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Fundado em 24 de fevereiro de 2007

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Fundado em 24 de fevereiro de 2007

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EditorialEditorial____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

“Seja um dos que concorrem para o melhoramento da humanidade!”

Zoroastro

s portas de 2008, encerramos mais um ano de muito trabalho, de grande aprendizado e realizações. O ano de 2007, em 24 de fevereiro, foi um marco para o Arte Real. Fundamos

nossa Revista Virtual; pouco a pouco conquistou nossos leitores pela seriedade como tratamos a cultura maçônica.

À

Fomos brindados com matérias de altíssimo nível de autores consagrados no mundo maçônico e de valorosos Irmãos, que entenderam nosso legado de incentivar o estudo e a pesquisa e nos proporcionaram verdadeiras pérolas literárias, incansavelmente, lidas em Lojas e grupos de estudos, estimulando a pesquisa e servindo de referência para criação de novas Peças de Arquitetura.

Essa edição, fechando o ano de 2007, promete por sua diversidade de temas e de matérias de Irmãos de várias partes do Brasil, o que faz do Arte Real um informativo eclético, permitindo-nos beber cristalinas águas de várias fontes da sabedoria.

Dezembro é o mês do Natal, da confraternização, dos encontros. Época de reavaliação e ajuste de rota para iniciarmos um novo ano mais estruturados em todos os aspectos. A coluna Destaques, através da matéria “Natal – Nascimento do Cristo, em Nós!”, traz a origem e a verdadeira essência do Natal; já a coluna Reflexões mostra uma Crônica, escrita por mim há alguns Natais, com uma mensagem sincera para todos os Natais vindouros.

Nossos leitores poderão, através da matéria “A Águia Bicéfala de Lagash”, de autoria do Irmão Luiz Gonzaga Venelli, entender melhor a origem e o significado desse antiqüíssimo símbolo, utilizado pelo R∴E∴A∴A∴ em seus Altos Graus.

Ninguém melhor do que o ilustre Irmão José Castellani para nos falar da Maçonaria Simbólica através de sua matéria “A Importância dos Graus Simbólicos”.

Inaugura-se uma coluna especialíssima - “Os Grandes Iniciados” - visando trazer à compreensão dos leitores Vida e Obra desses excelsos Avataras, que, ciclicamente, iluminam a face da Terra com Seus elevados ensinamentos em prol da evolução humana. E o fazemos com Zoroastro - o codificador da Fraternidade dos Magos e reformador da religião vigente em sua época.

Nossa capa, mais uma vez, tenta conscientizar nossos leitores da mudança de postura com relação aos cuidados com nosso planeta. Não podemos esperar por soluções governamentais imediatistas; cada um de nós deve fazer sua parte.

O exemplo não é a melhor maneira de conscientização, e, sim a única! Seja um dos multiplicadores dessa idéia!

Temos um encontro marcado na próxima edição!

Arte RealArte Real________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Arte Real é um informativo maçônico virtual de publicação mensal que se apresenta como o mais novo canal de informação, integração e incentivo à cultura maçônica em todo o Brasil, especialmente às Lojas do Sul de Minas de

Gerais. O

Editor Responsável: Francisco Feitosa da Fonseca.

Diagramação e Editoração Gráfica: Francisco Feitosa da Fonseca.

Revisão: João Geraldo de Freitas Camanho

Colaboradores nesta edição: Aroldo Gonçalves – Edivaldo José de Souza Ribeiro –

José Castellani – Leo Cenizi - Luiz Gonzaga Venelli.

Texto da Capa: Pensamentos do Professor Henrique José de Souza – fundador da

Sociedade Brasileira de Eubiose.

Contatos: [email protected] ou [email protected]

Empresas Patrocinadoras: Arte Fios – Aquecedores Solar Argus e Belosol – Arte Real

Software – Condomínio Recanto dos Carvalhos - CH Dedetizadora – CONCIV Construções

Civis - CFC Objetiva Auto Escola - Churrasqueiras ARKE – Lider Rio - Maqtem - Santana

Pneus – SBS Mármores e Granitos - Sul Minas Laboratório Fotográfico – Walmir Battu.

Distribuição gratuita via Internet.

Os textos editados são de inteira responsabilidade dos signatários.

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Nesta EdiçãoNesta Edição________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Texto da Capa – Pensamentos de JHS............................CapaEditorial...................................................................................2Destaque - Natal – Nascimento do Cristo, em Nós! .............3Matéria da Capa – Preservação Ambiental .........................5Os Grandes Iluminados – Zoroastro.................................. 6Trabalhos – A Águia Bicéfala de Lagash................................7

Trabalhos - A Importância dos Graus Simbólicos.................9Trabalhos - A Luz.................................................................10Trabalhos - O Templo de Salomão.......................................11Ritos Maçônicos – História do Rito Mêmphis-Misraïm....12 Reflexões – Então é Natal!...................................................14Boas Dicas – E-book /Edições Anteriores.................14

DestaquesDestaques______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Natal – Nascimento do Cristo, em Nós!Natal – Nascimento do Cristo, em Nós!Francisco Feitosa

Arte Real, através desse trabalho de pesquisa sobre as origens do Natal,

não tem a menor intenção de ofuscar, e nem mesmo conseguiria, a beleza das festas natalinas. Momentos de confraternização, onde a solidariedade, a fraternidade entre os povos estão mais em evidência. Os festejos natalinos têm um clima de harmonia e paz, remetendo-nos à interiorização e reavaliação de valores. Cabe-nos o compromisso de fazer luz sobre o que muitos ainda ignoram. Por isso, preparamos este singelo trabalho de cunho elucidativo.

O

A palavra “Natal” tem a ver com nascimento, ou aniversário natalício, em especial com o dia em que geralmente se comemora o nascimento de Jesus Cristo. Esse vocábulo não aparece na Bíblia e, também, não foi utilizado pelos primeiros apóstolos. A “Festa de Natal” não se inclui entre as festas bíblicas.

A Nova Enciclopédia Católica reconhece: "A data do nascimento de Cristo não é conhecida; os evangelhos não indicam nem o dia nem o mês". A revista católica americana U.S. Catholic diz: "É impossível separar o Natal de suas origens pagãs".

Na verdade, a festividade no mês de Natal já existia mesmo antes de o menino Jesus nascer. Durante muitos anos comemorava-se nesse período, final do mês de dezembro do atual calendário gregoriano, o solstício de inverno no hemisfério Norte, que seria o tempo em que o sol se afastava do equador e estacionava durante alguns dias, pois assim eram as noites mais frias do ano.

A celebração do Natal antecede ao Cristianismo em cerca de 2000 anos. Tudo começou com um antigo festival mesopotâmico que simbolizava a passagem de um ano para outro, o Zagmuk. Muitos povos comemoravam quando o inverno passava. Eles esperavam por dias mais longos, com mais luz do sol; essas festas eram comemoradas por doze dias.

Muito antes de Cristo, já havia, na Europa, mitos e rituais relacionados ao solstício de inverno. Na Escandinávia, em 21 de dezembro, era comemorado o Yule, ocasião em que os chefes de família queimavam grandes toras em adoração ao sol. Na Alemanha, honrava-se o temido deus Oden, que em seus vôos noturnos escolhia quem iria se dar bem e quem seria desafortunado no ano seguinte.

No Egito, celebrava-se a passagem do deus Osíris para o mundo dos mortos. Povos antigos da Grã-Bretanha também comemoravam o evento. As festividades aconteciam ao redor do monumento de Stonehenge, construído cerca de 3100 a.C. para

marcar a trajetória do Sol ao longo do ano. A construção existe até hoje.

Para os mesopotâmios, o Ano Novo representava uma grande crise. Devido à chegada do inverno, eles acreditavam que os monstros do caos enfureciam-se, e Marduk, o seu principal deus, precisava derrotá-los para preservar a continuidade da vida na Terra. O festival de Ano Novo, que durava 12 dias, era realizado para ajudar Marduk em sua batalha. A tradição dizia que o rei devia morrer no fim do ano para, ao lado de Marduk, ajudá-lo em sua luta. Para poupar o rei, um criminoso era vestido com as suas roupas e tratado com todos os privilégios do monarca; sendo morto, levava todos os pecados do povo consigo. Assim, a ordem era restabelecida.

Um ritual semelhante era realizado pelos persas e babilônios, chamado de Sacae; a versão também

contava com escravos que tomavam o lugar dos seus mestres.

