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1 A IMPORTANCIA DA CONTROLADORIA PARA O TERCEIRO SETOR LUIZ ALEXANDRE COUTO DE ARRUDA MALLET GISELI ALVES SILVENTE Resumo As organizações sejam qual for o setor em que se encontram buscam de uma forma racional e correta se manter no mercado em que atuam, tentando reduzir seus custos despesas e elevando o seu resultado, e por isso os gestores e estudiosos dão grande importância e buscam na controladoria, se manter onde se encontram e até elevar o seu campo de atuação. O objetivo principal do trabalho é evidenciar a importância da Controladoria para o Terceiro Setor, demonstrando o conceito de controladoria, suas funções realizadas, os seus usuários, a sua estrutura em uma entidade, as gestões de uma ONG, as funções realizadas pelos seus gestores e como avaliar essa gestão. Foi observado também os conceitos e aspectos jurídicos das ONGs, o inicio de sua historia, a origem no Brasil. A metodologia que foi utilizada nesta pesquisa foi à pesquisa bibliográfica, que é um procedimento em que se consulta assuntos que já foram analisados e publicados em sites, revistas, livros etc. Por meio da pesquisa bibliográfica conseguimos obter um conhecimento sobre a importância da controladoria nas instituições de terceiro setor, realizando as suas funções, entendo o seu conceito. A controladoria pode ser vista de varias maneiras, e pode ter grau de importância variado, isto vai depender da estrutura adotada pela entidade, dos seus princípios, ações e o entendimento que ela tem sobre a controladoria. Este estudo se percebe que a controladoria pode contribuir muito para o bom resultado das organizações de terceiro setor e de forma geral das suas partes, já que elas buscam agir para ter um saldo positivo, e sempre diminuindo os custos e despesas. Palavras-chave: Controladoria, Empresas, ONGs, Terceiro Setor. Abstract Organizations in whatever sector they are in search of in a rational and correct way to remain in the market in which they work, trying to reduce their costs and expenses, increasing their result, and therefore managers and scholars attach great importance and seek in the Controlling, maintaining where they are and even raising their field of action. The main objective of the paper is to highlight The Importance of Controlling for the Third Sector, demonstrating the concept of controllability, its functions performed, its users, its structure in an entity, the management of an NGO, the functions performed by its managers and How to evaluate this management. It was also observed the concepts and legal aspects of NGOs, the beginning of its history, the origin in Brazil. The methodology that was used in this research was the bibliographical research, which is a procedure in which subjects are consulted that have already been analyzed and published in websites, magazines, books, etc. Through the bibliographical research we can obtain a knowledge about the importance of the control in the institutions of third sector, accomplishing its functions, I understand its concept. Controlling can be seen in several ways, and may vary in degree, depending on the structure adopted by the entity, its principles, actions, and its understanding of controllability. This study shows that the controlling shareholder can contribute a lot to the good results of third sector organizations and their parties in general, since they seek to act to have a positive balance, always reducing costs and expenses. Keywords: Controllership, Companies, NGOs, Third Sector. Cuiabá, 2017

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A IMPORTANCIA DA CONTROLADORIA PARA O TERCEIRO SETOR

LUIZ ALEXANDRE COUTO DE ARRUDA MALLET

GISELI ALVES SILVENTE

Resumo

As organizações sejam qual for o setor em que se encontram buscam de uma forma

racional e correta se manter no mercado em que atuam, tentando reduzir seus custos

despesas e elevando o seu resultado, e por isso os gestores e estudiosos dão grande

importância e buscam na controladoria, se manter onde se encontram e até elevar o seu

campo de atuação. O objetivo principal do trabalho é evidenciar a importância da

Controladoria para o Terceiro Setor, demonstrando o conceito de controladoria, suas

funções realizadas, os seus usuários, a sua estrutura em uma entidade, as gestões de uma

ONG, as funções realizadas pelos seus gestores e como avaliar essa gestão. Foi

observado também os conceitos e aspectos jurídicos das ONGs, o inicio de sua historia,

a origem no Brasil. A metodologia que foi utilizada nesta pesquisa foi à pesquisa

bibliográfica, que é um procedimento em que se consulta assuntos que já foram

analisados e publicados em sites, revistas, livros etc. Por meio da pesquisa bibliográfica

conseguimos obter um conhecimento sobre a importância da controladoria nas

instituições de terceiro setor, realizando as suas funções, entendo o seu conceito. A

controladoria pode ser vista de varias maneiras, e pode ter grau de importância variado,

isto vai depender da estrutura adotada pela entidade, dos seus princípios, ações e o

entendimento que ela tem sobre a controladoria. Este estudo se percebe que a

controladoria pode contribuir muito para o bom resultado das organizações de terceiro

setor e de forma geral das suas partes, já que elas buscam agir para ter um saldo

positivo, e sempre diminuindo os custos e despesas. Palavras-chave: Controladoria, Empresas, ONGs, Terceiro Setor.

