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MANUAL DO PROFESSOR GEOGRAFIA ENSINO MÉDIO VOLUME 3

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Manual do Professor

GeoGrafia

ensino Médio

VoluMe 3

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2 Manual do Professor

suMário1. Pressupostos teórico-metodológicos da coleção.............3

Orientações teóricas 3Procedimentos metodológicos 3Sugestões de leitura 8Sugestões de livros e sites 12

2. Pressupostos geográficos da coleção ............................14Objetivos da Geografia para o Ensino Médio 14Os conceitos geográficos na coleção 16A Cartografia na coleção 17

3. Organização didática da coleção ....................................19Apresentação temática dos volumes 19Estrutura interna dos volumes 29Conteúdos dos volumes 32

4. Fundamentos e objetivos do volume ..............................37

5. Organização do volume ..................................................38

6. Orientações específicas sobre os capítulos ....................39Capítulo 1 – Do mundo bipolar ao fim da Guerra Fria 39Capítulo 2 – A nova ordem mundial 44Capítulo 3 – Globalização da economia 47Capítulo 4 – Características do subdesenvolvimento 54Capítulo 5 – Conflitos e questões territoriais na África e na América Latina 60Capítulo 6 – Conflitos e questões territoriais na Ásia 64Capítulo 7 – O desenvolvimento da atividade industrial 71Capítulo 8 – A produção industrial no Brasil 76Capítulo 9 – A atividade industrial nos Tigres Asiáticose no BRICS 81Capítulo 10 – Atividade industrial no Grupo dos Sete (G7) 84Capítulo 11 – Agropecuária no Mundo 92Capítulo 12 – Agropecuária no Brasil 97

7. Sugestões de leitura.......................................................105Unidade 1 – Da ordem bipolar à nova ordem mundial 105Unidade 2 – O mundo atual: desigualdades e conflitos 106Unidade 3 – A produção industrial 108Unidade 4 – A produção agropecuária no mundo e no Brasil 108

8. Referências bibliográficas ...........................................110

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1. PressuPostos teórico-MetodolóGicos da coleção

orientações teóricas

A Geografia estuda a interação entre a dinâmica da natureza e os mecanismos de organização e

sistemas produtivos desenvolvidos pelas sociedades humanas A categoria de análise primordial para

identificar e interpretar os diferentes aspectos dessa interação é o espaço geográfico

Desdobrado em conceitos como lugar, paisagem e território, o espaço geográfico não apenas reve-

la, em suas formas e seus conteúdos, o resultado da atuação simultânea e interdependente dos ele-

mentos e fenômenos naturais e das formas de apropriação da sociedade, como também é um agente

ativo desse processo

Assim, espera-se que o estudo da Geografia possa tornar o mundo passível de compreensão, por

meio da leitura do espaço geográfico e da análise das informações a partir dele, levantadas e represen-

tadas sob a luz das características sociais historicamente constituídas

A condução crítica da produção do conhecimento geográfico, abrangendo sinteticamente o meio

físico, as forças produtivas e as representações simbólicas desse espaço, passa pela identificação, pela

descrição e pela organização, em diversas formas de registro, das múltiplas características que se

arranjam em cada porção da superfície terrestre

Dessa forma, cabe ao livro didático de Geografia fornecer elementos e subsídios para a apreensão

dos processos que envolvem a produção do espaço, além de parâmetros para sua análise Já ao pro-

fessor compete incorporar o recurso representado pelo livro didático às demais ferramentas de ensino,

adaptando-o às especificidades regionais e ao projeto pedagógico da escola, tornando-o, desse modo,

acessível ao grupo de alunos com o qual trabalha Também lhe cabe articular as temáticas, as neces-

sidades e os anseios que forem identificados

Esta coleção contempla, por meio de sua organização temática e de uma estrutura textual descompli-

cada, proposições consagradas no ensino de Geografia, além de possibilitar aos alunos, por intermédio

do professor, elaborar linhas de reflexão segundo tendências recentes da prática pedagógica Ao longo

dos capítulos são apresentados boxes que facultam aos alunos estabelecer relações entre o conceito tra-

balhado e questões da atualidade ou situações comuns em seu cotidiano As atividades, organizadas em

diferentes propostas, permitem desde a retomada do conteúdo e a preparação para os vestibulares até a

problematização e o desenvolvimento dos temas e das competências indicados na Lei de Diretrizes e Bases

da Educação Nacional (LDB) e nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (DCN) – como os

que se relacionam à leitura e à interpretação de registros gráficos e textuais; ao reconhecimento, à seleção

e à comparação de fenômenos espaciais; à investigação dos processos de transformação do espaço geo-

gráfico; de fenômenos relacionados à questão ambiental decorrentes da relação entre a sociedade e o meio

ambiente; à compreensão das questões referentes à educação ambiental

ProcediMentos MetodolóGicos

A importância do livro didático no planejamento das aulas e suas aplicações em sala

Este livro é uma ferramenta essencial para a estruturação do curso de Geografia, mas é importante

que não seja o único material de apoio didático Ao articular seus capítulos de forma bastante didática,

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de maneira a apresentar-se como um recurso precioso na condução das aulas, este livro permite que o

professor valorize os conhecimentos prévios dos alunos para a análise criteriosa de suas abordagens,

aproveite seus textos e recursos visuais para estimular discussões e debates entre os alunos, e desen-

volva atividades que permitam estabelecer relações entre seus diferentes conteúdos

O livro didático deve ser empregado como ferramenta de promoção do desenvolvimento da auto-

nomia de aprendizagem dos alunos, que precisam ser estimulados a recorrer ao material como fonte

de pesquisa e como referência dos temas estudados, para que possam realizar uma fundamentação

básica de seus posicionamentos críticos

À figura do professor atribui-se a função de conferir sentido ao processo de aprendizagem dos

alunos, sem desconsiderar a condição destes como agentes ativos de produção do conhecimento Por

isso, o professor tem um papel primordial nesse processo: desenvolver estratégias que potencializem

o desenvolvimento do conhecimento, entre as quais o livro didático deve figurar como material funda-

mental para o suporte das relações de ensino-aprendizagem O trabalho de apropriação e reflexão dos

conteúdos do livro didático desvela oportunidades de concretização dos objetivos de formar alunos e

de avaliá-los, bem como de avaliar os resultados do trabalho como um todo

A avaliação

Em se tratando das avaliações, faz-se necessário diferenciar, no mínimo, duas práticas de análise

dos trabalhos desenvolvidos ao longo do ano letivo A primeira prática concerne à avaliação do desen-

volvimento dos alunos diante de suas potencialidades, de acordo com parâmetros definidos A segunda

relaciona-se ao desenvolvimento do curso como um todo, sendo fundamental que o professor atente-

-se ao cronograma de aulas, às atividades desenvolvidas em sala e às respostas dadas às propostas,

verificando assim se os objetivos estão sendo atingidos Dessa forma, o professor poderá, se necessá-

rio, reorganizar esses objetivos e os instrumentos utilizados para atingi-los Portanto, antes de aplicar

as práticas de avaliação, é importante que o professor domine com clareza os objetivos que direcionam

suas práticas de ensino e, nesse contexto, defina o que avaliar e como avaliar

Um pressuposto importante no norteamento do processo de avaliação é o de que, no processo de

ensino-aprendizagem, a apropriação do conteúdo não se limita a uma finalidade em si mesma, mas

serve como meio para a formação ampla de uma consciência crítica, e os reflexos disso devem estar

representados nas respostas das avaliações produzidas pelos alunos

A avaliação dos alunos não pode resumir-se a fórmulas prontas, devendo ser condizente com a

realidade da escola e da sociedade em que esta se insere, devendo ser estruturada sobre princípios

que, além de verificar os conhecimentos adquiridos e produzidos pelos alunos, permitam aprofundar o

conhecimento sobre todo o trabalho escolar Concebida dessa maneira, e integrada a um planejamento

ao mesmo tempo consistente e flexível, a avaliação permite reconhecer dificuldades e ajustar as for-

mas de intervenção no decorrer do processo letivo, readequando objetivos e repensando as práticas

pedagógicas

Portanto, a avaliação não pode ser confundida com a simples aplicação de provas, que sobrevalorizam

notas ou conceitos A avaliação incorporada ao processo de aprendizagem desprende-se de momen-

tos ou procedimentos particularizados, tornando-se um princípio contínuo, indissociável dos objetivos

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estruturais do curso Por meio desse princípio é possível conduzir todas as atividades de modo a revelar

apontamentos coletivos e individuais relacionados às propostas desenvolvidas, permitindo também, se

o professor preferir, valorizar cada atividade sem hierarquizá-las, estimulando os alunos a realizar um

estudo também contínuo, em vez de um estudo pontual às vésperas de avaliações formais

Na avaliação contínua tanto do curso como dos alunos, tende-se a utilizar uma gama maior de

parâmetros, o que contribui para compreender qualitativamente a relação dos alunos com a aprendi-

zagem, discernindo as dificuldades que provêm da apreensão do conteúdo em si e aquelas oriundas

da forma como o conteúdo é trabalhado Por fim, conhecendo melhor os alunos, podem-se levar em

consideração suas especificidades, criando possibilidades de melhorias não apenas na apreensão dos

conteúdos, mas principalmente na reflexão acerca dos temas apresentados, cujos resultados podem

ser observados na avaliação (em relação ao que dela se puder deduzir) ou até mesmo em suas postu-

ras e ações nos debates em sala de aula

O texto a seguir, de Léa Depresbiteris, traz mais algumas contribuições para a reflexão sobre o tema

“avaliação”

Avaliação da aprendizagem do ponto de vista técnico-científico e filosófico-político

Como atribuir notas aos alunos? Como fazer para que essas notas representem o desempenho real do aluno? [...]

A ênfase à atribuição de notas (medida) na avaliação tem provocado alguns desvios significativos,

dentre os quais o de lhe dar um caráter meramente comercial, contabilístico, desconsiderando seu aspecto

educacional de orientação do aluno. Conforme diz Luckesi (1984), as notas são comumente usadas para

fundamentar necessidades de classificação de alunos, dentro de um continuum de posições, onde a maior

ênfase é dada à comparação de desempenhos e não aos objetivos instrucionais que se deseja atingir. O aluno

é classificado como inferior, médio ou superior quanto ao seu desempenho e muitas vezes fica preso a esse

estigma, não conseguindo desvelar seu potencial. [...]

A associação que limita o ato de avaliar ao de atribuir uma nota leva a um desvio bastante comum:

reduzir a avaliação à mera atividade de elaborar e aplicar instrumentos de medida. Nessa perspectiva, há

o grande perigo de direcionar a aprendizagem apenas para o domínio de conteúdos de uma prova final, de

uma unidade de ensino ou de um curso. Goldberg aponta, ainda, o problema de considerar a avaliação como

aplicação de uma prova final. Segundo a autora, muitos professores esquecem que é natural e espontâneo con-

siderar, na avaliação, outros recursos, como trabalhos diários, observações e registros, enfim, todas as atividades

que permitem inferir desempenhos (Depresbiteris, 1989).

Assim, é importante, ao se falar em avaliação da aprendizagem, indicar suas funções, que segundo

Gronlund (1979), são as de informar e orientar para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem. [...]

Que abordagem avaliativa devemos adotar para a melhoria do ensino?

A avaliação da aprendizagem está estreitamente relacionada à abordagem curricular. Segundo McNeil

(1981), podemos classificar o currículo em acadêmico, tecnológico, humanista e de reconstrução social.

No currículo acadêmico, a avaliação em sala de aula apresenta meios variados, de acordo com os

objetivos das diferentes disciplinas, sempre com ênfase ao conhecimento de fatos e temas. No currículo

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humanista, a avaliação enfatiza o processo e não o produto; a avaliação é de natureza mais subjetiva, va-

lorizando a expressão do aluno em pinturas, poemas, discussões em grupo, dentre outros. Já no currículo

tecnológico, a avaliação se apoia no desempenho do aluno, definido pelo total de pontos obtidos em testes

padronizados ou, então, em testes específicos de programas que tratam de aspectos das disciplinas escolares

convencionais. Por fim, a avaliação no currículo de reconstrução social é feita por meio de exames abran-

gentes durante o último ano da escola, com o objetivo de sintetizar e avaliar a interpretação, pelo aluno,

de seu trabalho. Nesse caso, a avaliação vai além da aprendizagem, verificando efeitos da escolarização na

comunidade. [...]

Até que ponto vai o planejamento do ensino e onde começa a avaliação da aprendizagem?

A avaliação e o planejamento são atividades inseparáveis; formam um processo único, no qual devem

ser definidos os objetivos, os conteúdos, as estratégias de ensino, os critérios e as formas de avaliar.

O que acontece, porém, é que, em vez de serem valorizados em seus aspectos educacionais, o planeja-

mento do ensino e a avaliação da aprendizagem são transformados em atividades burocráticas, formais.

O planejamento é o momento de refletir sobre os objetivos a serem atingidos, sobre como alcançá-

-los e sobre como avaliar o que se planejou. É frequentemente confundido com o plano de ensino, registro

formal do planejamento. A cobrança ao professor é feita quanto ao papel escrito e não quanto ao processo

de reflexão.

Como consequência, no lugar de guia, de orientador da ação docente, o plano, feito quase sempre sem

ter havido planejamento, passa a ser instrumento de gaveta, sem nenhuma função pedagógica. A avaliação,

por sua vez, é vista como o registro de uma nota, tornando-se uma atividade burocrática para o professor.

[...]

DEPRESBITERIS, Léa. Avaliação da aprendizagem do ponto de vista técnico-científico e filosófico-político. São Paulo: FDE, 1998. n. 8. (Série Ideias).

Interdisciplinaridade

Apesar de a escola, no passado, ter agrupado os saberes em disciplinas para facilitar o processo de

aprendizagem, hoje há um esforço contrário, que tenta aproximar e relacionar conhecimentos

Ao contrário do que muitas vezes se pensa, a interdisciplinaridade não dilui as disciplinas, mas, sim,

mantém a individualidade destas, integrando-as para uma compreensão mais ampla do conhecimento

e da realidade na qual o aluno está inserido A sua prática procura estimular a pesquisa e a curiosidade,

a teoria e a prática, a construção de um conhecimento conjunto de professores e alunos O professor

se torna

reconstrutor juntamente com seus alunos; o professor é, consequentemente, um pesquisador que pos-

sibilita aos alunos, também, a prática da pesquisa. A problematização como metodologia para a recons-

trução de construtos dá condições ao aluno de mover-se no âmbito das teorias, das diferentes áreas do

saber, construindo a teia de relações que vai torná-lo autônomo diante da autoridade do saber. O professor

pesquisador constitui-se, portanto, em agente necessário de uma formação calçada na interdisciplinaridade.

(TOMAZETTI, 1998, p. 13.)

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Para o desenvolvimento de um trabalho interdisciplinar, é importante a contextualização dos temas

tratados e, dessa forma, provocar a curiosidade dos alunos, através de questionamentos, bem como

acessar às ideias prévias dos alunos a respeito do tema a ser tratado

O desenvolvimento de experiências interdisciplinares ainda é principiante e tem limitações, devido

às dificuldades enfrentadas na realidade da sala de aula Porém, essa prática possibilita a interativi-

dade entre diferentes áreas do conhecimento e procura aproximar os saberes adquiridos na escola de

uma realidade mais ampla e cotidiana do aluno

O texto a seguir repensa a interdisciplinaridade e questiona como a Geografia pode contribuir com

o desafio de desenvolver esse tipo de experiência

A interdisciplinaridade e o ensino de Geografia

A interdisciplinaridade como princípio e atitude interdisciplinar constitui foco de discussão para pes-

quisadores e educadores dos vários níveis de ensino, que, ao reconhecerem a complexidade do mundo

pós-industrial e o processo de globalização vivenciado pelos povos do mundo inteiro, estão cientes de que

os saberes parcelares não dão conta de resolver problemas que demandam conhecimentos específicos, rela-

cionados a um objetivo comum e central.

Outro aspecto importante é saber que a interdisciplinaridade se revela necessária no mundo atual, mas

não constitui panaceia para todos os problemas da humanidade no planeta Terra. Portanto, há necessidade

de uma reflexão profunda e de uma interlocução permanente entre as pessoas e grupos envolvidos em um

projeto que pretende ser interdisciplinar. [...]

A preocupação maior é saber como a Geografia contribui para a formação do professor e dos alunos

do ensino básico, considerando a especificidade da ciência e da disciplina escolar, sem realizar uma “sopa”

teórico-prática, sem identidade. É preciso saber, por exemplo, como pode trabalhar como um arquiteto ou

um historiador, conhecer as propostas desses profissionais, sem confundir-se com eles nem pretender dar

aulas de Arquitetura ou de História.

No âmbito de cada ciência e também da Geografia, apesar de toda a discussão existente sobre a inter-

disciplinaridade, ainda se realiza um trabalho compartimentado e isolado com pouca interlocução entre os

responsáveis pelos vários ramos do conhecimento. Como avançar na direção de trabalhos mais aproximados, já

que há conhecimentos parcelares profundos e plurais, por exemplo, na Geografia urbana, na Geografia agrária,

na Geomorfologia, na Climatologia? Isso para não citar os vários outros ramos existentes há muito e os novos

ramos que surgem à medida que a sociedade, em sua dinâmica e movimento, também se transforma.

A interdisciplinaridade pode criar novos saberes e favorecer uma aproximação maior com a realidade

social mediante leituras diversificadas do espaço geográfico e de temas de grande interesse e necessidade

para o Brasil e para o mundo.

O professor de uma disciplina específica com uma atitude interdisciplinar abre a possibilidade de ser

um professor-pesquisador porque deve selecionar os conteúdos, métodos e técnicas trabalhados em sua

disciplina e disponibilizá-los para contribuir com um objeto de estudo em interação com os professores das

demais disciplinas. Isso não pode ser realizado sem uma pesquisa permanente.

A Geografia, no desenvolvimento de seus conceitos e na maneira de produzir, ensinar e relacionar-se

ou não com seus próprios ramos e com outras ciências ou disciplinas escolares, é um movimento histórico

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que se encontra em constante transformação. O professor necessita manter o diálogo permanente com o

passado, o presente e o futuro para conhecer melhor sua própria ciência e saber como constituir projetos

disciplinares e interdisciplinares na escola. [...]

A interdisciplinaridade e o ensino de Geografia. In: PONTUSCHKA, Nídia Nacib; PAGANELLI, Tomoko Iyda; CACETE, Núria Hanglei. Para ensinar e aprender Geografia. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2009. p. 143-145.

suGestões de leitura

TEXTO 1: Antonio Nóvoa, doutor em Ciências da Educação pela Universidade de Genebra, é um

estudioso português que se dedica à História da Educação e Educação comparada Na entrevista a

seguir, ele faz uma reflexão do papel do professor no passado, presente e futuro

Professor, o que é ser professor hoje? Ser professor atualmente é mais complexo

do que foi no passado?

Antonio Nóvoa – É difícil dizer se ser professor, na atualidade, é mais complexo do que foi no passado,

porque a profissão docente sempre foi de grande complexidade. Hoje, os professores têm que lidar não só

com alguns saberes, como era no passado, mas também com a tecnologia e com a complexidade social, o

que não existia no passado. Isto é, quando todos os alunos vão para a escola, de todos os grupos sociais, dos

mais pobres aos mais ricos, de todas as raças e todas as etnias, quando toda essa gente está dentro da escola e

quando se consegue cumprir, de algum modo, esse desígnio histórico da escola para todos, ao mesmo tempo,

também, a escola atinge uma enorme complexidade que não existia no passado. Hoje em dia é, certamente,

mais complexo e mais difícil ser professor do que era há 50 anos, do que era há 60 anos ou há 70 anos. Esta

complexidade acentua-se, ainda, pelo fato de a própria sociedade ter, por vezes, dificuldade em saber para

que ela quer a escola. A escola foi um fator de produção de uma cidadania nacional, foi um fator de pro-

moção social durante muito tempo e agora deixou de ser. E a própria sociedade tem, por vezes, dificuldade

em ter uma clareza, uma coerência sobre quais devem ser os objetivos da escola. E essa incerteza, muitas

vezes, transforma o professor num profissional que vive numa situação amargurada, que vive numa situação

difícil e complicada pela complexidade do seu trabalho, que é maior do que no passado. Mas isso acontece,

também, por essa incerteza de fins e de objetivos que existe hoje em dia na sociedade.

Como o senhor entende a formação continuada de professores? Qual o papel da

escola nessa formação?

Antonio Nóvoa – Durante muito tempo, quando nós falávamos em formação de professores, falá-

vamos essencialmente da formação inicial do professor. Essa era a referência principal: preparavam-

-se os professores que, depois, iam durante 30, 40 anos exercer essa profissão. Hoje em dia, é impensável

imaginar esta situação. Isto é, a formação de professores é algo, como eu costumo dizer, que se estabelece

num continuum. Que começa nas escolas de formação inicial, que continua nos primeiros anos de exercício

profissional. Os primeiros anos do professor – que, a meu ver, são absolutamente decisivos para o futuro de

cada um dos professores e para a sua integração harmoniosa na profissão – continuam ao longo de toda a

vida profissional, através de práticas de formação continuada. Estas práticas de formação continuada devem

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ter como polo de referência as escolas. São as escolas e os professores organizados nas suas escolas que po-

dem decidir quais são os melhores meios, os melhores métodos e as melhores formas de assegurar esta for-

mação continuada. Com isso, eu não quero dizer que não seja muito importante o trabalho de especialistas,

o trabalho de universitários nessa colaboração. Mas a lógica da formação continuada deve ser centrada nas

escolas e deve estar centrada numa organização dos próprios professores.

Que competências são necessárias para a prática do professor?

Antonio Nóvoa – Provavelmente na literatura, nos textos, nas reflexões que têm sido feitas ao longo dos

últimos anos, essa tem sido a pergunta mais frequentemente posta e há uma imensa lista de competências.

Estou a me lembrar que ainda há 3 ou 4 dias estive a ver com um colega meu estrangeiro, justamente, uma

lista de 10 competências para uma profissão. Podíamos listar aqui um conjunto enorme de competências do

ponto de vista da ação profissional dos professores. Resumindo, eu tenderia a valorizar duas competências: a

primeira é uma competência de organização. Isto é, o professor não é, hoje em dia, um mero transmissor de

conhecimento, mas também não é apenas uma pessoa que trabalha no interior de uma sala de aula. O pro-

fessor é um organizador de aprendizagens, de aprendizagens via os novos meios informáticos, por via dessas

novas realidades virtuais. Organizador do ponto de vista da organização da escola, do ponto de vista de uma

organização mais ampla, que é a organização da turma ou da sala de aula. Há aqui, portanto, uma dimensão

da organização das aprendizagens, do que eu designo, a organização do trabalho escolar e esta organização

do trabalho escolar é mais do que o simples trabalho pedagógico, é mais do que o simples trabalho do ensino,

é qualquer coisa que vai além destas dimensões, e estas competências de organização são absolutamente

essenciais para um professor. Há um segundo nível de competências que, a meu ver, são muito importan-

tes também, que são as competências relacionadas com a compreensão do conhecimento. Há uma velha

brincadeira, que é uma brincadeira que já tem quase um século, que parece que terá sido dita, inicialmente,

por Bernard Shaw, mas há controvérsias sobre isso, que dizia que: “quem sabe faz, quem não sabe ensina”.

Hoje em dia esta brincadeira podia ser substituída por uma outra: “quem compreende o conhecimento”.

Não basta deter o conhecimento para o saber transmitir a alguém, é preciso compreender o conhecimento,

ser capaz de o reorganizar, ser capaz de o reelaborar e de transpô-lo em situação didática em sala de aula.

Esta compreensão do conhecimento é, absolutamente, essencial nas competências práticas dos professores.

Eu tenderia, portanto, a acentuar esses dois planos: o plano do professor como um organizador do trabalho

escolar, nas suas diversas dimensões, e o professor como alguém que compreende, que detém e compreende

um determinado conhecimento e é capaz de o reelaborar no sentido da sua transposição didática, como

agora se diz, no sentido da sua capacidade de ensinar a um grupo de alunos. [...]

A sociedade espera muito dos professores. Espera que eles gerenciem o seu percurso profissional,

tematizem a própria prática, além de exercer sua prática pedagógica em sala de aula. Qual a contra-

partida que o sistema deve oferecer aos professores para que isso aconteça?

Antonio Nóvoa – Certamente, nas entrelinhas da sua pergunta, há essa dimensão. Há hoje um ex-

cesso de missões dos professores, pede-se demais aos professores, pede-se demais às escolas. As escolas,

talvez, resumindo numa frase [...], as escolas valem o que vale a sociedade. Não podemos imaginar escolas

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extraordinárias, espantosas, onde tudo funciona bem numa sociedade onde nada funciona. Acontece que,

por uma espécie de um paradoxo, as coisas que não podemos assegurar que existam na sociedade, nós temos

tendência a projetá-las para dentro da escola e a sobrecarregar os professores com um excesso de missões.

Os pais não são autoritários, ou não conseguem assegurar a autoridade, pois se pede ainda mais autoridade

para a escola. Os pais não conseguem assegurar a disciplina, pede-se ainda mais disciplina à escola. Os pais

não conseguem que os filhos leiam em casa, pede-se à escola que os filhos aprendam a ler. É legítimo eles

pedirem à escola, a escola está lá para cumprir uma determinada missão, mas não é legítimo que sejam uma

espécie de vasos comunicantes ao contrário. Que cada vez que a sociedade tem menos capacidade para

fazer certas coisas, mais sobem as exigências sobre a escola. E isto é um paradoxo absolutamente intolerável

e tem criado para os professores uma situação insustentável do ponto de vista profissional, submetendo-

-os a uma crítica pública, submetendo-os a uma violência simbólica nos jornais, na sociedade, etc. o que é

absolutamente intolerável. Eu creio que os professores podem e devem exigir duas coisas absolutamente

essenciais que são:

• uma, é calma e tranquilidade para o exercício do seu trabalho, eles precisam estar num ambiente,

eles precisam estar rodeados de um ambiente social, precisam estar rodeados de um ambiente

comunitário que lhes permita essa calma e essa tranquilidade para o seu trabalho. Quer dizer, não

é possível trabalhar pedagogicamente no meio do ruído, no meio do barulho, no meio da crítica,

no meio da insinuação. É absolutamente impossível esse tipo de trabalho. As pessoas têm que as-

segurar essa calma e essa tranquilidade;

• e, por outro lado, é essencial ter condições de dignidade profissional. E essa dignidade profissional

passa certamente por questões materiais, por questões do salário, passa também por boas questões

de formação, e passa por questões de boas carreiras profissionais. Quer dizer, não é possível imagi-

nar que os professores tenham condições para responder a este aumento absolutamente imensu-

rável de missões, de exigências no meio de uma crítica feroz, no meio de situações intoleráveis, de

acusação aos professores e às escolas.

Eu creio que há, para além dos aspectos sociais de que eu falei a pouco – e que são aspectos extre-

mamente importantes, porque no passado os professores não tiveram, por exemplo, os professores nunca

tiveram situações materiais e econômicas muito boas, mas tinham prestígio e uma dignidade social que, em

grande parte completavam algumas dessas deficiências – para além desses aspectos sociais de que eu falei a

pouco e que são essenciais para o professor no novo milênio, neste milênio que estamos, eu creio que pen-

sando internamente a profissão, há dois aspectos que me parecem essenciais. O primeiro é que os professo-

res se organizem coletivamente – e esta organização coletiva não passa apenas, eu insisto bem, apenas pelas

tradicionais práticas associativas e sindicais – passa também por novos modelos de organização, como comu-

nidade profissional, como coletivo docente, dentro das escolas, por grupos disciplinares e conseguirem deste

modo exercer um papel com profissão, que é mais ampla do que o papel que tem exercido até agora. As

questões do professorado enquanto coletivo parecem-me essenciais. Sem desvalorizar as questões sindicais

tradicionais, ou associativas, creio que é preciso ir mais longe nesta organização coletiva do professorado. O

segundo ponto – e que tem muito a ver também com formação de professores – passa pelo que eu designo

como conhecimento profissional. Isto é, há certamente um conhecimento disciplinar que pertence aos cien-

tistas, que pertence às pessoas da história, das ciências etc., e que os professores devem ter. Há certamente

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um conhecimento pedagógico que pertence, às vezes, aos pedagogos, às pessoas da área da educação que os

professores devem ter também. Mas, além disso, há um conhecimento profissional que não é nem um conhe-

cimento científico nem um conhecimento pedagógico, que é um conhecimento feito na prática, que é um

conhecimento feito na experiência, como dizia há pouco, e na reflexão sobre essa experiência. A valorização

desse conhecimento profissional, a meu ver, é essencial para os professores neste novo milênio. [...]

TV Escola. Salto para o futuro. Entrevistas: Antonio Nóvoa. Disponível em: <http://www.tvbrasil.org.br/saltoparaofuturo/ entrevista.asp?cod_Entrevista=59>. Acesso em: 5 fev. 2013.

TEXTO 2: o texto a seguir, retirado do livro Para ensinar e aprender Geografia, de autoria de Nídia

Nacib Pontuschka (professora doutora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo), Núria

Hanglei Cacete (professora doutora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo) e Tomoko

Iyda Paganelli (professora adjunta da Universidade Federal Fluminense), comenta sobre a importância

do estreitamento de outras áreas do conhecimento e do saber cotidiano com a Geografia

O ensino-aprendizagem da Geografia e as práticas disciplinares, interdisciplinares e transversais

[...] Temos a preocupação de pensar em como a aprendizagem e o ensino da Geografia se situam peran-

te outras possibilidades, superando a disciplinaridade pela interação com as demais disciplinas. Assumimos

a compreensão de que, ao conhecer um objeto de estudo geográfico, ele será mais aprofundado quando se

aproveitam também os conhecimentos provenientes de outras disciplinas.

Essa é uma questão atualmente enfrentada pelos educadores brasileiros que desejam – ou são solicita-

dos a – trabalhar com currículos baseados nos princípios mencionados, paralelamente ou em interação com

um tratamento disciplinar dispensado aos conteúdos escolares.

A disciplinaridade ou um currículo disciplinar podem restringir-se apenas ao caráter cognitivo dos fatos e

conceitos. No entanto, se a perspectiva da escola básica é a educação integral, a Geografia deve colaborar com

essa meta e pensar em outras dimensões do conteúdo, para estreitar as relações entre as disciplinas e promover

a ampliação desse conceito. Ao ampliar o conceito do conteúdo, devem ser considerados também os conteúdos

procedimentais e atitudinais, que precisam estar presentes nas intenções do professor de Geografia quando da

elaboração da programação da disciplina escolar.

Na Geografia, os conteúdos procedimentais relacionam-se ao modo pelo qual os alunos assimilam certas

práticas que passam a fazer parte de sua própria vida. Aqui lembramos alguns exemplos: fazer leituras de

imagens, habituar-se a ler várias modalidades de textos e integrá-los aos conhecimentos possuídos; ser capaz

de utilizá-los em situações externas à escola, portanto, em situações de vida; observar um fato isolado e poder

contextualizá-lo no tempo e no espaço. Na observação, não ficar satisfeito somente com os fatos visíveis, mas

ir à busca de explicações mais próximas da “verdade”; saber pesquisar e trabalhar com argumentações que

aumentem a compreensão de determinadas questões complexas.

As questões complexas, intrinsecamente relacionadas com o mundo contemporâneo, com a mundiali-

zação da economia, com a globalização das comunicações, com a formação de redes de circulação de mer-

cadorias, de pessoas e ideias, exigem procedimentos metodológicos que permitam ao aluno compreender

melhor o mundo em que está inserido.

A observação informal e também a observação sistemática de fatos ou fenômenos do cotidiano, a

capacidade de registrá-los, usando diferentes recursos e linguagens, bem como de ouvir as pessoas sobre

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12 Manual do Professor

determinados objetos para conhecer as representações, ou seja, a concepção que o sujeito tem sobre algo

em dado momento, são procedimentos que alargam e aprofundam a reflexão, porque ensejam a passagem

de uma representação metafórica a uma representação cada vez mais conceitualizada, na qual as relações

resultantes permitem a produção de novos conhecimentos.

Dentre os aspectos antes propostos apenas como objetivos, mas considerados, nos dias atuais,

conteúdos atitudinais, destacam-se o respeito às diferenças de sexo, de etnia, de faixas etárias, com

responsabilidade sobre as crianças e os idosos, a valorização do patrimônio sociocultural, da diversidade

ambiental, dos direitos e deveres do cidadão...

Uma disciplina parcelar não consegue lidar com todos esses tipos de conteúdos, e disso decorre a neces-

sidade de pensar em outros métodos e princípios que conjuguem esforços integrados para conseguir formar

o homem inteiro, propiciando uma educação integral. [...]

O ensino-aprendizagem da Geografia e as práticas disciplinares, interdisciplinares e transversais. In: PONTUSCHKA, Nídia Nacib; PAGANELLI, Tomoko Iyda; CACETE, Núria Hanglei. Para ensinar e aprender Geografia. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2009. p. 107-109.

suGestões de liVros e sites

Livros

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CHRISTOFOLETTI, Antonio Geomorfologia São Paulo: Edgard Blücher, 2003

CORREA, Roberto L Logística do espaço brasileiro: as redes geográficas Rio de Janeiro: IBGE, 2000

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Manual do Professor 13

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HARVEY, David A produção capitalista do espaço São Paulo: Annablume, 2005

IANNI, Octavio A era do globalismo Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1999

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PONTUSCHKA, Nídia Para ensinar e aprender Geografia São Paulo: Cortez, 2007

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2007

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SANCHEZ, I Para entender a internacionalização da economia São Paulo: Editora Senac, 2001

SANTOS, Milton A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção São Paulo: Edusp, 2002

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TEIXEIRA, Wilson et al (Org ) Decifrando a Terra São Paulo: Nacional, 2008

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14 Manual do Professor

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Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM): <http://www dnpm gov br>

Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese): <http://www dieese org br>

Domínio Público: <http://www dominiopublico gov br>

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa): <http://www embrapa gov br>

Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp): <http://www fiesp com br>

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): <http://www ibge gov br>

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama): <http://www ibama gov br>

Instituto Geográfico e Cartográfico (IGC): <http://www igc sp gov br>

Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra): <http://www incra gov br>

Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet): <http://www inmet gov br>

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe): <http://www inpe br>

Ministério da Agricultura: <http://www agricultura gov br>

Ministério da Educação: <http://www mec gov br>

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior: <http://www mdic gov br>

Ministério de Minas e Energia: <http://www mme gov br>

Ministério dos Transportes: <http://www transportes gov br>

ONU Brasil: <http://www onu org br>

Petrobras: <http://www petrobras com br>

Portal Brasil: <http://www brasil gov br>

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud Brasil): <http://www pnud org br>

Revista ComCiência: <http://www comciencia br>

Revista da Faculdade de Educação da USP: <http://www educacaoepesquisa fe usp br>

Revista Estudos Avançados da USP: <http://www iea usp br/revista>

TV Escola: <http://tvescola mec gov br>

2. PressuPostos GeoGráficos da coleção

objetiVos da GeoGrafia Para o ensino Médio

De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), as práticas pedagógi-

cas no Ensino Médio devem ser orientadas por competências a serem desenvolvidas pe-

los alunos: comunicação e representação; investigação, articulação e compreensão; contex-

tualização social e histórica dos conhecimentos; desenvolvimento do espírito crítico Já as

diretrizes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) são estruturadas em função das seguintes

competências: domínio de linguagens; compreensão de fenômenos; enfrentamento de situações-

-problema; construção de argumentação; e elaboração de propostas

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Manual do Professor 15

Entendendo as proposições acima como premissas, o próximo passo é a identificação de como é

possível que a Geografia, com suas especificidades, contribua para a formação de alunos que dominem

sua essência, conscientizando-se do papel dessa disciplina no Ensino Básico e em suas vidas Esse

papel pode ser sintetizado em: construção da autonomia na adoção de procedimentos de verificação e

análise de elementos que compõem a realidade; tomada de posição frente à realidade compreendida;

realização de intervenções balizadas nas ações anteriores

O objetivo essencial da Geografia no Ensino Médio é propiciar aos alunos o desenvolvimento das

capacidades de:

• definir critérios coerentes para descrever aspectos do espaço geográfico;

• ler e interpretar diferentes formas de representação do espaço geográfico;

• analisar criticamente materiais cartográficos e outros documentos de interesse geográfico;

• coletar e sistematizar informações disponíveis em mapas, gráficos e tabelas, assim como utili-

zar esses recursos para expressar o conhecimento;

• compreender e utilizar as escalas geográfica e cartográfica como formas de demonstrar a ocor-

rência e a distribuição espacial de fenômenos;

• reconhecer, a partir da análise do espaço geográfico, as relações e interações de fenômenos

sociais e naturais;

• reconhecer e estabelecer relações entre as diversas escalas dos fenômenos geográficos (local,

regional, global);

• relacionar fatores históricos às estruturas da sociedade atual;

• avaliar os impactos do trabalho humano no meio físico ao longo do tempo;

• reconhecer a importância dos sistemas econômicos e políticos para a organização dos proces-

sos de produção do espaço;

• selecionar, comparar e interpretar aspectos da realidade espacial, sem rupturas que compro-

metam a apreensão de seu contexto;

• elaborar estratégias de pesquisa e investigação de informações que possam estimular refle-

xões e embasar a construção do conhecimento geográfico;

• analisar criticamente a apropriação dos recursos naturais pelos seres humanos, considerando

as demandas sociais e a necessidade de preservação do meio ambiente;

• identificar, no espaço vivido, subsídios para a compreensão de fenômenos de interesse

geográfico;

• aplicar, no cotidiano, os conceitos e os conhecimentos adquiridos por meio do estudo da

Geografia;

• reconhecer, no espaço vivido, as manifestações de processos de abrangência global;

• conduzir com autonomia seu próprio processo de aprendizagem, buscando nas experiências

vividas e nos recursos teóricos os elementos para a aferição do mundo;

• pautar-se em noções de cidadania para atuar nos ciclos sociais e interferir nas escalas espa-

ciais em que está inserido;

• relacionar os conteúdos do ensino de Geografia com outras disciplinas

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16 Manual do Professor

os conceitos GeoGráficos na coleção

Os conteúdos reunidos nesta coleção apoiam-se em conceitos que fundamentam o conhecimento

geográfico e atendem às DCN, constituindo parâmetros para o desenvolvimento de práticas de ensino-

