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Gestão de Pessoal Processo Disciplinar e Demissão de Servidores Dia 22 - das 9h às 12h Motivando a Equipe para Produzir Mais e Melhor Dia 22 - das 13h30 às 17h30 O Processo de Purificação da Equipe Dia 23 - das 9h às 12h A Demissão dos Maus Servidores

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Gestão de Pessoal Processo Disciplinar e

Demissão de Servidores

Dia 22 - das 9h às 12h

Motivando a Equipe para Produzir Mais e Melhor

Dia 22 - das 13h30 às 17h30

O Processo de Purificação da Equipe

Dia 23 - das 9h às 12h

A Demissão dos Maus Servidores

A Unipública

Conceituada Escola de Gestão Municipal do sul do país, especializada em capacitação e treinamento de agentes

públicos atuantes em áreas técnicas e administrativas de prefeituras, câmaras e órgãos da administração indireta, como fundos,

consórcios, institutos, fundações e empresas estatais nos municípios.

Os Cursos

Com diversos formatos de cursos técnicos presenciais e à distância (e-learning/online), a escola investe na qualidade

e seriedade, garantindo aos alunos:

- Temas e assuntos relevantes e atualizados ao poder público

- Professores especializados e atuantes na área (Prática)

- Certificados de Participação digitalizado

- Material complementar de apoio (leis, jurisprudências, etc)

- Tira-dúvidas durante realização do curso

- Controle biométrico de presença (impressão digital)

- Atendimento personalizado e simpático

- Rigor no cumprimento de horários e programações

- Fotografias individuais digitalizadas

- Apostilas e material de apoio

- Coffee Breaks em todos os períodos

-Acesso ao AVA (Ambiente Virtual do Aluno)para impressão de certificado, grade do curso, currículo completo dos

professores, apostila digitalizada, material complementar de apoio de acordo com os temas propostos nos cursos, chat

entre alunos e contato com a escola.

Público Alvo

- Servidores e agentes públicos (secretários, diretores, contadores, advogados, controladores internos, assessores,

atuantes na área de licitação, recursos humanos, tributação, saúde, assistência social e demais departamentos) .

- Autoridades Públicas, Vereança e Prefeitos (a)

Localização

Nossa sede está localizada em local privilegiado da capital do Paraná, próximo ao Calçadão da XV, na Rua Clotário

Portugal nº 39, com estrutura própria apropriada para realização de vários cursos simultaneamente.

Feedback

Todos os cursos passam por uma avaliação criteriosa pelos próprios alunos, alcançando índice médio de satisfação

9,3 no ano de 2014, graças ao respeito e responsabilidade empregada ao trabalho.

Transparência

Embora não possua natureza jurídica pública, a Unipública aplica o princípio da transparência de seus atos mantendo

em sua página eletrônica um espaço específico para esse fim, onde disponibiliza além de fotos, depoimentos, notas de

avaliação dos alunos e todas as certidões de caráter fiscal, técnica e jurídica.

Qualidade

Tendo como principal objetivo contribuir com o aperfeiçoamento e avanço dos serviços públicos, a Unipública

investe no preparo de sua equipe de colaboradores e com rigoroso critério, define seu corpo docente.

Missão

Preparar os servidores e agentes, repassando-lhes informações e ensinamentos gerais e específicos sobre suas

respectivas áreas de atuação e contribuir com:

a) a promoção da eficiência e eficácia dos serviços públicos

b) o combate às irregularidades técnicas, evitando prejuízos e responsabilizações tanto para a população quanto para

os agentes públicos

c) o progresso da gestão pública enfatizando o respeito ao cidadão

Visão

Ser a melhor referência do segmento, sempre atuando com credibilidade e seriedade proporcionando satisfação aos

seus alunos, cidadãos e entidades públicas.

Valores

Reputação ilibada

Seriedade na atuação

Respeito aos alunos e à equipe de trabalho

Qualidade de seus produtos

Modernização tecnológica de metodologia de ensino

Garantia de aprendizagem

Ética profissional

SEJA BEM VINDO, BOM CURSO!

Telefone (41) 3323-3131 / Whats (41) 8852-8898

www.unipublicabrasil.com.br

Programação:

Dia 22 - das 9h às 12h

Motivando a Equipe para Produzir Mais e Melhor

1 Crise: momento de oportunidades

2 A crise brasileira do momento

3 O que a filosofia orienta

4 O que a prática exige

5 Motivando a equipe para produzir mais e melhor:

a) conscientizando sobre o momento de crise

b) traçando metas e objetivos

c) valorizando as conquistas na carreira

6 Investindo na profissionalização:

a) definindo objetivos

b) capacitando e aperfeiçoando

c) superando derrotas

d) vencendo pela ação

7 Desenvolvendo as principais áreas humanas:

a) espiritual

b) física

c) mental

d) social

e) financeira

f) familiar

8 Resolvendo os conflitos:

a) causas possíveis do conflito

b) níveis de conflito

c) tipos e áreas de conflitos

d) conflitos interpessoais

e) consequências negativas dos conflitos

f) como administrar os conflitos

g) efeitos positivos dos conflitos

Dia 22 - das 13h30 às 17h30

O Processo de Purificação da Equipe

1 A pedagogia do controle disciplinar:

a) melhora a eficiência

b) evita falhas e responsabilizações

c) aumenta a produção

d) reduz gastos

2 Teoria Geral da Infração Administrativa

3 Regras de conduta, ilícito e sanção

4 Caracterização da infração administrativa:

a) desvalor de conduta

b) resultado

5 O dever de representar:

a) cautelas

b) elementos básicos na representação

6 Principiologia do Processo Administrativo

7 Sindicância Procedimento

8 Sindicância Processo

Dia 23 - das 9h às 12h

A Demissão dos Maus Servidores

1 Razões do PAD

2 Fases:

a) instauração,

b) inquérito (instrução, defesa e relatório)

c) julgamento

3 Nulidades, recursos e revisão

4 Infrações administrativas em espécies

5 Outros temas relevantes:

a) afastamento cautelar

b) servidor em estágio probatório

c) compromisso de ajustamento de conduta

d) comunicabilidade de instâncias

6 Jurisprudência e estudo de casos

Professores:

Elson de Mello: Professor e Consultor - Especialista em Gestão Empresarial e Marketing Político.

Ricardo Tadao Ynoue: Atualmente é Procurador Jurídico da Câmara Municipal de Curitiba. Tem experiência na área

de Direito Público, com ênfase em Direito Administrativo, Direito Financeiro, Legisprudência e Processo Legislativo.

Graduando em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Paraná.

Sumário

MOTIVANDO A EQUIPE PARA PRODUZIR MAIS E MELHOR ................................ 1

O PROCESSO DE PURIFICAÇÃO DA EQUIPE ............................................................ 11

A DEMISSÃO DOS MAUS SERVIDORES ....................................................................... 23

1

Curso: Gestão de Pessoal – 22 e 23 de Outubro de 2015 /Curitiba-PR

MOTIVANDO A EQUIPE PARA PRODUZIR MAIS E

MELHOR

Prof. Elson de Mello

1. DEFININDO CRISE O termo “crise”, do Latim Crisis e Oportunidade:

Significa “ato de separar, decisão, julgamento, evento, momento decisivo”.

Termo “oportunidade”, que é descrito como uma circunstância ou conjunto de circunstâncias propícias para que

algo aconteça. Se esses dois termos forem avaliados, é possível perceber que eles se completam, e não se invalidam.

Esses termos precisam ser analisados para que as pessoas estendam sua consciência financeira, e entendam

quais investimentos e gastos podem ser considerados adequados para seus presentes situações ou não.

1.2 A CRISE ECONÔMICA E A CRISE POLITICA

Uma crise política é coisa de todo dia. Sua resolução é relativamente fácil e dá resultados no curto prazo.

Uma crise econômica precisa de tempo para serem resolvidas e geralmente causam descontentamento. Desde

os anos de 2008 a capitalismo mundial, tem entrado em colapso e países da Europa, tem sido “socorridos”, inclusive o

centro do maior capitalismo do planeta, (os Estados Unidos), tem encontrado dificuldades na gestão de uma crise de

esfera mundial.

No entanto o Brasil conseguiu manter e em parte bloquear essa crise, com incentivos de isenção de IPI em

linhas automotivas, domésticas, dentre outros benefícios à nova classe média. Claro que em vésperas de eleições a

represa de lastro não pode ser liberada, controlada até o “pós eleição”. Há de se notar que qualquer governo que

estivesse no poder, usaria dessa estratégia, (soltar após as eleições).

A crise bateu às portas do Brasil, medidas são tomadas e ato após atos são feitos, com a intenção de não

interromper as etapas dos investimentos nos programas sociais.

1.2.1 Por que da crise política?

A eleição para presidente do Brasil foi perdida pela direita, apesar dos esforços e ajuda das mídias

conservadoras, as armas de ambos os lados, foram usadas. A oposição, diferente das eleições anteriores, não aceita a

derrota, em função de ter sida a “dona”do poder por dezenas de anos. A oposição aproveito a onda da crise mundial,

(fortemente em 2008, seu grande pico), atribuindo ao Governo Federal por má gestão.

Só precisa rever a história do Brasil para entender que já houve várias crises no Brasil, inflação de 70% ao mês

nas décadas de 80 e mais de 20% nas décadas de 90 . O Brasil foi o 2º. no mundo em desemprego, na década de 90 .

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Curso: Gestão de Pessoal – 22 e 23 de Outubro de 2015 /Curitiba-PR

Entretanto em plena época de crise mundial que começou por volta de 2.010, o Brasil, se colocava em melhores

condições que vários Países como se vê:

Brasil: 5,4%

Nova Zelância: 6,2%

Canadá: 6,4%

Holanda: 7,0%

Estados Unidos: 7,0%

Suécia: 7, 5%

Finlandia: 7,6%

Bélgica: 9,2%

Frnaça: 11,0

Itália: 12,2%

Portugual: 16,3%

Fonte: Organização Internacional do Trabalho (Setembro 2013).

Não precisamos ser especialista para entender que não estamos no ideal mas já foi pior.

No modelo institucional brasileiro, o Poder Executivo só pode fazer o que o Poder Legislativo determina.

Quando o Executivo não consegue aprovar o que quer e, pior, o Legislativo aprova o que o Executivo não quer, estamos

numa crise política. O Estado fica travado e pode perde governabilidade. Isso acontece em esferas, tanto Estaduais como

Municipais, o formato é o mesmo.

1.2.2. A influência das mídias da direita

O velho ditado, “time que está ganhando não se mexe”. Contudo o novo modelo (que em grande parte deixou

de ser novo), mudou as regras do jogo para as grandes mídias no Brasil. Deixou de fornecer ou liberar os financiamentos

milionários, de fazer a distribuição de verbas antes, por exemplo destinava-se 80% das verbas da comunicação social

para a Rede Globo. O ex ministro da casa civil dividiu as “fatias do bolo”, de forma igualitária. Isso causou um

desconforto para a grande emissora, detentora de uma grande audiência no País.

Por mais que não se deseje o Brasil vivem em um contexto mundial e a crise chega em maior ou menor

proporção. Entretanto a mídia, de forma irresponsável, comprovadamente tem aumentado essa crise como forma de

“vingança do pipoqueiro”, levando em consideração os recalques da justa distribuição das verbas publicitárias realizadas

pelo atual modelo de governo, diferente do anterior que destinava uma grande fatia aos grandes órgãos de comunicação

do País.

Entretanto cabe lembrar que atualmente com a internet, as informações de dados na economia, são bem mais

rápidos e práticos, não dependendo mais exclusivamente dos meios e comunicações como os jornais e rádios e TV.

A Rede Globo diz sobre a economia em data manhã da semana:

“O Brasil tem uma economia diversificada e complexa e está com problemas por erros de decisões, de gestão e de

política econômica e de governo”.

Economista de programa da Rede Globo – Mirian Leitão

Fora dos meios de comunicação do Brasil

“O Brasil enfrenta a crise mundial com coragem e não se justificam preocupações com a economia”.

- Premio Nobel da Economia – Paul Krugman

“O Brasil é hoje a sétima economia do mundo, rivaliza com os EUA, na produção de grãos, tem um grande parque

industrial e aplica programas sociais de grande prestigio internacional pela distribuição de renda e diminuição da

pobreza”.

– Benjamin Steinbruch - Presidente do Grupo Vicunha

“No Brasil, o governo focou na educação, na alimentação na pobreza e é muito surpreendente como essas

políticas provaram ser adequadas”.

-Joseph Stigltz – Prêmio Nobel da Economia.

“Quando se trata de historias de sucesso, o Brasil é , sem duvida, um campeão”.

- Jim Yong Kim - Presidente do Banco Mundial

Parece inacreditável, foi citado a propósito expoentes da Economia mundial em maior grau, considerando que a

repetição de um meio de comunicação que manipula informações para aumentar uma crise real, multiplicando por 30

vezes mais do que realmente ela é de fato .

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Curso: Gestão de Pessoal – 22 e 23 de Outubro de 2015 /Curitiba-PR

Uma versão das informações:

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Curso: Gestão de Pessoal – 22 e 23 de Outubro de 2015 /Curitiba-PR

Paginas e páginas poderiam ser registradas de como a mídia atua quando não atendidos seus interesses

financeiros (o que não deveria ser assim), em esfera de governos municipais, estaduais e inclusive nacional. Acredita-se

que seja o “quarto poder” no Brasil. Existe um grande desafio à frente a democratização das mídias, já houve na

Inglaterra, França, dentre outros Países desenvolvidos.

Mas quem perde com isso? Todos os brasileiros perdem, porque existe uma tendência de estagnação de mercado.

Existe um pensamento que cabe nessa ocasião, “ O Brasil é o único pais do mudo em que metade dos passageiros

torce para o avião cair, só porque não gosta do piloto”. Autor desconhecido Para o bom entendedor essa frase diz

tudo!

2. É POSSIVEL INOVAR

É possível inovar sempre é possível descobrir caminhos promissores mesmo que eles estejam escondidos em

momentos desfavoráveis. Isso é o que diz a milenar sabedoria chinesa onde o mesmo ideograma significa crise e

oportunidade. Ou seja, a milenar sabedoria chinesa aponta que por trás de cada crise está oculto um momento de

oportunidade. É nesses momentos de crise, dificuldade financeira ou mesmo falta de perspectiva, que devemos ficar

atentos ao que realmente sentimos e às saídas que a vida nos mostra. Às vezes, as oportunidades ficam ocultas pela

nossa inércia, pela desesperança ou até mesmo pelo medo.

A crise será uma porta para a auto descoberta, para o auto conhecimento a medida que somos forçados a buscar

soluções, a rever posições, a arriscar e conquistar novos espaços. Talvez, não porque queremos, mas porque não existe

outra possibilidade. Todos nós temos vários talentos.

Momentos difíceis são propícios para desenvolver talentos adormecidos e esquecidos. A maior chance de

sucesso apoia-se no otimismo e na forma de olharmos as crises. Podemos dizer que a metade do caminho está percorrida

se mantivermos o foco positivo na resolução dos problemas e no aprendizado que está embutido na experiência

desfavorável.

2.1 NÃO SE DEIXAR ABALAR E IGNORAR AS QUALIDADES

É importante salientar que outro cuidado que deve se ter sempre é nunca esquecer das muitas qualidades e não

deixar que a auto estima fique abalada pelas dificuldades, sejam elas quais forem.

2.1.1 As oportunidades surgem de onde menos se espera

O “desespero é desperdiçar as oportunidades”, dizia Richard Bach, autor de “Fernão Capelo Gaivota”. As

oportunidades que surgem são fruto de nosso empenho, talento, motivação e capacidade de agir e ir à luta. Valorize suas

conquistas e não superdimensione os obstáculos e as dificuldades. Para transformarmos a crise em oportunidade

precisamos de:

Discernimento para separar as crises reais das imaginárias e distinguir o simplesmente mudar” do “mudar para

melhor”.

Flexibilidade para aprender a curvar-se diante dos fatos mesmo quando confrontados com os argumentos mais

sólidos.

Ousadia para tentar e arriscar.

Criatividade fazer diferente para evoluir.

Coragem para dominar o medo, para realizar escolhas, para abdicar da estabilidade infeliz, para combater a hesitação

e a acomodação.

Você faz o que te dá medo e ganha coragem depois. Não antes. É assim que funciona.

