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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Simone de Lorenzo COMO APLICAR E AVALIAR A CURVA ABC NO CONTROLE DE CUSTOS DE MATERIAIS E MEDICAMENTOS EM UM PRONTO ATENDIMENTO DE UMA CLÍNICA. CURITIBA 2012

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Simone de Lorenzo

COMO APLICAR E AVALIAR A CURVA ABC NO CONTROLE DE

CUSTOS DE MATERIAIS E MEDICAMENTOS EM UM PRONTO

ATENDIMENTO DE UMA CLÍNICA.

CURITIBA

2012

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COMO APLICAR E AVALIAR A CURVA ABC NO CONTROLE DE

CUSTOS DE MATERIAIS E MEDICAMENTOS EM UM PRONTO

ATENDIMENTO DE UMA CLÍNICA.

CURITIBA

2012

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Simone de Lorenzo

COMO APLICAR E AVALIAR A CURVA ABC NO CONTROLE DE

CUSTOS DE MATERIAIS E MEDICAMENTOS EM UM PRONTO

ATENDIMENTO DE UMA CLÍNICA.

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentada ao Curso de Auditoria e

Gestão em Saúde da Faculdade

De Ciências da Universidade Tuiuti

do Paraná, como requisito parcial

para a obtenção do grau (ou título)

de pós graduada.

Orientadora: Izabel Gondro de

Camargo.

CURITIBA

2012

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RESUMO

O objetivo deste trabalho foi aplicar a Curva ABC em um estoque de um Pronto

Atendimento de uma Clinica situada em Curitiba no bairro Água Verde. Este método

considera a importância dos materiais, baseado nas quantidades utilizadas e no

valor final que representa, oferecendo ao gestor a alternativa de definir prioridades e

estabelecer estratégias. Aos itens mais importantes de todos, segundo a ótica do

valor ou da quantidade, dá-se denominação de itens da classe A, aos intermediários,

itens da classe B, e aos menos importantes, itens da classe C. É relevante o estudo

à medida que possibilita ao gestor analisar os procedimentos de controle de estoque

e refletir sobre os métodos aplicados, bem como avaliar se os custos são

efetivamente gerenciados.

Palavras-chave: curva ABC, controle de estoque.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 6

1.2. OBJETIVO GERAL .................................................................................................... 8

1.3. OBJETIVO ESPECÍFICO ........................................................................................... 8

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................... 9

2.1 GESTÃO DE CUSTO .................................................................................................. 9

2.2.GESTÃO DE ESTOQUE ............................................................................................. 9

2.3 GESTÃO DE CUSTOS DE ESTOQUE NA SAÚDE ................................................. 11

3. METODOLOGIA ............................................................................................................ 15

4. RESULTADO .................................................................................................................. 16

4.1 APLICAÇÃO DA CURVA ABC................................................................................. 19

5. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 23

6.REFERENCIAIS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 26

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1. INTRODUÇÃO

As instituições hospitalares cada vez mais, preocupam-se e adotam estratégia

para o controle de custos, principalmente por materiais de grande consumo como os

utilizados pela enfermagem, com o objetivo de garantir que estas entidades

mantenham a viabilidade sem perder a qualidade de seus serviços. (LOURENÇO ;

CASTILHO, 2006).

Surgem desta forma, os sistemas de gerenciamento de custos que devem

propor medidas que envolvam todos os setores da organização sendo que cada

integrante da equipe contribua com experiências, tomadas de decisões e alocação

de recursos, definindo quais são necessários para a produção de atividades

essenciais. (LOURENÇO; CASTILHO, 2006).

A falta de gerenciamento ou até mesmo de recursos financeiros, faz com

que alguns hospitais públicos interrompam a prestação da assistência devido à falta

de alguns materiais e medicamentos. Assim como a presença de grandes estoques

ocasiona um descontrole no fluxo. (LOURENÇO; CASTILHO, 2006).

Pensando nestas questões, existe a necessidade de aplicar processos que

controlem os custos e neste contexto surge à aplicação da curva ABC. Esse método

é baseado nas teorias econômicas de Pareto e considera a importância dos

materiais, baseada nas quantidades utilizadas e no valor, representadas pelas letras

A, B e C.

Neste sistema, os estoques são classificados por ordem decrescente. Assim

a classe A, é constituída de poucos itens (de 10 a 20% dos itens), mas que exigem

maior investimento. Representam, em média, de 60 a 80% do investimento em

estoque. A classe B é composta por um número médio de itens (20 a 30% do geral)

e exigem também investimentos elevados, porém menores que os produtos A e

necessitam de conferências freqüentes. Representam, em média, 20 a 30% do

investimento total. Na classe C há um grande número de itens e de pequenos

investimentos. Exige controle mais simples e representam, em média, 5 a 10% dos

investimentos em estoque e de 50 a 70% do total de itens. (LOPRET; PARINOS et

al ,2009).

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Segundo Vecina, Reinhardt (1998 apud LOURENÇO e CASTILHO, 2006. p.

53), „„ podem ser entendidos como uma classificação baseada no valor de utilização

dos itens de estoque, permitindo o controle seletivo de estoque. É um procedimento

que tem por objetivo identificar os produtos em função dos valores que eles

representam e, com isso, estabelecer formas de gestão apropriadas à importância

de cada item em relação ao valor total dos estoques. ‟‟ Devendo ser analisada

anualmente, devido as mudança nos valores unitários.