-aprendizagem adequadas às demandas atuais

O espaço geográfico, conceito elementar e ligado à própria unidade da Geografia como área do

conhecimento, permeia toda a obra, sustentando a abordagem dos diferentes recortes da superfície

terrestre e das diferentes feições que estes assumem, por meio da imbricação entre os fenômenos

naturais e as atividades de apropriação social do espaço

Em consonância com o espaço geográfico, os conceitos de paisagem, lugar e território são também

categorias espaciais de fundamental importância para a interpretação do mundo sob a mediação do

pensamento geográfico

A paisagem, entendida como produto dos sentidos, é um conceito tratado na obra como recurso vi-

sual (em fotografias e ilustrações) para a identificação ou contextualização de aspectos relevantes dos

locais ou fenômenos trabalhados Como categoria de análise, é trabalhada principalmente nos boxes,

revelando como interagem os fenômenos naturais que competem para a disposição dos elementos

físicos na superfície terrestre e permitindo o reconhecimento das características sociais manifestadas

no espaço produzido

A concepção de lugar é utilizada como referência principalmente nos boxes e nas atividades, ten-

do como principal objetivo aproximar os temas que estruturam os capítulos da realidade particular e

imediata dos alunos Por meio de situações do cotidiano resgatadas em sala de aula, os alunos podem

encontrar elementos preciosos para compreender várias questões trazidas pela coleção, ampliando

assim sua consciência sobre sua identidade e seu pertencimento ao lugar, e estimulando sua inclina-

ção para reflexões sobre relações de consenso e conflito, dominação e resistência

O território é o conceito atrelado ao exercício do poder, é sua manifestação no espaço, e por essa

razão embasa os capítulos que priorizam as relações entre países, as estratégias de dominação econô-

mica e as articulações políticas e geopolíticas É por meio da noção de território que os alunos adqui-

rem a capacidade de desvelar as relações de domínio e apropriação presentes no espaço geográfico

Outro conceito importante é o de escala, que aparece na obra definido basicamente de duas manei-

ras: com um sentido mais restrito, como recurso de produção dos materiais cartográficos; e com um sen-

tido mais amplo – o de escala geográfica –, como instrumento de análise dos fenômenos que interagem

nas diversas dimensões do espaço geográfico O geógrafo Ailton Luchiari (2005, p 56) e seus colaborado-

res, apoiados em Josué Montello, apresentam algumas definições para esse conceito, a saber:

• escala cartográfica: indica a proporção entre o tamanho do objeto no terreno e as

suas dimensões no mapa É expressa numericamente por uma fração (por exemplo:

1 : 50 000), ou graficamente, por uma barra graduada;

• escala dos fenômenos: indica as dimensões da ocorrência de fenômenos sobre a superfície

terrestre A região semiárida brasileira ocupa uma área total de 974 752 km2, e abrange a maior

parte dos estados da Região Nordeste (86,48%), a região setentrional do estado de Minas Gerais

(11,01%) e o norte do Espírito Santo (2,51%)

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Manual do Professor 17

Um conceito fortemente ligado ao de escala é o de globalização, que aparece articulado com os te-

mas de diferentes capítulos No artigo “A quem interessa a globalização” (cuja leitura é recomendada),

o geógrafo e professor da Universidade de São Paulo (USP) Wagner Costa Ribeiro (1995, p 18) define

globalização como “um estilo de vida em configuração, no qual os agentes centrais seriam os consu-

midores (de informação e produtos)”

Conceitos utilizados em áreas mais específicas da ciência geográfica (mas não menos importantes)

foram apresentados e aprofundados em capítulos diretamente relacionados a seu campo de influência

Entre eles, podemos citar: recursos naturais, meio ambiente e desenvolvimento sustentável, energia,

produção e fluxos

a cartoGrafia na coleção

A Cartografia, além de um conjunto de técnicas ligadas à representação do espaço e aos códigos

de linguagem pertinentes à Geografia, é um campo do conhecimento que complementa a análi-

se espacial, viabilizando e legitimando a concretização dos estudos geográficos Permite o registro

sintético dos elementos levantados pela investigação geográfica, convertendo-o em instrumento de

inferência da realidade O domínio da Cartografia, portanto, não apenas viabiliza a documentação

dos elementos de organização do espaço, como também confere maior qualidade à investigação e à

interpretação dos objetos de pesquisa

Reconhecendo sua importância para o ensino da Geografia, a abordagem teórica da Cartografia é

apresentada nesta coleção logo nos capítulos iniciais do volume 1 Isso garante que todo o conteúdo

a ser trabalhado ao longo do Ensino Médio possa ser mais bem aproveitado pelos alunos, que, ao do-

minarem os elementos básicos da Cartografia, estarão mais aptos a apropriar-se com mais facilidade

dos recursos cartográficos que dão suporte aos textos dos capítulos, além de selecionar, sistematizar

e registrar as informações (dispostas em mapas ou não)

Nos capítulos 1 e 2 do primeiro volume, estão: a fundamentação das noções de orientação e loca-

lização espacial; a definição do conhecimento cartográfico e sua construção histórica; a apresentação

das projeções cartográficas como possibilidades de representação do mundo; e a abordagem técnica

e conceitual da escala cartográfica Como já foi exposto na parte final do texto introdutório, a leitura

cartográfica (ou, em outras palavras, o domínio instrumental dos materiais cartográficos) conquista-se

efetivamente por meio da produção de materiais

Desse modo, os subsídios fornecidos pela coleção devem ser contextualizados em trabalhos

que utilizem diferentes exemplos de materiais cartográficos Sempre que possível, os elementos da

Cartografia devem ser significados por meio de atividades práticas, nas quais os alunos possam aplicá-

-los, formando arranjos completos

Os inúmeros mapas e gráficos distribuídos por todos os capítulos visam facilitar ou complementar a

compreensão de temas presentes nos textos, sintetizar fenômenos, localizar áreas e ocorrências pon-

tuais, fomentar interpretações, verificar tendências e evoluções temporais, além de comparar eventos

que se manifestam de maneira desigual Os materiais cartográficos que compõem as atividades pro-

postas, principalmente as questões de vestibulares, são recursos reveladores de informações, consi-

derados elementos de análise imprescindíveis

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18 Manual do Professor

O texto a seguir, demonstrando a importância dos mapas, remete ao papel da Cartografia na cons-

trução do conhecimento geográfico e no emprego desse conhecimento na interpretação e contestação

do espaço geográfico

A importância do mapa

O mapa, um modelo de comunicação visual, é utilizado cotidianamente por leigos em suas viagens,

consulta de roteiros, localização de imóveis, e por geógrafos, principalmente, de forma específica. O mapa já

era utilizado pelos homens das cavernas para expressar seus deslocamentos e registrar as informações quanto

às possibilidades de caça, problemas de terreno, matas, rios etc. Eram mapas em que se usavam símbolos ico-

nográficos e que tinham por objetivo melhorar a sobrevivência. Eram mapas topológicos, sem preocupação

de projeção e de sistema de signos ordenados, mas os símbolos pictóricos eram de significação direta, sem

legenda, pois era a própria linguagem deles, a iconográfica.

Uma vez que a Geografia é uma ciência que se preocupa com a organização do espaço, para ela o mapa

é utilizado tanto para a investigação quanto para a constatação de seus dados. A Cartografia e a Geografia e

outras disciplinas, como a Geologia e a Biologia, caminham paralelamente para que as informações colhidas

sejam representadas de forma sistemática e, assim, se possa ter a compreensão “espacial” do fenômeno.

O mapa, portanto, é de suma importância para que todos que se interessem por deslocamentos mais

racionais, pela compreensão da distribuição e organização dos espaços, possam se informar e se utilizar deste

modelo e tenham uma visão de conjunto.

Os espaços são conhecidos dos cientistas que os palmilham em suas pesquisas de campo, mas é o mapa

que trará a leitura daquele espaço, mostrando a interligação com espaços mais amplos.

Assim, também os leigos, ao se preocuparem com a organização do seu espaço, ou de forma mais co-

tidiana com deslocamentos mais racionais, ou circulações alternativas (congestionamentos, impedimentos),

devem apelar para o mapa. [...]

Mapeador x leitor de mapas

Iniciando o aluno em sua tarefa de mapear, estamos, portanto, mostrando os caminhos para que se

torne um leitor consciente da linguagem cartográfica.

[...] A ação para que o aluno possa entender a linguagem cartográfica não está em pintar ou copiar

contornos, mas em “fazer o mapa” para que, acompanhando metodologicamente cada passo do proces-

so – reduzir proporcionalmente, estabelecer um sistema de signos ordenados, obedecer a um sistema de

projeções para que haja coordenação de pontos de vista (descentralização espacial) –, familiarize-se com a

linguagem cartográfica.

PASSINI, Elza; ALMEIDA, Rosângela Doin. Espaço geográfico: ensino e representação. São Paulo: Contexto, 2002.

Ainda sobre a temática em pauta, podemos apresentar uma série de questionamentos formulados

por Ângela Katuta (2007, p 147), que podem balizar a elaboração e o desenvolvimento de trabalhos em

sala de aula com os alunos:

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Manual do Professor 19

• Que objetivos pedagógicos eu tenho ao ensinar Geografia, portanto, o que enfatizarei no proces-

so de alfabetização geográfica-cartográfica?

• Que tipos de Geografia e de Cartografia eu devo abordar em sala de aula? As que são funda-

das na cisão entre o sujeito e o objeto? Ou as fundadas na polissemia do sujeito e, portanto, do

espaço?

• É necessário que os discentes expressem cartograficamente as espacialidades por eles viven-

ciadas e percebidas, a fim de que construam a capacidade de entender a localização geográfica

dos lugares?

• Devo, momentaneamente, romper com a “norma culta” da Cartografia no processo de ensino e

aprendizagem dos conhecimentos geográficos, a fim de que os alunos, em um momento inicial,

consigam expressar, por meio de suas representações, os elementos vivenciados e percebidos

no espaço cotidiano?

• A fim de trazer geografias discentes para dentro da sala de aula, apenas a linguagem cartográ-

fica basta? Outras linguagens se fazem necessárias para a compreensão dos lugares?

• As linguagens escritas e cartográficas são excludentes ou complementares?

Sabemos que o trabalho com gráficos em sala de aula é indispensável para uma completa apre-

ensão da linguagem cartográfica Acerca da função desse tipo de linguagem, recomendamos a leitura

do texto “Aprendizagem significativa de gráficos no ensino de Geografia”, em que Elza Passini (2007, p

174) afirma: “O gráfico possibilita a leitura imediata: ele é visual, mostra os dados organizados de forma

lógica, prendendo-se à essência É uma linguagem universal que permite ver a informação”

3. orGanização didática da coleção

aPresentação teMática dos VoluMes

Esta coleção divide-se em três volumes, sendo cada um dirigido a um ano do Ensino Médio Todos

os volumes estão organizados em unidades compostas de capítulos cujos temas estabelecem relações

entre si O conteúdo dos capítulos foi elaborado de modo que possibilite aos alunos compreenderem

as diversas relações existentes entre a sociedade e o meio, e, para isso, o recurso utilizado é a análise

de diferentes etapas de processo de ocupação do espaço natural pelos seres humanos Nos volumes 1

e 2 são analisadas as relações existentes entre os elementos do espaço natural e as formas de apro-

priação do espaço pela sociedade, tanto no que se refere aos aspectos econômicos como à dinâmica de

ocupação humana O volume 3 tem como objetivos aprofundar a análise acerca da dinâmica econômica

global e debater temas voltados para a geopolítica dos séculos XX e XXI

A coleção está estruturada da seguinte forma:

Volume 1 – 1o ano

O volume 1 é composto de três temas principais: noções cartográficas e de orientação espacial;

aspectos físicos da superfície terrestre; e exploração dos recursos naturais O elemento que confere

unidade a esses temas centrais é o conceito de superfície terrestre, pois, como esta é a base física da

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20 Manual do Professor

construção do espaço geográfico e fonte de recursos, é necessário que a sociedade tenha o domínio

sobre suas características Nesse âmbito, a Cartografia emerge como parte do conhecimento técnico

que a sociedade desenvolve como instrumento para esse conhecimento e domínio

UNIDADE 1 – DINÂMICA ESPACIAL

Focada no estudo da superfície terrestre (e por vezes apresentando exemplos específicos do Brasil),

essa unidade aborda conhecimentos e técnicas de orientação e localização espacial; as diversas for-

mas de representação cartográfica dos recortes espaciais; e as principais características do planeta

Terra, destacando sua situação em relação aos demais astros do Sistema Solar e a estruturação de sua

superfície em continentes e oceanos

Capítulo 1 – Orientação

O capítulo apresenta as noções básicas de orientação e localização, os principais instrumentos e

referenciais utilizados na orientação espacial, assim como o sistema de linhas imaginárias e coorde-

nadas geográficas representadas nas cartas e nos mapas, além de sua relação com os fusos horários

no mundo

Na página de abertura, o trecho extraído do livro Mar sem fim, de Amyr Klink, não apenas indica a

importância fundamental dos equipamentos de orientação geográfica, mas, por meio de uma narrativa

envolvente, abre possibilidades de sensibilização dos alunos em relação ao tema Incentivar os alunos

a pesquisar outros textos que impliquem a localização e a orientação espacial e confrontá-los com si-

tuações análogas já vivenciadas são alternativas para tornar a aula mais consistente e dinâmica

Capítulo 2 – Cartografia

Neste capítulo, a Cartografia é apresentada conceitualmente e sua importância é ilustrada por uma

perspectiva histórica A evolução técnica e tecnológica também é destacada, assim como as projeções

cartográficas e os elementos que compõem os mapas

O texto de abertura, um relato de uma experiência pessoal, indica que a Cartografia não se refere

apenas à simples representação de espaços e de seus elementos Sugerimos que esse texto seja utili-

zado para estabelecer uma discussão sobre como um mapa pode servir de meio para expressar inter-

pretações do mundo e que, assim como um texto, pode gerar diferentes leituras Essa discussão pode

ser aproveitada para apontar o fato de que os próprios mapas são concebidos com base em objetivos

previamente definidos ou, em outras palavras, podem adquirir caráter político ou ideológico

Capítulo 3 – O mapa do mundo

Este capítulo situa o planeta Terra em relação ao Sistema Solar, revelando suas dimensões, seu eixo

de inclinação e seu movimento de translação (e sua influência no meio ambiente e na sociedade), além

de caracterizar os oceanos e continentes que compõem a superfície terrestre

O depoimento de Marcos Pontes, primeiro astronauta brasileiro a deixar o planeta Terra, traz à tona

o fascínio que as viagens extraplanetárias despertam no ser humano, desde os tempos anteriores à sua

viabilização As palavras do astronauta revelam a necessidade de pensarmos nossa relação com o plane-

ta, enxergando-o como um sistema vivo e vulnerável

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Manual do Professor 21

Capítulo 4 – O Brasil no mapa do mundo

Neste capítulo, a localização geográfica do Brasil no planisfério, suas fronteiras e as divisões re-

gionais são examinadas de modo mais minucioso É neste momento que os aspectos regionais e con-

trastantes do país podem ser apresentados aos alunos, para que esse aprendizado seja uma referência

quando estudarem os demais capítulos da coleção que tratam dessa temática

O trecho da entrevista com o jornalista Maurício Kubrusly pode ser utilizado como abordagem inicial,

revelando a riqueza cultural do enorme território do Brasil Também pode servir de estímulo e refe-

rência para a busca por outros textos ou materiais que demonstrem os inúmeros contrastes regionais

brasileiros

UNIDADE 2 – GEOLOGIA E RELEVO

A unidade trata dos elementos da Geologia e da Geomorfologia, ou seja, da estrutura interna da

Terra e da crosta terrestre, além da estrutura superficial da crosta e das diferentes formas de relevo

que compõem a superfície do planeta

Capítulo 5 – Elementos da Geologia

Este capítulo traz a definição da Geologia como ciência e apresenta algumas de suas ramificações

A origem do planeta Terra é explicada para embasar o entendimento da formação de suas camadas

internas, cujas características gerais também são descritas A crosta terrestre e suas camadas rece-

bem um tratamento privilegiado Assim, a teoria das placas tectônicas é um dos temas abordados, bem

como as eras geológicas e o processo de formação das rochas

Na abertura do capítulo há um poema de Mário Quintana, cuja leitura pode facilitar a introdução de

alguns aspectos da importância dos estudos da Geologia, como as transformações que o planeta ou

uma simples rocha passaram ao longo do tempo e a importância desses materiais para a compreensão

da formação do planeta Terra

Capítulo 6 – Elementos da Geomorfologia

Este capítulo expõe a dinâmica de formação do relevo, demonstrando que suas formas resultam da

atuação complementar de dois tipos de processos: os internos e os externos Nessa dinâmica desta-

cam-se fenômenos (como sismicidade, vulcanismo e intemperismo) e agentes modeladores do relevo

Resultantes da interação entre os processos internos e externos, as montanhas, os planaltos, as de-

pressões e as planícies são caracterizadas como as principais formas de relevo

Ao realizar uma narrativa que tenta reconstruir um fato histórico – a erupção do Vesúvio e o soterra-

mento de Pompeia – o autor abordou uma manifestação da dinâmica tectônica, o vulcanismo A situação

relatada no texto permite explorar questões referentes às características dos vulcões, suas ligações com

as demais camadas da crosta terrestre e as consequências dessa manifestação para a sociedade

Capítulo 7 – Geologia e Geomorfologia do Brasil

Neste capítulo são apresentadas as estruturas geológicas e geomorfológicas do Brasil, referencia-

das por reconhecidos geógrafos brasileiros, como Aziz Ab’Sáber e Jurandyr Ross

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O texto de abertura, uma notícia sobre um terremoto em Itacarambi (MG), comenta a ocorrência

de terremotos no Brasil e permite introduzir o debate sobre esses fenômenos em território brasileiro,

uma vez que é comum a ideia de que o país, por estar na porção central da placa Sul-americana, não

passa por atividades sísmicas

UNIDADE 3 – DINÂMICA DA PRODUÇÃO MINERAL E ENERGÉTICA

Após tratarmos dos processos de formação da crosta terrestre e dos tipos de rocha, apresenta-

mos, neste módulo, o aproveitamento econômico dos recursos minerais provenientes dessa camada

da Terra Esses recursos naturais são empregados basicamente como matérias-primas ou fontes de

energia

Capítulo 8 – A produção de minérios no mundo

Este capítulo aborda os aspectos mais importantes relacionados à produção dos minérios, como

as principais aplicações industriais, a distribuição e as características dos minérios mais utilizados no

mundo, além das questões ambientais decorrentes da atividade mineradora

Na página de abertura, há um texto de Júlio Verne, extraído do livro Viagem ao centro da Terra, que

ilustra o estudo dos recursos minerais Apesar do caráter fictício de suas obras, Verne as escrevia

aproveitando conceitos científicos e conhecimentos de sua época e misturava ficção e realidade Isso

confere um estilo envolvente às histórias, que podem ser utilizadas como um importante instrumento

de sensibilização dos alunos para a temática da exploração do subsolo terrestre

Capítulo 9 – A produção de combustíveis fósseis no mundo

Este capítulo expõe importantes questões a respeito da produção de combustíveis fósseis, reve-

lando sua importância e as implicações ambientais de seu uso Entre os problemas ambientais mais

preocupantes, intensificados pelo consumo excessivo desses combustíveis, estão o aquecimento global

e a chuva ácida

O texto jornalístico apresentado na abertura do capítulo introduz o debate a respeito dos subsídios ofe-

recidos à produção de combustíveis fósseis em detrimento dos oferecidos para outras fontes energéticas, e

possibilita a análise da eficiência no consumo energético mundial

Capítulo 10 – A produção de minérios e combustíveis fósseis no Brasil

O tema tratado neste capítulo é a distribuição regional da produção mineral e de combustíveis fós-

seis no território brasileiro, sempre enfocando a questão da atuação de capitais estrangeiros em con-

junto com investimentos estatais nos grandes projetos ligados a essas atividades

A abertura apresenta o texto de Auguste de Saint-Hilaire, que descreve a sua visita à Real Fábrica

de Ferro de São João de Ipanema As informações desse texto podem ser utilizadas para tratar da di-

versidade e da quantidade de minérios do Brasil, além de possibilitar o início da análise da importância

histórica da mineração para o país

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Volume 2 – 2o ano

O volume 2, além de apresentar temas focados no território brasileiro e em aspectos e fenômenos

físicos, propõe um estudo voltado às questões sociais, principalmente as demográficas Outra caracte-

rística importante do volume é o trabalho paralelo de aspectos referentes ao mundo e ao Brasil

UNIDADE 1 – DINÂMICA DA NATUREZA: CLIMA E VEGETAÇÃO

Esta unidade é dedicada aos elementos responsáveis pela definição de boa parte das características

das paisagens naturais do planeta: hidrografia, clima e vegetação Juntamente com o relevo e outros

elementos naturais, eles interagem de modo diverso nas diferentes porções da superfície terrestre,

formando os grandes domínios climatobotânicos

Capítulo 1 – Elementos do clima e da vegetação

O capítulo trabalha assuntos relacionados ao clima e à vegetação O tratamento desses elementos

oferece muitas possibilidades de conexões, uma vez que eles influenciam-se mutuamente

Sobre o clima, trata-se de sua definição conceitual, comparativamente à noção de tempo atmosfé-

rico; de algumas formas de manifestação climática; dos principais fatores que atuam na definição dos

tipos climáticos e na distribuição dos climas no mundo O tema vegetação é inserido a partir da defini-

ção do conceito de biosfera, demonstrando sua relação com outros elementos da natureza, sobretudo

o clima Consta ainda uma proposta de classificação da vegetação, sua distribuição pela superfície do

planeta e as possibilidades de seu aproveitamento econômico como recurso natural

O poema de Paulo Leminski e a imagem de abertura remetem ao fenômeno da precipitação

Utilizando exemplos da própria localidade da escola e da cidade, é possível iniciar um diálogo sobre

como esse fenômeno afeta a vida da população local e como ele é um elemento determinante na clas-

sificação dos climas

Capítulo 2 – Domínios climáticos e formações vegetais no mundo

Os grandes domínios climatobotânicos são apresentados como classificação de extensas áreas da

superfície da Terra cujos aspectos naturais são relativamente homogêneos Reconhecido como um dos

fatores mais importantes no condicionamento desses domínios, o clima permite situar suas caracterís-

ticas e sua ocorrência espacial Pode-se, por exemplo, utilizando mapas disponíveis, perceber grande

correlação entre a ocorrência dos tipos climáticos e de vegetação

O texto de Thaís Fernandes permite o debate a respeito das mudanças que a Floresta Amazônica

passou ao longo da evolução geológica do planeta, e há a possibilidade de demonstrar que os estudos

sobre as formações vegetais no mundo são realizadas por diferentes ramos da ciência, o que abre es-

paço para a elaboração de projetos interdisciplinares

Capítulo 3 – Clima e vegetação do Brasil

Este capítulo parte do trabalho com clima e vegetação como elementos complementares, pois eles

interagem de maneira fundamental para a formação das paisagens naturais Apresentam-se os fatores

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climáticos (latitude, altitude, massas de ar, maritimidade e continentalidade) e os tipos climáticos

brasileiros (sintetizados em climogramas), além da classificação das formações vegetais originais do

Brasil e de alguns problemas ambientais que as afetam

Na abertura do capítulo, a narrativa de Graciliano Ramos, em um trecho do livro Vidas Secas, re-

trata uma paisagem que revela grande correspondência entre os elementos naturais, principalmente

a formação vegetal (caatinga) e as características climáticas (aridez) Tão importante quanto chegar a

essa constatação é perceber como o ambiente inóspito também corresponde à gravidade que marca as

possibilidades de vida das personagens, ficando claro que o estudo dos aspectos naturais não deve ser

feito à revelia das questões sociais

UNIDADE 2 – DINÂMICAS DA NATUREZA: HIDROGRAFIA E HIDROGRAFIA DO BRASIL

Esta unidade trata dos elementos e das características da hidrografia e sua relação com a popula-

ção das diferentes regiões do Brasil, além de sua importância e seu aproveitamento econômico

Capítulo 4 – Elementos da hidrografia

Após ser apresentada a hidrografia, é abordada a importância dos rios para as sociedades humanas

e os elementos e fenômenos que regulam seus cursos e fluxos Da dinâmica hídrica também são apon-

tadas a formação das bacias hidrográficas e a interferência dos rios no perfil do terreno (e vice-versa),

por meio de processos erosivos e de sedimentação

No poema de João Cabral de Melo Neto, a essência da vida (humana) da personagem é comparada

e confundida com a fluidez dos rios O poema nos leva a pensar não apenas no que há em comum

entre ser humano e rio (o movimento rumo ao destino), mas sobretudo em como a vida daquele de-

pende da vida deste A carga de significantes que essa e outras obras literárias conferem aos rios é

uma maneira estimulante de introduzir o tema hidrografia

Capítulo 5 – Hidrografia e recursos hídricos no Brasil

Sobre a hidrografia são tratados, neste capítulo, desde os elementos que compõem uma bacia hi-

drográfica até as características das maiores bacias e dos principais rios brasileiros A importância

econômica e social da rede hidrográfica brasileira nas diferentes regiões do país é um dos aspectos

mais enfatizados

O capítulo traz, na abertura, mais um trecho de obra literária Trata-se de um excerto de Sagarana,

de Guimarães Rosa, livro em que o autor faz brilhantes ambientações dos lugares onde os enredos

se desenrolam Ao construir essas ambientações, os rios aparecem como elemento significativo de

várias paisagens – no trecho em questão, eles delimitam o palco da trama, constituindo o espaço

chamado de “mesopotâmia” Essa denominação remete, por analogia, à região do Oriente Médio

que corresponde ao atual Iraque e é cercada pelos rios Tigre e Eufrates, fundamentais para a sobre-

vivência e o desenvolvimento dos povos locais Essas descrições fornecem o ensejo para abordar a

importância dos rios não apenas como fontes de recursos naturais, mas também como elementos

de composição territorial

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UNIDADE 3 – DINÂMICA DA POPULAÇÃO

Esta unidade é composta de capítulos que abordam questões demográficas mundiais, indicando

tendências e fatores relativos à estrutura populacional dos países, além de tratar da discussão sobre

as consequências sociais relacionadas à demografia

A demografia do Brasil também é trabalhada, fornecendo-se elementos para apreender o perfil da

população brasileira por meio de dados sobre sua distribuição pelo território, sua estrutura demográ-

fica, os deslocamentos populacionais e o processo de urbanização

Capítulo 6 – Distribuição e crescimento da população mundial

O capítulo aborda a dinâmica da população mundial, trazendo dados demográficos e os principais

fatores históricos do crescimento populacional no mundo Nesse contexto são apresentadas as teorias

demográficas

A população mundial hoje ultrapassa 7 bilhões de habitantes, e o crescimento populacional mundial

gera debates e preocupações em relação ao acesso dos habitantes do planeta aos recursos naturais e

serviços básicos, como o saneamento básico Essas questões são analisadas no texto de André Julião

Capítulo 7 – Estrutura e migrações da população mundial

Este capítulo, complementando o capítulo 6, mostra a composição da estrutura populacional e sua

representação em pirâmides etárias As estruturas da população brasileira e de outros países são

tomadas como exemplos para abordar os fatores que condicionam a configuração de cada perfil de-

mográfico Outro importante tema contemplado no capítulo são os movimentos populacionais e sua

importância para a composição das populações

A página de abertura deste capítulo traz um poema de Ribeiro Couto que descreve a situação dos

imigrantes no Brasil O poema ilustra a diversidade étnica da população brasileira, revelando essa di-

versificação como uma das consequências dos fluxos migratórios, além de expor alguns aspectos da

inserção dos imigrantes no Brasil A necessidade de os imigrantes buscarem uma vida melhor e suas

dificuldades de adaptação a novas realidades são alguns dos pontos a serem contemplados por meio

da leitura do poema

Capítulo 8 – Distribuição, crescimento e estrutura da população do Brasil

Tratando da dinâmica demográfica brasileira, o capítulo trabalha conceitos e informações a respeito

da população absoluta e relativa das regiões do país, do crescimento populacional e da estrutura de-

mográfica, identificando a tendência de envelhecimento dessa população

A página de abertura traz um fragmento da célebre obra de Darcy Ribeiro, O povo brasileiro, recom-

pondo a formação da população do Brasil O autor demonstra a formação do caráter miscigenado do

povo brasileiro e destaca a pluralidade cultural O papel dos povos indígenas e dos africanos na com-

posição da base da população brasileira também é destacado por ele

Capítulo 9 – Migrações externas e internas da população do Brasil

O capítulo apresenta os movimentos populacionais brasileiros, destacando os fluxos históricos de

imigração e emigração entre o Brasil e outros países, e aqueles das migrações internas Além da

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identificação e da tipificação dos deslocamentos populacionais, também são tratados os fatores de

atração e repulsão como motores do processo migratório

A página de abertura do capítulo traz a letra da música “Encontros e despedidas”, de Milton

Nascimento e Fernando Brant A letra retrata uma estação com constantes chegadas e saídas de trens,

remetendo à própria condição de mobilidade do ser humano, impelido a deslocar-se dependendo dos

rumos da vida, mas motivado, essencialmente, pelos objetivos de ter uma vida melhor O título da can-

ção também alude a situações corriqueiras no Brasil em função dos fluxos migratórios, como quando

famílias são obrigadas a fragmentar-se porque apenas parte dos membros consegue partir em busca

de meios de sobrevivência, criando a demanda por reencontros que nem sempre ocorrem

Capítulo 10 – Urbanização no Brasil

Este capítulo aborda o processo de urbanização no Brasil, trazendo os conceitos de urbanização,

aglomerados urbanos e regiões metropolitanas Além disso, são apresentadas as características da

urbanização das regiões e os problemas socioambientais das grandes cidades brasileiras

O texto de Sérgio Junior discute o conceito de cidade e a importância que esta tem para a sociedade,

além de já iniciar a associação entre o processo de industrialização e o fenômeno da urbanização

Volume 3 – 3o ano

O volume 3 desta coleção volta-se para as relações e questões internacionais, sem deixar de tocar

em pontos importantes para a compreensão da realidade brasileira Nesse sentido, são propostos

temas ligados a disputas geopolíticas, relações econômicas no âmbito da globalização, dinâmicas

do desenvolvimento econômico e industrial, sistemas produtivos, questões e confrontos territoriais,

entre outros A análise da atividade produtiva, tanto no âmbito industrial como no agropecuário,

também contribui para uma compreensão mais aprofundada das relações políticas e econômicas

no Brasil e no mundo Assim, o volume possibilita o desenvolvimento de um olhar crítico sobre um

mundo cada vez mais complexo

UNIDADE 1 – DA ORDEM BIPOLAR À NOVA ORDEM MUNDIAL

Esta unidade trabalha as articulações econômicas e políticas internacionais, destacando os jogos

de poder desdobrados em dois importantes momentos históricos: após a Segunda Guerra Mundial e

após o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), que foi acompanhado pelo processo

de globalização e pela formação de blocos econômicos supranacionais

Capítulo 1 – Do mundo bipolar ao fim da Guerra Fria

O capítulo revela como as decorrências geopolíticas da Segunda Guerra Mundial levam à configu-

ração de um arranjo de poder estruturado em duas grandes potências, os Estados Unidos e a URSS

Esse arranjo, chamado de ordem bipolar, duraria até o fim da década de 1980

O texto de abertura de John Hersey, do seu livro Hiroshima, trata delicadamente das consequências do

lançamento da bomba atômica sobre a cidade japonesa de Hiroshima para a vida das pessoas, chamando

o leitor a refletir sobre a dimensão humana, e não somente política, da guerra Por meio de sua leitura,

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é possível discutir com os alunos como decisões externas a um país podem afetar o modo de vida de sua

população – neste caso de modo muito evidente Se possível, apresente exemplos de situações recentes

em que medidas ou imposições externas (como aquelas introduzidas pelo Fundo Monetário Internacional

– FMI –, ou por países influentes, como os Estados Unidos) vão alterando ao longo do tempo, mesmo que

de modo pouco perceptível, a situação econômica, política e social de alguns países

Capítulo 2 – A nova ordem mundial

O capítulo expõe o processo de desarticulação da ordem bipolar, a partir da decomposição do bloco

socialista, para dar lugar a uma ordem que, de modo geral, pode ser entendida como politicamente uni-

polar e economicamente multipolar Esse contexto passou a ser chamado de nova ordem mundial

A música de Caetano Veloso permite sensibilizar e compreender inicialmente os processos de reor-

ganização política mundial que têm ocorrido nas últimas décadas

Capítulo 3 – Globalização da economia

O capítulo aborda as relações econômicas internacionais no contexto da globalização, enfatizando a

expansão da atuação das empresas transnacionais São apresentadas também importantes informa-

ções sobre os principais blocos econômicos, demonstrando, sobretudo, a origem e a evolução da União

Europeia

A letra de Arnaldo Antunes apresenta situações que revelam os intercâmbios possibilitados pelo

processo de globalização Por meio do aumento exponencial do fluxo de mercadorias, finanças e pes-

soas, as relações culturais, econômicas e sociais estão se tornando cada vez mais intensas Ao mesmo

tempo, a canção remete ao estabelecimento de barreiras reforçadas à entrada de determinados grupos

em determinados territórios, mostrando as contradições advindas do processo de globalização

UNIDADE 2 – O MUNDO ATUAL: DESIGUALDADES E CONFLITOS

O subdesenvolvimento e os conflitos territoriais no mundo são as tônicas desta unidade Além dos

condicionantes específicos de cada caso abordado, a unidade trata dos processos de colonização pro-

movidos pelas potências industriais como motivadores essenciais dessas questões

Capítulo 4 – Características do subdesenvolvimento

Neste capítulo são apresentadas as causas e consequências da situação de subdesenvolvimento de

muitos países da África, da Ásia e da América Latina Indicadores socioeconômicos, como aqueles que

tratam das condições de moradia, saúde, renda etc são trabalhados para oferecer parâmetros para a

análise da precariedade das condições de vida e de produção nesses países

O poema de Ferreira Gullar apresenta elementos que caracterizam os principais problemas veri-

ficados em países subdesenvolvidos, como a fome, o desemprego, a desigualdade social, os preços

elevados e a corrupção

Capítulo 5 – Conflitos e questões territoriais na África e na América Latina

Neste capítulo, as questões territoriais da África são reveladas a partir da ocupação colonialista

do continente pelos europeus – a chamada “partilha da África” A herança desse processo é apontada

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como desastrosa, resultando em conflitos violentos e pobreza crônica Sobre as questões territoriais

da América Latina, o capítulo expõe a formação do socialismo em Cuba e seu papel na Guerra Fria,

além de tratar dos conflitos envolvendo a guerrilha colombiana e da geopolítica amazônica

A letra da banda de rock Legião Urbana demonstra como as guerras são um negócio lucrativo, o que

aponta para a dificuldade de reduzir o número de conflitos no mundo Além disso, o recrutamento de

crianças para a guerra tem sido uma prática comum, ilegalmente estimulada por grandes potências em

territórios de países de frágil economia e fraca assistência social

Capítulo 6 – Conflitos e questões territoriais na Ásia

O capítulo expõe vários conflitos envolvendo questões territoriais na Ásia Entre eles, destacam-

-se: os conflitos no Oriente Médio (incluindo a questão palestina e a luta dos curdos pelo direito a um

Estado), os conflitos relacionados às questões territoriais da China, a Guerra da Coreia e a disputa

entre Índia e Paquistão pela Caxemira

O texto de abertura do capítulo, Conselho de Segurança destaca diplomacia preventiva como solução

para conflitos na Ásia Central, fala sobre o papel da ONU na resolução de conflitos e mostra a importân-

cia de se pensar na diplomacia para a promoção de diálogos entre países

UNIDADE 3 – A PRODUÇÃO INDUSTRIAL

A unidade é composta de temas ligados à industrialização, recompondo as fases da Revolução

Industrial, trazendo as especificidades da industrialização no Brasil e de outros países do mundo

Capítulo 7 – O desenvolvimento da atividade industrial

Este capítulo aborda os aspectos mais importantes da industrialização O principal destaque é dado

ao processo da Revolução Industrial, demonstrando suas etapas e apontando as transformações so-

ciais e econômicas decorrentes dela Discriminam-se os principais tipos de indústria e apresentam-se

os fatores da localização industrial

O texto de abertura relata a experiência de um jornalista que visitou uma fábrica robotizada na Coreia

do Sul e fala dos avanços tecnológicos impressionantes que são usados na indústria

Capítulo 8 – A produção industrial no Brasil

Este capítulo apresenta conteúdos referentes à industrialização brasileira, expondo as fases de

estruturação de seu parque fabril, o papel do Estado como provedor de infraestruturas e investimentos

diretos no processo de industrialização, a distribuição regional das indústrias e a recente tendência de

desconcentração industrial

A música de Chico Buarque trata do trabalhador de linhas de montagem, cuja atividade é caracterizada

pela repetição e pela alienação do processo produtivo, devido à especificidade e à parcialidade de suas tare-

fas Além disso, são apresentados alguns elementos característicos da industrialização brasileira

Capítulo 9 – A atividade industrial nos Tigres Asiáticos e nos Brics

Neste capítulo são apresentadas as condições do desenvolvimento industrial e econômico dos

Tigres Asiáticos – grupo de países em desenvolvimento no Sudeste Asiático –, e dos Brics – grupo de

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países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul Os países dos dois grupos

estão ampliando cada vez mais sua participação no mercado mundial

O texto de abertura, uma notícia de economia, trata dos Brics e da possibilidade de o Brasil perder

a posição no grupo, pois a economia do país não vem crescendo como previsto

Capítulo 10 – Atividade industrial no Grupo dos Sete (G7)

Neste capítulo, trabalha-se a produção industrial nos países do G7, demonstrando sua importância

no contexto mundial, principalmente no que diz respeito ao poder econômico exercido pelos Estados

Unidos Também são descritas as características dos parques industriais dos países do grupo, des-

tacando-se os principais tipos de indústria e parte dos problemas ambientais gerados pela atividade

industrial dessas potências econômicas

Na página de abertura, há uma notícia que aborda a crise na União Europeia e o seu reflexo no setor

industrial

UNIDADE 4 – A PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA NO MUNDO E NO BRASIL

Esta unidade volta-se à atividade agropecuária no mundo e no Brasil, levantando aspectos das téc-

nicas e tecnologias aplicadas no campo e sua importância econômica No caso brasileiro, aborda-se

também a questão fundiária

Capítulo 11 – Agropecuária no mundo

São destaques deste capítulo: a participação da agropecuária no comércio mundial, os sistemas

agropecuários de produção e as características da produção agropecuária em diversas regiões do

mundo, dividindo-o em países do Norte e países do Sul

A composição de Arnaldo Antunes na abertura possibilita iniciar questionamentos sobre as diferen-

tes formas de utilização do solo Mesmo no âmbito apenas dos objetivos ligados à agricultura, o solo

pode ser cultivado por meio de diversos sistemas

Capítulo 12 – Agropecuária no Brasil

O capítulo traz uma caracterização da agricultura e da pecuária no Brasil, retratando suas formas

de produção e aproveitamento, a estrutura fundiária e os problemas que dela decorrem, além do de-

senvolvimento agropecuário das regiões

O texto trata do agronegócio e seu impacto para a economia, a sociedade e o meio ambiente no Brasil