Abstract

Organizations in whatever sector they are in search of in a rational and correct way to

remain in the market in which they work, trying to reduce their costs and expenses,

increasing their result, and therefore managers and scholars attach great importance and

seek in the Controlling, maintaining where they are and even raising their field of

action. The main objective of the paper is to highlight The Importance of Controlling

for the Third Sector, demonstrating the concept of controllability, its functions

performed, its users, its structure in an entity, the management of an NGO, the functions

performed by its managers and How to evaluate this management. It was also observed

the concepts and legal aspects of NGOs, the beginning of its history, the origin in

Brazil. The methodology that was used in this research was the bibliographical research,

which is a procedure in which subjects are consulted that have already been analyzed

and published in websites, magazines, books, etc. Through the bibliographical research

we can obtain a knowledge about the importance of the control in the institutions of

third sector, accomplishing its functions, I understand its concept. Controlling can be

seen in several ways, and may vary in degree, depending on the structure adopted by the

entity, its principles, actions, and its understanding of controllability. This study shows

that the controlling shareholder can contribute a lot to the good results of third sector

organizations and their parties in general, since they seek to act to have a positive

balance, always reducing costs and expenses.

Keywords: Controllership, Companies, NGOs, Third Sector.

Cuiabá, 2017

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1.0-INTRODUÇÃO

Desde o inicio da humanidade, os nossos antepassados já criavam ou buscavam

formas de mensurar e controlar a sua riqueza para ter certas informações e essas

técnicas foi se aperfeiçoando assim como a sociedade foi se desenvolvendo. Pode-se

observar isso como afirma Chiavenatto (2013) com os homens das cavernas quando

controlavam e mensuravam a quantidade de animais que possuíam, e verificavam se

ocorreu no período o aumento ou a redução.

Lunkes e Schnorrenberger (2013) comentam que esses homens estavam

realizando certas funções como o planejamento, mensuração e controle, estavam

buscando informações ao contar o seu patrimônio, e analisavam essas informações e

tomavam certas decisões que consideravam mais adequadas, sendo isso pratica da

controladoria.

Registros dizem que a pratica da controladoria foi utilizada ao ano de 2.000 a.c,

pela civilização egípcia, onde o tesoureiro controlava os estoques de cereais

armazenados nos silos.

A palavra controladoria vem do termo controller ou comptroller, se origina do

latim medieval contrarolatus, que identificava as atividades de controle da

movimentação de recursos da organização. O uso deste termo também teve influencia

na França com o contrerole e na Inglaterra counterroller, que significava aquele que

controla a entrada e saída de dinheiro e mercadorias.

Com a revolução industrial ocorrendo na Inglaterra em 1760 à busca pela

melhor produção, foi surgindo também os primeiros comptroller, que foram localizados

na área estatal. Nos Estados Unidos não foi muito diferente com a independência em

1776, pessoas se juntaram em um movimento reivindicando ao estado um maior

controle e transparência na gestão dos recursos públicos, e em 1778 o congresso

americano criou o cargo comptroller. Com o passar do tempo a Inglaterra volta a dar um

passo a frente de todos e cria escritórios de controladoria e auditoria geral para poder ter

um melhor controle das contas públicas. Se observa que este cargos foram todos criados

no poder público,para que conseguissem ter um maior controle, uma melhor avaliação,

mensuração de seus patrimônio.

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Na iniciativa privada com diversos fatos ocorrendo e com a economia se

expandindo a produção se elevando por conseqüência da revolução industrial e o estado

buscando obter mais recursos, a controladoria surgiu nas áreas de secretaria e tesouraria.

Com o passar do tempo o ambiente empresarial se tornou mais complexo, por

causa das concorrências das empresas, do governo que cada vez quer arrecadar mais,

dos consumidores que se encontram cada vez mais exigente buscando produtos e

serviços de qualidade com um bom preço. E para que as empresas alcançassem um

resultado positivo ou satisfatório era necessário tomar decisões sobre o que fazer, como

fazer, quando fizer etc. Mas para decisões serem tomadas era necessário ter

informações, sobre clientes, concorrentes, fornecedores, custos de matéria prima,

legislação para que a empresa pudesse avaliar e decidir um melhor caminho. E assim

houve uma demanda por profissionais de controle de informações.

Com este ambiente organizacional empresas foram se desenvolvendo e

realizando suas atividades e desta forma foram surgindo os primeiros princípios e

técnicas de controladoria, que foram se aprimorando. As informações eram utilizadas

para controlar e melhorar a eficiência e tomar decisões sobre o preço e mix de produtos.

E as próprias organizações foram criando técnicas e buscando informações para ter um

melhor resultado. Como as siderúrgicas desenvolveram sistemas que mensuravam o

custo dos insumos por unidades, em bases semanais e diárias. Outras empresas

desenvolveram conceitos como a margem bruta e o retorno sobre o estoque para

mensurar e avaliar o desempenho. Já certas organizações analisavam dados diários e

semanais sobre vendas, folha de pagamento entre outros para realizar certas atividades e

alcançar um bom resultado

A controladoria é de grande importância para qualquer organização, se

observa que ela foi sendo utilizada sem saber pelos nossos antepassados, e a medida que

ocorriam as mudanças a controladoria ia se aprimorando, e sendo utilizada na busca de

melhores informações e no controle do patrimônio, controle dos custos, controle

tributário, controle de produção, na avaliação dos desempenhos, mensuração dos

resultados e na elaboração de planejamento.

