fundamentos da atenção plena

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  • 8/14/2019 Fundamentos da Ateno Plena

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    Fundamentos da Ateno Plena

    Por

    Ajaan Lee Dhammadharo(Phra Suddhidhammaransi Gambhiramedhacariya)

    Somente para distribuio gratuita.

    Este trabalho pode ser impresso para distribuio gratuita.

    Este trabalho pode ser re-formatado e distribudo para uso em computadores e redes de

    computadores

    contanto que nenhum custo seja cobrado pela distribuio ou uso.

    De outra forma todos os direitos esto reservados.

    Estas palestras tambm esto disponveis em udio, clique para Ouvir

    Introduo

    Este livro sobre os fundamentos da ateno plena est de certa formabaseado nas minhas prprias idias e opinies. Em aluns pontos ele podeno estar e!atamente de acordo com os te!tos oriinais, porque o meuob"etivo principal foi de chear ao cerne da questo de tal forma que possaser facilmente colocado em prtica. #queles que se apeam comentusiasmo aos te!tos podem sentir que aquilo que escrevi est errado,mas, quanto a mim, sinto que qualquer um que se"a capa$ de praticar, deacordo com aquilo que est escrito aqui, ir notar que isso pode ser tomadocomo um uia para os verdadeiros princpios de concentrao, sabedoria elibertao. #pear%se aos te!tos no errado, mas eles devem sertomados com inteli&ncia, iual a um remdio' um mdico que pensa que a(nica forma de curar uma febre bebendo uma mistura de mlia comfolhas de quinino, est equivocado. #luns mdicos podero adicionarfolhas de outras rvores) aluns podero fa$er um e!trato concentrado)outros podero variar a dosaem. *a mesma forma, quando se pratica o*hamma, no ir alm do que est nos te!tos pode em aluns casos serequivocado. +a verdade, qualquer caminho que condu$a ao abandono dascontaminaes e libertao do sofrimento correto. - valor de umremdio encontra%se na sua capacidade de curar a enfermidade) o valor de

    um mtodo de prtica encontra%se na sua capacidade de eliminar asimpure$as da mente/. #t onde posso entender, no e!iste nada de erradocom qualquer mtodo que funcione. +o final, todos esses mtodos t&m queseuir os princpios bsicos da virtude, concentrao e sabedoria, e diferemsomente na sua ess&ncia mais rosseira ou sofisticada, direta ou indireta,rpida ou lenta.

    #ora eu no quero me apresentar como uma autoridade absoluta denenhum tipo. Portanto, quero que voc&, leitor, use o seu prpriodiscernimento. 0ome um trecho que "ulue ser adequado, como base paraa sua prtica. +o necessrio seuir todo o livro. 1implesmente, foquenum (nico ponto e isso ser suficiente. 2ma ve$ que voc& tenha domniosobre um ponto importante, todas as demais sees se orani$aro e se

    conectaro e!atamente naquele ponto.

    http://www.acessoaoinsight.net/podcast1.php#leehttp://www.acessoaoinsight.net/podcast1.php#lee
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    3uando voc& estiver pronto para meditar, voc& deve tentar encontrar umluar calmo, solitrio, para a"ud%lo na sua prtica dos fundamentos daateno plena. *e outra forma, a sua prtica no fluir com facilidade,porque a solido benfica para todos que buscam o desenvolvimentoespiritual. 0al como uma pessoa que quer ver a sua imaem refletida naua, s ser capa$ de ver a si mesma com clare$a quando no houver

    vento ondulando a superfcie, da mesma forma, uma pessoa que dese"a apa$ que sutil e profunda tem que se condu$ir dessa maneira.

    -u, colocando de outra forma, tem que haver pa$ e tranq4ilidade e!ternaantes que a pa$ interna possa surir. 3uando ambas as formas de pa$estiverem presentes, voc& conhecer e ver o *hamma como ele naverdade. Portanto, quando voc& colocar em prtica esta forma demeditao, voc& deve primeiro entoar os seus cantos e homenaear o 5udacomo de hbito e ento comear a meditao. 6om certe$a voc& ir obterresultados enunos de acordo com aquilo que escrevi aqui.

    1e e!iste alo falho ou incorreto neste livro, eu confio na absolvio dosleitores, pois no sou um rande e!perto no que di$ respeito a te!tos. Eu

    simplesmente aprendi aluns trechos e os coloquei em prtica.7ais um ponto importante' Esta prtica de treinar o corao muitoimportante, pois ela forma a fonte de toda bondade e mrito) e tudo aquiloque fonte de bondade e de mrito merece cuidado e ateno especiais. -corao um receptculo para tudo aquilo que bom. 3uando o coraofor puro, todas as aes meritrias que se"am praticadas e!ternamente iroverdadeiramente promover a felicidade. - mrito e!terno iual a umprato saboroso com curr8. 1e for servido em uma vasilha imunda, entomesmo que o prato se"a delicioso, a pessoa servida no ir querer comermuito devido imundcie. 7as se a vasilha estiver limpa e o prato delicioso,a pessoa ir comer com confiana at que fique plenamente satisfeita. *amesma forma, se o corao estiver limpo, ele ir se sentir atrado pelas

    reali$aes e!ternas meritrias. Ele estar sempre pronto para fa$ersacrifcios, porque em todos os casos ir saborear o nutrimento da suabondade.

    +o somente isso, um corao limpo tambm forma o caminho para alibertao do sofrimento e estresse, condu$indo no final das contasa nibbana. #queles que iro reali$ar os caminhos (magga)e osfrutos (phala)que condu$em a nibbana, assim o faro por meio do corao.1e o corao no for treinado, ento no importa quanto mrito e!ternovoc& tenha, voc& no ser capa$ de reali$ar nibbana. +ibbana s pode serreali$ado com o treinamento do corao na prtica da virtude,concentrao e sabedoria. # virtude forma a base para a concentrao, aconcentrao a base para a sabedoria e a sabedoria a base para alibertao. # concentrao particularmente importante porque ela forma abase para a sabedoria e a compreenso direta (ana)!que so os fatoresdecisivos do caminho. 9oc& no pode prescindir da concentrao. 1e faltarconcentrao, voc& no obter nada alm de pensamentos desordenados econ"ecturas, sem nenhum apoio bem fundamentado.

    # concentrao como um preo' e a sabedoria, um martelo. 1e o preono for seuro firme e reto, o martelo no ir acertar o olpe todas asve$es e o preo nunca ir penetrar na madeira. Para que o corao penetreo mundo e cheue at o *hamma mais elevado, ele tem que assumir umafirme posio na concentrao de forma a fa$er surir a compreenso. #compreenso somente ocorre naqueles que centram a mente na

    concentrao. 3uanto sabedoria, isso alo que todos temos, mas sefaltar a compreenso direta, nunca superaremos o mundo.

    http://www.acessoaoinsight.net/arquivo_textos_theravada/fundamentos_atencao.php#Nibbanahttp://www.acessoaoinsight.net/arquivo_textos_theravada/fundamentos_atencao.php#Maggahttp://www.acessoaoinsight.net/arquivo_textos_theravada/fundamentos_atencao.php#Nibbanahttp://www.acessoaoinsight.net/arquivo_textos_theravada/fundamentos_atencao.php#Magga
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    Por essa ra$o, todos ns devemos nos interessar pelos fatores queformam o caminho, que condu$em superao do sofrimento, do estressee ao bem%estar abundante.

    1e voc& tiver d(vidas acerca de qualquer parte deste livro, sinta%se vontade para peruntar.

    *edico o mrito erado, pelo ato de escrever este livro, a todos aquelesque se sentiram inspirados em a"udar a paar os custos de impresso paraque ele pudesse ser distribudo ratuitamente como um presente do*hamma. 3ue o poder resultante dessa enerosidade lhes traa frutos, nosentido de que tudo aquilo a que aspirarem, que for correto e "usto, sucedaem lhes tra$er a felicidade.

