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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE PALMAS MESTRADO EM CIÊNCIAS DO AMBIENTE WEILAN GOMES DA PAIXÃO MELO DISTRIBUIÇÃO BIOGEOGRÁFICA DE LEVEDURAS ASSOCIADAS A EXSUDADOS DE CALOPHYLLUM BRASILIENSE (CLUSIACEAE), EM ÁREAS DE ECÓTONO DA PLANÍCIE DO ARAGUAIA -TO PALMAS-TO 2009

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINSCAMPUS UNIVERSITÁRIO DE PALMAS

MESTRADO EM CIÊNCIAS DO AMBIENTE

WEILAN GOMES DA PAIXÃO MELO

DISTRIBUIÇÃO BIOGEOGRÁFICA DE LEVEDURAS ASSOCIADAS

A EXSUDADOS DE CALOPHYLLUM BRASILIENSE (CLUSIACEAE),

EM ÁREAS DE ECÓTONO DA PLANÍCIE DO ARAGUAIA -TO

PALMAS-TO

2009

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WEILAN GOMES DA PAIXÃO MELO

DISTRIBUIÇÃO BIOGEOGRÁFICA DE LEVEDURAS ASSOCIADAS

A EXSUDADOS DE CALOPHYLLUM BRASILIENSE (CLUSIACEAE),

EM ÁREAS DE ECÓTONO DA PLANÍCIE DO ARAGUAIA -TO

PALMAS-TO

2009

Dissertação apresentada ao curso de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente da Universidade Federal do Tocantins, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ciências do Ambiente.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Paula Benevides deMorais

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)Biblioteca da Universidade Federal do Tocantins

Campus Universitário de Palmas

Bibliotecário: Paulo Roberto Moreira de AlmeidaCRB-2 / 1118

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – A reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio deste documento é autorizado desde que citada a fonte. A violação dos direitos do autor (Lei nº 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.

M528d Melo, Weilan Gomes Paixão

Distribuição Biogeográfica de Leveduras Associadas a Exsudados de Calophyllum brasiliense (Clusiaceae), em Áreas de Ecótono da Planície do Araguaia – TO/Weilan Gomes da Paixão Melo –Palmas, 2009. 72 p.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Tocantins, Curso de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente, 2009.

Orientadora: Profª. Drª. Paula Benevides de Morais.

1. Biogeografia 2. Leveduras 3. Planície do Araguaia. I. Título.

CDD 628

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TERMO DE APROVAÇÃO

WEILAN GOMES DA PAIXÃO MELO

DISTRIBUIÇÃO BIOGEOGRÁFICA DE LEVEDURAS ASSOCIADAS A EXSUDADOS DE CALOPHYLLUM BRASILIENSE (CLUSIACEAE), EM ÁREAS

DE ECÓTONO DA PLANÍCIE DO ARAGUAIA –TO

Dissertação apresentada e aprovada ao Programa de Pós-graduação em Ciências do Ambiente da Fundação Universidade Federal do Tocantins – PGCIAMB/UFT, como requisito parcial para obtenção do título de mestre, pela seguinte banca examinadora:

Prof.ª Dr.ª Paula Benevides de Morais – OrientadoraUniversidade Federal do Tocantins – UFT

Prof. Dr. Luiz Henrique RosaUniversidade Federal de Minas Gerais – UFMG

Prof. Dr. Raphael Sanzio PimentaUniversidade Federal do Tocantins – UFT

Palmas, 23 de Março de 2009

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À minha mãe Marineide, minhas irmãs Wilma e Wélita, pelo amor, confiança e incentivo.

Dedico

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AGRADECIMENTOS

À Deus por me iluminar em todos os dias da minha vida;

À Drª. Paula Benevides de Morais, pela orientação, oportunidade, apoio, amizade carinho e

ensinamentos durante todos esses anos;

Ao Prof. Dr. Carlos Rosa, que tão gentilmente nos ajudou com a identificação dos

microrganismos;

Ao Dr. Raphael Pimenta e a Drª. Ana Kleiber pelos ensinamentos e apoio em diversas

ocasiões;

Ao Dr. Waldesse Piragé e Msc. Rodney Viana, pela contribuição em algumas análises;

À Cristiane Martins, técnica do Laboratório, mas principalmente amiga, que não mediu

esforços na execução deste trabalho;

À minha mãe e minhas irmãs que, mesmo de longe, me deram força e determinação para

que eu não desistisse em nenhum momento;

Às minhas queridas amigas, que são a extensão da minha família: Denise, Laciene, Fran e

Zenilde. E em especial a Denise por tão sincera amizade, pelo companheirismo, pela

atenção, preocupação, pelas trocas de idéias;

À todos os meus amigos do LAMBIO: Fran, Laciene, Denise, Deusiano, Cristiane, João

Vitor, Renata, Fabrício, Amaraina, Thalyne, Bruna, Camila, Gabriel, Clesio, Gisele,

Thiago, Licia, Anelise, Alexandre, Daiane, Jil-Vanny, Danielle, Luciano, Gustavo, Francis.

Por tornar os trabalhos tão agradáveis e descontraídos, meu muito obrigado;

À meu amigo e motorista da universidade, Alberico Rocha. Obrigada pela paciência e

experiência nas coletas;

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À todos que contribuíram com as coletas de microrganismos: Cristiano, João, Eduardo,

Alberico, Silvia, Tatiana, Clesio, Samir, Vicente, Jil, Dani, Fran, Ana, Renata,

Thalyne...Obrigada pela colaboração;

Ao curso de mestrado em Ciências do Ambiente por me proporcionar esta chance de

crescimento;

Aos professores do Mestrado em Ciências do Ambiente, pelos conhecimentos passados;

Aos colegas de mestrado, fica aqui a saudade da nossa convivência;

Ao DAAD, Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico, pela concessão da bolsa de estudo;

A todos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste trabalho.

“Ser irmão é entrelaçar os destinos e ouvir a voz do semelhante que chama, que pede, que

reclama e que chora. Ser irmão é ser feliz com a felicidade do outro, é rir com as alegrias

do próximo e ser solidário nas boas e nas más horas da vida”. A vocês, meus

irmãos/amigos, minha gratidão de coração!

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"É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar;

é melhor tentar, ainda que em vão, que sentar-se fazendo nada até o final.

Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias tristes em casa me esconder.

Prefiro ser feliz, embora louco, que em conformidade viver ..."

Martin Luther King

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS.......................................................................................................x

LISTA DE FIGURAS.......................................................................................................x

LISTA DE ANEXOS.......................................................................................................xi

LISTA DE SÍMBOLOS..................................................................................................xi

RESUMO........................................................................................................................xii

ABSTRACT..................................................................................................................xiii

1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................1

2 REVISÃO DE LITERATURA....................................................................................3

2.1 BIOGEOGRAFIA........................................................................................................3

2.2 FRAGMENTAÇAO FLORESTAL.............................................................................4

2.3 IPUCAS........................................................................................................................5

2.4 CALOPHYLLUM BRASILIENSE CAMBESS.............................................................6

2.5 EXSUDADO VEGETAL.............................................................................................9

2.6 LEVEDURAS.............................................................................................................10

2.7 RAPD (Random Amplified Polymorphic DNA)..........................................................14

3 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................................17

3.1 Localização da área de estudo ....................................................................................17

3.2 Estimativa do padrão de distribuição espacial para C. brasiliense e comunidades de

leveduras...........................................................................................................................18

3.3 Coleta das amostras.....................................................................................................19

3.4 Isolamento de leveduras, descrição morfológica e purificação...................................19

3.5 Armazenamento...........................................................................................................20

3.6 Caracterização fisiológica e identificação dos isolados...............................................20

3.6.1 Assimilação de Carboidratos.....................................................................................21

3.6.2 Assimilação de Compostos Nitrogenados.................................................................21

3.6.3 Assimilação de Compostos Amilóides e Osmotolerância.........................................21

3.6.4 Teste para Diferenciação de Basidiomicetos (DBB).................................................22

3.6.5 Produção de Ácidos...................................................................................................22

3.6.6 Teste de Fermentação................................................................................................22

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3.6.7 Tolerância a altas temperaturas.................................................................................23

3.7 Utilização da técnica de RAPD-PCR...........................................................................24

3.8 Sequenciamento do rDNA...........................................................................................25

3.9 Comparação das comunidades de leveduras................................................................25

3.10 Índice de diversidade de leveduras de C. brasiliense................................................25

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................................26

4.1 Distribuição espacial do C. brasiliense Camb. e comunidades de leveduras..............26

4.2 Inventario taxonômico das leveduras associadas a exsudados de C. brasiliense........28

4.3 Perfil fisiológico das leveduras de exsudado de C. brasiliense...................................34

4.4 Identificação presuntiva dos isolados de leveduras.....................................................39

4.5 Utilização da técnica de RAPD....................................................................................41

4.6 Diversidade de leveduras.............................................................................................45

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................49

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................51

ANEXOS...........................................................................................................................64

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 - Número de amostras e isolados de leveduras de exsudado de Calophyllum brasiliense na área de estudo................................................................................................. 28

Tabela 02 - Leveduras isoladas de exsudados de Calophyllum brasiliense em três áreas da Planície do Araguaia- TO. ..................................................................................................... 32

Tabela 03 - Perfil fisiológico de cada comunidade de leveduras de exsudado de C. brasiliense nas áreas estudadas ............................................................................................. 34

Tabela 04 - Perfil de assimilação (%) de todas as espécies de leveduras de exsudado de C. brasiliense nas três áreas. ...................................................................................................... 36

Tabela 05 - Espécies de leveduras agrupadas em clusters e números de isolados por cluster............................................................................................................................................... 44

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Fragmento florestal natural – Ipuca: A – Ipuca em Campo limpo; B – Ipuca em área de pastagem...................................................................................................................... 6

Figura 2- A: Árvore de Calophyllum brasiliense; B: Calophyllum brasiliense em floração.. 7

Figura 3 – Exsudado vegetal liberado de algumas plantas.................................................... 10

Figura 4: Mapa de localização das áreas estudadas............................................................... 17

Figura 5: Parcelas marcadas entre as árvores de Calophyllum brasiliense ........................... 18

Figura 6: A: Árvores de C. brasiliense marcadas e numeradas, B: coleta dos exsudados .... 19

Figura 7: Características morfológicas das leveduras ........................................................... 20

Figura 8: Assimilação de carboidratos. Metodologia da Réplica platting. ........................... 21

Figura 9: Formação de halo de hidrólise (seta) ..................................................................... 22

Figura 10: Exemplo de fermentação, gás capturado nos tubos de Durhan (seta).................. 23

Figura 11: Cartão de Wickerham - Escala de avaliação de concentração celular, indicando a forma comparativa (TOSTA, 2004). ..................................................................................... 24

Figura 12. Distribuição de Calophyllum brasiliense e comunidades de leveduras nas três áreas estudadas (Pi 1,0 - distribuição aleatória; 1,0 Pi 1,5 - tendência ao agrupamento; e Pi 1,5 – distribuição agrupada). ...................................................................................... 27

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Figura 13: Porcentagem de gêneros de leveduras isolados de Calophyllum brasiliense ...... 29

Figura 14 – Distribuição das espécies de leveduras de exsudado de Calophyllum brasiliensepor área de ocorrência............................................................................................................ 39

Figura 15 - Dendrograma gerado a partir dos dados de similaridade genética de isolados de leveduras de C. brasiliense por meio de marcadores RAPD................................................. 43

Figura 16 – Índice de diversidade de espécies de leveduras de Calophyllum brasiliense. ... 46

Figura 17 - Área 01: A- Borda da Ipuca, B- Interior e C- Varjão sujo e campo de murundus............................................................................................................................................... 47

LISTA DE ANEXOS

Anexo A – Meios de cultura utilizados..................................................................................64

Anexo B - Listagem com a identificação das leveduras ascomicéticas de exsudados de C.

brasiliense, área de isolamento e árvore em que foi obtido o isolado....................................69

Anexo C - Listagem com a identificação das leveduras basidiomicéticas de exsudados de C.

brasiliense, área de isolamento e árvore em que foi obtido o isolado....................................71

LISTA DE SÍMBOLOS

% - Porcentagem (por cento)m - Metrom2 - Metro quadradomm - milímetros °C - Graus Celsiusµl - microlitrosml - MililitromM - milimolarµg - Microgramaμm - MicrometrosL - Litromg - Miligrama mg/L - Miligrama por litrog - Gramash. - Horap/v - Peso por volumepH - Potencial HidrogeniônicoKm - Quilômetros

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RESUMO

Este trabalho teve como objetivo verificar a biogeografia da comunidade de leveduras associadas a exsudados da espécie vegetal Calophyllum brasiliense (Clusiaceae) em três áreas no mosaico ecotonal da Planície do Araguaia – Tocantins. Foram realizadas quatro coletas entre os meses de março a junho de 2008 em que foram obtidos 156 amostras e 173 isolados de leveduras. Os isolados foram submetidos a identificação polifásica que incluiu testes fisiológicos e morfologia celular, RAPD e confirmação de identidade por sequenciamento do domínio variável D1/D2 da subunidade maior do rDNA e a região espaçadora interna de transcrição gene 5.8S. A distribuição das leveduras ocorreu de forma agregada em todas as áreas, enquanto C. brasiliense apresentou distribuição aleatória na Área 01, um fragmento florestal natural – Ipuca, limitado por áreas de varjão (campo) limpo e sujo e considerada área nativa com baixa perturbação; aleatória na Área 02, uma Ipuca ainda em formação com poucos indivíduos adultos e muitos jovens, limitada por áreas de pastagens. E com tendência ao agregamento na Área 03, um fragmento que está em formação, possui pouca interferência antrópica com médias semelhantes de jovens e adultose encontra-se relativamente isolado. Entre 173 isolados pertencentes a 62 espécies as mais freqüentes nas três áreas foram Candida parapsilosis, C. naeodendra, Kodamaea ohmeri ePichia guilliermondii, sendo que C. naeodendra, Cr. laurentii e P. guilliermondii foram mais freqüentes na Área 01; C. guilliermondii var. guilliermondii, C. naeodendra, C. parapsilosis e K. ohmeri na Área 02 e C. guilliermondii var. membranifaciens, C. parapsilosis, C. silvanorum e K. ohmeri na Área 03. As espécies C. homilentoma, C. maltosa, C. melibiosica, C. mogii, C. valdiviana, Cr. albidus, Kluyveromyces thermotolerans, P. anomala e P. triangularis, só foram encontradas na Área 01. Enquanto Aureobasidium pullulans, C. bertae, C. butyri, C. blankii, C. derdronema, C. famata, C. saitoana, C. tenuis, Cr. amylolentus, Cr. skinneri, Cr. terreus, Debaryomyces coudertii, P. sydowiorum, Sporopachydermia quercuum e Torulaspora delbrueckii foram encontradas apenas na Área 02. As espécies C. bombicola, C. guilliermondii var. membranifaciens, C. oregonensis, C. paludigena, C. peltata, Deb. yamada, e P. hampshirensis- similar, só foram encontradas na Área 03. A diversidade de leveduras associadas ao exsudado de C. brasiliense nas três áreas foi alta, em que a Área 01 obteve um índice de diversidade de 21.75, provavelmente porque representa um fragmento florestal natural - Ipuca situado em área de baixa perturbação, circundado por vegetação natural. Os valores para as demais áreas, 12.72 para a Área 03 e 9.2 para a Área 02, foram notavelmente menores, mas ainda são considerados elevados para florestas nativas. O perfil fisiológico dos isolados apresentou variabilidade, com respostas dissimilares da descrição da espécie, sendo utilizada técnica de RAPD para agrupamento por similaridade molecular. Esta técnica revelou a alta diversidade genética dos isolados da comunidade de C. brasiliense nas três áreas, inclusive com diversidade intra-específica de espécies.

Palavras – chave: Biogeografia, leveduras, Planície do Araguaia.