2.2 COMO TRANSFORMAR CRISE EM OPORTUNIDADE?

Eis alguns paralelos, que podem ajudar a compreender melhor a maneira como se administra seu dinheiro,

confira:

Boa compra – Em momento de crise, pessoas e empresas vendem ativos por preços abaixo do mercado, pois

precisam se capitalizar. Fique atento, pois a boa venda só é boa se, antes, ocorrer a boa compra. Em momentos de crise,

boas compras aparecem. Abra os olhos e fique atento (a);

Inflação – Se você tem um negócio, pode manter o preço com reajustes abaixo da inflação, e captar nova carteira de

clientes. E, muitas vezes, para ficarem competitivos no mercado, muitos setores produtivos aprimoram seus processos

produtivos a fim de reduzir o custo de produção e consecutivamente melhorar seu preço final;

Negócios emergentes – Neste momento de crise, perceberam como empresas que fabricam lápis de cor estão

vendendo, além da febre dos cadernos com pintura, que não foi afetada pela crise. Enxergue negócios emergentes, eles

existem e devem ser explorados;

Medo – O medo imobiliza a decisão em enfrentar a crise. Não cabe ao governo, ao seu chefe ou ao seu amigo tomar

uma decisão por você. Uma das coisas que ajuda a minimizar o medo é a busca pela informação, pois ela auxilia no

processo de tomada de decisão. Use a crise como válvula propulsora na busca de informação e, consecutivamente,

oportunidade;

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Curso: Gestão de Pessoal – 22 e 23 de Outubro de 2015 /Curitiba-PR

Desejos – Como bem disse Scott Flanagan, “Cuidado com o que deseja, você pode acabar por conseguir”. Se espera

crise, é crise que virá, já quem espera oportunidade, a encontra;

Os copos – Dois copos estão com água pela metade. Você pode enxerga-los meio cheios ou meio vazios, ou seja, a

perspectiva de crise ou oportunidade está na sua perspectiva de ver as coisas;

O lobo e o cordeiro – A crise e oportunidade são como o lobo e o cordeiro. O vencedor será aquele que você

alimentar!

Choque financeiro – Em momentos difíceis, as pessoas resolvem cuidar mais de suas finanças, e é exatamente neste

momento que tomam contato com suas realidades, melhorando sua visão financeira do futuro, para não repetir os erros

do passado;

Líderes que nascem – Os grandes líderes aparecem em momento de crise, pois são exatamente eles que trazem as

boas novas para a civilização, encontrando soluções nos lugares mais improváveis.

2.3 PERSISTIR NAS META E OBJETIVOS

Quando existe planejamento, baseado na vontade, no desejo a persistência em cada etapa do longo caminho

sempre acompanhará o planejador. Nem sempre os resultados serão, rápidos, ou desilusões às vezes serão um prêmio

momentâneo.

Contudo aquele que tem um objetivo bem definido, avalia suas ações e refaz seu percurso e continua a

caminhar.

Estudos conclusivos nas áreas vocacionais atestam que pessoas que não planejam seus objetivos, não definem

suas ações diante do primeiro obstáculo desistem de tudo. Ao contrário disso, as pessoas que sonham, planejam e

agem com persistência refazem-se e continuam, tendo os obstáculos como lições aprendidas e mais se fortalecem. Isso

define os vencedores dos perdedores no sucesso da vida profissional.

2.4 APRENDENDO A VALORIZAR O QUE É CONQUISTADO

Em grande parte, o que não é planejado, ou feito com sacrifício, logo é esquecido. Entretanto, aquilo que

custa tempo e dinheiro, pesquisa, esforço leva o autor das ações, avaliar com muito mais valor.

Atualmente parece haver uma inversão de valores no que diz respeito ao plano de vida profissional. Jovens

pensam (em grande parte, na classe pouco esclarecida), em “festar”, “azar”, “curtir”. Sem, contudo, pensar no

amanhã, na vida profissional. Claro que o lazer é importante, mas nunca em detrimento, ou seja sem comprometer os

projetos futuros. Aprende-se a gostar daquilo que se esforça ou se dedica com afinco.

2.5 O SACRIFÍCIO É INDISPENSÁVEL

É abrir mão de certos prazeres hoje, para colher amanhã como uma economia na vida. Assim como faz um

jovem, que prefere investir em uma graduação, em uma pós- graduação ao invés de comprar um carro do ano para

mostrar para os amigos e as garotas, ele foca no seu objetivo. Ele não se perde no meio do caminho, em cada etapa,

ele assinala a nova conquista.

Também pode acontecer com certa jovem que faz economia em uma fase da vida, depositando

criteriosamente todos os meses R$ 200,00 (Duzentos reais), na caderneta de poupança durante vários anos. A

intenção dela é com isso assegurar o investimento em uma graduação superior, ou uma especialização na sua área.

Isso é sacrifício, economizar hoje, ou trabalhar um pouco mais hoje, para poder colher amanhã.

2.5.1 Investir na vida profissional é desafio satisfatório

Como referido acima, investir na vida profissional para alguns parece até ser um sacrifício no início. Contudo

no decorrer dos fatos, a satisfação motivará à aqueles que acreditam e semeia para colher no futuro.

2.5.2 O aperfeiçoamento profissional enriquece o profissional

A dedicação, o esmero de um profissional, faz a diferença e para quem é desavisado observa pensa, “nossa

ele faz as coisas com naturalidade”, “parece tão fácil”. Ao que se parece fácil, foram horas de esforços, de dedicação.

Muitos assim como a cigarra a cantarolar, fazem apenas a obrigação, sem pensar contudo, que o sucesso, está em

agregar valores na vida profissional. Isso dá ao profissional, diferencial competitivo.

2.5.3 Nunca é tarde investir no desenvolvimento profissional e pessoal

A capacidade em otimizar o tempo, os recursos, utilizando ferramentas que ajudem aos profissionais se

tornarem mais eficientes sempre devem ser buscados. A mobilidade são aparentemente termos fáceis e bonitos de

serem pronunciados. Contudo, os desafios de hoje superam os de ontem. Novos profissionais concorrem no mercado a

cada momento, a atualização não é questão de luxo, é uma questão de sobrevivência.

Realizar cursos de aperfeiçoamento para se tornar um melhor profissional, não um luxo ou um gasto, mas

uma grande necessidade no mundo profissional.

6

Curso: Gestão de Pessoal – 22 e 23 de Outubro de 2015 /Curitiba-PR

2.6 AS GRANDES DESCwULPAS DOS ACOMODADOS

As desculpas são as mais díspares, variadas e até incompreendidas por pessoas que têm compromisso com o

futuro. Os culpados são também os mais variados pelo insucesso de pessoas que não querem sair “da zona de

conforto”. Às vezes acusam o governo, os parentes, a família, os ex-patrões, ou parceiros. Mas de todas as desculpas

destacaremos três mais usadas por aqueles que “se escondem atrás das desculpas”.

2.6.1 Ainda sou muito jovem

“Sou muito jovem, ainda tenho muito tempo pela frente, afinal tenho que viver a vida”. Felizmente essa

realidade, não se aplica a todos aqueles que despertam para a vida profissional. Porque muitos jovens em nosso país

estão com energia suficiente e garra para superar os desafios e ainda mais, têm essa energia de sobra. Se bem

direcionada.

Além de que, aos que usam essa desculpa, ( o de ser muito jovem) esquecem do sucesso de milionário

emergentes a cada ano. Jovens com menos de 30 anos, tendo rentabilidades milionárias através de atividades

relacionadas aos meios de comunicação, à informação eletrônica.

2.6.2 A falta de saúde é uma grande dificuldade

Apesar dessa desculpa quase convencer, em si não se sustenta. Porque milhares de brasileiros em cadeira de

rodas, usando bengalas circulam em avenidas e sobem e descem em elevadores de grandes organizações e órgão

públicos.

Ter problemas relacionados à saúde, faz parte da vida de muitos bons profissionais, contudo o grau que isso

afeta a sua vida profissional, depende mais da forma como eles encaram as doenças do que as doenças em si. Por

exemplo, alguns vivem em função da doença, outros convivem com elas. Alguns têm dó de si mesmos, outros, reagem

e superam. Outros portadores de doenças incuráveis e monitorados por médicos têm desempenhado com sucesso suas

atividades profissionais. As organizações, já têm incentivos fiscais ao preencherem as cotas de pessoas especiais em

seus quadros funcionais.

2.6.3 A idade está muito avançada

Outra quase convincente desculpa é idade vivida. Entretanto o que mais parece é a falta de coragem e vontade

de viver, que leva esse grupo de pessoas a usarem essa desculpa.

A vida de um profissional é medida por sua postura, competência e dinamismo, e muitas pessoas perdem isso

ainda jovem; ao passo que outros a mantém vivam até aos 90 anos. Inúmeros são os exemplos de adultos que já

ultrapassaram os 50 anos, e estão realizando o sonho de se graduarem em cursos como: direito, medicina,

enfermagem, magistério, dentre outras profissões. Cada um tem seus motivos, ou melhor – razão para lutar por seus

sonhos – apesar da idade eles não se sentem cansados. Eles querem dar tudo o que têm, e se sentirem mais úteis na

vida.

Aos que se acham “velhos”, perguntem a essas pessoas se eles se também acham “velhos” também pensam

isso!

2.6.4 Nunca é tarde investir no desenvolvimento profissional e pessoal

A capacidade em otimizar o tempo, os recursos, utilizando ferramentas que ajudem aos profissionais se

tornarem mais eficientes sempre devem ser buscados. A mobilidade são aparentemente termos fáceis e bonitos de

serem pronunciados. Contudo, os desafios de hoje superam os de ontem. Novos profissionais concorrem no mercado a

cada momento, a atualização não é questão de luxo, é uma questão de sobrevivência.

3. COMECE O EMPREENDIMENTO DE SUA VIDA

A inspiração é o combustível do sonho, do planejamento e, sobretudo das ações. Entretanto pessoas

imediatistas pouco entendem desse assunto, porque requer tempo, paciência e determinação. As grandes realizações

das civilizações que marcaram grandes períodos, os grandes personagens que marcaram sua época, e sobretudo

contribuíram para as grandes mudanças em várias áreas da vida, não conquistaram tudo de última hora ou por

oportunismo.

3.1 TER UMA VISÃO AMPLA DOS OBJETIVOS

Nem tudo na vida gira em torno da vida profissional com certeza. A vida profissional é influencia por

diversos fatores de outras áreas da vida. Desta forma é necessário ter uma visão mais abrangente da existência do ser

humano.

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Curso: Gestão de Pessoal – 22 e 23 de Outubro de 2015 /Curitiba-PR

Existem as áreas que não vivem por si só e a vida profissional não pode existir por si só, ou seria árida e

mórbida. Se faz necessário avaliar algumas conforme alguns especialista nas diversas áreas da filosofia e do

comportamento humano. Considerando que não são estudos conclusivos, considerando a complexidade da natureza

humana,mas tentativas de melhor avaliar o cenário da vida profissional

3.1,1 O desenvolvimento espiritual

O ser humano, não é maquina que basta se alimentar o corpo com alimentos (comida, bebida, descanso, sol,

repouso), que a vida estaria resolvida. Quem assim pensa e age, não passa de um animal irracional. O ser humano

busca preencher uma necessidade imanente que é a busca espiritual a harmonia entre o material e o espiritual.

3.1.2 O desenvolvimento físico

Desde a fecundação, o ser humano ainda no útero desenvolve seus músculos, e seus diversos sistemas

funcionais. Desta forma continua durante toda a vida mesmo após cessar o crescimento físico, ele precisa continuar a

se movimentar e exercitar-se. Comprovado está que a inércia causa problemas aos ossos, nervos e, sobretudo afeta

aspectos psicológicos. Portanto praticar atividades físicas com regularidade ( pelo menos três vezes por semana), não

um luxo, mas necessidade.

3.1.3 O desenvolvimento mental

O cérebro humano, não está fora do contexto estrutural físico. Mas ele vai além, o aprendizado, não ocupa

lugar, ocupa tempo e dedicação, para isso na educação formal desde criança existem formas e meios, pré determinado

ao desenvolvimento mental de cada ser humano. Mesmo o autodidata, cresce buscando o saber através de livros,

análises, perguntas e busca incessante. As ondulações do cérebro humano, os neurotransmissores estão

constantemente em atividades.

Aprender atualmente ficou mais fácil que no passado, quando isso era apenas um privilégio dos nobres e

estratégia para dominar os menos letrados. Ou seja só os príncipes, reis e alta classe tinha acesso ao conhecimento.

Mesmo assim muitos grandes gênios emergiram desafiando as limitações impostas pelas classes dominantes.

3.1.4 O desenvolvimento social

Não somos uma ilha, somos interdependentes. Dependemos do sorriso, da satisfação da apreciação e do

convívio de parentes, da família e de amigos. As pessoas frequentam clubes, associações, buscam estar com as

pessoas que tem algo em comum. As relações interpessoais tem tido uma grande relevância, mesmo em uma época em

que podemos interagir através de máquinas. O calor humano é nossa necessidade. Se faltar, falta-nos algo e nos

tornamos frios, apáticos e indiferentes. Isso desde o momento em que a fecundação acontece, até o final da existência

do ser humano.

Mas é necessário investir nas relações, avaliar qualidades importantes para manter e conquistar uma boa

amizade. Pessoas fúteis, interesseiras, falsas ou egoístas não conseguem ter boas relações sociais, mesmo entre as

pessoas que têm as mesmas características.

3.1.5 O desenvolvimento financeiro

Desde os primórdios da humanidade o escambo (formas variadas de trocas), foi substituído pelos valores

monetários. Desta forma os valores monetários tornaram-se (teoricamente), frutos do trabalho. Entretanto em uma

sociedade capitalista o acúmulo de bens, tornou-se símbolo de poder, e o que para muita gente poderia ser a

recompensa de esforço honesto, torno-se um fim em si. Quando os valores monetários sobrepõem o valor da vida, da

ética, ele perdeu totalmente o valor.

Mas administrá-lo conquistá-lo, é um talento que deve ser exercitado. Em si é tão importante o aspecto

financeiro, que ele transforma e tem ajudado a contribuir com o desenvolvimento humano em diversas áreas, seja da

ciência da tecnologia dentre outras. Por esse motivo ter critério, aprender como melhor aplicar é muito importante,

considerando que é o fruto de trabalho e dedicação.

3.1.6 O desenvolvimento familiar

Considerado a “célula manter” da sociedade, ela é quem educa e a escola apenas ensina, ela direciona,

enriquece os valores éticos e morais de uma sociedade. A família é o nosso início, meio e fim na existência humana.

Entretanto para manter esse grande patrimônio, requer investimento de tempo, dinheiro, paciência, tolerância

e amor.

Se porventura existe um dos itens citados acima de maior relevância com certeza, a família bem estruturada

estará entre os primeiros desses itens. Mesmo com poucos recursos financeiros ela tem sobrevivido com pouca saúde

física ele não rompe os vínculos. Mesmo com poucos amigos o ser humano nela encontra seu refúgio. Mesmo pessoas

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Curso: Gestão de Pessoal – 22 e 23 de Outubro de 2015 /Curitiba-PR

com pouco desenvolvimento mental ou intelectual são amadas e amparadas por ela. Quando a fé é abala, à família

acolhe e protege até mesmo o incrédulo.

A razão do crescimento, da busca, das conquistas pouco valor teriam se não fosse possível partilhar com a

família. A felicidade não é um bem individual, mas um bem comum, que precisa ser partilhado.

Desta forma, algumas perguntas são necessárias no decorrer deste assunto, relacionadas ao desenvolvimento

harmônico.

Em que áreas têm investido seus recursos de tempo e valores?

Tem tentado equilibrar o investimento em tempo e recursos em todas as áreas?

Acredita que existem fases da existência humana, que em algumas áreas se requer mais atenção?

Ou você pretende aguarda sua aposentadoria, para pensar de forma harmônica em sua vida?

Acredita que sua vida só mudará se mudar suas atitudes diárias?

Certa vez perguntaram a Buda, o que mais te surpreende na humanidade? Ao que ele respondeu:

“Os homens que perdem a saúde para ajuntarem dinheiro e depois perdem o dinheiro para recuperarem a saúde;

Por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente, de tal forma que acabam nem vivendo no presente

nem no futuro; Vivem como se fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido”.

4. GESTÃO DE CONFLITOS NAS ORGANIZAÇÕES

Os conflitos existem desde o início da humanidade, fazem parte do processo de adaptação e desenvolvimento

dos seres humanos e são necessários para o crescimento de qualquer sistema familiar, social, político e organizacional.

É possível pensar as inúmeras alternativas para indivíduos e grupos lidarem com os conflitos. Estes podem ser

ignorados ou abafados, ou sanados e transformados num elemento auxiliar no desenvolvimento e crescimento de uma

sociedade ou organização.

Em observando a história, até há pouco tempo a ausência de conflitos era encarada como expressão de bom

ambiente, boas relações e, no caso das organizações, como sinal de competência.