    Phra #"aan :ee *hammadharo;at Paa

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    Csso pode ser ilustrado da seuinte forma' - corpo como uma serraria. #mente como um ei!o. # plena consci&ncia a polia que ira ao redor doei!o em um ponto. #teno plena a correia que ata a mente ao seuob"eto, no permitindo que ela escape para outros ob"etos. # investiaoconcentrada a lDmina que corta os troncos de madeira em pedaos, deforma que possam ser usados. Essas tr&s qualidades t&m sempre que estar

    presentes para que a sua prtica de centrar a mente se"a bem sucedida.

    #ora discutiremos o trabalho a ser feito, os ob"etos pelos quais ainvestiao concentrada, a plena consci&ncia e a ateno plena soresponsveis, cada um de forma separada. 1o quatro os ob"etos %

    1.- corpo (a#a)!que um conlomerado dos quatro elementos terra,ua, foo e ar.

    2.1ensaes (vedana)$a e!peri&ncia de sensaes, como pra$erosas,dolorosas e indiferentes.

    3.# mente (citta)$que aquilo que arma$ena as vrias formas do beme do mal.

    4.-b"etos 7entais (dhamma)$condies que possuem nature$a prpria,tal como as qualidades hbeis ou inbeis que se mesclam na mente.

    Essas, portanto, so as quatro coisas pelas quais voc& deve seresponsabili$ar.

    I. Corpo

    - termo corpo aqui se refere aos alomerados dos quatro elementos,podendo ser, tanto aquele que possui uma consci&ncia que o dirie, comoaquele que no mais a possui, mas que ainda visvel pelo olho. #mbos ostipos so chamados de corpos fsicos (rupa-a#a).-s corpos fsicos podemser considerados sob tr&s aspectos %

    A.- corpo interno' o seu prprio corpo.

    B.6orpos e!ternos' os corpos de outras pessoas.

    C.- corpo em si mesmo' a ao de focar em um aspecto ou parte docorpo, tal como a respirao, que um aspecto de um dos quatroelementos. Csso o que sinifica o corpo em si mesmo.

    - corpo, quer se"a interno ou e!terno, simplesmente um composto dosquatro elementos. #ora que voc& conhece as suas tarefas, voc& devereali$%las bem. 'ampajaa$7antenha a sua plena consci&ncia onde eladeve estar, e!atamente dentro da mente. 9oc& no precisa dirii%la paranenhum outro luar. 'ati$# sua faculdade de acompanhamento de um

    ob"eto tem que ser abranente. Em outras palavras, diriindo%ainternamente para a mente e em seuida para o ob"eto % neste caso, ocorpo % e depois viiando a mente e o seu ob"eto para se asseurar de queeles no se perdero um do outro.tappa$>ocar na investiao do corpo,analisando%o de acordo com os seus vrios aspectos. Csso pode ser feito dequalquer uma das cinco formas abai!o'

    1.Cnvestiue as FG partes do corpo, comeando com os cabelos nacabea, pelos do corpo, unhas, dentes, pele, etc. >aa uma inspeo eavaliao completa. 1e este mtodo no acalmar a sua mente, continue %

    2.Cnvestiue os vrios aspectos repulsivos do corpo, comeando pelofato de que o corpo um conlomerado de todo o tipo de coisas. Em

    outras palavras, ele uma tumba, um cemitrio nacional, cheio decadveres de bois, porcos, patos, franos, a$edos, doces, ordurosos,

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    Duha$J difcil de ser tolerado.

    natta$+o voc&, seu, ou de ninum mais. 9oc& no o trou!equando veio e no poder lev%lo quando se for. 3uando voc&morrer, ter que "o%lo fora como um pedao de madeira velha oualo para ser queimado. +o e!iste nele absolutamente nada de

    substDncia ou de valor.

    3uando voc& considerar as coisas dessa forma, voc& ir sentir umasensao de desapeo que ir fa$er com que a mente fique estvel,calma e firmemente centrada em concentrao.

    Essas cinco atividades so as tarefas da sua investiao concentrada,empenhando%se em ver a verdadeira nature$a do corpo. 3uanto atenoplena, ela tem que e!ecutar a sua prpria tarefa, acompanhando o ob"etosob investiao e ao mesmo tempo diriindo%se mente. +ada mais.9erifique se voc& est com a mente naquilo que voc& est investiando.Csso a plena consci&ncia. >ique de olho na sua mente, observando%a todoo tempo para ver de que maneira ela pode estar aindo ou reaindo.7antenha a sua consci&ncia disso sempre no luar adequado, e!atamenteno corao.

    0odas as atividades mencionadas aqui so aspectos de como tomar o corpocomo um fundamento da ateno plena. 3uer voc& este"a lidando com ocorpo interno, com corpos e!ternos ou com o corpo em si mesmo, voc&ter que usar as tr&s qualidades mencionadas acima. 1omente quando voc&as tiver desenvolvido completamente, poder di$er que est desenvolvendoos randes fundamentos da ateno plena (maha-satipatthana).

    +ormalmente, a ateno plena uma qualidade que todos temos, pormquando lhe falta plena consci&ncia, ela decai para formas incorretas,tornando%se a #teno Plena Cncorreta. 7as, quando voc& for capa$ de

    seuir os mtodos descritos acima, voc& com certe$a ir desenvolver umaestabilidade equDnime na mente. 9oc& passar a sentir uma sensao dedesapeo que ir fa$er com que a mente fique tranq4ila, calma edespreocupada. Esse o caminho do insiht libertador (vipassana-ana)!que condu$ a nibbana, que as pessoas sbias e e!perientes t&masseurado'

    nibbanam paramam suham+ibbana a pa$ m!ima

    #qui termina a discusso sobre como manter o corpo na mente como umfundamento da ateno plena.

    II. Sensa!es

    # palavra sensaes se refere e!peri&ncia das sensaes que suremcomo fruto das aes que foram praticadas ou se"a, kamma.E!istem tr&stipos de sensaes' sensaes internas ou humores, sensaes e!ternas eas sensaes em si mesmas.

    A.#s sensaes internas, sob o aspecto de como elas so sentidas, so detr&s tipos %

    1.'uha-vedana$bom humor) aleria) uma sensaodespreocupada de tranq4ilidade e bem%estar na mente.

    http://www.acessoaoinsight.net/arquivo_textos_theravada/fundamentos_atencao.php#Kammahttp://www.acessoaoinsight.net/arquivo_textos_theravada/fundamentos_atencao.php#Kammahttp://www.acessoaoinsight.net/arquivo_textos_theravada/fundamentos_atencao.php#Kamma
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    2.Duha-vedana$mau humor) uma sensao de depresso,triste$a, aborrecimento ou desDnimo.

    3.*peha-vedana$humor neutro, durante os intervalos em que aaleria e a triste$a no esto presentes.

    B.#s sensaes e!ternas tambm so de tr&s tipos %1. 'omanassa-vedana$pra$er ou deleite com os ob"etos dos seissentidos % vises, sons, aromas, sabores, sensaes tcteis epensamentos) tornar%se atrado por essas coisas quando elas entramem contato com o corao.

    2.Domanassa-vedana$despra$er ou descontentamento que suredo contato com ob"etos dos sentidos tais como vises, sons, aromas,sabores, etc. e que so percebidos como insatisfatrios ouindese"ados.

    3.*peha-vedana$uma sensao de indiferena ou neutralidade

    quando se entra em contato com vises, sons, etc.

    C.1ensaes em si mesmas' Csto se refere ao de focar em qualqueraspecto individual das sensaes mencionadas acima. Em outras palavras,voc& no precisa ser especfico. 1empre que o pra$er surir, por e!emplo,coloque a sua mente para investi%lo. 7antenha%o com firme$a na mente.9iie de tal forma que ele fique em foco e que voc& permanea focado nele.+o permita que o seu fundamento escape e mude % e no permita, denenhuma forma, que quaisquer e!pectativas ou dese"os sur"am naquelemomento mental. *a, use os seus poderes de investiao concentradapara inspecionar a verdade daquela sensao) mantenha a plenaconsci&ncia para controlar a mente, para ter certe$a de que a sua atenopermanecer no luar apropriado. +o permita que o flu!o mental que

    causa o sofrimento sur"a.

