gestão financeira como ferramenta de gestão das pequenas e microempresas
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TCC apresentado à FecapTRANSCRIPT
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FUNDAO ESCOLA DE COMRCIO LVARES PENTEADO
CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DE SO PAULO
CRC-SP
CURSO DE PS-GRADUAO LATO-SENSU
rea de Concentrao: Controladoria
GESTO FINANCEIRA COMO FERRAMENTA DAS PEQUENAS E
MICRO EMPRESAS
Mrio Kyoshi Kato
Sara Reis Lobo Garcia
Srgio da Rocha Paris
Orientadora: Prof Manuela Tavares Padovani Ikeda
SO PAULO
2008
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FUNDAO ESCOLA DE COMRCIO LVARES PENTEADO
CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DE SO PAULO
CRC-SP
CURSO DE PS-GRADUAO LATO-SENSU
rea de concentrao: Controladoria
Mrio Kyoshi Kato
Sara Reis Lobo Garcia
Srgio da Rocha Paris
GESTO FINANCEIRA COMO FERRAMENTA DAS PEQUENAS
E MICRO EMPRESAS
Trabalho de Concluso do Curso de
Controladoria apresentado Fundao
Escola de Comrcio lvares Penteado
como parte dos requisitos para concluso
do curso de Ps-Graduao em
Controladoria em convnio com o
Conselho Regional de Contabilidade de
So Paulo para obteno do ttulo de
Especialista em Controladoria.
Orientadora: Prof Manuela Tavares Padovani Ikeda
SO PAULO
2008
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AGRADECIMENTOS
O mrito deste trabalho deve-se, prioritariamente, a Deus, a quem
agradecemos por todas as bnos at hoje recebidas, no obstante ns
cometermos falhas, Ele, com sua grande misericrdia esteve sempre presente em
tudo que realizamos, dando-nos foras e trazendo-nos conforto nos momentos mais
difceis de nossas vidas.
Agradecemos as nossas famlias que, com muito carinho e compreenso,
possibilitaram a realizao deste trabalho.
No poderamos deixar de agradecer tambm a nossa orientadora,
professora Manuela, pela sua pacincia e dedicao.
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RESUMO
As pequenas e microempresas representam uma opo atraente e fundamental para a economia paulista, podendo sua importncia econmica e social ser confirmada pelas pesquisas apresentadas pelo Sebrae-SP, que mostra o nmero de empresas registradas na Jucesp e o percentual de gerao de emprego. Porm, como, segundo a pesquisa, a maioria das pequenas e microempresas tende a encerrar suas atividades nos primeiros anos, resolveu-se que merecia maior ateno identificar e analisar os principais fatores que provocam o alto ndice de mortalidade das mesmas. Em virtude das dificuldades encontradas pelas pequenas e micro empresas, foi proposto a anlise daquelas que estivessem ao alcance, como as financeiras, para os quais poderamos apresentar ferramentas de gesto que julgou-se serem necessrias para auxiliar os empreendedores na busca pelos resultados esperados. Como ferramenta de gesto, apresenta-se o fluxo de caixa, e para a sua administrao, como material complementar, o estudo de custos, margem de contribuio, ponto de equilbrio e a formao do preo de venda.
Palavras-chave: Pequenas e Microempresas. Ferramentas de Gesto. Gesto
Financeira.
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SUMRIO
1 INTRODUO 07
1.1 O problema da pesquisa 08
1.2 Delimitao do tema 08
1.3 Objetivos do estudo 08
1.4 Justificativa para elaborao do estudo 09
1.5 Definio do tipo de pesquisa 11
2 REVISO DA LITERATURA 11
2.1 Empresa 12
2.1.1 Associaes 12
2.1.2 Sociedade simples 12
2.1.3 Empresrio 13
2.1.4 Sociedade empresria 13
2.2 Enquadramento como pequena e microempresa 13
2.3 Contabilidade 14
2.3.1 Conceitos de Contabilidade 14
2.3.2 Custos 15
2.3.2.1 Terminologia de custos 16
2.3.3 Princpios contbeis 21
2.3.3.1 Princpio da Entidade 22
2.3.3.2 Princpio da Continuidade 24
2.4 Ferramentas de gesto 26
2.4.1 Ponto de Equilbrio 26
2.4.2 Margem de Contribuio 28
2.4.3 Formao de preos 30
2.4.4 Fluxo de Caixa 32
3 GESTO FINANCEIRA COMO FERRAMENTA DAS PEQUENAS E
MICROEMPRESAS 36
3.1 Exemplo do clculo de Ponto de Equilbrio e Margem de Contribuio 36
3.2 Exemplo de clculo de mark-up 36
3.3 Fluxo de Caixa 39
3.3.1 Exemplo de Fluxo de Caixa adaptado para a pequena e microempresa 39
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3.3.1.1 Exemplo de Fluxo de Caixa controlado 40
4 CONCLUSO 42
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 43
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1 INTRODUO
O presente trabalho tem como objeto de estudo as pequenas e
microempresas paulistas, devido sua importncia no cenrio econmico, conforme
pesquisa do Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas - Sebrae-
SP Sobrevivncia e Mortalidade das Empresas Paulistas de 1 a 5 anos Edio
2005.
Investiga o desafio de sobrevivncia dessas pequenas organizaes e busca
identificar os principais fatores internos e externos que exercem influncia sobre o
seu sucesso ou insucesso. Diante de tais fatores, este trabalho objetiva abordar,
especificamente a problemtica da discutvel capacidade gerencial, ou seja, sua
fragilidade administrativa, como podemos observar na pesquisa apresentada pelo
Sebrae-SP e apresentar ferramentas de gesto apropriadas.
No desenvolver do trabalho, ser mostrado que a utilizao da gesto
financeira como ferramenta gerencial pode contribuir para o sucesso das pequenas
e microempresas, contudo, para viabilizar sua compreenso e implantao por parte
dos empresrios necessria uma apresentao das nomenclaturas usadas, como,
margem de contribuio, ponto de equilbrio, fluxo de caixa, entre outras, e uma
explanao sobre a aplicabilidade das ferramentas de gesto nas referidas
empresas, o que faremos atravs de uma pesquisa bibliogrfica, tendo como ponto
de partida, legislao pertinente, conceitos de renomados estudiosos, pesquisas do
Sebrae/SP, artigos cientficos, monografias e dissertaes de mestrado.
Ser estudado tambm, que a falta ou o pouco conhecimento contbil,
sobretudo quanto aos seus princpios, tais como o da Entidade e da Continuidade,
por parte dos micro e pequenos empresrios, acabam por contribuir para o
insucesso das pequenas e microempresas.
Em suma, objetivou-se uma reflexo, por parte dos leitores, sobre a
importncia de uma gesto eficaz nas pequenas e microempresas, principalmente
no tocante ao custo.
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8
1.1 O problema da pesquisa
Devido sua relevncia, sero estudadas as dificuldades encontradas pelas
pequenas e microempresas e como poder ser dada a contribuio para reduzir o
ndice de mortalidade das mesmas, utilizando uma gesto financeira eficiente.
Ser que devido ao pouco conhecimento contbil ou at mesmo falta dele,
o ndice de mortalidade entre as micro e pequenas empresas do estado de So
Paulo vem aumentando nos ltimos anos?
Por que o ndice de mortalidade entre as pequenas e microempresas do
Estado de So Paulo vem aumentando a cada ano?
1.2 Delimitao do tema
Abordaremos neste trabalho as pequenas e microempresas do Estado de
So Paulo. Estudar maneiras e propor solues que auxiliem a gesto das micro e
pequenas empresas do estado de So Paulo, a fim de que as mesmas possuam um
ciclo de vida mais duradouro.
1.3 Objetivo do estudo
O objetivo deste trabalho dar nfase importncia das pequenas e
microempresas no contexto econmico e social, estudando as causas de seus
fracassos e propor ferramentas de gesto, a fim de reverter tal situao.
As dificuldades citadas pelas empresas que encerraram suas atividades
esto demonstradas no grfico a seguir.
