algarve-rotas & destinos aug 2009

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DA COSTA VICENTINA AO SOTAVENTO, SEM ESQUECER O BARLAVENTO,

PERCORREMOS O LITORAL ALGARVIO DE UMA PONTA À OUTRA

PARA TRAÇAR UM ROTEIRO ASSUMIDAMENTE DE VERÃO. MAIS DO

QUE APENAS AS NOVIDADES, CONCENTRÁMO-NOS EM TODOS OS

ASPECTOS E PARTICULARIDADES QUE FAZEM DO ALGARVE, MESMO

EM PLENO MÊS DE AGOSTO, UM DESTINO DE FÉRIAS DE ELEIÇÃO.

Texto de João Miguel Simões | Fotografia de Pedro Sampayo Ribeiro

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ALGARVE EM AGOSTO

q A PRAIAHá quem prefira a Arrifana, numa bonita enseada, há quemprefira a Bordeira, onde dizem ainda ser possível avistar lontras, mas a praia do Amado, pese o facto de já não sermais um segredo na Costa Vicentina, permanece como umadas mais belas e desejadas. Nos últimos anos, não só melhoraram significativamente os acessos a partir daCarrapateira, como toda a infra-estrutura à volta da praia sofreu um considerável upgrade. Os surfistas convivem hoje com famílias e excursionistas de passagem, mas, ao cairda noite, o Amado volta a silenciar-se e apenas se avistamas fogueiras acesas pelos caravanistas que ali pernoitam.Mas há outra praia que merece uma referência. Para ondequer que se olhe, a norte ou a sul, até onde a vista alcança,o panorama sobre a Cardoama, já em Vila do Bispo (boa estrada até o Castelejo, seguido de mais dois quilómetros emterra batida), é soberbo. Nos dias mais ventosos, aos surfis-tas juntam-se os praticantes de parapente, que beneficiamde um morro que constitui igualmente um excelente miradouro natural. Aliás, para além do seu extenso areal emar batido, o que mais encanta na Cordoama são as suasarribas abruptas, que chegam a atingir os 100 metros de altura. O vento tem ainda outra vantagem para além das jámencionadas… ele traz até nós um odor intenso a esteva.

q O HOTELFica na vila de Sagres, por altura do Porto da Baleeira e virado para a praia do Martinhal, e é uma das melhoresformas de resgatar o que ainda resta de um Algarve maisgenuíno. Não se pense, todavia, que o Memmo Baleeira(www.memmobaleeira.com, GPS N37º 00’37.11’’ / W8º55’53.15’’, pacotes desde €67.50 por noite), que aprovei-tou a estrutura de um hotel da década de 1960, está de costas voltadas para a modernidade. A prova disso é que, apesar de já estar no mercado desde 2007 e de ter, inclusi-ve, ganho alguns prémios pelo seu design (e aí, há que dizê-lo, marca pontos a arquitectura arejada e luminosa deSamuel Torres de Carvalho, a que se juntou uma decoraçãoa condizer pontuada por peças de Tom Vac ou Phillippe Starck),não dorme na forma e ainda recentemente inaugurou umaala com novas Memmo Suites, de um ou dois quartos e equipadas com kitchenettes, pensadas para famílias. Noresto, e porque a aposta tem dado bons frutos, RodrigoMachaz, o director-geral, insiste na fórmula de “open resort”,que é como quem diz aproveitar ao máximo os mimos internos como a cozinha esmerada, a piscina (no exterior, deágua fria; no interior, aquecida) e um spa à altura, mas semesquecer que há um mundo lá fora para explorar através deactividades como o surf, o mergulho, passeios a pé ou deBTT, entre outras coisas.

q A NOVIDADESe tudo correu como desejado, o empreendimento da Aldeiada Pedralva (www.aldeiadapedralva.com, GPS N37º 08’452”/ W8º 52’749”, desde €130 por casa/noite) terá chegado abom porto na altura em que esta revista estiver nas bancas.António e Patrícia Ferreira, que dão a cara pela empreitadaque lhes consumiu três anos de pesquisa e muita burocraciae os levou a abandonar uma carreira na publicidade, viramnesta aldeia abandonada a hipótese de construir, não umaunidade hoteleira, mas um tipo de turismo que se casa como espírito do lugar. Compraram 31 casas abandonadas, quetransformaram em espaços alegres de um ou dois quartos,ideais para famílias. Como em tudo, há quem torça o nariz aoprojecto, mas o certo é que este veio requalificar uma aldeiafantasma e tem um conceito que faz sentido: vir, não para estar fechado entre paredes, mas sim para usufruir de umaexperiência que pode incluir observação de aves, aulas de surfem família ou ainda passeios de bicicleta. As limpezas ficampor conta do staff, estando já a funcionar uma mercearia. Atéfinal do ano contam inaugurar o restaurante, a ser exploradopelo El Colesterol (ver “o restaurante”).

Para muitos, este continua a ser o último reduto a salvo no litoral algarvio. A Costa Vicentina, em pleno parque natural, não é mais exclusiva dos caravanistas e dos surfistas, mas quem chegou de novo e se instalou tem sabido, na medida do possível e das demandas do negócio, respeitar a filosofia e a ética de vida. Talvez por isso, e depois do hotel Memmo, se aguarde com alguma expectativa a abertura, em 2010, de um luxuoso resort na praia do Martinhal, em Sagres. Os mais cépticos dizem que nada voltará a ser o mesmo, mas o certo é que o projecto leva a assinatura do atelier de Conran & Partners, famoso em todo omundo, e promete total integração na paisagem e “uma sofisticação descontraída”.Quem viver, verá.

