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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Administração Diego Loprete Leandro Parinos Luiz Fernando Pacheco Luiz Henrique Baptista Pereira GESTÃO DE ESTOQUE E A IMPORTÂNCIA DA CURVA ABC Cermaco Material de Construção Ltda LINS - SP 2009

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Administração

Diego Loprete

Leandro Parinos

Luiz Fernando Pacheco

Luiz Henrique Baptista Pereira

GESTÃO DE ESTOQUE E A IMPORTÂNCIA DA

CURVA ABC

Cermaco Material de Construção Ltda

LINS - SP

2009

1

DIEGO LOPRETE

LEANDRO PARINOS

LUIZ FERNANDO PACHECO

LUIZ HENRIQUE BAPTISTA PEREIRA

A GESTÃO DE ESTOQUE E A IMPORTÂNCIA DA CURVA ABC

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Administração sob a orientação da Prof. M.Sc. Máris de Cassia Ribeiro Vendrame e orientação técnica da Prof. Esp. Ana Beatriz Lima.

LINS – SP

2009

0

Loprete, Diego; Pacheco, Luiz Fernando; Parinos, Leandro; Pereira, Luiz Henrique Baptista

A gestão de estoque e a importância da curva ABC / Diego Loprete; Luiz Fernando Pacheco; Leandro Parinos; Luiz Henrique Baptista Pereira. – – Lins, 2009.

100p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Administração, 2009

Orientadores: Maris de Cassia Ribeiro Vendrame; Ana Beatriz Lima 1.Gestão de Estoquel. 2. Lucratividade. 3. Planejamento. 4.

Gestão de Compras. 5. Curva ABC. I Título.

CDU 658

L861g

1

DIEGO LOPRETE

LEANDRO PARINOS

LUIZ FERNANDO PACHECO

LUIZ HENRIQUE BAPTISTA PEREIRA

A GESTÃO DE ESTOQUE E A IMPORTÂNCIA DA CURVA ABC

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do título de Bacharel em Administração.

Aprovada em: ____/____/____

Banca Examinadora:

Profª Orientadora M.Sc. Máris de Cássia Ribeiro Vendrame.

Titulação: Mestre em Administração pela Universidade Metodista de Piracicaba

UNIMEP-SP.

Assinatura:_________________________________

1º Prof(a):_______________________________________________________

Titulação._______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura:________________________________

2º Prof(a):_______________________________________________________

Titulação._______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura:________________________________

2

Dedico á Deus este trabalho maravilhoso e gratificante, que me direcionou, dando forças e saúde para concretizar esta conquista.

Dedico em especial e de coração aos meus pais, Gilmar e Janete, que são muito importantes e únicos em minha vida. É o alicerce e são pessoas mágicas que trabalharam no mesmo intuito, não pouparam esforços para me ajudar e incentivar a realizar este sonho.

Minha avó Ambrosina, com jeito meiga e orientadora, me incentivou e me deu coragem para suprir todos imprevistos.

Aos irmãos Fabricio e Bruno que com muita alegria me impulsionaram, incentivaram e me deram forças, proporcionando momentos eternos de felicidade e gratidão.

A minha sogra Nanci e avó Nanci, que com muito carinho, atenção e incentivo me inspirou e gerou forças para vencer as dificuldades.

Ao vovô Eugenio Loprete e vovó Ana Loprete, que alegram a casa do céu e sempre serão lembrados com amor, um grande beijo, saudades.

A minha tia Cidinha e prima Marcela, com seu jeito singelo e carinhoso me deram incentivo e força nas necessidades, participaram com muita alegria dos momentos felizes.

Em especial a minha linda namorada Rafaela que não mediu esforços em me ajudar, dando entendimento no momento de ausência, compreensão, apoio e força para continuar a caminhada. A todos os professores e profissionais do Unisalesiano que contribuíram para minha formação profissional. A todos os amigos que incentivaram e ajudaram com palavras de carinho

E aos verdadeiros amigos, Os Treinados, que com muita garra e força de vontade vencemos mais uma meta em nossas vidas, são amigos únicos. A amizade surge sem pensar em recompensas, nos amigos buscamos forças e conseguimos galgar passos firmes e seguros.

Obrigado Leandro, Pacheco e Luiz Piper.

Os Treinados, com o Zap sempre...

Loprete

3

Agradeço este trabalho primeiramente a Deus, pelo dom da vida e de nossa existência.

Aos meus pais Lourival e Ivone e minha família pelo apoio e a compreensão nos momentos de ausência, pela educação, honestidade e com certeza levarei comigo por toda a minha vida.

Em especial aos meus padrinhos Jaime e Inês, pelo voto de confiança, incentivo, apoio na hora que mais precisei, para fazer e concluir esta faculdade.

A minha prima Ana Paula e primo Luiz Fernando, que sempre me apoiaram, incentivaram e se prontificaram a ajudar nos momentos difíceis e na hora que mais precisei.

Ao meu avô José Parinos, que hoje mora no céu e sempre será lembrado com muito carinho.

A todos os amigos que conquistei ao longo desses anos de faculdade e vou levar essa amizade para o resto da minha vida.

Aos professores e profissionais desta entidade, que preza agregar valores na nossa formação profissional.

Aos meus amigos Os Treinados, pela amizade verdadeira e sincera, que surgiu ao longo desses anos de faculdade, amigos esses que levarei dentro do meu coração, por toda minha vida.

Obrigado Diego Loprete, Pacheco e Luiz Piper.

Os Treinados, com o Zap sempre...

Leandro

4

É com muita honra e gratidão, que através destas humildes palavras,

dedico esta grande conquista a toda minha família.

Aos meus pais José e Ivone que simplesmente são como jóias na minha

vida, devo a eles a integridade, honestidade e o desejo de ser um vencedor.

Aos meus irmãos Igor e Ana Paula que sempre muito dispostos, me

apoiaram e incentivaram a todo o tempo.

Em especial a minha linda e maravilhosa namorada Cristiane que

sempre com muita compreensão, paciência e dedicação suportou a minha

ausência.

A todos aos professores e profissionais a quem tive a oportunidade de

compartilhar momentos de suma importância para o meu aprendizado e

formação.

A todos os amigos, em especial aos amigos de grupos Os Treinados que

os considero como irmãos. Agradeço a Deus por me dar a oportunidade de

redigir essas palavras.

Obrigado Diego Loprete, Leandro e Luiz Piper

Os Treinados, com o Zap sempre...

Pacheco

5

Com muita alegria chego a este momento, e com muito amor dedico

esta conquista às pessoas mais importantes de minha vida.

A minha mãe Fatima que com muita paciência soube me conduzir,

orientar e amar todos os dias;

Ao meu pai Mauricio que incondicionalmente não poupou sacrifícios

para esta realização;

Aos meus irmãos Mauricio Filho e Lissandra, que simplesmente são

os melhores irmãos do mundo;

A minha linda namorada Natalia, que soube ouvir e me fortaleceu

nos momentos difíceis; e

Em especial à minha lindíssima e querida sobrinha Maria Clara, que

todas as noites me desejou “boa aula filho”. Um anjo que abençoa minha

vida todos os dias, e que em breve terá a companhia da priminha Helena,

filha da querida cunhada Carol.

Dedico também aos professores e profissionais do Unisalesiano, que

com sabedoria conduziram os estudos de forma sábia;

Aos amigos de classe, sempre sorridentes e prestativos;

A dedicatória especial direciona-se aos “Treinados” que nunca me

abandonaram e sempre me trataram como irmão. Dedicação carinho, amor e

união, sentimentos que nunca faltará aos Treinados e por isso eles merecem

o agradecimento especial, de coração como um brinde eternizado por este

trabalho.

Obrigado Diego Loprete, Leandro e Pacheco.

Os Treinados, com o Zap sempre...

Luiz Henrique Piper

6

AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus, pelo dom a nós oferecidos, capacidade, inteligência e força de vontade de conquistar todos objetivos, superar os desafios e vencer todas as barreiras e obstáculos.

Com passar do tempo descobrimos a verdadeira amizade e a dimensão que cada um representa para o grupo, nos fazendo acreditar que esse sentimento é puro e sincero, que só venha a crescer. Concretizamos nossa amizade com a coroação deste trabalho realizado com esforços, garra, dedicação, superação e honestidade de todos.

A empresa Cermaco Material de Construção Ltda., aos proprietários, diretores e funcionários, pela compreensão e gratificação, por ter fornecido informações necessárias e precisas para o estudo, e realizar este trabalho com êxito.

Aos professores orientadores Máris de Cássia Ribeiro Vendrame e Ana Beatriz Lima, que com seus conhecimentos nos ajudaram, apoiaram e acreditaram em nosso trabalho, e a todos os profissionais do Unisalesiano que colaboram diretamente e indiretamente, agregando conhecimento e valor.

Em especial a nossa querida orientadora, com sua competência e carinho se prontificou a nos auxiliar e ajudar, suprindo todas as dúvidas.

Também agradecemos a uma pessoa muito especial que acreditou no potencial de cada um, passando confiança, conhecimento e inspiração. Obrigado pela sua existência Luiz Henrique Baptista Pereira “Capitão”.

Os Treinados agradecem e oferecem este trabalho gratificante, a todos que acreditaram em nossa capacidade e apostou em nossas virtudes.

7

RESUMO

Analisando o mercado competitivo, a empresa Cermaco Material de Construção Ltda. há mais de quarenta anos atuando no mercado linense, preza a qualidade de seus produtos e serviços com exclusividade de marcas e oferece condições de pagamentos diferenciados, a fim de fidelizar e conquistar clientes, trabalhando em parcerias com os fornecedores, objetivando menor preço e melhor produto. A cultura organizacional é consistente e ficou fortalecida com a implantação do sistema próprio, tais fatores são importantes para toda a engrenagem da empresa que busca constantemente a redução de custos, melhorar sua gestão de compras e, com isso, obtém vantagem no mercado em relação a concorrentes, onde o gestor consegue identificar produtos com boa margem de lucro para a empresa, buscando sempre manter mercadorias com alto giro em estoque, armazenadas adequadamente para garantir a qualidade. A gestão de estoque é eficiente, trabalha de maneira ordenada com outros setores da empresa, é a principal responsável pela integração sintonizada entre vendas, clientes, empresa e lucratividade. Com planejamento estratégico diferenciado, a Cermaco Material de Construção Ltda. consegue manter padrão elevado nas vendas qualitativamente e quantitativamente, com qualidade nos processos envolvidos como faturamento e entrega ágil, obtendo retorno satisfatório, garantindo e preservando a fidelidade e atendendo as expectativas de clientes. A empresa preocupa-se também com a segurança e organização dos materiais estocados, através do importante instrumento, a Curva (ABC). A pesquisa foi realizada na Cermaco Material de Construção Ltda., a qual tem como atividade o comércio varejista, com o objetivo de demonstrar a eficiência na gestão de estoque, o seu reflexo nos demais setores e o que pode proporcionar na lucratividade. Palavras-Chave: Gestão de Estoque. Lucratividade. Planejamento. Gestão de Compras. Curva ABC.

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ABSTRACT

Analyzing the competitive market, the business Cermaco Building Materials Ltda, over forty years of activities linense, prey the quality of its products and services with exclusivity of brands and provide conditions of payment to conquer costumers, working in partnerships with suppliers aiming to get lowest price and best product. The organizational culture is consistent to decrease of price improve the management of buying and get good advantages in the market with relation to the business enemies where the manager can identify products with good margin and profit to the company, always searching keep merchandise with high capital stock to keep the quality. The stock is good, works in good way with others sides of the company, is the main integration locked between sell, costumer, business and profit. With strategic planning differently, the Cermaco Building Materials Ltda., can keep sales high standard in quality and quantity with quality in the processes involved such as billing and fast delivery, obtaining satisfactory return, guaranteeing and preserving the fidelity and meeting the expectations of customers. The company is also concerned with the safety and organization of stored materials, through the important instrument, the curve (ABC).The survey was conducted in Cermaco Building Materials Ltda., which is engaged retail trade, in order to demonstrate the efficiency of inventory management, your reflection in every area and that can provide profitability. The research was realized on the Cermaco Building Materials Ltda witch has as activity the commerce, with the goal of demo the efficiency on the management of stock, your reflex on the others sides and what can provide on the profit. Key word: Stock management. Profit. planning sell. purchasing management. curve ABC

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Origem da Cermaco Material de Construção Ltda ...........................17

Figura 2: Foto atual da empresa Cermaco Material de Construção Ltda ........20

Figura 3: Organograma Funcional da Cermaco Material de Construção Ltda 27

Figura 4: Processos da empresa. ...................................................................33

Figura 5: Software Microuniverso. ..................................................................34

Figura 6: Demonstração da Curva ABC. .........................................................49

Figura 7: Classificação ABC – Cia Maviborges...............................................51

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Classificação ABC – Cia Maviborges. ............................................50

Quadro 2: Comparativo de Vendas. ................................................................68

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CNPJ: Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica

CQ: Controle de Qualidade

JIT: No Tempo Justo - Just in Time

LTDA: Limitada

MP: Matéria-prima

MPs: Estoques de Matérias Primas

MRP I: Planejamento no Requerimento de Material

MRP II: Planejamento de Recursos de Manufaturas

OPT: tecnologia de Produção Otimizada

PA: Produto Acabado

PAs: Estoque de Produtos Acabados

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PEPS: Primeiro que entra Primeiro que Sai