A Mesopotâmia, chamada de mãe da civilização, inspirou a cultura de muitos povos, como os gregos, que englobaram as raízes do festival, celebrando a luta de Zeus contra o titã Cronos. Mais tarde, através da Grécia, o costume alcançou os romanos, sendo absorvido pelo festival chamado Saturnália (em homenagem a Saturno). A festa começava no dia 17 de dezembro e ia até o 1º de janeiro; comemorava-se o solstício do inverno. De acordo com seus cálculos, o dia 25 era a data em que o Sol se encontrava mais fraco, porém pronto para recomeçar a crescer e trazer vida às coisas da Terra.

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Durante a data, que acabou conhecida como o Dia do Nascimento do Sol Invicto, as escolas eram fechadas e ninguém trabalhava. Eram realizadas festas nas ruas, grandes jantares eram oferecidos aos amigos e árvores verdes - ornamentadas com galhos de loureiros e iluminadas por muitas velas - enfeitavam as salas para espantar os maus espíritos da escuridão. Os mesmos objetos eram usados para presentear uns aos outros.

Na origem, as comemorações festivas do ciclo natalino vêm do final da Idade Antiga, quando a Igreja Católica introduziu o Natal em substituição a uma festa mais antiga do Império Romano, a festa do deus Mitra, que anunciava a volta do Sol em pleno inverno do hemisfério Norte. A adoração a Mitra, divindade persa que se aliou ao sol para obter calor e luz em benefício das plantas, foi introduzida em Roma no último século antes de Cristo, tornando-se uma das religiões mais populares do Império.

Até os primeiros três séculos da Era Cristã, a humanidade não celebrava o Natal como conhecemos hoje. Foi preciso que o Império Romano adotasse o Cristianismo como religião oficial, no século IV. A partir desse momento, a Igreja passou a conferir significados católicos para as tradições e os simbolismos pagãos. Foi a apropriação destes cultos, sobretudo o de Mitra, que acabou gerando o nosso Natal, com a data de nascimento de Cristo sendo celebrada no dia 25 de dezembro.

A data conhecida pelos primeiros cristãos foi fixada pelo Papa Júlio I para o nascimento de Jesus Cristo, como uma forma de atrair o interesse da população. Pouco a pouco, o sentido cristão modelou e reinterpretou o Natal na forma e intenção. Conta a Bíblia que um anjo anunciou para Maria que ela daria à luz a Jesus, o filho de Deus. Na véspera do nascimento, o casal viajou de Nazaré para Belém, chegando na noite de Natal.

A maior parte dos historiadores afirma que o primeiro Natal, como conhecemos hoje, foi celebrado no ano 336 d.C.. A troca de presentes passou a simbolizar as ofertas feitas pelos três Reis magos ao menino Jesus, assim como outros rituais também foram adaptados.

Mas nem sempre e nem em todos os lugares, o Natal foi uma festa familiar e de paz. Na Inglaterra, no século 17, a data era sinônimo de bagunça: costumava-se eleger um indivíduo desocupado como "Lord da Baderna", e, sob suas ordens, os pobres iam às casas dos ricos para exigirem a melhor comida e bebida. Quem não fornecesse, era ameaçado e tinha sua casa atacada violentamente. Era tal o pavor das famílias com a proximidade do Natal, que a comemoração chegou a ser proibida durante vários anos pelos britânicos.

Na América, o Natal só começou a ser comemorado no século 19, época de desemprego e luta de classes, prevalecendo o violento modelo de comemoração inglês. As brigas de gangues em Nova Iorque atingiram seu auge na época natalina, levando o Conselho Municipal a criar, em 1828, a primeira força policial da cidade, que surgiu com a missão específica de combater os conflitos de Natal.

Mais recentemente, atendidos os interesses católicos, o nascimento de Jesus passou a servir ao novo poder mundial: o capitalismo. Data máxima do marketing e do comércio a partir do século 20, o Natal desde então arrasta multidões aos shoppings e supermercados, em obediência à ordem suprema da publicidade para o consumo desenfreado e irracional. A mensagem é tentadora: compre e será feliz!

Estudiosos afirmam que a figura do bom velhinho foi inspirada num bispo chamado Nicolau, que nasceu na Turquia em 280 d.C. O bispo, homem de bom coração, costumava ajudar as pessoas pobres, deixando saquinhos com moedas próximos às chaminés das casas.

Foi transformado em santo (São Nicolau) após várias pessoas relatarem milagres atribuídos a ele. A associação da imagem de São Nicolau ao Natal aconteceu na Alemanha e espalhou-se pelo mundo em pouco tempo. Nos Estados Unidos, ganhou o nome de Santa Claus; no Brasil, de Papai Noel; em Portugal, de Pai Natal.

Até o final do século XIX, o Papai Noel era representado com uma roupa de inverno na cor marrom. Porém, em 1881, uma campanha publicitária da Coca-Cola mostrou o bom velhinho com uma roupa, também de inverno, nas cores vermelha e branca (as cores do refrigerante) e com um gorro vermelho com pompom branco. A campanha publicitária fez um grande sucesso, e a nova imagem do Papai Noel espalhou-se rapidamente pelo mundo.

Por interesses comerciais, foram introduzindo-se novos hábitos de consumo para essa comemoração. Comer peru no Natal surgiu em

Plymouth, Massachusetts, nos EUA, em 1621. Nesse ano, no Dia de Ação de Graças, serviu-se peru selvagem, criado pelos índios mexicanos, como prato principal. Os espanhóis o levaram para a Europa por volta do século 16. Nessa época eram servidos gansos, cisnes e pavões, aves nobres. O peru, além de ser mais barato, ganha peso mais facilmente.

O surgimento do panetone é atribuído ao mestre-cuca Gian Galeazzo Visconti, que o teria preparado para uma festa, em 1395. O costume de comer panetones em ceias de Natal nasceu em Milão. Depois, tomou conta da Itália e, daí, ganhou todo o mundo.

A Igreja católica sempre deu muita importância para o valor da música. As primeiras canções natalinas datam do século IV e são cantadas até hoje na véspera de Natal. Já o costume de montar presépios, embora de origem hebraica, surgiu com São Francisco de Assis, que pediu a um homem chamado Giovanni Villita que criasse o primeiro. São Francisco, então, celebrou uma missa em frente daquele presépio, inspirando devoção a todos que a ela assistiam. Foi em Nápoles, na Itália, no século XVIII, que esse hábito cresceu. Os presépios eram montados na sala das casas, com figuras de barro e madeira.

No mundo, milhões de famílias celebram o Natal ao redor de uma árvore. A árvore, símbolo da vida, é uma tradição mais antiga do que o próprio Cristianismo, e não é exclusiva de uma só religião. Muito antes de existir o Natal, os egípcios traziam galhos verdes de palmeiras para dentro de suas casas, no dia mais curto do ano, em dezembro, como um símbolo de triunfo da vida sobre a morte.

Já o costume de ornamentar a árvore pode ter surgido do hábito que os druidas tinham de decorar velhos carvalhos com maçãs douradas, para as festividades desse mesmo dia do ano.

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A primeira referência a uma " Árvore de Natal" é do século XVI. Na Alemanha, famílias ricas e pobres decoravam árvores com papel colorido, frutas e doces. Essa tradição se espalhou pela Europa e chegou aos Estados Unidos pelos colonizadores alemães. Logo, a árvore de Natal passou a ser popular em todo o mundo.

A prática de enviar cartões de Natal surgiu na Inglaterra, no ano de 1843. Em 1849, os primeiros cartões populares de Natal começaram a ser vendidos por um artista inglês chamado William Egly.

A guirlanda, às vezes conhecida por “coroa de Natal” é memorial de consagração. Em grego é “stephano”, em latim “corona”, podendo ser entendida como enfeite, oferenda, oferta para funerais, celebração memorial aos deuses, à vitalidade do mundo vegetal, às vítimas que eram sacrificadas aos deuses pagãos, aos esportes etc. Significa um “Adorno de Chamamento” e, conseqüentemente, é porta de entrada de deuses. Razão pela qual, em geral, coloca-se a guirlanda nas portas, como sinal de boas vindas! A Bíblia não faz qualquer menção de uso de “guirlanda” no nascimento de Jesus. Só existe uma na Bíblia, feita por Roma para colocar na cabeça de Jesus no dia de sua morte, mas com espinhos , símbolo de escárnio!

Muito embora o Natal tenha sua origem bem anterior ao nascimento de Jeoshua Ben Pandira – o Jesus bíblico - e o Cristianismo, não conseguindo refrear as comemorações das

festas tradicionais pagãs, tenha, inteligente e gradualmente, adotado a data como o nascimento do Mestre Jesus, isso em nada fere a essência da comemoração.