Para explicar esses impactos, a notícia cita uma pesquisa de um biólogo

estrutura interna dos VoluMes

Abertura dos capítulos

As aberturas dos capítulos, de maneira geral, procuram abordar aspectos do conteúdo a ser tratado

por meio de diferentes gêneros literários (notícias de jornal, relatos, músicas, poemas, textos literários

etc ) Dessa forma, além de apresentar o tema de forma prazerosa, elas adquirem um caráter inter-

disciplinar com Língua Portuguesa, dando a possibilidade ao professor de trabalhar o texto em sala de

aula mais amplamente

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Texto-base dos capítulos

A proposta didática da coleção está intrinsecamente relacionada à estrutura de textos-

-base, boxes e atividades propostas presentes em cada capítulo

Os textos de cada capítulo procuram apresentar e resgatar para os alunos os conteúdos consagra-

dos dentro da ciência geográfica e relevantes para o Ensino Básico, sob a égide dos documentos edu-

cacionais oficiais, oferecendo subsídios para uma discussão fundamentada das temáticas trabalhadas

Esta seção, portanto, serve de referência e aporte inicial relativo aos conteúdos geográficos distribuí-

dos tematicamente ao longo dos capítulos

É importante buscar uma articulação entre esses textos e as demais seções dos capítulos em que

cada um deles se insere Quando conveniente, deve-se articular também os textos de um capítulo

aos demais, buscando sempre um diálogo e uma continuidade entre eles Dessa forma, o professor

criará melhores condições para que os estudantes não apenas absorvam as informações básicas,

mas também as associem à sua realidade e reflitam sobre os conteúdos, permitindo assim seu po-

sicionamento e até mesmo engajamento e inserção nas problemáticas que despertem seu interesse

e estejam em seu campo de atuação

Os boxes

O objetivo dos boxes é propiciar uma abordagem ao mesmo tempo alternativa e complementar

àquela apresentada no texto-base de cada capítulo Por meio das orientações e atividades que eles

oferecem, é possível proporcionar referências aos alunos para que eles executem um trabalho de re-

flexão, articulação e aprofundamento dos conteúdos apresentados É imprescindível compreender

que, apesar de as propostas de trabalho sugeridas (ou seja, o fazer Geografia dentro dos processos de

ensino-aprendizagem) nos textos de base e nas seções de boxes e atividades serem diferentes entre si,

elas não são, de modo algum, excludentes, mas complementares

Esta seção também contribui para a contextualização de temas socioeconômicos, políticos, cultu-

rais e ambientais, trabalhando-se exemplos do cotidiano ou assuntos que, de modo geral, despertam

interesse nos jovens Outra possibilidade contemplada pelos boxes é o estabelecimento de relações

entre conteúdos que, em determinadas ocasiões, aparecem como dissociados – é o caso, por exemplo,

daqueles relacionados ao meio físico e às atividades humanas, ou dos fenômenos de abrangência glo-

bal que têm efeitos locais

As atividades presentes nos boxes permitem aprofundar o conhecimento por meio da aplicação

de procedimentos e da proposição de reflexões e pesquisas, que levam ao reconhecimento dos temas

abordados em situações factuais

As atividades

Assim como os boxes, as atividades da coleção foram elaboradas com base em propostas que permi-

tem a ampliação da capacidade analítica dos alunos e o desenvolvimento de procedimentos de estudo e

pesquisa Com objetivos específicos, as atividades encontram-se divididas nas seções descritas a seguir

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Manual do Professor 31

RETOMANDO O CONTEÚDO

O objetivo fundamental desta seção é a revisão do conteúdo Porém ela não propõe cumprir esse ob-

jetivo por meio de tarefas de simples memorização, mas de propostas que levem os alunos a aprimorar

habilidades, como selecionar informações, relacionar conceitos e sintetizar dados e informações

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

As atividades desta seção foram desenvolvidas para estimular procedimentos e habilidades, como

leitura, análise, reflexão, pesquisa, comparação e estabelecimento de relações Para isso, variados

recursos de ensino são utilizados, como charges, quadrinhos, fotos, mapas, gráficos, tabelas, poemas,

canções e textos jornalísticos que tratam de questões atuais relativas ao tema trabalhado Esses re-

cursos e linguagens contribuem para ampliar o repertório geográfico e cultural dos alunos e podem,

quando for conveniente, ser utilizados como disparadores para trabalhos de caráter interdisciplinar

As respostas e opiniões indicadas não necessariamente se vinculam de maneira integral ao

conteúdo do livro, o que exige dos alunos, guiados por uma adequada orientação, buscar e pesqui-

sar outras informações para, de fato, ampliar seus conhecimentos

ATIVIDADE FINAL

Esta seção apresenta uma proposta diversificada, com o objetivo de oferecer uma atividade de siste-

matização e fechamento do capítulo Entre os exercícios que a compõem, podem ser citados:

• debate;

• pesquisa e trabalho de campo;

• leitura e produção de texto;

• pesquisa de dados;

• pesquisa e produção de texto;

• pesquisa e debate;

• filme e debate;

• análise de mapas;

• produção de mapas

Com essa proposta, busca-se aprofundar os conhecimentos dos estudantes por meio de atividades

que, de forma geral, exigem análise, reflexão, leitura e produção de textos (contribuindo para a inter-

pretação e a construção da escrita), desenvolvimento da oralidade e capacidade de argumentação

Desta seção também constam atividades voltadas para a alfabetização cartográfica e para a compre-

ensão da realidade em contextos vivos, como estudos do meio Por ter propostas amplas que exigem do

aluno conhecimentos de outras matérias, como Língua Portuguesa ao se propor a produção de texto,

essas atividades acabam por promover a interdisciplinaridade

Projeto interdisciplinar

Nesta seção, por meio de projetos que estimulam a pesquisa, a curiosidade, a teoria e a prática,

e a construção de um conhecimento coletivo, procura-se explorar o interdisciplinar, ao unir áreas do

conhecimento distintas

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32 Manual do Professor

Cada projeto tem propostas diferentes e a interação de matérias diversificadas, como Língua

Portuguesa, História, Química, Biologia, Matemática, Sociologia e Literatura

Enem e vestibulares

O objetivo desta seção é possibilitar que os alunos se familiarizem com os formatos, os conteúdos e

as habilidades comumente apresentados e exigidos nas provas do Enem e dos principais vestibulares do

país, podendo desenvolver seu domínio sobre esse tipo de avaliação

Selos

Ao longo do livro, os alunos e o professor poderão identificar dois selos diferentes: o de

“Interdisciplinaridade” e o de “Contextualização”

INTERDISCIPLINARIDADE

Estes selos indicam que naquele trecho de conteúdo do livro há interdisciplinaridade com alguma

outra área do conhecimento, como História, Matemática, Física, Química, Biologia e Literatura

O selo serve como referência ao aluno Já para o professor, na parte “Orientações sobre os capítu-

los” deste manual, ele poderá encontrar uma nota, indicando como a Geografia e as áreas do conhe-

cimento indicadas se relacionam

CONTEXTUALIZAÇÃO

O selo “Contextualização” serve como indicação de uma atividade que procura aproximar, ao máxi-

mo, a realidade, a experiência e a vivência do aluno ao conteúdo estudado e, dessa forma, consolidar

sua aprendizagem

A atividade com o selo pode aparecer nos boxes do livro, no “Retomando o conteúdo”, no “Ampliando

o conhecimento” ou na “Atividade final”, por meio de propostas como pesquisas, perguntas cuja res-

posta remeta à realidade do aluno, debates e leitura e análise de textos

conteúdos dos VoluMes

Volume 1

UNIDADE 1 – DINÂMICA ESPACIAL

Capítulo Conteúdo

1 Orientação

O que é orientação Pontos de orientação Instrumentos de orientação Coordenadas geográficasFusos horários

2 Cartografia

O que é Cartografia?História da Cartografia Tecnologia e projeções cartográficas Escalas gráficas e numéricas Legendas e suas funções Cartografia e ideologia

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Manual do Professor 33

3 O mapa do mundo

A Terra, movimento de translação e estações do ano Movimento aparente do Sol Zonas térmicas Dimensões terrestres Continentes, oceanos e mares

4 O Brasil no mapa do mundo

O Brasil no mundo Fusos horários no Brasil Diferentes regionalizações do Brasil As fronteiras brasileiras

UNIDADE 2 – GEOLOGIA E RELEVO

Capítulo Conteúdo

5 Elementos da Geologia

O que a Geologia estuda?A estrutura interna da Terra A teoria das placas tectônicas O equilíbrio isostático da crosta As eras geológicas Os minerais e as rochas

6 Elementos da Geomorfologia

A dinâmica interna da Terra: epirogênese, orogênese, fenômenos sísmicos e vulcânicos A dinâmica externa da Terra: intemperismo e erosão Formas de relevo

7 Geologia e Geomorfologia do Brasil

Estrutura geológica do Brasil Estrutura geomorfológica do Brasil Classificações do relevo brasileiro: Aroldo de Azevedo, Aziz Ab’Sáber, Jurandyr Ross O relevo nas regiões brasileiras

UNIDADE 3 – DINÂMICA DA PRODUÇÃO MINERAL E ENERGÉTICA

Capítulo Conteúdo

8 A produção de minérios no mundo

A importância da atividade mineral Minério de ferro e produção do aço Os minérios de manganês, estanho, níquel e cromo e a produção de aços especiais O minério de alumínio e a produção do alumínio metálico O ouro e a prata Importadores e exportadores de minérios no mundo A exploração mineral e a questão ambiental

9 A produção de combustíveis fós-seis no mundo

Fontes energéticas A produção e o consumo de carvão mineral Petróleo: origem, importância, produção e consumo A produção e o consumo do gás natural Consumo de combustíveis fósseis, o aquecimento global e a chuva ácida

10 A produção de minérios e com-bustíveis fósseis no Brasil

A produção mineral brasileira A distribuição regional da produção mineral no Brasil As fontes de energia primária O petróleo, o carvão mineral, o gás natural, a lenha e o carvão vegetal no Brasil

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34 Manual do Professor

Volume 2

UNIDADE 1 – DINÂMICAS DA NATUREZA: CLIMA E VEGETAÇÃO

Capítulo Conteúdo

1 Elementos do clima e da vegetação

O que é atmosfera?Buraco na camada de ozônio Tempo e clima Temperatura e pressão atmosférica As massas de ar Fenômenos meteorológicos Distribuição dos climas Correntes marítimas A biosfera

2 Domínios climáticos e formações vegetais no mundo

Interações entre vegetação e clima O mundo frio, o mundo temperado e o mundo tropical

3 Clima e vegetação do BrasilO clima brasileiro e a classificação climática do Brasil A vegetação brasileira O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC)

UNIDADE 2 – DINÂMICAS DA NATUREZA: HIDROGRAFIA E HIDROGRAFIA DO BRASIL

Capítulo Conteúdo

4 Elementos da Hidrografia

A distribuição das águas superficiais A distribuição de água doce no Brasil O consumo de água na Terra A importância dos rios e os regimes fluviais Erosão, transporte de sedimentos e sedimentação O uso econômico dos rios no mundo

5 Hidrografia e recursos hídricos no Brasil

A hidrografia brasileira As regiões hidrográficas do Brasil As bacias hidrográficas brasileiras O uso econômico dos rios brasileiros

UNIDADE 3 – DINÂMICA DA POPULAÇÃO

Capítulo Conteúdo

6 Distribuição e crescimento da população mundial

População mundial O crescimento da população mundial As teorias demográficas

7 Estrutura e migrações da população mundial

As diferentes estruturas populacionais O que é migração?Os grandes movimentos migratórios

8 Distribuição, crescimento e estru-tura da população do Brasil

A população absoluta e relativa do Brasil O crescimento da população brasileira A estrutura da população brasileira A estrutura étnica

9 Migrações externas e internas da população do Brasil

A imigração no Brasil As migrações internas As migrações pendulares A emigração de brasileiros

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10 Urbanização no Brasil

O que é urbanização A urbanização no Brasil A hierarquia urbana e as regiões metropolitanas Os problemas urbanos

Volume 3

UNIDADE 1 – DA ORDEM BIPOLAR À NOVA ORDEM MUNDIAL

Capítulo Conteúdo

1 Do mundo bipolar ao fim da Guerra Fria

A geopolítica após a Segunda Guerra Mundial A ordem mundial bipolar A Guerra Fria

2 A nova ordem mundialO fim da União Soviética As transformações no Leste Europeu A nova ordem política e econômica no mundo

3 Globalização da economiaIntensificação do comércio internacional e globalização da economia Os blocos econômicos

UNIDADE 2 – O MUNDO ATUAL: DESIGUALDADES E CONFLITOS

Capítulo Conteúdo

4 Características do subdesenvolvimento

O subdesenvolvimento no mundo As diferentes formas de dividir o mundo Medindo o desenvolvimento As graves deficiências sociais As graves deficiências econômicas

5 Conflitos e questões territoriais na África e na América Latina

Grandes conflitos e questões territoriais na África Grandes conflitos e questões territoriais na América Latina

6 Conflitos e questões territoriais na Ásia

Os conflitos e questões territoriais no Oriente Médio Os conflitos e questões territoriais no Extremo Oriente Os conflitos na Ásia Meridional

UNIDADE 3 – A PRODUÇÃO INDUSTRIAL

Capítulo Conteúdo

7 O desenvolvimento da atividade industrial

A era da indústria Tipos de indústria A localização industrial Primeira, Segunda e Terceira Revoluções Industriais

8 A produção industrial no Brasil Economia industrial do Brasil A distribuição regional da indústria

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9 A atividade industrial nos Tigres Asiáticos e no Brics

A atividade industrial nos Tigres Asiáticos A atividade industrial no Brics

10 Atividade industrial no Grupo dos Sete (G7)

A distribuição mundial das indústrias A atividade industrial nos países do G7

UNIDADE 4 – A PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA NO MUNDO E NO BRASIL

Capítulo Conteúdo

11 Agropecuária no mundo

A agricultura e a pecuária A agropecuária nos países do Norte A agropecuária nos países do Sul Agricultura de plantation

12 Agropecuária no Brasil

A agricultura no Brasil A estrutura fundiária A questão da reforma agrária Principais áreas de produção agropecuária

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4. fundaMentos e objetiVos do VoluMe

O volume 3 desta coleção é composto por conteúdos referentes a questões econômicas e políti-

cas internacionais Os temas tratados abordam desde os conflitos territoriais mais localizados até as

transformações nas relações de poder mundiais A temática também trata desde a questão fundiária

no Brasil até a configuração dos fluxos que viabilizam o processo de globalização, passando pela es-

truturação dos blocos econômicos

Apesar de o volume enfocar mais a escala mundial, em vários capítulos os temas abordados tam-

bém tangenciam o Brasil Assim, é possível não apenas trabalhar o modo como o Brasil insere-se nas

questões internacionais, mas também compará-lo a outros países no que diz respeito aos aspectos

estudados, além de problematizar como essas questões interferem na vida dos brasileiros

Os conteúdos propostos no volume contribuem para o desenvolvimento de atividades e estratégias

que podem proporcionar, aos alunos, aquisições referentes a estes objetivos:

• entender como os desdobramentos da Segunda Guerra Mundial influenciaram decisivamente

as tramas do poder mundial;

• reconhecer os fatores de origem e sustentação da Guerra Fria;

• identificar os efeitos da Guerra Fria nos diversos aspectos da realidade mundial (principalmente

para a economia e para o desenvolvimento tecnológico);

• relacionar as questões geopolíticas globais às ocorrências regionais e locais durante a Guerra

Fria;

• compreender as causas do fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS);

• reconhecer as transformações políticas, econômicas e territoriais que ocorreram no Leste

Europeu, ocasionadas pelo fim da URSS;

• relacionar o desmantelamento do bloco soviético à supremacia dos Estados Unidos na configu-

ração do poder mundial – estabelecendo-se uma ordem política unipolar

• compreender a emergência de outras potências capitalistas, além dos Estados Unidos, porém

com menor poder, como elementos de composição da ordem econômica multipolar;

• analisar criticamente o papel da Organização das Nações Unidas (ONU) nas relações de poder

internacional;

• reconhecer as infraestruturas e os mecanismos que viabilizam os fluxos do comércio

internacional;

• apreender as especificidades dos principais blocos econômicos regionais;

• compreender o papel dos blocos econômicos na dinâmica do mundo globalizado;

• entender como os indicadores econômicos e sociais contribuem para averiguar o nível de de-

senvolvimento dos países;

• reconhecer as condições de pobreza nos países subdesenvolvidos;

• compreender os fatores responsáveis pela manutenção da dependência dos países subdesen-

volvidos em relação aos países mais ricos

• entender as origens históricas dos conflitos territoriais na África após processos de indepen-

dência de seus países

• identificar os principais conflitos e questões territoriais na América Latina e compreender suas

causas;

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38 Manual do Professor

• avaliar os elementos mais importantes das questões geopolíticas que envolvem a Amazônia

brasileira;

• reconhecer os principais conflitos e suas razões nas diferentes regiões do continente asiático;

• compreender os aspectos gerais relacionados à complexa questão palestina;

• observar as dificuldades relacionadas à consolidação de acordos de paz entre israelenses e

palestinos;

• relacionar os interesses internacionais sobre o petróleo do Oriente Médio e as questões políti-

co-religiosas locais às guerras do Golfo;

• entender os fatores históricos e territoriais que têm inviabilizado a implantação de um Estado

curdo;

• identificar as especificidades dos tipos de indústria e compreender a complementaridade entre

eles, na composição de cadeias produtivas;

• dimensionar a extensão das transformações econômicas e sociais proporcionadas pelo advento

da Revolução Industrial;

• compreender as especificidades do processo de industrialização no Brasil;

• reconhecer a distribuição geográfica das indústrias no Brasil;

• compreender os fatores responsáveis pelo destacado desenvolvimento industrial do grupo for-

mado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, denominado BRICS;

• reconhecer os países (e suas características industriais) que compõem o Grupo dos Sete (G7) e

o papel deste na dinâmica das relações econômicas mundiais;

• reconhecer as principais questões relacionadas à agropecuária no mundo;

• caracterizar a atividade agropecuária no Brasil;

• avaliar criticamente a estrutura fundiária no Brasil e as reivindicações dos movimentos

sociais

5. orGanização do VoluMe

Este volume está organizado em capítulos que se agrupam em quatro unidades temáticas:

Unidade 1 – Da ordem bipolar à nova ordem mundial

CAPÍTULO 1 – DO MUNDO BIPOLAR AO FIM DA GUERRA FRIA; CAPÍTULO 2 – A NOVA ORDEM MUN-

DIAL; CAPÍTULO 3 – GLOBALIZAÇÃO DA ECONOMIA

Os capítulos desta unidade expõem as composições da geopolítica global desde o fim da Segunda

Guerra Mundial até os dias atuais Para isso, apresentam os fatos e os fatores que levaram, em um

primeiro momento, à contraposição entre duas superpotências (Estados Unidos e URSS) na disputa

pela influência no mundo e, em um segundo momento, à dissolução do bloco de poder controlado pelos

soviéticos Este seria o marco do surgimento de uma ordem mundial mais complexa, tendo os Estados

Unidos como país hegemônico, mas agora acompanhado por outras potências econômicas também

influentes no mundo

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Manual do Professor 39

Unidade 2 – O mundo atual: desigualdades e conflitos

CAPÍTULO 4 – CARACTERÍSTICAS DO SUBDESENVOLVIMENTO; CAPÍTULO 5 – CONFLITOS E QUES-

TÕES TERRITORIAIS NA ÁFRICA E NA AMÉRICA LATINA; CAPÍTULO 6 – CONFLITOS E QUESTÕES TER-

RITORIAIS NA ÁSIA

Esta unidade é composta por conteúdos que se referem às relações internacionais mediadas por

questões econômicas e territoriais Nesse contexto, tratam-se aspectos das redes de comércio global

e a articulação econômica entre países na formação dos chamados blocos econômicos, no âmbito das

questões econômicas Já na abordagem das questões territoriais, revelam-se as relações conflituosas

entre países ou mesmo entre grupos diferentes em um mesmo país, na disputa pelo controle de áreas

contestadas

Unidade 3 – A produção industrial

CAPÍTULO 7 – O DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE INDUSTRIAL; CAPÍTULO 8 – A PRODUÇÃO IN-

DUSTRIAL NO BRASIL; CAPÍTULO 9 – A ATIVIDADE INDUSTRIAL NOS TIGRES ASIÁTICOS E NO BRICS;

CAPÍTULO 10 – A ATIVIDADE INDUSTRIAL NO GRUPO DOS SETE (G7)

A temática que confere unidade a esse conjunto de capítulos é a industrialização Partindo da con-

textualização das profundas transformações decorrentes da Revolução Industrial, a unidade situa,

além de aspectos mais técnicos – como a classificação dos setores industriais –, o papel da indústria

na definição do desenvolvimento econômico dos países e das condições de vida de seus habitantes

São apresentados também os níveis de desenvolvimento industrial em diversos grupos de países,

definidos por suas características em comum

Unidade 4 – A produção agropecuária no mundo e no Brasil

CAPÍTULO 11 – AGROPECUÁRIA NO MUNDO; CAPÍTULO 12 – AGROPECUÁRIA NO BRASIL

Esta unidade apresenta diversos aspectos relacionados à agropecuária, focando duas escalas: a

mundial e a brasileira Nessas duas escalas são apresentadas informações acerca dos sistemas pro-

dutivos e da participação dos produtos agropecuários no mercado Especificamente sobre a realidade

brasileira, a unidade não trata apenas da produção, mas também da estrutura fundiária, expondo a de-

sigualdade na distribuição das terras agrícolas no país, que alimenta a reivindicação dos movimentos

de trabalhadores sem-terra

6. orientações esPecíficas sobre os caPítulos

caPítulo 1 – do Mundo biPolar ao fiM da Guerra fria

As questões geopolíticas pós-Segunda Guerra são muito complexas, o que se manifesta pela exis-

tência de grande quantidade de informações sobre o assunto Desse modo, pode-se começar per-

guntando aos alunos sobre os conhecimentos que já têm a respeito dos desdobramentos da Segunda

Guerra Mundial, para constituir uma noção sobre o quanto é necessário aprofundar a abordagem dessa

temática

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40 Manual do Professor

É importante destacar as principais informações ligadas às decorrências do conflito, auxiliando os

alunos a sistematizá-las Esse trabalho lhes permitirá compreender os processos que fizeram que os

Estados Unidos e a URSS sobressaíssem como potências mundiais Posteriormente, sugerimos ao pro-

fessor que contextualize os aspectos que envolveram a disputa entre essas duas potências pelas áreas de

influência no mundo, caracterizando a ordem mundial que ficou conhecida como Guerra Fria

O professor pode promover debates a respeito do uso de bombas atômicas como estratégia para a

imposição da vitória dos Estados Unidos no encerramento da Segunda Guerra Mundial e para o equilí-

brio de forças entre esse país e a URSS durante a Guerra Fria Esses debates permitirão também que

sejam discutidas as questões éticas e morais que envolvem a produção e o uso de armas de destruição

em massa A realização das atividades complementares sugeridas a seguir, neste manual, pode con-

tribuir para que os alunos reflitam sobre o tema e as questões que foram citados acima, enriquecendo

os debates

O texto de aprofundamento a seguir também pode ser aproveitado para embasar as discussões

sobre a Guerra Fria:

Divisão bipolar do mundo

A divisão mundial de poderes, antes da Segunda Guerra Mundial, era multipolar, ou seja, as grandes

questões mundiais passavam pela órbita de várias potências. A imagem dos “Três Grandes” das conferências

da Segunda Guerra Mundial demonstrava essa multipolaridade de poderes. Mas o quadro mudaria.

No final da Segunda Guerra Mundial, os britânicos salvaram pouco da sua até então poderosa influ-

ência política mundial, a não ser a prerrogativa de manter seu império colonial, que, no decorrer dos anos,

seria perdido devido aos inúmeros movimentos de independência surgidos nas suas colônias. O reconhe-

cimento formal da hegemonia norte-americana na Europa Ocidental, pela Grã-Bretanha, aconteceu em

dois momentos distintos. O primeiro ocorreu no discurso proferido pelo ex-chanceler britânico Winston

Churchill, em Fulton, no [estado do] Missouri [Estados Unidos], na presença do presidente [Harry S.]

Truman, no qual o Leste Europeu foi chamado de “cortina de ferro”.

Nesse famoso discurso, Churchill acusou a União Soviética de nação expansionista e pediu para que

os Estados Unidos assumissem seu papel de defensor da democracia, tendo a Grã-Bretanha apenas como

aliada, sem poder tomar maiores iniciativas. Dessa forma, Churchill acabou por demonstrar a submissão da

Grã-Bretanha perante os Estados Unidos.

Uma das consequências mais importantes do discurso de Churchill em Fulton foi que ele fez com

que a Guerra Fria começasse a ganhar uma linguagem própria – e a linguagem é a maneira básica de

se configurar um imaginário. Nesse sentido, o discurso de Fulton estabeleceu, através da linguagem, a

política de confronto entre o Ocidente e a União Soviética e, principalmente, estabeleceu que a União

Soviética era uma nação ditatorial e que impunha o comunismo aos seus vizinhos ou, em outras palavras,

o termo “cortina de ferro” transformou-se numa das maiores referências ao “império” soviético e às suas

pretensas políticas expansionistas e opressivas impostas aos seus vizinhos.

A imagem em si era simples, mas poderosa: a “cortina” que estava cobrindo a Europa Oriental era de

“ferro”, ou seja, algo “cobria” esses países de maneira “pesada”, tirando-lhes a liberdade. A partir dessa ima-

gem foi construída uma ideia de que os países do Leste Europeu estavam totalmente presos e subjugados

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Manual do Professor 41

pelos soviéticos e pelo comunismo, ideia [...] que se estenderia para todo o mundo no decorrer dos anos

– o termo “cortina de ferro” ganharia popularidade, principalmente nos discursos proferidos por políticos

anticomunistas.

E a “cortina” parecia que estava se abrindo mais ainda. Como as guerras civis na Grécia e na Turquia,

que envolviam forças comunistas locais nas lutas, estavam ganhando aspectos mais dramáticos, Truman fez

o famoso pronunciamento ao Congresso, em 12 de março de 1947, pedindo verbas adicionais para ajudar

os dois países nos seus esforços de guerra contra as forças comunistas.

Seu discurso citava os dois países, mas enfatizava a existência de uma crise política mundial, na qual

as nações deveriam escolher entre duas formas de “vida alternativas”: uma livre e outra sob a opressão.

Truman afirmou que os Estados Unidos deveriam ajudar “os povos livres que estão resistindo à subjugação

por minorias armadas ou pressões externas”. Ele ressaltou a importância da ajuda econômica para impedir

o alastramento de regimes totalitários que “nutrem-se na miséria e na necessidade”.

Assim, os Estados Unidos deveriam dar a esperança para os povos desses países oprimidos ou em vias

de opressão.

Era um discurso cheio de imagens fortes – eis como o governo Truman trabalhava com o imaginário,

procurando adesões à sua causa, ou seja, a luta contra o comunismo. A utilização do imaginário nessas cir-

cunstâncias é essencial.

As guerras civis na Grécia e Turquia e o discurso agressivo de Truman dariam os argumentos definiti-

vos para legitimar a presença “protetora e esperançosa” norte-americana na Europa, naquilo que ficou co-

nhecido como a Doutrina Truman. A primeira ação da Doutrina Truman foi a criação do Plano Marshall,

que tinha como objetivo recuperar economicamente os países destruídos pela guerra.

O plano deveria beneficiar todas as nações que lutaram na Segunda Guerra Mundial, inclusive a União

Soviética. Os soviéticos montaram um grupo de estudos para analisar a viabilidade da ajuda norte-americana

na economia soviética e, como resultado desses estudos, o grupo chegou à conclusão de que esse plano nada

mais era do que uma iniciativa de dominação econômica e política por parte dos Estados Unidos, do que

propriamente uma simples ajuda econômica. Existia um medo, da parte soviética, de que o Plano Marshall

fosse uma iniciativa para se criar um bloco americano-europeu-ocidental dirigido contra a União Soviética

e os países da Europa Oriental. Logo, a União Soviética recusaria o auxílio econômico do Plano Marshall e

faria pressão para que nenhum outro país do Leste Europeu o aceitasse.

Após a retirada soviética das discussões sobre o Plano Marshall, [Joseph] Stalin, [líder soviético] criou o

Kominform (Comitê ou Agência de Informação dos Partidos Comunistas e Operários), que seria constituído

pelos partidos comunistas do Leste europeu, além dos partidos [comunistas] italiano e francês. Os soviéticos

também começaram a construir o seu discurso dentro da lógica da Guerra Fria, mas atribuindo aos Estados

Unidos o papel de “inimigo”. Era a “reação” soviética aos ataques norte-americanos – a Guerra Fria começou

a ganhar uma linguagem também no lado soviético.[...]

BIAGI, Orivaldo Leme. O imaginário da Guerra Fria. Revista NetHistória. Disponível em: <http://www.nethistoria.com.br/secao/artigos/446/o_imaginario_da_guerra_fria/capitulo/4>. Acesso em: 25 mar. 2013.

ABERTURA: ATIVIDADE COMPLEMENTAR (P. 10)

1. Reúna-se com seus colegas: discutam as possíveis consequências sofridas por um país atingido

por uma bomba atômica Com base nos apontamentos levantados pelo grupo, produzam um texto

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42 Manual do Professor

expondo as razões que justificariam a não proliferação de armas nucleares e o desarmamento dos

países que têm esse tipo de arsenal

Resposta: os argumentos contra as armas nucleares são muitos Entre eles estão: a gravidade

dos impactos gerados por essas armas; a não seletividade dos alvos quando uma bomba é lançada

(esta atinge não apenas alvos militares, mas toda a população civil em um raio enorme a partir

do ponto de impacto); a possibilidade de transformar as desigualdades entre os países em meca-

nismos de opressão por parte daquele que domina a tecnologia nuclear; a contaminação do meio

ambiente etc

2. De que modo os lançamentos das bombas nucleares dos Estados Unidos sobre as cidades japonesas

de Hiroshima e Nagasaki indicavam a consolidação desse país como uma potência mundial?

Resposta: além da força dos Estados Unidos, simbolizada e manifestada pelo poder de destruição

de suas bombas, o lançamento destas demonstrava que esse país saía ainda mais fortalecido

da Segunda Guerra Mundial (pois os EUA já havia se tornado uma grande potência mundial na

Primeira Grande Guerra), conflito do qual quase todos os demais países envolvidos saíram arrui-

nados Esse poderio foi consolidado nos anos seguintes, quando os Estados Unidos financiaram a

reconstrução do Japão e dos países europeus arrasados pela guerra, o que determinou o estabe-

lecimento de relações de dependência destes em relação àquele

Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades

DO MUNDO BIPOLAR AO FIM DA GUERRA FRIA – INTERDISCIPLINARIDADE COM HISTÓRIA (P. 10)

O capítulo 1 trabalha com temas relacionados a conteúdos que são estudados também em História

Isso abre a possibilidade de realização de atividades e projetos que envolvam a disciplina de Geografia

e a de História, permitindo aos alunos ampliar sua visão no tocante aos assuntos tratados no capítulo

PARA LER E REFLETIR – O HOMEM NA LUA (P. 17)

Professor, é importante que os alunos compreendam que a chegada do homem à Lua trouxe noto-

riedade e reconhecimento ao governo norte-americano, e a ideologia do sucesso de seu sistema pode

ser verificada em diversos atos dos cidadãos e em propagandas da época

Durante a Guerra Fria, a rivalidade entre Estados Unidos e URSS também ocorreu no âmbito tec-

nológico e envolveu o espaço sideral A chegada do homem à Lua, em 1969, representou, entre outros

aspectos, uma resposta norte-americana ao feito do soviético Yuri Gagarin em 1961: ele foi o primei-

ro ser humano a orbitar a Terra Diversos analistas afirmam que essa disputa ideológica contribuiu

para o avanço científico-tecnológico da humanidade, levando-a a um maior conhecimento acerca do

espaço sideral

Destaque as contribuições e implicações tecnológicas desse período relacionadas, atualmente, ao

aumento da eficiência nos transportes, principalmente no setor aéreo, e ao desenvolvimento de satéli-

tes que permitem a comunicação mundial em tempo real, de computadores por meio dos quais é feito o

processamento simultâneo de dados e do GPS (que foi inventado e utilizado como orientador de mísseis

durante a Guerra Fria)

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Manual do Professor 43

RETOMANDO O CONTEÚDO (P. 19)

1. A mais importante mudança foi o deslocamento do poder, até então exercido pelo Reino Unido, pela

França e pela Alemanha, para as duas novas superpotências militares, Estados Unidos e União

Soviética, que emergiram ao final do conflito da Segunda Guerra Mundial

2. No regime capitalista: os meios de produção são controlados, em grande parte, por empresas priva-

das e destaca-se a atuação das empresas no sistema produtivo, no âmbito da livre iniciativa e do livre

mercado, cuja situação é de livre concorrência (a chamada lei da oferta e procura)

3. No regime socialista, as metas de produção das empresas estatais eram definidas no âmbito de

planos governamentais, que estabeleciam onde e o quanto estas deveriam produzir, e os preços re-

lativos dos produtos ofertados aos consumidores (por empresas estatais) eram definidos por órgãos

de planejamento econômico do governo

4. No processo de finalização da Segunda Guerra Mundial, o governo dos Estados Unidos considerou

que fazer uso da bomba atômica, na ocasião, seria o único meio de encerrar o conflito com o Japão,

poupando a vida de inúmeros soldados norte-americanos Entretanto, essa justificativa é ainda hoje

questionada, pois, segundo analistas, na época, a situação do Japão era de extrema fragilidade e

sua rendição era iminente Para eles, o lançamento das bombas teria sido também uma forma de

os Estados Unidos demonstrarem seu poder bélico em relação à URSS Além disso, com essa ação,

os Estados Unidos se firmaram como a única potência a ocupar o Japão, região estratégica para o

controle geopolítico do oceano Pacífico

5. A Guerra Fria foi um confronto permanente, mas não direto, entre Estados Unidos e URSS, que de-

sencadeou, no mundo todo, um clima de tensão gerado pela disputa ideológica, bélica e espacial

entre as duas superpotências da época, de 1945 a 1989 Esse período recebeu o nome de Guerra Fria

porque os Estados Unidos e a URSS não entravam em confronto direto O Muro de Berlim, constru-

ído em 1961, e que dividia a cidade de Berlim em Berlim Ocidental e Berlim Oriental, foi o principal

símbolo dessa época

6. Com a intenção de manter e expandir sua esfera de influência no mundo, os Estados Unidos e a

URSS apoiaram a criação e o fortalecimento de organizações que lhes davam forte apoio militar São

elas: a Otan, liderada pelos Estados Unidos, e o Pacto de Varsóvia, sob a liderança da URSS

AMPLIANDO O CONHECIMENTO (P. 19)

7. a. A Rosa de Hiroshima é uma metáfora da bomba atômica A música trata do lançamento de uma

bomba atômica, pelos Estados Unidos, na cidade de Hiroshima, no Japão, no fim da Segunda Guerra

Mundial

b. O lançamento das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki deixou milhares de mortos e feri-

dos Os efeitos das emissões radioativas dessas bombas causaram muitos danos à população, como

infertilidade em mulheres e o nascimento de bebês com más-formações

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8. a. A volta que o astronauta soviético dera em volta da Terra

b. Esse fato significaria a entrada da humanidade na Idade Cósmica

c. O feito do astronauta foi fundamental para os soviéticos, pois era uma forma de estes demonstrarem

sua força e superioridade tecnológica em relação aos norte-americanos No contexto da Guerra Fria,

isso significava “comprovar” a superioridade do regime socialista

ATIVIDADE FINAL: PRODUÇÃO DE TEXTO (P. 20)

Procure discutir com os alunos os benefícios e as desvantagens de um país ter tecnologias nuclea-

res, considerando, na discussão, a utilização da energia nuclear Se possível, solicite-lhe que procurem

descobrir quais países têm armas nucleares e por quais motivos (o caso da Coreia do Norte pode ser

trabalhado nesse momento) É importante que os alunos estabeleçam relações entre o contexto histó-

rico do período da Guerra Fria e o atual, para posicionar-se contra ou a favor da produção e do uso de

armas nucleares, considerando o emprego de tecnologias no desenvolvimento desses armamentos

Caso necessite de textos de apoio para conduzir esta atividade, procure notícias no site, em inglês, da

Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA): <www iaea org>

caPítulo 2 – a noVa ordeM Mundial

O título do capítulo indica o surgimento de uma nova situação – a nova ordem mundial É importante,

antes de acenar com os fatores desencadeadores dessa nova ordem, demarcar bem a configuração das

relações de poder mundial que predominavam até então Isso pode ser feito retomando-se aspectos

relevantes do capítulo anterior

É importante fornecer subsídios para que os alunos consigam relacionar o desmantelamento da

União Soviética às transformações que alavancaram as dinâmicas da geopolítica global características

da nova ordem mundial

Pode-se conduzir o reconhecimento das transformações territoriais e de alguns dos conflitos no

Leste Europeu como consequências do fim do Estado soviético e do controle que este exercia sobre os

países aliados Também é interessante que os alunos sejam levados a reconhecer as profundas trans-

formações econômicas impulsionadas pela dissolução do socialismo

No cenário mundial contemporâneo, vale discutir o significado da estrutura unipolar no âmbito po-

lítico, e multipolar no âmbito econômico, reforçando que as realidades dos países estão em constante

transformação e isso repercute nos arranjos de poder entre eles Para isso, pode-se trabalhar com

notícias e artigos de jornal sobre as fragilidades dos Estados Unidos (principalmente no contexto da

recente crise econômica mundial, em 2009), a influência do G7 e da União Europeia nessas relações

de poder, e a evolução do poder econômico e político dos países emergentes, principalmente da China

ABERTURA: ATIVIDADE COMPLEMENTAR (P. 22)

A modificação da ordem mundial que levou ao fim da estrutura bipolar foi tratada por Caetano

Veloso, em sua música “Fora da ordem”, como uma possibilidade de haver relações de paz, entre os

homens, mesmo que não haja consenso em suas ideias Nesse sentido, resolva as questões a seguir

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1. Transcreva o trecho da letra em que essa possibilidade é apontada

Resposta: “Eu não espero pelo dia em que todos os homens concordem/Apenas sei de diversas/

Harmonias bonitas/Possíveis sem juízo final ”

2. O fim da Guerra Fria confirma essa perspectiva? Justifique sua resposta conforme o seu ponto de

vista e baseando-se nos fatos estudados neste capítulo

Resposta: resposta pessoal Professor, contribua para as reflexões dos alunos citando alguns as-

pectos abordados neste capítulo, como o fim das tensões militares entre a União Soviética e os

Estados Unidos e a redução dos riscos de ocorrer uma guerra nuclear envolvendo este país e a

Rússia (base da antiga URSS) Para ressaltar a persistência dos problemas, mencione as várias

guerras e tensões que continuam a ocorrer independentemente do sistema político-econômico

estabelecido

Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades

O FIM DA UNIÃO SOVIÉTICA – INTERDISCIPLINARIDADE COM HISTÓRIA (P. 23)