    # causa do sofrimento sure inicialmente quando a plena consci&ncia fraca e a mente vacila. # vacilao chamada de dese"o por noser (vibhava-tanha).6onforme a aitao vai se fortalecendo, um flu!omental sure e vai se espalhando. - flu!o que se espalha o dese"o porser (bhava-tanha).3uando este encontra um pensamento ou ob"etosensual e o aarra, a isto se denomina o dese"o pela sensualidade (ama-tanha).Por essa ra$o, voc& deve viiar a mente para asseurar que elapermanea com o seu (nico ob"eto, a sua sensao de pra$er. +o permitaque nenhuma outra preocupao se envolva. 7antenha a sua ateno plenae a plena consci&ncia firmemente nos seus luares e a faa umainvestiao concentrada acerca da verdade daquela sensao. 1omentequando voc& fi$er isso, poder di$er que est usando as sensaes em simesmas como um fundamento da ateno plena.

    Em eral, sempre que um humor ou sensao sure, ns tendemos a fa$ercom que sur"am vrias e!pectativas ou dese"os. Por e!emplo, quandosure um bom humor, ns queremos que aquela sensao de bem estarpermanea como est ou que se incremente. Esse dese"o d oriem aosofrimento e dessa forma obtemos resultados opostos ao que espervamos.#lumas ve$es um mau humor sure e ns no o queremos e dessa formabatalhamos para encontrar a felicidade e isto simplesmente fa$ acumularainda mais sofrimento. #lumas ve$es o corao est neutro % nem feli$nem triste, nem satisfeito, nem insatisfeito % e queremos que permanea

    sempre assim, ou ento comeamos a pensar que a neutralidade est(pidaou in(til. Csto fa$ com que sur"am mais dese"os e com que ns comecemosa batalhar por alo melhor do que aquilo que " temos.

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    3uando isso acontece, no podemos di$er que estamos firmementeapoiados sobre o nosso fundamento da ateno plena % pois apesar depodermos estar plenamente atentos ao fato de que uma sensao boa, mou neutra suriu, ns ainda no a superamos. Csso mostra que nos faltamas tr&s qualidades que podem alimentar e apoiar a ateno plena para queela se torne um fator do 6aminho. Em outras palavras, comece com a plena

    consci&ncia firmemente estabelecida e depois use a ateno plena paraconectar a mente com o seu ob"eto. +o permita que a mente se afaste doob"eto e no permita que o ob"eto se afaste da mente. 7antenha a atenoplena firmemente liada ao ob"eto e viie a mente para se asseurar queela permanea fi!ada sobre esse (nico ob"eto. 3uanto ao ob"eto, a suainvestiao concentrada responsvel por ficar de olho em todos os tiposde sensaes que possam surir' internas ou e!ternas) feli$es, tristes ouindiferentes.

    Por e!emplo, quando sure a dor, de onde ela vemK -lhe para ela at quevoc& entenda a sua verdade. *e onde vem o pra$erK J da responsabilidadeda sua investiao concentrada descobrir isso. Em que momento mentalocorre a indiferenaK >a$ parte da responsabilidade da sua investiao

    concentrada ficar de olho at que voc& realmente saiba. 0odas assensaes que surirem, internas ou e!ternas, so da responsabilidade dasua investiao concentrada. 9oc& tem que usar os seus poderes deanlise para penetrar em qualquer ponto onde possa surir uma sensao.Esse o primeiro ciclo na sua investiao.

    G. - seundo ciclo' -bserve o surimento das sensaes no presente. 9oc&no precisa seui%las. *ia a si mesmo que no importa o que este"acausando essas sensaes, voc& ir focar e!clusivamente naquilo queestiver surindo no momento presente.

    F. >oque no lento desvanecimento das sensaes no momento presente.

    A. >oque na cessao das sensaes no momento presente.L. 7antenha a compreenso de que as sensaes no fa$em nada alm desurir e desaparecer I simplesmente desvanecendo e desaparecendo devrias formas % sem qualquer substDncia ou valor. 3uando voc& puder fa$erisso, poder di$er que o seu fundamento da ateno plena est firmementeestabelecido nas sensaes em si mesmas % e nesse ponto, o 6aminho sereali$ou.

    1e fossemos e!pressar isto em relao aos elementos do 6aminho,teramos que fa$&%lo assim' # plena consci&ncia que constantemente viiaa mente, mantendo%a dentro da sua normalidade, asseurando que ela nose"a capturada por estados inbeis, a virtude. # ateno plena quemantm a mente conectada com o seu ob"eto de tal forma que ela no seperca com outros ob"etos, a concentrao. # investiao concentradaque penetra cada ob"eto conforme ele sure de forma a conhecer a suaverdadeira nature$a com clare$a I conhecendo tanto aquilo que sure edesaparece como aquilo que no sure ou desaparece % a sabedoria.Essas tr&s qualidades t&m que surir "untas em um (nico momento mentalpara que o 6aminho se reali$e (magga-samangi)! e a o 6aminhofuncionar por si mesmo, de acordo com as suas funes, permitindo quevoc& ve"a com clare$a e entenda corretamente sem ter que abandonar istoou trabalhar naquilo, trabalhar nisso ou abandonar aquilo, abandonar oe!terno ou trabalhar o interno, trabalhar o e!terno ou abandonar o internoou o que quer que se"a.

    3uando todas essas tr&s qualidades estiverem unidas, voc& poder lidarcom qualquer sensao % passada, presente ou futura) pra$erosa,desaradvel ou neutra % porque quando essas tr&s qualidades esto

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    plenamente desenvolvidas, elas se conectam. J por essa ra$o que noprincpio fi$ esta comparao' # mente como um ei!o. # plenaconsci&ncia a polia que ira ao redor do ei!o em um ponto. # atenoplena a correia que ata a mente ao seu ob"eto, no permitindo que elaescape para outros ob"etos. # investiao concentrada a lDmina quecorta os troncos de madeira em pedaos % isso o sinificado

    de +bhagavant.+

    1omente uma pessoa que tenha conseuido alcanar o discernimento paraver de acordo com a verdade descrita dessa forma, pode di$er que dominoucompletamente o uso das sensaes como um fundamento da atenoplena.

    III. A "ente

    #o usar a mente como um fundamento da ateno plena, e!istem tr&saspectos a considerar'

    A.# mente interna.B.# mente e!terna.C.# mente em si mesma.

    # mente interna se refere a uma condio e!clusiva do corao quandoele no est envolvido com nenhum outro tipo de preocupao. # mentee!terna se refere sua interao com ob"etos e!ternos tais como vises,sons, etc. # mente em si mesma se refere ao ato de individuali$arqualquer aspecto da mente medida que ele sure, quer se"a interno oue!terno.

    3uanto aos estados da mente interna, e!istem tr&s %

    1.,aga-citta$um estado mental pleno de dese"o ou pai!o.2.Dosa-citta' um estado mental de raiva, irritao interna e despra$er.3.oha-citta$um estado mental nebuloso, turvo ou confuso, em que amente incapa$ de levar alo em conta, em resumo, deluso.

    # mente e!terna tambm est dividida nos tr&s mesmos estados % cobia,raiva e deluso % mas se di$ que eles so Me!ternosM porque uma ve$ quequalquer um desses estados sur"a, eles tendem a sair e se unir a alumob"eto e!terno que serve para simplesmente aravar ainda mais o estadooriinal de cobia, raiva ou deluso. # mente, ento, no entende os seusob"etos de maneira clara ou verdadeira. - seu conhecimento se perde em

    vrias direes, distante da verdade' vendo, por e!emplo, bele$a nascoisas que no so belas, constDncia nas coisas que so inconstantes,pra$er nas coisas que so dolorosas, e um eu nas coisas que no possuemum eu.

    0odas essas coisas so os aspectos da mente e!terna.

