Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4483 • Sexta-feira, 28 de Março de 2014 10 PATACAS

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Ideias “sustentáveis”para negócios “verdes”Centrais

Crimes cometidos por “croupiers” cresceram 85% em 2013 Pág. 5

FUNCIONÁRIOS DE CASINOS ENVOLVIDOS EM 75 CASOS

FÓRUM AMBIENTAL JUNTA MAIS DE 400 EMPRESAS EM MACAU

Gabinete do Chefenão restringiuentrega de petiçõesO Gabinete do Chefe do Executivo não implementou quaisquer res-trições à entrega de petições por parte de residentes ou associações de Macau. A garantia foi dada on-tem pelo chefe do Gabinete, Ale-xis Tam que, em declarações aos jornalistas, sublinhou o “respeito” pelo “exercício dos direitos legíti-mos da população”. Segundo um comunicado oficial, o também porta-voz do Governo disse ain-da que “é sempre enviado pessoal do departamento de relações pú-blicas para receber as cartas e peti-ções dirigidas ao Chefe do Execu-tivo”. Questionado sobre o limite máximo de cinco pessoas, recen-temente imposto, frisou que “essa instrução não saiu do Gabinete do Chefe do Executivo”, mas foi im-plementada pelas forças policiais tendo em conta “a manutenção da ordem pública e a garantia da segurança pública”, uma vez que “há muito movimento de veículos e pessoas” na zona próxima do lo-cal onde são recebidas as cartas e petições. “Os residentes de Macau gozam de liberdade de expressão, de imprensa, de reunião, de desfi-le e de manifestação”, refere ainda a nota oficial, acrescentando que o “Governo da RAEM salvaguarda o estado de direito como um va-lor fundamental da sociedade de Macau”.

Pág. 11

“Macau devia gastar mais em Educação e na Saúde”

JOSEPH STIGLITZ, PRÉMIO NOBEL DA ECONOMIA EM 2001:

Livro revive mistériode hidroaviãoMacau está no centro de “O Segredo do Hidroavião”, li-vro de Fernando Sobral ins-pirado no primeiro avião da história comercial assaltado por piratas. Págs. 2 e 3

China Telecom arriscanova multa da DSATO Governo “não exclui” a possi-bilidade de aplicar nova sanção à China Telecom, por incumpri-mento do contrato para a criação de um sistema de gestão dos au-tocarros. Pág. 7

Canais básicosvão ter adjudicaçõesA entidade sem fins lucrativos que será criada pelo Governo vai adjudicar a transmissão dos canais básicos de televi-são por um período temporá-rio, anunciou Lau Si Io. Pág. 9

Ka I enfrenta “leões”com arma coreanaUm reforço sul-coreano vai ser a grande novidade do Ka I para o confronto de domingo, frente ao Spor-ting, em jogo da 7ª jornada da Liga de Elite. Pág. 15

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Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administração: José Rocha Dinis • Director: José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo: Sérgio Terra • Grandes Repórteres: Fátima Almeida e Raquel Carvalho • Redacção: Sandra Lobo Pimentel (editora), André Jegundo, Liane Ferreira, Pedro André Santos, Susana Diniz e Viviana Chan • Correspondentes: Helder Almeida (Portugal) e Rogério P. D. Luz (Brasil) Colaboradores: Helder Fernando e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, António Ribeiro Martins, Carlos Frota, Daniel Carlier, Francisco José Leandro, João Botas, João Figueira, Jorge Rangel e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Rita Cameselle e Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói (jtmpublicidade@yahoo.com) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa, Xinhua e Rádio ONU • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: jtmagenda@yahoo.com (serviço geral)

JORNAL TRIBUNA DE MACAU

• • • DO BAÚ DE RECORDAÇÕES

No nosso baú de recordações encontrámos esta fotografia alusiva ao lançamento à água da lancha hidrográfica “Capitania” nas Oficinas Navais de Macau, numa cerimónia realizada em Janeiro de 1986.

Dom Quixote das motocicletas As ruas de Macau não param de nos surpreender, com acontecimentos mirabolantes a toda a hora, mas na estrada também vão sendo encontradas algumas “pérolas”. Parado no semáforo surge um homem e uma mulher que fizeram lembrar Dom Quixote e o seu fiel companheiro Sancho Pança. De “lança” em riste, o duo parecia bem preparado para derrubar qualquer “cavaleiro” adversário que se colocasse no seu caminho...

Hidroavião “Miss Macau” no “thriller” de Fernando Sobral – IMacau é o centro dos acontecimentos do mais recente romance histórico intitulado “O Segredo do Hidroavião”, do português Fernando Sobral. Descrito como um “empolgante thriller” sobre “o jogo de interesses políticos em conflito na China de Mao Tsé-Tung”, foi apresentado na passada semana no Auditório do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, em Lisboa.

