Diretrizes para o Controle e Gerenciamento da gua

de Lastro dos Navios, para Minimizar a Transferncia

de Organismos Aquticos Nocivos e Agentes Patognicos

Resoluo A.868(20)-IMO

Marinha do Brasil

Diretoria de Portos e Costas

ii

Prefcio

O Comit de Proteo ao Meio Ambiente Marinho da IMO (MEPC), na sua trigsima primeira sesso (1 a 5 de julho

de 1991), adotou uma orientao, em termos voluntrios, na forma de diretrizes internacionais para a preveno da

introduo de organismos aquticos nocivos e agentes patognicos, provenientes da gua utilizada como lastro e dos

sedimentos nela contidos, descarregados por navios (Resoluo MEPC.50(31). Essa atividade foi iniciada por alguns

Estados, luz dos problemas por eles enfrentados com relao aos organismos marinhos introduzidos em suas guas

por intermdio da gua de lastro e pelos sedimentos nela contidos. Em 1993, a Assemblia da IMO adotou essas

Diretrizes atravs da Resoluo A.774(18), em atendimento a uma solicitao da Conferncia das Naes Unidas

sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (UNCED). Essa resoluo foi posteriormente enviada ao MEPC e ao

Comit de Segurana Martima (MSC), com a solicitao de que mantivessem sob exame o assunto relativo gua

utilizada como lastro e aplicao das Diretrizes, com o propsito de aperfeio-las de modo a constiturem uma base

para um novo Anexo MARPOL 73/78.

O MEPC vem assim trabalhando, desde 1993, no sentido de elaborar dispositivos legais referentes ao gerenciamento

da gua utilizada como lastro, juntamente com as diretrizes para a sua implementao efetiva. Como solicitado pela

Resoluo A.774(18), o MSC elaborou uma orientao relativa aos aspectos de segurana relativos troca da gua

de lastro no mar, que foi distribuda na forma das Circulares MEPC/Circ.329 e MSC/Circ.806, ambas de 30 de junho

de 1997. Alm disso, o MSC apreciou os assuntos pertinentes, referentes ao gerenciamento da gua de lastro, bem

como aos requisitos a serem considerados no projeto de novos navios.

A Assemblia da IMO em 1997 adotou, por meio da Resoluo A.868(20), as Diretrizes para o controle e

gerenciamento da gua de lastro dos navios, para minimizar a transferncia de organismos aquticos nocivos e agentes

patognicos, como mencionado neste documento. A Resoluo solicitava ainda aos Governos que empreendessem

aes urgentes no sentido de aplicar essas novas Diretrizes, encaminhando-as inclusive indstria de construo

naval, bem como que as utilizassem como base para quaisquer medidas que viessem a adotar com o propsito de

minimizar os riscos acima mencionados. Foi solicitado aos Governos que informassem ao MEPC qualquer experincia

iii

adquirida com a implementao dessas Diretrizes, tendo em vista o trabalho que est sendo realizado pelo Comit, no

sentido de elaborar dispositivos legais sobre o assunto.

iv

SUMRIO

1 Introduo ...................................................................................................................... 1

2 Definies ...................................................................................................................... 2

3 Aplicao ....................................................................................................................... 2

4 Objetivos e histrico das Diretrizes ................................................................................ 2

5 Disseminao das informaes ....................................................................................... 3

6 Adestramento e formao .............................................................................................. 4

7 Procedimentos para navios e Estados do Porto ............................................................... 5

8 Procedimentos para registro e informao ...................................................................... 6

9 Procedimentos operacionais dos navios .......................................................................... 8

10 Consideraes relativas ao Estado do Porto .................................................................... 10

11 Imposio e monitoramento pelos Estados do Porto ....................................................... 11

12 Consideraes futuras com relao troca da gua de lastro .......................................... 13

13 Projeto do sistema de lastro ............................................................................................ 15

Apndice 1

Formulrio para informaes sobre gua de lastro ........................................................ 16

Apndice 2

Orientao sobre os aspectos de segurana da troca da gua de lastro no mar .............. 17

Resoluo A.868(20) ....... 22

1

1. Introduo

1.1 Estudos realizados em diversos pases demonstraram que muitas espcies de bactrias, plantas e animais podem

sobreviver, na gua de lastro e nos sedimentos transportados pelos navios, mesmo aps viagens com vrios meses de

durao. A posterior descarga dessa gua de lastro e desses sedimentos nas guas dos Estados do Porto podem

permitir o estabelecimento de organismos aquticos nocivos e agentes patognicos, que podem representar uma

ameaa vida humana, aos animais e aos vegetais existentes no local, bem como ao meio ambiente marinho. Embora

tenham sido identificados outros meios responsveis pela transferncia de organismos entre reas martimas

geograficamente afastadas, a gua de lastro descarregada pelos navios parece estar entre os mais importantes.

1.2 A possibilidade da gua de lastro descarregada causar males foi reconhecida no apenas pela Organizao

Martima Internacional, mas tambm pela Organizao Mundial de Sade, que est preocupada com o papel

desempenhado pela gua de lastro, como meio propagador de bactrias causadoras de doenas epidmicas.

1.3 No se pretende que estas Diretrizes sejam uma soluo definitiva para o problema. Ao invs disto, cada uma de

suas partes deve ser vista como uma ferramenta que, se corretamente utilizada, ajudar a minimizar os riscos

relacionados com a gua de lastro descarregada. medida em que forem surgindo avanos cientficos e tecnolgicos,

as Diretrizes sero aprimoradas, para permitir que o risco seja enfrentado adequadamente. Enquanto isso, os Estados

do Porto, os Estados da Bandeira e outras entidades que possam contribuir para atenuar este problema devem realizar,

com o devido cuidado e diligncia, um esforo no sentido de cumprir ao mximo estas Diretrizes.