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9
%
25%
19%
11%
11%
9%
7%
6%
6%
4%
2%
6%
Dificulades encontradas
Falta de capital
Falta de clientes/inadimplncia
Problemas de planejamento/administrao
Problemas particulares
Problemas com scios
Problemas legais
Concorrncia forte
Falta de lucro
Perda do cliente nico
Impostos/encargos elevados
Outros motivos
Dificuldades encontradas pelas empresas que encerraram suas atividades
0%5%
10%15%20%25%30%
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Fonte: Sobrevivncia e Mortalidade das Empresas Paulistas de 1 a 5 anos - SEBRAE 2005
Devido s dificuldades relacionadas conjuntura econmica e polticas de
apoio, os empreendedores, mesmo que alheios s suas vontades precisam buscar
outras alternativas de sobrevivncia, onde ele possa ditar os rumos a seguir,
principalmente os relacionados gesto, que podem ser estudados e utilizados para
reduzir o ndice de mortalidade das pequenas e microempresas..
A capacitao dos empreendedores fundamental para que possam
desenvolver e aprimorar as habilidades necessrias boa gesto empresarial,
assim como o estudo prvio de cada passo a ser tomado, pois o planejamento
tambm fundamental.
1.4 Justificativa para elaborao do estudo
Segundo a pesquisa do Sebrae-SP Sobrevivncia e Mortalidade das
Empresas Paulistas de 1 a 5 anos Edio 2005, as pequenas e microempresas
representam cerca de 99% do total registrado na Junta Comercial do Estado de So
Paulo - JUCESP, da a preocupao com o setor responsvel por gerao de
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grande percentual dos postos de trabalho.
Das empresas registradas, 62% so comerciais, 28% prestadoras de
servios, 10% industriais e 0,4% agropecurias.
Setor de Atividade Participao
Comrcio 62%
Prestao de Servio 28%
Indstria 10%
Agropecuria 0,4%
Participao por setor de atividade
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
Comrcio Prestao de Servio Indstria Agropecuria
Fonte: Sobrevivncia e Mortalidade das Empresas Paulistas de 1 a 5 anos - SEBRAE 2005
Segundo a pesquisa realizada em 2004, no Estado de So Paulo a mdia da
taxa de mortalidade apresentada pelas empresas com 1 ano de atividade de 29%
no primeiro ano, acumulando-se em 42% no segundo ano e em 52% no terceiro ano,
56% no quarto ano, repetindo-se o percentual no quinto ano, o que significa que
aps cinco anos da constituio, somente 44% das empresas permanecem em
atividade.
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Tempo de Atividade Taxa de Mortalidade
1 ano 29%
2 anos 42%
3anos 53%
4anos 56%
5anos 56%
Taxa de Mortalidade Acumulada das Empresas Paulistas
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
1 ano 2 anos 3anos 4anos 5anos
Fonte: Sobrevivncia e Mortalidade das Empresas Paulistas de 1 a 5 anos - SEBRAE 2005
De acordo com a pesquisa, o alto ndice de mortalidade causa graves
conseqncias no aspecto econmico e social, implica em perda de 281 mil postos
de trabalho e de quase R$ 15 bilhes.
1.5 Definio do tipo de pesquisa
Ser realizada uma pesquisa bibliogrfica, tendo como ponto de partida, a
busca na legislao, em literaturas de conceituados autores da rea contbil,
monografias e dissertaes com temas correlatos.
Utilizaremos, tambm, revistas publicadas por rgos representativos da
classe contbil, tais como: a Revista Brasileira de Contabilidade, do Conselho
Federal de Contabilidade - CFC; a Revista do Conselho Regional de Contabilidade
do Estado de So Paulo - CRC SP, alm de Boletins Informativos das entidades
de classe contbil de So Paulo, de outros Estados brasileiros.
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2 REVISO DA LITERATURA
Sero conceituados neste captulo, empresas, tipos de empresas,
contabilidade, princpios contbeis, custos, terminologia de custos, ferramentas de
gesto, margem de contribuio, ponto de equilbrio, mark-up, formao do preo de
venda e fluxo de caixa.
2.1 Empresa
Uma empresa um conjunto organizado de meios com vista a exercer uma
atividade particular, pblica, ou de economia mista, que produz e oferece bens e/ou
servios, com o objetivo de atender a alguma necessidade humana. O lucro, na
viso moderna das empresas privadas, conseqncia do processo produtivo e o
retorno esperado pelos investidores. As empresas de titularidade do Poder Pblico
tm a finalidade de obter rentabilidade social. As empresas podem ser individuais ou
coletivas, dependendo do nmero de scios que as compem. (Wikipdia)
As empresas compram e vendem, prestam servios, pagam tributos, enfim,
participam ativamente do ambiente econmico do pas.
2.1.1 Associaes
O artigo 53 do da Lei 10.406 dispe: "Constituem-se as associaes pela
unio de pessoas que se organizem para fins no econmicos".
2.1.2 Sociedade simples
A sociedade simples a pessoa jurdica que realiza atividade intelectual de
natureza cientfica, literria ou artstica, ainda que com o concurso de auxiliares ou
colaboradores, salvo se o exerccio da profisso constituir elemento de empresa (
nico do artigo 966).
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2.1.3 Empresrio
Considera-se empresrio quem exerce profissionalmente atividade
econmica organizada para a produo ou a circulao de bens ou de servios
(artigo 966).
2.1.4 Sociedade empresria
Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se
obrigam a contribuir, com bens ou servios, para o exerccio de atividade econmica
e a partilha, entre si, dos resultados (art.981).
Salvo as excees expressas, considera-se empresria a sociedade que
tem por objeto o exerccio de atividade prpria de empresrio sujeito a registro (art.
967); e, simples, as demais (art. 982).
2.2 Enquadramento como pequena e microempresa
Segundo a Lei Complementar 123, de 14 de dezembro de 2006,
consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte, a sociedade
empresria, a sociedade simples e o empresrio a que se refere o art. 966 da Lei no
10.406, de 10 de janeiro de 2002, devidamente registrados no Registro de Empresas
Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurdicas, conforme o caso, desde que:
I no caso das microempresas, o empresrio, a pessoa jurdica, ou a ela
equiparada, aufira, em cada ano-calendrio, receita bruta igual ou inferior a
R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais);
II no caso das empresas de pequeno porte, o empresrio, a pessoa
jurdica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendrio, receita bruta
superior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais) e igual ou inferior a
R$ 2.400.000,00 (dois milhes e quatrocentos mil reais).
As pequenas e microempresas, normalmente so empresas pequenas de
propriedade de um s proprietrio que, tambm, o gerente, o vendedor, o
comprador. Surgem a partir da informalidade quando os negcios passam a
prosperar. (LEMES JNIOR; RIGO; CHEROBIM, 2002, p. 22).
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2.3 Contabilidade
A Contabilidade existe desde os mais remotos tempos da humanidade. Seu
desenvolvimento se deu com a necessidade de acompanhar a evoluo dos
patrimnios. O surgimento do capitalismo deu impulso definitivo a esta importante
disciplina, potencializando seu uso e aumentando sua eficcia. Atravs dos tempos,
verifica-se que normalmente o grau de avano da Contabilidade est diretamente
associado ao grau de progresso econmico, social e institucional de cada
sociedade. (IUDCIBUS, 1997, p.44).
A funo fundamental da Contabilidade no mudou desde seus primrdios,
ou seja, continua sendo uma ferramenta indispensvel para auxiliar a tomada de
decises, fornecendo as informaes necessrias para os seus mais diversos
usurios. (IUDCIBUS, 1997, p. 20).
A Contabilidade sempre esteve presente nos empreendimentos, por mais
precrios que fossem estes, desde que o homem sentiu a necessidade de preservar
o seu patrimnio, independente do tipo de atividade exercida, e cada vez mais se
torna imprescindvel para que as empresas busquem os resultados esperados.
Para Anthony apud Equipe de Professores da FEA/USP (1998, p. 24), as
informaes contbeis podem ter as finalidades de controle e de planejamento.