E a finalidade do trabalho é evidenciar a importância da controladoria nas

organizações de terceiro setor, as ONGs, que são as organizações não governamentais,

demonstrar que elas são também importantes nesta instituições, muitos acreditam por

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não terem finalidade lucrativa, não devem dar tanta importância, o que é errado certos

recursos que a entidade poderá vir a buscar vai depender das informações fornecidas

pela controladoria, sobre a sua saúde financeira, seu patrimônio etc.

2.0– CONTROLADORIA

2.1 – CONCEITO

Diversos autores, estudiosos conceituam e definem controladoria, cada um de

sua maneira e suas palavras.

OLIVEIRA (2009) conceitua controladoria como sendo uma unidade com a

responsabilidade por gerar informações úteis para à administração, tanto do ambiente

interno como externo da organização, para a tomada de decisão.

Já Oliveira (2004, p.13 apud LUNKES e SCHNORRENBERGER, 20009, p.

11) conceitua controladoria da seguinte forma:

Pode-se entender controladoria como o departamento responsável pelo

projeto, elaboração, implementação e manutenção do sistema integrado de

informações operacionais, financeiras e contábeis de determinada entidade,

com ou sem finalidade lucrativas, sendo considerada por muitos autores

como estágio evolutivo da contabilidade.

A controladoria é definida também como sendo uma parte tanto da

contabilidade como da administração, que são dirigidas por um único gestor, que é o

controller ou controlador, sendo uma área de staff, ou seja, de assessoria ou consultoria

de uma empresa.

O estudioso Mosimann ET AL. (1993, apud OLIVEIRA, 2009, p. 18 e 19),

afirma que a controladoria é formada por um conjunto de conceitos que se originam da

ciências da administração, economia, psicologia, estatística, e possuindo como

fundamento a informação contábil, com a finalidade de assegurar a eficácia do

desempenho da organização.

Para os autores LUNKES e SCHNORRENBERGER, a controladoria pode ser

definida ou conceituada dependendo de 03 situações ou perspectivas, elas poderão ser

consideradas como tendo uma definição, mas para a gestão operacional, gestão

econômica e gestão estratégica se possuírem certas características.

Gestão Operacional: Voltada para usuários internos e externos, tendo como

responsabilidade à área de contabilidade, controle contábil, planejamento

financeiro e orçamento.

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Gestão econômica: também voltada para usuários internos e externos. Divide a

controladoria em 02 grupos órgão administrativa e ramo do conhecimento.

Tendo como responsabilidade o processo de gestão e sistema de informações.

Gestão estratégica: Voltada mais para usuários internos. Possuindo como

responsabilidade o planejamento e controle dos 03 níveis de uma organização.

O site Wikipédia define a controladoria como sendo uma atividade que tem a

responsabilidade de fornecer informações aos tomadores de decisão, sendo o controller

o encarregado da área de controladoria.

2.1.1-CONTROLLER

Lunkes e Schnorrenberger, entendem que o profissional da controladoria é

denominado de controller, e este para realizar um bom trabalho e obter um bom

resultado o mesmo deve possuir certas competências, seja de natureza técnica e pessoal.

As competências de natureza técnica de acordo com os autores são diversas

uma delas é ter bons e sólidos conhecimentos na área de contabilidade e avaliação de

desempenho, e para que ele venha avaliar os desempenhos ele deve conhecer a

contabilidade, pois nela existem técnicas, princípios para esta atividade.

Já o estudioso Kupper (2005, apud LUNKES e SCHNORRENBERGER,

20009, p. 159) afirma que o controller deve ter um bom conhecimento em sistema de

informação, pois este registra, acumula e gera informações de toda a entidade, com isso

deve procurar utilizar de forma eficiente, pois contribui para boas ações no sistema de

planejamento e controle. Deve também buscar utilizar o instrumentos de coordenação

para estimular a interdependência dos colaboradores. E como o controller esta sempre

se relacionado com pessoas, realizando a gestão das mesmas em certos casos ele deve

ter conhecimento como estilo de gestão em uma entidade e também conhecer sistemas

de como incentivar colaboradores e de como motivar.

Figueiredo e Caggiano (1997, apud LUNKES e SCHNORRENBERGER,

20009, p. 160), lembram que o controller deve primeiramente conhecer sobre o ramo

em que a sua entidade atua.

Em relação às técnicas pessoais o autor Lunkes e Schnorrenberger, afirmam

que o controller deve ter um raciocínio analítico, pois ira trabalhar com diversas

atividades como contabilidade, planejamento e controle. E Kupper (2005, apud

LUNKES e SCHNORRENBERGER, 20009, p. 161) considera que o controller deve ter

uma boa capacidade de inspirar confiança, pois isso pode influenciar a ter bons

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resultados, tendo que se impor no dia a dia no desenvolvimento de suas atividades e esta

confiança contribui no desenvolvimento das tarefas, além disso o controller deve buscar

ser flexível, pois vai conviver com diversas áreas e problemas. Além, de buscar a ter ou

aprimorar o seu comportamento social, pois vai lidar com pessoas e assim deve criar um

espírito de cooperação.

Já Wilson (1963, apud LUNKES e SCHNORRENBERGER, 20009, p. 162),

afirma que o “controller deve ter iniciativa para antecipar e prever problemas nos

âmbitos da gestão global e fornecer informações necessárias aos gestores das áreas

diretamente afetadas.”