PERCURSO I: DE ALJEZUR A SAGRES

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Surfista na Praia do Amado e o areal da Cardoama (em cima); interior e exteior de uma casa da Aldeia de Pedralva, perto de Vila do Bispo (à dir. e em cima).Piscina interior do Memmo Baleeira (no topo da pág.)

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q O FENÓMENONão chega a ser um segredo, pois já é partilhado por muitos no sempre eficiente método do boca-a-boca, mas éum caso digno de registo. As coisas estão prestes a mudarna aldeia da Pedralva, nos arredores de Vila do Bispo, coma inauguração do novo empreendimento (ver texto), masaté agora o que ali existia era um punhado de moradoresresistentes e o Pizza Pazza (GPS N37º 08’452” / W8º52’749”, aberto de terça a domingo nos meses de Verão,preço médio: €10-15). No meio do nada, aquele casarão,de dois andares, pintado de cores vistosas, habituou-se anão ter mãos a medir para atender quem ali chega, vindode todos os cantos de Portugal e do mundo, para saborearas suas pizzas de massa fina e estaladiça, em combinaçõesque não acabam mais. O dono e a maioria dos emprega-dos é de origem alemã, mas já contrataram um funcionárioportuguês!

q O RESTAURANTENos últimos anos, quem passa em Aljezur raramente passasem uma paragem no El Colesterol (Estrada Nacional 120,Sítio de Santa Susana, preço médio: €20), um restaurantealegre e despojado, que não se acanha em misturar o rústicocom a arte pop instantânea, dividido por sala e esplanada.A ementa não é longa mas agrada e, se for o caso, serve os tão apreciados percebes. Quem também o faz, e até coloca placa na fachada para o anunciar, é o Eira do Mel(www.eiradomel.com, encerra aos domingos, preço médio:€25), em Vila do Bispo, que alinha por uma filosofia de slowfood. O termo não lhe diz nada? Pense em receitas tradicionais, neste caso de legítima cozinha regional algar-via, executadas com vagar e saber, mas com a técnica que muitas vezes falta a quem não faz disto profissão. Os cice-rones desta casa, que mistura objectos dos ofícios antigos,são o casal José António e Isália Pinheiro.

Restaurantes El Colestrol, em Aljezur; o Eira do Mel, em Vila do Bispo; e o Pizza Pazza, um dos grandes sucessos da Costa Vicentina. À dir.: Cabo de São Vicente

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q A BOA VIDADesengane-se, não vamos falar aqui de festas e de borgasaté às tantas da manhã. Isso é o tipo de coisa que poderáfazer noutros pontos do litoral algarvio, já que na CostaVicentina, que partilha com o Sudoeste alentejano um parque natural, o que está realmente a dar é pular da camacedo para aproveitar bem o dia. A paisagem vicentina abriga inúmeras espécies de aves e deplantas (sendo que 12 delas não existem em mais lugar nenhum do mundo), pelo que são cada vez mais as empre-sas da região a proporcionar passeios a pé, de BTT ou atémesmo de burro ou a cavalo para explorar o campo e aspraias. Criou-se um pouco a ideia de que as actividades pro-postas são radicais e para pessoas em excelente forma física,mas, na maioria dos casos, o que se passa é que são destinadasa quem aprecia a vida ao ar livre, o que prova o sucesso crescente de programas de observação de aves ou de golfinhos (contactar a Mar Ilimitado, tel. 916 832 625),por exemplo. Claro que os desportos de água ocupam umlugar muito especial, afinal, e como se diz por ali, a CostaVicentina deve a sua sobrevivência ao surf. Daí nos últimosanos se terem multiplicado as escolas de surf, windsurfou mergulho, quase sempre associadas a casas de hóspedes.Uma das mais recentes é a do Aljezur Surf Center (www.al-jezursurf.com), que pretende vender, não a simples estada,mas toda uma experiência. Como é o caso do Freeride SurfCamp (tel. 916 089 005), junto ao hotel Memmo, ou doDivers Cape (Porto da Baleeira, tel. 965 559 073).

q O MOMENTOO historiador e filósofo grego Estrabão, quando escreveu sobre a PenínsulaIbérica, não escondeu o seu fascínio pelo Cabo de São Vicente, situado no extremo sudoeste do continente europeu, nas cercanias daPonta de Sagres. Nos séculos que se seguiram, São Vicente continuou aalimentar o imaginário popular, que não conseguia imaginar o mundopara lá das suas tormentas. Os descobrimentos portugueses vieram provar o contrário, mas este cabo, de peculiar formato, não perdeu a suaaura bravia, sobretudo ao final da tarde, altura particularmente mágicaque leva muitos forasteiros a chegarem ali em romaria, vindos até de Espanha, só para não perderem o espectáculo do astro que flameja.Quem viu um pôr-do-sol viu todos? Não é o que dizem quando se vaia São Vicente…

q O LUSCO-FUSCOSagres possui alguns bares animados (como o Dromedário, o Água Salgada ou o Mitic), onde reina uma atmosfera hippie-chic, mas a nossa sugestão recai no Namastê (RuaComandante Matoso, namaste-restaurantebar.blogspot.com,aberto de quinta a domingo, preço médio: €20) por fazer opleno. Com pouco mais de um ano de vida, este restaurante--bar, das amigas e sócias Patrícia Pires da Silva e Sofia Cunhae Silva, é um local da moda para comer, com uma ementaleve e agradável, a condizer com o espaço alegre e jovial,e/ou beber um copo.