O colapso da União Soviética é um assunto que envolve conhecimentos da história recente e de

fatos da atualidade, e abre a possibilidade de relacionar os fatores que levaram ao fim da URSS como

as consequências econômicas e geopolíticas desse término, a formação de novos países, os impactos

econômicos nos países que adotavam o socialismo no planeta e o avanço da globalização econômica

RETOMANDO O CONTEÚDO (P. 32)

1. Gorbachev introduziu a glasnost (reforma de abertura e transparência política, com a libertação de

presos políticos e o estabelecimento da liberdade de imprensa) e a perestroika (abertura econômica

para o livre mercado e estímulo à participação de empresas privadas)

2. a. A CEI reuniu a maioria das antigas repúblicas soviéticas Entre elas, as que continuam a existir são:

Rússia, Casaquistão, Uzbequistão, Tadjiquistão, Turcomenistão, Armênia, Azerbaijão, Moldávia,

Ucrânia, Belarus e Quirguistão

b. Esse acordo visava preservar certo grau de unidade política, econômica e militar entre as repúbli-

cas que integravam a antiga União Soviética

c. No plano militar: o arsenal atômico passou a ser controlado por três das antigas repúblicas da

CEI – Rússia, Ucrânia e Casaquistão Atualmente, esse arsenal fica concentrado na Rússia Nos

campos político e econômico, o resultado obtido com o estabelecimento da CEI não foi satisfatório,

pois cada uma das repúblicas que pertencia à ex-URSS se reestruturou de forma independente das

demais Isso que determinou, de certa forma, o esvaziamento da CEI

3. A Tchecoslováquia foi dividida, de forma pacífica (por meio da “Revolução de Veludo”), em 1993, em

República Tcheca e República da Eslováquia Com relação à Iugoslávia, na década de 1980, após a

morte de Josip Tito, ressurgiram rivalidades entre os vários grupos étnicos e religiosos do territó-

rio da antiga Iugoslávia Isso levou a um clima de instabilidade política permanente, culminando

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na declaração de independência da Eslovênia, da Croácia e da Macedônia, em 1991; da Bósnia-

-Herzegovina, em 1992; da República de Montenegro (que se separou da República da Sérvia), em

2006; e da província do Kosovo, em 2008, encerrando o ciclo que deu fim à antiga Iugoslávia

4. A Chechênia, de população majoritariamente muçulmana, declarou-se independente da Rússia em

1991 Entretanto, essa independência não foi aceita pela Rússia e, em 1994, as tropas militares rus-

sas invadiram a república autônoma, gerando um conflito armado contra as forças defensoras da

independência, que provocou a morte de milhares de pessoas Em 1996, um acordo de paz foi assina-

do, mas não encerrou o impasse Em 1999, após alguns atentados, o então presidente russo Vladimir

Putin autorizou a inva são de tropas militares na Chechênia, alegando que era necessário combater o

terrorismo Incentive os alunos a realizarem uma pesquisa sobre a atual situação da Chechênia

5. Ordem mundial multipolar: ocorre no setor econômico e possibilita a existência de diversas potên-

cias (por exemplo, Japão e Alemanha), detentoras de um poder econômico tão expressivo quanto

o dos Estados Unidos Ordem mundial unipolar: ocorre no âmbito político e militar, havendo uma

supremacia absoluta dos EUA, que, independentemente das decisões dos conselhos da ONU (espe-

cialmente o Conselho de Segurança), agem com liberdade e intervêm militarmente, em nome de sua

segurança interna Até hoje, em muitas ocasiões, não houve nenhum país ou organização mundial

(até mesmo a ONU) que fosse capaz de barrar as decisões dos Estados Unidos, devido ao seu poderio

político

6. Os principais órgãos deliberativos da ONU são: Assembleia Geral – fórum de debate das questões

internacionais; Conselho de Segurança – decide se a organização deve ou não intervir em determi-

nado conflito; e Agência Internacional de Energia Atômica – procura evitar a proliferação de armas

nucleares

AMPLIANDO O CONHECIMENTO (P. 32)

7. a. A charge trata da constante participação dos Estados Unidos em guerras fora de seu território Já o

texto fala que os norte-americanos estão entre os maiores exportadores de armas O governo e em-

presas bélicas dos EUA teriam interesse em, constantemente, participar ou promover de guerras em

outros países para gerar demandas por armas, tanto pelo próprio exército norte-americano como

por outros países e guerrilhas envolvidos em conflitos

b. A charge é uma crítica aos Estados Unidos, país que participou de diversas guerras ao longo do

século XX e prossegue mantendo essa política de invasão e controle As guerras em que os Estados

Unidos se envolvem dificilmente acontecem em seu território (inclusive as duas maiores do sé-

culo XX, a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais), exceto o ataque a Pearl Harbor, na Segunda

Guerra Mundial e os Ataques de 11 de Setembro de 2001 Essas guerras levam a uma destruição

econômica e social nos países onde ocorrem, e estes muitas vezes aderem a empréstimos do pró-

prio governo norte-americano para ser reconstruídos Percebe-se também que, por meio dessas

guerras, além de preservar seu território, o governo norte-americano encontra mercado para sua

enorme produção de armas, seja em seu próprio exército, seja nos países aliados

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c. Os Estados Unidos não se posicionaram em relação a esse tratado porque são grandes produtores

mundiais de armas A regulamentação de um tratado internacional sobre o comércio de armas po-

deria limitar as exportações desse país, levando-o, consequentemente, a sofrer perdas econômicas

O Brasil se posicionou contrariamente à “transparência absoluta” a respeito do assunto, pois tem

interesse em elevar sua participação no mercado bélico mundial O país argumentou que adota essa

posição porque “o acesso livre a dados sobre compra e venda de armamentos ‘poderia expor os re-

cursos e as capacidades de os países-membros (da ONU) de sustentar um conflito prolongado’”

d. Os maiores fabricantes de armas do mundo são Estados Unidos, Rússia, Alemanha, França, China e

Grã-Bretanha A maioria desses países, exceto a Alemanha, são membros permanentes do Conselho

de Segurança da ONU Isso pode colocar em questão se o Conselho de Segurança da ONU atua real-

mente para manter a paz e a segurança internacionais ou com o propósito de atender aos interesses

econômicos de seus membros permanentes

ATIVIDADE FINAL: ELABORAÇÃO DE DOSSIÊ E PRODUÇÃO DE TEXTO (P. 34)

Professor, aproveite essa atividade para, além de trabalhar o esfacelamento da Iugoslávia e o confli-

to nos Bálcãs, solicitar aos alunos que realizem pesquisas sobre conflitos étnico-nacionalistas e sepa-

ratismo Neste momento, podem ser tratados conflitos relacionados a separatismos, a nacionalismos

ou a etnias A turma pode ser dividida em três grandes grupos e cada um ficar responsável por pesqui-

sar alguns desses conflitos em um continente – Europa, África e Ásia Entre esses conflitos estão:

• na Europa: Guerra da Bósnia-Herzegovina, de 1992 a 1995; Guerra do Kosovo, em 1998 e 1999;

conflitos no Cáucaso; questão basca na Espanha; e conflito entre católicos e protestantes no

Reino Unido

• na África: genocídio em Ruanda e conflito entre tutsis e hutus

• na Ásia: disputa pela Caxemira, conflito árabe-israelense e questão curda

Você pode pedir que os grupos localizem, em um mapa-múndi, a ocorrência e a extensão desses

conflitos Em sala de aula, durante a exposição do dossiê feito pelos alunos, procure demonstrar as

diferenças e semelhanças entre os conflitos trabalhados

caPítulo 3 – Globalização da econoMia

A expansão da integração econômica mundial deve ser analisada com base nos fatores e processos

que a viabilizam Para tratar da questão, podem ser destacadas a atuação das empresas multinacio-

nais e as infraestruturas ligadas aos sistemas de transportes e comunicações

Ao contextualizar o processo de globalização, é interessante promover uma ampla discussão para

situar como os alunos, e o município onde estão inseridos, são influenciados e participam desse

processo

Demonstre algumas razões que levam os países a agrupar-se em blocos econômicos (o que está

relacionado à necessidade comum de se fortalecerem frente às relações econômicas internacionais),

e incentive os alunos a reconhecer os históricos de formação e as características dos principais blocos

econômicos regionais

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ABERTURA: ATIVIDADE COMPLEMENTAR (P. 36)

Destaque, da música, trechos que trazem exemplos de intercâmbios entre países relacionados aos

processos:

a. políticos:

Resposta: “Crianças iraquianas fugidas da guerra/Não obtêm visto no consulado americano do

Egito/Para entrar na Disneylândia”

b. econômicos:

Resposta: “Multinacionais japonesas/Instalam empresas em Hong Kong/E produzem com maté-

ria-prima brasileira/Para competir no mercado americano”

c. culturais:

Resposta: “Música hindu contrabandeada por ciganos poloneses faz sucesso/[ ] Múmias egípcias

e artefatos incas no museu de Nova York”

Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades

INTENSIFICAÇÃO DO COMÉRCIO INTERNACIONAL E GLOBALIZAÇÃO DA ECONOMIA –

INTERDISCIPLINARIDADE COM SOCIOLOGIA (P. 37)

A globalização, quando é trabalhada em Geografia, geralmente tem como foco questões relacio-

nadas à economia e à geopolítica Por outro lado, um trabalho realizado pela Geografia em conjunto

com a Sociologia possibilita a exploração das consequências da globalização para a sociedade, com

temas que avaliem o comportamento, o consumo e as mudanças relacionadas à evolução dos meios

de comunicação

PARA OBSERVAR E PESQUISAR – FLUXO DE PESSOAS NO FIM DO SÉCULO XX E INÍCIO DO XXI (P. 40)

Professor, é importante explicar aos alunos que, nos países desenvolvidos, a evolução da tecnolo-

gia, especialmente no campo da informática, gerou uma demanda por mão de obra qualificada mais

barata para atender a necessidades específicas É o caso de indianos que migram para trabalhar nos

Estados Unidos, na área de informática A evolução tecnológica e do setor de transportes favoreceram,

nas últimas décadas, vários tipos de deslocamento e migração, que atingiram dimensões planetárias

O mapa que está no boxe demonstra as principais origens e os principais destinos dos imigrantes

Com base nele, pode-se comentar um quadro de deslocamentos com a seguinte configuração:

• as pessoas qualificadas migram para os países desenvolvidos em busca de trabalhos mais bem

remunerados, valorização curricular e/ou por motivos educacionais;

• as pessoas de países em desenvolvimento e com baixa qualificação profissional partem em busca

de empregos e de melhores condições de vida em países desenvolvidos ou em desenvolvimento,

como é o caso da migração de mexicanos para os Estados Unidos e de bolivianos para o Brasil

RETOMANDO O CONTEÚDO (P. 49)

1. A partir do início do século XX, as empresas expandiram significativamente sua ação, com a instala-

ção de unidades fabris em vários países do mundo, possibilitando aumentar seus lucros e fabricar

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produtos mais competitivos O avanço tecnológico que favoreceu esse processo, ocorrido especial-

mente a partir da década de 1970, pode ser observado em três setores: o setor de transportes (as

maiores velocidade e capacidade de carga de aviões e navios promoveram o “encurtamento das

distâncias”, além de tornar esses tipos de transporte menos onerosos); o de comunicações (houve

a universalização da informação, que possibilitou a divulgação instantânea de dados para o mundo

todo por meio de telefone, rádio, televisão, fax ou internet; e o de informática (que viabilizou a forma-

ção das redes de informação e de serviços em escala planetária)

2.

Bloco econômico Países-membros Características

Associação Latino-Americana da Integração (Aladi)

Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai, Venezuela e Panamá

É classificada como zona de preferências tarifárias O processo de integração econômica entre os países-membros ainda é incipiente e depende de acordos entre eles para definir uma tarifa comum sobre produtos que co-mercializam entre si A tarifa deve ser mais baixa que aquelas que incidem sobre produ-tos importados de países de fora do bloco

Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta)

EUA, México e Canadá

Bloco restrito ao domínio comercial, por-tanto bastante limitado quanto à integração econômica entre seus países- membros Nele, as empresas com sede nos países--membros têm liberdade de organização, podendo implantar-se, de acordo com a sua especialização, nos países que apresenta-rem menores custos de fatores produção

Mercado Comum do Sul (Mercosul)

Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela

Criado com o objetivo de estabelecer a livre circulação entre os países-membros, de bens e serviços, de mão de obra e de capi-tal, bem como eliminar barreiras alfande-gárias e restrições tarifárias Para isso, foi proposta a Tarifa Externa Comum (TEC), e a adoção de uma política comercial comum aos quatro países-membros

União Europeia (UE)

Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Holanda, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Romênia e Suécia

Esse bloco apresenta um nível de integra-ção entre seus países-membros superior à verificada nos blocos de união aduaneira Isso porque na UE existem: livre circulação de mercadorias, serviços, capitais e traba-lhadores; uma moeda única (o euro); e uma política monetária comum Alguns países preferiram não adotar o euro e outros não aderiram à essa moeda porque não cum-priram todas as exigências definidas pelos órgãos monetários da UE A UE também possibilita a livre circulação, entre os países-membros, de pessoas que vivem em seu espaço O bloco define e controla suas políticas por meio do Parlamento Europeu e de organismos como a Comissão Europeia

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Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico (Apec)

Austrália, Brunei, Canadá, Chile, China, Hong Kong, Indonésia, Japão, Coreia do Sul, Malásia, México, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Peru, Filipinas, Rússia, Cingapura, Taiwan, Tailândia, Estados Unidos e Vietnã

Organização intergovernamental criada com o objetivo de promover a integração econômica entre os países-membros, por meio da adoção de medidas que estimulem: o livre-comércio de bens e serviços, a livre circulação de investimentos e a cooperação econômica e tecnológica entre eles

União Africana

Argélia, Angola, Benin, Botsuana, Burkina-Faso Burundi, Camarões, República Centro- Africana, Cabo Verde, Chade, Costa do Marfim, Comores, Congo, Djibuti, República Democrática do Congo, Egito, Guiné Equatorial, Eritreia, Etiópia, Gabão, Gâmbia, Gana, Guiné-Bissau, Guiné, Quênia, Líbia, Lesoto, Libéria, Madagascar, Mali, Malauí, Moçambique, Mauritânia, Maurício, Namíbia, Nigéria, Níger, Ruanda, África do Sul, Saara Ocidental, Senegal, Seichelles, Serra Leoa, Somália, São Tomé e Príncipe, Sudão, Sudão do Sul, Suazilândia, Tanzânia, Togo, Tunísia, Uganda, Zâmbia e Zimbábue

Organização intergovernamental que tem o objetivo de aprofundar a cooperação e a integração política, econômica e cultural entre seus países-membros Também faz esforços para a eliminação do colonialismo na África, empenha-se na defesa da luta dos Estados africanos por sua soberania, na promoção da democracia e do cumpri-mento dos direitos humanos no continente, no apoio e na promoção de políticas que contribuam para a erradicação da pobreza e no estímulo ao desenvolvimento econômi-co na África

3. Sim, pois, quanto maior for o número de nós (pontos de conexão), maior será a possibilidade de criar

ou ampliar os fluxos mundiais de mercadorias, de informações e capitais, e de serviços

AMPLIANDO O CONHECIMENTO (P. 49)

4. a. Os maiores fluxos de comércio intrarregional são realizados majoritariamente na União Europeia,

seguida pela Ásia e pela América do Norte Os principais fluxos de comércio inter-regional ocorrem

entre a Ásia e a Europa, e a Ásia e a América do Norte

b. A Europa apresenta os maiores fluxos de comércio intrarregional devido à União Europeia, o que

facilita a transação comercial entre os países-membros devido à redução ou à ausência de tarifas

e taxas alfandegárias

c. O Oriente Médio apresenta elevados fluxos de exportações para a Ásia e em menor escala para

a União Europeia, principalmente de combustíveis fósseis, com destaque para o petróleo Já os

fluxos de importação do Oriente Médio com a Europa e com a Ásia são menores do que seus fluxos

de exportação

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5. a. O aumento das exportações para os mercados asiáticos ampliaria as vantagens comerciais do Brasil,

pois o país tem vantagens sobre seus concorrentes em alguns produtos, como carnes, minérios e

grãos Contudo, a participação do Brasil no mercado asiático ainda é baixa, mas há a possibilidade

de aumentar nos próximos anos Questões como as distâncias geográficas e a falta de promoção dos

produtos brasileiros nos países asiáticos dificultam uma maior participação do Brasil nesse merca-

do Vale destacar que os principais produtos de exportação do Brasil envolvem baixo uso tecnológico

e têm menor valor de mercado nas transações comerciais internacionais

b. O Brasil tem maior vantagem em setores primários e baseados em recursos naturais Porém, o país

tem dificuldades para enfrentar o mercado asiático devido às distâncias geográficas entre o Brasil e

os países da Ásia, das diferenças culturais entre o Brasil e esses países, e da ausência de medidas

promocionais que visem aumentar a participação brasileira nos mercados asiáticos

ATIVIDADE FINAL: DEBATE (P. 51)

Professor, você pode levantar diferentes aspectos e questões relacionadas ao fenômeno da globali-

zação, para aprofundar o debate com os alunos, como:

• Em sua opinião, o fenômeno da globalização permite o intercâmbio cultural entre países?

• O desenvolvimento econômico possibilitou esse intercâmbio?

• O acesso a tecnologias trouxe benefícios a alguns setores e atores da vida social?

• Esse acesso contribuiu para a exploração dos trabalhadores ou a diminuiu?

• E, com o acesso às tecnologias, as desigualdades econômicas e sociais diminuíram, aumenta-

ram ou continuaram praticamente as mesmas?

Procure explorar como os Estados atuam de forma conjunta com as grandes empresas transnacio-

nais no cenário econômico e de que forma ambos podem atuar a favor do bem-estar da sociedade

PROJETO INTERDISCIPLINAR: INDÚSTRIA CULTURAL (P. 53)

Neste projeto, as matérias relacionadas com Geografia são: História, Filosofia e Sociologia

Antes de iniciar a atividade, oriente os alunos acerca do processo de pesquisa, esclarecendo-os

sobre os procedimentos necessários a cada etapa desse processo Esses procedimentos são levanta-

mento de informações, análise e síntese Utilize, para exemplificar com ocorre o processo de pesquisa,

um texto acadêmico, relatórios ou publicações de órgãos oficiais, ou um livro para demonstrar a diver-

sidade de fontes que são utilizadas e o trabalho de seleção, análise e síntese de informações que é re-

alizado pelos autores Ressalte a diferença entre copiar trechos de um documento e elaborar um texto

próprio, baseado em informações retiradas de diversos documentos Se for pertinente, escolha um dos

textos indicados na bibliografia e leia-o em sala de aula, com os alunos, para demonstrar esses ele-

mentos da pesquisa científica, aproveitando para discutir o tema do trabalho Caso necessário, aborde

técnicas de redação tratadas na disciplina de Português, destacadamente a paráfrase Sugerimos que,

após a realização dos relatórios, o professor organize um debate em sala de aula, para que cada dupla

tenha a oportunidade de expor oralmente suas reflexões

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Sobre o conteúdo do projeto, preparamos algumas sugestões bibliográficas:

• DUTRA, Fernanda Cultura de massas e outras culturas: as concepções contemporâneas de

Edgard Morin e Néstor García Canclini sobre cultura de massas Crátilo: Revista de Estudos

Linguísticos e Literários, Patos de Minas, ano 1, p 79-86, 2008

Disponível em: <http://unipam edu br/cratilo/images/stories/file/artigos/2008_1(revisto)/

CulturaDeMassaEOutrasCulturas pdf> Acesso em: 26 mar 2013

• JORGE, Marina Soler Cultura popular, cultura erudita e cultura de massas no cinema brasilei-

ro Cronos, Natal, v 7, n 1, p 173-182, jan /jun 2006 Disponível em: <http://www periodicos

ufrn br/index php/cronos/article/download/3196/2586> Acesso em: 26 mar 2013

• MAGRI, Ieda Cultura e consumo Educação Pública, Rio de Janeiro, 19 ed , 15 maio 2007

Disponível em: <http://www educacaopublica rj gov br/biblioteca/literatura/0019 html>

Acesso em: 26 mar 2013

• SOUZA, Arão de Azevêdo Debates sobre cultura, cultura popular, cultura erudita e cul-

tura de massa In: Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da

Comunicação XII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste,

Campina Grande, 2010 Disponível em: <http://www intercom org br/papers/regionais/

nordeste2010/resumos/R23-1573-1 pdf> Acesso em: 26 mar 2013

Respostas:

1. Para diversos filósofos e sociólogos, a cultura popular é associada às manifestações artísticas

feitas pelo povo, aqui entendido como o conjunto de indivíduos que compõem uma sociedade A

cultura popular seria caracterizada por crenças e superstições, e pela ignorância e pela desor-

dem Logo, a cultura do povo, numa ideia romântica, é primitiva, folclórica, é a cultura-patrimônio,

originada do cotidiano

A cultura erudita é associada às elites econômicas e intelectuais, sendo caracterizada por certa racio-

nalidade e intencionalidade, já que suas manifestações artísticas seriam produzidas em meio a altos

níveis de instrução e conhecimento técnico-científico De certa forma, a cultura erudita tem a preten-

são de indicar a condição de civilidade, já que seria uma arte pensada, elaborada de forma racional

A cultura de massas seria produzida pela indústria cultural, sobretudo no pós-Segunda Guerra

Mundial Nesse contexto, o povo, concebido como uma massa de consumidores, passa a ser di-

vidido em diferentes grupos de públicos a serem conquistados pela publicidade e pela produção

cultural direcionada A cultura de massas se apropria tanto da cultura erudita como da cultura

popular, transformando-as em mercadorias e promovendo certa homogeneização cultural

2. Os resultados das entrevistas e da análise feita pelos alunos podem variar significativamente, mas é

provável que a maioria destes aponte que seus entrevistados consomem mais frequentemente, se-

não exclusivamente, a cultura tida como popular e a de massas, produzida pela indústria cultural

3. O texto aponta que as principais marcas da indústria cultural são a serialização, a padronização e a di-

visão do trabalho, elementos fundamentais no processo produtivo industrial, inaugurado pela Primeira

Revolução Industrial (em meados do século XVIII) e intensificado nas Segunda e Terceira Revoluções

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Manual do Professor 53

Industriais (em meados do século XIX e XX, respectivamente) Essas características estão relacionadas

à produção em massa, à emergência da sociedade de consumo, ao intenso uso de técnicas no proces-

so produtivo e à sua inserção cada vez maior na vida cotidiana dos consumidores (tecnificação)

4. O texto argumenta que a emergência da indústria cultura aponta que “a indústria cultural fixa de

maneira exemplar a derrocada da cultura, sua queda na mercadoria A transformação do ato cultural

em valor suprime sua função crítica e nele dissolve os traços de uma experiência autêntica A pro-

dução industrial sela a degradação do papel filosófico-existencial da cultura” Outros textos também

apontam que Adorno e Horkheimer interpretavam a emergência da indústria cultural como maléfica

à cultura, sobretudo devido à padronização, à simplificação e à destituição de conteúdo intelectual e

reflexivo das manifestações culturais, causadas por essa indústria

5. De acordo com muitos filósofos e sociólogos, a cultura é um elemento diferenciador das classes so-

ciais: a cultura erudita seria produzida pelas classes sociais mais elevadas do ponto de vista econô-

mico e intelectual/educacional, enquanto a cultura popular seria produzida por classes sociais mais

baixas, destituídas de formação culta e com renda inferior O próprio gosto pela cultura erudita ou

pela cultura popular justificaria a classe social de cada indivíduo, sendo clara a valorização social da

cultura erudita, considerada erroneamente como superior Por conseguinte, a cultura e outros bens

imateriais ou materiais são frequentemente utilizados como parâmetros de formação de grupos

sociais e de estratificação social

6. Espera-se que os alunos apresentem uma visão crítica sobre o tema, e embora as respostas sejam

pessoais, é notável que, nas últimas décadas, houve relativa intensificação da cultura de massas,

decorrente, sobretudo, do processo de globalização Dessa forma, as teorias e as críticas de Adorno

e Horkheimer acerca da indústria cultural são muito relevantes no contexto da atualidade

7. A nova ordem mundial caracteriza-se pela primazia política, econômica, militar e cultural dos

Estados Unidos, que detém os maiores conglomerados empresariais da indústria cultural no pano-

rama mundial, como gravadoras de música, produtoras de cinema, emissoras de televisão e diver-

sas empresas ligadas ao ramo cinematográfico O grande símbolo do poderio cultural dos Estados

Unidos é Hollywood, um distrito da cidade de Los Angeles, no estado da Califórnia, onde está locali-

zada grande parte das empresas norte-americanas do ramo cinematográfico, que influenciam a cul-

tura em nível mundial Complementarmente, as inovações que ocorreram nos setores de transpor-

tes e telecomunicações, relacionadas ao processo de globalização, facilitaram as trocas comerciais

Entre os produtos comercializados sobressaem os bens culturais, transformados em mercadorias

pela indústria cultural nas décadas precedentes

ENEM E VESTIBULARES (P. 56)

1. Após a Segunda Guerra Mundial, estabeleceu-se uma ordem mundial bipolar, caracterizada por um

constante clima de confronto entre as superpotências que emergiram no período: Estados Unidos

e URSS As instituições militares citadas, Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e Pacto

de Varsóvia, foram criadas em decorrência da ordem mundial bipolar que se estabeleceu no pós-

-guerra, ou seja, no contexto da Guerra Fria

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54 Manual do Professor

2. Alternativa E

3. Alternativa A

4. Alternativa C

5. Alternativa C

caPítulo 4 – características do subdesenVolViMento

Um dos efeitos atrelados ao predomínio do capitalismo no mundo é a desigualdade entre as pesso-

as e os países Na relação desigual entre países, uma das partes é formada por aqueles considerados

subdesenvolvidos – foco deste capítulo Há muitas possibilidades de abordagem do tema, pois os alu-

nos tendem a ter mais familiaridade com a realidade brasileira, que, apesar do crescimento econômico

vivenciado desde meados do século XX, se constitui em um contexto de subdesenvolvimento

Você pode utilizar um mapa-múndi para promover o reconhecimento dos principais países

subdesenvolvidos em cada continente O mapa com a classificação dos países por seu Índice de

Desenvolvimento Humano (IDH), na página 65, pode contribuir para isso e fornecer elementos para

estabelecer comparações

Contudo, é necessário zelar para que a caracterização dos países subdesenvolvidos não ocorra de

maneira distorcida Nesse sentido, é importante orientar os alunos a discernir entre o nível de desen-

volvimento econômico de um país e as condições socioeconômicas de sua população, enfatizando que o

quadro social nos países subdesenvolvidos é muito desigual, de modo que não há apenas pobreza, mas

também setores da sociedade que auferem altos rendimentos Os esclarecimentos sobre a utilização

do Produto Interno Bruto (PIB) e do IDH como indicadores sociais serão importantes para facilitar esse

discernimento

Partindo da caracterização dos problemas sociais dos países subdesenvolvidos (que pode ser feita

com base na leitura dirigida dos textos e na análise dos gráficos), pode-se discutir com os alunos os

fatores que dificultam a superação da condição de subdesenvolvimento e da situação de pobreza das

populações dos países nessa condição

O texto a seguir trabalha aspectos do subdesenvolvimento que se manifestam no contexto urbano:

Entre a cidade e a barbárie

Este é, portanto, o cenário das grandes cidades subdesenvolvidas, no início do século XXI: um alto

grau de pobreza, oriundo da natureza estruturalmente desequilibrada da industrialização e da urbanização

periféricas. A preocupação de Prado Jr. estava certa, e hoje é patente a impossibilidade de reintegrar o con-

tingente excessivo de mão de obra nos grandes centros urbanos, o que agrava inexoravelmente o quadro

social. É nesse contexto que a globalização tenta imprimir suas características modernizadoras, exacerbando

o quadro de antagonismo explicitado anteriormente, pois, no contexto urbano, a contradição estrutural das

economias de desenvolvimento desigual e combinado se traduz pela incompatibilidade entre os bairros

globalizados da cidade formal e os assentamentos ditos subnormais, que configuram a tipologia majoritária

da cidade real, nas zonas periféricas abandonadas pelo capital e pelo poder público.

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[...] há hoje mais pobres do que ricos em muitas metrópoles do Terceiro Mundo. Isso provoca, obvia-

mente, uma inversão no conceito do que é a verdadeira cidade, pois as elites estão na verdade cada vez mais

sitiadas em um mar de pobreza. Nunca as classes dominantes se sentiram tão ameaçadas. Não é à toa, por-

tanto, que a grande imprensa brasileira, tradicionalmente representante dos interesses de nossas elites, use

repetidamente termos como “centro invadido” ou “cidade sitiada” [...] para expressar o sentimento de que a

verdadeira cidade, a que vale, é apenas a cidade formal que essas elites ocupam. Em vez de perceberem no

crescimento inexorável da pobreza a preocupante e inaceitável mudança do perfil socioeconômico geral dos

habitantes, as elites apenas se preocupam com uma invasão indesejada da sua cidade. A recusa em perceber

que essa cidade já não é mais representativa da cidade real verifica-se tanto na constante busca de segurança

e conforto em bairros-fortalezas de altíssimo padrão, como Alphaville, em São Paulo, Muang Thong Thani,

em Bangcoc, e Nordelta, em Buenos Aires, quanto na reação de indignação frente aos níveis insustentáveis

de violência urbana gerados pelo chamado “apartheid social urbano”.

Talvez se possa então tomar emprestado, para aplicá-lo ao contexto urbano, o raciocínio exposto por

Sampaio Jr. (1999) para a particular situação do capitalismo brasileiro no pós-guerra: enquanto as cidades

fordistas periféricas mantiveram-se, nas últimas décadas, sob o controle da burguesia, apesar do alto grau de

desigualdade e pobreza nas suas franjas periféricas, mantiveram sob um relativo controle a matriz espacial

e temporal do desenvolvimento urbano. As cidades eram o locus político privilegiado para o exercício da

onipotência das classes dominantes, independentemente da pobreza que se fazia crescente. A situação social

das cidades, no final da década de 1990, entretanto, transformou essa contradição em aberto antagonismo.

A burguesia parece ter perdido definitivamente o controle sobre o crescimento urbano desigual, e cada

vez mais se faz necessária uma opção mais radical entre a manutenção de um status quo urbano, em que as

estruturas das relações sociais, econômicas e políticas chegaram a níveis intoleráveis, e a adoção de medidas

que abalem radicalmente essas estruturas no sentido da construção de uma cidadania baseada em princípios

de equidade social. No caso das cidades brasileiras, assim como certamente em muitas metrópoles subdesen-

volvidas, pode-se dizer que se vive, hoje em dia, uma situação limítrofe entre “a cidade e a barbárie”.

A cidade subdesenvolvida expressa a marginalidade social em países que combinam o atraso com o

moderno. Seu problema é, portanto, o mesmo da sociedade subdesenvolvida: a subordinação absoluta à lógi-

ca dos negócios, por meio das históricas superexploração do trabalho e superdepredação do meio ambiente,

que parecem ter chegado, na sociedade e nas cidades, a níveis intoleráveis.

Entretanto, as ações de imposição do capitalismo hegemônico, pelo novo paradigma da globalização, e

as novas matrizes de planejamento urbano que as acompanham, parecem apenas reforçar essa situação.

FERREIRA, João Sette Whitaker. Globalização e urbanização subdesenvolvida. São Paulo em perspectiva, São Paulo, v. 14, n. 4, out./dez. 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/spp/v14n4/9748.pdf>. Acesso em: 27 mar. 2013.

ABERTURA: ATIVIDADE COMPLEMENTAR (P. 60)

O desemprego está entre os problemas sociais que mais afligem a população dos países subdesenvol-

vidos e, ao mesmo tempo, é um fator que intensifica os quadros de pobreza Reúna-se em grupo com seus

colegas e discutam sobre como o desemprego pode afetar a vida das pessoas e como os altos níveis de

desemprego podem afetar a situação de um país Posteriormente, escreva um breve relatório individual

sobre as conclusões alcançadas conjuntamente

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Resposta: entre outras consequências, o desemprego restringe o acesso das pessoas aos produtos

e serviços necessários à sua sobrevivência, impelindo-as a realizar atividades informais e impedindo-

-as de se inserir no sistema previdenciário Nos países com elevados índices de desemprego, as con-

sequências desses indicadores são: baixa arrecadação governamental e baixo crescimento econômico,

elevadas disparidades sociais, exploração do trabalho infantil em formas variadas de subemprego,

insegurança etc

Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades

O SUBDESENVOLVIMENTO NO MUNDO – INTERDISCIPLINARIDADE COM HISTÓRIA (P. 61)

A introdução aos estudos do subdesenvolvimento no mundo envolve a análise histórica dos mo-

tivos que influenciaram a formação dos países subdesenvolvidos Avalie a possibilidade de desen-

volver um trabalho que relacione os temas trabalhados em Geografia com a análise realizada pelos

historiadores

PARA PESQUISAR E REFLETIR – COLONIALISMO E SUBDESENVOLVIMENTO (P. 61)

Comente que a utilização do trabalho escravo e da mão de obra barata impossibilitou o desenvol-

vimento de um mercado interno expressivo, que favorecesse a introdução de atividades econômicas

diversificadas nas colônias As restrições metropolitanas ao desenvolvimento de atividades produtivas

nas colônias também criaram entraves para gerar riquezas localmente Dessa forma, após a indepen-

dência, os países subdesenvolvidos precisaram obter empréstimos no mercado internacional, para

dinamizar suas atividades econômicas e promover investimentos no setor social e na geração de infra-

estrutura para atender às necessidades da população e da economia nacional

É importante contextualizar as informações deste boxe para que os alunos compreendam a rela-

ção entre o passado colonial dos países subdesenvolvidos e a situação social e econômica em que se

encontram atualmente Explique que, ao longo de todo o período colonial, havia uma relação de com-

plementaridade entre a economia das colônias e a das metrópoles Não era permitido aos domínios

coloniais desenvolver atividades econômicas que não tivessem a finalidade de atender aos interesses

das metrópoles

Além disso, também vale comentar que os países subdesenvolvidos enquadram-se, na Divisão

Internacional do Trabalho (DIT), como exportadores de matérias-primas e importadores de produ-

tos industrializados Portanto as trocas comerciais desiguais dificultam o desenvolvimento econômico

desses países

1. O papel dos países subdesenvolvidos na economia internacional consiste na produção de matérias-

-primas, como gêneros agrícolas e recursos minerais, para vendê-las a baixos preços no mercado

internacional, com o objetivo de suprir as necessidades produtivas e de consumo dos países de-

senvolvidos Sim, embora haja países industrializados pode-se considerar que, em linhas gerais, o

papel desempenhado pelos países sub desenvolvidos é o mesmo das colônias de exploração, já que

a economia das colônias destinava-se a abastecer o mercado metropolitano com matérias-primas,

possibilitando, assim, a geração de elevados lucros para as metrópoles

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2. Apesar de obter a independência política, os países subdesenvolvidos continuam dependentes eco-

nomicamente dos países desenvolvidos, pois, em grande parte dos casos, há empresas sediadas nos

países desenvolvidos que exploram as riquezas agropecuárias e minerais e a produção industrial

dos países subdesenvolvidos, transferindo grande parte do lucro obtido com essa exploração para as

nações ricas Além disso, muitas indústrias multinacionais instalaram filiais em países subdesen-

volvidos com o objetivo de explorar a mão de obra barata Por um lado, isso revela um interesse das

corporações nesses territórios de economia periférica, e, por outro, reforça a dependência local dos

investimentos estrangeiros para a geração de empregos nas áreas urbanas

PARA LER E REFLETIR – DEFINIÇÕES DE POBREZA (P. 66)

Antes de iniciar a leitura do boxe você pode comentar que o fato de um país apresentar baixo IDH

significa que parte considerável de sua população pode ser considerada pobre Porém é importante

ressaltar que há vários critérios para nortear as definições de pobreza, tema tratado no boxe Assim,

podem-se discutir as diferenças entre esses critérios Depois, solicite aos alunos que comparem os

dados do IDH de cada região do globo, apresentados no mapa da página 65

1. Nesta atividade, seria interessante que os alunos explorassem o conteúdo do site oficial do Banco

Mundial no Brasil e procurassem informações sobre as estratégias da organização para reduzir a

pobreza mundial, que é o principal objetivo do banco Essa finalidade vem sendo alcançada por meio

de empréstimos, financiamentos e experiências técnicas destinadas à construção de infraestrutura

e à ampliação dos serviços sociais nos países pobres e em desenvolvimento Se possível, explore os

dados estatísticos e as informações do site referentes à análise da pobreza mundial e aos projetos e

programas desenvolvidos pelo Banco Mundial, no Brasil e nos demais países pobres do mundo

2. Você pode trabalhar a interpretação do poema em conjunto com o professor de Literatura, abordando

seu cunho social e sua estrutura literária

a. O poema retrata a situação de pobreza de muitos seres humanos

b. Resposta pessoal Professor, espera-se que os alunos expliquem o título do poema comparando

a atitude dos seres humanos que reviram o lixo em busca de alimento à de certos animais, como

ratos, gatos e cães, que apresentam esse comportamento em sua luta diária pela sobrevivência

c. A falta de alimentos que supram as necessidades de sobrevivência, levando-os a procurar comida

em meio ao lixo

RETOMANDO O CONTEÚDO (P. 75)

1. O termo “subdesenvolvimento” foi criado após a Segunda Guerra Mundial, caracterizando a situação

de atraso social e econômico de um país em relação aos padrões vigentes nas nações mais ricas

Para essa classificação utilizam-se dados econômicos que, geralmente, retratam uma sociedade

majoritariamente composta de pessoas que recebem uma renda muito pequena e apresentam difi-

culdades para obter alimentos e outros bens necessários à sobrevivência

2. Não, já que os indicadores econômicos, como renda per capita e produto nacional bruto, fornecem

uma análise limitada Isso porque, às vezes, esses indicadores não retratam as desigualdades sociais

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vigentes em determinadas nações, como no caso dos países exportadores de petróleo que têm elevada

renda per capita, mas onde a riqueza está concentrada nas mãos de uma minoria, enquanto a maior

parte da população vive em condições precárias

3. IDH significa Índice de Desenvolvimento Humano Esse índice, que classifica os países em relação a

algumas das condições gerais da qualidade de vida da população, considera três variáveis: o nível so-

cioeconômico, medido por meio do Rendimento Nacional Bruto (RNB) per capita; a saúde, calculada

com base na expectativa de vida ao nascer; e a educação, calculada considerando-se os anos médios

de estudo de cada habitante e a expectativa de escolaridade da população O resultado do IDH varia

de 0 a 1, e, quanto mais próximo do número 1, maior é a qualidade de vida da população

4. O índice de Gini é um dos coeficientes usados para medir a desigualdade na distribuição de renda da

população de um país Esse índice varia de 0 a 1, e, quanto mais próximo de 0, mais igualitária é a

distribuição de renda no território

5. A dependência de tecnologia externa é prejudicial à economia dos países subdesenvolvidos porque

estes têm de pagar royalties às empresas detentoras da propriedade dessa tecnologia Uma das es-

tratégias que podem ser adotadas para amenizar esse problema consiste na criação de centros de

pesquisa voltados ao desenvolvimento de produtos ou de tecnologia de produção

AMPLIANDO O CONHECIMENTO (P. 75)