O autor Horváth lembra que é cobrado do controller ter todas essas habilidades

exigências técnicas e pessoais, mas não se deve visualizar o mesmo como uma pessoa

perfeita, que da conta de tudo e tudo vai dar certo sempre, ele é um ser humano como

qualquer outro, que possui certas dificuldades e problemas emocionais, pessoais.

Quadro de exigências técnicas e pessoais do controller.

Exigências técnicas

Exigências pessoais Tipos de conhecimentos

técnicos e experiências

Conteúdo dos objetos

Teorias econômicas ligadas

ao sistema de gestão e de

desempenho.

Instrumentos de coordenação:

Objetivos e sistemas

de indicadores.

Sistemas

orçamentários.

Sistemas de

direcionamento e

controle.

Métodos de planejamento e

controle.

Teorias comportamentais.

Instrumentos de motivação.

Método de conhecimento

prévio.

Técnicas de criatividade.

Sistemas de informações

Contabilidade de custo e

desempenho (contabilidade

financeira, do balanço social

e do capital humano).

Equipamentos do sistema de

informações.

Inteligência

Raciocínio analítico

Flexibilidade

Comportamento social

Sociabilidade

Capacidade de persuasão

Capacidade de inspirar

confiança em relação a sua

competência.

Habilidades de gestão.

Planejamento e controle

Sistemas

Processos

Instrumentos

Sistema de Objetivos

Solução de conflitos

de objetivos.

Identificação de

objetivos.

Gestão de Pessoas

Estilos de gestão.

Sistemas de

incentivo.

Determinação de

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comportamento

humano.

Organização.

Interdependência no sistema

de desempenho.

Quadro nº 1 – Quadro de exigências técnicas e pessoais do controller. Fonte: Schuler (1984, apud Lukes e

Schnorrenberger(2009, p.153).

2.2 – FUNÇÕES

São diversas as funções da controladoria, e diversos autores definindo as

funções, certas funções são consideradas por muitos estudiosos, já outras são

consideradas só por alguns. As funções que a controladoria desempenha possuem uma

única finalidade que é fornecer informações úteis aos seus usuários para a tomada de

decisão.

Nascimento e Reginato (2013) afirmam que a controladoria possui a função de

contribuir no processo decisório de uma organização, sendo auxiliado por um sistema

de informação, que permita um maior controle das atividades realizadas pelas

instituições.

Kanitz (1976, apud OLIVEIRA 2009, p. 46) considera que a função da

controladoria é a realização da contabilidade geral, auditoria interna, sistemas

orçamentários, orçamentos operacionais, orçamentos de capital, métodos e sistemas,

sistemas de computação, estatística e analise.

Já NAKAGAWA (1993, p.13-4, apud OLIVERIA, 2009, p. 46)”afirma que o

controller exerce uma influencia que induz os gestores a tomarem decisões lógicas e

consistentes com a missão e os objetivos da empresa.”

Oliveira (2009) determina certas funções de controladoria:

Mensuração do realizado: nesta função a controladoria vai medir o quanto

daquilo proposto no planejamento foi realizado, observando se tudo esta

ocorrendo bem, se houve falha etc.

Mensuração do planejado: nesta função a controladoria avalia as atividades

desenvolvida as tarefas realizadas estão de acordo com o planejado

Sistemas de simulação: nesta função a controladoria simula diversas ações com

o objetivo de chegar a um resultado.

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Avaliação de resultados e desempenhos: aqui a controladoria avalia os

resultados e desempenhos nas atividades executadas, analisando e observando as

execuções das mesmas.

Estruturação de modelos decisórios: a controladoria busca criar um processo

decisório organizado, estruturado, que nada mais ter as informações para o apoio

das tomadas de decisões.

Gestão dos sistemas de informação econômicos financeiros: com a tecnologia as

informações podem ser alcançadas de forma mais rápida, correta e detalhada,

mas deve-se administrar, gerir os sistemas ou programas.

Análises e estudos econômicos: nesta função a empresa analise e estuda o

ambiente econômico, buscando montar cenários do que pode ocorrer se algo na

economia mudar e quais as conseqüências, informando a alta direção para a

tomada de decisão.

Resultado econômico otimizado: isto ocorre com a controladoria fornecendo

informações úteis, adequadas, para se tomar boas decisões e elevando ou

melhorando o lucro da empresa.

2.3-USUARIOS DA CONTROLADORIA

A controladoria como se sabe possui diversos usuários, e de acordo com

Lunkes e Schnorrenberger (2013), esses usuários se encontram divididos em internos e

externos e buscam na controladoria informações.

Os usuários internos são o pessoal da empresa, os colaboradores, os

departamentos, as unidades as equipes. E esses se encontram na área de recursos

humanos, pesquisa e desenvolvimento, vendas e marketing, produção e logística,

finanças, serviços aos clientes e a alta administração. Abaixo o tipo de informações, que

cada um busca.

Recursos humanos: busca na controladoria informações sobre a necessidade de

treinamentos, produtividade etc.