    # mente em si mesma se refere ao ato de escolher um entre qualquer umdesses aspectos da mente. Por e!emplo, s ve$es a cobia sure, s ve$esa raiva, s ve$es a deluso' qualquer aspecto que este"a surindo nopresente, identifique%o. 6om a sua plena consci&ncia firmementeestabelecida, diri"a a ateno plena para esse aspecto da mente, sem fa$errefer&ncia a nenhum outro ob"eto % e sem permitir que quaisquer

    e!pectativas ou dese"os sur"am naquele momento mental em particular.*epois foque sem hesitao na investiao daquele estado mental at que

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    voc& entenda a sua verdade. # verdade desses estados que, alumasve$es, uma ve$ que suriram, eles se inflamam e se espalham) s ve$eseles desaparecem. # sua nature$a surir por um momento e depois sedissolver sem possuir nada de substDncia ou valor. 3uando voc& tem porob"etivo e!aminar as coisas desta forma % com a sua ateno plena, plenaconsci&ncia e os poderes da investiao concentrada firmemente

    estabelecidos % ento nenhuma dessas contaminaes, mesmo que elasapaream, tero a oportunidade de crescer ou se espalhar. J como oscestos ou vasos usados para cobrir alfaces novas) se ninum remover oscestos, as plantas nunca tero como crescer e simplesmente iro murchar emorrer. #ssim, voc& tem que manter a sua plena consci&ncia em cadaestado mental no momento em que este surir. 7antenha a ateno plenaconstantemente se referindo ao seu ob"eto e use os seus poderes deinvestiao concentrada para penetrar as contaminaes de forma asempre mant&%las afastadas do corao.

    6olocando de outra forma, todos os estados mentais mencionados acimaseriam as sementes de alface. # ateno plena seria o cesto. # plenaconsci&ncia a pessoa que espalha as sementes, enquanto que o poder da

    investiao concentrada o calor do sol que as aquece.

    #t aora ns mencionamos apenas os estados mentais ruins. -s seusopostos so os estados mentais bons' viraga-citta% a mente livre do fooda cobia) adosa-citta% a mente livre do aborrecimento ou raiva quecondu$em ao pre"u$o e runa) amoha-citta% a mente livre da deluso,embriaue$ e mal entendidos. Esses so estados mentais benficos ehabilidosos (usala-citta)!que formam a base de tudo que bom. 3uandoeles surirem, mantenha%os e observe%os para que voc& possa vir aconhecer o estado da sua mente.

    E!istem quatro nveis de estados mentais bons %%

    1."amavacara-bhumi$o nvel da sensualidade.2.,upavacara-bhumi$o nvel da forma.3.rupavacara-bhumi$o nvel sem forma.4.outtara-bhumi$o nvel transcendente.

    1.- nvel da sensualidade' 2m estado mental sure e se conecta com umob"eto benfico e hbil % qualquer viso, som, aroma, sabor, tanvel ouidia que possa formar a base para estados mentais benficos e hbeis.3uando a mente se encontra com o seu ob"eto, ela fica feli$, alere econtente. +este caso estamos nos referindo aos ob"etos sensuais que sobons para a mente/. 1e voc& fosse se referir aos Parasos da >elicidade1ensual da forma como eles aparecem dentro de cada um de ns, a listaseria a seuinte' 9ises que podem formar a base para estados mentais

    benficos e hbeis representam um nvel, sons representam outro, e omesmo se aplica aos aromas, sabores, tanveis e idias. Nuntos elasformam os seis nveis do paraso no nvel da sensualidade.

    2.- nvel da forma' 2m estado mental sure por pensar em (vitaa)umob"eto fsico que serve como tema da meditao) depois, aanlise (vicara)do ob"eto sob os seus vrios aspectos, ao mesmo tempoasseurando que a mente no escape doob"eto(eaggatarammana).3uando a mente e o seu ob"eto se unificamdesta forma, o ob"eto se transforma em luminosidade. # mente ficadescarreada e pode rela!ar de suas preocupaes. - &!tase (piti)e afelicidade (suha)surem como resultado. 3uando esses cinco fatoressurem na mente, ela entrou no primeiro nvel de jhana% o estio inicial

    no nvel da forma.

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    3.- nvel sem forma' # mente se solta do seu ob"eto fsico no nvel daforma, mas ainda est apeada a uma noo mental muito sutil %ojhanado espao infinito, por e!emplo, em que voc& est focado numasensao de va$io sem que nenhum ob"eto fsico ou imaem passe pelo seucampo de ateno, de forma que voc& incapa$ de conhecer toda a suae!tenso. - que na verdade aconteceu que voc& se encolheu e est

    escondido internamente. Este no o tipo ir para dentro para conhecerque sure ao reali$ar o seu trabalho. J o ir para dentro para conhecer quesure de querer fuir. 9oc& viu os defeitos do que sure fora de voc&, masvoc& no viu que na verdade eles esto enterrados dentro de voc& % assimvoc& se escondeu internamente pela limitao do seu campo de ateno.

    #lumas pessoas, quando alcanam este ponto, acreditam que elaseliminaram as impure$as, porque elas confundem o va$io com nibbana. +averdade, esse somente o primeiro estio no nvel sem forma e assimainda se encontra no plano mundano.

    1e voc& realmente quiser saber se a sua mente est no nvel mundano outranscendente, observe%a quando voc& diriir a ateno internamente e ela

    se tranq4ili$ar % sentindo uma sensao de pa$ e tranq4ilidade que pareano possuir nenhuma impure$a que a este"a adulterando. 1olte%se desseestado mental para ver como ela se comporta por si mesma. 1e asimpure$as conseuirem reaparecer, voc& ainda estar no plano mundano.#lumas ve$es esse estado mental permanece inalterado pela fora do seuprprio esforo, mas aps alum tempo voc& fica inseuro em relao aoseu entendimento. # sua mente continua se manifestando, isto , fa$endocomentrios. 1e for esse o caso, no acredite que o seu entendimento se"averdadeiro.

    E!istem muitos, muitos tipos de conhecimentos' - intelecto sabe, ocorao sabe, a consci&ncia sabe, o discernimento sabe, a plenaconsci&ncia sabe, a ateno sabe, a falta de ateno sabe. 0odos esses

    tipos se baseiam em conhecimento) eles diferem entre si apenas na formacomo sabem. 1e voc& no for capa$ de claramente distinuir entre osdiferentes tipos de conhecimento, o entendimento pode ficar confuso % eassim voc& pode tomar o entendimento incorreto como sendoentendimento correto, ou a no consci&ncia como consci&ncia, ou oconhecimento baseado em suposies (sammuti)como o conhecimentolivre de suposies (vimutti).Portanto, voc& deve e!perimentar e e!aminaras coisas com cuidado sob todos os Dnulos, de forma que voc& possa verpor si mesmo que tipo de entendimento o enuno e qual o falso. -falso entendimento apenas sabe mas no capa$ do abandono. -entendimento verdadeiro, quando se empenha em saber alo, " estpreparado para abandonar.

    0odos os tr&s nveis da mente apresentados at aora esto no planomundano.

    4.- nvel transcendente' Ele inicia com o caminho e o fruto de entrar nacorrente$a em direo a nibbana. #queles que atiniram este nvelcomearam seuindo o treinamento trplice da virtude, concentrao esabedoria no nvel mundano e da continuaram para conquistar o primeiroverdadeiro insiht das 3uatro +obres 9erdades, o que fe$ com que eles selibertassem dos tr&s primeiros rilhes (sam#ojana).*essa forma, as suasmentes foram libertadas na corrente$a em direo a nibbana. -s tr&srilhes so %

    a.Cdia da e!ist&ncia de um eu saa#a-ditthi)$a idia que nos fa$

    acreditar que o corpo nos pertence.

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    b.*(vida (viciiccha)$a incerte$a que nos fa$ ficar inseuros sobre seaquilo em que acreditamos realmente bom % isto , quanto de verdadee!iste em relao ao 5uda, ao *hamma e 1anha.

