DISCIPLINA: ECONOMIA E MERCADO

GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO E CONTÁBEIS

PROFESSORA: RAQUEL LINDÔSO

Caruaru, 2014.2

AULAS I E II

I- DEFINIÇÃO DE ECONOMIA ;II- PRINCÍPIOS BÁSICOS DA

ECONOMIA

O QUE É ECONOMIA?

Economia é o conjunto de atividades desenvolvidas pelos homens visando a produção, distribuição e o consumo  de bens e serviços necessários à sobrevivência e à qualidade de vida.

Existem muitas maneiras de conceber a economia como um ramo do conhecimento. Para os economistas clássicos, como Adam Smith, David Ricardo e John Stuart Mill , a economia é o estudo do processo de produção, distribuição, circulação e consumo dos bens e serviços ( riqueza ).

Por outro lado, para os autores ligados ao pensamento econômico neoclássico, a economia pode ser definida como a ciência das trocas ou das escolhas. Neste caso, para seguir a definição proposta por  Lionel Robbins, a economia lidaria com o comportamento humano enquanto condicionado pela escassez dos recursos: a economia trata da relação entre fins e meios (escassos) disponíveis para atingi-los. Deste modo, o foco da ciência econômica consistiria em estudar os fluxos e meios da alocação de recursos para atingir determinado fim, qualquer que seja a natureza deste último.

Segundo os economistas austríacos, especialmente Mies , a economia seria a ciência da ação humana proposital para a obtenção de certos fins em um mundo condicionado pela escassez.

A palavra economia deriva do grego oikonomía : oikos - casa, moradia; enomos - administração, organização, distribuição. Deriva também do latimoeconomìa : disposição, ordem, arranjo

O QUE É ECONOMIA CAPITALISTA?

Economia Capitalista é a organização das atividades econômicas por meio do mercado, baseada na propriedade privada e na qual a grande maioria das transações é mediada pelo dinheiro.

A Ciência Econômica é uma ciência social, que estuda o funcionamento da Economia Capitalista, sob o pressuposto do comportamento racional do homem econômico, ou seja, da busca da alocação eficiente dos recursos escassos entre inúmeros fins alternativos. Nesse sentido, a Ciência Econômica visa compreender como a Economia resolve os três problemas econômicos básicos:

1) O quê e quanto produzir? 2) Como produzir? 3) Para quem produzir?

Ou seja, o estudo da eficiência e da equidade. Contudo, no mundo contemporâneo, a sustentabilidade da produção para as gerações futuras se impõem como um quarto problema econômico básico, exigindo que se repense o crescimento econômico e o próprio sentido coletivo do consumo em permanente expansão sem propiciar um verdadeiro bem-estar às sociedade humanas

Adicionalmente, não se pode desprezar o fato de que a Ciência Econômica é Multidisciplinar, na medida em que estuda a produção e consumo da imensa variedade de bens e serviços existentes, os quais envolvem concepções e determinantes inerentes a outras ciências, como as da Agronomia, da Engenharia, do Trabalho, da Educação, da Saúde, da Nutrição, da Política, entre tantas outras.

A Ciência Econômica possui diversas correntes e divisões. Do ponto de vista da corrente neoclássica, a Economia é estudada em dois níveis: a Microeconomia e a Macroeconomia.

MICROECONOMIA A Microeconomia é o ramo da Ciência

Econômica que estuda a formação de preços, a principal variável que orienta a alocação de recursos no contexto das Economias Capitalistas. Discute a funcionalidade do mercado para garantir a  organização e distribuição eficientes dos recursos escassos. Sua unidade de análise são os mercados específicos, examinando o comportamento e a interação dos agentes (consumidores e produtores).

MACROECONOMIA

A Macroeconomia é o ramo da Ciência Econômica que estuda o comportamento da Economia como um todo, tendo como focos o Produto, o Emprego, a Inflação, e o Comércio Internacional. É o campo que embasa a atuação do  Estado em suas três funções fundamentais: Alocativa, Distributiva e Estabilizadora.

A economia moderna foi muito influenciada pela contribuição do escocês Adam Smith . Adam Smith, na sua obra A Riqueza das Nações , estabeleceu alguns dos princípios fundamentais da economia, que ainda hoje servem de guia aos economistas. Adam Smith foi o primeiro a defender que os interesses privados dos indivíduos produziam benefícios públicos. Porém, diferentemente do atual senso comum, Adam Smith nunca afirmou que o mercado independe do Estado, ideia esta difundida pelos neoliberais.

HISTÓRIA

No entanto, algumas escolas atuais reconhecem que Aristóteles (a obra “Política” trata de conceitos de propriedade, Estado, a administração da casa e da família e a arte de enriquecer, entre outros) , outros pensadores gregos e os pensadores escolásticos (economia monetária) do final da Idade Média também deram contribuições importantes à ciência econômica.