Pesquisa e desenvolvimento: busca na controladoria informações sobre as

características que produtos e serviços devem possuir para satisfazê-la os

clientes e quais os processos e custos decorrentes para esta necessidade.

Vendas e marketing: busca na controladoria informações sobre as receitas de

determinado período, posição no mercado, comissões de vendedores, níveis de

estoque, custo dos produtos etc.

Produção e logística: busca na controladoria informações sobre os custos de

processos, níveis de qualidade, produtividade, tempos de ciclos etc.

Finanças: busca na controladoria informações sobre prazo de pagamentos, prazo

de recebimentos, custos de capital próprios e de terceiros etc.

Serviços ao cliente: busca na controladoria informações sobre os números

atendidos por determinado período, numero de reclamações etc.

Alta administração: busca na controladoria informações mais estratégica, como a

evolução de cada departamento, se os objetivos estão sendo alcançados.

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Já os usuários externos da controladoria, são aqueles que se encontram fora da

organização são eles os acionistas e investidores, agencias reguladoras e

governamentais, credores, concorrentes, fornecedores e sociedade em geral.

Acionistas e investidores: buscam informações sobre liquidez, rentabilidade,

capacidade de pagamento, tendências de crescimento etc.

Agenciam reguladoras e governamentais: busca informações sobre a receita,

folha de pagamento etc.

Credores: os credores buscam na maioria das vezes informações sobre a situação

financeira de uma organização.

Concorrentes: buscam informações sobre a construção de novas fabricas,

lançamentos de novos produtos, políticas de estoques etc.

Fornecedores: buscam informações sobre o estoque da empresa, se a

necessidade de mais produtos.

Sociedade em geral: buscam informações sobre a responsabilidade social da

empresa, o quanto ela oferece de emprego, nível de liquidez e endividamento.

2.4-PRINCIPIOS DA CONTROLADORIA

O site Wikipédia afirma que a controladoria possui certos princípios, são eles

principio do controle futuro e principio da agregação dos subsistemas.

Princípio do controle futuro “este princípio prega que é preciso prever para

corrigir antes, ou seja, é necessário que a função de controle trabalhe com informações

projetadas, informações sobre o futuro”. Já o principio da agregação dos subsistemas

afirma que “a controladoria deve considerar todos os setores da organização, uma vez

que estes se auto relacionam para formar o sistema maior que é a organização. Este

princípio é primordial para a elaboração do orçamento organizacional.”

3.0-ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

De acordo com Oliveira (2009), a unidade de controladoria poderá ter sua

posição no organograma de diversas formas, isso vai depender do tipo de organização

em que ela esta inserida. E a estrutura poderá ser em controladoria em entidades

centralizadas, controladoria em entidades descentralizadas, controladoria como staff do

presidente e controladoria como subordinada do diretor administrativo financeiro.

Controladoria em entidades centralizadas: esta estrutura no organograma se

caracteriza por uma dupla subordinação. Observa-se que a controladoria esta

subordinada ao controller da corporação, que esta ligada ao procedimento a ser adotado

e se encontra subordinado aos gestores das diversas áreas. Em certos momentos a

ligação dupla pode causar conflitos de responsabilidades do gerente de divisão com o

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controller de divisão. Neste modelo nem sempre as necessidades dos gerentes são

atendidas, prevalecendo do controller corporativo

Figura nº 1 – Estrutura organizacional com a Controladoria em entidades centralizadas. Fonte: Oliveira

(2009, p.41).

Controladoria em entidades descentralizadas: Neste formato as controladorias

divisionais e das unidades fica subordinada a controladoria corporativa de forma técnica

ou de conhecimento, não há uma subordinação. Logo tanto o controller divisional como

o de unidade estão subordinados hierarquicamente as gerentes de divisão e de unidades.

Assim os gerentes conseguem ter seus interesses atendidos, por causa da subordinação

hierárquica, e conseqüentemente o controller corporativo perde poder.

Presidente da

Entidade

Gerente da

Divisão

Gerente da

Unidade

Controller da

Corporação

Controller de

Divisão

Controller da

Unidade

Presidente da

Entidade

Gerente da

Divisão

Gerente da

Unidade

Controller da

Corporação

Controller de

Divisão

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Figura nº 2 – Estrutura organizacional com a Controladoria em entidades descentralizadas. Fonte:

Oliveira (2009, p.43).

Controladoria como Staff Presidente: esta estrutura caracteriza por a área de

controladoria ser um órgão de apoio da diretoria, assim ela possui uma função de

fiscalização e controle das atividades da empresa.

Figura nº 3 – Estrutura organizacional com a Controladoria como staff do presidente. Fonte: Oliveira

(2009, p.55).

Controladoria como subordinada do diretor administrativo financeiro: Nesta

estrutura a controladoria esta subordinada à diretoria administrativo financeiro, neste

caso fica controlando a parte financeira da empresa.

Presidente da Entidade

Diretor Administrativo

FinaceiroDiretor de Produção Diretor de Vendas

Controladoria

Controller da

Unidade

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Figura nº 4– Estrutura organizacional com a Controladoria subordinada do diretor administrativo e

financeiro. Fonte: Oliveira (2009, p.44).

Para Oliveira (2009), afirma que a controladoria como assessoria ou staff é a

mais comum nas organizações, mas para ele para a controladoria ter resultados mais

positivos ele deve ter uma posição hierárquica mais elevada como uma diretoria.

