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Geografia Urbana Aula 3

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Geografia Urbana

Aula 3

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As Cidades Antigas

• As mais antigas cidades tinham em comum, alocalização nos vales de grandes rios e umaorganização dominante, de caráter teocrático. (olíder era rei e chefe espiritual)

• e um traço na sua estrutura interna do espaço: aelite sempre morava no centro. Isto servia tantopara facilitar o intercâmbio das idéias ( quepermitiam o exercício da dominação sobre asoutras classes sociais) como para elas ficaremmenos expostas aos ataques externos.

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Formas e modelos ancestrais

• O estudo da origem das cidades haveria de semostrar mais claro, não fosse o fato de que:

• A maior parte das alterações críticas teveramlugar antes de ser aberto o registro histórico,

• Nenhuma cidade antiga foi, atéhoje, completamente desenterrada,

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• E algumas das mais antigas, que poderiamrevelar muita coisa, continuam ainda existindocomo lugares de morada, obstinadamenteimunes à pá do escavador.

• As lacunas existentes são atordoantes:

• Cinco mil anos de história urbana e outrotanto de história proto-urbana se achamespalhados por algumas dezenas de sítiosapenas parcialmente explorados.

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• Os grandes marcos urbanos:Ur, Nipur, Uruk, Tebas, Heliópoles, AssurNínive, Babilônia, cobrem um período de3.0000 anos, em que há uma enormeausência.

• Risco de especulação,

• Imperfeição dos vestígios

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• As duas grandes civilizações em que a cidade aprincípio provavelmente tomou forma, o Egito e aMesopotâmia, apresentam enormes contrastes.

• E estes se tornam mais agudos se incluirmos aPalestina, o Irã, e o vale do Indo.

• Por um lado tornam significantes alternativas narevolução urbana, por outro, tornam difícilqualquer tentativa de compor um quadro geraldas origens da cidade.

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• As ruínas das antigas cidades, devem serencarados separadamente, antes de juntá-lospara sondar o seu valor e significado.

• Cidades que foram aumentando a sua áreaconstruída e sua população.

• Desenvolvendo uma arquiteturamonumental, como a do Egito, mas também aastronomia, a escrita, a organização militar, aconstrução de canais, o comércio, amanufatura etc.

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• Entretanto, o tamanho normal da cidadeantiga é de cerca de duas mil até vinte milpessoas, próximos do que chamaríamos hojede um bairro residencial;

• As cidades conservavam as intimidades esolidariedades da comunidade primária.

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• Na sua estrutura, as residências mais ricasapresentavam casas com muitos cômodos, atépalácios com muitos aposentos;

• A casa separada não existia na cidade antiga,

• O retiro e a liberdadeeram, originariamente, atributos dopalácio, reservados, ao lado de muitos outroshábitos e propriedade, a pequeno grupo denobres e funcionários que serviam aosgovernantes.

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• A vila suburbana, situada livremente, no meiode um jardim, aparece muito cedo naspinturas egípicias e nos modelos tumulares.

• Outro elemento a ser destacado: amuralha, mais do que definir o espaço dacidade ela servia da proteção para osgovernantes.

• Ao redor desta cidadela, podia haver asaldeias tributárias

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• Há excessões, no que se refere a muralha. Porexemplo:

• O antigo Egito as barreiras naturais davam àssuas cidades e aldeias, em certosperíodos, uma imunidade coletiva;

• Roma Imperial devido ao vasto exército ouuma colossal construção de barricadas dealvenaria, atravessando o país, dispersavam asmuralhas locais.

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• Outro fator condicionante do tamanho dascidades, muito frequentemente esquecido:não apenas a disponibilidade de água ou dealimento, mas a variação dos sistemascoletivos de comunicação.

• Platão limitava o tamanho de sua cidade idealao número de cidadãos a que uma única vozse poderia dirigir.

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• Outra limitação era o número dos quepoderiam ser ajuntados dentro dos recintossagrados para tomar parte nas grandescerimônias periódicas.

• As cidades mesopotâmicas tinham um tamborde reunir, asssim como as cidades medievaisutilizavam o sino de uma torre de igreja paraajuntar seus cidadãos.

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• As cidades antigas não cresceram além dasdistâncias de caminhada ou de audição.

• Na idade Média, ficar dentro do alcance dossinos definia os limites da City de Londres.

• Até que outros sistemas de comunicação emmassa fossem inventados, no séc. XIX, estescontavam-se entre os limites efetivos docrescimento urbano.