HISTÓRIA

No século XIX , Karl Marx fez a crítica mais influente à economia de mercado e à ciência econômica ao defender que esta forma de organização econômica é uma forma de exploração do homem pelo homem. Marx defendia que toda riqueza era produzida pelo trabalho humano e que os donos do capital se limitavam a apropriar-se da riqueza produzida pelos trabalhadores. Além da teoria da luta de classes sociais e a alienação social.

HISTÓRIA

Os argumentos de Marx não convenceram os defensores da economia de mercado. Estes constituíam a escola neoclássica que dominou o pensamento econômico até a década de 1930 do século passado. Para a escola neoclássica, o preço de um bem ou serviço não representa o valor do trabalho nele incorporado. Assim sendo, é o equilíbrio entre oferta e demanda que determina os preços. Assim sendo, o mercado, através da sinalização dos preços, tenderia ao equilíbrio ideal em termos de alocação de recursos escassos.

HISTÓRIA

Nos anos 1930, a teoria econômica neoclássica foi posta em dúvida , através das elaborações de John Maynard. A teoria macroeconômica de Keynes previa que uma economia avançada poderia permanecer abaixo da sua capacidade, com taxas de desempregos altas tanto da mão de obra quanto dos outros fatores de produção, ao contrário do que previa a teoria neoclássica.

HISTÓRIA

Keynes propôs intervenções estatais na economia com o objetivo de estimular o crescimento e baixar o desemprego. Para intervir, os estados deviam aumentar os seus gastos e não aumentar seus impostos gerando uma diferença entre a arrecadação e os gastos. Esta diferença seria preenchida com a emissão de moeda, que por sua vez geraria inflação. Assim, a economia conviveria sempre com o problema da inflação x desemprego.

HISTÓRIA

As ideias de Keynes orientaram as políticas econômicas dos países ocidentais até os anos 1970. A partir daí, a política econômica passou a ser orientada pelos economistas neoclássicos. Os keynesianos, contudo, ainda são muito numerosos. Apontam os neoclássicos que o estado empreendedor de Keynes era oneroso, burocrático e ineficiente e devia subordinar-se ao mercado

HISTÓRIA

CONTINUAÇÃO

ECONOMIA :

CONCEITOS BÁSICOS

O nosso dia-a-dia, independente de sermos, consumidores, empresários, trabalhadores, etc. nos traz questões econômicas, como: aumento de preços, o mercado de trabalho, as ações do governo, etc. O economista Alfred Marshall (1842-1924) afirmava que: “ A economia é o estudo do homem nos negócios diários da sua vida”.

1- INTRODUÇÃO É uma ciência social, que pode ser definida como: o

estudo da alocação (utilização) dos recursos escassos, na produção de bens e serviços para satisfação das necessidades ou dos desejos humanos. (MENDES, 2009) A economia pode ser ainda conceituada como a ciência da escassez ou das escolhas.

Escassez, porque os recursos são limitados e podem ser utilizados de diferentes maneiras, de tal modo que podemos sacrificar uma coisa por outra.

O ser humano enfrenta duas realidades, as quais dominam sua vida: de um lado recursos limitados e de outro, necessidades ou desejos ilimitados.

O que e quanto produzir?

Como produzir?

Para quem produzir?

2 - PROBLEMAS ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS:

Os recursos econômicos, são os meios utilizados pela sociedade para a produção de bens e serviços que irão satisfazer às necessidades humanas.

Os recursos econômicos são escassos, versáteis e podem ser combinados em proporções variáveis.

Classificam-se em três grupos:

Recursos naturais Recursos humanos Capital.

3 – RECURSOS OU FATORES DE PRODUÇÃO

As necessidades humanas são a razão de ser da atividade econômica.

Classificam-se em dois grupos:

Primárias (alimentação, vestuário, habitação e saúde);

Secundárias (transporte, educação, segurança social, previdência social, comunicação, cultura, esporte lazer).

4 – NECESSIDADES HUMANAS

 A curva de possibilidade de produção (CPP) delimita aquelas combinações de bens e serviços que podem ser produzidos por uma sociedade e aquelas que não podem, seja porque ultrapassaram os recursos disponíveis, seja porque excedem a capacidade tecnológica.

 

5 – ESCASSEZ E ESCOLHA: A CURVA DE POSSIBILIDADE DE

PRODUÇÃO

6 – CUSTO DE OPORTUNIDADE

Implica no valor da oportunidade não escolhida, ou seja, o custo de oportunidade de um bem, é o que sacrificamos para consegui-lo.

- Bens – São os produtos tangíveis provenientes das atividades agropecuárias, indústria de transformação e da construção civil.

