ger. de riscos curso completo mod geti c

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1 Conceitos Básicos da Análise de Riscos Riscos Voluntários X Riscos Involuntários Um primeiro conceito a analisar é descobrir a diferença entre riscos voluntários e riscos involuntários. As definições básicas são as seguintes: Risco Voluntário São os riscos a que uma pessoa está exposta a partir da consciência quanto a possibilidade de ocorrência de falhas diretas ou indiretas que venham a se materializar em acidentes com perdas de qualquer tipo, inclusive sob risco da vida humana. Risco Involuntário São os riscos a que uma pessoa está exposta sem que tenha plena consciência da possibilidade de ocorrência de falhas diretas ou indiretas que venham a se materializar em acidentes com perdas de qualquer tipo. Fazendo uma comparação podemos dizer que: Risco Voluntário Entrar em uma subestação elétrica apesar dos avisos de perigo Trafegar em velocidade acima da permitida Praticar esportes radicais Desrespeitar as normas de segurança do trabalho Surfar sobre trens Risco Involuntário Riscos inerentes ao transporte coletivo Trabalhar em grandes alturas ex. Limpeza externa de janelas de edifícios Lesões por Esforços Repetitivos - LER

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Conceitos Básicos da Análise de Riscos

• Riscos Voluntários X Riscos InvoluntáriosUm primeiro conceito a analisar é descobrir a diferençaentre riscos voluntários e riscos involuntários. Asdefinições básicas são as seguintes:

• Risco Voluntário

São os riscos a que uma pessoa está exposta a partir daconsciência quanto a possibilidade de ocorrência de falhasdiretas ou indiretas que venham a se materializar emacidentes com perdas de qualquer tipo, inclusive sob riscoda vida humana.

• Risco Involuntário

São os riscos a que uma pessoa está exposta sem que tenha plena consciência da possibilidade de ocorrência de falhas diretas ou indiretas que venham a se materializar em acidentes com perdas de qualquer tipo.

Fazendo uma comparação podemos dizer que:

Risco VoluntárioEntrar em uma subestação elétrica apesar dos avisos deperigoTrafegar em velocidade acima da permitidaPraticar esportes radicaisDesrespeitar as normas de segurança do trabalho

• Surfar sobre trens

Risco Involuntário

Riscos inerentes ao transporte coletivo

Trabalhar em grandes alturas ex. Limpeza externa dejanelas de edifícios

• Lesões por Esforços Repetitivos - LER

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Conceitos Básicos da Análise de Riscos

• Conceitos de Risco e Perigo

• Risco (Risk)

Expressa a possibilidade de possíveis danos dentro de um período específico de tempo ou número de ciclos operacionais. Pode ser indicado pela probabilidade de um acidente multiplicada pelos: danos patrimoniais, vidas perdidas ou capacidade operacional. R = P x C

Pode significar ainda:

- A incerteza quanto à ocorrência de um determinado evento (acidente);

- A chance de perda ou perdas que uma empresa pode sofrer por causa de um acidente ou série de acidentes.

• Segurança

Já foi definida como a “isenção de riscos”, entretanto, é praticamente impossível a eliminação completa de todos os riscos. É, portanto, um compromisso a cerca de uma relativa proteção da exposição a riscos. É o antônimo de perigo.

• Perigo

Expressa uma exposição relativa a um risco. Que favorece a sua materialização em danos.

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Conceitos Básicos da Análise de Riscos

Atenção:

Um risco pode estar presente, mas pode haver um baixonível de perigo, devido as precauções tomadas. Assim, porexemplo, um banco de transformadores de alta voltagempossui um risco inerente de eletrocussão uma vez que seencontre energizado. Há um alto nível de perigo se otransformador estiver desprotegido, no meio de uma áreaonde circulem pessoas. O mesmo risco estará presentequando os transformadores estiverem trancados em seuscubículos sob o piso. Entretanto, o perigo para as pessoas,nesta situação, é muito baixo.

• Dano

É a gravidade da perda humana, patrimonial ou financeira que pode resultar se o controle sobre um determinado risco for perdido.

Um operário desprotegido pode cair de uma viga a trêsmetros de altura, resultando um dano físico, por exemplo,um fratura na perna. Se a viga estivesse colocada à 90 m.de altura, ele com toda certeza estaria morto. O risco(possibilidade) e o perigo (exposição) de queda são osmesmos, entretanto, a diferença reside apenas nagravidade do dano que poderia ocorrer com a queda.

• Causa

É a origem de caráter humano ou material relacionada com o evento catastrófico (acidente) pela materialização de risco, resultando em danos.

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Conceitos Básicos da Análise de Riscos

• Perda

É o prejuízo sofrido, com ou sem garantia de ressarcimento.

• Sinistro

É o prejuízo sofrido, com possibilidade de ressarcimento por uma apólice de seguro contratada.