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ALGARVE EM AGOSTO

q A CASANão estranhe se não der com ela à primeira. Acontece com muito boa gente que, em Estombar, perde de vista a placa que indica a entrada para a reserva, por onde deve continuar até encontrar a última casa. A última, mas a que deve ter a melhorvista para o rio Arade, entre Portimão e Lagoa. Baptizada muito a propósito de Na Curva do Rio (www.nacurvado-rio.com, GPS N37º 09’354‘’ / W8º 17’157‘’, desde €75 por noi-te), é uma antiga casa de férias da família de Lourenço PintoRibeiro, que tem ali muitas das suas memórias de infância, masestá convertida, desde há alguns anos, em negócio. Se virmosbem, o vaivém do trânsito nem está assim tão afastado, mas a sensação de isolamento é tal que depressa nos julgamos mergulhados no Algarve mais profundo. E depois há o rio, oumelhor, a vista para o rio, saboreada a partir de dois decks virados a poente e de outros tantos alpendres, que é, sem dúvida, o grande trunfo de Na Curva do Rio. A casa dispõe de uma óptima piscina e de sete suites com casa de banho,além de uma sala de estar com lareira e de uma outra mais pequena, ideal para ler um livro, ficar à conversa e/ou assistirà televisão projectada na parede.

Portimão é o exemplo perfeito de que não basta só vontade política e investimento avultado para transformar, da noite para o dia, uma área que, por muito e bons anos, insistiu num determinado modelo de turismo, mais virado para as massas e para o gosto muitas vezes duvidoso de um certo tipo de hóspede britânico. São vários os projectos de requalificação neste trecho do Algarve, mas a pergunta que se impõe, como muitos já fazem, é se em vez de insistir em agradar a gregos e troianos, juntando no mesmo espaço tipos muito distintos de propósitos e de rendimento per capita, este “Algarve” não devia assumir, sem complexos, que se quer converter num novo pólo de animação diurna e nocturna, à imagem e semelhança de outras mecas, como Ibiza. A pergunta, pertinente, fica no ar.

PERCURSO II: DE LAGOS A ALBUFEIRA

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q A PRAIAA esplanada sobre a praia do Camilo, com acesso apartir de Lagos, não podia ser mais providencial, poisacabou por facilitar o acesso ao miradouro improvisado.Rodeada por arribas esculpidas, que formam relevos típicos como leixões, arcos e sapas, tão do agrado deaves como os guinchos, os corvos-marinhos ou as gaivotas,esta praia é das mais bonitas na costa que se estendeentre Lagos e Albufeira. Ao largo, é comum avistar veleiros, ao passo que no areal, dividido por uma formação rochosa atravessada por um túnel escavado à mão, se agrupam sobretudo famílias. Igualmente familiar, mas um pouco mais elitista, é a praia da Marinha,já no concelho de Lagoa, com acesso a partir da EN 125(a cerca de 4,5 km). Situada numa enseada, mais umavez deparamos com uma praia que deve a sua belezanatural às arribas ocres, bastante fracturadas e fissura-das, que envolvem praticamente todo o areal. Uma das suas particularidades é que se presta à prática desnorkeling para admirar as suas riquezas subaquáticas.

q A NOVIDADENão deixa de ser uma ironia que uma das grandes novida-des da rentrée algarvia seja o regresso à actividade do Blue& Green Vilalara Thalassa Resort (www.vilararesort.com,GPS N37º05’57’’ / W8º 22’49’’), que não só compôs o nome como teve a coragem de fechar as portas para reabrirem grande estilo. Situada em Alporchinhos, perto de Armaçãode Pêra, esta propriedade do Grupo Amorim soube preser-var os jardins primorosos, tirar proveito de uma praia que, na prática, é exclusiva e honrar o projecto arquitectónico de Almeida Araújo, o primeiro proprietário, mas percebeu que,depois de décadas em actividade, precisava de se ajustar. O Vilalara actual é uma versão melhorada, com uma deco-ração contemporânea e um conceito de quartos e suites maisconforme agora aos gostos da clientela jovem que o resortpretende cativar. É que se a talassoterapia, inaugurada emJunho de 1990, permitiu ao hotel ganhar fama na Europa,onde é considerado um dos melhores do género, o certo éque acabou também por o colar à imagem de um turismosénior. Parte da estratégia de relançamento da marca passapor associar aos tratamentos de talassoterapia, ligados àágua do mar, modalidades de spa, o que só foi possível como alargamento das instalações e uma forma de estar cool.