Hidroavião “Miss Macau” no “thriller” de Fernando Sobral – IINa sinopse, fica o mistério do que o autor pretende contar na trama. “No dia 16 de Julho de 1948, o hidroavião Miss Macau fazia mais uma viagem entre Macau e Hong Kong. Um grupo de chineses a bordo haveria de tentar sequestrar o hidroavião, fazendo com que este se despenhasse nas águas do mar, matando tripulação e passageiros. O único sobrevivente seria assassinado anos depois, junto à porta da cadeia, após a sua libertação. Por que razão?”.

Hidroavião “Miss Macau” no “thriller” de Fernando Sobral – IIIFernando Sobral baseou-se em dados históricos para escrever o “thriller”. Numa entrevista publicada no Jornal de Letras, o autor explicou que o hidroavião que faz parte da trama foi o primeiro avião da história comercial a ser assaltado por piratas, a seguir à Segunda Guerra Mundial quando Macau “era o centro do tráfico de ouro mundial”.

Hidroavião “Miss Macau” no “thriller” de Fernando Sobral – IVGrande parte do livro é passado na Rua da Felicidade. Fernando Sobral contou ao Jornal de Letras que era ali que se faziam todos os negócios. “Os portugueses sempre foram especialistas em pequenos negócios, no desenrasca. É uma vocação que está intimamente ligada ao nosso destino, sempre a fugir por entre as teias da lei”. No livro o autor cria também um retrato fiel do universo de intrigas e ambições, de receios e interesses da comunidade portuguesa em Macau.

Hidroavião “Miss Macau” no “thriller” de Fernando Sobral – VFormado em Direito, Fernando Sobral iniciou a sua actividade no «DN/Jovem», suplemento literário do Diário de Notícias, e foi colaborador do Blitz e do Semanário, integrando depois a equipa inicial do Independente e colaborou com inúmeros jornais e revistas em Portugal. Actualmente é jornalista do Jornal de Negócios e colaborador do Correio da Manhã.

Sexta-feira, 28 de Março de 2014 JTM | LOCAL 03

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Estádio da UCTM continua “desnivelado” – IJá não bastava o campo relvado em péssimas condições, mas que a Associação de Futebol de Macau escolheu para receber os jogos da Liga de Elite, o desnivelamento de terreno visível em vários locais do exterior do estádio de futebol da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (UCTM) mantém-se, quase um ano depois do gabinete de comunicação da universidade ter respondido ao JTM que havia um plano para solucionar o problema.

Estádio da UCTM continua “desnivelado” – II“De Fonte Limpa” tentou contactar o gabinete de comunicação da UCTM para saber o ponto da situação, mas ninguém esteve contactável. Na última resposta obtida a universidade garantiu que as suas instalações “têm sido rectificadas várias vezes num período regular de tempo”.

Estádio da UCTM continua “desnivelado” – IIIDevido às obras em redor, têm ocorrido aluimentos de terras com frequência na zona, e a UCTM disse que as reparações seriam feitas quando as terras estabilizassem. As obras do túnel já terminaram, e do Metro Ligeiro estão em andamento, mas não foi possível saber se já há calendário para a situação ser resolvida.

“From Vegas to Macau” terá sequela – IO realizador de Hong Kong Wong Jing confirmou recentemente os rumores de que haverá uma continuação da comédia sobre jogo “From Vegas para Macau”, que foi um sucesso de bilheteira na China Continental, quebrando o recorde de 460 milhões de renminbis. Entusiasmado, prometeu “continuar o sucesso no Festival da Primavera de 2015”, conforme noticiou o Oriental Daily.

“From Vegas to Macau” terá sequela – IIWong Jing lembrou que o outro filme que assina, “God of Gamblers”, será “pela primeira vez” lançado numa versão 3D e garantiu a continuidade de Chow Yun-fat como protagonista da sequela, dizendo que se este recusasse, não haveria motivo para fazer o filme. O outro director, Andrew Lau, garantiu que ambos os filmes terão uma sequela, mas “From Vegas to Macau” tem prioridade. Lau não adiantou pormenores sobre o novo filme, mas disse que queria entrar em pós-produção.

Velocidade de “downloads” coloca RAEM em 9º no mundo - IApesar das frequentes críticas à CTM, os serviços de internet em Macau, ou parte deles, estão entre os mais rápidos do mundo, segundo revela uma análise do grupo “Ookla”, especialista na matéria. De acordo com o mais recente “Speedtest.net”, que teve em conta as ligações domésticas à internet efectuadas entre 12 de Setembro de 2011 e 13 de Março de 2014, a RAEM integra o “top 10” do “ranking” mundial da velocidade de “downloads”, ou seja descargas de ficheiros, através de banda larga.