1.4 A seleo dos mtodos adequados para minimizar os riscos depender de diversos fatores, como o tipo, ou

tipos, de organismos que esto sendo considerados, o nvel de risco envolvido, a sua aceitabilidade ambiental, os

custos econmicos e ecolgicos envolvidos e a segurana dos navios.

2

2 Definies

Para os efeitos destas Diretrizes, as seguintes definies se aplicam:

Administrao significa o Governo do Estado sob cuja autoridade o navio est operando.

Conveno significa a MARPOL 73/78 (Conveno Internacional para a Preveno da Poluio por Navios, 1973, alterada pelo Protocolo de 1978 relativo quela Conveno). Estados Membros significa os Estados que so Membros da Organizao Martima Internacional.

Organizao significa a Organizao Martima Internacional (IMO).

Autoridade do Estado do Porto significa qualquer funcionrio ou organizao autorizada pelo Governo de um Estado do Porto a conduzir as diretrizes, ou a exigir o cumprimento das normas e regulamentos pertinentes implementao de medidas de controle da navegao nacional e internacional. No Brasil, o Representante Nacional, Regional ou Local da Autoridade Martima. Tratamento significa um processo ou mtodo mecnico, fsico, qumico ou biolgico, para matar, retirar ou tornar estril os organismos nocivos, ou potencialmente nocivos, existentes na gua utilizada como lastro.

3 Aplicao

As Diretrizes se destinam aos Estados Membros e podem ser aplicadas a todos os navios; entretanto, uma autoridade

do Estado do Porto dever determinar at que ponto elas so aplicveis.

4 Objetivos e histrico das Diretrizes

4.1 O objetivo destas Diretrizes, elaboradas sob uma orientao tcnica e cientfica, auxiliar os Governos e as

autoridades relacionadas com o assunto, os Comandantes de navios, os operadores e armadores e as autoridades

porturias, bem como outras entidades interessadas, a minimizar os riscos da introduo de organismos aquticos

nocivos e agentes patognicos, provenientes da gua utilizada como lastro pelos navios e dos sedimentos nela contidos

e, ao mesmo tempo, resguardar a segurana dos navios.

____________________ * Nota: As Diretrizes para o controle e o gerenciamento da gua de lastro dos navios, para minimizar a transferncia de organismos

aquticos nocivos e agentes patognicos, constituem o anexo Resoluo A.868(20), cujo texto est reproduzido no final desta publicao.

3

4.2 As Diretrizes permitem que os Estados do Porto dispensem alguns navios sob a sua jurisdio do cumprimento

de parte, ou de todos os dispositivos pertinentes. No obstante, qualquer Administrao que deseje aplicar restries

s operaes envolvendo a gua de lastro dever seguir estas Diretrizes ao elaborar qualquer legislao ou

procedimentos.

4.3 Para que as Diretrizes possam ser implementadas de uma maneira padronizada e uniforme, solicitamos aos

Governos de todos os Estados Membros, aos operadores de navios, a outras autoridades pertinentes e s entidades

interessadas que apliquem estas Diretrizes.

5 Disseminao das informaes

5.1 As Administraes so incentivadas a manter e trocar informaes pertinentes a estas Diretrizes atravs da

Organizao. Da mesma forma, os Administradores so incentivados a fornecer Organizao o seguinte:

.1 informaes sobre irrupes ou infestaes graves de organismos aquticos que possam oferecer risco;

.2 cpias das leis e regulamentos nacionais em vigor;

.3 informaes tcnicas e sobre pesquisas realizadas;

.4 material didtico (como fitas de udio e de vdeo) e material impresso; e

.5 localizao e condies para a utilizao de zonas alternativas para a troca da gua de lastro, estratgias de

contingncia, disponibilidade das instalaes de recebimento em terra, taxas, etc.

5.2 Os Estados Membros, ao exigirem o cumprimento de normas para a descarga de gua de lastro e sedimentos,

devem informar Organizao qualquer exigncia especfica, para a informao dos outros Estados Membros e de

organizaes no governamentais, e enviar cpias de quaisquer regulamentos, normas, dispensas ou diretrizes que

estiverem sendo aplicadas. Os navios devem verificar e se informar detalhadamente, com relao s exigncias do

Estado do Porto, antes da sua chegada.

4

5.3 As autoridades do Estado do Porto devem providenciar a maior disseminao possvel de informaes relativas

ao gerenciamento da gua de lastro e sedimentos, bem como s exigncias relativas ao tratamento dos mesmos

aplicadas navegao comercial. A omisso quanto a esta providncia poder provocar atrasos desnecessrios aos

navios que estiverem solicitando aos Estados do Porto uma autorizao para entrada.

5.4 As organizaes de comrcio martimo e os administradores de navios devem estar familiarizados com as

exigncias das autoridades do Estado do Porto com relao ao gerencimento da gua de lastro e dos sedimentos nela

contidos, bem como com os procedimentos para tratamento, inclusive com as informaes necessrias para obter a

autorizao para a entrada do navio.

5.5 Os Estados Membros esto convidados a fornecerem Organizao os detalhes relativos a qualquer pesquisa e

ao desenvolvimento dos estudos que realizarem, com relao ao impacto e ao controle dos organismos aquticos

nocivos e dos agentes patognicos existentes na gua utilizada como lastro pelos navios e nos sedimentos nela

contidos.

5.6 Os Estados Membros devem fornecer Organizao os detalhes dos registros efetuados, relatando as razes

pelas quais as exigncias existentes no puderam ser atendidas, como, por exemplo, fora maior, mau tempo, falha nos

equipamentos ou falta de informaes relativas s exigncias do Estado do Porto.

6 Adestramento e formao

6.1 O adestramento para o Comandante do navio e para as tripulaes, deve incluir instrues sobre a aplicao

dos procedimentos para o manuseio da gua utilizada como lastro e dos sedimentos nela contidos e para o seu

tratamento, com base nas informaes contidas nestas Diretrizes. Devem ser dadas, tambm, instrues sobre a

manuteno dos registros ou livros adequados. Os Governos devem assegurar que suas organizaes de ensino

martimo incluam isto na ementa dos seus cursos.