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ABSTRACT

This study aimed to determine the biogeography of the community of yeasts associated with exudates of plant species Calophyllum brasiliense (Clusiaceae) in three areas in the mosaic of ecotone Araguaia Plain - Tocantins. Four samples were taken between the months March to June of 2008 in which 156 samples were collected and 173 strains of yeast. Isolates were submitted to identification polyphase which included physiological tests and cell morphology, RAPD and confirmation of identity by sequencing the D1/D2 variable domain of the largest subunit of the rDNA spacer region and internal 5.8S gene transcription. The distribution of yeasts occurred in the aggregate in all areas, while C. brasiliense showed random distribution in Area 01, a fragment natural - IPUCA, limited by areas of varjão (field) and as clean and dirty area with native low disturbance; random Area 02, a IPUCAstill training with few adults and many young people, limited by areas of grassland. And with the aggregate trend in Area 03, a fragment that is in training, has little human interference with similar means for young people and adults and is relatively isolated. Among 173 isolates belonging to 62 species the most frequent in the three areas were Candida parapsilosis, C. naeodendra, Kodamaea ohmeri and Pichia guilliermondii, with C. naeodendra, Cr. laurentii and P. guilliermondii were more frequent in Area 01; C. guilliermondii var. guilliermondii, C. naeodendra, C. parapsilosis and K. ohmeri Area 02 and C. guilliermondii var. membranifaciens, C. parapsilosis, C. silvanorum and K. ohmeriArea 03. The species C. homilentoma, C. maltose, C. Melibiose, C. Mogi, C. valdiviana, Cr. albidus, Kluyveromyces thermotolerans, P. anomala and P. triangularis were only found in Area 01. While Aureobasidium pullulans, C. bertae, C. butyri, C. blankii, C. derdronema, C. famata, C. saitoana, C. tenuis, Cr. amylolentus, Cr. skinneri, Cr. terreus, Debaryomyces coudertii, P. sydowiorum, Sporopachydermia quercuum and Torulaspora delbrueckii were found only in Area 02. The species C. bombicola, C. guilliermondii var. membranifaciens, C. oregonensis, C. paludigena, C. peltata, Deb. Yamada, and P. hampshirensis-like, were only found in Area 03. The diversity of yeasts associated with exudates of C. brasiliense in the three areas was high in the area 01 received a diversity index of 21.75, probably because it represents a remnant natural forest - IPUCA located in an area of low disturbance, surrounded by natural vegetation. The values for the other areas, 12.72 for the Area 03 and Area 02 to 9.2, were noticeably smaller, but are still considered high for native forests. The physiological profile of the isolates showed variability, dissimilar answers to the description of the species, being used for technique of RAPD molecular grouping by similarity. This technique revealed a high genetic diversity of the community isolates of C. brasiliense in the three areas, including intra-specific diversity of species.

Key-words: Biogeography, yeast, Araguaia Plain.

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1 INTRODUÇÃO

A biogeografia num contexto de conservação trabalha descrevendo os padrões de

distribuição de espécies, identificando áreas com riqueza de espécies e de endemismos,

comparando a composição biológica de diferentes áreas e ainda identificando as bases

genéticas e evolutivas para manutenção da diversidade (CRISCI et al. 2003).

Freqüentemente, comunidades são descritas a partir de sua composição de espécies, cuja

análise comparativa pode revelar padrões espaço-temporais e relacioná-los com diferentes

fatores ou processos (PILLAR, 2004).

Barker et al. (1987) estudaram a variação temporal e espacial na estrutura da

comunidade de leveduras associadas a cactos do gênero Opuntia em deterioração e

demonstraram que diferenças em recursos disponíveis e qualidade desses recursos

contribuem para as diferenças em comunidades de leveduras entre localidades. Lachance et

al. (2001) estudaram a biogeografia de leveduras de flores efêmeras e seus insetos nas

regiões Neotropical, Neártica e Australiana, e verificaram que os fatores que afetam o

padrão espacial de riqueza de espécies incluem idade, latitude, elevação, temperatura e

precipitação. E que a área, latitude e elevação em particular, influenciaram a diversidade,

distribuição e abundancia de espécies de leveduras. Estudos mostram que, na natureza,

quase todas as leveduras ou grupos de espécies têm habitats altamente especializados, sendo

possível isolar leveduras específicas, provenientes de substratos apropriados e em áreas

geográficas particulares (PHAFF e STARMER, 1987). Algumas espécies de leveduras

ocorrem em diferentes substratos, enquanto outras são encontradas associadas a fontes

específicas. Por exemplo, Pichia kluyver Bedford e P. fermentans Lodder são

freqüentemente isoladas de várias fontes e podem ser consideradas espécies cosmopolitas

(ABRANCHES et al., 1997). Em contraste, Candida amapa Morais et al. só foi encontrada

em frutos de amapá (Parahancornia amapa) e Drosophila associadas (MORAIS et al.,

1995a). P. cactophila Starmer et al. ocorre apenas em tecidos necróticos de cacto, em toda a

área geográfica das Américas (PHAFF e STARMER, 1987).

Em exsudados vegetais pouco se conhece sobre a comunidade de leveduras

associada. Na área de Conservação Guanacaste na Costa Rica, foi estudada a comunidade de

leveduras de exsudado da espécie vegetal Maclura tinctoria e foram encontradas espécies

que diferem consideravelmente em sua nutrição (LACHANCE, 2001). Trabalhos recentes

acerca desse substrato vegetal vem descrevendo espécies novas de leveduras. Peter et al.

(2003) descreveram a espécie Pichia trehaloabstinens Péter et al. isolada na Hungária.

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2

Morais et al. (2004) isolaram a espécie Ogataea falcaomoraisii Morais et al. em fragmentos

florestais naturais – Ipucas.

A partir desses embasamentos, esta dissertação teve como objetivo verificar a

distribuição biogeográfica da comunidade de leveduras associadas a exsudados da espécie

vegetal Calophyllum brasiliense em três áreas no mosaico ecotonal da Planície do Araguaia

- Tocantins; assim como realizar o inventário da biodiversidade de leveduras associadas a

exsudados de C. brasiliense; verificar a distribuição espacial de C. brasiliense nas áreas

estudadas; verificar a distribuição espacial das espécies de leveduras nas três áreas e

incrementar a coleção de culturas do Laboratório de Microbiologia Ambiental e

Biotecnologia (LAMBIO).

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 BIOGEOGRAFIA

A biogeografia estuda a distribuição dos seres vivos no espaço e no tempo e, ao

reconhecer padrões de distribuição, propõe hipóteses sobre os processos que os causaram e

proporcionaram um sistema de regionalização biótica do planeta (NELSON, 1985). A

compreensão da dimensão espacial dos seres vivos, a partir da análise de suas distribuições

geográficas, é um pré-requisito para os estudos evolutivos, visto que a geografia é o

substrato sobre o qual ocorre a história da vida (MORRONE, 2004).

A biogeografia clássica considera grupamentos característicos de indivíduos, em

nível de gêneros e famílias, em seis regiões biogeográficas básicas: Austráliana, Neártica,

Neotropical, Etiópica, Oriental e Paleártica (WELL e BRANDON, 1993). Estas regiões

encontram-se separadas por barreiras físicas (cordilheiras, desertos, oceanos e mares

interiores) que impedem a dispersão de plantas e animais. O entendimento das respostas

ecológicas e evolutivas, como as amplitudes de nicho de várias espécies componentes de

uma dada comunidade em função da presença ou ausência de outras espécies requer

experimentos ecológicos em sistemas naturais. Os ambientes de ilhas oceânicas funcionam

como um laboratório natural para esses estudos (SIMBERLOFF, 1976). O conceito de

“ilha” foi estendido para paisagem terrestre onde, uma área de floresta separada por uma

massa de árvores maior pode ser considerada como uma ilha de habitats. Consequências

ambientais da fragmentação florestal podem ser explicadas a partir da Teoria de

Biogeografia de Ilhas de MacArthur e Wilson (1967), que foi desenvolvida para explicar a

relação entre a área e o número de espécies, como produto de taxas de imigração e extinção.

A sua fundamentação teórica foi tomada a partir de estudos em que fragmentos isolados de

florestas foram comparados a ilhas oceânicas (MACARTHUR e WILSON, 1967). A sua

adoção deve-se ao raciocínio de que o número de espécies aumenta com a área da ilha, o que

será aproximadamente constante no tempo, devido ao equilíbrio entre os processos de

colonização e extinção e à mudança marcada da composição das espécies (FOWLER e

DELABIE, 1994).

Em termos de aplicações práticas da teoria de biogeografia de ilhas podem ser

citadas as propostas relacionadas à determinação do tamanho mínimo crítico bem como,

quanto ao formato das áreas de conservação. Estas perspectivas são de grande importância

para a conservação das comunidades bióticas, além do monitoramento da taxa e do grau de

insularização (DIAMOND, 1976). As consequências da fragmentação e do isolamento têm

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implicações ecológicas e genéticas, tais como: extinção (tamanho das populações e

dispersão de espécies); perda da heterogeneidade de habitats; aumento do número de

espécies invasoras; e consanguinidade (aumento de variações recessivas com menor

variabilidade genética para que a população possa adaptar-se as mudanças ambientais)

(PRIMACK, 1993).

2.2 FRAGMENTAÇÃO FLORESTAL

Grandes extensões territoriais de paisagens “naturais” sofreram transformações

significativas, especialmente no último século, devido à substituição de grandes áreas de

florestas nativas por outros ecossistemas isolados, formando manchas, com consequências

negativas para a maioria da biota florestal (ZAÚ, 1998). A causa primária do declínio da

diversidade de espécies da floresta tropical úmida é a perda de habitat (EHRLICH, 1988). A

destruição de habitats resulta na sua fragmentação, que aumenta a perda de habitats

originais, reduz o tamanho e aumenta o isolamento das manchas de habitat (ANDRÉN,

1994). Os fragmentos florestais remanescentes podem diferir na forma, tamanho,

microclima, regime de luminosidade, solo e grau de isolamento (SAUNDERS et al., 1991).

Consequentemente, a fragmentação da floresta pode influenciar os padrões locais e

regionais de biodiversidade devido à perda de microhabitats únicos, isolamento do habitat,

mudanças nos padrões de dispersão e migração e erosão do solo (SOULÉ e KOHM, 1989).

Adicionalmente, os efeitos de borda, que podem alterar a distribuição, comportamento e

sobrevivência de espécies de plantas e animais serão magnificados em áreas de alta

intensidade de fragmentação florestal (KAPOS, 1989; MURCIA, 1995). O planejamento e

manejo de reservas naturais deve necessariamente considerar os efeitos da fragmentação da

floresta relacionados à persistência das espécies e dos mecanismos ecológicos. Se a área de

uma reserva natural está abaixo do tamanho mínimo necessário para que seja mantida a

população de uma espécie, então a espécie estará em risco de extinção nessa reserva

(SCARIOT, 1996).

Dois pontos principais devem ser considerados quando se avalia a capacidade de

uma espécie nativa de sobreviver em uma determinada reserva. Primeiro, cada espécie tem

um tamanho mínimo viável de população abaixo do qual torna-se difícil encontrar parceiros

para o acasalamento, produzir prole geneticamente viável (em espécies de reprodução

cruzada), sobreviver a flutuações aleatórias no tamanho, e produzir novas populações

colonizadoras em longo prazo. Segundo, populações pequenas e isoladas tenderão a ter

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níveis de heterozigose mais baixos que as populações grandes e extensas (ELLSTRAND e

ELAM, 1993).

A área mínima necessária para a persistência em longo prazo de uma espécie deve

ser suficientemente grande para minimizar a probabilidade de ocorrência de gargalos

genéticos. Esta área dependerá da densidade populacional da espécie-alvo, o que difere

grandemente entre taxa. Apesar do debate do tamanho mínimo e da distribuição espacial

ótima das reservas naturais (GILPIN, 1988), está claro que os efeitos da fragmentação da

floresta serão magnificados em reservas relativamente pequenas, onde há maior

probabilidade de existir menos espécies que as reservas grandes. Isto parece favorecer o

desenho de reservas extensas.

Estudos detalhados da composição, diversidade e demografia que documentem os

efeitos da fragmentação florestal na abundância de espécies, diversidade, e sobrevivência de

plantas são raros na Amazônia (FERREIRA e LAURANCE, 1997). Embora haja escassez

de informações, é importante entender-se a dinâmica de fragmentos pequenos, grandes e das

florestas contínuas para orientar o desenho e manejo de reservas naturais e para subsidiar a

política de conservação.

2.3 IPUCAS

Ipucas são fragmentos florestais naturais de diferentes tamanhos e formatos que

surgem na região de ecótono entre o Cerrado e a Floresta Amazônica, nos estados do

Tocantins e Mato Grosso, nas proximidades da Ilha do Bananal. Constituem uma das mais

interessantes e peculiares paisagens da Depressão do Médio Araguaia, sendo constituídas

por fragmentos florestais descontínuos, possuindo características fitofisionômicas

semelhantes às dos ambientes florestais inundáveis da Amazônia (MARTINS et al., 2006).

São formações identificadas como “Florestas Estacionais Semideciduais Aluviais” e ocupam

as acumulações fluviais quaternárias, sendo a sua estrutura fisionômica semelhante à da

floresta de galeria, da qual diferem apenas floristicamente (MARTINS, 2004). Estes

fragmentos geralmente localizam-se em dois ambientes dominantes: o varjão sujo e o varjão

limpo. Ambas as áreas estão localizadas nas partes mais baixas do terreno e sujeitas às

inundações periódicas. Nos varjões predominam as espécies herbáceas, sendo que o varjão

sujo diferencia-se do varjão limpo por apresentar espécies arbóreas/arbustivas típicas do

Cerrado, em geral na forma de “ilhas” - os murundus, que se localizam sobre pequenos

amontoados de terra (MARTINS, 1999; MARTINS et al., 2001) (Fig. 1).

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Figura 1 – Fragmento florestal natural – Ipuca: A – Ipuca em Campo limpo; B – Ipuca em área de pastagem

As Ipucas, em geral, destacam-se pela ocorrência de agrupamentos de indivíduos da

mesma espécie, principalmente nos interiores, onde se verifica a dominância de elementos

florestais homogêneos. As espécies de maior destaque são: landi (Calophyllum brasiliense),

canjirana (Vochysia sp.), carvoeiro (Sclerolobium sp.), entre outras (MARTINS et al., 2001).

As Ipucas localizam-se em meio a extensas planícies, periodicamente inundadas

pelas cheias dos rios que drenam a depressão do Araguaia. Constitui essa planície uma vasta

superfície rebaixada, com altimetria que varia de 180 a 220 m, drenada pela Bacia do

Araguaia, com influência da Bacia do Xingu na parte noroeste, por meio da atuação de

vários de seus afluentes (BRASIL, 1981). Regionalmente, situa-se entre o Planalto do

Interflúvio Araguaia–Tocantins, os Patamares do Interflúvio Araguaia–Tocantins e o rio

Araguaia (BRASIL, 1981). Do ponto de vista ecológico, as Ipucas são florestas de natureza

aluvial, sob um regime climático estacional de cinco a seis meses secos. As Ipucas são

elementos importantes na drenagem regional da planície, uma vez que no período de cheias

estabelecem a ligação entre os vários rios, córregos e lagoas. A precipitação média anual da

região estudada é de 1.750 mm, concentrada entre os meses de outubro a abril. A

temperatura média é de 24 ºC, e a umidade relativa do ar permanece em torno de 80 a 85%

ao longo do ano (BRASIL, 1994). Martins (1999) defende que por serem consideradas de

rara ocorrência, as Ipucas devem ser estudadas sob a ótica da preservação e conservação.

2.4 CALOPHYLLUM BRASILIENSE CAMBESS

Calophyllum brasiliense Cambess. conhecido popularmente como landi, landim,

guanandi, guarandi ou jacareúba (NOLDIN et al., 2006), é a espécie do gênero mais

A B

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abundante na América Latina (MESÍA-VELA et al., 2001). Está presente nas florestas

atlântica e amazônica, desde a América Central até o litoral norte de Santa Catarina. É muito

freqüente em vários ambientes ribeirinhos do sudeste do Brasil e também em outros tipos de

ambientes neotropicais, onde o solo é permanentemente ou periodicamente inundado

(MARQUES e JOLY, 2000), a exemplo de mangues (SANTOS et al., 2000). Ocorre

geralmente em grandes agrupamentos (LORENZI, 1998), e são susceptíveis a geadas

(VIEIRA et al., 2003) (Fig. 2).

Figura 2- A: Árvore de Calophyllum brasiliense; B: Calophyllum brasiliense em floração

As árvores de C. brasiliense medem entre 20 e 30 m de altura, com tronco de 40 a 60

cm de diâmetro. A casca do caule é amarelo-avermelhada, de aproximadamente 2 cm de

espessura, dura, fibrosa, de sabor doce e com aroma de mel. As folhas são opostas, simples,

coriáceas, pecioladas, e com 10 a 13 cm de comprimento por 5 ou 6 cm de largura. A forma

pode ser elípticolanceolada ou oblonga e a nervação é geralmente peninervada, com as

nervuras secundárias formando praticamente um ângulo reto com a central. As flores são

brancas, pequenas, aromáticas de 2 sépalas e 10 estames, dispostas em racemos axilares e

terminais. Os frutos são do tipo drupa globosa e oleaginosa, consumidos por vários animais

(CORRÊA, 1984; LORENZI, 1998).

A produção de mudas é feita a partir dos frutos quando caem espontaneamente da

árvore, semeados mesmo sem a despolpação para a obtenção da semente, ocorrendo a

emergência em 40 a 60 dias (LORENZI, 1998). A germinação ocorre após 16 semanas,

sendo que os frutos sem o endocarpo germinam em 8 semanas (ZENTSCH e DIAZ, 1977).

Estudos de reflorestamento demonstram uma importante capacidade de desenvolvimento da

espécie em áreas degradadas (PIOTTO et al., 2003).

A B

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A árvore é ornamental e pode ser aplicada no paisagismo (LORENZI, 1998). O

tronco é forte e durável, com utilidade na indústria moveleira e na construção civil e naval

(METCALFE e CHALK, 1950), sendo as cascas empregadas na calafetagem de pequenas

embarcações. No Brasil, durante o período do Império, o guanandi foi considerado madeira

de lei (CORRÊA, 1984).