    #.#peo a preceitos e rituais (silabbata-paramasa)$#feio pelo bemque praticamos) apeo quelas formas de bondade que so apenas

    e!ternas, por e!emplo, observar preceitos ou rituais apeando%sesimplesmente ao nvel da ao com o corpo ou com a linuaem.E!emplos dessa atitude incluem coisas tais como o desenvolvimento davirtude somente atravs da adeso aos preceitos) praticar aconcentrao simplesmente sentado como se fosse um poste) no sercapa$ de se livrar dessas aes, sempre se aarrando bondade quederiva delas, feli$ quando tem a oportunidade de reali$%las de um modoparticular, descontente quando no pode) pensar por e!emplo, que avirtude alo obtido dos mones quando eles lhe do os preceitos) queos oito preceitos so para serem observados somente em certos dias enoites, meses e anos) que voc& anha ou perde mrito simplesmentecomo resultado de aes e!ternas liadas s crenas com as quais voc&est habituado. +enhuma dessas atitudes atine a ess&ncia da virtude.

    Elas no vo alm do simples apeo a crenas, hbitos e convenes)aarrando%se a essas formas de bondade, sempre demonstrando afeiopor elas, incapa$ de se soltar delas. Portanto, a isto chamamos deapeo a preceitos e rituais.

    0ais atitudes so um obstculo para aquilo que verdadeiramente bom.9e"a, por e!emplo, a antia crena de que bondade sinifica praticarcaridade, virtude e meditao nos dias de sabbaoth' aqueles que Mentraramna corrente$aM abandonaram completamente tais crenas. -s seus coraesno esto mais aprisionados a crenas e costumes. #s suas virtudes nopossuem mais preceitos. Em outras palavras, eles alcanaram a ess&nciada virtude. #s suas virtudes esto isentas das limitaes do tempo. +istoeles diferem das pessoas comuns. #s pessoas comuns t&m que avaliar abondade de acordo com critrios e!ternos % acreditando por e!emplo, que avirtude se encontra neste ou naquele dia, durante o Oetiro das 6huvas,durante este ou aquele m&s ou ano, e depois aarrando%se firmemente aessa crena, mant&m que quem no seue esse costume no pode servirtuoso. +o final, essas pessoas t&m muita dificuldade em encontrar aoportunidade para realmente fa$er o bem. Portanto, podemos di$er queelas no sabem qual o verdadeiro critrio para a bondade. 3uanto aosque Mentraram na corrente$aM, todas as qualidades da virtude suriram epreencheram os seus coraes. Eles so capa$es de libertar%se dos valoresconvencionais mundanos que di$em que isto ou aquilo a bondade. #quiloque verdadeiramente bom eles viram surir nos seus coraes. - bemest e!atamente aqui. - mal est e!atamente aqui. +enhum deles depende

    de aes e!ternas. Csso est de acordo com o que o 5uda disse,

    mano-pubbangama dhamma

    mano-settha mano-ma#a

    0odas as coisas so precedidas pelo corao,superadas pelo corao,alcanadas atravs do corao.

    Csto o que sinifica Entrar na 6orrente$a.

    #queles que Mentraram na corrente$aM so como as pessoas que remam osseus barcos at a corrente$a principal do rio 6hao Phra8a e por isso estodestinadas a flutuar at a fo$ do rio e para dentro do mar de amata % do

    imortal I de nibbana. E!istem tr&s formas pelas quais elas podem chearat o mar'

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    1.- nvel mais bai!o do Mentrar na corrente$aM iual ao barqueiro quese reclina e simplesmente apia a mo sobre o timo. Este nvel doMentrar na corrente$aM alcana o seu ob"etivo lentamente.

    2.- seundo nvel como um barqueiro que tem o p no timo e comos remos nas mos ele vai remando "unto.

    3.- terceiro nvel' - barco est equipado com um motor e o barqueirocontrola o leme e assim ele alcana o ob"etivo em muito pouco tempo.

    Este % alcanar a corrente$a em direo a nibbana % o estio inicial donvel transcendente. 1e voc& quisesse simplificar os tr&s rilhes, poderiafa$&%lo da seuinte forma' 0er apeo ao corpo, como se ele pertencesse pessoa, sinifica a identificao com um eu. 0er apeo s aes do corposinifica apeo a preceitos e rituais. +o saber como separar a mente docorpo ou das prprias aes fa$ com que a pessoa no se"a capa$ de vercom clare$a e entender verdadeiramente os fenHmenos' isso condu$ incerte$a e d(vida.

    Essas so apenas as minhas opinies sobre esse assunto, portanto, voc&s

    que esto lendo, devem consider%lo cuidadosamente por si mesmos.

    #qui termina a discusso dos estados habilidosos mundanos etranscendentes da mente.

    #o conhecer as caractersticas dos vrios estados mentais, voc& deve usaras tr&s qualidades mencionadas acima como suas ferramentas' mantenha asua ateno plena, plena consci&ncia e os poderes de investiaoconcentrada, firmemente estabelecidos na mente. Para poder obter oentendimento, voc& tem que usar o poder da investiao concentrada que um aspecto da sabedoria, para compreender como os estados mentaissurem e desaparecem' surindo, tomando uma posio e depoisretornando para a serenidade. 9oc& precisa manter a sua ateno

    constantemente fi!ada na investiao dessas coisas, para ser capa$ decompreender o surimento e desaparecimento dos estados mentais % entovoc& ir compreender a nature$a da mente que no sure e nodesaparece.

    - conhecimento do surimento e desaparecimento de estados mentaispassados um nvel de habilidade conitiva (vijja) e deve ser chamado deconhecimento de nascimentos anteriores. - conhecimento dos estadosmentais conforme eles mudam no presente deve ser chamado deconhecimento da morte e do renascimento. 1aber como separar osestados mentais dos seus ob"etos, conhecendo a nature$a primria damente, o flu!o ou fora da mente que flui em direo aos seus ob"etos)separando os ob"etos, a corrente da mente que flui e a nature$a primria

    da mente' o conhecimento dessa maneira, deve ser chamado deconhecimento da cessao das impure$as mentais (asava). -s ob"etos oupreocupaes da mente so as impure$as da sensualidade. # corrente queflui a impure$a do estado de vir a ser. +o conhecer a nature$a primriada mente a impure$a da inorDncia.

    1e fHssemos e!pressar isto em relao s quatro +obres 9erdades,faramos da seuinte forma' -s ob"etos ou preocupaes da mente so averdade do sofrimento (duha-sacca).- flu!o da mente que corre emdireo aos ob"etos e que se enamora dos ob"etos a verdade da causa dosofrimento (samuda#a-sacca).- estado mental que penetra para ver comclare$a a verdade de todos ob"etos, o flu!o da mente e a nature$a primriada mente, chamado de o momento mental que forma o6aminho (magga-citta).1oltar%se dos ob"etos, do flu!o mental e da

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    nature$a primria da mente, sem nenhuma noo de apeo, a verdadeda cessao do sofrimento (nirodha-sacca).

    3uando as tr&s qualidades que au!iliam a mente % plena consci&ncia,ateno plena e investiao concentrada % so fortes e viorosas, a plenaconsci&ncia se torna a consci&ncia da libertao, (vijja-vimutti)!a ateno

    plena se torna a compreenso, (ana), e a investiao concentrada setorna o insiht libertador, (vipassana-ana)!a sabedoria que capa$ depermanecer fi!a no entendimento da verdade do sofrimento sem permitirque qualquer noo de pra$er ou despra$er em relao ao seu ob"eto possasurir. # compreenso e!amina a fundo a causa do sofrimento, e aconsci&ncia da libertao compreende o corao de forma clara e completa.3uando voc& obtiver o entendimento desta forma, poder di$er que seuentendimento correto.

    #ora eu ostaria de voltar um pouco atrs e discutir a questo da menteum pouco mais detalhadamente. # palavra mente abrane tr&s aspectos'

    ?/ # nature$a primria da mente.G/ Estados mentais.F/ Estados mentais em interao com os seus ob"etos.

    0odos esses aspectos, tomados em con"unto, compem a mente. 1e voc&no conhecer a mente desta forma, voc& no poder di$er que realmente aconhece. 0udo que voc& poder fa$er di$er que a mente sure edesaparece, a mente no sure ou desaparece) a mente boa, a mente m) a mente se destri, no se destri) a mente um dhamma! a menteno um dhamma/ a mente conquista a libertao, a mente no conquistaa libertao) a mente nibbana, a mente no nibbana) a mente aconsci&ncia sensorial, a mente no a consci&ncia sensorial) a mente ocorao, a mente no o corao...

