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GESTÃO DO SETOR PÚBLICO

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GESTÃO DO SETOR PÚBLICO

DESAFIO DA GESTÃO PÚBLICA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

O principal desafio da gestão pública, no mundo

contemporâneo, é promover o desenvolvimento econômico e

social sustentável, num ambiente de rápidas e profundas

mudanças.

Este desafio impõe às administrações públicas a necessidade

de repensar a questão da governança e do modelo de gestão

pública.

Exige mecanismos inovadores de relacionamento com a

sociedade.

Os governos devem dedicar uma especial atenção às questões

que envolvem:

– A ética;

– A moral

– Transparência na administração pública.

2

DESAFIO DA GESTÃO PÚBLICA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

O Estado, por meio da administração pública, tem a responsabilidade de atender às

demandas da sociedade, com serviços públicos de qualidade e transparência;

Para cumprir adequadamente o seu papel, a administração pública nos seus diferentes

níveis, federal, estadual e municipal, necessita estar bem estruturada e atuar com

eficiência, eficácia e efetividade.

Visão Sistêmica:

SOCIEDADE

ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA

ESTADO

3

DESAFIO DA GESTÃO PÚBLICA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

o A organização política brasileira classifica, no setor público, as entidades em :

Estatais, Autárquicas, Fundacionais e Paraestatais.

Empresas Estatais – São pessoas jurídicas de Direito Público que integram a

estrutura constitucional do Estado e tem poderes políticos e administrativos.

Autarquia – São pessoas jurídicas de Direito Público e fazem parte da

administração indireta. Funcionam e operam na forma estabelecida na lei

instituidora e nos termos de seu regulamento. São autônomas administrativa e

financeiramente, além de possuir patrimônio próprio. Exemplos: INSS, BACEN.

Organização da Administração Pública

Compreende suas entidades, os órgãos e agentes..

Entidades

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DESAFIO DA GESTÃO PÚBLICA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

Fundações – Fazem parte da administração indireta. São pessoas jurídicas de

Direito Público e semelhantes às autarquias, criadas por lei específica. São

autônomas administrativa e financeiramente, sem fins lucrativos e com

patrimônio próprio.

Entidades Paraestatais – São pessoas jurídicas de Direito Público cuja criação

é autorizada por Lei especifica para a realização de obras, serviços ou

atividades de interesse coletivo; são autônomas, administrativa e

financeiramente, tem patrimônio próprio e operam em regime da iniciativa

particular, ficando vinculada (não subordinadas) a determinado órgão da

entidade estatal a que pertencem, que não interfere diretamente na sua

administração. Exemplos: SESI, SESC,SENAI.

Administração Direta – É o conjunto dos órgãos integrados na estrutura

administrativa das estatais, tais como: Presidência da República, ministérios e

Secretarias.

Entidades (cont.)

5

DESAFIO DA GESTÃO PÚBLICA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

Administração Indireta – Possuem personalidade jurídica própria, que vinculados

a um Ministério e/ou Secretaria, prestam serviços públicos ou de interesse

público, tais como Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Pública e

Sociedade de Economia Mista. Executam atividades do governo que são

desenvolvidas de forma descentralizadas.

Empresa Pública – Possui personalidade jurídica de direito privado, patrimônio

próprio, capital exclusivo ou das entidades estatais (União, Estado e/ou

Município), criada por lei; pode ter mais de um sócio. Exemplos: ECT,

EMBRAPA.

Sociedade de Economia Mista – Tem personalidade Jurídica de direito privado,

criada por Lei, cujo capital social em ações com direito a voto pertence a

entidade estatal (União, Estado-membro, Distrito Federal ou Município) ou

entidade da administração indireta: Banco do Brasil, PETROBRAS.

Entidades (cont.)

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DESAFIO DA GESTÃO PÚBLICA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

Órgãos Públicos – São centros de competências instituídos para o desempenho

de funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada a pessoa

jurídica a que pertencem. Cada órgão, como centro de competência

governamental ou administrativa, tem necessariamente funções, cargos e

agentes, mas é distinto desses elementos, que podem ser modificados,

substituídos ou retirados sem supressão da unidade orgânica. Exemplos:

Ministérios e Tribunais.

o Órgãos públicos – Classificação doutrinária.

