo Lunkes (2000, p. 50), “uma empresa sem estratégia corre o risco de se transformar numa folha seca que se move ao capricho dos ven-tos da concorrência”.

O planejamento tático proporciona aos gestores objetivos quantitativos mensuráveis. É nessa etapa que são definidas as relações financeiras que serão alcançadas algum dia durante os próximos três a cinco anos. Pode-se também formular vários planos operacionais alternativos e optar por um, de acordo com a necessidade e complexidade da empresa.

Sendo assim, cabe ao planejamento operacional indicar como devem ser administradas as operações do dia-a-dia, sendo este um plano detalhado para as operações.

O elemento humano no orçamentoÉ necessário abordar a importância do envolvimento das pessoas da empre-

sa na elaboração do planejamento. Várias foram as tentativas de se implantar o planejamento em empresas sem considerar esse aspecto, o que resultou em perda de tempo e dinheiro.

Toda a administração da empresa deve estar empenhada e comprometida com o processo, e procurar envolver todas as áreas na mesma intensidade.

Muitos ponderam o orçamento empresarial apenas em termos contábeis, desconhecendo o fato de que um bom método de orçamento constitui apenas o início de uma longa jornada, cujas implicações sociopsicológicas preponderam. A pressão natural decorrente da imposição de um orçamento poder criar nos fun-cionários uma sensação de injustiça em conseqüência das normas rigidamente estabelecidas ou dos padrões de atividade fixados muito acima das condições ra-zoáveis de atuação, sendo necessário, assim, mostrar o quanto o planejamento e o engajamento de todos os funcionários é vital para o sucesso da empresa.

O orçamentoExecutadas as etapas anteriores de planejamento, passa-se à elaboração de

planos de ação, quando cada área irá refletir sobre seu papel no futuro da empresa, materializando-o em objetivos e ações que pretende desenvolver para alcançá-los. O fruto do plano de ação é o orçamento, que será utilizado também como instru-mento de controle.

Pode-se afirmar que o processo de planejamento, do qual o orçamento é parte fundamental, tem como objetivo principal atingir a maior eficiência nas di-ferentes atividades empresariais, a partir dos recursos aplicados. Tal eficiência é avaliada em função do resultado alcançado, tendo-se em vista que o objetivo prin-cipal da empresa é a obtenção do maior retorno possível sobre o capital investido na fabricação de produtos ou na prestação de serviços.

Assim, para alcançar os objetivos, o planejamento deve ser feito integrada e objetivamente, levando-se em conta as prováveis mudanças que possam vir a desviar o percurso preestabelecido.

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Welsch (1992, p. 31-41) associa o orçamento às funções administrativas, abran-gendo planejamento, execução, controle, avaliação, motivação e coordenação.

Objetivo do orçamentoZdanowicz (1989, p. 20) assevera que o objetivo principal do orçamento é

relacionar-se com as duas funções administrativas: o planejamento e o controle. Para Tung (1994, p. 33), o objetivo principal é atingir maior eficiência nas diferen-tes atividades empresariais, com base nos recursos aplicados.

Um dos objetivos do orçamento é comparar o desempenho planejado com o efetivamente executado, adotando correções e tomada de decisão sem nunca desviar do foco inicial definido no planejamento estratégico. O objetivo geral do orçamento é coordenar, avaliar e controlar operações diárias, observando sua con-formidade com as metas determinadas no plano de lucros, de forma rápida, com-parando o desempenho efetivo com o planejado.

Por meio do orçamento são atribuídas responsabilidades relativas à execu-ção de obtenção de resultados, o que deve ser acompanhado e avaliado em relató-rios de controles orçamentários gerados.

Limitações do orçamentoOs orçamentos baseiam-se em estimativas. Os dados que contêm são estima-

tivas, sujeitas, portanto, a erros e imprecisões que variam conforme a sofisticação do processo e técnicas utilizadas para estimação, havendo dificuldades para a fixa-ção de padrões realistas e quantificáveis. A principal limitação é seu custo, que exi-ge pessoal especializado e tempo do pessoal de produção para planejar e elaborar os orçamentos. Boisvert (1997, p. 342) assegura que o orçamento é uma ferramenta a serviço do gestor, que deve saber adaptá-la a suas próprias necessidades, bem como ao contexto particular da empresa (orçamento público ou privado).

Razões do orçamentoComo já citado anteriormente, sendo a premissa básica de qualquer empre-

sa o lucro, o orçamento possibilita um melhor direcionamento das ações nesse objetivo. Tung (1994, p. 34) enumera alguns fatores que fizeram crescer de forma acelerada a aplicação de novas técnicas da orçamentação.

Houve uma gama maior de técnicas de orçamentação, cada qual apresen-tando vantagens particulares com relação a problemas específicos.

Houve uma expansão do número de executivos qualificados na área de orçamentação e planejamento.

As estruturas empresariais passaram a alcançar graus de complexidade cada dia maiores.