Natal é para comemorarmos o nascimento do Cristo sim, mas dentro de nós - na manjedoura de nosso coração! O que devemos é pautar nossos passos baseados em seus excelsos ensinamentos: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por Mim!”

Ninguém ascenderá em evolução em direção à Casa do Pai, se não encontrar seu Cristo interno, se não iniciar uma ação, ou melhor, uma Iniciação, semeando Amor em seu coração e, conscientemente, alimentando o Fogo Interno – kundaline - a ponto de transformá-lo em Luz.

A mensagem do Natal nada mais é que uma proposta de renascimento de cada um; mas

não em carne, mas em espírito.Nesse Natal, comemore, sim, o nascimento do Cristo,

porém dentro de você! Feliz Natal!!!

Matéria da CapaMatéria da Capa______________________________________________________________________________________________________________________________

Preservação Ambiental – O Planeta Implora por Cuidados!*Preservação Ambiental – O Planeta Implora por Cuidados!*studos sobre a preservação ambiental e cuidados com nosso planeta, sempre, apontam resultados

catastróficos, se continuarmos a manter a mesma relação com os problemas ambientais, com os quais convivemos. É fato que o custo do modelo econômico, buscando um crescimento rápido e ilimitado, gera na natureza, uma insustentabilidade e imprevisibilidade com relação aos impactos tecnológicos e de poluição sobre o meio ambiente.

E

Para cada um desses impactos, teremos de conviver com a resposta natural do planeta. Para cada ação do SER HUMANO, uma VERDADE NATURAL poderá ser vislumbrada. Assim, se, de um lado, o homem é RESPONSÁVEL pela devastação, planos de desenvolvimento não-conciliados com o impacto ambiental, extração de recursos de forma predatória, queimadas irresponsáveis, desperdício e mau uso de recursos naturais, falta de respeito pelo SER HUMANO e outros, a natureza irá responder com o desequilíbrio da biodiversidade e do nosso ecossistema, o aumento de populações dizimadas pela fome ou por catástrofes naturais, a violência dos centros urbanos, a escassez de recursos naturais, os resíduos do lixo que se transformam em entulhos, poluindo rios e trazendo doenças etc.

Soma-se, a esse quadro, a relação da camada de ozônio e a elevação da temperatura da Terra. A

mudança de clima do nosso planeta, que traz o aquecimento global, será, ainda neste século, uma das maiores causas de desastres ambientais. As conclusões de cientistas do mundo todo são alarmantes. Em todo o mundo, inundações e secas serão as situações mais graves, além de um possível colapso na agricultura, da escassez maciça de água, da redução da cobertura

florestal e da disseminação de novas doenças.

Embora cientes de que, nos últimos anos, felizmente, possamos registrar um aumento no sentimento de co-responsabilidade, cidadania e consciência ecológica, o que incrementa o sentido de se pertencer à HUMANIDADE com objetivos em comum, ultrapassando o paradigma da sobrevivência e acenando pelo desejo de se poder viver de forma plena, em um novo modelo, estamos ainda muito longe de um mundo IDEAL.

Salvaguardar nosso planeta e assegurar condições de desenvolvimento, ligadas à evolução do ser humano, são pontos que poderão mudar o cenário para as futuras gerações. É preciso, no entanto, começar a agir. Toda a difusão nas áreas de comunicação e informações, permeando os mais variados temas sobre o SER PLANETÁRIO, deve ser incentivada. Precisamos colocar em prática ações que neutralizem o efeito do desequilíbrio em cadeia, sob pena de destruirmos nosso mundo.

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COMO PRESERVAR OS RECURSOS NATURAIS DO NOSSO PLANETA

Todo e qualquer programa, que possa ser desenvolvido com um objetivo legítimo de desenvolvimento sustentável, consciente, voltado para a preservação ambiental, deve ser colocado em prática. Para tanto, todas as ações são bem- -vindas, principalmente, se levarmos em conta que nossa dependência do meio é enorme.

O que cada um pode fazer em sua casa, sua comunidade, pode ser muito simples, no entanto, torna-se essencial reforçarmos o movimento natural que começa a aparecer. Assim, participe de programas de preservação ambiental, não derrube árvores e, somente, compre móveis de madeiras certificadas, prefira os alimentos naturais, não compre animais da fauna silvestre brasileira e comece, em sua casa, a coleta seletiva, procurando, sempre, reciclar papéis e utilizar produtos e outros bens de consumo elaborados a partir de material reciclado.

Estude o meio ambiente, ajude a preservar entendendo melhor sobre o plantio e conservação de árvores. Sabemos que esses são alguns dos fatores, mas são essas ações que irão ajudar a conscientização individual e nos poderão fazer sentir e respeitar a natureza. É importante ter em mente que podemos, em conjunto, transformar nossa TERRA em um lugar mais apropriado para a VIDA de nossos filhos, no futuro.

Precisamos estar cientes de que o meio ambiente nunca esteve tão ameaçado como agora. A intensidade de destruição dos recursos naturais pede ações imediatas. Desmatamento, queimadas, exploração irracional e ilegal de minérios, caça e pesca predatórias estão alterando nosso planeta. O que irá restar para nossos filhos e netos?

É buscando uma resposta para esse momento que decidimos escolher como um dos temas de nossas Campanhas Educativas o Plantio de Árvores. O que vamos abordar a

seguir, é o passo a passo para o plantio e conservação de árvores. Esse ato tão simples pode contribuir sobremaneira para o aumento de áreas verdes e melhor qualidade de vida em nossas cidades.

Visando dar nossa contribuição para esse momento, entendemos que implementar um programa de PLANTIO DE ÁRVORES é um começo. Outros projetos já estão sendo programados para aumentar a sensibilização e conscientização de nossa população. Até lá, para ampliar as ações do programa e ganhar eco em diversos pontos das nossas cidades e seus arredores, esperamos contar com a população como um dos principais agentes de transformação do meio que a cerca. Todo cidadão pode contribuir com uma ação direta e/ou com o apoio a ações que valorizem os espaços verdes, o respeito às características locais, bem como a adequação / integração à região.

*compilação do site www.projetoplantar.org.br

Os Grandes IniciadosOs Grandes Iniciados__________________________________________________________________________________________________________

ZoroastroZoroastroFrancisco Feitosa

nauguramos, a partir desta edição, a coluna “Os Grandes Iniciados” que visa trazer a luz a vida e a Obra de excelsos Seres,

manifestação terrena da Divindade, enfatizando o trabalho oculto da Grande Fraternidade Branca em prol da evolução humana.

IEsses Seres, os Avataras,

periodicamente, por força da LEI, em sacrifício à humanidade, ou melhor, em Sacro-Ofício, manifestam-se no plano terreno a fim de transmitir as novas diretrizes evolucionais. Não importando a época ou o local de sua aparição, os Avataras são os portadores da Sabedoria Iniciática das Idades e, de ciclo em ciclo, semeiam novos ensinamentos e arrebanham aqueles que atingiram o percentual de consciência necessário para tornar-se a semente de uma nova civilização.

Esse processo acontece ao longo da história da humanidade sob o jargão de “muitos serão chamados, porém poucos serão os escolhidos”.

A fim de incrementarmos o estudo e a pesquisa sobre esses excelsos Seres, muitos deles citados em nossas instruções maçônicas, tanto no simbolismo como, principalmente, nos graus filosóficos, iniciaremos a coluna abordando sobre a vida e a Obra de Zoroastro ou, se preferirem assim chamar, como os persas,

Zaratustra. Estaremos disponibilizando aos nossos leitores apenas

fragmentos da vida e Obra dos Grandes Iniciados, com o objetivo de estimular o estudo mais profundo e completo,

utilizando-nos da máxima: “a dúvida é a semente da pesquisa!”

Os persas atribuem o Avesta - Conjunto de textos sagrados primitivos dos povos iranianos, de que se originou o Masdeísmo – ao arquiprofeta Zoroastro ou Zaratustra, seu nome persa, o codificador da Fraternidade dos Magos e reformador da religião vigente em sua época.

Parece que o nome, com que o conhecem, era, nas civilizações assírio-babilônicas, o título que usava o Sumo Sacerdote, o Supremo Hierofante dos mistérios iniciáticos, sempre consagrado à divindade que os presidia. Assim, Zoro Ishtar, “consagrado a Ishtar”, entre os caldeus, originado de Guru-Astara (adorador do sol), posteriormente corrompido para Goro_Astara, lembrando os

Goros ou Lamas Perfeitos, que cercam o Rei do Mundo em Asgardi, como ensinam as tradições mongólicas, e daí Zoro-Astara ou Zoroastro. Por isso, Porfírio se refere a Zaradas, mestre de Pitágoras, que é o Zar-ad ou Na-zar-ad, o Nazar primitivo, ou o Nazaruam persa, o ancião dos Dias.