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• À medida que a cidade se desenvolve, passaser o centro de uma rede de comunicações,

• O tamanho restrito da cidade antiga, contanos algo sobre a sua vida urbana: foi apenasno palácio e no templo que os meios decomunicação se multiplicaram,

• Segregados da população como um todo

• O poder centralizado apoiva-se no sigilo.

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Urbanismo e Monumentalidade

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A cidade na idade média

• Haveria mais semelhanças entre a cidadecontemporânea e a cidade medieval doque entre a cidade medieval e a antiga.

• interrogar a cidade na longa duração quecomeça, a seu ver, na idade média.

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• A cidade se estende para todos os ladoshoje, e os terrenos próximos dos aeroportosou das novas confluências de vias podemtornar-se mais caros que o centro. Osequilíbrios tradicionais da urbanização nãoforam rompidos em proveito da periferia?

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• A cidade da Idade Média é uma sociedadeabundante, concentrada num pequenoespaço, um lugar de produção e de trocas emque se mesclam o artesanato e o comércioalimentados por uma economia monetária .

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• Apresenta o novo sistema de valores nascidoda prática laboriosa e criadora do trabalho, dogosto pelo negócio e pelo dinheiro. É assimque se delineiam, ao mesmo tempo, um idealde igualdade e uma divisão social da cidade.

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• A cidade concentra também os prazeres, os dafesta, os dos diálogos na rua, nastabernas, nas escolas, nas igrejas e mesmonos cemitérios.

• Uma concentração de criatividade de que dáorigiem a universidade que adquirerapidamente poder e prestígio, na falta deuma plena autonomia.

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• Uma situação medieval é que persiste umacerta atividade rural na cidade. Acidade, portanto, pode ser penetrada pelocampo; não seria pertinente definir, a esserespeito, uma separação absoluta.

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• Desruralização da cidade no séculoXIX, desindurtrialização no século XX, a cidadecontemporânea perdura, contudo, na suaessência. E sua essência está em outrolugar, na função da troca.

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• Na sociedade antiga, o grande domínio, avilla, era um centro de produção e decomercialização que reduzia a funçãoeconômica das cidades. A cidade nos termosque a conhecemos hoje tem seu início naidade média.

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• Desenvolvimento financeiro: cambio, empréstimoa juros.

• Exploração do trabalho a partir dos aluguéiscobrados pelo teto, nas duas grandes atividadesda idade média: a construção e a teceleagem.

• As cidades medievais eram portos, osmarinheiros não eram bem vistos porque nãotinham teto.

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• Operários precarizados, embora fosse raro, eramresponsáveis por revoltas urbanas que foramimportantes e ocorreram no século XIV.

• A partir do século XIII, mas sobretudo a partir doséculo XIV, um novo tipo de população urbanaque são os marginais, para os quais éextremamente frágil o limite entre apobreza, miséria e crime, mais ainda para asmulheres, que se debatem entre a miséria e aprostituição.

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• O camponês é desvalorizado pelo trabalho.Uma valorização do trabalho só vai ocorrerlentamente nos monastérios. A partir do séc.IX, a difusão, em toda a cristandade, da regrade São Bento, que insiste muito naimportância do trabalho manual e querepresenta um acontecimento muitoimportante para a história do ocidente. Agrande valorização do trabalho se dá nacidade.

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• Esta é uma das funções históricasfundamentais da cidade: nela são vistos osresultados criadores e produtivos do trabalho

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• Exemplo de Paris medieval, dividida por três espaços: oeconômico, o político e o universitário.

• Se pensarmos na longa duração, as funções essenciaisde uma cidade são a troca, a informação, a vidacultural e o poder.

• As funções de produção – o setor secundário –constituem apenas um momento da história dascidades, notadamente no século XIX, com a revoluçãoindustrial, visível sobretudo nos subúrbios situados naperiferia. Elas podem desfazer-se; a função da cidadepermanece.

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• A mendicância se não é louvada é ao menos reconhecida.Na igreja, as novas ordens do século XIII, dominicanos efranciscanos, denominam a si mesmas ordens mendicantes.O mendicante é quase desejado na cidade, ele permite aoburguês trabalhar pela sua salvação oferecendo esmolas.

• O estrangeiro, durante muito tempo, é recebido, antes cominteresse, curiosidade e honra, do que como objeto derepulsa e desprezo. Sobretudo o estrangeiro que traz umanova maneira de bordar, uma nova técnica de ourivesaria eque a cidade adota, ainda mais quando essa técnica podetransformar a habilidade de um indivíduo numa produçãoem série.

