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1 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar e você? Curso de Contabilidade Geral para a Polícia Federal Teoria e questões Gabriel Rabelo

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1 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

Curso de Contabilidade Geral para a Polícia Federal

Teoria e questões

Gabriel Rabelo

2 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

Material de Apoio

Inicialmente, faz-se necessária uma apresentação deste professor que lhes fala.

Meu nome é Gabriel Rabelo, sou professor de Contabilidade e Direito Empresarial para concursos, fui

aprovado em alguns certames, dentre os quais Auditor Fiscal da Receita Estadual do Estado do Espírito

Santo, em 1º lugar, onde hoje exerço minhas atribuições.

Tenho a grande felicidade de ser professor do Eu Vou Passar, Ponto dos Concursos e Fórum

Concurseiros, todos sites renomados quando o assunto é preparação para concursos públicos.

Análise do edital

Façamos uma análise do edital do certame anterior:

VII NOÇÕES DE CONTABILIDADE GERAL: 1 Livros obrigatórios e facultativos. 2 Registros contábeis. 2.1

Método das partidas dobradas. 2.2 Lançamentos de 1ª, 2ª, 3ª, e 4ª fórmulas. 2.3 Regime de competência

e regime de caixa. 3 Critérios de avaliação do ativo e do passivo. 4 O patrimônio líquido. 5. Operações

contábeis comuns às empresas comerciais, industriais e de prestação de serviços. 6. Principais

demonstrações contábeis e suas finalidades.

O curso terá uma duração de 20 horas, equivalente a 80 videoaulas. Vamos começar os

trabalhos?!

Tópico 0 – O que é a contabilidade?

Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle e de registro dos

atos e fatos de uma administração econômica (1º Congresso Brasileiro de Contabilidade/1924).

Atente-se: a contabilidade é uma ciência! Cuidado com questões que a definem como técnica,

metodologia, e até mesmo arte! E isso já caiu em prova? É claro:

1. (ESAF/Técnico do Tesouro Nacional/Adaptada/1992) O Primeiro Congresso Brasileiro de Contabilidade,

realizado na cidade do Rio de Janeiro, de 17 a 27 de agosto de 1924, formulou um conceito oficial de

CONTABILIDADE. Assim, podemos afirmar que contabilidade é a metodologia especial concebida para

captar, registrar, reunir e interpretar os fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeiras e

econômicas de qualquer ente.

Certo ou errado?! Errado.

A mesma ESAF abordou o tema da seguinte forma no concurso para Auditor Fiscal da Prefeitura do Rio

de Janeiro, em 2010: A Contabilidade pode ser conceituada como sendo “a ciência que estuda, registra,

controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades com fins lucrativos ou não”.

O item está correto.

Tópico 1 - Objeto da contabilidade

O objeto da contabilidade é o patrimônio! Ela ajuda a controlar e conhecer os elementos que o

integram.

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Exemplifiquemos: Através da contabilidade, podemos saber quantas mercadorias a empresa X possui

em seu estoque, quantos carros possui à disposição para realizar o frete destas mercadorias, qual o

gasto mensal que esta empresa tem com salários, etc.

Tópico 2 – Finalidade da contabilidade

A contabilidade tem como finalidade o fornecimento de informações sobre o patrimônio aos diversos

usuários das demonstrações contábeis, sejam eles internos (a própria administração, empregados) ou

externos (fornecedores, governo, bancos, investidores, etc.)

Vamos ver outra questão?!

2. (ESAF/TTN-1994/Adaptado) - "O patrimônio, que a contabilidade estuda e controla, registrando todas

as ocorrências nele verificadas”. "Estudar e controlar o patrimônio, para fornecer informações sobre

sua composição e variações, bem como sobre o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza

patrimonial." As proposições indicam, respectivamente, o objeto e a finalidade da contabilidade.

Certo ou Errado?!

Certo!

O CESPE também cobrou este assunto, da seguinte forma: (Agente Fiscal de Tributos/Teresina/2008) A

despeito das mudanças substanciais nos tipos de usuários e nas modalidades de informação que estes

têm procurado, a função fundamental da contabilidade continua atrelada à finalidade de prover esses

usuários das demonstrações contábeis com informações que os ajudem a tomar decisões de natureza

econômico-financeira.

O item está corretíssimo.

Tópico 4 – Funções da Contabilidade

Função administrativa Controle do patrimônio.

Função econômica Apurar o lucro/prejuízo.

Tópico 5 – Aspectos patrimoniais

Exemplo: Agente de Polícia Federal compra uma moto, uma R1, por R$ 60.000,00.

Qualitativo A compra da moto, R1, tantas mil cilindradas.

Quantitativo R$ 60.000,00.

Tópico 6 – Campo de aplicação da contabilidade

O principal campo de aplicação da contabilidade são as aziendas. O quê, professor?! Aziendas! Azienda é

o patrimônio, quando considerado junto com a pessoa que o administra. Cuidado para não confundir

azienda com atividade econômica. Azienda é gênero, a atividade econômica, exercida pelas empresas, é

espécie. A azienda compreende as empresas e as instituições que não tenham fins lucrativos.

Sobre os tópicos abordados até aqui, analisemos alguns itens do nosso CESPE?

(Analista de Saneamento/Ciências Contábeis/Embasa/2009/Cespe) Quanto ao conceito e objetivo da

contabilidade, julgue os itens a seguir.

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3. A contabilidade é considerada uma ciência porque possui objeto próprio, o patrimônio das entidades.

4. O principal objetivo da contabilidade é fornecer informações úteis para auxiliar o processo decisório

dos usuários.

Vamos lá? Gabarito?! Agora ficou fácil: respectivamente, C e C.

Ainda, no mesmo certame, mas em outro cargo...

(Assistente de Saneamento/Técnico Contábil/Embasa/2009/Cespe) Julgue os itens a seguir quanto ao

objeto e à finalidade da contabilidade.

5. O objeto da contabilidade é o patrimônio das entidades.

6. A principal finalidade da contabilidade é prover informações para auxiliar a tomada de decisões.

Ora, também Certo e Certo.

(Auditor/FUB/2009/Cespe) Com referência aos princípios fundamentais da contabilidade, julgue os itens

a seguir.

7. As funções da contabilidade incluem a orientação dos usuários, assim entendida a prestação de

informações úteis que possam evidenciar as mutações patrimoniais, tanto qualitativas quanto

quantitativas.

Certo ou errado? Certo. Próxima.

Continuemos nosso trabalho.

Tópico 7 – Técnicas utilizadas na contabilidade

1) Escrituração – consiste na técnica de registro de fatos contábeis (acontecimentos com relevância na

alteração da composição do patrimônio) em livros próprios (conhecidos como livros de escrituração).

2) Elaboração de Demonstrações contábeis – também conhecidas como demonstrações financeiras,

que consistem em quadros e esquemas (determinados pela legislação) que têm por objetivo evidenciar

a situação patrimonial, o resultado e sua respectiva destinação, bem como sua capacidade financeira de

curto prazo – são elas: a. O Balanço Patrimonial – BP; b. A Demonstração de Resultados do Exercício –

DRE; c. A Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados – DLPA (que pode ser substituída pela

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL); d. A Demonstração dos Fluxos de Caixa –

DFC – que veio a substituir a antiga Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR); e e. A

recém criada Demonstração do Valor Adicionado.

3) Análise de Demonstrações Contábeis – também conhecida como Análise de Balanços ou Análise das

Demonstrações Financeiras – tem por objetivo o estudo e avaliação do patrimônio, através da

decomposição e interpretação dos demonstrativos, com vistas à comparação (tanto do patrimônio

quanto do resultado) com os de outras entidades, e de outros períodos e, assim, permitindo uma

tomada de decisões mais abalizada.

4) Auditoria – é o método de verificação da fidedignidade das informações do patrimônio, registradas

no sistema contábil, a auditoria pode ser interna, externa ou fiscal.

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Tópico 8 – Método das partidas dobradas

Método é a meta que se encontra utilizando um determinado caminho.

Na Contabilidade, o método utilizado é o método das partidas dobradas. Esse método consiste em

considerar que para todo e qualquer item que ingressa no patrimônio, há um lugar de onde ele é

proveniente. Ou seja, não há geração espontânea de patrimônio, mas sim uma origem para todo

elemento que se aplica no patrimônio, passando a integrá-lo.

Ao registro de um fato contábil chamamos lançamento. Este é efetuado em livros contábeis próprios

como o Diário, Razão, Caixa, Duplicatas a receber etc. Ao conjunto de registros ou lançamentos é que

chamamos escrituração.

A escrituração é posta em prática pelo ato do lançamento, segundo o método das partidas dobradas,

para atender a função registro, insculpida no conceito da Ciência Contabilidade. Assim, temos uma

hierarquia descendente de amplitude de conceitos, começando pela Contabilidade (ciência), em

seguida a escrituração (técnica) e o lançamento/registro (método de escrituração “partidas dobradas”).

Vamos exemplificar.

Joãozinho é agente de polícia federal, aprovado em 1º lugar no certame realizado em 2011. Com muito

dinheiro na conta, uma vez que o salário é excelente para “sobreviver”, ele decide pela aquisição à

vista, por R$ 100.000, de um novo Hyundai IX35. Como fica o método das partidas dobradas neste caso?!

E se Joãozinho tivesse financiado esse carro, como ficaria o método das partidas dobradas?!

Tópico 9 – O patrimônio

Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade.

Patrimônio = Bens, direitos e obrigações!

Exemplos de bem: carro que a empresa utiliza para suas atividades, mercadorias que a empresa

mantém em estoque para revenda, máquina que a empresa utiliza para a sua produção, dinheiro

disponível em caixa.

Exemplos de direitos: dinheiro guardado no banco, direitos a receber de clientes por vendas a prazo,

direito a explorar floresta previsto em contrato de concessão.

A ESAF fez a seguinte pergunta no concurso para Auditor Fiscal do ISS RJ, em 2010: “O objeto da

Contabilidade é definido como o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculado a uma entidade

econômico-administrativa”. O item está correto. Senão vejamos, qual o objeto da contabilidade? Ora, é

o patrimônio! E como definimos o patrimônio? Como o conjunto de bens, direitos e obrigações. Item

correto.

O conjunto de bens e direitos de uma empresa formam o que chamamos de ATIVO! Não se esqueçam

deste nome: bens e direitos = ATIVO!!!

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Se temos numa empresa os seguintes valores:

Caixa = 100.

Bancos = 1.000.

Ações da Companhia B = 500.

Máquinas para produção = 200.

Clientes = 300.

Impostos a pagar = 100.

Estoques de mercadorias para revenda = 300.

Qual é o valor do nosso ativo?! 100+1000+500+200+300+300 = $ 2.400.

Imposto a pagar não representa direito ou bem, mas, sim, uma obrigação para nós, por isso, não deve

constar no ativo.

Vamos para uma questão?!

(Analista de Saneamento/Ciências Contábeis/Embasa/2009/Cespe) O patrimônio, sob o ponto de vista

contábil, é o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculadas a qualquer pessoa, física ou jurídica.

Com relação ao patrimônio das entidades, julgue os itens que se seguem.

8. O conjunto de bens e direitos constitui a parte positiva do patrimônio e, por isso, é denominado

patrimônio líquido.

9. O ativo é constituído pelas obrigações, enquanto o patrimônio líquido resulta das receitas e despesas

da entidade.

Comentários

8. Incorreto O conjunto de bens e direitos é denominado ativo!

9. Incorreto O ativo é constituído pelos bens e direitos.

Mais uma...

10. (Assistente de Saneamento/Técnico Contábil/Embasa/2009/Cespe) Salários a pagar, fornecedores e

ferramentas são componentes do ativo.

11. A conta mercadorias é considerada um bem do ativo circulante.

12. A conta caixa representa um bem patrimonial e não um direito.

13 A conta bancos conta movimento representa um direito da empresa junto ao banco depositário dos

recursos financeiros disponíveis em conta-corrente.

14. (Técnico de Atividades do Meio Ambiente/Técnico em Contabilidade/IBAMA/2009/Cespe) De acordo

com os componentes patrimoniais da contabilidade, os bens são considerados coisas capazes de

satisfazer as necessidades humanas e suscetíveis de avaliação econômica, e podem ser divididos em

bens materiais móveis e imóveis, e bens imateriais, que são determinados gastos que a empresa faz, os

quais, por sua natureza, devem ser considerados como partes do patrimônio.

Comentários

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10. Incorreto Dissemos que o ativo é constituído por contas que representam bens e direitos. Salários

a pagar é uma obrigação! Fornecedores também é uma obrigação! Ferramentas, sim, são componentes

do ativo, pois constituem bens.

11. Correta A conta mercadorias é considerada um bem do ativo. Sobre a classificação deste grupo,

falaremos a seguir.

12. Correto Caixa é um bem e não direito da empresa.

13. Correto A conta bancos movimento é considerado como direito frente a uma instituição

financeira.

14. Correto também

Ok? Traremos mais questões sobre o assunto adiante. Este é só o começo.

Existe uma definição para o ativo, que pode ser cobrada em prova. Esta definição pode ser extraída do

CPC 00 – Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade – cujo teor é o seguinte:

Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera

que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade.

Exemplificando. A empresa X comprou a mercadoria Y. Esta mercadoria atende a definição de ativo?!

Vamos ver: 1) É um recurso controlado pela entidade? Sim, pois ela faz o que bem entender desta

mercadoria, cujo título jurídico, a propriedade, lhe pertence. 2) É resultado de evento passado? Sim. O

evento passado é a própria compra desta mercadoria. 3) Se espera benefício econômico futuro? Sim.

Com a venda de mercadoria, se espera que seja gerado lucro para a empresa.

Pronto! Fácil não? O CESPE também já abordou este assunto:

15. (Contador/Ipojuca/2009) O ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos

passados e do qual se espera que resultem ou não futuros benefícios econômicos para a entidade.

Item incorreto.

As obrigações representam valores que podem ser exigidos da empresa por terceiros.

Exemplos de obrigações: salários a pagar, impostos a pagar, adiantamento de clientes.

O conjunto de obrigações de uma empresa é denominado PASSIVO! Não se esqueçam: PASSIVO. Mais

especificamente, passivo exigível. Exigível porque terceiros podem cobrá-lo da empresa.

Vamos para outra questão?!

16. (Assistente de Saneamento/Técnico Contábil/Embasa/2009/Cespe) A conta adiantamentos de

clientes é considerada uma conta do passivo porque representa adiantamentos dos clientes à empresa.

O item está correto.

Outra...

17. (Contador/Ipojuca/2009) Uma característica essencial para a existência de um passivo é que a

entidade tenha uma obrigação presente.

Da mesma forma que o ativo possui uma definição em normas que vigem para a contabilidade, existe

uma definição para passivo, qual seja (CPC 00, item 49, b):

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Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação se

espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos.

Assim, o gabarito está correto. Por exemplo, se temos um montante de R$ 1.000 de salários a pagar.

Vamos ver se essa conta atende a definição de passivo?

É uma obrigação presente da entidade? Sim, pois dela pode ser exigida.

É derivada de eventos já ocorridos? Sim, pois os funcionários já prestaram serviços.

A liquidação desta dívida será feita por recursos que poderiam gerar benefícios econômicos? Sim, como

a conta caixa, por exemplo.

A partir deste momento, vamos considerar o seguinte. O patrimônio será considerado em um gráfico,

um “T”. De um lado do lado, o lado esquerdo, computaremos os bens e direitos. Do outro lado do “T”,

o lado direito, registraremos as obrigações.

Patrimônio

Bens Obrigações

Direitos

Fácil?! E mais. Chamaremos o lado esquerdo (bens e direitos) deste “T” de “Elementos Positivos” do

patrimônio. O lado direito (obrigações) será chamado de “Elemento negativo” do patrimônio.

Dissemos que os bens e direitos compõem o que chamamos de ATIVO na contabilidade. As obrigações,

por seu turno, formam o denominado PASSIVO. Assim, vamos ver o seguinte exemplo:

Caixa = 100.

Bancos = 1.000.

Ações da Companhia B = 500.

Máquinas para produção = 200.

Clientes = 300.

Impostos a pagar = 100.

Estoques de mercadorias para revenda = 300.

Aluguéis a pagar = 50.

Salário a pagar = 200.

Vejamos o nosso T como fica...

Patrimônio

Ativo Passivo

Caixa 100 Imposto a pg 100

Bancos 100 Aluguéis a pg 50

Ações da Cia. B 500 Salários a pg 850

Máquinas 200 Clientes 300 Mercadorias 300

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Classifique agora as seguintes situações em ativo ou passivo:

Caixa, veículos, instalações, duplicatas a pagar, fornecedores, duplicatas a receber, clientes, móveis e

utensílios, promissórias a pagar, impostos a pagar, promissória a receber.

Tópico 10 – Situação Líquida Patrimonial

Até agora entendemos o que é ativo e o que é passivo. Mas para que serve este conhecimento? Por que

não estamos seguindo a ordem do edital? Todos estes são tópicos que constam explícita ou

implicitamente no edital e são pré-requisitos para a prova. Estamos seguindo uma ordem para facilitar o

entendimento. Continuemos.

Vocês terão de gravar uma regra: no nosso gráfico “T”, o lado esquerdo sempre terá de ser equivalente

ao lado direito, para que formem uma equação.

Vamos somar o nosso exemplo anterior?!

Balanço Patrimonial

Ativo Passivo

Caixa 100 Imposto a pg 100

Bancos 100 Aluguéis a pg 50

Ações da cia B 500 Salários a pg 850

Máquinas 200 Clientes 300 Mercadorias 300 TOTAL 1500 TOTAL 1000

Vejam outro detalhe. A primeira linha do gráfico será denominada doravante de BALANÇO

PATRIMONIAL. É importantíssimo que vocês gravem este nome.

Neste caso, os valores estão batendo? Não! Portanto, a nossa situação líquida é de R$ 500.

Esta é a chamada equação básica da contabilidade. Senão vejamos:

Situação Líquida Patrimonial (Patrimônio Líquido) = Bens + Direitos – Obrigações.

Com o que já sabemos, podemos ainda dizer o seguinte:

Patrimônio Líquido = Ativo – Passivo.

No nosso exemplo, quanto vale o PL? Fácil!

PL = Ativo – Passivo 1.500 – 1.000 = 500.

Pronto! Ficaríamos assim no Balanço Patrimonial.

Balanço Patrimonial

Ativo Passivo

Caixa 100 Imposto a pg 100

Bancos 100 Aluguéis a pg 50

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Ações da cia B 500 Salários a pg 850

Máquinas 200 Clientes 300 Patrimônio Líquido 500

Mercadorias 300 TOTAL 1500 TOTAL 1500

Não se esqueçam: o valor total do ativo sempre tem que ser igual ao valor do passivo.

Foi o que aconteceu no nosso exemplo. Questões?!

18. (Analista de Saneamento/Ciências Contábeis/Embasa/2009/Cespe) O conjunto de bens e direitos

constitui a parte positiva do patrimônio e, por isso, é denominado patrimônio líquido.

Vimos que o conjunto de bens e direito constitui sim a parte positiva do patrimônio, sendo, contudo,

denominada de ativo (e não PL, como propôs a assertiva).

19. (Assistente de Saneamento/Técnico Contábil/Embasa/2009/Cespe) O ativo corresponde à soma do

passivo e do patrimônio líquido.

Pra responder essa questão, basta que trabalhemos com a dita equação básica da contabilidade.

Vejamos: PL = ATIVO – PASSIVO

Isolando o ATIVO, temos que: ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO. O item, portanto, está

correto.

20. (Assistente de Saneamento/Técnico Contábil/Embasa/2009/Cespe) Se o passivo e o patrimônio

líquido de uma empresa totalizarem R$ 40.000,00 e R$ 50.000,00, respectivamente, o valor total do

ativo será de R$ 90.000,00.

Agora ficou fácil, não? O lado esquerdo do Balanço (ATIVO) deve ser igual ao lado direito (PASSIVO +

PL). Vamos jogar na equação.

Ativo = P + PL Ativo = 40.000 + 50.000 = 90.000.

O item está correto.

21. (Assistente de Saneamento/Técnico Contábil/Embasa/2009/Cespe) Se, em determinado patrimônio,

os bens somam R$ 300,00, as obrigações, R$ 500,00 e os direitos, R$ 400,00, então o valor do

patrimônio líquido é de R$ 200,00.

A questão é de fácil resolução também. Vejamos:

Ativo = bens + direitos = 300 + 400 = 700.

Passivo = obrigações = 500

A = P + PL PL = 700 – 500 = 200.

Galera, estas noções iniciais são realmente importantes para a prova.

22. (ESAF/AFTM/Teresina/2001) O ativo indica a aplicação dos capitais na atividade empresarial, por isso,

aí se encontra o chamado capital próprio.

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O item está incorreto. O patrimônio líquido representa o capital próprio aplicado nas atividades

empresariais (e não o ativo). O dinheiro oriundo para gerar bens e direitos na empresa pode ter duas

ORIGENS, capital próprio (eu mesmo tiro do bolso dinheiro para empregar) ou capital de terceiros

(quando faço empréstimo para financiar as atividades). Percebam que o PASSIVO (OBRIGAÇÕES) + PL =

ATIVO. Portanto, as origens (própria + de terceiros) devem ser aplicadas. Essa aplicação se dá em bens e

direitos. Por isso, o ativo é chamado de APLICAÇÃO DE RECURSOS.

Na POLÍCIA FEDERAL, EM 2004, CAIU ASSIM:

(Escrivão de Polícia Federal/2004/Regional) O patrimônio líquido deve apresentar o registro dos bens e

direitos da empresa.

Claramente incorreto.

TIPOS DE SITUAÇÕES LÍQUIDAS PATRIMONIAIS POSSÍVEIS

Vejamos os tipos de situação líquida patrimonial existentes.

1) ATIVO MAIOR DO QUE PASSIVO.

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO

Bens 1.000 Obrigações 500

Direitos 1.000 SL ???

TOTAL 2.000 TOTAL 2.000

Há que se observar que o ativo é maior do que o passivo exigível por terceiros (isto é, obrigações).

Como os bens e direitos não são iguais às obrigações, devemos achar a SL através da equação básica da

contabilidade.

SL = A – P SL = 2.000 – 500 = 1.500.

Essa é uma situação confortável para a empresa. Dissemos que as origens do capital podem ser de

terceiros (obrigações) ou próprias (patrimônio líquido ou situação líquida). Neste caso temos 75% de

capital próprio (1.500/2000), o que pode representar uma boa administração da empresa.

23. (ESAF/AFC/CGU/2010) A Situação Líquida é positiva quando o Ativo é maior que o Passivo Exigível.

O item está correto. Passivo exigível representa as obrigações da empresa.

2) ATIVO MENOR DO QUE PASSIVO.

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO

Bens 1.000 Obrigações 2.500

Direitos 1.000 SL ???

TOTAL 2.000 TOTAL 2.000

Esta é a situação líquida em que se “deve mais do que se tem”. Imagine uma empresa que tenha tão-

somente R$ 1.000 em caixa e um carro velho avaliado em R$ 1.000, mas deve R$ 2.500 a um fornecedor.

Esta é a chamada situação líquida negativa, pois os elementos negativos superam os elementos

positivos do balanço. Essa parte do Passivo para o qual não temos recursos suficientes para pagar é

denominada Passivo a descoberto.

12 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

24. (Assistente de Saneamento/Técnico Contábil/Embasa/2009/Cespe) Quando o valor do passivo é

maior que o do ativo, ocorre a situação de passivo a descoberto.

O item transcreve exatamente o que dissemos aqui!

Essa questão é recorrente em concursos.

25. (Analista Judiciário/TRT 19/2009/Cespe) Quando, na equação patrimonial de uma entidade, o ativo

total, somado à situação líquida, é igual ao passivo total, a situação financeira da entidade pode ser

considerada bastante confortável.

O item está incorreto. Neste caso temos a clara situação do passivo a descoberto e é bastante

desconfortável para a empresa, afinal, há mais obrigações do que bens e direitos em si.

3) ATIVO IGUAL AO PASSIVO

Nesta situação o ativo é igual ao passivo exigível, não havendo que se falar em resíduo para os

proprietários no caso de dissolução da empresa, isto é, não existe capital próprio. O total dos bens e

direitos é igual aos valores das obrigações dos proprietários.

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO

Bens 1.000 Obrigações 2.000

Direitos 1.000 SL ???

TOTAL 2.000 TOTAL 2.000

A situação líquida neste caso é nula.

Outra situação possível é:

a) Ativo = Patrimônio Líquido (neste caso os bens e direitos são todos oriundos de capital próprio).

Uma questão...

26. (Auditor Fiscal/ISS SP/2007/FCC) A companhia Beta possui bens e direitos no valor total de R$

1.750.000,00 em 31.12.2005. Sabendo-se que, nessa mesma data, o passivo exigível da companhia

representa 2/5 do valor do PL, este último corresponde a R$ 1.250.000,00.

Comentários

Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido

1.750.000 = 2/5 x PL + PL

1,4 PL = 1.750.000 PL = 1.750.000/1,4 = 1.250.000

Corretíssimo. O balanço ficaria assim:

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO

Bens Obrigações 500.000

Direitos PL 1.250.000

TOTAL 1.750.000 TOTAL 1.750.000

Ok? Não sabemos discernir os valores dos bens e direitos.

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Tópico 12 – Contas

Na contabilidade, “conta é o nome técnico dado aos componentes patrimoniais (bens, direitos e

obrigações) e de resultado (despesas e receitas).”

De agora em diante, quando falarmos em Caixa de uma empresa, falaremos em Conta Caixa. Quando

falarmos em Bancos, entenda-se Conta Bancos. Os registros contábeis são feitos através das Contas!

Todos os acontecimentos que ocorrem na empresa, como compra, venda, pagamento, recebimento,

são registrados por meio de contas.

As contas podem ser de dois tipos: patrimoniais e de resultado.

As patrimoniais são as que representam os bens, direitos, obrigações e o patrimônio líquido da

empresa.

O CESPE, no concurso para Assistente de Saneamento/Técnico Contábil/Embasa/2009, fez o seguinte

questionamento: A conta capital social é uma conta patrimonial. O item está correto.

Mas, o que é capital social? É o recurso aportado pelos sócios para funcionamento da empresa.

As contas de resultado são as receitas e despesas. Elas não estão no Balanço patrimonial e servem para

saber se a empresa apresentou lucro ou prejuízo. Aparecem na demonstração do resultado do

exercício.

Vamos ver uma questão?

27. (Assistente de Saneamento/Técnico Contábil/Embasa/2009/Cespe) As contas de receitas são

consideradas contas de resultado.

Item correto.

As despesas decorrem do consumo de bens e utilização de serviços, como energia elétrica consumida,

material de limpeza, despesa com água, com telefone, e assim por diante.

As receitas provêm das vendas de bens e prestação de serviços, receitas de juros, de aluguéis,

descontos obtidos.

Existem contas que podem pertencer tanto ao grupo de receitas como ao grupo de despesas. Por

exemplo, juros. Podemos ter no resultado tanto despesas de juros como receita de juros. Quando

tivermos no resultado a expressão Juros PASSIVOS, devemos entender como despesa. Quando

tivermos Juros ATIVOS devemos entender como receita. O mesmo vale para aluguéis e descontos.

Vamos ver como se apura o resultado do exercício?

Receita de vendas 1.000

Custo da mercadoria vendida 500

Receita de juros 100

Despesa com salários 200

Juros ativos = 50

Aluguéis passivos = 150

Qual o resultado do exercício?

Simples: 1.000 + 100 +50 – 500 – 200 - 150 = 300 (lucro).

14 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

Esta demonstração será vista adiante, de forma completa.

Mais uma questão:

(CESPE) As contas patrimoniais são classificadas em contas do ativo e contas do passivo; as contas de

resultado são de despesas, de receitas e do patrimônio líquido.

O item está incorreto.

Tópico 13 - Noções de débito e crédito

DÉBITO

Não confundir a palavra débito da linguagem comum com a utilizada na terminologia contábil. Assim,

esqueça o entendimento da vala comum de que débito = dívida!

As contas patrimoniais podem ser representadas através de um “T”, o lado esquerdo é sempre o lado

do débito, na terminologia contábil. Assim...

Conta Caixa

Lado do débito Lado do crédito

Gravem isso. Os registros contábeis são feitos nestes “T” e o lado do débito é o lado esquerdo. O outro

lado só pode ser o do crédito.

CRÉDITO

Não podemos também confundir a palavra crédito usada na linguagem comum com o sentido com

quem é usada na contabilidade.

Gravem (regra geral):

As contas do ativo e as de despesa têm natureza devedora As contas do passivo e as de receita têm natureza credora.

Assim, se a conta caixa aumentar em R$ 500, por causa de um recebimento de vendas a prazo, teremos

a seguinte alteração no nosso “T”, chamado também de razonete.

Conta Caixa

500,00

Como as contas do ativo têm natureza devedora, elas aumentam quando lançamos ali, no lado do

débito.

Vejamos uma questão:

15 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

28. (Contador/Ipojuca/2009/Cespe) As contas de natureza devedora, como o passivo e a receita, têm

seus saldos aumentados por meio de débitos e diminuídos por meio de créditos.

Comentários

O item está incorreto.

São as contas que permitem as anotações (escrituração) dos fatos ocorridos nas empresas. O conjunto

de contas, diretrizes e normas do setor de contabilidade de uma empresa é denominado plano de

contas.

O balanço patrimonial é dividido da seguinte forma:

A seguir apresentamos um modelo de plano de contas:

1 ATIVO 2 PASSIVO

1.1 ATIVO CIRCULANTE 2.1 CIRCULANTE

1.1.1 Caixa 2.1.1 Impostos e Contribuições a Recolher

1.1.1.01 Caixa Geral 2.1.1.01 Simples a Recolher

1.1.2 Bancos C/Movimento 2.1.1.02 INSS

1.1.2.01 Banco Alfa 2.1.1.03 FGTS

1.1.3 Contas a Receber 2.1.2 Contas a Pagar

1.1.3.01 Clientes 2.1.2.01 Fornecedores

1.1.3.02 Outras Contas a Receber 2.1.2.02 Outras Contas

1.1.3.09(-) Duplicatas Descontadas 2.1.3 Empréstimos Bancários

1.1.4 Estoques 2.1.3.01 Banco A - Operação X

1.1.4.01 Mercadorias

1.1.4.02 Produtos Acabados 2.2 NÃO CIRCULANTE

1.1.4.03 Insumos 2.2.1 Empréstimos Bancários

1.1.4.04 Outros 2.2.1.01 Banco A - Operação X

1.2 NÃO CIRCULANTE 2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO

1.2.1 Contas a Receber 2.3.1 Capital Social

1.2.1.01 Clientes 2.3.2.01 Capital Social Subscrito

1.2.1.02 Outras Contas 2.3.2.02 Capital Social a Realizar

1.2.2 INVESTIMENTOS 2.3.2. Reservas

1.2.2.01 Participações Societárias 2.3.2.01 Reservas de Capital

1.2.3 IMOBILIZADO 2.3.2.02 Reservas de Lucros

1.2.3.01 Terrenos 2.3.3 Prejuízos Acumulados

1.2.3.02 Construções e Benfeitorias 2.3.3.01 Prejuízos Acumulados de Exercícios Anteriores

1.2.3.03 Máquinas e Ferramentas 2.3.3.02 Prejuízos do Exercício Atual

1.2.3.04 Veículos

1.2.3.05 Móveis

1.2.3.98 (-) Depreciação Acumulada

1.2.3.99 (-) Amortização Acumulada

1.2.4 INTANGÍVEL

1.2.4.01 Marcas

1.2.4.02 Softwares

1.2.4.99 (-) Amortização Acumulada

16 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

Apresentamos agora, um plano de contas para as contas de resultado...