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Todos os pontífices (construtores de pontes entre o mundo das ilusões e o

espiritual) tomam esse nome, e somente isso mostra a razão de os vários clássicos falarem em

Zoroastro como tendo vivido em épocas diversas.

Eudóxio de Cnido diz ter Ele vivido 6000 anos antes de Platão; Teopompo de Quios, no-lo descreve 5000 anos antes da guerra

de Tróia; Beroso fá-lo nascer 2200 anos antes de Cristo e fundar uma

dinastia médica em Babilônia; Xantus de Lídia acha que ele Ele veio ao mundo

600 anos antes de Xerxes; para Aristóteles, floresceu 600 anos antes de Cristo, enquanto que Hermipio de Alexandria dá-lhe por mestre Azonach (Azonach, o deus Azon) e tendo existido 5000 anos antes da tomada de Tróia.

É óbvio que esses autores descrevem alguns dos mais conspícuos Zoro-astros, que guiaram os povos do Iran.

Profeta e filósofo árabe, nascido na região de Ragha, também, dita Ragae ou Rai, perto de Teerã, na Pérsia, hoje no Irã, fundador do Zoroastrismo, antigo sistema religioso-filosófico monoteísta, que parte do postulado básico de uma contradição entre o bem e o mal, inerente a todos os elementos do universo, praticamente substituído pelo Islamismo, deixando influência em religiões como o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo, como a fé em uma divindade suprema, criadora e guia absoluta do universo, e sua permanente luta contra o reino do mal e suas entidades demoníacas.

De família nobre, sua origem étnica e cultural estava ligada ao povo ária, que se estabeleceu ao norte da península Indostânica e Planalto Persa, caracterizado por ter sido um povo nômade, que, por volta de um milênio e meio antes de Cristo, sofreu um processo de sedentarização, formando pequenos reinos nas regiões mencionadas.

O Zoroastrismo nasceu da sua revelação em Sogdiana, no reino de Bactriana ou Karezmia, uma região que corresponde ao leste do Irã, Afeganistão e Turquemenistão. Tinha, então, cerca de 30 anos, sendo que, desde os 14, vivia como místico, a partir de sete visões por ele contadas, que reformaram a proto-religião conhecida como Mazdeísmo, religião dos adoradores de Mazda.

Perseguido inicialmente pelos príncipes e sacerdotes, manteve-se firme em seus ensinamentos e, dois anos depois, com ajuda de um primo recém-convertido, conseguiu influenciar o Rei Vishtaspa, que se tornou um fervoroso

seguidor de sua fé. Isso foi o início da verdadeira difusão dos seus ensinamentos e de uma grande reforma religiosa. Logo, em seguida, a corte real seguiu os passos do Rei, e, mais tarde, o Zoroastrismo tornou-se a religião oficial da nação persa.

Sua obra é conhecida através dos Gathas, textos arcaicos mencionados em textos contemporâneos conhecidos como Yashts, que contêm vários elementos de religiões populares do antigo Irã. Todos fazem parte do Avesta tardio com grande influência dos magos, que introduziram elementos do Zervanismo, divisão sectária do Zoroastrismo, surgida na dinastia Sassânida e defensora da idéia do princípio superior ao mundo, causa de tudo o que existe, e Mitraísmo, culto ao deus Mithra, divindade solar do povo ária, associado ao Zoroastrismo, porém não mencionado nos Gathas.

Conta a tradição que, aos 77 anos de idade, foi martirizado por fanáticos sacerdotes da velha religião, integrantes das hordas tirânicas de Arjasp, enquanto se encontrava orando em frente ao fogo sagrado de um templo, em Bakhdi, também dita Bactrae, e por ocasião de uma guerra religiosa, provocada pelo rei dos infiéis, Argataspa. No reinado de Dario I (550-486 a. C.), redigiu-se o Avesta ou Zend-Avesta, o livro sagrado do Zoroastrismo, após a adoção como religião oficial pelos aquemênidas.

Em minhas pesquisas sobre Zoroastro, jamais encontrei qualquer referência ao que diz a terceira instrução do primeiro Grau: “os AAp∴MM∴ trabalham do meio-dia à meia-noite, uma homenagem a um dos primeiros instituidores dos Mistérios, Zoroastro, que reunia, secretamente seus discípulos ao meio-dia e terminava seus trabalhos à meia-noite, por um ágape fraternal”. Peço a nossos leitores que, se tiverem fontes de pesquisas, tratando desse assunto, que forneçam- nas a mim .

Na próxima edição, falaremos sobre Yesus Krishna – a mais bela manifestação da Divindade – 3.500 a.C.

TrabalhosTrabalhos____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

A Águia Bicéfala de LagashA Águia Bicéfala de LagashLuiz Gonzaga Venelli

Arte Real (Maçonaria) é uma Ordem antiga que promulga seu sistema de moral através

de alegorias, sinais e símbolos. Alguns símbolos adquiriram tal vigor, que até o não-iniciado sabe que os mesmos se referem à Maçonaria. O esquadro e o compasso são exemplos. Pessoas, com um pouco de cultura, reconhecem-nos como símbolos da Maçonaria. Não sabem, e só o iniciado sabe, que, pela disposição deles, existe um significado intrínseco. A águia bicéfala está

A em um outro patamar, onde somente os mais atentos percebem quando ela é símbolo maçônico. Muito se tem escrito sobre ela, porém, quando são feitas específicas perguntas, as respostas são curtas e não-precisas. Atualmente, estamos em melhor situação porque temos uma mudança na pesquisa maçônica, gerada pelo crescimento das comunicações com acesso a fontes e facilidade na troca de informações.

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No Freemasons' Guide and Compendium de Bernard E. Jones edição revisada de 1956 e reimpressão de 1970, às páginas 324/325, há o seguinte texto, similar ao de inúmeras enciclopédias, que diz: "W.J.Chetwode Crawley lembra-nos que, nas fundações de um templo, construído cerca de 3000 a.C., isto é, cerca de 2000 anos antes da construção do Templo de Salomão, foram encontradas duas placas de terracota com inscrições, detalhando como a construção havia sido ordenada e iniciada. Essas placas foram ali depositadas, quando do lançamento da pedra fundamental do templo, por Gudea, governador de Lagash na Babilônia. As inscrições dos cilindros impressas nas mesmas incluíam um esboço de um "pássaro da tormenta", representado por uma águia com duas cabeças, hoje, usada como símbolo do Rito Escocês Antigo e Aceito. Perto do sítio, onde estava o templo em referência, foi também encontrada uma fina estátua de Gudea , ...". As enciclopédias maçônicas de Coil e Mackey apresentam um texto semelhante, provavelmente, usado como fonte por Bernard Jones. A cidade de Lagash está situada ao sudoeste da Babilônia, entre os rios Tigre e Eufrates, perto da moderna cidade de Shatra no Iraque, um antigo centro de artes, de literatura e militar, com imensa força política. Dos sumerianos, esse símbolo passou para o povo de Akkad. Posteriormente, foi usado por muitas tribos e grupos de nações. Sabe-se que Marius, Cônsul Romano, em 102 a.C., por decreto, indicou a águia bicéfala como símbolo da Roma Imperial. O Dr. Albert Merz, 33º, afirma, em artigo publicado no NEW AGE (Scottish Rite Journal) de março de 1959, que O Sagrado Império Romano, em 414 a.C., tinha a águia bicéfala em seus selos, simbolizando a unidade e universalidade do Império.

Nos compêndios de heráldica, encontramos a águia bicéfala e acreditamos que, como resultado da presença dos cruzados no Oriente, foi trazida como símbolo para os Imperadores do Oriente e do Ocidente, cujos sucessores foram, nos últimos tempos, os habsburgos e os romanovs, em cujas moedas ela aparece sistematicamente, sendo copiada pela maioria das "Cidades Livres da Europa", principalmente as da Alemanha, e como emblema no Império Oriental da união de Bizâncio com Constantino. Podemos encontrá-la em alto relevo na porta principal da Igreja Ortodoxa Oriental na cidade de São Paulo.