PVC: Policloreto de Vinil

SQL: Linguagem de Consulta Estruturada

TQC: Controle Total da Qualidade

UEPS: Ultimo que Entra Primeiro que Sai

ZD: Zero Defeitos

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................. 14

CAPÍTULO I – CERMACO MATERIAL DE CONSTRUÇÃO LTDA ................. 17

1.1 Fundação da Cermaco Material de Construção Ltda. ............................ 17

1.2 Evolução histórica .................................................................................. 17

1.3 Descrição legal ....................................................................................... 21

1.4 Missão, visão e valores .......................................................................... 21

1.5 Objetivo .................................................................................................. 22

1.6 Clientes .................................................................................................. 22

1.7 Concorrentes .......................................................................................... 23

1.8 Fornecedores ......................................................................................... 24

1.9 Produtos ................................................................................................. 25

1.10 Marketing, propaganda e promoções ..................................................... 25

1.11 Organograma funcional .......................................................................... 27

1.12 Departamentos ....................................................................................... 27

1.13 Setores ................................................................................................... 29

1.14 Definição de cargos e funções ............................................................... 20

1.15 Descrição de cargos ............................................................................... 31

1.16 Sistema de informação e tecnologia de informação ............................... 32

CAPÍTULO II – GESTÃO DE ESTOQUES

2 Estoque .................................................................................................. 35

2.1 Gestão de estoque ................................................................................. 35

2.2 Função do estoque ................................................................................. 36

2.3 Tipos de estoque .................................................................................... 36

2.3.1 Estoque mínimo ..................................................................................... 37

2.3.2 Estoque de segurança ou de reserva ..................................................... 37

2.3.3 Estoque máximo ..................................................................................... 38

2.3.4 Estoque de antecipação ......................................................................... 39

12

2.3.5 Estoque de ciclo ..................................................................................... 39

2.4 Classificação dos estoques .................................................................... 39

2.4.1 Estoque de matérias primas (MPs) ........................................................ 39

2.4.2 Estoque de materiais em processo ou em vias ...................................... 40

2.4.3 Estoques de materiais semi-acabados ................................................... 40

2.4.4 Estoque de materiais acabados ou componentes .................................. 40

2.4.5 Estoque de produtos acabados (PAs) .................................................... 41

2.5 Custos do estoque ................................................................................. 41

2.6 Importância do estoque .......................................................................... 43

2.7 Localização do estoque .......................................................................... 44

2.8 Redução do estoque .............................................................................. 44

2.9 Giro do estoque ...................................................................................... 45

2.10 Controle de estoque ............................................................................... 45

2.11 Tempo de reposição ............................................................................... 47

2.12 Curva ABC ............................................................................................. 48

2.12.1 Montagem da Curva ABC....................................................................... 49

2.12.2 Controlar o estoque com ferramenta ABC.............................................. 52

2.12.3 Utilização técnica da Curva ABC ............................................................ 52

2.12.4 Classificação e propriedades do estoque pela Curva ABC .................... 53

2.13 A gestão de estoques auxiliando na lucratividade da organização ....... 55

2.14 Ferramentas auxiliares na gestão de estoque ........................................ 56

2.14.1 Tecnologia de produção otimmizada (OPT) ........................................... 56

2.14.2 No tempo Justo JIT (Just-in-time) .......................................................... 57

2.14.3 Kanban ................................................................................................... 59

2.14.4 Kaizen .................................................................................................... 59

2.14.5 Planejamento de requerimento de material (MRP) ................................ 60

2.14.6 Planejamento de recursos de manufaturas (MRP II) .............................. 61

2.14.7 MRP III ................................................................................................... 61

CAPÍTULO III – GESTÃO DE ESTOQUE NA CERMACO MATERIAL DE

CONSTRUÇÃO LTDA

3 Introdução .............................................................................................. 63

13

3.1 Relato e discussão dos critérios utilizados para implantação da

Curva ABC e alavancagem da lucratividade da Cermaco Material

de Construção Ltda. ............................................................................... 64

3.2 Análise da empresa e suas necessidades ............................................. 64

3.3 Planejamento de Estoque ...................................................................... 65

3.4 Análise do departamento de vendas ...................................................... 66

3.5 Análise do controle de estoque .............................................................. 68

3.6 utilização da Curva ABC na empresa Cermaco Material de Construção

Ltda. ....................................................................................................... 70

3.7 Parecer final sobre o caso ...................................................................... 70

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ..................................................................... 72

CONCLUSÃO ................................................................................................... 73

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 74

APÊNDICES ..................................................................................................... 77

ANEXOS ........................................................................................................... 90

14

INTRODUÇÃO

O estudo do papel do estoque é tão antigo quanto o estudo da própria

administração. O mesmo funciona como elemento regulador, quer do fluxo de

produção, no caso do processo manufatureiro, quer do fluxo de vendas, no

processo comercial. Os estoques sempre foram alvo de atenção dos gerentes

afirma Alt; Martins (2003).

Hoje todas as empresas, procuram de uma forma ou de outra, obter uma

vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes, e a oportunidade de

atendê-los prontamente, no momento e na quantidade desejada, é facilitado

por meio da administração eficaz dos estoques. A análise dos estoques

representam parcela substancial dos ativos das empresas, devem ser

encarados como um fator potencial de gestão de negócios e de lucro, portanto,

deve verificar se estão tendo utilidade adequada ou sendo um peso morto, não

apresentando retorno sobre o capital neles investidos.

Os estoques têm a função de funcionar como reguladores do fluxo de negócios. Como a velocidade com que as mercadorias são recebidas – unidade recebida por unidade de tempo ou entradas – é usualmente diferente da velocidade com que são utilizadas – unidades consumida por unidade de tempo ou saídas - há a necessidade de um estoque, funcionando como um amortecedor (buffer). A analogia com a caixa-d água de nossas residências é muito adequada. (ALT; MARTINS, 2003 p. 134).

O ABC era conhecido e usado por contadores em 1800 e início de 1900.

Outros registros históricos mostram que o ABC já era bastante conhecido e

usado na década dos anos 60.

O uso do ABC está intimamente associado ao bom senso e ao fomento

à criatividade. Taylor, Fayol, Elton Mayo (2007) e tantos outros que

contribuíram para o desenvolvimento da administração científica fizeram uso da

análise de atividades para seus estudos de tempos e movimentos de

organização do trabalho. Pode-se considerar o precursor do ABC o próprio

método alemão conhecido como RKW. (NAKAGAWA, 2007).

A análise da curva ABC é uma das formas mais usuais de se examinar

estoques. Essa análise consiste na verificação, em certo espaço de tempo

(normalmente 6 meses ou 1 ano), do consumo, em valor monetário ou

quantidade, dos itens do estoque, para que eles possa ser classificados em

15

ordem decrescente de importância. Aos itens mais importantes de todos,

segundo a ótica do valor ou da quantidade, dá-se a denominação itens classe

A, aos intermediários, itens classe B, e aos menos importantes, itens classe C.

No Brasil, os estudos e pesquisas sobre o ABC tiveram início em 1989,

no departamento de Contabilidade e Atuária da Faculdade de Economia,

Administração e Contabilidade da USP. (NAKAGAWA, 2007).

A quantidade, a relação de causa e efeito e a eficiência e eficácia com que os recursos são consumidos nas atividades mais relevantes de uma empresa constitui o objetivo da análise estratégica de custos do ABC. (NAKAGAWA, 2007, p.40).

A análise ABC de estoques, que multiplica o custo unitário com o volume

comprado, permite que cada classe (A, B ou C) tem um tratamento

diferenciado. Os itens da classe A devem receber mais atenção, pois uma

economia ou melhoria em sua utilização representa uma economia no total dos

gastos com materiais.

Para que a lucratividade de uma empresa seja alavancada com

eficiência, deve-se ter como fundamentos uma gestão de estoque eficiente,

estruturada pela ferramenta ABC. Os conceitos e funcionalidades da gestão de

estoque e curva ABC fazem com que gestores administrem seus recursos de

maneira que venha a obter maior lucratividade.

Com o objetivo de demonstrar a importância e os benefícios que a

Gestão de Estoque e a Curva ABC proporcionam na lucratividade da empresa,

foi realizada uma pesquisa de campo na Cermaco Material de Construção Ltda,

situada na Avenida São Paulo, 798 bairro Junqueira, em Lins/SP.

A Empresa atua no ramo de materiais de construção e madeireira desde

1968. Atualmente conta com 18 funcionários e atende o mercado de Lins e

região.

A pergunta problema que norteou a pesquisa foi:

A lucratividade da CERMACO pode ser alavancada através de uma

gestão de estoque baseada nos critérios da curva ABC em uma gestão de

vendas eficiente?

Em resposta a tal questionamento levantou-se a hipótese de que através

da gestão de estoque eficiente utilizando a curva ABC, a empresa Cermaco

Material de Construção Ltda gerencia melhor seus produtos e materiais,

16

alavancando consideravelmente sua lucratividade, levando a empresa a um

patamar mais competitivo.

Para a realização da pesquisa utilizou-se dos seguintes métodos:

Método de observação sistemática;

Método histórico;

Método de estudo de caso.

O trabalho está assim estruturado:

Capítulo I – Aborda a evolução histórica da Cermaco Material de

Construção Ltda;

Capítulo II – discorre sobre a fundamentação teórica de gestão de

Estoque e Curva ABC;

Capítulo III – demonstra a pesquisa realizada.

Por fim vem a proposta de intervenção e conclusão.

17

CAPÍTULO I

CERMACO MATERIAL DE CONSTRUÇÃO LTDA.

1.1 Fundação da Cermaco

A empresa foi fundada em 15 de janeiro de 1968, com a razão social

Cerealista e Madeireira Linense Ltda., estabelecida na Avenida São Paulo, nº.

798, bairro do Junqueira na cidade de Lins, estado de São Paulo, com o

registro na junta comercial sob o nº. 448090, com o capital social de NCR$

30.000,00 dividido entre os sócios Sr. Amilcar Tobias, com 97% do capital e o

Sr. Aníbal Tobias, com 3% do capital restante, sendo que, a gerência e

administração da empresa é de responsabilidade do seu sócio majoritário Sr.

Amilcar Tobias.

Fonte: Acervo da empresa Cermaco Material de Construção Ltda. (2009)

Figura 1: Origem da Cermaco Material de Construção Ltda.

1.2 Evolução Histórica

Com a carência de uma loja de material de construção em Lins, a família

Tobias, residente e domiciliada na Rua Voluntário Vitoriano Borges, nº. 328,

18

centro, na cidade de Lins, no estado de São Paulo, com uma visão

empreendedora resolve fundar uma empresa de cultura familiar, onde os

sócios são irmãos, filhos de Abdalla Nakl Tobias de nacionalidade Libanês e

Anna Sestake Tobias de nacionalidade Iugoslava.

O casal tem mais três filhas: Srª. Maria Lilá Tobias, Elza Tobias e

Ausonia Margarida Tobias. Com muito esforço, garra e sonho de ter um

negócio em família, os pais resolvem ajudar os filhos Amílcar e Aníbal a

abrirem uma empresa de comércio, com o ramo de cereais em geral e

materiais para construção.

Em 17 de agosto de 1971 foi feita a primeira alteração contratual, foi

alterada a razão social para Cermaco Cerealista, Madeireira de Material de

Construção Ltda. e registrado o aumento do capital social para CR$

250.000,00.

Com necessidade de expandir os negócios e reduzir impostos, a

empresa abriu a filial em 10 de fevereiro de 1972, na cidade de Apucarana, no

estado do Paraná, estabelecida na Rua Esmeralda, nº. 250, com o capital de

CR$ 1.000,00, com a gerência pelo sócio Sr. Amílcar Tobias.

Pelo fato dos negócios serem familiar, foi admitida no quadro societário

a esposa do Sr. Amílcar, Sra. Cacilda Rondelli Tobias casaram no dia 17 de

dezembro de 1967, no Cartório de Registro Civil da Comarca de Itápolis, com o

regime de comunhão de bens, tendo duas filhas, Ana Beatriz Rondelli Tobias

nascida em Lins no estado de São Paulo no dia 13 de fevereiro de 1969 e

Cristiane Rondelli Tobias nascida em Itápolis no estado de São Paulo no dia 1º

de setembro de 1970.

Em 09 de março de 1972, ocorreu o aumento do capital para CR$

550.000,00 e dividiu-se as quotas nas seguintes proporções: Sr. Amílcar

91,25%, Sr. Aníbal 5% e Srª. Cacilda 3,75%.

Devido à expansão e necessidade do mercado, a empresa alterou seu

ramo de atividade para comercialização e representação sob comissões de

madeira bruta, serrada e beneficiada, arroz em casca, beneficiamento e

rebeneficiamento de arroz, materiais de construção em geral. Com isso,

aumentou o capital social passando para CR$ 2.100.000,00.

Em 17 de junho de 1975, o sócio Sr. Aníbal, possuidor de quotas na

sociedade, cede e transfere-as por doação à sua irmã Srª. Maria Lilá Tobias,

19

deixando de fazer parte da sociedade, mantendo, assim, a tradição familiar da

empresa, também ocorreu a elevação do capital social para CR$ 3.300.000,00.

Em 29 de junho 1983, são admitidas na sociedade as menores

impúberes Ana Beatriz Rondelli Tobias e Cristiane Rondelli Tobias, ambas

irmãs e filhas do casal Tobias, na qualidade de sócias cotistas sem poderes de

gerência, ficando as quotas divididas da seguinte forma: Sr. Amílcar, sócio

majoritário com 70%; Srª. Cacilda com 16,20%; Srª Maria Lilá, Ana Beatriz e

Cristiane, ambas com 4,6% do restante do capital social.

Sr. Amílcar, um empreendedor, com visão ampla de mercado, resolveu

no ano de 1968 incorporar ao contrato social da Cermaco a Transportadora

Linense Ltda., inscrita sob o CNPJ nº 51.663.854/0001-99. A incorporação

ocorreu devido à necessidade da prestação de serviço e distribuição de

mercadorias. A incorporação veio suprir a necessidade de um melhor

atendimento e eficiência nas entregas aos clientes, resultando em uma melhor

qualidade e rapidez nas entregas, satisfazendo ambas as partes.

A Transportadora encerrou suas atividades em 29 de dezembro de

1983, devido a inviabilidade econômica. No dia 16 de julho de 1987, foi

alterada a razão social passando a responder por Cermaco Material de

Construção Ltda., aumentando o capital social para CZ$ 7.500.000,00, ficando

as quotas divididas nas seguintes proporções: Sr. Amílcar corresponde a

76,31%; Srª. Cacilda 16,4%; Srª. Maria Lilá, Ana Beatriz e Cristiane, ambas

com 2,43% do restante do capital social. Retira-se da sociedade em 20 de

setembro de 2001, a Srª. Maria Lilá Tobias, Ana Beatriz Rondelli Tobias e

Cristiane Rondelli Tobias, todas cedendo e transferindo as quotas para os

sócios remanescentes ficando assim, divididas as quotas: Sr. Amílcar 90,49% e

Srª. Cacilda 9,51%, aumentando o capital para R$ 2.400.000,00.

Com o passar dos anos, foi se solidificando e ampliando cada vez mais

o portfólio de produtos de material de construção, fato este que fez com que

deixasse de atuar no segmento cerealista, alterando o ramo de atividade

passando a atuar a partir de setembro de 2001 como comércio varejista e

atacadista de material de construção em geral.

Em 07 de janeiro de 2004 ocorreu a última alteração contratual, com a

elevação do capital social para R$ 5.000.000,00, ficando as quotas divididas da

seguinte forma: Sr. Amílcar 95,43% e Srª. Cacilda 4,57%. A reformulação e

20

consolidação contratual da sociedade limitada, para adequar-se ao novo código

civil conforme Lei nº. 10.406/2002, a empresa atuará no mercado por prazo e

tempo indeterminado, sendo que sua administração e gerência serão de total

responsabilidade do sócio majoritário, Sr. Amílcar Tobias, na qual tem plenos

poderes na sociedade, podendo abrir filiais em qualquer território nacional

obedecendo às normas e disposições vigentes.

Conhecida pela honestidade e qualidade dos materiais que revende,

continua até hoje atuando fortemente no setor de construção, revendendo

materiais do básico ao acabamento, inclusive madeira aparelhada em

marcenaria própria.

É presidido pelo seu único sócio fundador e proprietário, Sr. Amilcar

Tobias, participando ativamente no mercado, fazendo parte, atualmente do

grupo Construoeste, que reúne 06 grandes lojas do mesmo segmento,

formando uma espécie de cooperativa de compras e troca de ideias,

informações e experiências.

Hoje, a Cermaco conta com um quadro de 40 funcionários, possui uma

extensa frota para entrega dos materiais e cartão próprio como diferencial de

seus concorrentes.