3 CUSTOS E DESPESAS 4 RECEITAS

3.1 Custos dos Produtos Vendidos 4.1 Receita Líquida

3.1.1 Custos dos Materiais 4.1.1 Receita Bruta de Vendas

3.1.1.01 Custos dos Materiais Aplicados 4.1.1.01 De Mercadorias

3.1.2 Custos da Mão-de-Obra 4.1.1.02 De Produtos

3.1.2.01 Salários 4.1.1.03 De Serviços Prestados

3.1.2.02 Encargos Sociais 4.1.2 Deduções da Receita Bruta

4.1.2.01 Devoluções

3.2 Custo das Mercadorias Vendidas 4.1.2.02 Serviços Cancelados

3.2.1 Custo das Mercadorias

3.2.1.01 Custo das Mercadorias Vendidas 4.2 Outras Receitas Operacionais

4.2.1 Vendas de Ativos Não Circulantes

3.3 Custo dos Serviços Prestados 4.2.1.01 Receitas de Alienação de Investimentos

3.3.1 Custo dos Serviços 4.2.1.02 Receitas de Alienação do Imobilizado

3.3.1.01 Materiais Aplicados

3.3.1.02 Mão-de-Obra

3.3.1.03 Encargos Sociais

3.4 Despesas Operacionais

3.4.1 Despesas Gerais

3. 4.1.01 Mão-de-Obra

3.4.1.02 Encargos Sociais

3.4.1.03 Aluguéis

3.5 Perdas de Capital

3.5.1 Baixa de Bens do Ativo Não Circulante

3.5.1.01 Custos de Alienação de Investimentos

3.5.1.02 Custos de Alienação do Imobilizado

Vou pedir, por ora, que vocês olhem com carinho, tão-somente.

Tópico 14 – Escrituração

Escrituração é a técnica utilizada para o registro dos fatos contábeis. Através dela, controlamos

patrimônio e suas variações. A escrituração é feita mediante lançamento em livros contábeis. Através da

contabilidade registramos os fatos administrativos. Distinga-se: ato administrativo – admissão de

empregados, aval, fiança - e fato administrativo – não altera o patrimônio; fato administrativo – altera o

patrimônio. Vejamos uma questão:

29. (Analista de Saneamento/Ciências Contábeis/Embasa/2009/Cespe) Os fatos contábeis são

ocorrências que alteram a composição do patrimônio.

Fácil notar que o item está correto.

A escrituração é a representação gráfica dos fatos contábeis mediante a exposição dos efeitos que eles

produziram sobre o patrimônio. Assim é que, como regra, envolve o reconhecimento e registro de

eventos passados, no entanto, eventualmente, pode se basear em estimativas para presumir e registrar

os efeitos de eventos futuros, como, por exemplo, o fechamento de atividades de uma filial, cuja

possibilidade esteja sendo estudada pela administração, que gerará pagamento de multas do FGTS por

17 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

rescisões de contrato de trabalho. Neste caso, sugere-se que se efetive uma reserva de contingência,

visando atender tal provável evento futuro, quantificando-o adequadamente com base nas estimativas

das multas a serem pagas aos trabalhadores. A contabilidade também pode escriturar eventos passados

que ainda sejam incertos, como ações propostas contra a empresa que ainda não sejam julgadas.

A legislação brasileira não impõe que seja utilizado este ou aquele método de escrituração. Todavia,

resta inviável hoje que se siga outro método que não seja o das partidas dobradas.

Fizemos uma breve introdução sobre o assunto e agora discorreremos mais profundamente sobre o

tema.

Para entender o método das partidas dobradas, temos que entender que na contabilidade existe a

figura de três pessoas:

1) Proprietário É o titular do patrimônio, pessoa física ou jurídica (e não o sócio!!). Responsável

pelas contas de patrimônio líquido e de resultado (receitas e despesas).

2) Agentes correspondentes São pessoas de fora da empresa com as quais o proprietário

mantém contas a receber ou a pagar (direitos e obrigações).

3) Agentes consignatários São pessoas a quem o proprietário confia a guarda dos bens.

Responsável por contas como caixa, estoques, imóveis, automóveis, utensílios.

Em suma, teremos o seguinte.

O proprietário é credor dos consignatários e devedor dos correspondentes passivos (obrigações) e

credor dos correspondentes do ativo (direitos).

Os consignatários são devedores do proprietário.

Os correspondentes do ativo são devedores do proprietário.

Os correspondentes do passivo são credores do proprietário.

Veja que não existe relação jurídica entre os correspondente e consignatários. As relações são sempre

com a pessoa do proprietário.

O CESPE abordou o tema da seguinte forma em concurso: (Auditor/FUB/2009) Da forma como foi

originalmente concebido, o método das partidas dobradas considera a existência de três tipos de

pessoas que mantêm relações entre si, gerando débitos e créditos. Entre essas pessoas estão os

agentes correspondentes, que são as pessoas a quem o proprietário confia a guarda dos bens da

entidade.

O item está claramente incorreto, uma vez que trouxe à baila a definição de agente consignatário.

Vamos imaginar isso no balanço, exemplificando com contas.

ATIVO PASSIVO

Caixa

Fornecedores

300

200

Mercadorias

PL

18 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

200

Capital Social

300

TOTAL 500 TOTAL 500

Este balanço equivale ao seguinte:

ATIVO PASSIVO

Caixa 300 Fornecedores 200

Mercadorias 200 Capital Social 300

TOTAL 500 TOTAL 500

Expliquemo-lo. Suponhamos que essa entidade tenha sido constituída por dois sócios, que firmaram

contrato social com a pessoa jurídica X. Eles dispuseram de R$ 300 (R$ 150 cada) para dar início às

atividades. Esse montante inicial pode ser em dinheiro ou em quaisquer bens suscetíveis de avaliação

em dinheiro (Lei 6.404/76, art. 7º) e é denominado de Capital Social (nome importantíssimo!).

Assim, esse registro será feito na conta capital social, que fica dentro do patrimônio líquido. Já dissemos

aqui que o patrimônio líquido é o grupo de contas que registra as contas dos proprietários perante a

sociedade. Esses sócios terão um crédito com a sociedade no valor de R$ 300. Ao mesmo tempo esse

dinheiro vai para o caixa. O caixa é conta do proprietário, consignatário ou correspondentes? Isso,

consignatário. Esses consignatários terão uma dívida, um débito com os proprietários no valor de R$

300.

Por isso, o lançamento desta operação será feito da forma seguinte:

Débito – Caixa 300,00 (ativo, pois é um bem) Crédito – Capital Social 300,00. (patrimônio líquido, pois é conta do proprietário)

Fácil não é? Está feito. É este o registro contábil.

Agora, já em funcionamento, esta empresa compra mercadorias a prazo, no valor de R$ 200,00. Como é

o lançamento contábil?!

Débito – Mercadorias 200,00 (ativo, pois é um bem) Crédito – Fornecedores (passivo, pois é uma obrigação).

Veja-se. As mercadorias serão depositadas com agentes consignatários. Estes terão um débito perante a

sociedade, no valor de R$ 200,00. Já os fornecedores são agentes correspondentes, que têm um

crédito perante a sociedade de igual valor, R$ 200,00. Note-se que esses agentes são trabalhados como

uma ficção, mas é fácil entender o mecanismo, não é?!

Assim, como base no método das partidas dobradas, algumas conclusões podem ser tomadas:

1) A soma dos débitos é sempre igual à soma dos créditos.

2) A soma dos saldos devedores é sempre igual à soma dos saldos credores.

3) Um ou mais débitos numa ou mais contas deve corresponder a um ou mais créditos de valor

equivalente em uma ou mais contas.

4) O total do ativo será sempre igual á soma do passivo exigível com o patrimônio líquido.

19 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

30. (Cespe) O método das partidas dobradas pressupõe a inexistência de devedor sem credor

correspondente.

O item está perfeito. Todo lançamento contábil é feito registrando um (ou mais) débitos e um (ou mais)

créditos.

31. (Cespe) A contabilidade utiliza-se de registros por meio de lançamentos de partidas dobradas.

O item está perfeito também.

32. Quanto ao mecanismo de débito e crédito é certo afirmar que as contas: a) do passivo exigível são debitadas quando obrigações assumidas são liquidadas. b) do patrimônio liquido são de natureza devedora. c) do ativo são de natureza credora. d) do ativo são debitadas quando há saídas de bens ou direitos do patrimônio. e) do passivo exigível são de natureza credora, porque provocam o aumento do PL.

Comentários

O gabarito da questão é a letra a.

Vamos dar outro exemplo. Como contabilizar a compra de um veículo à vista, no valor de R$ 30.000,00?

Veja que o veículo é um bem. Em que grupo classificamos os bens? No ativo! Se for à vista está saindo

dinheiro do caixa (outro bem, considerado no ativo). As contas são de agentes correspondentes,

consignatários ou de proprietário?! Isso, consignatários. Sabemos que os consignatários têm um débito

com os proprietários quando recebem bens e um crédito quando devolvem esses bens. Na compra do

veículo, está recebendo o carro e devolvendo o dinheiro, portanto teremos:

Débito – Veículos 30.000,00 (Ativo) Crédito – Caixa 30.000,00 (Ativo)

Está feito o lançamento. Ok?!

E se essa compra fosse 50% à vista e 50% a prazo? Bem, neste caso, teríamos o mesmo débito em

veículos, de R$ 30.000,00 e o mesmo crédito de caixa, mas no montante de R$ 15.000,00. O restante

seria computado como obrigação. E onde lançamos as obrigações? Isso, no passivo exigível. O

montante seria também de R$ 15.000,00. Trata-se de conta de agente consignatário, correspondente ou

proprietário? Isso correspondente. Portanto, o agente correspondente tem um crédito perante o

proprietário. O lançamento é feito a crédito de conta do passivo. Ficaria assim:

Débito – Veículos 30.000,00 (Ativo) Crédito – Caixa 15.000,00 (Ativo) Crédito – Financiamentos a pagar 15.000,00 (Passivo)

Vejam que segundo o método das partidas dobradas o valor dos créditos deve ser sempre igual ao dos

débitos.

E se esse veículo fosse vendido metade à vista, metade a prazo, antes do registro de qualquer

depreciação, sem lucro ou prejuízo. Como lançaríamos?

Débito – Caixa 15.000,00 Débito – Duplicatas a receber 15.000,00 Crédito – Veículo 30.000,00

Resumindo! Grave:

Contas do ativo Aumentam a débito e diminuem a crédito.

20 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

Consta do passivo e PL Aumentam a crédito e diminuem a débito.

Questão...

33. Um débito efetuado origina aumento do saldo da conta a) Duplicatas a pagar b) Provisão para IR c) Empréstimos bancários d) Capital Social e) Máquinas e Equipamentos.

A resposta é fácil de encontrar. Primeiro devemos classificar as contas fornecidas na questão.

Duplicatas a pagar Obrigação = Passivo.

Provisão para IR Obrigação perante o fisco = Passivo.

Empréstimos bancários Obrigação perante instituição financeira = Passivo.

Capital social Aporte dos sócios para a empresa = capital próprio = PL

Máquinas e equipamentos Bem, logo é um ativo.

Dissemos acima que o ativo aumenta a débito, portanto, é a letra “e” o gabarito.

34. (Contador/Ipojuca/2009) Ao vender um imóvel à vista, pelo preço de aquisição, têm-se diminuição

do ativo e aumento do patrimônio líquido.

35. (Contador/Ipojuca/2009) Ao efetuar a aquisição de veículo a prazo, têm-se aumento do ativo e do

passivo, não sendo afetado o patrimônio líquido.

36. (Contador/Ipojuca/2009) O recebimento de um direito pelo valor contabilizado no longo prazo,

apresenta, como decorrência, aumento do ativo e do patrimônio líquido.

Comentários

No primeiro, 34, como o imóvel é bem, ficará a cargo de agente consignatário. Este ficará com a guarda

do imóvel. Ao mesmo tempo, teremos uma saída de recursos do caixa. É esta a troca a ser computada.

Entre contas do ativo, tão-somente.

Débito – Imóveis (+ Ativo) Crédito – Caixa (- Ativo)

Item incorreto. Aumento e diminuição do ativo, concomitantemente.

O item 35 está correto. O lançamento é:

Débito – Veículo (+ Ativo) Crédito – Financiamentos a pagar (+ Passivo)

Aumenta, respectivamente, o ativo e o passivo. Não há alteração do PL.

O item 36 está incorreto. O lançamento é o que se segue.

Débito – Caixa (+ Ativo) Crédito - Direitos a receber de LP (- Ativo)

Não há alteração do PL.

Mais uma questão...

37. Um registro a débito da conta aluguéis a pagar representa a) um decréscimo do ativo. b) uma redução do PL.

21 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

c) uma redução no passivo exigível. d) um aumento do PL. e) um aumento do ativo.

Comentários

Se temos aluguéis a pagar é por que temos uma obrigação. Logo, a conta é do passivo exigível,

tratando-se de conta com agente correspondente. Assim, podemos dizer que esses agentes têm um

crédito com o proprietário. A conta é de saldo credor, diminuindo o seu valor quando fazemos um

débito.

Gabarito C.

Agora, assinale com V ou F ou seguintes itens:

38. A conta salários a pagar é uma conta de despesa, pois representa parte dos salários que ainda não

foi paga.

39. A conta fornecedores tem saldo credor, porque representa um débito da empresa.

40. A conta clientes tem saldo devedor, porque representa um débito da empresa.

41. A conta fornecedores representa uma dívida da empresa, por isso é uma conta de saldo devedor.

42. A conta clientes representa um direito da empresa, por isso é uma conta de saldo credor.

Gabarito: F V F F F.

Uma outra da ESAF ...

43. (ESAF/TFC/SFC) No balancete de verificação da empresa Gaivota, levantado em 31.12.X1, assim se apresentavam as contas: Bancos 10 Clientes 20 Capital a realizar 50 Capital 100 Salários a pagar 10 Caixa 15 Mercadorias 40 Empréstimos obtidos 40 Prejuízos acumulados 20 Fornecedores 5 Soma 310. Com base nesse balancete, conclui-se que: a) a soma da coluna 1 (saldos devedores) do balancete é 85. b) a soma da coluna 2 (saldos credores) do balancete é 105. c) o valor do ativo patrimonial é de 155. d) o valor do passivo patrimonial é de 65. e) o valor do patrimônio líquido é de 30.

Comentários

O balancete de verificação é um demonstrativo auxiliar de caráter não obrigatório, que relaciona os

saldos das contas remanescentes no diário. Imprescindível para verificar se o método de partidas

dobradas está sendo observado pela escrituração da empresa. Por este método cada débito deverá

22 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

corresponder a um crédito de mesmo valor, cabendo ao balancete verificar se a soma dos saldos

devedores é igual a soma dos saldos credores.

Um exemplo de balancete de verificação:

Agora, vamos ver na nossa questão como fica...

Bancos 10 Direito (agente correspondente do ativo) = débito com o proprietário = saldo devedor.

Clientes 20 Direito (agente correspondente do ativo) = débito com o proprietário = saldo

devedor.

Capital a realizar 50 É uma conta do patrimônio líquido, uma promessa dos sócios em integralizar

esta quantia para a sociedade. É redutora do PL, portanto, tem saldo devedor.

Capital 100 Conta do proprietário. Os sócios têm crédito perante a sociedade = saldo credor.

Salários a pagar 10 Obrigação (agente correspondente do passivo) = crédito contra a sociedade =

saldo credor.

Caixa 15 Bem (agente consignatário) = ativo = saldo devedor.

Mercadorias 40 Bem (agente consignatário) = ativo = saldo devedor.

Empréstimos obtidos 40 Obrigação (agente correspondente) = passivo = saldo credor.

Prejuízos acumulados 20 Redutora do PL.

Fornecedores 5 Obrigação (agente correspondente do passivo) = crédito contra a sociedade =

saldo credor.

Agora, façamos o balancete de verificação:

Saldo

Conta Devedor Credor

Banco 10

Clientes 20

Capital a realizar 50

Capital 100

Salários a pagar 10

Caixa 15

Mercadorias 40

Empréstimos obtidos 40

Prejuízos acumulados 20

23 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

Fornecedores 5

Total 155 155

O nosso balanço patrimonial ficaria da seguinte forma:

Ativo Passivo

Caixa 15 Salários a pagar 10

Bancos 10 Empréstimos obtidos 40

Clientes 20 Fornecedores 5

Mercadorias 40

Patrimônio Líquido

Capital 100

Capital a realizar (50)

Prejuízos acumulado (20)

Total 85 Total 85

O nosso gabarito é, portanto, a letra E.

Tópico 15 – Lançamento Contábil

O lançamento é o registro do fato contábil!

É essencial que conste em um lançamento: 1) local (pode ser suprimido, considerando-se feito no local

do estabelecimento) e data; 2) conta debitada; 3) conta creditada; 4) histórico; 5) valor.

Por exemplo. O lançamento de uma compra à vista de mercadorias no valor de R$ 100 pode ser descrito

da seguinte forma:

Vitória/ES, 21 de dezembro de 2010. Débito – Mercadorias Crédito – Caixa Conforme nota fiscal de compra n. 1.000, emitida pela empresa X LTDA R$ 100.

Todavia, para ganhar praticidade, não precisamos fazer isso para “matar” questões. Basta fazer

D – Mercadorias C – Caixa 100.

Ou

Mercadorias a Caixa 100.

A preposição “a” indica conta creditada.

Os lançamentos podem ser de:

1ª fórmula

Envolve uma conta a débito e uma conta a crédito.

Exemplo: compra de mercadoria à vista

D – Mercadorias C – Caixa 100.

2ª fórmula

24 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

Envolve uma conta a débito e duas ou mais a crédito.

Exemplo: compra de mercadoria, metade à vista, metade a prazo.

D – Mercadorias 100 C – Caixa 50 C – Fornecedores 50.

Ou assim,

Mercadorias 100 a Diversos a Caixa 50 a Fornecedores 50

3ª fórmula

Envolve duas ou mais contas a débito e uma conta a crédito.

Exemplo: Realização da prestação de serviço, recebida metade à vista e metade para 30 dias.

D – Caixa 100 D – Clientes 100 C – Receita de prestação de serviços 200

4ª fórmula

Envolve duas ou mais contas a débito e duas ou mais contas a crédito.

Exemplo: compra de canetas, no valor de R$ 100, sendo metade à vista e metade a prazo, a ser utilizada

metade como estoque de material de consumo e metade como mercadoria para revenda.

D – Material de consumo 50 D – Mercadoria para revenda 50 C – Caixa 50 C – Fornecedores 50

Vamos começar a resolver questões...

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL 2004/REGIONAL 44. Ao se adquirir mercadorias a prazo, com incidência de ICMS, o registro deverá ser efetuado da seguinte maneira: D mercadorias C ICMS a recuperar C caixa

Comentários

O item está incorreto.

O ICMS é considerado pela constituição como um imposto não-cumulativo, isto é, incide sobre o valor

agregado.

Vamos exemplificar. Se a empresa X adquire uma mercadoria Y, no valor de R$ 100, cujo ICMS monta a

20%, pagará um imposto nesta operação no valor de R$ 20. Ao revender essa mercadoria, pelo valor de

R$ 200, teria de pagar um imposto no valor de R$ 40, o que totalizaria um imposto total na operação de

R$ 60 (20 + 40). Contudo, face ao princípio da não cumulatividade ela poderá compensar o que pagou

na compra com o que pagou na venda. Assim, pagará somente mais R$ 20 (40 – 20), totalizando R$ 40.

25 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

Entenderam?! Esse ICMS é recuperável somente em algumas hipóteses, como a compra para revenda,

para industrialização, para uso no ativo permanente. Para consumo não!

Na nossa questão. Quando compramos a mercadoria, pagamos um valor X de ICMS, este valor poderá

ser compensado com o valor do ICMS incidente sobre a venda, configurando-se um direito perante o

fisco, portanto, a ser registrado no ativo. Vamos supor: compra de mercadoria a R$ 100 (já sem o ICMS).

O ICMS que incidiu na operação totaliza R$ 20.

O lançamento é o seguinte:

D – Mercadorias 100 D – ICMS a recuperar 20 C – Caixa 120.

Viram? O item está realmente incorreto! Não é tão difícil se tornar PF! Vamos continuar.

A mesma prova trouxe a seguinte questão.

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL 2004/REGIONAL 45. O ICMS a recuperar representa um crédito tributário e será debitado no ativo, quando a empresa adquirir mercadorias para revenda com incidência de ICMS.

Ora, depois da explicação, ficou fácil inferir que o item está correto.

E mais uma...

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL 2004/REGIONAL 46. Um lote de mercadorias adquirido para revenda por R$ 15.800,00 com incidência de ICMS a 17%, ao ser vendido, no mesmo local de aquisição, por R$ 20.000,00, gera recolhimento de ICMS da ordem de R$ 714,00. Tal recolhimento fundamenta-se na utilização do crédito tributário.

ICMS na compra (Conta ICMS a recuperar = direito = ativo) R$ 15.800 x 17% = R$ 2.686,00

ICMS na venda (Conta ICMS a recolher = obrigação = passivo) R$ 20.000 x 17% = R$ 3.400,00

O recolhimento do ICMS na venda é só pela diferença: $ 3.400 – 2.686 = R$ 714.

Item correto.

Vejam que o CESPE gosta mesmo deste assunto:

(Contador/FUB/2009) O ICMS pago nas compras de mercadorias é compensável com o cobrado nas vendas dessas mesmas mercadorias. Até que as vendas sejam realizadas, o ICMS pago nas compras integra o custo dos estoques.

O item está incorreto, porque o ICMS fica em conta específica do ativo, a conta ICMS a recuperar.

Mas não vamos mudar de foco...

47. (Cespe) São elementos essenciais de um lançamento contábil: data, conta debitada, conta creditada, histórico e valor.

O item está correto.

48. (Cespe) Efetuar um lançamento de sétima fórmula significa dizer que se está registrando fatos administrativos que envolvem uma conta devedora e duas credoras.

O item está incorreto. O lançamento em tela é o de segunda fórmula.

49. (Cespe) A compra de material de escritório por R$ 2.000,00 à vista e com pagamento em dinheiro gera um lançamento de primeira fórmula.

26 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

O lançamento é o que se segue:

Débito – Material de escritório 2.000 Crédito – Caixa 2.000

O item está correto.

50. (Cespe) O registro contábil utilizando mais de uma conta devedora e mais de uma conta credora significa o registro simultâneo de um lançamento de quarta fórmula.

O item traz a correta definição de lançamento de quarta fórmula.

51. (Cespe) Para efetuar um lançamento de segunda fórmula, o contabilista deverá utilizar uma conta devedora e mais de uma conta credora.

O item está correto.

52. (Cespe) O lançamento de segunda fórmula corresponde a mais de um débito e apenas um crédito, enquanto o de terceira fórmula corresponde a um débito e diversos créditos.

Grave – MACETE!

Lançamento

1a fórmula D C

2a fórmula D CC

3a fórmula DD C

4a fórmula DD CC

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL/2009/NACIONAL 53. Em decorrência da aplicação do método das partidas dobradas, as contas retificadoras do patrimônio líquido têm seu saldo aumentado quando são debitadas, e diminuído quando são creditadas.

Vimos que as contas de patrimônio líquido são as contas que representam as contas do proprietário na

contabilidade, como, por exemplo, o capital social.

Conta retificadora é a conta que diminui o valor de um grupo. Por exemplo, os sócios, na constituição

de uma sociedade, prometem integralizar o valor de R$ 100, no entanto, à vista só o fazem na metade

deste valor, R$ 50,00. O restante será entregue daqui a alguns meses. Como contabilizar a operação?

Vimos que as contas do patrimônio líquido aumentam a crédito, pois os sócios detêm direito perante a

sociedade.

O capital social, portanto, aumentará no valor de R$ 100,00, em conta de saldo credor. O caixa, em

contrapartida, terá um aumento no valor de R$ 50,00, posto que é este o valor de que os sócios

dispuseram. A promessa será registrada também em conta do PL, chamada capital social a integralizar.

Esta conta é retificadora do PL, seu saldo aumenta quando ela é debitada e diminui quando ela é

creditada. Assim, o lançamento correto para essa situação é:

D – Caixa 50,00 D – Capital Social a Integralizar 50,00 C – Capital Social 100,00

Assim, veja que houve aumento da conta retificadora por meio de um registro a débito. Quando o

capital for integralizado, este valor vai diminuir, por meio do seguinte lançamento:

D – Caixa 50,00 D – Capital Social a Integralizar 50,00.

27 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

O item está correto.

54. (TST/Contador/2008/Cespe) De acordo com o sistema de partidas dobradas, um lançamento de primeira fórmula cujo registro a débito diminua o passivo pode ter como contrapartida um registro a crédito diminuindo o ativo.

Por exemplo, quando compramos uma mercadoria a prazo, lançamos:

Débito – Mercadorias (ativo) 100,00 Crédito – Fornecedores (passivo) 100,00

Quando houver o pagamento desta obrigação teremos:

Débito – Fornecedores (passivo) 100,00 Crédito – Caixa (ativo) 100,00

Item correto.

55. (ISS/Fortaleza/2003) Observando a lista de contas abaixo, indique a opção correta, que informa o

valor total do ATIVO.

Adiantamento a Fornecedores 2.000,00

Adiantamento de Clientes 1.000,00

Ativo Imobilizado Bruto 20.000,00

Capital Social 28.000,00

Contas a Pagar 40.000,00

Depreciação Acumulada 2.000,00

Disponibilidades 1.000,00

Duplicatas a Receber 50.000,00

Estoques 38.000,00

Lucros Acumulados 38.000,00

Reserva Legal 2.000,00

a) R$ 105.000,00

b) R$ 107.000,00

c) R$ 109.000,00

d) R$ 111.000,00

e) R$ 113.000,00

São contas do ativo apenas:

Disponibilidades 1.000,00 Duplicatas a Receber 50.000,00 Adiantamento a Fornecedores 2.000,00 Estoques 38.000,00 Ativo Imobilizado Bruto 20.000,00 Depreciação Acumulada (2.000,00)

Total 109.000,00

Gabarito C.

ESCRIVÃO DE POLÍCIA FEDERAL 2004/NACIONAL 56. Considere a seguinte situação hipotética. Dois sócios resolveram realizar aporte de capital em uma empresa. O valor total do aporte é de R$ 98.000. Um sócio entregou R$ 45.000 em dinheiro e R$ 30.000 em máquinas e equipamentos. O outro sócio entregou o restante por meio de terrenos no valor de R$

28 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

110.000, ainda não pagos em sua totalidade. Nessa situação, o registro poderia ser corretamente representado do seguinte modo: D Caixa R$ 45.000 D Máquinas e Equipamentos R$ 30.000 D Terrenos R$ 110.000 C Contas a Pagar R$ 87.000 C Capital Social R$ 98.000

O item está correto.

57. (Cespe/2009) Considere que um contador tenha registrado indevidamente um adiantamento efetuado a fornecedor da maneira a seguir. D – fornecedores C – bancos Nessa situação, o contador deverá efetuar o seguinte lançamento para corrigir o registro indevido. D – adiantamentos a fornecedores C – fornecedores

O item está correto.

Essa correção no lançamento é chamada de transferência. Deveríamos ter, desde o início, o registro

contábil da seguinte forma:

Bancos (ativo)

Adiantamento a forn. (ativo)

1.000

1.000

Ocorre que fizemos o seguinte:

Bancos (ativo)

Fornecedores (passivo)

1.000

1.000

Para regularizar, vamos fazer o seguinte:

Adiantamento a forne. (ativo)

Fornecedores (passivo)

1.000

1.000

Finalmente, teremos o seguinte:

Bancos (ativo)

Adiantamento a forn. (ativo)

Fornecedores (passivo)

1.000

1.000

1.000 1.000

O item, portanto, está correto.

58. (Técnico de atividades de meio ambiente/Ibram/2009/Cespe) Considere a situação em que a administração de determinada entidade contábil tenha admitido um empregado. Sabendo-se que esse empregado irá trabalhar e gerar despesas certas, é correto que o seu salário seja registrado no momento de sua admissão, tendo em vista o princípio da oportunidade.

O item está incorreto. A administração de um empregado é apenas um ato administrativo, não gera

efeito no patrimônio. O reconhecimento de uma despesa de salário é feito no último dia do mês,

segundo o princípio da competência.

29 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL/2009/NACIONAL 59. O fato contábil registrado no lançamento de 4.ª fórmula abaixo pode ser entendido como recebimento por uma venda a prazo, após o vencimento da obrigação, e concessão de abatimento por problemas com a mercadoria ou sua entrega. D bancos D abatimentos C clientes C juros

Item correto. Inicialmente, temos de perquirir se o lançamento é realmente de 4ª fórmula. Vejamos a

tela:

Lançamento

1a fórmula D C

2a fórmula D CC

3a fórmula DD C

4a fórmula DD CC

Pronto! É de quarta fórmula.

Quando vendemos a mercadoria a prazo, por R$ 1.000,00, devemos registrar o seguinte lançamento:

D – Clientes 1.000,00 (+ Ativo) C – Receita de Vendas 1.000,00 (+ Resultado).

Ao mesmo tempo devemos dar baixa nesta mercadoria no estoque. Suponhamos que o seu custo seja

de R$ 700.

D – Custo da mercadoria vendida (- Resultado) 700 C – Estoques (- Ativo) 700.

Ok? Ficamos agora à espera da liquidação pelo cliente da obrigação que ele contraiu. Caso não haja o

pagamento, haverá incidência de juros sobre a operação. Mês a mês vamos reconhecer a receita de

juros (supondo uma taxa de 10%). O cliente atrasou exatamente 1 mês! Mas não é só! Inobstante tenha

retardado o pagamento, o motivo é uma grande insatisfação com a mercadoria adquirida.

Para que não haja devolução do produto, o vendedor resolve então conceder um abatimento no valor

de R$ 200 desta mercadoria, para que o cliente fique com ela, mesmo insatisfeito. Esse abatimento é

considerado como redução da nossa receita de vendas. Assim, quando o cliente liquidar essa compra

teremos:

Débito – Bancos 900 (+ Ativo = 1.100 – 200 [valor efetivamente recebido]) Débito – Abatimentos 200 (- Resultado) Crédito – Clientes 1.000 (- Ativo) Crédito – Juros 100 (+ Resultado)

O item está correto.

Vejamos, por fim, uma questão da ESAF sobre o tema:

(ATRFB/2009/Esaf) Observemos o seguinte fato contábil: pagamento, mediante a emissão de cheque, de uma duplicata antes do vencimento, obtendo-se um desconto financeiro, por essa razão. Para que o registro contábil desse fato seja feito em um único lançamento, deve-se utilizar a a) primeira fórmula, com 1 conta devedora e 1 conta credora. b) segunda fórmula, com 1 conta devedora e 2 contas credoras. c) terceira fórmula, com 2 contas devedoras e 1 conta credora.

30 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

d) quarta fórmula, com 2 contas devedoras e 2 contas credoras. e) terceira fórmula, com 3 contas devedoras e 1 conta credora.

Comentários

Neste caso, teremos (números hipotéticos):

D – Duplicatas a pagar 1.000,00 (- Passivo)

C – Bancos 800,00 (- Ativo)

C – Descontos financeiros 200,00 (+ Resultado = Receita)

O gabarito é a letra B.

Tópico 16 – Livros contábeis obrigatórios e facultativos

O registro dos fatos contábeis, em seu conjunto, denomina-se escrituração. A escrituração é encontrada

nos Livros contábeis. Estudemos os principais.