Alguns profissionais viam o conflito de forma negativa, como resultante da ação e do comportamento de

pessoas indesejáveis, associado à agressividade, ao confronto físico e verbal e a sentimentos negativos, os quais eram

considerados prejudiciais ao bom relacionamento entre as pessoas e, consequentemente, ao bom funcionamento das

organizações.

4.1 UMA VISÃO POSITIVA DO CONFLITO

O conflito é fonte de ideias novas, podendo levar a discussões abertas sobre determinados assuntos, o que se

revela positivo, pois permite a expressão e exploração de diferentes pontos de vista, interesses e valores.

Em alguns momentos, e em determinados níveis, o conflito pode ser considerado necessário se não se quiser

entrar num processo de estagnação. Desta forma, os conflitos não são necessariamente negativos; a maneira como

lidamos com eles é que pode gerar algumas reações.

A gestão de conflitos consiste exatamente na escolha de estratégias mais adequadas para se lidar com cada

tipo de situação.

Para entender um pouco mais a visão positiva de conflito melhor conceituá-lo aqui como um processo onde

uma das partes envolvidas percebe que a outra parte frustrou ou irá frustrar os seus interesses. Isto quer dizer que no

dia-a-dia vivemos o conflito de diferentes maneiras: quantas vezes as pessoas não atravessam nosso caminho,

dificultando ou mesmo impedindo o sucesso de nossos objetivos? Assim, o conflito não deve ser visto apenas como

impulsionador de agressões, disputas ou ataques físicos, mas como um processo que começa na nossa percepção e

termina com a adoção de uma ação adequada e positiva.

4.1.1 CAUSAS POSSÍVEIS DO CONFLITO

Para a correta administração do conflito é importante que sejam conhecidas as possíveis causas que levaram

ao seu surgimento. Dentre elas, é possível cita como segue.

Experiência de frustração de uma ou ambas as partes

Incapacidade de atingir uma ou mais metas e/ou de realizar e satisfazer os seus desejos, por algum tipo de

interferência ou limitação pessoal, técnica ou comportamental;

Diferenças de personalidade São invocadas como explicação para as desavenças tanto no ambiente familiar como no ambiente de trabalho, e

reveladas no relacionamento diário através de algumas características indesejáveis na outra parte envolvida;

Metas diferentes

É muito comum estabelecermos e/ou recebermos metas/objetivos a serem atingidos e que podem ser diferentes dos de

outras pessoas e de outros setores, o que nos leva à geração de tensões em busca de seu alcance;

A administração de conflitos consiste exatamente na escolha das estratégias mais adequadas para se lidar com cada

tipo de situação. As diferenças em termos de informações e percepções: costumeiramente tendemos a obter

informações e analisá-las à luz dos nossos conhecimentos e referenciais, sem levar em conta que isto ocorre também

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como outro lado com quem temos de conversar e/ou apresentar nossas ideias, e que este outro lado pode ter uma

forma diferente de ver as coisas.

4.2 CONSEQUÊNCIA NEGATIVAS DOS CONFLITOS

Se os conflitos não forem devidamente administrados, podem produzir efeitos negativos ou destrutivos como:

Bloquear ou neutralizar os esforços de pessoas ou grupos, desenvolvendo sentimentos de frustração, hostilidade e

tensão, com conseqüências óbvias sobre a eficiência e eficácia da organização;

Desperdiçar energias humanas, tempo e recursos despendidos no próprio conflito, em detrimento de sua utilização

num trabalho produtivo ou em atividades socialmente mais gratificantes;

Instalar a competição, o desenvolvimento e a insatisfação, em vez de relações maduras, saudáveis e amistosas.

BIBLIOGRAFIA

Mello, Elson de , Apostila Trabalhe Sorrindo, 2009 – Curitiba – PR.

Mello, Elson de , Apostila Gestão de Conflitos nos órgão públicos – 2009 – Curitiba -PR

http://www.correiocidadania.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=8761:submanchete220813&cati

d=58:paulo-passarinho&Itemid=124

http://www.cimm.com.br/portal/noticia/exibir_noticia/4435-a-crise-pode-ser-uma-oportunidade-de-mudanca

*Robson Profeta – atualmente é Office Leader e Representante Legal de uma consultoria estratégica situada em São Paulo. Possui aproximadamente 25 anos de experiência em administração, finanças, recursos humanos e contabilidade

obtidos em empresas de auditoria, consultoria, telecomunicação, tecnologia e saúde. Saiba mais no site: www.robsonprofeta.com.br

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O PROCESSO DE PURIFICAÇÃO DA EQUIPE

Ricardo Tadao Ynoue

1 RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA

RESPONSABILIDADE = RESPONDER

Sentido AMPLO; Sentido ESTRITO.

REGRA: Independência das instâncias administrativa, penal e civil.

EXCEÇÃO: Absolvição Criminal por Inexistência do Fato ou Autoria ou por Excludentes de Ilicitude (por Falta de

Prova NÃO!) e Condenação Criminal Definitiva (vincula apenas quanto à autoria e materialidade).

Jurisprudência MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL.

DEMISSÃO. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. (...) PENALIDADE DE DEMISSÃO.

DESNECESSIDADE DE AÇÃO JUDICIAL. INDEPENDÊNCIA DAS ESFERAS ADMINISTRATIVA, PENAL E

CIVIL.

(...)

8. É assente no Superior Tribunal de Justiça o entendimento de que a infração disciplinar que configura ato de

improbidade acarreta demissão, independentemente de ação judicial prévia, consequência direta da independência das

esferas administrativa, civil e penal.

(MS 14.968/DF, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 12/03/2014, DJe

25/03/2014)

RMS - ADMINISTRATIVO - FUNCIONARIO PUBLICO - DEMISSÃO - JURISDIÇÕES PENAL E

ADMINISTRATIVA - AS JURISDIÇÕES INTERCOMUNICAM-SE, PREVALECE A JURISDIÇÃO PENAL; ESTA

PROJETA SEMPRE A VERDADE REAL. NÃO SE ADMITEM PRESUNÇÕES, COMO NA JURISDIÇÃO CIVIL.

NEGADO O FATO, OU A AUTORIA, REPERCUTE DE MODO ABSOLUTO EM TODAS AS AREAS

JURIDICAS. ABSOLVIÇÃO POR OUTRO FUNDAMENTO NÃO AFETA O RESIDUO ADMINISTRATIVO.

PODE, POIS, OCORRER A DEMISSÃO DO FUNCIONARIO PUBLICO.

(RMS 4.561/SP, Rel. Ministro LUIZ VICENTE CERNICCHIARO, SEXTA TURMA, julgado em 11/03/1996, DJ

23/09/1996, p. 35152)

INCOMUNICABILIDADE DAS ESFERAS PENAL E ADMINISTRATIVA 19. Consoante a jurisprudência do STJ, as esferas penal e administrativa são independentes e a única vinculação

admitida é quando o acusado é inocentado na Ação Penal em face da negativa de existência do fato ou quando não

reconhecida a autoria do crime, o que não se afigura nos autos. Precedentes.

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20. A sanção disciplinar teve como motivo conduta culposa ofensiva à dignidade da função e dos deveres de magistrado

na vida pública e particular, de forma que a hipótese normativa é autônoma em relação aos fatos delituosos praticados

pelo favorecido com o empréstimo do terreno

21. Ainda que houvesse denúncia e absolvição por hipotética participação do recorrente nos referidos crimes contra o

patrimônio, seria o caso de reconhecer a incidência da Súmula 18/STF: "Pela falta residual, não compreendida na absolvição pelo juízo criminal, é admissível a punição administrativa do servidor público". Nesse sentido: REsp

1.226.694/SP, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 20/9/2011; REsp 1.199.083/SP, Rel. Ministro

Castro Meira, Segunda Turma, DJe 8/9/2010.

22. Recurso Ordinário não provido, ressalvadas as vias judiciais ordinárias.

(RMS 36.325/ES, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 22/10/2013, DJe

05/12/2013)

RECURSO EM HABEAS CORPUS. CRIME DE RESPONSABILIDADE. PREFEITO. PRÉVIO

ESGOTAMENTO DA ESFERA ADMINISTRATIVA. DESNECESSIDADE. INDEPENDÊNCIA ENTRE OS

PODERES. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO EVIDENCIADO. RECURSO NÃO PROVIDO.

1. O trancamento da ação penal no âmbito de habeas corpus é medida excepcional, somente cabível quando

demonstrada a absoluta ausência de provas da materialidade do crime e de indícios de autoria (falta de justa causa), a

atipicidade da conduta ou a existência de causa extintiva da punibilidade.

2. Pelo princípio da independência entre os três Poderes da República, é possível que, na esfera penal, haja a

comprovação do fato supostamente delituoso e a identificação da respectiva autoria, sem, contudo, nenhuma vinculação

com a instância de controle exercida pelos Tribunais de Contas.

3. O regime constitucional de controle da res publica não importa em dependência das esferas penal e administrativa

quanto à verificação da licitude dos convênios firmados entre entidades públicas federais e municípios.

4. A competência dos Tribunais de Contas limita-se à aferição das regularidades formais dos atos que envolvem

dinheiro, bens e valores público, e seu pronunciamento final - quer pela regularidade, quer pela irregularidade das contas

examinadas - não é definitivo para evidenciar indícios de materialidade dos crimes de peculato desvio apurados na ação

penal.

5. O fato de o Tribunal de Contas da União ter constatado a presença de indícios de irregularidades na execução dos

contratos, somado aos demais elementos de prova presentes nos autos, autorizam que seja dada continuidade à

persecução penal, durante a qual o recorrente terá a oportunidade de produzir provas com o fim de demonstrar a

subsistência dos seus argumentos.

6. Ainda que o TCU considerasse regular a execução dos contratos celebrados pelo Município de Itabaiana/SE, tal fato,

por si só, não teria o condão de ilidir a justa causa para a ação penal proposta pelo Ministério Público Federal, em razão

da independência entre as esferas administrativa e penal.

7. Recurso em habeas corpus não provido.

(RHC 21.403/SE, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 16/12/2014, DJe

03/02/2015)

Conceito de responsabilidade administrativa: “A responsabilidade administrativa consiste no dever de o agente

estatal responder pelos efeitos jurídico-administrativos dos atos praticados no desempenho de atividade administrativa

estatal, inclusive suportando a sanção administrativa cominada em lei pela prática de ato ilícito”. (Marçal Justen

Filho)

Investidura em função pública = comprometimento entre o agente estatal e o Estado

Regras de conduta = deveres e proibições

Infração (ato ilícito) = conduta reprovável

Sanção = resposta ao ato ilícito

“Ninguém pode ser condenado sem ser ouvido ou sem que seja assegurada a respectiva defesa” (Nemu inauditus

damnari potest) – Princípio Geral do Direito

CF/1988: Art. 5º, LIV - “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”

CF/1988: Art. 5º, LV - “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são

assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”

2 LEITURA DAS REGRAS PROCEDIMENTAIS

Regras Procedimentais do PAD: cada ENTE FEDERATIVO edita o seu, podendo existir mais de uma

regulamentação, conforme o regime jurídico de cada carreira (Estatuto).

Estatutos antigos (antes da CF/1988)

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Filtragem constitucional

(leitura e aplicação à luz da nova ordem constitucional)

Apuração da Resp. Funcional (Verdade Material)

X

Ampla Defesa e Contraditório

3 TEORIA GERAL DA INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA

Ilícito e Sanção = categoria jurídicas gerais

“Não há distinções ontológicas entre os vários tipos de ilícito (penal, administrativo, civil, etc.) e de sanção (penal, administrativa, civil, etc.). Demais disto, lícito é o comportamento adequado ao comando normativo de proibição ou

de obrigação; ilícito (em senso lato) é o desconforme. (...) O ilícito é o antecedente da sanção e, em regra, a sanção é sua consequência lógico-jurídica”.

(Daniel Ferreira – Teoria da Infração Administrativa)

ENTRETANTO: A infração aos deveres e proibições inerentes ao regime jurídico funcional comportam um

tratamento jurídico positivo (legislação) próprio. “A inexistência de distinção lógico-jurídica entre os ilícitos não leva a conclusão que o mesmo se dê no plano jurídico

positivo. Apenas conforme os limites traçados pela Carta da República é que se vai poder reconhecer o espaço

normativo próprio (leia-se conforme a Constituição) para infração administrativa e para o crime com fulcro no „ius puniendi‟ total (do Estado)”.

(Daniel Ferreira – Teoria da Infração Administrativa)

Regime Jurídico de Direito Sancionador (Marçal Justen)

Os ilícitos e sanções obedecem ao regime próprio do Direito Penal;

Aplica-se o princípio da legalidade no tocante à definição das infrações e na fixação das sanções;

A configuração da ilicitude depende da presença de um elemento subjetivo reprovável, que integra a descrição

normativa do ilícito;

O sancionamento se subordina ao princípio da proporcionalidade;

A observância ao devido processo legal, com respeito ao contraditório e a ampla defesa, é uma condição inafastável

para a punição.

Jurisprudência

DIREITO ADMINISTRATIVO. ATIVIDADE SANCIONATÓRIA OU DISCIPLINAR DA ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA. APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL COMUM. ARTS. 615, § 1o. E 664,

PARÁG. ÚNICO DO CPP. NULIDADE DE DECISÃO PUNITIVA EM RAZÃO DE VOTO DÚPLICE DE

COMPONENTE DE COLEGIADO. RECURSO PROVIDO.

Consoante precisas lições de eminentes doutrinadores e processualistas modernos, à atividade sancionatória ou

disciplinar da Administração Pública se aplicam os princípios, garantias e normas que regem o Processo Penal

comum, em respeito aos valores de proteção e defesa das liberdades individuais e da dignidade da pessoa

humana, que se plasmaram no campo daquela disciplina.

(...)

Os regimentos internos dos órgãos administrativos colegiados sancionadores, qual o Conselho da Polícia Civil do

Paraná, devem obediência aos postulados do Processo Penal comum; prevalece, por ser mais benéfico ao indiciado,

o resultado de julgamento que, ainda que por empate, cominou-lhe a sanção de suspensão por 90 dias, excluindo-se o

voto presidencial de desempate que lhe atribuiu a pena de demissão, porquanto o voto desempatador é de ser

desconsiderado.

(STJ - RMS 24559/PR, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, QUINTA TURMA, julgado em

03/12/2009, DJe 01/02/2010)

MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. DEMISSÃO. PEDIDO DE

REVISÃO FEITO PELA SERVIDORA. REINTEGRAÇÃO. CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO. ANÁLISE

DA LEGALIDADE DO PROCESSO. RECOMENDAÇÃO DE INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE REVISÃO.

PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA. NOVA PORTARIA ANULANDO A ANTERIOR PARA INDEFERIR O PEDIDO

DE REVISÃO E REESTABELECER A DEMISSÃO. INEXISTÊNCIA DE INTIMAÇÃO E MANIFESTAÇÃO DA

SERVIDORA. OFENSA AOS PRINCÍPIOS DA AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO. IMPOSSIBILIDADE DE

REVISÃO DO ATO QUE ANULA DEMISSÃO E REINTEGRA A SERVIDORA.

1. A Consultoria Jurídica do Ministério da Previdência Social opinou pelo acolhimento da recomendação da

Controladoria-Geral da União, cujo parecer foi aceito pelo titular da Pasta, por meio da Portaria n. 236, publicada em

4/9/2009, que declarou a nulidade dos pedidos de revisão, com atribuição de efeitos ex tunc, tornando sem efeitos o ato

que reintegrava a ora impetrante e restabelecendo o ato que a demitira.

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2. Inexiste nos autos qualquer ato administrativo no sentido de garantir à servidora a indispensável ciência de que o ato

de sua reintegração estava sendo reapreciado e de lhe permitir apresentar defesa ou se manifestar a respeito da possível

anulação da portaria que acolhera o pedido de revisão e ensejara a sua reintegração.

3. Não se pode admitir que a servidora, uma vez reintegrada no cargo de Auditor-fiscal Previdenciário, tenha sua

demissão reestabelecida sem ser previamente intimada para tomar ciência da atuação da Administração Pública nesse

intuito e sem lhe ser garantida a oportunidade de se manifestar.

4. Segurança concedida.

(MS 14.937/DF, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 26/06/2013, DJe

01/08/2013)

Infração Administrativa: comportamento do servidor, no âmbito de suas atribuições, ou a pretexto de exercê-las, que

seja típico, antijurídico e reprovável.