Praia da Marinha; Blue & Green Vilalara Thalassa(em cima e à dir.); uma sala e a esplanada da casaNa Curva do Rio, em Estombar (em cima, à direita e na pág. ao lado), perto de Silves

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q A GULOSEIMANão verdade, não uma, mas várias e de perder a cabeça.Há muita gente que se desloca de propósito à Quinta dosAvós (www.quintadosavos.pt, abre das 14h00 às 20h00 e encerra às terças, GPS N37º 155704’’ / W8º 265900’’), em Algoz, só para se aviar dos tentadores doces regionaisalgarvios (alguns dos quais de alfarroba), compotas e lico-res, todos produzidos a preceito de forma artesanal. Convém,todavia, ir com um pouco mais de vagar para desfrutar dasua casa de chá, onde, além de tudo o resto, servem aindainfusões de ervas aromáticas plantadas na quinta (criaramaté uma agradável mistura para beber gelada nos dias de maior calor). Outra curiosidade é o museu, que os donosterão o maior gosto em mostrar e onde reuniram muitos objectos que fazem parte do património local.

q A AGENDAO projecto “Allgarve” (informações em www.allgarve.pt,reserva e venda de bilhetes através do número 808 781 212)continua a esforçar-se para trazer à região outros focos deinteresse. Nesse sentido, uma exposição no Centro Culturalde Lagos, até 13 de Setembro; outra exposição e um ciclode cinema no Museu de Portimão (a primeira termina a 10de Agosto e o segundo a 2); e uma instalação na Igreja daMisericórdia (até 27 de Setembro) de Silves, que recebe tam-bém, na sua Casa de Cultura Islâmica e Mediterrânica, umconjunto de gravuras cedidas pela Fundação CalousteGulbenkian (até 27 de Setembro). Num registo diferente, de destacar o Festival da Sardinha de Portimão, até 16de Agosto, ao passo que o cantor Seal vai dar música a quemse deslocar ao CS Herdade dos Salgados Resort, no dia 1 deAgosto. No dia 5, mas no Grande Real Sta. Eulália Resort & Hotel Spa, em Albufeira, será a vez de Maria Rita subirao palco. No âmbito do “Allgarve Dance” vão ser ainda rea-lizadas “Sunset Parties” em locais a anunciar, bem como duasfestas “On Board”, em barcos que vão percorrer a costa.

q O RESTAURANTESão parecidos e possuem propostas idênticas, mas como não quisemos decidir entre um e outro, deixamos-lhe a si aescolha. O Caniço (preço médio: €20) fica na Prainha, emAlvor, com acesso directo através de um elevador instaladono penhasco, que desce até ao areal. Com uma decoraçãorústica e debruçado sobre a praia, este restaurante notabili-zou-se pelo seu peixe fresco, pelos diversos tipos de cata-plana ou ainda pela perna de borrego assado à tavirense. Já o Restinga (preço médio: €20), fica recuado nas dunasda praia do Alvor, com a ria por trás, mas também dá direi-to a vista para o mar. O ambiente é familiar, com uma simpatia no serviço que faz toda a diferença, num Algarvenem sempre reconhecido por receber bem o que é da terra. Na ementa, o peixe fresco é rei, bem como as cataplanas eas sopas de peixe, amêijoas e camarões.

q A ANIMAÇÃOEm Portimão, no areal da praia da Rocha, o Sasha Beachmarcou uma nova era com as suas sessões nocturnas, ao somdos melhores DJs e com muitas caras conhecidas, que já ti-nham posto de parte este trecho do Barlavento algarvio. OSasha, tal como outros clubes que existiam ou que surgiramdepois, soube aproveitar a lacuna deixada pelo encerramen-to da Casa do Castelo, em Albufeira. A funcionar durante oano como restaurante, o Sasha anuncia que este será o seuúltimo ano na actual localização, mas o certo é que, até finaisde Agosto, as suas Summer Sessions são incontornáveis nocalendário dos foliões. Quem também está a ganhar o gostopela animação nocturna é o Suites Alba Resort & Spa, na praiada Albandeira, de que Luís Figo é sócio, mas, à data de fechodesta edição, entre as novidades mais esperadas estava aabertura do Faces, no Tivoli Marina (ver percurso III), emVilamoura, que marca o regresso da estilista Fátima Lopes ànoite. A empresária promete não uma discoteca, mas sim umespaço enorme e exclusivo onde será possível dançar, mastambém conviver em grande estilo. A outra entrada de peso,que promete agitar o panorama até 22 de Agosto, é a do SaltBeach Club, na praia dos Salgados, em Albufeira, a cargo daRP Marta Aragão Pinto, que coloca como chamariz os nomessonantes de Bob Sinclair, David Moralesou Roger Sanchez.

Restaurante do Sasha e a vila de Silves (à dir.); restaurante O Caniço, na Prainha, e a Quinta dos Avós,que vende doces tradicionais algarvios, em Algoz.Na pág. ao lado: No Solo Água Beach, Portimão