Os dirigentes empresariais tomaram consciência da necessidade de utili-zar métodos objetivos de planejamento.

Aumentou cada vez mais a necessidade de determinar os resultados di-ferenciados face aos planos diversificados, como alternativas para as to-madas de decisões.

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Aumentou o grau de incerteza das atividades sujeitas às mudanças tecno-lógicas.

Aumentou a necessidade de previsão suscetível a alterações, conforme as novas circunstâncias que surjam durante a implementação do plano de trabalho.

Aumentou a consciência da necessidade do controle efetivo das bases em que se assentam as previsões feitas.

Houve uma acentuada expansão dos recursos destinados às pesquisas e desenvolvimentos, o que provocou a preocupação com o controle ade-quado do capital utilizado.

Houve um aumento considerável no tempo e nos recursos investidos, decorrendo daí o aumento do risco envolvido em qualquer empreendi-mento empresarial.

A necessidade de previsões a médio e longo prazos são compatíveis com a promoção de sua sobrevivência e expansão face às constantes muta-ções do mercado em que opera.

As flutuações econômicas constantes que caracterizam a economia bra-sileira fazem com que – sem um orçamento coordenado – as empresas se privem de meios para prever e avaliar o rumo de seus negócios.

Para melhor entendimento, segue abaixo um estudo de caso e, depois, a apresentação do seu orçamento.

Estudo de caso: Cia. de Cimento Abraão Lincoln

Orçamento em milhares de reaisA Cia. de Cimento Abraão Lincoln está inserida num mercado competitivo

com concorrência acirrada. Devido a esse fato, nas concorrências em que parti-cipa sempre se faz necessário controlar rigorosamente os números orçamentários que compõem tanto os valores das propostas quanto os valores do orçamento glo-bal da companhia. Num ensaio técnico, foram apresentados os números abaixo e que representam uma simulação das perspectivas orçamentárias da companhia. O objetivo é construir um cenário de simulações que possa ser capaz de contribuir para a condução precisa dos números. Nesse sentido, foram apresentados os nú-meros abaixo, os quais devem ser estudados e, em seguida, deve ser construída a estrutura orçamentária para os próximos cinco meses.

Perspectivas de vendas: janeiro – R$ 480.000,00; fevereiro – R$ 550.000,00; março – R$ 590.000,00; abril – R$ 630.000,00; maio – R$ 640.000,00.

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Formas de recebimento das vendas: 50% à vista, 50% a prazo.

Impostos incidentes sobre vendas: PIS – 1,65%, Cofins – 7,60%, ICMS – 18%.

Custos dos produtos giram em torno de 60% das vendas.

O estoque final: janeiro – R$ 80.000,00; fevereiro – R$ 78.000,00; março – R$ 80.000,00; abril – R$ 82.000,00; maio – R$ 96.000,00.

Estoque inicial de janeiro foi de R$ 60.000,00. Para os demais meses, é o valor correspondente ao estoque final do período anterior.

As compras serão apuradas de acordo com a demanda específica, consideran-do os valores estabelecidos acima e seguem os mesmos prazos das vendas.

Sobre as compras incidirão os seguintes impostos: PIS – 1,65%, Cofins – 7,60% e ICMS – 18%.

Os impostos deverão ser apurados e no orçamento será considerado o valor a ser pago decorrente desta apuração.

Despesas administrativas: janeiro – R$ 43.000,00; fevereiro – R$ 48.000,00; março – R$ 49.000,00; abril – R$ 49.000,00; maio – R$ 53.000,00; pagas 80% no mês da contratação e 20% no mês seguinte.

Demais despesas operacionais: janeiro – R$ 13.000,00; fevereiro – R$ 19.000,00; março – R$ 21.000,00; abril – R$ 18.500,00; maio – R$ 22.000,00; pagas no mês de ocorrência.

Os investimentos somam 5% dos valores das vendas mensais e são pagos no mesmo mês da contratação.

O caixa inicial é de R$ 1.000,00.

O custo para captação de empréstimos é de 3,89% e a remuneração para excessos de caixa é de 1,75%.

O caixa mínimo será de 0,5% do valor a receber em cada período.

Orçamento de vendas e impostosA previsão de vendas constitui o ponto de partida do orçamento empresa-

rial; é o alicerce do planejamento periódico numa empresa e praticamente todo o restante do planejamento baseia-se nas estimativas de vendas.

O diagnóstico de seu ambiente interno e externo é fator preponderante para definir os fatores limitadores ou de restrições que poderão afetar a sua previsão de vendas.

Fatores internos Fatores externosProdução MercadoVendas Concorrência

Gestão e finanças EconomiaOutros Governo

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Os fatores internos, conforme figura acima, são todos aqueles que, de certa forma, acontecem dentro da empresa, sendo mais bem identificados e mensurados enquanto os fatores externos exigem um pouco mais de perspicácia e imaginação para serem detectados e mensurados.