Tipicidade: adequação (positiva ou negativa) do fato à norma funcional:

adequação formal: o fato corresponde ao texto da lei?

adequação material: há desvalor da conduta (criação ou incremento de risco proibido) ou desvalor do resultado

(ofensa a bem jurídico, prejuízo à Administração)?

adequação subjetiva: o servidor quis ou pretendia o resultado?

Jurisprudência

PROCESSUAL PENAL. MANDADO DE SEGURANÇA. SANÇÃO AO ADVOGADO QUE ABANDONA A

CAUSA SEM PRÉVIA COMUNICAÇÃO AO JUÍZO (NÃO COMPARECIMENTO A AUDIÊNCIA). ART. 265

DO CPP. DESRESPEITO AO DEVIDO PROCESSO LEGAL (ART. 5o., LIV E LV DA CF/88). RECURSO

PROVIDO. 1. Não é lícito ao Advogado abandonar sem justo motivo previamente comunicado ao Juízo, o patrocínio da causa, no

momento da realização de ato processual ao qual, devidamente intimado, deve comparecer, por configurar, prima facie,

menoscabo às atividades do Poder Judiciário, nas quais desempenha função essencial e insubstituível (art. 133 da Carta

Magna).

2. Não se deve confundir a ausência a determinado ato processual com o abandono do processo, tal como previsto no

art. 265 do CPP (redação da Lei 11.719/08), tanto que cumpre ao Juiz, em tal hipótese, se for o caso, nomear defensor

substituto, como dispõe o art. 265, § 2º do CPP (redação da Lei 11.719/08), mas sem afastar a atuação do causídico em

atos processuais futuros.

3. A aplicação de qualquer sanção, ainda que de cunho administrativo, mas com reflexo patrimonial, se sujeita aos

rígidos padrões de procedimento que integram o due process of law (justo processo jurídico), que não admite a noção

de responsabilidade objetiva por ato infracional disciplinar, a exigir a devida apuração de sua prática e do

correspondente contexto circunstancial em que ocorreu, haja vista o disposto nos incisos LIV e LV do art. 5o. da

Constituição Federal. 4. Cabe ao Juiz prover medidas de pronta eficácia para impedir delongas processuais, inclusive suscitando ao órgão de

classe dos Advogados a adoção de sanções administrativas, mas deve abster-se de exercer diretamente essa atividade de

controle disciplinar.

5. Recurso a que se dá provimento, para conceder a ordem de segurança.

(RMS 32.742/MG, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, QUINTA TURMA, julgado em 15/02/2011,

DJe 09/03/2011)

Antijuridicidade: um fato típico é também antijurídico (contrário ao Direito) quando não é amparado por outra norma

justificante: Legitima Defesa, Estado de Necessidade, Estrito Cumprimento do Dever Legal, Exercício Regular de

Direito, etc;

Reprovabilidade: o servidor teria capacidade de agir conforme a norma? Dois aspectos:

cognitivo: capacidade de entender a ilicitude;

volitivo: capacidade de dirigir a conduta conforme esse entendimento.

Sanção Administrativa: punição restritiva de direitos ou ampliativa de deveres, prevista em lei como consequência da

prática de infração administrativa reprovável, imposta por meio de processo administrativo.

Função retributiva: visa infligir um mal ao servidor infrator. Não se presta a ressarcir os prejuízos ou os danos

causados.

Função preventiva: a sua ameaça serve de desincentivo à pratica de novas infrações pelo próprio infrator (específica) e

pelos demais servidores (geral).

Princípio de Proporcionalidade: a severidade da sanção aplicada deve guardar relação de proporcionalidade com a

gravidade da conduta punida (grau de reprovabilidade).

Princípio da necessidade: a sanção deve ser a suficientemente necessária para reprovar e prevenir o ilícito.

Jurisprudência ADMINISTRATIVO. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. NULIDADE.

DESPROPORCIONALIDADE DA DEMISSÃO.

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- Num contexto em que a prática de atos tidos por ilícitos teve natureza eventual e deu-se num momento em que,

razoavelmente, não se deveria exigir conduta diversa do agente, a aplicação da penalidade administrativa capital

apresenta-se desmedida.

(...)

- A aplicação de sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público,

como se verificou no caso, é manifestamente ilegal (art. 2º, parágrafo único, inciso VI, da Lei n. 9.784/1999). A lei não

ampara o afastamento dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade quando da aplicação da medida

sancionadora. Segurança concedida.

(MS 18.023/DF, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/05/2012, DJe

18/05/2012)

4 O DEVER DE APURAR

A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração

imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.

Enunciado CGU nº 04

“Prescrição. Instauração. A Administração Pública pode, motivadamente, deixar de deflagrar procedimento disciplinar, caso verifique a ocorrência de prescrição antes da sua instauração, devendo ponderar a utilidade e a

importância de se decidir pela instauração em cada caso”.

Formas de conhecimento, pela autoridade competente, de irregularidades: Representação Funcional;

Denúncia (inclusive anônima);

Notícias veiculadas pela Mídia;

Representações oficiadas por outros órgãos (Judiciário, MP, TCE, OAB, etc.);

Trabalhos de Auditoria;

Resultados de Investigação Preliminar ou de Sindicância.

Denúncia Anônima: deve ser apurada se os fatos foram narrados de forma objetiva e plausível

Enunciado CGU nº 03: Delação Anônima. Instauração. A delação anônima é apta a deflagrar apuração preliminar no âmbito da Administração Pública, devendo ser colhidos outros elementos que a comprovem.”

Jurisprudência

ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. MILITAR. DEMISSÃO. PROCESSO ADMINISTRATIVO

DISCIPLINAR. CARTA ANÔNIMA. LICITUDE. DILAÇÃO PROBATÓRIA. WRIT. VIA INADEQUADA.

I - A carta anônima é meio hábil para a instauração de processo administrativo disciplinar, cabendo a Administração a

apuração dos fatos narrados na denúncia, ainda que apócrifa.

II - Questões cuja solução demandaria, necessariamente, revisão do material fático apurado no processo disciplinar, ou a

incursão sobre o mérito do julgamento administrativo, não podem ser apreciadas em sede de mandamus.

Recurso desprovido.

(STJ - RMS 19.224/MT, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 19/04/2005, DJ 01/07/2005,

p. 570)

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA.

SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL. ANALISTA JUDICIÁRIO, EXECUÇÃO DE MANDADOS.

SINDICÂNCIA INVESTIGATIVA E PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. DENÚNCIA

ANÔNIMA. PODER-DEVER DA ADMINISTRAÇÃO. ART. 143 DA LEI 8.112/1990. DENÚNCIA

ACOMPANHADA POR OUTROS ELEMENTOS DE PROVA SUFICIENTES A DENOTAR A CONDUTA

IRREGULAR DO SERVIDOR. OMISSÃO DE SINDICÂNCIA E DO PROCESSO ADMINISTRATIVO

DISCIPLINAR. INEXISTÊNCIA DE NULIDADE. OBSERVÂNCIA DA REGRA DO ART. 149 DA LEI

8.112/1990. EXIGÊNCIA APENAS DO PRESIDENTE DA COMISSÃO OCUPAR CARGO EFETIVO

SUPERIOR OU DO MESMO NÍVEL, OU TER NÍVEL DE ESCOLARIDADE IGUAL OU SUPERIOR AO DO

INDICIADO. PRECEDENTES. ALEGAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE INFRAÇÃO DISCIPLINAR OU

ILÍCITO PENAL. IMPOSSIBILIDADE DE CONHECIMENTO. NECESSÁRIA DILAÇÃO PROBATÓRIA.

DESCABIMENTO. RECURSO ORDINÁRIO NÃO PROVIDO. 1. Trata-se de recurso ordinário em Mandado de Segurança onde pretende o recorrente a concessão integral da

segurança a fim de reconhecer a nulidade da Sindicância e do Processo Administrativo Disciplinar e, consequentemente,

do ato apontado como coator, porquanto teriam sido deflagrados através de denúncia anônima, a violar a regra do art.

144 da Lei 8.112/1990; tendo em vista que o fato noticiado não configuraria evidente infração disciplinar ou ilícito

penal, porquanto ocorrido em evento externo ao local de trabalho e que sequer haveria a comprovação da autoria e

materialidade, não guardando relação direta com os deveres ou proibições impostas aos servidores públicos federais e

diante da inobservância do princípio da hierarquia na formação das Comissões de Sindicância e de Processo

Administrativo Disciplinar. 2. É firme o entendimento no âmbito do STJ no sentido de que inexiste ilegalidade na instauração de sindicância

investigativa e processo administrativo disciplinar com base em denúncia anônima, por conta do poder-dever de

autotutela imposto à Administração (art.

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143 da Lei 8.112/1990), ainda mais quando a denúncia decorre de Ofício do próprio Diretor do Foro e é acompanhada

de outros elementos de prova que denotariam a conduta irregular praticada pelo investigado, como no presente casu.

Precedentes.

3. "A teor do artigo 149 da Lei nº 8.112/90, apenas o Presidente da Comissão Processante deverá ocupar cargo efetivo

superior ou do mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado" (MS 9.421/DF, Rel.

Ministro Paulo Gallotti, Terceira Seção, julgado em 22/08/2007, DJ 17/09/2007, p. 201).

4. Não há como se conhecer da alegação de que o fato noticiado não configuraria evidente infração disciplinar ou ilícito

penal, a justificar a instauração do PAD, na medida que tais alegações ainda serão examinadas pela Comissão

Processante e por demandarem ampla dilação probatória, o que é vedado na via estreita do presente mandamus, a

pressupor prova pré-constituída.

5. Recurso ordinário não provido.

(RMS 44.298/PR, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/11/2014,

DJe 24/11/2014)

5 O DEVER DE REPRESENTAR

Na Administração Pública é dever do servidor representar contra suposta irregularidade, cometida por qualquer

outro servidor, de que tiver ciência, exclusivamente em razão do cargo, bem como contra ato ilegal, omissivo ou

abusivo por autoridade. Referida norma consta de todos os estatutos funcionais.

A representação deve decorrer das atribuições do cargo exercido pelo representado e possuir como objeto

também fatos relacionados à atividade pública.

Cautelas no Dever de Representar

O autor da representação, especialmente quando superior hierárquico do representado, deve ter o discernimento

para não contaminar o dever legal de representar com suas manifestações de entendimento pessoal acerca da forma de

condução das atividades administrativas. Isso porque divergências na forma de administração não configuram

irregularidade.

Da mesma forma, devem-se atentar para não confundir o dever de encaminhar à autoridade competente notícias

de supostas irregularidades com atos de gerência e administração de pessoal. A utilização de medidas disciplinares é

residual.

Em suma, não se deve vulgarizar os institutos da representação funcional e do direito administrativo

sancionador, pois eles não se coadunam com o emprego banalizado, seja para questões eivadas de vieses de

pessoalidade, seja para pequenas questões gerenciais sem aspecto disciplinar.

A Representação Ideal

Clara: linguagem de fácil compreensão, sem termos vagos ou expressões ambíguas;

Precisa: apresenta os fatos com exatidão, não dá margem à interpretações dúbias;

Objetiva: busca eliminar impressões pessoais e subjetivas;

Relato contínuo e cursivo dos fatos: obedece a sequência cronológica dos acontecimentos, apresentando as relações

de causa e efeito;

Bem instruída: com os documentos indispensáveis a delimitação da materialidade e autoria dos fatos.

Erros Comuns na Representação

Representação abstrata ou genérica: não relata os fatos em concreto. Ex.: O servidor cometeu insubordinação grave.

Representação omissa ou deficiente: falta algum dos elementos básicos da representação ou documento

imprescindível;

Representação truncada ou inteligível: não segue o relato contínuo e cursivo, apresenta contradições. Ocorre com

frequência em representações que relatam fatos ocorridos em situações diferentes (representações extemporâneas).

Elementos Básicos da Representação

Endereçamento;

Qualificação do Representante;

Exposição do fato ilícito, com todas as suas circunstâncias (quem, quando, onde, como, meios e instrumentos,

prejuízos à Administração, etc...);

Qualificação do Representado ou esclarecimentos pelo qual se possa identificá-lo;

Documentos pelos quais se possa esclarecer o fato ilícito (livro de ocorrências, relatórios, objetos apreendidos, etc...);

Rol de testemunhas;

Nome e Assinatura do Representante.

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Curso: Gestão de Pessoal – 22 e 23 de Outubro de 2015 /Curitiba-PR

6 PRINCIPIOLOGIA DO PROCESSO ADMINISTRATIVO

Pp. do devido processo legal

– uma garantia constitucional prevista no art. 5º, LIV, CF, um superprincípio norteador de todo ordenamento jurídico,

imune à alteração constitucional e de aplicação imediata. Um princípio que rege todo o sistema jurídico, informando a

maneira de se realizar todos os procedimentos processuais, sejam judiciais ou administrativos.

– assegura que as relações estabelecidas pelo Estado sejam participativas e igualitárias e que o processo de tomada de

decisão pelo Poder Público não seja um procedimento arbitrário, mas um meio de afirmação da própria legitimidade do

Estado perante o indivíduo.

Pp. do contraditório

– previsto no art. 5º, LV, da CF, representa uma consequência do devido processo legal e é elemento essencial do

processo, com fulcro em bases lógicas (bilateralidade) e políticas (ninguém pode ser julgado sem ser ouvido), garante à

parte o conhecimento da existência do processo e de todos os seus atos. Sua aplicação deve garantir à parte:

a) poder de interferir no convencimento do julgador;

b) paridade inicial entre as partes;

c) impedir que a igualdade de direito se transforme em desigualdade de fato por causa da inferioridade de cultura ou de

meios econômicos.

Pp. da ampla defesa

– inerente ao direito de ação, expresso no art. 5º, lV, da CF, também decorre do princípio do devido processo legal,

porém tendo características próprias. É exigência para um país democrático e deve assegurar à parte, em litígio judicial

ou administrativo, o direito e a garantia da ampla defesa, conferindo ao cidadão o direito de alegar e provar o que alega,

podendo se valer de todos os meios e recursos disponibilizados para a busca da verdade real, proibindo-se taxativamente

qualquer cerceamento de defesa.

Pp. da ampla defesa

– exigências da ampla defesa:

a) o caráter prévio da defesa: é a anterioridade da defesa em relação ao ato decisório, devendo ter procedimentos e penas

predeterminados;

b) o direito de interpor recurso administrativo: independe de previsão explícita em lei (art. 5º, XXXIV, alínea “a” -

direito de petição e LV – recursos, da CF);

c) defesa técnica: seria aquela realizada pelo representante legal do interessado, o advogado (Súmula Vinculante nº 5 –

presença facultativa);

d) direito à informação geral decorrente do contraditório;

e) direito de produzir provas, vê-las realizadas e consideradas, sendo vedadas as obtidas por meios ilícitos.

Jurisprudência

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO.

PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. CERCEAMENTO DE DEFESA. CARACTERIZAÇÃO.

NULIDADE. OCORRÊNCIA DE PREJUÍZO À DEFESA DO SERVIDOR. CABIMENTO DO MANDAMUS.

REEXAME DE PROVA. IMPOSSIBILIDADE.

SÚMULA 07/STJ.

I - O recurso especial contra decisão em mandado de segurança em que se alega violação ao art. 1º, da Lei 1.533/51 não

pode ser conhecido, porquanto a discussão acerca da certeza e liquidez do direito ensejaria reexame de questão de prova,

vedado pela Súmula 07/STJ.

II - Na hipótese em que caracterizado o cerceamento de defesa em face da ausência da participação de servidor nos atos

instrutórios constantes de procedimento administrativo disciplinar, causando, comprovadamente, prejuízos à sua defesa,

correto o acórdão que concede o writ para decretar a sua nulidade e consequentemente determinar a reintegração no

cargo público em que ocupava a impetrante.

III - O Poder Judiciário é competente para analisar a ocorrência de eventuais vícios de irregularidade formal em

procedimento administrativo disciplinar instaurado contra servidor, com vistas a salvaguardar o atendimento aos

princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal (due process of law), porém ressalvado o exame

do mérito administrativo.

Agravo Regimental a que se nega provimento.

(AgRg no Ag 477.863/BA, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 20/02/2003, DJ

31/03/2003, p. 268)

18

Curso: Gestão de Pessoal – 22 e 23 de Outubro de 2015 /Curitiba-PR

Pp. da verdade real (material)

– a dicotomia verdade material e formal nasceu da contraposição entre processo civil e penal. A verdade formal é a

construída no processo pelas partes, hoje é dita inconsistente e vem perdendo seu prestígio. De outro lado, a verdade

material que consiste na verdade absoluta, aquilo que realmente aconteceu, representa uma utopia e também não

satisfaz. Hoje a doutrina defende a aplicação da verossimilhança, que representa a maior aproximação da verdade,

ou seja, por uma ordem de aproximação e probabilidade. A doutrina tradicional do Direito Administrativo defende

que a verdade real é a que deve ser adotada, apesar das críticas dos processualistas mais modernos.