No que se refere à posição estatal:

Órgãos Independentes – Originários da Constituição, com autonomia financeira

e administrativa, representam:

• Poderes do Estado – Executivo, Legislativo e Judiciário.

• Congresso Nacional (Senado e Câmara de Deputados).

• Assembléia Legislativa, Câmara de Vereadores.

• Chefias do Executivo (Presidência, Governadores e Prefeituras.

• Tribunais Judiciais e Juízes Singulares, Ministério Publico.

Órgãos

7

DESAFIO DA GESTÃO PÚBLICA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

o Órgãos públicos – Classificação doutrinária. (cont.)

No que se refere à posição estatal:

Órgãos Autônomos – Ampla autonomia administrativa, financeira e técnica:

Ministérios, Secretaria de Estado, Consultoria-geral da República e Chefes de

Poderes:

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DESAFIO DA GESTÃO PÚBLICA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

Agentes Públicos – São todas as pessoas físicas incumbidas de exercer alguma

função estatal, definitiva ou transitoriamente. Os agentes públicos podem ser:

- Políticos - Honoríficos

- Administrativos - Delegados

Agentes Políticos – Ocupam cargos de órgãos independentes (que representam

os poderes do Estado) e dos órgãos autônomos (que são os auxiliares

imediatos dos órgãos independentes). Exercem funções e mandatos

temporários; Não são funcionários nem servidores públicos, exceto para fins

penais, caso cometam crimes contra a Administração Pública. Ex: Presidente da

Republica, Senadores, Governadores, Deputados, Prefeitos, Juízes, Ministros.

Agentes Administrativos – São agentes públicos que se vinculam a

Administração Pública Direta ou as Autarquias por relações profissionais. São

funcionários públicos com regime jurídico único. (estatutários). Os funcionários

de para-estatais não são agentes administrativos, todavia seus dirigentes são

considerados funcionários públicos.

Agentes

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DESAFIO DA GESTÃO PÚBLICA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

Agentes Honoríficos – São os agentes convocados ou nomeados para

prestarem serviços de natureza transitória, sem vinculo empregatício, e em

geral, sem remuneração. Constituem os “múnus públicos” (serviços

relevantes).

Ex: jurados, comissários de menores, mesários eleitorais. Enquanto

exercerem a função submetem-se a hierarquia e são considerados

funcionários públicos para fins penais.

Agentes Delegados – São os particulares que exercem funções delegadas

da Administração Publica, e que são serviços concedidos, permitidos e

autorizados.

Ex: os serventuários de cartórios, os leiloeiros oficiais, os tradutores, etc.

Respondem criminalmente como funcionários públicos pelos crimes que

cometerem no exercício de sua função.

Agentes

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DESAFIO DA GESTÃO PÚBLICA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

Principio da Legalidade.

Principio da Impessoalidade.

Principio da Moralidade.

Principio da Eficiência.

Principio da Publicidade.

Conceitos dos princípios constitucionais da Administração

Pública (Emenda Constitucional nº 19/98)

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DESAFIO DA GESTÃO PÚBLICA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

Principio da Legalidade – Consiste em que a Administração esteja rigorosamente

subordinada a Constituição e a Lei. Para o cidadão em geral, o que não é proibido é

permitido, mas para o administrador público, o principio da legalidade significa que ele

somente poderá fazer o que a lei determina.

Principio da Impessoalidade – Determina que a atividade administrativa deve ser

destinada a todos os administrados, dirigida aos cidadãos em geral, sem a determinação

de pessoas ou discriminação de qualquer natureza.

Principio da Moralidade – Envolve a analise da ação administrativa, pertinente ao seu

interesse público. Se o ato administrativo visa apenas aos interesses do governante, ou

de um determinado grupo, evidentemente não será valido, e poderá ser derrubado

através de um ação judicial.

Principio da Eficiência – Significa que o contribuinte que paga a conta da administração

publica, tem o direito de que essa administração seja eficiente, ou seja, tem o direito de

exigir um retorno (segurança, serviços públicos etc.).

Principio da Publicidade – Torna obrigatório a divulgação de atos, contratos e outros

instrumentos celebrados pela Administração Publica direta, indireta ou fundacional, para

conhecimento, controle e inicio de seus efeitos.