Planejar e controlar custos são mecanismos que podem garantir a

sobrevivência das instituições hospitalares uma vez que, os tratamentos médicos

onerosos, inviabilizam o exercício profissional da medicina. Neste contexto, surge a

importância do gerenciamento dos estoques de medicamentos. Diferentes técnicas

de administração da produção e da gestão dos estoques foram desenvolvidas a fim

de solucionar os problemas, mostrando eficiência na gerência de operações de uma

instituição.

Esta técnica pode ser adaptada às novas necessidades presentes na gestão

de serviços, tendo aplicação nas farmácias das instituições hospitalares, buscando a

otimização do controle dos itens dos estoques.

Frente ao exposto, a elaboração deste trabalho permite ao gestor conhecer

a aplicação da curva ABC, e utilizá-la como estratégia de gerenciamento no controle

de custos de materiais e medicamentos em estoques de qualquer porte.

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1.2. OBJETIVO GERAL

Apresentar a curva ABC como método de controle dos custos relacionados a

medicamentos e materiais.

1.3. OBJETIVO ESPECÍFICO

Compreender a importância de um controle efetivo de estoque.

Demonstrar a aplicação da curva ABC no estoque do Pronto Atendimento de uma

clinica de Curitiba.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 GESTÃO DE CUSTO

As primeiras idéias de gestão de custo surgiram entre os anos 8000 e 3000

a.C, onde a contabilidade era feita com fichas e barro. Como advento da escrita

cuneiforme as trocas de mercadorias já eram registradas, como no Império Romano

(200 a.C.) onde as contas governamentais eram escrituradas. Entre os anos de

1760 ate 1860, marcado pela Revolução Industrial, teve inicio a contabilidade de

custos (LIMA ;POMPERMAYER, 2003).

Para os autores, uma‟‟ boa gestão de custos tem seu grande objetivo na

maximização dos lucros “Com isso torna-se uma” estratégia competitiva principal

para levar uma empresa a conquistar mais fatias e permanência assegurada no

mercado‟‟ ( LIMA; POMPERMAYER, 2003 p.52).

Surge no século XIX, o economista Vilfredo de Pareto, que observando uma

desigualdade na distribuicao de renda da população total, aplicou matematicamente

uma fórmula e descobriu que 80% da riqueza estavam em poder de apenas 20% da

população. Mais tarde o italiano Juan, engenheiro e mestre em qualidade, associou

essa observação e demostrou graficamente que a maior parte dos defeitos e de

seus custos decorrem de um número relativamente pequeno de causas, surgindo

assim diagrama de Pareto ou Curva ABC (GOMES,2011).

2.2.GESTÃO DE ESTOQUE

Para Chaves e Batalha (2006, apud Ballou, 1993), a logística tem o objetivo

de fornecer bens e serviços quando, onde e na condição física que desejarem os

consumidores. E ainda, segundo este autor (2006, apud Christopher, 2001) é

importante planejar e coordenar as atividades necessárias para alcançar níveis

desejáveis de serviços e qualidade ao custo mais baixo possível.

Historicamente, após 1950 as empresas começaram a perceber que manter

estoque, não era vantajoso, pois gerava custos altos, e definindo que a

responsabilidade pela estocagem deveria ser dos fornecedores e que as entregas

deveriam ser mais freqüentes. Há partir nos anos 70, a logística começou a ser

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adotada e foi evoluindo com a revolução da tecnologia da informação (RABELO,19--

?).

Nos Estados Unidos, a administração de estoque, surgiu nos anos 70

durante a crise do Petróleo, quando a OPEP (Organização dos Países Exportadores

de Petróleo) restringiu suas cotas de produção para provocar alta nos preços no

mercado Internacional e como conseqüência os americanos reduziram seus

estoques de produtos em andamento e de mercadorias para revenda. Com esse

controle de estoque, chegou-se a conclusão de que quanto maior o material

estocado maior será o capital empatado, deixando a empresa de obter capital de

giro e aumentando as chances de perdas durante a estocagem (IACIA, 2006).

Sabe-se que o controle do estoque é uma forma de gestão, e conforme a

literatura aponta „‟constitui uma série de ações que permitem ao administrador

verificar se os estoques estão sendo bem utilizados, bem localizados em relação aos

setores que deles utilizam, bem manuseados e bem controlados. É basicamente o

ato de gerir recursos ociosos possuidores de valor econômico e destinado ao

suprimento das necessidades futuras de material, numa organização‟‟ (LOPRET;

PARINOS et al,2009 apud VENDRAME, 2008, p.7).

Para este autor, o item do estoque à medida que é utilizado, o seu valor se

converte em dinheiro e assim há retorno financeiro, sendo que para isto, existe a

estocagem que aumenta os custos, diminuindo os lucros, por isso a boa

administração é tão importante.

Dentre os sistemas de controle de estoque, a literatura faz referencia á

alguns métodos, como o Just in Time, PEPS e UEP.