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q O FARNIENTEA moda dos clubes de praia, que tanto sucesso fazem em outrasparagens como Ibiza ou Miami, veio para ficar no Algarve.Curiosamente, o Duna Beach (www.duna-beach.com), na MeiaPraia, em Lagos, não é propriamente uma novidade, pois já tempraticamente 40 anos. Actualmente integrado na propriedade do Tivoli Lagos (N37º 06’ 20,51’’ / W8º 40’ 35,49’’), este clube soube actualizar-se, mantendo aquilo que tinha de bom: o aces-so directo à praia e uma agradável piscina redonda. No resto tratou de criar um menu leve a atractivo, cocktails coloridos e deproporcionar Love Beds, não mais do que camas em palhinha alugadas ao dia, para desfrutar a dois com vista para o mar e garrafa de champanhe. Há também festas temáticas. Muito maisrecente é o No Solo Água Beach (www.nosoloagua.com), comacesso directo à praia da marina de Portimão, que surgiu no âmbito da requalificação da zona marítima da “capital do Barlavento”. Na verdade, o No Solo, marca italiana, divide o espaço e o conceito em três, com uma área de piscina e restau-rante, outra de praia e restaurante e ainda outra de praia e bar. Emtodas elas vai encontrar inúmeras camas de dia, mesas, cadeirões,enfim, uma profusão tão grande de mobiliário exterior (importadode Bali, na Indonésia) que, nalguns casos, chega até a ser demais.De todas as formas, e mesmo sem a clientela glamourosa de outros seus congéneres, agrada e faz da animação, diurna e nocturna, um cartão de visita.

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q O RESTAURANTEEm vez de (apenas) uma, duas sugestões. A primeira, maisinformal, fica sobre a praia de São Rafael, em Albufeira, eleita pelo sítio onbeach.com como a melhor do país e a quarta melhor da Europa. O critério é discutível, mas é,apesar da exiguidade do seu areal, que lota facilmente, umapraia agradável e servida pelo restaurante-bar São Rafael(pertence ao hotel CS São Rafael mas funciona autonoma-mente). Com uma decoração em tons de branco e azul, é um espaço aberto, com esplanada, onde se podem comerespecialidades a partir de €9 e peixe fresco a partir de €8.16(www.cs-saorafaelsuitehote.com, preço médio: €20). EmVilamoura, no recém-inaugurado Tivoli Victoria, está a funcionar o Emo, aberto apenas aos jantares e com um conceito de cozinha portuguesa a revisitar em menus de degustação. É um espaço assumidamente contemporâneo,com toques fora do comum, como seja a filigrana aplicadano tecto e paredes ou os painéis de azulejos de chacota manual metalizados. A execução está a cargo dos jovenschefs Pedro Peinado Pereira e Bruno Rocha, e não de LuísBaena, como tem sido erradamente divulgado.

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q A PRAIADe longe, parece uma única e mesma praia, mas a verdadeé que, quem conhece bem a zona, sabe que a praia da Falésia,em Albufeira, se encontra entre as de Olhos d’Água e deVilamoura. O acesso por estrada faz-se através da aldeia dasAçoteias, mas para lá chegar vai mesmo ter de estacionar o carro e fazer o resto do caminho a pé, recorrendo à esca-daria e rampa em madeira, a poente ou nascente. A belezadesta praia, com um areal de quase três quilómetros de extensão, está sobretudo nas arribas, ora mais alaranjadas,ora mais esbranquiçadas, que a ladeiam e que criam um forte contraste com as manchas de verde dos pinheiros--mansos e os azuis do céu e mar. Tem uma frequência familiar e selecta, ao que não é alheio o facto de ser a ”praia”do Sheraton Pine Cliffs, o resort eleito por José Sócrates sempre que vai de férias para o Algarve.

q A NOVIDADEFoi inaugurado oficialmente em Junho e é a confirmação deque a marca Collection dos Hotéis Tivoli não estava a brin-car quando mandou imprimir o bordão “experience more”.O novo Tivoli Victoria (www.tivolihotels.com, GPS N37º06’ 15. 66” / W8º 08’ 30. 41”, preços a partir de €240 pornoite), em Vilamoura, possui um total de 280 quartos e suites, espalhados por corredores algo labirínticos, mas umavez que se decora a geografia local, não há que enganar num hotel com ares de resort. A aposta no golfe para atrairuma clientela compatível com o nível dos serviços prestadosnão fez com que se esquecessem, de todo, diferentes mo-dalidades de lazer mais a gosto de um outro tipo de hóspedeigualmente exigente. Nesse sentido, é curioso o piscar de olhointeligente que os mentores do Tivoli Victoria fazem a quem,mais do que apenas conforto e atenção personalizada (e nisso há que ressaltar a simpatia em geral do staff e a efi-ciência dos mordomos que dão assistência às suites execu-tivas e presidencial), também presta atenção aos detalhes eaprecia arte. Por todo o hotel, além dos 40 frisos orgânicosda autoria de Pedro Calapez impressos nas paredes, desta-que para várias peças, entre fotografia, pintura e escultura,que vieram das galerias de Vera Cortês, Pedro Cera e CristinaGuerra. De todas as formas, o mais que dá água na boca éo conjunto de duas piscinas, de inspiração clássica, rodeadaspor espreguiçadeiras e camas de dia.

É um dos trechos com maior visibilidade do Algarve, pelo que foi alvo, nos últimosanos, de um investimento pesado e contínuo, que transformou por completo, parao bem e para o mal, toda esta costa. Albufeira e Vilamoura permanecem comopólos destacados da animação, mas enquanto a primeira aparece muito maisvoltada para as massas, e está a braços como uma marina às moscas, Vilamouraestá cada vez mais a apostar num segmento de luxo cinco estrelas, fazendo valer a máxima de quem um dia vaticinou “O lugar do futuro é o Algarve”.