Livros contábeis são os que têm por objetivo o registro fatos contábeis, isto é, aqueles que alteram o

patrimônio líquido. Vejamos, inicialmente, os dois principais, diário e razão. Ao lado destes se

encontram outros, considerados como auxiliares na escrituração contábil, tal como o livro caixa, livro

contas-correntes.

Assim, responda a seguinte questão elaborada pela banca, no ano de 2009: (Cespe) O razão é

considerado um livro contábil. Ora, fácil perceber que assiste plena razão ao examinador. Item correto.

Livro diário

Este livro está regulado pelo Código Civil, que prescreve:

Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de

contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em

correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço

patrimonial e o de resultado econômico.

§ 1o Salvo o disposto no art. 1.180, o número e a espécie de livros ficam a critério dos

interessados.

§ 2o É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se refere o art.

970.

Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, que pode ser

substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica.

Parágrafo único. A adoção de fichas não dispensa o uso de livro apropriado para o

lançamento do balanço patrimonial e do de resultado econômico.

Já podemos analisar uma primeira assertiva do CESPE, cujo teor é: 60. (Cespe) O diário é um livro

obrigatório para fins de escrituração contábil. Fácil inferir que o item é verdadeiro.

O Livro Diário é um livro que contém o registro de cada lançamento em ordem cronológica, fato que

nos permite compreender a seqüência de acontecimentos ocorridos na empresa.

O registro de uma operação no livro Diário é denominado de “Partida de Diário”, ou simplesmente

“Lançamento” e os seus requisitos necessários são: 1 – Local de data da operação; 2 – Conta a ser

31 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

debitada; 3 – Conta a ser creditada; 4 – Histórico da operação; 5 – Valor da operação em moeda

nacional.

No Diário serão lançadas, com individuação, clareza e caracterização do documento respectivo, dia a

dia, por escrita direta ou reprodução, todas as operações relativas ao exercício da empresa. Admite-se a

escrituração resumida do Diário, com totais que não excedam o período de trinta dias, relativamente a

contas, cujas operações sejam numerosas ou realizadas fora da sede do estabelecimento, desde que

utilizados livros auxiliares regularmente autenticados, para registro individualizado, e conservados os

documentos que permitam a sua perfeita verificação.

Serão lançados no Diário o balanço patrimonial e o de resultado econômico, devendo ambos ser

assinados por técnico em Ciências Contábeis legalmente habilitado e pelo empresário ou sociedade

empresária.

O livro diário possui algumas formalidades, extrínsecas e intrínsecas, vamos vê-las:

FORMALIDADES DO LIVRO DIÁRIO

Extrínsecas (Finalidade: dificultar adulteração):

- Deve ser encadernado;

- As folhas devem ser numeradas;

- Deve ser autenticado pela Junta Comercial do Estado (empresas mercantis) ou pelo Registro Civil de Pessoas Jurídicas (empresas civis); e

- Deve haver termo de abertura e termo de encerramento.

Intrínsecas (Finalidade: resguardar a fidedignidade dos fatos ocorridos em relação aos fatos

registrados):

- Seguir uma ordem cronológica;

- Não deve haver rasuras, borrões, sinais, linhas em branco, entrelinhas, folhas em branco, etc; e

- A escrituração deve ser feita em língua e moeda nacionais.

Resumindo, o diário é:

Obrigatório (exigido pelo Código Civil);

Principal (registra todos os fatos contábeis);

Comum (para todas as empresas);

Cronológico (fatos contábeis registrados em ordem cronológica).

Vamos ver algumas questões do CESPE:

61. (Analista Administrativo/ANTAQ/Cespe/2009) As empresas obrigadas a manter escrituração contábil

poderão efetuar registros em data anterior à autenticação do Diário, desde que esses registros sejam

anteriores ao encerramento do exercício.

O item está incorreto. Depois de autenticado, é incabível falar em lançamento anterior. Veja que uma

das formalidades é o lançamento em ordem cronológica.

62. (Cespe) São formalidades extrínsecas do livro diário: utilização de idioma nacional e uso da

linguagem mercantil.

32 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

Incorreto. Veja que estamos falando de formalidades relativas à escrita em si, sendo, portanto, uma

formalidade intrínseca.

63. (Cespe) Como formalidades intrínsecas obrigatórias, o livro diário deve conter termo de abertura e

encerramento; apresentar método de escrituração mercantil uniforme; obedecer a rigorosa ordem

cronológica na escrituração; e não deve conter rasuras, emendas ou borrões.

O item está incorreto. Reprisemos: termo de abertura e encerramento é formalidade extrínseca.

64. (Auditor/FUB/2009) Na escrituração dos lançamentos contábeis, o nome de cada conta debitada ou

creditada deve ser obrigatoriamente incluído em forma que permita a identificação imediata da conta,

admitidas abreviações.

Segundo a NBCT 2 – Escrituração Contábil: Admite-se o uso de códigos e/ou abreviaturas, nos históricos

dos lançamentos, desde que permanentes e uniformes, devendo constar, em elenco identificador, no

“Diário” ou em registro especial revestido das formalidades extrínsecas.

Veja-se que o nome da conta não pode sofrer abreviação.

65. (Contador/TRF 4/2001) Indicar todas e cada uma das operações da entidade na medida e ordem em

que ocorrem, assim como as alterações qualitativas e quantitativas por elas produzidas nos recursos

aplicados e nas origens destes recursos constitui função do

(A) razão. (B) diário. (C) balanço patrimonial. (D) doar. (E) fluxo de caixa.

Esta é a exata função do nosso livro diário. Gabarito: B.

66. (Analista Judiciário/TRT 18/ FCC) Os lançamentos no livro Diário devem ser efetuados diariamente,

não se admitindo exceções.

Grave-se: Admite-se a escrituração resumida do Diário, com totais que não excedam o período de trinta

dias, relativamente a contas cujas operações sejam numerosas ou realizadas fora da sede do

estabelecimento, desde que utilizados livros auxiliares regularmente autenticados, para registro

individualizado, e conservados os documentos que permitam a sua perfeita verificação. (art. 1.184, § 1o,

do Código Civil). Item incorreto.

67. (Analista Judiciário/TRT 18/ FCC) O único livro contábil considerado obrigatório pela Receita Federal

do Brasil para apuração da base de cálculo do imposto de renda é o livro Diário.

O item está incorreto. O livro diário não é exigido pela Receita Federal para fins de apuração do IR.

Livro razão

O livro razão é facultativo, principal (isto é, registram todos os fatos) e sistemático (leva em conta

principalmente a organização das informações). Segundo a legislação do IR, os contribuintes sujeitos à

apuração do lucro real devem escriturar o livro razão.

Vejamos um exemplo de lançamento no livro razão:

33 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

Razão Analítico

XPTO Comércio LTda Data: CNPJ: 01.342.575/0001-87 Período:

Conta: Bancos Cta. Movimento - Bradesco S/A

Data Histórico da Operação Débito Crédito Saldo

01.01.2008 Saldo Inicial 1.000,00 D

02.01.2008 Depósito 500,00 1.500,00 D

02.01.2008 Cheque nº 050070 200,00 1.300,00 D

Totais 500,00 200,00 1.300,00 D

Vamos analisar a primeira questão:

68. (Analista Judiciário/TRT 18/ FCC) A escrituração correta e tempestiva do livro Razão permite saber,

em qualquer data, o saldo das contas de resultado e patrimoniais.

O item está correto.

69. Quanto à classificação dos livros contábeis, pode-se dizer que, de acordo com a legislação comercial,

o Razão é um livro facultativo, cronológico e principal.

Errado. Sob a ótica do direito empresarial, o razão é facultativo, sistemático e principal.

70. (Cespe) Os principais livros utilizados pela contabilidade são o livro diário e o livro caixa. No primeiro,

são escriturados os fatos decorrentes da atividade da companhia, explicados no histórico, e, no

segundo, são feitos os registros em cada conta do sistema contábil.

O item está incorreto. Os principais são o livro diário e o livro razão. O livro caixa tem a finalidade de

registrar as entradas e saídas de numerário. Os registros devem ser efetuados em ordem cronológica e,

por isso, pode ser utilizado como auxiliar do Livro Diário, devendo, nesse caso, atender a todas as

formalidades exigidas.

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL/2009/NACIONAL 71. Os livros diário e razão, por constituírem os registros permanentes de uma entidade e por serem obrigatórios, devem ser registrados no registro público competente.

O item está incorreto. O livro diário é obrigatório. Já o razão, por seu turno, está na categoria dos livros

facultativos.

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL/2004/REGIONAL 72. Os livros obrigatórios de uma empresa comercial incluem o balanço patrimonial, que registra as contas de ativo, passivo e patrimônio líquido.

O item está claramente incorreto, posto que o balanço patrimonial não é livro, mas, sim, demonstração

contábil.

Esses são os dois principais livros que caem em concursos. Vejamos, porém, outros que podem ser

objeto de cobrança:

Livro Caixa

Registra as entradas e saídas de numerário. Os registros devem ser efetuados em ordem cronológica e,

por isso, pode ser utilizado como auxiliar do Livro Diário, devendo atender a todas as formalidades

exigidas.

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Livro Registro de Inventário

Registra os bens de consumo, as mercadorias, as matérias-primas e outros materiais que se achem

estocados nas datas em que forem levantados os balanços.

Temos ainda os livros registros de entrada e saída de mercadorias.

Tópico 17 - Critérios de avaliação do ativo e do passivo

Lembrem-se do que dissemos sobre o ativo e sobre o passivo.

Ativo Bens e direitos.

Passivo Exigível Obrigações.

Falamos também sobre as definições de cada um trazidas pelo CPC 00 – Estrutura conceitual básica da

contabilidade, quais sejam:

49. Os elementos diretamente relacionados com a mensuração da posição patrimonial financeira são ativos, passivos e patrimônio líquido. Estes são definidos como segue: (a) Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade; (b) Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos; (c) Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos.

Devemos saber agora como se dá a divisão de cada um desses grupos. Segundo o artigo 178 da Lei

6.404/76, as contas devem ser dispostas segundo elementos do patrimônio que registrem (bens,

direitos, obrigações e patrimônio líquido) e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e análise da

situação financeira da companhia.

ATIVO

O ativo é dividido em ativo circulante e ativo não circulante, sendo disposto em ordem decrescente do

grau de liquidez, isto é, da maior para a menor liquidez (expectativa de conversão em dinheiro). A conta

caixa é a primeira do ativo, posto que já representa o próprio dinheiro.

ATIVO CIRCULANTE

O ativo circulante é subdivido em:

1 – disponibilidades;

2 - direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente;

3 - aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte.

As disponibilidades são elementos que representam dinheiro ou nele possam ser convertidos de forma

imediata, como a conta caixa, bancos conta movimento, aplicações financeiras de liquidez imediata.

Os direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente podem ser reais ou pessoais. Os reais

representam os bens (estoques de matérias-primas, produtos acabados, em elaboração). Os pessoais

representam os direitos (clientes, adiantamentos a fornecedores, ICMS e recuperar).

Essa realização se dá pelo consumo ou venda destes bens.

35 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

As aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte (também chamadas despesas

antecipadas) são despesas que foram pagas pela empresa com antecedência. Por exemplo, se eu pago

uma despesa de seguro, em 01.12.2010, que se refere ao exercício de 2011, no valor de R$ 1.200,00,

registrarei o fato como despesa antecipada, do seguinte modo:

D – Seguros a vencer 1.200,00 (+ Ativo Circulante)

C – Caixa 1.200,00 (- Ativo Circulante)

Assim, já em 2011, mês a mês, no período a que se referir a parcela do seguro, iremos lançar:

D – Despesas de seguros 100,00 (- Resultado = Despesa)

C – Seguros a vencer 100,00 (- Ativo)

Ok? É fácil.

ATIVO NÃO CIRCULANTE

O ativo não circulante é composto por:

1 – ativo não circulante realizável a longo prazo;

2 – investimentos;

3 – imobilizado;

4 – intangível.

Segundo a Lei das Sociedades por Ações (6.404/76), o ativo não circulante realizável a longo prazo é

composto por:

a) direitos realizáveis após o término do exercício seguinte;

b) direitos realizáveis derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou

controladas, diretores (administradores em geral), acionistas (ou sócios), ou participantes no lucro da

companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto (atividade) da companhia.

Como exemplo do item a. O balanço é elaborado ao término do exercício social, vamos supor,

31.12.2010. O exercício social seguinte é 2011. Os direitos a receber em 2012 e exercícios posteriores são

classificados no ANC – RLP. Esses direitos também podem ser reais (animais em criação ou bens que

exijam longo período de produção) ou pessoais (duplicatas a receber).

Quanto ao item b, deve-se ficar atento para que os três requisitos sejam atendidos, a espécie do direito,

a operação ser não usual e pessoa ligada (devedor). Caso não se perfaçam o crédito deve ser

classificado conforme o prazo.

Vamos começar com as questões...

73. (Cespe) Créditos de funcionamento e créditos de financiamento são contas a receber distintas, porque os créditos de funcionamento referem-se a valores decorrentes de atividades normais da empresa e os créditos de financiamento consistem em valores de operações estranhas às atividades da empresa.

Temos que perceber que neste sentido a palavra crédito é distinta da palavra saldo credor estudada até

aqui. Esses créditos representam direitos a receber. Vamos distinguir os termos:

- Créditos de Funcionamento: valores a receber decorrentes da própria atividade da empresa. Ex:

Duplicatas a receber.

36 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

- Créditos de Financiamento: valores a receber decorrentes de financiamentos a terceiros e que não são

diretamente relacionados com o objeto da atividade da empresa. Ex: Empréstimos a terceiros,

empréstimos compulsórios à União.

Portanto, o item está correto.

74. (Cespe) Serão contabilizados no ativo realizável em longo prazo os direitos realizáveis após o

término do exercício seguinte. Os derivados de empréstimos a sociedades coligadas ou a diretores e

que tenham vencimentos no mesmo exercício da concessão do empréstimo também serão

contabilizados no ativo realizável em longo prazo.

O item está correto.

Segundo a Lei das Sociedades por Ações (6.404/76), o ativo não circulante realizável a longo prazo é

composto por:

a) direitos realizáveis após o término do exercício seguinte;

b) direitos realizáveis derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou

controladas, diretores (administradores em geral), acionistas (ou sócios), ou participantes no lucro da

companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto (atividade) da companhia.

75. (ISS/Natal/Adaptada/ESAF) José é irmão de Maria. Maria é sócia e diretora da firma Zé, Maria e Irmão

Ltda. que comercializa artigos de viagem. José e Maria resolveram viajar e, em 31 de outubro de 2001,

compraram em sua própria empresa R$ 4.200,00 em artigos de viagem acertando o pagamento para 30

meses, em parcelas iguais, vencendo a inicial em 30.11.01. Maria obteve também R$ 600,00 em vales da

empresa para pagamento em novembro de 2001 a fevereiro do ano seguinte. O exercício social coincide

com o ano calendário e, ao seu final, considere não haver parcelas vencidas. Seguindo as regras atuais

de classificação das contas do sistema patrimonial, podemos afirmar que, em 31 de dezembro de 2001,

no que concerne a essas operações, a empresa terá créditos de R$ 2.540,00 no ativo não circulante

realizável a longo prazo.

Vamos lá. Questão interessante. Falemos inicialmente sobre a compra de artigos.

Vimos que para ser classificada no ativo não circulante – RLP a operação deve ser: direitos realizáveis

derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas, diretores

(administradores em geral), acionistas (ou sócios), ou participantes no lucro da companhia, que não

constituírem negócios usuais na exploração do objeto (atividade) da companhia.

Trata-se de operação de venda, adiantamento ou empréstimo? Sim, de venda!

Trata-se de coligada, controlada, diretor, sócio ou participante do lucro? Sim, de sócio!

Trata-se de operação não usual no negócio da empresa? Não!! Portanto, devemos classificar essa

operação conforme o prazo de sua realização.

A venda é de R$ 4.200 em 30 parcelas, o que resulta em R$ 140,00 por parcela.

A primeira parcela é em 30.11.2001, a segunda é em 30.12.2001.

No balanço em 31.12.2001 teremos 12 parcelas a vencerem em 2002, classificadas, portanto, no ativo

circulante, totalizando R$ 1.680.

37 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

Teremos também 16 parcelas a vencer nos exercícios seguintes a 2002, o que dará um montante de

2.240,00, classificados como ANC - RLP.

Vejamos agora os vales concedidos. Esses sim se enquadram na definição requeridas pela lei para

figurarem como ANC – RLP.

Portanto, teremos no ANC 2.240,00 + 300 = 2.540,00.

Item correto.

76. (Auditor Fiscal da Receita Federal/ESAF) Apresentamos as contas e saldos constantes do balancete de verificação da Cia. Cezamo, em 31.12.01:

Adiantamento de clientes 1.600

Adiantamento a diretores 1.800

Adiantamento a fornecedores 2.000

Aluguéis ativos a receber 1.000

Aluguéis ativos a vencer 1.200

Caixa 2.200

Capital Social 12.000

Clientes 4.600

Depreciação Acumulada 1.500

Fornecedores 5.000

Móveis e utensílios 10.000

Prejuízos Acumulados 1.200

Reserva Legal 1.500.

Com as contas listadas a Cia. Cezamo elaborou o balanço patrimonial, cujo grupo ativo tem o valor de:

a) 18.100; b) 18.500; c) 19.700; d) 20.100; e) 21.700.

Comentários

Vamos lá!

Conta por conta.

Adiantamento de clientes 1.600 Obrigação da empresa em entregar mercadorias (Passivo).

Adiantamento a diretores 1.800 Direito a receber dos diretores (Ativo)

Adiantamento a fornecedores 2.000 Direito a receber dos fornecedores (Ativo)

Aluguéis ativos a receber 1.000 Direito a receber (Ativo)

Aluguéis ativos a vencer 1.200 Recebimento antecipado de receita de aluguel (Passivo)

Caixa 2.200 (Ativo)

Capital Social 12.000 (PL)

Clientes 4.600 (Ativo)

Depreciação Acumulada 1.500 Redutora do ativo, diminui os saldo dos bens do ativo.

Fornecedores 5.000 Obrigação da empresa (Passivo)

Móveis e utensílios 10.000 Bem da empresa (Ativo)

Prejuízos Acumulados 1.200 Redutora do PL.

Reserva Legal 1.500. (PL)

Somando as contas do ativo, teremos: 2.200 + 4.600 + 2.000 + 1.000 + 1.800 + 10.000 – 1.500 = 20.100,00.

38 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

Gabarito D.

Mais uma:

77. (ESAF) Os grupos de contas que compõem o ativo no balanço patrimonial são circulante e não circulante.

Correto. Muito fácil. Próxima.

(Analista de Saneamento/Ciências Contábeis/Embasa/2009) Julgue os itens a seguir com relação ao art. 37 da Lei n.º 11.941/2009, que alterou o art. 178 da Lei n.º 6.404/1976.

78. O ativo não circulante é composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível.

O item está correto.

Empresa A Empresa B

Capital de Giro 100.000,00 200.000,00

Capital de Terceiros (curto prazo) 200.000,00 200.000,00

Capital Próprio 200.000,00 200.000,00

Capital Social 200.000,00 100.000,00

(Analista de Meio Ambiente/Contador/2009/Cespe) Considerando as informações acima, referentes às empresas A e B, bem como o princípio contábil da entidade, julgue os próximos itens.

79. O ativo não-circulante da empresa A é menor que o ativo circulante da empresa B.

Vamos lá. O capital de giro representa o ativo circulante da empresa. Já vimos a equação básica da contabilidade, qual seja:

A = PE + PL

Sabendo que: A = AC + ANC, PE = Capital de terceiros = Obrigações e que PL = Capital Próprio, temos que o seguinte...

Empresa A: AC + ANC = PE + PL 100.000 + ANC = 200.000 + 200.000 ANC = 300.000,00

Empresa B: AC + ANC = PE + PL 200.000 + ANC = 200.000 + 200.000 ANC = 200.000,00.

Portanto, o ANC da empresa A (300.000,00) é maior do que o AC da empresa B (200.000).

O item está incorreto (porém a banca deu como correto).

(Técnico de Meio Ambiente/Contabilidade/2009/Cespe) As contas utilizadas pela contabilidade das empresas são classificadas em dois grupos: ativo e passivo. Acerca desses grupos, julgue os próximos itens.

80. O ativo compreende o ativo realizável a curto prazo, o disponível e o imobilizado.

81. O ativo circulante e o ativo realizável a longo prazo fazem parte dos grupos do ativo que não podem ser divididos em subgrupos.

82. No ativo são classificadas todas as contas que representam bens, direitos e valores a receber.

Gabarito: F, F e V.

Critérios de avaliação do ativo circulante e do realizável a longo prazo

O artigo 183, I, da Lei 6.404/76, estabelece:

Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes

critérios:

I – As aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em direitos e títulos

de créditos, classificados no ativo circulante ou no realizável a longo prazo:

39 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

a) Pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicações destinadas à negociação ou

disponíveis para a venda; e

b) Pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme

disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando

este for inferior, no caso das demais aplicações e os direitos e títulos de crédito.

Exemplos de instrumentos financeiros são as debêntures e ações. Os derivativos são, por exemplo,

mercados futuros, de opções, swaps.

Exemplos de títulos de crédito são duplicatas, notas promissórias a receber.

Essas aplicações financeiras destinadas à negociação e disponíveis para a venda, isto é, com caráter

especulativo, devem ser avaliadas ao valor justo.

Entenda-se por valor justo o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre

partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos.

Por exemplo, compramos uma ação da Petrobrás com caráter meramente especulativo, pelo valor de

R$ 100,00.

Por ser este o seu valor justo, devemos lançar, no momento da aquisição:

D – Ações disponíveis para a venda R$ 100,00

C – Caixa R$ 100,00

Posteriormente, essa ação sofre um ajuste para o montante de R$ 150,00. Devemos ajustar esse valor?

Sim, em contrapartida a uma conta de patrimônio líquido, chamada ajuste de avaliação patrimonial,

pelo seguinte lançamento:

D – Ações disponíveis para a venda R$ 50,00 (em virtude do aumento no ativo)

C – Ajuste de avaliação patrimonial R$ 50,00 (aumenta o PL)

Assim, a ação estará novamente avaliada pelo valor justo, que é o valor pelo qual um ativo pode ser

trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem

favorecimentos.

Posteriormente, essa ação diminui para R$ 125,00. Faremos o seguinte lançamento:

D – Ajuste de avaliação patrimonial R$ 25,00

C – Ações disponíveis para a venda R$ 25,00.

Essa ação, por fim, é vendida a este preço. Veja que pagamos por ela R$ 100,00 e estamos vendendo a

R$ 125,00. O lançamento é o seguinte:

D – bancos R$ 125,00

C – Ações disponíveis para a venda R$ 125,00

E também:

D – Ajuste de avaliação patrimonial R$ 25,00

C – Outras receitas R$ 25,00

A questão deve indicar quando se trata de uma aplicação destinada à negociação ou disponível para a

venda.

O item b, do inciso I, artigo 183 da Lei (aplicações mantidas até o vencimento e demais direitos e títulos

de crédito) são avaliadas pelo valor do custo de aquisição ou emissão, atualizado conforme as

disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de realizações. Assim, quando a

40 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

companhia vende R$ 100.000,00, em duplicatas, registrará esse montante pelo valor de emissão. Se há

estimativa de que R$ 10.000,00 não sejam recuperados, deverá lançar este valor como redução da conta

duplicatas, em conta separada (provisão para devedores duvidosos). Assim, no balanço, teremos:

Ativo

Ativo Circulante

Duplicatas a receber .................................... R$ 100.000,00

(-) Provisão para devedores duvidosos ........ (R$ 10.000,00)

Ok? Tranqüilo.

Vamos dar outro exemplo. A empresa Alfa possui um título a receber no montante de R$ 2.000,00. O

IGMP do mês X registrou deflação de 10%. Como ficariam os ajustes?

D – Despesa com Provisão para Ajuste ao Valor de Mercado 200,00

C – Ajuste ao Valor de Mercador 200,00

Depois, quando do recebimento, lançamos:

D – Caixa 1.800,00

D – Ajuste ao valor de mercado 200,00

C – Títulos a receber 2.000,00

É isso. O mesmo vale quando da compra de mercadorias e posterior desvalorização.

83. (Analista Executivo/Metrologia e Qualidade/Contabilidade/2009/Cespe) Os ativos financeiros disponíveis para venda serão evidenciados pelo custo atualizado pelas regras do contrato, quando inexistir disposição legal.

Lembrem-se: disponíveis para venda e destinados à negociação são avaliados pelo valor justo. Item

incorreto.

84. (Analista Administrativo/Contabilidade/Antaq/2009) Se uma empresa tiver aplicações temporárias em ações, sem cotação no mercado e sem liquidez, essa participação societária deverá ser classificada como um investimento a longo prazo.

Segundo o FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras, “no caso de

investimentos em ações não cotadas em bolsa ou no mercado de balcão, deve-se ter um cuidado maior.

Primeiro, porque é caso extremamente raro a aceitação dessas ações como investimento temporário.

Só se adquire, normalmente, ações não cotadas em bolsa ou no mercado de balcão para investimentos

permanentes.

De qualquer forma, deve-se considerar a hipótese de efetivamente haver ações sem essa cotação sem

que haja característica de investimento permanente. Se for o caso e se não houver liquidez, não basta a

intenção de venda para a classificação no circulante; é o caso de classificação no realizável a longo

prazo.”

O motivo dessa classificação é que deve figurar no Ativo Circulante apenas o que será realizado no

exercício seguinte. Se não há liquidez para as ações, não há expectativa razoável de que vá ser

efetivamente vendida no período que caracteriza o curto prazo. Assim, por precaução, fica classificada

no realizável a LP.

Item correto.

41 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

85. (Contador/MP RR/2008) Serão contabilizados no ativo realizável em longo prazo os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte. Os derivados de empréstimos a sociedades coligadas ou a diretores e que tenham vencimentos no mesmo exercício da concessão do empréstimo também serão contabilizados no ativo realizável em longo prazo.

O item está correto, conforme o já estudado durante o curso.

86. (Contador/TST/2008) De acordo com a legislação societária, adiantamentos de viagem para tratar dos negócios da empresa, efetuados a diretores, são classificados no ativo realizável a longo prazo.

O item está incorreto, posto que se trata de negócio usual na exploração da empresa.

87. (Fiscal de Rendas/RJ/2010/FGV) O Balancete de 31.12.2009 da Cia Volta Redonda, que atua exclusivamente no comércio varejista, apresentava os seguintes saldos (em R$):

Caixa e Equivalentes de Caixa 20.000,00

Estoques previstos para serem vendidos em 100 dias 30.000,00

Clientes, com vencimento em 120 dias 140.000,00

Contas de Ajuste a Valor Presente a apropriar sobre clientes 1.000,00

Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa sobre clientes 2.000,00

Provisão para Contingências Tributárias 5.000,00

Provisão para Perdas nos Estoques 3.000,00

Seguros Pagos Antecipadamente, a serem apropriados mensalmente de forma linear por dois anos 2.400,00

Aplicação Financeira para ser realizada em um prazo de 180 dias 32.000,00

Empréstimo a acionistas a ser recebido em 60 dias 5.000,00

Assinale a alternativa que indique o total do Ativo Circulante a ser evidenciado no Balanço Patrimonial de 31.12.2009.

(A) R$ 218.000,00. (B) R$ 221.000,00. (C) R$ 217.200,00. (D) R$ 222.200,00. (E) R$ 221.200,00.

Comentários

São contas do ativo circulante:

+ Caixa e Equivalentes de Caixa 20.000,00

+ Estoques previstos para serem vendidos em 100 dias 30.000,00

+ Clientes, com vencimento em 120 dias 140.000,00

+ Aplicação Financeira para ser realizada em um prazo de 180 dias 32.000,00

+ Seguros Pagos Antecipadamente, como são dois anos, total de 2.400, apenas 12 parcelas serão do AC = 12/24 x 2.400,00 = 1.200.

- Contas de Ajuste a Valor Presente a apropriar sobre clientes 1.000,00

- Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa sobre clientes 2.000,00

- Provisão para Perdas nos Estoques 3.000,00

TOTAL = 217.200,00

As contas seguintes têm as classificações:

Empréstimo a acionistas a ser recebido em 60 dias 5.000,00 (ANC – RLP)

Provisão para Contingências Tributárias 5.000,00 (Passivo exigível)

Gabarito C.

42 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

88. (MPU/2007/FCC) Em relação ao Balanço Patrimonial, é correto afirmar que as contas do ativo são classificadas em ordem crescente do grau de liquidez.

Errado. A ordem é decrescente do grau de liquidez.

89. (MPU/2007/FCC) No Ativo Realizável a Longo Prazo, classificam-se as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente, os estoques e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte.

Incorreto. Classificam-se no ativo circulante.

90. ( Assessor/Contadoria/2008/TRF/RS/FCC) A Cia. Cruzeiro do Norte contratou uma apólice de seguro contra incêndio, para suas instalações comerciais, cujo prêmio era de R$ 28.800,00, com vigência de três anos, a partir de 1o de março de 2006. Deverá figurar, na rubrica Despesas do Exercício Seguinte, do balanço patrimonial da sociedade do final de 31/12/2006, relativamente a esse gasto, a importância, em R$, de

(A) 8.000,00 (B) 9.600,00 (C) 17.600,00 (D) 19.200,00 (E) 20.800,00

Comentários

Vamos lá. O valor mensal do seguro é 28.800/36 = 800.

No pagamento do seguro lançaremos:

D - Despesas antecipadas de seguros 800 x 22 = 17.600 (AC)

D - Despesas antecipadas de seguros 800 x 14 = 11.200 (ANC – RLP)

C - Caixa 28.800 (AC)

Assim, ainda em 2006, daremos baixa dos meses de março a dezembro:

D – Despesas de seguros 800 x 10 = 8.000

C – Despesas antecipadas de seguros 8.000

Teremos, a transcorrer no exercício de 2007 o valor de R$ 9.600,00 de seguros antecipados. O restante

figurará no longo prazo.

Gabarito B.

91. (TRT 17ª/Analista Judiciário/2009) As despesas do exercício seguinte devem ser contabilizadas em conta de ativo.

O item está correto.

92. (CEHAP/2008/Cespe) É correto afirmar que as aplicações em instrumentos financeiros derivativos, classificados no ativo, serão registradas pelo valor

A) justo, quando as aplicações estiverem disponíveis para a venda.

B) de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando este for inferior, no caso das aplicações disponíveis para a venda.

C) histórico, quando se tratar de investimentos não disponíveis para a venda.

D) de emissão, atualizado conforme disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando este for superior, no caso das aplicações não disponíveis para a venda.

Comentários

O gabarito é a letra a.

Letra b) Quando for disponível para a venda a classificação também é feita pelo valor justo.

43 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

Letra c) Os investimentos serão vistos a seguir.

Letra d) Pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme disposições legais ou

contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando este for inferior, no caso das demais

aplicações e os direitos e títulos de crédito.

93. (Contador/Ipojuca/2009) A conta provisão para crédito de liquidação duvidosa é classificada no ativo e creditada na sua constituição.

O item está correto. O lançamento é:

D – Despesa com PCLD.

C – Provisão para créditos de liquidação duvidosa.

94. (MP/RR/2008/Cespe) A perda referente a créditos de liquidação duvidosa que não tenha sido provisionada proporciona débito no resultado do exercício e crédito na conta de valores a receber.

O item está correto.