Fonte: Elaborado pelos autores (2009)

Figura 2: Foto atual da Cermaco Material de Construção Ltda.

21

A Cermaco continua em plena expansão e crescimento, buscando

sempre seu principal objetivo: a excelência no atendimento dos clientes,

honestidade, qualidade dos produtos que revende, tradição e a confiança que o

consumidor deposita na empresa, fazendo com que ela permaneça no

mercado, revendendo as grandes marcas do setor.

Cermaco há 40 anos servindo Lins e região, Cermaco, preço baixo é

nosso forte.

1.3 Descrição legal

Nome: Cermaco Material de Construção Ltda.

Localização: Avenida São Paulo, nº. 798

Cidade: Lins, estado de São Paulo, Bairro Junqueira

Fone: (14) 3533-8000

Tipo de Empresa: Ltda.

Regime de Apuração: Lucro Real

C.N.P.J: 51.654.648/0001-12

Inscrição Estadual: 419.004.627.112

Tipo de Atividade: Comércio Varejista

Setor em que opera: Comércio Varejista de Material de Construção

1.4. Missão, Visão e Valores

A empresa tem a missão de comercializar produtos e serviços, gerando

empregos, impostos, lucros e desenvolvimento pessoal.

Oferece à população de Lins e região comodidade e qualidade,

buscando sempre se adaptar às expectativas dos clientes e garantir sua

satisfação, valorizando esta relação com os clientes, parceiros e

colaboradores, preservando sua longevidade.

22

A empresa tem como visão fixar seus objetivos em satisfazer a

necessidade de todos os públicos envolvidos, tendo como valores trabalhar

com transparência, comprometimento, humildade, responsabilidade e

profissionalismo.

1.5 Objetivo

Negocia seus produtos e serviços com ética e agilidade, para que

chegue ao consumidor com melhor preço possível, atendendo sua

necessidade, gerando uma relação de confiança e credibilidade, onde ambas

as partes tenham um retorno satisfatório e favorável.

1.6 Clientes

Todos os clientes e compradores observam o desempenho do produto

com relação ao valor relativo às expectativas do comprador. Se o desempenho

faz jus às expectativas, o comprador fica satisfeito. Excedem-se as

expectativas, ele fica encantado. Clientes satisfeitos repetem suas compras e

falam aos outros sobre suas boas experiências com o produto.

A chave é equilibrar as expectativas do cliente com o desempenho da

empresa. As empresas inteligentes têm como meta encantar os clientes,

prometendo somente o que podem oferecer. É imprescindível que as empresas

compreendam que o cliente insatisfeito espalha informações negativas e, desta

maneira, a imagem da organização fica prejudicada, por este motivo, as

empresas têm que trabalhar e oferecer uma atenção redobrada para este tipo

de cliente, onde a satisfação do cliente é um importante instrumento de

marketing, que pode ser usado pelos administradores como forma de tornar

mais competitiva a empresa no mercado.

A satisfação dos clientes é uma forma de a empresa manter-se no

mercado, a partir da conquista e fidelização de seus parceiros comerciais, por

23

isto, nos dias atuais, as organizações investem e têm uma atenção privilegiada

para cada cliente, consequentemente conquistando um maior mix de clientes.

A conquista dos clientes é alcançada a partir de diversas ações que as

empresas precisam executar, assim, oferecer produtos e serviços de

qualidade, além de preços e prazos, que são alguns pontos que podem

influenciar na satisfação.

A localização da Cermaco proporciona a seus clientes um maior

conforto, desde estacionamento próprio, atendimento na loja, cafezinho para o

networking, lugares propícios para carregamento e descarregamento de

mercadoria para os clientes, facilitando e agilizando o processo de pós-venda.

Os produtos são todos estocados e armazenados em lugar apropriado,

para facilitar seu manuseio, procurando não interferir na qualidade e

integridade do produto. A Cermaco também trabalha com produtos reservados

e sob encomenda, oferecendo uma maior comodidade aos seus clientes,

colocando vários produtos para exposição e demonstração, criando aliança

com fornecedores e com o grupo Construoeste para obter marcas exclusivas,

manter o diferencial dos concorrentes.

A Cermaco trabalha com ampla gama de mercadorias, possuindo

funcionários qualificados para atender todos os tipos de pessoas, de uma

melhor forma que os clientes fiquem à vontade e satisfeitos com o atendimento.

1.7 Concorrentes

O mercado cada vez mais competitivo leva as empresas de materiais de

construção a investirem fortemente em equipamentos, tecnologias e, em

especial, no treinamento e desenvolvimento de pessoas. Os layouts das lojas e

equipamentos de exposição dos produtos refletem anos de estudos e

aperfeiçoamento.

Os produtos são expostos estrategicamente, por meio de show room,

prateleiras, gabinetes, bancadas, posicionados como se estivesse na casa do

comprador. Todo este processo serve para atrair a atenção e a curiosidade das

24

pessoas que circulam pela loja, onde os materiais expostos, de forma

adequada, conseguem valorizar, agregar valor e realçar suas qualidades.

Atender e superar as exigências do consumidor e fazer frente à ação do

concorrente são grandes alavancas para evolução de qualquer atividade, assim

tem sido para Cermaco Material de Construção Ltda.

No mercado cada vez mais exigente tem-se que estar atento a atender,

interpretar e satisfazer as necessidades de cada cliente.

Seus concorrentes locais e diretos são empresas tradicionais, como:

Madeireira Linense, Promipiso, Construcenter Felix, Silva Material de

Construção, Madeireira Martinez, estabelecida em Cafelândia, Casa Sol,

estabelecida em Marília e Bauru. Além destas empresas, existem as pequenas

empresas com o mesmo ramo de atividade localizadas nos bairros da cidade

de Lins.

1.8 Fornecedores

Os fornecedores da Cermaco necessitam de um cadastro na empresa e

são escolhidos pelos serviços prestados, prazos de pagamento e entrega de

mercadorias, além da disponibilidade de troca, assistência técnica, entregas

urgentes e bonificações.

O fator que mais pesa na decisão da escolha de um fornecedor é o mix

de produto. É fundamental o compromisso de oferecer produtos de primeira

linha e de alta qualidade aos clientes.

Para garantir o êxito deste compromisso, os serviços dos departamentos

internos e de nossos fornecedores externos devem estar alinhados como um

conjunto de engrenagens adequadamente montadas. Por isto, é desenvolvida

uma organização de compras inteligente, eficiente e com colaboradores

altamente capacitados e motivados.

Além disto, a Cermaco trabalha com marcas exclusivas em Lins, tais

como:

25

PortoBello, Gyotoku, Incepa, Lanzi, Batistela, Mosarte, Jatobá, DI

CASA, Atlas, ColorMix, Lume, PortoDesign, Amazonika, Via Rosa , Ceusa,

Gardênia e Mandala.

1.9 Produtos

Com as inovações e tendências de mercado, as empresas buscam

produtos de qualidade. Na Cermaco não é diferente, pois há busca de produtos

com qualidade, marcas de primeira linha, novidades, lançamentos, atrativos,

garantia e assistência técnica.

A Cermaco realiza acompanhamento com uma equipe especializada

com os clientes para detectar suas necessidades e produtos que deseja

adquirir, atendendo e satisfazendo suas expectativas.

Todos os produtos oferecidos são armazenados e entregues com

eficiência para que não venha interferir e prejudicar a qualidade do mesmo.

Os profissionais da empresa são capacitados e treinados para atender e

conhecer do ramo e dos produtos, trabalhando com alguns materiais expostos

em demonstração por meio de show room para facilitar a visualização de cores

e pigmentos, assimilando como ficaria instalado no estabelecimento.

São verificados e acompanhados os giros dos produtos para constatar a

preferência e a necessidade do mercado para garantir a satisfação e fidelidade

do cliente.

1.10 Marketing, Propaganda e Promoções

São ferramentas eficientes para atrair os consumidores à loja e para

motivá-los a comprar mais. Porém, a propaganda e a promoção devem buscar

a máxima eficiência. Uma boa propaganda reflete a imagem da empresa e, ao

mesmo tempo, atrai clientes, cujo perfil deve conhecer de antemão. O sucesso

da Cermaco está associado diretamente à estratégia de marketing que adota.

26

Esta característica focada nos processos contínuos de melhorias faz com que a

empresa se organize e consiga atingir suas metas e objetivos com eficácia.

A promoção de vendas procura estimular o desejo de compra através da

valorização de atributos da mercadoria ou da oferta de vantagens ou benefícios

adicionais do produto.

A Cermaco trabalha com vários tipos de promoções e atrativos para

buscar novos clientes e introduzir o seu nome no mercado competitivo. São

realizados feirões, com: preços acessíveis, facilidade de pagamento e

negociação, queima de estoque e liquidação para desovar o estoque,

otimizando o físico e, consequentemente, aumentando a receita da empresa.

Também são feitos brindes e prêmios para conquistar a fidelidade do cliente.

As propagandas e Marketing da empresa são realizados na cidade de

Lins e em toda região, através de meios de comunicações: jornais, rádio, carro

de som, panfletos, banners, faixas, mala direta e site próprio. Todas estas

ferramentas auxiliam e atraem novos públicos para compras. Este processo é

realizado através de parcerias com fornecedores e empresa parceira do

mesmo ramo.

Estas atividades têm como objetivo uma combinação entre propaganda

e promoção, procurando atrair e conquistar o público para a loja,

principalmente com a propaganda, incentivá-lo à compra, por meio da

promoção.

Toda a expansão e conquista que a empresa supera dentro do mercado

concorrente, tem como principal objetivo: ampliar, inventar e reinventar

processos de melhorias, conseguindo realizar e fazer um diagnóstico dos

pontos fortes e fracos que precisam ser aproveitados e aprimorados pela

organização, a fim de criar uma estratégia para obter melhores: produtos,

serviços e atendimentos.

Com todos os detalhes e benefícios que a Cermaco proporciona, ela

firma-se no mercado, onde depara-se com clientes cada vez mais exigentes e

com a crise mundial. Diante disto, tem que estar cada vez mais sólida e

fortalecida, com propaganda, promoção e marketing, proporcionando à

empresa uma visão de mercado para prevenir-se e traçar estrategicamente o

plano de negócio para assumir riscos calculados e conseguir êxito no mercado.

27

1.11 Organograma Funcional

Fonte: Elaborado pelos autores (2009)

Figura 3: Organograma Funcional da Cermaco Material de Construção Ltda.

1.12 Departamentos

Os departamentos da Cermaco são divididos da seguinte forma:

a) diretoria: é responsabilidade dos sócios, onde são tomadas todas as

decisões importantes que envolvem a empresa e todos os resultados

de cada setor;

b) gerência administrativa: este departamento é ligado diretamente à

superintendência e diretoria, é responsável pelas atividades e

processos burocráticos da empresa. Auxiliando e dando suporte a

todos os outros setores e departamentos da Cermaco, faz

acompanhamento de todas as vendas, desde aprovação de crédito,

PRESIDENTE

CONTADOR

GERENTE

FINANCEIRO

CAIXA

CREDIÁRIO

VENDAS CONTAS A PAGAR

CONTAS A RECEBER

RECURSOS

HUMANOS

FISCAL

MARCENARIA

ENTREGAS

GERÊNCIA

ADMINISTRATIVA

ALMOXARIFE

FATURAMENTO INFORMÁTICA

COMPRAS

28

passa pelo desconto e vai até a venda final, relacionando-se com

fornecedores e cliente;

c) contabilidade: o contador da empresa cuida, juntamente com o

departamento administrativo, de todas as elaborações de contratos,

livros fiscais, apuração de impostos, demonstração de resultado do

exercício, balanço patrimonial e todas as anotações legais. Enviando

ao departamento de marketing para as devidas publicações nos

meios de comunicações;

d) recursos humanos e departamento pessoal: contratação, demissão de

todos profissionais, folha de pagamento, férias, controle de ponto e

todas rotinas trabalhistas, é responsável por todos os benefícios dos

funcionários que trabalham na empresa direta ou indiretamente;

e) fiscal: é responsável pelo registro de notas fiscais de entrada e saída,

conferência das mesmas e apuração de impostos relativos ao regime

competente, mantendo-se atualizado constantemente com as

mudanças que ocorrem na legislação;

f) compras: responsável pela realização das compras de todos

produtos, buscando sempre obter o melhor preço e qualidade nas

mercadorias;

g) vendas: é o setor responsável em gerar receitas para a empresa,

contando com uma equipe de vendedores ágil e comprometidos em

vender com eficiência;

h) financeiro: setor responsável em controlar contas a receber e a pagar,

conferência e controle do caixa e aprovação de crediário, mantendo

contatos com fornecedores, bancos e clientes;

i) informática: responsável em efetuar todo suporte técnico nas

máquinas, auxiliar no manuseio do software, cuidar de todo o tipo de

informação da internet, tais como; site, domínios, e-mail, e todas as

manutenções dos computadores da empresa, ou seja, tudo que diz

respeito à área de informática;

j) telefonia: conta com telefonista, para atender, transferir e fazer

ligações, e agendar futuras reuniões;

k) estoque: responsável pela armazenagem, acomodação, organização

e distribuição de todos os produtos, buscando atender de forma

29

eficiente, com qualidade de serviço a todos os clientes. Conta com o

gestor de estoque para liderar toda a equipe do almoxarifado,

faturamento, motorista e ajudantes;

l) marcenaria: conta com excelentes profissionais experientes em

madeira, para cortes, aparelhagem e batentes e tem responsabilidade

em armazenar as madeiras e similares;

1.13 Setores

A Cermaco apresenta um mix de produtos de materiais de construção

em geral, diferenciados por cores, tonalidade, tamanhos e formatos, indo desde

o básico até o acabamento. Trabalha com cerca de 3500 itens, que são

divididos por setores:

a) estoque 1 (galpão de piso): são armazenados os pisos,

revestimentos, esquadrilhas metálicas, janelas, portas, compensados,

maderites, eucatex, cimento, cal e argamassa. Estes produtos são

armazenados adequadamente para facilitar seu manuseio na hora do

carregamento;

b) estoque 2 (galpão de canos): são armazenados canos de policloreto

de vinil (PVC), tubos galvanizados, material para instalação hidráulica,

gabinetes e armários para cozinhas e banheiros;

c) estoque 3 (estoque central): são armazenadas as peças pequenas de

fácil acesso e com alto giro, como: cotovelos, conexões, fechaduras,

dobradiças, pregos, parafusos, porcas, tintas, massa corrida,

chuveiros, rolos, pincéis, louças, faixinhas, pias, lixas, entre outros;

d) estoque 4 (pátio): são armazenados todos os materiais que não

necessitam de cuidado especial para armazenagem, como: blocos,

telhas do tipo romana e tipo brasilit, cumeeiras, ferros e tanques. No

referido pátio contém uma bomba de diesel própria para

abastecimento da frota;

30

e) estoque 5 (marcenaria): são armazenados todos os tipos de madeira

e as caixas d’água, onde são confeccionados os batentes,

aparelhagem e cortes de madeira;

f) oficina: onde são feitos os reparos, pequenas manutenções e lavagem

da frota da empresa;

g) loja: setor que acomoda os vendedores, parte financeira, gerência,

telefonista, setor de compras e diretoria. Tal espaço é equipado

adequadamente à necessidade do colaborador.