6. Auxilie os alunos a interpretar a tabela, mencionando os dados existentes, o período a que estes se

referem, o tema retratado, as informações e as análises que podem ser efetuadas É importante

atentar para a dis crepância dos índices de mortalidade entre os países desenvolvidos e os subde-

senvolvidos Ressalte que a análise dos dados da mortalidade infantil evidenciam as disparidades

sociais entre esses países

a. Países com IDH muito elevado – Noruega, Austrália e Holanda; com IDH elevado – Romênia, Cuba

e Brasil; com IDH médio – Jordânia, Argélia e Sri Lanka; com IDH baixo – Quênia, São Tomé e

Príncipe e Paquistão

b. O Brasil tem índices mais elevados que os países com baixo IDH, o que significa uma maior expec-

tativa de vida, um tempo maior de escolaridade e Rendimento Nacional Bruto per capita mais ele-

vado No entanto, comparado aos países de IDH muito elevado, o Brasil apresenta grandes dispari-

dades, por exemplo, cerca de 5 anos de estudo a menos por pessoa, em média, do que a Noruega

As taxas de mortalidade e de expectativa de vida também encontram diferenças consideráveis em

relação àqueles países, o que não inclui o Brasil no grupo dos países com IDH muito elevado

c. Os países com baixo IDH apresentam altas taxas de mortalidade infantil por causa da falta de sa-

neamento básico e de atendimento médico-hospitalar que garantam condições mínimas de saúde

para a população Nos países com IDH elevado, as taxas de mortalidade infantil são baixas em

virtude da boa qualidade do sistema médico-hospitalar e do amplo acesso da população ao sane-

amento básico

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ATIVIDADE FINAL: FILME, LEITURA DE TEXTO E DEBATE (P. 76)

O conteúdo do filme sugerido nesta seção pode ser muito complexo para os alunos do Ensino Médio,

mas, com o esclarecimento de conceitos e a orientação adequada, ele permite ampliar, de forma muito

rica, os conhecimentos relacionados ao capítulo e a compreensão sobre a questão do subdesenvolvi-

mento Se possível, antes da produção do texto, estimule um debate em sala de aula, de forma a forne-

cer, aos alunos, conteúdos, argumentos satisfatórios e embasamentos teóricos para serem explorados

em seus trabalhos

O filme em questão é bastante representativo dos assuntos tratados no capítulo De preferência, é

interessante exibir pequenos trechos do filme ao longo de várias aulas, para que ideias, dados e infor-

mações pertinentes à temática do capítulo possam ser esclarecidos e debatidos

Durante o debate, é interessante que os alunos façam anotações sobre os assuntos abordados, para

que estas sirvam de base para a elaboração do texto

As disparidades socioeconômicas e a relação de dependência econômica entre os países subdesen-

volvidos e desenvolvidos são a temática central do filme Portanto, é importante deter-se na análise dos

exemplos para esclarecer a teoria Além da produção de texto, pode-se estimular a turma a elaborar

um cartaz que retrate as ideias centrais de Milton Santos sobre o mundo subdesenvolvido

No momento da leitura e da produção de texto, leia o texto juntamente com os alunos e peça-lhes

para identificar a principal teoria desenvolvida pelo autor, referente às diferenças entre crescimento

econômico e desenvolvimento Discuta a pertinência do tema para a análise da realidade brasileira,

mostrando exemplos de discursos políticos que ressaltam dados de crescimento econômico, mas

omitem, muitas vezes, os reais problemas sociais a serem enfrentados Apresente as dificuldades

enfrentadas pelos países subdesenvolvidos para se livrarem de sua dependência econômica em rela-

ção aos países ricos, assim como as estratégias que podem ser introduzidas pelo poder público para

amenizar essa situação

a. Crescimento econômico e desenvolvimento não são sinônimos O crescimento econômico implica

no aumento da produção e do consumo em determinada época, elevando a oferta de empregos

Já o desenvolvimento requer que haja ampliação da produção acompanhada por modernizações

tecnológicas que reduzam o grau de dependência do país diante da tecnologia estrangeira, além

de promover melhorias sociais que aumentem a qualidade de vida da população

b. Infraestrutura insuficiente para atender às necessidades da população, grande desigualdade so-

cial entre ricos e pobres, e educação e saúde de difícil acesso pela população de baixa renda

Em seu texto, é importante que os alunos destaquem que o principal entrave para conciliar os

dois fenômenos consiste no intenso grau de dependência econômica dos países subdesenvolvi-

dos em relação aos desenvolvidos Essa dependência se manifesta na necessidade de os países

subdesenvolvidos atraírem capital externo para que sejam realizados investimentos no setor

produtivo e na infraestrutura, na necessidade de importarem tecnologia dos países desenvol-

vidos e nas relações comerciais desfavoráveis que mantêm com estes, nas quais os países

subdesenvolvidos privilegiam a produção de bens para o mercado externo, em detrimento do

mercado interno

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caPítulo 5 – conflitos e questões territoriais na

áfrica e na aMérica latina

Para compreender a origem dos conflitos territoriais que assolaram a África – e ainda assolam

algumas de suas regiões –, é fundamental compreender como se desdobrou o processo de dominação

colonial imposto por países europeus ao continente Esse processo, simplificadamente, promoveu a

“partilha da África”, por meio da definição artificial de fronteiras entre os países, forçando, por exem-

plo, a convivência entre grupos étnicos rivais Sendo assim, torna-se uma alternativa recomendável

solicitar a realização de pesquisas complementares para recompor com mais detalhes o processo de

colonização da África A organização dessas pesquisas pode ser realizada com base no desenvolvimen-

to de um projeto interdisciplinar envolvendo o professor de História, que contribua com as orientações

referentes aos processos históricos, e o de Geografia, que se encarregue de orientar os alunos na aná-

lise dos desdobramentos territoriais

Utilize o mapa da página 79 para auxiliar na compreensão do processo de colonização da África

Posteriormente, ao trabalhar os movimentos de independência dos países africanos, o professor

pode retomar os processos ligados à Segunda Guerra Mundial, estudados no capítulo 1, para demons-

trar que o enfraquecimento dos países europeus, arrasados pelos bombardeios, contribuiu para forta-

lecer as reivindicações de independência na África Oriente os alunos a relacionar a perda do controle

colonial europeu sobre os países africanos ao desencadeamento dos conflitos entre os grupos étnicos

desses países, em função do poder administrativo dos Estados recém-formados

Também é interessante promover a leitura coletiva das partes do texto que evidenciam a violência

dos conflitos na África e a consequente intensificação dos quadros de pobreza Aproveite esses mo-

mentos para discutir questões relacionadas à ética e à valorização da vida humana

Conduza o reconhecimento dos principais conflitos na América Latina, destacando seus fatores

geradores Pode-se realizar uma comparação entre esses fatores e aqueles que estão por trás dos

conflitos africanos Sobre as questões geopolíticas da Amazônia no Brasil, proponha aos alunos que

realizem, por meio de uma pesquisa na internet e/ou em livros, um levantamento das fragilidades fron-

teiriças brasileiras, problematizando os possíveis riscos relacionados a elas

ABERTURA: ATIVIDADE COMPLEMENTAR (P. 78)

1. Além dos objetivos intrínsecos de uma guerra – vencer o inimigo e conquistar território e poder –, os

conflitos armados envolvem outros interesses nem sempre evidentes A canção do Senhor da Guerra

expõe alguns deles Cite-os

Resposta: aumento da produtividade, evolução tecnológica e lucro com a venda de armas

2. De acordo com o contexto da música, os benefícios trazidos pelas guerras serviriam para justificá-

-las? Explique

Resposta: não A música expressa uma crítica às guerras e à perda da vida de pessoas (sobretudo,

as jovens), o que nem mesmo a geração de empregos poderia compensar

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Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades

PARA LER E REFLETIR – FOME, AIDS E GUERRAS NA ÁFRICA (P. 82)

1. Durante o tempo de dominação colonial, o continente africano foi partilhado entre as potências co-

lonizadoras, seus recursos naturais foram explorados e seus povos escravizados Nesse período,

tribos foram divididas e etnias rivais, colocadas no mesmo território Após a independência de boa

parte desses domínios coloniais, emergiram conflitos internos entre os diversos grupos locais Por

causa da falta de investimentos e de políticas públicas e sociais ao longo de sua história, marcada

pela exploração, parte significativa da população do continente africano se encontra imersa em pro-

blemas como a fome, o desemprego e a violência

2. Devido à falta de oportunidades de ascensão socioeconômica e à carência de direitos e serviços bási-

cos para sua sobrevivência, uma parcela da população do continente africano migra rumo aos países

da Europa, com o intuito de melhorar suas condições de vida

3. Em relação aos demais continentes, pode-se afirmar que o número de casos de Aids na África é

muito superior, principalmente na porção subsaariana Entre as razões que contribuem para a con-

figuração desse quadro, estão: a falta de acesso da população aos meios de prevenção da doença,

sua falta de informação sobre o assunto e a dificuldade de os governos conseguirem investimentos

para financiar o combate à Aids

PARA LER E REFLETIR – BIODIVERSIDADE E BIOPIRATARIA NA AMAZÔNIA (P. 92)

Ressalte que a biopirataria na Amazônia é uma das principais questões geopolíticas presentes na

região A fiscalização precária e a grande extensão e densidade da floresta dificultam uma ação mais

efetiva do poder público para conter o extravio de elementos da flora e da fauna locais para o exterior

1. Por causa de sua biodiversidade composta de espécies da fauna e da flora, e do conhecimento das

comunidades tradicionais da floresta sobre animais e plantas Essas espécies são exploradas, apro-

priadas e extraviadas ilegalmente da Amazônia para o exterior, onde servem como matéria-prima

e como meio para a produção de alimentos, cosméticos e remédios, patenteados por empresas e

laboratórios de pesquisa

2. A biopirataria é comumente praticada na Amazônia por causa da falta de uma fiscalização eficiente

na região e de uma legislação que regulamente as atividades de exploração dos recursos naturais

BIODIVERSIDADE E BIOPIRATARIA NA AMAZÔNIA – INTERDISCIPLINARIDADE COM BIOLOGIA (P. 92)

A questão da biopirataria na Amazônia é uma temática analisada não apenas na Geografia, mas

também na Biologia Essas disciplinas analisam, em especial, temas relacionados ao mercado farma-

cêutico e à biotecnologia

RETOMANDO O CONTEÚDO (P. 93)

1. No século XIX, o continente africano sofreu intenso processo de ocupação colonialista, que se am-

pliou na segunda metade desse século Isso se deve, sobretudo, a dois fatores:

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62 Manual do Professor

• ao desenvolvimento industrial ocorrido na Europa, que exigiu, por parte dos países que se in-

dustrializavam nesse continente, a utilização de matérias-primas existentes na África;

• à necessidade que os europeus sentiram de ampliar os mercados de consumo da sua produção

industrial, o que conduziu, no fim do século XIX, à denominada “partilha do continente africano”,

realizada entre as potências europeias que se industrializavam

2. Com o fim da dominação colonial dos europeus na África, tiveram início outros conflitos no conti-

nente, em geral ligados à constituição do governo de cada um dos novos países africanos Muitos

desses países abrigavam, por imposição colonial, nações de origem e características diferentes,

por vezes, até rivais Com a independência, essas nações passaram a disputar o poder, conduzindo

a África a uma situação de permanente conflito A eclosão desses conflitos no território africano foi

contemporânea à vigência da Guerra Fria, o que agravou a situação Os Estados Unidos e a antiga

União Soviética, motivados pela ideia de expandir suas respectivas áreas de influência, ofereceram

apoio bélico e financeiro às nações que se posicionavam ideologicamente a seu favor

3. Em 1961, no auge da Guerra Fria, o governo cubano declarou sua adesão ao bloco socialista Como

retaliação, os Estados Unidos tomaram uma série de medidas para desestabilizar o governo de Fidel

Castro, entre elas o bloqueio econômico a Cuba, instituído em 1962 A partir dessa ação norte-ame-

ricana, intensificou-se a aproximação diplomática entre Cuba e a antiga União Soviética Isso rendeu

a Cuba certos privilégios, como o tratamento preferencial comercial deste por aquele país, o que

possibilitou a Cuba, por exemplo, a importação de petróleo soviético a preços mais baixos que os

praticados no mercado No inicio dos anos 1990, com o fim da antiga União Soviética, a economia

cubana perdeu seus privilégios e entrou em crise O governo de Cuba promoveu, ao longo dessa

década, a abertura de sua economia ao livre mercado, a fim de captar investimentos externos e

manter os setores produtivos do país Uma das atividades econômicas que mais se beneficiou com

essas medidas foi o turismo, que se expandiu significativamente ao longo dos anos 1990, até o início

dos anos 2000 Entretanto, o crescimento econômico resultante da expansão do turismo e de outras

atividades não foi suficiente para reverter a crise pela qual o país continua passando

4. Em agosto de 2000, o governo colombiano, com o apoio militar e financeiro dos Estados Unidos,

estabeleceu o Plano Colômbia, um plano de ação conjunta cujo objetivo era acabar com a produção

e a comercialização da cocaína na Colômbia Segundo muitos analistas, a implantação do Plano

Colômbia tinha também a finalidade de enfraquecer o poder das Farc, embora esse objetivo não

fosse explicitado Os objetivos do Plano Colômbia não foram alcançados em sua plenitude, pois a

produção e a comercialização da cocaína ainda hoje é muito expressiva na Colômbia No entanto, o

poder das Farc nesse país diminuiu ao longo dos anos 2000

5. Na geopolítica brasileira, o tema Amazônia sempre mereceu destaque especial, o que se justifica por

aspectos como: sua enorme extensão territorial; a existência de imensos vazios demográficos em

seu interior; a presença de uma das maiores reservas naturais da Terra, a Floresta Amazônica; a pre-

sença da maior biodiversidade planetária; a sua imensa riqueza mineral; e, hoje como um significado

cada vez mais expressivo, a existência da maior reserva de água doce do mundo Associadas a tudo

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isso, existem as questões do narcotráfico e do contrabando de animais e de armas na Amazônia, que

justificam a existência de planos de ocupação militar de trechos do território, sobretudo na região de

fronteira Preocupado com essas questões, o governo brasileiro elaborou uma estratégia de ocupa-

ção geopolítica do espaço amazônico por meio de dois projetos especiais: o Calha Norte e o Sivam

6. Calha Norte – entre os principais objetivos desse plano estavam: assegurar a soberania e a inte-

gridade nacional; fiscalizar o tráfego aéreo e fluvial na região de fronteira; combater as atividades

ilegais vinculadas ao contrabando de ouro e de outras pedras preciosas e ao narco tráfico; controlar

invasões de reservas indígenas; dar assistência a povos indígenas; e evitar conflitos entre grupos

nativos, posseiros e garimpeiros

Sivam – entre os objetivos do Projeto Sivam estão: controlar o tráfego aéreo regional das empresas

comerciais; combater o contrabando de ouro e de outras pedras preciosas; detectar áreas de plan-

tio ou industrialização vinculadas ao narcotráfico; controlar voos e aeroportos clandestinos; fazer o

mapeamento dos recursos naturais da região; e promover a proteção ambiental, com a verificação

de desmatamento e o combate a incêndios florestais

AMPLIANDO O CONHECIMENTO (P. 93)

7. a. Os principais tipos de conflito retratados são os relacionados a problemas com demarcação de fron-

teiras e conflitos ambientais, energéticos e agrários

b. O conflito localizado na área da usina de Itaipu está relacionado ao preço da energia utilizada pelo

Brasil, que é de direito do Paraguai; os conflitos entre fazendeiros e brasiguaios, brasileiros que têm

terras no Paraguai, contra os sem-terra estão relacionados às lutas pela posse e pela utilização de

terras nessas áreas; os problemas entre pecuaristas e agricultores estão associados ao desmata-

mento de terras e a desentendimentos com indígenas, habitantes das áreas de preservação

8. a. O mapa revela a questão da desnutrição e insegurança alimentar na África Observa-se um quadro de

maior gravidade na porção subsaariana do continente

b. No século XIX, o continente africano sofreu intenso processo de ocupação colonialista Esse proces-

so intensificou-se na segunda metade daquele século Isso ocorreu por causa, sobretudo, de dois

fatores: do desenvolvimento industrial ocorrido na Europa, que exigiu a utilização de matérias-pri-

mas existentes na África; e da necessidade de os europeus ampliarem os mercados de consumo da

sua produção industrial, o que resultou, no fim do século XIX, à denominada “partilha do continente

africano” Com o fim da dominação colonial dos europeus na África, tiveram início outros conflitos

no continente, em geral, ligados à constituição do governo de cada um dos novos países africanos

Muitos desses países abrigavam, por imposição colonial, nações de origem étnica e características

diferentes, por vezes, até rivais Com a independência, essas nações passaram a disputar o poder,

conduzindo a África a uma situação de permanente conflito Surgiram conflitos no continente afri-

cano que alcançaram enormes proporções, repercutindo internacionalmente Um dos conflitos mais

violentos ocorreu entre os grupos étnicos hutu e tutsi, em Ruanda e Burundi Para muitos estudiosos,

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os conflitos no continente africano seriam um efeito da ocupação da África durante o período colonial

Em meio ao caos geopolítico pelo qual o continente passou durante séculos, as condições sociais

foram agravando-se gradativamente, e, hoje, boa parte da população dos países africanos não tem

acesso a condições básicas de sobrevivência, como alimentação e saúde

ATIVIDADE FINAL: LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO (P. 94)

Professor, depois de ler os três trechos com os alunos, você pode propor um debate sobre os temas

tratados Para aprofundar o conhecimento deles sobre o assunto, peça-lhes que pesquisem em sites,

jornais e revistas: entrevistas concedidas por Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente; textos da

geógrafa Berta Becker, uma das maiores pesquisadoras do tema Amazônia; discursos sobre a preser-

vação da floresta difundidos pelos movimentos ambientalistas; entre outros materiais que tratam da

geopolítica da Amazônia

Capítulo 6 – Conflitos e questões territoriais na Ásia

Este capítulo, além de contemplar especificamente os diversos conflitos que ocorrem na Ásia, pos-

sibilita aos alunos uma visão de conjunto do continente, de modo que possam identificar, na diversi-

dade étnica, religiosa, política e de desenvolvimento que o caracteriza, uma das principais causas da

existência dos vários focos de tensão O histórico de interferências externas no continente também é

um fator muito importante para os desdobramentos dos conflitos territoriais atrelados a questões po-

líticas ou étnico-religiosas

Para abordar os múltiplos aspectos que envolvem os conflitos entre palestinos e israelenses, peça

aos alunos para que sistematizem no caderno os principais eventos históricos que, ao longo do tempo,

deram contorno às animosidades entre esses povos Oriente-os a perceber como a rápida estruturação

bélico-militar israelense foi preponderante para vencer as ofensivas árabes, em uma série de guerras

travadas desde a fundação do Estado de Israel Destaque como essas vitórias foram importantes para a

definição da organização territorial na Palestina e para a inviabilização de um Estado palestino – e, conse-

quentemente, para a falta de autonomia plena dos palestinos em relação aos israelenses Os mapas das

páginas 97, 98 e 99 ajudam a ilustrar esses aspectos, enfatizando as dificuldades para a manutenção da

coesão territorial pelos palestinos em função da fragmentação entre a Faixa de Gaza e a Cisjordânia

É fundamental discutir com os alunos a importância das reservas de petróleo e as interferências

estrangeiras para a origem das guerras entre os países do golfo Pérsico Ao abordar as lutas do povo

curdo para a conquista de um Estado, é importante levar os alunos a compreender que a distribuição

desse povo por vários Estados já constituídos e controlados por etnias diferentes é uma razão que difi-

culta a consolidação desse objetivo

Ao tratar da China, é interessante promover o reconhecimento dos diferentes exemplos de conflitos

territoriais que o país enfrentou ao longo de sua história, conduzindo os alunos na interpretação das

especificidades que caracterizaram cada evento

No que se refere à Coreia, é necessário discutir com os alunos sua fragmentação – que gerou um

país capitalista (Coreia do Sul) e outro socialista (Coreia do Norte) –, como um processo vinculado ao

acirramento das disputas entre Estados Unidos e URSS, durante a Guerra Fria Ressalte que essas

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potências se enfrentavam indiretamente em batalhas regionais, apoiando lados contrários entre as

forças que efetivamente protagonizavam a guerra

Assim como ocorrera na África, os conflitos e as tensões na península Indiana, sobretudo entre

Índia e Paquistão, têm raízes no processo de ocupação europeia e em sua posterior independência

Retomando itens do capítulo anterior, oriente os alunos a estabelecer comparações entre os conflitos

nesses dois continentes

ABERTURA: ATIVIDADE COMPLEMENTAR (P. 96)

De que trata o texto apresentado na abertura do capítulo? Em que sentido o Conselho de Segurança

da ONU tem agido para intervir nos problemas relatados no texto?

Resposta: o texto trata da preocupação internacional com a Ásia Central, região bastante conflitu-

osa do planeta O Conselho de Segurança da ONU busca alternativas para resolver os conflitos já

existentes ou para agir de maneira preventiva, evitando que novos conflitos surjam

Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades

CONFLITO ÁRABE-ISRAELENSE – INTERDISCIPLINARIDADE COM HISTÓRIA (P. 97)

Professor, muitas vezes, a análise do conflito árabe-israelense em Geografia foca principalmente

questões atuais Contudo, para que os alunos tenham uma compreensão mais aprofundada sobre o as-

sunto, é necessário que retomem temas históricos, como a ocupação histórica da região, o surgimento

do Islamismo e a sua expansão Avalie a integração dos temas analisados em Geografia aos de História,

de modo a aprofundar a análise de um conflito que persiste até os dias atuais

PARA LER E REFLETIR – A VIDA DA POPULAÇÃO NOS TERRITÓRIOS PALESTINOS (P. 100)

O boxe permite destacar as consequências dos conflitos entre árabes e israelenses para os povos

palestinos e judeus, como o clima de insegurança entre judeus e palestinos e a situação de palestinos

que vivem em territórios ocupados por israelenses Ressalte a situação de pobreza dos palestinos dian-

te das sanções econômicas impostas por Israel, comentando que, quanto mais ela se agrava, maiores

são as chances de os movimentos fundamentalistas se fortalecerem Essa situação é resultado de

décadas de conflitos, e ainda será necessário realizar muitas negociações na tentativa de que eles se

resolvam

As ofertas de trabalho, além de insuficientes, estão extremamente concentradas nas áreas israe-

lenses Isso gera um problema grave para muitos palestinos: constantemente, eles precisam adquirir

autorizações de entrada em Israel para que possam trabalhar nessas áreas Entretanto, o número de

autorizações para esse fim é bastante inferior à demanda, o que impede que a maior parte desses pa-

lestinos entre no território de Israel Além disso, os palestinos que conseguem trabalho do outro lado

da fronteira gastam mais da metade de seus salários em transporte, e o tempo de seu deslocamento

costuma ser superior a 2 horas por trajeto Como resultado disso, há piores condições de vida (falta

de alimentos, remédios e assistência médica) e de moradia (residências sem saneamento básico ou

mesmo divisórias internas) nas áreas ocupadas por palestinos

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PARA LER E PESQUISAR – NOVO LÍDER COMANDARÁ A COREIA DO NORTE COM A AJUDA DE MI-

LITARES E TIOS (P. 109)

Professor, você pode comentar as últimas notícias sobre ameaças e testes nucleares efetuados pela

Coreia do Norte, destacando a posição da comunidade internacional frente a isso É importante orien-

tar os alunos a buscar notícias recentes sobre o regime político norte-coreano e seu projeto nuclear A

pesquisa pode resultar em um debate sobre as ameaças da Coreia do Norte à paz mundial

RETOMANDO O CONTEÚDO (P. 112)

1. Com o fim da Primeira Guerra Mundial, em 1918, a Palestina ficou sob o controle do governo britâni-

co – contrário, naquele momento, à formação de um Estado judeu em seus domínios coloniais Mas,

terminada a guerra, em 1945, a Grã-Bretanha rapidamente perdeu o controle político sobre a região,

e a questão da formação de um Estado judeu na Palestina foi transferida para a ONU Assim, em

1947, essa organização aprovou um plano de partilha do até então território palestino em dois terri-

tórios: um árabe e um judeu A partir daí, teve início um processo de sucessivos conflitos regionais

Os mais violentos foram as guerras de 1948, 1967 e 1973

2. A grande concentração de reservas petrolíferas torna a região do golfo Pérsico estratégica para o

mundo inteiro Qualquer conflito que ocorra nessa região é alvo de interesse de todo o planeta, em

especial das grandes potências

3. A questão estratégica do petróleo e as profundas diferenças culturais entre o Ocidente e o Oriente

Médio fazem que essa região esteja em clima de constante instabilidade Em agosto de 1990, o Iraque

promoveu a invasão do Kuwait, sob a alegação de que este não estava cumprindo o acordo firmado

entre os países-membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que estabele-

cia uma cota de produção de petróleo Liderado por Saddam Hussein, o ato iraquiano provocou forte

repúdio internacional, culminando com a interferência militar dos Estados Unidos – um dos maiores

compradores do petróleo produzido no Oriente Médio –, sob a autorização da ONU

Assim começou a Guerra do Golfo, conflito que durou de 17 de janeiro a 28 de fevereiro de 1991,

resultan do na expulsão das tropas iraquianas do Kuwait e na morte de algumas dezenas de milha-

res de pessoas, a maioria soldados e cidadãos iraquianos

4. Os curdos descendem de povos antigos que habitaram o Oriente Médio desde o século VII a C No

passado, eles viviam em estruturas tribais semelhantes às organizações feudais da Idade Média eu-

ropeia Com a formação do Império Otomano, no século XV da Era Cristã, o povo curdo espalhou-se

por várias partes do Oriente Médio Com o fim da Segunda Guerra Mundial, as principais potências

vencedoras definiram novos tratados político-territoriais para essa região, incluindo um traçado para

as fronteiras do Curdistão, cuja localização foi definida entre Turquia, Iraque, Síria e Irã Se o país

dos curdos fosse estabelecido concretamente, esses países perderiam grande parte de sua principal

fonte de renda, o petróleo, o que explica a enorme resistência à efetiva implantação do novo país

5. A presença das potências capitalistas no território da China Imperial provocou a eclosão de uma sé-

rie de rebeliões internas e a formação do Partido Nacionalista (Kuomintang) A importância política

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desse partido cresceu bastante na década de 1910 e, rapidamente, ele conquistou um poder parcial

no país Em 1911, as lideranças do Kuomintang proclamam a República da China No início da década

de 1920, um grupo de líderes populares na China, entre os quais Mao Tsé-tung, acreditando nos ideais

socialistas, fundou o Partido Comunista Chinês Devido à situação caótica da China (especialmente no

campo, onde os senhores de terras impunham condições de trabalho sub-humanas aos camponeses),

os comunistas rapidamente se impuseram Definiu-se, dessa forma, a presença de duas grandes forças

políticas na China: uma capitalista, representada pelas lideranças do Partido Nacionalista, outra socia-

lista, representada pelas lideranças do Partido Comunista Embora antagônicas em relação ao regime

econômico defendido, as duas forças eram unidas por um mesmo sentimento nacionalista, lutando

juntas contra a presença das potências imperialistas no território chinês

6. Taiwan foi um dos territórios que a China perdeu no século XIX para as potências capitalistas que

adentraram suas fronteiras A ilha, também chamada de Formosa – nome dado pelos portugue-

ses a um entreposto comercial instalado nela por volta de 1600 –, passou para o domínio do Japão

no final do século, permanecendo sob o domínio das tropas japonesas até o término da Segunda

Guerra Mundial, quando foi reincorporada à China, então governada por Chiang Kai-shek, o líder do

Kuomintang

Em 1949, com a vitória das forças comunistas na China, a ilha abrigou as lideranças derrotadas, que

nela fundaram a República da China ou China Nacionalista Sob o comando de Chiang Kai-shek,

passaram a agir internacionalmente, como legítimos representantes da China no mundo A postura

do governo Kuomintang de Taiwan foi influenciada pelos Estados Unidos, que acreditavam na possi-

bilidade de crescimento dessa resistência e de reversão do quadro político na China, onde as forças

comunistas consolidavam seu poder

Devido à postura norte-americana, o governo de Taiwan foi aceito como legítimo representante do

povo chinês em várias organizações internacionais, inclusive na ONU, até o início dos anos 1970

Em 1971, ele se retirou da ONU, quando foi aprovada a entrada, nessa organização, da República

Popular da China, na condição de legítima representante do povo chinês

7. Nas duas últimas décadas, o governo chinês vem promovendo uma série de mudanças econômicas

internas, entre elas, a abertura de parte de sua economia para o livre mercado Esse processo ocorre

de forma gradual, obedecendo ao princípio “um país, dois sistemas” Um exemplo dessa convivência

de sistemas (capitalista e socialista) na China é o acordo, firma do entre o Reino Unido e Portugal, no

qual estes se comprometeram a devolver ao país seus domínios na região: Hong Kong e Macau, res-

pectivamente O primeiro foi devolvido à China no dia 1o de julho de 1997, mediante o compromisso

de os chineses assegurarem a autonomia administrativa desse território e o funcionamento de sua

economia nos moldes do livre mercado por, no mínimo, 50 anos O mesmo foi definido no acordo de

devolução de Macau, em 20 de dezembro de 1999

8. A Guerra da Coreia assumiu grandes proporções porque os coreanos do norte eram apoiados pela

URSS e os coreanos do sul, pelos Estados Unidos, que não aceitavam, em hipótese alguma, que toda

a Coreia se transformasse em um país comunista Buscando rechaçar o avanço das tropas da Coreia

do Norte sobre o território da Coreia do Sul, os Estados Unidos, com o apoio da ONU, enviaram uma

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poderosa força militar para lutar ao lado das tropas sul-coreanas A ação militar dos Estados Unidos

na península mudou o rumo do conflito, pois em pouco tempo suas tropas já lutavam contra as for-

ças invasoras ao norte da linha que dividia os dois países: o paralelo 38° N

Em 1951, uma nova força militar começou a participar do conflito, dessa vez ao lado das forças

norte-coreanas: a República Democrática da China ou China Comunista Isso determinou que a

guerra alcançasse proporções ainda maiores

O acordo de paz que selou o fim do conflito reafirmou o paralelo 38° N como divisor entre os dois

países, com a criação de uma zona desmilitarizada nas fronteiras entre eles Esse acordo, no en-

tanto, não solucionou definitivamente os problemas entre as partes, pois o desejo de unificação da

Coreia, dividida pelos interesses das superpotências durante a Guerra Fria, ainda existe entre os

habitantes da península

9. A Caxemira é uma das regiões mais férteis da península Indiana Dois terços de seu território es-

tão sob o controle da Índia, e o restante pertence ao Paquistão Há também uma pequena área da

Caxemira em território chinês A população local é majoritariamente muçulmana Até 1947, a Índia

era um dos territórios do grande Império Britânico Logo após sua independência, intensificaram-se

as rivalidades entre hindus e muçulmanos Formaram-se, então, três países: um predominantemen-

te hindu, a Índia; e dois de maioria muçulmana, o Paquistão Ocidental (atual Paquistão) e o Paquistão

Oriental (atual Bangladesh) Os conflitos ainda não foram resolvidos, pois Índia e Paquistão disputam

a posse da região, em um clima de forte instabilidade político-militar Essa questão é um dos focos

de preocupação internacional, principalmente porque Índia e Paquistão têm bombas nucleares em

seus arsenais bélicos

AMPLIANDO O CONHECIMENTO (P. 112)

10. a. Espera-se que os alunos percebam que o Oriente Médio é o maior produtor de petróleo do mundo A

América Latina, da qual o Brasil faz parte, é o quarto maior grupo produtor desse recurso Destaque

que o petróleo é praticamente a única fonte de receita econômica para alguns países da região do

Oriente Médio

b. (I) Enfatize que essa região é constituída basicamente de desertos com climas adversos, impróprios

para a atividade agrícola A maior riqueza do Oriente Médio é o petróleo Alguns estudiosos afirmam

que a dependência econômica do petróleo pode impedir que os países do Oriente Médio desenvol-

vam outras atividades econômicas produtivas, como a industrial Outro aspecto que deve ser consi-

derado é a possibilidade de esgotamento desse recurso mineral na região: quando as jazidas ficarem

escassas, as nações dependentes de petróleo poderão sofrer abalos econômicos

(II) Os maiores produtores de petróleo do Oriente Médio são: Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuwait,

Emirados Árabes Unidos, Catar e Barein

11. a. A região é disputada pela Índia e pelo Paquistão, países que têm de armamentos nucleares Isso ele-

va a preocupação da comunidade internacional com a possibilidade de ocorrerem conflitos nucleares

entre os dois países

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b. Essa disputa pela região entre Índia e Paquistão é um dos focos de preocupação internacional, prin-

cipalmente porque os dois países têm bombas nucleares em seus arsenais bélicos Os conflitos ain-

da não foram resolvidos e a disputa pela posse da região traz grande instabilidade político-militar

Socialize as informações pesquisadas pelos alunos nesta atividade

ATIVIDADE FINAL: LEITURA, PESQUISA E DEBATE (P. 113)

A atividade permite estimular a reflexão dos alunos sobre a produção de armamentos, testes nucle-

ares e ameaças à paz mundial Pode-se destacar o fato de países emergentes ou pobres, como Índia e

Paquistão, apresentarem grande arsenal bélico, retomando o assunto dos testes nucleares promovidos

pela Coreia do Norte Nesta atividade, inserimos alguns pontos de vista sobre o tema armamentos

nucleares e suas implicações geopolíticas mundiais Em um primeiro momento, é interessante utilizar

todos os textos, materiais e recursos disponíveis ou que possam ser pesquisados, como subsídio para

analisar as vantagens e desvantagens da produção de armas nucleares para os países A turma pode

ser orientada a registrar suas principais impressões e opiniões, justificando-as Essa estratégia servi-

rá de apoio na organização das ideias para o debate final Se achar necessário, promova a leitura dos

textos na íntegra

a. Os principais objetivos do tratado são: o não desenvolvimento e a não aquisição de armamentos nu-

cleares No entanto, pesquisas envolvendo o uso de energia nuclear para fins pacíficos podem ser

realizadas sob a inspeção da Agência Internacional de Energia Atômica O Brasil é signatário desse

tratado desde 1998

b. Entre os principais países que não assinaram o tratado estão Índia e Paquistão A Coreia do Norte

chegou a ser membro do TNP, mas, em 2003, retirou-se Atualmente, esses países têm armamentos

nucleares

c. O Irã é acusado pela AIEA de enriquecer urânio sem declarar à comunidade internacional que está

realizando esse procedimento As autoridades internacionais o acusam de desenvolver armamentos

nucleares, enquanto o governo iraniano defende o seu direito de utilizar tecnologia nuclear para o

desenvolvimento de energia

PROJETO INTERDISCIPLINAR: CONFLITOS NO MUNDO CONTEMPORÂNEO (P. 117)

Nesse projeto, as matérias relacionadas com Geografia são História e Filosofia

Sugerimos que essa atividade seja desenvolvida individualmente, ou, no máximo, em dupla

Recomendamos ao professor: estabeleça que os alunos escrevam no mínimo duas folhas de redação,

para que consigam abordar todos os itens mencionados de maneira relativamente satisfatória

Embora o tema possibilite abordagens bastante diferenciadas, com base nos conteúdos tratados

ao longo dos capítulos da unidade e da coletânea, espera-se que os alunos apresentem os seguintes

conteúdos em suas redações, mesmo que de forma aproximada:

• Segundo os gráficos: o aumento significativo do número de conflitos de pequena intensidade no

período posterior à Segunda Guerra Mundial; o aumento de conflitos de média intensidade após

o término da Guerra Fria; e o grande aumento do número de conflitos internos em relação aos

conflitos externos, sobretudo após a década de 1970 Os alunos poderão relacionar esses dados

ao próprio contexto político da Guerra Fria, como foi mencionado ao longo da unidade

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• Segundo os dados apresentados nos gráficos: no ano de 2012, as principais motivações liga-

das aos conflitos violentos foram as disputas pela predominância subnacional (quando grupos

armados desejam destituir a elite político-econômica no poder e controlar alguma subunida-

de político-administrativa ou obter autonomia em relação a esta), as disputas decorrentes de

divergências acerca do sistema político e/ou ideológico do Estado, e as disputas pelo controle

de recursos naturais; no caso dos conflitos de média intensidade, destacaram-se os conflitos

envolvendo o sistema político e/ou ideológico do Estado, as disputas pelo controle nacional (vi-

sando destituir a elite político-econômica no poder e controlar o Estado), os conflitos acerca

da predominância subnacional e por recursos; e no caso dos conflitos de pequena intensidade,

predominaram as divergências sobre o sistema político e/ou ideológico e as disputas territoriais

e pelo controle de recursos

• No tocante à distribuição dos conflitos, ocorrem mais conflitos de média e grande intensidade na

Ásia e na Oceania, na África Subsaariana e no Oriente Médio e Magreb No tocante à distribuição

dos conflito, ocorrem mais conflitos de média e grande intensidade na Ásia, principalmente no

Oriente Médio; na Oceania; no norte e no noroeste da África, em especial no Magreb (região onde

se localizam os países Líbia, Tunísia, Argélia, Marrocos e Mauritânia); e na África Subsaariana

• Os alunos podem justificar a maior incidência de conflitos nessas regiões de acordo com o con-

teúdo apresentado ao longo da unidade

• Há grande diversidade de grupos envolvidos em conflitos violentos, mas, grosso modo, eles

podem ser classificados em: minorias étnicas que lutam pela autonomia administrativa ou pela

independência política; grupos que defendem algum sistema ideológico distinto daquele ado-

tado pelo Estado; grupos que buscam ter o controle da exploração de recursos naturais como

meio de ascensão política e econômica no cenário nacional; e Estados que atuam reprimindo

divergências internas ou a favor de seus interesses no cenário internacional

• Muitos conflitos violam o direito à soberania do Estado, já que é frequente a ingerência/inter-

venção em locais de conflito por parte de outros países ou de organismos internacionais Em

alguns casos, essa ingerência busca, entre seus objetivos, garantir a democracia, a liberdade

civil e o respeito aos direitos humanos Retome a abordagem da Filosofia acerca dos conceitos

de soberania e democracia

• Como demonstra a tabela apresentada, os conflitos violentos, destacadamente as guerras civis,

os movimentos de independência, e as disputas territoriais e emancipatórias, causam grande

número de mortes, sobretudo na população civil Além da perda de vidas humanas, os conflitos

tendem a prejudicar o desenvolvimento social e econômico dos países envolvidos, na maioria

dos casos agravando a pobreza e a condição de subdesenvolvimento No âmbito da geopolítica,

os conflitos tendem a causar instabilidades políticas e econômicas no cenário internacional,

dificultando o crescimento e o desenvolvimento econômico de muitos países, não somente dos

envolvidos Isso porque, devido à globalização econômica, praticamente todos os países da eco-

nomia mundial são afetados por esses conflitos

• O Estado e a população civil têm poder bélico muito diferenciado: o Estado dispõe das Forças

Armadas (exército, marinha e aeronáutica), treinada e equipada para a guerra, ao passo que a

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população civil, por definição, não está preparada nem equipada para atuar em conflitos e guer-

ras Dessa forma, o número de perdas humanas tende a ser muito maior entre a população civil

do que entre os militares Esse uso diferencial da força entre a população civil e o Estado é retra-

tado nas fotos Em uma foto, há um pelotão do exército, todo equipado, abordando um cidadão, e,

em outra, um cidadão está combatendo o exército munido apenas de pedras Quando se trata de

conflitos entre Estados, também pode haver grande desigualdade de poder bélico, já que alguns

Estados têm Forças Armadas bem equipadas e treinadas, enquanto outros países não

• Inúmeros fatores estão relacionados às dificuldades para alcançar acordos de paz De forma

geral, os grupos detentores do poder político e econômico não aceitam ser destituídos de sua

posição ou não aceitam compartilhar o poder com outros grupos ou com a sociedade como um

todo (no caso do modelo democrático) A existência de sistemas políticos e, sobretudo, ideoló-

gicos e religiosos extremistas também dificulta a resolução de conflitos

ENEM E VESTIBULARES (P. 121)

1. Alternativa D

2. Alternativa D

3. Alternativa D

4. Alternativa A

5. Alternativa B

6. Os seguintes territórios ainda não foram devolvidos por Israel: Cisjordânia, Faixa de Gaza e Colinas

de Golã Embora os dois primeiros sejam considerados áreas autônomas, ainda são parcialmente

ligadas a Israel

7. Alternativa B

caPítulo 7 – o desenVolViMento da atiVidade industrial

Inicie o capítulo solicitando aos alunos que relacionem o processo de industrialização ao desenvol-

vimento econômico de um país Colocar-lhes desafios com esse, além de estimulá-los a participar das

aulas, permite que encontrem objetivos concretos no estudo do conteúdo

O professor pode dirigir uma leitura coletiva e a interpretação do boxe “O que foi a Revolução

Industrial” (p 128), como ponto de partida para identificar os elementos que contribuíram para a sofis-

ticação da cadeia produtiva (o que ocorreu de modo concentrado em determinados países e em momen-

tos diferentes da história) e discutir seus profundos reflexos na economia e na sociedade mundiais

A leitura do texto referente à classificação das indústrias pode ser solicitada orientando os alunos a

identificar os principais produtos fabricados em cada setor Posteriormente, é importante explicar que

a especialização da produção em setores industriais é um desdobramento da divisão do trabalho, que

se estende para além do âmbito das fábricas, o que implica a complementaridade entre os vários tipos

de indústria (além de outros setores da economia), formando-se, dessa forma, uma cadeia produtiva

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72 Manual do Professor

Podem ser discutidos ainda os fatores que influenciam na localização das indústrias Com esse ob-

jetivo, pode-se pensar a distribuição das indústrias pelo território brasileiro É importante levantar os

fatores que levaram à concentração industrial nas grandes cidades da Região Sudeste, e os fatores que

atualmente são responsáveis por um relativo processo de desconcentração industrial em direção a ou-

tras cidades do Sudeste e a outras regiões do país

ABERTURA: ATIVIDADE COMPLEMENTAR (P. 126)

Leia o texto e responda: o que retrata o jornalista sobre sua visita à fábrica sul-coreana?