Pp. da legalidade

– é a base do Estado Democrático de direito e garante que todos os conflitos sejam resolvidos pela lei (art. 5º, II, e art.

37 da CF). Traduz o primado de que toda a eficácia da atividade administrativa condicionada à lei e o administrador está

em toda a sua atividade funcional sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum. Vale ressaltar que o

princípio da legalidade para o direito público significa dizer que o Administrador só pode fazer o que está previsto,

autorizado em lei.

Pp. da finalidade

– é uma inerência do próprio princípio da legalidade, um elemento da própria lei, um fator que permite compreendê-la.

Significa observar o espírito da lei, a sua vontade maior. Exige a obediência não apenas à finalidade própria de todas as

leis, que é o interesse público, mas também à finalidade específica abrigada na lei a que esteja dando execução. A

desobediência caracteriza desvio de poder e nulidade do ato.

Pp. da motivação

– implica o dever de justificar seus atos, apontando-lhes os fundamentos de direito e de fato, assim como a correlação

lógica entre os eventos e situações que deu por existentes e a providência tomada, nos casos em que esse último

aclaramento seja necessário para aferir-se a consonância da conduta administrativa com a lei que lhe serviu de arrimo.

Deve ser prévia ou contemporânea à prática do ato.

– fundamento: a obrigatoriedade da motivação tem fundamento em alguns dispositivos do texto constitucional (art. 1º, II

(cidadania), art. 1º, parágrafo único (poder emana do povo), art. 5º, XXXV (assegura direito à apreciação judicial) e na

Lei nº 9.784/99.

Pp. da razoabilidade

– não pode o Administrador, a pretexto de cumprir a lei, agir de forma despropositada ou tresloucada. Deve manter um

certo padrão do razoável, Princípio da proibição de excessos e das condutas insensatas. Representa limite para

discricionariedade, exige a relação de pertinência entre oportunidade e conveniência de um lado e a finalidade de outro.

Pp. da proporcionalidade

– alguns autores entendem que o princípio da proporcionalidade está embutido na razoabilidade, sendo decorrência

daquele princípio. A palavra-chave é o equilíbrio, entre os benefícios e prejuízos ocorridos, além da proporção entre os

atos e as consequências medidas.

Jurisprudência

RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSO ADMINISTRATIVO

DISCIPLINAR. IRREGULARIDADES FORMAIS. INEXISTÊNCIA. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA

RAZOABILIDADE. OCORRÊNCIA. RECURSO PROVIDO. SEGURANÇA CONCEDIDA.

(...)

3. A conduta imputada à servidora (uso de documento falso), em tese, violaria o princípio da moralidade administrativa

e, por conseguinte, autorizaria a punição de demissão. No entanto, aa iimmppoossiiççããoo ddaa ssaannççããoo mmááxxiimmaa nnoo sseerrvviiççoo ppúúbblliiccoo

ffuunnddaammeennttaaddaa eemm pprroovvaa iissoollaaddaa,, qquuaall sseejjaa,, uummaa úúnniiccaa ddeeccllaarraaççããoo ppeessssooaall,, sseemm tteesstteemmuunnhhaass ee sseemm nneennhhuummaa

pprroovvaa ddooccuummeennttaall,, mmoossttrraa--ssee ddeessaarrrraazzooaaddaa ee vviicciiaa aa pprróópprriiaa mmoottiivvaaççããoo ddoo aattoo aaddmmiinniissttrraattiivvoo,, sseennddoo,, ppoorrttaannttoo,,

ppaassssíívveell ddee aannuullaaççããoo..

4. Recurso provido para anular a demissão da recorrente e determinar a sua reintegração ao cargo público.

(RMS 35.299/PE, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 06/05/2014, DJe

13/05/2014)

Pp. da oficialidade

– com a perseguição ininterrupta do interesse público, constitui dever impostergável da Administração, imposto à

autoridade administrativa competente, a obrigação de dirigir, ordenar e impulsionar o procedimento, de tal forma a

resolver ou esclarecer adequadamente a questão posta.

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Curso: Gestão de Pessoal – 22 e 23 de Outubro de 2015 /Curitiba-PR

- A oficialidade acarreta as seguintes consequências jurídicas:

a) impulso oficial;

b) busca da verdade material, não se limitando à verdade formal, dado o caráter de indisponibilidade dos interesses

públicos;

c) prerrogativas de iniciativa investigatória por parte da autoridade conducente do procedimento, tendo em vista o

satisfatório esclarecimento da matéria versada;

d) informalismo em favor do administrado (têm-se o informalismo para o administrado e o formalismo para a

Administração). Trata-se, aqui, portanto, de princípio que somente pode ser invocado pelo administrado, e nunca pela

Administração. No mesmo sentido, “os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada, senão

quando a lei expressamente exigir” (Lei n.º 9.784/99 - art. 22)

Pp. da autotutela

– possibilidade de a Administração rever os seus atos quando ilegais através da anulação e de retirá-los quando

inconvenientes e inoportuno, utilizando a revogação. Súmulas STF nº 346 e 473.

Pp. da celeridade

– celeridade: elemento básico na institucionalização das normas processuais administrativas, expressando-se pelo

princípio da oficialidade, sem prejuízo da atuação dos interessados; pela fixação de prazos rígidos; com a aplicação do

princípio da economia processual, considerando que o processo é instrumento para aplicação da lei, de modo que as

exigências a ele pertinentes devem ser adequadas e proporcionais ao fim que se pretende atingir, aplicando a

simplicidade razoável e a previsão da decadência quinquenal do direito de autotutela da Administração.

– a celeridade do processo administrativo disciplinar é fundamental para a obediência de todos os princípios aqui

elencados. Não é possível imaginar devido processo legal, efetivo contraditório, verdade real, legalidade e a finalidade

da lei se as coisas não acontecem. A lentidão processual é incompatível com a proteção do interesse público e jamais

permitirá o exercício da verdadeira ampla defesa.

7 SINDICÂNCIA ADMINISTRATIVA

Instituto brasileiro, sem correspondente no Direito alienígena.

Importância: “Não se trata de procedimento temerário da Administração, consistindo, ao contrário, em operação

preliminar, realizada ad cautelam, que inúmeras vezes poupa ao Estado processos demorados e dispendiosos, ao

mesmo tempo que livra o servidor público de envolver-se, gratuitamente, nas malhas de um processo administrativo, dentro do qual teria de se defender, quer fosse ou não o envolvido na irregularidade”. (J. Cretella Jr.)

Espécies: Sindicância Inquérito e Sindicância Acusatória.

Sindicância Inquérito Sindicância Acusatória

Inquisitória (procedimento de investigação) Processo administrativo

Com ou sem Suspeito Acusado

Sem contraditório e ampla defesa Com contraditório e ampla defesa

Sem indiciamento Com indiciamento

Não sugere pena.

Pode sugerir o arquivamento, medidas

administrativas ou a instauração de processo

administrativo disciplinar.

Pode sugerir o arquivamento ou a aplicação de pena

de advertência, repreensão ou suspensão até 30 dias.

Caso se apure infração punível com sanção mais

grave, sugere a instauração de processo

administrativo disciplinar.

Sindicância Inquérito

Historicamente, o termo “sindicância” sempre foi empregado para se referir a apuração de qualquer fatos

supostamente ocorrido, acerca de qualquer matéria de que trate a administração pública, não necessariamente para

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Curso: Gestão de Pessoal – 22 e 23 de Outubro de 2015 /Curitiba-PR

apurar irregularidade disciplinar cometida por servidor, de que se teve conhecimento de forma genérica e sem prévia

indicação de autoria (ou concorrência).

É procedimento administrativo investigativo (ou preparatório) discricionário, sem rito previsto em norma, à

margem do devido processo legal e de natureza inquisitorial (sem a figura de acusado a quem se conceder ampla defesa

e contraditório).

A sindicância inquisitorial pode ser instaurada por meio de ato de desnecessária publicidade, designando

apenas um sindicante ou uma comissão com número de integrantes a critério da autoridade competente.

Sindicância Acusatória

Na ausência de específica previsão legal e diante da necessidade de se estabelecer um rito, a solução mais

coerente é estender para a sindicância o rito que a própria Lei previu para o processo administrativo disciplinar.

Jurisprudência

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO.

ARGUMENTOS INSUFICIENTES PARA ALTERAR A DECISÃO AGRAVADA. AGRAVO DESPROVIDO.

(...)

2. Sindicância que vise apurar a ocorrência de infrações administrativa (hipótese vislumbrada nos autos), sem estar

dirigida, desde logo, à aplicação de sanção, prescinde da observância dos princípios do contraditório e da ampla defesa,

por se tratar de procedimento inquisitorial, prévio à acusação e anterior ao processo administrativo disciplinar.

(AgRg no RMS 20.254/SP, Rel. Ministra ALDERITA RAMOS DE OLIVEIRA (DESEMBARGADORA

CONVOCADA DO TJ/PE), SEXTA TURMA, julgado em 15/08/2013, DJe 27/08/2013)

APELAÇÃO CÍVEL. ALEGAÇÃO DE NULIDADE DE PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR QUE

DEMITIU O AUTOR. NÃO OCORRÊNCIA. DESNECESSIDADE DE CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA

EM SINDICÂNCIA. FASE QUE TEM POR OBJETIVO APENAS A APURAÇÃO DA AUTORIA E DA MATERIALIDADE. PRECEDENTES DO STJ.PROPORCIONALIDADE DA PENA APLICADA.AUTOR QUE

FOI SURPREENDIDO DORMINDO EM SERVIÇO EM DUAS OPORTUNIDADES.PROFERIU OFENSAS A

OUTROS SERVIDORES.ART. 187 DA LC MUNICIPAL 239/1998.RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.

(TJPR - 5ª C.Cível - AC - 1187660-1 - Região Metropolitana de Maringá - Foro Central de Maringá - Rel.: Fabio Andre

Santos Muniz - Unânime - - J. 12.08.2014)

MANDADO DE SEGURANÇA. ACUMULAÇÃO DE CARGOS. TÉCNICO OPERACIONAL

ELETRICISTA.PROFESSOR TEMPORÁRIO. SINDICÂNCIA. ATO QUE DETERMINA A DEMISSÃO DE

SERVIDOR.CONTRADITÓRIO NÃO OBSERVADO. NULIDADE.PREVISÃO CONSTITUCIONAL. Embora o

procedimento da sindicância seja, em regra, destituído de contraditório, por se tratar apenas de uma forma preparatória

de colher informações e provas a respeito de irregularidades administrativas, quando há aplicação de alguma sanção é

necessário que seja observado o contraditório. SEGURANÇA PARCIALMENTE CONCEDIDA.

(TJPR - 5ª C.Cível em Composição Integral - MS - 1167965-5 - Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de

Curitiba - Rel.: Nilson Mizuta - Unânime - - J. 22.04.2014)

APELAÇÃO CÍVEL E REEXAME NECESSÁRIO.MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR

PÚBLICO.REMOÇÃO. ATOS ADMINISTRATIVOS NÃO MOTIVADOS. NULIDADE VERIFICADA.

SINDICÂNCIA ADMINISTRATIVA. APURAÇÃO DE FATOS. NECESSIDADE DE OBSERVAÇÃO DO

CONTRADITÓRIO QUANDO PUDER ACARRETAR APLICAÇÃO DE SANÇÃO. GARANTIA DE ACESSO

AOS AUTOS DE SINDICÂNCIA PELOS ENVOLVIDOS, COM APRESENTAÇÃO DE DEFESA QUANDO

OPORTUNO. RECURSO NÃO PROVIDO.SENTENÇA REFORMADA EM REEXAME NECESSÁRIO.

(TJPR - 5ª C.Cível - ACR - 1217563-8 - Antonina - Rel.: Nilson Mizuta - Unânime - - J. 24.06.2014)

AGRAVO DE INSTRUMENTO - MANDADO DE SEGURANÇA - SINDICÂNCIA - DECISÃO QUE INDEFERE

MEDIDA LIMINAR - ALEGAÇÃO DE NULIDADE NA SINDICÂNCIA QUE ATINGE O PROCESSO

ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR - INOCORRÊNCIA - PROCEDIMENTOS DISTINTOS - SINDICÂNCIA TEM

CUNHO MERAMENTE INFORMATIVO AO PASSO QUE O PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

DISCIPLINAR POSSUI INSTRUÇÃO PROBATÓRIA PRÓPRIA - PRECEDENTE DO STJ - DECISÃO MANTIDA.

RECURSO DESPROVIDO.

(TJPR - 4ª C.Cível - AI - 1173487-3 - Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba - Rel.: Lélia

Samardã Giacomet - Unânime - - J. 20.05.2014)

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA.

ADMINISTRATIVO. ARGUMENTOS INSUFICIENTES PARA ALTERAR A DECISÃO AGRAVADA.

AGRAVO DESPROVIDO.

(...)

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Curso: Gestão de Pessoal – 22 e 23 de Outubro de 2015 /Curitiba-PR

2. Sindicância que vise apurar a ocorrência de infrações administrativa (hipótese vislumbrada nos autos), sem estar

dirigida, desde logo, à aplicação de sanção, prescinde da observância dos princípios do contraditório e da ampla defesa,

por se tratar de procedimento inquisitorial, prévio à acusação e anterior ao processo administrativo disciplinar.

(AgRg no RMS 20.254/SP, Rel. Ministra ALDERITA RAMOS DE OLIVEIRA (DESEMBARGADORA

CONVOCADA DO TJ/PE), SEXTA TURMA, julgado em 15/08/2013, DJe 27/08/2013)

MANDADO DE SEGURANÇA. INVESTIGADOR DE POLÍCIA. SINDICÂNCIA. INSURGÊNCIA ANTE

DELIBERAÇÃO DO CONSELHO DA POLÍCIA CIVIL. OPINAMENTO PELA NÃO CONFIRMAÇÃO DO

ESTÁGIO PROBATÓRIO. ART. 37, §1º, INCISOS II E IV, DA LEI COMPLEMENTAR N.º 14/82, DO ESTADO

DO PARANÁ.

1. NÃO CONFIGURA BIS IN IDEM OU LITISPENDÊNCIA A ABERTURA DE SINDICÂNCIA, PARA A

CONFIRMAÇÃO OU NÃO DO ESTÁGIO PROBATÓRIO, EM PARARELO A PROCESSO ADMINISTRATIVO

DISCIPLINAR, CUJA FINALIDADE É A APURAÇÃO DE TRANSGRESSÃO DISCIPLINAR. PROCEDIMENTOS

QUE POSSUEM OBJETO DISTINTO.

(TJPR - Órgão Especial - MSOE - 1068963-3 - Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba - Rel.:

D’artagnan Serpa Sa - Unânime - - J. 05.05.2014)

AUTOTUTELA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. SÚMULA 473, DO STF. SINDICÂNCIA PRÉVIA.

INEXIGIBILIDADE. INDÍCIOS SUFICIENTES PARA INSTAURAÇÃO DE PROCESSO.

(...) 3. A realização prévia de sindicância é dispensável quando presentes indícios suficientes à instauração do processo

administrativo disciplinar (art. 306, parágrafo único, inciso IV, da lei estadual n.º 6.174/1970).

(TJPR - Órgão Especial - MSOE - 981932-3 - Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba - Rel.:

Luiz Carlos Gabardo - Unânime - - J. 02.06.2014)

APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE ATO JURÍDICO - SERVIDOR PÚBLICO

MUNICIPAL - SANÇÃO DISCIPLINAR - PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO QUE INOBSERVOU OS

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA AMPLA DEFESA E DO CONTRADITÓRIO - AUSÊNCIA DE

SINDICÂNCIA PRÉVIA COMO CONDIÇÃO PRELIMINAR À INSTAURAÇÃO DE PROCESSO

ADMINISTRATIVO - PREJUÍZO EVIDENCIADO - NULIDADE EXISTENTE - SENTENÇA MANTIDA -

RECURSO DESPROVIDO.É nulo o procedimento administrativo disciplinar que pune servidor público, com ofensa

aos princípios do contraditório e da ampla defesa (artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal).