Na loja existem mostruários e exposição dos produtos denominados

show room, para facilitar as vendas.

Funciona de maneira estratégia para obter uma melhor visualização dos

produtos para os clientes.

1.14 Definição de Cargos e Funções

A descrição de cargos e funções é importante para a Cermaco. Não

pode ter erros ou causar dupla interpretação. Ou seja, a função de cada

colaborador deve se expressa de maneira objetiva, onde todos devem

respeitar. Além disto, é um instrumento que será usado em vários trabalhos da

empresa, desde recrutamento de pessoal até análise do quadro de distribuição

do trabalho.

Os cargos e funções são muito importantes para a Cermaco para a

divisão, separação, ocupação de cargos, funções e tarefas designadas a cada

funcionário competente ao seu setor. Na Cermaco, o cargo significa relacionar

o que o ocupante desempenha dentro da empresa e sob as condições que são

executadas, onde é intitulado normalmente para indicar a posição hierárquica

que uma pessoa ocupa na Cermaco e o conjunto de atribuições a ela

destinada.

A função é utilizada normalmente para indicar o conjunto de tarefas

desempenhado por uma ou mais pessoas, servindo como base para a

departamentalização.

31

O trabalho da maioria das pessoas hoje exige que elas dedicam o que fazer em uma situação em vez de simplesmente evocar uma rotina pré-estabelecida. Elas têm que resolver problemas, tomar decisões, planejar linhas de ação, alocar recursos e não raramente, desenhar seus próprios métodos de trabalho, técnicas e ferramentas.(MILKOVICK; BOUDREAU; 2000, p.82).

Conforme a Cermaco (2009), as vantagens da definição de cargos e

funções são:

a) define claramente as atribuições de cada um;

b) elimina ansiedade ou expectativa nos empregados por não saberem o

que se espera deles;

c) fornece base para melhorar seleção de pessoal;

d) facilita a definição da necessidade de treinamento;

e) funcionabilidade do organograma;

f) fornece subsídios para o plano de carreira;

g) estabelece as relações normais de trabalho;

h) define parâmetros para avaliação de desempenho e promoções,

indicando o sentido e direção a tomar.

Na elaboração da descrição de cargos e funções, nunca se deve omitir

informações aos clientes internos e externos da instituição.

1.15 Descrição de Cargos

A Cermaco valoriza a descrição de cargos, pois está relacionada à área

de recursos humanos, cujas informações precisam estar acessíveis em

documentos a todos os interessados, de forma padronizada. A descrição de

cargos é o registro das funções, tarefas e responsabilidades que normalmente

são atribuídas a uma ou mais pessoas.

Segundo Milkovich e Boudreau (2000), este documento é a descrição da

função. As descrições típicas contêm três seções que as identificam, definem e

descrevem:

a) identificação: a primeira seção pode conter o nome da função, o

número de funcionários que a realiza, onde está localizada

32

(departamento, unidade) e seu código, caso seja usado. Seu

propósito é identificar claramente a função e distingui-la de outras

com nomes ou tarefas semelhantes;

b) definição: a segunda seção reflete o propósito da função, porque ela

existe e se encaixa com as demais, com a organização e seus

objetivos gerais. Pode-se também incluir aqui o que é considerado

com seu desempenho satisfatório. A intenção é obter um retrato vivido

da tarefa;

c) descrição: a terceira seção é uma elaboração dos itens da descrição

ou sumário. Ela mostra as principais responsabilidades desta função,

o trabalho específico realizado, o quanto é supervisionada e quais os

controles que limitam a ação daquele que a desempenha.

1.16 Sistema de Informação e Tecnologia de Informação

Todas as empresas possuem diferentes maneiras de gerenciar e

administrar os processos em qualquer área ou nível hierárquico, assim, a

tecnologia vem para se adequar às necessidades da instituição. Com a

mudança contínua no mercado e o avanço ininterrupto da tecnologia, as

empresas devem se moldar com as exigências do mercado global e utilizar

ferramentas para corrigirem suas necessidades e cultura administrativa,

sempre considerando a atividade da instituição e seus objetivos.

A Tecnologia da Informação visa reinventar processos, facilitar a

comunicação, aperfeiçoar a produção, reduzir custos, integrar e compartilhar

informações a toda instituição. Com isto, a empresa utiliza o sistema de

informação para suprir suas necessidades, integrar e interagir todos os setores

com os seguintes processos: fornecedores, entradas, processos internos,

saídas, clientes e feedback.

33

Fonte: Elaborado pelos autores (2009)

Figura 4: Processos da empresa

Estando a empresa passando por uma constante evolução tecnológica

e, principalmente, em expansão de atuação no mercado, ela planeja novas

estratégias para melhor controle interno e eficiência nos processos, com o

auxílio do sistema.

O Microuniverso é o software particular da Cermaco, que serve para

integrar informações divididas por níveis de participação do colaborador e

responsabilidades, com o objetivo de manter integridade e segurança de dados

à responsabilidade do usuário cliente.

O software Microuniverso concentra informações mantendo sigilo e são

distribuídas responsabilidades aos colaboradores e diretores. O sistema

otimiza tempo de execução e realização do processo, reduzindo custos.

Trabalha com aproximadamente 30 usuários simultaneamente com banco de

dados de linguagem de consulta estruturada (SQL) em servidor Windows.

O software opera nos setores de vendas, crediário, check out,

fechamento e fluxo de caixa, expedição, estoque, compras, faturamento,

contas a receber, contas a pagar, tesouraria, contabilidade, gerenciamento de

custos e receitas, boletins internos e livros fiscais. O software Microuniverso é

uma nova modelagem de tecnologia de informações da Cermaco onde deve

ser bem analisada e planejada, pois funciona como um motor, dando

MATERIAIS DE

CONSTRUÇÃO E

MADEIRAS

F

O

R

N

E

C

E

D

O

R

E

S

C L I E N T E S

ARMAZENAGEM SHOW ROOM

ATEDIMENTO AO CLIENTE

COLABORADOR ORÇAMENTOS

CREDIÁRIO

APROVAÇÃO DE

CRÉDITO E

PAGAMENTO

VENDAS

ENTREGAS

SATISFAÇÃO DOS CLIENTES, COLABORADORES E DIRETORES

FEEDBACK

ENTRADAS SAÍDAS

PROCESSOS INTERNOS

34

sustentabilidade em decisões e mudando totalmente a maneira da empresa

trabalhar.

Fonte: Elaborado pelos autores (2009)

Figura 5: Software Microuniverso

35

CAPÍTULO II

GESTÃO DE ESTOQUES

2 ESTOQUE

Tófoli (2008) representa a quantidade de bens físicos que são mantidos

à espera da venda (ou da produção), por um determinado tempo. São

considerados como bens em estoques: as matérias-primas, os produtos semi-

acabados, os produtos acabados e as mercadorias compradas de terceiros.

Os estoques são os materiais que não são utilizados em determinado

momento, mas que existem em função de futuras necessidades. Logo, estocar

é reservar os produtos ou mercadorias para utilização futura.

Estoque é como a acumulação armazenada de recursos materiais em

um sistema de transformação. Algumas vezes o estoque também é usado para

descrever qualquer recurso armazenado. Todavia, apesar destes recursos de

transformação ser, tecnicamente, considerados como estoque, não são obtidos

sempre que um consumidor faz uma solicitação, eles não são o que

normalmente se quer dizer com o termo estoque. (CHAMBERS; JOHNSTON;

SLACK, 2002)

2.1. Gestão de estoque

Vendrame (2008) define que a gestão de estoque constitui uma série de

ações que permite ao administrador verificar se os estoques estão sendo bem

utilizados, bem localizados, bem manuseados e bem controlados pelos setores

que os utilizam.

Conforme Vendrame (2008), a gestão de estoque é, basicamente, o ato

de gerir recursos ociosos possuidores de valor econômico e destinado ao

suprimento das necessidades futuras de material numa organização.

36

A gestão de estoque busca, portanto, numa primeira abordagem, manter

os recursos ociosos expressos pelo inventário em constante equilíbrio em

relação a um bom nível econômico dos investimentos. Pode ser entendido

ainda, como certa quantidade de itens mantidos em disponibilidade constante,

renovados, permanentemente, a fim de produzir lucros e serviços.

2.2 Função do estoque

Os estoques constituem um vínculo entre as etapas do processo de

compra e venda no processo de comercialização em empresas comercias e

entre as etapas de compra, transformação e venda no processo de produção

em empresas industriais. Em qualquer ponto do processo formado por estas

etapas, os estoques desempenham um papel importante na flexibilidade

operacional da empresa. Funcionam como amortecedores das entradas e

saídas entre as duas etapas dos processos de comercialização e de produção,

pois minimizam os efeitos de erros de planejamento e as oscilações

inesperadas de oferta e procura, ao mesmo tempo em que isolam ou diminuem

as interdependências das diversas partes da organização empresarial.

Segundo Vendrame (2008), as principais funções do estoque são:

a) garantir o abastecimento de materiais à empresa, neutralizando os

efeitos de:

- demora ou atraso no fornecimento de materiais;

- sazonalidade no suprimento;

- riscos de dificuldade no fornecimento.

b) Proporcionar economias de escala:

- através da compra ou produção em lotes econômicos;

- pela flexibilidade do processo produtivo;

- pela rapidez e eficiência no atendimento às necessidades.

2.3 Tipos de estoque

37

Conforme Tófoli (2008), a determinação dos níveis de estoque na fase

do planejamento consiste basicamente na fixação do estoque mínimo, estoque

de segurança, do lote de suprimento e do estoque máximo.

2.3.1 Estoque Mínimo

O estoque mínimo também é conhecido como Ponto de Pedido, é a

quantidade de itens estocados a partir das quais são efetuados os pedidos de

reposição. São fundamentais: o estoque de segurança, o tempo de entrega e o

consumo diário.

Os Pontos de Pedidos, isto é, os pedidos de compra de materiais devem

ser emitidos quando as quantidades estocadas atingirem níveis suficientes

apenas para cobrir os estoques de segurança (reserva) fixados e os consumos

(ou vendas) previstos para os períodos correspondentes aos prazos de entrega

dos fornecedores.

Conforme Tófoli (2008), a fórmula para o estoque mínimo é:

Emi = ER + PE x C

Onde:

Emi: Estoque Mínimo

ER= Estoque de Reserva ou de Segurança

PE= Prazo de Entrega

C= Consumo Médio Diário

2.3.2 Estoque de Segurança ou de Reserva

O consumo médio mensal dos itens de estoque e o tempo de reposição

variam muito, de item para item ou de uma época para outra, levando as

empresas a manterem os estoques de segurança.

38

O estoque de segurança é um amortecedor destinado a minorar os

efeitos de variações, do consumo médio mensal, do tempo de reposição ou de

ambos, de forma conjunta.

A determinação de seu nível deve receber planejamento criterioso, pois

é responsável pela imobilização de capital em estoque. Esta ação concentra-se

em determinar uma reserva de estoque que equilibre tanto os custos de

oportunidade das possíveis faltas de estoque como os custos de estocagens

de maiores quantidades de materiais no almoxarifado. Tem como objetivo

compensar as incertezas inerentes ao fornecimento e a demanda e permite

manter um fluxo regular de produção.

Conforme Tófoli (2008), a fórmula para o Estoque de Segurança é:

ES = (c x ape) + ac (pe + ape)

Onde:

ES: Estoque de Segurança

c: Consumo Diário

ape: Atraso no prazo de entrega

ac: Aumento no consumo diário

pe: Prazo de entrega pelo fornecedor

2.3.3 Estoque Máximo

O estoque máximo é igual à soma do estoque de segurança mais o lote

de suprimento, seja ele o lote econômico ou não. Sofrem limitações de ordem

física, manuseio, custos, inventários e riscos. Como os componentes deste tipo

de estoque é o suprimento, o estoque de reserva variará todas as vezes que

um ou outro ou ambos variarem.

Conforme Tófoli (2008), a fórmula para o Estoque Máximo é:

Emax = ES + Lote de Suprimento

Onde:

Emax: Estoque Máximo

ES: Estoque de Segurança

Lote de Suprimento

39

2.3.4 Estoque de Antecipação

O estoque de antecipação pode ser usado para compensar diferenças

de ritmo de fornecimento e demanda. É mais comumente usado quando as

flutuações de demanda são significativas, mas, relativamente previsíveis. Ele

também pode ser usado quando as variações de fornecimento são

significativas.

2.3.5 Estoque de Ciclo

Ocorre quando um ou mais estágios na operação não podem oferecer,

simultaneamente, todos os itens que produzem.

2.4 Classificação dos Estoques

Estoque é a composição de materiais em processamento, semi-

acabados ou acabados, que não são utilizados em determinado momento na

empresa, mas que precisa existir em função de futuras necessidades. Ele

constitui todo o sortimento de materiais que a empresa possui e utiliza no

processo de produção de seus produtos ou serviços ou podem ser entendidos,

ainda, como certa quantidade de itens mantidos em disponibilidade constante e

renovados, permanentemente, para produzir lucros e serviços. Vendrame

(2008), classifica os estoques da seguinte forma:

2.4.1 Estoques de Matérias-Primas (MPs)

Os estoques de MPs constituem os insumos e materiais básicos que

40

ingressam no processo produtivo da empresa. São os itens iniciais para a

produção dos produtos ou serviços da empresa.

2.4.2 Estoques de Materiais em Processamento ou em Vias

Também denominados materiais em vias, são constituídos de matérias

que estão sendo processados ao longo de diversas seções que compõem o

processo produtivo da empresa. Não estão nem no almoxarifado, por não

serem mais matérias primas iniciais (MPs) e nem no depósito, por ainda não

serem produtos acabados (Pas). Mais adiante, eles serão transformados em

produtos acabados.

2.4.3 Estoques de Materiais Semi-acabados

Referem-se aos materiais parcialmente acabados, cujo processamento

está em algum estágio intermediário de acabamento e que se encontram

também ao longo das diversas seções que compõem o processo produtivo.

Diferem dos materiais em processamento pelo seu estágio mais

avançado, pois se encontram quase acabados, faltando apenas mais algumas

etapas do processo produtivo para se transformarem em materiais acabados

ou em produtos acabados.

2.4.4 Estoques de Materiais Acabados ou Componentes

Referem-se a peças isoladas ou componentes já acabados e prontos

para serem anexados ao produto. São, na realidade, partes prontas ou

montadas que, quando juntadas, constituirão o produto acabado (PA).

41

2.4.5 Estoque de Produtos Acabados (Pas)

Referem aos produtos já prontos e acabados, cujo processamento foi

completado inteiramente. Constitui o estágio final do processo produtivo e já

passaram por todas as fases, como: matéria-prima (MP), materiais em

processamentos, materiais semi-acabados, materiais acabados e produtos

acabados.

2.5 Custos do estoque

Os pedidos domiciliares, no caso do estoque, aplicam-se igualmente aos

comerciais. O setor de produção é o responsável pela análise de custos na

compra de materiais sendo, fator determinante para a tomada de decisões.