A análise fitoquímica qualitativa de C. brasiliense revela a presença de flavonas,

flavonóis, triterpenóides, esteróides e xantonas, e a ausência de alcalóides, quinonas e

saponinas (SARTORI et al., 1999). Dentre os compostos químicos isolados da espécie,

destacam-se as xantonas brasixantona A, guanandina, jacareubina e 6-desoxijacareubina, e

as cumarinas denominadas de calanolídeos A, soulatrolídeo e mammea A/BA (SARTORI et

al., 1999; SILVA et al., 2001).

Estudos etnofarmacológicos revelam o uso da espécie no tratamento de dores,

inflamações, diabetes, hipertensão, herpes, reumatismo e distúrbios do trato gastrointestinal

(REYES-CHILPA et al., 2006). O exsudado obtido do tronco é empregado na medicina

popular como anti-reumático, em tumores e contra úlceras crônicas, mas por ser fortemente

irritante e produzir manchas escuras na pele, possui maior aplicação na medicina veterinária

(CORRÊA, 1984; RIZZINI e MORS, 1995).

O extrato de C. brasiliense é efetivo contra o vírus HIV-1 (HUERTA-REYES et al.,

2004a). Piranocumarinas (soulatrolídeo e calanolídeos A e B) isoladas do extrato hexânico,

apresentam alta atividade inibitória contra o mesmo vírus e propriedades citotóxicas. O

calanolídeo C possui capacidade inibitória moderada sobre o HIV-1. De acordo com Kuster

e Rocha (2000), os calanolídeos A e B impedem a replicação do HIV-1 in vitro,

provavelmente por inibição da atividade enzimática da DNA-polimerase dependente de

DNA e da DNA-polimerase dependente de RNA presentes no vírus.

A fração diclorometano tem efeito gastroprotetor em razão da ação antisecretora,

antiúlcera e citoprotetora (SARTORI et al., 1999). Reyes-Chilpa et al. (2006) demonstram a

ação inibitória de algumas xantonas [6 - desoxijacareubina, jacareubina, 1,3,5,6-tetraidroxi-

2-(3-hidroxi-3-metilbutil)- xantona, 1-hidroxi-3,5,6-tri-O-acetil-2-(3,3-dimetilalil)-xantona]

e cumarinas [mammea A/BA e mammea C/AO isoladas de C. brasiliense sobre a liberação

de ácido estomacal.

Estudos revelam a atividade antiespasmódica das espécies C. brasiliense e Cynara

scolymus L. (alcachofra), por inibição da contração induzida pela acetilcolina em íleo de

cobaias e duodeno de ratos (EMENDORFER et al., 2005). Algumas cumarinas isoladas de

C. brasiliense são consideradas potentes inibidores in vitro de sulfotransferases, enzimas

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envolvidas no metabolismo de compostos endógenos como esteróides (MESÍA-VELA et al.,

2001). Frações de extrato da espécie e alguns compostos isolados demonstram significativo

efeito antinociceptivo (SILVA et al., 2001; ISAIAS et al., 2004). Algumas brasixantonas

identificadas do extrato de caule possuem significativa atividade antineoplásica (ITO et al.,

2003). Alguns constituintes identificados das folhas de C. brasiliense possuem atividade

contra o parasita Trypanosoma cruzi, agente etiológico da doença de Chagas (ABE et al.,

2004). O extrato bruto de ramos da espécie impede o crescimento de moluscos

(GASPAROTTO-JÚNIOR et al., 2005a). Os compostos ácido brasiliênsico, ácido gálico,

epicatequina, ácido protocatéquico, friedelina e 1,5-diidroxixantona, isolados de extratos de

vários órgãos de C. brasiliense apresentam atividade antibacteriana (PRETTO et al., 2004).

Yasunaka et al. (2005) demonstram atividade do extrato dessa espécie frente aos

microrganismos Staphylococcus aureus e Escherichia coli. Alguns ácidos cromanônicos

isolados de casca de caule possuem atividade contra Bacillus cereus e Staphylococcus

epidermidis (COTTIGLIA et al., 2004). O extrato de casca de caule da espécie e a xantona

jacareubina, isolada da mesma, são efetivos contra o crescimento do fungo Postia placenta

Larsen e Lombard (REYES-CHILPA, 1997).

2.5 EXSUDADO VEGETAL

O exsudado vegetal é um líquido com elevado teor de proteínas, secretado das partes

internas das plantas, cuja composição rica em açúcares proporciona condições atrativas para

colonização de microrganismos (MORAIS et al., 2005) (Fig. 3).

Figura 3 – Exsudado vegetal liberado de algumas plantas

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Constitui uma fonte importante de carboidratos, contendo ainda elementos minerais

como cálcio e magnésio. Representa fonte de água, embora o percentual hídrico seja

variável entre espécies vegetais (NASH, 1986).

Nash (1986) classifica exsudado de plantas em quatro modalidades: seiva, goma,

látex, resina e são obtidos do tronco de árvores como resposta do mecanismo de proteção da

planta como defesa contra predadores ou ferimentos. A liberação do exsudado ocorre de

forma espontânea ou exploratória, como é o caso do látex da seringueira. Condições

climáticas desfavoráveis e solos pobres também estimulam esta produção. No entanto, a

formação de exsudado pode também ser causada pela indução de agentes químicos, como o

óxido de etileno e derivados de ácido benzóico (EIRAS et al., 2007).

Interessantes considerações foram efetuadas por Armbruster (1984) quanto ao papel

de exsudados na polinização de angiospermas. O autor sugere que secreções de resinas em

estruturas florais podem ter se originado como uma defesa contra herbívoros e que

secundariamente tais secreções se transformaram em objetos de recompensa para

polinizadores. O exsudado pode ser um recurso importante para certas abelhas, as quais, em

contrapartida, se tornam os principais polinizadores de muitas espécies de plantas tropicais.

Dentre os grupos de abelhas que utilizam resinas vegetais estão os meliponíneos. Estas

abelhas eussociais empregam as resinas para a confecção de estruturas de seus ninhos

(NOGUEIRA-NETO, 1997).

Diversas espécies arbóreas produzem exsudado como subproduto de atividades

metabólicas. A copaíba produz um óleo-resina muito utilizado popularmente devido suas

propriedades medicinais e de interesse para a indústria química (cosméticos) e farmacêutica

(SAMPAIO, 2000). O C. brasiliense produz um látex ou uma resina do tronco (exsudado

odorífero), de cor amarela que é exsudado pela casca. Esta seiva é conhecida por ter

poderosas capacidades medicinais, chamado de bálsamo-de-landim, que é vesicante e

energizante, sendo também indicado como anti-reumático e, mesmo no tratamento de

tumores e úlceras crônicas (PASA et al., 2000), como anti-séptico, em decocção para uso

externo (BRANDÃO, 1991).

2.6 LEVEDURAS

Leveduras são microrganismos predominantemente unicelulares e sem motilidade,

congregam um grupo funcional de organismos heterotróficos colonizadores de substratos

contendo fonte orgânica de carbono e mesofílicos, crescendo preferencialmente entre 18 e

45ºC. Podem ser definidas como fungos que se reproduzem assexuadamente por brotamento

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ou divisão binária e que não formam estruturas reprodutivas em corpos de frutificação.

Taxonomicamente pertencem a cem gêneros entre as classes Ascomycetes e

Basidiomycetes. Quando apresentam formas de reprodução sexuada descrita são

denominados teleomorfos, e de anamorfos, aqueles que não apresentam fase sexual

observada (KURTZMAN e FELL, 1998; MORAIS e ROSA 2000).

Segundo Van der Walt (1980), o primeiro conceito de espécie de levedura surgiu

com os estudos de Hansen (1888), que classificou culturas puras baseada na morfologia

celular, ascósporos, característica de crescimento em meio líquido, temperatura ótima e

fermentação de diferentes açúcares, iniciando assim as bases da caracterização fenotípica de

espécies. Com o surgimento de táxons diferentes, outros taxonomistas passaram a considerar

outras características fenotípicas, como reprodução vegetativa, formação de ascos, diploidia

da fase vegetativa, pigmentação, utilização oxidativa de diversas fontes de carbono e

nitrogênio, tolerância a altas concentrações de açúcares e sais e resistência a cicloheximida.

Posteriormente além das características fenotípicas, passou-se também a estudar os aspectos

relacionados à composição de bases do DNA nuclear, como a porcentagem molar de

guanina-citosina (mol % G+C) (KURTZMAN e FELL, 1998).

Lopes et al. (1998) relataram que as leveduras, filogeneticamente, são um grupo

diversificado de fungos unicelulares. O termo levedura está sempre associado à capacidade

fermentativa que este grupo de microrganismos possui quando em contato com substratos

ricos em açúcares. As leveduras são fungos que se distinguem dos fungos filamentosos por

se apresentarem essencialmente na forma unicelular. Suas células podem ter forma

arredondada, alongada, apiculada, cilíndrica, baciliforme e triangular; a forma da célula

pode refletir o modo de reprodução e em alguns casos são características de gêneros ou

espécies. O crescimento vegetativo forma colônias cujo tamanho e forma variam muito. As

colônias variam de lisas a rugosas e de secas a um aspecto mucóide. A cor varia do branco

ao bege, alaranjado e róseo e algumas espécies de organismos, de difícil caracterização

produzem pigmento tipo melanina e são denominadas leveduras negras (YARROW, 1998).

Segundo Rose e Harrison (1987), todos os aspectos relacionados à morfologia, a fisiologia e

a genética das espécies, há que considerar também as suas características ecológicas, ou

seja, a maneira como as leveduras vivem e se propagam na natureza. Leveduras não ocorrem

ao acaso na biosfera, elas formam comunidades de espécies, cada comunidade pode ser

definida por habitat e pelo nicho de componentes de espécies. O nicho consiste das

características que fazem com que uma levedura seja capaz de compartilhar um habitat com

os membros da comunidade (YARROW, 1998).

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Trabulsi (1986) definiu as leveduras como fungos ubíquos, encontrando-se no solo,

água, nos vegetais e animais, no homem e em detritos, em geral. Algumas espécies fazem

parte da microbiota normal do organismo, mas também podem causar muitas enfermidades,

sendo muitas delas consideradas como patógenos oportunistas. Estudos mostram que, na

natureza, quase todas as leveduras ou grupos de espécies têm habitats altamente

especializados, sendo possível isolar leveduras específicas, provenientes de substratos

apropriados e em áreas geográficas particulares (PHAFF e STARMER, 1987).

Morais et al. (1995b) em estudos anteriores relatam que o conhecimento da

biodiversidade pressupõe o inventário taxonômico das espécies, a determinação dos nichos

ecológicos de linhagens de interesse e o entendimento do papel das espécies na estrutura da

comunidade. A distribuição e especificidade destas comunidades dependem amplamente da

quantificação e composição de nutrientes presentes no substrato para alimentação e

ovoposição de insetos (GANTER, 1988; MORAIS e ROSA, 2000), bem como das

interações microrganismo-microrganismo, sendo estas interações representadas por

predação, mutualismo, competição, amensalismo, entre outros (LACHANCE e STARMER,

1998; ABRANCHES et al., 1997).

Plantas que servem de habitat para leveduras são sítios de interações ecológicas, e as

características fisiológicas e habilidades metabólicas das leveduras mostram padrão que

acompanha a história evolutiva dos substratos (STARMER, 1981; LACHANCE e

STARMER, 1982).

Comunidades de leveduras têm sido descritas como especificas para uma grande

variedade de microhabitats de plantas como tecidos em decomposição, flores, néctar, frutos

e seiva de árvores (PHAFF e STARMER, 1987; ROSA et al., 1994). Superfícies vegetais

sadias, incluindo flores e frutos imaturos são normalmente dominados por espécies não

fermentativas disseminadas prevalentemente por correntes de ar. Estas comunidades são

dominadas por leveduras basidiomicéticas e seus anamorfos, especialmente Cryptococcus e

Rhodotorula, e o fungo ascomiceto Aureobasidium pullulans Arnaud (HAGLER et al.,

1995).

Comunidades de leveduras dependem dos insetos para sua dispersão, e a

especialização de habitats de leveduras descrevem seus respectivos insetos vetores

(GILBERT, 1980; PHAFF e STARMER, 1987). A heterogeneidade de habitats em um

ecossistema pode permitir que diferentes comunidades sejam estabelecidas, cada uma

ocupando um microambiente diferente e sendo influenciada para distribuição e

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especificidade de insetos vetores e uma variedade de fatores bióticos e abióticos

(LACHANCE et al., 1989).

Uma grande variedade de novas espécies são descritas quando ocorrem isolamento

de leveduras em substratos provenientes de áreas tropicais (MORAIS et al., 1995b;

LACHANCE et al., 1998a; LACHANCE et al., 1998b LACHANCE et al., 1998c; ROSA et

al., 1999a; ROSA et al., 1999b.), que é evidenciado pelo vasto número de descrições nos

recentes inventários de leveduras associadas a exsudados vegetais (MORAIS et al., 2004),

abelhas (TEIXEIRA et al., 2003; LACHANCE et al., 2001a; ROSA et al., 1999) e a

formigas (PAGNOCCA et al., 2000; CARREIRO et al., 2002) no Brasil.

A microbiota de leveduras associada a exsudados de espécies vegetais e insetos tem

sido um modelo para estudos de ecologia de comunidades (MORAIS et al., 1996;

STARMER et al., 1990). Leveduras associadas a exsudados vegetais na Costa Rica e

México mostrou a presença desses microrganismos assimiladores de metanol, incluindo

espécies novas como Candida galis Lachance et al. e C. ortonii Lachance et al.

(LACHANCE et al, 2001). Kluyveromyces bacillisporus Lachance et al. foi isolada pela

primeira vez em exsudado vegetal de Quercus emoryi no Arizona (LACHANCE et al.

1998). E nas Ipucas, uma nova espécie de levedura, Ogataea falcaomoraisii Morais et al.

(MORAIS et al., 2004) foi isolada indicando que o habitat exsudado vegetal parece ser

propício à colonização por leveduras.

A capacidade fisiológica de uma comunidade de leveduras pode ser usada para

caracterizar o habitat daquela comunidade (STRAMER, 1981). E as características

fisiológicas das leveduras podem indicar a estratégia de cada comunidade em ocupar um

microhabitat especifico (ROSA et al., 1995).

A identificação de leveduras envolve a análise de características morfológicas e

fisiológicas de cada linhagem. As análises morfológicas permitem caracterizar e dividir as

leveduras em seus morfotipos, com o auxílio da microscopia óptica. As análises fisiológicas

caracterizam as similaridades a partir de testes adequados, para o estudo de comunidades em

particular, oferecendo descrições multivariadas de informações, como as taxas de

freqüência, propriedades numéricas, e taxas de assimilações ou assimetrias, contribuindo

assim para a análise dos hábitos comportamentais das leveduras com determinados meios

específicos que envolvem a capacidade de assimilação de diferentes fontes de carbono e

nitrogênio, fermentação e osmotolerância a qual estão sujeitas. Com base nas características,

é feita a identificação das linhagens comparando os resultados aos perfis já descritos para as

espécies catalogadas (STARMER, 1982).

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Com o advento da biologia molecular e sua utilização como ferramenta da taxonomia

tem-se a oportunidade de determinar a segurança desses métodos padrões para a resolução

de gêneros e espécies, sendo que as análises moleculares permitem a descrição de novas

espécies, a partir de técnicas como RAPD-PCR e seqüenciamento do DNA microbiano. A

taxonomia convencional e molecular não precisam ser exclusivas, mas devem complementar

uma a outra num processo chamado taxonomia polifásica (KURTZMAN e FELL, 1998).

2.7 RAPD (Random Amplified Polymorphic DNA)

O advento da técnica de PCR (polymerase chain rection) (MULLIS E FALOONA,

1987) e seus posteriores avanços, utilizando uma enzima de DNA polimerase termoestável e

termocicladores programáveis com elevada capacidade de processamento, imprimiram

grande automatização à síntese in vitro de DNA. A técnica de PCR consiste na síntese

enzimática in vitro de um segmento de DNA, delimitado por um par de primers de

seqüências especificas de nucleotídeos de fita simples. Primers são seqüências curtas de

DNA (oligonucleotídeos), que pareiam com o DNA-molde e servem de iniciadores para a

síntese de uma nova fita de DNA, as reações ocorrem em ciclos alternados de temperatura,

sendo que cada ciclo da PCR envolve três etapas. Na primeira, ocorre a desnaturação da fita

dupla de DNA, posteriormente, os primers se anelam as seqüências complementares

especificas que flanqueiam o gene alvo, e então a nova fita de DNA é sintetizada a partir das

extremidades 5’ – OH livres dos primers, por meio da enzima DNA polimerase. Como cada

ciclo é repetitivo varias vezes, a amplificação do DNA-alvo ocorre em progressão

geométrica, requerendo uma quantidade muito pequena de DNA-molde (MATIENZO,

2002).