Para Leite (2006 apud SLACK, CHAMBERS e JOHNSTON, 2002, p. 482),

“JIT significa produzir bens e serviços exatamente no momento em que são

necessários”. Assim os estoques não deveriam existir, evitando a sobrecarga de

custos e consequentemente melhorando o fluxo de caixa, e de forma a atender a

demanda com qualidade e sem desperdícios.

Na concepção de outro autor, neste sistema a proposta é que o estoque

esteja zerado, porém existe a necessidade de fornecedores capazes de atender

imediatamente à solicitação da demanda (PINHEIRO, 2005).

A sigla PEPS significa Primeiro que Entra, Primeiro que Sai, e é também

conhecida por FIFO, iniciais da frase inglesa First In, First Out. Para Faveri, (2010

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apud Francischini e Gurgel (2002, p. 172), descrevem que este “[...] é o método que

prioriza a ordem cronológica das entradas”). Ou “seja, sai o primeiro material que

entrou no estoque, com seu respectivo preço unitário”.

No sistema UEP, ocorre de forma que a última mercadoria a entrar no

estoque, será a primeira a sair (FAVERI, 2010). Este autor cita que na concepção de

Crepaldi (1999, p. 45) “Esse método indica que as saídas deverão ser custeadas ao

valor das últimas entradas.”

2.3 GESTÃO DE CUSTOS DE ESTOQUE NA SAÚDE

O Brasil na década de 80, economicamente marcado por uma crise mundial

devido à elevação dos preços do petróleo, resultando a crise da dívida e pela

recessão (CASTILHO; FRANCISCO, 2002).

Neste contexto econômico, o setor de medicina privada desconhecia parte

de seus custos reais.

Segundo Castilho e Francisco (2002, apud BEULKE, BERTÓ, 2000, p.242),

as Instituições Hospitalares desconheciam seus custos, elas "estabeleciam na

absoluta maioria das vezes preços arbitrários, obtidos em tabelas genéricas, de

terceiros, de associações de classe ou outra fonte qualquer. A conseqüência disso é

o estabelecimento, por vezes, de valores de serviços absolutamente fora da

realidade, o que implica redução de competitividade e, por consequência de receita".

Nesta época o setor da saúde privada devido à competitividade do mercado,

a pressão dos planos de saúde, e ao controle de preços pelo governo, obrigou-se a

controlar seus custos, sob o risco de ficarem deficitários e inviáveis. No setor

público, havia a escassez de investimentos além das restrições orçamentárias, e por

isso havia a necessidade da adoção de um sistema de custos para que os serviços

oferecidos pelo SUS fossem realizados com qualidade e eficiência (CASTILHO;

FRANCISCO, 2002).

Cada vez mais, os gestores das instituições hospitalares, a fim de manterem

a qualidade dos serviços propostos, adotam estratégias de gerenciamento, com a

finalidade de impedir que gastos desnecessários, inviabilizem suas atividades. E

dentro deste contexto, a redução implica num controle mais efetivo dos

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materiais/medicamentos consumidos pelos colaboradores, principalmente por

aqueles que trabalham diretamente com estes produtos, como por exemplo, a

equipe de enfermagem (LOURENÇO; CASTILHO, 2006).

Conforme, Gersdoff (1980, apud LOURENÇO e CASTILHO, 2006), os

maiores custos de uma instituição hospitalar estão relacionados primeiramente com

o quadro de pessoal e em seguida com a aquisição de medicamentos, materiais e

equipamentos.

Essa crescente elevação dos custos na saúde, torna necessário o

conhecimento sobre o assunto, por parte dos envolvidos na gestão hospitalar, e

assim ‘’busca a racionalização no processo de alocação de recursos, o equilíbrio

entre custos e recursos financeiros e a otimização de resultados‟‟ (FRANCISCO;

CASTILHO, 2002).

Diante de um mercado de saúde competitivo e com recursos cada vez mais

limitados, os gestores vêem a necessidade de manterem a viabilidade financeira das

instituições hospitalares mantendo o equilíbrio entre receita e despesa. Sabe-se que

os materiais e medicamentos correspondem 25 a 40% desse custo, e uma das

formas de reduzir este índice tão significativo é aplicar a conhecida curva ABC, um

método utilizado para controle e planejamento (NOGUEIRA, 2007).

Os gestores devem utilizar métodos capazes de controlar os custos com

estes produtos, e neste contexto, está inserida uma boa administração dos

estoques.

Na ótica de Arnold (1999, p. 265), „‟os estoques são matérias e suprimentos

que uma empresa ou instituição mantém, seja para vender ou para fornecer insumos

ou suprimentos para o processo de produção. Todas as empresas e instituições

precisam manter estoques. ‟‟

Segundo Pozo (2001), há um grande dilema para o administrador/gestor,

pois uma inadequada gestão de materiais pode gerar problemas com relação ao

capital de giro de uma empresa, e conseqüentemente seu custo. Ele define o

processo de estocagem como sendo um pulmão, pois supre a demanda e eventuais

variações. No entanto , quando existe estoque elevado para manter esta demanda,

automaticamente há necessidade também de um elevado capital de giro. Porém

baixos estoques mal administrados podem gerar custos extras em face de atrasos

de entrega e replanejamento do processo.

