gestão integrada da bacia hidrográfica e prevenção de desastres

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Contribuição para o Seminário Fenômenos climatológicos e os grandes centros urbanos 27 e 28 de outubro, Belo Horizonte Beate Frank Secretária Executiva Gestão integrada da bacia hidrográfica e prevenção de desastres: experiência no Vale do Itajaí a partir do desastre de 2008

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Palestrante: Beate Frank

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Contribuição para o SeminárioFenômenos climatológicos e os grandes centros

urbanos27 e 28 de outubro, Belo Horizonte

Beate FrankSecretária Executiva

Gestão integrada da bacia hidrográficae prevenção de desastres:

experiência no Vale do Itajaí a partir dodesastre de 2008

Tópicos

} Dados, lembranças e explicações

} Fragilidade das políticas

} Gênese do Plano Integrado de Prevenção eMitigação de Desastres Naturais na BaciaHidrográfica do rio Itajaí

} Missão e objetivo do PPRD

} Estrutura do PPRD

} Projetos prioritários

} Projeto JICA

} Coordenação e articulação das ações

} Desastres são fenômenos sócio-ambientais.Resultam da combinação entre dois conjuntosde variáveis: fatores naturais quedesencadeiam o desastre e fatores sociais queincubam os impactos do desastre.

} Desastres são como um “bumerangue” darelação entre a sociedade e a natureza: quantomaior a sobrecarga da capacidade de suportedo ambiente natural, mais intensos se tornamseus impactos.

Explicações

} Um desastre pode ser representado pelaequação D = r x v , onde r representa o riscode ocorrência de um fenômeno e v as condiçõesde vulnerabilidade da população

} As condições de vulnerabilidade abrangem:} Fragilidade do ambiente natural

} Descontrole urbano

} Fragilidade da gestão ambiental

} Fragilidade da defesa civil

} Por isso, dizemos que os desastres são oproduto de escolhas políticas e, portanto,foram construídos socialmente.

Explicações

Legislação relacionada com prevenção

de desastres

Lei Instâncias de implementação

Código Florestal União, Estado e municípios

Política Nacional do Meio Ambiente União, Estado e municípios

Plano Nacional de GerenciamentoCosteiro

Municípios litorâneas

Política Nacional de Defesa Civil União, Estado e municípios

Política Nacional de RecursosHídricos

União e Estado, em função dadominialidade das águas

Política Nacional de EducaçãoAmbiental

União, Estado, municípios einstituições educacionais públicase privadas

Sistema Nacional de Unidades deConservação

União, Estado e municípios

Estatuto da Cidade Municípios

Diretrizes Nacionais para oSaneamento Básico

Município como titular dosserviços

} Tendo em vista a diversidade de fatores associadosaos desastres, foi elaborado o Plano Integrado dePrevenção e Mitigação de Desastres Naturais dabacia do Itajaí, pelo GTC (Governo de SC).

} O PPRD adotou a estratégia preconizada pelaPolítica Nacional de Defesa Civil, que distingue asações de prevenção, de preparação paraemergências, de resposta e de recuperação pós-desastres, que se traduzem num conjunto de açõespermanentes e interligadas entre si, bem comoprevê articulação com outras políticas públicas.

Gênese do PPRD

Missão e objetivo geral do PPRD

} Missão: Congregar organizações públicas eprivadas em torno da redução de risco dedesastres naturais na bacia hidrográfica do rioItajaí, promovendo uma base comum paradefinição e implementação de uma políticapública permanente, orientadora ereguladora.

} Objetivo: Estabelecer a construção, integraçãoe a promoção de mecanismos ordenados esistematizados na prevenção e mitigação dosriscos de desastres naturais, proporcionando aresiliência e a segurança da população dovale do Itajaí.

Princípios*

} A água é parte do todo

} A água deve ser armazenada tanto quantopossível

} Deve-se respeitar a dinâmica natural dos rios

} Os riscos existem e é preciso aprender e lidarcom eles

} O sucesso do plano depende que todas asações sejam integradas e articuladas

* Action Plan on Flood Defense, International Commission for theProtections of the Rhine,1998.

Estrutura do PPRD

Programas Projetos

1. Desenvolvimento institucional para preparaçãopara emergências e desastres 17

2. Monitoramento, alerta e alarme 7

3. Percepção, comunicação, motivação e mobilizaçãopara resiliência e diminuição da vulnerabilidade

11

4. Avaliação de redução de riscos de desastres 11

5. Redução dos riscos de desastres5.1 Gestão da ocupação e uso do solo

5.2 Manejo adequado dos cursos d’água

25

6. Recuperação de áreas afetadas por desastres 6

Total 77

P1. Desenvolvimento institucional parapreparação para emergências e desastres

} Re-estruturação e/ou implementação dos órgãos dedefesa civil nas esferas Estadual e Regional

} Re-estruturação e/ou implementação dasCoordenações Municipais de Defesa Civil –COMDECs

} Desenvolvimento do(s) Plano(s) Municipal(is) deDefesa Civil, articulados aos instrumentos daspolíticas de saneamento, habitação, meio ambiente,recursos hídricos e ordenamento urbano.