• Incidente

Qualquer evento ou fato negativo com potencial para provocar danos. É também chamado quase acidente. Inclui a situação em que não há danos macroscópicos

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Conceitos Básicos da Análise de Riscos

• Definições de Risco para o Mercado

• Poderíamos definir risco, em termos gerais, comopossibilidade de ocorrência de um evento incerto,fortuito e de conseqüências negativas ou danosas.

• O risco é uma possibilidade, significa que o seuacontecimento tem que ser possível quanto suarealização.

• O risco tem que ser incerto, ou seja, o acontecimentotem que ser incerto; não pode haver a certeza de queele ocorrerá.

• O risco deve ser fortuito ou acidental, ou seja, oacontecimento tem que ser fortuito ou acidental; querdizer, independente da vontade do homem.

• O risco deve provocar conseqüências danosas, ou seja,o possível acontecimento tem que ter conseqüênciasnegativas, no sentido de que deve representar umaperda humana e/ou material.

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Conceitos Básicos da Análise de Riscos

Classificação dos Riscos para o Mercado

Pela natureza da perda

• Risco comercial

Está ligado ao ganho financeiro de um negócio e aorisco de perda que ele possa produzir, que seja oriundode ter sido mal calculado o preço do produto, aconcorrência de mercado ou por qualquer outra razãonão diretamente ligada a um acontecimento físico.

Pela sua origem e alcance

• Riscos Catastróficos

São aqueles que pela potencialidade dos danos podemafetar toda uma comunidade e cuja origem não podeser individualizada. Temos como por exemplos os riscosda natureza: inundações, furacões, terremotos, etc.

• Riscos Particulares

São aqueles que podem ser individualizados quanto as suas origens e conseqüências, pois se conhece quem os provoca e quem sofre as perdas. É o caso do assaltante que pratica o roubo contra um estabelecimento.

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Dogmas: Probabilidade x Conseqüências

• Quando estamos analisando um determinado risco, aprimeira ação a fazer é descobrir se há algumaestatística relacionada a ocorrência de eventosanteriores, seja no local em que este risco ocorre ou emoutros locais. Entender o porquê de sua ocorrência foifundamental para analistas de risco de várias áreas deatuação como forma de dimensionar probabilidades econseqüências. A experiência, mesmo que absorvida deoutros, da literatura especializada, etc. é o primeiroinstrumento da análise de riscos.

• Mas e quando não dispomos de dados ou da experiêncianecessária? A solução é construir cenários acidentais ediscutir com as outras pessoas envolvidas o grau deimportância das possibilidades, vislumbrando serealmente se constituem em probabilidades.

• Em relação às conseqüências ocorre exatamente amesma coisa. Podemos aprender com outros eventosou construir os cenários acidentais.

• Em análises simples a construção de um ou doiscenários acidentais é bastante simples e geralmentenão se precisa de maiores auxílios. As formas demedição da probabilidade de ocorrência e da magnitudedas conseqüências é que precisa ser melhorinvestigada. O quadro a seguir mostra a amplitude dasmedições:

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Dogmas: Probabilidade x Conseqüências

Probabilidade

• de falha

• de ocorrer um evento indesejável

• de algo dar errado

• do risco se transformar em perigo

Conseqüências

• perda de vidas humanas

• perda financeira

• perda patrimonial

• perda de imagem

• perda de capacidade temporária

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Técnicas de Análise de Riscos

2.5.1 - Sistemas, Sub-Sistemas e Elementos de Análise

• Já vimos que para analisar riscos é necessárioestabelecer a probabilidade de ocorrência de umdeterminado evento e quantificar as suasconseqüências. Quando estamos analisando um sistemarelativamente simples esta tarefa não parececomplicada, pois de antemão sabemos o que analisar.

• Assim como no ditado popular em que se diz que anecessidade cria a demanda, à medida que os primeirosestudiosos do assunto foram se deparando comsituações de risco mais complicadas, sentiram que eranecessário fazer um “brain-storming” para avaliar todosos riscos envolvidos, registrando todos os possíveiseventos acidentais.

• Muitas vezes, durante este trabalho, os estudiosos seviam perdidos em suas análises pela ausência completade uma sistemática que permitisse organizar o estudo.Faltava organização, metodologia de análise e deregistro dos resultados e, pior que isso, classificaçãodos resultados.

• Os militares deram uma profunda contribuição para aestruturação dos estudos, com destaque para equipe depesquisadores que no pós-guerra começaram a estudarnovos armamentos e acabaram por formar a AgênciaEspacial Americana - NASA. A primeira contribuição foiestabelecer normas para a divisão de grandes sistemasem estudo em partes menores. De forma simplificada:

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Técnicas de Análise de Riscos

Com isso, qualquer processo em análise poderia sersubdividido em sistemas, estes em subsistemas e emvários elementos (por menor que fossem) e avaliadas asprobabilidades de falha e possíveis conseqüências.