4.0-METODOLOGIA

A metodologia utilizada para elaboração deste artigo foi à pesquisa

bibliográfica, que é realizada por meio de referencias teóricas, que já foram publicadas e

analisadas por meio de diversas formas como eletrônicos como paginas na web e

escritos em livros, artigos, jornais, revistas etc.

5.0-RESULTADO

5.1-GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS.

Tenório (2010) afirma que a organização surgiu pelo fato de dois ou mais

indivíduos se unirem com certos recursos para alcançar determinados objetivo, pois um

único individuo não poderia alcançar determinado objetivo. E essas organizações

precisam ser gerenciadas ou administradas independente se elas forem com finalidade

lucrativa ou sem finalidade lucrativa.

O estudioso TENÓRIO (2010), afirma que “gerenciar é estabelecer objetivos e

alocar recursos para atingir finalidades determinadas.” E descreve que a gerencia para

Presidente da Entidade

Diretor Administrativo Financeiro

Controadoria

Diretor de Produção Diretor de Vendas

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ser exercida ela deve ser executada com funções gerenciais, são elas: planejamento,

organização, direção e controle, e isso ocorre como um ciclo dentro da organização,

para alcance de determinado objetivo.

Planejamento: é a primeira função da gerencia, nela o gestor decide sobre

os objetivos e finalidade da organização, prevendo as atividades, os

recursos e os meios que serão utilizados para alcançá-los.

Organização: nesta função o gestor busca alcançar recursos e pessoas

para atingir os objetivos, atribuindo a cada pessoa a suas funções e

responsabilidades.

Direção: “é a ação de conduzir e motivar pessoas a exercerem suas

tarefas a fim de alcançar os objetivos organizacionais.”

Controle: no controle o gestor analise e compara o seu planejamento com

o que for realizado ate o momento, verifica se os objetivos, e a finalidade

foi alcançada ou esta na direção para o alcance e se os recursos foram

gastos de acordo com o determinado, para decidir se corrigi ou muda

certos aspectos, ou mantém no mesmo caminho.

5.2-AVALAIAÇÃO DA GESTÃO

Tenório (2006) comenta que as gerencias devem ser avaliadas, para entender a

origem de certos resultados obtidos pelo gestores sendo eles positivos ou negativos, e as

medidas para esta avaliação são eficiência, eficácia e efetividade. Que são definidos

abaixo pelo autor, TENÓRIO, (2006, p.18 e p.20)

Eficiência: “é a melhor forma de fazer algo com os recursos disponíveis.”

Eficácia: “é fazer o que deve ser feito, isto é cumprir o objetivo determinado.”

Efetividade: “é a capacidade de atender as expectativas da sociedade”

Uma questão que causa dúvida em muitas pessoas é saber quando se foi

eficiente e quando se foi eficaz. Se formos observar a eficiência e eficácia em relação ao

time de futebol, observaremos que ele será eficiente se ele jogar bem, realizar boas

jogadas, não importando o resultado, e será eficaz, se ele alcançar o resultado, mas não

realizou uma boa partida. Assim o autor faz uma comparação de desempenho quando

ele é eficiente e eficaz e faz uma avaliação.

Desempenho Avaliação

Eficaz e Eficiente Os objetivos propostos foram atingidos com a

menor utilização de recursos disponíveis.

Eficaz, mas ineficiente Os objetivos foram alcançados, mas com

maior consumo de recursos do que o previsto.

Eficiente, mas ineficaz Os recursos foram utilizados conforme o

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estabelecido, porém os objetivos previstos não

foram alcançados.

Ineficaz e ineficiente Os objetivos não foram alcançados e o

consumo de recursos ultrapassou o previsto.

Quadro nº 2 – Quadro eficiente e eficaz. Fonte: Tenorio (2006, p.19).

Já a efetividade o autor Tenório (2006), afirma que a uma complexidade em

medir este conceito, pois o mesmo argumenta que se deve ter o conhecimento da

demanda ou qual a expectativa da demanda de determinado produto ou serviço, e a

capacidade da organização para fazer frente a essa demanda.

O autor comenta que estas medidas devem ser determinadas com antecedência,

pois facilita a comparação do planejado com o realizado, pois possibilita a analise de

desvios. E cita que as medidas da eficiência e eficácia são relativas aos objetivos de

cada organização.

6.0 ORGANIZAÃO DO TERCEIRO SETOR OU ORGANIZAÇÃO NÃO

GOVERNAMENTAL (ONGS)

6.1 – CONCEITO E ASPECTOS JURIDICOS

São diversos os autores, que citam sobre a definição ou conceito de ONGS,

cada um com suas palavras, e de acordo com a sua época, não modificando o seu

sentido ou significado.

De acordo com Silveira (2007) a definição de ONGS, deve ser formada com

três pontos básicos. Primeiro são organizações criadas pela sociedade civil, segundo as

suas atividades realizadas devem possuir caráter público e terceiro não possuem

finalidade lucrativa.

Já Ruiz (1999) comenta que as ONGS são definidas como toda organização

criada pela sociedade civil, que não se encontra vinculada ao governo.