PERCURSO III: DE Albufeira A FAro

Piscina do novo Tivoli Victoria, em Vilamoura (em cima);uma das iguarias servidas no Emo, também no Tivoli; peloscaminhos do Algarve no automóvel híbrido da Honda; apraia da Falésia e restaurante São Rafael (na pág. ao lado)

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q O SPAO Elements by Banyan Tree, a funcionar no dois últimospisos do já mencionado hotel Tivoli Victoria, não é só maisum spa que veio aproveitar a onda e a moda. Mesmo quemjá teve a oportunidade de ver muita coisa nesta vida, vai sur-preender-se com o bom gosto e o refinamento deste espaço.E espaço, para começar, não lhe falta, já que estamos a falarde uma área de 1000 m2, o que não só permitiu a instalaçãode uma magnífica piscina interior com amplas vistas panorâmicas como também as cabines de tratamento, num total de sete, ao contrário do que é habitual, não são interiores possuem janelas para o mar e para o campo de golfe e são desafogadas. A decoração, outro detalhe impor-tante, é exótica sem ser espampanante, e todo o pessoal temformação da Banyan Tree, uma das cadeias mais prestigiadasde hotéis e spas na Ásia. Não há bela sem senão, e neste caso, a única coisa a lamentar, mas que se compreende peloque está em causa, é que todos os tratamentos e sessões maistentadores não custam menos de €120.

q A ANIMAÇÃONa marina de Vilamoura, o Nikki Beach Club repete a fórmula, mas mudou e aprimorou o conceito. Ligado aoTivoli Marina (GPS N37º 04’25.80” / W8º 07’12.91”), masa funcionar de forma autónoma, este espaço divide-se emNikki Beach Barefoot, na praia com um bar de apoio e várias espreguiçadeiras e opium beds para arrendar até às21 horas, e em Nikki Beach Lakeside, nos jardins do hotel,à volta de um lago com restaurante, onde reina a mesmainformalidade mas o ambiente é mais elaborado, com acentuada tónica marroquino-oriental, e fica aberto até àsduas da manhã. Estão também previstas várias festas temáticas, com DJs internacionais. Em Faro, o Sui Generis(www.suigeneris.pt, preço médio: €30) é um sucesso quese divide em três níveis e serve diferentes propósitos. RubenPaulino, o proprietário, inspirou-se noutras paragens para a criação, mas quem faz, regra geral, as honras da casa é o panamiano Federico Marichal, ficando a cozinha, outraboa surpresa, a cargo do chef Diogo Pereira. Mas, mais doque dar apoio à praia e fazer as vezes de restaurante e bar,o Sui Generis é também um lounge e até 20 de Setembro,entre as 17 e as 21 horas, vai ter diversos eventos, além dasBeach Parties, que se vão prolongar madrugada fora… Coma garantia de que no dia seguinte abrem, como é hábito, àsnove da manhã para começar a servir pequenos-almoços.

Nikki Beach Club de Vilamoura; exposição na Mina de Sal Gema, em Loulé; o Sui Generis; e massagem no spa Elements by Banyan Tree (em cima). Ao lado: marina de Vilamoura

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q A LOJAQuase nos arriscamos a dizer que vale a pena passar em Farode propósito para espreitar a Space Invaders (Av. 5 deOutubro, 38A). Há uns anos, quando decidiram abrir esteshowroom, Ana Sequeira e João Fernandes não o fizeramapenas para ficar mais perto das respectivas famílias, mastambém, e sobretudo, por pressentirem, e bem, que haviaespaço no Algarve para uma loja de design contemporâneo.Quem vem de Lisboa ou do Porto não vai notar diferença noque já encontra por lá, mas no resto do país são ainda poucas as lojas com uma tão grande aposta em peças dedesign assinadas por nomes como Frank Gehry, MaMoNouchies ou Ray e Charles Eames, só para citar alguns. E tanto assim é que a Space Invaders fez parte da lista desugestões da Experimenta Design.

q O ACONTECIMENTOA decorrer no âmbito do “Art Algarve 2009” (www.allgarve.pt),o projecto das curadoras espanholas Lorena e Maria de Corral,esta última directora da Bienal de Veneza em 2005, na Minade Sal Gema (entrada: €4), em Loulé, é o pretexto para descobrir, de uma forma muito inusitada, um Algarve profundo, praticamente desconhecido, que serviu de cenárioa uma das emissões do programa “Prós e Contras”, na RTP1.Para cumprir a visita é preciso descer 230 metros abaixo donível do mar, mas as galerias são suficientemente amplas e arejadas, possibilitando que ali se permaneça cerca de umahora para passar em revista as nove instalações e projecçõesque animam a mina até finais de Setembro. Sal Gema, convém referir, continua em funcionamento, mas a visita nãocontempla, ao contrário do que muitos pensam, passagempelas áreas de extracção. Apenas a lamentar, a má sinaliza-ção da mina para quem vem de fora.

q A AGENDAO projecto “Allgarve” (informações e reservas de bilhetespelo tel. 808 781 212), nas suas diferentes vertentes, temprevistas várias intervenções e exposições, até finais deSetembro, no centro de Faro (nomeadamente no MuseuMunicipal) e em Loulé (em locais como a Fonte da Pipa, oConvento de Santo António ou a Mina Campina de Cima),que também vai receber o Cataplana Experience, de 2a 6 de Setembro, numa proposta mais gourmet. Em maté-ria de música e animação, destaque para as actuações deJoss Stone (31 de Julho, Monumento Duarte Pacheco, emLoulé), José Cid e Herman José (7 de Agosto, The Lake Resort,Vilamoura), Ive Mendes (13 de Agosto, Hotel D. Pedro GolfVilamoura) ou Abba Gold (18 de Agosto, Vila Sol VilamouraSpa & Golf Resort), bem como para o Allgarve Dance, dia14 de Agosto no Nikki Beach Club, e para a Noite Brancado Algarve, dia 29 de Agosto em Loulé.