6.2 A aplicao dos processos e procedimentos relativos ao manuseio da gua utilizada como lastro constitui

atualmente o cerne da soluo para minimizar a introduo de organismos aquticos nocivos e agentes patognicos.

5

6.3 Os Governos so incentivados a incluir o conhecimento das tarefas relativas ao controle da poluio do mar por

organismos aquticos nocivos e agentes patognicos nos seus requisitos para a obteno de certificados.

6

7 Procedimentos para navios e Estados do Porto

7.1 Procedimentos para os navios

7.1.1 Todo navio que utilizar gua como lastro dever ser dotado de um plano de gerenciamento da gua de lastro,

destinado a auxiliar a minimizar a transferncia de organismos aquticos nocivos e agentes patognicos. O propsito

desse plano deve ser fornecer procedimentos seguros e eficazes para gerenciamento da gua de lastro.

7.1.2 O plano de gerenciamento da gua de lastro deve ser especfico para cada navio.

7.1.3 O plano de gerenciamento da gua de lastro deve ser includo na documentao operacional do navio. Esse

plano deve conter, entre outras coisas, os seguintes dados:

- as partes pertinentes destas Diretrizes;

- a documentao relativa aprovao dos equipamentos de tratamento pertinentes;

- uma indicao dos registros exigidos; e

- a localizao de pontos em que seja possvel o recolhimento de amostras.

7.2 Procedimentos para os Estados do Porto

7.2.1 Deve haver instalaes disponveis para recebimento e tratamento da gua utilizada como lastro, para permitir

um esgoto ambientalmente seguro dos sedimentos existentes nos tanques de lastro.

7.2.2 A descarga da gua utilizada como lastro pelos navios nas instalaes de recepo e/ou de tratamento existentes

no porto deve ser feita por meio de um controle adequado. As autoridades do Estado do Porto que desejarem utilizar

esta estratgia devem assegurar que essas instalaes sejam adequadas.

7

8 Procedimentos para registro e informao

8.1 Procedimentos para os navios

8.1.1 Quando uma autoridade de um Estado do Porto exigir que sejam realizados determinados procedimentos

relativos gua utilizada como lastro e/ou uma opo, ou opes, de tratamento e, devido ao estado do tempo, s

condies do mar ou a uma impossibilidade operacional, essa ao no puder ser realizada, o Comandante deve

informar esse fato autoridade do Estado do Porto logo que possvel e, quando adequado, antes de entrar nas guas

sob a sua jurisdio.

8.1.2 Para facilitar a administrao do gerenciamento da gua de lastro e dos procedimentos relativos ao seu

tratamento, deve ser designado, em cada navio, um Oficial para manter os registros adequados e assegurar que o

gerenciamento da gua utilizada como lastro e/ou os procedimentos relativos ao seu tratamento sejam seguidos e

registrados.

8.1.3 Ao receber ou descarregar gua de lastro, devem ser registrados, no mnimo, as datas, a posio geogrfica,

o(s) tanque(s) e os pores do navio, a temperatura e a salinidade da gua de lastro, bem como a quantidade de gua

recebida ou descarregada. Um modelo adequado apresentado no Apndice 1. Esse registro deve estar disponvel

para a autoridade do Estado do Porto.

8.1.4 A localizao e os pontos de acesso convenientes para a retirada de amostras da gua de lastro, ou dos

sedimentos, deve estar indicada no plano de gerenciamento da gua de lastro do navio. Isso permitir que a tripulao

do navio possa auxiliar da melhor maneira possvel, quando os oficiais ou funcionrios da autoridade do Estado do

Porto pedirem uma amostra da gua de lastro, ou dos sedimentos.

8.2 Procedimentos para os Estados do Porto

8.2.1 De acordo com o contido no item 5.2 acima, os Estados do Porto devem fornecer aos navios as seguintes

informaes:

- detalhes relativos s suas exigncias, no que se refere ao gerenciamento da gua de lastro;

8

- localizao e condies de utilizao das reas martimas alternativas para a troca da gua de lastro;

- quaisquer outros dispositivos de contingncia do porto; e

- a existncia, localizao e capacidades das instalaes para recebimento da gua de lastro e as taxas relativas a

essas instalaes, que estiverem sendo oferecidas para permitir uma descarga ambientalmente segura da gua

de lastro e dos sedimentos nela contidos.

8.2.2 Para auxiliar os navios a aplicar as prticas preventivas descritas no item 9.1.1 abaixo, os Estados do Porto

devem informar aos agentes locais e/ou aos navios, as reas e as situaes em que o recebimento e a descarga de gua

de lastro devem ser restritos a um mnimo, tais como:

- reas em que tenham ocorrido irrupes ou infestaes, ou em que seja conhecida a existncia de uma

populao de organismos aquticos nocivos e agentes patognicos;

- reas em que esteja ocorrendo o florescimento de fitoplnctons (algas, como as mars vermelhas);

- descarga de esgotos sanitrios nas proximidades;

- operaes de dragagem nas proximidades;

- quando se souber que a corrente de mar provoca turbilhonamento de sedimentos; e

- reas em que se saiba que a troca de gua pela mar insignificante.

9 Procedimentos operacionais dos navios

9.1 Prticas preventivas

9.1.1 Reduo ao mnimo da captao de organismos aquticos nocivos, de agentes patognicos e de sedimentos.

Ao receber lastro, devem ser envidados todos os esforos no sentido de evitar a captao de organismos aquticos

potencialmente nocivos e agentes patognicos, bem como de sedimentos que possam conter esses organismos. O

9

recebimento de gua de lastro deve ser reduzido ao mnimo ou, quando possvel, evitado, em reas e situaes como

as seguintes:

10

- reas identificadas pelo Estado do Porto, de acordo com o recomendado no item 8.2.2 acima;

- na escurido, quando organismos que vivem no fundo do mar podem ser trazidos superfcie pela coluna

dgua;

- em guas muito rasas; ou

- quando os hlices puderem levantar sedimentos.