A experiência do analista de riscos permitirá que a escolhados sistemas, subsistemas e elementos a seremanalisados seja a mais conveniente possível. As escolhasnaturais são sempre as mais aconselháveis. De formageral podemos resumir os critérios de escolha em:

GeográficaDe acordo com a locação. Ex. Cada bloco de um condomínio é um sistema, cada pavimento um sub-sistema e cada apartamento um elemento.

FuncionalDe acordo com a função específica. Ex. Cada uma das utilidades de uma fábrica é um sistema (sistema de distribuição de água, sistema de esgoto, sistema de ar comprimido, sistema de ar condicionado, etc.). Os sub-sistemas serão os equipamentos, tubulações, válvulas, etc. Os rotores da bomba, gaxetas, etc. serão os elementos.

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Técnicas de Análise de Riscos

• Imaginando um processo com um sistema, este sistema com três sub-sistemas e cada sub-sistema com três elementos, cada um deles de forma que se organize a análise. Isto é ainda mais indicado quando houver vários processos similares. O exemplo a seguir mostra esta situação:

Sistema Sub-sistema Elemento

Sistema 1 Sub-sistema 1.1 Elemento 1.1.1Elemento 1.1.2

Elemento 1.1.3

Sub-sistema 1.2 Elemento 1.2.1

Elemento 1.2.2Elemento 1.2.3

Sub-sistema 1.3 Elemento 1.3.1Elemento 1.3.2Elemento 1.3.3

Se quiséssemos representar de outra forma,poderíamos dizer que:

Sistema 1 = A

Sub-sistema 1.1 = AASub-sistema 1.2 = ABSub-sistema 1.3 = AC

Elemento 1.1.1 = AAAElemento 1.1.2 = AABElemento 1.1.3 = AAC

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Técnica de Análise de Riscos

• Determine os sistemas, subsistemas e elementos em um

automóvel

Exercício de Fixação - Meninas

sistemas subsistemas elementos

locomotor motor bloco

alimentação de combustível

escapamento

transmissão suspensão

rodas

eixos

diferencial

cx. de marcha

estrutura chassis longarinas

carroceria célula de sobrevivência(cabine)

portas, caput, e porta malas

sinalização (faróis e lanternas)

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Técnicas de Análise de Riscos

• Exercício de Fixação - Meninos

sistemas subsistemas Elementos

Fogão Mesasuperior

Queimadores

Aparadores

Acendedor

Forno Porta

Acendedor

Guias

Prateleiras

Grill

Estufa Porta

Prateleira

Botijão Reservatório Gás

Válvula Castelo

Mangueira Gás

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Técnicas de Análise de Riscos

• Como vimos é importante ter parâmetros decomparação para poder elaborar um bom estudo deanálise de riscos. As formas de medir o grau deimportância dos riscos são as mais variadas edependem diretamente do objetivo das análises. Hávários padrões internacionais que podem ser adotadospara se definir se um risco é aceitável ou não passando,como sempre, pela avaliação da probabilidade deocorrência de um evento acidental e pela extensão dassuas conseqüências.

• O quadro a seguir fornece uma idéia genérica doslimites de aceitabilidade dos riscos para diversas áreas:

Riscos Probabilidade deOcorrência

Extensão dasConseqüências

Risco Social 1x10-4 (EUA) à1x10-6 (Holanda)

Perda de Vida Humana

RiscoAeronáutico

1 x 10-8 Perda da Aeronave e deVidas Humanas

RiscoMecânico –Industrial

1x10-4 Perda do Sistema ouAcidente envolvendo

Vidas Humanas

Seguros Riscos de AltaFreqüência

Riscos cuja perdaacumulada ou unitáriaexceda o prêmio pago,

já descontados oscustos operacionais e

comerciais

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Técnicas de Análise de Riscos

• Sabemos que o que vai determinar aimportância de um risco é acombinação dos fatores acima. Paraseguros, por exemplo, se umdeterminado tipo de acidente ébastante freqüente mas traz perdasassociadas muito pequenas ele poderáser melhor suportado pela seguradorado que um risco pouco freqüente quetraz conseqüências mais importantes.Portanto, avaliar estes parâmetros coma máxima cautela e critério é osegredo de um estudo de sucesso.

O que é pior?

• Alta Freqüência de Ocorrência

– Motores Elétricos

• Alta Conseqüência

– Explosão de um botijão de gás

• Sempre ficamos mais impressionados pelas

conseqüências, mas não podemos esquecer

dos riscos freqüentes

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Técnicas de Análise de Riscos

• Vimos no quadro acima que a ocorrência de uma quedade aeronave é um evento de conseqüênciasinsuportáveis. O projeto de cada um dos componentesde uma aeronave deve prever, portanto, que a suafalha é absolutamente não permitida durante o períodode operação da aeronave. É evidente, no entanto, quefalhas são possíveis e quanto mais perto se chega dotérmino da vida útil de um determinado elemento émais provável que ocorram.