Devem-se considerar fatores determinantes, pois em alguns casos os valores

financeiros podem ser relevantes. Conforme Chambers; Johnston; Slack

(2002), os tipos de custos de estoque variam em:

a) custo de alocação do pedido: é quando um pedido é colocado para

reabastecer estoque. São necessárias algumas transações que

representam custos para a empresa. Estas incluem as tarefas de

escritório de preparo do pedido e de toda a documentação associada.

O arranjo para que se faça a entrega, e para pagar o fornecedor pela

entrega e os custos gerais para manter todas as informações, ou seja,

inclui todos os custos associados à emissão ou ao recebimento de um

pedido. O custo de alocação do pedido é muitas vezes uma nova

função de valor zero quando o recurso não é totalmente utilizado, mas

assume um grande valor quando o recurso é esgotado. Neste ponto,

o custo de pedido é o custo do recurso adicional exigido;

b) custos de desconto de preços: ocorre na maioria das indústrias,

quando os fornecedores oferecem descontos sobre o preço normal de

compra para grandes quantidades; alternativamente, eles podem

impor custos extras para pequenos pedidos;

42

c) custos de falta de estoque: ocorre quando o pedido de compra é feito

de forma incorreta. Neste caso, haverá custos incorridos pela falha no

fornecimento aos clientes consumidores. Se eles forem externos,

poderão trocar de fornecedor; se forem internos, a falta estoque pode

levar a um tempo ocioso no processo seguinte, ineficiência e,

fatalmente, outra vez será refletido nos consumidores, clientes

externos;

d) custos de capital de giro: o pedido de reabastecimento gera,

naturalmente, a demanda de pagamento dos bens aos fornecedores.

Haverá provavelmente um lapso de tempo entre pagar os

fornecedores e receber pagamento dos consumidores. Durante este

tempo, deve-se ter fundos para manter os estoques, que também é

chamado de capital de giro, sendo necessário para girar o estoque.

Os custos associados a ele são os juros pagos ao banco ou os custos

de oportunidade de não se investir;

e) custos de obsolescência ou sucateamento: estima a taxa em que o

valor do produto armazenado cai, tanto porque o valor de mercado do

produto cai, isto ocorre porque a qualidade do produto é deteriorada.

Este custo pode variar drasticamente as taxas por milhares de pontos

porcentuais para virtualmente zero, dependendo do tipo de produto

que está sendo estocado. Se a administração da empresa envolve

pedidos de grande quantidade, significa que os itens estocados

podem permanecer muito tempo armazenados, existindo o risco de

que estes itens possam tornar-se obsoletos ou deteriorar-se com o

tempo;

f) custos de armazenagem: são os custos associados à armazenagem

física dos bens. Locação, climatização e iluminação do armazém

podem ser caros, especialmente quando são requeridas condições

especiais como baixa temperatura ou armazenagem de alta

segurança. O custo de armazenagem deveria incluir apenas os custos

de recebimento e estocagem, que variam de acordo com o volume do

produto recebido. Estes, depende do volume, que é geralmente

pequeno e muitas vezes o custo real não é modificado se o volume

varia dentro de certo intervalo;

43

g) custo de ocupação: é causado por mudanças no estoque cíclico. As

empresas, muitas vezes, alugam ou compram uma porção fixa de

espaço, desde que, uma operação marginal no estoque cíclico não

altere as exigências de espaço. Os custos de ocupação ou espaço,

frequentemente tomam a forma de uma nova função com o aumento

repentino no custo. Quando a capacidade é totalmente utilizada em

um novo espaço, precisa ser adquirido;

h) custo de ineficiência da produção: conforme a filosofia Just in Time,

altos níveis de estoque impedem de ver a completa extensão dos

problemas dentro da produção, dificultando a análise de falhas e,

ainda, aumentando os custos na armazenagem de itens em espera;

i) custos diversos: O componente final do custo de manutenção de

estoque refere-se a outros custos relativamente pequenos, incluindo:

roubos, segurança, danos, impostos e custos adicionais de seguro

que podem vir a ser contraídos. Novamente é importante estimar a

mudança marginal nestes custos quando há alteração do estoque

cíclico.

Podem-se dividir todos estes custos associados com estoques em

categorias. As primeiras três categorias são custos que usualmente decrescem

à medida que o tamanho do pedido é elevado. As outras categorias de custos

usualmente crescem à medida que o tamanho do pedido é elevado.

2.6 Importância do estoque

Nos diversos tipos de operações, o estoque surge porque as taxas de

fornecimento nem sempre coincidem com as taxas de demanda. Portanto, os

estoques são necessários para conciliar as diferenças entre fornecimento e

demanda.

O estoque é importante para que não ocorram interrupções ocasionais e

não esperadas no fornecimento ou demanda (estoque de segurança). Outro

importante fator é saber lidar com a inabilidade de fabricar todos os produtos

simultaneamente (estoque de ciclo), as flutuações conhecidas no fornecimento

44

ou demanda (estoque de antecipação) e com os tempos de transporte na rede

de suprimentos (estoque no canal de distribuição). (CHAMBERS; JOHNSTON;

SLACK, 2002)

2.7 Localização do estoque

Segundo Chambers; Johnston; Slack (2002), a localização do estoque é

o processo de determinar o local geográfico para as operações de uma

empresa. Os principais fatores a serem considerados na localização do

estoque são: proximidade a clientes e fornecedores e custos de mão-de-obra e

transporte. Os gerentes, geralmente, podem desprezar os fatores que não

atendem a pelo menos uma das duas condições.

Conforme Chambers; Johnston; Slack (2002), os gerentes podem

classificar os fatores de localização como principais ou secundários. Fatores

principais são aqueles originados das prioridades competitivas (custo,

qualidade, tempo e flexibilidade) e possuem um impacto particularmente forte

sobre as vendas ou custos. Os fatores secundários também são importantes,

mas a administração pode atribuir menor importância ou mesmo desprezar

outros fatores, se forem mais importantes.

De acordo com Chambers; Johnston; Slack (2002), a missão dos

gestores de uma organização é maximizar o retorno dos recursos investidos e,

para isto, é fundamental atender às necessidades dos clientes de forma menos

dispendiosa possível.

2.8 Redução do estoque

Segundo Alt; Martins (2003), a tentativa constante e incansável dos

gerentes em reduzir os estoques, seja de matéria-prima, de produtos em

processos ou de produtos acabados, tem levado ao desenvolvimento de

técnicas de administração e até mesmo às novas filosofias gerenciais.

45

O fato de considerar o estoque como um desperdício, levou os

japoneses a desenvolverem as técnicas de Just-in-Time com a utilização de

cartões Kanban. As aplicações do Just-in-Time são tão amplas e importantes

que acabaram tornando-se uma filosofia gerencial.

No outro extremo da cadeia produtiva estão os estoques de produtos

acabados. Para diminuí-los ao máximo, a empresa deve contar com o

esquema de distribuição altamente eficaz que é um dos objetivos da logística

empresarial. Dentro do processo produtivo, os estoques em processos podem

ser reduzidos com a utilização de células de manufatura, produção

sincronizada e teoria das restrições.

2.9 Giro do Estoque

Conforme Tófoli (2008), giro de estoque é a relação entre o consumo do

período e o estoque médio.

O giro de estoque mede quantas vezes, por unidade de tempo, o

estoque se renovou ou girou. É um dos indicadores de atividade da empresa

que expressa com que velocidade ela é capaz de girar seus estoques durante

um ano.

O indicador é calculado a partir do quociente entre o custo de

mercadorias vendidas e o valor do estoque médio da empresa. Em geral, o

melhor é que uma empresa tenha um alto giro de estoque, pois isto pode

significar maior volume de vendas.

2.10 Controle do estoque

Vendrame (2008) conceitua que o objetivo básico do controle de

estoques é evitar a falta de material sem que esta diligência resulte em

estoques excessivos às reais necessidades da empresa.

46

O controle de estoque procura manter os níveis estabelecidos em

equilíbrio com as necessidades de consumo, das vendas ou dos custos daí

decorrentes. Os níveis dos estoques estão sujeitos à velocidade da demanda.

Se a procura constante sobre o material for maior que o tempo de

ressuprimento, pode ocorrer a ruptura ou esvaziamento do estoque, com

prejuízos visíveis para produção, manutenção e vendas. Em contrapartida, se

não dimensionar as necessidades do estoque, poder-se-à chegar ao ponto de

excesso de material ou ao transbordamento de seus níveis em relação à

demanda real, com prejuízos para circulação de capital. Ou seja, o equilíbrio

entre a demanda e a obtenção de material é principal o objetivo do controle do

estoque.

Conforme Vendrame (2008), para organizar um setor de controle de

estoques, inicialmente deve-se descrever suas funções principais:

a) determinar “o que” deve permanecer em estoque. Número de itens;

b) determinar “quando” se deve reabastecer os estoques. Periodicidade;

c) determinar “quanto” de estoque será necessário para um período

predeterminado. Quantidade de compra;

d) acionar o departamento de compras para executar aquisição de

estoque;

e) receber, armazenar e atender os materiais estocados de acordo com

as necessidades;

f) controlar os estoques em termos de quantidade e valor e fornecer

informações sobre a posição do estoque;

g) manter inventários periódicos para avaliação das quantidades e

estados dos materiais estocados;

h) identificar e retirar do estoque os itens obsoletos e danificados.

O estoque pode ser avaliado por três métodos: Primeiro que entra,

primeiro que sai (PEPS); último que entra, primeiro que sai (UEPS) e Custo

médio.

PEPS é um processo que obedece à ordem das saídas pelo valor da

entrada. De acordo com Pozo (2007), este método é baseado na cronologia

das entradas e saídas. O procedimento de baixa dos itens de estoque é feito

para ordem de entrada do material na empresa, o primeiro que entrou será o

primeiro que sairá e, assim, utilizará seus valores na contabilização do estoque.

47

UEPS é o método que obedece ao processo de que o primeiro a sair

deverá ser o último que entrou no estoque. Estes processo facilita a

valorização do saldo estipulado pelo último preço e a contabilização dos

produtos para a definição de preços de venda, refletindo custos mais próximos

da realidade do mercado.

O Custo Médio é o método mais usado frequentemente, pois é o mais

simples e evita o excesso de preços nos produtos. As apuração do custo médio

é efetuada dividindo-se o custo total do estoque pelas unidades nele existente.

Assim, ele terá o valor médio entre as entradas e as saídas, ou seja, o valor

total dos produtos adquiridos é dividido pela quantidade existente de produtos,

obtendo, assim, o preço que será atribuído na venda.

O Custo médio é recalculado sempre que é feita uma entrada ou uma

saída do estoque.

2.11 Tempo de reposição

Conforme Luiz (2008), o tempo de reposição é uma das informações

básicas necessárias para se calcular o estoque mínimo. Consiste no tempo

gasto desde a averiguação de que o estoque necessita ser reposto até a

entrega efetiva do material. O tempo de pedido dividi-se em três partes:

emissão do pedido, preparação do pedido e transporte.

A emissão do Pedido é o tempo que leva desde a emissão do pedido de

compra até a chegada ao fornecedor. Quanto à preparação do pedido é o

tempo que leva o fornecedor para fabricar os produtos até deixá-los em

condições de serem transportados. Por fim, o Transporte é o tempo que leva

da saída do fornecedor até o recebimento de materiais pela a empresa.

O tempo de reposição é uma importante variante controlável, deve ser

cuidadosamente gerenciado, pois varia de acordo com a classificação ABC.

O gestor de estoque é quem responde pela migração de produtos, vai

determinar qual espaço que cada segmento vai ocupar, a quantidade, ele a

maneira de organizar e expor. Tudo isto baseado no fluxo médio e trabalhando

48

com margens de segurança para suprir possíveis variâncias, que podem

causar danos às vendas ou produção.

2.12 Curva ABC

A curva ABC surgiu na Itália e foi criado pelo economista Vilfredo Pareto.

A competitividade pode ser definida como capacidade de desenvolver e

sustentar vantagens competitivas que lhe permitem enfrentar a concorrência,

sendo condicionada por um amplo conjunto de fatores internos e externos.

Ela é um importante instrumento para o administrador, pois permite

identificar aqueles itens que justificam atenção e tratamento adequados quanto

à sua administração. Ela tem sido usada para a gestão de estoques, para

definição de políticas de vendas, estabelecimento de prioridades para a

programação da produção e uma série de outros problemas usuais que

ocorrem na empresa.

Normalmente, centenas ou milhares de itens compõem os estoques

normais das empresas e o gerenciamento sobre todos eles torna-se

elevadamente dispendioso. O critério adotado para simplificar este

gerenciamento e reduzir custos é o sistema ABC.

Conforme Nakagawa (2007), neste sistema, os estoques são

classificados em três grupos, por ordem decrescente de importância no tocante

ao investimento realizado em cada um:

a) produtos A: constituídos de poucos itens (de 10 a 20% dos itens),

exigem maior investimento e demandam maior atenção.

Representam, em média, de 60 a 80% do investimento em estoque;

b) produtos B: composto por um número médio de itens (20 a 30% do

geral) exigem também investimentos elevados, porém menores que

os produtos A e necessitam de conferências frequentes.

Representam, em média, 20 a 30% do investimento total;

c) produtos C: é constituído por um grande número de itens e de

pequenos investimentos. Exige controle mais simples e representam,

49

em média, 5 a 10% dos investimentos em estoque e de 50 a 70% do

total de itens.

A composição total dos estoques dos produtos do grupo A, mesmo

representando uma quantidade inferior de peças, indicam o maior volume de

investimentos. Os produtos do grupo B ocupam uma posição intermediária,

devendo, também, receber especial atenção nos seus controles, porém menor

que aquela dedicada aos produtos do grupo A.

Por sua vez, os produtos do grupo C correspondem à maior parte dos

itens e são responsáveis por pequena parcela de investimento. (TOFOLI, 2008)

Fonte: Elaborado pelos autores (2009)

Figura 6: Demonstração da Curva ABC

2.12.1 Montagem da curva ABC

Alguns fatores são indispensáveis para a montagem da curva ABC,

Vendrame (2008) classifica-os da seguinte forma:

a) relacionar os itens analisados no período que estiver sendo analisado;

A B C

Número de Itens

% Valor do

Consumo

Anual

50

b) número ou referência do produto;

c) nome do produto;

d) preços unitários atualizados;

e) valor total do consumo;

f) classificar os itens em ordem decrescentes de valor;

g) somar o total do faturamento;

h) definir os itens da classe “A” = 80% do faturamento: Fat. classe “A” =

(Fat. Total x 80)/100;

i) definir os itens da classe “B” = 15% do faturamento;

j) definir os itens da classe “C” = 5% do faturamento;

k) após conhecidos estes valores, definem-se os itens de cada classe.

Para maior entendimento deste procedimento, apresenta-se o exemplo a

seguir.

Tófoli (2008) explica que no quadro abaixo se percebe, dentre os 20

itens, 3 pertencentes ao grupo A, perfazendo 75,63%; 6 itens do grupo B

elevando a participação para 92,94%. Assim, os itens do grupo C respondem

por 11 itens (55% do universo) e 7,06% do investimento em estoques.