Conceitos dos Princípios Constitucionais da Administração Pública

(Emenda Constitucional nº 19/98)

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BUROCRACIA, CULTURA ORGANIZACIONAL E REFORMA NA

ADMINISTRAÇAO PÚBLICA

Diferenças entre

Administração Pública e

Burocrática:

Administração Burocrática Administração Pública

Apóia-se na noção geral de

interesse público.

Procura obter resultados

valorizados pelos cidadãos

Garante cumprimento de

responsabilidade.

Gera accountability

Eleva as relações de trabalho

Obedece as regras e aos

procedimentos

Separa serviço e controle

Cria apoio para normas

Amplia a escolho do usuário

Encoraja ação coletiva

Cria incentivos

Define, mede e analisa resultados

Concentra-se nos processos Orienta-se para resultados

É auto-referente Foca o cidadão

Define procedimentos para

contratação de pessoal,

compra de bens e serviços

Luta contra o nepotismo e a

corrupção

Satisfaz as demandas dos

cidadãos

Evita adotar procedimentos

rígidos.

Controla procedimentos Define indicadores de

desempenho – utiliza contratos

de gestão

Define cargos rígidos e

fragmentados

Tem alta especialização

É multifuncional

Flexibiliza as relações de trabalho

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GOVERNABILIDADE, GOVERNANÇA E ACCOUNTABILITY

GOVERNABILIDADE

14

Em sentido amplo refere-se às próprias

condições substantivas e materiais de

exercício do poder e de legitimidade do Estado

e do seu governo derivadas da sua postura

diante da sociedade civil e do mercado.

Para diversos autores refere-se às condições

sistêmicas mais gerais, sob os quais se dá o

exercício do poder em uma sociedade, como a

forma de governo, as relações entre os

poderes, os sistemas partidários etc.

GOVERNABILIDADE, GOVERNANÇA E ACCOUNTABILITY

GOVERNANÇA

15

É a capacidade que determinado governo tem para formular e implementar as

suas políticas públicas. Nesse elenco de políticas, pode-se assinalar a gestão das

finanças públicas, gerencial e técnicas como as mais relevantes para o

financiamento das demandas da coletividade.

A governança trata da aquisição e da distribuição de poder na sociedade,

enquanto a governança corporativa diz respeito à forma como as corporações são

administradas.

A governança corporativa no setor publico deve ser entendida como a proteção

ao inter-relacionamento entre a administração, o controle e a supervisão, feita pela

organização governamental, pela situação organizacional e pelas autoridades do

governo, visando relacionar os objetivos políticos eficientemente e eficazmente,

como, também publicar publicamente e providenciar uma prestação de contas para

o beneficio da sociedade.

GOVERNABILIDADE, GOVERNANÇA E ACCOUNTABILITY

GOVERNANÇA (cont.)

16

A governança do setor público é constituída pelos seguintes elementos:

responsabilidade em atender a sociedade; supervisão; controle; e assistência

social.

Uma boa governança pública esta apoiada em quatro princípios: relações

éticas, conformidade, em todas as suas dimensões; transparência; e prestação

responsável de contas.

GOVERNABILIDADE, GOVERNANÇA E ACCOUNTABILITY

PRESTAÇAO DE CONTAS DOS RESULTADOS DAS AÇÕES

(ACCOUNTABILITY)

17

É o conjunto de mecanismo e procedimentos que induzem os dirigentes

governamentais a prestar contas dos resultados de suas ações a sociedade,

garantindo-se dessa forma maior nível de transparência e a exposição

pública das políticas públicas.

ÉTICA E MORAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ÉTICA

18

Em sentido amplo, pode ser entendida

como o estudo dos juízos de valor que dizem

respeito à conduta humana suscetível de

qualificação do ponto de vista do bem e do

mal, seja relativamente a determinada

sociedade, seja de modo absoluto.

Em outro sentido, ética pode referir-se a

um conjunto de princípios e normas que um

grupo estabelece para seu exercício

profissional, traduzido nos códigos de ética

de diferentes segmentos profissionais, como

por exemplo, advogados, médicos,

engenheiros etc.