Em seguida, procede-se a um exame minucioso dos objetivos determinados pela empresa quando da elaboração do planejamento estratégico.

A estratégia mercadológica envolve decisões sobre qualidade, tamanho, forma e aparência, rótulos, marca e embalagens, fixação de preços, adição, eliminação e modificações, bem como debate junto a outros setores, departamentos ou unidades de negócios quanto às políticas a serem adotadas, como produtos, clientes, marketing, política de preços, custos, logística e distribuição, política de estoques, entre outros. (ZDANOWICZ, 1989, p. 41).

Posteriormente, é preciso realizar um exame detalhado das tendências do mercado, considerando nessa etapa as experiências da empresa nos anos anterio-res em relação às demandas de vendas. A última etapa é identificar a opinião do pessoal de vendas sobre a aceitação dos produtos no mercado, prazo de recebi-mento, tendências e estimativas futuras de vendas.

Cia. Abraão Lincoln: orçamento de vendasContas Janeiro Fevereiro Março Abril Maio

Previsão de vendas 480.000,00 550.000,00 590.000,00 630.000,00 640.000,00 Recebimento 1 240.000,00 275.000,00 295.000,00 315.000,00 320.000,00Recebimento 2 240.000,00 275.000,00 295.000,00 315.000,00

Total 240.000,00 515.000,00 570.000,00 610.000,00 635.000,00

As previsões de vendas são as perspectivas do volume das vendas proje-tadas na provável data de realização. Essas previsões são feitas pelo regime da competência, ou seja, independem da forma como as vendas serão recebidas.

Já os recebimentos são as formas como as previsões de vendas serão recebi-das. Nesse caso, os registros serão feitos pelo regime de caixa, ou seja, dependem da forma como as vendas serão recebidas.

Conceitos importantes!Regime de caixaÉ costume muito bem aceito pela comunidade contábil, quando se tratar

de entidades de fins não-lucrativos, considerar somente as receitas recebidas e as despesas efetivamente pagas.

Regime de competênciaAs entidades que auferem lucros devem pagar Imposto de Renda. Para es-

sas, a legislação do Imposto de Renda não permite contabilização por regime de caixa e impõe a adoção do regime de competência, derivado do regime de competência dos exercícios.

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Orçamento, provisões e reservas financeiras

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ImpostosSão tributos que fazem parte da base de cálculo do preço de vendas, inte-

grando a receita bruta de vendas:

Tributos Federais:

Cofins – Contribuição para Financiamento da Seguridade Social.

PIS – Programa de Integração Social.

Imposto Estadual:

ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços de Transpor-tes, Telecomunicações e Energia Elétrica.

Imposto Municipal:

ISSQN – Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza.

Impostos indiretos são os impostos recolhidos pelo con-tribuinte de direito e suportados pelo contribuinte de fato. Acarretam a chamada “transferência do ônus do tributo”.

Cia. Abraão Lincoln: orçamento de impostos indiretos

Impostos/contribuições Janeiro Fevereiro Março Abril Maio

PIS 7.920,00 9.075,00 9.735,00 10.395,00 10.560,00 Cofins 36.480,00 41.800,00 44.840,00 47.880,00 48.640,00ICMS 86.400,00 99.000,00 106.200,00 113.400,00 115.200,00Total 130.800,00 149.875,00 160.775,00 171.675,00 174.400,00

Os indiretos são calculados sobre os valores atribuídos às previsões das vendas pelo regime de competência – ou seja, no período de sua ocorrência – e são considerados como impostos debitados.

Orçamento de compras e impostosA próxima etapa é efetuar a previsão do orçamento de compras, asseguran-

do que o nível dos estoques seja suficiente para suportar as vendas, não represen-tando assim ponto crítico no decorrer do processo.

O orçamento de compras busca conciliar as necessidades de atendimento do orçamento de vendas, minimizar investimentos desnecessários em estoques,

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além de constituir documento básico que torna possível projetar as necessidades de caixa referentes aos custos diretos e indiretos.

Há a necessidade de se discriminar a quantidade de cada matéria-prima a ser adquirida, os períodos em que deverão ser realizadas as aquisições, o preço estimado a ser pago aos fornecedores e os impostos diretos não cumulativos in-cidentes sobre o preço de compra. Também devem ser considerados quantidade, política de estoque, contratos vigentes de fornecimento de produtos e previsão da variação cambial, se for o caso.

Assim, as compras são apuradas de acordo com a demanda. Ou seja, a partir da necessidade de compras, temos:

C = CMV-EI+EF

Onde:

C = Compras necessárias

CMV = Custo de mercadorias vendidas

EI = Estoque inicial de produtos

EF = Estoque final de produtos

É necessário observar na projeção do orçamento de compras:

o orçamento de vendas; quantidade de venda por produto de ocorrência de vendas;

a política de estoques de produtos estabelecida para a empresa;

projetos de investimento buscando ampliar a capacidade instalada, se for o caso.