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As dificuldades em manter um estoque capaz de satisfazer as necessidades,

seja por grandes estoques ou escassez de produtos, geram nos profissionais

responsáveis, certo grau de estresse, pois muitas vezes, faz-se necessário a

interrupção da assistência e consequentemente situações estressantes para o

cliente, família e profissionais. Por outro lado, a perda do capital ocasionado pela

presença de grandes estoques, gera falta deste mesmo capital para aquisição de

novos produtos (LOURENÇO; CASTILHO, 2006).

Assim, independente do método escolhido para gerenciar o estoque, a

gestão torna-se diferenciada e alcança objetivos com maior rapidez e planejamento

(FAVERI, 2010).

Conforme Pozo (2001), os objetivos do planejamento e controle de estoque

estão em identificar itens obsoletos defeituosos, não permitir condições de falta ou

excesso em relação à demanda, prevenção quanto às perdas, danos, extravios e

manter as quantidades em relação às necessidades.

Além do controle dos estoques, como medida eficaz na redução de custos,

as instituições também podem utilizar a padronização de medicamentos. Esta

padronização deve seguir normas técnicas, conforme o tratamento a ser seguido e

baseado na International Organization for Standardization (ISO) (GONCALVES;

NOVAES; SIMONETTI 2006).

Conforme os autores Gonçalves, Novaes, Simonetti (2006 apud BARBIERI e

MACHLINE, 2006), a conseqüência da adoção de tal medida para a instituição, está

na redução dos custos quanto à aquisição, maior facilidade nos processos de

compras, redução dos custos de produção /manutenção dos produtos em estoques

e a facilitação dos procedimentos de armazenagem/manuseio dos medicamentos,

propiciando vantagens à instituição hospitalar como um todo.

As vantagens são estendidas para os usuários e outros serviços, conforme

afirmam Gonçalves; Novaes e Simonetti( 2006 apud PATERNO 1990; BARBIERI e

MACHLINE, 2006):

Para os pacientes, existe a confiança do uso do medicamento correto,

Aos médicos, a certeza de que os medicamentos da farmácia hospitalar são

adequados aos tratamentos propostos,

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O serviço de enfermagem se beneficia através da melhor interação com o

corpo clínico médico, com o uso da mesma linguagem quanto a nomes e

fórmulas de medicamentos e a familiarização com os produtos padronizados,

Para a farmácia, implica em melhor controle de estoques através da menor

diversidade de produtos e do gerenciamento mais fácil em função do menor

espaço físico destinado aos estoques,

O hospital se beneficia com a padronização através da redução do custo dos

estoques, da redução de pessoal ligado às estratégias de controle dos

mesmos e da redução do espaço físico destinado às acomodações da

farmácia.

Para Gonçalves; Novaes e Simonetti (2006 apud ANGARAN, 1999, p. 4),

esta padronização significa „‟ escolher, dentre uma relação de produtos e de acordo

com determinadas especificações, aqueles que atendam às necessidades de

cobertura terapêutica da população-alvo que se deseja tratar‟‟.

Para a aplicação nesta técnica de gerenciamento, os administradores podem

utilizar o diagrama de Pareto ou Curva ABC.

Segundo Sakuyam e Muniz (2007 apud PEREIRA 1999), este diagrama tem

uma aplicabilidade em diversos setores, como na administração de estoques,

políticas de vendas e planejamento da distribuição e que é consiste em separar os

itens de acordo por grupos de acordo com o valor da demanda.

Este método utiliza característica semelhante dos produtos em função dos

valores e consumos, dando a importância necessária e definindo melhor o processo

de gestão de uma instituição. Sendo assim, a divisão é feita em três classes, A, B, C,

podendo, no entanto ser estabelecido quantas classes o administrador julgar

necessário (GONÇALVES; NOVAES; SIMONETTI, 2006, apud DIAS, 1994).

A literatura afirma que este método de classificação „‟permite identificar

aqueles itens que justificam atenção e tratamento adequado quanto à sua

administração, pois alguns itens podem ter grande quantidade física, porém com

baixa representatividade financeira, por serem individualmente de pequeno valor

dentro do conjunto do estoque, outros itens, entretanto, ao contrário, ou seja,

possuem pequena quantidade física, porém com alta representatividade financeira,

por serem individualmente de grande valor dentro do conjunto do

estoque‟‟(PINHEIRO, 2005, p. 82).

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A classe A são os itens em estoque de alta prioridade, e com maior valor

devido à sua importância econômica. Cerca de 20% dos itens em estoque

correspondem a 80% do valor em estoque. A classe B são os itens que ainda são

considerados preciosos, sendo intermediário entre a A e C e que recebem cuidados

medianos. Estima-se que 30% dos itens em estoque correspondem a 15% do valor

em estoque. Na classe C o critério estabelece que seu impacto econômico não é

dramático, o que possibilita menos esforços. Estima-se que 50% dos itens em

estoque correspondem a 5% do valor em estoque (NOGUEIRA, 2007).

Sakuyam e Muniz, (2007 apud PEREIRA 1999), reforçam a idéia de que a

classe A merece um cuidado preferencial dos administradores, ou de quem quer que

seja a responsável pela solicitação de materiais/medicamentos e controle de

estoque. Neste contexto os autores afirmam que a aplicabilidade da curva ABC, é de

enorme importância, pois busca identificar o que é „‟mais ou menos importante num

extenso universo de situações e, por consequência, estabelecer o que merece mais

ou menos atenção por parte da administração. ‟‟

A aplicação da curva ABC, surge como uma ferramenta de gerenciamento,

com o objetivo de identificar quais itens merece atenção e tratamento adequados

quanto à sua importância relativa (LOPRET, PARINOS et al,2009).