Observa-se que, da composição total dos estoques, os estoques dos

produtos do grupo A, mesmo representando uma quantidade inferior de peças,

indicam um maior volume de investimentos. Os produtos do grupo B ocupam

uma posição intermediária, devendo, também, receber especial atenção nos

seus controles, porém menor que aquela dedicada aos produtos do grupo A.

Por sua vez, os produtos do grupo C, correspondendo à maior parte dos

itens, são responsáveis por pequena parcela de investimentos.

(continuação)

Item Custo do

Item

Quantidade

Consumida

Valor

Consumido

Valor

Acumulado

% do valor

acumulado

Classe

do item

19 9,00 24.000 216.000,00 216.000,00 43.22% A

14 40,00 2.500 100.000,00 316.000,00 63.23% A

17 62,00 1.000 62.000,00 378.000,00 75.63% A

16 42,00 500 21.000,00 399.000,00 79.83% B

8 7,00 2.000 14.000,00 413.000,00 82.63% B

18 20,00 700 14.000,00 427.000,00 85.43% B

11 45,00 300 13.500,00 440.500,00 88.14% B

51

(conclusão)

3 1,00 15.000 15.000,00 455.500,00 91.14% B

9 30,00 300 9.000,00 464.500,00 92.94% B

10 6,00 1.150 6.900,00 471.400,00 94.32% C

1 25,00 250 6.250,00 477.650,00 95.57% C

12 2,00 2.500 5.000,00 482.650,00 96.57% C

7 3,00 1.250 3.750,00 486.400,00 97.32% C

2 800,00 4 3.200,00 489.600,00 97.96% C

15 2,00 1.420 2.840,00 492.440,00 98.53% C

4 5,00 490 2.450,00 494.890,00 99.02% C

3 20,00 130 2.600,00 497.490,00 99.54% C

5 0,60 1.630 978,00 498.468,00 99.73% C

6 15,00 70 1.050,00 499.518,00 99.94% C

20 1,50 185 277,50 499.795,50 100,00% C

499.795,50

Fonte: TÓFOLI, 2008.

Quadro 1: Classificação ABC – Cia Maviborges

Para construção da Curva ABC, basta calcular os investimentos

necessários em cada item, multiplicando as quantidades por seus respectivos

preços de aquisição.

Itens Classe “A Itens Classe “B” Itens Classe “C”

Fonte: TÓFOLI, 2008.

Figura 7: Classificação ABC – Cia Maviborges

52

2.12.2 Controlar o estoque com a ferramenta ABC

Na classificação ABC, usa-se o valor monetário do uso anual de cada

item como medida de uso no estoque. O valor monetário também pode ser

usado para medir o nível absoluto de estoque em qualquer instante e

considerar a quantidade de cada item em estoque, deve-se multiplicá-la por

seu valor e, então, somar o valor de todos os itens individuais armazenados.

Para fazer isto, precisa comparar o número total de itens em estoque

contra sua taxa de uso. Existem duas formas para se fazer isto. A primeira é

calcular a quantidade de tempo que o estoque duraria, sujeito à demanda

normal, se não fosse reabastecido. O segundo método é calcular a frequência

com que o estoque é completamente usado em um período, isto é chamado

giro de estoque. (POZO, 2007)

2.12.3 Utilização técnica da curva ABC

De acordo com Pozo (2007), o princípio da classificação ABC ou curva

80 - 20 é atribuído a Vilfredo Paretto, um renascentista italiano do século XIX,

que em 1897 executou um estudo sobre a distribuição de renda. Através deste

estudo, percebeu-se que a distribuição de riqueza não se dava de maneira

uniforme, havendo grande concentração de riqueza (80%) nas mãos de uma

pequena parcela da população (20%). A partir de então, tal princípio de análise

tem sido estendido a outras áreas e atividades, tais como: a industrial e a

comercial, sendo mais amplamente aplicado a partir da segunda metade do

século XX.

A curva ABC tem sido bastante utilizada para: a administração de

estoques, a definição de políticas de vendas, o planejamento da distribuição, a

programação da produção e para série de problemas usuais das empresas,

quer sejam estas de características industriais, comerciais ou de prestação de

serviços. Trata-se de uma ferramenta gerencial que permite identificar quais

53

itens justificam atenção e tratamento adequados quanto à sua importância

relativa. (POZO, 2007)

2.12.4 Classificação e prioridades do estoque pela curva ABC

Segundo Pereira (1999), em várias empresas, uma análise ABC é

preparada frequentemente para determinar o método mais econômico para

controlar itens de estoque, pois, através dela torna-se possível reconhecer que

nem todos os itens estocados merecem a mesma atenção por parte da

administração ou precisam manter a mesma disponibilidade para satisfazer os

clientes.

Assim, conduzir uma análise ABC, é com freqüência, um passo muito útil

no projeto de um programa de ação para melhorar a performance dos

estoques, reduzindo tanto o capital investido em estoques como os custos

operacionais.

O critério ABC pode estabelecer níveis de serviços diferenciados para

as diversas classes, de forma a reduzir o capital empregado em estoques, ou

podem-se usar métodos diferentes para controlar o estoque e, assim, minimizar

o esforço total da gestão.

Os materiais considerados como classe A merecem um tratamento

administrativo preferencial no que diz respeito à aplicação de políticas de

controle de estoques, já que o custo adicional para um estudo mais minucioso

destes itens é compensado. (LUIZ, S; et al 2008)

Por outro lado, os itens tidos como classe C, não justificam a introdução

de controles muito precisos, devendo receber tratamento administrativo mais

simples. (LUIZ, S; et al 2008)

Os itens que foram classificados como B poderão ser submetidos a um

sistema de controle administrativo intermediário entre aqueles classificados

como A e C. (LUIZ, S; et al 2008)

Tais considerações valem para ambientes nos quais se buscam

gerenciar a formação de estoques por demanda dependente. Os modelos

como planejamento no requerimento de material (MRP), Kanban, são adotados

54

em ambientes nos quais se gerencie a formação de estoques por demanda

independente e ponto de pedido, reposição periódica ou estoque mínimo.

Conforme Pereira (1999), é inegável a utilidade da aplicação do princípio

ABC aos mais variados tipos de análise, onde se busca priorizar o

estabelecimento do que é mais ou menos importante num extenso universo de

situações e estabelecer-se o que merece mais ou menos atenção por parte da

administração, particularmente no que diz respeito às atividades de gestão de

estoques.

Porém, a simples aplicação do princípio ABC, sem considerar aspectos

diferenciados inerentes aos materiais quanto à sua utilização, aplicação e

aquisição, poderá trazer distorções quanto à classificação de importância e

estratégias de utilização dos mesmos.

A utilização da curva ABC é extremamente vantajosa, porque se pode

reduzir as imobilizações em estoques sem prejudicar a segurança, pois ela

controla mais rigidamente os itens de classe A e, mais superficialmente, os de

classe C, podendo ser usada em várias unidades de medidas, como: peso,

tempo, volume e custo unitário. O grande mérito do uso da Curva ABC é a

classificação dos itens de estoques em critérios ou classes A, B e C, em vista

de seus custos e quantidades. (POZO, 2007)

A utilização da Curva ABC destina-se às empresas com o objetivo de

manter o controle e regularidade de itens, operar com qualidade atendendo a

demanda e evitando ociosidade do estoque.

Segundo Pozo (2007), a montagem da curva ABC processa-se em

quatro passos:

a) inicialmente, devem-se levantar todos os itens do problema a ser

resolvido, com os dados de suas quantidades, preços unitários e

totais;

b) o segundo passo é colocar todos os itens em uma tabela em ordem

decrescente de preços totais e sua somatória total;

c) o próximo passo é dividir cada total de cada item pela somatória total

de todos os itens e colocar as porcentagens obtidas em suas

respectivas colunas;

55

d) finalmente, dividem-se todos os itens em classe A, B e C, de acordo

com a prioridade e tempo disponível para tomar decisão sobre o

problema.

2.13 A gestão de estoque auxiliando na lucratividade da organização

No mundo atual, com a globalização e abertura de mercados

consumidores e fornecedores, ocorre uma crescente concorrência de

empresas no objetivo de aumentarem suas participações em vendas.

Desta forma, existe a necessidade de minimizar os custos, garantindo

maior faturamento e possibilitando maiores lucros. Assim, é de extrema

importância ter uma gestão de estoques eficiente incluindo a parcela

excedente. As causas desta parcela consistem na falta de um planejamento

acurado na determinação das estimativas de compra, no aproveitamento do

mercado fornecedor, na evolução dos produtos acabados e na interrupção ou

finalização de um produto.

A gestão de estoque auxilia nas tomadas de decisões, utilizando uma

modelagem de critérios, propondo uma redução deste excesso, através de

alternativas determinadas em conjunto com as diversas áreas da empresa.

De acordo com Vendrame (2008), estes critérios são características do

material estocado definidos como volume ocupado, tempo de permanência em

estoque e custo do material. Já as alternativas para a gestão da parcela

excedente do estoque podem ser devolvidas por softwares ou ferramentas

auxiliares, que também otimizam processos. São elas: OPT, JIT, MRP I, MRP

II, KANBAN e KAIZEN.

Tais ferramentas auxiliam os gestores com características próprias com

o objetivo de melhorar as tomadas de decisões, reduzirem estoque geral ou de

determinado item, diminuindo, assim, os investimentos necessários para a

manutenção dos estoques da empresa. Ou seja, o valor monetário destinado

para manter estoque ocioso é reaproveitado na instituição, buscando

competitividade e melhoria.

56

2.14 Ferramentas Auxiliares na Gestão de Estoque

2.14.1 Tecnologia de Produção Otimizada (OPT)

A OPT compõe-se de dois elementos fundamentais: sua filosofia

(composta de princípios) e um software "proprietário".

OPT é uma técnica de gestão de produção criada por um grupo de pesquisadores israelenses, liderados pelo físico Eliyahu Goldratt e que apesar de seu significado, a OPT é a técnica baseada em diversos procedimentos que devem ser efetuados corretamente para se atingir tal otimização. É considerada como uma interessante ferramenta de programação e planejamento da produção. (POLLONI, E. G. F; SIMCSIK, T. 2002)

Conforme Polloni; Simcsik (2002), o objetivo das empresas é ganhar

dinheiro, considerando que a manufatura deve contribuir com tal objetivo

através da sua ação sobre três elementos:

a) fluxo (throughput): é a taxa segundo a qual o sistema gera dinheiro

através da venda de seus produtos. Deve-se notar que fluxo refere-se

ao fluxo de produtos vendidos. Os produtos feitos, mas não vendidos

ainda, são classificados como estoques;

b) estoque (inventoty): é quantificado pelo dinheiro que a empresa

empregou nos bens que pretende vender. Refere-se ao valor apenas

das matérias-primas envolvidas. Não se inclui o "valor adicionado" ou

o "conteúdo do trabalho". O tradicional "valor adicionado" pelo

trabalho se inclui nas despesas operacionais;

c) despesas operacionais (operating expenses): é o dinheiro que o

sistema gasta para transformar estoque em fluxo.

A técnica OPT serve para que uma empresa passe a ganhar mais

dinheiro e para isto, é preciso aumentar o fluxo, e simultaneamente, que se

diminuam os estoques e as despesas operacionais dentro da mesma. Para

programar as atividades de produção no sentido de atingir-se os objetivos

acima mencionados, é necessário entender o inter-relacionamento entre dois

tipos de recursos que estão normalmente presentes em todas as fábricas: os

57

recursos gargalos e os recursos não-gargalos. Conforme Polloni e Simcsik

(2002), eles são assim explicados:

a) recurso gargalo: é aquele recurso cuja capacidade é igual ou menor

do que a demanda colocada nele;

b) recurso não-gargalo: qualquer recurso cuja capacidade é maior do

que a demanda colocada nele.

2.14.2 No Tempo Justo (JIT)

Mundialmente conhecido como Just-in-time (JIT) é uma proposta de

reorganização do ambiente produtivo assentada no entendimento de que a

eliminação de desperdícios visa ao melhoramento contínuo dos processos de

produção, é a base para a melhoria da posição competitiva de uma empresa,

em particular no que se referem aos fatores como a velocidade, a qualidade e o

preço dos produtos. (BETTS; et al, 2008)

O JIT é as iniciais de Just-In-Time/Total Quality Control. É um método

para gestão da produção. Como se pode perceber pela designação, o controle

da produção é feito enquanto o bem é produzido, mas não no fim. Inclusive, o

controle é feito pelos próprios operários da empresa em foco.

O Just in Time surgiu no Japão, no princípio dos anos 50, sendo o seu

desenvolvimento creditado à Toyota Motor Company, a qual procurava um

sistema de gestão que pudesse coordenar a produção com a procura

específica de diferentes modelos de veículos com o mínimo atraso.

Quando a Toyota decidiu fabricar carros, depois da Segunda Guerra

Mundial, com pouca variedade de modelos de veículos, era necessária

bastante flexibilidade para fabricar pequenos lotes com níveis de qualidade

comparáveis aos conseguidos pelos fabricantes norte-americanos.

Esta filosofia de produzir apenas o que o mercado solicitava passou a

ser adaptada pelo restante dos fabricantes japoneses e, a partir dos anos 70,

os veículos por eles produzidos assumiram uma posição bastante competitiva.

58

Para a filosofia Just in Time, em cada etapa do processo, produzem-se

somente os produtos necessários para a fase posterior, na quantidade e no

momento exato.

A filosofia não significa transferir os estoques do consumidor para o

fornecedor ou do posto de trabalho a jusante para o posto de trabalho a

montante. A sua meta final é a eliminação total dos estoques, ao mesmo tempo

em que se atinge um nível de qualidade superior.

Conforme os conceitos JIT, se produzir uma pequena gama de produtos,

o crescimento alimenta a variedade. Uma empresa enriquece ao produzir um

determinado produto, mas depois pode montar outra fábrica e produzir outro

produto. Então, o sistema de lotes perde a vantagem da variedade.

O conceito do JIT é bastante simples: produzir e entregar: os produtos,

mesmo a tempo (just in time) de serem vendidos; as peças, mesmo a tempo de

serem montadas e os materiais, mesmo a tempo de serem transformados em

peças. A ideia dos japoneses é produzir pequenas quantidades para

corresponder à procura, enquanto que os ocidentais produzem grandes

quantidades de vários produtos, com o objetivo de estarem preparados, caso

seja necessário.

2.14.3 Kanban

A técnica japonesa denominada de Kanban, integrada no conceito just

in time, hoje largamente difundida quando se fala sobre produção ou

administração de estoque, nasceu na maior fábrica automobilística do Japão, a

TOYOTA. Esta ideia brotou da iniciativa realizada por Yasuhiro Monden, que

fundiu todas estas ideias e conceitos, sistematizando-os e, difundindo para o

resto do mundo, traduzindo para a língua inglesa. (RIBEIRO, 1989)

O Kanban, que é expressado através de cartões, detalha a quantidade que

o processo subsequente deve retirar ou a ordem de produção determina a

quantidade que o processo precedente deve produzir.