9.1.2 Retirada dos sedimentos contidos na gua utilizada como lastro, no momento oportuno

Quando possvel, devem ser realizadas limpezas de rotina nos tanques de lastro, para retirar os sedimentos que possam

ter sido recebidos. Essas limpezas devem ser feitas em mar aberto, ou num porto ou dique seco, de uma maneira

controlada, de acordo com o disposto no plano de gerenciamento da gua de lastro do navio.

9.1.3 Evitar uma descarga desnecessria de gua de lastro

Se for necessrio receber e descarregar gua de lastro no mesmo porto, para facilitar a realizao de uma operao de

carga segura, deve-se ter o cuidado de evitar uma descarga desnecessria da gua de lastro que tenha sido recebida

em outro porto.

9.2 Opes para o manuseio de gua utilizada como lastro

9.2.1 Troca da gua de lastro

Os organismos que vivem prximo costa (inclusive nos portos e nos esturios) normalmente no sobrevivem quando

so descarregados no meio do oceano, assim como os organismos ocenicos no sobrevivem quando descarregados

em guas prximas da costa.

Ao trocar a gua de lastro, no mar, as orientaes quanto aos aspectos de segurana relativos essa operao,

apresentadas no Apndice 2, devem ser levadas em considerao. Alm delas, os seguintes procedimentos so

recomendados:

11

- quando possvel, os navios devem realizar a troca da gua de lastro em guas profundas, em mar aberto, o

mais longe possvel da costa. Quando isto no for possvel, podem existir prescries elaboradas em funo de

acordos regionais, principalmente em reas localizadas a menos de 200 milhas nuticas da costa. De acordo

com o disposto no item 9.1.2 acima, toda a gua utilizada como lastro deve ser descarregada at que seja

perdida a aspirao nos tanques. Se possvel, devem ser utilizadas bombas de esgoto ou edutores;

- quando for empregado o mtodo do fluxo contnuo (flow through) em mar aberto, bombeando a gua de

lastro para o tanque ou poro e deixando que ela extravase, deve ser bombeada para o tanque pelo menos

uma quantidade equivalente a trs vezes o volume daquele tanque;

- quando no for possvel realizar nenhuma das formas de troca da gua de lastro em mar aberto, o Estado do

Porto poder aceitar a realizao dessa operao em determinadas reas; e

- outras opes para a troca da gua de lastro, aprovadas pelo Estado do Porto.

9.2.2 No liberao, ou liberao mnima, de gua de lastro

Nos casos em que no for possvel realizar a troca da gua de lastro, ou qualquer outra opo de tratamento, a gua

de lastro deve ser mantida nos tanques ou pores. Se isto no for possvel, o navio dever descarregar apenas a

quantidade mnima necessria de gua de lastro, de acordo com as estratgias de contingncia dos Estados do Porto.

9.2.3 Descarga para instalaes de recebimento

Se um Estado do Porto fornecer instalaes para recebimento da gua utilizada como lastro e/ou sedimentos, essas

instalaes devem ser utilizadas, quando adequado.

9.2.4 Tecnologia e tratamentos novos e em desenvolvimento

9.2.4.1 Se tratamentos e tecnologias novas e em desenvolvimento provarem ser viveis, podero substituir, ou ser

utilizados juntamente com as opes atualmente existentes. Esses tratamentos podem compreender mtodos trmicos,

de filtragem, de desinfeco, inclusive a utilizao de luz ultravioleta e outros mtodos considerados aceitveis pelo

Estado do Porto.

12

9.2.4.2 Os resultados relativos aplicao e eficcia das novas tecnologias de manuseio da gua utilizada como

lastro e dos equipamentos de controle relacionados com essas operaes devem ser informados Organizao, com

vistas a uma avaliao e incorporao, quando adequado, nestas Diretrizes.

10 Consideraes relativas ao Estado do Porto

As seguintes apreciaes so fornecidas para orientao das autoridades do Estado do Porto na implementao do

seu programa de gerenciamento da gua utilizada como lastro, bem como na avaliao dos riscos em relao gua de

lastro contendo organismos aquticos nocivos e agentes patognicos.

10.1 Condies muito diferentes entre os portos de recebimento e de descarga

Podem existir condies significativamente diferentes entre o(s) porto(s) de origem e o porto em que a gua de lastro

descarregada. Os exemplos incluem a gua doce utilizada como lastro sendo descarregada em portos cuja gua

apresenta uma elevada salinidade. Podem haver organismos capazes de sobreviver a transferncias to extremas,

entretanto, h uma pequena probabilidade da criao de espcies durante esses transportes.

10.2 Idade da gua utilizada como lastro

O perodo de tempo em que a gua de lastro permanece no interior de um tanque de lastro fechado pode vir a ser

tambm um fator para determinar o nmero de organismos sobreviventes, devido ausncia de luz, reduo dos

nutrientes e do oxignio, s alteraes de salinidade e a outros fatores. Entretanto, o perodo mximo de sobrevivncia

dos organismos na gua de lastro varia e, em muitos casos, desconhecido. Para se aplicar estas consideraes, deve-

se ter em mente uma gua com uma idade mnima de 100 dias. A gua utilizada como lastro e os sedimentos nela

contidos podem conter cistos de dinoflagelados, e outros organismos capazes de sobreviver por um perodo de tempo

muito maior.