Controle quando feito o acompanhamento se a empresa est agindo conforme os
planos e polticas traados e, planejamento no momento de decidir o curso de ao
a ser tomada pela empresa.
2.3.1 Conceitos de Contabilidade
A Contabilidade no deve ser vista apenas como uma forma de registro de
fatos, mas sim como grande fonte de informaes para tomadas de deciso.
Para S, (2002, p. 46), a Contabilidade a cincia que estuda os
fenmenos patrimoniais, preocupando-se com realidades, evidncias e
comportamentos dos mesmos, em relao eficcia das clulas sociais.
Mussolini (1994, p.74), em seu artigo defende a seguinte idia:
... a Contabilidade no deve ser entendida como um simples sistema de
escriturao dos fatos que alteram a composio do elementos
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patrimoniais... A Contabilidade , antes de qualquer apreciao ou enfoque,
a aplicao prtica de um poderoso conjunto tcnico-cientfico de
instrumentais prprios que, prioritariamente, significa a produo de
informaes seguras e positivas, fruto da experincia pretrita ou atual.
(MUSSOLINI, 1994, p.74).
Como podemos observar, os autores enfatizam a idia da utilizao da
Contabilidade como forma de produo de informaes que podero possibilitar s
empresas melhores condies de gerenciamento, podendo assim, enfrentar as
turbulncias de um mercado competitivo.
Tambm outros conceituados autores conjugam da mesma idia como
podemos concluir atravs dos seus conceitos abaixo:
A Contabilidade o instrumento que fornece o mximo de informaes teis
para a tomada de decises dentro e fora da empresa. (MARION, 1998, p. 24).
Uma cincia que permite, atravs de suas tcnicas, manter um controle
permanente do Patrimnio da empresa. (RIBEIRO, 1997, p. 14).
Mtodo de identificar, mensurar e comunicar informao econmica,
financeira, fsica e social, a fim de permitir decises e julgamentos adequados por
parte dos usurios da informao. (IUDCIBUS, 1997, p. 26).
Resumindo, diversos so os conceitos de Contabilidade, mas todos
convergem para o objeto que o patrimnio das pessoas ou entidades, o qual deve
ser controlado, de maneira permanente, e administrado para que possa manter tanto
sua estabilidade econmica quanto seu rumo ao crescimento; e o meio que permite
o controle e administrao do patrimnio, so as informaes que podem possibilitar
ao empresrio, a tomada da mais acertada deciso possvel.
2.3.2 Custos
um mtodo de apurao de custos com base na tcnica contbil.
Representa uma extenso da contabilidade tradicional, tambm chamada
contabilidade financeira e, por isso, requer a realizao de lanamentos contbeis, a
observao dos princpios contbeis e da legislao especfica.
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A contabilidade de custos foi criada no incio do sculo XX pelas grandes
empresas industriais americanas e manteve-se intocada at meados da dcada de
50. A partir de ento, alguns de seus pontos fracos passaram a serem criticados,
dando origem a novas abordagens para custos.
Mesmo que a empresa no possua um sistema de contabilidade de custos
nos moldes tradicionais, pode-se, apurar seus custos por meio de sistemas de
custeio especiais.
A apurao extracontbil de custos pode produzir as informaes de custo
para apoio tomada de deciso1 na empresa quando ela no dispe da
Contabilidade de Custos tradicional (SANTOS, p. 163).
2.3.2.1 Terminologia de custos
Receita
Na viso de Marion (1997, p.69) receita:
corresponde, em geral, a vendas de mercadorias ou prestaes de servios. Ela refletida no balano atravs da entrada de dinheiro no Caixa (Receita a Vista) ou entrada em forma de direitos a receber (receita a prazo) - duplicatas a receber. A receita sempre aumenta o Ativo embora nem todo o aumento de Ativo signifique Receita (emprstimos bancrios, financiamentos etc. aumentam o Caixa-Ativo da empresa, mas no so receitas).
Segundo Iudcibus (1997, p. 149), receita a expresso monetria do
agregado de produtos e servios, em sentido amplo, colocado disposio do
mercado, em determinado perodo, cujo valor validado, mediata ou imediatamente,
pelo prprio mercado.
Receita, para a Equipe de Professores da FEA/USP (1998, p. 66), a
entrada de elementos para o ativo, sob a forma de dinheiro ou direitos a receber,
correspondentes, normalmente, venda de produtos ou prestao de servios.
Contudo, tem-se que, receita corresponde a todo valor de entrada em valor
pecunirio ou promessa de recebimento futuro representado por ttulos, em troca da
entrega de bens ou servios.
1 Tomada de deciso: segundo Santos (1998, p. 169), a escolha entre duas ou mais alternativas.
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Gasto
Para Martins (2003, p.24), compra de um produto ou servio qualquer que
gera sacrifcio financeiro para a entidade (desembolso), sacrifcio esse representado
por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro).
Ainda, para o autor, este conceito extremamente amplo, pode ser aplicado a
todos os bens e servios adquiridos; havendo assim, gastos na compra de matrias-
primas, com mo-de-obra, seja na produo ou na distribuio, com honorrios da
diretoria ou na compra de imobilizado. O gasto existe somente quando o bem ou
servio passa a ser propriedade da empresa, no momento em que existe o
reconhecimento contbil da dvida assumida ou da reduo do ativo dado em
pagamento.
Para Ribeiro (1997, p. 22) gasto o desembolso vista ou a prazo para
obteno de bens ou servios, independentemente da sua destinao dentro da
empresa.
Quando a empresa resolve adquirir bens ou servios para seu uso ou
comercializao, est efetuando um gasto que, dependendo de sua destinao,
dever ter sua adequada classificao contbil.
Desembolso
A empresa ao efetuar o pagamento de qualquer aquisio de bem ou servio,
incorre em desembolso que pode ocorrem no momento da aquisio, ou ainda
antecipadamente ou ento, futuramente, como podemos observar nos conceitos dos
autores abaixo.
Para Martins (2003, p. 25), o pagamento resultante da aquisio do bem ou
servio. Pode ocorrer antes, durante ou aps a entrega da utilidade comprada,
portanto defasada ou no no momento do gasto.
Ribeiro (1997, p. 22), define que desembolso a entrega de numerrio
antes, no momento ou depois da ocorrncia dos gastos.
O desembolso ocorre quando a empresa antecipa seu pagamento, ou quando
realiza aquisio vista ou, ento, nas aquisies prazo.
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Investimento
Investimento na viso de Martins (2003, p. 25), :
Gasto ativado em funo de sua vida til ou de benefcios atribuveis a futuro(s) perodo(s). Todos os sacrifcios havidos pela aquisio de bens ou servios (gastos) que so estocados nos Ativos da empresa para baixa ou amortizao quando de sua venda, de seu consumo, de seu desaparecimento, ou de sua desvalorizao so especificamente chamados de investimentos. Podem ser diversas naturezas e de perodos de ativao variados: a matria-prima um gasto contabilizado temporariamente como investimento circulante; a mquina um gasto que se transforma num investimento permanente; as aes adquiridas de outras empresas so gastos classificados como investimentos circulantes ou permanentes, dependendo da inteno que levou a sociedade aquisio.
Segundo Ribeiro (1997, p. 22), compreendem, geralmente, os gastos com a
obteno de bens de uso da empresa.
Assim, se uma obra de arte, no caso, um quadro, adquirida com inteno
de decorar a sala do presidente da empresa, deve-se consider-la como um
investimento permanente (ativo imobililizado2), porm, se a aquisio foi feita com
inteno de revend-lo para obteno de lucro, deve-se consider-la como
investimento circulante.
Custo
Para Martins (2003, p. 25), o gasto relativo ao bem ou servio utilizado na
produo de outros bens ou servios.
Para o autor, o gasto passa a ser reconhecido como custo quando os fatores
de produo (bens e servios) so utilizados na fabricao de um produto ou
execuo de um servio. Assim, a matria-prima desde a aquisio at a estocagem
considerada como investimento e ao ser utilizada na fabricao de um produto,
passa a ser considerada como custo integrante do bem, que passa a ser um
investimento ativado at que seja vendido.