 

- Serviços – São os produtos intangíveis, resultantes de atividades terciárias de produção.

 

Quanto ao seu destino, os bens e serviços podem ser: 

Bens e serviços de consumo (duráveis ou não-duráveis);

Bens e serviços intermediários (matérias-primas ou insumos);

Bens e serviços de produção ( bens de capital)

7 - BENS E SERVIÇOS

De acordo com a intensidade de uso de recursos, são classificadas as atividades de produção ( ou setores da economia). Temos então:

Atividades primárias (agricultura, pecuária, extração vegetal).

 Atividades secundárias de produção (indústrias)

Atividades terciárias de produção (comércio, transportes, comunicações, intermediação financeira, reparação e manutenção, hospedagem e alimentação, serviços outros e governo.

8 – SETORES ECONÔMICOS

Segundo MENDES (2009), tecnologia é um termo utilizado para englobar uma ampla variedade de mudanças nas técnicas e nos métodos de produção, tais como: novas variedades e aperfeiçoamento das técnicas administrativas e de combinações dos fatores de produção.

 9.1 – A inovação tecnológica capacita a empresa a:

Gerar maior produção com a mesma quantidade anterior de insumos e/ou;

Obter o mesmo nível de produção com uma quantidade menor de insumos.

9 – O PAPEL DA TECNOLOGIA

9.1. – TECNOLOGIA NO PRODUTO E NO PROCESSO

A tecnologia no processo contribui apenas para a redução de custos unitários de produção. Já a tecnologia no produto, volta-se apenas para alterar um determinado produto, mudando sua aparência ou suas características de modo a atrair consumidores.

9.2 A EMPRESA COMPETITIVA

Elementos fundamentais: Maior produtividade Menor custo unitário de produção Qualidade dos produtos e serviços. Resultado: A empresa torna-se mais

competitiva, porque consegue produzir um produto com melhor qualidade e mais barato.

10 – SISTEMAS ECONÔMICOS

Entendemos por sistema econômico, os métodos pelos quais os recursos são alocados e os bens e serviços são distribuídos. É a forma política, social e econômica pela qual está organizada uma sociedade.

- Os dois principais tipos são:

Sistema Capitalista ou Economia de Mercado

Sistema Socialista ou Economia Centralizada

10.1 – PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA

CAPITALISTA:

- O capitalismo tem um método próprio de se regular, com um governo que pouco se envolve em decisões econômicas;

 - Depende das forças de mercado para determinar os preços,

alocar os recursos e distribuir a renda e a produção;

- Quem comanda a economia são as forças de demanda e oferta;

 - Os fatores de produção são de propriedade privada e cada

proprietário dos recursos toma as decisões de produção motivado pelo desejo de alcançar lucro;

 - No capitalismo, os preços de livre mercado são os únicos

guias para as decisões dos indivíduos e das firmas ao realizarem a produção, a troca e o consumo.

10.2 – PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA

SOCIALISTA:- No Socialismo, a base é a propriedade coletiva ou estatal dos

recursos produtivos, sendo que o Estado toma as decisões; - As indústrias são de propriedade da sociedade como um todo; - O controle da propriedade é mantido pelo Estado para o

mútuo benefício da população;  - Coordenação de toda ou quase toda atividade produtiva

diretamente pelo governo; - Propriedade governamental ou coletiva dos fatores de

produção (exceto os seres humanos); - Falta de incentivos para a ação dos agentes econômicos; - Resultado geral: Baixa eficiência econômica.  

10.3 – ORGANIZAÇÃO DE UM SISTEMA ECONÔMICO

CAPITALISTA

As duas principais unidades econômicas envolvidas num sistema econômico capitalista são: As famílias e as empresas.

Analisemos pois, o Fluxo da atividade econômica, à seguir.

10.3 – ORGANIZAÇÃO DE UM SISTEMA ECONÔMICO

CAPITALISTA

A economia divide-se em dois principais ramos de atividade:

a Microeconomia e a Macroeconomia. 11.1 - Microeconomia

Estuda as unidades (consumidores, firmas, trabalhadores, proprietários dos recursos, etc.) componentes da economia e o modo como suas decisões e ações são inter-relacionadas.

 11.2 – Macroeconomia  Estuda as relações entre os grandes agregados (ou

variáveis) econômicos (consumo, poupança, investimento, nível de emprego nacional, controle da inflação, balanço de pagamentos, etc.)

11 – DIVISÃO DA ECONOMIA

11.3 – ARGUMENTOS QUE COMPÕEM A TEORIA ECONÔMICA

- Argumentos positivos: Procuram entender e explicar os fenômenos econômicos como eles realmente são.

- Argumentos normativos: Já os normativos, dizem respeito ao que deveria ser, são pontos de vista influenciados por julgamentos de valor, a respeito do que é certo e do que é errado.