Se a empresa provisionou R$ 1.000,00 para PCLD, através do lançamento:

D – Despesa com PCLD. 1.000,00

C – Provisão para créditos de liquidação duvidosa. 1.000,00

Porém, constatou que a perda efetiva foi de R$ 1.500,00, deverá lançar:

D – Despesa com perdas com clientes 500,00

D – Provisão para créditos de liquidação duvidosa 1.000,00

C – Clientes 1.500,00

Ok? Novamente, item correto.

ESCRIVÃO DE POLÍCIA FEDERAL/2009/NACIONAL

95. O reconhecimento de provisão para devedores duvidosos deve ser feito por meio de um crédito no ativo e um débito no resultado do exercício.

O item está correto.

96. (MPE/RR/2008/Cespe) A aquisição de ações de outras companhias pode ser registrada em conta de ativo circulante quando a empresa que adquiriu as ações resolva que estas serão comercializadas em um período curto de tempo. O registro dessa operação não afeta o valor total do ativo circulante da empresa que adquiriu as ações.

O item está correto. Senão vejamos. As ações podem ter basicamente dois tipos dentro de uma

empresa: as de caráter meramente especulatório e as de cunho permanente, cuja alienação não se

espera num curto período de tempo. Essas serão registradas à conta de ativo não circulante, grupo

investimentos. Aquelas, por seu turno, serão registradas no ativo circulante, como já falado aqui.

97. (MP/RR/2008/Cespe) A contabilização de instrumentos financeiros deve ocorrer pelo valor da emissão, atualizado conforme disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando este for superior.

Vejamos a letra da lei:

Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes

critérios:

I – As aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em direitos e títulos

de créditos, classificados no ativo circulante ou no realizável a longo prazo:

44 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

a) Pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicações destinadas à negociação ou

disponíveis para a venda; e

b) Pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme

disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando

este for inferior, no caso das demais aplicações e os direitos e títulos de crédito.

Assim, veja que não necessariamente a contabilização será feita pelo valor de emissão. E mesmo se

assim o fosse, o ajuste se dá quando o valor de realização for inferior.

Item incorreto.

98. (CEHAP/2008/Cespe) A legislação vigente inseriu o conceito de valor justo (fair value), para a mensuração de ativos antes de sua evidenciação nas demonstrações contábeis. Assinale a opção correta acerca do valor justo.

A) O preço histórico pago, referente à data de aquisição, das matérias-primas e dos bens em almoxarifado é considerado valor justo.

B) O preço líquido médio de realização de bens ou direitos destinados à venda, adicionados aos valores dos impostos e demais despesas diretas necessárias para a venda compõem o valor justo desses ativos.

C) O valor líquido pelo qual os investimentos podem ser alienados a terceiros é considerado valor justo.

D) O valor decorrente de transação compulsória dos instrumentos financeiros, realizada entre partes independentes, é considerado valor justo.

Vamos lá. Segundo a Lei 6.404/76:

Art. 183, § 1o. Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor justo: (Redação

dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual possam ser

repostos, mediante compra no mercado;

b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de realização mediante venda

no mercado, deduzidos os impostos e demais despesas necessárias para a venda, e a

margem de lucro;

c) dos investimentos, o valor líquido pelo qual possam ser alienados a terceiros.

d) dos instrumentos financeiros, o valor que pode se obter em um mercado ativo,

decorrente de transação não compulsória realizada entre partes independentes; e, na

ausência de um mercado ativo para um determinado instrumento financeiro: (Incluída

pela Lei nº 11.638,de 2007)

Portanto, analisemos:

a) O preço histórico pago, referente à data de aquisição, das matérias-primas e dos bens em

almoxarifado é considerado valor justo.

Incorreto. É o preço pelo qual possam ser repostos, mediante compra no mercado.

b) O preço líquido médio de realização de bens ou direitos destinados à venda, adicionados aos valores

dos impostos e demais despesas diretas necessárias para a venda compõem o valor justo desses ativos.

Incorreto. O correto seria o preço líquido de realização mediante venda no mercado, deduzidos os

impostos e demais despesas necessárias para a venda, e a margem de lucro.

c) Correto. É o nosso gabarito.

d) O valor decorrente de transação compulsória dos instrumentos financeiros, realizada entre partes

independentes, é considerado valor justo.

45 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

Incorreto. O correto seria transcrever-se: o valor que pode se obter em um mercado ativo, decorrente

de transação não compulsória realizada entre partes independentes; e, na ausência de um mercado

ativo para um determinado instrumento financeiro.

Gabarito C.

Pra encerrar, vamos analisar só esta aqui da ESAF: (AFC/CGU/2008) Os direitos e títulos de credito, e

quaisquer valores mobiliários não classificados como investimentos, serão avaliados, pelo custo de

aquisição ou pelo valor de mercado, se este for menor.

Claramente incorreto. O certo seria valor justo, se destinados à negociação ou disponíveis para a venda,

ou custo de aquisição ou emissão nos demais casos.

Continuemos a falar sobre os critérios de avaliação do ativo: AVALIAÇÃO DE ESTOQUES DE

MERCADORIAS E PRODUTOS

Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes

critérios:

II – os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da

companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em

almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção, deduzido de provisão para ajustá-lo

ao valor de mercado, quando este for inferior;

Onde se lê “valor de mercado”, deve-se ler “valor justo”. O custo de aquisição é o total gasto na

compra das mercadorias, excetos tributos recuperáveis, como o ICMS em alguns casos, como já

explicado.

No caso de indústrias, os produtos acabados e em elaboração são avaliados pelo custo de produção

(matéria-prima, embalagem, mão-de-obra direta, custo indireto de fabricação, etc.).

Assim, imagine-se a seguinte situação:

A ----- custo de aquisição 1000 ---------- valor justo 800.

B ----- custo de aquisição 700 ----------- valor justo 700.

Deve ser constituída provisão para o item A (provisão para ajuste ao valor justo), por intermédio do

lançamento:

D – Despesa com provisão 200

C – Provisão para ajuste ao valor justo 200.

Agora, grave-se uma regra extremamente importante: o custo de aquisição de mercadorias, matérias-

primas e bens em almoxarifado deve representar todos os gastos necessários até o momento em que

eles estejam em condições de serem comercializados. Apenas os tributos recuperáveis devem ser

retirados deste custo de aquisição (ICMS a recuperar).

Imaginemos a seguinte situação: a empresa Bravo Ltda comprou mercadorias no valor de R$ 1.000,00.

Adicionalmente à compra, teve despesas de seguro no valor de R$ 100,00, frete no valor de R$ 200,00,

taxas alfandegárias no valor de R$ 50. Qual o valor do custo de aquisição a ser incorporado ao estoque?

Basta fazer a soma: 1000 + 100 + 200 + 50 = 1350.

Vejamos um item...

46 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

99. (Contador/STF/2008) O montante pago a título de seguros e transportes sobre compras de mercadorias será incorporado ao valor do estoque de mercadorias disponíveis para revenda.

O item está correto.

100. (Contador/STF/2008) O montante pago ao fornecedor a título de tributos recuperáveis será incorporado ao valor do estoque de mercadorias adquiridas para revenda.

O item está incorreto.

101. (Cespe) Os custos do transporte e do seguro sobre compras serão contabilizados na conta de estoque de mercadorias da empresa compradora. Caso o valor líquido da mercadoria seja de R$ 5.600, o valor do seguro, de R$ 600 e o valor do frete, de R$ 1.200, então o registro correto, caso a compra seja efetuada a prazo, será o seguinte.

D Estoques R$ 7.400

C Fornecedores R$ 7.400

Ora, o item está correto. Basta somarmos:

5.600 + 600 + 1.200 = 7.400,00.

102. (CEHAP/2008/Cespe) Ao se adquirir mercadorias para revenda, a prazo, no valor de R$ 10.000, com impostos recuperáveis incluídos, no valor de R$ 1.700, o correto registro da operação proporcionará

A) um débito de mercadorias no valor de R$ 10.000 e um crédito de fornecedores de R$ 10.000.

B) um débito de mercadorias no valor de R$ 8.300, um débito de impostos a recuperar de R$ 1.700 e um crédito de fornecedores de R$ 10.000.

C) um débito de mercadorias no valor de R$ 8.300, um crédito de impostos no valor de R$ 1.700 e um crédito de fornecedores de R$ 10.000.

D) um débito de mercadorias no valor de R$ 10.000, um crédito em fornecedores no valor de R$ 8.300 e um crédito de impostos a pagar de R$ 1.700.

Comentários

O imposto recuperável deve ser retirado do valor de compra. O lançamento é o seguinte:

Débito – Mercadorias 8.300

Débitos – Impostos recuperáveis 1.700

Crédito – Fornecedores 10.000

Gabarito: B.

Ajuste a valor presente de ativo de longo prazo

Este tópico é importantíssimo para o concurso que virá. Apostaria que é questão certa na prova.

Segundo a Lei 6.404/76:

Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes

critérios:

VIII – os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a

valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante.

Ajustar algo a valor presente é, em lição comezinha, trazer um valor que está previsto para se

realizar em data futura a termos monetários de hoje.

Valor presente também pode ser definido como o montante ajustado em função do tempo a

transcorrer entre as datas da operação e do vencimento, de crédito ou obrigação de

financiamento, ou de outra transação usual da entidade, mediante dedução dos encargos

47 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

financeiros respectivos, com base na taxa contratada ou na taxa média de encargos financeiros,

praticada no mercado.

As vendas e as compras, quando feitas a prazo, inserem no valor da operação, juros e encargos

financeiros referentes à remuneração de um capital no futuro. Assim, a contabilização pelo valor

nominal faz com que essas operações sejam demonstradas de forma superavaliada no Balanço

Patrimonial. Fica difícil, também, diferenciar o resultado financeiro do resultado realmente apurado

com operações da atividade empresarial. O ajuste a valor presente (AVP) veio para que possamos

dirimir esse problema.

Assim, se determinada empresa vende mercadorias para receber daqui a três anos, no montante de

R$ 150.000,00, com encargos de R$ 25.000,00, qual o seu valor presente, isto é, hoje? Resposta: R$

150.000,00 – R$ 25.000,00 = R$ 125.000,00. O lançamento nesta ocasião é o seguinte:

D – Clientes 150.000 (Afinal, receberemos o valor principal + juros)

C – Receita de vendas 125.000 (+ Resultado)

C – Ajuste a valor presente 25.000 (Redutora do ANC – RLP)

No ativo ficará assim:

Ativo não circulante realizável a longo prazo

Clientes 150.000

(-) ajuste a valor presente de contas a receber 25.000

Valor presente da conta clientes 125.000,00.

Grave-se a regra: o longo prazo deve ser sempre ajustado. Já o curto prazo, apenas quando houver

efeito relevante.

Vejamos uma questão:

103. (Analista Executivo/Metrologia e Qualidade/Contabilidade/2009/Cespe) O ajuste a valor presente aplicar-se-á a todos os ativos e passivos de curto e longo prazo. Um exemplo dessa aplicação é o registro de juros embutidos que não foram contabilizados corretamente no momento da operação.

O item está incorreto. A regra é o ajuste no longo prazo. O curto prazo será ajustado apenas

quando houver efeito relevante.

104. (AFC/CGU/Esaf) Os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante.

O item está perfeito.

ATIVO NÃO CIRCULANTE

Dissemos que, dentro do balanço patrimonial, o ativo não circulante é composto pelos grupos:

realizável a longo prazo; investimentos; imobilizado; intangível.

Veremos agora cada uma desses grupos e seus critérios de avaliação, da forma como é cobrado no

concurso.

ATIVO NÃO CIRCULANTE INVESTIMENTOS

Vejamos o excerto seguinte da Lei 6.404/76:

Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:

48 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício

social subseqüente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte;

II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício

seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a

sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou participantes

no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da

companhia;

III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos

de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à

manutenção da atividade da companhia ou da empresa;

Exemplo desses direitos de qualquer natureza que não se destinam à atividade da companhia são obras

de arte, marcas e patentes que não estejam em uso, edifícios arrendados. Esses direitos são chamados

na contabilidade de “demais investimentos”, uma vez que sua classificação é residual, somente se não

classificáveis em outro grupo é que serão agrupados à conta de investimentos.

Segundo a Lei das SA´s:

Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes

critérios:

IV - os demais investimentos, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para atender

às perdas prováveis na realização do seu valor, ou para redução do custo de aquisição ao

valor de mercado, quando este for inferior.

Um aspecto digno de nota é que a provisão neste caso pode ser para ajuste ao valor de mercado

(quando temporária) ou para perda provável na realização de seu valor (quando permanente), exemplo

do surgimento de um “lixão” próximo a um imóvel da empresa.

Uma questão...

105. (MPE/RR/2008) Os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa serão contabilizados no ativo permanente diferido.

Incorreto. O diferido foi extinto com a edição da MP 449/08.

106. (ATRFB/2009/ESAF) Em investimentos, serão classificadas as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem a manutenção da atividade da companhia ou da empresa.

O item está correto.

ANC - Investimentos

Prov. Ajuste valor de mercado = temporária

Prov. Perdas Prováveis na Realização = permanente

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ATIVO NÃO CIRCULANTE IMOBILIZADO

Segundo a Lei 6.404/76:

Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:

IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à

manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa

finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os

benefícios, riscos e controle desses bens; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

Assinale-se que são bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou

exercidos com essa finalidade. Os incorpóreos passam a integrar o ativo intangível. Exemplos de ANC -

Imobilizado: terrenos, edificações, máquinas e equipamentos.

Em regra o imobilizado registra os bens de propriedade da companhia, bens que estejam na

propriedade da companhia sob o título de alienação fiduciária em garantia devem também ser

registrados no imobilizado.

Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes

critérios:

V - os direitos classificados no imobilizado, pelo custo de aquisição, deduzido do saldo da

respectiva conta de depreciação, amortização ou exaustão;

Integram o custo de aquisição do imobilizado os gastos com matéria-prima, fretes, seguros, comissões,

desembaraço, impostos não recuperáveis, carga, descarga, montagem. Excluem-se os tributos

recuperáveis.

Veja que aqui não se aplica o ajuste a valor de mercado ou valor justo, nem a provisão para perda

permanente (tal como nos investimentos), ainda que a perda seja considerada permanente.

A redução destas contas se dá por depreciação, amortização e exaustão.

A depreciação se dá em bens corpóreos que sofram pelo valor em virtude de uso, ação da natureza ou

obsolescência. A depreciação começa a contar com a instalação ou colocação do bem em serviço, ou,

ainda, quando esteja em condição de produzir.

107. (MRE/Assistente de Chancelaria/2008/Cespe) A depreciação representa a parcela redutora do ativo em função do período de sua utilização. Sua correta contabilização proporcionará a obtenção do valor contábil do bem ao se interpretar o balanço patrimonial.

O item está correto. Vamos exemplificar.

Um agente de polícia federal adquiriu o novo hyundai sonata, por R$ 100.000,00. A depreciação é de

20% ao ano, sem valor residual. Assim, a depreciação anual será de 100.000 x 20% = R$ 20.000,00 ao ano.

O lançamento da depreciação anual é:

D – Despesa com depreciação 20.000,00

C – Depreciação acumulada 20.000,00

No balanço, ficará assim:

Ativo não circulante – Imobilizado

50 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

Veículo Hiunday Sonata 100.000,00

(-) Depreciação acumulada 20.000,00

Valor contábil 80.000,00

108. (ESAF/AFRF/2002) A depreciação dos bens representa a diminuição de seu valor em conseqüência do desgaste pelo uso, ação da natureza ou obsolescência.

Esse é o teor do artigo 183, §2º, da Lei das SA´s, a saber:

§ 2º A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível será

registrada periodicamente nas contas de: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto

bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou

obsolescência;

O item está correto.

ATIVO NÃO CIRCULANTE INTANGÍVEL

Podemos dizer, em linguajar simples, que os intangíveis são aqueles ativos que não têm existência

física. Como exemplos de intangíveis, temos os direitos de exploração de serviços públicos mediante

concessão ou permissão do Poder Público, marcas e patentes, fundo de comércio adquirido.

Segundo a lei 6.404...

Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:

(...)

VI – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à

manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de

comércio adquirido. (Incluído pela Lei nº 11.638, de 2007)

Isto é muito importante para concursos: classificam-se no intangível os direitos que tenham por objeto

bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o

fundo de comércio adquirido.

O que é o fundo de comércio adquirido? Suponha que uma empresa seja avaliada a valor de mercado

em $ 100.000. Todavia, um comprador, interessado no negócio, examinando a situação da empresa,

resolve pagar $ 120.000. Nesta situação temos um goodwill de $ 20.000. Não podemos identificar

individualmente os itens que compõem este ágio. O ágio, neste caso, pode ser considerado como o

somatório de vários itens não identificáveis como, por exemplo, capital intelectual, marca, tecnologia,

lealdade dos clientes.

O subgrupo intangível ganhou existência com a vigência da Lei 11.638/07, que separou os direitos

corpóreos no imobilizado e os incorpóreos no intangível. Antes, classificaríamos tudo no imobilizado.

IV - no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens destinados à manutenção das

atividades da companhia e da empresa, ou exercidos com essa finalidade, inclusive os de propriedade

industrial ou comercial;

Para ser classificado como intangível, um ativo precisa ser identificável, controlado e, também gerar

benefícios econômicos futuros (como receita de vendas). Ainda, em regra, os bens reconhecidos no

intangível são aqueles que adquirimos de terceiros, os gerados internamente não são reconhecidos.

Questões sobre intangível têm caído constantemente em concursos, senão vejamos:

51 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

109. (FCC/AFR/SEFAZ SP/2009) São características necessárias para a identificação de um ativo Intangível

(A) apresentar a possibilidade concreta de reconhecimento futuro e ser indivisível.

(B) permitir a utilização de base confiável de controle, mesmo que a mensuração de seu custo não possa ser feita em bases fidedignas, e ter indivisibilidade patrimonial.

(C) ser identificável, controlado e gerar benefícios econômicos futuros.

(D) ter indivisibilidade patrimonial e financeira e utilização econômica limitada.

(E) ter indivisibilidade patrimonial e não resultar de direitos contratuais.

O gabarito é a letra c.

Exemplos de ativo intangível: programas de computador, software, ponto comercial, direitos de

franquia.

A lei ainda prescreve que:

Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes

critérios:

VII – os direitos classificados no intangível, pelo custo incorrido na aquisição deduzido do

saldo da respectiva conta de amortização; (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

Essa amortização pode se basear em prazo de lei, contrato ou, ainda, a própria obsolescência

tecnológica.

110. (Cespe) Os bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou utilizados com essa finalidade, antes classificados no ativo imobilizado, passaram a classificar-se no intangível.

O item está claramente correto.

111. (TJ/SE/2008/Cespe) A contabilização da amortização acumulada de patentes adquiridas pela empresa reduz o valor total do ativo permanente intangível. A empresa poderá registrar provisão para perda de investimentos, mas não poderá contabilizar a provisão para perda de intangíveis.

O item está incorreto. Nem um, nem outro. A redução é feita à conta de amortização.

112. (Analista de Saneamento/Embasa/2009) Um ativo intangível deve ser reconhecido apenas se for provável que os benefícios econômicos futuros esperados atribuíveis a ele sejam gerados em favor da entidade e se o custo desse ativo puder ser mensurado com segurança.

O item está correto.

113. (Analista de Meio Ambiente/Cespe/2009) O fundo de comércio deve ser classificado no ativo intangível, no exercício em que ocorrer a sua aquisição, por se tratar de bem incorpóreo destinado à manutenção de uma companhia.

O item está correto.

114. (Contador/MP/RR/2008) No ativo permanente intangível, serão contabilizados os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade.

O item está correto.

EXAUSTÃO

Falemos um pouco sobre a exaustão...

§ 2o A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível será

registrada periodicamente nas contas de: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

52 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

c) exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente da sua exploração, de

direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa

exploração.

A exaustão refere-se à diminuição do valor aplicado na aquisição de direitos de exploração de recursos minerais e florestais em virtude da efetiva exploração. Ela é determinada com base no volume de recursos extraídos em relação à possança conhecida da mina. Todavia, se o prazo de concessão for menor do que o prazo previsto para o esgotamento dos recursos, a exaustão deverá ser calculada em função do prazo de concessão.

A exaustão pode se dar em itens do ativo imobilizado (exploração de uma floresta da própria companhia, por exemplo) ou do ativo intangível (direito de exploração de propriedades de terceiros).

Vejamos:

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL/2009/NACIONAL

115. Suponha que uma empresa mineradora tenha adquirido os direitos de exploração de uma mina por R$ 5 milhões, por meio de um contrato com cinco anos de vigência. Nesse caso, após dois anos de exploração, se tiverem sido extraídos 30% da possança da mina, o referido ativo, classificado no imobilizado, deverá estar avaliado no balanço da empresa por R$ 3 milhões.

Vamos lá. Devemos nos utilizar de dois critérios:

1) Em função do tempo:

A exploração é para 5 anos, no valor de R$ 5 milhões, ou seja, 1 milhão por ano.

Assim, passados dois anos teríamos R$ 2 milhões em amortização e valor contábil de R$ 3 milhões (5 -2).

2) Em função da possança:

A exploração é de 30%, em dois anos, o que resulta em R$ 1,5 milhões, dando um valor contábil de R$ 3,5 milhões (5 – 1,5).

Agora você vai se perguntar: qual dos dois utilizaremos? A resposta, em lição simples, é: aquele que resultar no maior valor amortizado (e menor valor contábil, conseqüentemente)!

Então, amigos, utilizaremos, neste caso o valor da amortização em função do tempo, e o ativo estará realmente avaliado por R$ 3 milhões.

Todavia, o item está incorreto. Mas, por quê? A resposta se encontra na classificação que a questão trouxe. Como se trata de exploração de mina, deveria constar “ativo intangível”, onde se lê “ativo imobilizado”.

Vamos ver agora uma questão completa sobre o assunto...

116. (AFRFB/2009/Esaf) A diminuição do valor dos elementos do ativo será registrada periodicamente nas contas de:

a) provisão para perdas prováveis, quando corresponder à perda por ajuste ao valor provável de realização, quando este for inferior.

b) depreciação, quando corresponder à perda do valor de capital aplicado na aquisição de direitos da propriedade industrial ou comercial.

c) exaustão, quando corresponder à perda de valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência.

d) provisão para ajuste ao valor de mercado, quando corresponder à perda pelo ajuste do custo de aquisição ao valor de mercado, quando este for superior.

e) amortização, quando corresponder à perda de valor, decorrente da exploração de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração.

Comentários

O item a está correto. Corresponde à diminuição dos investimentos por perda provável, considerada como permanente.

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O item b está incorreto. Trouxe à baila o conceito de amortização (e não de depreciação!). Segundo a Lei da S.A´s:

§ 2o A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível será

registrada periodicamente nas contas de:

b) amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição

de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou

exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou

contratualmente limitado;

O item c está incorreto. Trouxe à tona o conceito de depreciação.

§ 2o A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível será

registrada periodicamente nas contas de:

a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto

bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou

obsolescência;

O item d também está incorreto. O ajuste a valor de mercado se dá quando o valor for inferior. Senão vejamos:

Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes

critérios:

II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia,

assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, pelo custo

de aquisição ou produção, deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado,

quando este for inferior;

O item e, por seu turno, erra, uma vez que trouxe o conceito de exaustão.

Vamos ver agora questões gerais sobre o assunto:

117. (Auditor Fiscal da Receita Federal/2009/Esaf) A firma comercial Alvorada Mineira Ltda. adquiriu um bem de uso por R$ 6.000,00, pagando uma entrada de 25% em dinheiro e financiando o restante em três parcelas mensais e iguais. A operação foi tributada com ICMS de 12%. Ao ser contabilizada a operação acima, o patrimônio da firma Alvorada evidenciará um aumento no ativo no valor de R$ 5.220,00.

Comentários

A questão é de fácil resolução.

Compramos um bem de R$ 6.000,00, dando entrada de 25% em dinheiro, ou seja, R$ 1.500,00 (25% x

6.000,00).

O ICMS não pode ser recuperado em bens de uso, portanto, compõe o custo de aquisição.

O lançamento da compra será o seguinte:

D – Bem de uso R$ 6.000,00 (+ Ativo)

C – Caixa 1.500,00 (- Ativo)

C – Financiamento a pagar 4.500,00 (+ Passivo)

Assim, podemos dizer que o aumento do ativo será de 6.000 (entrada do bem) – 1.500 (saída do

dinheiro) = R$ 4.500,00.

Item incorreto.

118. (ESAF/AFC/STN/2008) A quota de depreciação registrável na escrituração, como custo ou despesa operacional, será determinada mediante a aplicação da taxa anual de depreciação sobre o custo de aquisição dos bens depreciáveis.

54 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

O item está correto.

119. (Auditor/FUB/Cespe/2009) As perdas prováveis na realização de valores ativos e a diminuição de importâncias que exprimam bens imobilizados, sejam tangíveis ou intangíveis, devem ser posicionadas como elementos de retificação no momento em que se elaboram e se apresentam as demonstrações financeiras.

O item está correto.

São contas retificadoras do ativo: provisão para perdas prováveis, provisão para ajuste a valor de mercado, provisão para créditos de liquidação duvidosa.

São contas que diminuem as importâncias de bens imobilizados: amortização, depreciação e exaustão.

120. (Cespe) Os elementos patrimoniais denominados intangíveis compõem o saldo da conta do ativo permanente imobilizado e serão avaliados pelo custo de aquisição deduzido do saldo da respectiva conta de amortização.

A denominação correta é ativo não circulante intangível (e não como subgrupo do imobilizado).

Ademais, os elementos do intangível são avaliados pelo custo incorrido na aquisição deduzido do saldo

da respectiva conta de amortização (LSA, art. 183, VII).

121. (MPE/RR/2008/Cespe) O registro da reversão da provisão para desvalorização de estoques proporciona acréscimo ao resultado do exercício e débito no ativo circulante.

As provisões do ativo figuram, no Balanço Patrimonial, como contas redutoras do Ativo e são

constituídas debitando-se uma conta de “Despesa” e creditando-se uma conta patrimonial

representante da respectiva provisão.

Caso a perda seja consumada, deve-se debitar a conta da respectiva provisão e creditar a conta com

base na qual ela foi constituída. Entretanto, se a perda não for consumada, o saldo da provisão será

revertido para uma conta de “Receita” (a reversão da provisão poderá ser parcial ou total).

Vejamos os lançamentos:

Constituição da Provisão

Despesas com Provisão (Despesa)

a Provisão (Ativo – Retificadora)

Perda Consumada

Provisão (Ativo – Retificadora)

a Conta com base na qual ela foi constituída (Ativo)

Reversão da Provisão

Provisão (Ativo – Retificadora)

a Reversão da Provisão (Receita)

Portanto, o item está correto.

122. (MPE/RR/2008/Cespe) A reversão da provisão para perda de investimentos proporciona aumento na conta de investimentos, vinculada à provisão, e acréscimo ao resultado do exercício do período.

Por exemplo, um terreno que a sociedade mantém para investimento, cujo valor monta a R$

100.000,00, que foi contemplado com um lixão ao seu arredor, tendo uma desvalorização de R$

40.000,00, ficará registrado da seguinte forma no balanço:

Ativo não circulante – investimentos

55 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

Terrenos para investimentos ----- 100.000,00

(-) Provisão para perdas prováveis (40.000,00)

Valor contábil ------------------------------ 60.000,00

Contudo, o Município resolveu criar um local adequado para esse lixão, retirando-o completamente do

local. Neste caso, teremos de fazer a reversão da provisão. O lançamento é o seguinte:

Provisão para perdas prováveis em investimentos 40.000,00 (+ Ativo)

a Reversão de provisão para perdas prováveis 40.000,00 (+ Resultado)

Neste caso, ficaríamos assim no balanço:

Ativo não circulante – investimentos

Terrenos para investimentos ----- 100.000,00

(-) Provisão para perdas prováveis (00,00)

Valor contábil ------------------------------ 100.000,00

Galera, veja que a reversão não proporciona aumento da conta investimento (do terreno propriamente

dito), mas, tão-somente, do seu valor contábil, que passou de R$ 60.000,00 para R$ 100.000,00.

Item incorreto.

123. (MPE/RR/2008/Cespe) O registro da provisão para créditos de liquidação duvidosa reduz o valor do ativo, circulante ou realizável em longo prazo. Como conta retificadora de ativo, o saldo dessa provisão é credor, e sua contrapartida é em conta de resultado do exercício.

O item está perfeito.

(STF/2008/CESPE) A respeito da constituição das provisões e dos seus reflexos na estrutura patrimonial, julgue os itens a seguir.

124. O registro da provisão para desvalorização de estoques reduz tanto o capital circulante líquido como o resultado do exercício.

Decore-se: O capital circulante líquido é a diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante de

uma empresa. Assim, se o ativo circulante da Cia X monta a 100,00 e seu passivo exigível a 50,00, 0 CCL

é 50,00 (100,00 – 50,00).

Suponha que uma provisão para desvalorização do estoque (a valor justo) seja feita no montante de R$

25,00. O lançamento é o seguinte:

D – Despesa com provisão para ajuste a valor justo 25,00 (- Resultado)

C – Provisão para ajuste a valor justo de estoques 25,00 (- Ativo circulante)

O nosso ativo circulante era de 100,00 e passará a ser de R$ 75,00 (100 – 25). O nosso CCL, que era de R$

50 (100 – 50), passou agora a ser de R$ 25,00 (75 – 50).

Portanto, o item está correto. Houve redução tanto do CCL, como do resultado do exercício.

125. (STF/2008/CESPE) O registro da provisão para perda de investimentos afetará o saldo do ativo permanente e também o saldo do resultado do exercício de maneira negativa. O registro da perda de investimentos provisionada será a débito da provisão para perda de investimentos e a crédito da conta de investimento.

Por exemplo, no nosso terreno, que vale R$ 100.000,00 e é constituída uma provisão para perda

provável, tendo em vista a construção do lixão.

56 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

D – Despesa com provisão para perda provável 40.000,00

C – Provisão para perdas prováveis 40.000,00

Portanto, o saldo do Ativo Permanente e do Resultado do Exercício foram, realmente, afetados de

forma negativa. O registro da perda, quando se comprovar como verdadeira, será feito da seguinte

forma:

D – Provisão para perda provável 40.000,00

C – Terreno 40.000,00

Portanto, podemos dizer que “O registro da perda de investimentos provisionada será a débito da

provisão para perda de investimentos e a crédito da conta de investimento.”

O item está corretíssimo.

