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1 [email protected] Prof. Glauber Santos CAPÍTULO 1 Gestão da produção: história, papel estratégico e objetivos GESTÃO DA PRODUÇÃO E OPERAÇÕES www.justocantins.com.br

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1 [email protected] Prof. Glauber Santos

CAPÍTULO 1

Gestão da produção: história, papel estratégico e objetivos

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1.1 Gestão da produção: apresentação

Produção

é a transformação de alguma coisa em outra com maior valor.

Todos estamos envolvidos no ambiente de

produção.

Vivemos para as organizações e

das organizações

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Todas as operações da empresa relacionadas à produção de bens

e serviços são consideradas produção.

Pedra + Madeira = Martelo

Laugeni e Martins (2005) mostram como a produção está presente

desde o início dos tempos. Quando o homem pegou uma pedra, juntou

com um pedaço de madeira e criou um martelo, já estava executando

um trabalho de produção.

Dois materiais sem tanta utilidade se transformaram em um produto

bem mais útil. Isso é produção!!!

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Conforme Correa e Correa (2004), a gestão da produção ocupa-se

da atividade de gerenciamento estratégico dos recursos escassos

(humanos, tecnológicos, informacionais e outros),

de sua interação e dos processos que produzem e entregam bens e

serviços,

visados a atender às necessidades e/ou aos desejos de qualidade,

tempo e custo dos clientes.

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Nas comunidades existentes antes da Revolução Industrial, algumas

pessoas tinham certa habilidade para confeccionar alguns produtos.

Começaram, então, a receber encomendas de outras pessoas

interessadas nesses produtos.

Surge aí a figura do artesão, cuja produção era

do tipo artesanal.

Não existiam padrões, normas, controle de

qualidade.

Uma peça nunca saía idêntica à outra, pois não havia

uma rigidez de controle.

Com o aumento da produção, os artesãos começaram a contratar ajudantes.

Os ajudantes se tornaram, posteriormente, artesãos, graças à

possibilidade de aprendizado do trabalho.

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Esse cenário foi todo alterado quando houve a Revolução Industrial e

a descoberta da máquina a vapor, em 1764. Os artesãos, então,

começaram a trabalhar em pequenas fábricas.

De acordo com Laugeni e Martins (2005), essa alteração trouxe

também algumas exigências, como:

• padronização dos produtos

• padronização dos processos de

fabricação

• treinamento e habilitação da mão-de-

obra direta

• criação e desenvolvimento dos quadros

gerenciais e de supervisão

• desenvolvimento de técnicas de planejamento e controle de

produção

• desenvolvimento de técnicas de planejamento e controle

financeiro

• desenvolvimento de técnicas de vendas

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Depois veio a Administração Científica

A Administração Científica foi um marco para

a Administração. Taylor, o principal pensador

dessa teoria, criou novas formas para

melhorar a produtividade, pois focava nas

tarefas. Acreditava que, dessa forma, seria

possível aumentar a produtividade.

Exemplos de suas observações foram:

estudo dos tempos e movimentos

especialização do trabalhador

supervisão funcional

padronização de ferramentas e equipamentos

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Apesar de todo seu valor, a teoria de Taylor era incompleta,

principalmente em relação à visão de homem, que era considerado

uma continuidade da máquina, motivado somente por incentivos

financeiros, materiais.

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Seguidor de Taylor Aplicou os conceitos da Administração

Científica, revolucionando os métodos e

processos produtivos até então existentes.

Surge o conceito de produção em massa,

caracterizada por grandes volumes de

produtos extremamente padronizados.

A busca por novas técnicas para melhorar a produção foi denominada

engenharia industrial, na qual surgem conceitos como:

linha de montagem,

arranjo físico,

balanceamento de linha,

produtos em processo,

motivação,

sindicatos,

manutenção preventiva,

controle estatístico de qualidade e fluxograma de processos.

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Até meados da década de 1960, houve a predominância nas fábricas

desses conceitos e técnicas da engenharia industrial, quando surge

um conceito importante que altera esse cenário, é a denominada

produção enxuta.

Produção enxuta

Com esse pensamento,

surgiu, na fábrica da Toyota,

a produção enxuta, por

muitos denominada

toyotismo, que

revolucionou a forma de

produção atual.

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11 Taiichi Ohno

Conforme Laugeni e Martins (2005), a produção enxuta introduziu,

entre outros, os seguintes conceitos:

• just-in-time

• engenharia simultânea

• tecnologia de grupo

• consórcio modular

• células de produção

• QFD - desdobramento da função qualidade

• comarkeship

• sistemas flexíveis de manufatura

• manufatura integrada por computador

• benchmarking

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Características

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1.2 Administrando produção e operações

Para ocorrer a produção de bens ou serviços, é necessário um

processo de transformação. Os recursos de entradas (inputs) são

processados, e os resultados são os recursos de saída (outputs).

ENTRADAS Processo de

Transformação

Insumos

(materiais)

Resultados

(bens e serviços)

SAIDAS

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AMBIENTE

Todo sistema tem estes três elementos básicos: as entradas (inputs), as

saídas (outputs) e o processo (funções) de transformação.