ÉTICA E MORAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

MORAL

19

Conjunto de regras de conduta

consideradas como válidas, éticas, quer de

modo absoluto para qualquer tempo ou

lugar, quer para grupos ou pessoa

determinada.

A moral está relacionada ao caráter,

sentimentos e costumes.

ÉTICA E MORAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

DIFERENÇA ENTRE ÉTICA E MORAL

20

As principais diferenças entre ética e moral são as seguintes:

• ética é principio, moral são aspectos de conduta especificas;

• ética é permanente, moral e temporal;

• ética e universal, moral é cultural;

• ética e regra, moral é conduta da regra;

• ética e teoria, moral é pratica.

ÉTICA E MORAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

PROMOÇÃO DA ÉTICA NAS ORGANIZAÇÕES

21

A promoção da ética que pressupõe transparência e accountability envolve:

• Gestão – criação de condições sólidas para o serviço público, por meio de

uma política efetiva de recursos humanos que contemple uma instância

central voltada para a ética.

• Orientação – engajamento das lideranças, código que exprimam valores e

padrões e socialização profissional, por meio de educação e treinamento.

• Controle – quadro normativo que garanta a independência dos

procedimentos de investigação e processo, prestação de contas e

envolvimento do público.

ÉTICA E MORAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ÉTICA E TRANSPARÊNCIA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

22

A gestão da ética transita em um eixo bem definido, constituído por:

• Valores Éticos – representa a expectativa da sociedade quanto à conduta

dos agentes públicos.

• Normas de Conduta – é o desdobramento dos valores, funcionando como

um caminho prático para que os valores explicitados sejam observados.

• Administração – tem o objetivo de zelar pelos valores e pelas normas de

conduta, assegurando sua efetividade.

ÉTICA E MORAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CUSTO DA FALTA DE ÉTICA NA GOVERNANÇA

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A falta de ética compromete a capacidade de governança e representa risco

a sobrevivência das organizações, públicas e privadas. Nesse sentido, o

acesso a informação foi aumentado e democratizado, os negócios se tornaram

mais visíveis, passando a ser acompanhado mais de perto pela sociedade.

A falta de ética e a corrupção existem em grande escala e os meios

convencionais de repressão legal na maior parte do mundo têm apresentado

resultados insatisfatórios.

ÉTICA E MORAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

COMPORTAMENTO ÉTICO NO SERVIÇO PÚBLICO

24

A falta de ética não distingue países ou organizações. Reconhecer esse

problema, ao invés de escondê-lo sob o tapete, representa sinal de

maturidade, que dá lugar a discussão sobre o que pode e deve ser feito

para promover a ética.

ÉTICA E MORAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

GESTÃO DA ÉTICA

25

A dimensão do poder do órgão de governo sobre o setor privado é determinante para

elevar a possibilidade de risco da ocorrência de relacionamentos ilegítimos entre os

representantes do poder publico e os do setor privado.

O desvio ético pode ser motivado pela “pressão” ou pela “tentação”. No primeiro caso,

o servidor sobra-se as ordens ilegais ou ilegítimas de seus superiores ou a pedidos de

agentes privados poderosos. Ele age assim com vistas a preservar-se no cargo que

ocupa.

A disseminação ampla e regular da informação tem-se mostrado um instrumento

poderoso para assegurar confiança e accountability. Entretanto, o sigilo nas esferas

governamentais, bem como no setor privado, ainda persiste em muitos paises.

A intensificação da pressão e a demanda por acesso a informação através de

movimentos de cidadania e organizações da sociedade civil refletem a preocupação da

sociedade com a corrupção. Portanto, é necessário que se busque o equilíbrio entre a

obrigação de divulgar a informação e o grau de proteção que lhe deve ser atribuído.

REFORMA DO ESTADO E TRANSPARÊNCIA NO BRASIL

ANTECEDENTES DA REFORMA DO ESTADO

26

Constata-se que todos os Estados modernos se dedicam à redistribuição da

renda, a gestão macroeconômica e a regulação de mercados, que constituem

as formas de intervenção na economia.