A técnica de PCR consiste de uma reação de polimerização em cadeia para

amplificação de seqüência de DNA por uma reação enzimática primer dirigida (FERREIRA

e GRATTAPAGLIA, 1998). Sendo assim, através da PCR, pode-se obter in vitro um

aumento da quantidade de uma determinada seqüência de DNA, representando então um

grande recurso para o estudo destas seqüências, permitindo uma serie de aplicações nas mais

diferentes áreas da ciência. Em microrganismos, a PCR vem sendo aplicada na determinação

de grupos taxonômicos. Entre os marcadores moleculares, o RAPD tem sido usado no

estudo da variabilidade entre espécies e em nível de população (MOLNÁR, et al., 1996).

A detecção e exploração de seqüências de polimorfismos de DNA ocorridos

naturalmente representam um dos mais significativos desenvolvimentos na biologia

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molecular. O método RAPD tem sido bastante utilizado principalmente pela vantagem de

ser simples e rápido (TAVARES et al., 1992).

Segundo Bered et al. (1997), os marcadores genéticos poderão auxiliar na

identificação de microrganismos através de suas diferenças genéticas. Estes marcadores

podem ser divididos em morfológicos e moleculares (enzimáticos e de DNA). Os

marcadores de DNA como RFLP e o RAPD poderão contribuir através do mapeamento de

espécies de interesse, a sua eficiência em caracterizar e agrupar genótipos diferentes de

varias espécies com bastante precisão.

Fenótipos moleculares gerados por RAPD, podem servir para diagnosticar diferentes

níveis taxonômicos. Considerando-se um determinado primer, os produtos de amplificação

via RAPD, podem ser classificados em dois grupos: variáveis (polimórficos) e constantes

(não-polimórficos). Perfis de RAPD de representantes de vários gêneros podem conter

bandas comuns a um outro gênero, enquanto outras bandas podem ser exclusivas. Se várias

espécies pertencentes a esse gênero forem analisadas e uma das bandas exclusivas do gênero

estiver presente em todas elas pode se concluir que esta banda é um marcador exclusivo do

gênero (MATIENZO, 2002). Da mesma forma, quando se tem um perfil de RAPD de

espécies de um mesmo gênero, algumas bandas poderão ser compartilhadas por algumas

espécies, enquanto outras podem ser exclusivas de uma dada espécie. Se vários indivíduos

dessa espécie forem analisados e essa banda estiver presente em todos eles, pode se concluir

que é um marcador exclusivo da espécie (FUNGARO e VIEIRA, 1998). Assim, os

marcadores de RAPD podem ser utilizados para diagnóstico molecular de diferentes níveis

taxonômicos. Fragmentos polimórficos detectados entre indivíduos de uma população

também podem ser utilizados para se determinar o que se chama de identidade clonal, o que

normalmente é requerido em estudos envolvendo organismos de reprodução assexual

(marcadores clone - específico) (MATIENZO, 2002).

Em leveduras, RAPD e cariotipagem eletroforética foram utilizados para a

caracterização de produtos de fusão de protoplastos e seus segregantes, detectando-se uma

banda cromossomal nos produtos de fusão, presentes nas linhagens parentais e segregantes

(MARTINS et al., 1998).

A tecnologia de PCR tem gerado diversas classes de marcadores moleculares que

podem ser aplicados no estudo do DNA inteiro ou fragmento. Um desses métodos foi

denominado de RAPD (WILLIAN et al., 1990) e é caracterizado pela polimerização de

cadeia utilizando primers arbitrários. Estes métodos propõem que os oligonucleotídeos

escolhidos ao acaso em uma seqüência de DNA, misturados com DNA genômico e DNA

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polimerase termoestável, submetidos a ciclos de temperaturas controláveis como os

descritos por PCR, iniciassem a amplificação do DNA. Ou seja, os componentes necessários

à reação de polimerização eram os mesmos descritos pela PCR. Os fragmentos amplificados

podiam ser visualizados em gel de agarose revelado com brometo de etídio (WILLIAN et

al., 1990) ou por meio da utilização de desoxiribonucleotidios (dNTPs) marcados

radioativamente.

O RAPD é interessante porque requer uma pequena quantidade de DNA que revela

um grande número de marcas polimórficas, é rápido e automatizado. O uso de marcadores

RAPD tem se mostrado útil nos estudos de microrganismos onde não se tem muita

informação genética. A técnica é baseada na amplificação de fragmentos não específicos de

DNA, em reações sucessivas de polimerização. Como descrito por Willian et al. (1990), os

oligonucleotídeos são construídos com seqüências aleatórias, revelando polimorfismos em

toda a extensão do genoma. Tais polimorfismos são reconhecidos pela presença de um

fragmento amplificado em um dos genomas em relação à ausência deste mesmo fragmento

em outro.

O desenvolvimento da técnica de RAPD representou um marco na caracterização

molecular de diversos microrganismos, especialmente para identificação de espécies

microbianas, quando pequenas seqüências genômicas são avaliadas (ERGON e GÜLAY,

2004; PINTO et al., 2004).

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MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Localização da área de estudo

Este estudo foi conduzido na triangulação correspondente a fazenda Lago Verde

entre as coordenadas aproximadas UTM 0640625x8798218 (Área 01) e fazenda Ipuca da

Onça entre as coordenadas UTM 0637570x8821144 (Área 02) no município de Lagoa da

Confusão-TO, área de concentração de fragmentos florestais naturais Ipucas, e no município

de Pium-TO, coordenadas UTM 0649382x8886600 (Área 03) que são áreas de ecótono

entre o Cerrado e a Floresta Amazônica no Estado do Tocantins (Fig. 4).

Figura 4: Mapa de localização das áreas estudadas

Ilh

a d

o B

anan

al

●Área 03

●Área 02

●Área 01

23 Km

88 Km66 Km

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A distância entre as Áreas 1 e 2 é de 23 Km, entre as áreas 2 e 3 é de 66 Km e entre

as Áreas 1 e 3 é de 88 Km. Nestas áreas, por meio do mapeamento, foram definidos pontos

amostrais, em que foram determinadas parcelas de 10x10m (100m2) cada (Fig. 5),

distribuídas sistematicamente para perfazer 0,5 ha (5.000 m2) para cada ponto, de acodo com

Muller-Dumbois e Ellemberg (1974).

Figura 5: Parcelas marcadas entre as árvores de Calophyllum brasiliense

3.2 Estimativa do padrão de distribuição espacial para C. brasiliense e comunidades de

leveduras

Com base nos valores de Densidade e Freqüência foi calculada a distribuição

espacial do C. brasiliense e das comunidades de leveduras por meio da Razão

Variância/Média, também conhecida como índice de PAYANDEH, usado por Caldato

(1998):

Segundo esse autor, o índice de agregação (P) é expresso:

P = V/M

Sendo: P = índice de agregação.

V = variância do número de plantas ou leveduras por quadrado.

M = média do número de plantas ou leveduras por quadrado.

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Os valores de P, menores que 1,0, indicam a inexistência de agrupamento (distribuição

aleatória). Valores de P entre 1,0 e 1,5 indicam tendência ao agrupamento, e os valores

maiores que 1,5 indicam agrupamento.

3.3 Coleta das amostras

Nas parcelas definidas nos pontos amostrais foram marcadas e numeradas árvores de

C. brasiliense para coleta dos exsudados (Fig. 6). As coletas foram realizadas mensalmente

no período de março a junho de 2008. As árvores de C. brasiliense foram lesionadas e após

colonização dos microrganismos foram coletadas amostras de exsudados com bisturi ou

estilete desinfetados em álcool 70% e transferidos para tubos contendo meio de cultura

caldo YMA, e em seguida levados ao laboratório. O material permaneceu em estufa B.O.D.

(Biochemical Oxygen Demand) à 25ºC, e incubado por 24h até 72 horas, podendo ser

armazenado em até 5 dias, mas não mais que 7 dias. Após o período de incubação, os tubos

em que foi observada turvação do meio foram semeados por uma alçada na superfície de

meio de cultura sólido YMA adicionado de cloranfenicol.

Figura 6: A: Árvores de C. brasiliense marcadas e numeradas, B: coleta dos exsudados

3.4 Isolamento de leveduras, descrição morfológica e purificação

O isolamento das leveduras foi feito a partir das placas de Petri inoculadas e

mantidas por 3 a 5 dias em estufa a 25 ± 3°C. Cada morfotipo diferente de levedura foi

contado, repicado e purificado. A purificação foi feita em Agar Sabouraud, onde foram

feitos semeadura por esgotamento com alça de platina. A descrição morfológica das

leveduras foi baseada em características macroscópicas e microscópicas das colônias. As

A B

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observações macroscópicas foram baseadas em características como o tamanho, elevação,

bordas, cor e aspecto da colônia (Fig. 7). Já as observações microscópicas foram realizadas

por meio de lâminas a fresco, sendo observadas características como a formação de esporos

de reprodução sexuada, brotamento, e a forma vegetativa predominante. Todas os isolados

de leveduras foram isoladas e identificadas de acordo com o protocolo do Laboratório de

Microbiologia e Biotecnologia (LAMBIO), de acordo com métodos descritos por Yarrow

(1998) e as chaves taxonômicas presentes em Kurtzman e Fell (1998).

Figura 7: Características morfológicas das leveduras

3.5 Armazenamento

As colônias puras foram estocadas em geladeira a cerca de 4ºC e em freezer a -80ºC.

Para o armazenamento em geladeira, uma colônia de cada isolado foi inoculada em tubo

contendo meio GYMP inclinado. Após 24 horas foi acrescentada uma camada de óleo

mineral esterilizado e as leveduras foram estocadas em geladeira. Para o armazenamento a -

80ºC, após serem purificadas, uma colônia de cada isolado foi inoculada em caldo GYMP e

incubada a 25ºC. Após 24 horas, em criotubos esterilizados de 2 ml, foram adicionados 0,8

ml da cultura, 0,2 ml de glicerol estéril e as amostras foram estocadas em freezer a -80ºC.

3.6 Caracterização fisiológica e identificação das leveduras

A caracterização fisiológica das leveduras foi realizada a partir da utilização de testes

de assimilação de compostos de carbono, entre açúcares e outros carboidratos, compostos

nitrogenados, assimilação de compostos amilóides e osmotolerância, teste para

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diferenciação de basidiomicetos (DBB), produção de ácidos, fermentação de glicose e

crescimento em diversas temperaturas. A técnica utilizada foi a de replica plating, em que as

linhagens foram submetidas a métodos auxanográficos em meio sólido, onde se utiliza um

replicador manual com 25 poços (Fig. 8).

Figura 8: Assimilação de carboidratos. Metodologia da Réplica Plating.

3.6.1 Assimilação de fontes de Carbono

Durante 21 dias foi observado o crescimento das linhagens de leveduras em

compostos de carbono: Glicose, Galactose, L-sorbose, Maltose, Sacarose, Celobiose,

Trealose, Lactose, Melibiose, Rafinose, Melezitose, Inulina, Amido solúvel, D-xilose, L-

arabinose, D-arabinose, Ribose, L-ramnose, Etanol, Glicerol, Eritritol, Ribitol, Galactitol, D-

manitol, D-Glucitol, Alfa-metil-D glucosideo, Salicina, Glu-lactona, Gluconato, DL-lactato,

Succinato, Citrato, M-inositol, Metanol, Hexadecano, D-glicosamina, Xilitol, Acetona,

Etilacetato, Isopropanol, N-glucosamina.

3.6.2 Assimilação de Compostos Nitrogenados

Foi observado o crescimento das linhagens em compostos nitrogenados: nitrato,

nitrito, lisina, cadaverina, etilamina.

3.6.3 Assimilação de Compostos Amilóides e Osmotolerância

Foi testada a habilidade de crescimento das linhagens de leveduras em compostos

amilóides e em concentração osmótica elevadas de 10% NaCl e a 50% Glicose. O teste de

osmotolerância serve para verificar a tolerância das leveduras a diferentes pressões

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osmóticas. Também foi observado se as leveduras possuem resistência ao acido acético,

resistência em cicloheximida e liquefação da gelatina.

3.6.4 Teste para Diferenciação de Basidiomicetos (DBB)

Aplicou-se o teste para diferenciação de basidiomicetos: Diazônio Blue B (DBB)

obtido incubando-se em BOD à 25°C por 24-48 horas até 7 dias em meio ágar sabouraud.

Decorrido este período, as culturas foram transferidas para estufa a 55-60°C por 16 horas.

Aplicou-se duas gotas do reagente DBB na superfície das colônias.A reação é positiva se as

mesmas tomam a cor vermelho-escuro ou vermelho-violeta.

3.6.5 Produção de Ácidos

Foi verificada a capacidade de produção de ácido. Ao redor das colônias positivas

(colônias que hidrolisaram o substrato), formaram-se halos translúcidos (Fig. 9). A formação

de halo pequeno foi considerada (w) fraca, e a não formação do halo foi considerada (-)

negativa.

Figura 9: Formação de halo de hidrólise (seta)

3.6.6 Teste de Fermentação

O perfil fermentativo foi testado a partir da fermentação da glicose, galactose,

maltose, sacarose, rafinose e trealose. Todas as culturas foram inoculadas em tubos de

ensaio contendo tubos de Durham invertidos, com 2 mL de caldo peptonado autoclavado e

adicionado 1 mL de solução a 6% do açúcar a ser testado, esterilizado por filtração em

Halo

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membrana de celulose de 0,22µm de porosidade (MILLIPORE). As leituras foram

realizadas de 24, 48 e 72 horas e 7, 14 dias. Foram considerados positivos os tubos que

apresentaram a formação de gás no interior dos tubos de Durhan, segundo a seguinte escala:

fraco (w) quando poucas bolhas de gás foram observadas; (+1) quando cerca de 1/3 do tubo

foi ocupado pelo gás; (+2) quando 1/2 do tubo foi ocupado pelo gás; e (+3) quando o tubo

estiver com mais de sua metade preenchida pelo gás (Fig. 10).

Figura 10: Exemplo de fermentação, gás capturado nos tubos de Durhan (seta).

3.6.7 Tolerância a altas temperaturas

Foi testada a tolerância das colônias a altas temperaturas, verificando-se a habilidade

de seu crescimento em temperaturas de 37°C e 40°C. As leituras foram feitas através de

cartão de Wickerham (Kreeger van Rij, 1984) em 24, 48 e 72h de incubação, e considerados

positivos aqueles cuja densidade fosse equivalente a 2+ ou 3+. O cartão de Whickerham é

composto de três linhas pretas que servem de referência na estimativa da concentração

celular da suspensão de células. A avaliação é feita de forma comparativa numa escala de 0

até 3, sendo considerados como crescimento (0) com poucas células, linhas pretas

totalmente visíveis; (1) densidade fraca, linhas visíveis, pouco embaçadas; (2) densidade

média, linhas embaçadas e difusas; e (3) densidade forte, não se pode ver as linhas pretas

(Fig. 11).

Produção de gás

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Figura 11: Cartão de Wickerham - Escala de avaliação de concentração celular, indicando a forma comparativa (TOSTA, 2004).

3.7 Utilização da técnica de RAPD-PCR

Isolados de leveduras cuja identificação não foi possível pelas técnicas usuais de

Yarrow (1998), foram submetidas à técnica de RAPD-PCR para realizar o agrupamento das

mesmas. A extração do DNA de leveduras foi feita por meio da homogeneização de uma

alçada de cultura pura em 500L de H2O Mili-Q estéril em tubo eppendorf de 2 mL. Em

seguida, os tubos foram resfriados durante 20 minutos em freezer a -80º C e depois fervidos

durante 10minutos.

Para a realização da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), foi adotado o Iniciador

EI1 (5’-CTG GCT TGG TGT ATG -3’). As amplificações foram feitas em volume de 20 µL

contendo 0,2 U/μL de Taq DNA polimerase, solução tampão da Taq à 1X, MgCl2 à 1,0 mM,

desoxinucleotídeos trifosfatos (dNTPs) à 0,3 mM, 10 pmols do Iniciadorr (EI1) além de

2,0μL de DNA de cada isolado e água de injeção para um volume final.

As reações foram realizadas em termociclador (PxE 0.2 Thermal Cycler – Thermo

Electron Corporation) com 1 ciclo inicial a 92ºC por 3 minutos; 40 ciclos de desnaturação a

92ºC por 1 minuto; anelamento do primer a 35ºC por 1 minuto, e extensão a 72ºC por

1minuto e 30 segundos, seguidos de um ciclo final de 72ºC por 10 minutos. Por fim os

amplicons foram desenvolvidos por eletroforese horizontal em gel de agarose 1,5% (m/v)

por cerca de 1 hora a 90 volts, corados com brometo de etídio (0,2μg/mL) e visualizados sob

luz UV em câmara de transluminação.

Os dados de RAPD foram transformados em variáveis binárias, ou seja, o número

zero significou ausência da banda e o numero 1 significou presença da banda. A construção

do dendograma foi realizada por meio do software TREECON for Windows versão 1.3. O

dendograma agrupou os isolados, mostrando o nível de similaridade genética entre eles.