Loja Space Invaders, em Faro

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À semelhança da Costa Vicentina, o Sotavento algarvio conservou um pouco mais da sua essência, sendo muitos os que ainda procuram refúgio nas praias do município de Castro Marim, já perto da fronteira com Espanha. Areais como o da Manta Rota ou Praia Verde foram requalificados, o que aumentou a afluênciade pessoas mas tem, até ver, garantido novas infra-estruturas turísticas de qualidade. De salientar ainda o património natural da região, com especialdestaque para a Ria Formosa e para a Reserva do Sapal em Castro Marim e Vila Real de Santo António.

PERCURSO IV: DE Faro A castro marim

q A PRAIANão é mais um segredo, mas ainda assim há quem desconheçaou que, simplesmente, imagina ser complicado lá chegar. E nãoé. A Ilha da Fábrica, assim chamada por antes ter existido aliem frente uma fábrica de tijolos, fica localizada na península de Cacela, junto à aldeia histórica de Cacela Velha. Diz quem conhece que se pode ir a pé, desde a praia da Manta Rota, mas é mais cómodo (e rápido, nem chega a 10 minutos) fazer atravessia de barco. Durante os meses de Verão, basta dirigir-seao Sítio da Fábrica (ao lado do restaurante Costa, GPS N37º9’253” / W7º 33’205”) e vai encontrar embarcações que asseguram a ida e volta (€1,50 por pessoa). A praia é uma língua de areia esbranquiçada, que serve de barreira natural ao avanço do mar, banhada pelas águas mais calmas e poucoprofundas da Ria Formosa. O cenário é ainda muito belo, mas jáse começa a ressentir da falta de vigilância e de manutenção.

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q O PASSEIOO Parque Natural da Ria Formosa acompanha pratica-mente toda a costa desde o Ancão até à Manta Rota. Sãoao todo mais de 18 mil hectares e, apesar do desenvolvi-mento galopante do Algarve e do avanço do betão, tem conseguido manter um ecossistema muito peculiar, assentenas lagoas e nos canais que se formam entre cordões de dunas, onde várias aves procuram abrigo no Inverno, semcontar que vivem ali inúmeras espécies ameaçadas de extinção – como o Caimão comum ou o Camaleão –, quese extrai sal e se cultiva, em abundância, a amêijoa. Quemquiser, no entanto, mais do que simples cartões postais, pode efectuar vários percursos pedestres – de aproximada-mente três quilómetros e acessíveis, mas o automóvel também foi contemplado – sugeridos pelo Centro de EducaçãoAmbiental de Marim (tel. 289 700 210, e-mail [email protected],www.portal.icnb.pt). Só para aguçar o apetite, entre os locais a visitar dentro do parque está o Centro de Reproduçãoe Criação de Cães d’Água e o chalet do poeta João Lúcio,hoje uma ecoteca, apontado, juntamente com a Quinta da Regaleira em Sintra, como um raro exemplar da arqui-tectura simbolista em Portugal.

q A NOVIDADENa localidade de Estói, a escassos 10 quilómetros de Faro,fica a mais nova pousada histórica de Portugal. Inauguradaem finais de Junho, esta unidade cinco estrelas é compostapelo antigo palácio de Estói, que pertenceu ao visconde JoséFrancisco da Silva, e por um anexo desenhado pelo arqui-tecto Gonçalo Byrne, integrados numa propriedade de qua-tro hectares. A recuperação do imóvel, que estava nas mãosda Câmara Municipal de Faro desde 1987, consumiu boaparte dos 12,5 milhões de euros disponibilizados para a obra,mas quem vê hoje a recuperação primorosa dos frescos, dosfrisos ou do mobiliário do palácio não deixa de se surpreen-der. Na parte antiga estão a funcionar as áreas comuns dapousada, como as salas de estar, o restaurante ou o bar, aopasso que os quartos, num total de 63 e bastantes amplos,estão todos na ala minimalista desenhada por Byrne. A conjugação dos dois volumes arquitectónicos, assumida-mente contrastantes, ainda choca alguns, mas o certo é queEstói (www.pousadas.pt, GPS N37º 05’799” / W7º 53’731”,desde €100 por noite) passou a ser a grande coquelucheda região, contando ainda com pavilhões de chá, jardins em estilo “Versalhes“, um spa e uma piscina integrada na pai-sagem. Não muito longe ficam as ruínas romanas de Milreu.