Portanto, vamos resumir, olhando a lei:

Lei 6.404/76 - Critérios de Avaliação do Ativo

Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes

critérios:

I - as aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em direitos e títulos

de créditos, classificados no ativo circulante ou no realizável a longo prazo: (Redação

dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

a) pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicações destinadas à negociação ou

disponíveis para venda; e (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

b) pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme disposições

legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando este for inferior,

no caso das demais aplicações e os direitos e títulos de crédito; (Incluída pela Lei nº

11.638,de 2007)

II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia,

assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, pelo custo

de aquisição ou produção, deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado,

quando este for inferior;

III - os investimentos em participação no capital social de outras sociedades, ressalvado o

disposto nos artigos 248 a 250, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para perdas

prováveis na realização do seu valor, quando essa perda estiver comprovada como

permanente, e que não será modificado em razão do recebimento, sem custo para a

companhia, de ações ou quotas bonificadas (VEREMOS ADIANTE);

IV - os demais investimentos, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para atender

às perdas prováveis na realização do seu valor, ou para redução do custo de aquisição ao

valor de mercado, quando este for inferior;

V - os direitos classificados no imobilizado, pelo custo de aquisição, deduzido do saldo da

respectiva conta de depreciação, amortização ou exaustão;

VII – os direitos classificados no intangível, pelo custo incorrido na aquisição deduzido do

saldo da respectiva conta de amortização; (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

VIII – os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a

valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. (Incluído pela

Lei nº 11.638,de 2007)

§ 1o Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor justo: (Redação dada pela

Lei nº 11.941, de 2009)

57 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual possam ser

repostos, mediante compra no mercado;

b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de realização mediante venda

no mercado, deduzidos os impostos e demais despesas necessárias para a venda, e a

margem de lucro;

c) dos investimentos, o valor líquido pelo qual possam ser alienados a terceiros.

d) dos instrumentos financeiros, o valor que pode se obter em um mercado ativo,

decorrente de transação não compulsória realizada entre partes independentes; e, na

ausência de um mercado ativo para um determinado instrumento financeiro: (Incluída

pela Lei nº 11.638,de 2007)

1) o valor que se pode obter em um mercado ativo com a negociação de outro

instrumento financeiro de natureza, prazo e risco similares; (Incluído pela Lei nº 11.638,de

2007)

2) o valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros para instrumentos financeiros de

natureza, prazo e risco similares; ou (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

3) o valor obtido por meio de modelos matemático-estatísticos de precificação de

instrumentos financeiros. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

§ 2o A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível será

registrada periodicamente nas contas de: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto

bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou

obsolescência;

b) amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição

de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou

exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou

contratualmente limitado;

c) exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente da sua exploração, de

direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa

exploração.

§ 4° Os estoques de mercadorias fungíveis destinadas à venda poderão ser avaliados pelo

valor de mercado, quando esse for o costume mercantil aceito pela técnica contábil.

TESTE DE RECUPERABILIDADE

Falaremos agora sobre a redução ao valor recuperável de ativos. Segundo a Lei das S.A´s:

§ 3o A companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação dos

valores registrados no IMOBILIZADO E NO INTANGÍVEL, a fim de que sejam: (Redação

dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

I – registradas as perdas de valor do capital aplicado quando houver decisão de

interromper os empreendimentos ou atividades a que se destinavam ou quando

comprovado que não poderão produzir resultados suficientes para recuperação desse

valor; ou (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

II – revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida útil econômica

estimada e para cálculo da depreciação, exaustão e amortização. (Incluído pela Lei nº

11.638,de 2007)

O teste de recuperabilidade (também conhecido por “impairment test”) tem como finalidade principal

apresentar o valor real pelo qual um ativo será realizado. Essa realização poderá ser feita tanto pela

58 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

venda do bem, quanto pela sua utilização nas atividades empresariais. O CPC 01 (que dispõe sobre o

teste de recuperabilidade) diz que a norma tem como objetivo assegurar que seus ativos estejam

registrados contabilmente por valor que não exceda seus valores de recuperação.

Se Valor Contábil > Valor Recuperável Teste de Recuperabilidade

Valor recuperável de um ativo ou de uma unidade geradora de caixa é o maior (repita-se: maior) valor entre o valor líquido de venda de um ativo e seu valor em uso.

É simples! Inicialmente faremos alguns cálculos e análises para achar o valor líquido de venda de um ativo e, também, o seu valor em uso. Após, o maior dentre esses dois valores, será utilizado como valor recuperável.

Valor em uso é o valor presente de fluxos de caixa futuros esperados que devem advir de um ativo ou de unidade geradora de caixa.

Para achar o valor em uso, temos de conhecer as receitas que serão esperadas pela utilização do ativo. Desse valor subtraímos todos os custos que estejam relacionados às receitas.

Por exemplo, uma máquina gerará, em sua vida útil, receitas de R$ 1.000.000,00, com custos esperados de R$ 400.000,00. O seu valor em uso será, grosso modo, no montante de R$ 600.000,00 (1 milhão – 400.000,00).

Valor justo líquido de despesa de venda é o montante a ser obtido pela venda de um ativo ou de uma unidade geradora de caixa (unidade geradora de caixa é, em lição comezinha, um conjunto de ativos que geram receitas) em transações em bases comutativas, entre partes conhecedoras e interessadas, menos as despesas estimadas de venda.

Em suma: é o valor acertado pelas partes para a negociação do bem, diminuído de gastos como frete, montagem, etc.

Não se incluem nas despesas de venda as despesas financeiras e de impostos sobre o resultado gerado. Veja que a norma diz impostos sobre o resultado gerado. Os impostos e taxas sobre a venda são considerados normalmente.

Como exemplo, se a mesma máquina citada acima pudesse ser vendida pelo valor de R$ 600.000,00, com despesas de venda no valor de R$ 200.000,00. O valor líquido de venda seria neste caso de R$ 400.000,00 (600.000 – 200.000).

Voltando ao conceito de valor recuperável, podemos dizer que, após realizado os passos acima, devemos proceder da seguinte forma para encontrá-lo: 1) Qual o valor de uso? R$ 600.000,00. 2) Qual o valor líquido de venda? R$ 400.000,00. 3) Conhecidos os dois dados indagamos: Qual o valor recuperável? Exato! R$ 600.000,00, que é o maior entre o valor de uso e o valor líquido de venda.

Entenderam? Esses conceitos são importantíssimos para a prova. Vocês não podem deixar de conhecê-los. Decore e entenda!

Perda por desvalorização é o montante pelo qual o valor contábil de um ativo ou de uma unidade geradora de caixa excede seu valor recuperável.

Veja que o conceito diz que o valor contábil excede o valor recuperável. Valor Contábil é o valor pelo qual um ativo está reconhecido no balanço depois da dedução de toda respectiva depreciação, amortização ou exaustão acumulada e provisão para perdas.

Podemos inferir dessa leitura que temos de comparar os dois valores, o contábil e o recuperável para achar a perda. No exemplo acima, se o valor contábil do bem fosse R$ 800.000,00, qual seria a perda por desvalorização? Basta subtrairmos dos R$ 800.000,00 o valor recuperável, de R$ 600.000,00. Achamos o valor de R$ 200.000,00. É essa a nossa perda!

Essa perda será registrada da seguinte forma:

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D – Outras Despesas – Perda com desvalorização de ativo – 200.000,00 C – Provisão para perda com desvalorização de ativo – 200.000,00

Ao revés, se o valor de realização do ativo é maior que o seu valor contábil, nenhum registro há que ser feito, em homenagem ao princípio contábil da prudência.

IMPORTANTÍSSIMO PARA CONCURSOS: Valor Contábil > Valor Recuperável Reconhece-se uma perda por desvalorização.

Valor Recuperável > Valor Contábil Nada há de ser feito.

Vejamos umas questões:

(SEFAZ SP/2009/FCC) Texto para as questões de 1 a 3. A Cia. Alvorecer, ao analisar um determinado ativo, identifica as seguintes características:

126. O valor recuperável desse ativo é, em R$,

(A) 5.000.000,00

(B) 5.100.000,00

(C) 5.400.000,00

(D) 5.600.000,00

(E) 6.000.000,00

Comentários

Questão fácil. A norma define como valor recuperável de um ativo ou de uma unidade geradora de caixa

é o maior valor entre o valor justo líquido de despesas de venda (nova nomenclatura para o antigo valor

líquido de venda) de um ativo e seu valor em uso.

Valor Líquido de Venda 5.100.000

Valor em Uso 5.000.000

Portanto, o maior dos dois é o valor líquido de venda (ou valor justo líquido de despesa de venda). O

gabarito da questão 1 é a letra B.

127. O valor líquido contábil é, em R$,

(A) 6.000.000,00

(B) 5.600.000,00

(C) 5.400.000,00

(D) 5.100.000,00

(E) 5.000.000,00

Comentários

Segundo a Resolução do CFC, valor contábil é o valor pelo qual um ativo está reconhecido no balanço

depois da dedução de toda respectiva depreciação, amortização ou exaustão acumulada e provisão

para perdas.

O valor contábil bruto é 8.000.000. A questão ainda forneceu o valor da depreciação acumulada, que

monta a 2.000.000. Por fim, forneceu ainda a provisão já registradas para perdas, no valor de 600.000.

60 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

Dessa forma, acharíamos o valor líquido contábil subtraindo 2.000.000 e 600.000 do valor contábil

bruto, de 8.000.000

Valor contábil líquido = 8.000.000 – 2.000.000 – 600.000

O gabarito da questão 2 é a letra C.

128. A perda por redução ao valor recuperável é, em R$,

(A) 3.000.000,00

(B) 2.600.000,00

(C) 1.000.000,00

(D) 600.000,00

(E) 300.000,00

Comentários

Perda por desvalorização, segundo a Resolução, é o valor pelo qual o valor contábil de um ativo ou de

uma unidade geradora de caixa excede seu valor recuperável.

Vimos que o valor recuperável é o maior valor entre o valor líquido de venda e o valor em uso. Neste

caso, achamos o montante de 5.100.000 (valor de venda).

Comparando com o valor contábil líquido, que é de 5.400.000, inferimos que o valor contábil é maior do

que o valor recuperável.

Neste caso, devemos apropriar no balanço uma perda por desvalorização, no valor da diferença,

5.400.000 – 5.100.000 = 300.000.

Gabarito E.

129. (Contador/Ipojuca/2009) Caso o valor recuperável (impairment) de um imobilizado seja inferior ao custo do ativo, deverá ser feita uma contabilização aumentando o saldo da conta depreciação acumulada e reduzindo o resultado do período.

Se o valor recuperável de uma máquina, por exemplo, for de R$ 60.000,00 e o custo deste ativo for de

R$ 70.000,00, o lançamento é feito uma contabilização em conta de despesa própria, no valor de R$

10.000,00. A depreciação é ajustada ao novo valor, mas a contrapartida deste ajuste não é feito

diretamente à conta de depreciação.

D – Outras Despesas – Perda com desvalorização de ativo – 10.000,00 C – Provisão para perda com desvalorização de ativo – 10.000,00

Mais uma...

130. (Cespe) Para que sejam mensuradas e registradas as perdas de valor do capital aplicado em bens do imobilizado, a companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação dos valores registrados no imobilizado e no intangível, principalmente quando houver decisão de interromper os empreendimentos ou atividades a que se destinavam.

O item está correto...

§ 3o A companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação dos

valores registrados no IMOBILIZADO E NO INTANGÍVEL, a fim de que sejam: (Redação

dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

I – registradas as perdas de valor do capital aplicado quando houver decisão de

interromper os empreendimentos ou atividades a que se destinavam ou quando

61 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

comprovado que não poderão produzir resultados suficientes para recuperação desse

valor; ou (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

II – revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida útil econômica

estimada e para cálculo da depreciação, exaustão e amortização. (Incluído pela Lei nº

11.638,de 2007)

(Analista de Saneamento/Embasa/2009/Cespe) Julgue os itens seguintes de acordo com o disposto no Pronunciamento Técnico CPC 01 acerca da redução ao valor recuperável de ativos.

131 Mesmo que não existam evidências de que ativos estão registrados por valor não recuperável no futuro, a entidade deve reconhecer imediatamente a desvalorização, por meio da constituição de provisão para perdas.

O CPC 01, que dispõe sobre o teste de recuperabilidade prescreve: “A entidade deve avaliar ao fim de

cada período de reporte se há alguma indicação de que um ativo possa ter sofrido desvalorização. Se

houver alguma indicação, a entidade deve estimar o valor recuperável do ativo”.

Conclui-se que sempre que houver indicação de desvalorização a entidade deverá proceder à avaliação

do ativo, estimando seu valor recuperável! Contudo, caso não haja indícios ao longo do exercício social,

mesmo assim deverá fazê-lo, ao seu término. Apenas ratificando-se a desvalorização é que se reconhece

uma perda.

Critério de Avaliação do Passivo

A Lei 6.404 dispõe que:

Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de acordo com os

seguintes critérios:

I - as obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis, inclusive Imposto sobre a

Renda a pagar com base no resultado do exercício, serão computados pelo valor

atualizado até a data do balanço;

II - as obrigações em moeda estrangeira, com cláusula de paridade cambial, serão

convertidas em moeda nacional à taxa de câmbio em vigor na data do balanço;

III – as obrigações, os encargos e os riscos classificados no passivo não circulante serão

ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito

relevante. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

Vejamos pormenorizadamente. De acordo com o artigo 180 da Lei no 6.404/76, o Passivo Circulante

corresponde às obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo

não circulante, quando vencerem no exercício seguinte. Exemplos: Impostos a pagar, adiantamentos de

clientes, fornecedores, aluguéis a pagar. As obrigações serão classificadas no passivo não circulante, se

tiverem vencimento após o término do exercício seguinte. O passivo não circulante é dividido em longo

prazo e em receitas diferidas.

Agora, passemos cada um dos itens:

I - as obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis, inclusive Imposto sobre a Renda a pagar

com base no resultado do exercício, serão computados pelo valor atualizado até a data do balanço.

Suponha que um policial federal tenha aberto uma empresa para sua esposa. Essa empresa comprou

mercadorias para revenda, no valor de R$ 100.000,00. O lançamento, por ocasião da aquisição, seria:

Mercadorias (Ativo Circulante)

a Fornecedores (Passivo Circulante) 100.000,00

62 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

II - as obrigações em moeda estrangeira, com cláusula de paridade cambial, serão convertidas em

moeda nacional à taxa de câmbio em vigor na data do balanço;

Se essa mesma empresa tiver feito um empréstimo no montante de U$ 100.000,00, em 01.01.2011,

quando U$ 1,00 = R$ 0,5. No encerramento, o dólar e o real estavam se equivalendo.

Quando da efetivação do empréstimo, lançamos:

Caixa

a Empréstimos a pagar 100.000,00 x 0,5 = 50.000,00

Ao fim do exercício social, o nosso empréstimo deverá estar avaliado a R$ 100.000,00 (100.000,00 x

1,00), ou seja, houve variação de R$ 50.000,00. O lançamento para ajuste é:

Variação Cambial Passiva (Despesa)

a Empréstimo em Moeda Estrangeira (Passivo Circulante) 50.000

III – as obrigações, os encargos e os riscos classificados no passivo não circulante serão ajustados ao seu

valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. (Redação dada pela Lei nº

11.941, de 2009).

Se a empresa acima comprar mercadoria por R$ 100.00,00 para pagamento em 3 anos. A valor presente

essa obrigação vale R$ 64.000,00. Isto quer dizer que R$ 36.000,00 equivalem ao ajuste a valor presente

(juros).

No momento da compra, lançamos:

Estoques 64.000,00 (Ativo Circulante)

Ajuste a valor presente 36.000,00 (Retificadora Passivo não circulante)

Fornecedores 100.000,00 (Passivo não circulante)

Mensalmente deve ser reconhecida uma despesa de juros pelo seguinte lançamento:

Despesa de juros 1.000,00 (Resultado)

Ajuste a valor presente 1.000,00 (Retificadora Passivo não circulante)

Por fim, no pagamento da mercadoria lançamos:

Fornecedores 100.000,00

Caixa 100.000,00

Facílimo.

132. (Contador/TST/2008) As obrigações classificáveis no passivo exigível a longo prazo, sujeitas a indexação, serão atualizadas à data do balanço, com base na variação média do índice adotado para o contrato.

A lei 6.404 em nenhum momento fala no critério a ser utilizado para a atualização.

133. (Cespe) As obrigações, encargos e riscos classificados no passivo exigível a longo prazo serão evidenciados pelo valor histórico, obedecendo ao princípio contábil do custo como base de valor.

O item está incorreto.

Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de acordo com os

seguintes critérios:

I - as obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis, inclusive Imposto sobre a

Renda a pagar com base no resultado do exercício, serão computados pelo valor

atualizado até a data do balanço;

63 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

III – as obrigações, os encargos e os riscos classificados no passivo não circulante serão

ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito

relevante. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

134. (ESAF/AFC/CGU/2008) As obrigações, encargos e riscos classificados no passivo exigível a longo prazo serão ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante.

O item está escorreito. Trata-se da reprodução exata do artigo 184, III, da Lei das S.A´s.

Tópico 18 – Patrimônio Líquido

Dissemos por aqui que o Patrimônio Líquido representa nada mais do que o capital próprio empregado

nas atividades empresariais pelos sócios e os resultados auferidos com a exploração dos negócios pela

empresa (lucro ou prejuízo).

Pois bem, tal como o ativo e o passivo exigível, o patrimônio líquido também é subdividido. Atualmente,

o PL compõe-se dos seguintes grupos:

1) Capital social;

2) Reservas de capital;

3) Ajustes de avaliação patrimonial;

4) Reservas de lucros;

5) Ações em tesouraria; e

6) Prejuízos acumulados (Veja que a lei não fala em lucros acumulados).

135. (Analista de Saneamento/Embasa/2009) O patrimônio líquido foi dividido em capital social, reservas de capital, reserva de reavaliação, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados.

O item está incorreto. A Reserva de Reavaliação foi extinta com a publicação da Lei no 11.638/07.

Grave-se a estrutura do PL:

Patrimônio Líquido

Antes Lei 11.638/07 Após Lei 11.638/07 e lei 11.941/09

Capital Social Capital Social

(-) Capital a Realizar (-) Capital a Realizar

Reserva de Lucro Reserva de Lucro

Reserva de Capital Reserva de Capital

Reserva de Reavaliação Ajuste de Avaliação Patrimonial

+ - Lucro ou Prejuízo Acumulado (-) Prejuízo Acumulado

(-) Ações em Tesouraria (-) Ações em Tesouraria

Falemos especificamente sobre cada um desses itens:

Capital Social

É o grupo do PL composto pelas ações subscritas na constituição da sociedade ou com o aumento de

capital. É dividido em capital social e capital social a realizar. A lei das S.A´s dispõe que:

Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada.

Assim, se a sociedade X é constituída com ações no montante de R$ 100.000,00, sendo apenas R$

50.000,00 depositados imediatamente para o início do negócio, lançaremos:

D – Caixa 50.000,00 (Ativo)

64 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

D – Capital Social a Realizar (- PL) 50.000,00

C – Capital Social (PL) 100.000,00

A Lei das S.A´s prescreve que a integralização mínima é de 10% do capital social. As ações podem ser

subscritas em dinheiro ou quaisquer bens suscetíveis de avaliação em dinheiro.

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL/2000/CESPE

136. No recebimento de dinheiro de acionistas para integralização do capital social subscrito, deverá haver um registro a crédito do capital social ou da conta que registra o capital a integralizar.

O item está correto. Se a empresa X fosse constituída com um capital social de R$ 100.000,00,

totalmente integralizado, o lançamento seria:

D – Caixa 100.000,00 (Ativo) C – Capital Social 100.000,00 (PL)

Todavia, caso apenas metade deste valor fosse integralizado, o lançamento, no momento da

constituição da sociedade seria:

D – Caixa 50.000,00 (Ativo) D – Capital Social a Realizar (- PL) 50.000,00 C – Capital Social (PL) 100.000,00

Com a integralização posterior do restante do capital, o lançamento correto será o seguinte:

D – Caixa 50.000,00 (Ativo) C – Capital Social a Realizar 50.000,00 (PL)

Reservas de Capital

Reservas são valores que representam elementos patrimoniais sem qualquer característica de

exigibilidade atual ou futura.

As reservas de capital são valores recebidos pela empresa (dos sócios ou de terceiros) que não se

configuram como receita, isto é, não transitam pelo resultado do exercício, sendo contabilizadas

diretamente à conta de Patrimônio Líquido.

Com espeque no artigo 182 da Lei das S.A´s:

§ 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem:

a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do

preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à

formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou

partes beneficiárias;

b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;

O item a corresponde à chamada “Reserva para ágio na emissão de ações”.

Partes beneficiárias são títulos negociáveis, sem valor nominal e estranhos ao capital social, criados a

qualquer tempo pela sociedade por ação. As partes beneficiárias conferirão aos seus titulares direito de

crédito eventual contra a companhia, consistente na participação nos lucros anuais – no máximo 10%

(LSA, art. 46, caput, e §1º).

Por seu turno, os bônus de subscrição são títulos de credito emitidos no limite do capital social

autorizado no estatuto e dão aos titulares o direito de subscrever ações da companhia.

Art. 200. As reservas de capital somente poderão ser utilizadas para:

65 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

I - absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de lucros

(artigo 189, parágrafo único);

II - resgate, reembolso ou compra de ações;

III - resgate de partes beneficiárias;

IV - incorporação ao capital social;

V - pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for

assegurada (artigo 17, § 5º).

Parágrafo único. A reserva constituída com o produto da venda de partes beneficiárias

poderá ser destinada ao resgate desses títulos.

Com as modificações recentes ocorridas na contabilidade (Leis 11.638 e 11.941) as doações e subvenções

para investimento e os prêmios na emissão de debêntures NÃO serão mais classificados como reservas

de capital, devendo ser registrados como receitas do exercício, de acordo com o Princípio da

Competência.

Estudemos as reservas de capital pormenorizadamente:

Reserva de ágio na emissão de ações

Ágio é o valor cobrado a maior por algo (não é sinônimo de caro, necessariamente).

Nas Sociedades por Ações o estatuto social deve definir o valor do capital social, o número de ações em

que o capital se divide e se elas terão ou não valor nominal.

A ação tem um valor pré-definido, o valor do capital social subscrito dividido pelo número de ações

emitidas.

O ágio na emissão de ações é o valor da contribuição do subscritor que ultrapassar o valor nominal das

ações por ele adquiridas. No caso de emissão de ações sem valor nominal, o ágio na emissão de ações

será o valor da contribuição do subscritor que ultrapassar a importância destinada ao capital social. Na

conta capital social, as ações só podem figurar por seu valor nominal. O excesso é levado a uma conta

de reserva de capital, que recebe essa denominação.

Suponha-se que a empresa X possua um capital social de R$ 100.000,00, configurando 100.000,00 ações

a R$ 1,00 cada. Mostrando-se uma empresa extremamente lucrativa, decide expandir o seu negócio

oferecendo ao mercado mais 100.000,00 ações. Todavia, como o negócio se mostra próspero, cobrada

dos novos sócios não mais o aporte de R$ 1,00, mas, sim, de R$ 1,50. Mesmo assim, as ações foram

rapidamente vendidas e mais R$ 150.000,00 ingressaram aos cofres da empresa. O lançamento é o

seguinte:

D – Caixa 150.000,00 (Ativo) C – Capital Social 100.000,00 (PL) C – Reservar de capital – Ágio na emissão de ações 50.000,00 (PL)

Fácil.

Alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição

Segundo a Lei das S.A´s:

Art. 46. A companhia pode criar, a qualquer tempo, títulos negociáveis, sem valor nominal

e estranhos ao capital social, denominados "partes beneficiárias".

§ 1º As partes beneficiárias conferirão aos seus titulares direito de crédito eventual contra

a companhia, consistente na participação nos lucros anuais (artigo 190).

66 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

Vê-se que as partes beneficiárias são estranhas ao capital social. Diferem das ações, pois não dão direito

a uma parte do patrimônio da companhia, nem o de participação da administração. Não se confundem

também com as debêntures, uma vez que não dá direito creditório contra a companhia para os que as

possuem.

O direito a lucro é eventual. Esta é a palavra chave. A emissão das PB´s é exclusivo de cias fechadas

(LSA, art. 47). Como já dito, a participação nos lucros deve ser menor do que 10%.

As partes beneficiárias poderão ser alienadas pela companhia, nas condições determinadas pelo

estatuto ou pela assembléia-geral, ou atribuídas a fundadores, acionistas ou terceiros, como

remuneração de serviços prestados à companhia (LSA, art. 47). Somente a alienação onerosa das partes

beneficiárias gera lançamento contábil.

Assim, se os administradores de uma companhia, que tanto contribuíram para o seu crescimento,

resolvem aposentar, e os novos administradores, como forma de reconhecimento deste trabalho,

alienam partes beneficiárias a esses antigos administradores, por R$ 100.000,00. O lançamento é o que

se segue:

D – Caixa 100.000,00 (Ativo) C – Reserva de Capital – Produto de alienação de partes beneficiárias 100.000,00 (PL). A LSA dispõe que:

Art. 200. Parágrafo único. A reserva constituída com o produto da venda de partes

beneficiárias poderá ser destinada ao resgate desses títulos.

Alternativamente, o resgate pode ser feito em contrapartida à conta de reserva de lucros.

Falamos sobre as partes beneficiárias. Veremos agora os bônus de subscrição.

Segundo a LSA, art. 75, a companhia poderá emitir, dentro do limite de aumento de capital autorizado no estatuto (artigo 168), títulos negociáveis denominados "Bônus de Subscrição". Os bônus de subscrição conferirão aos seus titulares, nas condições constantes do certificado, direito de subscrever ações do capital social, que será exercido mediante apresentação do título à companhia e pagamento do preço de emissão das ações. Os antigos acionistas detêm a preferência para aquisição de novas ações emitidas por uma companhia. Todavia, o bônus de subscrição retira este direito relativamente a algumas ações. Vejamos:

Art. 172. O estatuto da companhia aberta que contiver autorização para o aumento do

capital pode prever a emissão, sem direito de preferência para os antigos acionistas, ou

com redução do prazo de que trata o § 4o do art. 171, de ações e debêntures conversíveis

em ações, ou bônus de subscrição, cuja colocação seja feita mediante:

I - venda em bolsa de valores ou subscrição pública; ou

II - permuta por ações, em oferta pública de aquisição de controle, nos termos dos arts.

257 e 263.

Funciona tal como um cambista, vendendo ingressos em uma partida de futebol.

Se a empresa X emite R$ 100.000,00 em bônus de subscrição, o lançamento é o que se segue:

D – Caixa 100.000,00 C – Reserva de Capital – Produto da alienação de bônus de subscrição 100.000,00

Ok?

Doações e subvenções para investimentos governamentais e prêmio na emissão de debêntures

As doações e subvenções para investimentos governamentais (tão-somente, excluem-se as privadas)

eram contabilizadas como reserva de capital. Contudo, com as alterações da Lei das S/A, são agora

67 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

consideradas receitas, que transitam pelo resultado, podendo ser registradas (depois da apuração do

resultado) em uma reserva de lucros (de incentivos fiscais).

No caso de doações em dinheiro, o lançamento é o que se segue:

D – Caixa 10.000,00 (Ativo) C – Receitas – Doações 10.000,00 (Resultado)

O CFC 1.143/08 que rege o tema dispõe que:

12. Uma subvenção governamental deve ser reconhecida como receita ao longo do período confrontada

com as despesas que pretende compensar, em base sistemática, desde que atendidas às condições

desta Norma. A subvenção governamental não pode ser creditada diretamente no patrimônio líquido.

Exemplificando: uma subvenção que transfira a propriedade definitiva de um terreno pode ter como

condição a construção de uma planta industrial e é apropriada como receita na mesma proporção da

depreciação dessa planta. Poderão existir situações em que essa correlação exija que parcelas da

subvenção sejam reconhecidas segundo critérios diferentes.

Por seu turno, o Prêmio na emissão de debêntures era classificado como reserva de capital. Com o

advento da Lei n° 11.638 e 11.941, ele passou a ser apropriado ao resultado como receita, conforme o

regime de competência.

As debêntures são títulos exclusivos das sociedades anônimas. É uma forma alternativa ao lançamento

de ações no mercado e aos empréstimos bancários, para captação de recursos. Não podem ser

confundidas com as ações, pois não são títulos de propriedade. Não se confundem também com os

empréstimos, uma vez que oferecidas ao público, não sendo captados junto a instituições financeiras.

Quando o preço da debênture supera o seu valor nominal, teríamos, à visão da legislação antiga, uma

reserva de capital a ser registrada, chamada Reserva de Prêmio na Emissão de Debêntures. Isso ocorre

quando as condições como juros, garantias e outras vantagens forem atraentes para os investidores.

Se uma empresa lançasse debêntures a R$ 1,00, num vulto de 10.000 debêntures, com resgate em 10

anos encontrando investidores que pagassem R$ 1,50 pelo referido título, lançaríamos:

D – Caixa 15.000 (Ativo) C – Debêntures a pagar 10.000,00 (PNC) C – Reserva de capital – prêmio na emissão de debêntures 5.000,00 (PL)

Contudo, essa reserva de capital deixou de existir e a mesma situação é agora registrada da seguinte

forma:

D – Caixa 15.000 (Ativo) C – Debêntures a pagar 10.000,00 (PNC) C – Receitas recebidas antecipadamente - 5.000,00 (PNC – Receitas diferidas)

Assim, exemplificando, se o resgate dessas debêntures se dará em 10 anos, deveremos apropriar ao

resultado (utilizando-se do método linear) R$ 500,00 por ano, através do seguinte lançamento:

D - Receitas recebidas antecipadamente - 500,00 (PNC – Receitas diferidas) C – Receitas financeiras 500,00 (Resultado)

Sobre o assunto reservas de capital, vejamos algumas questões....

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137. (ESAF/AFC/CGU/2008) Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem o

produto da alienação de partes beneficiarias e bônus de subscrição, o prêmio recebido na emissão de

debêntures e as doações e as subvenções para investimento.

O item está incorreto. São reservas de capital: reserva de ágio na emissão de ações e produto de

alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição. O prêmio recebido na emissão de debêntures e

as doações e as subvenções para investimento não figuram mais como reservas de capital.

138. (ESAF/AFRFB/2002) Deverão ser classificadas como reserva de capital, agrupadas ou

separadamente, entre outras, as doações e subvenções recebidas, quando destinadas a investimentos,

e os prêmios recebidos na emissão de debêntures.

O item está incorreto.

139. (ESAF/AFRFB/2002) Reservas de Capital representam, genericamente, acréscimo ao Patrimônio

Líquido que não transitam pela conta de resultado da companhia nem são provenientes de reavaliação

de ativos.

O item está correto.

140. (TCE/SP/Auditor/2008/FCC) Na identificação dos itens componentes do Patrimônio Líquido, os valores recebidos que não transitaram pelo resultado como receita são classificados como Reservas

(A) de Capital.

(B) para Contingências.

(C) Estatutárias.

(D) de Lucros a Realizar.

(E) de Reavaliação.

O gabarito da questão é a letra a, como já visto.

141. (Cespe) O saldo da reserva de capital pode ser utilizado para absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de lucros, sendo vedada a utilização para o pagamento de dividendo de qualquer natureza.

O item está incorreto. Revivamos o teor do artigo 200 da LSA:

Art. 200. As reservas de capital somente poderão ser utilizadas para:

I - absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de lucros (artigo 189, parágrafo único);

II - resgate, reembolso ou compra de ações;

III - resgate de partes beneficiárias;

IV - incorporação ao capital social;

V - pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for assegurada (artigo 17, § 5º).

Parágrafo único. A reserva constituída com o produto da venda de partes beneficiárias poderá ser destinada ao resgate desses títulos.

Portanto, para pagamento de ações preferenciais podem ser utilizadas as reservas de capital. Item

incorreto.

143. (Cespe) A reserva de capital constituída com recursos advindos da venda de partes beneficiárias

pode ser destinada ao resgate desses títulos.

69 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

O item está correto, artigo 200, III.

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL/2000/CESPE

144. (Cespe) O produto da alienação de partes beneficiárias pode ser registrado no patrimônio líquido.

O item está correto. A alienação de partes beneficiárias é feita no PL apenas se onerosa, apenas o

produto da venda. Caso a alienação seja por doação, nenhum registro há que ser feito.

145. (FCC/Analista Judiciário/Contabilidade/TRT 18ª/2008) É uma reserva de capital:

(A) Reserva de Alienação de Bônus de Subscrição.

(B) Reserva de Contingências.

(C) Reserva Estatutária.

(D) Reserva de Expansão para Investimentos.

(E) Reserva para Pagamento de Dividendo Obrigatório.

O gabarito é letra a. As outras reservas são reservas de lucros, estudadas adiante.