2 Ativo Imobilizado: Segundo a Lei 6.404/76, os direitos que tenham por objeto bens destinados
manuteno das atividades da companhia e da empresa, ou exercidos com essa finalidade, inclusive os de
propriedade industrial ou comercial.
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19
Para Ribeiro (1997, p. 22), compreende os gastos com a obteno de bens
e servios aplicados na produo.
Custos so gastos realizados para a produo de um determinado bem ou
servio, no caso das empresas com atividades exclusivamente comerciais o valor do
custo a baixa do estoque do valor da mercadoria adquirida do fornecedor. As
mercadorias so adquiridas e registradas no estoque, nesse momento um
investimento, quando o comerciante vende a mercadoria, o valor de baixa do
estoque considerado custo. A apurao de custo nas empresas comerciais so
mais simples, pois no existem valores adicionados como materiais diretos e mo-
de-obra para composio do custo.
Os custos podem ser fixos, no caso de uma indstria o aluguel da fbrica,a
depreciao das mquinas, no existe uma relao entre a produo e valor do
gasto, no exemplo do aluguel, no importa a quantidade produzida, valor permanece
o mesmo, portanto de natureza fixa.
Os custos variveis so aqueles relacionados com a produo, aumenta a
produo em quantidades, o gasto aumenta na mesma proporo, por exemplo
matrias-primas utilizadas na produo, mo-de-obra direta aplicada nos
produtos.(CRC/IBRACON, 2000, p. 80-91; 128-159)
Despesa
Para Martins (2003, p. 25), o bem ou servio consumido direta ou
indiretamente para obteno de receitas.
Assim, a caracterstica da despesa o fato de ela tratar de expiraes de
fatores de servios, direta ou indiretamente relacionados com a produo e a venda
do produto (ou servio) da entidade. (IUDCIBUS, p.150).
Segundo Ribeiro (1997, p. 22), despesa corresponde aos gastos de
correntes do consumo de bens e da utilizao de servios das reas administrativa,
comercial e financeira, que direta ou indiretamente visam a obteno de receitas.
As despesas so itens que reduzem o Patrimnio Lquido e que tm essa
caracterstica de representar sacrifcios no processo de obteno de receitas.
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20
A Equipe de Professores da FEA/USP (1998, p. 67), define despesa como o
consumo de bens ou servios, que, direta ou indiretamente, ajuda a produzir uma
receita.
Assim, despesa corresponde a todo sacrifcio financeiro efetuado pela
empresa com o intuito de obteno de receita.
A comisso do vendedor, o aluguel do prdio da administrao, os salrios e
encargos pagos ao pessoal da administrao, a depreciao de mquinas e
equipamentos da administrao, por exemplo, so gastos identificados
imediatamente como despesas.
Perda
Martins (2003, p. 26), define perda como:
Bem ou servio consumidos de forma anormal e involuntria. No se confunde com a despesa (muito menos com o custo), exatamente por sua caracterstica de anormalidade e involuntariedade; no um sacrifcio feito com inteno de obteno de receita. Exemplos comuns: perdas com incndio, obsoletismo de estoques etc. So itens que vo diretamente conta de Resultado, assim como as despesas, mas no representam sacrifcios normais ou derivados de forma voluntria das atividades destinadas obteno da receita. muito comum o uso da expresso Perdas de material na produo de inmeros bens e servios; entretanto, a quase totalidade dessas perdas , na realidade, um custo, j que so valores sacrificados de maneira normal no processo de produo, fazendo parte de um sacrifcio j conhecido at por antecipao para obteno do produto ou servio e da receita almejada.
Segundo o autor, podemos considerar como exemplos, o gasto com mo-
de-obra durante um perodo de greve e o material deteriorado por um defeito
anormal e raro de um equipamento.
Cabe aqui ressaltar que inmeras perdas de pequenssimo valor so, na prtica, comumente consideradas dentro dos custos ou das despesas, sem sua separao; e isso permitido devido irrelevncia do valor envolvido. No caso de montantes apreciveis, esse tratamento no correto (MARTINS, 2003, p. 26).
Iudcibus (1997, p.156) define perda como sendo o efeito lquido
desfavorvel que no surge das operaes normais do empreendimento.
-
21
As perdas so gastos que surgem atravs de ocorrncias imprevistas e
devem ser alocados diretamente no grupo Resultado da empresa, uma vez que, no
poderiam ter sido previstos e assim compor o custo do produto ou servio.
Desperdcio
Conforme definio de Dubois (2006, p. 17), desperdcio:
um gasto que a empresa apresenta pelo fato de no ocorrer o aproveitamento normal de todos os seus recursos. A ttulo de exemplo: uma produtividade menor que a normal; vendedor com tempo ocioso aps cumprir sua quota de vendas. Observe-se que o desperdcio no notado de maneira imediata por parte da empresa. Somente com bons controles ele poder ser diagnosticado.
O desperdcio um dos fatores que pode contribuir para a reduo do lucro
final, desta forma, para que isso possa ser evitado, sugere-se a utilizao de bons
controles, ou melhor, eficientes ferramentas de gesto.
2.3.3 Os princpios contbeis e as pequenas e microempresas
Neste tpico sero estudados os princpios contbeis e como estes tm
relao com as empresas, particularmente com as pequenas e microempresas.
Assim, segundo Martins, Gelbcke (1995, p. 98-100):
A Resoluo CFC n 774, de 16 de dezembro de 1994, considera que os Princpios Fundamentais de Contabilidade representam o ncleo central da prpria Contabilidade, na sua condio de cincia social, sendo a ela inerentes. Os Princpios constituem sempre as vigas-mestras de uma cincia, revestindo-se dos atributos de universalidade e veracidade conservando validade em qualquer circunstncia. (...) Nas cincias sociais, os princpios se colocam como axiomas, premissas universais e verdadeiras, assim admitidas sem necessidade de demonstrao, ultrapassando, pois a condio de simples conceitos. (...) Como os princpios alcanam o patrimnio na sua globalidade, sua observncia nos procedimentos aplicados resultar automaticamente em informaes de utilidade para decises sobre situaes concretas.
Analisando o texto acima, observa-se a preocupao com o entendimento e
a aplicao dos princpios contbeis, uma vez que estes iro ditar os procedimentos
na rea contbil em busca do objetivo maior da contabilidade, que a informao
para o processo de tomada de deciso.
Para Maion (1996, p. 42), os Princpios Fundamentais de Contabilidade so
o ncleo central da contabilidade, e representam a essncia da doutrina e da teoria
-
22
relativas Cincia da Contabilidade. Assim, os princpios e normas tm como
propsito, estabelecer procedimentos profissionais e tcnicos de maneira
padronizada, a fim de que os usurios da informao contbil possam dela se valer
da melhor maneira, depositando na mesma a confiana de sua retido.
Mas, a falta de aplicabilidade dos postulados, princpios e convenes
contbeis, por parte dos pequenos e microempresrios, como pode ser visto na
pesquisa do Sebrae, quando consultados respeito das dificuldades encontradas na
gesto de seus empreendimentos, torna-se preocupante, principalmente, no tocante
aos postulados da entidade e da continuidade, uma vez que o objetivo maior das
entidades obter lucros por perodo indeterminado de tempo e, se possvel, cada
vez maiores.
H que se reconhecer que, em se tratando de pequenas e microempresas,
por serem estas em sua maioria, empresas familiares, encontra-se resistncia por
parte dos empreendedores, quanto orientao em relao administrao de seus
negcios, mas, uma orientao tcnica contbil, baseada nos postulados, princpios
e normas poder auxiliar na reduo da margem percentual de erros.
Fonseca (1990, p.31) cita que a inobservncia dos princpios e normas, faz
com que tudo que for feito irrelevante, descaracterizando a Contabilidade como
uma cincia.
Se a idia bsica dos dois postulados, da entidade e da continuidade, for
observada e seguida risca, muitas das pequenas e microempresas, poder gozar
de uma situao financeira mais estvel.