Velocidade de “downloads” coloca RAEM em 9º no mundo - IICom uma média de “downloads” de 40.63 megabits por segundo (Mbps), Macau ocupa a 9ª posição no mundo e a 5ª na Ásia, numa tabela que é liderada por Hong Kong (73.44), Singapura (57.95 Mbps) e Roménia (57.08). Nos primeiros lugares, surgem ainda a Coreia do Sul (52.02), Andorra (42.45), Japão (42.08), Suíça (41.91), Suécia (41.87) e Lituânia (40.31). Macau supera claramente países como Portugal (23º com 26.17), Reino Unido (29º com 24.73) ou Estados Unidos (33º com 21.97).

Velocidade de “downloads” coloca RAEM em 9º no mundo - IIIOs testes da “Ookla” indicam, no entanto, que as descargas de ficheiros são bem mais rápidas na Taipa (52.22 Mbps) do que na península de Macau (39.12). Por outro lado, a velocidade de “uploads” dos serviços domésticos de banda larga na RAEM é de 35.8 Mbps, bem acima da média mundial (7.8). No acesso à internet por telemóvel, os “downloads” e “uploads” atingem 3.3 e 1.3 Mbps, respectivamente.

Sexta-feira, 28 de Março de 201404 JTM | LOCAL

AVISO

A TDM-Teledifusão de Macau, S.A. faz público que se encontra aberto concurso público para a aquisição da Prestação de serviços de limpeza para a empresa TDM – Teledifusão de Macau, S.A..

O respectivo programa do concurso e o caderno de encargos encontram-se patentes na Direcção Financeira e Administrativa da TDM-Teledifusão de Macau, S.A., sita na Alm Dr. Carlos D’Assumpção 181-187, Centro Comercial do Grupo Brilhantismo, 19º andar F-I, Macau, e os mesmos poderão ser consultados nas horas do expediente, sendo as fotocópias dos referidos documentos, devidamente autenticadas, fornecidas, a solícitação dos interessados, mediante o pagamento de MOP100,00(cem patacas).

A fim de permitir aos concorrentes compreenderem os requisitos para a prestação dos respectivos serviços de limpeza, a TDM vai organizar uma sessão de observação no local. Os concorrentes devem informar o Sector Aprovisionamento e Serviços Gerais dos nomes dos presentes (dois representantes no máximo), através do nº de telephone 85994522 ou do nº de fax 28518183 até às 17H30, do dia 27 de Março de 2014, no sentido de facilitar a organização.

Hora de início da sessão de observação: Dia 28 de Marco de 2014, pelas 10H00Local de concentração: Porta junto do átrio da sede da emprsea

sita na Rua Francisco Xavier Pereira nº 157A

Os concorrentes deverão entregar as suas propostas na Direcção Financeira e Administrativa - Comissão de Abertura de Propostas - na Avenida da Praia Grande no. 429, Centro Comercial Praia Grande, 24º andar, Macau, até às 18H00, do dia 22 de Abril de 2014. Além da entrega dos documentos referidos no respectivo programa do concurso e no caderno de encargos, deverá ser apresentado o documento comprovativo da caução provisória, no valor de MOP40,000.00 (quarenta mil patacas) prestada em numerário, ordem de caixa (em nome da TDM-Teledifusão de Macau, S.A.), ou por garantia bancária. Caso a referida caução seja depositada em dinheiro ou em ordem de caixa, esta deve ser efectuada através da conta da TDM no Banco Nacional Ultramarino. Caso seja prestada em garantia bancária, esta não deve possuir quaisquer limitações de responsabilidade.

A abertura das propostas realizar-se-á no dia 23 de Abril de 2014, pelas 10H00 na Direcção Financeira e Administrativa, sita na Avenida da Praia Grande no. 429, Centro Comercial Praia Grande, 24º andar, Macau. Os concorrentes ou seus representantes legais deverão estar presentes ao acto público de abertura de propostas, a fim de esclarecerem as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso.

Desde a data da publicação do presente aviso atè à data limite de entrega de propostas do concurso público, devem os concorrentes dirigir-se à Direcção Financeira e Administrativa, para tomar conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais.