Cia. Abraão Lincoln: orçamento das comprasDados Janeiro Fevereiro Março Abril Maio

CMV 288.000,00 330.000,00 354.000,00 378.000,00 384.000,00 EI 60.000,00 80.000,00 78.000,00 80.000,00 82.000,00EF 80.000,00 78.000,00 80.000,00 82.000,00 96.000,00

Compras 308.000,00 328.000,00 356.000,00 380.000,00 398.000,00 Pagamento 1 231.000,00 246.000,00 267.000,00 285.000,00 298.500,00Pagamento 2 77.000,00 82.000,00 89.000,00 95.000,00

Total 231.000,00 323.000,00 349.000,00 374.000,00 393.500,00

Orçamento de impostos sobre comprasImpostos Janeiro Fevereiro Março Abril Maio

PIS 5.082,00 5.412,00 5.874,00 6.270,00 6.567,00Cofins 23.408,00 24.928,00 27.056,00 28.880,00 30.248,00ICMS 55.440,00 59.040,00 64.080,00 68.400,00 71.640,00Total 83.930,00 89.380,00 97.010,00 103.550,00 108.455,00

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Os custos de mercadorias vendidas (CMVs) são os custos das mercadorias requisitadas no estoque decorrente das vendas a preço de compra deduzidos dos impostos indiretos inclusos nelas, e acrescidos das despesas de fretes deduzidos dos respectivos impostos indiretos.

Como estoque inicial (EI), temos os valores dos estoques no início do perí-odo orçamentário e que serão comercializados.

Como estoque final (EF), temos os valores dos estoques ao final do período orçamentário e que serão utilizados como estoques iniciais no período seguinte.

As compras serão apuradas levando em consideração os níveis de CMV, EI e EF. Dessa forma, conheceremos a demanda específica para os níveis de comercialização.

Após o orçamento de vendas/impostos e compras/impostos, é necessário efetuar o orçamento de impostos a pagar. Esse procedimento deve ser feito com os impostos não cumulativos, como IPI, ICMS, ISS, PIS e Cofins.

Na venda dos produtos, a empresa é mera depositária e deverá recolher aqueles impostos que foram gerados na saída de mercadorias. Como, na compra, esse processo é invertido – ou seja, a empresa paga impostos juntamente com o preço das mercadorias – deve efetuar a compensação, conforme demonstrado abaixo referente ao estudo de caso. A esta operação damos o nome de débito e crédito de impostos não cumulativos.

Cia. Abraão Lincoln: orçamento de impostos a pagar (apuração)

PIS Janeiro Fevereiro Março Abril MaioCrédito 5.082,00 5.412,00 5.874,00 6.270,00 6.567,00 Débito 7.920,00 9.075,00 9.735,00 10.395,00 10.560,00

A pagar 2.838,00 3.663,00 3.861,00 4.125,00 3.993,00 Cofins Janeiro Fevereiro Março Abril MaioCrédito 23.408,00 24.928,00 27.056,00 28.880,00 30.248,00 Débito 36.480,00 41.800,00 44.840,00 47.880,00 48.640,00

A pagar 13.072,00 16.872,00 17.784,00 19.000,00 18.392,00 ICMS Janeiro Fevereiro Março Abril Maio

Crédito 55.440,00 59.040,00 64.080,00 68.400,00 71.640,00 Débito 86.400,00 99.000,00 106.200,00 113.400,00 115.200,00

A pagar 30.960,00 39.960,00 42.120,00 45.000,00 43.560,00

Os valores apontados na linha a pagar serão os valores dos impostos apura-dos entre as vendas e as compras e são os valores a serem pagos.

Orçamento de despesas estruturaisAbrange a parte da despesa total decorrente do processo que não pode ser

associada diretamente com os produtos vendidos, com a empresa como um todo e determinado departamento.

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Gestão Financeira

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São compostas basicamente por despesas ligadas à atividade:

Despesas administrativas: necessárias para administrar (dirigir) a em-presa. De maneira geral, são gastos nos escritórios visando à direção ou à gestão da empresa, como, por exemplo, honorários administrativos, salários e encargos sociais do pessoal administrativo, aluguéis de escri-tório, materiais de escritório, seguro de escritório, depreciação de móveis e utensílios, assinatura de jornais e despesas operacionais.

Despesas comerciais: apresentam variações de acordo com as vendas ou comercialização dos produtos, como, por exemplo, despesas com o pes-soal da área de vendas, comissões sobre vendas, propaganda e publicida-de, marketing, estimativa de perdas com duplicatas derivadas de vendas a prazo (provisão para devedores duvidosos) etc.

É importante quando da elaboração do orçamento das despesas estruturais a separação entre despesas controláveis e não-controláveis. Dessa forma, fica mais fácil cobrar responsabilidades, já que os gestores e empregados poderão interferir quando a eles forem imputados apenas as despesas possíveis de redução.