É provável que a águia bicéfala tenha sido usada como símbolo maçônico desde o 12º século. Já as evidências disponíveis indicam ter sido usada pela Maçonaria em 1758, após a criação do Conselho de Imperadores do Oriente e do Ocidente em Paris. Era parte do Rito de Perfeição, do antigo Rito dos vinte e cinco graus, evoluindo em grande parte para o sistema Escocês. Não existe dúvida relativa ao uso da águia bicéfala pelo Supremo Conselho, 33º, Jurisdição Sul dos USA,

desde 1801.Os sucessores do Conselho de Imperadores do

Ocidente e do Oriente são os vários Supremos Conselhos do Grau 33º, espalhados pelo mundo, que herdaram a insígnia do emblema pessoal de Frederico, o Grande, considerado como o primeiro Soberano Grande Comendador do Rito Escocês Antigo e Aceito, conferindo ao Rito o direito de usá-la em 1786. (Sic.) simultaneamente, adotou (acrescentou) mais sete

graus (Aceitos) aos vinte e cinco conhecidos (Antigos), chegando-se, então, a trinta e dois graus Antigos e Aceitos. A esses graus foi acrescentado o Grau governativo do Rito de número trinta e três.

Observa-se que os Supremos Conselhos, que tinham laços com a grande Loja da Inglaterra, têm, em seus selos, a águia com as asas para cima, conquanto os supremos conselhos, que tinham laços com a Grande Loja da França, têm, em seus selos, a águia com as asas voltadas para baixo. Existe esse padrão, seja ele intencional ou não.

O fato de a águia estar representada com as asas abertas para cima ou para baixo é uma

questão diretamente relacionada ao desenho do selo por um Supremo Conselho em particular, como resultante do gosto artístico de cada povo, preferindo uns o estilo clássico, copiando a natureza, enquanto outros dão preferência à representação marcial. A Águia Bicéfala de Lagash é o mais antigo emblema do mundo e nenhuma outra figura pode gabar-se desta antigüidade.

Como símbolo do Rito escocês Antigo e Aceito, a Águia Bicéfala de Lagash tem suas asas abertas e coroada (encimada) pela coroa da Prússia. Suas garras estão pousadas em uma espada desembainhada, que tem uma fita como ornamento, serpenteando-a desde seu punho até a extremidade da lâmina contendo a divisa:

" DEUS MEUMQUE JUS " - (DEUS E O MEU DIREITO)

Nota do Editor:

Em complemento à excelente matéria de nosso Irmão Luiz Venelli, acrescentamos nossa interpretação no sentido iniciático desse símbolo: com relação à representação do mesmo notamos que a águia é um pássaro altaneiro de visão privilegiada e expressa a Mente Universal pela onisciência, de tudo e de todos. Esse símbolo de duas cabeças, ligado à Iniciação, expressa o objetivo a que se propõem todas as verdadeiras escolas de iniciação do presente ciclo: servir de ponte, ligando as duas cabeças ( mente concreta e mente abstrata) para conquista e o domínio de nosso 5º princípio, o Eu superior.

O Soberano Grande Comendador é o próprio pontífice - aquele que constrói pontes - expressão da Cruz que se apõe a sua assinatura. A ponte é gradualmente construída pelos excelsos ensinamentos do Rito e proporciona aos estudiosos transpor do mundo material (mente concreta) para o mundo espiritual (mente abstrata), representado pelas duas cabeças da águia.

A espada - arma de dois fios - presa em suas potentes garras representa, ao mesmo tempo, a Força, para se combater os inimigos da verdade, e a Sabedoria, para se poder, acima de tudo, fazer valer a justiça, o que faz valer a tradução da inscrição na fita, em latim: “Deus e o Meu Direito”. A cor púrpura é muito utilizada por várias religiões e escolas de iniciação do oriente, expressando a junção das energias cósmica (Fohat - verde) e telúrica (Kundaline – vermelho), formando o púrpura, cor do equilíbrio perfeito e da realização.

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A Importância dos Graus SimbólicosA Importância dos Graus SimbólicosJosé Castellani

s três graus simbólicos, Aprendiz, Companheiro e Mestre, comuns a todos os ritos maçônicos, representam a essência

total de toda a doutrina moral da Maçonaria.O

Na primitiva Franco-Maçonaria, formada pelas organizações de ofício, só existiam os Aprendizes; e os mestres-de-obras eram escolhidos entre os mais experientes Aprendizes. O grau de Companheiro seria criado já nos primórdios da Maçonaria dos Aceitos - também chamada, impropriamente, de Especulativa - no século XVII; e essa era a situação, quando da fundação, a 24 de junho de 1717, da Premier Grand Lodge, de Londres, a primeira do sistema ocidencial. O grau de Mestre seria criado em 1725, mas só introduzido em 1738, pela Grande Loja Londrina. A partir daí, iria concretizar-se a totalidade da doutrina moral e da mística da instituição maçônica.

Os três graus simbólicos, síntese do universo maçônico, mostram a evolução racional da espécie humana, ou seja: intuição (Aprendiz), análise (Companheiro) e síntese (Mestre). O Aprendiz, ainda inexperiente, embora guiado pelos Mestres, realiza o seu trabalho de forma praticamente empírica, através da intuição, apenas, representando o alvorecer das civilizações, dominadas pelo empirismo; o Companheiro, já tendo um método de trabalho analítico e ordenado, simboliza uma mais avançada fase da evolução da mente humana, enquanto o Mestre, juntando, através da síntese, tudo o que está disperso, para a conclusão final da obra, representa o caminho derradeiro da mente, na busca da perfeição.

Simbolicamente, nesses três graus, os maçons dedicam-se à construção do templo de Jerusalém, símbolo das obras perfeitas dedicadas a Deus, de acordo com a concepção da Ordem dos Templários, criada em 1118 e regida pelos estatutos idealizados por São Bernardo. A construção do templo, no caso, representa a construção moral e ética do iniciado. Para a concretização desse simbolismo, a Maçonaria criou a lenda do terceiro grau, de forte cunho moral, segundo a qual havia um arquiteto, Hiram Abif ("Hiram, meu pai"), que fora enviado ao rei Salomão por Hiram, rei da cidade fenícia de Tiro, para ser o mestre das obras do templo ; isso, evidentemente, é pura lenda, pois, Hiram Abif era, simplesmente, um entalhador de metais. Diz, também, a lenda que Hiram dividia os seus obreiros, de acordo com suas aptidões, em graus --- Aprendiz, Companheiro e Mestre --- dando-lhes a oportunidade de progredir, pelo seu trabalho. Embora isso, também, seja lenda, pois não havia Maçonaria na época da construção do Templo de Jerusalém e nem graus de Companheiro e Mestre (embora alguns ingênuos acreditem nisso), mostra duas lições morais: a cada um, segundo as suas aptidões, e a cada um, segundo os seus méritos. Hiram, a personificação da Sabedoria, acabaria sendo morto pela personificação de vícios degradantes, a inveja, a cobiça e a ignorância, representadas em três Companheiros, que, sem os méritos, procuravam ser Mestres, a qualquer custo (o que também é apenas lenda, e não realidade).

Esses traços gerais da lenda - cujo desenvolvimento e cujas minúcias são reservadas aos iniciados no terceiro grau - mostram que o maçom, ao atingir o grau de Mestre, já deve possuir a plenitude do conhecimento iniciático, moral, social e metafísico, necessário e pertinente aos objetivos da Ordem maçônica,

restando-lhe, então, o trabalho constante, na busca da perfeição nunca atingida, mas sempre perseguida, pois ela é o estímulo perene na vida do ser humano.

Terá, então, o Mestre a humildade de se prostrar perante os grandes mistérios da vida e os insondáveis escaninhos da Natureza, despojando-se de todas as vaidades, incluindo-se, entre elas, a busca desvairada dos galardões, símbolos da fatuidade, e a

busca da ascensão a qualquer custo, numa escala que quase nunca reflete um conhecimento apreciável e um desejável mérito pessoal. Deverá, então, o Mestre lembrar-se, sempre, de que a verdadeira beleza é a interior, mesmo que o exterior não seja coruscante e não brilhe em faíscas de ouro e prata, pois o maçom, o verdadeiro maçom, integral, é um Mestre por suas qualidades mentais e espirituais, e não por sua posição na escala, ou por seus vistosos paramentos. O “hábito não faz o monge”, diz a velha sabedoria

popular, e se pode até acrescentar que um muar ajaezado de ouro nunca poderá ser confundido com um corcel de alta linhagem.