Embora todos os princpios sejam importantes e aplicveis s pequenas e
microempresas, sero abordados neste trabalho, somente os dois princpios
segundo a Resoluo do CFC de n 750/93 e os postulados, conforme os Princpios
de Contabilidade Geralmente Aceitos, por serem considerados, em nossa opinio,
aqueles que merecem maior ateno em relao a este trabalho.
2.3.3.1 O Princpio da Entidade
Segundo a Resoluo do CFC de n 750/93 em seu art. 4, o Princpio da
ENTIDADE reconhece o Patrimnio como objeto da Contabilidade e afirma a
autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciao de um Patrimnio particular
-
23
no universo dos patrimnios existentes, independentemente de pertencer a uma
pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituio de qualquer
natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqncia, nesta
acepo, o Patrimnio no se confunde com aqueles dos seus scios ou
proprietrios, no caso de sociedade ou instituio.
Pargrafo nico O PATRIMNIO pertence ENTIDADE, mas a recproca no
verdadeira. A soma ou agregao contbil de patrimnios autnomos no resulta em
nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econmico-contbil.
Vejamos, tambm, o Postulado da Entidade Contbil, o qual diz que A
Contabilidade mantida para as Entidades; os scios ou quotistas destas no se
confundem, para efeito contbil, com aquelas.... (IBRACON, 1999, p. 29).
O no atendimento por parte dos pequenos empresrios, tanto resoluo,
quanto aos postulados, muitas vezes leva-os a pensar que a receita de vendas que
pertence empresa, possa ser utilizada como patrimnio particular, assim, os
recursos que deveriam estar disposio da empresa; sendo utilizadas para cobrir
as gastos da mesma, passam a serem utilizadas para pagar gastos particulares,
sem nenhum controle sequer. Sem o devido controle financeiro, quando o pequeno
ou microempresrio menos espera, seu capital de giro, esvaiu-se e o prximo passo
a descontinuidade.
Para Fonseca (1990, p. 33), a funo contbil exercida devido ao
pressuposto que a entidade, cujo patrimnio o objeto da Contabilidade, possui
existncia identificada, distinta e independente das pessoas fsicas ou jurdicas que
a compem.
Entende ele que, um dos pilares fundamentais ao desenvolvimento
econmico, encontra-se na transparncia, clareza e padronizao das contas e
elementos contbeis, constituindo-se na nica maneira de avaliao correta das
variaes patrimoniais, podendo assim, mensurar os resultados alcanados e obter
concluses objetivas.
Vejamos um outro ponto de vista.
O Princpio da Entidade deve ser entendido numa conotao mais complexa, isto , desde que determinado setor da empresa (centro de lucro) seja capaz de adicionar utilidade aos fatores, contribuindo para a apurao de um lucro, tambm merecer um reporte individualizado por parte da Contabilidade. A condio que os departamentos sejam substancialmente
-
24
independentes uns dos outros e que os departamentos comprador e vendedor tenham a opo de adquirir e vender no mercado. Nesse caso, os departamentos constituem subentidades contbeis distintas. (IUDCIBUS, 1998, p. 28).
A observao deste princpio importante para a empresa, pois, define os
limites da propriedade sobre o patrimnio da empresa, isto , o que pertence
entidade e o que pertence ao particular.
Para exemplificar, utilizando o que apresenta a Equipe de Professores da
FEA/USP, quando uma empresa paga uma despesa, o caixa da firma que
desembolsa o dinheiro e no o dono da empresa, embora, materialmente, as duas
coisas se confundam.
2.3.3.2 O Princpio da Continuidade
Segundo a Resoluo do CFC de n 750/93 em seu art. 5, a
CONTINUIDADE ou no da ENTIDADE, bem como sua vida definida ou provvel,
devem ser consideradas quando da classificao e avaliao das mutaes
patrimoniais, quantitativas e qualitativas.
1 A CONTINUIDADE influencia o valor econmico dos ativos e, em
muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a
extino da ENTIDADE tem prazo determinado, previsto ou previsvel.
2 A observncia do Princpio da CONTINUIDADE indispensvel
correta aplicao do Princpio da COMPETNCIA, por efeito de se relacionar
diretamente quantificao dos componentes patrimoniais e formao do
resultado, e de constituir dado importante para aferir a capacidade futura de gerao
de resultado.
O Postulado da Continuidade das Entidades, diz, Para a Contabilidade, a
Entidade um organismo vivo que ir viver (operar) por um longo perodo de tempo
(indeterminado) at que surjam fortes evidncias em contrrio... (Ibracon, 1999, p.
33).
Fica claro que, quando, qualquer pessoa ou grupos de pessoas, resolve
constituir uma empresa, esperam que ela viva por longo perodo de tempo, durante
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25
o qual, segundo as expectativas, tenha um perodo de prosperidade e assim possa
ele ou eles e seus familiares, gozar dos benefcios provenientes da empresa.
Ao constituir uma empresa, todos o fazem desejando obter lucro, mas para
isso, evidente que algumas regras so necessrias, e uma delas, a primordial, a
boa contabilidade de suas transaes.
S (1990, p. 62), salienta que a tendncia natural da empresa a sua
continuidade, ou seja, o seu estado de funcionamento, considerando-se normal, o
ato da empresa prosseguir e no o de encerrar suas atividades empresariais.
Prossegue, ainda o autor,
...as bases conceituais do princpio aceito (Princpio Contbil da
Continuidade), o de se admitir que exercer a vida em busca de atingir
objetivos, a condio que justifica o aparecimento do empreendimento.
Uma empresa tende descontinuidade quando vai perdendo a eficcia,
medida que as funes patrimoniais em seus sistemas deixam de suprir as
suas necessidades.
Ainda, segundo o autor, o funcionamento da empresa leva s seguintes
conseqncias naturais da dinmica patrimonial:
a) prosperidade - evoluo desejvel que ocorre quando a funo
patrimonial eficaz; todos os sistemas de funes so eficazes em
interao, que perfeita, processando-se constantemente, tornando a
elasticidade sempre crescente;
b) definhamento - quando ocorre o oposto da prosperidade; e
c) estabilidade - quando ocorre a ausncia do fator de elasticidade
constante.
A continuidade se d com prosperidade e estabilidade, mas deixa de existir
e est ameaada quando a tendncia aponta para o definhamento.
Portanto, com a observncia destes postulados, as chances de sucesso
podem ser consideradas maiores, pois as tcnicas da cincia da Contabilidade
podem dar o necessrio respaldo continuidade dos empreendimentos.
Torna-se, ento, necessrio dar aos pequenos e microempresrios, o
conhecimento bsico quanto aos princpios e postulados antes citados, para buscar
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26
proporcionar melhores condies na sobrevivncia no mercado atual, onde a
concorrncia torna-se cada vez mais acirrada, competitiva.
Quem tem informao est em vantagem, por isso as sociedades a manipulam e se armam contra quem a possui, mas esta informao no est distribuda de forma igual todos. Trabalhando as informaes constri-se inteligncia. A inteligncia pode ser cega e manipulada por aqueles que controlam a produo de conhecimento, pois ele no intrnseco aos que produzem. (MARION, J.; MARION M., 1999, p. 21).
Portanto, aqueles que trabalharem com maior segurana, proporcionado
pelas informaes recebidas, principalmente, atravs das ferramentas de gesto,
tendem a garantir sua estabilidade ou ento, melhorar o desempenho de sua
empresa, uma vez que podero estar sempre frente dos competidores, fator
primordial em situao de acirrada concorrncia.
2.4 Ferramentas de gesto
As ferramentas de gesto so instrumentos de planejamento que permitem
estudar e analisar a relao entre receitas totais, custos e despesas. Os custos e
despesas so compostos de parcelas fixas e variveis, a utilizao dessas
ferramentas tem por objetivo de projetar o lucro operacional e possibilitar a obteno
de respostas s variaes nas vendas e nos preos.