10.3 Presena de organismos alvos

10.3.1 Em algumas circunstncias, pode ser possvel determinar se uma ou mais espcies alvos esto presentes na

gua de um determinado porto e se essa gua foi utilizada como lastro de um navio. Nesses casos, a autoridade do

13

Estado do Porto que recebeu o navio com aquela gua poder, consequentemente, invocar as medidas de controle de

gua de lastro julgadas necessrias. Mesmo se essas espcies alvos no estiverem presentes, deve-se observar,

entretanto, que o navio poder ainda estar transportando muitas espcies que no as espcies alvos que, se liberadas

em outras guas, podero ser potencialmente nocivas.

10.3.2 Os Estados do Porto so incentivados a realizar pesquisas biolgicas iniciais em seus portos e disseminar os

resultados de suas investigaes.

11 Imposio e monitoramento pelos Estados do Porto

11.1 De acordo com a abordagem preventiva voltada para a proteo ambiental, estas Diretrizes podem ser aplicadas

a todos os navios, a menos que tenham sido especificamente dispensados por uma autoridade do Estado do Porto, em

guas sob a sua jurisdio. De acordo com o item 5.2 acima, as autoridades dos Estados do Porto devem informar

Organizao como as Diretrizes esto sendo aplicadas.

11.2 Os Estados Membros tm o direito, de gerenciar a gua de lastro por intermdio de leis nacionais. Entretanto,

quaisquer restries impostas descarga de gua de lastro devem ser informadas Organizao.

11.3 Em todos os casos, uma autoridade do Estado do Porto pode considerar os efeitos globais dos procedimentos

de descarga da gua de lastro e dos sedimentos nela contidos sobre a segurana dos navios e dos que se encontram a

bordo. Estas Diretrizes sero ineficazes, se o seu cumprimento depender da aceitao de medidas operacionais que

ponham em risco um navio ou a sua tripulao. Os Estados do Porto no devem exigir que o Comandante realize

qualquer ao que ponha em risco as vidas dos martimos ou a segurana do navio.

11.4 essencial que os procedimentos de gerenciamento da gua de lastro e dos sedimentos nela contidos sejam

eficazes e, ao mesmo tempo, ambientalmente seguros, viveis, que tenham o propsito de minimizar custos e atrasos

para o navio, e que se baseiem, sempre que possvel, nestas Diretrizes.

11.5 Quaisquer instrues ou prescries destinadas a um navio devem ser fornecidas no momento oportuno e devem

ser claras e concisas.

14

11.6 Quando solicitados, os Estados do Porto devem fornecer a um navio visitante qualquer informao solicitada,

relativa ao gerenciamento da gua de lastro e seus possveis efeitos, com respeito aos organismos aquticos nocivos e

agentes patognicos.

11.7 Qualquer atividade de imposio ou monitoramento deve ser realizada de uma maneira justa, uniforme e

coerente em todos os portos nacionais dentro do Estado do Porto. Quando houver razes imperativas pelas quais no

possam ser adotados procedimentos nacionalmente coerentes, as divergncias devem ser informadas Organizao.

11.8 O Estado do Porto deve realizar o monitoramento do cumprimento destas Diretrizes, retirando e analisando, por

exemplo, amostras da gua de lastro e dos sedimentos nela contidos, para verificar a sobrevivncia de organismos

aquticos nocivos e agentes patognicos.

11.9 Quando estiver sendo realizada a retirada de amostras da gua de lastro e dos sedimentos nela contidos para

monitoramento do cumprimento das Diretrizes, ou da sua eficcia, as autoridades do Estado do Porto devem minimizar

os atrasos causados aos navios pela retirada dessas amostras.

11.10 Quando for retirar amostras para pesquisa, ou monitoramento do cumprimento das Diretrizes, a autoridade do

Estado do Porto deve informar ao navio com a maior antecedncia possvel que as amostras sero retiradas, para

facilitar o planejamento da utilizao dos recursos humanos e operacionais de bordo.

11.11 O Comandante tem a obrigao geral de prover uma assistncia razovel realizao do monitoramento acima

mencionado. Essa assistncia poder consistir no fornecimento de oficiais, ou membros da tripulao, de planos do

navio e de registros relativos ao arranjo do sistema de lastro e de detalhes referentes localizao dos pontos para

retirada de amostras.

11.12 A escolha dos mtodos a serem utilizados para pesquisa e monitoramento da responsabilidade de cada

Estado do Porto. A Organizao gostaria de receber informaes sobre novos mtodos, ou sobre mtodos que

contenham inovaes, para a retirada de amostras e/ou de anlise. Assim, qualquer informao pertinente deve ser

fornecida a ela.

11.13 As autoridades do Estado do Porto devem informar ao Comandante, ou ao oficial responsvel, o propsito da

retirada das amostras (por exemplo: monitoramento, pesquisa ou imposio do cumprimento das Diretrizes). Os

resultados das anlises realizadas nas amostras devem ser fornecidos aos operadores do navio quando solicitados.

15

11.14 As autoridades do Estado do Porto podem retirar ou solicitar amostras para analisar a gua de lastro e os

sedimentos nela contidos, antes de permitir que um navio descarregue gua de lastro em locais ambientalmente

sensveis. Se forem encontrados organismos aquticos nocivos ou agentes patognicos nas amostras, poder ser

aplicada uma estratgia de contingncia do Estado do Porto.

12 Consideraes futuras com relao troca da gua de lastro

12.1 Necessidade da realizao de pesquisas

Medidas operacionais, como a troca da gua de lastro, podem ser adequadas a curto prazo. Existe, entretanto, uma

clara necessidade de serem realizadas outras pesquisas. Estas Diretrizes devem ser revistas e adaptadas luz dos

resultados relativos a novas opes de manuseio da gua de lastro que vierem a ser encontradas.