3. METODOLOGIA

Metodologia é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exata de toda

ação desenvolvida no método (caminho) do trabalho de pesquisa (Wikipédia).

O estudo foi realizado em uma clinica de pronto atendimento localizada no

bairro Água Verde, na cidade de Curitiba.

Os dados para a elaboração da curva ABC, foram extraídos dos pedidos de

medicamentos feitos via sistema no período Maio/2011 a Outubro/2011.

No mês de novembro/2011, com a autorização da supervisão, imprimi do

sistema de informação as solicitações semanais de materiais e medicamentos

realizadas no período de Maio/2011 a Outubro/2011. No mês subsequente, realizei a

somatória das quantidades totais de materiais e medicamentos solicitados em cada

mês, bem como o levantamento do custo unitário de cada produto, baseados na

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tabela do Brasíndice.

Terminado o levantamento dos dados, estes foram lançados em uma

planilha do Excel para posterior elaboração da curva ABC.

4. RESULTADO

4.1 Perfil da instituição estudada

A clinica foi inaugurada em 2008 e funciona de Segunda a Sextas-feiras, das

8hrs às 20 horas. O pronto atendimento é composto por cinco consultórios médicos,

sendo que na maioria nos dias, há disponibilidade de três clínicos e dois pediatras

para atendimento de emergência ao público conveniado. No piso superior, há 18

consultórios, funcionando de forma eletiva, nas especialidades de cardiologia,

urologia, endocrinologia, clinica médica, pediatria e ginecologia. Além destas

estruturas, há um Rh, um setor administrativo e de gerência, sala de telefonia, uma

farmácia e uma copa para os funcionários.

Esta clinica é uma extensão de um hospital de grande porte localizado no

bairro da cidade Industrial de Curitiba (CIC), que atende diversas especialidades,

realiza procedimentos cirúrgicos de alta complexidade, exames por imagem e

atendimento emergencial e foi criada com a finalidade de melhorar o fluxo de

atendimento aos pacientes, oferecendo consultas com menor tempo de espera, em

uma região centralizada e com acesso facilitado.

O perfil epidemiológico dos pacientes atendidos na clinica:

Enxaqueca

Cólica renal

Dor abdominal

Gripe/resfriados

Angina

Taquicardia

Gastroenterites

Hiperglicemia

Hipertensão

Crise asmática

Lombalgias

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4.2 Resultado do estudo

O trabalho foi realizado no setor de Pronto Atendimento, local onde acorrem

os atendimentos de emergência e consequentemente há maior movimento de

materiais e medicamentos, foco deste estudo. Neste setor, dos 100 clientes que

passam por consulta/dia de emergência, em média 70 deles recebem algum tipo de

assistência da enfermagem. O posto de enfermagem é composto por uma área para

diluição de medicamentos, poltronas para o cliente receber o tratamento, sala de

aplicação de medicações intramusculares, sala de emergência com a disponibilidade

de carrinho de emergência, (itens não contemplados no nosso estudo). Há ainda no

posto, a disposição da equipe, os materiais e medicamentos numa quantidade

reduzida, com a finalidade de suprir a necessidade do dia de atendimento, e agilizar

a assistência. Sendo assim, ao receber o paciente, a enfermagem tem acesso livre a

estes materiais e medicamentos, sem a necessidade de comprovar a utilização com

a prescrição médica.

No Pronto Atendimento o início do atendimento começa quando o cliente é

atendido pela recepção e aguarda ser chamado pelo médico. Com o término da

consulta, o paciente é liberado ou é encaminhado com uma prescrição médica para

o atendimento de enfermagem, onde receberá medicações intravenosas, via oral,

intramuscular, ou inalações. Após essa assistência de enfermagem, o paciente é

reavaliado, recebe alta ou segue em observação até a melhora dos sintomas. Caso,

o diagnóstico exija internamento, ou realização de exames, o médico faz contato

com o hospital no CIC e encaminha o paciente de ambulância para um atendimento

mais especializado.

As medicações utilizadas durante o atendimento ao cliente são lançadas

num sistema, que gera uma fatura o qual é automaticamente encaminhada ao setor

administrativo da clinica, que é o responsável no fim do mês, pela cobrança do

plano.A administração atual optou por criar um estoque próprio, com o mínimo de

material padronizado possível, definido pelos gestores baseados do número de

clientes atendidos semanalmente, a fim de suprir a demanda semanal de pacientes

atendidos, de forma rápida e com o objetivo de evitar que algum material e

medicamento faltem e prejudiquem a assistência ao cliente. O abastecimento desse

estoque é feito por um almoxarifado, localizado dentro do hospital no CIC que

também atende as necessidades desse hospital e sob a responsabilidade de uma

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farmacêutica. Na clínica Água Verde, esse estoque fica fechado, sob a

responsabilidade da enfermeira do plantão, sendo solicitada a chave pelos técnicos,

quando há necessidade de repor itens no posto.