Resposta: o jornalista retrata os rápidos avanços tecnológicos que têm ocorrido no mundo des-

de o século XX e que prosseguem no presente século, em especial durante a Terceira Revolução

Industrial Novas tecnologias abrem horizontes para a produção industrial, como: a customização

da produção; a simulação de voo e outras simulações possíveis graças aos sistemas de informação;

as impressoras que permitem a visualização de produtos antes de serem fabricados em escala co-

mercial; e a nanotecnologia, que permite a elaboração de produtos cada vez menores

Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades

PARA PESQUISAR E REFLETIR – CARTÉIS, TRUSTES E HOLDINGS (P. 132)

Ao abordar os tipos de indústria, o professor pode destacar que a concorrência entre as empresas

do setor industrial intensificou-se a partir do século XIX, quando esse setor ganhou expressividade

mundial Diante do aumento da competitividade, várias empresas industriais e financeiras adotaram a

prática da formação de trustes, cartéis e holdings, com o objetivo de aumentar seus lucros, superar a

concorrência e conquistar um mercado consumidor mais expressivo Isso levou setores importantes da

economia a serem controlados por grandes grupos financeiros, que influenciam as decisões estatais e

ditam os rumos da economia mundial

1. Porque os países-membros dessa organização definem conjuntamente as estratégias de produção

e o preço final de venda do petróleo no mercado mundial, além de controlar o volume de produção

desse recurso

2. Os países-membros da OPEP são: Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Irã, Iraque, Kuwait,

Catar, Angola, Argélia, Líbia, Nigéria, Equador e Venezuela

3. Resposta pessoal

PARA LER E REFLETIR – DESCONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL (P. 134)

Ao tratar deste boxe, o professor pode comentar que os critérios de localização industrial mudam

ao longo do tempo, por conta de novas vantagens de locação que podem surgir e mesmo de ações do

poder público, como os incentivos fiscais, que visam estimular o crescimento econômico de determi-

nados municípios, atraindo indústrias e investimentos Pode-se enfatizar que certas localidades, como

as grandes cidades, acabam não sendo mais tão atrativas para sediar unidades produtivas, pois se

tornam custosas e apresentam diversos problemas urbanos (sociais e ambientais)

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Manual do Professor 73

1. Por causa do custo elevado de terrenos, impostos e mão de obra, além do trânsito e das rigorosas

exigências da legislação ambiental

2. Essas cidades passaram a concorrer entre si para atrair empresas e investimentos por meio da

redução da carga tributária ou até mesmo da isenção fiscal concedida pelo poder público municipal

Além disso, a rede de transportes foi desenvolvida e ampliada, favorecendo a logística de circulação

das mercadorias

PRIMEIRA, SEGUNDA E TERCEIRA REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS – INTERDISCIPLINARIDADE COM

HISTÓRIA, FILOSOFIA E SOCIOLOGIA (P. 135)

A análise do início da produção industrial está relacionada à criação de instituições com o objetivo

de garantir a manutenção do processo de produção industrial e da ordem pública Dessa forma, é

possível elaborar um projeto que tenha como objetivo analisar como o Estado adaptou-se às trans-

formações originadas pela Revolução Industrial e a importância da criação de instituições, como a

polícia e os manicômios, para garantir essa nova função do Estado Por meio de um projeto conjunto

dos professores de Geografia, História e Sociologia, podem ser trabalhados os contextos históricos

e as consequências das Revoluções Industriais, tanto no âmbito econômico como na configuração

espacial, e as mudanças acarretadas no modo de vida das sociedades industriais Professor, em

Geografia há a possibilidade de serem analisados conceitos já trabalhados na disciplina, como os de

Estado, território, instituição e soberania

RETOMANDO O CONTEÚDO (P. 139)

1. Além de produzir itens de consumo para a população, o setor industrial estimula atividades comple-

mentares, como o fornecimento de matérias-primas e energia, a produção de capitais, o comércio, os

transportes e os serviços Esse setor também gera trabalho, dinamizando a economia e a sociedade

Os elementos responsáveis pela intensificação da industrialização mundial foram as máquinas e o

aproveitamento de energias mais produtivas

2.

Fase Característica

Artesanato Processo de transformação realizado por uma só pessoa, o artesão, de forma manual, com a utilização de ferramentas simples

ManufaturaEra caracterizada pelo uso de máquinas simples e por certa divisão do tra-balho, pois cada pessoa realizava uma atividade diferente no interior de um mesmo processo produtivo

Revolução Industrial

Havia um ritmo acelerado de trabalho e de produção, com grande especiali-zação da atividade de cada trabalhador

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74 Manual do Professor

Fase atual

A indústria, na atualidade, caracteriza-se pela produção em grande escala, com a padronização das mercadorias, com grande mecanização e automação dos processos de fabricação Em muitas indústrias, robôs fazem atividades que antes eram realizadas por seres humanos Essa substituição gerou de-semprego, a extinção de algumas profissões e o surgimento de outras Além disso, principalmente nos países altamente industrializados, desenvolvem-se indústrias de alta tecnologia, as chamadas indústrias high-tech, como as de informática, aeroespaciais, farmacêuticas, de microbiologia, de telecomuni-cações e químicas

3. As indústrias de bens de produção (ou indústrias de base) são as que elaboram matérias-primas

provenientes da natureza e cuja produção é voltada para abastecer outras indústrias, fornecendo-

-lhes máquinas e produtos beneficiados ou para desenvolver infraestrutura de transporte, energia,

habitação etc Já as indústrias de bens de consumo são as que produzem diretamente para o mer-

cado consumidor, utilizando matérias-primas provenientes da indústria de base ou recursos ligados

à agricultura e à pecuária

4. As petroquímicas e as siderúrgicas estão ligadas às indústrias de equipamentos, fornecedoras de

matérias-primas e insumos, classificadas como indústrias de bens de produção

5. As indústrias de bens duráveis são as que fabricam mercadorias de alta composição técnica, como a

automotiva, a de eletrodomésticos, a de material elétrico e a de comunicações As indústrias de bens

não duráveis são as que produzem mercadorias de primeira necessidade e de consumo generaliza-

do, como a indústria alimentícia, a farmacêutica, a têxtil e a de vestuário

6. Os principais fatores são: a proximidade do mercado consumidor em relação às empresas que tra-

balham com produtos de baixo custo unitário e de consumo em massa; a proximidade das fontes de

matérias-primas; a proximidade das fontes de energia com alto consumo energético; transporte,

para o recebimento de matérias-primas e o escoamento da produção; e a proximidade da oferta de

mão de obra em relação às indústrias que utilizam grande número de trabalhadores e/ou às empre-

sas que procuram profissionais altamente qualificados

7. Na Primeira Revolução Industrial destaca-se o uso da máquina a vapor no campo da produção do

carvão, como fonte de energia Na Segunda Revolução Industrial destaca-se o crescente uso do pe-

tróleo e da eletricidade, como fontes de energia, e o surgimento do rádio Já na Terceira Revolução

Industrial destaca-se o grande avanço ocorrido nas áreas de robótica e de informática, levando à

crescente automação das atividades fabris

AMPLIANDO O CONHECIMENTO (P. 139)

8. Professor, as informações do texto problematizam a relação entre desenvolvimento tecnológico e

desemprego estrutural, um problema que atinge o setor industrial em grande escala Ao ler o tex-

to com os alunos, procure abordar criticamente as consequências da automação para a economia

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Manual do Professor 75

e para a sociedade contemporânea As questões propostas estimulam a interpretação de texto,

procedimento fundamental a ser desenvolvido no Ensino Médio

a. O desemprego estrutural ocorre em virtude do processo de automação, isto é, de substituição do

trabalho humano por máquinas e robôs O desemprego estrutural leva ao aumento da massa dos

excluídos sociais

b. A tendência apontada é que o desemprego estrutural atinge também os trabalhadores mais espe-

cializados em virtude da propagação não somente de maquinários, mas também de softwares, que

substituem esses trabalhadores, não havendo capacidade de o mercado absorver todos eles

c. As empresas investem na tecnologia de ponta aplicada ao setor produtivo para reduzir seus custos,

melhorar a qualidade dos produtos fabricados e, assim, ampliar seu mercado consumidor

9. a. O texto trata do fenômeno da descentralização ou desconcentração industrial Atualmente, devido

aos elevados custos de produção em grandes centros urbanos, como a Região Metropolitana de

São Paulo e a do Rio de Janeiro, diversas indústrias buscam novas áreas para implantarem suas

fábricas Essas novas zonas industriais costumam oferecer custos menores de produção, devido ao

menor valor da mão de obra, redução ou isenção de impostos e taxas, terrenos menos valorizados

e diversos outros incentivos fiscais que são oferecidos por estados e municípios

b. Professor, os principais fatores a serem analisados nesta atividade são os incentivos fiscais ofere-

cidos por diferentes estados e municípios brasileiros e a redução do custo de produção industrial

devido aos incentivos governamentais e à mão de obra mais barata

10. a. Esta imagem representa a Terceira Revolução Industrial, caracterizada por um grande avanço nos

campos da robótica e da informática

b. Esta imagem representa a Primeira Revolução Industrial, marcada pela introdução da máquina a

vapor na produção fabril

c. Segunda Revolução Industrial, marcada pelo crescimento do uso do petróleo como fonte de energia

primária

11. a. A Terceira Revolução Industrial se caracteriza pelo aumento na velocidade da troca de informa-

ções, com o diferencial que, desta vez a tecnologia de comunicação está mais distribuída pelo mundo

(internet) No entanto, ainda falta encontrar uma fonte de energia mais eficaz que substitua a matriz

energética atual

b. O autor revela que, apesar de ainda haver um grande número de pessoas sem acesso à internet em

todo o planeta, esse meio de comunicação alcançou proporções jamais imaginadas anteriormente,

possibilitando que bilhões de pessoas, em diferentes pontos do mundo, se comuniquem

c. Professor, espera-se que os alunos citem as inovações tecnológicas trazidas com a introdução da ro-

bótica e da nanotecnologia nos processos produtivos industriais, como maior precisão nas operações

e o desenvolvimento das tecnologias chamadas de “inteligentes” Pode-se extrapolar o âmbito da

indústria e explorar a possibilidade do uso da nanotecnologia na medicina, por exemplo

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76 Manual do Professor

ATIVIDADE FINAL: PESQUISA E TRABALHO DE CAMPO (P. 144)

Professor, esta atividade é interessante para que os alunos reforcem o conteúdo desenvolvido em

sala de aula sobre os tipos, as características e a dinâmica da produção industrial Eles conhecerão a

estrutura e o funcionamento da instalação industrial, podendo analisar as características do lugar onde

esta se situa, para compreender os critérios que levaram ao estabelecimento da unidade produtiva

É importante estimular uma reflexão em sala de aula antes de iniciar a atividade de campo, de

modo a preparar os alunos para os questionamentos e as observações que serão realizados no dia da

visita Caso eles apresentem dificuldades na definição do objeto de pesquisa, oriente-os e, se ne-

cessário, sugira-lhes alguns itens Elabore um planejamento das etapas do trabalho com os alunos

Sugerimos que a turma seja dividida em pequenos grupos para sistematizar melhor a atividade e a

divisão de tarefas

Algumas empresas, principalmente as transnacionais, têm áreas de visitação que permitem

conhecer seu funcionamento, além de salas para palestras e exibição de vídeos sobre seu modo de

operação, seu papel social, seu mercado consumidor e suas preocupações ambientais Se possível,

promova a atividade no início do ano ou do semestre letivo, já que as empresas que atendem grupos

de estudantes são muito requisitadas pelas escolas Caso a empresa não disponha de um site, pas-

se para a próxima etapa, que consiste na definição das questões a serem analisadas e verificadas

no dia da visita à unidade produtiva

Durante a visitação, estimule os alunos a observar, atentamente, as máquinas que são utilizadas,

os tipos de mercadoria que são produzidos, as relações de trabalho, a infraestrutura e a localização

da unidade produtiva Peça-lhes que registrem suas observações e as respostas da entrevista com o

funcionário, para depois produzirem um relatório analítico com base nesses dados

caPítulo 8 – a Produção industrial no brasil

Neste capítulo, é importante orientar os alunos no reconhecimento dos fatores que viabilizaram o

desenvolvimento industrial no Brasil, caracterizando o próprio processo de industrialização É funda-

mental que os alunos percebam que a industrialização no Brasil não surgiu por causa do amadureci-

mento da burguesia local em torno de um projeto de desenvolvimento interno, mas como uma tentativa

de atenuar, em momentos de crise, as fragilidades históricas relacionadas à dependência externa do

país – por meio de um modelo que ficou conhecido como “substituição de importações”

Destaque ainda a dependência externa que persiste na atualidade Isso porque o Brasil importa

tecnologia; há o domínio de grandes empresas multinacionais em setores estratégicos da economia

brasileira; existem desvantagens na DIT, quando o país exporta produtos com baixo valor agregado e,

em contrapartida, importa produtos com maior sofisticação; entre outros fatores

Também se deve chamar a atenção dos alunos para a função do Estado como promotor da indus-

trialização, seja como agente indutor direto, por meio da criação de empresas estatais, seja como rea-

lizador de obras de infraestrutura que beneficiam as indústrias O governo (em suas instâncias federal,

estaduais e municipais) também atua em defesa do setor industrial, concedendo-lhe empréstimos e

manipulando o sistema de tributação

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Manual do Professor 77

ABERTURA: ATIVIDADE COMPLEMENTAR (P. 146)

A atividade do operário em uma linha de montagem caracteriza-se por um trabalho repetitivo e res-

trito a uma função muito específica Levando isso em consideração, faça o que se pede a seguir:

1. Explique a semelhança entre o estilo do texto de Chico Buarque e o ritmo característico das linhas

de produção

Resposta: Chico Buarque simula, em seu texto, a cadência repetitiva das linhas de montagem,

usando sequências de palavras repetidas ou com sonoridades semelhantes

2. O fato de o operário realizar uma função específica, com grande segmentação do conjunto produti-

vo, provoca um estado de alienação do trabalhador que dificulta sua capacidade de dimensionar o

produto final, que ele próprio ajuda a fabricar Destaque do texto um trecho que faça alusão a essa

realidade

Resposta: “Eu não sei bem o que seja/Mas sei que seja o que será/O que será que será que se veja/

Vai passar por lá”

Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades

AS FASES DA INDUSTRIALIZAÇÃO – INTERDISCIPLINARIDADE COM HISTÓRIA (P. 147)

Professor, desenvolva um projeto em que a industrialização do Brasil possa ser analisada pela óptica

das disciplinas de Geografia e História Muitas vezes, em Geografia, a produção industrial é estudada com

maior foco na produção regional, o que pode ser corrigido em um trabalho conjunto com História

PARA LER E ANALISAR – A ECONOMIA CAFEEIRA E O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL NO ESTA-

DO DE SÃO PAULO (P. 148)

Neste boxe, destaque a importância da atividade cafeeira para o desenvolvimento da atividade in-

dustrial no estado de São Paulo e discuta com os alunos sobre os fatores que tornaram esse estado o

mais industrializado e desenvolvido do país

1. O lucro obtido pelo desenvolvimento da economia cafeeira no interior do estado de São Paulo possi-

bilitou a criação de uma infraestrutura de transportes voltada à atividade cafeeira Posteriormente,

foi possível também aplicar parte desse capital no desenvolvimento da industrialização, que utilizou

a infraestrutura de transportes já existente

2. O desenvolvimento industrial gera a criação de empregos e de infraestrutura, atraindo pessoas de

outras regiões em busca de emprego e de melhores condições de vida O crescimento populacional

contribui para a elevação das taxas de urbanização das localidades com maior concentração indus-

trial No caso da cafeicultura, a urbanização precedeu à industrialização

PARA PESQUISAR E REFLETIR – AS LEIS TRABALHISTAS E O EMPREGO NA INDÚSTRIA BRASILEIRA

(P. 151)

Professor, para ilustrar o que é tratado no boxe, proponha aos alunos a elaboração de entrevistas com

pessoas conhecidas, para que possam entender melhor as relações de trabalho entre empregadores

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78 Manual do Professor

e empregados Oriente-os a utilizar as questões oferecidas pelo boxe e, caso queiram explorar o tema

ou algum elemento com maior profundidade, a acrescentar outras perguntas É enriquecedor avaliar

os resultados em conjunto, sistematizando os dados, para que a turma possa perceber a quantidade

de entrevistados que trabalha sem receber encargos, com registro em carteira, os principais pontos de

reivindicação e como eles são negociados ou atendidos

PARA PESQUISAR E REFLETIR – DESCONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL NO ABC PAULISTA (P. 155)

O boxe permite ressaltar a dinâmica econômica de um dos maiores e mais tradicionais polos indus-

triais do Brasil, evidenciando os fatores que levaram à concentração industrial de empresas do setor

automobilístico na região e os motivos que alteraram seu perfil econômico nos últimos anos

Caso queira ampliar os exemplos relacionados à distribuição espacial da indústria automobilística,

proponha aos alunos a realização de uma pesquisa sobre a localização das unidades produtivas de

algumas montadoras de veículos e os critérios que as levaram a instalar-se nesses lugares

1. Entre as principais empresas do setor automobilístico, têm unidades produtivas no ABC paulista: a

Volkswagen e a Ford, em São Bernardo do Campo, e a GM, em São Caetano A Volkswagen também

tem unidades produtivas em Resende (RJ), São Carlos (SP), São José dos Pinhais (PR) e Taubaté

(SP); a Ford também tem unidades em Taubaté (SP) e Camaçari (BA); a GM tem outras fábricas em

São José dos Campos (SP) e Gravataí (RS); e a Fiat está instalada em Betim (MG)

2. Os incentivos fiscais concedidos por outros municípios, o alto custo dos terrenos e dos tributos,

a saturação da infraestrutura de transportes e o custo elevado da mão de obra no ABC paulista,

região que, nas décadas anteriores, era a que mais atraía empresas do setor automobilístico no

Brasil

RETOMANDO O CONTEÚDO (P. 160)

1. Na década de 1930, o forte impulso ao desenvolvimento industrial está relacionado a fatores exter-

nos e internos A depressão internacional provocada pela crise da bolsa de valores de Nova Iorque

gerou condições inéditas para o Brasil substituir as importações de bens não duráveis e de certos

semimanufaturados por bens produzidos no país Além disso, o governo Vargas afastou do poder

as oligarquias tradicionais, formadas pelos grandes proprietários de terra, que emperravam a in-

dustrialização Esse governo também foi responsável pela introdução de uma política de fomento à

industrialização, regulamentando o mercado de trabalho urbano, limitando determinadas impor-

tações e diri gindo investimentos estatais para a indústria de base

2. O governo passou a investir na indústria de base, em setores como os de: exploração de minérios,

geração e fornecimento de energia, petroquímica e siderurgia Em 1942, a CSN foi oficialmente

criada, e um ano depois foi criada a Companhia Vale do Rio Doce, que faria explorações de minério

no Quadrilátero Ferrífero Na década de 1950 foram criadas a Cosipa, em Cubatão, e a Usiminas,

em Ipatinga Além disso, no setor energético foram criadas as companhias Chesf, Furnas, Cemig,

Cesp e Eletrobras Em 1953 foi criada a Petrobras, que introduziu um amplo parque de refinarias

em diferentes lugares do país e obteve o monopólio do refino de petróleo

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3. Para atingir esses objetivos, o governo lançou mão do Plano de Metas, abrindo a economia do país

à livre entrada de capitais estrangeiros, criando incentivos cambiais, tarifários, fiscais e creditícios

que atraíram investimentos tanto sob a forma de instalações industriais como de empréstimos

financeiros. Neste período, o slogan do Brasil era crescer “50 anos em 5”.

4.

Macrorregiões Característicasdaindústria

Sudeste

Industrialização desenvolvida partindo-se de São Paulo, principal polo indus-trial, em quatro eixos principais:• Anchieta-Imigrantes (prolonga-se do ABC paulista até as cidades de Cubatão

e Santos, com destaque para as indústrias metalúrgicas, automobilísticas e de autopeças, além de refinarias no setor químico e de fertilizantes);

• Dutra (concentração de indústrias modernas e de alta capitalização, como montadoras de automóveis), apoiadas na produção da Companhia Siderúrgica Nacional – CSN; proximidade em relação a grandes mercados consumidores, como Grande São Paulo e Grande Rio);

• Anhanguera e rodovia dos Bandeirantes (centros poli-industriais de desta-que, como Jundiaí, Campinas e Ribeirão Preto, e centros monoindustriais de destaque, como o de calçados, em Franca, e o de cerâmica, em Itu, além de importantes áreas agroindustriais, como as de cítricos, álcool e cana- -de-açúcar;

• Castelo Branco (destaque para o centro têxtil de Sorocaba).Polo do Rio de Janeiro, com três principais eixos:• Baixada Fluminense (onde se situa a refinaria de Duque de Caxias);• zona serrana (centro têxtil);• Volta Redonda (onde se localiza a CSN); Minas Gerais:• Destaque para os distritos industriais de Contagem e Betim (onde está ins-

talada a Fiat).

Sul

Segunda região mais industrializada do país: área poli-industrial no Rio Grande do Sul e grandes indústrias de origem transnacional, por exemplo, automobi-lísticas, em Curitiba.Modelo peculiar de produção, favorecido pela estrutura agrícola e pela imigra-ção europeia (por exemplo, indústria têxtil do vale do Itajaí).O aproveitamento dos recursos naturais foi fundamental para a proliferação de indústrias, como a madeireira e a de móveis no Paraná, além da carbonífera em Santa Catarina.

Nordeste

Tem indústrias modernas que são resultado do planejamento governamental ou de subsídios e incentivos obtidos com a criação da Sudene. Os capitais da Região Centro-Sul foram atraídos pelo setor hidrelétrico de porte na bacia do rio São Francisco e pela presença de mão de obra extremamente barata.Destaque para Salvador, no Recôncavo Baiano, com a exploração e o refino de petróleo, além do polo petroquímico de Camaçari. Em Aratu e Recife destaca--se a produção de bens duráveis.

Norte

Destaque para as indústrias de extração mineral (próximo a Belém existem os Projeto Albrás e Alunorte) e para os produtos da Zona Franca de Manaus (apoiada em capitais internacionais e estruturada em unidades de montagem de eletroeletrônicos para o mercado extrarregional), responsável pela modifi-cação social e econômica da região.

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80 Manual do Professor

Centro-Oeste

A atividade industrial vem apresentando crescimento nas últimas décadas, especialmente na produção agroindustrial e em setores como o têxtil e o alimentício.Parte das indústrias concentra-se nas principais áreas urbanas, como as cidades de Cuiabá, Campo Grande, Goiânia e Anápolis (com seu Distrito Agroindustrial, criado em 1976).

5. Na guerra fiscal são concedidos subsídios às empresas, cujas mercadorias competem no mercado

com maiores vantagens. Do ponto de vista nacional, isso representa prejuízo, pois significa a renún-

cia de arrecadações, aumentando a demanda por serviços públicos, além de instaurar um ambiente

de conflito permanente entre as unidades da Federação.

AMPLIANDOOCONHECIMENTO(P.160)

6.a. Trata-se de uma concessão de incentivos fiscais pelo poder público às empresas que queiram se

instalar em determinado município.

b. A indústria brasileira está distribuída de forma bastante desigual pelo território, e a Região Sudeste,

em especial o estado de São Paulo, concentra boa parte da atividade industrial. Os demais estados

assumem essa política como forma de atrair investimentos, além de terem a expectativa de que au-

mente a oferta de empregos e ocorram melhorias em sua dinâmica econômica. O objetivo do Governo

Federal é acabar com a guerra fiscal, considerada ilegal, uma vez que podem ocorrer isenções exces-

sivas, diminuindo a arrecadação de impostos.

c. Resposta pessoal. O objetivo da atividade é compreender de que forma a região onde os alunos re-

sidem é influenciada pela Guerra Fiscal. Discuta com eles sobre quais são os prejuízos e benefícios

trazidos pelas indústrias instaladas com essa política na região onde moram, caso isto ocorra.

ATIVIDADEFINAL:PESQUISAEDEBATE(P.161)

A desindustrialização no Brasil, apesar de não ser consenso entre diferentes autores e analistas, é

um processo que preocupa o setor industrial devido à redução da participação da atividade industrial

brasileira na economia do país, verificada nos últimos anos. Entre os motivos dessa desindustrializa-

ção, destacam-se: a elevada carga tributária, a dificuldade de modernização dos parques industriais

brasileiros, o déficit de mão de obra qualificada, a falta de infraestrutura e a complexa burocracia

brasileira. O Governo Federal tem criado medidas para tentar conter o avanço da desindustrialização,

como a diminuição de tarifas (por exemplo, a redução da tarifa de energia elétrica em 2012) e a criação

de programas protecionistas (como o aumento do IPI sobre os automóveis importados em 2011). As

medidas protecionistas têm gerado protestos de países como Argentina e China, e da União Europeia,

que enfrentam novas barreiras para entrar no mercado brasileiro.

A respeito das propostas de solução para a desindustrialização brasileira, um bom norteador do

debate é a solução dos problemas citados anteriormente, mas há espaço para novas ideias e medidas.

Vale ressaltar que a ocorrência desse fenômeno não é unanimidade entre os economistas. Muitos deles

alegam que a indústria não está perdendo valor. Em sua opinião, a indústria não está acompanhando o

crescimento de outros setores, como o agropecuário e o de comércio e serviços.

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Manual do Professor 81

caPítulo 9 – a atiVidade industrial nos tiGres asiáticos e no brics

Neste capítulo, é importante promover a análise do modelo de industrialização adotado pelos cha-

mados Tigres Asiáticos, levando os alunos a estabelecer comparações entre esse grupo e o modelo

adotado pelo Brasil, de acordo com o que foi estudado no capítulo anterior O direcionamento da pro-

dução para o mercado externo é um dos principais pontos que diferencia a industrialização dos Tigres

Asiáticos da brasileira

Antes de caracterizar a industrialização dos países do grupo conhecido por BRICS, realize um levan-

tamento dos motivos que, hoje, colocam esses países em uma posição de destaque no cenário econô-

mico mundial Posteriormente, incentive os alunos a levantar os aspectos comuns e os que diferenciam

o desenvolvimento industrial dos países África do Sul, Rússia, Índia e, principalmente, China Na abor-

dagem da China, é relevante discutir as peculiaridades da convivência entre estruturas do socialismo

de Estado e da economia de mercado, além de sua agressiva expansão econômica no mercado global

ABERTURA: ATIVIDADE COMPLEMENTAR (P. 162)

Com base na leitura do texto de abertura do capítulo 9, o que o autor retrata para justificar a ameaça

de o Brasil deixar de participar do BRICS?

Resposta: o texto de abertura do capítulo retrata a dificuldade do crescimento da economia brasilei-

ra após 2010 (ano em que o país atingiu um crescimento acima de 7%) Isso põe em dúvida, ao menos

momentaneamente, se o Brasil conseguirá manter o crescimento econômico observado nos últimos

anos Caso isso não ocorra, o Brasil poderá perder o posto de país emergente com destaque na econo-

mia mundial

Professor, este é um bom momento para relacionar as dificuldades de crescimento econômico do

país aos problemas econômicos mundiais decorrentes da crise econômica europeia e às medidas cria-

das pelo governo brasileiro para contornar o problema

Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades

PARA LER E REFLETIR – A FÓRMULA DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DOS TIGRES ASIÁTICOS

(P. 164)

O boxe pode ser aproveitado para aprofundar a análise das estratégias de desenvolvimento econô-

mico nos Tigres Asiáticos nas últimas décadas, enfatizando a atuação do Estado e a participação das

empresas japonesas nesse processo Discuta com os alunos os aspectos positivos e negativos decor-

rentes dessa estratégia desenvolvimentista

Aproveite o momento para promover um debate sobre as formas de atuação do poder público nas

estratégias de desenvolvimento econômico de um país Comente que vários regimes ditatoriais utiliza-

ram um poderoso aparato repressivo para disciplinar a classe trabalhadora, com o objetivo de garantir

altas taxas de lucros para as empresas, por meio da manutenção de salários baixos e de legislações

trabalhistas que atendiam a poucos interesses efetivos da classe operária Vale destacar que isso pode

ser identificado nos países do Sudeste Asiático, mas também na América Latina, durante os regimes

ditatoriais que vigoraram entre as décadas de 1960 e 1980

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1. A designação “Tigres Asiáticos” decorre do dinamismo econômico desses países e da forte competi-

tividade das empresas neles instaladas Essa expressão é uma alusão à força e à agressividade que

caracterizam o tigre A denominação “plataformas de exportação” se justifica pelo fato de as mer-

cadorias produzidas nesses países serem, em sua maioria, exportadas para os mercados asiático,

americano e europeu

2. O Estado forte e centralizado determinou que a maioria desses países contribuísse para obter maio-

res taxas de lucro para as empresas, pois investiu amplos recursos na educação e na qualificação

da mão de obra e promoveu a disciplina da classe operária e sua submissão aos interesses em-

presariais Para isso foram usadas ações coercivas, como prisões, perseguições e assassinatos de

manifestantes e grevistas

3. Resposta pessoal Professor, espera-se que os alunos discutam as ações realizadas pelo Estado (ca-

pacitação da mão de obra, criação de infraestrutura, repressão de sindicalistas etc com a finalidade

de incentivar a instalação de empresas no país, e reflitam sobre essas práticas, produzindo um pe-

queno texto com suas opiniões Peça para que alguns dos alunos apresentem suas ideias à classe

PARA LER E PESQUISAR – O POLO TECNOLÓGICO DE BANGALORE (P. 169)

1. As empresas de alta tecnologia são atraídas para Bangalore por causa de fatores como: incentivos

fiscais e mão de obra barata, qualificada e que domina a língua inglesa Além disso, há universidades

e centros de pesquisa em ciências exatas que capacitam a mão de obra necessária para atuar nesse

ramo de atividade

2. Retome o conteúdo de que, no Brasil, as primeiras empresas de alta tecnologia surgiram na década

de 1980, nas cidades paulistas de São Carlos, São José dos Campos e Campinas Hoje há outros

polos tecnológicos brasileiros de destaque, como o Porto Digital, em Pernambuco, e o Tecnopuc, no

Rio Grande do Sul

A CHINA – INTERDISCIPLINARIDADE COM HISTÓRIA E SOCIOLOGIA (P. 170)

Professor, a análise do crescimento econômico chinês está relacionada diretamente ao sistema so-

cioeconômico adotado pelo país, às medidas governamentais que foram criadas com o objetivo de ab-

sorver investimentos externos e à disponibilidade, na China, de mão de obra de baixo custo Desenvolva

uma atividade que relacione os motivos históricos que levaram ao desenvolvimento econômico chinês e

às condições dos trabalhadores no país, tema que pode ser analisado pela História e pela Sociologia

RETOMANDO O CONTEÚDO (P. 174)

1. Cingapura, Indonésia, Malásia, Tailândia, Vietnã, Filipinas, Coreia do Sul, Hong Kong e Taiwan Cinco

desses países localizam-se no Sudeste Asiático (Cingapura, Indonésia, Malásia, Tailândia, Filipinas e

Vietnã), e os demais (Coreia do Sul, Hong Kong e Taiwan) situam-se no Extremo Oriente

2. O crescimento industrial elevado tem por base fatores como mão de obra relativamente barata e

pouco protegida por leis trabalhistas, além de legislação fiscal favorável ao investidor estrangeiro

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Manual do Professor 83

3. A Coreia do Sul destaca-se pela sua produção no campo dos bens de alta tecnologia, como os vin-

culados aos setores da computação e de telecomunicações Os fatores que propiciaram esse quadro

são: entrada maciça de capital estrangeiro no país, condições estruturais favoráveis ao desenvolvi-

mento da produção fabril e prioridade dada pelo governo aos campos educacional e de pesquisas

4. BRICS é a sigla formada a partir dos nomes Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul Segundo

muitos analistas, esses países vão se transformar em gigantes econômicos até 2050, devido à sua

potencialidade produtiva e de mercado

5.