12.2 Avaliao de longo prazo dos aspectos de segurana relativos troca da gua de lastro

Reconhecendo a necessidade de avaliar os perigos e as possveis consequncias dos diversos tipos de navios e de

operaes, as partes interessadas devem realizar estudos detalhados e fornecer as informaes relativas aos seguintes

aspectos:

- experincia adquirida com a realizao da troca da gua de lastro, no mar, inclusive quaisquer procedimentos

ou modelos de amostras;

- precaues e procedimentos operacionais implementados no sentido de evitar possveis perigos e

consequncias que possam surgir durante a troca da gua de lastro, no mar;

- uma avaliao das margens de segurana existentes entre a altura metacntrica e os esforos reais e os limites

permitidos para a condio de viagem, especificados nos livros de trim e de estabilidade e no manual de

carregamento aprovados, referentes aos diferentes tipos de navios e condies de carregamento;

- quaisquer perigos que possam surgir devido ao fator humano, com relao uma troca responsvel da gua

de lastro, no mar, realizada de uma maneira que no seja totalmente prudente;

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- procedimentos operacionais realizados antes de iniciar a troca da gua de lastro, no mar, e os pontos de

verificao utilizados durante essa substituio;

- os nveis de adestramento e de gerenciamento necessrios para assegurar que o processo de troca da gua

de lastro, no mar, seja efetivamente monitorado e controlado a bordo;

- o plano de ao para incorporar quaisquer procedimentos excepcionais, caso ocorra uma emergncia que

possa afetar a troca da gua de lastro, no mar; e

- o processo de tomada de deciso, levando em considerao os aspectos de segurana pertinentes, inclusive a

posio do navio, as condies meteorolgicas, o desempenho das mquinas, a inspeo e a manuteno do

sistema de lastro, a segurana da tripulao e a exequibilidade.

13 Projeto do sistema de lastro

Os construtores, armadores e sociedades classificadoras devem levar em considerao estas Diretrizes ao projetar

novos navios, ou ao modificar os existentes.

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Apndice 1

FORMULRIO PARA INFORMAES RELATIVAS GUA UTILIZADA COMO LASTRO (A SER FORNECIDO PELA AUTORIDADE DO ESTADO DO PORTO QUANDO SOLICITADO)

1. INFORMAES RELATIVAS AO NAVIO 2. GUA UTILIZADA COMO LASTRO Nome do Navio Tipo: N da IMO Especificar as Unidades: m3, MT, LT, ST

Proprietrio TPB: Indicativo de chamada: Total de gua de Lastro a Bordo

Bandeira: Data de Chegada: Agente:

ltimo Porto e Pas: Porto de Chegada Capacidade Total de gua de Lastro

Prximo Porto e Pas:

3. TANQUES DE GUA DE LASTRO EXISTE PLANO DE GERENCIAMENTO DE GUA DE LASTRO A BORDO? SIM___ NO___ FOI IMPLEMENTADO? N TOTAL DE TANQUES A BORDO ____ N DE TANQUES EM LASTRO ___ SE NENHUM EM LASTRO, PASSE PARA N 5 SIM___ NO___ N DE TANQUES COM TROCA DE GUA ______ N DE TANQUES SEM TROCA DE GUA ______

4. HISTRICO DA GUA DE LASTRO: REGISTRAR TODOS OS TANQUES QUE SERO DESLASTRADOS NO PORTO DE CHEGADA. SE NENHUM, PASSE PARA O

N 5 Tanques/Pores (liste separada

FONTE DE GUA DE LASTRO SUBSTITUIO DA GUA DE LASTRO DESCARGA DA GUA DE LASTRO

-mente as diversas

fontes/tanques

DATA DDMMAA

Porto ou Lat/Long.

Volume (unidades)

Temp (unidades)

DATA DDMMAA

Ponto Final Lat/Long.

Volume (unidades)

% de troca

Onda Alt. (m)

DATA DDMMAA

Porto ou Lat/Long.

Volume (unidades)

Salinidade (unidades)

Cdigo para Tanques de gua de Lastro: Tanque de Coliso AV = FP, Tanque de Coliso AR = AP, Duplo Fundo = DB, Lateral = WT, Lateral Sup.= TS, Poro = CH, Outros = O

SE NO HOUVE TROCA DA GUA DE LASTRO, INDICAR OUTRA(S) AO(ES) DE CONTROLE EFETUADA(S) _________________________________________ SE NO TIVER SIDO EFETUADA NENHUMA, INDICAR PORQUE NO _________________________________________________

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5. EXISTE A BORDO A PUBLICAO DA IMO SOBRE GUA DE LASTRO (Res. A.868(20)? SIM _____ NO _____ NOME E POSTO DO OFICIAL RESPONSVEL (LETRA DE IMPRENSA) E ASSINATURA ________________________________________________________________

OFICIAL RESPONSVEL

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APNDICE 2

Orientao sobre os aspectos relativos segurana na troca da gua de lastro, no mar

1 Introduo

1.1 Este documento se destina a fornecer uma orientao sobre os aspectos relativos segurana na troca

da gua de lastro, no mar. Face aos diferentes tipos de navios que podem necessitar trocar a gua utilizada

como lastro, no mar, torna-se atualmente impraticvel fornecer diretrizes especficas para cada um desses tipos

de navios. Os armadores ficam advertidos de que devem considerar as diversas variveis que se aplicam aos

seus navios. Algumas dessas variveis incluem o tipo e o tamanho do navio, a configurao dos tanques de

lastro e dos seus sistemas de bombeamento, as rotas comerciais do navio e as condies atmosfricas nelas

encontradas, as prescries do Estado do Porto e a tripulao.

1.2 Os procedimentos relativos troca da gua de lastro, no mar, contidos nos planos de gerenciamento

pertinentes, devem ser avaliados individualmente, para se verificar a sua eficcia, sob o ponto de vista

ambiental, bem como sob o ponto de vista da sua aceitabilidade em termos de resistncia estrutural e

estabilidade.