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3.8 Seqüenciamento do rDNA

Cinqüenta e quatro isolados foram submetidas ao seqüenciamento do domínio

variável D1/D2 da subunidade maior do rDNA e a região espaçadora interna de transcrição

gene 5.8S. Foram amplificadas pela reação em cadeia da polimerase a partir de células

íntegras de acordo com os protocolos de Marinoni e Lachance (2004). O DNA foi

seqüenciado e as seqüências editadas usando o programa DNAMAN versão 4.0. As

seqüências de espécies já descritas foram obtidas do GenBank. Todo este procedimento foi

realizado com a colaboração do Dr. Carlos Rosa (Instituto de Ciências Biológicas - Depto.

Microbiologia, Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG).

3.9 Comparação das comunidades de leveduras

A comparação entre as comunidades de leveduras das três áreas estudadas foi

baseada no perfil fisiológico dos isolados que formam a comunidade de leveduras associada

a C. brasiliense em cada área. Este perfil foi construído para cada espécie, a partir de

compostos utilizados pelas leveduras durante os testes de assimilação (41 carboidratos),

fermentação de glicose, termotolerância e osmotolerância de acordo com Heed et al. (1976)

e Starmer (1981). Estes valores foram multiplicados pela proporção representativa de cada

espécie na comunidade de leveduras de acordo com Rosa et al. (1995). A análise de

similaridade entre as comunidades foi calculada pelo coeficiente de correlação de Bray-

Curtis com auxilio do Software Past versão 1.34 (HAMMER et. al., 2001).

3.10 – Índice de diversidade de leveduras associadas a C. brasiliense

A diversidade de espécies de leveduras foi calculada por cada área. Para esta medida

foi utilizado o índice de diversidade (OD), em que OD = (∑ip²j)-1-1, também usado por

Morais et al. (1995) e tem a seguinte interpretação: OD = probabilidade de dois indivíduos

selecionados ao acaso da amostra serem de diferentes espécies, onde:

P = corresponde à proporção de uma dada espécie i em uma amostra j, calculada como a

freqüência de ocorrência de i/freqüência total de n espécies na amostra j.

Este índice foi modificado do popular índice de Simpson, sendo usado como medida

alternativa de diversidade usando o conceito de probabilidade estatística.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Distribuição espacial do C. brasiliense e comunidades de leveduras

A espécie C. brasiliense Camb. (Clusiaceae), além de ocorrer em florestas higrófilas,

distribui-se, também, em determinados locais do domínio do cerrado, sempre condicionada à

condição de umidade do solo. Nos fragmentos florestais inundáveis - Ipucas, é uma das

espécies predominantes, e apresentou o segundo maior valor de cobertura (BRITO, 2005).

Essa espécie está sempre condicionada à umidade do solo e tende a ocorrer nas áreas mais

úmidas nas florestas de galerias, e tolera inundações, sendo comum nas várzeas amazônicas.

Por meio do índice de Payandeh, foi realizada a estimativa do padrão de distribuição

espacial para C. brasiliense nas três áreas estudadas. O padrão de distribuição espacial de

uma espécie é representado por sua distribuição na área em estudo, em termos de freqüência

de ocorrência dentro das unidades amostrais coletadas (JANKAUSKIS, 1990). Na Área 01,

a distribuição espacial ocorreu de forma aleatória (P= 0,25). Nesta área, os indivíduos de C.

brasiliense são adultos, com cerca de 30 m de altura e encontram-se em área remanescente

com pouca interferência antrópica. Para Nascimento (2001), espécies vegetais de grande

porte apresentam esse padrão aleatório, com baixa densidade de indivíduos, pois podem

aproximar-se de sua distribuição natural na floresta, por serem espécies de maior

longevidade. As árvores, com maiores diâmetros e alturas, muitas vezes, são representadas

por indivíduos em senescência natural e com um maior espaçamento entre os indivíduos que

apresentam uma baixa densidade na vegetação e uma distribuição aleatória de seus

indivíduos adultos na comunidade vegetal.

Na Área 02, a distribuição ocorreu de forma agregada (P= 16,07). A densidade de

indivíduos para esta área foi alta em relação às demais, e isso se deve ao fato de que os

indivíduos de C. brasiliense nesta área são jovens, encontrando-se próximos uns aos outros.

A Área 02 corresponde a uma Ipuca ainda em formação com poucos indivíduos adultos e

muitos jovens. Foram encontrados muitos indivíduos de Birsonima sp. (murici), que indica

que este fragmento está em processo de formação (MARTINS, 1999). Verificou-se também

a presença de lianas, indicador de perturbações ambientais e uma forte interferência

antrópica por meio de pastagens. O grau de agregação pode apresentar diferentes valores,

com as plantas das menores classes de tamanho apresentando maior tendência ao

agrupamento (CARVALHO, 1983).

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Na Área 03 a distribuição também ocorreu de forma agregada (P= 3,51). É um

fragmento que está em formação, porém há pouca interferência antrópica. Nesta área, os

indivíduos de C. brasiliense ocorrem em pequeno número, com médias semelhantes de

jovens e adultos. O índice de agregação nesta área foi baixo em relação à Área 02. Por

apresentarem médias semelhantes de jovens e adultos, a agregação pode está relacionada

apenas aos indivíduos jovens que permanecem mais próximos.

Nas três áreas estudadas, duas apresentaram os valores obtidos da Razão

Variância/Média superiores a 1, destacando que os indivíduos de C. brasiliense apresentam

uma distribuição espacial agregada ou, tendendo à agregação na vegetação. Essa tendência

também foi observada por Marques e Joly (2000) em que reconheceram diferentes

intensidades de agrupamentos de plantas de C. brasiliense, indicando a distribuição

agregada dos indivíduos em todas as classes de tamanho, principalmente jovens e

subadultos.

O padrão de distribuição espacial das comunidades de leveduras foi estimado e

comparado com o padrão de distribuição espacial da população de C. brasiliense nas três

áreas (Fig. 12). Este padrão foi calculado como P = Variância do número de isolados por

quadrado/média do número de isolados por quadrado.

Figura 12. Distribuição de Calophyllum brasiliense e comunidades de leveduras nas três áreas estudadas (Pi 1,0 - distribuição aleatória; 1,0 Pi 1,5 - tendência ao agrupamento;

e Pi 1,5 – distribuição agrupada).

Na Área 01, a distribuição da comunidade de leveduras ocorreu de forma agregada

(P= 1,62), diferindo da distribuição de C. brasiliense que ocorreu de forma aleatória.

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Starmer (1981) apud Rosa et al. (1995) afirmam que os fatores ecológicos que determinam a

distribuição de leveduras podem estar relacionados à distribuição de habitat ao longo de um

gradiente local e a insetos que vetorizam esses locais. A distribuição agregada no habitat é

esperada tendo em vista que poucos ambientes são homogêneos, e os vetores são

provavelmente específicos. É conhecido o fato de que Insecta tem tendência a distribuição

agregada no ambiente (SOUTHWOOD, 1978). Mesmo nas áreas em que os indivíduos de C.

brasiliense se distribuem aleatoriamente, a distribuição de leveduras depende da existência

do substrato específico, o exsudado, e sua agregação pode estar relacionada ao estagio de

desenvolvimento deste substrato preferido (KAINOH et al., 1980; FOSTER et al., 1989).

Na Área 02, a distribuição das leveduras ocorreu de forma agregada (P=6,95)

acompanhando a distribuição de C. brasiliense que também ocorreu de forma agregada. E

isso pode está relacionado com a exsudação maior de C. brasiliense nesta área, que

consequentemente é mais visitado por insetos e colonizado pelas leveduras. Na Área 03, a

distribuição da comunidade de leveduras tende ao agrupamento (P=1,34) diferindo da

distribuição de C. brasiliense que ocorreu de forma agregada.

4.2 Inventário taxonômico das leveduras associadas a exsudados de C. brasiliense

Nas três áreas estudadas foram obtidas 156 amostras de exsudados de C. brasiliense

e 173 isolados de leveduras. Dos 173 isolados, 45 foram obtidos na Área 01, na Área 02

foram obtidos 81 isolados e na Área 03, 47 isolados de leveduras (Tab. 1). Na Área 01

foram identificadas 30 espécies, sendo 14 encontradas apenas nesta área. Na Área 02 foram

identificadas 36 espécies, com 17 encontradas somente nesta área. E na Área 03 foram

identificadas 22 espécies, sendo 11 encontradas apenas nesta área.

Tabela 01-Número de amostras e isolados de leveduras de exsudado de Calophyllumbrasiliense na área de estudoLocalidade Nº. de amostras Nº. de isolados Nº. de espécies

Área 01 42 45 30 -14

Área 02 74 81 36 - 17

Área 03 40 47 22 - 11

Total 156 173 62

As leveduras ascomicéticas e seus anamorfos representaram (91,3%) dos isolados,

uma predominância que também foi detectada em outros estudos. Leveduras com afinidade

ascomicética são freqüentes em Drosophila (MORAIS et al., 1992) e insetos que estão em

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íntima associação com frutos. A predominância de gêneros ascomicéticos também foi

demonstrada por Lachance et al. (2001) em estudos com flores efêmeras. Rosa et al. (1995)

também observaram essa predominância de leveduras ascomicéticas associadas a cactos de

restinga no sudeste do Brasil. As leveduras basidiomicéticas representaram apenas (8,6%)

do total de isolados. Foram identificados 9 gêneros ascomicéticos e 3 basidiomicéticos.

Candida foi o gênero mais freqüentemente encontrado (58,1%) seguido do gênero

Pichia (11,3%) e Cryptococcus (8,1%) (Fig. 13). Os demais gêneros encontrados foram:

Aureobasidium, Clavispora, Debaryomuces, Kluyveromyces, Kodamaea, Sporopachydermia

e Torulaspora, entre os gêneros ascomicéticos e Kwoniella e Rhodotorula entre os

basidiomicéticos.

Figura 13: Porcentagem de gêneros de leveduras isolados de Calophyllumbrasiliense

Dos 173 isolados de leveduras, foram identificadas 62 espécies. A maioria das

espécies pertenciam ao gênero Candida (36), sendo encontrado em todas as áreas de coleta

(Tab. 2). Prada e Pagnocca (1997), estudando a presença de leveduras ascomicéticas em

frutos de ocorrência natural em uma Floresta Tropical, observaram que a maioria das

espécies de leveduras isoladas pertencia ao gênero Candida. Este resultado também foi

observado por Morais et al. (1995) em sucessão de leveduras do fruto Parahancornia

amapa.

As espécies mais frequentes em exsudado de C. brasiliense nas três áreas, (53,1% do

total de isolados) foram: Candida parapsilosis Langeron e Talice (26), C. naeodendra Van

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30

der Walt et al. (10), C. guilliermondii var. guilliermondii Langeron e Guerra (7),

Cryptococcus laurentii Skinner (6), Kodamaea ohmeri Yamada et al. (30), Kluyveromyces

lactis var. drosophilarum Shehata et al. (6) e Pichia guilliermondii Wickerham (7). Candida

parapsilosis e K. ohmeri, juntas representaram 30,6% do total dos isolados coletados. A

espécie C. parapsilosis foi encontrada como importante espécie de levedura associada a

Drosophila na Floresta Atlântica (MORAIS et al., 1995). Também foi encontrada em

trabalhos de diversidade de leveduras com plantas e insetos em três diferentes ecossistemas

no Brasil (MORAIS et al., 2006). O clado Kodamaea parece relativamente recente, e K.

ohmeri, em virtude de sua menor especialidade ecológica e da posição na filogenia do

rDNA, pode representar uma forma ancestral. Isso é coerente com o isolamento de K.

ohmeri a partir de um número de diferentes substratos, incluindo alimentos e espécimes

clínicos (ROSA et al., 1999). A distribuição de K. ohmeri, encontradas em trabalhos de

leveduras em algumas abelhas, é menos compreendida. Tem sido isolado por ocasião em

flores e também de besouros nitidulídeos encontrados em flores e pode não ser uma espécie

transitória do filoplano (ROSA et al., 2003).

Na Área 01, C. naeodendra (3), Cryptococcus laurentii (3) e P. guilliermondii (6)

foram as espécies predominantes. Cr. Laurentii e Aureobasidium pullulans foram as

espécies de leveduras prevalentes em nectários extraflorais de Senna australis e S.

bicapsularis em ecossistemas de restinga (ROSA et al., 1995). Na Área 02, as espécies que

predominaram foram C. guilliermondii var. guilliermondii (3), C. naeodendra (5), C.

parapsilosis (22), K. ohmeri (14) e P. sydowiorum Scott e Van der Walt (3). Na Área 03, C.

guilliermondii var. membranifaciens Lodder e Kreger (3), C. parapsilosis (3), C. silvanorum

Van der Walt et al. (3) e K. ohmeri (14) foram as mais ocorrentes. Candida guilliermondii

var. membranifaciens foi encontrada associada a frutos de diferentes espécies de

angiospermas (PRADA e PAGNOCCA, 1997) e C. silvanorum foi isolada pela primeira

vez de uma árvore infestada por besouros na África do Sul e foi descrita com apenas 1

isolado (VAN DER WALT, 1971 apud KURTZMAN e FELL, 1998). A maioria das

espécies foram representadas por apenas 1 isolado (71,6%). As espécies C. homilentoma

Van der Walt e Nakase, C. maltosa Komag et al., C. melibiosica Buckley e Uden, C. mogii

Vidal-Leiria, C. valdiviana Grinbergs e Yarrow, Candida sp.3, Candida sp.6, Candida sp.7,

Candida sp.9, Candida sp.13, Cr. Albidus Skinner, K. thermotolerans Yarrow, P. anomala

Kurtzman e P. triangularis Smith et al., foram encontradas apenas na Área 01 (Fig. 14).

Enquanto Aureobasidium pullulans, C. bertae Ramírez e González, C. butyri Nakase, C.

blankii Buckley e Uden, C. dendronema (Van der Walt et al, C. famata Yarrow e Meyer, C.

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31

saitoana Nakase e Suzuki, C. tenuis Diddens e Lodder, Candida sp.1, Candida sp.4,

Candida sp.11, Candida sp.12, Cr. Amylolentus (Van der Walt et al, Cr. Skinneri Phaff e

Carmo Souza, Cr. Terreus Di Menna, Debaryomyces coudertii Saëz, P. sydowiorum Scott,

Van der Walt, Sporopachydermia quercuum Lachance e Torulaspora delbrueckii Lindner,

foram encontradas apenas na Área 02. As espécies C. bombicola (Spencer et al., C.

guilliermondii var membranifaciens, C. oregonensis Phaff e Carmo Souza, C. paludigena

Golubev e Blagodatskaja, C. peltata Yarrow, Candida sp.2, Candida sp.5, Candida sp.8,

Candida sp.10, Deb. Yamada Van der Walt e Johannsen, e P. hampshirensis- similar, só

foram encontradas na Área 03. A espécie P. hampshirensis – similar (Lag 703) foi

seqüenciada e se trata provavelmente de uma espécie nova.

Figura 14 – Distribuição das espécies de leveduras de exsudado de Calophyllum brasiliensepor área de ocorrência.

Candida homilentoma,C. maltosa, C. melibiosica, C. mogii, , C. valdiviana,

Área 01 Área 02

Área 03

Cryptococcus albidus, Kluyveromyces thermotolerans, Pichia anomala e P. triangulares,

Aureobasidium pullulans, Candida bertae, C. butyri, C. blankii, C. derdronema, C. famata, C. saitoana, C. tenuis,

Debaryomyces coudertii, Pichia sydowiorum, Sporopachydermia quercuume Torulaspora delbrueckii,

Candida bombicola, C. guilliermondii var. membranifaciens, C. oregonensis, C. paludigena C. peltata, Candida sp.2, Candida sp.5, Candida sp.8, Candida sp.10, Debaryomyces yamada, e Pichia hampshirensis- similar,

Candida guilliermondii var. guilliermondii, C. insectorum,C. naeodendra,C. parapsilosis,C. silvanorum,Cryptococcus Laurentii,Kodamaea ohmeri,Kluyveromyces lactis var drosophilarum

Candida lusitaniaeClavispora lusitaniaeDebaryomyces vanrijiae var. vanrijiaeKluyveromyces lactis var lactisKwoniella mangroviensisPichia guilliermondii0

Pichia toletana Candida saitoanaDebaryomyces. vanrijiae var yarrowii

Candida sp.3, Candida sp.6, Candida sp.7, Candida sp.9, Candida sp.13

Candida sp.1, Candida sp.4, Candida sp.11, Candida sp.12, Cryptococcus amylolentus, Cr. skinneri, Cr. terreus,

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Treze isolados não foram identificados em nível de espécie, sendo identificados em

nível de gênero. Todas as espécies não identificadas foram classificadas como Candida sp.

O gênero Candida é bastante heterogêneo, possuindo uma definição muito abrangente, e

praticamente qualquer levedura ascomicética de reprodução assexuada que não preenche os

critérios para ser classificada em outro gênero é definida como Candida.

Tabela 02 - Leveduras isoladas de exsudados de Calophyllum brasiliense em três áreas da Planície do Araguaia- TO.