Estes cartões circulam dentro da fábrica, entre as fábricas do grupo e

dentro das fábricas cooperativas. Os Kanban fornecem informações de retirada

59

de peças e produção e a interação destas operações promovem o equilíbrio da

situação just in time.

O fundamento básico desta técnica está em manter um fluxo contínuo

dos produtos que estão sendo manufaturados. O Kanban (etiqueta ou cartão)

traz como grande inovação o conceito de eliminar estoques (estoque zero). Os

materiais e componentes agregados ao produto chegam no momento exato de

sua produção ou execução (just in time). O sucesso deste comportamento está

na ênfase dada no processo de manufatura nivelado e de automação - "jidoka"

- autocontrole.

A integração deste fluxo é denominado de produção no momento exato

(just in time). Isto significa produzir somente os itens necessários, na

quantidade necessária e na hora certa.

Como resultante, a força de trabalho e os inventários são reduzidos

naturalmente, obtendo-se um aumento da produtividade e a redução de custos.

2.14.4 Kaizen

A palavra Kaizen vem do japonês e significa mudança para melhor. É

uma palavra que mostra uma melhoria contínua, gradual, na vida em geral,

seja ela: pessoal, familiar, social ou no trabalho.

Nos anos 50, os japoneses retomaram as ideias da administração

clássica de Taylor e as críticas delas decorrentes para renovar sua indústria e

criaram o conceito de Kaizen, que significa aprimoramento contínuo. Esta

prática, exprimindo uma forte filosofia de vida oriental e sendo, por sua vez

também, uma filosofia e uma cultura visa ao bem, não somente da empresa,

como também do homem que trabalha nela.

As empresas são municiadas com ferramentas para se organizarem e

buscarem sempre resultados melhores. Partindo do princípio de que o tempo é

o melhor indicador isolado de competitividade, atua de forma ampla para

reconhecer e eliminar os desperdícios existentes na empresa, seja em

processos produtivos já existentes ou em fase de projeto, produtos novos,

manutenção de máquinas ou, ainda, em processos administrativos.

60

Conforme Imai (1996), a essência das práticas mais “exclusivamente

japonesas” de administração, sejam elas: o melhoramento da produtividade, as

atividades de Controle Total da Qualidade (TQC), os círculos de Controle de

Qualidade (CQ), ou as relações com a mão-de-obra, podem ser reduzidas a

uma única palavra, Kaizen.

O uso do termo Kaizen no lugar de palavras como produtividade, TQC,

Zero Defeitos (ZD), e o sistema de sugestões apresenta um quadro muito mais

claro do que tem estado acontecendo na indústria japonesa. Kaizen é um

conceito de guarda-chuva, que abrange a maioria das práticas que

recentemente atingiram tal fama mundial. O chamado guarda-chuva é usado

com competência e propriedade para adaptação às mudanças, esclarecimento

de metas, objetivos, cultura e ainda na aplicação de tarefas. (IMAI, 1996)

Para o Kaizen, é sempre possível fazer melhor, nenhum dia deve passar

sem que alguma melhoria tenha sido implantada, seja ela na estrutura da

empresa ou no indivíduo. Sua metodologia traz resultados concretos, tanto

qualitativamente, quanto quantitativamente, em um curto espaço de tempo e a

um baixo custo que, consequentemente, aumenta a lucratividade, apoiada na

sinergia gerada por uma equipe reunida para alcançar metas estabelecidas

pela direção da empresa.

2.14.5 Planejamento no Requerimento de Material (MRP)

MRP significa planejamento no requerimento de material. São sistemas

de planejamento baseados na explosão da estrutura dos produtos, procurando

controlar as necessidades de materiais com o uso do computador. (POLLONI,

E. G. F; SIMCSIK, T. 2002)

As representações de estruturas de produtos auxiliam a responder: o

que (componentes necessários à produção do produto); quanto produzir e

comprar; quando se deve comprar ou produzir. Daí a lógica do MRP, que é

programar as atividades para o momento mais tarde possível, de modo a

minimizar os estoques carregados.

61

O MRP usa uma filosofia de planejamento. A ênfase está na elaboração

de um plano de suprimentos de materiais, seja interna ou externamente. O

MRP considera a fábrica de forma estática, praticamente imutável.

2.14.6 Planejamento de Recursos de Manufaturas (MRP II)

A definição para MRP II é: planejamento de recursos de manufatura. Ele

surgiu com a popularização do uso da técnica MRP, que fez com que

pesquisadores percebessem que a mesma técnica do cálculo das

necessidades poderia ser utilizada para calcular também as necessidades de

outros recursos, como equipamentos ou mão-de-obra, requerendo apenas

algumas informações adicionais. Assim, avanços ocorreram a partir de 1975

com a ampliação do software para a cobertura de toda a área fabril. (POLLONI,

E. G. F; SIMCSIK, T. 2002)

Concretizava-se o sonho dos programadores da fábrica de dispor uma

ferramenta capaz de priorizar e sequenciar centenas de ordens de produção a

serem conduzidas de um posto de trabalho ao outro, em instalações, contendo

diversas máquinas.

Segundo Polloni e Simcsik (2002), o MRP II diferencia-se do MRP pelo

tipo de decisão de planejamento que orienta; enquanto o MRP orienta as

decisões de o que, quanto, quando produzir e comprar; o MRP II engloba

também as decisões referentes a como produzir, ou seja, com que recursos.

2.14.7 MRP III

Polloni; Simcsik (2002) propõe a utilização de um sistema denominado

MRP III, que é a combinação do MRP II com um módulo de controle de

produção eletrônico baseado nos conceitos do JIT/Kanban.

62

Segundo o autor, este sistema apresentou os seguintes benefícios:

redução dos níveis de estoques, redução das inspeções de controle de

qualidade, redução do manuseio de materiais e, principalmente, a eliminação

de procedimentos que não agregavam valor ao processo.

63

CAPÍTULO III

GESTÃO DE ESTOQUE NA CERMACO MATERIAL DE CONSTRUÇÃO

LTDA.

3 INTRODUÇÃO

Gestão de Estoque e Curva ABC são assuntos que cada vez mais

despertam o interesse de estudos nas empresas. A preocupação no

gerenciamento eficaz dos bens e estoques podem fazer com que a empresa

reduza os riscos no que diz respeito aos controles de fluxo de caixa, compras e

até mesmo auxiliar em todo processo de vendas.

Com o objetivo de demonstrar a importância e os benefícios que a

gestão de estoques e a curva ABC proporcionam na alavancagem da

lucratividade da empresa, foi realizada uma pesquisa de campo na Cermaco

Material de Construção Ltda., localizado na Avenida São Paulo, 798, no bairro

Junqueira, na cidade de Lins, estado de São Paulo, no período de fevereiro a

outubro de 2009.

Para a realização da pesquisa utilizou-se dos seguintes métodos:

Método de observação sistemática: foram observados, analisados e

acompanhados os procedimentos aplicados na gestão do estoque como

suporte para o desenvolvimento do estudo de caso.

Método Estudo de caso: foi realizado o estudo de caso na Cermaco

Material de Construção Ltda. analisando os aspectos relacionados à gestão do

estoque.

Método histórico: foram observados os dados da evolução da história da

empresa e da gestão do estoque como suporte para o estudo de caso.

Para a eficácia da aplicação dos métodos, foram utilizadas as seguintes

técnicas:

Roteiro de Estudo de Caso (Apêndice A);

Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice B);

64

Roteiro do Histórico da Cermaco Material de Construção Ltda

(Apêndice C);

Roteiro de Entrevista para o Proprietário (Apêndice D);

Roteiro de Entrevista para o Gerente de Vendas (Apêndice E);

Roteiro de Entrevista para o Gestor de Estoque (Apêndice F);

Outros Registros: serão utilizados materiais ilustrativos.

3.1 Relato e discussão dos critérios utilizados para a implantação da curva

ABC e alavancagem da lucratividade da Cermaco Material de Construção Ltda.

Vendrame (2008) define que a gestão de estoque constitui uma série de

ações que permite ao administrador verificar se os estoques estão sendo bem

utilizados, bem localizados, manuseados e bem controlados pelos setores que

os utilizam.

O economista italiano Vilfredo Paretto, inventor da Curva ABC esclarece

que a curva ABC é um importante instrumento para o administrador, porque ela

permite identificar aqueles itens que justificam atenção e tratamento adequados

quanto à sua administração. Ela tem sido usada para: a gestão de estoques, a

definição de políticas de vendas, o estabelecimento de prioridades para a

programação da produção e uma série de outros problemas usuais na

empresa.

Além de um controle eficaz de estoque, a Curva ABC é responsável

diretamente na alavancagem da lucratividade, pois direcionar a estabilidade de

produtos é tão importante quanto a realização da venda. A organização do

estoque deve ser eficaz e com critérios de reposição. Neste caso, baseado em

classificação ABC e sua reposição, devem corresponder às exigências de

mercado e suas tendências.

3.2 Análise da empresa e suas necessidades

65

Após inúmeras visitas à Cermaco Material de Construção Ltda.,

constatou-se, por meio de métodos e técnicas de pesquisa já mencionadas,

que a empresa utiliza métodos de controle de estoque e de administração de

vendas, sendo que os gerentes realizam controles formalmente, com

documentos próprios e relatórios confiáveis para tomada de decisões.

A empresa Cermaco Material de Construção Ltda. tem uma maneira

particular de gerenciamento de estoque. A utilização da ferramenta ABC é real,

com processos diferenciados, trabalha com adequações à cultura da empresa

e suas reais necessidades com o objetivo de atender fielmente o mercado e as

exigências dos clientes.

Por contar com um diferencial de produtos e mix destacado pela

qualidade, a instituição mantém a fidelidade dos clientes e fornecedores, que

realizam negociações seguras e confiáveis, refletindo na qualidade da venda,

consequentemente, assegurando a lucratividade.

Finalmente, uma vez considerada força de vendas uma variável do composto de marketing, é fundamental que a força de vendas esteja totalmente integrada com os outros elementos do marketing mix (produto, preço, comunicação e distribuição) para produzir o maior impacto possível. (CASTRO,2005, p. 18).

Diante deste fato, observa-se que o controle de estoque é eficaz e

revisado diariamente para que se tenha um controle dos produtos. Desta

forma, é possível reduzir custos de manutenção e armazenagem, conseguindo

agregar valor ao produto. O controle de estoque, segundo Vendrame (2008),

procura manter os níveis estabelecidos em equilíbrio com as necessidades de

consumo ou das vendas e os custos daí decorrentes.

3.3 Planejamento de Estoque

Segundo Vendrame (2008), a administração de materiais visa à garantia

de existência contínua de um estoque, organizado de modo a nunca faltar

nenhum dos itens que o compõem, sem tornar excessivo o investimento total.

66

O estoque e materiais são imprescindíveis ao funcionamento da

Cermaco Material de Construção Ltda. O seu planejamento de estoque é

baseado no tempo oportuno, na quantidade necessária, na qualidade requerida

e no menor custo. Conforme Betts (2008), o estoque é o acumulo de recursos

transformados como materiais, informação, dinheiro e, às vezes, clientes.

A classificação do estoque da Cermaco Material de Construção Ltda. é

realizada nos seguintes processos:

a) controle de estoque: é a programação de entrada e saídas de

mercadorias, produtos semi-acabados e acabados para o

processamento e vendas;

b) classificação: é a identificação de material, por meio de etiquetas

personalizadas, com códigos de cadastro de cada item;

c) aquisição e compra: a seleção de fornecedores é criteriosa pela

qualidade e forma de pagamento, por contar com parceiros

fidelizados e exclusivos;

d) armazenagem: é a gestão física de estoque, distribuição eficiente

dos produtos para facilitar manuseio e otimizar espaço. O local de

armazenagem da empresa Cermaco Material de Construção Ltda

tem poder de fornecimento rápido, é seguro e mantém a

integridade do produto;

e) movimentação do material: é a sintonia dos processos de entrada e

saída, devoluções e transferências de materiais;

f) inspeção de recebimento: é a verificação física do recebimento de

material e respectiva documentação, ou seja, é a verificação

quantitativa e qualitativa dos itens recebidos;

g) cadastro: é o cadastramento de fornecedores e produtos baseados

em compra e pesquisa de mercado.

Estando estes processos em sintonia e integração, eles asseguram a

qualidade do planejamento de estoque.

3.4 Análise do departamento de vendas

67

A empresa Cermaco Material de Construção Ltda. possui características

próprias que caracterizam seu sistema eficiente de vendas. São realizados

processos de melhorias de vendas, aperfeiçoamento e treinamento para

profissionais do setor, acompanhamento diário de metas e comparações com o

mesmo período do ano anterior para estimular os vendedores e,

consequentemente, aumentar as vendas e a lucratividade.

O ciclo de produtos está relacionado diretamente com o fluxo de vendas,

para solucionar a ociosidade no estoque. A empresa conta com feirões

periódicos e queima de estoque. Com isto, agrega valores nas vendas, atrai e

agrada clientes e, ainda, consegue alavancar a lucratividade em até 30%. Na

realização dos feirões, a instituição apresenta outros diferenciais, como:

promoção de produtos, descontos especiais, melhores condições de

pagamento, crédito especial com financiadoras e também consegue diminuir

custos com a redução do imposto sobre produtos industrializados.

O feirão proporciona à empresa Cermaco Material de Construção Ltda.

um grande diferencial competitivo, consegue acabar com o estoque ocioso,

proporcionar lucro em determinados produtos, melhorar negociação na compra

de materiais e exclusividade de itens, garantindo a credibilidade da instituição,

giro eficaz de estoque e lucratividade.

No mercado global competitivo e em crise, adotar uma estratégia para

aumentar as vendas é importante, deve contar com a criatividade e

competência nos controles e contabilizações. A Cermaco Material de

Construção Ltda. além de eventos especiais conta, ainda, com um site próprio,

para disponibilizar via internet divulgações de produtos, feirões, informações da

empresa, manter contato virtual com clientes, profissionais do ramo,

colaboradores, fornecedores e também promover o cartão CERMACO, que é

um registro completo para clientes e condições especiais de pagamento.

Analisando o gráfico, nota-se a evolução das vendas com ano base em

2007. Após implantação do sistema microuniverso, percebe-se que os anos

posteriores tiveram crescimento notável.

68

Fonte: Elaborado pelos autores (2009)

Quadro2: Comparativo de vendas.

O sistema microuniverso é a principal ferramenta para controlar as

vendas e relacionar com o estoque. Através dela, os relatórios são exibidos e,

por sua vez, a gerência da empresa analisa criteriosamente e realiza novas

compras, acordando produto, valor monetário, lucratividade e tempo de

entrega.

3.5 Análise do controle de estoque

Conforme Chambers; Johnston; Slack (2002), estoque é a acumulação

armazenada de recursos de materiais em um sistema de transformação.

A empresa Cermaco Material de Construção Ltda. realiza planejamentos

em seu estoque, conforme giro individual de produtos. A análise de produtos

estocado é diária, realizado por relatórios baseados em critérios da Curva ABC.