1.3 Na ausncia de meios de controle dotados de uma maior base cientfica, a troca da gua de lastro em

reas ocenicas profundas oferece, atualmente, um meio de limitar a probabilidade de que espcies contidas na

gua doce, ou em guas costeiras, sejam transferidas na gua utilizada como lastro. Foram identificados dois

mtodos para realizar a troca da gua de lastro, no mar:

.1 o mtodo seqencial, no qual os tanques de lastro so esgotados e cheios novamente com gua limpa;

e/ou

.2 o mtodo do fluxo contnuo, no qual os tanques de lastro so simultaneamente cheios e esgotados,

atravs do bombeamento de gua limpa.

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2 Precaues de segurana

2.1 Os navios que forem realizar a troca da gua de lastro, no mar, devem adotar procedimentos que levem

em considerao os seguintes aspectos, no que forem aplicveis:

.1 evitar uma pressurizao excessiva ou insuficiente dos tanques de lastro;

.2 os efeitos da superfcie livre sobre a estabilidade e de carregamentos bruscos em tanques que, em

algum momento, podem estar vazios.

.3 condies de tempo adequadas;

.4 alterao da derrota por motivos meteorolgicos, em reas sazonalmente afetadas por ciclones,

tufes, furaces, ou por condies severas de formao de gelo;

.5 manuteno da estabilidade intacta, de acordo com os livros de trim e estabilidade aprovados;

.6 limites permissveis da intensidade das foras de cisalhamento e dos momentos de adernamento,

em condies de viagem, de acordo com o manual de carregamento aprovado;

.7 foras de toro, quando pertinente;

.8 calados mnimo e mximo, a vante e a r;

.9 vibrao do casco provocada pelas vagas;

.10 registros documentados do lastro e/ou deslastro;

.11 procedimentos de contingncia para situaes que possam afetar a troca da gua de lastro, no mar,

inclusive a deteriorao das condies de tempo, avaria nas bombas, perda de energia, etc.;

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.12 tempo para concluir a troca da gua de lastro, ou uma seqncia apropriada para aquela operao,

tendo em mente que em alguns navios a gua de lastro representa 50% da capacidade total de carga;

e

13 monitoramento e controle da quantidade de gua de lastro.

2.2 Deve-se ter cuidado, se for utilizado o mtodo do fluxo contnuo, uma vez que:

.1 as canalizaes de ar no foram projetadas para um contnuo extravasamento da gua utilizada como

lastro;

.2 pesquisas atuais indicam que pode ser necessrio bombear, pelo menos, trs vezes o volume

correspondente capacidade total do tanque para que a operao seja eficaz, quando a gua limpa

estiver sendo admitida no fundo do tanque e a extrao por extravasamento sendo realizada na sua

parte superior; e

.3 determinados acessrios de fechamento estanques (por exemplo: agulheiros) que possam ter sido

abertos durante a substituio da gua utilizada como lastro, devem ser fechados novamente.

2.3 Deve ser evitada a realizao da troca da gua de lastro, no mar, em condies atmosfricas que

possam provocar congelamento. Entretanto, quando ela for considerada absolutamente necessria, deve-se ter

uma ateno especial aos perigos relacionados com o congelamento do sistema de descarga para o mar, das

canalizaes de ar, das vlvulas do sistema de lastro, bem como dos seus dispositivos de controle, e o acmulo

de gelo no convs.

2.4 Em alguns navios, pode ser necessrio instalar um instrumento de carregamento para a realizao do

clculo das foras de cisalhamento e dos momentos de adernamento provocados pela troca da gua de lastro,

no mar, para compar-los com os limites de intensidade permitidos.

2.5 Deve ser feita uma avaliao das margens de segurana, com relao estabilidade e resistncia, com

base nas condies permitidas para a condio de viagem, determinadas no livro de trim e estabilidade e no

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manual de carregamento relativos a cada tipo de navio e s condies de carregamento. Com relao a isto,

deve-se ter uma especial ateno s seguintes prescries:

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.1 a estabilidade deve ser mantida o tempo todo com valores no inferiores aos recomendados pela

Organizao (ou prescritos pela Administrao);

.2 os valores dos esforos longitudinais no devem ultrapassar os permitidos pela sociedade

classificadora do navio, para as condies de mar existentes; e

.3 a troca da gua de lastro, em tanques ou pores em que possam ser criadas cargas estruturais

significativas devido ao de uma admisso brusca de gua em um tanque ou poro parcialmente

cheio, deve ser realizada com condies de mar favorveis, de modo que seja minimizado o risco de

virem a ocorrer avarias estruturais.

2.6 O plano de gerenciamento da gua de lastro deve conter uma lista das circunstncias em que no deve

ser realizada essa operao. Essas circunstncias podem decorrer de situaes crticas de natureza

excepcional, de fora maior devido a esforos causados pelas condies de tempo, ou a quaisquer outras

circunstncias em que as vidas humanas ou a segurana do navio estejam ameaadas.

3 Adestramento e familiarizao da tripulao

3.1 O plano de gerenciamento da gua de lastro deve conter os nomes do pessoal de bordo que exerce

funes chave de controle durante a realizao da troca da gua de lastro, no mar.

3.2 Os oficiais e o pessoal subalterno envolvidos na substituio da gua de lastro, no mar, devem ser

adestrados e estar familiarizados com os seguintes aspectos:

.1 o plano de bombeamento do navio, que deve mostrar o arranjo do sistema de bombeamento,

indicando a localizao das canalizaes de ar e dos tubos de sondagem relacionados com ele, a

localizao da aspirao de todos os compartimentos e tanques, bem como das redes que os

conectam com as bombas de lastro do navio e, no caso de utilizao do mtodo de fluxo contnuo

para a substituio da gua de lastro, as aberturas utilizadas para retirar a gua da parte superior do

tanque, juntamente com os dispositivos de descarga para o mar;

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.2 o mtodo utilizado para certificar-se de que os tubos de sondagem esto desobstrudos e de que as

canalizaes e seus dispositivos de reteno esto em bom estado;

.3 os diversos momentos em que necessrio realizar as vrias operaes de substituio da gua

utilizada como lastro;

.4 os mtodos utilizados para a troca da gua de lastro, no mar, fazendo uma referncia especial s

precaues de segurana necessrias, se aplicvel; e

.5 o mtodo utilizado a bordo para manter o registro e as informaes referentes s operaes

relacionadas com a gua de lastro, bem como o registro das sondagem de rotina.