No estudo de caso da Abraão Lincoln, as despesas administrativas foram contratadas com forma de pagamento de 80% no próprio mês da contratação e 20% no mês seguinte.

Devemos saber que a forma de pagamento das despesas depende diretamen-te da negociação feita com os respectivos fornecedores.

Cia. Abraão Lincoln: orçamento despesas administrativas

Despesas Janeiro Fevereiro Março Abril MaioAdministrativa 43.000,00 48.000,00 49.000,00 49.000,00 53.000,00

Pagamento 1 80% 34.400,00 38.400,00 39.200,00 39.200,00 42.400,00 Pagamento 2 20% 8.600,00 9.600,00 9.800,00 9.800,00

Total 34.400,00 47.000,00 48.800,00 49.000,00 52.200,00

Já as despesas comerciais serão pagas no mesmo mês de sua ocorrência.

Cia. Abraão Lincoln: orçamento despesas comerciais (vendas)

Despesas Janeiro Fevereiro Março Abril MaioOperacionais 13.000,00 19.000,00 21.000,00 18.500,00 22.000,00

Pagamento 1 no mês 13.000,00 19.000,00 21.000,00 18.500,00 22.000,00 Total 13.000,00 19.000,00 21.000,00 18.500,00 22.000,00

Para o registro das despesas no orçamento, deverão ser obedecidos os mes-mos critérios de regime de competência e regime de caixa.

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Esses orçamentos devem ser preparados pelos gerentes responsáveis por cada área, ou seja, o orçamento de despesa de vendas deve ser elaborado pelo gerente responsável pela área de vendas e assim sucessivamente, sendo necessária a departamentalização da área administrativa da empresa. O custo administrativo deve ser contabilizado por um centro de despesas, sendo que no final do mês as despesas são rateadas pela divisão de produtos em função do montante dos servi-ços prestados.

Além do controle acima citado, pode-se adotar o orçamento para todas as áreas da empresa, de forma que atendam a premissa básica do planejamento operacional.

Assim, quando os orçamentos estiverem todos preparados, é possível a con-fecção de demonstrativos contábeis com o horizonte futuro, determinando o lucro possível e esperado para os períodos seguintes, com base em parâmetros técnicos a serem observados.

Orçamento de investimentosHoje, uma empresa que se preocupa com a sua continuidade deve atentar

para a necessidade de efetivar investimentos necessários para acompanhamento de seu setor de atuação.

Normalmente, investir em maquinários e equipamentos é um fator de dificul-dade, visto que haverá uma imobilização de capital que poderia estar sendo utilizado no processo produtivo da empresa. Assim, o planejamento na inversão dos recursos para o ativo de uma empresa é muito importante, até porque algumas decisões são irreversíveis e poderão comprometer a empresa durante um longo tempo.

Além de acompanhar o mercado, os investimentos devem reduzir custos e melhorar a eficiência operacional e administrativa em seu conjunto. Os investi-mentos isolados não proporcionarão crescimento sustentado. Conseqüentemente, a forma mais adequada para se gerenciar e controlar investimentos é a adminis-tração por projetos. Cada projeto, então, terá um objetivo específico, e para tanto receberá recursos e terá um co-gestor responsável pela execução.

A administração dos investimentos por projetos justifica-se por quatro ra-zões: necessidade de abordagem sistemática em investimentos; integração entre as abordagens estratégicas e operacionais; escassez de recursos, com poucas fon-tes de financiamentos e caras; e aliada a investimentos cada vez mais dispendio-sos e de risco.

O orçamento de investimento deve estar alinhado com todas as demais pe-ças orçamentárias da empresa, em especial o orçamento de caixa. Deve-se utili-zar um sistema dinâmico de avaliação de risco para verificar se o investimento é vantajoso ou não. Existem vários métodos que deverão ser utilizados de acordo com cada caso.

Método do payback.

Método da taxa média de retorno.

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Método do valor presente.

Método da taxa interna de retorno.

No estudo de caso da Cia. Abraão Lincoln, os gastos previstos para inves-timentos foram calculados com uma perspectiva de 5% sobre as vendas e seriam contratadas com forma de pagamento de 100% no próprio mês da contratação.

No estudo de caso, os valores para investimentos foram estabelecidos a par-tir da aplicação de um percentual de 5% sobre as vendas, mas o desejável é um estudo detalhado de cada item a ser investido com seus respectivos valores.

Cia. Abraão Lincoln: orçamento de investimentos

Investimentos Janeiro Fevereiro Março Abril MaioInvestimentos de 5% das vendas 24.000,00 27.500,00 29.500,00 31.500,00 32.000,00

Pagamento 1 no mês 24.000,00 27.500,00 29.500,00 31.500,00 32.000,00Total 24.000,00 27.500,00 29.500,00 31.500,00 32.000,00

Alguns investimentos efetivados em empresas comerciais:

aquisição de softwares (programas) específicos que fazem a interface en-tre as áreas de vendas, estoque e compras;

aquisição de equipamentos para emissão do cupom fiscal exigido pela Receita Federal;

compras ou atualização dos hardwares (computadores);

aquisição/atualização de mobiliários, balcões, estantes;

aquisição de veículos para atualização de frota de entrega.