146. (FCC/Analista Judiciário/Contabilidade/TRT 2ª/2008) Sobre reservas contábeis, é correto afirmar que as reservas de capital não podem ser utilizadas para absorver prejuízos contábeis, somente para aumentar o valor do capital.

O item está incorreto. Segundo a lei das SAs (art. 200), as reservas de capital podem ser utilizadas para

absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de lucros; resgate,

reembolso ou compra de ações; resgate de partes beneficiárias; incorporação ao capital social;

pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for assegurada.

Ajuste de avaliação patrimonial

Antes das alterações da Lei das S.A´s, o patrimônio líquido era formado pelo grupo Reserva de

Reavaliação. Esse grupo foi suprimido, surgindo então o Ajuste de avaliação patrimonial. Contudo, não

se trata de mera alteração de nome.

A reavaliação que se aplicava aos bens tangíveis do ativo permanente e que poderia ser ou não

realizada, a bel-prazer dos acionistas, deixou de existir. Ademais, o ajuste de avaliação patrimonial serve

tanto para aumentar como para reduzir valores de ativos e de passivos, enquanto que a reavaliação

servia apenas para o aumento de bens do permanente. A nova redação prescreve o seguinte:

Art. 183, § 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não

computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as

contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do

passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou,

em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência

conferida pelo § 3o do art. 177.

As situações em que se aplica o ajuste de avaliação patrimonial são as seguintes:

Variações cambiais de investimentos no exterior

1) Variações cambiais de investimentos no exterior. Por exemplo, uma investidora no Brasil possui 100%

do capital de uma outra investida, localizada nos Estados Unidos. O total investido é R$ 100.000,00, o

que corresponde à época a U$ 50.000,00 (1 U$ = 2 R$). Ficamos assim...

Investidora - em R$

Ativo Passivo Exigível + PL

Investimentos 100.000,00 Capital Social 100.000,00

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Total 100.000,00 Total 100.000,00

Investida - em R$

Ativo Passivo Exigível + PL

Caixa 100.000,00 Capital Social 100.000,00

Total 100.000,00 Total 100.000,00

Como a investidora tem 100% do capital da investida, o capital social total da investida é de R$

100.000,00. Supondo agora um aumento do dólar (1 U$ = 3 R$).

1 dólar ----------------- 3 R$

50.000 dólares --- Z

Logo, Z x 1 dólar = 50.000 dólares x 3 R$ Z = 150.000,00 R$

Assim, houve variação de R$ 50.000,00 (para mais) no investimento. O balanço será computado agora

da seguinte forma:

Investidora - em R$

Ativo Passivo Exigível + PL

Investimentos 150.000,00 Capital Social 100.000,00

A. Ava. Patri. 50.000,00

Total 150.000,00 Total 150.000,00

Investida - em R$

Ativo Passivo Exigível + PL

Caixa 150.000,00 Capital Social 150.000,00

Total 150.000,00 Total 150.000,00

O lançamento para ajuste na investidora é o seguinte:

D – Investimentos no exterior R$ 50.000,00 C – Ajuste de avaliação patrimonial R$ 50.000,00

OK? Este é o primeiro caso.

Ativos e passivos decorrentes de aplicações financeiras

Vamos rememorar o que dispõe o artigo 183 da Lei das S/A´s:

Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes

critérios:

I – As aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em direitos e títulos

de créditos, classificados no ativo circulante ou no realizável a longo prazo:

c) Pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicações destinadas à negociação ou

disponíveis para a venda; e

d) Pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme

disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando

este for inferior, no caso das demais aplicações e os direitos e títulos de crédito.

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O Banco Central, por seu turno, estabelece critérios, parâmetros, para o registro de valores mobiliários

e títulos de crédito (Circular 3.068/201). Inicialmente, deve o título ser avaliado pelo valor pago. Em

seguida, deve ser classificado da seguinte forma, de acordo com a intenção do investidor.

(1) para negociação imediata (o que a LSA denomina como aplicações destinadas à negociação),

(2) disponível para venda eventual (o que a LSA denomina como aplicações disponíveis para a venda) e

(3) mantido até o vencimento (o que a LSA denomina como demais aplicações).

Os itens 1 e 2 são avaliados a valor justo, porém, somente os disponíveis para venda têm como

contrapartida conta de ajuste de avaliação patrimonial, no PL. Os destinados à negociação imediata tem

contrapartida em conta de resultado.

A empresa Gabriel Investe Muito comprou 1.000 ações da Vale, e as deixou como disponíveis para venda

(ESSA É UMA INFORMAÇÃO MUITO IMPORTANTE! Deve-se diferenciar as disponíveis para a venda das

destinadas à negociação imediata). O valor unitário da ação era R$ 50,00, no momento da compra, em

01.01.2010. No entanto, em 31.12.2010, as ações estavam sendo negociadas na bolsa por R$ 80,00.

Contabilize a operação.

Inicialmente, devemos perquirir o critério de avaliação. Segundo o artigo 183, os valores mobiliários

disponíveis para a venda devem ser contabilizados a valor justo. E o que seria o valor justo? Ainda, com

espeque na própria lei, valor justo dos instrumentos financeiros é o valor que pode se obter em um

mercado ativo, decorrente de transação não compulsória realizada entre partes independentes (LSA,

art. 183, §1º, d). Pois bem, neste caso é o próprio valor da bolsa.

Assim, na aquisição lançaremos o seguinte:

Investimentos temporários – Ações da Vale R$ 50.000,00 (50,00 x 1.000) a Bancos conta movimento – R$ 50.000,00

Após, com a variação do valor, vamos lançar:

Investimentos temporários – Ações da Vale R$ 30.000 a Ajuste de avaliação patrimonial R$ 30.000,00

Vejam que a conta investimentos passará a ter o saldo de R$ 80.000,00 (50.000,00 + 30.000,00).

Se, ao revés, o valor das ações tivesse diminuído R$ 30.000,00, lançaríamos:

Ajuste de avaliação patrimonial R$ 30.000,00 Investimentos temporários R$ 30.000,00

Neste caso, o saldo da conta investimento seria de R$ 20.000,00. Ok?

Vamos ver algumas questões sobre o ajuste de avaliação patrimonial agora...

147. (Analista de Metrologia/CESPE/2009) A conta de ajustes de avaliação patrimonial é classificada no

patrimônio líquido e receberá a contrapartida da variação cambial de investimentos no exterior.

Como já visto aqui, o item está correto.

148. (Cespe) Com as modificações havidas no texto da Lei das Sociedades por Ações, substituiu-se, na

representação do patrimônio líquido, a reserva de reavaliação pelos ajustes de avaliação patrimonial.

Tais ajustes constituem contrapartidas tanto de aumentos como de diminuições no valor atribuído a

componentes, seja do ativo, seja do passivo.

72 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

O item está correto. Lembre-se, contudo, de que se distingue a reserva de reavaliação do ajuste de

avaliação patrimonial.

149. (FCC/Analista Judiciário/Contabilidade/TRT 2ª/2008) A constituição de reservas de reavaliação foi

proibida para as sociedades por ações a partir de 1o de janeiro de 2008.

O item está correto. A conta Reserva de Reavaliação deixou de existir com a vigência da Lei 11.638/07. A

partir de 1/1/2008 ela não mais existirá, devendo os saldos já existentes nesta conta ser estornados até o

final de 2008 ou até a sua completa realização. Segundo a LSA, art. 178, §2º, III, o patrimônio líquido será

dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações

em tesouraria e prejuízos acumulados.

Ações em tesouraria

São as ações da empresa adquiridas pela própria empresa e mantidas na tesouraria. O limite do saldo da

conta ações em tesouraria é o saldo de lucros acumulados e reservas, exceto a reserva legal (estudada a

seguir). Descontraidamente, o professor Luiz Eduardo, em seu curso Contabilidade Decifrada, propõe

que: A companhia que adquire suas próprias ações é, metaforicamente, como uma pessoa que se

alimenta de seu próprio fígado.

A conta ações em tesouraria é redutora do PL.

Art. 182. ...

§ 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta

do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição.

As ações em tesouraria não terão direito a dividendo e a voto e o resultado obtido na venda de tais

ações não deve transitar pelo resultado do exercício, tendo como contrapartidas as contas de reservas

ou lucros acumulados.

150. (Cespe) A contabilização da aquisição de ações da própria empresa reduz o valor do disponível e

também do patrimônio líquido. O oposto ocorre quando os sócios resolvem aumentar o capital da

empresa em dinheiro.

O item está correto. O lançamento, pela aquisição, é o seguinte:

D – Ações em tesouraria (Redutora do PL) C – Caixa (- Ativo)

Pela alienação, lançamos o seguinte:

D – Caixa (Ativo) C – Ações em tesouraria (PL)

Se a alienação se der com lucro, este lucro deve ser registrado à conta de reserva de capital, pelo

seguinte lançamento:

D – Caixa 2.000 C – Ações em tesouraria 1.000 C – Reserva de capital – lucro na alienação de ações em tesouraria

Esse é o mais importante para concursos.

73 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

Reservas de lucros

As reservas de lucros são retenções de parcelas provenientes de ganhos do período, com o objetivo de

preservar o Patrimônio Líquido de uma sociedade, com o objetivo de posterior destinação. São, em

suma, lucros que a empresa não entrega aos acionistas, mas guarda para momentos necessários.

Segundo a Lei das S.A´s:

Artigo 182, §4º Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela

apropriação de lucros da companhia.

Ao final do exercício social as contas de resultado (receitas e despesas) são zeradas. O saldo, lucro ou

prejuízo, é transferido para o PL. No PL, podemos ter três destinações:

1) Dividendos (para os sócios); 2) Reservas de lucros; 3) Aumento do capital social.

Assim, se a empresa tem receitas de 2.000, despesas de 1.000, terá um lucro de 1.000 (2.000 – 1.000).

Esse lucro pode ser distribuído para os sócios, para aumento do CS ou pode ir para reserva de lucros (se

atendidos os requisitos legais).

Com a alteração da lei das S.A´s a conta antigamente denominada lucros ou prejuízos acumulados passa

a ser denominada prejuízos acumulados, ou seja, haverá de existir uma destinação para este lucro, não

podendo ficar em conta específica do PL.

As reservas de lucros hoje existentes são as seguintes:

- Reserva Legal;

- Reservas Estatutárias;

- Reservas para Contingências;

- Reserva de Incentivos Fiscais;

- Reserva de Retenção de Lucros;

- Reserva de Lucros a Realizar;

- Reserva Especial de Dividendo Obrigatório Não Distribuído;

- Reserva Específica de Prêmio na Emissão de Debêntures.

Existe um limite máximo para essas reservas, a saber:

Art. 199. O saldo das reservas de lucros, exceto as para contingências, de incentivos

fiscais e de lucros a realizar, não poderá ultrapassar o capital social. Atingindo esse limite,

a assembléia deliberará sobre aplicação do excesso na integralização ou no aumento do

capital social ou na distribuição de dividendos. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

Assim, gravemos:

Reservas de lucros (exceto RIF, Contingências, lucros a realizar) < Capital Social

Isso equivale a dizer:

Reserva legal + estatutária + retenção de lucros + investimentos + não pagamento de dividendo obrigatório + reserva de prêmio na emissão de debêntures < Capital Social.

Na verdade, podemos dizer que é menor ou igual, pois se for igual não há ultrapassagem.

Falemos agora sobre cada uma dessas reservas:

74 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

Reserva legal

Segundo a lei das S/A´s:

Art. 193. Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por cento) serão aplicados, antes de

qualquer outra destinação, na constituição da reserva legal, que não excederá de 20%

(vinte por cento) do capital social.

§ 1º A companhia poderá deixar de constituir a reserva legal no exercício em que o saldo

dessa reserva, acrescido do montante das reservas de capital de que trata o § 1º do artigo

182, exceder de 30% (trinta por cento) do capital social.

§ 2º A reserva legal tem por fim assegurar a integridade do capital social e somente

poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o capital.

Esquematizemos:

Reserva legal 5% do LLE Limitado a 20% do capital social.

Trata-se a reserva legal da única reserva de constituição obrigatória para a empresa.

Vejam a sua finalidade: manter a integridade do capital social.

Saber também da sua utilização é também extremamente importante para concursos: somente poderá

ser utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o capital social.

Existe também um limite facultativo para a constituição da reserva legal, qual seja, quando ela,

juntamente das reservas de capital atingirem o montante de 30% do capital social. Grave-se!

Vamos ver algumas questões?!

151. (Cespe) A reserva legal e a reserva de capital deverão ser constituídas para assegurar a integridade

do capital social. A primeira poderá ser utilizada para resgate de partes beneficiárias, enquanto a

segunda, não.

O item está incorreto. A reserva legal é constituída para assegurar a integridade do capital. A lei não se

pronuncia desta forma quanto às reservas de capital. Contudo, as reservas de capital são utilizadas para

absorção de prejuízos que ultrapassem os lucros acumulados e as reservas de lucros. O pecado maior,

contudo, está em afirmar que a reserva legal pode ser utilizada para resgate de partes beneficiárias. As

da capital podem! A legal, somente para compensar prejuízos e aumentar o CS.

152. (Casa da Moeda/Cesgranrio) A Cia. Moderna apresentou o seguinte resultado, em reais, no final do

ano de 2004:

LUCRO OPERACIONAL 5.000,00

(+) Outras Receitas 200,00

LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA 5.200,00

(-) Imposto de Renda (1.700,00)

LUCRO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES 3.500,00

(-) Participações de Empregados nos Lucros (300,00)

LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 3.200,00

A empresa tem saldo de prejuízos acumulados de R$ 100,00, referente a prejuízo apurado no ano

anterior. Assim, a Reserva Legal (5%) a ser calculada, conforme a legislação societária, em reais, é de:

(A) 155,00 (B) 160,00 (C) 175,00 (D) 250,00 (E) 260,00

Essa é uma velha questão discutida nas provas.

75 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

Eis o motivo...Veja o que dispõe a Lei das Sociedades por Ações:

Art. 189. Do resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer participação, os

prejuízos acumulados e a provisão para o Imposto sobre a Renda.

Art. 193. Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por cento) serão aplicados, antes de

qualquer outra destinação, na constituição da reserva legal, que não excederá de 20%

(vinte por cento) do capital social.

Veja que a lei estabeleceu diferença entre lucro líquido do exercício e resultado do exercício. Desta

forma, a interpretação da questão foi que devemos retirar de pronto do lucro líquido (no caso 3.200) 5%

para a reserva legal, antes de qualquer destinação.

5% 3.200 = R$ 160,00 (Gabarito b).

153. (CEDAE/2009) Antes da elaboração das demonstrações contábeis referentes a um determinado exercício, o BP de uma companhia apresentava o PL com a seguinte constituição (valores em R$): Capital Social 800.000; Reserva de Capital 136.000; Reserva Legal 96.000 No final do período, em 31/12, o LL foi R$ 320.000. Qual é o valor da Reserva Legal a ser constituída: a) R$ 3.200; b) R$ 8.000; c) R$ 16.000; d) R$ 24.000; e) R$ 19.200

Vamos lá. Passo a passo:

1) 5% x 320.000 = R$ 16.000,00

2) Agora, analisemos os limites: a) Teto: 20% x CS – Reserva legal anteriormente constituída

20% x 800.0000 – 96.000,00 = 64.000,00

3) Teto facultativo: 30% CS – Reserva legal anteriormente constituída – Reserva de capital anteriormente

constituída = 30% x 800.000 – 96.000 – 136.000 = 8.000,00.

Assim, o gabarito da questão é a letra b. Todavia, poderíamos perfeitamente constituir o valor de R$

16.000.

154. (AFC/STN/2005/ESAF) A Cia. Comercial SST terminou o exercício social com lucro liquido de R$ 120.000,00, devendo constituir a reserva legal nos termos da lei, para fins de elaboração de suas Demonstrações Financeiras. O Patrimônio Líquido da referida empresa tem o valor de R$ 224.000,00, e é composto das seguintes contas:

Capital Social R$ 200.000,00

Capital a Integralizar R$ 50.000,00

Reservas de Capital R$ 21.000,00

Reservas de Reavaliação R$ 6.000,00

Reserva Legal R$ 35.000,00

Reservas Estatutárias R$ 1.000,00

Lucros Acumulados R$ 11.000,00

Com base na situação supra descrita, a empresa devera contabilizar na conta Reserva Legal

(a) R$ 6.000,00, pois deverá ser constituída com destinação de 5% do lucro líquido do exercício.

(b) R$ 5.000,00, pois não devera ultrapassar 20% do capital social.

(c) R$ 4.000,00, pois somada as reservas de capital, não deverá ultrapassar 30% do capital social.

(d) R$ 3.000,00, pois somada as outras reservas de lucro e as reservas de capital, não deverá ultrapassar 30% do capital social.

(e) R$ 0,00, pois a reserva legal não deverá ultrapassar 20% do capital social realizado.

Vamos lá. Pelos passos:

76 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

Vamos lá. Passo a passo:

1) 5% x 120.000 = R$ 6.000,00

2) Agora, analisemos os limites: a) Teto: 20% x CS – Reserva legal anteriormente constituída

20% x 200.000 – 35.000 = 5.000,00

3) Teto facultativo: 30% CS – Reserva legal anteriormente constituída – Reserva de capital anteriormente

constituída = 30% x 200.000 – 35.000 – 21.000 = 60.000 – 35.000 – 21.000 = 4.000,00.

Analisemos:

(a) R$ 6.000,00, pois deverá ser constituída com destinação de 5% do lucro líquido do exercício.

Errado. Deverá contabilizar no máximo 5.000 ou, opcionalmente, 4.000.

(b) R$ 5.000,00, pois não devera ultrapassar 20% do capital social.

Correto. Todavia, a questão foi imprecisa, pois poderia ser constituído somente 4.000,00.

(c) R$ 4.000,00, pois somada as reservas de capital, não deverá ultrapassar 30% do capital social.

Errado. Esse montante é opcional.

(d) R$ 3.000,00, pois somada as outras reservas de lucro e as reservas de capital, não deverá ultrapassar

30% do capital social.

Errado.

(e) R$ 0,00, pois a reserva legal não deverá ultrapassar 20% do capital social realizado.

Errado.

Gabarito B.

Reservas Estatutárias

As reservas estatutárias são reservas constituídas com base no lucro líquido da companhia. E devem

estar previstas no estatuto. Segundo a LSA:

Art. 194. O estatuto poderá criar reservas desde que, para cada uma:

I - indique, de modo preciso e completo, a sua finalidade;

II - fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros líquidos que serão

destinados à sua constituição; e

III - estabeleça o limite máximo da reserva.

É só isso o que cobram sobre estas reservas.

155. (TRT 3ª/2008/FCC) A reserva estatutária deve ser constituída a base de 10% do lucro líquido e não possui limite.

O item está incorreto. As reservas estatutárias não possuem critério de definição estabelecido na lei (é

definido pelo estatuto) e devem ter seu limite previsto também no estatuto. Lembre-se, também, de

que a ela se aplica o seguinte limite:

Reserva legal + estatutária + retenção de lucros + investimentos + não pagamento de dividendo obrigatório + reserva de prêmio na emissão de debêntures < Capital Social.

Adiante.

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Reserva de contingências

A assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, destinar parte do lucro líquido à

formação de reserva com a finalidade de compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro

decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado (LSA, art. 195).

A proposta dos órgãos da administração deverá indicar a causa da perda prevista e justificar, com as

razões de prudência que a recomendem, a constituição da reserva (LSA, art. 195, §1º).

A reserva será revertida no exercício em que deixarem de existir as razões que justificaram a sua

constituição ou em que ocorrer a perda (LSA, art. 195, §2º).

O termo contingência, em contabilidade, quando usada sem nenhuma qualificação (como ativa ou

passiva), é usado para se referir a problema previsto, sobre o qual existe dúvida acerca de sua

ocorrência.

As reservas de contingências, especificamente, objetivam salvaguardar o capital social, de modo que se

posteriormente algo acontecer, decorrente de perda julgada provável cujo valor possa ser estimado, a

companhia esteja preparada.

Exemplo: A empresa “Comando tudo aqui” é uma grande empresa produtora de sapatos no Brasil.

Vende seus sapatos a um preço padrão de R$ 50,00. Todavia, acaba de ser noticiada na mídia a chegada

de uma fábrica chinesa aqui no país, visando a “bater de frente” com a “Comanda tudo”. Esse é um

fato, por exemplo, que pode justificar a constituição de reserva para contingências. Veja que a perda é

provável e futura. Não há real certeza sobre sua ocorrência. A empresa resolve destinar R$ 100.000,00

do resultado do exercício para constituir reserva para contingências. O lançamento é o seguinte:

D – Apuração do resultado do exercício 100.000,00 C – Reserva para contingências 100.000,00

Simples. Se essa perda vier realmente ocorrer, havendo um prejuízo no exercício subseqüente a

instalação da fábrica chinesa no Brasil no montante de R$ 100.000,00, o patrimônio líquido ficará da

seguinte forma:

Patrimônio Líquido Capital Social 1.000.000,00 Reserva para contingências 100.000,00 Prejuízos acumulados (100.000,00) Total 1.000.000,00

Veja que a reserva para contingências realmente salvou o nosso capital social. Se não tivéssemos

constituído a reserva a empresa ficaria com um PL de 900.000,00 (1 milhão – 100.000). Entretanto,

como houve a prudente constituição, o capital social permanecerá intacto.

O lançamento de compensação da reserva com o Prejuízo é:

D – Reversão da Reserva para contingências 100.000,00 C – Lucros/Prejuízos acumulados 100.000,00

Vamos ver alguns exercícios...

156. (Cespe) A reserva para contingências será revertida no exercício em que deixarem de existir as razões que justificaram a sua constituição ou em que ocorrer a perda. Sua constituição fundamenta-se na compensação, em exercício futuro, da diminuição do lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado.

78 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

O item está correto, nos termos da Lei das S/A´s.

157. (Cespe) O saldo de reserva para contingências não poderá ultrapassar o valor do capital social. Ao atingir esse limite, a assembléia deliberará sobre a aplicação do excesso no aumento do capital social ou na distribuição de dividendos.

Segundo a LSA: O saldo das reservas de lucros, exceto as para contingências, de incentivos fiscais e de

lucros a realizar, não poderá ultrapassar o capital social. Atingindo esse limite, a assembléia deliberará

sobre aplicação do excesso na integralização ou no aumento do capital social ou na distribuição de

dividendos. Art – 199, redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007.

Assim, não há que se falar na reserva de contingências para o cômputo do limite.

Outra importante distinção é que devemos fazer entre a reserva para contingências da provisão para

contingências. Vamos explicar por uma questão...

158. (Contador/Cia Potiguar de Gás/2006/FGV) Analise as afirmativas a seguir e assinale com C ou E:

I. A provisão para contingências corresponde a perdas já incorridas, mas ainda não desembolsadas.

II. A reserva para contingências corresponde a perdas já incorridas, mas ainda não desembolsadas.

III. Provisão para contingências e reservas para contingências são sinônimos.

Comentários

Uma excelente explicação sobre a diferença está nesta nota explicativa da CVM:

Diferença entre Reservas para contingências e Provisões para contingências (nota explicativa CVM)

1. Reservas para Contingências - São constituídas com o objetivo de compensar, em exercício futuro, a

diminuição do lucro decorrente de perda com probabilidade de ocorrer, sendo tal perda passível de ser

monetariamente mensurada (art. 195 da LEI Nº 6.404/76).

A ocorrência de tal perda poderá importar, para a sociedade, uma substancial redução de seu lucro ou

mesmo o ingresso em uma faixa de prejuízo.

Prudentemente, a constituição dessa reserva, prejudicando a distribuição do dividendo obrigatório,

busca evitar uma situação de desequilíbrio financeiro, que ocorreria caso se distribuíssem os dividendos

em um exercício, face à probabilidade de redução de lucros ou mesmo da ocorrência de prejuízos em

exercício futuro, em virtude de fatos extraordinários previsíveis.

Por configurar uma postergação no pagamento de dividendos, a constituição dessa reserva deve

obedecer o § 1º do artigo 195 da LEI Nº 6.404/76, isto é, a proposta feita pelos órgãos da administração

deverá indicar a causa da perda e justificar, com as razões de cautela devidamente fundamentadas, a

constituição dessa reserva.

A utilização dessa reserva é até recomendável no caso de determinados ramos de negócios,

diretamente sujeitos a fenômenos naturais ou cíclicos, tais como: geadas, secas, inundações. É o caso,

também, de empresas que, por outra razões definidas, operam com períodos fortemente lucrativos,

seguidos de períodos com baixa lucratividade ou mesmo prejuízos, desde que seja previsível tal

situação.

Também pode ser constituída nos casos de suspensão temporária (anormal, extraordinária) de

produção e, conseqüentemente, perdas devido à paralisação não recorrente, não repetitiva, em virtude

de substituições ou reformas de equipamentos causadas por danos, greves, falta de suprimentos de

matérias-primas, por períodos relativamente extensos.

Há, todavia, casos em que o aplicável é a constituição de provisão para contingências e não de reserva

para contingências.

79 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

Com o objetivo de dissipar eventuais dúvidas quanto à aplicabilidade da constituição de reservas ou de

provisão para contingências, estabelecemos a seguir as características de cada uma. Os principais

fundamentos para constituição da reserva para contingência são:

a) Dar cobertura a perdas ou prejuízos potenciais (extraordinários, não repetitivos) ainda não

incorridos, mediante segregação de parcela de lucros que seria distribuída como dividendo;

b) ocorrendo ou não o evento esperado, a parcela constituída será, em exercício futuro, revertida para

lucros acumulados, integrando a base de cálculo para efeito de pagamento do dividendo e a perda, de

fato ocorrendo, é registrada no resultado do exercício;

c) é uma conta integrante do patrimônio líquido, no grupamento de reserva de lucros.

d) representa uma destinação do lucro líquido do exercício, contrapartida da conta de lucros

acumulados, por isso sua constituição não afeta o resultado do exercício;

2. Quanto à provisão para contingências suas particularidades são:

a) tem por finalidade dar cobertura a perdas ou despesas, cujo fato gerador já ocorreu, mas não tendo

havido, ainda, o correspondente desembolso ou perda. Em atenção ao regime de competência,

entretanto, há necessidade de se efetuar o registro contábil;

b) representa uma apropriação ao resultado do exercício, contrapartida de perdas extraordinárias,

despesas ou custos e sua constituição normalmente influencia o resultado do exercício ou os custos de

produção;

c) deve ser constituída independentemente de a companhia apresentar, afinal, lucro ou prejuízo no

exercício;

d) visto que o evento que serviu de base à sua constituição já ocorreu, não há, em princípio, reversão

dos valores registrados nessa provisão. A pequena sobra ou insuficiência é decorrente do cálculo

estimativo feito à época da constituição;

e) não está sujeita à atualização monetária patrimonial (art. 185, LEI Nº 6.404/76) e sim à decorrente da

natureza do evento que a originou;

f) finalmente, se a probabilidade for difícil de calcular ou se o valor não for mensurável, há necessidade

de uma nota explicativa esclarecendo o fato e mencionando tais impossibilidades.

São exemplos: devedores duvidosos, indenizações contratuais, contingências fiscais ou trabalhistas,

etc.

Vamos, finalmente analisar a questão...

I. A provisão para contingências corresponde a perdas já incorridas, mas ainda não desembolsadas.

II. A reserva para contingências corresponde a perdas já incorridas, mas ainda não desembolsadas.

III. Provisão para contingências e reservas para contingências são sinônimos.

O item I está correto. Na provisão para contingências a perda já ocorreu, contudo, ainda não houve o

pagamento.

O item II está incorreto. As perdas não ocorreram ainda na reserva para contingências.

O item III está incorreto, haja vista que reserva e provisão para contingências não são sinônimos.

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL/2004/REGIONAL 159. As contas registradas no patrimônio líquido incluem a provisão para contingências. Essa conta representa o reconhecimento de provável perda futura.

80 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

Veja que o item está incorreto. A provisão para contingência é conta do passivo e representa fato

gerador já ocorrido, como, por exemplo, uma lide trabalhista que tramita no Judiciário e que pode ser

estimada com segurança.

Reserva de incentivos fiscais

Falemos um pouco sobre esta nova reserva...

Dissemos anteriormente que as doações e subvenções governamentais, antes do advento das

mudanças contábeis, era registrada à conta de reserva de capital. Pois bem, agora essas doações são

registradas como receita (lembrem-se de que as receitas são contas de resultado).

Inobstante o valor do lucro líquido recebido com doações e subvenções governamentais tenha deixado

de figurar como reserva de capital, a companhia poderá deliberar por formar com esse montante uma

reserva de lucro, chamada reserva de incentivos fiscais.

Art. 195-A. A assembléia geral poderá, por proposta dos órgãos de administração,

destinar para a reserva de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido decorrente de

doações ou subvenções governamentais para investimentos, que poderá ser excluída da

base de cálculo do dividendo obrigatório (inciso I do caput do art. 202 desta Lei).

Assim, se o poder público faz uma doação de um terreno, no montante de R$ 100.000,00, para a

empresa Alfa, o lançamento para registro é o seguinte:

D – Terrenos 100.000,00 C - Outras Receitas – Doações do poder público 100.000,00

O resultado (confronto das receitas com as despesas) deve ser encerrado ao fim do exercício. Como

esse controle (das receitas e despesas) é feito em uma demonstração separada do Balanço Patrimonial,

demonstração esta chamada Demonstração do Resultado do Exercício, devemos transferir o valor do

lucro ou prejuízo para o Balanço Patrimonial, no grupo Patrimônio Líquido.

Supondo que tivemos um lucro de R$ 2.000.000,00. A transferência para o Balanço Patrimonial se dá do

seguinte modo...

D – Lucro Líquido do Exercício 2.000.000,00 C - Lucros/Prejuízos Acumulados 2.000.000,00

Ok? A transferência desta parcela para a reserva de incentivos fiscais se dará do seguinte modo:

D – Lucros/Prejuízos Acumulados 100.000,00 C – Reserva de Incentivos Fiscais 100.000,00.

Vejam que o saldo do lucro no balanço será de 1,9 milhões, valor este que terá outras destinações.

Questões?

160. (Cespe) As subvenções para investimentos recebidas pela empresa poderão ser convertidas em reserva de incentivos fiscais, a qual poderá ser excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório.

O item está correto.

161. (Cespe) Para efeito de distribuição de dividendos pode ser excluído da base dos cálculos dos dividendos obrigatórios o valor destinado a reserva de incentivos fiscais.

O item também está correto.

162. (Analista Técnico/SUSEP/2010/ESAF) A assembléia geral poderá destinar para a reserva de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido decorrente de doações ou subvenções governamentais para investimentos, mas esse valor não poderá ser excluído da base de cálculo do dividendo obrigatório.

81 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

O item está incorreto. Pode, sim, ser excluído da base de cálculo do dividendo obrigatório.

163. (ACE/TCU/2008/Cespe) Com base nos conceitos e aplicações concernentes à análise de demonstrações contábeis de empresas, com suporte na legislação específica e considerando as prescrições da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), julgue o item abaixo. Considerando-se as atuais disposições da Lei das Sociedades por Ações, é correto afirmar que as subvenções para investimentos passam a integrar o resultado, constituindo, obrigatoriamente, base de cálculo para os tributos sobre os lucros e para a distribuição dos dividendos.

O item está errado. Figura sim no resultado a subvenção para investimento. Todavia, pode ser

dispensada da base de cálculo do dividendo obrigatório.

Reserva de lucros a realizar

No exercício em que o montante do dividendo obrigatório, calculado nos termos do estatuto ou do art.