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Resoluo A.868(20)

Diretrizes para o controle e gerenciamento da gua de lastro do navio, para minimizar a

transferncia de organismos aquticos nocivos e agentes patognicos.

A ASSEMBLIA,

LEMBRANDO o Artigo 15 ( j ) da Conveno da Organizao Martima Internacional, referente s funes

da Assemblia com relao aos regulamentos e diretrizes referentes preveno e ao controle da poluio

marinha pelos navios,

LEMBRANDO TAMBM a Resoluo A.774(18), pela qual ela reconheceu que a descarga no controlada

da gua de lastro e dos sedimentos nela contidos teria causado a transferncia de organismos aquticos nocivos

e agentes patognicos, causando danos sade pblica, s propriedades e ao meio ambiente, tendo por este

motivo adotado Diretrizes para prevenir a introduo de organismos aquticos nocivos e agentes patognicos

prejudiciais provenientes da descarga da gua de lastro e dos sedimentos nela contidos e, alm disso, solicitado

ao Comit de Segurana Martima (MSC) que mantivesse sob exame o assunto relativo gua de lastro e

aplicao das Diretrizes, com vistas a um futuro aperfeioamento das Diretrizes, como base para a elaborao

de um novo Anexo MARPOL 73/78,

LEMBRANDO AINDA que a Conferncia das Naes Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento

(UNCED), de 1992, no item 21 da sua Agenda, solicitou IMO que considerasse a adoo de regras

adequadas, com relao descarga da gua utilizada como lastro, para evitar a disseminao de organismos

no nativos da regio em que realizada a descarga e, alm disso, proclamou na sua Declarao sobre o Meio

Ambiente e o Desenvolvimento que os Estados deveriam adotar amplamente a abordagem preventiva, de

acordo com suas possibilidades,

TENDO EM MENTE que a Circular MEPC/Circ.288 reconheceu que as Diretrizes existentes no oferecem

uma soluo completa com relao preveno da introduo de organismos aquticos nocivos e agentes

patognicos, mas adverte que deveria ser dirigida a ateno adoo de medidas

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destinadas a minimizar os riscos, enfatizando ainda que, ao aplicar as Diretrizes existentes, a segurana do navio

era de primordial importncia,

OBSERVANDO os propsitos da Conveno sobre Diversidade Biolgica, de 1992, e que a transferncia e

introduo de espcies aquticas estranhas, provenientes da gua de lastro, ameaa a conservao e a

utilizao sustentvel da diversidade biolgica,

OBSERVANDO AINDA a situao do trabalho realizado pelo MEPC, como solicitado pela Resoluo

A.774(18), com relao elaborao de dispositivos legais sobre o manuseio da gua de lastro, juntamente

com as diretrizes para a sua implementao efetiva, bem como a Orientao sobre os aspectos relativos

segurana na troca da gua de lastro, no mar, elaborada pelo Sub-Comit de Projetos e Equipamentos de

Navios e divulgada pelas Circulares MEPC/Circ.329 e MSC/Circ.806, ambas de 30 de junho de 1977,

RECONHECENDO que diversos Estados empreenderam aes unilaterais, adotando dispositivos legais para

aplicao local, regional ou nacional, com o propsito de minimizar os risco da introduo de organismos

aquticos nocivos e agentes patognicos pelos navios que entram em seus portos e, tambm, que este assunto,

sendo motivo de preocupao mundial, exige uma ao baseada em regras mundialmente aplicveis, juntamente

com diretrizes para a sua implementao efetiva e interpretao uniforme,

TENDO CONSIDERADO a recomendao do MEPC, feita em sua quadragsima sesso, sobre este assunto,

1. ADOTA as Diretrizes para o Controle e Gerenciamento da gua de Lastro dos Navios, para Minimizar

a Transferncia de Organismos Aquticos Nocivos e Agentes Patognicos, apresentada no anexo* presente

resoluo;

_________________

* Ver pgina 2

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2. SOLICITA aos Governos que empreendam aes urgentes, no sentido de aplicar estas Diretrizes,

enviando-as inclusive indstria de construo naval para que as utilize como base de qualquer medida que

venha a adotar com o propsito de minimizar os riscos da introduo de organismos aquticos nocivos e

agentes patognicos e que informem ao MEPC qualquer experincia que tenham adquirido com a sua

implementao;

3. SOLICITA TAMBM ao MEPC que trabalhe no sentido da concluso dos dispositivos legais relativos

ao gerenciamento da gua de lastro, sob a forma de um novo Anexo MARPOL 73/78, juntamente com

diretrizes para a sua implementao efetiva e uniforme, com vistas ao seu exame e adoo no ano 2000;

4. SOLICITA AINDA ao MSC que inclua no seu trabalho um plano para a avaliao das informaes

recebidas das partes interessadas, principalmente as pertinentes ao item 12.2 das Diretrizes adotadas atravs

deste documento, com o propsito de determinar os perigos e as possveis conseqncias para os diversos

tipos de navios e operaes existentes. O MSC foi solicitado tambm a considerar outros assuntos pertinentes,

relativos ao gerenciamento da gua de lastro, bem como ao projeto de novos navios, com o propsito de

minimizar os possveis riscos da introduo de organismos aquticos nocivos e agentes patognicos

provenientes da gua de lastro dos navios e dos sedimentos nela contidos;

5. REVOGA a Resoluo A.774(18).