O estudo apresentado de fundamental importncia para as pequenas e
microempresas e tem como foco o pequeno empresrio que, normalmente, no tem
profundos conhecimentos em finanas e custos. A inteno apresentar
simplicidade conceitual e aplicao de exemplos de fcil compreenso, com o
objetivo de propiciar assimilao mesmo a pessoas leigas no assunto (BERNARDI,
2007, p: 61-63; DUBOIS; KULPA; SOUZA, 2006, p. 173-174)..
2.4.1 Ponto de Equilbrio
As pequenas e microempresas, em sua grande maioria, pela ausncia de
algumas ferramentas para melhor gerir seus negcios, acabam por no terem
controle de seus custos.
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27
O ponto de equilbrio permite um real controle da situao da empresa, ou
seja, se est tendo lucro ou prejuzo, por conseqncia, com conhecimento do
mesmo possvel determinar metas de faturamento necessrias para que a
empresa obtenha lucro, e a partir disso, alcanar uma gesto mais eficaz de seus
valores, j que aps atingir seu ponto de equilbrio a empresa pode, por exemplo,
at diminuir seus preos e com isso melhorar as vendas.
Para Bernardi (2007, p. 65), Ponto de Equilbrio o volume calculado em
que as receitas totais de uma empresa igualam-se aos custos e despesas totais;
portanto, o lucro igual a zero.
Demonstrao grfica:
FONTE: CRC/IBRACON - Custos: Ferramentas de Gesto
Os custos e despesas totais a soma dos custos fixos e variveis mais as
despesas fixas e variveis. O clculo da margem de contribuio no considera
custos e despesas fixas.
O ponto de equilbrio pode ser calculado em quantidade, aplicada a um
produto:
Unitria oContribui de Margem
DF CFQ
onde:
Q = Quantidade
-
28
CF = Custos Fixos
DF = Despesas Fixas
Custos ou despesas fixas so aqueles que independem das quantidades e
vendidas.
Com a aplicao da frmula desenvolvida pelo conceito, a quantidade de
vendas em unidades (volume) necessria para que a empresa cubra seus custos
fixos e despesas fixas so calculadas de maneira que o lucro seja zero. Esse clculo
utilizado para o ponto de equilbrio de apenas um produto, para diversos produtos
a metodologia de torna-se diferente, sendo necessria a utilizao da margem de
contribuio em percentual, pois o clculo deve ser realizado em valores.
% Unitria oContribui de Margem
DF CFEquilbrio
Com a aplicao dessa frmula o clculo o valor total de faturamento pode
ser verificado e em qual momento as receitas e os custos e despesas totais dos
seus produtos igualam-se, ou seja, possvel analisar em qual o momento que a
empresa comea a ser lucrativa (BERNARDI, 2007, p: 66; DUBOIS; KULPA;
SOUZA, 2006, p. 184-187).
O ponto de equilbrio tem fundamental importncia para administrao de
qualquer companhia. A observao pelas pequenas e microempresas so
essenciais para a manuteno a continuidade das atividades.
2.4.2 Margem de Contribuio
A Margem de Contribuio possibilita ao pequeno empresrio saber o
comportamento de cada produto da sua empresa, a aplicao do seu clculo
permite que ele possa tomar decises, inclusive a modificar o preo de venda de
seus produtos, na prtica a preocupao do pequeno e micro empresrio apenas
adicionar um valor no custo do produto, ou seja, o valor que ele pagou em
determinada mercadoria, no entanto existem outros gastos identificveis ao produto
a serem levados em considerao, como impostos, comisses de venda, etc.
A anlise da margem de contribuio por produto permitir a obteno de
importantes informaes para a tomada de deciso, o pequeno empresrio ter
-
29
como saber quais produtos so mais lucrativos, qual produto ou servio prestado
contribui mais para a recuperao das despesas e custos fixos e para o lucro da
empresa e quais produtos so deficitrios. Essa ferramenta tem relevante
importncia, pois, atravs dela o pequeno e micro empresrio poder tomar
decises de formao de preos dos produtos, mercadorias e servios.
Para Bernardi (2007, p. 64), a margem de contribuio de um produto ou
servio calculada apurando-se a diferena entre o valor das vendas, os custos
variveis, os tributos sobre as vendas e as despesas variveis.
Esse clculo tem por objetivo a avaliao de cada produto ou servio de
uma empresa e como pode contribuir para pagar os custos e as despesas fixas.
Os custos e despesas fixas so fatores de complexidade de alocao aos
produtos e servios. A anlise atravs desse mtodo concentra-se na avaliao da
capacidade de cada produto servio vendido contribui individualmente para a
cobertura desses custos e despesas que no so identificveis diretamente ao
produto (SANTOS, 2001, p. 241-242; DUBOIS, KULPA, SOUZA, 2006, p. 180-181).
Para a eficincia do clculo fundamental a correta identificao e
mensurao dos gastos relacionados a cada produto ou servio.
Os custos variveis so aqueles que tm relao direta com o produto ou
servio e aumentam mesma proporo das quantidades produzidas ou no valor do
servio realizado.
As despesas variveis so aquelas que tm relao direta com o
faturamento, ou seja, aumentam mesma proporo das vendas.
Para o pequeno e micro empresrio o uso da margem de contribuio de
fundamental importncia para a continuidade dos negcios. Exemplo: em uma
pizzaria, fundamental o proprietrio conhecer o custo individual varivel de cada
pizza, assim ele consegue saber qual tipo de produto oferece melhor resultado e
otimiza maior faturamento do item que contribui mais para cobertura de custos e
despesas fixas como aluguel, energia eltrica, telefone, salrios etc.
Apresentamos abaixo, a frmula do calculo da margem de contribuio:
MC = PV CV
onde:
-
30
MC = Margem de Contribuio
PV = Preo de Venda
CV = Custos Variveis
2.4.3 Formao de preos
A partir da aplicao dos conceitos de margem de contribuio e ponto de
equilbrio o pequeno e micro empresrio tm totais condies de constituir a
formao de preo do seu produto, mercadoria ou servio, com base em seus
gastos devidamente apurados, estimativas de vendas e outras variveis determina-
se o preo ideal de vendas.
A determinao de preos depende do conhecimento da estrutura de custos da empresa. A formao destes preos tem uma dificuldade maior quando o produto indito; entretanto. Quando o produto j existe no mercado ou mesmo h um similar, podem ser seguidas as orientaes ditadas pelo mercado. (SEBRAE, p. 17).
A anlise de preo efetuada para permitir a avaliao da lucratividade de
produtos e servios j existentes ou novos, alm da formulao de estratgias
competitivas.
Para determinar o preo de um produto ou servio deve-se conhecer os
custos da empresa para que a venda no implique em prejuzo. A formulao de
preos baseada nos custos resultante da aplicao de um ndice (divisor ou
multiplicador) sobre os custos e as despesas, conhecido como mark-up.
PREO = Custo x Mark-up (multiplicador) ou
PREO = Custo/Mark-up (divisor)
Mark-up Esse termo significa remarcao para cima O preo deve ser formado de maneira a cobrir todos os custos e despesas da venda e os impostos. O mark-up pode ser definido como um ndice ou percentual que ir adicionar-se aos custos e despesas., ser estruturado conforme a incidncia de impostos, as despesas variveis de venda, a incluso das despesas operacionais e o lucro desejado na venda, observadas as circunstncias e interesses mercadolgicos e financeiros, as experincias passadas, tudo combinado de forma equilibrada para que a empresa consiga atingir seus objetivos. O preo formulado com o mark-up um referencial a ser analisado.
-
31
Mark-up no lucro de venda As vezes na prtica isso se confunde, que danoso a imagem das empresas, alm de incorreto.(BERNARDI, 2007, p. 164).
Santos (1995, p. 134), define mark-up como um ndice aplicado sobre o
custo de um bem ou servio para a formao do preo de venda.
Na maioria das vezes, o empresrio multiplica o valor do custo da
mercadoria por dois e acha que est com margem de lucro de 100%, o que
incorreto, pois, existem impostos e despesas que precisam ser pagos com o produto
da venda, no resultando um lucro 100% sobre os custos.