(TJPR - 5ª C.Cível - AC - 996358-0 - Guaratuba - Rel.: Paulo Roberto Hapner - Por maioria - - J. 06.08.2013)

AÇÃO DECLARATÓRIA. POLICIAL MILITAR. FORMULÁRIO DE APURAÇÃO DE TRANSGRESSÃO

DISCIPLINAR (FATD).PUNIÇÃO COM BASE, EXCLUSIVAMENTE, EM PROVA COLHIDA DE FORMA

INQUISITORIAL NA SINDICÂNCIA ANTES INSTAURADA. OFENSA À GARANTIA CONSTITUCIONAL DO

DEVIDO PROCESSO LEGAL ADMINISTRATIVO, TENDO POR COROLÁRIO O PRINCÍPIO DO

CONTRADITÓRIO. NULIDADE. APELAÇÃO A QUE SE NEGA PROVIMENTO COM A CONFIRMAÇÃO DA

SENTENÇA RECORRIDA EM SEDE DE REEXAME NECESSÁRIO. Não se pode admitir condenação baseada

exclusivamente em prova produzida de forma inquisitorial em sindicância, vale dizer, com base unicamente naquela que

não restou corroborada, sob o crivo do contraditório, na fase instrutória do processo administrativo disciplinar.

(TJPR - 5ª C.Cível - ACR - 954377-5 - Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba - Rel.: Adalberto

Jorge Xisto Pereira - Unânime - - J. 20.08.2013)

APELAÇÃO CÍVEL. MANDADO DE SEGURANÇA.SERVIDOR PÚBLICO. PROCESSO ADMINISTRATIVO

DISCIPLINAR QUE CULMINOU NA APLICAÇÃO DA PENA DE DEMISSÃO. SINDICÂNCIA PRÉVIA QUE

NÃO HAVIA IDENTIFICADO IRREGULARIDADE NA CONDUTA FUNCIONAL. IRRELEVÂNCIA.GRAVIDADE DOS FATOS QUE, EM TESE, CARCTERIZA IMPROBIDADE

ADMINISTRATIVA, APURADOS PELO MINISTÉRIO PÚBLICO EM PROCEDIMENTO PRÉVIO AO

AJUIZAMENTO DE AÇÃO CIVIL PÚBLICA. AUTORIDADE JULGADORA QUE NÃO ESTÁ VINCULADA

ÀS CONCLUSÕES DA COMISSÃO PROCESSANTE. PRECEDENTES DO STJ.CERCEAMENTO DE DEFESA.

INOCORRÊNCIA.PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR QUALIFICADO PELO EXERCÍCIO DO

CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. DECISÃO ADMINISTRATIVA DEVIDAMENTE

MOTIVADA.IMPOSSIBILIDADE DE O PODER JUDICIÁRIO REVER O MÉRITO DO ATO ADMINISTRATIVO.

PEDIDO DE REINTEGRAÇÃO AO CARGO. IMPROCEDÊNCIA.DIREITO LÍQUIDO E CERTO NÃO

COMPROVADO.SEGURANÇA DENEGADA. SENTENÇA MANTIDA.RECURSO CONHECIDO E NÃO

PROVIDO.

(TJPR - 4ª C.Cível - AC - 1224764-6 - Região Metropolitana de Maringá - Foro Central de Maringá - Rel.:

CRISTIANE SANTOS LEITE - Unânime - - J. 23.09.2014)

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Curso: Gestão de Pessoal – 22 e 23 de Outubro de 2015 /Curitiba-PR

ADMINISTRATIVO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL.

INVESTIDURA NO CARGO DE TRABALHADOR BRAÇAL POR CONCURSO PÚBLICO. EFETIVAMENTE

REALIZAVA FUNÇÃO DE ELETRICISTA. COMUNICADO DE RETORNO À FUNÇÃO ANTERIOR.

DESCUMPRIMENTO. INSTAURAÇÃO DE SINDICÂNCIA. NÃO OBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS DA

AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO. NULIDADE NÃO ARGUIDA. POSTERIOR PEDIDO DE

EXONERAÇÃO. ATO VÁLIDO. DEVER DA ADMINISTRAÇÃO EM REPARAR OS PREJUÍZOS GERADOS

POR ATO ILEGAL. NÍTIDA PRESSÃO A DEIXAR O CARGO. DANOS MORAIS MANTIDOS. VALOR DA

INDENIZAÇÃO ARBITRADO. MINORAÇÃO. APELAÇÃO CÍVEL PARCIALMENTE PROVIDA.

(TJPR - 1ª C.Cível - AC - 1075224-2 - São Miguel do Iguaçu - Rel.: Salvatore Antonio Astuti - Unânime - - J.

05.11.2013)

MANDADO DE SEGURANÇA. DEMISSÃO DE SERVIDOR PÚBLICO. RECEITA FEDERAL. PROCESSO

ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. SINDICÂNCIA. INTERRUPÇÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL.

INOCORRÊNCIA DE PRESCRIÇÃO.

(...)

1. A SINDICÂNCIA REFERIDA NOS AUTOS TEVE CARÁTER MERAMENTE INVESTIGATIVO E

PREPARATÓRIO DE PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR, SENDO DESCABIDA, PORTANTO, A

INTERRUPÇÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL, CONFORME A JURISPRUDÊNCIA PACÍFICA DESTA CORTE

SUPERIOR.

(MS 13.064/DF, REL. MINISTRO JORGE MUSSI, TERCEIRA SEÇÃO, JULGADO EM 28/08/2013, DJE

18/09/2013)

23

Curso: Gestão de Pessoal – 22 e 23 de Outubro de 2015 /Curitiba-PR

A DEMISSÃO DOS MAUS SERVIDORES

Ricardo Tadao Ynoue

1 SISTEMAS DE PAD

Autoridade hierárquica: a autoridade conduz o PAD, julga e aplica a pena (hoje praticamente inexistente, nas

democracias – ex.: verdade sabida);

Jurisdição completa: o PAD é conduzido e julgado por órgão instituído legalmente como sistema jurisdicional (como,

p. ex., o contencioso administrativo francês);

Jurisdicionalização moderada: organismos não jurisdicionais conduzem o PAD para apuração da responsabilidade,

mas a decisão e aplicação da pena compete à autoridade (de cada Poder) competente. É o sistema adotado no Brasil. O

processo é conduzido por comissões processantes disciplinares de função “opinativa” e a decisão final fica a cargo da

autoridade competente.

2 FASES DO PAD

Não obstante cada ente federativo possua autonomia para legislar o seu estatuto funcional – definindo as regras

quanto à tramitação, à competência, os prazos, às formalidades específicas e às possíveis sanções administrativas –,

geralmente o processo administrativo disciplinar contempla três fases:

I – instauração: a cargo da autoridade instauradora;

II – inquérito administrativo (instrução, defesa e relatório: a cargo da CPAD; e

III – julgamento: a cargo da autoridade julgadora.

Prazos: contagem e prorrogação

Contam-se em dias corridos, excluindo-se o do início e incluindo-se o do vencimento, desde que haja

expediente neste dia. O prazo só começa a correr de fato se o dia inicial de sua contagem for dia útil, caso contrário,

prorroga-se o início da contagem até o dia útil subsequente.

Prazos dos Ritos

Sindicância: geralmente, até 30 dias

PAD Rito Ordinário: geralmente, até 60 dias

PAD Rito Sumário: geralmente, até 30 dias

Prazos: contagem e prorrogação

Prorrogação Igual ao prazo originário (exceção: rito sumário – 15 dias). A portaria de prorrogação deve ser publicada dentro

do prazo da portaria inicial. Não é automática, deve ser solicitada pela CPAD.

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Curso: Gestão de Pessoal – 22 e 23 de Outubro de 2015 /Curitiba-PR

Continuidade da Apuração

Após a prorrogação do prazo originário, é possível dar continuidade aos trabalhos por um novo PAD ou

mediante recondução da CPAD. Sempre com novas portarias.

Jurisprudência RMS – ADMINISTRATIVO – PROCESSUAL CIVIL – FISCAL DE TRIBUTOS – PROCESSO ADMINISTRATIVO

DISCIPLINAR – EXTRAPOLAÇÃO DO PRAZO PARA APRESENTAÇÃO DO RELATÓRIO FINAL –

NULIDADE DO PROCESSO – NÃO OCORRÊNCIA – PRESCRIÇÃO PUNITIVA AFASTADA – CONJUGAÇÃO

DOS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS.

1 – O princípio da instrumentalidade das formas, no âmbito administrativo, veda o raciocínio simplista e

exageradamente positivista. A solução está no formalismo moderado, afinal as formas têm por objetivo gerar segurança

e previsibilidade e só nesta medida devem ser preservadas. A liberdade absoluta impossibilitaria a sequência natural do

processo. Sem regras estabelecidas para o tempo, o lugar e o modo de sua prática. Com isso, o processo jamais chegaria

ao fim. A garantia da correta outorga da tutela jurisdicional está, precisamente, no conhecimento prévio do caminho a

ser percorrido por aquele que busca a solução para uma situação conflituosa. Neste raciocínio, resta evidenciada a

preocupação com os resultados e não com formas pré estabelecidas e engessadas com o passar dos tempos.

Prazos: contagem e prorrogação

2- Neste contexto, despicienda a tentativa de anular todo o processo com base na existência de nulidade tida como

insanável. A dilação do prazo para entrega do relatório final, em um dia, se deu por conta da complexidade do processo

em testilha, oportunidade em que devem ser conjugados os princípios da razoabilidade e instrumentalidade das formas.

3 – Ademais, restando afastada a prescrição punitiva, não há que se falar em nulidade do processo administrativo, afinal

"a extrapolação do prazo para a conclusão do processo administrativo não gera qualquer consequência para a validade

do mesmo, podendo importar, porém, em responsabilidade administrativa para os membros da comissão". Precedentes

(RMS 6.757 – PR; RMS 10.464 – MT; RMS 455 – BA e RMS 7.791 – MG).

4 -Recurso conhecido, mas desprovido.

(RMS 8.005/SC, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 06/04/2000, DJ 02/05/2000, p. 150)

3 PRESCRIÇÃO

Conceito: Espaço de tempo no qual a Administração tem o dever e o poder de exercer o jus puniendi (= direito de

punir).

Contagem: No Direito Administrativo Disciplinar, o prazo começa a correr da data da ciência do fato pela

Administração No Direito Penal, o prazo se conta da prática do ilícito penal. A interrupção do prazo prescricional, em

regra, ocorre uma única vez quanto ao mesmo fato.

O prazo prescricional é interrompido com a publicação da portaria que determina a instauração de procedimento

disciplinar com contraditório. Procedimento prévio não tem a capacidade de interromper esse prazo.

Enunciado CGU n.º 01. Prescrição. Interrupção. O processo administrativo disciplinar e a sindicância acusatória,

ambos previstos pela Lei n.º 8.112/90, são os únicos procedimentos aptos a interromper o prazo prescricional.

A doutrina e a jurisprudência entendem que é razoável o prazo prescricional permanecer “congelado” em seu

marco inicial durante o prazo máximo da portaria inaugural, somado ao prazo máximo da portaria de prorrogação e ao

tempo dado pela lei para a autoridade julgar o processo. Tomemos como exemplo a Lei n.º 8.112/1990:

Ordinário 60 + 60 + 20 = 140 d

Sumário 30 + 15 + 5 = 50 d

Sind. Punitiva 30 + 30 + 20 = 80 d

Suspensão da Prescrição: O fenômeno da suspensão do prazo prescricional, como a própria denominação sugere,

ocorre quando o prazo é paralisado em determinado momento. Diferentemente da interrupção – evento que faz com que

o prazo seja contado novamente do zero -, na suspensão o prazo é “congelado” no estado em que se encontra. Em regra,

o prazo prescricional no Direito Disciplinar não se suspende.

Exceção: O prazo prescricional pode ser suspenso por decisão expressa do Poder Judiciário. Caso o acusado em um

processo disciplinar, entendendo que seus direitos não estão sendo garantidos no decorrer daquele apuratório, recorra ao

Poder Judiciário, pode o juiz determinar a suspensão dos trabalhos correicionais, até que o processo judicial chegue ao

seu final.

Jurisprudência

MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO CIVIL. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR.

DEMISSÃO. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA. NÃO OCORRÊNCIA. PRAZO. SUSPENSÃO. AÇÃO

ORDINÁRIA. LIMINAR DEFERIDA. ORDEM DENEGADA.

I – O deferimento de provimento judicial liminar que determina a autoridade administrativa que se abstenha de concluir

procedimento administrativo disciplinar suspende o curso do prazo prescricional da pretensão punitiva administrativa.

25

Curso: Gestão de Pessoal – 22 e 23 de Outubro de 2015 /Curitiba-PR

(STJ – MS 13385/DF, Rel. Ministro FELIX FISCHER, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 10/06/2009, DJe 24/06/2009)

Prescrição Penal: Em se tratando de ilícito administrativo também capitulado como ilícito penal (crime), o prazo

é o da Lei Penal. Enunciado CGU nº 05: Prescrição Disciplinar. Crime. Persecução Penal. Para aplicação de prazo prescricional, nos

moldes do § 2º do art. 142 da Lei nº 8.112/90, não é necessário o início da persecução penal.

Abandono de cargo (art. 323, CP): 3 anos <

4 JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE

Tipicidade aparente: aparência de tipicidade, isto é, se o fato narrado na peça acusatória está previsto no estatuto

funcional como infração;

Punibilidade concreta: possibilidade de se aplicar punição criminal ao acusado, caso condenado;

Justa causa: conjunto probatório com lastro mínimo informativo capaz de embasar as imputações feitas na peça

acusatória

5 FASE DE INSTAURAÇÃO

É pontual e não comporta contraditório.

Só passa a existir e se aperfeiçoa com a publicação do ato que constituir a comissão (portaria inaugural),

baixada pela autoridade competente, que designará seus integrantes e indicará, dentre eles, o Presidente da comissão.

Competência para instaurar o PAD

“A competência para instauração do processo disciplinar recai, em princípio, sobre a autoridade titular da competência

para impor a sanção administrativa. Mas é possível que a lei ou o regulamento dissociem as duas competências”.

(Marçal Justen Filho)

Se a irregularidade ocorrer em órgãos diferentes de uma mesma administração em que haja superposição

hierárquica de comandos distintos, o procedimento disciplinar deverá, em regra, ser instaurado pela autoridade superior

que tenha ascendência funcional comum sobre as repartições envolvidas.

Instauração de processo disciplinar por autoridade incompetente pode ser objeto de convalidação.

Jurisprudência CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA.

DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO PARANÁ. DEMISSÃO. PROCESSO DISCIPLINAR.

INSTAURAÇÃO PELO CORREGEDOR-GERAL. AUTORIDADE INCOMPETENTE. CONVALIDAÇÃO DO ATO

PELO CONSELHO DA POLÍCIA CIVIL. CERCEAMENTO DE DEFESA. NÃO-CONFIGURAÇÃO.

1. A circunstância de ter sido determinada a abertura do processo disciplinar por ato do Corregedor-Geral da Polícia

Civil do Estado do Paraná, e não pelo Conselho da Polícia Civil, conforme previa a Lei Complementar Estadual 89/01,

não enseja nulidade, porquanto o órgão deliberativo acabou por convalidar aquele ato ao julgar o relatório da comissão

processante, concluindo pela aplicação da pena de demissão.

(RMS 20631/PR, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 10/05/2007, DJ

28/05/2007, p. 371)

Portaria de Instauração

Constitui a comissão, designa o seu respectivo presidente e estabelece os limites da apuração.

Adquire tal valor jurídico pontualmente com a publicação, nem antes e nem depois.

A portaria é elemento processual indispensável e, portanto, deverá ser juntada aos autos.

A portaria instauradora do Processo Administrativo Disciplinar deverá conter os seguintes elementos:

autoridade instauradora competente;

os integrantes da comissão (nome, cargo e matrícula), com a designação do presidente;

a indicação do procedimento do feito (PAD ou sindicância);

o prazo para a conclusão dos trabalhos;

a indicação do alcance dos trabalhos, reportando-se ao número do processo e demais “infrações conexas” que surgirem

no decorrer das apurações.

Não constitui nulidade do processo a falta de indicação, na portaria inaugural, do nome do servidor acusado,

dos supostos ilícitos e seu enquadramento legal. Ao contrário de configurar qualquer prejuízo à defesa, tais lacunas na

portaria preservam a integridade do servidor envolvido e obstam que os trabalhos da comissão sofram influências ou

seja alegada a presunção de culpabilidade.

Jurisprudência

ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA PREVENTIVO. ATO DE DEMISSÃO IMINENTE E

ATUAL. JUSTO RECEIO EVIDENCIADO. LEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM RECONHECIDA.

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Curso: Gestão de Pessoal – 22 e 23 de Outubro de 2015 /Curitiba-PR

PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. INEXISTÊNCIA DE AFRONTA AOS PRINCÍPIOS DA AMPLA

DEFESA E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. (...)