Aos 27 de Março de 2014

O Presidente da Comissão ExecutivaManuel Gonçalves Pires Junior

MAIS 3.900 POSTOS DE TRABALHO NUM MÊS

Retalho e construção estimulam empregoA taxa de desemprego em Macau manteve-se nos 1,7% no final de Fevereiro, mas o número de postos de trabalho preenchidos voltou a aumentar, indicam dados estatísticos oficiais

No período compreendido en-tre Dezembro de 2013 e Fe-vereiro de 2014 as taxas de

desemprego e subemprego em Macau atingiram 1,7% e 0,4%, respectiva-mente, mantendo assim os mesmos níveis dos três meses anteriores, reve-lou ontem a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

De acordo com as estatísticas ofi-ciais, a população activa incluía 382.400 pessoas (mais 1%) e a taxa de activida-de avançou 0,4 pontos para 73,4%, rela-tivamente ao período transacto.

Apesar do desemprego não ter so-frido variações, a população emprega-da aumentou para 376.000 indivíduos (mais 3.900). Para este acréscimo con-tribuiu essencialmente o número de empregados nos sectores do comércio a retalho e construção, com aumentos de 4,5% e 2,5%, respectivamente. As subidas também se estenderam às lo-tarias e outros jogos de aposta (mais 0,7%) e hotéis e similares (0,6%), com-pensando a quebra de 2,5% no ramo da restauração.

Em termos globais, as actividades culturais, recreativas, lotarias e outros serviços destacam-se como o ramo de

actividade económica que absorve a maior fatia da população empregada (26,2% do total), seguindo-se os hotéis, restaurantes e similares (14,4%) e o co-mércio por grosso e a retalho (11,8%). O ramo da administração pública e se-gurança social concentra 6,8% do total da população empregada.

Os dados divulgados pela DSEC indicam ainda que, no final do período em análise, a população desemprega-da abrangia 6.400 pessoas, menos uma

centena do que no período anteceden-te. O número de desempregados à pro-cura do primeiro emprego representou 10,4% do total da população desem-pregada, tendo descido 4,2 pontos per-centuais.

Em comparação com o período de Dezembro de 2012 a Fevereiro de 2013, a taxa de actividade cresceu 1,4 pontos percentuais, enquanto que as taxas de desemprego e de subemprego caíram ambas 0,2 pontos percentuais.

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Wynn Macau oferece acções e bónus a 7.500 funcionáriosA Wynn Macau anunciou a criação de um programa de regalias para os seus traba-lhadores que permitirá a cada um dos cer-ca de 7.500 funcionários sem funções exe-cutivas receberem mil acções da empresa. “Este é o tipo de benefício que, através da valorização das acções e de dividendos re-gulares, continuará a funcionar para eles [trabalhadores] e suas famílias no futuro”, frisou o CEO da empresa, Steve Wynn, em comunicado. Além disso, os funcionários da Wynn Macau irão passar a receber um bónus adicional em Julho, para além do salário correspondente ao 13º mês pago anualmente no Inverno. No mesmo comu-nicado, a operadora de jogo garantiu que os dois bónus continuarão a ser pagos até 2017, pelo menos.

Sexta-feira, 28 de Março de 2014 JTM | LOCAL 05

Susana Diniz

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SUBIDA DE 34% FACE A 2013 COM ESPECIAL ENFOQUE NO PECULATO

Dispararam crimes cometidos por “croupiers” Face ao ano anterior, os crimes praticados por funcionários de casinos registaram uma subida de 34% em 2013, com destaque para os casos de peculato que aumentaram 267%. No âmbito específico da função de “croupier”, dados fornecidos pela Polícia Judiciária ao JTM indicam um aumento de 85%. Para o criminologista Spencer Li, as operadoras “estão a fazer um melhor trabalho de monitorização”, sendo por isso “normal que alguns números disparem”

Entre Janeiro e Dezembro do ano passado, registou-se em Macau um aumento significativo do número

dos crimes praticados por funcionários dos casinos e detectados pela Polícia Ju-diciária (PJ). De acordo com o cruzamen-to de dados disponibilizados ao JTM pelo organismo, comparativamente a 2012, o número total de casos cresceu 34 por cen-to para um total de 75, quando no ano anterior tinham sido 56 as ocorrências contabilizadas.

Na lista dos incidentes, destacam-se 33 casos de crimes de peculato, um au-mento três vezes superior relativamente aos nove casos contabilizados no ano an-terior. Os restantes crimes sofreram ligei-ras descidas, nomeadamente agiotagem (28%), burla (40%), ofensa simples à inte-gridade física (25%), abuso de confiança (de um para zero casos em 2013), crime informático (de dois para zero). A ex-cepção envolve os crimes de exploração ou prática ilícita de jogos de fortuna ou azar em local autorizado e ameaça, que não registaram casos em 2012, mas os da-dos da PJ comprovam a existência de um caso em cada crime, no ano passado.

Já os casos de furto e apropriação ilegítima aumentaram 9% e 33%, res-pectivamente, enquanto que os de dano passaram de nenhum para três casos re-gistados em 2013 e o trabalho ilegal man-teve o mesmo número (um).