Os inputs são os insumos, isto é, um conjunto de todos os recursos

necessários (instalações, capital, mão-de-obra, tecnologia, energia elétrica,

etc.) para produzir o que se deseja.

O processo de transformação (operações, decisões, modelo de simulação,

etc.) converte inputs em outputs.

Os outputs são os produtos manufaturados, os serviços prestados, as

informações fornecidas, etc.

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1.3 O papel da função produção

Função produção é a principal função de uma empresa

É o principal motivo de sua existência, segundo Slack e outros (2002)

Para o sucesso estratégico, a função produção deve desempenhar

três papéis:

como implementadora da estratégia empresarial

como apoiadora da estratégia empresarial

como impulsionadora da estratégia empresarial

Essas funções são detalhadas nos tópicos a seguir

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Analise a figura 2 considerando as aspirações organizacionais e suas

implicações. Comece pelo estágio 1, em que a postura é simplesmente não

atrapalhar a empresa. A partir desse estágio, examine as progressões, verifique

que, à medida que se busca a adoção de uma posição estratégica mais voltada

ao crescimento, saímos de uma posição em que apenas se evitam erros, para

uma posição em que se oferece vantagem competitiva.

A seguir, veremos quais são os objetivos do desempenho da gestão de produção.

Fiquemos bem atentos!

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1.4 Objetivos de desempenho da produção

Os objetivos estratégicos amplos que a produção precisa perseguir

para satisfazer seus stakeholders formam a base para traçar seus

objetivos de desempenho, uma vez que devem estar em perfeita

consonância. Cinco objetivos de desempenho básico são

identificados como aplicáveis a qualquer tipo de operação

produtiva. Vamos a eles.

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1.4.2 Objetivo rapidez

Minimizar o tempo entre a solicitação do cliente e a entrega do que foi

solicitado é fazer as coisas com rapidez. O principal benefício é o

enriquecimento da oferta de bens e/ou serviços, uma vez que, quanto

mais rápido os disponibilizarmos, tanto maior é a probabilidade de que

o cliente venha comprá-los. Rapidez reduz estoques e riscos.

1.4.3 Objetivo confiabilidade

Oferecer produtos e/ou serviços mantendo os compromissos de

entrega assumidos com os clientes corresponde a fazer as coisas em

tempo e garantir a confiabilidade em sua empresa, uma vez que os

clientes somente a julgam após a concretização da operação de

compra. Confiabilidade economiza tempo, dinheiro e dá

estabilidade.

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1.4.4 Objetivo flexibilidade

Alterar ou adaptar as atividades de produção para enfrentar as

contingências ou para customizar o seu produto ou serviço corresponde

a mudar o que se faz. Proporciona à empresa flexibilidade para garantir

a vantagem competitiva. A flexibilidade deve alcançar os

produtos/serviços, o mix, o volume e a entrega. Flexibilidade agiliza a

resposta, economiza tempo e dá confiabilidade.

1.4.5 Objetivo custo

Quanto menor o custo de produzir bens e serviços, menor pode ser o

preço para seus consumidores. Estamos falando de fazer as coisas o

mais barato possível, isto é, se produzirmos bens e serviços a custos

que permitam adotar uma política de precificação apropriada ao

mercado e garantir o retorno para a organização, estamos

proporcionando vantagem de custos aos clientes. Custo melhora

todos os demais objetivos de desempenho.

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Benefícios da consecução dos objetivos de desempenho da

produção

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Resumo

Produção é a transformação de alguma coisa em outra com maior valor. A todo

momento, estamos inseridos em algum processo de produção, seja em nosso

trabalho, em nossa casa ou em outra atividade qualquer. A produção, assim como

todas as áreas da Administração, precisou evoluir e se adequar às necessidades de

cada momento, de cada época. Ela se estendeu aos serviços, que também são

gerados em processos produtivos. Um processo de transformação ocorre no

processamento de entradas que são convertidas em saídas.

É relevante o papel da função produção em face das aspirações estratégicas das

organizações, uma vez que representa a principal forma de operacionalização dessas

estratégias, ou seja, é ela que possibilita a concretização dessas aspirações. Os

objetivos básicos de desempenho estratégico são: a qualidade, a rapidez, a

confiabilidade, a flexibilidade e o custo, alinhavando-os ao fazer certo, fazer rápido,

fazer a tempo, mudar o que se faz e fazer mais barato.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Bibliografia básica

CORREA, Henrique L.; CORREA, Carlos A. Administração de produção e operações. 2 ed.. São Paulo:

Atlas, 2009.

MARTINS, Petrônio G. Administração da produção. São Paulo: Saraiva, 2005.

SLACK, Nigel et al. Administração da produção. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

CHIAVENATO, Idalberto. Administração da produção: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro:

Elsevier, 2005.

GAITHER, Norman. Administração da Produção e Operações. 8. ed. São Paulo: Pioneira, 2001.

MARTINS, Petrônio Garcia. Administração da produção. São Paulo: Saraiva, 2005.

SLACK, Nigel; Hambers, Stuart; Harland, Christine. Aministração da produção.Edição Compacta. São

Paulo: Atlas, 2009.

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