Países Características

Rússia

Abertura de sua economia para o livre mercado Grande concentração de indústrias siderúrgica e petroquímica nos montes Urais Além dos Urais existem as regiões industriais e urbanas de:• Moscou: que apresenta um parque industrial bastante diversificado e favore-

cido pela proximidade dos depósitos de petróleo e carvão, além de abundan-te mão de obra e de elevado potencial hidráulico para a produção de energia hidrelétrica

• São Petersburgo: que tem intensa atividade portuária e é favorecida pela pre-sença da madeira, fundamental para a produção de papel e celulose

Índia

Existem dois setores industriais mais significativos no país, que são tradicionais e relativamente ligados à presença de matérias-primas: o de siderurgia (favorecido pelas grandes reservas de ferro, manganês e carvão) e o de indústria têxtil (que aproveita a grande oferta de juta e algodão da agricultura indiana) Além disso, é importante lembrar que a Índia é, hoje, o maior exportador de softwares do mundo, por causa da difusão do ensino de ciências exatas (tradição no país), da elevada quantidade de pessoas que falam a língua inglesa e da mão de obra relativamente barata

China

A partir de 1970, a organização produtiva interna da China começou a modificar-se, visando a inserção desse país na economia de mercado: as fazendas coletivas fo-ram sendo substituídas pela propriedade privada, as indústrias estatais passaram a ser controladas coletivamente pelos funcionários (que obtiveram autonomia), e começaram a ser concedidas permissões de instalação de empresas privadas no país (com exceção dos ramos considerados estratégicos, como o espacial, o bélico e o de telecomunicações) A ação de capitais estrangeiros ficou limitada, ao menos inicialmente, às áreas restritas criadas especialmente para recebê-los Essas áreas são denominadas ZEEs (Zonas Econômicas Especiais) Por causa das diversas reformas, da ocorrência de grandes reservas minerais (ferro, manganês, tungstênio e estanho) e energéticas (carvão e petróleo), da mão de obra abundante e barata e de um expressivo mercado interno, a China é o país que apresenta o maior crescimento industrial do planeta, mantendo enormes taxas de crescimento

África do Sul

A África do Sul passou por um processo de industrialização tardia (pós-Segunda Guerra Mundial) e tem como base econômica a produção de recursos naturais, como: ouro, platina, diamante e manganês A atividade industrial está concentrada próxima aos grandes centros urbanos, como Johanesburgo e Cidade do Cabo, nos quais se destacam as produções siderúrgica, metalúrgica, automobilística, quími-ca, naval, alimentícia e têxtil

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AMPLIANDO O CONHECIMENTO (P. 174)

6. Resposta pessoal Professor, é importante que os alunos percebam que os BRICS, apesar de hoje se

destacarem na economia mundial, apresentam significativas desigualdades sociais internas, como

elevados coeficientes de Gini, que demonstram deficiências na distribuição de renda dos países, e

baixos índices de IDH e de expectativa de vida, fatores indicativos de que esses países têm problemas

que os impedem de evoluir em importantes setores sociais internos, como o sistema de saúde

7. a. Em relação aos BRICS, os países que têm os maiores PIBs são: China, Índia, Rússia e Brasil A única

exceção é a África do Sul Entre os Tigres Asiáticos, os países com os maiores PIBs são a Coreia do

Sul e a Indonésia

b. Muito possivelmente, as reportagens que serão encontradas pelos alunos demonstrarão que a cri-

se econômica iniciada em 2008 pode prejudicar os países emergentes, entre eles os do BRICS e os

Tigres Asiáticos De maneira geral, a instabilidade econômica reduz o comércio internacional, o que

limita o crescimento econômico em países que dependem de exportações, como a China e a Coreia do

Sul Outras possibilidades de respostas podem surgir, dependendo da conjuntura econômica mundial

vigente no período em que as notícias forem pesquisadas

8. Professor, nesta questão, destaque a relação entre a realidade social e econômica do Vietnã, à dos

outros países considerados Novos Tigres Asiáticos e à dos países do BRICS É interessante ressaltar

que apesar do alto desempenho econômico, a renda ainda é mal distribuída, dificultando a redução

da pobreza e das disparidades socioeconômicas

a. Após o período da guerra, o Vietnã passou por reformas significativas que têm resultado em uma taxa

elevada de crescimento econômico do país, que hoje é lembrado também pela sua economia

b. O país tem uma grande população jovem, salários mais baixos que o dos trabalhadores chineses e

estabilidade política, já que é controlado por um regime de partido único

c. Não, o país continua sendo subdesenvolvido porque apresenta uma economia baseada na exportação

de produtos primários, tem renda per capita baixa e altos índices de pobreza

ATIVIDADE FINAL: PRODUÇÃO DE TEXTO (P. 176)

Ajude os alunos a interpretar os gráficos sobre a participação dos BRICS na economia mundial,

ressaltando os tipos de dados apresentados, para que elaborem um diagnóstico sobre a evolução da

economia desses países em relação aos demais A análise comparativa contribuirá para a interpreta-

ção, pelos alunos, da situação desse grupo diante da economia internacional É importante, mais uma

vez, reforçar que os dados econômicos não demonstram a realidade social desses países

caPítulo 10 – atiVidade industrial no GruPo dos sete (G7)

Para a melhor compreensão do papel dos sete países mais ricos do mundo na dinâmica econômica

mundial e nas decisões políticas internacionais, o professor pode solicitar aos alunos que realizem

pesquisas de notícias em cadernos de economia, de jornais impressos ou on-line, sobre cada um dos

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países que compõem o G7 A tabela com os maiores PIBs do G8 (p 179) pode ser utilizada para que os

alunos tenham uma ideia da importância que cada país do grupo exerce nas relações internacionais

Posteriormente, você pode orientar os alunos a reconhecer as características dos parques indus-

triais desses países e das etapas de seus processos de industrialização, por meio da leitura dos textos

e da análise dos mapas, das tabelas e das imagens Destine momentos, no decorrer das aulas, para

que as impressões dos alunos possam ser compartilhadas e discutidas

ABERTURA: ATIVIDADE COMPLEMENTAR (P. 178)

Professor, há a possibilidade de aprofundar a análise sobre as consequências da crise econômica

iniciada em 2008, nos Estados Unidos, e aprofundada no continente europeu a partir de 2010 Caso ne-

cessário, utilize reportagens, notícias e vídeos que possibilitem o aprofundamento do conteúdo analisado

1. Qual é a situação da indústria na União Europeia, retratada no texto?

Resposta: o texto de abertura do capítulo retrata uma situação de recessão verificada em diversos

países industrializados, como a França e a Itália

2. A situação da indústria europeia apresentada no texto é atribuída a quais fatores?

Resposta: essa situação está relacionada a fatores internos, entre eles a redução do consumo nesses pa-

íses, e a fatores externos, por exemplo, as consequências diretas e indiretas da crise econômica europeia

Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades

OS ESTADOS UNIDOS E O PROTOCOLO DE KIOTO – INTERDISCIPLINARIDADE COM QUÍMICA E

BIOLOGIA (P. 182)

Professor, os temas relacionados à questão ambiental foram estudados ao longo de vários capítulos

da coleção, e há a possibilidade de revisar e explorar novamente alguns dos principais impactos ambien-

tais causados pela atividade industrial e o papel do Protocolo de Kioto a respeito desse tema Apesar de

não ter sido bem-sucedido, o protocolo levantou um intenso debate a respeito da questão ambiental no

mundo, o que abre a possibilidade de utilizar o tema para a elaboração de atividades, em conjunto com os

professores de Química e Biologia, a respeito dos impactos ambientais observados no mundo

PARA LER E INTERPRETAR – A INDÚSTRIA BÉLICA NORTE-AMERICANA (P. 184)É importante destacar que a indústria bélica é um dos setores mais lucrativos da economia dos

Estados Unidos O governo norte-americano investe maciçamente na defesa do país e na compra de um arsenal bélico militar de ponta para dar suporte às ações militares norte-americanas em diversos países do mundo A supremacia no setor armamentista torna os Estados Unidos uma superpotência hegemônica no cenário geopolítico internacional, contribuindo para o desempenho econômico desse setor industrial É por isso que, para os Estados Unidos, a guerra é um excelente negócio

Orientando os alunos na análise dos dados da tabela, com destaque para a participação dos países do G8, principalmente dos Estados Unidos, nos gastos militares, é possível contribuir para que compre-endam a importância da indústria bélica norte-americana para a economia do país

1. Os gastos militares norte-americanos decorrem da participação do país na guerra do Iraque e do

Afeganistão, no começo do século XXI, e do combate ao terrorismo

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2. O governo norte-americano é o maior comprador de armas e equipamentos militares das indús-

trias armamentistas sediadas no país Essas indústrias têm clientes em diversos outros países

Portanto, quanto maior forem os gastos militares, maior será o lucro obtido pelas indústrias ar-

mamentistas norte-americanas

PARA LER E REFLETIR – O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL NO JAPÃO (P. 189)

O professor pode comentar que o papel de destaque do Japão no desenvolvimento e na difusão

mundial de tecnologia de ponta deve-se, em grande parte, ao esforço conjunto do Estado, da iniciativa

privada e da sociedade civil japoneses Esses setores organizaram-se para recuperar a economia do

país, destruída com a Segunda Guerra Mundial, da qual o Japão saiu derrotado

1. Nas décadas posteriores à Segunda Guerra Mundial, o Estado japonês criou um conjunto de medidas eco-

nômicas voltadas à desvalorização do iene, para vender os produtos no mercado mundial a preços mais

baixos Além disso, houve investimentos estatais na educação e na qualificação da mão de obra, que re-

sultaram no aumento da produtividade das indústrias japonesas e em seu desenvolvimento tecnológico

2. A lealdade, a obediência, a disciplina e a dedicação dos empregados japoneses em relação às empre-

sas, em troca de melhorias salariais e empregos vitalícios

PARA OBSERVAR E REFLETIR – INFRAESTRUTURA E DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL EUROPEU

(P. 193)

O boxe permite destacar que o desenvolvimento industrial não depende apenas do setor produtivo,

mas também de uma rede de circulação que garanta as necessidades de escoamento de matérias-

-primas e de produtos industrializados das áreas produtoras até os centros consumidores Dessa for-

ma, pode-se relacionar o desenvolvimento industrial europeu à extensa rede de transportes em todo o

continente, que favorece a circulação de mercadorias com maior eficiência e contribui para dinamizar

as atividades das indústrias localizadas nos países do G8 Durante a discussão, você pode explorar,

juntamente com os alunos, o mapa da rede ferroviária europeia

1. A infraestrutura de transportes contribui para o desenvolvimento industrial de um país ou de uma

região, ao possibilitar o escoamento de matérias-primas e produtos industrializados dos centros

produtores aos mercados consumidores

2. a. A rede ferroviária europeia é bastante densa e bem distribuída em todo o continente

b. As ferrovias contribuem para o transporte de mercadorias dos centros produtores até os portos e os

mercados consumidores, com eficiência e baixo custo

RETOMANDO O CONTEÚDO (P. 195)

1. O Grupo dos Sete (G7) é um fórum de debates que acontece anualmente, no qual é discutido o po-

sicionamento das sete maiores potências econômicas do planeta diante das grandes questões do

mundo Integram o grupo: Canadá, Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França e Itália A

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Rússia atua no grupo como convidada porque é uma das maiores potências bélicas do mundo Devido

a essa inclusão, o grupo passou a ser denominado Grupo dos Oito (G8)

2. Desde a colonização dos Estados Unidos, houve o predomínio das pequenas propriedades agrícolas

com trabalho familiar e a presença de manufaturas, condições que permitiram o desenvolvimento

de um importante mercado interno; a industrialização tornou-se pujante a partir de meados do

século XIX; houve a entrada maciça de imigrantes europeus que já tinham certa qualificação, pois

eram provenientes de áreas industriais dos seus países; houve a eclosão das duas guerras mun-

diais, o que culminou na expansão do mercado mundial para os produtos norte-americanos; e a

existência expressivas jazidas minerais e de combustíveis fósseis no país para atender à demanda

por energia e matéria-prima por parte do setor industrial

3. O alto consumo energético dos Estados Unidos tem sido apontado como uma das principais causas

da intensificação do efeito estufa e do aquecimento global no planeta

4. Esse protocolo foi elaborado em 1997, na cidade de Kioto, no Japão, com o objetivo de definir as

metas de redução, em pelo menos 5%, das emissões de gases nocivos ao planeta, até 2012, tendo

como base o nível de emissão desses gases em 1990

5.

Manufacturing belt

Área de maior concentração urbana e industrial dos Estados Unidos, onde se situam as sedes de várias empresas norte-americanas Essa concentração industrial decorre da existência de um grande polo comercial, de um poderoso sistema bancário, de uma notória rede de telecomunicações e da disponibilida-de de mão de obra altamente qualificada Essa área representa 40% da produção industrial norte-americana e é dotada de grande diversificação, englobando o ramo da siderurgia, de equipamentos industriais e de transportes ferroviários, além dos setores automobilístico e de alta tecnologia

Sun beltÉ considerada a segunda maior região industrial dos Estados Unidos e concen-tra uma parcela expressiva da produção industrial de alta tecnologia, como o ramo da microeletrônica, o setor aeroespacial e o de informática

6. A economia canadense é considerada, por muitos analistas, uma extensão da economia dos

Estados Unidos, por causa da intensa interação comercial que passou a ocorrer entre os dois paí-

ses, principalmente após a criação do Nafta Isso pode ser verificado considerando as exportações

canadenses, pois cerca de 74% desse volume é direcionado para os EUA

7. Terceiro país mais industrializado do mundo, com a concentração industrial no litoral, o Japão ca-

racteriza-se pelo uso de tecnologias avançadas relacionadas ao crescente processo de automação

O Japão depende de matérias-primas do exterior, incluindo minérios, combustíveis fósseis e pro-

dutos agrícolas O país se destaca como um dos maiores importadores mundiais de commodities

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88 Manual do Professor

8. • Alemanha: é a maior potência industrial da Europa Têm várias empresas transnacionais em

diversos setores, como siderúrgico, automobilístico, químico e eletrônico A principal concen-

tração industrial ocorre na região drenada pelos afluentes do rio Reno e nas cidades situadas

no vale do Ruhr (maior complexo industrial europeu)

• França: apresenta grandes reservas minerais, principalmente na região de Lorena (minérios de

ferro) e Marselha (bauxita), o que facilita o desenvolvimento dos setores siderúrgico e metalúrgico

Além destes, também se destacam os setores mecânico, petroquímico e a indústria aeronáutica

• Reino Unido: têm diversas empresas em diversos setores que se destacam mundialmente por

sua produção, como o petrolífero e o químico, além de grandes regiões com expressivas pro-

duções siderúrgicas (Midland) e nos setores de mecânica e aeronáutica (Londres)

• Itália: a ação das grandes empresas italianas (como Fiat e Pirelli) excede os limites da região,

já que essas empresas têm filiais em vários países do mundo O desenvolvimento industrial

italiano ocorreu após a Segunda Guerra Mundial em virtude de alguns fatores Entre estes,

estão: a intervenção do Estado na produção industrial, a entrada maciça dos investimentos

estrangeiros no país e a circulação de dinheiro proveniente das atividades turísticas e da explo-

ração de uma força de trabalho relativamente abundante e barata A região industrial de des-

taque é a Planície do Pó, que corresponde a cerca de 70% da produção nacional, com ênfase

nos setores alimentício, automobilístico, químico e pneumático Gênova tem o mais importante

porto da região, além de significativas produções siderúrgica e petroquímica

9. Na Itália, a regionalização Norte e Sul é histórica e leva em conta as atividades econômicas desen-

volvidas nessas regiões A região norte é mais rica e caracterizada pela indústria, e a região sul, mais

pobre, é caracterizada pela agricultura

AMPLIANDO O CONHECIMENTO (P. 195)

10. a. A desconcentração industrial caracteriza-se pelo processo de transferência de empresas que bus-

cam novas áreas para implantarem seu parque produtivo Esse fenômeno justifica-se pela busca

das empresas por locais nos quais o custo de produção seja menor Nesse contexto, a procura por

mão de obra mais barata e por menor carga tributária e a isenção no pagamento de taxas e tarifas

ajudam a compreender o fenômeno

b. Sim Nos Estados Unidos e alguns países europeus, como a França, a Itália e o Reino Unido, verifica-

-se o processo de desconcentração industrial por meio das empresas transnacionais

c. Resposta pessoal Professor, podem ser resgatadas as reflexões realizadas no capítulo 8 do livro,

quando foi discutida a questão da desconcentração industrial no Brasil

11. Professor, o texto elaborado pelos alunos precisa conter a ideia de que a desconcentração indus-

trial e a desindustrialização de países europeus contribuem para a elevação dos índices de desem-

prego, o que tende a agravar a situação socioeconômica da população e a originar protestos contra

o desemprego no continente

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ATIVIDADE FINAL: LEITURA DE MAPA E PRODUÇÃO DE TEXTO (P. 197)

a. O mapa demonstra que as principais áreas industriais da Europa se localizam próximas às fontes

energéticas do continente, como podemos observar principalmente na Alemanha e no Reino Unido

b. A Itália entrou tardiamente na era da industrialização devido à ausência de reservas carboníferas

Isso foi superado a partir da Segunda Revolução Industrial, em que a energia elétrica passou a ter

importante papel na matriz energética de diversos países Como a porção ao norte da Itália tem um

relevo montanhoso, há elevado potencial hidroelétrico na região, o que possibilitou a instalação de

um importante parque industrial nesse local

c. Resposta pessoal O objetivo da questão é incentivar os alunos a estabelecerem relações entre os

diferentes fatores locacionais para a indústria

PROJETO INTERDISCIPLINAR: INDÚSTRIA E TECNOLOGIA (P. 199)

Nesse projeto, as matérias relacionadas com Geografia são História e Matemática

Explore a linguagem matemática contida nos gráficos, e se necessário, oriente os alunos em sua

interpretação

Sugerimos que essa atividade seja desenvolvida individualmente ou em dupla

Respostas:

1. Podemos ver, na figura 1, que a participação da China no P&D mundial está aproximando a sua

participação em termos de PIB, ao contrário do Brasil e da Índia, que ainda contribuem muito mais

com o PIB mundial do que com o P&D mundial É curioso notar que a situação se inverte no caso

da Tríade, ainda que a disparidade seja muito pequena entre esta e a União Europeia A República

da Coreia é um caso interessante, na medida em que esse país segue o padrão da Tríade A partici-

pação da República da Coreia no P&D mundial é o dobro da sua participação em termos de PIB

2. A figura 2 permite observar que os Estados Unidos, o Japão, a China e a Alemanha são os paí-

ses que apresentam a maior porcentagem de investimentos em P&D em relação ao PIB nacional

Também mostra que o Japão, os Estados Unidos, a República da Coreia e Reino Unido são os países

que apresentam o maior número de pesquisadores em relação à sua população total Além disso,

a figura faz a correlação da densidade de P&D e de pesquisadores de alguns países e regiões de

destaque Com base nesses dados, pode-se ver que a Rússia ainda tem um número muito maior de

pesquisadores do que de recursos financeiros no seu sistema de P&D Três países de força recém-

-chegados podem ser vistos emergindo no canto inferior esquerdo da figura – China, Brasil e Índia,

juntamente com o Irã e a Turquia Hoje, a África, como continente, também contribui significativa-

mente com o esforço global de P&D A intensidade de P&D das economias africanas e o seu capital

humano ainda são pequenos, mas sua contribuição ao estoque do conhecimento mundial está

crescendo rapidamente Por outro lado, o grupo de países menos desenvolvidos – o menor círculo

na figura – ainda desempenha um papel de importância marginal

3. As desigualdades relativas ao nível de desenvolvimento econômico e tecnológico não ocorrem

somente entre países, mas também entre regiões dentro dos países Segundo o documento, o

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90 Manual do Professor

investimento em P&D parece continuar concentrado em um número relativamente pequeno de

lugares dentro de um único país No caso do Brasil, por exemplo, há enormes desigualdades entre

o Centro-Sul e o restante do país, já que nessa região há maior concentração de indústrias, sobre-

tudo modernas e com maior capacidade de investimentos em P&D A concentração de indústrias e

de investimentos em P&D é uma característica histórica, ou seja, desde os primórdios do processo

de industrialização de produtos verifica-se o fenômeno da concentração espacial dessa atividade

produtiva Embora as indústrias tenham se espalhado por continentes, países e subunidades na-

cionais, essa desconcentração é bastante seletiva, tanto no que diz respeito às áreas novas que

recebem indústrias, como ao perfil dessas indústrias A tendência é que as indústrias mais tecno-

lógicas mantenham-se mais concentradas espacialmente

4. Para as multinacionais, a estratégia de desconcentração industrial reduz custos trabalhistas e

proporciona às empresas acesso mais fácil aos mercados, ao capital humano local e ao conheci-

mento, bem como aos recursos naturais do país anfitrião Os elementos do período histórico atual

associados a essa estratégia são a globalização econômica e a reconfiguração da geopolítica e da

economia mundial (multipolaridade), que, por sua vez, estão associadas aos avanços nos meios de

transporte e nas telecomunicações e à emergência de novos centros econômicos e industriais

5. Segundo o documento, os destinos preferidos têm sido os chamados Tigres Asiáticos, os antigos

países recentemente industrializados na Ásia, e, em segundo lugar, o Brasil, a Índia e a China

Porém, já não é mais uma via de mão única: as empresas das economias emergentes agora estão

comprando grandes empresas em países desenvolvidos e, com isso, adquirindo o capital de co-

nhecimento das empresas da noite para o dia Como consequência disso, a distribuição global do

esforço de P&D entre o Norte e o Sul está se transformando rapidamente Em 1990, mais de 95%

da P&D estavam sendo conduzidos nos países desenvolvidos, e apenas sete economias da OCDE

eram responsáveis por mais de 92% da P&D mundial Já em 2002, os países desenvolvidos eram

responsáveis por menos de 83% do total, e, em 2007, por 76%

6. A migração de cérebros ocorre quando pessoas com alta qualificação profissional emigram de seu

país de origem em busca de melhores oportunidades de trabalho Os países que sofrem a emigra-

ção desses profissionais têm perdas econômicas significativas, já que os investimentos realizados

na formação destes não se revertem em conhecimento e capital humano para a economia nacional,

fato que também prejudica a P&D doméstica Por outro lado, os países que recebem esses profis-

sionais aumentam seu capital humano com baixos investimentos prévios em formação acadêmica,

incrementando também a área de P&D e sua capacidade de concorrência e liderança no cenário

internacional Ressalta-se que, atualmente, esse tipo de migração não ocorre somente de países

subdesenvolvidos ou em desenvolvimento para países desenvolvidos Há também a migração de

indivíduos altamente qualificados entre países em desenvolvimento e entre países desenvolvidos

7. Segundo a publicação da Unesco, no que se refere à relativa especialização dos países em disciplinas

científicas específicas, a tabela mostra fortes disparidades entre eles Pelos números, é possível perce-

ber que a União Europeia, Estados Unidos e Japão (a Tríade), comparados aos outros países selecionados

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(que juntos formam os BRICS), tem um número muito superior de produções em variadas áreas

O Japão tem diversos pontos fortes: Física, Química, Engenharia e Tecnologia Os Estados Unidos e a

União Europeia têm se especializado em Pesquisa biomédica, Medicina clínica, e Terra e Espaço

A Rússia mostra forte especialização em Física, Matemática e ciências da Terra e do Espaço

Tipicamente, a China tem uma forte especialização em Física, Química, Matemática e Engenharia

e Tecnologia Por contraste, o Brasil é forte em Biologia, e a Índia, em Química Essas diferenças

em especialização científica estão espelhadas nos diferentes perfis de países

Os países parecem escolher áreas de criação de conhecimento científico com base em suas pró-

prias necessidades (medicina clínica), nas oportunidades geográficas (ciências da Terra e do

Espaço, e Biologia), em afinidades culturais (Matemática e Física) e na experiência adquirida com

o crescimento industrial (Química)

8. Segundo o Itamaraty, a cooperação técnica Sul-Sul brasileira caracteriza-se pela transferência de

conhecimentos, pela ênfase na capacitação de recursos humanos, pelo emprego de mão de obra

local e pela concepção de projetos que reconheçam as peculiaridades de cada país Fundamenta-se

no princípio constitucional da cooperação entre os povos para o progresso da humanidade, sendo

livre de condicionalidades e construída a partir da manifestação do interesse de parte dos parceiros

O Brasil considera que a cooperação Sul-Sul não é uma ajuda, mas uma parceria na qual as partes

envolvidas se beneficiam, ou seja, adotam o princípio da horizontalidade na cooperação

Atualmente, a Agência Brasileira de Cooperação interage com as mais de 70 instituições do Brasil

envolvidas com projetos, bem como com as embaixadas do país, que servem de canais de comuni-

cação com os governos locais Atualmente, projetos em 81 países estão em execução

Embora o maior número de demandas por cooperação concentre-se em agricultura, saúde, edu-

cação e formação profissional, a carteira de projetos na África contempla muitas outras áreas, por

exemplo, governo eletrônico, administração pública, meio ambiente, tecnologia da informação,

artesanato, cooperativismo, empreendedorismo, prevenção de acidentes de trabalho, desenvol-

vimento urbano, saneamento básico, biocombustíveis, transporte aéreo, turismo, justiça, cultura,

comércio exterior, direitos humanos e esportes

ENEM E VESTIBULARES (P. 203)

1. a. Os dois modelos são o da substituição das importações e o das plataformas de exportações O pri-

meiro modelo é representado por alguns países sul-americanos, entre eles Brasil, Argentina, México

e Chile; e o segundo, pelos Tigres Asiáticos

b. Nos países que adotaram o modelo de substituição das importações houve desenvolvimento industrial

após a Segunda Guerra Mundial devido à expansão das transnacionais e à participação do capital e da

tecnologia dessas empresas em determinados países O fortalecimento de Estados também contri-

buiu para esse desenvolvimento, pois estes ficaram mais estruturados, passando a controlar certos

setores da produção, em geral voltados para o mercado interno Já nos países em que foi adotada a

política de plataformas de exportação, o desenvolvimento industrial ocorreu após a década de 1970,

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92 Manual do Professor

impulsionado em parte pela abundância de mão de obra barata, que atraiu os investimentos de trans-

nacionais As produções desses países passaram a ser voltadas, sobretudo, ao mercado externo

2. Alternativa B

3. Alternativa E

4. Alternativa C

5. Alternativa E

6. a. Estados e municípios competem entre si praticando a guerra fiscal: oferecem às empresas in-

centivos e, muitas vezes, isenções de impostos estaduais, como o Imposto sobre Circulação de

Mercadorias e Serviços (ICMS), ou municipais, por exemplo, o Imposto Predial e Territorial Urbano

(IPTU)

b. O exemplo de guerra fiscal no Brasil envolvendo indústrias automobilísticas é o incidente que ocor-

reu entre o Rio Grande do Sul e a Bahia, na época da instalação da nova fábrica da Ford Outro

exemplo é a disputa que ocorreu entre São Paulo e Rio de Janeiro para atrair a nova unidade da

Volkswagen

c. Na “guerra global entre lugares” há ainda a doação de terrenos para as empresas transnacionais

que lideram a globalização, a implantação de infraestrutura (como o fornecimento subsidiado de

água e luz) e, em alguns casos, até mesmo o treinamento de pessoal

7. Alternativa E

8. Alternativa D

9. Alternativa D

caPítulo 11 – aGroPecuária no Mundo

Por meio da leitura comentada do texto, o professor pode promover o reconhecimento, pelos alunos,

dos principais sistemas agrícolas adotados no mundo Confronte esses sistemas com os que predomi-

nam no campo brasileiro, trabalhando com os alunos seus conhecimentos prévios sobre a economia

agropecuária do Brasil, visto que esse assunto só será estudado no capítulo seguinte

A estrutura do capítulo propõe uma relação entre as práticas agropecuárias e a divisão Norte e Sul

Essa divisão considera os países do Norte desenvolvidos e os do Sul subdesenvolvidos No caso dos países

do Norte, são estudadas as principais economias agropecuárias Já em relação aos países do Sul, optou-se

por uma regionalização mais generalizada, tratando as economias por grandes regiões, como a América

Latina, a África e a Ásia Apenas na Ásia foram destacados dois países: a China e a Índia

Como há muitos mapas disponíveis para contribuir no reconhecimento das principais áreas produ-

tivas no mundo, é pertinente monitorar os alunos quanto à capacidade de interpretá-los, fornecendo-

-lhes, assim, as orientações e os suportes que, eventualmente, possam ser necessários

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ABERTURA: ATIVIDADE COMPLEMENTAR (P. 208)

“Um campo tem terra e coisas plantadas nela ” Que outras características podem ser encontra-

das em uma paisagem rural? Escreva um breve texto descrevendo com detalhes uma paisagem rural

com a qual você já teve contato pessoalmente ou por meio de imagens Posteriormente, elabore uma

conclusão, analisando como essas características influenciam na produtividade da terra

Resposta: o objetivo da atividade é levar os alunos a refletir sobre os elementos que influenciam a

produção agrícola É interessante destacar as diferenças entre as propriedades voltadas para agrope-

cuária comercial em grande escala (que dispõem de edificações para armazenagem de grãos, para o

confinamento de gado ou para abrigar funcionários, além de sistema de irrigação e o uso de máqui-

nas, que se destinam à produção comercial, obtendo geralmente grande produtividade), e os pequenos

roçados (caracterizados pelo cultivo de produtos variados com técnicas rudimentares e pela ausência

de grandes estruturas, e que geralmente se relacionam com produções voltadas à subsistência, não

atingindo grande produtividade)

Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades

PARA LER E REFLETIR – OS PROBLEMAS DECORRENTES DA PECUÁRIA INTENSIVA (P. 211)

A criação de gado em confinamento pode ocasionar maior proliferação de doenças entre os reba-

nhos, além de aumentar o nível de estresse entre os animais Isso prejudica a qualidade da carne con-

sumida A falta de fiscalização das substâncias existentes na ração animal pode promover sérios danos

à saúde dos seres humanos O aumento da demanda por rações que utilizam grãos como matéria-

-prima provoca o desmatamento de áreas florestais

Professor, aproveite a temática desenvolvida no boxe para estimular um debate com os alunos so-

bre a qualidade dos alimentos que consumimos Para embasar a análise, procure desvendar a provável

procedência da carne, do leite e de seus derivados consumidos diariamente por grande parte da popu-

lação Você pode explicar que o aumento do consumo de alimentos contribuiu para as transformações

nas formas de criação dos animais, implicando sérios danos à saúde dos rebanhos e, consequente-

mente, à saúde humana Para problematizar a questão, aborde as origens e os efeitos da doença da

vaca louca e da gripe aviária, que têm estreita relação com as formas de criação dos animais em confi-

namento Também é possível ressaltar que parte da devastação da Floresta Amazônica decorre da ex-

pansão do cultivo de soja destinado à produção de ração que abastece os rebanhos bovinos europeus

OS PROBLEMAS DECORRENTES DA PECUÁRIA INTENSIVA – INTERDISCIPLINARIDADE COM

BIOLOGIA (P. 211)

Os problemas relacionados à pecuária intensiva, como a questão da proliferação de doenças e os

riscos para a população, também podem ser abordados pela Biologia, aproveitando as aulas de pa-

togenias para estudar como se desenvolve e se manifestam algumas doenças contraídas com carne

contaminada, como a gripe aviária

PARA LER E REFLETIR – OS PÔLDERES E A ATIVIDADE AGROPECUÁRIA NA HOLANDA (P. 217)

Pode-se destacar que, apesar da pequena extensão territorial da maioria dos países europeus,

sua produtividade agrícola é muito elevada em decorrência de alta tecnologia e de grandes capitais

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aplicados no processo produtivo Ressalte que a produção agropecuária da Holanda é um dos casos

mais emblemáticos desse processo, pois a pequena extensão territorial do país e a ocorrência de terras

situadas abaixo do nível do mar exigiram a construção de diques, moinhos e canais para viabilizar o apro-

veitamento de terras situadas em áreas submersas pelo mar para a atividade agropastoril Essas áreas

correspondem aos chamados pôlderes, que caracterizam as típicas paisagens rurais da Holanda

1. Atualmente, pode-se considerar que a extensão territorial não está diretamente relacionada à pro-

dutividade agrícola de determinada localidade A utilização intensiva de capital e de tecnologia na

produção, a fertilidade do solo e as suas formas de uso são os fatores que contribuem decisivamente

para o aumento das taxas de produtividade na agricultura e na pecuária A tecnologia e o capital

podem ser utilizados para aumentar a fertilidade do solo, para cultivar gêneros agrícolas diferen-

ciados em áreas antes impróprias para determinada forma de produção e para acelerar o cultivo de

determinado gênero agrícola Outro fator relevante está relacionado às trocas comerciais de produtos

agrícolas e agropecuários Muitos países de pequena extensão territorial importam produtos agrope-

cuários para o consumo interno, não precisando, portanto, dispor de uma grande extensão de terras

2. Há séculos, os holandeses praticam a agricultura e a pecuária nos chamados pôlderes, que permi-

tiram desenvolver essas atividades e a ocupação humana em terras antes encobertas pelas águas

do mar A construção de diques impede o avanço da água do mar sobre os pôlderes, e os canais e as

bombas hidráulicas drenam o excesso de água, tornando o solo menos encharcado e mais propício

à atividade agrícola Além disso, o emprego de alta tecnologia e capital contribui para o aumento da

produtividade agrícola no país

AGRICULTURA DE PLANTATION – INTERDISCIPLINARIDADE COM HISTÓRIA (P. 220)

As plantations são estudadas não apenas pela Geografia, fazendo parte também do conteúdo de

História, o que abre a possibilidade de as duas disciplinas interagirem

RETOMANDO O CONTEÚDO (P. 226)

1. A agropecuária é influenciada por fatores naturais (referentes aos elementos do quadro físico),

sociais (que tratam da mão de obra utilizada) e econômicos (que, além da questão da propriedade

da terra, abrangem o grau de investimento aplicado na produção)

2. Sistema extensivo: geralmente ocorre nas regiões subdesenvolvidas do globo, onde a produção

está relacionada com a extensão da área utilizada, pois não conta com investimentos de capital e

de tecnologia Apresenta baixa produtividade e pode ser praticado de diversas maneiras, como a

agricultura itinerante ou roça tropical A pecuária extensiva se caracteriza pela criação de rebanhos

numerosos, que vivem soltos, sem tratos especiais, requerendo pouca mão de obra A qualidade

da carne é prejudicada pela falta de cuidados com a higiene e com a saúde do rebanho Sistema

intensivo de mão de obra: normalmente é observado em regiões onde a grande densidade demo-

gráfica favorece a intensa utilização de mão de obra na agricultura É comum no Sudeste Asiático

e no Extremo Oriente, onde recebe o nome de agricultura de jardinagem Sistema intensivo de

capital: é observado em países desenvolvidos e em algumas regiões de países subdesenvolvidos

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A produção agrícola é moderna, desenvolvida com larga aplicação de capital e recursos técnicos,

além de pouca mão de obra e em propriedades de qualquer tamanho Nesse sistema são comuns

a mecanização, a seleção de sementes, o uso de fertilizantes, o combate à erosão e às pragas etc

A pecuária intensiva abrange pequenos rebanhos, criados em pequenas áreas, e envolve grande

cuidado com a higiene e a saúde dos animais e pouca mão de obra

3.

Países Características

Canadá

Destacam-se as Pradarias, áreas de topografia basicamente plana, propícia à expan-são da mecanização da lavoura, com solos férteis e clima ameno Além do trigo, o principal produto, cevada, aveia, centeio, milho e beterraba açucareira também são produzidos em menor escala Nas áreas próximas aos centros urbanos, há uma produção considerável de hortifrutigranjeiros e a prática de pecuária leiteira

Estados Unidos

Destaque para a região das Planícies Centrais, favorecida pela topografia plana, por solos férteis e por climas amenos Cinturões agrícolas: wheat belt (trigo plantado na primavera, mais ao norte, e trigo de inverno, mais ao sul); corn belt (milho e criação de suínos associada à produção de milho); cotton belt (algodão cultivado na faixa mais meridional das planícies, sob o domínio do clima subtropical, mais quente que o temperado) Áreas periféricas dos grandes cinturões: prática da pecuária extensiva de bovinos para corte, voltada para o abastecimento dos grandes frigoríficos do país Área dos Grandes Lagos: existência do green belt (cinturão verde) e do dairy belt (cin-turão leiteiro), que atendem às necessidades alimentícias da população concentrada do nordeste do país Sistema dry farming na costa oeste: o solo é revolvido, trazendo umidade das áreas mais fundas para a superfície, possibilitando seu aproveitamento agrícola

França

País de maior destaque na produção agrícola da Europa Produtos: cereais na faixa temperada e vinhas (para a produção de vinhos) na faixa mediterrânea Presença de expressivo rebanho suíno voltado para a indústria frigorífica, além da criação intensiva de bovinos para a indústria de queijos e laticínios

Portugal e Espanha

Esses são os países do continente europeu que apresentam maior dependência social e econômica da atividade agropecuária Apresentam uma agricultura menos capitalizada, com menos maquinários e mão de obra mais numerosa, portanto, com menor produtividade O relevo acidentado prejudica a produção Em suas áreas montanhosas, destaca-se o cultivo de vinhas e olivas, além da pecuária ovina

Austrália

Apresenta diversidade climática (terras tropicais e temperadas) que permite uma produção agrícola também diversificada Seus principais produtos são: cana-de--açúcar, cultivada na porção nordeste do território, e trigo, cultivado na porção sudeste Destaca-se a pecuária de ovinos, que torna o país o maior produtor e exportador mundial de lã

Nova Zelândia

Economia agropecuária fortemente vinculada à criação de bovinos para corte e ovi-nos para a produção de lã, em um sistema predominantemente extensivo, apesar de haver grande aplicação de capital e tecnologia Na agricultura, destaca-se o cultivo de cereais, como trigo e centeio, cuja produção destina-se ao mercado consumidor interno

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4. A agricultura moderna está relacionada à produção agrícola com elevada produtividade, devido ao

uso de técnicas modernas de cultivo e a novas tecnologias A agricultura tradicional, típica de regiões

menos desenvolvidas economicamente, está relacionada ao baixo uso de técnicas modernas e tecno-

logias, e consequentemente tem produtividade menor do que a agricultura moderna

5. Plantation: sistema antigo de exploração da terra, típico do período colonial, caracterizado pelo uso

extensivo do solo e pela produção monocultora voltada para a exportação Atualmente, esse sistema

ainda é praticado, porém com algumas diferenças em relação ao período colonial, como a intensa

utilização de capital, investimentos em mecanização e insumos (produtos químicos e fertilizantes) e

contratação de mão de obra assalariada e de pessoal com conhecimento técnico

6.

Continente Características

América Latina

Nas principais áreas agrícolas das regiões tropicais da América Latina, na faixa intertropical, observa-se em quase todos os países a presença das plantations, com o cultivo do café, cacau, banana, algodão e da cana-de-açúcar Há também áreas onde predomina a agricultura tradicional, objetivando o consumo familiar e abaste-cendo o mercado interno A pecuária é de grande importância tanto para a economia quanto para a deman-da de alimentos dos mercados internos, com predomínio de rebanhos de bovinos, caprinos, suínos e ovinos Brasil, Argentina e México são os que apresentam os maiores rebanhos

Ásia

Porção oeste do continente: o clima é desértico e a agricultura não se destaca Porção central (território indiano) e Sudeste Asiático: são regiões tipicamente tro-picais Encontram-se agricultura familiar de subsistência (cultivando arroz e trigo) com o domínio das plantations (cultivando principalmente cana-de-açúcar, algodão, chá e juta) Porção centro-norte da China: é uma região com topografia plana e bom nível de irrigação, utilizada para o cultivo de cereais e chá Bacia do Yangtze: clima subtropical chuvoso, com produção de arroz, algodão, soja e cana-de-açúcar Planície da Manchúria: solos muito férteis (conhecidos como terras negras da China), onde são cultivados gêneros como arroz, milho e trigo Com relação à pecuária, a China tem enormes rebanhos de ovinos, bovinos e suínos, e a Índia, rebanhos de bufalinos, ovinos, caprinos e bovinos (estes são aproveitados somente para a produção de leite e tração animal, devido a princípios religiosos

África

Apresenta o sistema de plantations, produzindo café, cacau, cana-de-açúcar, amendoim, algodão e tabaco, voltados para a exportação Na África Subsaariana predomina a lavoura tradicional, voltada para o mercado interno, e a lavoura de subsistência, com o cultivo de mandioca, inhame e sorgo Nos dois casos, a mão de obra utilizada é o trabalho familiar, com técnicas primi-tivas, o que resulta em baixa produtividade A África do Norte tem duas regiões de destaque, o vale do Nilo (que favorece o culti-vo de cereais e algodão) e o Magreb (onde são produzidos cítricos, vinha e oliva)

AMPLIANDO O CONHECIMENTO (P. 226)

7.

a. Os continentes que apresentam maior quantidade de terras aráveis são: Ásia, Europa, África e

América do Norte

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b. Professor, leve os alunos a perceber que a fome e a subnutrição no continente africano não decor-

rem apenas da pouca disponibilidade de terras aráveis Esses problemas são bem mais complexos,

envolvendo o fato de essa região do continente, de forma geral, apresentar um sistema agrícola

antigo, herdado do período de colonização, e uma produção voltada para a exportação Plantations

de café, cacau, cana-de-açúcar, amendoim, algodão e tabaco causaram o empobrecimento rápido

dos solos e a ocupação irracional de áreas frágeis A África Subsaariana, além de apresentar um

passado colonial de imperialismo, caracteriza-se por apresentar índices socioeconômicos baixos,

instabilidade política, guerras civis e conflitos étnicos e uma economia basicamente agrícola e mi-

neral que é destinada à exportação Portanto, um conjunto de fatores históricos, políticos e socio-

econômicos explica a fome e a subnutrição na região

8. a. O governo chinês busca novas áreas de cultivo, com o objetivo de reduzir os custos com compras

de alimentos para alimentar a população do país, cujo crescimento econômico e a urbanização têm

elevado o consumo de alimentos

b. A compra de terras pela China em outros países assusta o governo de diversos países Esse fenô-

meno é relacionado, por alguns analistas, a uma nova forma de neocolonialismo O governo chinês

tem elevado seus investimentos em recursos naturais de outros países, em especial de países sub-

desenvolvidos ou em desenvolvimento, e nesse contexto o continente africano apresenta o quadro

mais grave, devido às dificuldades de crescimento econômico existentes no continente

9. a. O texto expõe a tentativa de os países do G20 controlarem os preços internacionais das commodities

(matérias-primas)

b. O Brasil é totalmente contra o controle de preços de commodites no mercado internacional Essa

postura se deve à grande importância que as commodities exercem na economia do país, em espe-

cial na pauta de exportações O controle dos preços das commodities reduziria os ganhos do país,

em especial nos momentos em que determinadas commodites são valorizadas no mercado interna-

cional, como o ferro, que viu seu valor de mercado subir consideravelmente na última década

ATIVIDADE FINAL: LEITURA, PESQUISA E PRODUÇÃO DE TEXTO (P. 229)

Professor, a atividade tem como objetivo mostrar aos alunos que os conflitos no campo brasileiro

atingem diversas regiões do país e, consequentemente, há o aumento de casos de violência, com as-

sassinatos e ameaças de morte Outro problema demonstrado pelo texto é a questão do trabalho es-

cravo no Brasil, detectado em 19 dos 27 estados da federação Estimule os alunos a pesquisar se esses

problemas ocorrem na região onde vivem

caPítulo 12 – aGroPecuária no brasil

O capítulo pode ser introduzido aproveitando-se os conhecimentos prévios dos alunos Partindo

desses conhecimentos, pode-se montar um quadro sobre a importância da agricultura para a econo-

mia do Brasil e para o abastecimento e a geração de renda para sua população

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98 Manual do Professor

Uma das questões mais importantes do capítulo é a questão fundiária Assim, é importante

pontuar os aspectos envolvidos nessa questão, destacando a concentração de terras nas mãos de

poucos, a função social da terra (de gerar renda, abrigo e subsistência), a necessidade de reduzir

a pobreza, a existência de terras ociosas, a atuação dos movimentos sociais, a participação, no PIB

do país, das exportações agrícolas relacionadas aos grandes produtores etc Pode-se promover um

debate sobre o tema, contemplando a possibilidade de realização de uma reforma agrária Para a

realização do debate, é importante definir critérios e distribuir igualitariamente os tempos de fala,

além de incentivar o respeito às opiniões divergentes Dado o caráter polêmico do tema, é funda-

mental que haja uma preparação adequada da turma para a atividade

Além de apresentar as características da atividade agropecuária no Brasil, é importante orientar

os alunos a detectar sua regionalização A leitura das páginas 239 a 247, que apresentam as principais

áreas produtivas de cada região brasileira, fornece subsídios relevantes para comparar os vários perfis

regionais da produção agropecuária no país

ABERTURA: ATIVIDADE COMPLEMENTAR (P. 232)

Utilizando as informações da abertura do capítulo 12 e seus conhecimentos sobre o desmatamento, res-

ponda: Por que o atual modelo de desenvolvimento agropecuário brasileiro pode tornar-se insustentável?