• Exercício

Vamos supor que estejamos analisando o mecanismode fechamento da porta de uma aeronave. Porsimplicidade, imaginemos que este mecanismo sejabastante parecido com uma fechadura de porta quetemos em nossas casas. Teríamos, portanto, umamaçaneta para o acionamento, uma lingüeta e umamola. Para testar a vida útil de cada um desteselementos seria necessário colocá-las emfuncionamento em um laboratório, acopladas a um robôque simularia a operação em regime acelerado. Aindano campo das suposições, poderíamos ter os seguintesresultados, após repetir os testes várias vezes:

Elemento Número de

Operações até

Falhar

Notação da

Taxa de

Falha

Quantidade de

Operações

Máxima no

Ciclo de

Trabalho

Normal

Quantidade de

Dias Até Falhar

Quantidade

de Anos Até

Falhar

Mola 100.000 1 x 10-5 100 vezes/dia 1.000 2,73 anos

Lingüeta 1.000.000 1 x 10-6 100 vezes/dia 10.000 27,39 anos

Maçaneta 100.000.000 1 x 10-8 100 vezes/dia 1.000.000 2739,72 anos

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Técnicas de Análise de Riscos

Do quadro acima há muitas conclusões a tirar:

• O único componente realmente fabricado para umataxa de falha de 1 x 10-8 é a maçaneta (como vimos,este é um parâmetro da indústria). Os demaiscomponentes quando submetidos a testes falham bemmais cedo. A pergunta a fazer é: o risco envolvido éaceitável?

A mola falha, em média, à cada 100.000 operações.Isto significa que se ela é acionada 100 vezes por dia,ao final de dois anos e meio, aproximadamente, elatende a falhar. Há duas alternativas: rever o projeto damola conferindo-lhe maior vida útil ou substituí-la emperíodos de tempo seguros ( a cada um ano e meio deoperação, por exemplo ). Uma análise de custo xbenefício sem deixar de lado os impactos de segurança( já que a extensão das conseqüências pode não sersuportável ) se faz necessária para determinar o quefazer.

Se a mola faz parte de um sistema e deve ser trocada àcada um ano e meio, o que fazer com os demaiselementos deste sistema ( maçaneta e lingüeta )? Noquadro acima podemos identificar que para cadasubstituição de uma lingüeta, dez molas já terão sidotrocadas. Vale a pena trocar somente a mola ou émelhor trocar todos os demais elementos? Novamente,uma avaliação do custo x benefício se faz necessária,levando em consideração os custos envolvidos.

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Técnicas de Análise de Riscos

Se o parâmetro da indústria aeronáutica é tercomponentes com probabilidade de falha da ordem de 1x 10-8, usar componentes que comprovadamentefalham bem mais cedo é aceitável ? A resposta é:depende do componente, de seu programa demanutenção e da tecnologia envolvida. Se a tecnologiadisponível limitar a vida de um determinadocomponente a sua manutenção deverá ser rigidamentevigiada e a sua substituição em períodos seguros deveser observada. O que importa é que o sistema (nestecaso a própria aeronave como um todo ) não falhe.

Um aspecto que passa despercebido é que no exemploacima existia a condição de fazer testes em laboratóriopara determinar as taxas de falha. Isto não énecessariamente possível no dia-a-dia. Por isso, aavaliação de um determinado risco é muitas vezesbaseada na experiência dos analistas em determinar apossibilidade de alguma coisa dar errado e de estimarconseqüências, classificando cada um dos eventos. Maisque um exercício de imaginação, avaliar riscos é umatarefa de extrema responsabilidade que requer método,experiência e determinados cuidados técnicos. Quandonão se tem coisas tangíveis em que se basear énecessário contar com os melhores especialistasdisponíveis nos riscos que se quer estudar.

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Técnicas de Análise de Riscos

Coleta de Informações:

A base de elaboração de qualquer Técnica deAnálise de Riscos é a coleta de informações.Para que esta tarefa possa ser bem feita énecessário que alguns cuidados preliminaressejam tomados, no sentido de proporcionar aoanalista um fluxo de informações confiáveis.

A disponibilidade de documentos relativos aoempreendimento ou situação a avaliar também éfundamental.