Espécies de leveduras Área 01 Área 02 Área 03 Total(n=42) (n=74) (n=40) (n =156)

01 Aureobasidium pullulans Arnaud 1 1

02 Candida bertae Ramírez e González 2 2

03 C. bombicola Spencer et al. 1 1

04 C. blankii Buckley e Uden 2 2

05 C. butyri Nakase 1 1

06 C. dendronema Van der Walt et al. 1 1

07 C. famata Yarrow e Meyer 1 1

08 C. guilliermondii var guilliermondii Langeron e Guerra 2 3 2 7

09 C. guilliermondii var. membranifaciens Lodder e Kreger 3 3

10 C. homilentoma Van der Walt e Nakase 1 1

11 C. insectorum Scott et al. 1 1 2 4

12 C. lusitaniae Uden e Carmo Souza 1 1 1

13 C. maltosa Komag et al. 1 1

14 C. melibiosica Buckley e Uden 1 1

15 C. mogii Vidal-Leiria 1 1

16 C. naeodendra Van der Walt et al 3 5 2 10

17 C. oregonensis Phaff e Carmo Souza 1 1

18 C. paludigena Golubev e Blagodatskaja 1 1

19 C. parapsilosis Langeron e Talice 1 22 3 26

20 C. peltata Yarrow 1 1

21 C. saitoana Nakase e Suzuki 1 2 3

22 C. silvanorum Van der Walt et al. 1 1 3 5

23 C. tenuis Diddens e Lodder 2 2

24 C. valdiviana Grinbergs e Yarrow 1 1

25 Candida sp.1 1 1

26 Candida sp.2 1 1

27 Candida sp.3 1 1

28 Candida sp.4 1 1

29 Candida sp.5 1 1

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33

Cont.

Espécies de leveduras Área 01 Área 02 Área 03 Total(n=42) (n=74) (n=40) (n =156)

30 Candida sp.6 1 1

31 Candida sp.7 1 1

32 Candida sp.8 1 1

33 Candida sp.9 1 1

34 Candida sp.10 1 1

35 Candida sp.11 1 1

36 Candida sp.12 1 1

37 Candida sp.13 1 1

38 Clavispora lusitaniae Rodrigues de Miranda 2 1 3

39 Cryptococcus albidus Skinner 1 1

40 Cr. Amylolentus Van der Walt et al. 1 1

41 Cr. Laurentii Skinner 3 1 2 6

42 Cr. Skinneri Phaff e Carmo Souza 1 1

43 Cr. Terreus Di Menna 1 1

44 Debaryomyces coudertii Saëz 1 1

45 Deb. vanrijiae var. vanrijiae (Abadie et al. 2 1 3

46 Deb. vanrijiae var. yarrowii Santa María e García 1 1 2

47 Deb. Yamadae Van der Walt e Johannsen 1 1

48 Kodamaea ohmeri (Yamada et al. 2 14 14 30

49 Kluyveromyces lactis var. lactis Van der Walt 1 1 2

50 K. lactis var. drosophilarum (Shehata et al. 2 2 2 6

51 K. thermotolerans Yarrow 1 1

52 Kwoniella mangroviensis (Statzell-Tallman et al. 1 1 2

53 Pichia anomala Kurtzman 1 1

54 P. guilliermondii Wickerham 6 1 7

55 Pichia hampshirensis- similar 1 1

56 P. lynferdii Van der Walt e Johannsen 1 1

57 P. sydowiorum Scott, Van der Walt 3 3

58 P.toletana Kreger-van Rij 2 1 3

59 P. triangularis Smith e Batenburg-van der Vegte 1 1

60 Rhodotorula mucilaginosa Jörgensen 1 1 2

61 Sporopachydermia quercuum Lachance 1 1

62 Torulaspora delbrueckii Lindner 1 1

Total de isolados 45 81 47 173

N= número de amostras

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34

4.3 Perfil fisiológico das leveduras de exsudado de C. brasiliense

Segundo Lachance e Starmer (1986) a maioria das populações de leveduras

associadas a algum tipo de substrato deve refletir a fonte de carbono disponível. A

identificação de leveduras é baseada em seu perfil fisiológico e comportamento bioquímico

(KURTZMAN e FELL, 1998). Deste modo, é possível fazer inferências acerca dos

substratos ocupados por uma comunidade de leveduras por meio do estudo de seu perfil

fisiológico. O procedimento básico para definição do perfil fisiológico foi realizado com

173 isolados (Tab.03).

Tabela 03 - Perfil fisiológico de cada comunidade de leveduras de exsudado de C. brasiliense nas áreas estudadas

Assimilação Área 01 Área 02 Área 03Galactose 43 78 46L-sorbose 29 59 32Maltose 44 76 47Sacarose 41 74 46Celobiose 34 49 40Trealose 72 73 46Lactose 6 10 7Melibiose 20 21 10Rafinose 26 29 27Melezitose 38 59 24Inulina 0 1 1Amido 3 3 2D-xilose 37 63 25L-arabinose 26 58 24D-arabinose 18 22 8D-ribose 22 24 24L-ramnose 20 25 18Etanol 38 69 45Glicerol 40 67 44Eritritol 14 30 13Ribitol 39 70 42Galactitol 22 24 9D-manitol 43 55 47D-glucitol 39 74 45AM-Glicosideo 39 77 44Salicina 21 35 34DL-lactato 16 23 8Succinato 42 71 45Citrato 37 68 41M-inositol 7 15 6Metanol 2 12 0Hexadecano 1 10 9D-glucosamina 19 31 17Xilitol 31 37 19Acetona 11 6 2Etil acetato 17 35 16Isopropanol 3 5 4Gluconato 26 56 29N - glucosamina 38 70 42Nitrato 2 18 2

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Cont.

Assimilação Área 01 Área 02 Área 03Nitrito 3 17 6L- lisina 41 76 48Cadaverina 45 78 48Etilamina 32 63 33Crescimento em 10% NaCl 31 63 3250% Glicose 25 57 35Acido Acético 45 79 47Carbonato Cálcio 15 42 25Gelatina 8 29 23Cicloheximida 37 62 30TEMPERATURA 37ºC 42 63 4640ºC 29 49 33FERMENTAÇÃO Glicose 36 60 34Galactose 17 27 10Maltose 1 7 5Sacarose 18 21 24Lactose 0 0 0Rafinose 6 0 2Trealose 26 34 11

A maioria das leveduras possui um perfil assimilatório largo, com diversidade de

substratos utilizáveis. Para os açúcares glicose, galactose, maltose, sacarose e trealose houve

uma assimilação acima de 90% das leveduras associadas aos exsudados. A assimilação de

galactose foi de 96,5% , maltose 96,5%, sacarose 93,0%, e trealose 93,0% dos isolados que

também assimilam glicose. L-sorbose, celobiose e melezitose, também são assimilados pelas

leveduras em mais de 60% (Tab. 04). Na assimilação de pentoses, obteve-se 93,6 % de

assimilação de D-xilose, 62,4% de L-arabinose, 40,5% de D-ribose e 36,4% L-ramnose. A

maioria desses compostos são difundidos em plantas (STARMER, 1981). Na assimilação de

álcoois, 87,8% assimilaram etanol e 39,3% assimilaram etilacetato. Dos polióis testados,

87,3% das leveduras assimilaram glicerol, 87,3% assimilaram ribitol, 83,8% D-manitol e

91,3% D-glucitol, enquanto 32,9% assimilaram eritritol, 31,8% galactitol e 16,2% M-

inositol. Na utilização de ácidos, 91,3% assimilaram succinato e 84,4% citrato, e apenas

27,2% assimilaram DL-lactato. A comunidade de leveduras de exsudados de C. brasiliense

possui uma extensiva habilidade fisiológica, utilizando compostos comumente encontrados

em plantas na forma livre ou combinada. Estes resultados também foram observados por

Starmer (1981) em leveduras de exsudados de árvores e caules de Pisonia sp. Rosa et al.

(1995) em trabalho semelhante de caracterização de comunidades de leveduras de flores de

cactos, observou que a comunidade de leveduras utilizou açucares hexoses, α e β -

Glicosídeos (exceto trealose), alguns polióis e citrato.

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Tabela 04 - Perfil de assimilação (%) de todas as espécies de leveduras de exsudado de C.

brasiliense nas três áreas.

Assimilação %

Glicose 100Galactose 96,5L-sorbose 69,4Maltose 96,5Sacarose 93,0Celobiose 71,0Trealose 93,0Lactose 13,3Melibiose 29,5Rafinose 47,4Melezitose 69,9Inulina 1,2Amido 4,6D-xilose 93,6L-arabinose 62,4D-arabinose 27,7D-ribose 40,5L-ramnose 36,4Etanol 87,9Glicerol 87,3Eritritol 32,9Ribitol 87,3Galactitol 31,8D-manitol 83,8D-glucitol 91,3AM-Glicosideo 92,5Salicina 52,0DL-lactato 27,2Succinato 91,3Citrato 84,4M-inositol 16,2Metanol 8,1Hexadecano 11,6D-glucosamina 38,7Xilitol 50,3Acetona 10,9Etil acetato 39,3Isopropanol 6,9Gluconato 64,2N - glucosamina 86,7Nitrato 12,7Nitrito 15,0L- lisina 95,4Cadaverina 98,8Etilamina 73,9Crescimento em 10% NaCl 72,850% Glicose 67,6

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Cont.

Assimilação %

Acido Acético 98,8Carbonato Cálcio 47,4Gelatina 34,7Cicloheximida 74,6TEMPERATURA 37ºC 87,340ºC 64,2FERMENTAÇÃO Glicose 75,1Galactose 41,5Maltose 10,0Sacarose 48,5Lactose 0,0Rafinose 6,2Trealose 54,6

O perfil fermentativo das leveduras indicou alta ocorrência de fermentadores de

glicose (75,1% do total). Assim como Morais et al. (1995), observaram em estudo sobre a

sucessão de leveduras em fruto Parahancornia amapa, em que 82% dos isolados

apresentaram habilidade fermentativa. Este perfil fisiológico é característico de leveduras

associadas com frutas e outros substratos com alto conteúdo de açúcar (PHAFF et al. 1978;

MORAIS et al. 1992). Em geral, Phaff (1987) descreve que leveduras associadas a flores e

frutos terão perfil fermentativo, mas as leveduras de superfície de folhas e caules serão mais

oxidativas. Assim, esta freqüência de isolados fermentadores indica que o exsudado

assemelha-se a outros substratos açucarados.

A espécie que fermenta um determinado carboidrato, obrigatoriamente deve

assimilá-lo, entretanto, ela pode assimilar e não fermentar o mesmo carboidrato

(MARIANO, 2006). As leveduras que fermentaram glicose foram submetidas a testes de

fermentação de galactose, maltose, sacarose, lactose, rafinose e trealose. As leveduras que

fermentaram galactose representaram 41,5% das leveduras fermentadoras de glicose, 48,5%

sacarose, 54,6% trealose, 10% fermentaram maltose, 6,2% rafinose e nenhuma levedura

fermentou lactose.

O crescimento positivo em concentração osmótica elevada (50% de glicose) foi

67,6%. A osmotolerância também foi observada em comunidades de leveduras de nectários

extraflorais de Senna australis e S. bicapsularis devido à produção de néctar contendo alta

concentração de açúcar, fazendo este habitat seletivo para leveduras osmotolerantes (ROSA

et al.,1995). Spencer et al. (1996) isolou leveduras de exsudado de Prosopis spp. na

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Argentina e observou que a maioria das espécies de leveduras são osmotolerante e afirmou

que o alto teor de açúcar no exsudado influencia a natureza da comunidade de leveduras

presentes nesse substrato. Em concentração osmótica de 10% de NaCl, 72,8% dos isolados

apresentaram crescimento positivo.

A capacidade de crescer em altas temperaturas resultou em crescimento positivo em

87,3% das leveduras a 37°C e 64,2% a 40ºC. Não foram capazes de crescer acima de 35ºC

apenas 12,7% das leveduras isoladas.

Na assimilação de compostos como n-glucosamina, obteve-se 86,7% de assimilação,

enquanto que em d-glucosamina apenas 38,7% das leveduras assimilaram esse composto.

Nos compostos nitrogenados, 98,8% das leveduras assimilaram cadaverina, 95,4%

assimilaram l-lisina, 73,9% assimilaram etilamina, e apenas 12,7% assimilaram nitrato e

15,0% assimilaram nitrito. A resistência a cicloheximida pelas leveduras de exsudado de C.

brasiliense também foi alta com uma taxa de 74,6%.

O grau de similaridade fisiológica das comunidades de leveduras de exsudado de C.

brasiliense nas três áreas estudadas está representada na figura 14, e nos mostra que há um

alto grau de similaridade no conjunto de características fisiológicas das leveduras associadas

a exsudados de C. brasiliense. Este substrato, por sua especificidade, parece atrair uma

comunidade de leveduras especifica, pelo menos no que concerne às exigências nutricionais.

Os perfis fisiológicos das comunidades de leveduras da Área 01 e Área 03 mostraram

similaridade em torno de 90%, evidenciando uma maior semelhança entre as leveduras

dessas duas áreas do que com as leveduras da Área 02. Isto pode se dever a fatores

relacionados à composição do substrato, isto é, a fatores edáficos, climáticos e fisiológicos

das árvores que influenciam na composição do exsudado. Os indivíduos de C. brasiliense

encontrados na Área 02 representam um conjunto de árvores jovens, e o ambiente

colonizado é uma pastagem degradada, que podem ser fatores relevantes para a

diferenciação notada.

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Figura 14 - Dendograma representativo da similaridade entre os perfis fisiológicos das comunidades de leveduras de exsudado de C. brasiliense nas três áreas estudadas.

4.4 Identificação presuntiva dos isolados de leveduras

A identificação presuntiva dos isolados de leveduras mostrou que alguns diferem da

linhagem tipo e entre si na assimilação a alguns compostos aos quais foram submetidos para

verificação do comportamento bioquímico. O isolado identificado como P. anomala (Lag

583) diferiu da linhagem tipo nos testes de celobiose e melezitose, com resultados negativo

e positivo, respectivamente. O isolado de P. triangulares (Lag 582) diferiu da linhagem tipo

na assimilação de salicina e crescimento em temperatura a 37ºC com resultado positivo para

os dois parâmetros. O isolado de P. toletana (Lag 754) foi diferente apenas em rafinose com

resultado positivo sendo que na linhagem tipo o resultado é negativo. O isolado de P.

sydowiorum (Lag 590) foi diferente apenas em L-sorbose da linhagem tipo com resultado

negativo. O isolado de P. guilliermondii (Lag 577) diferiu da linhagem tipo em inulina, D-

ribose, salicina, M-inositol com resultado negativo para os três primeiros compostos e

positivo para o último. Os isolados de P. guilliermondii (Lag 630 e Lag 676) diferem do

isolado Lag 577 em melibiose, rafinose e melezitose com resultados negativos para Lag 630

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4

0,72

0,75

0,78

0,81

0,84

0,87

0,9

0,93

0,96

0,99

Área03 Área01 Área02

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e 676 e positivo para Lag 577. Lag 626 e Lag 627 diferiram entre si em melibiose, rafinose,

d-arabinose e l-arabinose com resultados negativos para Lag 627 e positivos para Lag 626.

Os isolados de K. ohmeri (Lag 699, Lag 736, Lag 737, Lag 702, Lag 694, Lag 686,

Lag 687, Lag740, Lag 738, Lag 689, Lag 695 e Lag 698) não assimilam lactose, melibiose,

rafinose, melezitose, inulina amido, d-xilose, d-arabinose, d-ribose e l-ramnose. Os isolados

Lag 645, Lag 655, Lag 632, Lag 634, Lag 660, Lag 733 e Lag 654 diferiram apenas em

rafinose dos isolados citados anteriormente com resultado positivo para este teste. Os

isolados Lag 724, Lag 747 e Lag 661 tiveram resultado positivo para melezitose e negativo

para os testes citados acima. Os isolados Lag 648 e Lag 649 diferiram em rafinose e

melezitose das demais, com resultado positivo. Os isolados Lag 622 e Lag 651 tiveram

resultados positivos em melezitose, d-xilose e l-arabinose, deferindo dos isolados anteriores

que não crescem nestes compostos.

O isolado de K. lactis var lactis (Lag 588) diferiu da linhagem tipo em rafinose em

que obteve resultado positivo no teste e na linhagem tipo é negativo. O isolado de K. lactis

var drosophilarum (Lag 658) difere da linhagem tipo em lactose e melezitose com resultado

negativo e na linhagem tipo o resultado é positivo; difere ainda em melibiose em que obteve

resultado positivo e a linhagem tipo não cresce neste composto. O isolado Lag 659 difere do

isolado Lag 658 em l-arabinose com resultado positivo. Lag 596 também difere de Lag 658

em rafinose com resultado negativo. Lag 675 cresceu em d-ribose e em Lag 658 o resultado

é negativo. Lag 717 é positivo em l-arabinose e d-ribose, sendo que no isolado Lag 658 foi

negativo.