Os dados fornecidos pela PJ identifi-cam para cada crime, o número de “crou-piers” envolvidos. No geral, o número

Os números não são mais expressivos porque muitos casos devem ser resolvi-

dos internamente [nos casinos] Spencer Li

total sofreu um aumento de 85 por cento, ao passarem de 27 indivíduos em 2012 para 50 no ano seguinte. Mais uma vez, é no crime de peculato onde se destaca o maior aumento, passando de nove para

31 funcionários envolvidos, em 2013. Os crimes de agiotagem, furto e apropriação ilegítima também sofreram aumentos na ordem dos 60, 500 e 200 por cento, respec-tivamente, no que a esta função específica

diz respeito.O número de detidos em 2013 também

registou um acréscimo de 47 por cento, aumentando em número de 23 para 34 pessoas. Os dados da PJ revelam ainda que houve mais 20 por cento de suspeitos do que o registado no ano transacto. Mais uma vez, o crime de peculato lidera a lista ao traduzir um aumento de 170 por cento.

Instado a comentar estes dados, Spen-cer Li, sociólogo e criminologista, referiu ao JTM que “os números divulgados pa-recem não corresponder à realidade, pois os jornais noticiaram muitos mais do que cinco casos de agiotagem em 2013, por exemplo”.

No cômputo geral, Spencer Li desta-cou o aumento de 34 por cento do núme-ro total de casos. “Há um aumento real por isso parece-me que as operadoras estão muito mais atentas”, frisou o soció-logo. No que diz respeito ao aumento do número de detidos, o especialista acredita que “cada vez mais, as autoridades poli-ciais têm tendência para fazer apreensões apenas quando estão na posse de provas concretas”.

O aumento de 267 por cento dos cri-mes de peculato, de nove para 33 casos em 2013, também mereceu um comentá-rio de Spencer Li. O criminologista defen-de que as operadoras “estão a fazer um melhor trabalho de monitorização, logo é normal que alguns números disparem”.

Apesar dos dados fornecidos repre-sentaram aumentos em quase todos os tipos de crimes, Spencer Li acredita que “os números não são mais expressivos porque muitos casos devem ser resolvi-dos internamente”.

ESTATÍSTICAS DE CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIOS DE CASINOS EM 2013

Agiotagem para jogo e outros

Peculato

Burla

Exploração/ Prática ilícitade jogos de fortuna ou azarem local autorizado

Ameaça

Ofensa simples à integridade física

Furto

Apropriação ilegítima

Dano

Trabalho ilegal

TOTAL

TOTAL DE CASOS REGISTADOS

5

33

6

1

1

9

12

4

3

1

75

Nº DE DETIDOS

0

27

2

0

0

0

5

0

0

0

34

Nº DE SUSPEITOS

5

8

4

1

0

6

0

0

0

0

24

Nº DE “CROUPIERS” ENVOLVIDOS

8

31

2

0

0

0

6

2

1

0

50

Sexta-feira, 28 de Março de 201406 JTM | LOCAL

Direcção dos Serviços de Turismo

Mandado de Notificação Nº 131/AI/2014

--Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor WANG, Man Hoi (portador de Hong Kong Permanent Identity Card n.° A8315xx(x)), que na sequência do Auto de Notícia n.° 68/DI-AI/2011 de 04.10.2011, levantado pela DST, por controlar a fracção autónoma situada na Avenida da Amizade n.° 1321, Hung On Center, 9.° andar T, Macau e utilizada para a prestação ilegal de alojamento, bem como por despacho da signatária de 20.03.2014, exarado no Relatório n.° 185/DI/2014, de 28.02.2014, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas), e ordenada a cessação imediata da prestação ilegal de alojamento no prédio ou da fracção autónoma em causa, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e n.° 1 do artigo 15.°, todos da Lei n.° 3/2010. --O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma. --Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo, a interpor no prazo de 60 dias, conforme estipulado na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro e no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010. --Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada. --O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.ºs 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau. --Direcção dos Serviços de Turismo, aos 20 de Março de 2014.

A Directora dos Serviços,Maria Helena de Senna Fernandes

Direcção dos Serviços de Estatística e Censos

AVISO

Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para a Economia e Finanças, de 10 de Março de 2014, e nos termos definidos na Lei n.º 14/2009 (Regime das carreiras dos trabalhadores dos serviços públicos) e no Regulamento Administrativo n.º 23/2011 (Recrutamento, selecção, e formação para efeitos de acesso dos trabalhadores dos serviços públicos), se acha aberto o concurso comum, de ingresso externo, com prestação de provas, para a admissão de cinco estagiários de técnico de estatística e dez lugares de agente de censos e inquéritos, tendo em vista o preenchimento de cinco lugares de técnico de estatística de 2.º classe, l.º escalão, da carreira de regime especial na área de estatística e dez lugares de agente de censos e inquéritos de 2.º classe, l.º escalão, da carreira de técnico de apoio, do quadro de pessoal da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos.