Em se tratando de um empreendimentoindustrial, sugerimos solicitar a última revisãodos seguintes documentos:

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Técnicas de Análise de Riscos

Plantas de Lay-Out ( , Processamento Industrial, Edificações, etc);

Plantas de Locação de Sistemas de Combate a Incêndio e Emergência;

Fluxogramas de Processo;

Fluxogramas de Engenharia;

Inventário de Estoques de Matérias-Primas e Produtos Acabados;

Características Físico-Químicas dos Produtos Manipulados e/ou Produzidos;

Rotinas Operacionais (Manuais de Operação);

Rotinas de Manutenção - Estrutura do Depto. de Manutenção;

Rotinas de Segurança (Manuais de Procedimentos de Segurança);

Planos de Ação de Emergência;

Planos de Auxílio Mútuo em Caso de Acidentes;

Planos de Contingência;

Mapas de Risco - Ministério do Trabalho;

Estudos de Impacto Ambiental

Manuais de Qualidade;

Manuais de Gestão Ambiental;

Organograma da Empresa;

Avaliação Patrimonial;

Distribuição dos Funcionários pelo Lay-Out do Empreendimento (Jornadas de Trabalho, etc.);

Estudos de Tempos e Movimentos (para identificar os gargalos de produção e setores críticos).

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Técnicas de Análise de Riscos

• Há vários outros documentos que podem auxiliar oestudo e a decisão pela sua utilização deve ser bemavaliada. É provável que em muitos locais osdocumentos acima citados não estejam disponíveis. Oanalista de riscos, após reunir toda a documentaçãofornecida deve decidir se são necessárioslevantamentos de campo para conseguir estasinformações ou se, em face a complexidade dainstalação industrial, podem ser dispensados.

• Conforme já citado anteriormente, sempre que fornecessário levantar informações através de visita àsinstalações o analista de riscos deve utilizar umquestionário de apoio na forma de um “check-list”.Neste “check-list” devem ser incorporadas perguntasrelativas às suas necessidades de informação pararealização do estudo. Se, por exemplo, conhecer avizinhança do empreendimento em estudo é um itemimportante para avaliar a extensão de danos caso umacidente ocorrido venha a ultrapassar as fronteiras daempresa, perguntas que possam caracterizar estasituação devem ser incluídas de forma clara e objetiva.

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Técnicas de Análise de Riscos

• Quando se conhece as características genéricas de umdeterminado risco é possível criar questionáriosespecíficos enfatizando determinados eventosacidentais. Exemplificando, se previamente se temnotícia que os motores elétricos trabalham em regimede sobrecarga em uma determinada atividadeindustrial, na montagem do questionário podem serincluídas perguntas específicas para avaliar os motivosque levam à esta situação e que medidas são tomadaspara atenuar os danos conseqüentes.

• A determinação de valores também é um referencialimportante. Podemos dizer que é praticamenteimpossível ter sucesso em um estudo de Análise deRiscos se não for possível dimensionar as perdasenvolvidas. Para que isso seja possível é sempreinteressante dispor dos Valores em Risco das váriasáreas. De posse destes valores e das estimativas deperdas é bem mais fácil quantificar os eventos.

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Técnicas de Análise de Riscos

• Um outro ponto as ser destacado em relação autilização das técnicas de análise de riscos refere-se aformação dos grupo responsável pelo seudesenvolvimento. O grupo ideal deve ser formado pelosseguintes integrantes:

• Coordenador(a) Profissional experiente, extremamenteorganizado e metódico, com conhecimento pleno datécnica de análise de riscos que será utilizada. Seráresponsável pela coordenação dos trabalhos, peloagendamento das reuniões, convocação dosparticipantes, definição dos objetivos, coordenação dasreuniões e mediação das discussões. Será tambémresponsável pelas revisões e formatação final doestudo, bem como pela sua apresentação.

• Secretário(a)– Responsável pelo registro das reuniões e tarefas acessórias

da coordenação.

• Engenharia– Profissionais da empresa e especialistas externos com

domínio do processo produtivo e operacional

• Administradores– Profissionais ligados a controladoria, segurança empresarial,

patrimonial e seguros.

• Qualidade e Meio-Ambiente– Profissionais atuantes nas áreas de qualidade e meio-

ambiente da empresa e especialistas convidados.

• Comunidade– Eventualmente podem ser agregados membros da

comunidade externa (vizinhos, etc.)

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Técnicas de Análise de Riscos

• Grupo 1 - What-if

• Grupo 2 - Análise Preliminar de

Risco

• Grupo 3 - Análise por Árvores de

Falha

• Grupo 4 - Análise por Árvores de

Eventos

• Grupo 5 - FMEA e FMEA de

Processo

• Grupo 6 - HAZOP

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Técnicas Semi-Quantitativas –Alternativa para a Inexistência de

Taxas de Falha

• Quando não se tem disponibilidade de taxas de falhas a utilização de técnicas quantitativas estará descartada. No entanto, a mera utilização de técnicas qualitativas pode não conferir ao estudo o rigor de que se necessita. Assim a alternativa é utilizar, mas uma vez a experiência de outros para tentar criar uma base científica adequada, tomando os devidos cuidados para que não se cometam enganos desastrosos e exageros.

• Durante muitos anos os analistas de riscos aqui noBrasil utilizaram o OREDA como fonte de informação,mas ao adotar as taxas de falha ali expressas em seusestudos particulares procuraram agravá-las ou não emface das características dos sistemas que estavamsendo analisados. Condições operacionais, climáticas,etc. eram objeto de avaliação prévia para que sepudesse fazer as adaptações necessárias.