Orçamento de lucrosEssa etapa vai permitir a consolidação de todos os orçamentos executados,

sintetizando e integrando-os para que, finalmente, seja apurado o lucro da empre-sa, assim verificando se está condizente com o planejamento efetuado pelos admi-nistradores e se é o esperado pelos sócios da empresa. Isso permite avaliar ainda a eficiência do plano geral de operações expresso no orçamento da empresa.

O orçamento de lucros atua na projeção dos valores para as receitas com vendas e suas respectivas deduções, os custos de vendas, as despesas estruturais da administração, despesas com vendas e despesas tributárias com a finalidade de se obter lucros ou prejuízos. Assim sendo, o orçamento de lucros nada mais é que uma demonstração do resultado do exercício.

Projeção de resultados – demonstração de resultados do exercício

Empresa: Cia. de Cimento Abraão Lincoln

Para a data: janeiro a maio

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Orçamento lucros (construído pelo regime da competência)

Contas Janeiro Fevereiro Março Abril Maio

01Receitas

com vendas480.000,00 550.000,00 590.000,00 630.000,00 640.000,00

02Impostos

sobre vendas(130.800,00) (149.875,00) (160.775,00) (171.675,00) (174.400,00)

03Receitas líquidas

349.200,00 400.125,00 429.225,00 458.325,00 465.600,00

04Custos de

mercadorias vendidas

(288.000,00) (330.000,00) (354.000,00) (378.000,00) (384.000,00)

05Lucro bruto

61.200,00 70.125,00 75.225,00 80.325,00 81.600,00

06Despesas

administrativas(43.000,00) (48.000,00) (49.000,00) (49.000,00) (53.000,00)

07Despesas

comerciais(13.000,00) (19.000,00) (21.000,00) (18.500,00) (22.000,00)

08Lucro antes

dos impostos5.200,00 3.125,00 5.225,00 12.825,00 6.600,00

09IRPJ 15% e AIR 10%

(780,00) (468,75) (783,75) (1.923,75) (990,00)

10 CSLL 9% (468,00) (281,25) (470,25) (1.154,25) (594,00)

11Lucro líquido

3.952,00 2.375,00 3.971,00 9.747,00 5.016,00

12Distribuição

de lucros 25%(988,00) (593,75) (992,75) (2.436,75) (1.254,00)

13Lucros retidos

2.964,00 1.781,25 2.978,25 7.310,25 3.762,00

Fontes informacionais:

01 – As receitas com vendas foram extraídas do quadro de orçamento das vendas e são lançadas pelo regime de competência pela data de sua ocorrência.

02 – Os impostos sobre vendas foram extraídos do quadro de orçamento de impostos sobre vendas e são lançados pelo regime de competência pela data de sua ocorrência.

03 – As receitas líquidas são apuradas entre as receitas com vendas e os impostos sobre vendas.

04 – Os custos de mercadorias vendidas foram extraídos do quadro de or-çamento das compras.

05 – O lucro bruto é apurado pela dedução dos custos de mercadorias ven-didas das receitas líquidas.

06 – As despesas administrativas foram extraídas do quadro de orçamento das despesas administrativas.

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07 – As despesas comerciais foram extraídas do quadro de orçamento das despesas comerciais.

08 – O lucro antes dos impostos é apurado pela dedução das despesas admi-nistrativas e comerciais do lucro bruto.

09 – O imposto de renda de pessoa jurídica é calculado pela aplicação de alíquota de 15% sobre o lucro antes dos impostos e ajustado às adições e exclusões previstas na legislação do imposto de renda. Se o lucro antes dos impostos ultrapassar o valor de R$ 20.000,00 mensal, terá um acréscimo de 10% sobre a diferença que exceder aos R$ 20.000,00, conforme orientação do Decreto-lei 3.000/99. Nesse caso, sobre o valor total dos lucros antes dos impostos será aplicada a alíquota de 15%; e sobre a parcela do lucro antes dos impostos que exceder a R$ 20.000,00 será aplicada a alíquota adicional de 10%. No estudo de caso não houve esse adicional.

10 – A contribuição social de 9% foi aplicada sobre o lucro antes dos im-postos e ajustada às adições e exclusões previstas na legislação do Im-posto de Renda.

11 – O lucro líquido será apurado pela dedução do IRPJ e da CSLL sobre o lucro antes dos impostos, e será a base para cálculo dos dividendos a serem distribuídos aos sócios.