202 da Lei das S/A, ultrapassar a parcela realizada do lucro líquido do exercício, a assembléia-geral

poderá, por proposta dos órgãos da administração, destinar o excesso à constituição de reserva de

lucros a realizar.

Desta forma, à opção da companhia, poderá ser constituída a reserva de lucros a realizar, mediante

destinação dos lucros do exercício, cujo objetivo é evidenciar a parcela de lucros ainda não realizada

financeiramente, apesar de reconhecida contabilmente, pela empresa.

Imagine-se, então, uma empresa que, em 2010, só tenha efetuado vendas para recebimento em 2012.

Seria justo, assim, que procedesse esta empresa ao pagamento de dividendos (remuneração dos

sócios) em 2011? Talvez, não seria viável financeiramente, pois nada entrará no caixa desta sociedade.

É este o intuito da reserva de lucros a realizar: evitar que a companhia pague dividendos sobre

receitas/lucros que ainda foram realizados, que não entraram no caixa.

Um aspecto deveras importante é anotar que a constituição desta reserva é facultativa.

Assim, vamos exemplificar.

Uma empresa X tem a seguinte situação no exercício de 2010:

- Lucro derivado das vendas de curto prazo (recebimento em 2011): R$ 100.000,00

- Lucro derivado das vendas de longo prazo (recebimento em 2012 ou posteriormente): R$ 200.000,00.

- Dividendos obrigatórios a pagar: R$ 150.000,00.

Neste caso, podemos considerar que os dividendos que teremos de pagar aos sócios ao termo de 2011

são maiores do que o entrou no meu caixa durante o exercício. Teríamos R$ 50.000,00 (150.000 –

100.000,00) desacobertados de recursos para pagamento deste dividendo.

Nesta hipótese, uma alternativa viável é constituir a reserva de lucros chamada de reserva de lucros a

realizar nesse valor (R$ 50.000,00) para pagamento em 2012 ou quando houve o recebimento de lucros

posteriores. Vamos ver uma questão para ficar, de uma vez por todas, claro a que se presta a reserva de

lucros a realizar:

164. (FCC/Analista Judiciário/Contabilidade/TRT 2ª/2008) Considere as informações abaixo, extraídas da

contabilidade da Cia. Carandiru, relativas ao exercício findo em 31/12/2007.

Lucro líquido do exercício ...................................... 520.000,00

82 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

Resultado positivo na equivalência patrimonial ...... 270.000,00

Acréscimo à reserva legal ...................................... 26.000,00

Reversão de reservas para contingências.............. 14.000,00

Lucro com realização financeira a ocorrer em 2009 20.000,00

O estatuto da companhia é omisso com relação ao pagamento de dividendos. De acordo com o

disposto nos artigos 197 e 202 da Lei das Sociedades por Ações, ela poderá constituir, nesse exercício,

reserva de lucros a realizar no valor, em R$, de

(A) 40.000,00.

(B) 36.000,00.

(C) 30.000,00.

(D) 24.000,00.

(E) 18.000,00.

Comentários

No exercício em que o montante do dividendo obrigatório, calculado nos termos do estatuto ou do art.

202 da Lei das S/A, ultrapassar a parcela realizada do lucro líquido do exercício, a assembléia-geral

poderá, por proposta dos órgãos da administração, destinar o excesso à constituição de reserva de

lucros a realizar.

Desta forma, à opção da companhia, poderá ser constituída a reserva de lucros a realizar, mediante

destinação dos lucros do exercício, cujo objetivo é evidenciar a parcela de lucros ainda não realizada

financeiramente, apesar de reconhecida contabilmente, pela empresa.

Desta forma, evita-se distribuir dividendo obrigatório sobre essa parcela de lucros que, apesar de

existente, não está realizada financeiramente no caixa da empresa.

Assim, na questão, devemos primeiramente calcular os dividendos. Os dividendos podem ser fixados

livremente pelo estatuto. Caso o estatuto seja omisso, devemos aplicar um percentual de 50% sobre o

lucro líquido ajustado. No nosso caso, o estatuto é omisso?! SIM! Omissíssimo.

Como o estatuto é omisso, deve-se aplicar o percentual de 50% de lucro ajustado. E como fazer este

ajuste?

Base de cálculo dividendos = Lucro Líq. do Exer. – R. Legal – R. Contingências + Reversão R.

Contingências – R. Incentivos Fiscais [facultativo]

Na questão,

BC dividendos = 520.000 – 26.000 + 14.000 = 508.000

Assim, os dividendos devidos são 50% de 508.000 = 254.000

A Lei das SAs diz que se consideram lucros não realizados os resultados positivos na equivalência

patrimonial (investimentos em coligadas/controladas/empresas do mesmo grupo) e receitas auferidas

para recebimento a longo prazo (LSA, art. 197).

Desta forma, o lucro realizado é calculado da seguinte forma:

83 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

Lucro Líq. do Exerc. - Resultado positivo na equivalência patrimonial - Lucro com realização financeira

de Longo Prazo

Lucro realizado = 520.000 – 270.000 – 20.000 = 230.000

Portanto, de acordo com a LSA a companhia poderá constituir Reserva de Lucros a realizar no valor de

R$ 24.000 (R$ 254.000 – R$ 230.000)

Gabarito: Letra D.

Tá ok?! Não tem mistério.

Por fim, à medida que esses lucros estiverem sendo realizados, entrando em caixa, deveremos acrescer

o lucro agora realizado ao dividendo a pagar. A reversão deve-se dar no primeiro dividendo declarado

após a realização.

As reservas de lucros a realizar só podem ser utilizadas para dois fins: pagamento de dividendos ou

absorção de prejuízos! Gravem.

O lançamento para constituição da reserva é o seguinte:

D – Lucros acumulados XXXX

C – Reserva de Lucros a realizar XXXX

A doutrina majoritária (incluindo-se o FIPECAFI) entende que quando da realização de lucros o

lançamento é o seguinte:

D – Reserva de Lucros a realizar XXXX

C – Lucros acumulados XXXX

Sendo o dividendo destinado posteriormente pelo seguinte lançamento:

C – Dividendos a pagar (Passivo) XXXX

D – Lucros acumulados XXXX

Contudo, o CESPE entende que o lançamento deve ser feito diretamente à conta de dividendos a pagar,

da seguinte maneira:

D – Reserva de lucros a realizar XXXX

C – Dividendos a pagar XXXX

Vejam essa questão, por exemplo:

165. (CESPE/TRT 17/2009) Se, no exercício de 2008, determinada empresa realizou lucros registrados na

reserva de lucros a realizar, a reversão desses lucros não deve ser feita a crédito da conta de lucros

acumulados.

A banca deu o item como correto.

Mais uma sobre o assunto...

166. (Consultor do Executivo/SEFAZ ES/2009) Os lucros registrados na reserva de lucros a realizar,

quando realizados e se não tiverem sido absorvidos por prejuízos em exercícios subsequentes, deverão

ser acrescidos ao primeiro dividendo declarado após a realização.

84 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

O item também está correto.

Mais uma questão...Pouco mais elaborada...

167. (TJ CE/2008/CESPE) Considere que, após a apuração do dividendo mínimo obrigatório, uma

empresa apresente, em reais, os seguintes valores.

Dados da questão

- Dividendo obrigatório calculado de acordo com o art. 202 da lei 6404/76 e alterações = 2900

- Resultado credor líquido do exercício ( antes da constituição da reserva de lucros a realizar ) = 12.000

- Aquisição de ações da própria empresa = 2600

- resultado liquido credor da equivalência patrimonial = 1200

- ganho liquido advindo de operações com derivativos a valor de mercado com realização em longo

prazo = 1.100

- Deságio na emissão de debenturista de longo prazo = 1400

- acréscimo de ativo advindo de ajustes a valor de mercado = 8.000

- CMV = 5.600

Nessa situação hipotética, já consideradas as modificações advindas da Lei n.o 11.638/2007, o valor a ser

destinado para a reserva de lucros a realizar será de R$ 1.200.

Segundo o artigo 197 da Lei das SAs:

Art. 197. No exercício em que o montante do dividendo obrigatório, calculado nos termos do estatuto

ou do art. 202, ultrapassar a parcela realizada do lucro líquido do exercício, a assembléia-geral poderá,

por proposta dos órgãos de administração, destinar o excesso à constituição de reserva de lucros a

realizar

§ 1o Para os efeitos deste artigo, considera-se realizada a parcela do lucro líquido do exercício que

exceder da soma dos seguintes valores:

I - o resultado líquido positivo da equivalência patrimonial (art. 248); e

II – o lucro, rendimento ou ganho líquidos em operações ou contabilização de ativo e passivo pelo valor

de mercado, cujo prazo de realização financeira ocorra após o término do exercício social seguinte.

Assim, vamos lá. Primeiramente, temos de saber o montante do dividendo obrigatório. E isso a questão

já deu de bandeja.

- Dividendo obrigatório calculado de acordo com o art. 202 da lei 6404/76 e alterações = 2900

Agora, vamos ver quanto temos de lucro realizado:

- Resultado credor líquido do exercício (antes da constituição da reserva de lucros a realizar ) = 12.000

Este é o lucro que temos antes dos ajustes. Veja que não é falado em receita, mas sim em resultado,

portanto, devemos considerá-lo como tal.

- Aquisição de ações da própria empresa = 2600

Não afeta o resultado.

85 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

Lançamento:

D – Ações em tesouraria 2.600,00 (retificadora do PL)

C – Caixa 2.600,00

- resultado liquido credor da equivalência patrimonial = 1200

Este resultado é considerado receita que não entrou no caixa, portanto, é lucro não realizado. Devemos

subtraí-lo do resultado.

- ganho liquido advindo de operações com derivativos a valor de mercado com realização em longo

prazo = 1.100

Também é um resultado de longo prazo que deve ser ajustado.

- Deságio na emissão de debenturista de longo prazo = 1400

- CMV = 5.600

O deságio não afeta o resultado positivamente e o CMV é retirado do resultado antes do resultado,

portanto, estes itens não afetam o resultado.

- acréscimo de ativo advindo de ajustes a valor de mercado = 8.000

Esse acréscimo também não gera dinheiro no caixa. É como ter uma ação da Petrobrás que está

valorizando. Com a valorização, não entra dinheiro no caixa imediatamente. Somente com a venda

posterior.

Vamos ficar, finalmente, com o seguinte:

LUCRO REALIZADO

+ Resultado credor líquido do exercício ( antes da constituição da reserva de lucros a realizar ) = 12.000

- resultado liquido credor da equivalência patrimonial = (1200)

- ganho liquido advindo de operações com derivativos a valor de mercado com realização em longo

prazo = (1.100)

- acréscimo de ativo advindo de ajustes a valor de mercado = (8.000)

Lucro realizado = 1.700

Agora, temos de comparar:

Dividendos obrigatórios: 2.900

Lucro realizado: 1.700

Diferença: 2.900 – 1.700 = 1.200 (parcela de dividendo que não foi realizada, pois as receitas

correspondentes não entraram em caixa). Sobre este valor constituímos a reserva de lucros a realizar.

Gabarito: correto.

Reserva especial para dividendos obrigatórios não distribuídos

Segundo a Lei das Sociedades por Ações:

86 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

Art. 202. Os acionistas têm direito de receber como dividendo obrigatório, em cada exercício, a parcela

dos lucros estabelecida no estatuto (...)

Portanto, a regra é a distribuição de dividendos ao final de cada exercício social. Contudo, como todo

negócio está sujeito a risco, pode acontecer de a empresa possuir lucro, mas não possuir situação

financeira ou patrimonial que permita o pagamento de dividendos, como, por exemplo, quando a

empresa tem um volume extraordinário de empréstimos a serem quitados, ou quando está em

recuperação judicial ou extrajudicial. Tal situação está prevista na Lei da SAs da seguinte forma:

§ 4º O dividendo previsto neste artigo não será obrigatório no exercício social em que os órgãos da

administração informarem à assembléia-geral ordinária ser ele incompatível com a situação financeira

da companhia. O conselho fiscal, se em funcionamento, deverá dar parecer sobre essa informação e, na

companhia aberta, seus administradores encaminharão à Comissão de Valores Mobiliários, dentro de 5

(cinco) dias da realização da assembléia-geral, exposição justificativa da informação transmitida à

assembléia.

§ 5º Os lucros que deixarem de ser distribuídos nos termos do § 4º serão registrados como reserva

especial e, se não absorvidos por prejuízos em exercícios subseqüentes, deverão ser pagos como

dividendo assim que o permitir a situação financeira da companhia.

É só isso! Esse montante não distribuído fica incorporado ao patrimônio líquido em reserva especial,

sendo pago quando a situação permitir. No nosso exemplo, com a quitação do empréstimo ou com a

extinção da recuperação judicial ou extrajudicial.

Acabamos de falar, portanto, sobre as reservas de lucros.

Falaremos sobre os dividendos adicionais...

Dividendos adicionais

Os dividendos mínimos obrigatórios devem figurar no passivo, na data do balanço.

Quanto aos dividendos adicionais, serão contabilizados ou não, dependendo da data em que forem

declarados. Ou seja, se a empresa fechar as demonstrações contábeis em 31.12.X1, e declarar dividendos

adicionais em janeiro ou fevereiro de X2, tais dividendos não serão contabilizados no balanço de 31.12.X1.

Serão apenas divulgados em Nota Explicativa.

Por outro lado, os dividendos adicionais que forem declarados pela assembleia geral ou outro órgão

competente antes da data base das demonstrações contábeis, atendem aos requisitos de obrigação

presente e, portanto, devem figurar nas Demonstrações Contábeis da entidade.

A parcela do dividendo mínimo obrigatório, que se caracterize efetivamente como uma obrigação legal,

deve figurar no passivo da entidade. Mas a parcela da proposta dos órgãos da administração à

assembléia de sócios que exceder a esse mínimo obrigatório deve ser mantida no patrimônio líquido,

em conta específica, do tipo “dividendo adicional proposto”, até a deliberação definitiva que vier a ser

tomada pelos sócios. Afinal, esse dividendo adicional ao mínimo obrigatório não se caracteriza como

obrigação presente na data do balanço, já que a assembléia dos sócios ou outro órgão competente

poderá, não havendo qualquer restrição estatutária ou contratual, deliberar ou não pelo seu

pagamento ou por pagamento por valor diferente do proposto.

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Portanto, a contabilização dos dividendos fica assim:

TRATAMENTO DOS DIVIDENDOS

1) Dividendos obrigatórios: ficam contabilizados no Passivo, na data do fechamento das demonstrações contábeis.

2) Dividendos adicionais:

2.1) Declarados após o período contábil: Não são contabilizados, sendo apenas divulgados em Nota Explicativa.

2.2) Declarados antes do período contábil: ficam no Patrimônio Líquido, até a aprovação pela Assembléia, quando são transferidos para o Passivo.

...

168. (Analista Judiciário/TRT 4ª/2011/FCC) Em conformidade com a ICPC-08, os dividendos

(A) declarados, após o período contábil e antes da aprovação pela assembléia dessas demonstrações,

devem ser reconhecidos no passivo como dividendos a pagar.

(B) que forem declarados pela assembléia geral, ou declarados e pagos, de acordo com as formalidades

previstas no estatuto social, quando não pagos devem figurar no passivo da entidade como uma

obrigação.

(C) mínimos obrigatórios devem ser registrados como uma obrigação, na data do encerramento do

exercício social a que se referem as demonstrações contábeis.

(D) adicionais ao mínimo obrigatório devem ser todos contabilizados no passivo.

(E) decorrentes de distribuição de resultado, após a data do balanço e antes da data da autorização de

emissão dessas demonstrações, não gerará registro no passivo da entidade na data do balanço.

Comentários

(A) declarados, após o período contábil e antes da aprovação pela assembléia dessas demonstrações,

devem ser reconhecidos no passivo como dividendos a pagar.

Alternativa INCORRETA, os dividendos declarados após o período contábil não são contabilizados.

(B) que forem declarados pela assembléia geral, ou declarados e pagos, de acordo com as formalidades

previstas no estatuto social, quando não pagos devem figurar no passivo da entidade como uma

obrigação.

Alternativa INCORRETA. Veja esse trecho da Instrução Técnica ICPC 08:

Pelos itens precedentes, os dividendos que forem declarados pela assembleia geral ou outro órgão

competente, ou declarados e pagos, de acordo com as formalidades previstas no estatuto social ou

equivalente, antes da data base das demonstrações contábeis, atendem aos requisitos de obrigação

presente e, portanto, se não pagos devem figurar no passivo da entidade como uma obrigação

Na alternativa B, faltou a frase “antes da data base”, o que a torna incorreta.

(C) mínimos obrigatórios devem ser registrados como uma obrigação, na data do encerramento do

exercício social a que se referem as demonstrações contábeis.

Alternativa CORRETA, os dividendos mínimos obrigatórios devem ser registrados no passivo.

88 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

(D) adicionais ao mínimo obrigatório devem ser todos contabilizados no passivo.

Alternativa INCORRETA, os dividendos adicionais ficam contabilizados no Patrimônio Líquido até sua

aprovação pela Assembléia.

(E) decorrentes de distribuição de resultado, após a data do balanço e antes da data da autorização de

emissão dessas demonstrações, não gerará registro no passivo da entidade na data do balanço.

Alternativa INCORRETA, os dividendos declarados após a data do balanço não são contabilizados.

Sobre o PL, era isso que tínhamos a dizer.

Passaremos a discorrer agora sobre o regime de competência x regime de caixa.

REGIME DE COMPETÊNCIA X REGIME DE CAIXA

Este é um tema deveras divertido, que envolve muito mais raciocínio lógico do que

contabilidade propriamente dita. É um tema tranqüilo que não exigirá tanto conhecimento

técnico, se soubermos alguns macetes. Vamos lá!

Eu já disse que as contas de resultado servem para apurar o lucro/prejuízo do exercício. Essas

contas de resultado podem ser de receita ou de despesa. Se as receitas se sobrepuserem às

despesas, teremos então lucro. Ao revés, prejuízo.

Regime de caixa é o regime contábil que apropria as receitas e despesas no período de seu

recebimento ou pagamento, respectivamente, independentemente do momento em que são

realizadas.

Regime de competência é o que apropria receitas e despesas ao período de sua realização,

independentemente do efetivo recebimento das receitas ou do pagamento das despesas.

O regime a ser utilizado na contabilidade é o de competência. Assim, se temos uma conta de

luz que vence em janeiro de 2010, referente a janeiro de 2010, devemos lançar este valor como

despesa em janeiro de 2010, mesmo se o pagamento se der, por exemplo, só em março de

2010.

Se anteciparmos o pagamento de um empregado em junho de 2011, por um serviço que ele

prestará somente em março de 2012, a despesa com salário só será lançada em março de 2012,

pois é nesse período que houve a efetiva despesa. Funciona, resumidamente, deste modo:

REGIME DE COMPETÊNCIA: TEMOS DE OLHAR PARA O MÊS AO QUAL A CONTA SE REFERE (O

MÊS DA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO, O MÊS EM QUE FOI UTILIZADA A LUZ, A ÁGUA, RECEBIDA

A MERCADORIA, ETC). NÃO IMPORTA A DATA EM QUE FOI PAGO/RECEBIDO EM ESPÉCIE O

VALOR.

Por exemplo:

Recebimento da fatura de luz em dezembro de 2009, referente ao mês de novembro de 2009,

para pagamento em janeiro de 2010.

89 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

Quando lançaremos como despesa de acordo com o regime de competência? Ora, temos de

procurar a quando a prestação, fatura, se refere. Utilizamos a luz em novembro. Então, em

novembro devemos lançar como despesa, pelo lançamento:

D – Despesa com energia elétrica (Despesa – Resultado)

C – Contas a pagar (Passivo)

Aí, quando do pagamento, vamos fazer o lançamento para dar baixa no passivo, assim:

D – Contas a pagar XXXXX

C – Caixa XXXXX

Só isso! Esse é o regime de competência. Ele está consagrado em um princípio contábil de

mesmo nome, chamado princípio da competência. Esse princípio está previsto na Resolução

750/93, do CFC, que prega:

Art. 9º O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos

sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou

pagamento.

Observação: Exemplificando mais uma vez. Se a remuneração de pessoal de uma empresa

referente ao mês de dezembro de 2010 atrasar. O pagamento só vai ocorrer em janeiro de 2011

(ihh, não vai ter presente de Natal, rs). Quando será feito o registro na Contabilidade? Ora, o

pagamento se referirá a que mês? Em que mês houve o fato gerador dessa despesa? Bem,

meus amigos, em dezembro. Logo, dar-se-á o registro contábil ainda no mês de dezembro,

independentemente do pagamento. O mesmo vale para as receitas.

Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de

receitas e de despesas correlatas. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10).

Era isso o que tínhamos a falar sobre o regime de competência. Passemos agora ao regime de caixa.

O regime de caixa, como já dito acima, é o regime contábil que apropria as receitas e despesas

no período de seu recebimento ou pagamento, respectivamente, independentemente do

momento em que são realizadas.

Assim, para o regime de caixa, se o salário foi pago em dezembro, é neste mês que devemos

considerar a despesa como incorrida. Se uma venda teve seu recebimento em janeiro,

independentemente se a entrega das mercadorias for a posteriori, reconheceremos a receita

em janeiro! E assim por diante. Só isso!

Pois bem, o que as bancas exploram (além destes conceitos teóricos) é o seguinte: dá-se uma

série de fatos contábeis registrados sob o regime de caixa e pede para transformar em regime

de competência (e vice-versa). É claro que fazem de forma menos palatável. Mas vamos

aprender a seguir.

Vamos ver?!

90 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

169. (FCC/Analista Judiciário/Contabilidade/TRT 18ª/2008) Uma sociedade com fins lucrativos,

no exercício de início de suas atividades, efetuou sua escrituração contábil pelo regime de

caixa, apurando um prejuízo de R$ 10.000,00. Advertida de seu erro, reelaborou a escrituração

pelo regime de competência, tendo registrado um lucro líquido no exercício de R$ 3.000,00. As

despesas, pelo regime de competência, equivaleram a 70% das despesas registradas pelo

regime de caixa. As receitas, reconhecidas pelo regime de competência, montaram a R$

24.000,00. Logo, as receitas, se reconhecidas pelo regime de caixa, corresponderiam, em R$, a

(A) 7.000,00.

(B) 13.000,00.

(C) 20.000,00.

(D) 21.000,00.

(E) 27.000,00.

Comentários

No regime de caixa,

Receitas Cx – Despesas Cx = (10.000)

No regime de competência,

Receitas Comp. – Despesas Comp. = 3.000

Veja que a questão disse que as despesas no regime de competência representam 70% das

despesas no regime de caixa. Disse, também, que as receitas no regime de competência são no

montante de R$ 24.000. Assim:

Despesas Comp. = 70%.Despesas Cx

Retomando:

Receitas Comp. – Despesas Comp. = 3.000

24.000 – 70%.Despesas Cx = 3.000

70%.Despesas Cx = 21.000

Despesas Cx = 21.000/70% = 30.000

Logo, as despesas no regime de caixa totalizam o valor de R$ 30.000.

Retomando a outra equação, temos que:

Receitas Cx – 30.000 = -10.000

Receitas Cx = -10.000 + 30.000

Receitas Cx = 20.000 (Gabarito: Letra C)

91 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

170. (FCC/2009) A empresa Amandia S.A. atua no mercado varejista, em todo território

nacional, emitindo mais de um milhão de notas fiscais/mês. Sua cobrança é realizada

integralmente por intermédio do Banco Cobrança S.A. Por seus serviços, o Banco cobra R$ 2,20

por título enviado. A empresa contabiliza o serviço bancário contratado no ato do débito da

despesa em conta corrente, que ocorre no momento da efetivação da cobrança pelo banco. A

adoção desse procedimento, pela empresa, evidencia a aplicação do regime de competência.

Comentários

Pela competência, o valor da cobrança deveria ser reconhecido assim que o serviço fosse

prestado, independente do pagamento.

A empresa está usando o regime de caixa, pois só reconhece a despesa quando do pagamento.

Lembramos que, contabilmente, deve ser usado o Regime de Competência.

O item está incorreto.

171. (Embasa/2009/CESPE) O regime de caixa é de uso obrigatório no processo de escrituração

contábil.

Está incorreto! Na contabilidade, devemos utilizar o regime de competência.

172. (Embasa/2009/CESPE) O princípio da competência significa que os fatos devem ser reconhecidos no patrimônio, isto é, registrados contabilmente independentemente do recebimento ou pagamento.

O item está correto.

173. (Auditor do Estado/Secont/ES/2009/CESPE) A fim de atingir seus objetivos, as demonstrações contábeis devem ser preparadas em conformidade com o regime de caixa. Segundo esse regime, os efeitos das transações e outros eventos são reconhecidos quando são recebidos ou pagos.

O item está incorreto. O CPC 00 (Estrutura conceitual básica) reza que as demonstrações contábeis

devem ser preparadas sob a égide do regime de competência.

(PF NACIONAL-AGENTE/2004) 174. No regime de caixa para registro de venda de mercadorias, a empresa reconhece o valor correspondente à venda no momento em que esta ocorre, independentemente da forma de pagamento.

O item está incorreto. O regime de caixa exige o reconhecimento quando do recebimento e

pagamento, independente da ocorrência do fato gerador (entrega da mercadoria, prestação do serviço,

etc).

(PF REGIONAL-AGENTE/2004) 175. Ao se registrar a aquisição de mercadorias a prazo pelo regime de caixa, o ativo não sofrerá movimentação no momento de aquisição.

O item está correto. A contabilização pelo regime de caixa se dará somente quando do efetivo

desembolso. Com a compra a prazo, nenhum lançamento há que ser feito.

Quando do pagamento, o lançamento será:

92 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

D – Mercadorias XXXXX

C – Caixa XXXXX

(PF REGIONAL-ESCRIVÃO/2004) 176. Segundo o regime de competência, o registro de venda de mercadorias a prazo será efetuado no momento da venda.

O item está correto. No momento da venda e entrega da mercadoria, registramos:

D – Clientes ............. 1.000,00

C – Receita de vendas.....1.000,00

Pela baixa da mercadoria, lançamos:

D – CMV ................500,00

C – Estoques..........500,00.

177. (FHS/ES/2009/CESPE) A venda de mercadorias a prazo, ao se utilizar o regime de caixa, é registrada corretamente da seguinte forma. D: clientes D: custo da mercadoria vendida C: receita de vendas C: estoque de mercadorias.

O item está incorreto. A venda de mercadoria a prazo, quando da realização da venda, não é registrada

pelo regime de caixa. Somente quando do recebimento é que lançaremos:

Pelo recebimento:

D – Caixa

C – Receita de vendas

Pela baixa no estoque:

D – CMV

C – Estoque

178. (ESAF/IRB/2006) Na elaboração do balanço patrimonial da firma Osteorix S/A, por ocasião dos lançamentos de ajustes e de encerramento, foram cometidos os seguintes enganos: 1 – ao registrar o inventário final houve lançamento a maior no valor de R$ 1.000,00; 2 – os juros referentes ao exercício seguinte, no valor de R$ 1.000,00, foram recebidos antecipadamente e lançados em regime de caixa; 3 – os salários do período, no valor de R$ 1.500,00, a serem pagos no exercício seguinte também foram considerados como em regime de caixa. Os enganos cometidos na Contabilidade ocasionaram no exercício de 2005 R$ 1.500,00 a mais na conta Despesas de Salários.

A assertiva versa sobre questão de comparativo entre regime de caixa e de competência.

Analisemo-la amiúde.

1 – ao registrar o inventário final houve lançamento a maior no valor de R$ 1.000,00;

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Pensem comigo. Tinha 200.000 mercadorias a R$ 1,00 cada. Se, ao fim do exercício vendo metade

dessas mercadorias, a conta CMV deveria estar com saldo de R$ 100.000,00 e a conta Mercadorias

também deveria estar com mesmo saldo. Ocorre que o inventário está com R$ 1.000,00 a mais do que

deveria. Logo, o que podemos concluir é que o CMV está com R$ 1.000,00 a menos.

2 – os juros referentes ao exercício seguinte, no valor de R$ 1.000,00, foram recebidos

antecipadamente e lançados em regime de caixa, ou seja, como RECEITA;

Neste item, o lançamento efetuado foi:

D – CAIXA 1.000

C – RECEITA FINANCEIRA 1.000

Todavia, o lançamento correto seria:

D – Caixa 1.000

C – Juros ativos a transcorrer 1.000 (Retificadora do ativo)

Portanto, o lançamento pelo regime de caixa causou um aumento de 1.000 indevidamente no resultado

líquido.

3 – os salários do período, no valor de R$ 1.500,00, a serem pagos no exercício seguinte também foram

considerados como em regime de caixa.

Nesta situação o provisionamento não foi feito! Lembram do que eu disse? No regime de competência

temos de olhar para o período em que houve o fato gerador. Neste caso o salário é do período, mas não

foi feito qualquer lançamento, haja vista que ele está usando o regime de caixa e só vai lançar quando

do efetivo desembolso.

Portanto,

LANÇANDO PELO REGIME DE COMPETÊNCIA

D – Despesas de salários 1.500

C – Salários a pagar 1.500

LANÇANDO PELO REGIME DE CAIXA

Nada foi feito, porquanto não houve desembolso efetivo.

Este equívoco teve o condão de deixar a conta despesas de salários R$ 1.500,00 a menor do que

deveria, por não ter sido efetuado o lançamento acima.

O item, portanto, está incorreto.

Por fim, somente mais uma...

179. (FCC/TRT 16/2009) A empresa Violeta Ltda. iniciou suas atividades em janeiro de 2000. Nos livros

contábeis, constam os seguintes elementos:

1. Receitas com vendas em 2000 de R$ 146.000,00, com 70% à vista e o restante a prazo.

2. Despesas de R$ 98.000,00, sendo R$ 63.000,00 pagos até 30/12/2000.

3. Em 2001, recebeu as duplicatas de 2000 e pagou as despesas contraídas em 2000.

4. Realizou vendas de R$ 150.000,00, em 2001, recebendo 2/3 à vista.

94 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

5. Incorreu em despesas de R$ 85.000,00, em 2001, pagando 40% delas.

Os resultados apurados em 2001, em reais, pelo Regime de Competência e pelo Regime de Caixa foram,

respectivamente, de

(A) 65.000,00 e 74.000,00.

(B) 65.000,00 e 74.800,00.

(C) 75.000,00 e 74.800,00.

(D) 74.800,00 e 65.000,00.

(E) 64.800,00 e 72.000,00.

COMENTÁRIOS:

Resultado apurado em 2001 pelo regime de competência:

Vendas em 2001.................150.000

(-) Despesas de 2001..........(85.000)

(=) Resultado em 2001........65.000

Resultado apurado em 2001 pelo regime de caixa:

Recebimentos de 2000 ( 146.000 x 30%) 43.800

Pagamentos de 2000 ( 98000 - 63000) -35.000

Recebimentos de 2001 (150.000 x 2/3) 100.000

Pagamentos de 2001 (85000 x 40%) -34.000

Resultado de 2001 pelo regime de caixa: 74.800

Alternativa correta: B

Apenas mais duas, para encerrar:

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL/2004/CESPE

Ao registrar a venda de mercadorias à vista, segundo o regime de competência, a empresa acrescentará

o valor da venda em suas receitas e aumentará o seu ativo. Ao apurar o custo da mercadoria que foi

vendida, a empresa registrará um decréscimo em seu ativo e um decréscimo no resultado do exercício.

Se o mesmo fato for registrado segundo o regime de caixa, então o valor do custo da mercadoria

vendida só será apurado ao final do período.

Errado. No regime de caixa será dado baixa também no momento em que reconhecemos a receita.