Segundo Santos (1995, p. 135), o mark-up tem por finalidade cobrir:
Impostos sobre vendas;
Taxas variveis sobre vendas;
Despesas administrativas fixas;
Despesas de vendas fixas;
Custos indiretos de produo fixos; e
Lucro,
Como calcular o mark-up:
+ Custos
+ Despesas
+ Impostos
+ Lucro
= Preo de Venda
O mark-up uma forma simplificada de clculo de margem de lucro
desejada sobre o valor do custo, no entanto outros fatores precisam ser levados em
considerao, como por exemplo, o preo da concorrncia, o preo de entrada no
mercado.
Bernardi (2007 p.126-130) e Dubois, Kulpa e Souza (2006, p. 216-222),
colocam que o preo tem cinco objetivos bsicos:
Manuteno;
Maximizao dos lucros;
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32
Maximizao do faturamento;
Crescimento das vendas;
Maximizao do mercado.
2.4.4 Fluxo de Caixa
A palavra caixa tem um significado muito simples no nosso cotidiano, quer
dizer dinheiro disponvel, para empresas de qualquer porte no diferente,
representado por dinheiro em espcie na empresa, saldo em conta bancria e
aplicaes que podem ser resgatadas a qualquer momento, denominadas de
liquidez imediata, dentro de uma empresa determinado em um grupo chamado
de disponibilidades, ou seja, o que tem disponvel no momento para pagamentos
vista ou de compromissos assumidos anteriormente. (SANTOS, 2001, p.16-23;
BERNARDI, 2007, p. 103-108).
O controle de fluxo de caixa de uma pequena ou micro empresa essencial
para a manuteno e continuidade das atividades.
Campos Filho (1999, p. 41), comenta que recomendado s empresas
"relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente, mostrando as
principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais".
Fluxo de caixa uma ferramenta que facilita o controle das finanas,
proporcionando a visualizao e compreenso das movimentaes financeiras num
perodo preestabelecido.
Sua grande utilidade permitir a visualizao de sobras ou faltas de caixa
antes mesmo que ocorram, possibilitando ao empresrio planejar melhor suas
aes, j que mostra antecipadamente quando faltaro recursos.
Os momentos de escassez de crdito, altas taxas de juros, queda do
faturamento, entre outros, exigem do empresrio uma gesto financeira cada vez
mais eficiente. Sendo assim torna-se necessrio utilizar controles financeiros que
permitam conhecer com mais eficincia os recursos de caixa.
Atravs do fluxo de Caixa possvel verificar se os recursos financeiros so
suficientes para tocar o negcio em determinado perodo ou se h necessidade de
obteno de capital de giro, alm de proporcionar uma melhor avaliao se o
-
33
recebimento das vendas suficiente para cobrir os gastos assumidos e previstos no
perodo considerado.
A seguir, apresentamos modelos de Relatrio de Fluxo de Caixa, sendo o
primeiro um controle semanal e o segundo, para acompanhamento dirio.
RELATRIO DE FLUXO DE CAIXA - SEMANAL
MS/ANO SEM. 1 SEM. 2 SEM. 3 SEM. 4 SEM. 5 TOTAL
Saldo Inicial de Caixa
Dinheiro
Bancos
Duplicatas a Receber
Carto de Crdito
Outros Recebimentos
Total de Entradas
SIMPLES
Fornecedores
Aluguel
Pr-Labore
Salrios e Encargos
gua, Luz e Telefone
Despesas Financeiras
Comisso de Vendas
Honorrios Contbeis
Outras Despesas
Total de Sadas
Saldo Operacional
Saldo Final
Adaptado do Guia do Empreendedor Sebrae Fluxo de Caixa/Custos na Pequena Indstria.
-
34
Este relatrio pode ser aplicado para que o pequeno ou microempresrio
possa ter uma viso de sua situao financeira por um prazo que lhe permita tomar
decises a curto prazo.
J o relatrio a seguir, o Fluxo de Caixa Dirio, permite o acompanhamento
de sua situao financeira, permitindo ao pequeno ou microempresrio tomar
decises a curtssimo prazo e corrigir o que for necessrio para manter as finanas
sob controle.
RELATRIO DE FLUXO DE CAIXA DIRIO
MS/ANO DIA. 1 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5 TOTAL
Saldo Inicial de Caixa
Dinheiro
Bancos
Duplicatas a Receber
Carto de Crdito
Outros Recebimentos
Total de Entradas
SIMPLES
Fornecedores
Aluguel
Pr-Labore
Salrios e Encargos
gua, Luz e Telefone
Despesas Financeiras
Comisso de Vendas
Honorrios Contbeis
Outras Despesas
Total de Sadas
Saldo Operacional
Saldo Final
Adaptado do Guia do Empreendedor Sebrae Fluxo de Caixa/Custos na Pequena Indstria.
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35
Onde, segundo o Guia do Empreendedor Sebrae Fluxo de Caixa/Custos na
Pequena Indstria:
Saldo Inicial: o valor constante no caixa no incio do perodo considerado para a
elaborao do Fluxo, composto por dinheiro em espcie, mais os saldos bancrios
disponveis para saques.
Entradas de Caixa: correspondem s vendas realizadas vista, bem como a outros
recebimentos, tais como duplicatas, cheques pr-datados, faturas de carto de
crdito etc., disponveis como dinheiro na respectiva data.
Sadas de Caixa: correspondem a pagamentos de fornecedores, pr-labore,
aluguis, impostos, folha de pagamento, gua, luz, telefone entre outros.
Saldo Operacional: representa o valor obtido de entradas menos as sadas de
caixa na respectiva data. Possibilita avaliar como se comportam seus recebimentos
e gastos periodicamente, sem a influncia dos saldos de caixa anteriores.
Saldo Final de Caixa: representa o valor obtido da soma do Saldo Inicial com o
Saldo Operacional. Permite constatar a real sobra ou falta de dinheiro em seu
negcio no perodo considerado e passa a ser o Saldo Inicial do prximo perodo.
-
36
3 GESTO FINANCEIRA COMO FERRAMENTA DAS PEQUENAS E
MICROEMPRESAS
Como nas pequenas e microempresas o proprietrio quem normalmente
detm todo o controle da empresa, em todos os nveis, estratgico, ttico ou
operacional, apresentaremos, neste captulo, casos prticos de clculo do Ponto de
Equilbrio, Margem de Contribuio e Mark-up, com o intuito de auxiliar a gesto dos
empreendimentos.
3.1 Exemplo do clculo de Ponto de Equilbrio e Margem de Contribuio
Uma editora est estudando a possibilidade de lanar uma nova revista,
sabendo-se que cada unidade vendida a R$ 20,00.
Os custos e despesas fixas totalizam R$ 1.400,00. Quantas revistas so
necessrias vender para atingir o ponto de equilbrio? A margem de contribuio
de 35%.
Frmula para clculo do Ponto de Equilbrio em quantidade
Unitria oContribui de Margem
DF CFQ
unidades 20020,00) de (35% 7,00
1400Q
Frmula do Ponto de Equilbrio em valores:
4.000,00 350
001400
35%
1400,00Q
,
,
3.2 Exemplo de clculo de mark-up
Suponha-se a seguinte estrutura de despesas como porcentagem das
vendas
-
37
Preo de Venda 100,00%
Tributos (Simples) 5,00%
Comisses 2,50%
Despesas Admin. 6,00%
Margem de Lucro 20,00%
Total 33,50%
0,6650 100
66,50
100
5033100divisor
,Mark-up
1,50 divisor) ( 0,6650
1dormultiplica
mark-upMark-up
Supondo que uma mercadoria de custo de $ 10,00, o preo de venda seria
de $ 15,00 e o lucro de 20% de $ 15,00 ou $ 3,00, o que representa 30% sobre o
custo, e no 50%
RESULTADO DA VENDA
Vendas $ 15,00 (100,00%)
Custo ($ 10,00) ( 66,50%)
Tributo (Simples) ($ 0,75) ( 5,00%)
Comisses ($ 0,35) ( 2,50%)
Despesas Administrativas ($ 0,90) ( 6,00%)
Lucro ($ 3,00) ( 20,00%)
Mark-Up definindo o lucro sobre o custo
Pode-se tambm definir o mark-up como lucro sobre o custo, Exemplo
1 Passo
Estrutura
Tributo (Simples) 5,00%
-
38
Comisses 2,00%
Despesas 8,00%
Custo da mercadoria $ 1.000,00/unidade.