    6onforme ensinado pelo 5uda, e!istem apenas dois caminhos para a

    prtica % o corpo, a linuaem e o corao) ou o corpo, a linuaem e amente % e ao final ambos os caminhos cheam ao mesmo ponto' o seuverdadeiro ob"etivo a libertao. Portanto, se voc& quiser conhecer averdade sobre qualquer um dos assuntos acima, voc& ter que seuir ocaminho e alcanar a verdade por si mesmo. *e outro modo, voc& cair emdiscusses interminveis. Esses assuntos % para aquelas pessoas que nopraticaram at alcanar o insiht claro % so caracteri$ados pelas pessoassbias como sedamocana-atha$assuntos que faro apenas com que voc&transpire muito.

    Portanto, eu ostaria de dar uma breve e!plicao' # nature$a primria damente a qualidade que simplesmente sabe. - flu!o que pensa e flui parafora do MsaberM para os vrios ob"etos um estado mental. 3uando esseflu!o se conecta com os seus ob"etos e se encanta com eles, ele se tornauma contaminao, obscurecendo a mente' esse o estado mental eminterao. -s estados mentais, por si mesmos e em interao, quer se"ambenficos ou pre"udiciais, t&m que surir, t&m que desaparecer, t&m que sedissolver por sua prpria nature$a. # fonte de ambos os tipos de estadosmentais a nature$a primria da mente, que nem sure e nemdesaparece. J um fenHmeno fi!o (thiti-dhamma)!sempre presente. Pornature$a primria da mente % que chamada de +pabhassara!+ou luminosa% eu quero di$er o estado normal e elementar do saber no presente. 7asquem no capa$ de penetr%la para conhec&%la no poder obter nenhumbenefcio dela, como a histria do macaco com o diamante.

    Por isso, o nome dado pelo 5uda para descrever esse tipo de coisas realmente adequado'avijja% entendimento obscurecido, falsoentendimento. Csto est de acordo com os termos+pubbante aanam+%

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    no conhecer o incio, isto , a nature$a primria da mente) +paranteaanam+% no conhecer o fim, isto , os estados mentais em interaocom os seus ob"etos) +majjhantia aanam+% no conhecer o meio, isto ,o flu!o que flui da nature$a primria do saber. 3uando esse o caso, amente se torna um sankhara$fa$endo invenes, fa$endo micas,fabricando em abundDncia nas mais variadas formas.

    Csto termina a discusso da mente como um fundamento da ateno plena.

    IV. $b%etos "entais

    -s ob"etos mentais como um fundamento da ateno plena podem serdivididos em tr&s tipos' ob"etos mentais internos, ob"etos mentais e!ternose ob"etos mentais em si mesmos.

    A.-s ob"etos mentais internos podem ser benficos ou pre"udiciais, masaqui estaremos tratando somente dos cinco -bstculos (nivarana)!queso pre"udiciais'

    1."ama-chanda$dese"o sensual.2.0#apada$m vontade, maldade.3.1hina-middha$preuia e torpor.4.*ddhacca-uucca$inquietao e ansiedade..%iciiccha$d(vida.

    Esses cinco -bstculos podem ser fenHmenos internos ou e!ternos. Pore!emplo'

    1.# mente d oriem ao dese"o, mas sem ter ainda fludo para fora para

    fi!ar os seus dese"os em alum ob"eto em particular.

    2.# mente d oriem a uma sensao de m vontade edescontentamento, mas sem ter ainda se fi!ado em alum ob"eto emparticular.

    3.2m estado de torpor sure na mente, mas sem ter ainda se fi!ado emalum ob"eto em particular.

    4.# mente est inquieta, ansiosa e perturbada por si mesma, mas semter ainda se fi!ado em alum ob"eto em particular.

    .# mente est com d(vida e incerte$a % incapa$ de pensar muito bem %mas sem ter ainda se fi!ado em alum ob"eto em particular. Ela est

    assim por si mesma.

    1e esses cinco -bstculos ainda esto fracos e no fluram para fora parase envolver com alum ob"eto e!terno, eles so chamados de ob"etosmentais internos.

    B.-s ob"etos mentais e!ternos v&m simplesmente de dentro'

    1.2ma ve$ que a mente fe$ surir uma sensao de dese"o, esta fluipara fora e se fi!a em ob"etos e!ternos tais como vises, sons, aromas,sabores, etc.

    2.2ma ve$ que a mente fe$ surir uma sensao de m vontade, estaflui para fora e se fi!a numa viso, som, aroma, sabor, etc. e depois

    odeia o seu ob"eto dese"ando destru%lo.

    http://www.acessoaoinsight.net/arquivo_textos_theravada/fundamentos_atencao.php#Sankharahttp://www.acessoaoinsight.net/arquivo_textos_theravada/fundamentos_atencao.php#Sankhara
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    3.# mente, " em um estado de torpor, flui para fora e se fi!a numob"eto e!terno. 2ma ve$ que tenha se fi!ado no ob"eto ela ento setorna ainda mais adormecida.

    4.# mente, " inquieta, flui para fora e se fi!a em ob"etos e!ternos taiscomo vises, sons, aromas, sabores, etc.

    .2m estado mental de incerte$a sure na mente e a mente o dei!a fluirpara fora para fi!ar%se em ob"etos e!ternos tais como vises, etc.

    *essa maneira, esses so chamadas de ob"etos mentais e!ternos. 3uandoum ob"eto mental sure primeiro na mente, este chamado de umaqualidade interna. 3uando este se inflama, fica mais forte e flui para forapara um ob"eto e!terno, chamado de qualidade e!terna.

    C.-b"etos 7entais em si mesmos' isto sinifica focar em qualquer umdos cinco -bstculos % porque todos os cinco -bstculos no aparecemno mesmo momento mental. #ssim, voc& pode escolher qualquer um dos-bstculos para focar e e!aminar. Por e!emplo, suponha que o dese"osensual tenha surido' mantenha a sua plena consci&ncia firmemente

    estabelecida no corao e use os seus poderes para referir e manter amente no fenHmeno. +o vacile e no permita que quaisquere!pectativas ou dese"os sur"am. 7antenha a sua mente firmemente nums luar. +o arraste outros ob"etos para dentro para que interfiram.>oque os seus poderes de investiao apenas na qualidade que estsurindo no momento presente. Enquanto voc& no tiver obtido uminsiht claro e verdadeiro, no abandone os seus esforos. 3uando voc&conseuir fa$er isso, estar desenvolvendo os ob"etos mentais em simesmos como um fundamento da ateno plena.

    -s ob"etos mentais mencionados acima so todos qualidadesinbeis (ausala dhamma).Elas aem como obstculos para osjhanas!oinsiht libertador e o transcendente. Portanto, se voc& quiser se libertar

    deles, primeiro voc& precisa centrar a mente firmemente em concentrao.Para ser capa$ de centrar a mente com firme$a, voc& deve desenvolver asseuintes qualidades interiormente %

    ?/ 'ampajaa$plena consci&ncia. 0enha sempre a plena consci&nciafirmemente estabelecida.

    G/ 'ati$ateno plena. 7antenha a mente se referindo firmemente aqualquer ob"eto que sur"a dentro dela. 9iie o ob"eto para mant&%lo namente) viie a mente para asseurar que ela no se desvie do seu ob"etoe que no escape para outros ob"etos. 2ma ve$ que voc& ve"a que amente e o seu ob"eto se tornaram compatveis um com o outro, use %

    F/tappa% o poder da investiao concentrada% para chear at averdade do ob"eto em questo. 1e voc& ainda no conquistou o insihtclaro e verdadeiro, no afrou!e os seus esforos. 7antenha o foco e ainvestiao at que o seu poder de discernimento este"a concentrado eforte, e voc& descubra que os ob"etos mentais % quer se"am internos,e!ternos ou em si mesmos % simplesmente surem, desvanecem e see!tinuem. +o e!iste nenhum valor permanente neles, porque todoseles so sanhata dhamma% fenHmenos condicionados % e tudo aquiloque condicionado est su"eito s verdadesdeaniccata$imperman&ncia, duhata' sofrimento, isto , difcil desuportar, e anattata$no voc&, seu, ou de qualquer outra pessoa. Elessimplesmente mudam de acordo com as condies da nature$a. +inumque possua discernimento verdadeiro ir acreditar que esses ob"etos soo eu ou alo de valor duradouro, porque essas pessoas viram que essas

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    coisas so como rodas ou enrenaens' todos que se aarram a elas soatropelados ou esmaados.