O aviso do concurso encontra-se publicado no Boletim Oficial do RAEM, n.º l3, II Série, de 26 de Março de 2014, e no website destes Serviços (www.dsec.gov.mo). Para mais informações, dirija-se por favor à Divisão Administrativa e Financeira da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos, sita na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.º 411-417, Edifício Dynasty Plaza, l7.º andar, durante o horário de expediente.

Direcção dos Serviços de Estatística e Censos, aos l8 de Março de 2014.

O Director, SubstitutoIeong Meng Chao

2ª Vez

Execução Ordinária Processo nº CV3-00-0049-CEO 3º Juízo Cível

Exequente: BANCO NACIONAL ULTRAMARINO, S.A., com sede em Macau, na Avenida Almeida Ribeiro, n.º 22.Executados: 1) PANG TAK LAN, residente em Macau, na Rua da Alfândega, n.º 66, Edf. “San Hune”, rés-do-chão “B”.2) HO KAN, residente em Macau, na Rua de Ferreira do Amaral, nºS 4-10, Edf. “Iau Luen”, 5º andar E.

FAZ-SE SABER no próximo dia 05 de Maio de 2014, pelas 10:00 horas, neste Juízo, nos autos acima identificados, vai ser vendido, por meio de propostas em carta fechada, o seguinte bem:

Veículo Automóvel penhoradoMatrícula: MH-13-61. Marca: TOYOTA.Modelo: COROLLA GLI.Registo na Conservatória dos Registos Comercial e Automóvel sob a apresentação nº 46 de 1/6/2004.Quota parte: TotalO valor da venda é de: MOP$3,185.00 (Três Mil, Cento e Oitenta e Cinco Patacas), correspondente a 70% do valor base MOP$4.550,00.

São convidados todos os interessados na compra daquele bem a entregar na Secretaria deste Tribunal, as suas propostas, até ao dia 05 de Maio de 2014, antes das 10:00 horas, sendo que, o preço das propostas deve ser superior ao valor acima indicado devendo, o envelope da proposta conter a indicação de “PROPOSTA EM CARTA FECHADA”, bem como o “NÚMERO DO PROCESSO CV3-00-0049-CEO”.

No dia 05 de Maio de 2014, pelas 10:00 horas, no Tribunal Judicial de Base da RAEM, proceder-se-á à abertura das propostas de preço superiores ao valor base de venda, a cujo o acto podem os proponentes assistir.

O depositário é o Senhor ÁLVARO MANUEL BARAONA DUARTE, com domicílio profissional em Macau, na Almeida Ribeiro, n.º 22, durante o prazo dos editais e anúncios, é obrigado a mostrar os bens a quem pretenda examiná-los, mas pode fixar as horas em que, durante o dia, faculta a inspecção.

Quaisquer titulares de direito de preferência na alienação no móvel supra referido, podem, querendo, exercer o seu direito no próprio acto da abertura das propostas, se alguma proposta for aceite.

Consigna-se que a respectiva matrícula foi cancelada, por ter faltado à inspecção obrigatória anual.

Macau, 10/03/2014

O JuizChan Chi Weng

A Escrivã Judicial Auxiliar,a) Wong Sio Ieong

“JTM” - 28 de Março de 2014

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO

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Liane Ferreira

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ESTUPEFACIENTES AVALIADOS EM 100 MIL HKD

Só pagava droga ao amigodepois de a venderUma mulher vietnamita comprou droga a um amigo por 7.000 patacas, mas esperava arrecadar cerca de 100 mil dólares de Hong Kong se a tivesse chegado a vender nas ruas do território

Uma queixa anónima esteve na origem da detenção de uma mulher de origem vietnamita

de 27 anos, por alegado tráfico e con-sumo de estupefacientes.

De acordo com a PSP, a queixa conduziu as autoridades até a um apartamento situado no “Centro In-ternacional”, na Rua de Malaca, que estaria a ser usado para tráfico.

Após uma vigilância ao local, a PSP acabou por deter a suspeita que tinha num dos quartos do apartamento cerca de 50,41 gramas de “ice”, 54,33 gramas de “ketamina” e 25,47 gramas de mari-juana com um valor de mercado avalia-do em 100 mil dólares de Hong Kong.