O isolado de D. coudertii (Lag 756), não cresceu em amido, D-ribose, e L-ramnose,

diferindo da linhagem tipo e cresceu em AM-glicosídeo, sendo que na linhagem tipo o

resultado é negativo. O isolado de D. vanrijae var vanrijae (Lag 636) foi negativo em

amido, D-arabinose, D-ribose, L-ramnose e galactitol, sendo que na linhagem tipo ocorre

assimilação destes compostos. Este isolado foi o único que apresentou maior numero de

compostos diferindo da linhagem tipo. Lag 637 diferiu de Lag 636 em celobiose com

resultado negativo. Lag 700 não cresceu em celobiose e glicerol, com crescimento positivo

em Lag 636.

Candida blankii (Lag 722) cresceu em melibiose e na linhagem tipo este resultado é

negativo. Os compostos: amido, d-glucitol e salicina não cresceram neste isolado sendo que

na linhagem tipo todos são positivos. O isolado de C. oregonensis (Lag 746) cresceu em

galactose e glicerol e não crescem na linhagem tipo. O isolado de C. melibiosica (Lag 711)

obteve resultado negativo para melibiose e melezitose e este resultado é positivo para a

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linhagem tipo. O isolado de C. valdiviana (Lag 714) cresceu em melibiose inositol e N-

glucosamina, diferindo da linhagem tipo que não cresce nesses compostos. O isolado de C.

peltata (Lag 652) não cresceu em L-sorbose, D-arabinose e D-ribose, enquanto na linhagem

tipo o resultado é positivo. C. dendronema (Lag 623) obteve resultado negativo em

melezitose, D-arabinose e galactitol, diferindo da linhagem tipo. C. bertae (Lag 690) não

cresceu em d-ribose e hexadecano, com resultado positivo na linhagem tipo. O isolado de C.

insectorum (Lag 669) não cresceu em l-arabinose, d-arabinose e hexadecano, sendo todos

positivos na linhagem tipo. O isolado de C. naeodendra (Lag 729) não foi capaz de crescer

em l-sorbose, amido, e xilitol, diferentemente da linhagem tipo que cresce nestes compostos.

O isolado de C. naeodendra (Lag 633) não cresceu em d-arabinose diferindo de Lag 729, e

Lag 607 não cresceu em D-ribose, diferindo do isolado Lag 729. O isolado de C.

parapsilosis (Lag 611) não assimilou melezitose, D-xilose e L-arabinose e assimilou

celobiose. A linhagem tipo desta espécie assimila os três primeiros compostos e não assimila

o ultimo. O isolado de C. parapsilosis (Lag 565) diferiu de Lag 611 em rafinose e D-

arabinose com crescimento positivo. O isolado Lag 672 foi positivo em celobiose, melibiose

e rafinose diferindo de Lag 611. Os isolados Lag 589, Lag 579, Lag 720, Lag 570 e Lag 743

são todos iguais e diferiram da linhagem Lag 611 apenas na rafinose com resultado positivo.

O isolado Lag 643 obteve crescimento positivo em D-xilose e D-arabinose, diferindo do

isolado Lag 611. A maioria dos isolados diferiram das linhagens tipo em dois ou três

compostos, o que é esperado para estes procedimentos identificatórios, e que estimulou a

introdução de metodologias moleculares para identificação de microrganismos, num sistema

polifásico.

4.5 Utilização da técnica de RAPD

As pressões seletivas diferem entre ambientes geográficos, substratos e mesmo sob

condições variáveis de interações ecológicas entre as leveduras pertencentes à comunidade,

e com outros organismos como seus vetores. Assim, é esperado que linhagens de uma

mesma espécie, quando isoladas de regiões geográficas diferentes, em substratos diferentes,

apresentem variações em seu perfil fisiológico.

É importante notar que a utilização do RAPD como instrumento para identificação

dos isolados mostrou-se bastante limitado. Linhagens de uma mesma espécie, provenientes

de exsudados de árvores da mesma área foram agrupadas em “clusters” separados (Fig. 12).

Por exemplo, K. ohmeri que apresentou 30 isolados, dos quais 19 foram submetidos ao

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sequenciamento do domínio variável D1/D2 da subunidade maior do rDNA e a região

espaçadora interna de transcrição gene 5.8S, foi agrupada pelo RAPD em cinco clusters

diferentes, dos quais dois agruparam leveduras da mesma área, e três agruparam leveduras

de áreas distintas. Isto mostra que esta técnica é refinada o bastante para separar linhagens

da mesma espécie, mas é limitada para marcar identidade específica em uma comunidade.

Assim, a comunidade de leveduras associadas ao exsudado de C. brasiliense pode

ser considerada de alta diversidade intra-específica, o que pode ser evidenciado pelo

pequeno número de clusters formados na comparação dos resultados do RAPD (Fig. 15).

Tosta (2004) estudando a biotipagem de leveduras industriais por meio do sistema “killer”,

com a utilização de cinco iniciadores, mostrou que a técnica de RAPD é satisfatória na

diferenciação de linhagens de Saccharomyces cerevisiae, até mesmo em nível intra-

específico. Xufre et al. (2000) obteve a diferenciação de seis linhagens de Saccharomyces

spp. através da técnica de RAPD. Matienzo (2002) utilizando marcadores moleculares na

identificação de leveduras observou que a reação de RAPD é um método sensível e eficiente

na identificação de linhagens muito semelhantes.

Dentre as espécies prevalentes, os isolados de C. parapsilosis foram agrupados em

seis clusters, sendo um cluster com seis isolados, dois clusters com quatro isolados, um

cluster com três isolados e dois clusters com dois isolados (Tab. 5). Pode-se afirmar que esta

espécie apresenta variações intra-específicas na comunidade associada aos exsudados de C.

brasiliense. Duas linhagens mantiveram-se em separado, sendo uma da Área 02 e uma da

Área 03. Dois clusters agruparam isolados de áreas diferentes: das Áreas 02 e 03 e das Áreas

01 e 02, o que pode sugerir que há uma fonte comum desta espécie para as diferentes áreas

geográficas estudadas e o exsudado é um ambiente de diferenciação, ou que vetores

transitam entre as áreas dispersando as diferentes linhagens da espécie. Os isolados da Área

02 foram agrupados em quatro clusters, e cada um deles tinha isolados seqüenciados de C.

parapsilosis, talvez apoiando a primeira hipótese de que ocorre diferenciação genética no

exsudado. Dentre 27 isolados, dez foram seqüenciados, confirmando a correta identificação

da espécie.

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Figura 15 - Dendrograma gerado a partir dos dados de similaridade genética de isolados de leveduras de C. brasiliense por meio de marcadores RAPD

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Kodamaea ohmeri teve isolados agrupados em cinco clusters, sendo um cluster com

cinco isolados, e dois clusters com três e com dois isolados, cada. Duas linhagens se

mantiveram em separado, pertencentes à Área 02 e Área 03. Dois clusters agruparam

isolados da Área 02, um cluster agrupou isolados da Área 03 e um cluster agrupou isolados

das Áreas 01 e 03. Isto pode ser evidencia de fonte comum de leveduras para as diferentes

áreas ou que vetores sejam responsáveis pela disseminação das linhagens entre essas

diferentes áreas.

Isolados de P. guilliermondii foram agrupadas em dois clusters contendo 3 e 2

isolados cada, todos obtidos da mesma área de coleta. Uma linhagem manteve-se separada.

Isto pode ser devido à hipótese de diferenciação no exsudado, e pode fornecer suporte à

proposição de um modelo de metapopulações no ambiente transitório que é o exsudado de

C. brasiliense. Seis isolados, dentre os sete obtidos, foram seqüenciados, confirmando a

identidade taxonômica.

Tabela 05 - Espécies de leveduras agrupadas em clusters e números de isolados por cluster

Espécies de leveduras Número de clusters Número de isolados por cluster

43

6 642

Candida parapsilosis

2

23

5 32

Kodamaea ohmeri

5

2 3Pichia guilliermondii2

Sendo estas espécies as mais freqüentes, pode-se hipotetizar que a alta diversidade

intra-específica pode estar ligada a fenômenos relacionados a divergência evolutiva e

especiação por isolamento geográfico entre as áreas ou por barreiras existentes à dispersão

pelos insetos vetores, ou ainda a pressões de coexistência.

Marinoni e Lachance (2004) estudaram as barreiras reprodutivas entre espécies do

clado Metschnikowia por seleção prototrófica de recombinantes, cariotipagem eletroforética,

análise de restrição de DNA mitocondrial e sequenciamento. A existência de ascósporos

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inviáveis entre duas variedades de uma mesma espécie, Metschnikowia continentalis

Lachance et al., mostrou que fenômenos de especiação podem ocorrer em alguns clados de

leveduras associadas a substratos efêmeros. O surgimento de recombinantes prototróficos

entre linhagens mutantes de diferentes espécies, M. borealis Lachance et al., M.

continentalis, M. lochheadii Lachance, Metschnikowia sp. (UWO(PS)00-154.1), e C.

ipomoeae Lachance et al., mostra o potencial de trocas gênicas interespécies. As filogenias

obtidas a partir da análise de seqüências de diferentes regiões do DNA não se mostraram

congruentes, evidenciando que a hibridização pode ter ocorrido na natureza, durante o

processo de divergência evolutiva do ancestral comum a este clado.

Outra hipótese plausível é que as metapopulações de leveduras dos exsudados

possam apresentar polimorfismos em seu comportamento assimilativo, talvez por pressões

em direção à coexistência em substrato efêmero. Metapopulação é reconhecida como uma

unidade maior contendo um grupo de subpopulações (populações locais de uma espécie),

ocorrendo em uma determinada região (HANSKI e SIMBERLOFF, 1997). A dinâmica de

metapopulações oferece uma explicação plausível para a manutenção de polimorfismos em

diferentes populações e sistemas, incluindo-se os sistemas killer em leveduras (CZÁRÁN e

HOEKSTRA, 2003). Segundo os autores, um leve trade-off entre produção de toxina e

crescimento populacional é suficiente para manter a coexistência regional de linhagens

matadoras e sensíveis, se a ação matadora é um fenômeno local restrito a algumas manchas

do habitat e populações locais regularmente são extintas e renovadas via recolonização de

manchas vizinhas. A formação de padrões em escala regional não tem participação

importante neste mecanismo, mas interações locais são decisivas. É possível que o

exsudado, também um substrato efêmero e aparentemente rico em carboidratos facilmente

assimiláveis, seja um ambiente onde interações metapopulacionais, baseadas em diferentes

comportamentos assimilativos facilitando a coexistência ou sucessão ocorram.

4.6 Diversidade de leveduras

Os índices de diversidade de espécies relatam o número de espécies e a importância

relativa individual das mesmas na comunidade a que pertencem. As leveduras associadas ao

exsudado de C. brasiliense congregam um grupo de espécies bastante amplo, conforme se

verifica na listagem da Tabela 02, que resultou em um total de 62 espécies distribuídas entre

173 isolados, sendo que 71,6% das espécies foi representada uma única vez, indicando que

são raras no habitat, ou mesmo possivelmente transitórias e contaminantes.

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Os índices de diversidade OD calculados para o habitat exsudado de C. brasiliense

variaram entre OD = 21,75 para a Área 01, OD = 12,72 para a Área 03 e OD = 9,2 para a

Área 02, o valor mais baixo encontrado (Fig. 16).

Figura 16 – Índice de diversidade de espécies de leveduras de Calophyllumbrasiliense.

Comparação entre habitats tem mostrado que a diversidade de leveduras é alta em

locais preservados, provavelmente como resultado de uma maior diversidade de fontes de

alimentos em florestas primárias do que em áreas perturbadas, onde o habitat é mais

homogêneo (MORAIS et al., 2006). Neste caso, o exsudado de C. brasiliense é o habitat e

substrato das leveduras, e a variação nos valores do índice de diversidade pode associar-se a

alguns fatores como a diversidade de insetos vetores de leveduras visitando os exsudados, e

a diversidade de fontes de inoculo nas três áreas. Assim, a Área 01 apresentou o maior

índice de diversidade provavelmente porque representa um fragmento florestal natural -

Ipuca situado em área de baixa perturbação, circundado por vegetação natural – e não

pastagens, como é o caso da Área 02; e próximo a vários outros fragmentos de estrutura

similar – e não relativamente isolado, como é a Área 03.

A Área 01 situa-se em área de vegetação nativa de campo limpo (varjão limpo) e

sujo (varjão sujo e campo de murundus) em meio ao cerrado senso estrito e distante das

perturbações circunvizinhas, que são áreas de agricultura (Fig. 17). Nesta área, a diversidade

de leveduras deve corresponder a maior diversidade de insetos que visitam o exsudado,

vindos não apenas da própria Ipuca (Área 01), mas de Ipucas vizinhas e dos campos limpos

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e sujos adjacentes. Estes vetores também podem visitar uma grande diversidade de

substratos, que incluem a vegetação das Ipucas e do mosaico dos campos.

Figura 17 - Área 01: A- Borda da Ipuca, B- Interior e C- Varjão sujo e campo de murundus

A Área 03, tendo apresentado diversidade maior que a Área 02, representa uma área

de vegetação preservada, no entanto com uma distribuição de feições de Ipucas mais

esparsa, ou seja, estes fragmentos apresentam maiores distâncias que na Área 01. Neste

caso, a entomofauna vetora pode estar mais restrita à área delimitada pela Ipuca, e pela

ocorrência de C. brasiliense, e ainda, possivelmente limitada em relação à diversidade de

substratos visitados. É notável que, diferente da Área 01, há uma alta freqüência de

isolamento de K. ohmeri como espécie de levedura prevalente no exsudado, o que pode ter

interferido com os valores do índice OD.

Kodamaea ohmeri também apresenta alta freqüência de ocorrência nos exsudados da

Área 02, que apresentou o menor valor do índice de diversidade. Mais interferente pode ser

a alta freqüência de isolamento de C. parapsilosis nesta área, que em conjunto com K

ohmeri pode ter influenciado no valor de OD. Como discutido acima, as duas áreas 01 e 03

possuem maior similaridade da comunidade, em termos fisiológicos, que a Área 02. Mas há

forte similaridade entre as três áreas, e quando comparadas as listagens de espécies, notamos

que as Áreas 02 e 03 possuem alta ocorrência de K. ohmeri, indicando que esta levedura

pode estar associada ao exsudado de C. brasiliense. Assim como na Área 03, na Área 02, há

menor diversidade de substratos para visitação dos insetos, e maior distancia de fragmentos

florestais semelhantes, separados entre si por pastagens degradadas. Outro fator importante

que pode ter influenciado nos menores valores de OD na Área 02 é a presença de manchas

extensas de Byrsonima próximas à Ipuca com os indivíduos de C. brasiliense amostrados,

que podem ser uma prevalente fonte de inóculos.

A B C

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Apesar dos índices de diversidade serem menores nas Áreas 02 e 03, esses valores

são consideravelmente altos, comparados com trabalhos realizados por Morais et al. (1995)

em que usaram o mesmo índice e observaram que a diversidade de leveduras de frutos de

Parahancornia amapa em Mocambo, uma reserva florestal situada no estado do Pará, foi de

(OD = 11,7) considerado alto, pois é uma área protegida com alta diversidade de espécies de

plantas, e a diversidade é mais heterogênea nesses locais com alta diversidade do que em

locais homogêneos com baixa diversidade de plantas. Morais et al. (1992) também relatou

que a alta diversidade de recursos de alimentos é também apoiados pelo extensivo perfil

fisiológico de comunidades de leveduras associadas com espécies de Drosophila que

prevalece em locais não perturbados.

Não foram consideradas, neste estudo, variáveis como idade do exsudado, que pode

influenciar na disponibilidade de compostos assimiláveis e levar a uma sucessão de

comunidades/metapopulações de leveduras no habitat; visitantes que possivelmente são

vetores de microrganismos e podem seletivamente alimentar-se em mosaicos colonizados

por algumas espécies preferidas como item alimentar, causando extinções locais, ou podem

vetorizar seletivamente algumas espécies de leveduras em detrimento de outras; e

fenômenos interativos entre espécies da comunidade como é o caso da produção de toxinas

killer. Estes fenômenos poderão, no futuro, revelar detalhes da estrutura de tais

comunidades, e da distribuição das espécies entre áreas geográficas, especialmente barreiras

que podem ajudar a entender a diversidade genética das espécies K. ohmeri, P.

guilliermondii e C. parapsilosis.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A distribuição espacial de leveduras de exsudados de C. brasiliense ocorreu de forma

agregada nas três áreas estudadas, e não acompanhou a distribuição de C. brasiliense, que

ocorreu de forma agregada em uma área, com tendência ao agregamento e aleatória nas

outras duas. Mesmo nas áreas em que os indivíduos de C. brasiliense se distribuem

aleatoriamente, a distribuição de leveduras depende da existência do substrato específico, o

exsudado, e sua agregação pode estar relacionada ao estágio de desenvolvimento deste

substrato preferido.

O exsudado de C. brasiliense é um habitat favorável para o desenvolvimento de

leveduras, apresentando uma grande diversidade de espécies e linhagens associadas. O

maior índice de diversidade foi encontrado na Área 01 que possui baixo nível de

perturbação. As áreas 02 e 03, mesmo com perturbação notável em seu entorno, possuem,

ainda assim, alta diversidade.