12 – A distribuição de lucros é definida a partir do critério dos sócios da empresa e é calculada sobre o lucro líquido do exercício ou sobre o que dispõe a legislação específica do assunto. No estudo de caso, foi es-tabelecido um percentual de 25% sobre os lucros líquidos para serem distribuídos para os sócios. Essa distribuição será paga aos sócios.

13 – Os lucros retidos são os lucros que não foram distribuídos aos sócios e serão mantidos na empresa sobre a forma de aumento do capital pró-prio como recursos operacionais. É uma importante fonte de recursos.

Provisão técnicasEssa é uma técnica utilizada para realizar provisões de contingências e de

itens que não afetam o capital circulante líquido, tais como depreciação, amorti-zações, entre outros.

Provisão para impostos diretosA provisão para os impostos diretos aplica-se ao cálculo dos impostos sobre

o lucro auferido pelas empresas, que são: Impostos de Renda pessoa jurídica e contribuição sobre o lucro líquido. Os percentuais são de 15% e 9%, respectiva-mente.

Segundo a legislação do Imposto de Renda (Lei 9.430/96), para os valores de lucros excedentes a R$ 240.000,00 será aplicado um percentual de 10% sobre o valor excedente, a título de adicional de Imposto de Renda.

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Orçamento de caixaO orçamento de caixa consiste na estimativa das entradas de caixa origi-

nárias de vendas e de receitas não-operacionais, das saídas operacionais e não-operacionais de caixa e da determinação dos prováveis saldos de caixa. Pode ser preparado por meio de fluxo de caixa em que são relacionadas as entradas e saídas de caixa previstas. Para Welsch (1992, p. 255) e Zdonawicz (1989, p. 116), as prin-cipais finalidades do orçamento de caixa podem ser assim esquematizadas:

indicar a posição financeira provável em resultado das operações plane-jadas;

indicar o excesso ou a insuficiência de disponibilidades;

indicar a necessidade de empréstimos ou a disponibilidade de fundos para investimento temporário;

permitir a coordenação dos recursos financeiros em relação a:

capital de giro total;

vendas;

investimentos;

capital de terceiros;

estabelecer bases sólidas para a política de crédito;

estabelecer bases sólidas para o controle corrente da posição financeira.

Objetivo do orçamento de caixaO orçamento de caixa é um completo estudo das implicações financeiras do

planejamento das saídas de natureza corrente e de capital durante o ano.

Assim, pela comparação antecipada das entradas e saídas esperadas de cai-xa, o orçamento de caixa possibilita aos gestores antecipar qualquer deficit, tomar as medidas necessárias para obtenção dos recursos financeiros para sua cobertura e decidir sobre a política de aplicação das sobras de caixa.

O orçamento de caixa envolve somente os fluxos de caixa, excluindo, por-tanto, todas as despesas que não representam movimentação de caixa, como as depreciações. É um dos últimos a ser preparado, porque ele depende de outros orçamentos que são parte do processo orçamentário.

O objetivo do orçamento de caixa é assegurar recursos monetários sufi-cientes para atender às operações da empresa estabelecidas nas outras peças or-çamentárias. O orçamento de caixa está sujeito a incertezas e falhas, portanto, é necessário ter uma margem de segurança que permita atender a um eventual erro da previsão. Tal afirmação é compartilhada por Zdaniwicz (1989, p. 115), quando descreve que o objetivo do orçamento de caixa é proporcionar o levantamento dos recursos financeiros necessários para a execução do plano geral de operações e, também, da realização das transações monetárias da empresa.

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Antes de apresentar um modelo de orçamento de caixa, é necessário primei-ro consolidar a projeção de todos os orçamentos para, assim, efetuar a consolida-ção do fluxo de pagamentos e recebimentos.

Na prática, determinar o nível de caixa que é necessário em qualquer ponto no tempo pode não ser tão fácil. O dilema da administração de caixa está no con-flito entre liquidez e rentabilidade.

O método utilizado para preparação do orçamento de caixa deve ser simples e permitir o detalhamento necessário dos recebimentos e pagamentos. Deve con-siderar a ocorrência de entradas e saídas de fundos pelo regime de caixa, sendo que por esse método os itens não monetários não fazem parte do orçamento.

Estrutura orçamento de caixaEntradas Janeiro Fevereiro Março Abril Maio

01Recebimentos das

vendas240.000,00 515.000,00 570.000,00 610.000,00 635.000,00

02Total de

recebimentos240.000,00 515.000,00 570.000,00 610.000,00 635.000,00

Saídas03 Compras 231.000,00 323.000,00 349.000,00 374.000,00 393.500,00

04Despesas

administrativas34.400,00 47.000,00 48.800,00 49.000,00 52.200,00

05Despesas

comerciais13.000,00 19.000,00 21.000,00 18.500,00 22.000,00

06 Investimentos 24.000,00 27.500,00 29.500,00 31.500,00 32.000,0007 Impostos indiretos 46.870,00 60.495,00 63.765,00 68.125,00