Segundo a mulher, as drogas ti-nham sido compradas no domingo a um amigo vietnamita por 7.000 dóla-res de Hong Kong. No entanto, ape-nas iria pagar esse montante depois de vender tudo, acrescentou.

Para além de tráfico, a detida po-derá também ser acusada de consu-mo, crime que terá admitido às auto-ridades, bem como de desobediência, pois desde 30 de Dezembro de 2013 que não se apresentava nos Serviços de Migração para efeitos de renova-ção da autorização de permanência.

Múltiplas cauções por serviços de prostituição

Noutro caso, um homem de 29 anos pagou três cauções por um ser-viço de prostituição, do qual não usu-fruiu, até perceber que estava a ser

extorquido. O lesado afirmou ter conhecido

uma mulher através do “Facebook”, que ofereceu serviços de cariz sexual a troco de 800 patacas. A suspeita pediu cerca de 1.400 patacas, que deviam se entregues a partir da compra de um cartão semelhante aos de carregamen-to de telemóveis, sendo que a vítima tinha de enviar o respectivo código.

Depois de feito este pagamento, o homem foi contactado por um des-conhecido, que pediu uma caução de 5.400 patacas. Este valor seria devol-vido mais tarde, depois da prestação de serviços.

A vítima assentiu e pagou a quan-tia pedida. A esse pedido, seguiram--se mais três semelhantes, dos quais foram pagos dois.

Quando o homem se apercebeu que estava a ser extorquido, desistiu do último pagamento, numa altu-ra em que já tinha perdido mais de 23.000 patacas.

L.F.

DETIDOS RESPONSÁVEIS DE CENTRO EDUCACIONAL

Documentos falsospara curso “fantasma”Dois responsáveis de um centro educacional terão burlado a DSEJ em cerca de 100 mil patacas, através de um esquema que envolveu um curso inexistentee alunos extra

A Polícia Judiciária (PJ) deteve dois responsáveis de um centro educacional localizado na Areia

Preta, por suspeitas de falsificação de documentos relativos à participação de pessoas num curso também ele inexis-tente, tudo para desviar subsídios atri-buídos pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ).

O alerta foi dado pela própria DSEJ em Dezembro de 2013, que já tinha sus-peitado de falsificação de documentos.

O centro educacional localizado na Areia Preta estaria a ministrar um cur-so de aperfeiçoamento contínuo com 60 participantes, com o apoio financeiro da DSEJ, porém as autoridades apuraram que, para além do número de partici-pantes ser muito superior ao verdadei-ro, a própria acção de formação tam-bém era falsa.

Através desse método, os dois sus-peitos, um homem de 37 anos da China Continental e uma mulher de 36 anos, conseguiram desviar desde 2012 cerca

de 100.000 patacas em subsídios, infor-mou a PJ.

Os detidos vão ser apresentados ao Ministério Público podendo vir ser acusados de falsificação de documen-tos e burla qualificada.

26 ilegais nas obras de construção de hotel

Noutro caso, a PSP deteve 26 traba-lhadores ilegais que efectuavam traba-lhos de construção civil nas obras de um hotel na Estada Flor de Lótus. O empregador encontra-se a monte.

Uma queixa anónima levou a PSP ao estaleiro, onde encontrou 16 homens de nacionalidade vietnamita, com ida-des entre 20 e 30 anos, nove do Conti-nente Chinês, entre 30 e 45 anos, e um residente de Hong Kong, de 45 anos.

Os indivíduos realizavam trabalhos que iam do cimento, à pintura, bem como tudo o resto que fosse necessário.

Ontem à tarde, a PSP estava ainda a tentar localizar o empregador, tendo revelado ainda que um dos indivíduos do Vietname já tinha ultrapassado o pe-ríodo de permanência autorizado.

Sexta-feira, 28 de Março de 2014 JTM | LOCAL 07

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ARQ

UIVO

A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego “não exclui” a possibilidade de aplicar nova multa à China Telecom, uma vez que a construção do sistema de gestão de autocarros não está concluída e o que até agora foi executado “não corresponde” ao estipulado no contrato. Numa resposta ao JTM, o organismo refere que uma parte do sistema está em fase de testes técnicos, mas a instalação dos painéis de informação nas paragens só será iniciada depois de uma fase de melhoramento e aperfeiçoamento. Os locais ainda estão por decidir

SISTEMA DE GESTÃO DOS AUTOCARROS NÃO ESTÁ CONCLUÍDO E NEM CONFORME AO CONTRATO

China Telecom pode voltar a ser multada

Em Maio do ano passado, a China Telecom foi mul-tada pela Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), uma vez que não tinha ainda

concluído nos prazos estabelecidos os trabalhos previs-tos no contrato relacionado com a criação de um sistema de gestão dos autocarros, cujos custos orçados rondam os 20 milhões de patacas. A multa aplicada foi de 3,5 mi-lhões de patacas e foi paga, mas a empreitada continua-va pendente.