Os lançamentos são:

Venda de mercadorias à vista (regime de competência):

Caixa

a Receita Bruta de Vendas

95 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

CMV

a Mercadorias

Venda de mercadorias à vista (regime de caixa):

Caixa

a Receita Bruta de Vendas

CMV

a Mercadorias (pagas à vista)

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL/2004/CESPE

O registro da contribuição social sobre o lucro líquido (CSSLL) obedece ao regime de competência e

proporciona um decréscimo no passivo.

Errado. O registro de um tributo é tido como despesa na demonstração do resultado do exercício.

Todavia, quando não pagos à vista (isto é, quando provisionados) eles têm por efeito acrescer o

passivo, pois são uma dívida, obrigação da empresa.

Lançamento:

Despesa com CSLL

A CSLL a recolher

PRINCIPAIS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E SUAS FINALIDADES

Antes de darmos início ao estudo das principais demonstrações contábeis e suas finalidades, vamos

entender quais são as demonstrações contábeis obrigatórias. Tal assunto está previsto na Lei das SAs,

da seguinte forma:

Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da

companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do

patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício:

I - balanço patrimonial;

II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;

III - demonstração do resultado do exercício; e

IV - demonstração das origens e aplicações de recursos.

IV – demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

Pois bem. Desse excerto, muitas questões são cobradas em concursos.

96 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

As sociedades por ações podem ser do tipo aberta (quando comercializam títulos e valor mobiliários no

mercado) e fechadas (quando não o fazem).

As demonstrações contábeis são diferentes conforme estejamos frente a um ou outro tipo societário.

Senão vejamos:

NAS COMPANHIAS FECHADAS E ABERTAS DEVEM SER PUBLICADOS SEM QUALQUER RESSALVA:

- BALANÇO PATRIMONIAL;

- DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO;

NAS COMPANHIAS ABERTAS, TEMOS AS SEGUINTES SITUAÇÕES:

- A DFC É OBRIGATÓRIA

- A DVA É OBRIGATÓRIA;

- A DLPA É OBRIGATÓRIA, MAS PODE ESTAR INCLUSA NA DMPL (QUE É EXIGIDA PELA CVM);

NAS COMPANHIAS FECHADAS, TEMOS AS SEGUINTES SITUAÇÕES:

- A DFC É OBRIGATÓRIA SE O PL DA CIA FOR MAIOR DO QUE R$ 2 MILHÕES;

- A DVA NÃO É OBRIGATÓRIA;

- A DLPA É OBRIGATÓRIA (E A DMPL NÃO!).

Por fim, merece destaque o fato de a DEMONSTRAÇÃO DE ORIGENS E APLICAÇÕES DE

RECURSOS (DOAR) não mais ser obrigatória com as modificações recentes na contabilidade.

Houve substituição da DOAR pela DFC.

Só isso. Isto é extremamente cobrado em concursos públicos. Vamos ver algumas questões.

180. (FCC/Analista Judiciário/Contabilidade/TRT 2ª/2008) A Lei no 11.638/2007, ao modificar a redação de

alguns artigos da Lei no 6.404/1976, introduziu a obrigatoriedade da elaboração de duas demonstrações

contábeis adicionais para as sociedades por ações. São elas:

(A) Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados e Demonstração do Valor Adicionado.

(B) Demonstração dos Fluxos de Caixa e Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.

(C) Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos e Demonstração das Mutações do Patrimônio

Líquido.

(D) Demonstração do Valor Adicionado e Demonstração dos Fluxos de Caixa.

(E) Demonstração do Dividendo Obrigatório e Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.

Comentários

Com a Lei 11.638/07, a DOAR deixou de ser obrigatória. O BP, DRE e DLPA já eram obrigatórios antes da

edição da Lei. A DMPL é exigida pela CVM para companhias abertas, apenas. Não há menção à DMPL na

Lei das SAs.

O gabarito é, pois, a letra D.

PRINCIPAIS FINALIDADES DE CADA DEMONSTRAÇÃO CONTÁBIL

97 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

181. (TRT/24ª/2011/FCC) Relata efetivamente o desempenho, em termos de lucro ou prejuízo apurado

pela companhia durante o exercício social:

(A) Demonstração do Fluxo de Caixa.

(B) Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados.

(C) Demonstração do Valor Adicionado.

(D) Demonstração do Resultado do Exercício.

(E) Balanço Patrimonial.

Comentários

A resposta para esta questão pode ser encontrada facilmente no CPC – 00, que dispõe sobre a Estrutura

Conceitual Básica da Contabilidade.

Antes, porém, vamos repassar a Lei 6.404/76, de extrema importância para o concurso, que dispõe:

Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da

companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do

patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício:

I - balanço patrimonial;

II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;

III - demonstração do resultado do exercício; e

IV – demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

§ 6o A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois

milhões de reais) não será obrigada à elaboração e publicação da demonstração dos fluxos de caixa.

(Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

Essas são as demonstrações contábeis obrigatórias para as sociedades por ações. Um detalhe. As

sociedades por ações (sociedades anônimas e sociedades em comanditas por ações) podem ser de dois

tipos: abertas ou fechadas.

As fechadas estão dispensadas da DVA.

As fechadas cujo PL seja menor do que R$ 2 milhões estão dispensadas também da DFC.

As companhias abertas estão obrigadas à DFC e à DVA. Além destas, a CVM exige a publicação da DMPL

(que pode conter a DLPA – e não substituí-la).

Segundo o CPC 00, item 17:

As informações sobre a posição patrimonial e financeira são principalmente fornecidas pelo balanço patrimonial.

As informações sobre o desempenho são basicamente fornecidas na demonstração do resultado.

As informações sobre as mutações na posição financeira são fornecidas nas demonstrações contábeis por meio de uma demonstração em separado, tal como a de fluxos de caixa, de origens e aplicações de recursos etc.

98 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

A Demonstração do Resultado do Exercício tem como objetivo principal apresentar de forma vertical resumida o resultado apurado em relação ao conjunto de operações realizadas num determinado período, normalmente, de doze meses.

Nosso gabarito, portanto, é a letra D.

Sobre as outras demonstrações...

BALANÇO PATRIMONIAL

Balanço Patrimonial é a principal demonstração contábil e se destina a evidenciar, seja de forma qualitativa, seja de forma quantitativa, a posição patrimonial e financeira da Entidade.

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA

A Demonstração de Fluxos de Caixa indica a origem de todo o dinheiro que entrou no caixa em determinado período.

A Demonstração do Fluxo de Caixa irá indicar quais foram às saídas e entradas de dinheiro no caixa (e equivalentes caixa) durante o período e o resultado desse fluxo.

DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO

A Demonstração do Valor Adicionado representa um dos elementos componentes do Balanço Social e tem por finalidade evidenciar a riqueza criada pela entidade e sua distribuição, durante determinado período.

Objetivo da DVA Evidenciar a riqueza criada pela entidade e sua distribuição

Com efeito, a DVA presta informações aos agentes econômicos interessados na empresa, como empregados, clientes, fornecedores, financiadores e governo.

Os dados para sua elaboração são extraídos a partir da demonstração do resultado.

Mas, o que vem a ser valor adicionado? A definição pode ser encontrada no bojo da Resolução do CFC, que prescreve:

Valor adicionado representa a riqueza criada pela empresa, de forma geral medida pela diferença entre o valor das vendas e os insumos adquiridos de terceiros. Inclui também o valor adicionado recebido em transferência, ou seja, produzido por terceiros e transferido à entidade.

A DVA tem seu fundamento em conceitos macroeconômicos, buscando apresentar, eliminados os valores que representam dupla contagem, a parcela de contribuição que a entidade tem na formação do Produto Interno Bruto (PIB). Essa demonstração apresenta o quanto a entidade agrega de valor aos insumos adquiridos de terceiros e que são vendidos ou consumidos durante determinado período.

Posição patrimonial e financeira Balanço Patrimonial

Informações sobre desempenho Demonstração de resultado

Informações sobre mutações

financeiras

DFC, DOAR, etc.

99 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

A riqueza gerada pela empresa pode, simploriamente, ser representada da seguinte forma:

Riqueza gerada = Vendas – Insumos adquiridos de 3º - Depreciação

Isto significa dizer que a riqueza corresponde àquilo que recebemos pelas vendas, subtraído daquilo que desembolsamos para aquisição de insumos utilizados nesse processo.

DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS/PREJUÍZOS ACUMULADOS

A DLPA evidencia as alterações ocorridas no saldo da conta de lucros ou prejuízos acumulados, no Patrimônio Líquido.

Com base no artigo 186, § 2º da Lei nº 6.404/76, a companhia PODERÁ incluir a demonstração de lucros ou prejuízos acumulados nas demonstrações das mutações do patrimônio líquido.

"A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o montante do dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na demonstração das mutações do patrimônio líquido, se elaborada e publicada pela companhia."

Vejam que esta demonstração não relata o desempenho, mas, tão-somente, as alterações e destinações ocorridas na conta lucros ou prejuízos acumulados. Isso ocorrerá somente após apurado o efetivo resultado do exercício (na DRE).

181. Gabarito D.

182. (TRE/MA/2009/CESPE) Se, na data do balanço, determinada companhia fechada tiver apresentado patrimônio líquido de R$ 1.500.000,00, então essa companhia estará obrigada a apresentar a demonstração

A) dos lucros ou dos prejuízos acumulados.

B) das mutações do patrimônio líquido.

C) das origens e das aplicações de recursos.

D) dos fluxos de caixa.

E) do valor adicionado.

Comentários

Vamos lá! Primeira informação.

A cia. fechada. Basta nos reportarmos ao macete que dei acima e veremos:

NAS COMPANHIAS FECHADAS E ABERTAS DEVEM SER PUBLICADOS SEM QUALQUER RESSALVA:

- BALANÇO PATRIMONIAL;

- DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO;

NAS COMPANHIAS FECHADAS, TEMOS AS SEGUINTES SITUAÇÕES:

- A DFC É OBRIGATÓRIA SE O PL DA CIA FOR MAIOR DO QUE R$ 2 MILHÕES;

- A DVA NÃO É OBRIGATÓRIA;

- A DLPA É OBRIGATÓRIA (E A DMPL NÃO!).

Agora, analisemos as assertivas:

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A) dos lucros ou dos prejuízos acumulados.

É obrigatória! Gabarito.

B) das mutações do patrimônio líquido.

Não é obrigatória. Só para as cias. abertas.

C) das origens e das aplicações de recursos

Foi substituída pela DFC.

D) dos fluxos de caixa.

Como o PL é menor do que R$ 2 milhões, não é obrigatória.

E) do valor adicionado.

Só é obrigatório para as cias. abertas.

Portanto, gabarito é a letra a.

183. (CESPE) Com as modificações promovidas recentemente na legislação societária, substituiu-se a demonstração das origens e aplicações de recursos (DOAR) pela demonstração dos fluxos de disponibilidades, mas esta é obrigatória somente para as companhias abertas com patrimônio líquido superior a R$ 2 milhões na data do balanço.

O item está correto, conforme o que dissemos aqui.

184. (CESPE) Uma entidade obrigada a elaborar a demonstração de lucros ou prejuízos acumulados (DLPA) poderá suprir essa exigência incluindo-a na demonstração das mutações do patrimônio líquido.

O item está correto.

Acerca das demonstrações contábeis obrigatórias previstas na legislação societária (Lei n.º 6.404/1976), julgue os próximos itens.

185. (Embasa/2009/CESPE) O balanço patrimonial e a demonstração das mutações do patrimônio líquido fazem parte das demonstrações financeiras de elaboração obrigatória pela companhia.

185. Incorreto. A DMPL só é obrigatória para as companhias abertas e não é exigência feita pela

legislação societária (6.404/76), mas, sim, pela CVM.

Acerca das demonstrações contábeis obrigatórias previstas na legislação societária (Lei n.º 6.404/1976), julgue os próximos itens.

186. A demonstração do fluxo de caixa e a demonstração do valor adicionado são de elaboração facultativa.

O item está incorreto. A DVA é obrigatória para as cias. abertas. Já a DFC é obrigatória para as cias.

abertas e também para as fechadas (exceto as com PL < 2 milhões).

187. Por se referir a determinado momento, a informação fornecida pelo balanço patrimonial é totalmente estática.

O item está correto. O balanço patrimonial apresenta a situação da companhia em um dado momento. É tal como tirássemos um retrato da empresa em determinada época do ano. Será apresentado nele o que constar naquele momento, sem aspectos de movimentação.

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188. (ANTAQ/2009) Em uma companhia, ao fim de cada exercício social, as demonstrações financeiras deverão exprimir com clareza a situação do seu patrimônio, incluindo o balanço patrimonial, a demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados, a demonstração do resultado do exercício, a demonstração dos fluxos de caixa e, no caso de companhia aberta, a demonstração do valor adicionado.

O item está certo, consoante o já citado artigo 176 da Lei 6.404.

Mais uma, da PF...

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL/2004/NACIONAL

A elaboração do balanço patrimonial da empresa depende da apuração do lucro do exercício. Essa apuração é efetuada na demonstração de lucros e prejuízos acumulados (DLPA).

A questão está incorreta, posto que esta é a finalidade da DRE.

Passaremos agora ao estudo das demonstrações contábeis em espécie.

BALANÇO PATRIMONIAL

Até aqui estávamos falando basicamente sobre o balanço patrimonial. Trataremos agora de apresentar um modelo de balanço patrimonial, com enfoque principalmente em questões.

(TREMT/Contabilidade/2010) Com base no balancete de verificação de determinada empresa, levantado em 31/12/20X1 e mostrado acima, e na apuração do balanço patrimonial e na demonstração do resultado do exercício (DRE), assinale a opção correta.

189. No balanço patrimonial, o valor do ativo circulante é de R$ 276.000,00.

190. O passivo não circulante, no balanço patrimonial, evidencia o valor total de R$ 3.500,00.

191. O valor total do patrimônio líquido é de R$ 216.000,00.

192. O saldo da conta reserva de lucros é de R$ 140.000,00.

Vamos lá!

189. Dissemos que o ativo circulante é composto por: disponibilidade, direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente e despesas antecipadas.

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O que temos no nosso balanço com essa rubrica é:

1) Bancos conta movimento: 50.000,00

2) Duplicatas a receber (Curto prazo): 188.000,00

3) ICMS a recuperar: 38.000,00

Total do ativo circulante: 276.000,00

190. O passivo exigível é circulante quando vencer no exercício seguinte e não circulante quando vencer no exercício posterior ao seguinte, além das receitas diferidas.

Na questão, temos somente um empréstimo, de curto prazo. Não há, portanto, passivo circulante.

191. Vejamos agora o valor total do PL.

Dissemos que o PL se compõe de: capital social, reservas de lucros, reservas de capital, ajuste de avaliação patrimonial, ações em tesouraria e prejuízos acumulados.

Na questão, temos:

1) Capital social: 136.000,00

2) Reservas de capital: 80.000,00

Total do PL: 216.000,00.

192. São reservas de lucros:

- Reserva Legal;

- Reservas Estatutárias;

- Reservas para Contingências;

- Reserva de Incentivos Fiscais;

- Reserva de Retenção de Lucros;

- Reserva de Lucros a Realizar;

- Reserva Especial de Dividendo Obrigatório Não Distribuído;

- Reserva Específica de Prêmio na Emissão de Debêntures.

A questão não trouxe qualquer reserva de lucros no elenco de contas.

193. Os saldos acima constavam do balancete de encerramento de dezembro de 2008 da Papelaria

Central Ltda. Com base nessa situação hipotética e nos dados apresentados, o valor total do ativo não-

103 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

circulante e o do patrimônio líquido dessa papelaria são, respectivamente, iguais a R$ 1.600,00 e R$

4.050,00.

Comentários

Vamos montar o balanço patrimonial...

Ativo Passivo

Circulante Circulante

Caixas e bancos 1.600,00 Contas a pagar 950,00

Mercadorias 1.250,00 Impostos a recolher 450,00

Créditos a receber 1.000,00 SUBTOTAL 1.400,00

SUBTOTAL 3.850,00 Patrimônio líquido

Não circulante Capital social 4.500,00

Instalações 2.000,00 (-) Prejuízos acumulados (450,00)

(-) Depreciação de inst. (400) SUBTOTAL 4.050,00

SUBTOTAL 1.600,00

TOTAL 5.450 TOTAL 5.450

Gabarito, portanto, correto.

194. (ICMS RJ 2010) O Balancete de 31.12.2009 da Cia Volta Redonda, que atua exclusivamente

no comércio varejista, apresentava os seguintes saldos (em R$):

Assinale a alternativa que indique o total do Ativo Circulante a ser evidenciado no Balanço

Patrimonial de 31.12.2009.

(A) R$ 218.000,00.

(B) R$ 221.000,00.

(C) R$ 217.200,00.

(D) R$ 222.200,00.

(E) R$ 221.200,00.

Comentários

104 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

Ativo Circulante R$

Caixa e equivalentes 20.000,00

Estoques 30.000,00

Clientes (120 dias) 140.000,00

Ajuste a valor presente sobre clientes -1.000,00

PCLD -2.000,00

Provisão para perdas nos estoques -3.000,00

Seguros a serem pagos por dois anos (12/24 x 2.400) 1.200,00

Aplicação financeira 32.000,00

TOTAL 217.200,00

O gabarito, portanto, é a letra C.

Gabarito C.

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL/2004/NACIONAL

195. Ao avaliar um passivo, no caso de dúvidas acerca do valor de determinado item

patrimonial, a empresa deverá registrar o maior valor obtido, contrariamente ao que ocorre na

avaliação de ativos, em que deve ser registrado o menor valor obtido.

A questão trata de um princípio contábil chamado princípio da prudência.

O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO

e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas

para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

O entendimento é o seguinte: quando se apresentem alternativas válidas para quantificação

das mutações patrimoniais que alterem o PL, escolhe-se o menor valor para o Ativo, e maior

valor para o Passivo. Assim, se é possível que a conta clientes fique avaliada pelo total de

vendas, no montante de R$ 100.000,00, mas, se é possível também estimar que 5% desses

valores não serão recebíveis, deveremos fazer a provisão adequada, em homenagem ao

princípio da prudência.

Portanto, o item está correto.

Vamos lá!

105 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

Considerando as informações da tabela apresentada, julgue os próximos itens.

196 O ativo circulante totaliza R$ 18.659.

197 O ativo não circulante é igual a R$ 131.320.

198 O passivo não circulante corresponde a R$ 38.370.

106 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

Comentários

Para fechar, vamos fazer este balanço patrimonial.

ATIVO PASSIVO Ativo circulante Passivo circulante

Caixa 530 Contingências trabalhistas 300 Banco 889 Seguros a pagar 1560 Impostos antecipados 1090 Energia a pagar 3320 Seguros antecipados 1340 Fornecedores 4350 Contas a receber 2210 Salários a pagar 21340 PDD -800 TOTAL 30870 Duplicatas descontadas -2450 Passivo não circulante Material de consumo 2190 Contas a pagar de LP 38370

Aplicações financeiras 3290 TOTAL 38370

Insumos para man. de veíc. 2130 Estoque final de mercadorias 3340 PL

TOTAL 13759 Reservas 20239 Ativo não circulante

Capital Social 55600 RLP

Impostos a compensar em LP 2140 TOTAL 75839 Contas a receber de LP 32400 TOTAL DO PASSIVO 145079

TOTAL 34540 Imobilizado e investimentos Máquinas 21300 Investimentos em ações 1240 Investimentos em debe. 9900 Automóveis 22300 Prédio 33120 Móveis 34500 Imóveis 50900 Casas 60000

Depreciação acumulada -

170120 TOTAL 63140 Intangível Direitos autorais 12.300 Marcas e patentes 21340 TOTAL 33.640 TOTAL DO ATIVO NÃO CIRC. 131320 TOTAL DO ATIVO 145.079 Portanto, os gabaritos são:

196 O ativo circulante totaliza R$ 18.659. (Incorreto).

197 O ativo não circulante é igual a R$ 131.320. (Correto).

198 O passivo não circulante corresponde a R$ 38.370. (Correto).

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Passemos agora à demonstração do resultado do exercício:

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

A DRE tem por objetivo demonstrar o lucro/prejuízo apurado no exercício.

FATURAMENTO BRUTO ( Venda Bruta + IPI)

( - ) IPI sobre o Faturamento Bruto ( ou IPI Faturado ) IPI ou ICMS por Subst.Tribut. ? não

precisa aparecer na DRE

= VENDAS BRUTAS = RECEITA BRUTA DE VENDAS = RECEITA OPERACIONAL BRUTA

( - ) Deduções:

( - ) Devoluções e Cancelamentos de vendas (se devolução de vendas de exercícios anteriores

são Despesa Operacional de Vendas).

( - ) Abatimentos e Descontos INCONDICIONAIS ou COMERCIAIS concedidos (são os que

aparecem na NF). Dados no momento da venda independentemente de qualquer

acontecimento futuro e incerto. É posterior à venda para evitar a devolução.

( - ) Impostos e Contribuições s/ Vendas e Serviços ( PIS=1,65, COFINS=7,6, ICMS, ISS, IE,

FINSOCIAL) não-cumulativos.

= VENDAS LÍQUIDAS = RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS = RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA

( - ) CMV e/ou CSP = ( EI + CL – EF )

= LUCRO BRUTO = RESULTADO OPERACIONAL BRUTO = RCM

( - ) Despesas Operacionais (as habituais da empresa):

( - ) Despesas de Vendas:

( - ) Despesas Financeiras Líquidas (Despesas Financeiras - Receitas Financeiras):

( - ) Despesas Gerais e Administrativas:

( - ) Outras Despesas Operacionais:

+ Outras Receitas Operacionais:

( - ) Outras Despesas ( antigas não Operacionais ) :

+ Outras Receitas ( antigas não Operacionais ) :

= LUCRO LÍQUIDO = RESULTADO OPERACIONAL LÍQUIDO = LUCRO ou PREJ. OPERACIONAL =

L. A. I. R.

( - ) Contribuição Social s/ o Lucro Líquido (CSLL)

( - ) Provisão para I.R. ( + ) CSLL não é dedutível do IR no Lucro Real, logo deve ser adicionada.

108 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

= RESULTADO DO EXERCÍCIO APÓS O I.R. ( L A P I R ) e ANTES das Participações

( - ) Participações nos Lucros (participações societárias):

Debenturistas

Empregados

Administradores

Partes beneficiárias

Contribuições para fundos de Previdência e entidades de assistência social dos empregados

= RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO = LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

Assim, a maioria das questões nós mataremos só conhecendo a estrutura da DRE, não tem

erro!

Vamos começar!!!

199. (ESAF/AFRFB/2009) Em 31.12.2008, a empresa Baleias e Cetáceos S/A colheu em seu livro

Razão as seguintes contas e saldos respectivos com vistas à apuração do resultado do

exercício:

01 - Vendas de Mercadorias R$ 12.640,00

02 - Duplicatas Descontadas R$ 4.000,00

03 - Aluguéis Ativos R$ 460,00

04 - Juros Passivos R$ 400,00

05 - ICMS sobre vendas R$ 2.100,00

06 - Fornecedores R$ 3.155,00

07 - Conta Mercadorias R$ 1.500,00

08 - FGTS R$ 950,00

09 - Compras de Mercadorias R$ 3.600,00

10 - ICMS a Recolher R$ 1.450,00

11 - Clientes R$ 4.500,00

12 - Salários e Ordenados R$ 2.000,00

13 - PIS s/Faturamento R$ 400,00

14 - COFINS R$ 1.100,00

15 - Frete sobre vendas R$ 800,00

16 - Frete sobre compras R$ 300,00

17 - ICMS sobre compras R$ 400,00

O inventário realizado em 31.12.08 acusou a existência de mercadorias no valor de R$ 1.000,00.

Considerando que na relação de saldos acima estão indicadas todas as contas que formam o

resultado dessa empresa, pode-se dizer que no exercício em causa foi apurado um Lucro

Operacional Bruto no valor de R$ 5.040,00.

109 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

Comentários

O lucro bruto pode ser encontrado através da seguinte fórmula:

Lucro Bruto = Receita Líquida – Custo da Mercadoria Vendida.

Inicialmente, procuremos o Custo da Mercadoria Vendida (CMV), através da equação:

CMV = Estoque Inicial + Compras Líquidas – Estoque Final

CMV = R$ 1.500,00 + (R$ 3.600,00 + R$ 300,00 - R$ 400,00) - R$ 1.000,00.

CMV = R$ 4.000,00.

Agora, achemos a receita líquida.

Receita Líquida = Receita Bruta – ICMS sobre vendas – PIS e COFINS

Receita Líquida = R$ 12.640,00 - R$ 2.100,00 - R$ 400,00 - R$ 1.100,00

Por fim, o lucro bruto será

Lucro bruto = R$ 9.040,00 – R$ 4.000,00 = R$ 5.040,00

Gabarito C.

(CESPE/TRE/BA/Analista Judiciário/2009)

As demonstrações contábeis acumulam os saldos das contas e evidenciam as modificações

patrimoniais. Acerca das demonstrações contábeis, suas características e especificidades, e

considerando as informações apresentadas na tabela acima, referentes a uma empresa

hipotética, julgue os itens seguintes.

200 Na situação apresentada na tabela, após a incorporação do resultado apurado e respectiva

elaboração da demonstração de lucros ou prejuízos acumulados, o saldo final da conta

resultados acumulados será igual a R$ 30.970, devedor. Desse modo, ao se elaborar o balanço

patrimonial, a conta que evidencia os resultados acumulados deve ser denominada

prejuízos acumulados.

110 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

201. Na situação da tabela, ao se elaborar a DRE, o resultado líquido apurado será igual a R$

42.630, devedor.

202. Se a empresa concedesse abatimento sobre vendas no valor de R$ 8.000, o lucro bruto

apurado seria reduzido para R$ 55.400.

Comentários

Vamos montar a DRE.

Receita líquida de vendas R$ 123.400,00 (-) Custo da mercadoria vendida -R$ 60.000,00 Lucro operacional bruto R$ 63.400,00 (-) Despesas operacionais

Despesa de amortização -R$ 1.200,00 Despesa de manutenção -R$ 5.560,00 Despesa de depreciação -R$ 14.500,00 Despesas gerais -R$ 14.580,00 Despesas administrativas -R$ 32.100,00

Despesas financeiras -R$ 3.320,00 Receitas financeiras R$ 12.100,00 Lucro operacional líquido R$ 4.240,00

Este resultado, apurado na DRE, deve ser transferido para o Balanço Patrimonial, pois fará

parte do PL (servindo para aumentar o capital social, constituir reservas de lucros, pagar

dividendos).

O lançamento é o seguinte:

D – Lucro operacional líquido/Resultado do exercício 4.240

C – Lucro acumulados 4.240

Com as mudanças promovidas na legislação contábil pela Lei 11.638 e 11.941 é vedada a

retenção injustificada de lucros. Portanto, todo este valor deverá ser distribuído.

Como a questão 200 não fala da existência de lucros/prejuízos acumulados anteriores,

podemos dizer que a conta estava zerada, ficando, então, com o saldo de R$ 4.240, até a

distribuição destes valores.

A questão 201 também está incorreta. Temos um saldo de R$ 4.240,00, credor, isto é, de lucro.

A questão 202 está correta. Voltemos à nossa estrutura básica da DRE.

VENDAS BRUTAS = RECEITA BRUTA DE VENDAS = RECEITA OPERACIONAL BRUTA

( - ) Deduções:

( - ) Devoluções e Cancelamentos de vendas (se devolução de vendas de exercícios anteriores

são Despesa Operacional de Vendas).

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( - ) Abatimentos e Descontos INCONDICIONAIS ou COMERCIAIS concedidos (são os que

aparecem na NF). Dados no momento da venda independentemente de qualquer

acontecimento futuro e incerto. É posterior à venda para evitar a devolução.

( - ) Impostos e Contribuições s/ Vendas e Serviços ( PIS=1,65, COFINS=7,6, ICMS, ISS, IE,

FINSOCIAL) não-cumulativos.

= VENDAS LÍQUIDAS = RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS = RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA

( - ) CMV e/ou CSP = ( EI + CL – EF )

= LUCRO BRUTO = RESULTADO OPERACIONAL BRUTO = RCM

Na questão, já partimos da receita líquida, pois estes foram os dados que a questão forneceu.

Assim, se tivéssemos um abatimento sobre vendas, ele deveria ser retirado para acharmos a

receita líquida de vendas, o que diminuiria também o lucro bruto neste montante. Portanto, o

item está correto.

203. (ESAF/APOFP/SP/2009) Após apurado o resultado do exercício e calculadas as provisões

para contribuição social e para pagamento do imposto de renda, deverão ser calculadas e

contabilizadas as participações contratuais e estatutárias nos lucros e as contribuições para

instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados.

Comentários

SEÇÃO V - DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará:

I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os

impostos;

II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro

bruto;

III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas

gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;

IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; (Redação dada

pela Lei nº 11.941, de 2009)

V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto;

VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias,

mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou

previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa; (Redação dada pela Lei

nº 11.941, de 2009)

VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.

O item, portanto, está correto.

112 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

204. (ESAF/APOFP/SP/2009) Despesas não-operacionais são aquelas decorrentes de transações

não incluídas nas atividades principais ou acessórias da empresa, como, por exemplo, o

montante obtido na alienação de bens ou direitos integrantes do ativo permanente.

Comentários

Com as mudanças recentes promovidas pelas Leis 11.638 e 11.941, na Demonstração do

Resultado do Exercício, deixaram de existir as despesas e receitas não operacionais, surgindo

as outras receitas e outras despesas, no lugar.

A Lei 6.404/76 em momento algum define o que deve ser tratado nesses tipos de resultado. O

conceito, contudo, deve ser tomado da Legislação do Imposto de Renda, segundo a qual, são

considerados não operacionais os ganhos e perdas de capital, isto é, transações que envolvam

ativo não circulante, salvo o realizável a longo prazo. Por exemplo, a venda de uma máquina

utilizada pela companhia, com lucro.

O item, portanto, está incorreto, considerando a mudança de nomenclatura.

205. (ESAF/APOFP/SP/2009) Lucro Bruto é a diferença entre a receita líquida de vendas de bens

ou serviços e o custo das mercadorias vendidas ou dos serviços prestados por terceiros.

O item está incorreto. O certo seria nomina a diferença entre receita líquida e CMV ou CSP de

resultado operacional bruto (e não de lucro bruto), posto que o resultado pode ser lucro ou

prejuízo. Ademais, o custo do serviço prestado é aquele prestado pela própria empresa e não

por terceiros.

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL/2009/CESPE/NACIONAL

206. Suponha que o saldo da conta de resultado do exercício, antes do cálculo do imposto de

renda devido, seja positivo em R$ 1,5 milhão e o valor desse imposto, de R$ 2 milhões. Nesse

caso, o fato estará adequadamente representado pelo seguinte lançamento em reais.

A DRE fica assim:

Resultado antes do IR ................. 1.500.000,00

(-) Imposto de renda.................... (2.000.000,00)

Prejuízo do exercício...................(500.000,00)

O lançamento para provisionar o Imposto de Renda é o seguinte:

D – Despesa com IR 2.000.000,00 (Conta de resultado – Despesa)

113 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

C – Provisão para IR 2.000.000,00 (Conta de passivo circulante)

Portanto, o gabarito está incorreto.

Apenas para constar, o prejuízo deve ser transferido para o resultado do exercício, pois faz

parte do capital próprio.

Neste caso, como houve prejuízo, consta da DRE como saldo devedor (despesas maior do que

receitas). A transferência será feita do seguinte modo:

D – Prejuízos acumulados 500.000,00 (PL)

C – Prejuízo do exercício 500.000,00 (Resultado)

Gabarito Incorreto.

A