Na Loja Simbólica, verdadeira e única essência da Maçonaria universal, o iniciado percorre um longo caminho, desde as trevas do Ocidente até à luz do Oriente, tendo o seu lugar de acordo com as suas aptidões e a sua ascensão de acordo com os seus méritos. Sua ascensão não deverá, nunca, ser devida a favores pessoais, a apadrinhamentos, a rapapés e bajulações, ou ao poder corruptor dos metais, expedientes, esses, tão comuns na sociedade, em geral, mas excluídos dos templos da verdadeira Maçonaria, desde os seus primórdios, nos velhos tempos em que só existiam Aprendizes e Companheiros, que usavam um simples avental de couro, símbolo humilde do trabalho, sem as riquezas flamejantes de uma nababesca farrambamba.

Acham muitos maçons desavisados que os graus simbólicos são secundários e representam um mero apêndice da maçonaria, uma etapa primária e elementar, um trampolim para grandes escaladas, quando, na realidade, é basilar e relevante sua importância, a ponto de eles constituírem, segundo consenso, a "pura Maçonaria" pois, como alicerces de toda a estrutura maçônica universal, nada mais existiria de maçônico sem eles, restando apenas as honorificências, de que o mundo não-maçônico é tão prenhe.

Do livro "Liturgia e Ritualística do Grau de Mestre Maçom"

Editora A Gazeta Maçônica - 1987

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A LuzA LuzE disse Deus: ”faça-se a Luz, e a Luz foi feita...”

Aroldo Gonçalves luz é, para a Maçonaria, o mais importante de todos os símbolos. É o símbolo da verdade e da sabedoria. E, nisto, a

Arte Real segue os passos do mais antigo sentimento religioso, pois a luz sempre foi considerada como objeto da realização e concretização das metas principais dos antigos mistérios.

A

Castellani afirma que a luz "figuradamente designa ilustração, esclarecimento, o que esclarece o espírito, claridade intelectual. A luz, não a material, mas a do intelecto e da razão, é a meta máxima do iniciado maçom, que vindo das trevas do Ocidente, caminha em direção ao Oriente, onde reina o sol, havendo, aí, sem dúvida, uma influência dos mitos solares da antigüidade, principalmente o de Mitra (persa) e o de Apolo (grego). Graças a essa busca da verdade, do conhecimento, da razão, é que os maçons autodenominam-se "Filhos da Luz"; e talvez não tenha sido por acaso que a Maçonaria, em sua forma atual, a dos aceitos, nasceu no Século das Luzes, o século XVIII".

É do oriente, que, todas as manhãs, a luz jorra magnífica. O sol, luz e vida da Terra, brilha igualmente sobre todos, sem distinção de raças, de cores ou de credos. Os maçons sabem que o Oriente, fonte da luz material, é um dos símbolos da Arte Real, pois eles percebem que a Ordem contém, em seu bojo, a pura luz da verdade.

E, se, no mundo físico, a luz do sol é a grande dádiva da natureza, vivificadora distribuição de energia e fonte de vida, também, isto acontece no mundo espiritual e no mundo moral. Quando a noite intelectual, nos tempos primitivos, pairava por sobre o mundo, do antigo sacerdócio, que vivia no Oriente, a grande lição sobre Deus, a natureza e a humanidade foi primeiramente emanada, e, dirigindo-se para o Ocidente, revelou ao homem seu destino futuro e sua dependência de um poder superior.

Era a luz vivificadora do Espírito que, do Oriente, esparzia luminosidade através dos sábios persas, gregos, árabes e judeus, modificando inteiramente a visão dos que buscavam e ainda buscam o saber, na ânsia incontida de encontrar a verdade. Daí porque luz - sinônimo do conhecimento e da verdade - se contrapõe às trevas - sinônimo da ignorância, da mentira e da falsidade.

Em todos os antigos mistérios religiosos, a luz era o que todos buscavam, tal qual, hoje, na Maçonaria.

Entre os egípcios, Osíris, a principal divindade, era o nome do sol. Entre os hindus, as três manifestações de sua divindade suprema - Brahma, Shiva, Vishnu - eram os símbolos do sol: Brahma, o sol no nascente; Shiva, o sol no zênite; Vishnu, o sol no poente.

Além disso, "a roda solar”, como arma de Vishnu, como símbolo Chakravartin e como a lei que o Buda pôs em movimento, procede, por sua vez, de um simbolismo solar antiqüíssimo e muito difundido. Luiz XIV da França imitou a fórmula, chamando a si mesmo de Rei Sol. “O sol, luz e vida do mundo, brilha igualmente sobre todos nós” (Henrich Zimmer, Filosofia das Índias).

A significação emblemática da luz, na Maçonaria, está presente em todos os Graus e em todos os Ritos. Em todos os sistemas antigos, essa reverência pela luz, como símbolo da verdade, era predominante. Nos mistérios de todas as Nações, o candidato passava, durante suas iniciações, por cenas de mais profunda escuridão e, por fim, terminava suas provas pela entrada

num santuário esplendidamente iluminado, onde lhe diziam que tinha alcançado a luz pura e perfeita e onde recebiam as instruções necessárias para investi-lo do conhecimento da Verdade Divina, cuja consecução fora o objeto de todos os seus trabalhos, e cujo fornecimento constituía o desígnio da ordem em que fora iniciado.

Quando o candidato diz querer ver a luz, imerso em profunda escuridão, não está implorando a luz física, mas a superior, a saber, para que possa, iluminando os caminhos da sua

inteligência e do seu espírito, buscar outra vida, através da qual possa transformar-se em outro homem, passando de profano a maçom.

O que busca, realmente, é aquela luminosidade que lhe dissipará a escuridão da ignorância moral e mental, colocando-lhe, diante dos olhos da inteligência, as verdades maravilhosas da filosofia e da ciência, cujos ensinamentos se consubstanciam na grande meta da Maçonaria.

O sol, a lua, a estrela flamejante, as luzes, que iluminam os altares, ali, com uma significação muito além daquela que lhes emprestamos no mundo material.

Se a luz material nos informa, através de nossa visão, tudo o que existe ao nosso redor, há outras formas de luz que nos proporcionam uma visão de muito maior valor para a nossa vida, o caminho da existência espiritual, que haveremos de percorrer, como, por exemplo, a luz da inteligência, que, na Maçonaria, é representada simbolicamente pela estrela flamejante, representação do homem, de suas faculdades e sentidos. Essa é a luz que nos faz enxergar os problemas interiores e os meios para enfrentá-los e, às vezes, corrigi-los ou vencê-los. A luz da inteligência é aquela que ilumina o mundo interior da consciência e da razão. Podemos chamá-la de luz espiritual.

Necessário é que não desfitemos os olhos de uma terceira luz, talvez mais importante que as duas primeiras: A Luz Divina.

É preciso que o maçom lance mão de todos os seus esforços, de todos os meios, que a Maçonaria lhe oferece para conseguir iluminar o seu interior. Com o trabalho e o estudo diuturnos, ele alcançará aquela claridade indicadora do seu progresso intelectual e, sobretudo, moral, e estará cumprindo fielmente as metas que a Arte Real lhe traçou: através do esforço de cada maçom em busca do seu aperfeiçoamento interior, conseguir-se-á o progresso moral e espiritual da humanidade.

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O Templo de SalomãoO Templo de SalomãoEdivaldo José de Souza

Templo de Salomão foi o primeiro construído na cidade de Jerusalém, capital de Judá (sul de

Israel), pelo rei Salomão, no ano 957 a.C., no local chamado de Monte Moriah. Esse local foi determinado por seu pai, o rei Davi. O Templo foi protegido por uma grande muralha. Para a sua construção, o rei Salomão pediu ajuda ao rei Hiram, de Tiro, capital da Fenícia (Líbano), que, por sua vez, incumbiu o arquiteto Hiram Abif de ser o empreendedor de tamanha obra. O magnífico Templo era considerado como a Morada de uma Divina Presença, o “Shekhinah”.

O

Constituído de uma sala principal chamada “O Santuário”, encontravam-se ali três conjuntos importantes de objetos para os rituais: os candelabros, a mesa dos pães, e o altar de ouro para os perfumes. Numa área atrás do altar principal, ficava a sala "Sagrado dos Sagrados", e na porta de entrada, duas enormes figuras de Querubins. Dentro dessa sala, estavam alguns elementos do Tabernáculo de Moisés, dentre eles a Arca da Aliança ou Arca Sagrada, que continha as tábuas com os Dez Mandamentos. A Arca era um conjunto de três caixas, sendo duas de ouro e uma de madeira, colocadas uma dentro da outra.

Abaixo da edificação, existiam inúmeros túneis e câmaras, as quais, entre várias funções, poderiam ser usadas para esconder a Arca da Aliança, caso houvesse uma eventual invasão. No entanto, o paradeiro dessa Relíquia até hoje permanece desconhecido.