Curva ABC é um método de análise de custos, que busca “rastrear” os gastos de uma empresa para analisar e monitorar as diversas rotas de consumo dos recursos “diretamente identificáveis” com suas atividades mais relevantes e destas para os produtos e serviços. (NAKAGAWA, 2007, p.29).

69

Existem adaptações acordando com a necessidade da instituição, que é

realizado pelo gerente de compras com recursos do sistema próprio e

experiência profissional.

O Layout auxilia em todo sistema de armazenagem, é auxiliado por uma

empilhadeira que otimiza os espaços, reduz tempo de armazenagem e

locomoção, mão-de-obra e segurança. A separação de produtos e grupo de

materiais é feito por marca e fornecedores, identificando cada setor do estoque

e produto estocado, seja para produção, consumo ou venda.

A característica comum aos sistemas de armazenagem é a utilização de paletes para movimentação e estocagem de quase todos os materiais, motivo pelo qual ao palete é creditado. O aumento da capacidade de estocagem, a redução da largura dos corredores, a economia de mão-de-obra e redução de custos. (VENDRAME; VENDRAME, 2009, p.14).

A empresa Cermaco Material de Construção Ltda. utiliza como controle

de estoque o PEPS, que coordena suas compras baseada neste critério. De

acordo com Pozo (2007), este método é baseado na cronologia das entradas e

saídas. O procedimento de baixa dos itens de estoque é feito para ordem de

entrada do material na empresa, o primeiro que entrou será o primeiro que

sairá e, assim, utilizar seus valores na contabilização do estoque. A instituição

usa o PEPS com o objetivo de assegurar controle dos produtos, evitar falta de

itens em estoque, para manter os valores monetários atualizados e a qualidade

na compras dos produtos agregados.

A ferramentas Kanban também é utilizada pela empresa. Todos os itens

estocados estão identificados com etiquetas nos corredores e prateleiras,

dividindo tipos de materiais e produtos por níveis de utilização, saída e

periculosidade.

Qualquer que seja o tipo de Kanban utilizado, o princípio é sempre o mesmo; isto é, o recebimento de um Kanban, dispara o movimento, a produção ou o fornecimento de uma unidade ou de um contenedor-padrão de unidades.( Chambers; Johnston; Slack 2002, p.494).

Os setores de estoque dividem-se em: estoque de produtos ou itens

para venda, estoque de materiais de consumo e estoque de matéria-prima para

produção.

A relação do estoque com a venda é realizada pelo setor de

faturamento, que é responsável pela emissão de notas e conferência de

produtos vendidos.

70

3.6 Utilização da curva ABC na empresa Cermaco Material de Construção

Ltda.

Conforme de Nakagawa (2007), atributos são rótulos adicionados às

atividades para se enriquecer e melhorar a acurácia das informações geradas

pelo ABC. Eles permitem obter informações adicionais sobre as atividades

analisadas em termos de seu desempenho, do nível das atividades e do

comportamento de seus custos.

Conforme a necessidade, a empresa Cermaco Material de Construção

Ltda. utiliza os critérios da Curva ABC para manter nivelado seu estoque sem

comprometer outros setores da instituição.

O setor de vendas é eficaz como um todo. A reposição de estoque

funciona através do ciclo de produtos vendidos e deve ser consistente ao giro e

à demanda dos itens.

Os critérios da Curva ABC na empresa Cermaco Material de Construção

Ltda. é eficiente, acompanhando os processos diariamente e analisando

consumo, vendas e compras. A ferramenta ABC proporciona melhorias em

todos os processos da empresa, inclusive lançamento de novas marcas ou

modelos no mercado, atendendo também show room.

A quantidade de itens a ser comprados e estocados são analisados e

baseados por relatórios emitidos pelo sistema microuniverso. Com isto, a

sustentação dos setores depende diretamente da eficácia e fidelidade dos

resultados da empresa, divididos em grupos e subgrupos. A gestão de estoque

é estudada diariamente com número de vendas e pedidos, através de relatórios

consistentes avaliados com os critérios da Curva ABC.

3.7 Parecer final sobre o caso.

Conclui-se que, após visitas à Cermaco Material de Construção Ltda.

constatou-se que ela se utiliza de métodos, técnicas e pesquisas para o

controle de estoque, incluindo a Curva ABC.

71

Diante deste fato, a empresa utiliza várias ferramentas para proporcionar

estimativas que permitam administrar de uma maneira eficiente e confiável as

atividades de compras, vendas e controle de estoque. Desta forma, auxilia o

gestor a efetuar uma análise geral dos produtos controlados em estoque,

detectando a necessidade de efetuar o pedido para suprir a quantidade

inexistente do estoque mínimo. A Curva ABC é fundamental para gerenciar os

dados referentes ao estoque e proporcionar uma visão mais precisa de vendas

e lucratividade.

A Curva ABC na Cermaco Material de Construção Ltda. é eficiente e

trabalha em sintonia com toda a empresa, apresentando resultados fiéis e

oferecendo consistência e segurança para investimentos e controle de

produtos para atender com qualidade toda demanda.

Após a implantação do sistema microuniverso, que ocorreu em setembro

de 2008, a empresa reduziu falhas e implantou tecnologia informatizada, que

supre as necessidades da empresa e de todos os processos, além de

proporcionar agilidade nos processos para a empresa e para os clientes,

mantendo a cultura organizacional. O setor de estoque passou a gerar

relatórios baseados em acontecimentos reais.

Todos os critérios para Curva ABC são utilizados pela empresa, com isto

opera com qualidade e confiabilidade na tomada de decisões e apuração de

informações.

A lucratividade com a utilização da ABC galga a cada dia, obtendo

resultados satisfatórios, trabalhando com planejamento e atingindo metas.

A pergunta problema de que a lucratividade pode ser alavancada

através de uma gestão de estoque baseada nos critérios da curva ABC e uma

estratégia de vendas eficiente foi respondida e a hipótese de que os lucros

podem ser aumentados consideravelmente com um controle de estoque eficaz,

foi comprovada.

72

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Considerando que a empresa Cermaco Material de Construção Ltda.

trabalha em busca de: um melhor resultado financeiro, operar com qualidade e

tornar-se cada vez mais competitiva, foi efetuada essa pesquisa com o intuito

de analisar o setor de estoque e seu reflexo na instituição e lucratividade, que

foi alavancada devido aos critérios da Curva ABC.

Em vista do que foi observado durante a pesquisa, que compreendeu o

período de fevereiro a outubro de 2009, a empresa possui sistema próprio que

agrega importantes informações para todos os setores, com o objetivo de

tornar-se cada vez mais competitiva, destacando-se no mercado.

Porém, existe dificuldade devido a implantação recente do sistema de

informação em relação à otimização e à adequação aos processos da empresa

e resistência por parte das pessoas envolvidas. A empresa responsável pelo

software, não atende com qualidade, não presta assistência técnica e

treinamentos para um melhor aperfeiçoamento e aproveitamento na execução

dos processos. Apesar de eficiente, o software apresenta dificuldades de

operação.

Outra deficiência encontrada é o layout do estoque e sinalização de

pátio, que pode causar conflitos na distribuição de mercadorias.

Desta forma, propõe-se que a empresa passe a treinar de forma efetiva

seus colaborados, capacitando-os para que possam explorar o potencial que o

software oferece e potencializar ainda mais seus processos.

Em relação ao layout, propõe-se uma remodelagem em todo setor

externo, como: pinturas no solo e sinalização aérea, com o objetivo de facilitar

o trânsito de produtos, manuseio de colaboradores e facilidades para entrega.

Após a pesquisa realizada, verificou-se que o assunto observado pode

ser aprimorado na empresa Cermaco Material de Construção Ltda. oferecendo

novas ferramentas e facilidades para o colaborador, através de treinamentos e

dedicação que o sistema microuniverso oferece.

73

CONCLUSÃO

Diante de um cenário em constante mudança e o mercado cada vez

mais competitivo, a empresa Cermaco Material de Construção Ltda. notou que

um sistema eficiente é uma ferramenta fundamental para obter dados e

informações consistentes dentro dos acontecimentos reais e atualizados da

empresa. O sistema microuniverso adequa-se com a cultura organizacional e

suas necessidades. A relação de estoques e vendas é realizada através de

documentos formais que declara a realidade dos fatos e auxilia cada vez mais

nas tomadas de decisões e execução dos processos, a fim de reduzir falhas e

alavancar os lucros.

A integração de setores ficou facilitada após a implantação do novo

software. Trabalhar com facilidades oferecidas tornou a empresa ainda mais

forte, consistente e com processos ágeis.

A gestão de estoque é feita de forma eficiente, com qualidade e

quantidade na medida certa, de acordo com suas vendas, giro e fluxo

financeiro.

A excelência na gestão de estoque proporciona melhores resultados e

controles, trabalhando com os critérios e fundamentos da Curva ABC, onde

estoque é o bem mais precioso e deve ser administrado com seriedade e

propriedade.

Considerando que as informações geradas pela Curva ABC são de

suma importância entre os setores, destaca-se a lucratividade que ela

proporciona, atendendo a demanda com qualidade até mesmo em períodos em

que a venda é otimizada através de feirões. Informações precisas demonstram

o desempenho de cada classe de produtos, permitindo ao gestor dimensionar

os recursos financeiros para cada classe, obtendo economia de escala

significativa no processo de aquisição ou compra.

De acordo com a pesquisa, a Curva ABC permite à empresa constatar a

viabilidade e o valor monetário de cada produto dentro de sua escala,

proporcionando margens de lucratividade cada vez melhores para redução de

custos.

74

REFERÊNCIAS

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77

APÊNDICES

78

APÊNDICE A – Roteiro de Estudo de Caso

1. INTRODUÇÃO

Será realizado um levantamento da história da Cermaco Material de

Construção Ltda. através de descrição dos métodos utilizados pela empresa

para administração dos recursos voltados à gestão de estoque, com o objetivo

de aumentar a lucratividade.

2. RELATO E DISCUSSÃO DO TRABALHO REALIZADO REFERENTE

AO ASSUNTO ESTUDADO

a) As informações serão coletadas através de entrevistas e

depoimentos com proprietário, gerente de vendas e gestor de

estoque;

b) Serão descritos procedimentos e técnicas utilizados pela Cermaco

Material de Construção Ltda. voltados para a gestão de estoque.

3. DISCUSSÃO

Através da pesquisa será realizado confronto entre a teoria e a prática,

através do referencial teórico estudado.

4. PARECER FINAL SOBRE O CASO E SUGESTÕES SOBRE A

MANUTENÇÃO OU MODIFICAÇÕES DE PROCEDIMENTOS

79

APÊNDICE B – Roteiro de Observação Sistemática

I IDENTIFICAÇÃO

Empresa:

Localização:

Atividade Econômica:

Data de Fundação:

Proprietários:

II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS

1. Benefícios para os colaboradores

2. Monitoramento do controle de estoque

3. Estoque ocioso

4. Gestão de estoque e curva ABC

5. Benefícios para área de vendas

6. Estrutura física

7. Lucratividade

80

APÊNDICE C - Roteiro do Histórico da Cermaco Material de Construção Ltda

1. IDENTIFICAÇÃO

Empresa:

Localização:

Atividade Econômica:

Porte:

Data de Fundação:

Sócios e Proprietários:

2. ASPECTOS HISTÓRICOS DA EMPRESA

1 Evolução das Atividades Empresariais

2 Diferencial Competitivo

3 Evolução Tecnológica

4 Conquista de Novos Mercados

5 Projeto de Expansão

81

APÊNDICE D – Roteiro de Entrevista para o Proprietário

I IDENTIFICAÇÃO

Nome:

Tempo que exerce a função:

Experiência profissional:

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1. O que o estudo do ambiente pode refletir nas vendas?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2. Qual a importância da integração dos setores para satisfazer clientes e

agregar valores para a organização?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3. Em sua opinião, qual a importância do reconhecimento e valorização das

pessoas para a empresa?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

82

3.1. Por quê?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

4. A curva ABC pode influenciar positivamente na formação do fluxo de

caixa da empresa?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

5. No seu entendimento, qual a importância da relação entre a curva ABC e

a gestão de estoque?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

6. Existe planejamento específico para melhorias contínuas na empresa?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

83

6.1. Qual?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

7. Você considera a gestão de estoque uma ferramenta eficiente para sua

empresa?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

7.1. Por quê?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

84

APÊNDICE E - Roteiro de Entrevista para o Gerente de Vendas

I IDENTIFICAÇÃO

Nome:

Tempo que exerce a função:

Experiência profissional:

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1. O que a ação do marketing implica na gestão de estoque?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2. Com as inovações e crise mundial, quais as novas tendências de

mercado?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2.1. Como a empresa reage para a satisfação dos clientes?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

85

3. Em sua opinião, qual a importância do reconhecimento e valorização das

pessoas para a empresa?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

4. Explique a relação entre o setor de vendas e o setor de estoque.

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

5. Qual a relação que o setor de vendas mantém com os clientes da

empresa?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

6. Quais são as estratégias de vendas aplicadas na empresa?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

86

7. Que produto possui melhor rentabilidade?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

87

APÊNDICE F - Roteiro de Entrevista para o Gestor de Estoque

I IDENTIFICAÇÃO

Nome:

Tempo que exerce a função:

Experiência profissional:

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1. Qual a importância do critério da curva ABC para a gestão de estoque?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2. Quais os procedimentos adotados pela empresa para armazenar os

produtos no estoque?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3. Que tipo de planejamento e controle o setor utiliza para conseguir atingir

as metas estabelecidas?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

88

4. Você utiliza a curva ABC como ferramenta para controle e equilíbrio do

estoque?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

4.1. Por quê?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

5. Qual a importância da gestão de estoque para a empresa?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

6. Existe um controle eficiente da curva ABC na gestão de estoque?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

89

7. O setor possui ligação direta com fornecedores?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

90

ANEXOS

91

ANEXO A – FOTOS DA EMPRESA CERMACO MATERIAL DE

CONSTRUÇÃO LTDA

FOTO: FACHADA

FOTO: FACHADA DURANTE A NOITE

92

FOTO: LOGOMARCA DA EMPRESA

FOTO: MASCOTE DA EMPRESA

93

FOTO: EXPOSITOR DE MARCA EXCLUSIVA

FOTO: SHOW ROOM

94

FOTO: SUPERVISÃO DE VENDAS

FOTO: FROTA

95

FOTO: PÁGINA INICIAL DO SITE

FOTO: DIVULGAÇÃO DO CARTÃO PRÓPRIO DA EMPRESA

96

FOTO: FACHADA EM DIA DE FEIRÃO

FOTO: LAYOUT EM DIA DE FEIRÃO

97

FOTO: SETOR DE ESTOQUE

FOTO: EMPILHADEIRA

98

FOTO: OFICINA DE SERVIÇOS E ESTOQUE DE MADEIRAMENTO

FOTO: ESTOQUE DE MATERIAIS

99

FOTO: ESTOQUE DE TINTAS

FOTO: PÁTIO E CARREGAMENTO

100

FOTO: OS TREINADOS NA CERMACO MATERIAL DE CONSTRUÇÃO LTDA