08Impostos diretos

IRPJ/CSLL1.248,00 750,00 1.254,00 1.961,00

09 Lucros distribuídos 988,00 593,75 992,75 2.436,7510 Total das saídas 302.400,00 465.606,00 510.138,75 539.011,75 572.222,7511 Saldo de caixa (62.400,00) 49.394,00 59.861,25 70.988,25 62.777,2512 Caixa anterior 1.000,0013 Empréstimos 62.600,00 18.216,1414 Amortizações (65.035,14) (18.924,75)15 Aplicações (38.086,50) (106.691,27) (168.160,61)16 Resgates – 38.753,02 108.558,3617 Caixa final 1.200,00 2.575,00 2.850,00 3.050,00 3.175,00

Fontes informacionais:01 – Os recebimentos das vendas foram extraídos do quadro de orçamento

das vendas pelos valores atribuídos aos recebimentos de acordo com a política de crédito da empresa.

02 – Total dos recebimentos das vendas de acordo com a política comercial da empresa.

03 – Os valores das compras foram extraídos do quadro de orçamento das compras, de acordo com a forma como serão pagas, conforme acordos comerciais estabelecidos com os fornecedores.

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04 – As despesas administrativas foram extraídas do quadro de orçamento das despesas administrativas, considerando a forma como elas serão pagas, de acordo com o pactuado entre os fornecedores.

05 – As despesas comerciais foram extraídas do quadro de orçamento das despesas comerciais, considerando a forma como elas serão pagas e foram assumidas.

06 – Os investimentos foram extraídos do quadro de orçamento do orça-mento de investimentos, que foi estabelecido de acordo com a neces-sidade e política de investimentos da empresa na forma como foram contratados.

07 – Os impostos indiretos foram extraídos do quadro de orçamento de apu-ração dos impostos, considerando a diferença entre os impostos sobre as compras e sobre as vendas.

08 – Os impostos diretos foram extraídos do orçamento de lucros a partir da aplicação das respectivas alíquotas para IRPJ, AIR e CSLL.

09 – Os lucros distribuídos foram extraídos do orçamento de lucros confor-me política de dividendos dos sócios.

10 – O total das saídas é a somatória de todas as saídas registradas no or-çamento de saídas.

11 – O saldo de caixa é a diferença apurada entre o valor total das entradas menos o valor total das saídas.

12 – O caixa anterior é composto dos valores que foram transportados de períodos anteriores ou de valores disponíveis para início do período do orçamento.

13 – Os empréstimos são as dívidas financeiras que a empresa contrairá junto a terceiros para cobrir possíveis caixas negativos, ou seja, é ne-cessidade de recursos para cobrir o caixa.

14 – As amortizações correspondem à forma como os empréstimos finan-ceiros contratados serão pagos com os respectivos juros.

15 – As aplicações financeiras são os investimentos financeiros de curto prazo com os excedentes de caixa até que os necessite novamente.

16 – Os resgates de aplicações financeiras são as utilizações dos recursos financeiros excedentes ora aplicados parcialmente, ora na totalidade com os juros ou não.

17 – O caixa final é o valor encontrado a partir da diferença do saldo de caixa mais os empréstimos (quando necessários), resgates de aplica-ções financeiras, deduzidas as aplicações financeiras e as respectivas amortizações de empréstimos contratados. O caixa final é geralmente estabelecido pela direção da empresa e será considerado como o valor mínimo para se manter em caixa.

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ConclusãoO estudo dos instrumentos de orçamento de caixa e orçamento de lucros

é imprescindível para o gerenciamento de uma empresa, pois traduzem a essên-cia do planejamento financeiro repercutindo na condução dos negócios de forma ordenada e coerente. Ele requer uma adequação cultural aos princípios de admi-nistração financeira, principalmente no que concerne ao cumprimento das metas estabelecidas. Há a necessidade de adaptação de modelos às características de negócio, especificidades da empresa e definições da diretoria.

Qual a diferença existente entre os orçamentos de caixa e de lucros, fundamental para a sua elaboração?

LUNKES, Rogério João. O uso do orçamento por atividades para melhorar o desempenho da empre-sa. Revista Brasileira de Contabilidade, Brasília, n. 123, jun. 2000.

Nessa obra, Lunkes aborda o tema com simplicidade, o que facilita a leitura e a compreensão dos conceitos básicos sobre orçamento.

WELSCH, Glenn Albert. Orçamento empresarial. São Paulo: Atlas, 1992.

Welsch dá um tratamento bastante completo sobre orçamento. Essa obra abrange com proprie-dade e aprofundamento os conceitos para construção de um orçamento.

ZDANOWICZ, José Eduardo. Orçamento operacional: uma abordagem prática. Porto Alegre: D. C. Luzzato, 1989.

Esse autor reúne em sua obra os conceitos básicos de orçamentos e a sua aplicação de forma clara e objetiva.