2 Passo
Definir quanto se pretende de lucro sobre o custo, por exemplo, 50%, ou
seja, $ 500,00.
3 Passo
Clculo do mark-up
Total da estrutura (1 Passo) 15,00%
Observe-se que na estrutura do mark-up foi excludo o percentual de lucro
sobre vendas, o clculo ser demonstrado da seguinte forma:
divisor) ( 0,85 100
15,00 - 100,00Q Mark-up
dor)multiplica ( 1,1765 0,85
1Mark-up
4 passo
Clculo do preo:
(CUSTO em $ + LUCRO em $) x Mark-up multiplicador
1.764,75 $ 1,1765 x 500) $ ($1000
5 Passo
Demonstrao
-
39
Vendas $ 1.764,75
Custo ($ 1.000,00)
Tributo (Simples) ($ 88,25)
Comisses ($ 35,31)
Despesas ($ 141,19)
Lucro $ 500,00
Lucro = 50% do custo
28,3% de vendas
3.3 Fluxo de Caixa
Apresentaremos a seguir, um modelo simples e bsico de Fluxo de Caixa
voltado para as pequenas e microempresas.
3.3.1 Exemplo de Fluxo de Caixa adaptado para pequena e microempresa
Apresentamos a seguir, um exemplo em que a empresa com suas vendas
no conseguiu suprir o seu caixa, alm de iniciar suas operaes com o caixa zero,
consequentemente, o resultado final no foi o desejado pelo proprietrio da
empresa, isto , apresentou um resultado negativo de $ 43,00.
-
40
FLUXO DE CAIXA
MS/ANO SEM. 1 SEM. 2 SEM. 3 SEM. 4 TOTAL
Saldo Inicial de Caixa - (38) (110) (10) -
Dinheiro - - 120 150 270
Bancos - - - - -
Duplicatas a Receber - - - - -
Carto de Crdito - - - - -
Outros Recebimentos 15 - - - 15
Total de Entradas 15 - 120 150 285
SIMPLES - - 3 3 6
Fornecedores 50 70 15 20 155
Aluguel - - - 100 100
Pr-Labore - - - 15 15
Salrios e Encargos - - - 10 10
gua, Luz e Telefone - - - 10 10
Despesas Financeiras - - - 15 15
Comisso de Vendas - - - - -
Honorrios Contbeis - - - 5 5
Outras Despesas 3 2 2 5 12
Total de Sadas 53 72 20 183 328
Saldo Operacional (38) (72) 100 (33) (43)
Saldo Final (38) (110) (10) (43) (43)
Adaptado do Guia do Empreendedor Sebrae Fluxo de Caixa/Custos na Pequena Indstria.
3.3.1.1 Exemplo de Fluxo de Caixa controlado
Nas mesmas condies do exemplo anterior, neste, o empresrio iniciou
suas operaes com recursos em caixa e aps estudar o seu relatrio, negociou o
pagamento do emprstimo de $ 15 para o ms posterior, visto que suas vendas
estavam em ascenso terminando assim o perodo com saldo positivo de $ 2,00.
-
41
FLUXO DE CAIXA
MS/ANO SEM. 1 SEM. 2 SEM. 3 SEM. 4 TOTAL
Saldo Inicial de Caixa 30 (8) (80) 20 30
Dinheiro - - 120 150 270
Bancos - - - - -
Duplicatas a Receber - - - - -
Carto de Crdito - - - - -
Outros Recebimentos 15 - - - 15
Total de Entradas 15 - 120 150 285
SIMPLES - - 3 3 6
Fornecedores 50 70 15 20 155
Aluguel - - - 100 100
Pr-Labore - - - 15 15
Salrios e Encargos - - - 10 10
gua, Luz e Telefone - - - 10 10
Despesas Financeiras - - -
Comisso de Vendas - - -
Honorrios Contbeis - 5 5
Outras Despesas 3 2 2 5 12
Total de Sadas 53 72 20 168 313
Saldo Operacional (38) (72) 100 (18) (28)
Saldo Final (8) (80) 20 2 2
-
42
4 CONCLUSO
Conclui-se, com base na pesquisa do Sebrae-SP e literaturas utilizadas, que
devido ao pouco conhecimento contbil ou, at mesmo ausncia dele, que o
ndice de mortalidade das micro e pequenas empresas do estado de So Paulo vem
aumentando a cada ano.
Destarte, no se pode conceber a idia de pequenas e microempresas em
situao de estabilidade e continuidade, sem que estas disponham de informaes
provenientes de ferramentas de gesto eficientes sua disposio.
Aguarda-se tambm, que os empreendedores tenham cincia de que
existem inmeras dificuldades desde a abertura de seus negcios, mas esperamos
que as informaes, conceitos e ferramentas de gesto apresentadas possam lhes
permitir maior controle, dando assim continuidade aos seus empreendimentos.
Neste trabalho, os exemplos de ferramentas de gesto esto apresentados
de uma maneira simples, pois esto voltadas ao nosso foco principal - as pequenas
e microempresas - visando facilitar a compreenso por parte de todos os leitores.
Este trabalho visou incorporar a corrente que se tem formado em torno do
tema, Pequenas e Microempresas, pela representatividade destas no nosso
cenrio econmico e pela sua importncia social como geradoras de renda e
emprego.
Encerra-se este trabalho, porm o assunto ainda no se esgotou, pelo
contrrio, este s uma semente que poder agregar mais conhecimento aos
pequenos e microempresrios no que tange gesto de negcios.
Apesar do grande nmero de pequenas e microempresas no universo total
das empresas em atividade, torna-se necessrio incentivar cada vez mais os
estudos quanto ao assunto em questo visando o aumento da literatura a respeito
do mesmo.
Espera-se assim, que outros estudos com relao s ferramentas de gesto
financeira possam, ser feitos para prosseguir a busca incessante por melhores
condies de sobrevivncia das pequenas e microempresas.
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43
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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; DIAS Reinaldo; TRALDI Maria Cristina. Monografia para os cursos de administrao, contabilidade e economia. So Paulo: Atlas, 2002, 135 p. , MARION, Mrcia Maria Costa. A importncia da pesquisa no ensino da Contabilidade, So Paulo, Ano III, n. 7, p. 20-25, mar. 1999. PERES JUNIOR, Jos Hernandes; OLIVEIRA, Luiz Martins de. Contabilidade de custos para no contadores. So Paulo: Atlas, 2005, 311 p. RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade bsica fcil. 21. ed. So Paulo: Saraiva, 1997, 302 p. .Contabilidade de custos fcil. 5. ed. So Paulo: Saraiva, 1997, 223 p. S, Antonio Lopes de. A empresa em funcionamento: o Princpio Contbil da Continuidade e os problemas conceituais de identificao. Revista Brasileira de Contabilidade, Braslia, Ano XXVIII, n. 89, p. 62-65, Nov./Dez. 1994. SANTOS, Edno Oliveira dos. Administrao financeira da pequena e mdia empresa. ed. Atlas, So Paulo, 2001. 252 p. SANTOS, Joel J. Formao do preo e do lucro: Custos Marginais para Formao de Preos Referenciais. 4. ed. So Paulo: Atlas, 1995, 187 p. SEBRAE - Servio de Apoio s Micro e Pequenas Empresas de So Paulo. Curso de orientao para crdito: Programa Brasil Empreendedor. So Paulo, 2000. ____________________. Sobrevivncia e mortalidade de empresas paulistas de 1 a 5 anos. 1. ed. So Paulo: Sebrae, 2004. Empresa. In: Wikipdia: a enciclopdia livre. Disponvel em: Acesso em: 29 set 2007. Fluxo de Caixa/Custos na Pequena Indstria. In: Guia do Empreendedor - Sebrae. Disponvel em