Candida parapsilosis e K. ohmeri, juntas representaram 30,6% do total dos isolados

coletados e também foram encontradas em trabalhos de diversidade de leveduras com

plantas e insetos em diferentes ecossistemas no Brasil. Além destas, C. naeodendra, C.

guilliermondii e P. guilliermondii foram também freqüentes. A espécie K. ohmeri foi

prevalente no exsudado, com 30 isolados obtidos principalmente das Áreas 02 e 03.

Candida parapsilosis foi prevalente na Área 02, tendo sido rara nas outras duas áreas

amostrais. Treze linhagens não foram identificadas, e estão notadas como Candida sp.,

sendo possível que representem novas espécies. A linhagem identificada como Pichia

hampshirensis-similar (Lag 703), é provavelmente uma nova espécie, de acordo com os

resultados do seqüenciamento do domínio variável D1/D2 da subunidade maior do rDNA e

a região espaçadora interna de transcrição gene 5.8S.

As espécies prevalentes mostraram diversidade intra-específica, com diferentes

linhagens, tanto fenotípica quanto genotipicamente diferenciadas, ocorrendo em exsudados

da mesma área, e em áreas diferentes. É possível que a diferenciação ocorra como

mecanismo de coexistência neste substrato efêmero, indicando possível fenômeno de

dinâmica de metapopulações entre as leveduras da comunidade.

O perfil fisiológico dos isolados apresenta-se principalmente fermentativo, com alta

freqüência de isolados resistentes a altas temperaturas e concentrações osmóticas elevadas.

Este perfil mostrou que há um alto grau de similaridade no conjunto de características

fisiológicas das leveduras associadas a exsudados de C. brasiliense. A análise de

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similaridade dos perfis fisiológicos das comunidades mostrou similaridade em torno de 90%

entre as Áreas 01 e 03, evidenciando uma maior semelhança destas comunidades do que

com as leveduras da Área 02. Ainda assim, o alto grau de similaridade fisiológica indica que

o exsudado representa um conjunto de pressões seletivas de leveduras de amplo perfil,

fermentadoras e resistentes a condições de osmolaridade elevada e temperaturas altas. Neste

habitat, as pressões de coexistência entre espécies podem levar a variações intra-específicas

e sucessão, bem como pode ser que mecanismos de competição como o fenômeno “killer”

possam ser detectados.

A análise molecular por RAPD mostrou também alta diversidade genética das

leveduras, indicando possíveis variações intra-específicas na comunidade de leveduras de C.

brasiliense. Diferentes clusters de isolados de uma mesma espécie indicam que esta técnica

de RAPD não foi satisfatória como parte da identificação polifásica, pois linhagens da

mesma espécie, provenientes de exsudados de árvores da mesma área foram agrupadas em

separado, mostrando que esta técnica é refinada o bastante para separar linhagens da mesma

espécie, mas é limitada para marcar identidade específica em uma comunidade.

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ANEXOS

Anexo A - Meios de cultura utilizados

CALDO YMA: isolamento direto de qualquer substrato.

- Extrato de levedura 0,3 g

- Peptona 0,5 g

- Glicose 2,0 g

- Extrato de Malte 0,3 g

- Cloranfenicol 10 mg

- Água destilada 100 ml

MEIO ÁGAR YMA: isolamento direto de qualquer substrato.

- Extrato de levedura 0,3 g

- Peptona 0,5 g

- Glicose 2,0 g

- Extrato de Malte 0,3 g

- Ágar 2,0 g

- Cloranfenicol 10 mg

- Água destilada 100 ml

MEIO ÁGAR SABOURAUD: purificação de leveduras após o isolamento.

- Extrato de levedura 0,5 g

- Peptona 1,0 g

- Glicose 1,0 g

- Ágar 2,0 g

- Cloranfenicol 10 mg

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- Água destilada 100 ml

MEIO GYMP: armazenamento de leveduras.

- Extrato de levedura 0,1 g

- Peptona 0,5 g

- Glicose 1,0 g

- Ágar 2,0 g

- Fosfato de potássio monobásico 0,02 g

-Fosfato de potássio dibásico 0,02g

- Água destilada 100 ml

Não adicionado cloranfenicol

CALDO GYMP: usado para o crescimento de leveduras, e em conjunto com glicerol é

usado para armazenamento de leveduras.

-Extrato de leveduras 0,1g

-Peptona 0,5g

-Glicose 1,0g

-Fosfato de potássio monobásico 0,02g

-Fosfato de potássio dibásico 0,02g

-Àgua destilada 100ml

CALDO PEPTONADO: meio utilizado para fermentação de carboidratos com finalidade de

identificação de leveduras.

-Extrato de Levedura 0,45g

-Peptona 0,75g

-Àgua destilada 100ml

Carboidrato usado para os testes de fermentação:

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-Carboidrato* 6,0g

-Àgua deionizada 100ml

*Exceto Rafinose= 12%

SOLUÇÃO SALINA: solução diluidora de leveduras para vários experimentos.

-Cloreto de sódio 0,85g

-Água destilada 100ml

MEIO YNB: meio basal para testes com carboidratos.

-YNB 0,67g

-Ágar 2,0g

-Carboidrato 0,5g

-Água destilada 100ml

MÉTODOS AUXANOGRÁFICOS EM MEIO SÓLIDO: teste utilizado para identificar leveduras fermentadoras e o perfil de assimilação nos carboidratos.

BR somente 10 mL de água

1GLICOSE

0,5g

1 GLICOSE (para YNB w/o aa) 0,5g2 GALACTOSE 0,5g3 L-SORBOSE 0,5g4 MALTOSE 0,5g5 SACAROSE 0,5g6 CELOBIOSE 0,5g7 TREALOSE 0,5g8 LACTOSE 0,5g9 MELIBIOSE 0,5g10 RAFINOSE 0,5g11 MELEZITOSE 0,5g12 INULINA 0,5g13 AMIDO 0,5g14 D-XILOSE 0,5g15 L-ARABINOSE 0,5g16 D-ARABINOSE 0,5g17 D-RIBOSE 0,5g18 L-RAMNOSE 0,5g

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19 ETANOLSomente água

20 GLICEROL 0,5g (como é líquido, adicionar 0,5 mL do açúcar e 9,5 mL de água)

21 ERITRITOL 0,5g22 RIBITOL 0,5g23 GALACTITOL 0,5g24 D-MANITOL 0,5g25 D-GLUCITOL 0,5g26 A-M-GLICOSIDEO 0,5g27 SALICINA 0,5g28 GLU- δ-LACTONA 0,5g29 2-K-GLUCONATO 0,5g30 5-K-GLUCONATO 0,5g31 DL-LACTATO 0,5g32 SUCCINATO 0,5g33 CITRATO 0,5g34 M-INOSITOL 0,5g35 METANOL Somente água: 9 mL36 HEXADECANO 0,5g37 GLUCOSAMINA 0,5g38 XILITOL 0,5g39 ACETONA Somente água40 ETILACETATO Somente água41 ISOPROPANOL Somente água42 GLUCONATO 0,5g43 NGLUCOSAMINA 0,5g

MEIO YCB: meio basal para testes com compostos de nitrogênio.

-YCB 1,67g

-Ágar 2,0g

-Água destilada 100ml

COMPOSTO DE NYCB-BR 100 mL de águaN1 NITRATO 0,78 g + 100 mL de águaN2 NITRITO 0,26 g + 100 mL de águaN3 LISINA 0,56 g + 100 mL de águaCADAVERINA 0,68 g + 100 mL de águaETILAMINA 0,64 g adicionar somente após autoclavar a tubo contendo

9,5 mL de água esterilizada. Após autoclavar o YCB + 90 mL de água, adicionar a etilamina diluída

OSMOTOLERÂNCIA A 50% GLICOSE: crescimento das linhagens de leveduras em

concentração osmótica elevada.

- Glicose 50g

-Extrato de leveduras 1g

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-Ágar Agar 3g

-Àgua destilada 50ml

OSMOTOLERÂNCIA A 10% NaCl:

-Glicose 5g

-Cloreto de sódio 10g

-Agar Agar 2g

-Àgua destilada 90ml

PRODUÇÃO DE ÁCIDO:

-Glicose 5g

-Extrato de leveduras 0,5g

-Carbonato de Cálcio 0,5g

-Agar Agar 2g

-Àgua destilada 50ml

PRODUÇÃO DE COMPOSTOS AMILÓIDE:

-Glicose 2g

-Sulfato de amônio 0,2g

-Fosfato de hidrogênio K 0,2g

-Sulfato de magnésio heptahidratado 0,1g

-Agar Agar 2g

-Àgua destilada 100ml

DIASÔNIO BLUE B (DBB) test color : teste para diferenciação de basidiomicetos

Agar Sabouraud enriquecido com 4% de Glicose

-Peptona 1,0g

-Extrato de leveduras 0,5g

-Glicose 4,0g

-Agar 2,0g

-Àgua destilada 100ml

Diazonium Blue B (DBB) (% [p/v] ):

-DBB 15mg

-Tris-pH 7.0 15ml

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TESTE DE TOLERÂNCIA A ALTAS TEMPERATURAS: Caldo Sabouraud.

-Extrato de leveduras 0,1g

-Peptona 0,5g

-Glicose 1,0g

-Àgua destilada 100ml

Anexo B - Listagem com a identificação das leveduras ascomicéticas de exsudados de C. brasiliense, código dos isolados, área de isolamento e árvore em que foi obtido o isolado

Espécies de leveduras ascomicéticas

Área 01 Área 02 Área 03

Aureobasidium pullulans LAG 739 (Cal. 30)*

Candida bertae LAG 610 (Cal. 22) LAG 690 (Cal. 47)

C. bombicola LAG 646 (Cal. 10)

C. blankii LAG 691 (Cal.11) LAG 722 (Cal.02)

C. butyri LAG 603 (Cal. 15)

C. derdronema LAG 623 (Cal.44)

C. famata LAG 667 (Cal.07)

C. guilliermondii var

guilliermondii

LAG 709 (Cal.09) LAG 718 (Cal.28)

LAG 671 (Cal.26) LAG 693 (Cal.36) LAG 730 (Cal.26)

LAG 750 (Cal.33) LAG 752 (Cal.23)

C. guilliermondii var membranifaciens

LAG 657 (Cal.19) LAG 664 (Cal.33) LAG 665 (Cal.34)

C. homilentoma LAG 725 (Cal. 32)

C. insectorum LAG 677 (Cal. 16) LAG 669 (Cal. 18) LAG 741 (Cal. 31) LAG 749 (Cal. 07)

C. lusitaniae LAG 679 (Cal. 28)

C. maltosa LAG 629 (Cal. 08)

C. melibiosica LAG 711 (Cal. 29)

C. mogii LAG 716 (Cal. 02)

C. naeodendra LAG 633 (Cal.11) LAG 678 (Cal.49) LAG 682 (Cal.01)

LAG 598 (Cal.10) LAG 609 (Cal.20) LAG 612 (Cal.27) LAG 729 (Cal.48) LAG 757 (Cal.37)

LAG 701 (Cal.03) LAG 707 (Cal.29)

C. oregonensis LAG 746 (Cal.26)

C. paludigena LAG 705 (Cal.18)

C. parapsilosis LAG 579 (Cal.09) LAG 565 (Cal. 22) LAG 570 (Cal. 22) LAG 586 (Cal. 03) LAG 589 (Cal. 01) LAG 602 (Cal. 14) LAG 611 (Cal. 27)

LAG 643 (Cal. 05) LAG 706 (Cal. 32) LAG 744 (Cal. 04)

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LAG 614 (Cal. 30) LAG 615 (Cal. 29) LAG 616 (Cal. 31) LAG 618 (Cal. 32) LAG 625 (Cal. 51) LAG 668 (Cal. 08) LAG 672 (Cal. 41) LAG 673 (Cal. 46) LAG 685 (Cal. 09) LAG 688 (Cal. 18) LAG 692 (Cal. 11) LAG 697 (Cal. 16) LAG 720 (Cal. 23) LAG 727 (Cal. 51) LAG 734 (Cal. 15) LAG 743 (Cal. 11).

C. peltata LAG 652 (Cal. 14)

C. saitoana LAG 624 (Cal. 45) LAG 647 (Cal. 10) LAG 653 (Cal. 14)

C. silvanorum LAG 638 (Cal. 23) LAG 584 (Cal. 28) LAG 662 (Cal. 29) LAG 663 (Cal. 32) LAG 593 (Cal. 04)

C. tenuis LAG 605 (Cal. 16) LAG 606 (Cal. 18)

C. valdiviana LAG 714 (Cal. 22)

Candida sp. 1 LAG 564 (Cal. 23)

Candida sp. 2 LAG 753 (Cal. 14)

Candida sp. 3 LAG 759 (Cal. 24)

Candida sp. 4 LAG 601 (Cal. 09)

Candida sp. 5 LAG 751 (Cal. 34)

Candida sp. 6 LAG 631 (Cal. 10)

Candida sp. 7 LAG 628 (Cal. 05)

Candida sp. 8 LAG 761 (Cal. 10)

Candida sp. 9 LAG 683 (Cal. 23)

Candida sp. 10 LAG 708 (Cal. 29)

Candida sp. 11 LAG 592 (Cal. 03)

Candida sp. 12 LAG 735 (Cal. 04)

Candida sp. 13 LAG 680 (Cal. 34)

Clavispora lusitaniae LAG 760 (Cal. 36) LAG 696 (Cal. 42) LAG 721 (Cal. 31)

Debaryomyces coudertii LAG 756 (Cal. 07)

Deb. vanrijiae var vanrijiae LAG 636 (Cal. 18) LAG 637 (Cal. 19)

LAG 700 (Cal. 03)

Deb. vanrijiae var yarrowii LAG 594 (Cal. 04) LAG 573 (Cal. 10)

Deb. yamadae LAG 644 (Cal. 07)

Kodamaea ohmeri LAG 632 (Cal. 11) LAG 634 (Cal. 12)

LAG 613 (Cal. 28) LAG 620 (Cal. 37) LAG 699 (Cal. 17) LAG 733 (Cal. 47)

LAG 645 (Cal. 16) LAG 648(Cal. 11) LAG 649 (Cal. 19) LAG 650 (Cal. 11) LAG 651

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LAG 737 (Cal. 25) LAG 739 (Cal. 30)

(Cal. 17) LAG 654 (Cal. 26) LAG 655 (Cal. 24) LAG 660 (Cal. 17) LAG 661 (Cal. 07) LAG 686 (Cal. 31) LAG 687 (Cal. 47) LAG 689 (Cal. 20) LAG 694 (Cal. 07) LAG 695 (Cal. 19) LAG 698 (Cal. 11) LAG 702 (Cal. 10) LAG 724 (Cal. 26) LAG 726 (Cal. 47) LAG 738 (Cal. 47) LAG 740 (Cal. 12) LAG 747 (Cal. 08) LAG 755 (Cal. 24)

Kluyveromyces lactis var

drosophilarum

LAG 675 (Cal. 27) LAG 717 (Cal. 41)

LAG 596 (Cal. 06) LAG 604 (Cal. 15)

LAG 658 (Cal. 20) LAG 659 (Cal. 21)

K. lactis var lactis LAG 715 (Cal. 02) LAG 588 (Cal. 01)

K. thermotolerans LAG 642 (Cal. 47)

Pichia anomala LAG 583 (Cal.45)

P. guilliermondii LAG 577 (Cal.01) LAG 626 (Cal.01) LAG 674 (Cal.26) LAG 630 (Cal.09) LAG 676 (Cal.28) LAG 627 (Cal.02)

LAG 656 (Cal.13)

P. lynferdii LAG 595 (Cal.06)

P.toletana LAG 712 (Cal.37) LAG 719 (Cal.26)

LAG 754 (Cal.07)

P. triangulares LAG 582 (Cal.40)

P. hampshirensis -similar LAG 703 (Cal.24)

P. sydowiorum LAG 590 (Cal.02) LAG 621 (Cal.40) LAG 622 (Cal.43)

Rhodotorula mucilaginosa LAG 580 (Cal.39) LAG 591 (Cal.02)

Torulaspora delbrueckii LAG 745 (Cal.50)

Cal= número do Calophyllum em que foi obtido o isolado

Anexo C - Listagem com a identificação das leveduras basidiomicéticas de exsudados de C. brasiliense, código dos isolados, área de isolamento e árvore em que foi obtido o isolado

Espécies de leveduras

basidiomicéticas

Área 01 Área Área 03

Cryptococcus albidus LAG 713 (Cal.22)*

Cr. amylolentus LAG 732 (Cal.47)

Cr. laurentii LAG 585 (Cal.45) LAG 681 (Cal.01) LAG 710 (Cal.15)

LAG 728 (Cal.48) LAG 704 (Cal.18) LAG 742 (Cal.16)

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Cr. skinneri LAG 574 (Cal.02)

Cr. terreus LAG 731 (Cal.26)

Kwoniella mangroviensis LAG 684 (Cal.17) LAG 666 (Cal.39)

Sporopachydermia quercuum LAG 723 (Cal.50)

Cal= número do Calophyllum em que foi obtido o isolado

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