Quando construiu esse Templo, o próprio rei Salomão profetizara que um dia ele seria destruído. Confirmando sua previsão, a cidade e o templo foram arrasados no ano 586 a.C., pelo exército de Nabucodonosor, rei da Babilônia (região do Iraque), que deportou milhares de hebreus (judeus) vivendo no local, para a Babilônia. Cinco décadas depois, o rei Ciro, da Pérsia (Irã), conquistou a Babilônia e permitiu então que os

hebreus retornassem a Jerusalém. Logo, um segundo Templo foi construído no ano 515

a.C., no mesmo local que o primeiro, sob a direção de Zorobabel, mas também, foi demolido em definitivo, quando da construção de um terceiro, construído na mesma plataforma que os anteriores, e conhecido como Templo de Herodes. O término dessa edificação, provavelmente, ocorreu na última década que antecedeu o nascimento de Jesus. Todavia, no ano 70, já na era cristã, novamente, foi destruído, dessa vez, pelos romanos, sob o comando do Imperador Tito. Os romanos pouparam apenas parte do muro ocidental, hoje, conhecido como O Muro das Lamentações e considerado pelos judeus como um local sagrado de oração.

Existe, inclusive, uma prece em que os judeus imploram pela reconstrução do mesmo. Uma parte da comunidade judaica acredita que um próximo venha tomar forma novamente, não mais pelas mãos do homem, mas sim pela Vontade Divina. Segundo os rabinos, “os textos sagrados dizem que a Morada de Deus só poderá ressurgir das Mãos do Messias”. De acordo com a previsão deles, “ninguém sabe exatamente quando Ele estará entre nós”.

A história iniciática aponta que a construção do Templo de Salomão, seu canteiro de obras, suas lendas e seu simbolismo se tornariam, mais tarde, o arquétipo utilizado pela Maçonaria Especulativa, como base da tradição maçônica e de seus ensinamentos. O espaço arquitetônico dos templos maçônicos são inspirados nesse Templo.

”...poderá ressurgir das Mãos do Messias”. De acordo com a previsão deles, “ninguém sabe exatamente quando Ele estará entre nós”. Diríamos nós: ele já veio e fundou uma nova Jerusalém, erguendo nela majestoso Templo dedicado ao Supremo Arquiteto do Universo, em sua manifestação cíclica avatárica. Porém, sem muralha alguma e sob a égide de uma Nova Era.

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Ritos MaçônicosRitos Maçônicos__________________________________________________________________________________________________________________________________

História do Rito de Mêmphis-Misraïm*História do Rito de Mêmphis-Misraïm*Francisco Feitosa

istoricamente, essa Obediência Maçônica, que comemorou seu bicentenário em 1988, originou-se quando dois ritos -

o de Mêmphis e o de Misraïm - foram fundidos em 1881, por Giuseppi Garibaldi, que se tornou o seu primeiro Grão-Mestre. O Rito de Misraïm tinha sido fundado em Veneza, em 1788. Sua filiação veio através de Cagliostro, que lhe confiou o grau mais baixo (primeiro) da Grande Loja da Inglaterra e os mais altos, da Maçonaria Templária alemã. O Rito de Memphis foi constituído em Montauban, em 1815, por maçons que tinham tomado parte na campanha do Egito, com Napoleão Bonaparte, em 1799. A esses dois ritos, foram acrescentados graus iniciáticos que vieram de obediências esotéricas do Séc. XVIII: o Rito Primitivo, o Rito dos Philadelphos, etc.

H

Durante o Século XIX, os Carbonários recrutaram membros nas Lojas Misraïm e Mêmphis. Eles tinham numerosas lojas na França e alguns de seus dignitários foram pessoas influentes, como o Duque Decazeo e o Conde Muraire, ambos Grandes Comendadores do Rito Escocês.

Na França, a obediência é o local de encontro dos maçons que compartilham uma atração por esoterismo, hermeticismo, simbolismo, etc. Há cerca de 90 lojas, na França, sem contar as oficinas dos graus elevados. Nessas oficinas, há algumas centenas de membros, entre os quais se encontram maçons de todas as obediências que são mais qualificados no campo do esoterismo. Alguns são, mesmo, membros da administração de outras organizações ainda mais secretas.

O Rito de Mêmphis-Misraïm perpetua a tradição de adesão aos princípios de tolerância e liberdade de pensamento, que o tornaram o refúgio e local de recrutamento dos Carbonários, durante o Reino do Terror Branco, no Século XIX.

O Rito de Misraïm A primeira menção ao Rito ocorreu em Veneza, em 1788,

quando um grupo de socinianos (uma seita Protestante antitrinitarista) solicitou a patente de uma constituição a Cagliostro, que estava, então, em Trieste (ele veio a Veneza e ficou por seis semanas). Eles não queriam participar dos seus rituais mágico-cabalísticos; por isso, escolheram o Rito Templário para trabalhar.

Portanto, Cagliostro conferiu-lhes sua única Luz Maçônica. Ele tinha os primeiros três graus da Maçonaria Inglesa e os graus superiores da Maçonaria Alemã, que era fortemente influenciada pela tradição templária. O nome Misraïm é o plural de egípcio, a única reminiscência desse rito egípcio, que deu sua personalidade como obediência. Ele se espalhou rapidamente para Milão, Gênova, Nápoles e apareceu na França, com Michel Bedarride, que recebera o Grão-Mestrado (poderes máximos), em 1810, em Nápoles, de B. DeLasalle. De 1810 a 1813, os três irmãos Bedarride desenvolveram, com sucesso, o rito na França, quase sob a proteção do Rito Escocês. Realmente, ele contou com ilustres maçons na sua administração: o Conde de Muraire, Soberano Grande Comendador do Rito Escocês Antigo e Aceito; o Duque de Decazeo; o Duque de Saxe-Weimar; o Duque de Leicester; o Tenente-General de Teste, etc.

Durante o Reino do Terror Branco, o Rito de Misraïm se tornou a obediência, que transmitia o terceiro grau, exigido aos Carbonários; esse grupo tinha, então, 22 lojas em Paris, 6 em Lion, 6 em Metz, 5 em Toulouse, 3 em Bordeaux, 3 em Genebra, 3 em Lausane e 1 em Couriray. A polícia da restauração conseguiu a sua dissolução porque era anticlerical e anti-realeza

ferrenho. Depois de estar na clandestinidade por 18 anos, foi restaurado em 1838 e novamente dissolvido em 1841. Novamente, emergindo dos subterrâneos em 1848, o Rito de Misraïm evoluiu até fundir-se com o Rito de Mêmphis, em 1881, o que foi uma realização de Garibaldi.

O Rito de Mêmphis A maioria dos membros que acompanharam Napoleão

Bonaparte na Campanha do Egito eram maçons pertencentes aos antigos ritos iniciáticos: Philaletes, Irmãos Africanos, o Rito Primitivo. E todos pertenciam ao Grande Oriente de França. Tendo descoberto, no Cairo, um remanescente hermético-gnóstico e, no Líbano, a Maçonaria Drusa, que Gérard de Nerval também havia encontrado, e remontando à maçonaria operativa, que acompanhou seus protetores, os Templários, Irmãos da Campanha do Egito, decidiram renunciar a sua filiação à Grande Loja da Inglaterra e recomeçar com um novo rito, que nada ficaria a dever à Inglaterra, à época, o inimigo número 1. Assim nasceu o Rito de Mêmphis, em 1815, em Montauban, sob a direção de Samuel Harris e Marconis de Négre.

Quando o Rito de Misraïm reagrupou os Jacobitas, que estavam nostálgicos da República, e os Carbonários, o Rito de Mêmphis reagrupou, rapidamente, os semi-retirados do ex- grande exército e os bonapartistas fiéis à Águia. Além disso, os dois ritos tinham o mesmo Grão-Mestre, em 1816, um prelúdio à futura fusão. Mas o Grande Oriente era monarquista na sua maioria, o seu selo ostentava a Flor-de-Lis e teve sucesso na dissolução do Rito de Mêmphis. Entretanto, isso não durou muito; em 1826, este rito retomou seu trabalho novamente, dentro do mesmo Grande Oriente. Dissolvido em 1841, tal como o de Misraïm, o Rito de Mêmphis se tornou clandestino e voltou dos subterrâneos apenas em 1848, com o advento da república. Dissolvido novamente em 1850, foi reativado em 1853, unindo-se ao Grande Oriente em 1862, obrigado a isso por uma decisão do Príncipe-Presidente. Com numerosas lojas no exterior, ele tinha pessoas ilustres em seus quadros, tais como Louis Blanc e Garibaldi, que logo se tornaria o unificador dos ritos de Mêmphis e Misraïm.