A responsável pelos pedidos é a enfermeira, que semanalmente faz um

levantamento dos materiais e medicamentos necessários para atender as

necessidades, e encaminha o pedido via sistema. No prazo de dois dias úteis o

pedido é recebido e conferido pelo técnico de enfermagem, que faz a estocagem e

reposição do posto de enfermagem. Não há uma quantidade fixa de material e

medicamento estipulada para este estoque. Os pedidos são feitos baseados no

número de atendimentos realizados na semana. Caso neste intervalo entre um

pedido e outro falte algum material e medicamento, ou a enfermeira visualize, que a

quantidade não será suficiente para atender a demanda de clientes naquela

semana, é feita uma solicitação via email ao supervisor do almoxarifado do material

desejado e a entrega ocorre no mesmo dia, ou no máximo nas primeiras horas do

dia seguinte.

Não existe um controle dos materiais dispensados do estoque, com isso o

pedido é feito de forma subjetiva. Também não há registro de perda de material por

extravio, quebra ou contaminação. O único controle é feito numa planilha de Excel

alimentada pelo técnico, que informa quantos e quais materiais foram recebidos do

almoxarifado naquela semana, sendo possível ao final de um período determinado,

verificar quantos itens foram solicitados pela clínica.

Abaixo, a relação dos medicamentos utilizados no estoque do Pronto

Atendimento.

ADALAT 20 20MG LASIX

ADENOSINA LIQUEMINE SC 0,25ML

ALIVIUM 50MG/ML LISADOR

AMINOFILINA 0,24MG/10ML LUFTAL Gotas 15ML

AMIODARONA 150MG NOVALGINA AMP 1G/2ML

ANTAK AMP 25MG/ML 2ML NOVALGINA GTS 10ML

ASPIRINA 100mg PLASIL 10MG/ML 2ML

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19

ATENSINA 200mg PLAVIX 75 MG

ATROPINA 0,5 MG/ML POLARAMINE FRS 120ML

ATROVENT PREDSIN 3 MG/ML

BEROTEC PROFENID EV 100MG IV

BUSCOPAN C 5ML PROFENID IM 100MG IM

BUSCOPAN S 20MG/ML PROPRANOLOL 40MG

CAPOTEN 25M SELOZOK 5ML

DECADRON 2MG SOLUCORTEF 100MG

DIGESAN 5MG/ML 2ML SOLUCORTEF 500MG

DRAMIM B6 10ML SUPERAN 2ml

FENERGAN 25MG/2ML TYLENOL CPRS 750MG

HIDRAPLUS TYLENOL GTS 15ML

ISORDIL 5 MG VOLTAREN 25MG/ML

Fonte: Sistema de Informações da Clinica.

4.1 APLICAÇÃO DA CURVA ABC

Aplicação da curva ABC, com base nas medicações utilizadas no pronto

atendimento durante o período Maio/2011 a Outubro/2011.

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4.1.1 Relatório de medicamentos utilizados no período de Maio/2011 a Outubro/2011