• Quando não se podia utilizar sequer a experiênciaalheia e adaptar taxas de falhas existentes em bancosde dados a opção, como já vimos, é admitir aexperiência de falha de sistemas como razoável,fazendo também as adaptações cabíveis.

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Parâmetros de Perdas

• As conseqüências de um evento acidental podem se traduzirem impactos ou perdas para:

os seres humanos, seja for ferimentos ou morte;

o meio-ambiente;

a propriedade pública ou particular;

a operação de sistemas;

o lucro.

• Durante o estudo das técnicas de Análise de Riscos vimosque é sempre necessário avaliar os riscos expostos e aspossíveis conseqüências de sua materialização,classificando-os de acordo com uma Matriz de Consolidaçãode Riscos, que pode ser a da própria técnica que se estáutilizando ou qualquer outra mais específica que o analistaproponha em seu estudo.

• Quando estamos realizando uma Análise de Riscos visando odimensionamento de coberturas de seguro, costuma-seutilizar alguns parâmetros próprios para a avaliação daimportância das perdas, que chamamos de Parâmetros dePerdas:

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Parâmetros de Perdas

Perda Normal Esperada (PNE)

• A Perda Normal Esperada ou PNE, pode sergenericamente definida como aquele evento queusualmente envolve partes menores ou secundárias dosequipamentos e que são reparadas ou substituídas comrelativa facilidade. Ou seja, são acidentes de proporçõespouco significativas e que nunca exigem a presença detécnicos do(s) fabricante(s) nas instalações do seguradoou o retomo de componentes às instalações do mesmo.

• Este parâmetro deve balizar a expectativa de despesasnormais de manutenção e influenciar a fixação dasFranquias em valores monetários, pois prende-se aosdanos materiais inerentes ao negócio, previsíveis ounão, porém sem maiores conseqüências.

Dano Máximo Provável (DMP)

• O Dano Máximo Provável ou DMP, pode sergenericamente definido como aquele evento queusualmente envolve partes maiores e mais críticas dosequipamentos e que requer reparos mais amplos ousubstituição total do(s) mesmo(s). Ou seja, sãoacidentes de grandes proporções e que eventualmenteexigem a presença de técnicos do(s) fabricantes nasinstalações do segurado, o retomo de componentes aolocal de fabricação ou a aquisição de itens novos.

• É a maior perda gerada por um determinado evento,seja ele natural, operacional ou induzido, admitindo queos mecanismos existentes para prevenção e combate aesta perda estejam em condições de atuarem acontento no momento da formação do sinistro.

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Parâmetros de Perdas

• Este parâmetro deve balizar as prováveis despesas comrecuperação ou reposição e influenciar a capacidade detransferência de perdas, bem como a fixação dosprêmios para garantir tal responsabilidade, pois serefere aos danos materiais importantes, com ou sem ainterrupção de produção.

Perda Máxima Possível (PMP)

• A Perda Máxima Possível ou PMP, pode sergenericamente definida como um evento catastróficoque requer substituição total dos equipamentos ereparos amplos dos danos causados. Ou seja, sãoacidentes de proporções catastróficas e que sempreexigem a presença de técnicos do(s) fabricantes nasinstalações do segurado, o retomo de componentes aolocal de fabricação e a aquisição de itens novos.

• Este parâmetro deve balizar as graves perdas desubstituição e reparos, além de influenciar a fixação dasimportâncias seguradas, limites máximos deindenização e as franquias (em tempo – período deparalisação).

• É a maior perda gerada por um determinado evento,seja ele natural, operacional ou induzido, admitindo queo todo ou parte dos mecanismos existentes paraprevenção e combate a esta perda estejam desativadosou simplesmente não funcionem.

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Parâmetros de Perdas

Avaliação Patrimonial – Determinação dos Valores em Risco

• Como vimos é necessário levantar o valor em risco dosempreendimentos para que se possa determinar perdascom um bom grau de certeza.

• Há algumas definições básicas que devem serintroduzidas:

Valor em Risco

• Valor de um bem material para fim de seguro

Valor Atual

• Valor do bem, roubado ou destruído, reposto pelo valor de um novo, deduzida a depreciação pelo uso, idade e estado de conservação

Valor de Novo

• Valor do bem, roubado ou destruído, pelo valor de um novo no mercado, ou seja, o preço que o segurado pagará para repor o bem da mesma marca ou equivalente

Depreciação

• Perda progressiva de valor de bens, móveis ou imóveis, pelo seu uso, idade e estado de conservação

• A Avaliação Patrimonial consiste em levantar todo opatrimônio da empresa conseguindo o valor de cada umdos bens e alguns dados importantes:

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Parâmetros de Perdas

Valor histórico

• Valor de aquisição, na data de aquisição

Valor referencial

• Valor de aquisição referencial, quando não se tem a informação do valor de aquisição

Idade real

• Data de aquisição

Idade aparente

• Idade baseada no estado de conservação de um bem

Vida útil de projeto

• Expectativa de vida de um bem novo segundo o seu fabricante

Vida útil remanescente

• Expectativa de vida de um bem em face ao seu estado de conservação

Valor residual

• Valor de um bem já completamente depreciado

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Prevenção de Perdas

• As medidas de mitigação recomendadas em umGerenciamento de Riscos tem intuito de melhorar ascondições de segurança do empreendimento,conferindo maior proteção contra eventos indesejáveis,que se ocorrerem, podem trazer sérias implicaçõesquanto a continuidade da atividade, dificultando ocumprimento dos compromissos públicos e,conseqüentemente, podendo vir a comprometer, aimagem da Empresa e até mesmo sua continuidade.

• Muitas vezes se pergunta se a adoção das medidas demitigação, dentro de um criterioso programa de ação, ésuficiente para que se tenha os riscos sobre controle e,sobretudo, se possa dispensar a contratação decoberturas de seguro.

• Invariavelmente, a resposta destas questões estáintimamente ligada a qualidade dos controles que aempresa exerce sobre os riscos, a experiência particularcom ocorrências acidentais anteriores, a constantesupervisão do processos, manutenção, operação esegurança.

• Muitas vezes, o nível de investimentos em mitigaçãopode estar até mesmo super-dimensionado, fruto denão se ter realizado uma priorização de medidas,previamente.

• Portanto, qual o limite dos investimentos em mitigaçãodos riscos ?

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Prevenção de Perdas

• Se pudéssemos, ao longo do tempo, compilar os gastoscom a prevenção de perdas plotando-os em uma curvae, no mesmo gráfico plotássemos a curva relativa aosprejuízos com sinistros, teríamos a seguinte situação :

• Se a empresa estiver, por exemplo, no ponto 1, ondeos valores dos prejuízos com sinistros são bem maissignificativos do que os gastos com as mitigação dosriscos que deram origem a estes sinistros, isto implicaem que esta empresa deve, ao longo do tempo,promover maiores investimentos no combate asprobabilidades de ocorrência de sinistros e, também,prover recursos materiais, humanos e financeiros paraminimizar as perdas oriundas da materialização dossinistros.

Valores

Tempo

Curva

dos Gastos

com a

Mitigação

dos Riscos

Curva

dos Prejuízos

com Sinistros

Grafico dos Custos de Mitigação x Prejuízos com Sinistros

1 2 3

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Prevenção de Perdas

c u r v a d e g a s to s to ta i s

1 2 3

v a l o r e s

G R ÁF IC O D A C O N S O L ID AÇ ÃO D E G AS T O S

Por outro lado, se a empresa estiver no ponto 3, nota-seclaramente que há um superdimensionamento dosinvestimentos em mitigação.

O ponto de intercessão das curvas é o ponto 2, tambémchamado de ponto de equilíbrio. A partir deste pontorecomenda-se a transferência dos riscos, através decoberturas de seguro, por exemplo. Este ponto só poderáser identificado na prática, se houver vontade e um planode ação estruturado para tal. A coordenação deste plano deação é função do Gerente de Riscos da empresa ou de suacorretora cativa.

A superposição destas duas curvas dá uma visão dosgastos totais.

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Prevenção de Perdas

Plano de Ação de Emergência

Julgamos importante que qualquer empresaconsolide um Plano de Ação de Emergência. Paraisso estamos introduzindo, a seguir, algumasdiretivas para a sua elaboração e implantação.

O Plano de Ação de Emergência deverá serelaborado segundo o seguinte roteiro:

1 - Introdução;

2 - Objetivo;

3 - Descrição sumária do empreendimento;

4 - Conceitos e Metodologia;

5 - Metodologia;

6 - Pressupostos;

7 - Rotinas e ações de emergência;

8 - Entidades participantes do plano, formas dearticulação e operacionalização;

9 - Considerações para implantação do plano;

10- Providências para manter o plano de ação deemergência em permanente estadooperacional;

11 - Anexos.

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Prevenção de Perdas

Plano de Ação - Controle de Perdas

• Para que se possa consolidar um plano de ação queseja viável de ser colocado em prática é necessário que,preliminarmente, a empresa entenda que é necessáriosubdividir as ações quanto ao seu foco, ou seja, quantoa seus objetivos.

• As medidas acima relacionadas são, basicamente, dedois ramos:

– medidas relacionadas a minimização da probabilidadede ocorrência de sinistros

– medidas relacionadas a minimização dasconseqüências de possíveis acidentes

• As medidas relacionadas com a minimização dasprobabilidades acidentais, têm por dogma principal,estarem calcadas na necessidade de rotinas demanutenção, operação e segurança, enquanto asrelacionadas à minimização das extensões dos possíveisacidentes estão ligadas, principalmente, aos sistemasde proteção contra incêndio e combate à emergências.