Ria Formosa; Pousada de Estói (em cima); casa em Cacela (à dir.); e a praia da Fábrica (pág. ao lado)

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q A AGENDAInserido na programação do “Allgarve”, vai ter lugar emOlhão, de 11 a 16 de Agosto, o Festival de Marisco, umaoportunidade ímpar para apreciar, em várias apresentaçõesgourmet supervisionadas por José Bento dos Santos, um dosprodutos mais apreciados da gastronomia local. Até dia 9de Agosto, ainda vai a tempo de apanhar o XVII Festival“Sete Sóis, Sete Luas” na praia da Manta Rota, sendoque no dia 14 de Agosto, na zona ribeirinha de Vila Real deSanto António, actua a fadista Mariza com um convidadoa anunciar. De 27 a 30 de Agosto, por sua vez, cabe a CastoMarim organizar Dias Medievais (mais informações emwww.allgarve.pt e venda de bilhetes em www.ticketline.pt).

q O RESTAURANTEÀ falta de um, sugerimos dois, sobre a areia e com vista para o mar. O primeiro fica na praia da Manta Rota e dá pelo nome de Chá com Água Salgada (www.chaco-maguasalgada.com, GPS N37º 9’52.5“ / W 7º 31’9.27“, preço médio: €25). Aberto há um pouco mais de um ano, este espaço surpreende não só pela sua arquitectura despo-jada, entre dunas, mas também por servir, sem a ditadurados horários, um cardápio fresco e caprichado, assinado pelo jovem chef Marco Jacó, onde marcam pontos entradascomo Rolinhos de Bacalhau marinado com espargos verdese espuma de limão ou ainda os lingueirões à Bulhão Pato.Mais adiante, na Praia Verde, quem mais ordena é o Pezinhosn’Areia (www.pezinhosnaareia.com, GPS N37° 10’25.85”/ W7° 28’46.35”, preço médio: €25). O que começou comoum modesto apoio de praia na década de 1980 é hoje umvalor seguro com clientela fiel, entre anónimos e famosos,que se delicia com a cozinha portuguesa, à base de peixe emarisco, e aprecia o facto de poder dar um mergulho entreuma coisa e outra. Para 2010, o restaurante tem já previstoum novo espaço, ainda mais exótico e amplo.

Agradecemos à Honda a cedência do modelo Insight com o qual realizámos este percurso pelo Algarve

q A GULOSEIMANão é para consumo imediato, mas ainda assim faz sentidoa menção para mais tarde recordar. O calor, já se sabe, nãoé o melhor amigo do chocolate, por isso a Quinta do Xocolatl(Sítio do Pinheiro. 1077, Luz de Tavira, www.quinta-xoc.com)suspendeu a produção das suas guloseimas artesanais durante o Verão. A partir de Outubro, no entanto, não só aquinta, que também é galeria de arte e oficina, reabre a suasportas – com um novo café, para além da loja que já existiae funcionava de terça a domingo –, com as 25 variedadesde chocolates e bombons, produzidos a partir do melhor chocolate belga conjugado com sabores típicos algarvios (e não só) como a aguardente de figo, a amêndoa torradaou a laranja, a serem também vendidas em várias lojas doAlgarve. Mas a visita à quinta, à beira da Ria Formosa, serásempre um bom pretexto para conhecer os responsáveis pelo projecto, o mestre chocolateiro Frank Vermorgen e a artista plástica Elza Newton.

q A NOITEAté ver, o Sotavento permanece, por estar também menosà mão de semear, um pouco arredado das festas mais ba-daladas que animam o Verão algarvio. A excepção continuapor conta do Manta Beach Club, na Praia da Manta Rota,que trouxe para as páginas das revistas do social um arealentretanto requalificado, mas que, durante o dia, por muitoque os tempos sejam outros e já não se possa falar na “praiados montanheiros” – antigamente, os trabalhadores ruraisdesciam da serra com os seus burros, depois da apanha dofigo, da alfarroba e da amêndoa, para irem a banhos nestazona –, continua a ter uma frequência eminentemente popular, por contraste com outras praias mais “elitistas” dolitoral algarvio. Além das festas temáticas, o Manta Beachvai ter também grupos de Salsa no âmbito do “Allgarve”.

Restaurante Pezinhos n’Areia, na PraiaVerde (à dir.) e esplanada e um dos pratosdo Chá com Água Salgada, na MantaRota (em baixo). Ao lado: exterior das varandas da Vila Campina, perto de Tavira

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q O REFÚGIONão fica junto ao mar, se bem que este não está a mais de quatroquilómetros de distância, mas não é por isso que o Vila Campina(www.vilacampina.pt, GPS N37º 6’ 7’’ / W7º 43’ 22’’, desde €95 pornoite) tem menos potencial ou charme. Aliás, muito do encanto desta casa de hóspedes reside no facto de ficar na campina algar-via, entre laranjais, nas cercanias da localidade de Luz de Tavira. À chegada, os hóspedes, portugueses mas sobretudo estrangeiros,recebem, para além da chave do seu quarto – e são só oito, maisuma suite –, uma outra para abrir e fechar o portão. Porque a sensação é de se estar um pouco em casa, mas uma casa, como escreveu alguém no livro de hóspedes, “com muito, mas muito maisestilo”. A proprietária, Sofia, que já trabalhou com revistas de decoração, criou um espaço imaculadamente branco por dentro e por fora, mas onde cabem, para além dos jardins e da campinaverdejante à volta, apontamentos de cor e pequenos toques personalizados que fazem deste espaço uma constante e agradávelsurpresa. A convidativa piscina, fundamental para ajudar a suportaro calor das tardes de maior braseiro, fica convenientemente afastadada casa para garantir a quem vai e a quem fica um maior sossego.