    Portanto, se voc& espera alcanar a verdadeira felicidade oferecida pelosensinamentos do 5uda, deveria tomar os tr&s ob"etos mencionadas acima efa$er com que eles se"am caractersticas permanentes do seu corao % e

    assim voc& ver com clare$a a qualidade livre de fabricaes, chamada de+o 6ondicionado (asanhata dhamma)!o *hamma verdadeiro, +ocriado, +o causado, ele simplesmente , por sua prpria nature$a. Ele nofica dando voltas, surindo e desaparecendo. - +o 6ondicionado umaparte comum da nature$a, no entanto ninum no mundo pode conhec&%lo,e!ceto aqueles que desenvolverem a virtude, concentrao e sabedoria.#ssim, se voc& sinceramente quer superar o sofrimento voc& deve trabalharpara fa$er surir o insiht claro e verdadeiro atravs dos seus prpriosesforos. 3uando voc& conseuir se manter constantemente com plenaconsci&ncia, ser capa$ de conhecer a nature$a da mente. -s seus poderesde ateno plena e investiao concentrada tero que estar firmes no seuluar, dentro de voc&, para que voc& no se"a enanado pelos ob"etos epreocupaes da mente.

    # maioria das pessoas, normalmente, no possui uma noo clara acercada sua prpria nature$a e por isso no conseue ver com clare$a ospensamentos e dese"os que surem dentro delas. 6omo resultado, elassaem e se unem aos ob"etos dos pensamentos e dese"os, dando oriem roda de renascimentos (vatta-samsara)!que fica irando, irando sem terum fim.

    #ora vou fa$er refer&ncia roda internamente' no entender a nature$aprimria da mente o ciclo das contaminaes, (ilesa vatta)!ouinorDncia, que o incio do ciclo. Csso d oriem ao ato da fabricaomental ou sntese que o ciclo da inteno e ao, (amma vatta).Csto,por sua ve$, nos condu$ a e!perimentar os ob"etos mentais e as

    preocupaes que so o ciclo da retribuio, (vipaa vatta).Portantoe!istem tr&s partes no ciclo.

    #s tr&s partes do ciclo podem ser ilustradas da seuinte forma' #inorDncia o cubo da roda. #s fabricaes mentais so os raios e aspreocupaes mentais a borda. -s ros sensoriais formam o "uo e osarreios, os ob"etos sensoriais so o boi e o condutor o nascimento,envelhecimento, enfermidade e morte. #ora, amontoe os seus pertences %as suas contaminaes % e com uma chicotada, voc& parte. - boi ir pu!%lo, condu$indo%o montanha acima e abai!o, at que no final voc& desabare ser partido em pedaos, isto , morrer.

    Por esse motivo, precisamos fa$er com que a nossa consci&ncia penetre a

    nature$a da mente no centro do ei!o, que no ira com a roda e do qual sedi$ no ter ciclos, (vivatta).3uem puder fa$er isso ir descobrir que ocaminho repentino e curto, no lento. Por e!emplo, nos tempos antios,mones e discpulos leios eram capa$es de reali$ar a Cluminao mesmosentados ao ouvir um sermo, enquanto esmolavam por comida ouenquanto encaravam um cadver. *isso podemos concluir que aps ter seimbudo com as qualidades mencionadas acima, eles focavam a suainvestiao naquele ponto em particular e alcanavam o insiht claro everdadeiro ali e naquele momento, sem ter que pu!ar para dentro ou parafora, para trs ou para frente. Eles foram capa$es de se soltarnaturalmente, sem dentro ou fora, sem vir ou ir.

    #queles que investiarem vero a verdade. #lumas pessoas cr&em que

    tero que abandonar todas as preocupaes mentais antes de comear atreinar a mente, mas a verdade que a mente normalmente deludida

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    e!atamente nesse ponto % nas suas preocupaes % e o ponto onde voc& deludido o ponto que voc& deve investiar. 1e voc& no resolver oproblema e!atamente onde voc& se delude, no creia que fuindo voc&poder se soltar. 7esmo que voc& fu"a, voc& acabar voltando e caindonas mesmas antias preocupaes uma ve$ mais.

    +o entanto, as pessoas que possuem discernimento, quer lidem com aquiloque interno ou com o que e!terno, podem fa$er surir a virtude,concentrao, sabedoria e libertao em qualquer conte!to. Elas nopossuem a noo de que o interno correto e o e!terno incorreto) que ointerno incorreto e o e!terno correto) ou de que o interno refinado e oe!terno rosseiro. 0ais opinies nunca ocorrem a pessoas com sabedoria. #sabedoria tem que ter um conhecimento abranente ou um conhecimentoeral antes que possa ser chamada de sabedoria completa. - conhecimentoabranente sinifica conhecer aquilo que interno primeiro e depois o que e!terno. - conhecimento eral sinifica conhecer aquilo que e!ternoprimeiro e depois tra$er essa consci&ncia para dentro. J por isso que elasso chamadas pessoas com discernimento. Elas so capa$es de tra$eraquilo que e!terno para dentro) aquilo que rosseiro elas podem tornar

    refinado) o passado e o futuro elas podem tra$er para o presente, porqueelas reuniram os elementos do 6aminho em medidas iuais % atenoplena, plena consci&ncia e investiao concentrada % cada uma reali$andoas suas tarefas, formando o caminho que condu$ para alm do sofrimento eestresse.

    #queles que forem capa$es de fa$er isso, sero capa$es de alcanar averdade em qualquer postura. 0udo que eles virem, ser a condio dosofrimento, (sabhava-duha), e a condio das coisas em simesmas, (sabhava-dhamma).9er as coisas dessa forma sechama+#athabhuta-ana+% compreender as coisas como elas realmenteso.

    Sum&rio

    -s quatro fundamentos da ateno plena podem ser redu$idos a dois'fenHmenos materiais e mentais ou, colocando de outra forma, corpo emente. Embora eles se"am divididos em quatro, apenas o flu!o da mente que dividido. 3uando voc& chea na ess&ncia da prtica, tudo se resumeao corpo e mente. 1e voc& realmente quiser simplificar a prtica, voc&deveria focar na investiao do corpo e depois na investiao da mente.

    1.>ocando na investiao do corpo' atente para qualquer aspecto emparticular do corpo, tal como a respirao, e ento quando voc& for capa$de mant&%la em foco com preciso, espalhe a sua ateno para observaroutros aspectos do corpo, e!aminando%os atravs de vrios Dnulos. +oentanto, enquanto voc& estiver investiando, no abandone o seu focooriinal na respirao. Permanea e!aminando as coisas at que voc&obtenha o insiht claro e verdadeiro dos aspectos do corpo e a mente fiquemais tranq4ila, calma e sutil do que inicialmente. 1e alo surir, enquantovoc& estiver investiando, no se apeue a isso de nenhuma forma.

    2.>ocando na investiao da mente' coloque a sua ateno em um pontoqualquer e mantenha essa ateno perfeitamente imvel. *epois que a sua

    mente tenha estado tranq4ila por um tempo suficiente, e!amine asmaneiras pelas quais ela muda e se move, at que voc& possa en!erarque esses movimentos, quer se"am bons ou ruins, so apenas uma

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    fabricao (sanhara).+o se permita ficar preocupado com nada que voc&venha a saber, pensar ou ver enquanto estiver e!aminando. 7antenha asua ateno no presente. 3uando voc& for capa$ de fa$er isso, a sua menteestar direcionada para a pa$ e para o insiht claro.