• “Por onde começar?” é a pergunta seguinte.

• É comum verificar que a grande maioria das empresastêm preocupação bastante abstrata sobre este tema.Muitas vezes encontramos investimentos substanciaisem sistemas tecnologicamente avançados para ocombate a um início de incêndio, sem contudo terhavido qualquer ação específica ou até mesmo, quandoisso é necessário, algum investimento, no sentido dereduzir a probabilidade de ocorrência deste início deacidente.

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Prevenção de Perdas

• Assim, podemos recomendar que, para que se tenha uma atuação correta no sentido de controlar as perdas, deve-se sempre agir pensando que o equipamento de combate a incêndio, a brigada de incêndio e emergência, etc. são redundâncias necessárias a debelar os focos de sinistros, mas em momento nenhum podem impedir, havendo as pré condições para que isso ocorra, que este acidente tenha início.

• A instituição do Gerenciamento de Riscos como política institucional é, como sabemos, uma tarefa árdua, comparável ao estabelecimento de um programa de qualidade. O papel do Gerente de Riscos na empresa é de motivador e polarizador das ações, desde que tenha o necessário respaldo político de seu Corpo Diretivo.

• O Gerente de Risco deverá ter poderes para atuar deforma incisiva sobre os focos de risco, minimizando-os,a partir da discussão com todas as áreas envolvidas.

• A formação dos chamados "comitês de risco" éfundamental ao sucesso deste programa, sendo estes,facilitadores das ações.

• Ao final de um trabalho de Gerenciamento de Riscos sempre há ações de curto, médio e longo prazo a serem tomadas. Muitas delas não requerem investimento e sim vontade de fazer. Vemos como muito interessante a implantação de um Programa de Inspeções Periódicas, a ser realizado pela área de segurança corporativa da empresa, conforme se segue:

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Prevenção de Perdas

Programa de Inspeções Periódicas

Definição dos Objetivos doPrograma

l

Definição do Check-List a ser Empregadoe Critério de Medição

Designação das PessoasResponsáveis pela Execuçãodo Programa de Inspeções

Definição do PrimeiroCronograma de Inspeções

Definição da Formade Relatoriar os

Resultados

Elaboração de Plano de Açãopara Implantação das Medidas

Preventivas e Corretivas Propostas

Execução das Inspeções Periódicas

Acompanhamento da Implantação

Divulgação dos Resultados

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Prevenção de Perdas

• Para que torne possível implantar um Programa deInspeções Periódicas é necessário que as pessoastenham consciência de que é nas pequenas perdas quese podem gerar os grandes acidentes. A história estácheia de exemplos que podem e devem ser seguidos.

• Outro aspecto que julgamos de fundamentalimportância é a motivação das pessoas. Se o corpodiretivo da empresa estiver solidário ao Programa,apoiando-o tanto no que se refere ao seu aspectopolítico, quanto com a dotação de recursos financeiros,cinqüenta porcento do sucesso da empreitada estarágarantido. Os outros cinqüenta porcento serãoconseguidos nos aspectos operacionais.

• No fluxograma acima descrevemos como necessária aelaboração de um “check-list” para a coleta deinformações de cada um dos empreendimentos avisitar. Este “check-list” nada mais é do que um guiapara orientar o vistoriador quanto aos ítens a observar(e comentar), de forma a tornar o mais produtivapossível o levantamento.

• Não está explicitamente mostrado no fluxograma a faseinerente as inspeções para manutenção do programa. Ocronograma destas visitas deverá ser definido a partirda divulgação do Plano de Ação, para que se possa terum acompanhamento perfeito de como as medidaspreventivas e corretivas destacadas nas inspeçõesestão sendo postas em prática.

• Os técnicos de segurança são fundamentais nesteprocesso. É fundamental que os relatórios da segurançasejam incorporados ao “check-list” que deve sermontado e que estes profissionais participem dasinspeções de forma a poder fornecer sua contribuiçãoao programa.

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Prevenção de Perdas

• Plano de Contingência

• Para estruturar um Plano de Contingência é necessárioconhecer todas as rotinas operacionais da empresa etodas as possíveis disponibilidades: desde osfornecedores aos clientes. Quanto melhor orelacionamento externo melhor.

• Devem ser dimensionados os tempos de resposta dos fornecedores e talvez a possibilidade de terceiros virem a fazer parte das atividades da empresa, tais como: CPD, produção, distribuição, estocagem, etc. Assim como na análise de riscos deve ser avaliada a possibilidade da empresa não poder contar com os terceiros e ter que conseguir soluções de emergência, por isso recomenda-se que para cada atividade mapeada se tenha sempre mais de uma alternativa contingencial.