3. A portaria inaugural tem como principal objetivo dar início ao Processo Administrativo Disciplinar, conferindo

publicidade à constituição da Comissão Processante, nela não se exigindo a exposição detalhada dos fatos imputados ao

servidor, o que somente se faz indispensável na fase de indiciamento, a teor do disposto nos arts. 151 e 161, da Lei nº

8.112/1990.

(STJ – MS 8030/DF, 2001/0158479-7, Relatora: Ministra Laurita Vaz, Data de Julgamento: 13.06.2007, 3ª Seção,

Data Publicação: 06.08.2007)

MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL. ATO DE DEMISSÃO. PROCEDIMENTO

ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. NULIDADES AFASTADAS. ORDEM DENEGADA. (…)

4. A Portaria inaugural de processo administrativo disciplinar está dispensada de trazer em seu bojo uma descrição

minuciosa dos fatos a serem apurados pela Comissão Processante, bem como a capitulação das possíveis infrações

cometidas, sendo essa descrição necessária apenas quando do indiciamento do servidor, após a fase instrutória.

Precedentes.

(STJ – MS 14836/DF, 2009/0231373-9, Relator Ministro: Celso Limongi, Data do Julgamento: 24/11/2010, 3ª Seção,

Data de Publicação: 03/12/2010)

A Portaria de instauração, como regra, deverá ser publicada no Boletim de Serviço (ou no Boletim de Pessoal)

do órgão responsável por publicação interna na jurisdição da unidade instauradora. Após, recomenda-se juntar aos autos

a cópia desse boletim.

No que pertine às arguições de vícios por ausência de publicação no Diário Oficial, o STJ entende que uma vez

que a portaria de instauração do Processo Administrativo Disciplinar seja publicada no Boletim de Serviço, o princípio

constitucional da publicidade não será violado.

Jurisprudência ADMINISTRATIVO. PROCESSO DISCIPLINAR. PENA DE DEMISSÃO. REGULARIDADE. COMISSÃO

PROCESSANTE. COMPOSIÇÃO. PORTARIA DE INSTAURAÇÃO. PUBLICAÇÃO EM BOLETIM DE SERVIÇO.

NOME DOS INDICIADOS. PRÉVIA SINDICÂNCIA. DESNECESSIDADE. REEXAME DE PROVAS. MÉRITO

ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO LÍQUIDO E CERTO. INEXISTÊNCIA. DILAÇÃO

PROBATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE.

(…) 2. Conforme jurisprudência assentada, é legal a publicação do ato constitutivo da comissão disciplinar em boletim

de serviço. (...)

(STJ – MS 9421/DF, 2003/0222784-3, Relator: Ministro Paulo Gallotti, Data Julgamento: 22.08.2007, Terceira Seção,

Data Publicação: 22.08.2007)

CPAD – Comissão de Processo Administrativo Disciplinar

O processo administrativo disciplinar será conduzido por comissão composta de três servidores estáveis

designados pela autoridade competente (instauradora), que indicará, dentre eles, o seu presidente, que deverá ser

ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.

No caso de sindicância meramente investigativa, o procedimento poderá ser instaurado com um ou mais

servidores, que nem precisam ser estáveis. Nesta hipótese, o Presidente não precisará ser ocupante de cargo efetivo

superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.

Jurisprudência

MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO CIVIL. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR.

MÉRITO ADMINISTRATIVO. REAPRECIAÇÃO. LEGALIDADE. SANÇÃO DISCIPLINAR. APLICAÇÃO.

ASPECTO DISCRICIONÁRIO. INEXISTÊNCIA. COMISSÃO DISCIPLINAR. INTEGRANTE. SERVIDOR

PÚBLICO NÃO ESTÁVEL. NULIDADE.

I – Descabido o argumento de impossibilidade de reapreciação do mérito administrativo pelo Poder Judiciário no caso

em apreço, pois a questão posta diz respeito exclusivamente a vício de regularidade formal do procedimento disciplinar,

qual seja, defeito na composição da comissão processante. [...]

III – É nulo o processo administrativo disciplinar cuja comissão pro- cessante é integrada por servidor não estável (art.

149, caput, da Lei n. 8.112/90). Ordem concedida.

(MS Nº 12.636 – DF, 2007/0031419-4, Relator: Ministro Felix Fischer, Terceira Turma, Data Julgamento: 27.08.2008,

Data Publicação: 23.09.2008)

ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. COMPETÊNCIA

DA AUTORIDADE. NULIDADES. OFENSA AO DEVIDO PROCESSO LEGAL. INOCORRÊNCIA. COMISSÃO

DISCIPLINAR. ART. 149 DA LEI Nº 8.112/90. PORTARIA INAUGURAL. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO

PREJUÍZO. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE PELO PODER JUDICIÁRIO DO MÉRITO ADMINISTRATIVO.

“WRIT” IMPETRADO COMO FORMA DE INSATISFAÇÃO COM O CONCLUSIVO DESFECHO DO PROCESSO

ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. ORDEM DENEGADA. [...]

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Curso: Gestão de Pessoal – 22 e 23 de Outubro de 2015 /Curitiba-PR

II – O artigo 149 da Lei 8.112/90 é claro ao exigir que somente o Presidente da Comissão Disciplinar deverá ocupar

cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado. No caso em

questão, o Presidente da Comissão atendeu ao comando legal. O fato de haver servidor ocupante de cargo médio não

maculou a portaria de instauração do processo administrativo. [...]

(MS 8.834/DF. MANDADO DE SEGURANÇA. 2002/0175923-7. MINISTRO GILSON DIPP. TERCEIRA

SEÇÃO. DJ 09.04.2003. DP 28.04.2003)

“No tocante ao nível de escolaridade que a lei, agora, passa a exigir como requisito alternativo para o servidor presidir

comissão de processo disciplinar, há de ser entendido o alcançado pela conclusão de cursos regulares (1º, 2º, 3º graus,

ou seja, fundamental, médio e superior), não sendo levado em consideração, portanto, os cursos de aperfeiçoamento, os

de extensão universitária, como mestrado, doutorado ou os de especialização, que apenas qualificam, aprimoram e

enriquecem o conhecimento, sem, todavia elevar ou interferir no nível de escolaridade” (Francisco X. da Silva

Guimarães)

Obrigatoriedade e Hipóteses de Exclusão

A designação tem caráter obrigatório para o servidor, salvo exceções legais, quais sejam, os impedimentos

(caráter objetivo) e as suspeições (caráter subjetivo).

Impedimento – Caráter Objetivo

Parentesco c/ o acusado;

Servidores sem estabilidade; e

Presidente de CPAD: escolaridade/cargo

ter interesse direto ou indireto na matéria;

ter atuado ou vir a atuar como perito, testemunha ou representante em outros processos em que o denunciante ou

acusado tenha sido envolvido; e

estar litigando com o interessado.

Suspeição – Caráter Subjetivo

Autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados/denunciantes ou

com os respectivos cônjuges, companheiros, advogados, parentes, afins até o terceiro grau.

A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve, de ofício, independentemente de provocação do

acusado, comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar no processo, sendo que a omissão no

cumprimento do dever de comunicar o impedimento constitui falta grave. De forma diversa ao impedimento, não há

obrigatoriedade do servidor, integrante da comissão, declarar-se suspeito à autoridade instauradora. Assim, o vício fica

sanado se não for arguido pelo acusado ou pelo próprio membro suspeito.

As alegações de suspeição apresentadas pelo próprio membro da comissão são apreciadas pela autoridade

instauradora e as apresentadas pelo acusado, representante ou denunciante são avaliadas pela comissão e remetidas à

autoridade instauradora.

Jurisprudência

RECURSO ORDINÁRIO. PROCESSO DISCIPLINAR. ATO INAUGURAL. LEGALIDADE. SUSPEIÇÃO.

AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO. NULIDADE. AFRONTA AO DEVIDO PROCESSO LEGAL. RECURSO

PROVIDO. […]

II. A apreciação, sem a devida motivação, de questão levantada pelo servidor quanto à suspeição do presidente da

comissão de processo disciplinar, caracteriza-se como cerceamento de defesa do acusado, ensejando a anulação do

processo. [...]

(STJ - RMS 19409/PR, 2004/0184848-6, Relator: Ministro Felix Fischer, Data do Julgamento: 07.02.2006, Quinta

Turma, Data da Publicação: 20.03.2006)

7 FASE DO INQUÉRIO

Instrução

Providências Iniciais

Ata de Instalação

Designação de Secretário

Comunicação à Autoridade Instauradora

Comunicação ao RH

Notificação Prévia

Assentamentos Funcionais

Provas

Indiciação (se for o caso)

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Defesa

Relatório

Comunicações Processuais

Notificação Prévia: comunicação processual pela qual o acusado é informado da propositura de um processo contra a

sua pessoa, consistindo em instrumento hábil para possibilitar a sua defesa. É ato oficial, expedido pelo presidente da

comissão processante, pelo qual o acusado é chamado ao processo e, ao mesmo tempo, por causa da notificação, pode

comparecer perante a comissão, inclusive, para realizar atos de defesa que desejar.

Intimação: comunicação de atos processuais que tenham sido praticados ou a serem praticados no curso do processo.

Por meio da intimação comunica-se, a qualquer pessoa do processo, os atos processuais a serem praticados ou já

praticados. Portanto, comunicam-se atos ao acusado, à testemunha, ao informante, ao defensor, ao perito, etc.

Citação: na esfera administrativa, ao contrário do que ocorre nos processos civis e penais, esta comunicação processual

consiste no chamamento do indiciado para apresentar sua defesa escrita, ou seja, após o indiciamento a comissão cita o

indiciado para que apresente sua defesa escrita.

Notificação Prévia

Acusado em localidade diferente daquela em que estiver instalada a comissão:

desloca-se um dos integrantes da comissão;

encaminha-se notificação ao chefe da unidade;

nomeia-se secretário ad hoc.

Servidor em local sabido no exterior: Notificação mediante embaixada brasileira do respectivo país (autoridade

instauradora faz a solicitação).

Acusado Preso: Procedimento comum de notificação.

Notificação Ficta

Recusa de Recebimento: Consignar o incidente em termo e coletar dois testemunhos. Considera-se notificado na data do incidente consignada no

termo.

Acusado em lugar incerto e não sabido:

Após três tentativas, a notificação é feita por edital, publicado na imprensa oficial e em jornal de grande circulação da

localidade do último domicílio. Considera-se notificado na data de publicação do último edital.

Intimação de Atos

Prazos:

Intimação: 3 dias úteis (Art. 26, § 2º e Art. 41, Lei nº 9.784/99)

Outros Atos (sem previsão): 5 dias (Art. 24, Lei nº 9.784/99)

O atendimento à intimação para oitiva é obrigatório tanto para o particular quanto para o servidor público. Este

último tem o dever funcional de comparecer e a intimação precisa ser comunicada ao seu superior hierárquico.

Instrução Probatória

A prova visa à reconstrução dos atos e fatos que estejam compreendidos no objeto do processo. Busca-se, com

o uso dela, determinar a verdade, estabelecendo, na medida do possível, como realmente ocorreram em determinado

tempo e lugar.

Assim, as provas devem alicerçar a versão dos atos e fatos, demonstrando que esta corresponde à realidade do

que aconteceu, em ordem a fundamentar a convicção dos destinatários da prova.

A instrução probatória compreende a realização de todas as provas necessárias à elucidação dos fatos, exceto as

ilícitas (CF, Art. 5º, LVI) e as desnecessárias.

Meios de prova mais comuns

Provas Documentais: Certidões, Atestados, Extratos de Sistemas Informatizados, Fotografias, Vídeos etc.;

Provas Orais: Depoimentos, Declarações, Interrogatórios, Acareações etc.;

Provas Periciais: Exame Grafotécnico, Tradução Juramentada, Exame Contábil, Avaliação de Bens etc.;

Diligências, Apurações Especiais, Vistorias etc.

Provas Desnecessárias

Podem ser indeferidas pelo Presidente da Comissão, desde que motivadamente.

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Efetivação do Contraditório

Chamamento dos acusados para a produção de cada prova, com a faculdade de apresentar quesitos e formular perguntas.

Prova Emprestada

Utilização possível, desde que respeitado o contraditório.

Instrução Probatória

Prova Ilegítima

Dentro do ordenamento jurídico, as provas que, em princípio, são concebidas apenas com afronta a algum

preceito estabelecido por uma norma de direito processual, são denominadas como ilegítimas. Sobre elas, obtidas com

inobservância ao procedimento estabelecido pelo rito adequado, recairá uma sanção processual que poderá repercutir na

declaração de nulidade absoluta e insanável ou na nulidade relativa e sanável. A valoração dessas provas no processo,

mesmo com prejuízo decorrente da falta da formalidade estabelecida para o feito, não acarretará a exclusão destas do

processo.

Prova Ilícita

Já as provas produzidas com afronta a alguma norma de direito material terão o ingresso no processo

comprometido desde o momento de sua admissão, uma vez que serão ilícitas. O art. 5º, LVI, CF, refere-se a essas

provas específicas, produzidas sem observância aos critérios definidores de direitos, obrigações e responsabilidades,

como inadmissíveis no processo.

Valoração Probatória

Em todo caso, diz-se que os destinatários das provas são livres para sua apreciação, que é a atribuição de valor

aos elementos de convicção carreados aos autos. Compreenda-se que, no entanto, não basta a sua íntima persuasão: é

preciso que o resultado do seu convencimento seja racionalmente demonstrado, com fundamentos claros e lógicos. Daí a

denominação de livre convicção motivada, lembrando-se, a propósito, que a exigência de motivação é a regra para os

atos decisórios administrativos e judiciais.

É necessário, portanto, que a apreciação das provas seja demonstrada, expressada com observância da lógica.

Importa, pois, não apenas que a comissão e o julgador convençam-se de determinada versão dos atos e fatos jurídicos,

mas também que o raciocínio empregado seja expresso e coerente.

Diligências e Perícias

Sempre que necessária a coleta de elementos probatórios ou o esclarecimento de dúvidas.

Os resultados devem ser reduzidos a termo.

Solicitar a realização de perícia ou assessoria técnica, formulando quesitos ou temas que devam ser respondidos

ou desenvolvidos, quando o assunto demandar conhecimentos especializados.

É imprescindível a intimação para o acusado apresentar quesitos, caso queira.

Deverá ser indeferido o pedido de prova pericial, quando a comprovação do fato independer de conhecimento

especial de perito.

Testemunhas

Compromisso com a verdade e falso testemunho (crime – Art. 342 Código Penal).

Contradita da Testemunha. Pode-se perguntar ao acusado ou seu procurador se acata ou não o compromisso

com a verdade proferido pela testemunha ou deixar a cargo da defesa alegar o incidente.

Depoimento oral e reduzido a termo. Cópia pode ser entregue ao final da instrução (incomunicabilidade).

A ausência imotivada do acusado e/ou seu procurador não gera nulidade nem impõe agendamento de outra data,

desde que regularmente notificado (Súmula Vinculante STF 05/08).

Carta Precatória

Bnmb , pode fazer perguntas.

Interrogatório do Acusado

A ausência do procurador do acusado ao interrogatório não gera nulidade.

Acusado não é compromissado. Não há crime de perjúrio.

Sempre que possível, deve haver o interrogatório, pois que também se trata de meio de defesa.

O procurador do(s) acusado(s) pode acompanhar o interrogatório.

Último ato da instrução probatória, sob pena de nulidade. Se novas provas forem colhidas, deve ser repetido.

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Enunciado CGU n.º 07. Videoconferência. Possibilidade. Interrogatório. PAD e Sindicância. No âmbito do Processo

Administrativo Disciplinar e da Sindicância é possível a utilização de videoconferência para fins de interrogatório do

acusado.

Indiciação

Não ocorre se a CPAD entender que não há autoria ou materialidade. Em caso de dúvida, indicia-se: In dubio

pro societatis. Encerramento da instrução, mas não do processo.

A defesa será feita em relação aos fatos narrados, mas se recomenda registrar o enquadramento já na indiciação.

A indiciação delimita a acusação, não permitindo que, posteriormente, no relatório e no julgamento, sejam

considerados fatos nela não discriminados.

Deve especificar os fatos, as provas e o nexo causal entre essas e a conduta do servidor e a materialidade da

infração apurada.

Defesa

Forma escrita.

Vista dos Autos: apenas na repartição.

2 ou mais acusados: prazo em dobro (ampla defesa).

Revelia: É revel o indiciado que, regularmente citado, não apresenta defesa, no prazo legal, ou apresenta defesa inepta.

Consequência: nomeação de defensor dativo (antes da citação é desnecessária).

Formalização: será declarada por termo, nos autos do processo disciplinar, e devolverá o prazo para apresentação da

defesa escrita.