ITENS Produto QUANTIDADE MÉDIA

CONSUMO MÉDIO MENSAL mai/11 jun/11 jul/11 ago/11 set/11 out/11

1 ASPIRINA 100mg 60 60 60 60 60 60 360

2 AMINOFILINA 0,24MG/10ML 10 5 5 10 10 10 50

3 AMIODARONA 150MG 5 5 5 5 10 10 40

4 ATROPINA 0,5 MG/ML 50 20 80 20 20 20 210

5 ADENOSINA 5 0 5 0 5 5 20

6 ATROVENT 30 30 30 35 30 37 192

7 BEROTEC 30 30 30 30 30 30 180

8 DIGESAN 5MG/ML 2ML 600 600 600 600 600 600 3600

9 BUSCOPAN C 5ML 930 1100 900 930 800 1100 5760

10 BUSCOPAN S 20MG/ML 360 360 360 360 360 360 2160

11 CAPOTEN 25M 300 450 300 300 300 150 1800

12 PROFENID IM 100MG IM 1050 1050 1050 1000 1200 850 6200

13 PROFENID EV 100MG IV 1000 1000 1000 1000 1000 1000 6000

14 ATENSINA 200mg 10 10 10 10 10 10 60

15 PLAVIX 75 MG 30 30 30 30 30 30 180

16 SUPERAN 2ml 240 240 240 240 240 240 1440

17 ANTAK AMP 25MG/ML 2ML 600 600 600 600 600 600 3600

18 DECADRON 2MG 480 480 480 480 480 480 2880

19 POLARAMINE FRS 120ML 1 2 0 1 1 1 6

20 VOLTAREN 25MG/ML 350 300 300 300 320 410 1980

21 DRAMIM B6 10ML 500 400 430 430 410 410 2580

22 LUFTAL Gotas 15ML 6 6 6 6 5 6 35

23 ISORDIL 5 MG 25 25 25 25 25 25 150

24 LISADOR 300 252 300 252 300 180 1584

25 NOVALGINA AMP 1G/2ML 1080 1080 1080 1080 1080 1080 6480

26 NOVALGINA GTS 10ML 7 10 7 7 7 7 45

27 PREDSIN 3 MG/ML 120 120 120 120 120 120 720

28 LASIX 20 20 20 20 20 20 120

28 LIQUEMINE SC 0,25ML 250 250 250 250 250 250 1500

30 HIDRAPLUS 270 280 270 280 270 230 1600

31 SOLUCORTEF 100MG 6 7 7 6 0 2 28

32 SOLUCORTEF 500MG 910 910 910 910 910 910 5460

33 ALIVIUM 50MG/ML 2 2 2 2 2 2 12

34 PLASIL 10MG/ML 2ML 10 5 5 5 5 10 40

35 SELOZOK 5ML 500 300 300 200 224 204 1728

36 ADALAT 20 20MG 9 9 9 9 9 9 54

37 TYLENOL CPRS 750MG 145 145 145 145 145 145 870

38 TYLENOL GTS 15ML 50 50 50 55 55 28 288

39 FENERGAN 25MG/2ML 15 15 10 10 10 10 70

40 PROPRANOLOL 40MG 20 20 20 20 20 20 120

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21

4.1.2 Dados das colunas da tabela:

1 Itens

2 Nome comercial do medicamento

3 Custo unitário do item

4 Σ CMM Somatória do custo médio mensal nos últimos 6 meses

5 Custo total: Multiplica-se os valores da coluna 3 pelos valores da coluna 4

6 Valor do item representado em percentual: Divide- se cada valor da coluna 5

pelo valor total da coluna 5 multiplicado por 100.

7 Organiza os valores da coluna 6 em ordem decrescente

8 Os itens que contemplarem a soma até chegar próximo do valor de corte

contemplarão a classificação ABC

9 Valor encontrado na linha de corte de cada classificação. Indica a porcentagem

do valor do estoque de cada classificação.

10 Calcula- se a representatividade em porcentagem da quantidade de itens do

estoque conforme fórmula abaixo:

Representatividade em porcentagem da quantidade de itens de cada classificação:

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4.1.3 Demonstração da aplicação da curva abc

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

ITENS ProdutoCusto

unitário

Σ Consumo

médio

mensal

Custo

total

Valor

representado

em percentual

Valor representado em

percentual em ordem

crescente

Classificação

ABC

% de

valor no

estoque

% de itens no

estoque

1 ASPIRINA 100mg 0,31 360 111,60 0,0767 14,6869 A

2 AM INOFILINA 0,24M G/10M L 0,65 50 32,50 0,0223 10,9690 A

3 AM IODARONA 150M G 3,06 40 122,40 0,0841 10,3257 A

4 ATROPINA 0,5 M G/M L 0,25 210 52,50 0,0361 8,8082 A

5 ADENOSINA 15,50 20 310,00 0,2131 8,3092 A

6 ATROVENT 8,91 192 1710,72 1,1757 6,9278 A

7 BEROTEC 2,54 180 457,20 0,3142 5,3200 A

8 DIGESAN 5M G/M L 2M L 3,56 3600 12816,00 8,8082 4,7282 A

9 BUSCOPAN C 5M L 3,71 5760 21369,60 14,6869 4,4536 A

10 BUSCOPAN S 20M G/M L 1,50 2160 3240,00 2,2268 4,1567 A

11 CAPOTEN 25M 0,68 1800 1224,00 0,8412 3,9365 B

12 PROFENID IM 100M G IM 1,95 6200 12090,00 8,3092 3,7014 B

13 PROFENID EV 100M G IV 2,66 6000 15960,00 10,9690 2,2268 B

14 ATENSINA 200mg 0,23 60 13,80 0,0095 1,6602 B

15 PLAVIX 75 M G 3,34 180 601,20 0,4132 1,6289 B

16 SUPERAN 2ml 3,74 1440 5385,60 3,7014 1,1757 B

17 ANTAK AM P 25M G/M L 2M L 2,15 3600 7740,00 5,320 1,1600 C

18 DECADRON 2M G 3,50 2880 10080,00 6,9278 0,8412 C

19 POLARAM INE FRS 120M L 9,83 6 58,98 0,0405 0,7621 C

20 VOLTAREN 25M G/M L 1,22 1980 2415,60 1,6602 0,6641 C

21 DRAM IM B6 10M L 2,22 2580 5727,60 3,9365 0,6087 C

22 LUFTAL Gotas 15M L 10,21 35 357,35 0,2456 0,4132 C

23 ISORDIL 5 M G 0,70 150 105,00 0,0722 0,3142 C

24 LISADOR 0,61 1584 966,24 0,6641 0,2754 C

25 NOVALGINA AM P 1G/2M L 1,00 6480 6480,00 4,4536 0,2746 C

26 NOVALGINA GTS 10M L 7,25 45 326,25 0,2242 0,2456 C

27 PREDSIN 3 M G/M L 1,23 720 885,60 0,6087 0,2242 C

28 LASIX 9,24 120 1108,80 0,7621 0,2131 C

28 LIQUEM INE SC 0,25M L 1,58 1500 2370,00 1,6289 0,2126 C

30 HIDRAPLUS 9,39 1600 15024,00 10,3257 0,2089 C

31 SOLUCORTEF 100M G 14,31 28 400,68 0,2754 0,1303 C

32 SOLUCORTEF 500M G 1,26 5460 6879,60 4,7282 0,0851 C

33 ALIVIUM 50M G/M L 15,8 12 189,60 0,1303 0,0841 C

34 PLASIL 10M G/M L 2M L 0,40 40 16,00 0,0110 0,0767 C

35 SELOZOK 5M L 3,50 1728 6048,00 4,1567 0,0722 C

36 ADALAT 20 20M G 5,63 54 304,02 0,2089 0,0405 C

37 TYLENOL CPRS 750M G 1,94 870 1687,80 1,1600 0,0361 C

38 TYLENOL GTS 15M L 0,43 288 123,84 0,0851 0,0223 C

39 FENERGAN 25M G/2M L 4,42 70 309,40 0,2126 0,0110 C

40 PROPRANOLOL 40M G 3,33 120 399,60 0,2746 0,0095 C

163,74 145501,08 100,00 100,00 100% 100%

78,6853

14,3295

6,9857 60%

15%

25%

.