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• O Papel da moradia,

• Papel das universidades: A universidadeencontrou na cidade o húmus e asinstituições. Isto é, de um lado, os mestres eos estudantes, e, de outro, as formascorporativas, que lhe permitiamexistir, funcionar e adquirir poder e prestígio(Artes –letras e ciências – medicina, direito eteologia).

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• Vai-se a cidade também em razão de suasfestas. Ressurgimento tímido do teatro nasigrejas e monastérios, predominância dasfestas religiosas. Na alta idade média ocarnaval – festa pagã camponesa- invade acidade. Introduz uma forte contestaçãoideológica. O carnaval transforma-se em algoque se opõe a quaresma.

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• A cidade na Idade Média é um espaçofechado. A muralha a define. Penetra-se nelapor portas e caminha por suas ruas infernaisque, felizmente, desembocam em praçasparadisíacas. Ela é guarnecida de torres, torresdas igrejas, das casas dos ricos e da muralhaque a cerca. Lugar de cobiça, a cidade aspira àsegurança.

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• A segurança é, sobretudo, uma obsessãourbana, muito consciente e muito viva. A cidadeé, com relação ao campo, à estrada e ao mar, umpólo de atração de segurança.

• A defesa do domicílio e, sobretudo, do domicíliourbano eram amplamente difundidas.

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• A cidade, ou mais exatamente as pessoas quea encarnam, isto é, os burgueses, aqueles quetem o direito de burguesia, são umasociedade de iguais e isso é uma revolução –pois o modelo teórico burguês inicial doshomens iguais no direito – As cidades sãoportanto, uma revolução, porque torna oshomens livres e iguais, mesmo que narealidade, com freqüência, permaneça longedo ideal.

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• Nascido da força e das aspirações dosmercadores e dos artesãos pela liberdadeeconômica e pela liberdade pura e simples, omovimento comunal – que prenuncia nossasmunicipalidades – arranca o poder aossenhores e consagra os burgueses.

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• É na cidade que se passa da família ampliada àfamília nuclear, mas os grandes burguesesconcebem um governo à imagem de seus clãsfamiliares.

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• O “bom governo” tende a imitar o modelo do príncipejusto, num espaço mais restrito no qual se podemdiversificar as experiências políticas, com exceção daheresia. A cidade respeita a Igreja e com freqüência secoloca a seu serviço.

• A injustiça, mais do que a corrupção, ao contrário dehoje, gera a indignação do pobres e dos reformadores.

• As revoltas urbanas insurgem-se contra a tendênciadespótica do príncipe, coletor de impostos, e contra adominação de algumas famílias que rompem oprimitivo contrato comunal de igualdade.

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• O bom governo é um tema fundamental deideologia política,

• As duas palavras de ordem são paz e justiça,

• Faz reinar a paz e a segurança e uma tributaçãojusta.

• também aquele que faz reinar a religião, istoé, permite a igreja exercer seu apostolado.Enfim, o bom governo deve fazer funcionarinstituições relativamentedemocráticas, relativamente igualitárias.

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• A cidade medieval foi, mais do que hoje, umcampo de experiências sociais e políticas.

• Século XV período de revoltas urbanas.Revolta dos trabalhadores têxteis(Florença, 1378) por ex. p. 104-105.

• A revolta se dá, sobretudo, contra a injustiça.

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• A idade média opõe a cidade, lugar decivilização ao campo, lugar de rusticidade. Enum mesmo movimento, afirma sua altiveznum desejo de construir em direção aocéu, uma verticalidade expressa pelas torresmedievais. Oposição cidade/campo – o lugarmais selvagem é a floresta.

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• O urbano é feito da imbricação entre a cidadereal e a cidade imaginada, sonhada por seushabitantes e por aqueles que trazem àluz, detentores do poder e artistas.

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A cidade sem fim ou o fim da cidade

• A forma da cidade muda mais depressa,lamentavelmente, do que o coração de um mortal(Baudelaire)

• A cidade atual caminha em direção ao policentrismo

• O centro sobrevive e provavelmente sobreviverá pormuito tempo pelo recurso do imaginário. O imagináriourbano que se formou na idade média é,provavelmente, aquele que melhor sobrevive, hojeainda, a um modelo urbano que perdurou do séc. XI aoXX.

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• Na idade média a cidade possuía uma belezaviva, e hoje ela está prestes a conceber novosencantos que irão renovar sua sedução.