Relatório Final

Relato minucioso das principais ocorrências.

Será sempre conclusivo quanto à responsabilidade do servidor e informará se houve falta prevista como: crime (MP,

Polícia); dano ao Erário (PGM); improbidade administrativa (MP e TCE).

Exame detalhado de todos os termos da defesa apresentada. Possível mudança da tipificação.

Indicação expressa das provas (fundamentação) que sustentam a conclusão.

Indicação expressa dos dispositivos violados, sugestão das penalidades e da dosimetria.

Análise da Prescrição.

A Remessa do Relatório Final para a Autoridade Instauradora marca o encerramento dos trabalhos da comissão.

A competência para julgamento é vinculada pela sugestão da pena a ser aplicada.

A autoridade instauradora encaminhará os autos para a julgadora, após exame da regularidade formal.

8 FASE DO JULGAMENTO

O julgamento acatará o relatório da comissão, estando normalmente vinculado à posição adotada por ele, salvo

quando contrário às provas dos autos. Dessa forma, quando o relatório não estiver compatível com as provas dos autos,

a autoridade julgadora poderá, de forma motivada, agravar, abrandar ou isentar o servidor da responsabilidade. Assim

orienta o STJ:

(...) "IV – É possível à autoridade julgadora discordar do relatório final elaborado pela Comissão Disciplinar, sem que

isso importe indevida reformado in pejus, desde que o faça de forma fundamentada, como se verifica na espécie, nos

termos dos arts. 168 e 169 da Lei na 8.112/90." (…) (MS 14039/DF, STJ – Terceira Seção, Reil Min. Felix Fischer,

Julgamento: 24.06.2009, DJe 07.08.2009).

3ª Fase: Julgamento

Portanto, a autoridade julgadora não é obrigada a acatar o relatório, desde que a decisão seja fundamentada, inclusive

podendo adotar uma capitulação diferente da indicada no relatório, pois o indiciado no processo administrativo

disciplinar se defende dos fatos ilícitos que lhe são imputados. Nesse sentido já decidiu o STF:

MANDADO DE SEGURANÇA. DEMISSÃO. PROCESSO DISCIPLINAR. DEFESA. O INDICIADO EM

PROCESSO DISCIPLINAR SE DEFENDE CONTRA OS FATOS ILÍCITOS QUE LHE SÃO IMPUTADOS,

PODENDO A AUTORIDADE ADMINISTRATIVA ADOTAR CAPITULAÇÃO LEGAL DIVERSA DA QUE LHES

DEU A COMISSÃO DE INQUÉRITO, SEM QUE IMPLIQUE CERCEAMENTO DE DEFESA. MANDADO DE

SEGURANÇA INDEFERIDO. (MS 20355/DF, STF – Tribunal Pleno, Rcl. Min. Rafael Mayer, Julgamento:

23.02.1983, DJ 18.03.1983).

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Curso: Gestão de Pessoal – 22 e 23 de Outubro de 2015 /Curitiba-PR

Verificada a existência de vício insanável, a autoridade que determinou a instauração do processo ou outra de

hierarquia superior declarará a sua nulidade, total ou parcial, e ordenará, no mesmo ato, a constituição de outra comissão

para instauração de novo processo.

Ocorrendo nesse momento o reconhecimento da prescrição com a extinção da punibilidade, a autoridade

determinará o registro do fato nos assentamentos individuais do servidor.

9 NULIDADES

Aplica-se, ao processo administrativo disciplinar, o princípio do formalismo moderado.

No plano das nulidades, trata-se do princípio pas de nullité sans grief, segundo o qual a declaração da nulidade

dos atos processuais depende da demonstração da existência de real prejuízo à defesa do acusado.

Causas Frequentes de Nulidade

a) Composição da CPAD com menos de três membros; membro que exerce cargo demissível “ad nutum” (comissionado

puro) ou por algum servidor em estágio probatório; se todos os membros for de escolaridade inferior ao investigado; se

algum membro for parente, amigo íntimo ou inimigo de algum dos investigados;

b) Ausência de citação/intimação do acusado (o comparecimento espontâneo supre a falha);

c) Realização de diligência ou prova sem oportunizar o seu acompanhamento pelo acusado;

d) Reiteradas negativas de vista ou extração de fotocópia do processo ao acusado, seu advogado ou defensor dativo;

e) Indeferimento de diligências ou oitiva de testemunhas da defesa sem a consistente fundamentação pela Comissão;

Causas Frequentes de Nulidade

f) Acusado revel citado por edital e sem nomeação de defensor dativo para acompanhar a instrução;

g) Concluída a instrução, ausência de nomeação de defensor dativo para apresentação de defesa escrita em favor de

indiciado revel. Juntada de provas no PAD sem abertura de vista à defesa;

h) Relatório calcado em ilações ou contrário às provas produzidas nos autos ou diverso do termo de indiciamento;

i) Ausência de descrição da conduta tida como ilícita no termo de indiciamento, impossibilitando a ampla defesa do

indiciado;

j) Ausência de apreciação pela Comissão de arguições de suspeição e impedimento ou qualquer outra tese apresentada

na defesa.

10 RECURSOS E REVISÃO

O reexame da decisão que envolva matéria funcional ou disciplinar, poderá ser obtido, na esfera administrativa,

por meio de:

a) pedido de reconsideração: solicitação à própria autoridade que proferiu a decisão para que reexamine mais

atentamente esse julgamento, visando sua modificação, voltando atrás na sua posição. É decorrência do direito de

petição, previsto no art. 5º, XXXIV, alínea “a”, do texto constitucional.

b) recurso hierárquico: é interposto pelo administrado perante autoridade superior à que praticou o ato, a fim de que esta

reexamine a decisão proferida por seu subordinado. Pode ser próprio, quando dirigido a autoridade superior na mesma

escala hierárquica; ou impróprio, quando dirigido a autoridade não hierarquicamente superior, na mesma escala, à que

praticou o ato impugnado, ou, ainda, a autoridade de outra escala hierárquica, mas que, em qualquer caso, possuam

competência expressa para o reexame da questão.

c) revisão: é aplicação análoga da revisão criminal. Assim caberá revisão quando a decisão for contrária a texto expresso

de lei ou a evidência dos autos; quando se fundar em depoimentos, exames, vistoria ou documentos comprovadamente

falsos ou eivados de erros; quando após a decisão surgirem provas da inocência do punido ou circunstâncias que

autorizem o abrandamento da pena.

11 INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS EM ESPÉCIE

Incumbe a cada estatuto funcional a definição das infrações administrativas em espécie e sua respectiva sanção,

mas em geral, elas abarcam três grandes grupos:

a) Descumprimento de Deveres: definições abstratas/subjetivas; rol de deveres funcionais exemplificativo (numerus

apertus); infrações leves;

b) Proibições: situações concretas, rol taxativo (numerus clausus), infrações graves;

c) Faltas funcionais passíveis de demissão ou cassação de aposentadoria: situações concretas, rol taxativo (numerus

clausus); infrações gravíssimas.

12 SANÇÕES ADMINISTRATIVAS EM ESPÉCIE

a) Advertência: comunicação formal ao agente de ter ele cometido ilícito funcional de gravidade reduzida, acrescida a

incitação a que não volte a praticar conduta reprovável no futuro, sob pena de sanção mais severa;

b) Repreensão: manifestação de desacordo quanto à conduta do agente e com a formal qualificação de constituir-se ela

conduta reprovável, da qual derivam efeitos quanto à sua progressão funcional;

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c) Suspensão: afastamento temporário compulsório, imposto ao agente como punição por ato reprovável. Implica em

efeitos acessórios, relacionados com os antecedentes para efeitos de premiação ou punição futura. Pode ser convertida

em multa. O tempo correspondente a suspensão não pode ser computado como de efetivo exercício;

Sanções Administrativas em Espécie

d) Demissão: é a extinção do provimento em cargo efetivo, com a sua consequente vacância, como sanção pela prática

de conduta reprovável;

e) Cassação de aposentadoria ou disponibilidade: extinção do vínculo jurídico mantido com o servidor aposentado ou

em disponibilidade como punição por infração praticada quando em atividade a que fosse cominada a demissão.

13 ACUMULAÇÃO ILEGAL

Engloba cargos, empregos e funções públicas.

A regra é a proibição. As exceções estão na própria CF.

Aposentados: Só podem acumular as remunerações dos cargos/ empregos/funções que na ativa seriam acumuláveis.

Caso contrário, podem fazer escolha entre o provento da aposentadoria e a remuneração (CF, Art. 37, § 10).

Particularidades do rito:10 dias de prazo para opção (presunção absoluta de boa-fé) antes da instauração. Depois, até o

último dia do prazo de defesa.

Penalidade: demissão de todos os cargos/empregos/ funções inacumuláveis.

14 ABANDONO DE CARGO

Elemento Objetivo: Ausência ao serviço por mais de 30 dias consecutivos.

Elemento Subjetivo: Administração deve provar ausência intencional (animus abandonandi)

Encaminhamento ao MPF (crime).

Ressarcimento dos dias não trabalhados.

15 INASSIDUIDADE HABITUAL

Elemento Objetivo: Ausência ao serviço por 60 dias no período de 12 meses, interpoladamente ou não.

Elemento Subjetivo: Administração deve provar apenas que a ausência é injustificada (exceto: força maior ou caso

fortuito).

Jurisprudência MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. DEMISSÃO. NULIDADES.

CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. ABANDONO DE EMPREGO. AUSÊNCIA DO ANIMUS

ESPECÍFICO DO SERVIDOR. PRECEDENTE DA 3ª SEÇÃO. ORDEM CONCEDIDA. [...]

3. A 3ª Seção desta Corte Superior de Justiça firmou já entendimento no sentido de que "em se tratando de ato

demissionário consistente no abandono de emprego ou inassiduidade ao trabalho, impõe-se averiguar o animus

específico do servidor, a fim de avaliar o seu grau de desídia." (cf. MS nº 6.952/DF, Relator Ministro Gilson Dipp, in DJ

2/10/2000).

(MS 8291/DF, Rel. Ministro HAMILTON CARVALHIDO, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 11/12/2002, DJ

05/05/2003, p. 216)

16 AFASTAMENTO CAUTELAR

Não é pena, não possui caráter punitivo. É medida acautelatória, de aplicação restrita,

Objetivo: garantir a apuração do fato investigado.

17 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CONSENSUAL

Compromisso de Ajustamento de Conduta

Com aplicação principalmente no âmbito de ações que visam à proteção de direitos coletivos e difusos, irradia-

se também para outras áreas, como alternativa de solução de litígios.

A previsão do instituto está presente na regulamentação da Ação Civil Pública, Lei 7.347/85, artigo 5º,

parágrafo 6º, e no Código de Defesa do Consumidor, Lei 8.078/90, art. 113, 6º:

Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às

exigências legais mediante cominações, que terá eficácia de título executivo extrajudicial.

Termo Circunstanciado Administrativo – TCA

Conceito e Objetivo: Apuração simplificada, sem natureza disciplinar, que visa racionalizar os procedimentos

administrativos e desburocratizar a Administração Pública (princípio da eficiência e do interesse público). Vantagens: Economicidade e celeridade.

Aplicabilidade: Conduta culposa. Extravio ou dano a bem público que implicar prejuízo de pequeno valor (= limite da

dispensa de licitação: R$ 8.000,00).

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Compromisso de Ajustamento de Conduta

No Estado de Tocantins, o ajustamento de conduta está previsto na Lei 1.818, de 23 de agosto de 2007, que

dispõe sobre o Estatuto dos Servidores Públicos Civis.

Art. 147. Pode ser elaborado termo de compromisso de ajuste de conduta quando a infração administrativa disciplinar,

no seu conjunto, apontar ausência de efetiva lesividade ao erário, ao serviço ou a princípios que regem a Administração

Pública.

Parágrafo único. Para fins do que dispõe o caput deste artigo, considera-se como essencial:

I – inexistir dolo ou má-fé na conduta do servidor infrator;

II – que o histórico funcional do servidor e a manifestação da chefia imediata lhe abonem a conduta.

Art. 148. Como medida disciplinar, alternativa de procedimento disciplinar e de punição, o ajustamento de conduta visa

a reeducação do servidor, e este, ao firmar o termo de compromisso de ajuste de conduta, espontaneamente, deve estar

ciente dos deveres e das proibições, comprometendo-se, doravante, em observá-los no seu exercício funcional.

Art. 149. O ajustamento de conduta pode ser formalizado antes ou durante o procedimento disciplinar, quando

presentes, objetivamente, os indicativos apontados no Art. 147 desta Lei, e pode ser recomendado, caso esteja concluída

a fase instrutória.

Compromisso de Ajustamento de Conduta

Art. 150. O compromisso firmado pelo servidor perante a Comissão Permanente ou Especial deve ser acompanhado por

advogado ou defensor 'ad hoc' e sua homologação cabe ao Corregedor Administrativo ou Geral ou à autoridade máxima

da Unidade Administrativa ou Entidade Pública Estadual na qual se efetivou.

Art. 151. Ao ser publicado, o termo de compromisso de ajuste de conduta preserva a identidade do compromissário e

deve ser arquivado no dossiê do servidor sem qualquer averbação que configure penalidade disciplinar.

Suspensão do PAD

No aspecto disciplinar, pela Lei Municipal 9.310/06, Belo Horizonte, inspirada na Lei 9099/95, criou-se a

figura da Suspensão do Processo Administrativo Disciplinar.

Objetivos: a) Desburocratização;

b) Menor curso;

c) Celeridade:

d) Autorrecuperação.

Âmbito de aplicação: infrações de baixo potencial lesivo à disciplina interna da Administração.

De acordo com o Estatuto dos Servidores Públicos Municipais:

Art. 225-A. Nas infrações disciplinares, o Corregedor-Geral do Município, no momento da instauração do processo

administrativo disciplinar ou da sindicância a que se refere o art. 221, V, desta Lei, poderá propor a suspensão do

processo disciplinar- SUSPAD, pelo prazo de 1 a 5 anos, conforme a gravidade da falta, e desde que o servidor não

tenha sido condenado por outra infração disciplinar nos últimos 5 anos.

§ 1º. Aceita a proposta, o Corregedor-Geral do Município especificará as condições a que fica subordinada a suspensão,

desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do servidor, incluída a reparação do dano, se houver.

§ 2º. A suspensão será revogada se, no curso de seu prazo, o beneficiário vier a ser processado por outra falta disciplinar

ou se descumprir condições estabelecidas na forma do § 1º, prosseguindo-se, nestes casos, os procedimentos

disciplinares cabíveis.

§ 3º. Expirado o prazo da suspensão e cumprindo o beneficiário as condições, o Corregedor-Geral do Município

declarará extinta a punibilidade.

§ 4º. O beneficiário da SUSPED fica impedido de gozar o mesmo benefício durante o seu curso e durante o dobro do

prazo da suspensão, contado a partir da declaração de extinção da punibilidade, na forma do parágrafo anterior.

§ 5º. Não ocorrerá a prescrição durante o prazo da SUSPAD.

§ 6º. Não se aplica o benefício previsto no “caput” deste artigo às infrações disciplinares que correspondam a crimes

contra a Administração Pública, a crimes aos quais seja cominada pena mínima igual ou superiora a 1 ano, a atos de

improbidade administrativa e nos caos de abandono de cargo ou emprego.

§ 7º. O Prefeito expedirá normas complementares necessárias à aplicação deste dispositivo, inclusive para aplicação da

SUSPAD nos procedimentos disciplinares em curso.

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ANOTAÇÕES:

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EM CASO DE EMERGÊNCIA

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Nome completo:___________________________Município:_____________________

1º Qual seu grau de escolaridade?

( ) 1º Grau (ensino fundamental)

( ) 2º Grau (ensino médio)

( ) Ensino Superior

( ) Pós-Graduação (especialização)

( ) Mestrado e/ou Doutorado

2º Quais os melhores dias da semana para participar de cursos?

( ) segunda-feira

( ) terça-feira

( ) quarta-feira

( ) quinta-feira

( ) sexta-feira

( ) sábado

( ) domingo

3º Qual sua nota ao professor Elson de Mello?

( ) 50 ( ) 70 ( ) 80 ( ) 90 ( ) 100

4º Qual sua nota ao professor Ricardo Tadao Ynoue?

( ) 50 ( ) 70 ( ) 80 ( ) 90 ( ) 100

5º Por gentileza de sua nota quanto ao nosso curso em geral:

( ) 30 ( ) 50 ( ) 70 ( ) 80 ( ) 90 ( ) 100

6º Deixe suas sugestões, elogios ou críticas aos professores e/ou ao Curso:

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( ) Advogados Municipais Manifestações e Defesas no TCE

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