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O Rito de Mêmphis-Misraïm

Os ritos de Mêmphis e Misraïm, até 1881, seguiram caminhos paralelos e até concordantes, no mesmo clima particular. De fato, ambos os ritos começaram a reagrupar maçons do Grande Oriente de França e do Rito Escocês Antigo e Aceito, que estavam interessados em estudos do simbolismo esotérico maçônico: Gnose, Cabala e, até mesmo, hermetismo e ocultismo. Agora, esses dois ritos eram os depositários das antigas obediências iniciáticas do Século XVIII: o rito de Philatenes, o Rito de Philadelphia, o Rito Primitivo etc., e tudo isso representado, no Rito de Misraïm, por 90 graus e, no de Memphis, por 95 graus. Como administrar e utilizar esse conjunto tão heterogêneo? Quando Garibaldi foi indicado como Grão-Mestre Internacional ad vitam (os irmãos no exterior não haviam sofrido perseguições políticas como as que ocorreram na França), foi feita uma espécie de classificação não-hierárquica, a princípio, mas que, rapidamente, assim se tornou. De fato, os 95 graus do Rito de Mêmphis-Misraïm deveriam ser considerados um ambulatório dos restos dos velhos ritos maçônicos, que não eram mais praticados, ou o eram muito pouco, e não como uma escala de valores. Além disso, os acordos de 1863, com o Grande Oriente de França, e de 1886, com a Grande Loja do Rito Escocês, que se tornaria a Grande Loja da França, falam, apenas, dos clássicos 33 graus (Ritos de Perfeição, seguidos pelo Rito Escocês Antigo e Aceito).

As Oficinas dos graus mais elevados do Rito de Mêmphis-Misraïm devem trabalhar: o 4º Grau (Mestre Secreto); o 9º Grau (Mestre Eleito dos Nove); o 13º Grau (Real Arco); o 14º Grau (Grande Eleito da Sagrada Abóbada); 0 18º Grau (Cavaleiro Rosa-Cruz); o 28º Grau (Cavaleiro do Sol); o 30º Grau (Cavaleiro de Kadosh); o 32º Grau (Príncipe do Real Segredo) e o 33º Grau (Soberano Grande Inspetor Geral). O 66º Grau (Patriarca Grande Consagrador) somente é conferido a alguns Irmãos que poderiam ser convocados como Consagradores, e certa preparação é exigida. Alguns o compararam a uma Consagração Episcopal. Os Graus 87, 88, 89 e 90 englobam o que os livros mencionam como Arcana Arcanorum (os Arcanos dos Arcanos). Os que são admitidos até o Grau 95 se convertem em protetores e conservadores do Rito, como o seu nome indica: Patriarca Grande Conservador. É entre eles que o Grão-Mestre Internacional escolhe os membros, que servirão no Soberano Santuário Internacional, corpo governante supremo do Rito.

Além disso, os graus 66, 90 e 95 podem ser conferidos a Maçons como recompensa pelo seu valor, seus conhecimentos e sua fidelidade; o Grau 95 lhes confere o direito de ter assento no Conselho de Sábios, na sua qualidade de Grande Conservador do Rito.

Outros graus, tais como o Real Arco, não são obrigatórios e são deixados à escolha dos Irmãos. A sagração como cavaleiro é transmitida a alguns Irmãos com o Grau 20 (Cavaleiro Templário ou Cavaleiro do Templo), derivados diretamente da Antiga e Estrita Observância Templária e dos Cavaleiros Beneficentes da Cidade Sagrada de Jean-Baptiste Willermoz.

As lojas do Rito de Mêmphis-Misraïm trabalham no Rito Egípcio; sobre os seus altares, são acrescentados, ao

compasso e esquadro, a régua, símbolo do Grande Arquiteto do Universo e da Divina Lei. Esse rito

deu origem ao chamado rito Francês ou Moderno, também utilizado em algumas lojas do rito Mêmphis-Misraïm.

Desde março de 1960, o Presidente do Conselho Nacional eleito assegura a administração de todas as lojas azuis do rito, na França e nos países associados. Em 10 de

maio de 1991, a obediência francesa foi admitida no C∴L∴I∴P∴S∴A∴S∴ (Centre of

Liaison and Information of the Masonic Powers – Centro de Ligação e Informação das Potências

Maçônicas, signatária da reunião de Estrasburgo), registrando, dessa forma, a sua ação ao lado da maçonaria liberal européia.

O Rito de Mêmphis-Misraïm perpetua sua tradição de fidelidade aos princípios democráticos e às ciências iniciáticas.

O Rito de Mêmphis-Misraïm foi trazido ao Brasil em 1989 e se foi estruturando até completar a sua pirâmide em 1996. Ele trabalha como potência independente, em nível nacional, e está ligado aos outros países por uma Coordenação Internacional. A Grande Loja Simbólica do Brasil reune lojas masculinas, femininas e mistas. Ela se filia ao Soberano Santuário do Brasil, que é a potência para todos os graus filosóficos, herméticos e esotéricos. O nome completo do rito é Rito Antigo e Primitivo Mêmphis-Misraïm. Seus graus são: simbólicos, do 1º ao 3º (aprendiz, companheiro e mestre); filosóficos, do 4º ao 33º; e herméticos ou esotéricos, do 34º ao 95º.

*Compilada de publicações da Grande Loja do Brasil para o Rito Antigo e Primitivo de Mêmphis-Misraïm, Porto Alegre, RS.

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Projetos e Obras Civis – Laudos PericiaisIr∴HAMILTON S. SILVEIRAENGENHEIRO CIVIL GEOTÉCNICO

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ReflexõesReflexões__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Então é Natal!Então é Natal!Francisco Feitosa

Sacrossanto dia de presentes e de mesas fartas. De bicicletas e rabanadas, onde os gritos de alegria se confundem com os fogos de artifício que iluminam a Noite Feliz.

Então, sim, é Natal!Do abraço forte, das confraternizações,

dos reencontros e de tantas emoções.Sim, é verdade, é Natal!O amigo que, oculto, se revela presente

em presentes. Dessa troca de objetos pré-escolhidos; mais que o presente, vale o carinho que o embrulha.

Veja! É o Natal!....As músicas agora são bem outras

conhecidas. Os ritmos se consolidam nas batidas dos corações de todos os presentes. Sim, é o Espírito do Natal!

Abracemos nossos vizinhos e telefonemos para toda a nossa lista de amigos e parentes. E-mail’s? Claro! Passemos para todos, desejando um Feliz Dia, afinal é Natal!!!!!

Claro, façamos desse dia um dia especial! Por quê? Porque é Natal.

Então gostaria de te lançar um desafio: por que não fazermos do ano inteiro um só Natal?

Por que não permitirmos que esse espírito de fraternidade, que invade as nossas casas nessa noite, passe a ser a essência do dia-a-dia em nossos lares? Que tal abraçarmos nossos vizinhos e amigos com o mesmo entusiasmo, também, nos outros dias do ano?

Afinal, quem disse que é proibido fazer rabanadas fora do Natal?

Por que não deixarmos de ser “o amigo oculto”, para sermos o amigo presente?

Por que o carinho que embrulha nossos presentes não pode ser o próprio presente, bastando estar manifestado em nossos atos, pensamentos e palavras?

Esse ritmo coracional, aferido pelo diapasão do Natal, poderia ser a trilha sonora de todos os dias!

Utopia? Bem, vale a pena sonhar!Mas por que não aproveitarmos essa energia Divina que nos

envolve no dia de Natal, e fazermos um esforço para que isso possa, pelo menos um pouquinho, tornar-se realidade?

O que eu quero te dizer e, também, desejar-te é que o espírito natalino seja o perfume a incensar todos os teus dias; que a Estrela Natalina, que orientou os 3 Reis Magos, seja para ti o farol a te guiar na busca do seu “Deus interior” na manjedoura do teu coração; que a essência do Natal seja um eterno renascer de evolução espiritual, conduzindo-te de volta “à Casa do Pai”.

Façamos um 2008 de Natais diários, deixando que o Cristo Jesus nasça dentro de nós através dos ensinamentos por Ele deixados, há mais de 2000 anos. Comecemos por ....“Amar ao próximo...”, o mandamento maior, eternizado no Sermão da Montanha.

Então será a plenitude do Natal preenchendo o vazio de nossas vidas.

Que a Luz Divinal nesse Natal, também, invada nossos corações e mentes e nos guie nos excelsos caminhos do Amor, da Paz e da Harmonia Universal.

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