Coutinho (2007) não diverge dos autores já citados, ele afirma que as ONGS

são entidades criadas pela sociedade civil, com a finalidade de realizar projetos

humanitários.

Para o site Wikipédia (2007) as ONGS são associações formadas pela

sociedade civil, que possuem finalidade pública e sem nenhum fim lucrativo.

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As ONGS são entidades, organizações criadas pela sociedade civil, ou seja, por

pessoas que buscam alcançar certos objetivos e destinos, realizando certos tipos de

atividades de caráter público, sem nenhuma intenção de receber retorno financeiro pela

atividade por ela desenvolvida.

6.2 - ASPECTO JURIDICO

As ONGs são consideradas pessoas jurídicas de direito privado não estatais,

pois são formadas por civis, não possuindo vinculo com o estado, e podem ser

reconhecidas juridicamente como Sociedades, Associações e Fundações.

6.2.1 – SOCIEDADE, ASSOCIAÇÕES E FUNDAÇÕES

Sociedade de acordo com o código civil art. 981 é a união de pessoas que

formam uma sociedade e buscam com bens ou serviços realizar atividades com fins

econômicos, para num final de um determinado período dividir o resultado.

As associações são definidas no art. 53 do código civil com sendo a união de

pessoas para fins não econômicos. Barbosa e Oliveira (2004) afirmam que as

associações são a união de pessoas que buscam alcançar um objetivo não possuindo fins

econômicos, o que a diferencia da sociedade, mas isso não impede de que a entidade

venha desempenhar certas atividades econômicas, mas desde que os fins financeiros

obtidos nessas atividades sejam todos investidos para a razão de sua existência ou sua

finalidade, jamais sendo revertida para os associados.

Fundação é definida pelo site FPLF (2008) “Fundação é uma pessoa jurídica de

direito privado sem fins lucrativos. É constituída pela destinação de um patrimônio para

a execução de determinados fins.” O site Idsa (2008) afirma que a fundação pode ser

formalizada como pública ou privada, as fundações públicas são aquelas criadas pelo

governo, ou seja, as estatais, formadas pelo poder público e criado por lei especificam já

as fundações privadas são as fundações criadas pela sociedade civil, ou seja, não

estatais, e tanto uma como outra tem a finalidade de atender o público, realizar atividade

social.

6.3 – HISTÓRICO

Ciconello (2008) afirma sobre o surgimento das ONGS em nível mundial,

dizendo que o termo ONG foi citado pela primeira vez na Organizações das Nações

Unidas(ONU), após a segunda guerra mundial, com o uso da denominação em inglês –

Non – Governental Organizations(NGOS).

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Coutinho (2007) descreve o surgimento das ONGS, como tendo seu inicio na

década de 40 na Europa, sendo criadas pela ONU, com a finalidade de atender e dar

assistência as pessoas, em estado preocupante, por conseqüência da segunda guerra

mundial.

Percebe-se que os autores citam sobre o inicio das ONGS, sendo na Europa no

início da década de 40, mais precisamente após a segunda guerra mundial, sendo criada

pela ONU, pois estes sentiram a necessidade de criar alternativa para poderem investir

no desenvolvimento de outros países, que foram os prejudicados pela segunda guerra

mundial. Assim foi se realizando ações assistenciais nesses países, já que tanto o

governo como empresas privadas com fins lucrativos, não agiam de nenhuma forma

para contribuir com a melhora do ambiente. E alguns anos mais tarde as ONGS,

começam a se expandir para outros ambientes, principalmente na América Latina.

6.3.1-ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS SURGEM NO BRASIL

“No Brasil o surgimento das ONGS esta diretamente ligado aos movimentos

sociais, que se organizam no período da ditadura militar, principalmente a partir da

década de 70”, (SILVIERA, 2007, p. 01)

O autor comenta que a idéia de ONG se desenvolve mesmo a partir da década

de 80, baseada no modelo de organizações não governamentais de caráter público.

De acordo com Fernandes (2007) as ONGs foram surgindo no Brasil por causa

da inexistência de movimentos sociais no período da ditadura militar, época em que os

partidos políticos estavam desfigurados. Com isso as ONGs surgiram, pois o povo tinha

carência de suas entidades representativas e buscou meio alternativo de representação.

Tanto Ferreira (2007) como o site socieduca (2007) afirmam que a expressão

ONG se popularizou no Brasil com a ECO-92, que foi a conferência mundial sobre o

meio ambiente e desenvolvimento realizado no Rio de Janeiro.

A partir dessa época as entidades e movimentos sociais, que eram criadas pela

sociedade civil, não possuíam fins lucrativos e tinham caráter público, começavam a ser

denominadas como ONGs.

O principal motivo que levou as ONGs a se expandir, foi a nova postura e

comportamento do ser humano, pois esses não aceitavam a observar certas situações e

não poder fazer nada como o desmatamento da natureza, a matança de animais,

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desigualdade social, falta de assistência e tantos outros fatores fizeram as ONGs a se

expandir e a surgir em vários lugares, afirma ao site rede social.