    Este tipo de prtica est de acordo com todos os quatro fundamentos da

    ateno plena. 3uando voc& for capa$ de fa$er isso, voc& far surir omomento mental que forma o 6aminho % e no momento em que o 6aminhosurir com fora total o momento em que voc& poder se soltar.

    1oltar%se pode ser de duas formas' ?/ 1er capa$ de se soltar de ob"etosmentais mas no da prpria mente. G/ 1er capa$ de se soltar de ambos,dos ob"etos mentais e do prprio eu.

    # capacidade de se soltar de ambos, dos ob"etos e do seu eu, o quecaracteri$a o entendimento verdadeiro. # capacidade de se soltar dosob"etos mas no do eu o que caracteri$a o entendimento falso. -entendimento verdadeiro fa$ com que voc& se solte de ambos' ele permiteque o ob"eto sia a sua prpria nature$a como um ob"eto e permite que amente sia a nature$a da mente. Em outras palavras, permite que anature$a sia o seu prprio curso. +este caso ob"eto se refere ao corpo,eu se refere ao corao. 9oc& tem que se soltar de ambos.

    3uando o seu entendimento alcanar este nvel, voc& no precisar sepreocupar muito acerca da virtude, da concentrao ou da sabedoria. #virtude, a concentrao e a sabedoria no so a nature$a da mente) nem anature$a da mente a virtude, a concentrao e a sabedoria. # virtude, aconcentrao e a sabedoria so simplesmente fenHmenos fabricados,ferramentas para a e!tino das impure$as. 3uando as impure$as foreme!tintas ento a virtude, a concentrao e a sabedoria tambmdesaparecero. # virtude, a concentrao e a sabedoria so como a ua.#s impure$as so como um inc&ndio. # mente como uma pessoa usando

    a ua para e!tinuir o inc&ndio. 3uando a ua e!tinuir as chamas, aua em si desaparecer % mas a pessoa que e!tinuiu o inc&ndio nodesaparece. - foo no a ua, a ua no o foo. # pessoa no aua, a ua no a pessoa. # pessoa no o foo, o foo no apessoa. # nature$a verdadeira da mente no a impure$a, nem a virtude,nem a concentrao e nem a sabedoria. Ela simplesmente , de acordocom a sua prpria nature$a.

    #queles que no conhecem a nature$a da verdade sustentam que a morte a aniquilao ou que nibbana a aniquilao de um tipo ou de outro. Cstono passa de um mal entendido. 7esmo aqueles que s atiniram o nvelde Mentrar na corrente$aM sabem que a verdadeira nature$a da mente no aniquilada de nenhuma forma, por isso eles possuem a convico forte e

    inabalvel, acreditando nos caminhos e nos seus frutos. Embora os seuscoraes no este"am completamente livres da mescla de impure$as, essasimpure$as no so capa$es de apaar a verdadeira nature$a dos seuscoraes % tal como um linote de ouro que caia na su"eira, embora cobertopor ela, a su"eira no poder transform%lo em outra coisa que ouro.

    Csso difere da pessoa comum, sem instruo. # mente de uma pessoacomum pode ficar pura de tempos em tempos, mas ela no permaneceassim. Ela no conseue escapar de ser tomada novamente pelasimpure$as % tal como uma faca afiada, que s permanecer assim se ficarem um banho de leo. 1e voc& colocar a faca em uso, ou esquecer debanh%la, o ao da lDmina ir se transformar em outra coisa que ao.

    Portanto, todos ns deveramos nos esforar seriamente para pelo menosQentrar na corrente$aR, pois, embora todas as qualidades que mencionei %quer se"am condicionadas,(sanhata dhamma), ou +o

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    6ondicionadas, (asanhata dhamma), I se encontrem misturadas em cadaum de ns, nenhuma delas to louvada quanto viraga dhamma$o ato dedesapeo que e!trai o +o 6ondicionado do condicionado, como o ouro e!trado do minrio bruto.

    -s ensinamentos do 5uda so sutis e profundos. #queles que no

    estiverem verdadeiramente empenhados em coloc%los em prtica no iroconhecer o seu sabor % como um pastor contratado para cuidar do rebanhode vacas, e que nunca conheceu o sabor do leite que elas produ$em.

    #ssim somos ensinados.

    Estudar conheceros te!tos,

    Praticar conheceras suas impure$as,

    #lcanar o ob"etivo conhecere se desapear.

    'loss&rio

    #s definies abai!o esto baseadas no sinificado que esses termospossuem nos escritos e sermes de #"aan :ee.

    A(i%%a)CnorDncia) falso conhecimento.

    A*atana)7eio sensorial. -s seis meios internos so o olho, ouvido, nari$,lnua, corpo e mente. -s seis meios e!ternos so os seus respectivosob"etos.

    B+aga(ant)2m epteto para o 5uda, em eral tradu$ido como#benoado ou :ouvado. #luns comentaristas no entanto, identificam arai$ etimolica da palavra em Pali como sinificando dividir e pore!tenso analisar e dessa forma o tradu$em como #nalista.

    ,+amma)Evento) fenHmeno) a forma como as coisas so em si mesmas)as suas qualidades inerentes) os princpios bsicos sub"acentes ao seucomportamento. 0ambm, princpios de comportamento que os sereshumanos deveriam seuir de forma a se encai!ar dentro da ordem naturaldas coisas) qualidades da mente que se deveria desenvolver de forma acompreender a qualidade da mente em si mesma. Pore!tenso, +dhamma+tambm usado para se referir a qualquer doutrina

    que ensine essas coisas. Portanto o *hamma do 5uda se refere tanto aosseus ensinamentos como e!peri&ncia direta da qualidade de nibbana parao qual esses ensinamentos esto direcionados.

    ,+atu)Elemento) propriedade) as propriedades elementares quecompem o corpo e a mente ' terra solide$/, ua liquide$/, foo calor/,ar eneria ou movimento/, espao e consci&ncia.

    -+ana)#bsoro meditativa em um (nico ob"eto, noo ou sensao.

    amma)#es intencionais que resultam em estados de ser e nascimento.M*vidas SammicasR so as dvidas morais que alum possui em relao aoutras pessoas, quer se"a porque representaram um fardo sendo oprincipal e!emplo a dvida para com os pais/, ou porque airam mal.

    +and+a)Partes componentes da percepo sensorial' rupadadossensoriais, apar&ncias/)vedanasensaes de pra$er, dor ou

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    indiferena/) saapercepo, rtulos, conceitos,aluses/) sanharaconstrues ou fabricaes mentais/)e vianaconsci&ncia, a pro"eo da ateno sobre os ob"etos de forma aconhec&%los com clare$a e "ul%los/.

    "agga)- caminho para a cessao do sofrimento e do estresse. -s quatro

    caminhos transcendentes % ou de prefer&ncia, um caminho com quatronveis de refinamento % so o caminho para Mentrar na corrente$aM entrarna corrente$a em direo a nibbana, que asseura o renascimento, nom!imo, sete ve$es mais/, o caminho de Mum retornoM, o caminho de MnoretornoM e o caminho do arahant. 2hala% fruto % se refere ao estado mentalque seue iimediatamente aps alcanar qualquer um desses caminhos.

    /ibbana 0nir(ana):ibertao) o desatamento da mente do dese"o, raivae deluso, das sensaes fsicas e atos mentais. 6omo este termo tambm utili$ado para se referir a apaar um foo, tambm assume a conotaode tranq4ili$ar, esfriar e pacificar. *e acordo com os conhecimentos defsica da poca do 5uda, a propriedade do foo e!iste em um estado latenteem todos os ob"etos em maior ou menor intensidade. 3uando ativada, ela

    se apea e fica presa ao seu combustvel. Enquanto ela permanecer latenteou for apaada, ela no est presa./

    San+ara)>ormaes % as foras que formam os fenHmenos, o processode formao e os fenHmenos formados % mentais ou fisicos. Em certosconte!tos este termo se refere especificamente formao depensamentos na mente. Em outros, se refere a todos oscincohandhasvide acima/.