Redistribuição da renda: Abrange todas as transferências de recursos de um grupo de

indivíduos, regiões ou países, para um outro grupo, bem como o atendimento de setores

específicos e especiais, como por exemplo, educação primaria, seguro social, entre

outros, que os governos obrigam os cidadãos a consumir ou a utilizar.

Estabilização macroeconômica: tem como objetivo alcançar e manter níveis

adequados de crescimento econômico e de emprego. Para atingir esse objetivo o

governo utiliza como principais instrumentos a política fiscal, monetária, cambial e

industrial.

Regulação de Mercados: Tem como propósito corrigir distintos tipos de falhas de

mercado, como por exemplo, o poder de monopólio, a provisão insuficiente de bens

públicos, entre outras.

REFORMA DO ESTADO E TRANSPARÊNCIA NO BRASIL

ANTECEDENTES DA REFORMA DO ESTADO (CONT.)

27

A reforma do estado surgiu como uma resposta à influência do velho modelo

estatal e as demandas sociais crescentes de uma emergente sociedade

democrática e plural, no final do século XX. A necessidade de reduzir a

presença do estado na economia e a aceleração do fenômeno globalização

foram os indutores neste movimento.

Na década de 1990, começam a ser feitas as reformas estruturais em

alguns países da região latino-americana, com o ideal de superação da crise e

com a esperança de resgatar a autonomia financeira e a capacidade do

Estado de implementar políticas públicas.

REFORMA DO ESTADO E TRANSPARÊNCIA NO BRASIL

A EVOLUÇÃO DOS MODELOS DE GESTÃO PÚBLICA NO MUNDO

28

O 1º modelo gerencial de administração publica surgiu no governo de

Margaret Thatcher com o conceito de managerialism – entendido como a

adoção de práticas estritamente gerenciais privadas dentro do setor público,

pelo qual buscava continuamente a qualidade, descentralização e avaliação

dos serviços públicos.

Tinha como objetivo a produtividade, por meio da economia e da eficiência

da administração publica.

O papel da população no processo de gestão era considerado secundário,

ou seja, de simples contribuinte.

Na década de 80, se mostrou incapaz por não atender todas as demandas

da sociedade.

1º MODELO

REFORMA DO ESTADO E TRANSPARÊNCIA NO BRASIL

A EVOLUÇÃO DOS MODELOS DE GESTÃO PÚBLICA NO MUNDO (CONT.)

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O 2º modelo gerencial de administração publica foi a adoção de serviços

públicos voltados para os anseios dos clientes/consumidores, acompanhada

de uma busca continua pela qualidade desses serviços.

Este modelo conhecido como consumerism, que buscava a efetividade e a

qualidade, tratava o usuário do serviço público com cliente/consumidor dos

serviços públicos.

O consumerism não atendia ao principio da equidade, um dos pilares da

administração pública.

2º MODELO

REFORMA DO ESTADO E TRANSPARÊNCIA NO BRASIL

A EVOLUÇÃO DOS MODELOS DE GESTÃO PÚBLICA NO MUNDO (CONT.)

30

O 3º modelo denominado de Public Orientation Service (PSO), além da

equidade, buscou incorporar a questão da accountability – a transparência e a

responsabilidade da administração pública.

A mudança dos objetivos de efetividade/qualidade para

accountability/equidade - é motivada pela forma de enfocar o público-alvo, onde

os consumidores passam a ser detentores de direitos e deveres para com o

Estado e os demais cidadãos.

Outro aspecto relevante do PSO é que se baseia na descentralização dos

serviços públicos. Isto porque em governos descentralizados torna-se mais

fácil introduzir a accountability, bem como a participação dos cidadãos na

políticas públicas.

3º MODELO

REFORMA DO ESTADO E TRANSPARÊNCIA NO BRASIL

DEMOCRACIA E CONTROLE SOCIAL

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É perceptível que a prática da democracia na América Latina tem se

manifestado, entre outros aspectos, pela cobrança cada vez mais intensa de

ética e transparência na condução dos negócios públicos.

A transparência das ações dos governos dos países da AL ainda encontra-

se distante do ideal. Ainda existe má gestão na aplicação dos recursos do

Estado, conseqüência da corrupção e da forma distorcida de gastos.

A transparência nos países democráticos exige a criação de instituições de

controle, direito e garantia do bem público.