7.0- CONTROLADORIA VERSUS TERCEIRO SETOR

A controladoria como definem diversos autores tem a finalidade de fornecer

informações úteis aos seus usuários para a tomada de decisão. Às organizações do

terceiro setor como qualquer outra necessita de informações para contribuir em suas

decisões, em suas atividades, pois é um setor que possui poucos recursos e realiza

diversas atividades. Outros autores falam que a controladoria pode ser vista em três

aspectos operacional, econômico e estratégico como foi definido no artigo e as

organizações não governamentais precisam ter bom desempenho neste três aspectos no

operacional a controladoria poderá contribuir com um bom planejamento financeiro e

orçamentário e não venha faltar recursos para instituição, no econômico contribui no

processo de gestão da entidade, de forma administrativa, e em sistema de informações e

no aspecto estratégico este relacionado ao planejamento e controle de uma forma geral

na organização.

Já as funções que a controladoria realiza são de grande importância para o dia a

dia das organizações não governamentais, pois pode vir a realizar uma auditoria interna,

elaborar orçamentos diversos como de custos, despesas, operacionais de capita entre

outros. Outra função é o sistema de simulação que as entidades do terceiro setor

poderão utilizar, que a simulação de ações para chegar ao resultado determinado.

Também tem a mensuração do planejado, são diversas as entidades que realizam o

planejamento, mas muitas de maneira informal, sem medir se foi concretizado, se foi

executado.

Organizações do terceiro setor em sua maioria possuem a estrutura hierárquica

somente no papel, muitas tomam decisões de forma descentralizada, já que todos são

voluntários e se juntam por uma causa, e controladoria pode vir a contribuir ainda mais

para as entidades de terceiro setor e sendo importante dependendo da forma como ela

será estruturada na entidade, no organograma da entidade. Foramdefinidas quatro

formas que a controladoria poderia ser implantada em uma entidade na sua estrutura

organizacional e a melhor forma para cada entidade dependera dos princípios dos

objetivos, de como a entidade ira agirem no meio que se encontra, pois ai a

controladoria realiza suas atividades de certa forma.

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CONCLUSÃO

A controladoria para as organizações não governamentais é de grande

importância. Ela é fundamental para o bom desenvolvimento das atividades, fornecendo

informações úteis para a tomada de decisão, exercendo as suas funções que estão

relacionadas às atividades operacionais, financeiras e econômicas da entidade e

seguindo os seus princípios. Diversas são as funções que a controladoria exerce em uma

organização em que ela avalia, mensura, prevê, analisa, realiza a gestão de sistemas de

informações, contribui para a formação do processo decisório entre outras para o bom

andamento da entidade, e isso tudo faz com que ela obtenha informações úteis

Então as organizações não governamentais, que surgiram com grupos de afins

com a finalidade de contribuir com uma necessidade que o estado não conseguia

atender, foi se organizando, estruturando e crescendo. Com o passar dos anos tem

elevado o numero destas organizações no mundo inteiro, pois muito tem se preocupado

com o próximo. E como são diversas atividades realizadas, que necessitam de receitas,

realiza-se gastos a controladoria contribui para o bom resultado destas entidades.

A controladoria fornece informações aos seus usuários, estas informações estão

relacionadas às atividades do dia a dia da entidade não só os custos e receitas, mas

também ao bom andamento e desenvolvimento da atividade operacional. Podendo ser

estruturada de uma forma na empresa dependendo dos objetivos dos princípios para que

ela alcance de bons resultados e tenha um bom desempenho.

Portanto a controladoria é de grande importância para as organizações não

governamentais, pois fornece informações úteis, realizam funções que contribuam para

o bom desempenho da entidade, contribuindo para a tomada de decisões e realizações

das atividades da entidade.

REFERÊNCIAS

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jurídica. 5º. Ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2004.

CICONELLO. O que é uma ONG? [Acesso em 20 de Set. de 2016]. Disponível em:

http://www.redecontrolesocial.org.br/o_que_e_uma_ong.

COUTINHO. O que se oculta no não. [Acesso em 20 de Set. de 2016]. Disponível em:

http://www.espacoacademico.com.br/024/24ccoutinho.htm.

LUNKES, Rogério João e SCHNORRENBERGER, Darci. Controladoria: na

coordenação dos sistemas de gestão. São Paulo: Atlas, 2009.

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NASCIMENTO, Auster Moreira e REGINATO, Luciane (org). Controladoria: um

enfoque na eficácia organizacional. 3º. Ed. São Paulo: Atlas, 2013.

OLIVEIRA, Antonio Benedito Silva. Controladoria: fundamentos do controle

empresarial. São Paulo: Saraiva, 2009.

SILVEIRA. Constituição jurídica das organizações não governamentais. [Acesso em 20

de Set. de 2016]. Disponível em: http://www.ensinouniversit.br/direito/artigo5.pdf.

Socieduca. Historicidade e conceitos das ONGS. [Acesso em 20 de Set. 2016].

Disponível em: http://www.socieduca-inter.org/co/gt1/039.pdf.

TENÓRIO, Fernando g. (org). Gestão de ONGs: principais funções gerenciais. 10º Ed.

Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 2006.

Wikipédia. Organizações não governamentais-ong. [Acesso em 20 de Set. de 2016].

Disponível em: http://www.pt.wikipedia.org/wiki/ong.

Wikipédia. Controladoria. [Acesso em 20 de Set. de 2016]. Disponível em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Controladoria