Resposta: o modelo agropecuário brasileiro é caracterizado por grande desmatamento de áreas para

a abertura de terras para cultivo O desmatamento tem, como consequências graves, impactos ambien-

tais, como a emissão de gases de efeito estufa, a erosão, o assoreamento de rios, a perda de biodiversi-

dade, o aumento da poluição do solo e de cursos d’água e a poluição atmosférica Esses impactos fazem

que, em longo prazo, a degradação seja imensa e esse modelo se torne ambientalmente insustentável

Professor, utilize esse texto como forma de iniciar a análise da importância que a agricultura tem

para a economia brasileira e de quais são os danos ambientais decorrentes da expansão das áreas

utilizadas para a agricultura

Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades

PARA LER E REFLETIR – A CANA-DE-AÇÚCAR NO ESTADO DE SÃO PAULO (P. 241)

Resposta pessoal Professor, o objetivo da atividade é demonstrar que o cultivo da cana, apesar de ser

importante para o complexo agroindustrial regional do Sudeste e para a produção de etanol e açúcar, tem

complexas consequências socioambientais, como o aumento do desmatamento e a redução das áreas de

produção de gêneros alimentícios, o que tende a elevar o custo dos alimentos em centros urbanos

PARA LER E PESQUISAR – A AVICULTURA BRASILEIRA (P. 243)

A avicultura industrial brasileira integra tecnologias que permitem melhorar os índices de produ-

tividade Podemos citar como exemplo a redução da idade do abate, o aumento da produção de ovos,

o controle preventivo de enfermidades e a redução dos custos de produção como principais benefícios

para o produtor Por outro lado, a indústria se beneficia desse fato pagando baixos preços pelas aves e

obtendo maiores lucros no mercado (por fornecer a tecnologia adotada na criação e por utilizar o pro-

duto final para a produção de alimentos)

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REGIÃO NORDESTE – INTERDISCIPLINARIDADE COM HISTÓRIA (P. 244)

Professor, a produção agropecuária da Região Nordeste está fortemente vinculada aos processos de

ocupação e formação econômica do Brasil desde o período colonial Há a possibilidade de aprofundar a

análise a respeito da agropecuária regional partindo dessa ocupação histórica e as consequências para

os dias atuais, como por exemplo a elevada concentração de terras

RETOMANDO O CONTEÚDO (P. 250)

1. A agricultura emprega mais de 20% da mão de obra ativa e gera empregos nas áreas de transporte, ar-

mazenagem e transformação de produtos, no comércio etc ; fornece alimentos à população e matérias-

-primas para os mais diversos setores industriais; e produz 25% da renda das exportações nacionais

2. Esse setor vem apresentando um expressivo aumento de produção e produtividade em virtude de:

investimentos por parte de empresários rurais; adoção de políticas agrícolas que valorizam e bene-

ficiam determinados produtos; relativa melhoria da qualificação profissional do trabalhador rural;

modernização dos equipamentos; desenvolvimento da tecnologia agrícola nacional

3. O agronegócio pode ser definido como a soma das operações de produção e distribuição de supri-

mentos agrícolas, processamentos e distribuição dos produtos agrícolas e itens produzidos a partir

deles Em outras palavras, pode ser compreendido como um conceito que relaciona todos os ele-

mentos envolvidos no processo de produção, distribuição e consumo de produtos agropecuários

4. A agricultura familiar é constituída por pequenos produtores, com predomínio de mão de obra dos

membros de sua família, eventualmente complementado pelo trabalho assalariado É importante

para a geração de empregos no campo (emprega 80% dos trabalhadores rurais) e por ser responsá-

vel por 60% da produção dos alimentos consumidos no país

5. O principal problema da estrutura fundiária no Brasil é a concentração de terras De acordo com os

dados apresentados neste capítulo, percebe-se que uma pequena parcela de pessoas detém grandes

porções de terra Existem inúmeros latifúndios improdutivos no país, fato que passa a ser contestado

pelos trabalhadores do campo, geralmente organizados em grupos ou em movimentos sociais

6. • posseiros: instalam-se em terras devolutas (do governo), ou de terceiros, isto é, terras que

não lhes pertencem;

• parceiros: trabalham na terra de outra pessoa em troca de parte da produção obtida;

• pequenos proprietários: cultivam a própria terra para abastecer a família e negociar no mer-

cado local;

• arrendatários: alugam a terra de alguém pagando em dinheiro; dispõem, em geral, de certo

capital e equipamentos;

• assalariados permanentes: moram nas propriedades em que trabalham, mantendo vínculo

empregatício, com registro profissional e todos os direitos legais;

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100 Manual do Professor

• assalariados temporários: contratados por dia para realizar a tarefa ou empreitada, sem di-

reito a morar na terra;

• não-remunerados: membros do grupo familiar do trabalhador que o ajudam sem receber

pagamento pela atividade

7.

Macrorregião Características e produtos

Sudeste

O planalto Ocidental Paulista é a principal área agrícola do Sudeste, favorecida pelos seguintes fatores: condições naturais (topografia relativamente plana, pre-domínio do clima tropical e ocorrência de manchas significativas de terra roxa); implicações do ciclo do café (imigração e introdução de infraestrutura de trans-portes); crescimento da indústria no estado de São Paulo (fornecendo insumos à agricultura e consumindo matérias-primas agrícolas) Destacam-se nessa região as produções de café, cana-de-açúcar e laranja A região produz também chá, milho, arroz, algodão e banana As demais áreas do Sudeste têm menor destaque, produzindo café, cereais, cana-de-açúcar, banana, chá e arroz, além da pecuária de corte e leiteira

Sul

A atividade agrícola iniciou-se na região da campanha, que contou com as correntes imigratórias a partir do século XIX Passou a ser caracterizada pelas pequenas propriedades policultoras e por produções típicas de clima temperado, como o trigo e a uva, visando, sobretudo ao abastecimento do mercado regional Destacam-se as produções de soja e trigo Também é de importância na região a pecuária, com rebanhos de suínos, aves, ovinos e bovinos

Nordeste

A atividade agrícola é a mais importante da região, apresentando produção diver-sa e com localizações variadas, em virtude de fatores climáticos e das condições estruturais A região divide-se nestas áreas produtoras:• Zona da Mata: ali a cana-de-açúcar encontrou condições climáticas e de solo

muito favoráveis, tendo sua produção voltada para as exportações; no sul da Bahia, há produção de cacau;

• Agreste: predominam pequenas propriedades policultoras, dedicadas à pro-dução de gêneros alimentícios (milho, mandioca, feijão, batata, frutas, café, fava), além de algodão e sisal;

• Sertão: o principal plantio é o algodão arbóreo; já nas áreas mais úmidas, desenvolve-se uma policultura de subsistência (milho, feijão e mandioca) Ao longo do rio São Francisco, a agricultura depende de irrigação Em gran-de parte do Sertão, pratica-se uma pecuária de baixa qualidade (sistema ultraextensivo);

• Meio Norte: caracteriza-se pela cultura comercial de arroz, desenvolvida, sobretudo às margens dos rios Parnaíba, Mearim e Pindaré Apresenta pecu-ária de bovinos extensiva e pobre

Centro-Oeste

Região caracterizada pela expansão da fronteira agrícola Destaque para as re-giões de Campo Grande e Dourados (soja, milho, amendoim e trigo); Sudeste de Goiás (soja, algodão, milho, feijão e arroz); vale do Paranaíba (algodão, amendoim e arroz); área do Cerrado (bovinos e equinos); e Pantanal (pecuária ultraextensiva de bovinos)

Norte

Região de menor participação na agricultura do país Entre as áreas agropecuá-rias mais importantes estão: Zona Bragantina (pimenta-do-reino e malva); várze-as do rio Amazonas (juta); Rondônia (soja e milho); Roraima (bovinos e equinos); e ilha de Marajó (bufalinos)

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AMPLIANDO O CONHECIMENTO (P. 250)

8. O Brasil apresenta uma grande quantidade de terras improdutivas A reforma agrária traria be-

nefícios não só para os habitantes do meio rural, com a geração de empregos e acesso à proprie-

dade, mas para a população brasileira como um todo, pois diminuiria a migração para os grandes

centros urbanos, o que reduziria as pressões sociais e suas consequências, como a submoradia e

a violência urbana

Professor, enfatize que a questão da reforma agrária no país é muito antiga, e os projetos de lei

que visam amenizar o problema da concentração fundiária ainda encontram barreiras em debates

políticos e ideológicos, além das questões econômicas

9. A charge trata da questão fundiária no país e da necessidade da reforma agrária, visto que há gran-

de quantidade de terras improdutivas nas mãos de poucas pessoas e famílias

10. a. A questão da reforma agrária traz consigo elementos que ultrapassam a simples ação de doar ou

redistribuir a terra às populações desalojadas Como afirma o texto, ela desafia o direito de pro-

priedade e chacoalha a estrutura de poder, carrega consigo o espírito de uma autêntica revolução

social Mais de quarenta países experimentaram projetos de redistribuição da posse da terra neste

século – e nenhum deles permaneceu o mesmo depois disso

Ressalte que, além do acesso a terra, a reforma agrária compreende também financiamentos e

assistência técnica aos novos proprietários, de modo que estes possam se tornar produ tores inde-

pendentes Trata-se de um processo que visa realizar justiça social e distribuir a riqueza de forma

mais igualitária

b. Atualmente, a reforma agrária não é mais compreendida como um fator fundamental para a mo-

dernização e o desenvolvimento de um país Isso porque, com a revolução tecnológica, a produti-

vidade no campo tem aumentado expressivamente e as grandes propriedades passaram a ser vis-

tas como as que atendem às demandas dos mercados, principalmente internacionais João Pedro

Stedile defende que o modelo produtivo agrícola brasileiro deve levar em consideração o pequeno

e médio produtor, priorizando a distribuição de renda e a geração de trabalho Deve-se considerar

também que a questão ambiental deve ganhar força, com a promoção de técnicas que respeitem o

meio ambiente e utilizem quantidades menores de agrotóxicos prejudiciais à saúde da população

ATIVIDADE FINAL: LEITURA, PESQUISA E DEBATE (P. 252)

A atividade traz um tema que sabemos ser polêmico e com forte viés ideológico É importante

apresentar os principais elementos e agentes presentes na questão da reforma agrária no Brasil

Se possível, procure outros textos ou reportagens para complementar a discussão Solicite que os

alunos posicionem-se e argumentem sobre a questão da reforma agrária no Brasil, avaliando o grau

de articulação, coerência e fundamentação das reflexões feitas por eles

Se achar conveniente, estabeleça uma divisão na lou sa com argumentos favoráveis à reforma e

outros contrários A turma pode ser dividida em grupos para pesquisar e trocar informações sobre as

possíveis formas de avanço desse processo

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PROJETO INTERDISCIPLINAR: IMPACTOS AMBIENTAIS E SOCIAIS DAS ATIVIDADES AGROPECUÁ-

RIAS (P. 254)

Nesse projeto, as matérias relacionadas com Geografia são Química, Biologia, Física e

Matemática

Sobre o conteúdo do projeto, preparamos algumas sugestões bibliográficas:

• ASSIS, Renato Lara de Compactação do Solo Disponível em: <http://www ifgoiano

edu br/ipora/images/stories/coordenacao/Renato/propriedades%20fisicas%20do%20

solo 2012 pdf> Acesso em: 26 mar 2013

• BATISTA, Marcelo A Compactação do Solo Disponível em: <http://www dea uem br/disciplinas/

conservacao/compactsolo pdf> Acesso em: 26 mar 2013

• FAO Pisoteio Animal Disponível em: <http://www fao org/ag/againfo/programmes/pt/lead/tool-

box/Grazing/Animtram htm> Acesso em: 26 mar 2013

• RIBAS, Priscila Pauly; MATSUMURA, Aida Terezinha Santos A química dos agrotóxicos: impac-

tos sobre a saúde e o meio ambiente Revista Liberato, Novo Hamburgo, v 10, n 14, p 149-158,

jul /dez 2009 Disponível em: <http://www liberato com br/upload/arquivos/0120110910074119

pdf> Acesso em: 26 mar 2013

• RIBEIRO, Deise Helena Baggio; VIEIRA, Eliane Avaliação do potencial de impacto dos

agrotóxicos no meio ambiente Disponível em: <http://www biologico sp gov br/artigos

_ok php?id_artigo=124> Acesso em: 26 mar 2013

• TRAPÉ, Ângelo Zanaga Efeitos toxicológicos e registros de intoxicações por agrotóxicos Disponível

em: <http://www feagri unicamp br/tomates/pdfs/eftoxic pdf> Acesso em: 26 mar 2013

Respostas:

1. Dentre os principais fatores causadores de “perda de biodiversidade”, relacionados à agropecuá-

ria, destacam-se o desmatamento e o uso de defensivos agrícolas (agrotóxicos) O desmatamento

de áreas para o cultivo e para pastagens promove a eliminação e/ou redução da fauna e flora

nativas, já que o ecossistema natural tende a ser substituído e/ou demasiadamente alterado para

dar lugar às atividades agropecuárias Ainda assim, algumas espécies vegetais e animais podem

permanecer nesse ambiente, mas o uso de defensivos agrícolas, como herbicidas (eliminam plan-

tas indesejáveis) e pesticidas (eliminam insetos, pássaros, moluscos, micróbios etc ), acabam por

reduzir drasticamente ou exterminar os seres vivos restantes que interferiam negativamente na

criação de animais ou cultivo de plantas

2. a. Agrotóxicos são produtos químicos usados na lavoura, na pecuária e mesmo no ambiente doméstico,

tais como inseticidas, fungicidas, acaricidas, herbicidas, bactericidas, vermífugos, além de solventes,

produtos para limpeza e desinfecção, etc Uma vez introduzidos no ambiente, os agrotóxicos podem

se tornar poluentes em consequência da sua toxicidade ou de seus produtos de degradação Além

disso, o uso irregular de agrotóxicos ao longo dos anos tem provocado o acúmulo de resíduos de

compostos químicos nocivos na água, no solo e no ar No caso do solo, o transporte vertical dos pes-

ticidas no perfil do solo por lixiviação tem sido apontado como sua principal forma de contaminação e

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também do lençol freático (águas subterrâneas), juntamente com a água das chuvas ou de irrigação

que desce pelo solo A contaminação de rios e lagos ocorre, em grande parte, pelo escoamento su-

perficial (água de enxurrada) Nesses processos de transporte (volatilização, lixiviação e escorrimen-

to superficial), os compostos orgânicos sofrem muitas alterações na quantidade (concentração) que

pode diminuir (por meio de diluição, ex : na água), aumentar (reconcentração através de evaporação

do meio em que ele foi solubilizado) ou ainda sofrer transferência de fase No que se refere à quan-

tidade dos compostos durante o transporte, os compostos podem ser molecularmente alterados em

função de processos como a degradação (bio e fotodegradação) e das múltiplas reações químicas de

que eles podem participar, aumentar, diminuir ou mesmo inativar seu poder tóxico

b. Os efeitos sobre a saúde podem ser de dois tipos: 1) efeitos agudos, ou aqueles que resultam da

exposição a concentrações de um ou mais agentes tóxicos, capazes de causar dano efetivo apa-

rente em um período de 24 horas; 2) efeitos crônicos, ou aqueles que resultam de uma exposição

continuada a doses relativamente baixas de um ou mais produtos As intoxicações agudas nos

seres humanos podem causar vômito, tontura, dor de cabeça, dificuldade respiratória, espasmos

musculares etc ; as intoxicações crônicas podem causar abortos, má formação de fetos, câncer,

dermatose, alergias respiratórias, transtornos psiquiátricos e até a morte

3. Segundo o texto, a erosão é o arrastamento das partes constituintes do solo, através da ação da água

ou do vento, colocando a terra transportada em locais onde não pode ser aproveitada pela agricultu-

ra Pela erosão o solo perde não só elementos nutritivos que possui, como também os constituintes

do seu corpo, logo um terreno fértil em que a erosão atuar acentuadamente se tornará pobre e apre-

sentará baixa produção agrícola

O principal agente causador da erosão nas áreas agrícolas são as águas das chuvas, que somadas

a certos atributos do solo e a ação antrópica podem favorecer o processo erosivo, já que as ativida-

des humanas se constituem como principais agentes catalisadores desses processos

4. a. Na agricultura, o principal elemento que causa a compactação dos solos é o uso de máquinas na

lavoura (tratores e caminhões), devido à atuação de seu peso sobre as partículas do solo

Dentre as implicações da compactação do solo, as principais são: a velocidade de infiltração da

água no solo diminui e menos água é armazenada no perfil do solo e nos lençóis freáticos, po-

dendo causar déficit de água em regiões com estações secas severas; o escoamento superficial

das águas pluviais aumenta, já que a água da chuva que não é absorvida escorre pelos terrenos

e é finalmente escoada pelos rios, aumentando os riscos de cheias e modificando os padrões

dos cursos de água; a erosão causada pelo escoamento superficial também aumenta, levando à

perda de solo agricultável, à perda de nutrientes, à poluição da água por sólidos em suspensão,

à deposição de sedimentos nos rios e nas planícies de cheia e à modificação da morfologia dos

cursos de água; dificuldades de fixação das raízes de novas plantas e déficit de crescimento de

outras plantas, pois as raízes dificilmente penetram no solo e encontram fracas condições de

abastecimento em água; a aeração do solo diminui, prejudicando a fauna do solo

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b. O pisoteio animal corresponde ao efeito da pressão mecânica sobre o solo, as gramíneas e a cober-

tura herbácea, em consequência do pisoteio pelos animais É particularmente notável em locais

onde o pisoteio é repetido Grandes densidades animais e cargas animais distribuídas irregular-

mente são causas de pisoteio excessivo, que podem ocasionar na compactação dos solos, princi-

palmente em regiões tropicais com solos argilosos Dentre os efeitos negativos, destacam-se a

redução da porosidade de porções do solo, que por sua vez levam à diminuição da aeração do solo

e infiltração de água, perda de solo e de nutrientes pela erosão, dificuldades de desenvolvimento do

pasto Dentre os efeitos positivos do pisoteio animal, é possível destacar: remoção da crosta formada

na superfície dos solos quando alternam-se estações úmidas e secas, pois esta crosta limita a infil-

tração da água e a penetração das raízes das plantas; o pisoteio animal pode ajudar os dejetos e as

sementes a misturarem-se com as partículas do solo; as patas dos animais sobre os tufos de erva

estimulam o abrolhamento e o enraizamento dos rebentos, melhorando a cobertura do solo

c. A compactação refere-se à compressão do solo não saturado durante a qual existe um aumento de sua

densidade em consequência da redução de seu volume Dessa forma, quanto maior o peso e menor a

área de contato entre uma máquina ou animal e a superfície do solo, maior será a compactação deste

d. A massa de um corpo é obtida através da força peso sob ação da aceleração da gravidade A força é

medida em quilograma-força (kgf), em newton (N) etc , e a massa, em quilograma (kg), grama (g) etc

A pressão é uma grandeza física, não vetorial, que relaciona a força exercida sobre uma dada su-

perfície e a área dessa superfície, de acordo com a fórmula:

P = F

S

Onde: P = pressão

F = força

S = área

Dessa forma, temos:

P = (F/4)

S

Onde o número 4 corresponde ao número de rodas do trator e ao número de

patas do animal

a. no caso do trator:

P = (6 000/4)/1123,2 = 1,3 kgf/cm2

Pressão nº de rodas do trator

b. no caso do cavalo:

P = (420/4)/10 = 10,5

Pressão nº de patas do animal

Podemos perceber pela equação, que para uma dada força, quanto menor a área, maior a pressão

Assim sendo, o cavalo compacta o solo aproximadamente 8 vezes mais que o trator, pois embora o

cavalo apresente menor massa que o trator ele possui menor área de contato com o solo

5. Espera-se que o aluno discorra sobre a concentração de terras e de riquezas no campo brasileiro,

apontando como uma de suas implicações as grandes desigualdades socioeconômicas entre os

grandes produtores rurais, de um lado, e os médios e pequenos produtores, de outro Além das

desigualdades nos níveis de vida, a concentração de terras também é uma das causas de conflitos

ꜜ ꜜ ꜜ ꜜ

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no campo, envolvendo a posse e/ou a propriedade dos imóveis rurais, que são, na verdade, o meio

de produção para a manutenção econômica das famílias rurais

ENEM E VESTIBULARES (P. 257)

1. A afirmação é correta, pois a origem da estrutura fundiária brasileira está relacionada com a implan-

tação no Brasil, durante o período colonial, do sistema de capitanias hereditárias

2. Alternativa A

3. Alternativa D

4. a. O desenvolvimento do setor frigorífico na área 1 decorre da forte presença da atividade pecuarista

voltada para a produção de carne, impulsionada por uma série de características geográficas favorá-

veis à criação de gado – tais como a topografia relativamente plana, a vegetação de cerrado, a riqueza

hidrográfica da bacia do Paraná e a proximidade dos grandes mercados consumidores

b. Na área 2, o desenvolvimento do setor frigorífico deve-se à forte presença da atividade pecuarista

voltada para a produção de carne O desenvolvimento dessa atividade foi favorecido do ponto de vista

natural pelo fato de a região apresentar topografia plana e vegetação herbácea Do ponto de vista

histórico-geográfico, destaca-se o fato de a ocupação econômica dessas áreas ter se apoiado na

expansão da pecuária

5. Alternativa E

6. Alternativa C

7. Alternativa A

7. suGestões de leitura

unidade 1 – da ordeM biPolar à noVa ordeM Mundial

TEXTO 1: no texto a seguir, os autores fazem uma relação da globalização com o imperialismo,

argumentando que, mesmo sem intervir de fato como ocorria na antiga ordem, os Estados ricos con-

tinuam impondo sua cultura, seus produtos, seus gostos, seus hábitos alimentares, além de ditar as

localidades onde as diversas atividades econômicas devem se realizar

A globalização e suas marcas

O que diferencia a globalização do imperialismo dos séculos XVIII, XIX e parte do XX é o modus

operandi. Enquanto as nações imperialistas estavam presentes de maneira física, fazendo-se sentir enquanto

força opressora, exploradora e expropriadora, com seus exércitos, suas armas e sua política de protetorados;

na contramão, hoje a presença se dá de modo sutil, suave como uma brisa, invisível. O domínio não se dá

mais pelo controle das fronteiras e territórios e sim pelos fluxos.

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Sob a forma de organizações, o capitalismo global foi impulsionado no período pós-guerra e, principal-

mente na segunda metade do século XX [...].

Milton Santos (1996) afirma de que a universalização do mundo pode ser constatada nos fatos; universa-

lização da produção, incluindo a produção agrícola, dos processos produtivos e do marketing. Conforme o au-

tor, estamos na era da universalização das trocas, universalização do capital e de seu mercado, a universalização

da mercadoria, dos preços e do dinheiro como mercadoria-padrão, também a universalização das finanças e das

dívidas, do modelo de utilização dos recursos por meio de uma universalização do trabalho, isto é, do mercado

do trabalho e do trabalho improdutivo, ainda a universalização do ambiente das firmas e das economias, dos

gostos, do consumo e da alimentação. Paralelo a este paradigma, ocorre ainda a universalização da cultura e

dos modelos de vida social, de uma racionalidade a serviço do capital erigida em moralidade igualmente uni-

versalizada, a universalidade de uma ideologia mercantil concebida do exterior; além disso, a universalização

do espaço, da sociedade tornada mundial e do homem ameaçado por uma alienação total.

Desse modo, a globalização, sob o mote da “mútua dependência” (enquanto uns poluem outros não

podem, enquanto uns produzem os outros consomem, enquanto uns permanecem agroexportadores, outros

impõem seus bens tecnológicos) leva aos quatro cantos do globo as “benesses do desenvolvimento econômi-

co”, em detrimento da “pobreza e do habitus retrógrado” das localidades. [...]

Destarte nada disso é novidade ao cidadão médio de qualquer parte do mundo. Porém, se é verdade

que a globalização e o que advém dela tende a homogeneizar o mundo, também é verdade que ela não se

dá de modo simultâneo e igual em todas as partes. Num plano puramente técnico, a economia de mercado

só pode ser introduzida na medida em que o sistema de transporte for suficientemente eficaz para garantir

o encaminhamento dos excedentes da produção a seus consumidores eventuais. [...]

SILVA, E.; EIDT, P. Globalização: as marcas da homogeneização do mundo no universo regional. Revista Geografares, n°13, p.160-191, dez, 2012. Disponível em: <http://periodicos.ufes.br/geografares/article/view/2949/3343>. Acesso em: 22 mar. 2013.

unidade 2 – o Mundo atual: desiGualdades e conflitos

TEXTO 2: este texto aborda a relação entre a pobreza e os conflitos armados no interior de um país,

argumentando que as desigualdades podem gerar revoltas internas ocasionadas pela fome, falta de

perspectiva de melhora, corrupção, criação de milícias, governos fragilizados, incitação ao ódio entre

diferentes grupos, entre outras tensões que a pobreza e a desigualdade podem proporcionar

A pobreza como raiz de conflitos

O conflito é geralmente definido como uma interação entre pessoas ou grupos interdependentes os

quais percebem objetivos incompatíveis e esperam a interferência da outra parte, se tentarem alcançar seu

objetivo. Para esclarecer melhor esse conceito, o conflito poderia ser visto como um triângulo cujos vértices

são representados por três palavras: “estrutura”, “atitude” e “comportamento”. Assim, por “estrutura”, procu-

ra-se ressaltar as partes em embate e o conflito de interesse entre eles. Dessa forma, o conflito surge quando

as partes passam a ter vontades, valores ou metas incompatíveis. Enquanto isso, o termo “atitude” refere-se à

tendência que as partes apresentam em ver o conflito do seu próprio ponto de vista, em identificar-se com

o próprio lado e em diminuir as preocupações dos outros. Por último, o “comportamento” inclui gestos e

comunicações, os quais podem transmitir uma intenção hostil ou conciliadora.

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A pobreza pode entrar como parte da estrutura do conflito. Nesse sentido, ao olhar atentamente para

alguns pontos problemáticos na África, é possível notar uma correlação muito grande entre a pobreza e o

surgimento de conflito. No Sudão, por exemplo, a pobreza aguda do Sul, em comparação com o Norte, assim

como a sensação de que o governo estava explorando os recursos da região, sem qualquer retorno, contribu-

íram para a eclosão de conflitos em 1983. [...]

[...] a pobreza também pode contribuir para a maior instabilidade política. O governo corrupto ou

fraco fomenta a pobreza. Dentro dessa perspectiva, a pobreza generalizada faz com que uma administração

eficaz e equitativa seja mais difícil de ser estruturada. Portanto, o conflito surge quando os governos fracos

não conseguem melhorar a vida do seu povo e a sua legitimidade é prejudicada. Além disso, Estados falidos

representam um grande risco de segurança, porque, geralmente, são incapazes de controlar adequadamente

seu território, deixando áreas sem lei. Por conseguinte, podem tornar a região propícia para a atividade cri-

minal e para os terroristas.

Segundo alguns analistas, aqueles que participam de manifestações violentas e de guerras no continente

africano são movidos pelas más condições econômicas. Com isso, quando os guerrilheiros se juntam a um

grupo de rebeldes, eles podem obter alimento e vestuário, bem como oportunidades para o reconhecimento

e auto promoção. Concordante a essa situação, grupos insurgentes alegam sobre a vontade em substituir um

determinado governo para que, com o poder em mãos, possam defender segmentos marginalizados da socie-

dade em regimes não democráticos. Afirmam, ainda, que a intenção é conferir-lhes expressividade política e

promover seus interesses sociais e econômicos, a fim de reverter, dessa forma, injustiças. Como consequência,

essa motivação costuma atrair amplo apoio popular à iniciativa de travar uma guerra civil.

Os jovens Estados, herdeiros do domínio colonial europeu, apresentam uma fragilidade política que

se manifesta no caráter vulnerável às intervenções internacionais e na permissividade ao mercado informal.

Com isso, o Estado acaba permitindo que outras forças políticas, incluindo grupos armados, preencham o

vácuo do poder político, assim como a circulação de armas ilegais. Na África, por exemplo, o vácuo criado

pela fraqueza do Estado torna o continente uma área de refúgio e proteção para o terrorismo internacional.

Subjacente aos conflitos internos encontra-se a crise do subdesenvolvimento, a qual é caracterizada pela

destruição generalizada do ambiente, pelo aumento das pressões demográficas e pelo subemprego. Nesse

sentido, enraizado em processos sociais, econômicos e políticos, a guerras promovem um movimento de

refugiados. Dentro dessa questão, o Secretário Geral das Nações Unidas argumenta que “à medida que

aumentam o empenho para resolver estas graves crises, através de esforços de manutenção da paz, ajuda

humanitária e assistência aos refugiados, o mesmo deve acontecer com os ânimos para responder à crise

latente do subdesenvolvimento, através da promoção de um desenvolvimento duradouro”.

LIMA, Yan Carlo Pacheco de. A pobreza como raiz de conflitos. In: LIMA, Yan Carlo Pacheco de. Pobreza e subdesenvolvimento como raízes de conflitos. Disponível em: <http://www.internationali.com.br/guiagalileu.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2013.

unidade 3 – a Produção industrial

TEXTO 3: o texto destaca a automatização de seu processo produtivo em uma indústria, demons-

trando que, muitas vezes, a robotização pode ser mais lucrativa, porém, deixa muitas pessoas fora de

seus postos de trabalho, uma vez que não há realocação dos funcionários

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Automatizar ou não automatizar?

Automatizar ou não automatizar? Eis a questão do mundo moderno. A linha de produção de uma

indústria precisa cada vez menos de mão de obra humana. Máquinas, robôs, computadores resolvem pro-

blemas com rapidez e eficácia que muitas vezes seriam difíceis de solucionar pelo homem.

Em algumas fases do processo de fabricação a automação é essencial, é o caso da usinagem e injeção. Já

nas fases de montagem e inspeção esta se torna uma escolha da empresa, que pode optar pela mão de obra

humana. Algo que ajuda nesta decisão é saber que a produtividade de um setor automatizado é cerca de

98%, enquanto com a utilização de pessoas fica em torno de 85%. Claro que colocar máquinas no processo

também tem suas desvantagens, e as duas principais são o alto investimento inicial nos bens de capital e o

desemprego gerado pela não-necessidade de pessoas no processo.

No entanto, o que parece desfavorável para a política econômica também ajuda em seu desenvolvimen-

to. Mesmo gerando o desemprego em um primeiro momento, a automação baixa o custo do produto final,

tornando-o mais competitivo e estimulando a expansão do mercado, reempregando os trabalhadores. O que

acontece no processo de automação, em relação a mão de obra, são dois fatores: a mudança da oportunidade

de emprego do setor industrial para o setor do comércio e a exigência de mão de obra cada vez mais espe-

cializada para a indústria. [...]

Segundo pesquisas, essas mudanças ocasionadas pela automação industrial ainda colaboram para a

melhoria da qualificação profissional, a realização de trabalhos menos repetitivos, diminuição da jornada de

trabalho, mais tempo livre para os funcionários, motivação para a qualificação e ainda desenvolvimento da

economia.

Já quando se trata do alto custo necessário para automatizar um setor é preciso lembrar que uma má-

quina pode trabalhar 24 horas diárias, enquanto a jornada de trabalho de um funcionário é de oito horas.

Além disso, ainda tem os gastos com salário, benefícios, férias, afastamentos e sindicatos, enquanto a máquina

tem o custo fixo de implantação, manutenção preventiva e manutenção corretiva.[...].

Centro de Informação Metal Mecânica. Inovação e Processos. Automatizar ou não automatizar? Disponível em: < http://www.cimm.com.br/ portal/noticia/exibir_noticia/6846-automatizar-ou-nao-automatizar>. Acesso em 22 mar. 2013.

unidade 4 – a Produção aGroPecuária no Mundo e no brasil

TEXTO 4: neste texto, os autores defendem a ideia de que a crise mundial se desencadeou devido a

uma crescente crise agrária, fruto do processo de modernização do campo e consequente empobreci-

mento de trabalhadores e êxodo rural, gerando assim um contingente de pobres nas regiões urbanas

Partindo destes argumentos, os autores desenvolvem o texto defendendo que o aumento da população

sem poder de compra acarreta no impedimento do consumo, levando a uma crise econômica ocasiona-

da pela diminuição da circulação de mercadorias

Crise agrária e crise geral

Ora, a partir do fim do século XIX, com a revolução dos transportes, todos esses sistemas foram

confrontando-se de modo progressivo em um mesmo mercado, cada vez mais unificado, que revelou dia-

riamente mais desigualdades de toda ordem herdadas pelos próprios sistemas, com o desequilíbrio de

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Manual do Professor 109

produtividade e de retorno resultantes. Em seguida, no século XX, os ganhos de produtividade provenien-

tes da segunda revolução agrícola (motorização, mecanização, fertilização mineral, seleção, especialização)

foram tão grandes que levaram a uma redução muito importante dos preços reais (reduzindo a inflação) da

maior parte dos gêneros agrícolas. Assim, a relação de produtividade do trabalho entre a agricultura manual

menos produtiva do mundo e a agricultura motorizada e mecanizada mais produtiva quintuplicou, passan-

do de 1 a 10 no princípio do século a 1 a 500 atualmente.

Confrontados com essa dura concorrência, atingidos pela queda dos preços, os agricultores menos

equipados e os menos produtivos viram sua renda desintegrar-se. Incapazes de investir e de se desenvolver,

foram condenados ao atraso e à consequente eliminação. Assim, dezenas de milhões de pequenas e médias

propriedades agrícolas dos países desenvolvidos desapareceram desde o princípio do século. Após algumas

décadas, as mesmas causas produziram os mesmos efeitos. Centenas de milhares de propriedades campone-

sas subequipadas dos países em desenvolvimento se viram, por sua vez, mergulhadas na crise e eliminadas,

alimentando a maré montante do êxodo agrícola, do desenvolvimento da pobreza rural e urbana.

Tal imensa onda de desemprego e de pobreza planetária limitou o crescimento da demanda salarial

mundial, já insuficiente para permitir, em escala mundial, um vigoroso desenvolvimento industrial e agrí-

cola. Assim, o arquipélago de prosperidade constituído pelos grandes núcleos industrializados e por seus

satélites, mesmo que ainda hoje continuem a desenvolver-se e a ampliar-se, encontram-se a cada dia um

pouco mais asfixiado pela falta de vazão, e a cada dia um pouco mais invadidos e ameaçados pela submersão

e pela subversão em razão do crescimento da miséria.

Portanto, nosso diagnóstico é: a crise geral contemporânea está enraizada na crise geral e ampla das

agriculturas camponesas menos dotadas pela natureza e pela história, resultantes essencialmente da con-

corrência com as agriculturas mais produtivas. O maior perigo de nossa época é o fato de que a redução

dos empregos agrícolas continua a predominar sobre a criação de postos de trabalho em outros setores da

economia e, por essa razão, o desemprego e a pobreza estendem-se em escala planetária sempre mais rapi-

damente que a criação de emprego e de qualidade de vida.

Não há dúvida de que o rápido aumento da população mundial amplia de modo considerável as

consequências desse fenômeno. Mas, paradoxalmente, o crescimento da população é também, por sua vez,

encorajado pela baixa dos preços agrícolas que ocorre há décadas, pois essa queda contribui para reduzir o

custo da reprodução alimentar da vida humana.

Se o problema essencial da economia do mundo atual reside essencialmente na confrontação destrutiva

entre agriculturas tão diversas e tão desigualmente produtivas que constituem a herança agrária da humani-

dade, então a solução da crise geral contemporânea passa, necessariamente, por uma política coordenada em

escala mundial, capaz de permitir à agricultura pobre em vias de extinção se manter e se desenvolver. Uma

política que permita, enfim, conter o êxodo, o aumento do desemprego e da pobreza, e permita restituir aos

países pobres um poder aquisitivo abrangente, único capaz de impulsionar de modo amplo os investimentos

produtivos e a economia mundial.

Conceder ou recuperar em todos os tipos de agriculturas herdadas do passado a possibilidade de par-

ticipar da construção de um futuro viável para a humanidade é, segundo nosso ponto de vista, o verdadeiro

caminho para resolver a crise geral da economia mundial contemporânea.

MAZOYER, M.; ROUDART, L. História das agriculturas no mundo: do neolítico a crise contemporânea. São Paulo: Editora Unesp, 2010.

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