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5. CONCLUSÃO

Com os resultados encontrados com a aplicação da curva ABC, podemos

evidenciar que a maioria dos medicamentos deste estoque, que correspondem a

60%, tem o menor custo para a empresa, chegando a quase 7% do valor total,

sendo classificado como Classe C.

Em contrapartida, os itens de maior valor, recebem a classificação A e

economicamente representam quase 80% do valor total do estoque neste período

analisado e devem receber maior atenção dos gestores, pois são responsáveis pelo

maior custo.

A classe B representa um valor intermediário no custo, que neste caso,

corresponde a 15% do estoque geral, e gera um custo de quase 15% para a

empresa.

Com os dados apresentados, podemos notar que este estoque segue o perfil

padrão da curva ABC, conforme conceitua os autores estudados, ou seja, 80% de A,

15% de B e 5% de C.

Para a aplicação deste método, é preciso seguir alguns passos, com a

finalidade de chegar ao objetivo desejado, como definir a padronização de

medicamentos utilizados, escolher o método para aplicação, manual ou eletrônico e

posteriormente analisar a curva e tomar decisões para melhor gerenciamento desse

estoque.

Neste caso, há grande quantidade de itens de pequeno valor,

correspondente a classe C, e por isso o gestor pode dirigir sua atenção para os itens

de grande valor de utilização, que é a classe A. Porém Isso não significa um

esquecimento da classe C, pois um possível descuido pode fazer com que estes

itens faltem e prejudiquem a assistência ao cliente.

Com base nas referências bibliográficas estudadas, existem sistemas

complementares de controle de estoque. Sugere-se, por exemplo, o de “Duas

Gavetas” que consiste numa caixa menor com a finalidade de manter uma

quantidade de material suficiente para atender ao consumo durante o tempo de

reposição, além de permitir um estoque de segurança, enquanto a caixa maior

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possui um estoque equivalente ao consumo previsto no período.

Este método permite uma margem de segurança nos casos do fornecedor

não entregar os pedidos no prazo determinado e assim não prejudicando a

assistência ao paciente. Outro ponto importante refere-se à sazonalidade, visto que

em determinadas épocas do ano, aumenta a demanda de alguns medicamentos,

dando suporte ao gestor para um controle eficaz.

Um item que precisa ser analisado pelos gestores, é quanto ä definição de

uma quantidade máxima e mínima desse estoque, pois facilita a solicitação de

materiais oferecendo uma margem segura de itens para atender a necessidade

naquela semana.

Outro método de controle de estoque seria a implantação de um sistema

informatizado integrado, por exemplo, com um sistema de códigos de barras. Desta

forma todo material que chegasse do almoxarifado seria cadastrado, ficando

disponível num sistema de fácil acesso, assim a enfermeira poderia saber quantos

itens ainda existem no estoque, e prever de forma eficaz, quais deles seriam

necessários serem solicitados naquela semana, baseando-se na quantidade máxima

e mínima. O correto seria que a implantação desse sistema informatizado estivesse

integrado ao sistema do hospital, porém por se tratar de um estoque pequeno, não

viabilizaria financeiramente este investimento, sugere-se então um controle de

estoque manual com definição do estoque fixo e de segurança, onde a enfermeira

controlaria a saída dos medicamentos através das prescrições médicas, das

checagens da enfermagem, e os materiais, através das prescrições do enfermeiro e

anotações de enfermagem.

Outro controle necessário para o perfeito gerenciamento do estoque é o

registro de baixa com justificativa dos materiais e medicamentos contaminados e

quebrados acidentalmente, com o objetivo de visualizar o quanto estas perdas

financeiras representaram num determinado período a fim de estabelecer

estratégias voltadas ä orientação e treinamento da equipe.

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O trabalho demonstra a viabilidade e os aspectos favoráveis da utilização da

curva ABC na administração do estoque. As sugestões descritas são facilmente

implementadas se utilizados elementos facilitadores, de controle de estoque e

pessoas comprometidas com o sucesso do processo.

A gestão do estoque é um dos fatores críticos neste setor, pois os produtos

armazenados, não são gerenciados, ainda possuem sua demanda caracterizada

pela grande flutuação.

Os resultados indicaram a urgência e a importância da otimização da

padronização de materiais, medicamentos e do controle efetivo do estoque visando

a redução dos custos, através da utilização de técnicas gerenciais que agreguem

benefícios à empresa, bem como possibilite aos gestores a elaboração de relatórios,

de forma rápida, precisa e que permitam a tomada de decisões.

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