Projetos prioritários (19/10/2010)

} Implementação de arranjo inter-institucional parafortalecer o Sistema de Alerta da Bacia do Itajaí(DEINFRA, SDS, Defesa Civil, Universidades,Epagri/Ciram, Comitê do Itajaí/ FundaçãoAgência de Água) e aprimorar a rede de contatosdo sistema de alerta na Bacia do Itajaí

} Manutenção e expansão da rede telemétrica hidro-meteorológica-oceanográfica da Bacia do Itajaí

Projetos prioritários

P2. Monitoramento, alerta e alarme

P4. Avaliação de riscos de desastres

} Aerolevantamento de SC (SDS – 1:10.000 – 2009/2011), comprioridade para a bacia do Itajaí

} Implementação de um sistema integrado de informações emambiente de Sistema Informações Geográficas, contendo abase cartográfica e cartas temáticas, a partir dasinformações existentes em diferentes instituições, como ANA,ANEEL, SDS, CEOPS/FURB, EPAGRI/CIRAM, CPRM, IBGE,Universidades, Prefeituras, Fundação Agência de Água doVale do Itajaí, entre outras

} Mapeamento das áreas de risco e ameaças múltiplas, para odesenvolvimento de um sistema de cadastro de desastresnaturais.

Projetos prioritários

Diretrizes Básicas para a elaboração do Plano Diretorde Prevenção de Desastres Naturais (P5), orientadaspara enchentes, para escorregamentos e paraenxurradas

} Serão definidas quais as áreas/regiões prioritárias de proteçãocontra enchentes, em conjunto com as instituições participantesdo projeto e o Comitê do Itajaí.

} Para cada região serão apresentado um plano de medidas deprevenção de enchentes, para diferentes níveis de segurança(tempos de recorrência de 5, 10, 25 e 50 anos).

} O nível de segurança a ser adotado será escolhido com asinstituições participantes do projeto e do Comitê do Itajaí, emfunção da análise custo-benefício.

} O plano diretor de prevenção será elaborado considerandomedidas de retardamento e espalhamento de cheias, tal como naconcepção de controle integrado de enchentes do Japão.

Projeto JICA (março 2010 a setembro 2011)

} Serão avaliadas medidas de atenuação de cheias comoretenção temporária das águas das chuvas nas arrozeiras,construção de pequenos lagos de retenção (em combinaçãocom uso para irrigação em períodos de estiagem), retenção daságuas de transbordamento dos rios tributários e canalizaçãodas águas dos tributários com pequenos diques.

} Será avaliado o aumento da capacidade de armazenamento(contenção) nas barragens Sul e Oeste, através da elevação daaltura do vertedouro e aumento da capacidade de descargadas galerias, de modo a incrementar a prevenção dasenchentes em Taió e Rio do Sul.

} Devem ser mantidos os usos atuais das áreas de pastagens earrozeiras localizadas às margens do rio Itajaí-açu nosmunicípios de Gaspar e Ilhota, que servem de planície deretardamento das enchentes (eficazes para a redução dasvazões de enchentes), beneficiando principalmente a cidade deItajaí.

Projeto JICA

} Rio do Sul, Blumenau, Gaspar e Itajaí são os municípios compotencial para serem prioritários na proteção contra enchentes.Além das medidas de retenção a montante já mencionadas, serãoexaminadas as possíveis medidas complementares, de acordo comas características das inundações e o plano diretor urbano decada município.

} Vamos formular medidas para a cidade de Itajaí contemplando:(a) o problema de refluxos das águas de enchentes do rio Itajaí-açu para o Itajaí Mirim, além da influência da maré; (b) oproblema do transbordamento das águas do rio Itajaí Mirim; (c)insuficiência de drenagem das águas pluviais na zona urbana.

} Em toda a bacia hidrográfica existem muitas residênciasirregulares dentro do canal dos rios principais e tributários.Portanto medidas de mitigação de inundações bruscas requeremum plano de zoneamento e regulamentação de uso do solo, tantourbano como rural.

Projeto JICA

} A adoção de medidas de retenção de água dificilmente poderáatingir um alto grau de segurança, por exemplo, para umperíodo de retorno de 50 anos. No caso de Blumenau e Gaspara instalação de planícies de inundação por meio dealargamento do leito do rio poderá ser necessária (diretriz 8).No caso de Itajaí, a medida complementar pode ser o canalextravasor. O efeito do canal, além de reduzir o nível daenchente em Ilhota e Itajaí, é distribuir o sedimento entre o rioe o canal e dessa maneira beneficiar os portos.

} Em relação às planícies de inundação, haverá necessidade deexecutar o programa de recuperação da mata ciliar do Planode Recursos Hídricos da Bacia do Itajaí.

Projeto JICA

Coordenação e articulação

} Proposta do PPRD: Fortalecimento da participaçãolocal na condução e execução do Plano, por meio doComitê do Itajaí e de uma Câmara Técnicaespecífica, em que participam representantes dosmunicípios, dos órgãos estaduais intervenientes,dos institutos de pesquisa, e da sociedade civilorganizada.

} O GTC cumpre a função de avaliação eassessoramento.

} Para o Projeto JICA, que trata de parte das ações doPPRD, foi criada uma comissão específica porDecreto Estadual.

Obrigada pela atenção!

[email protected]

www.comiteitajai.org.br