Na altura, a DSAT garantiu que iria “continuar a pressionar aquela empresa para a construção do sistema de gestão dos autocarros e exigiu-lhe que apresentasse, com a maior brevidade possível, o plano de testes das funcionalidades, para examinar a estabilidade e exacti-dão do sistema”.

Quase um ano passado, questionada pelo JTM, a DSAT assegurou que continua a pressionar a China Te-lecom, uma vez que o sistema ainda não está implemen-tado. Numa resposta por escrito, o organismo referiu que tendo em conta que o sistema até agora executado “não consegue corresponder ao sistema estipulado no contrato, a DSAT não exclui a possibilidade de aplicar nova sanção”.

O organismo liderado por Wong San explicou que o método de gestão dos autocarros é composto pelo “sistema de informação da localização dos autocarros nas paragens, o sistema de controlo das operações dos autocarros, o fornecimento e instalação do sistema de videovigilância do terminal das Portas do Cerco, assim como, a instalação de ‘on-board units’ em mais de 600 autocarros”.

A DSAT sublinha que tem pressionado a empresa que ganhou o concurso para realizar a construção de todo o sistema e, até agora, pode avançar que “o sistema de controlo das operações dos autocarros e a instalação de ‘on-board units’ nos autocarros estão basicamente concluídos”.

Ainda assim, falta um “teste técnico para examinar a sua estabilidade e exactidão”. Quanto ao sistema de

Sandra Lobo Pimentel

Os painéis electrónicos serão instalados depois da construção do sistema em locais ainda a definir

informação da localização dos autocarros nas paragens e a funcionalidade de outros mecanismos, “encontram--se na fase de melhoramento e aperfeiçoamento”, diz o organismo.

A DSAT revelou também que “após a conclusão do sistema de controlo das operações dos autocarros será preciso, primeiro, examinar a sua estabilidade e exacti-dão da sua finalidade para com a localização dos auto-carros nas paragens e só depois, será iniciada a instala-ção dos painéis electrónicos de informação”.

No que respeita aos locais exactos onde serão instala-dos estes painéis “estão por decidir”, no entanto, a DSAT garante que “serão em paragens de autocarros com mais espaço e fluxo de passageiros, onde mais carreiras fazem escala”.

Questionado sobre se, nesta fase, o Governo ponde-ra entregar os trabalhos a outra empresa, a DSAT res-pondeu que “não há plano de novo concurso”, dizendo

ainda que o orçamento da construção do sistema, não sofreu alteração e tudo está a ser feito “de acordo com as cláusulas contratuais”.

Recorde-se que em 2011, a DSAT acabou por lançar um concurso público para o qual foram convidadas 10 empresas com “experiência ou dimensão nesta área de actuação”, salientou o organismo, recordando que, após a análise das quatro propostas apresentadas, o forneci-mento e instalação do sistema foi adjudicado à China Telecom (Macau).

A empresa está obrigada a instalar equipamento de posicionamento GPS em cerca de 650 autocarros, cons-truir 30 painéis electrónicos para informação de localiza-ção dos autocarros, hardware do centro de dados, pro-gramação para os sistemas de gestão e de informação da localização, além de fornecer os equipamentos ZIGBEE e WIFI e sistema de videovigilância das vias de circulação do Terminal das Portas do Cerco.

Loja perde “batalha” das quotas laboraisUm dono de uma loja de conveniência pretendia importar dois trabalhadores não residentes, mas o pedido foi negado pelo Gabinete de Recursos Humanos. O indivíduo apresentou recurso, mas foi indeferido pelo Tribunal de Segunda Instância

O caso remonta a Setembro de 2011, quando o dono de uma loja de conveniência apresen-

tou, junto do Gabinete para os Recur-sos Humanos, o pedido de autorização para importação de dois trabalhadores não residentes. No entanto, foi consi-derado que a loja não tinha o tamanho adequado para mais trabalhadores, levando ao indeferimento do pedido. O dono da loja apresentou posterior-mente um recurso hierárquico junto do secretário para a Economia e Fi-nanças, mas o mesmo foi igualmente indeferido.

O dono decidiu interpor um recur-so contencioso de anulação, alegando

que o referido acto administrativo pa-decia de vício de erro, invocando que a loja era composta por três andares, e, dos sete trabalhadores residentes refe-ridos no despacho do Gabinete para os Recursos Humanos, dois já tinham saído, restando apenas cinco trabalha-dores. Para além disso, o lojista alegou que os empregados trabalhavam por turnos, e, por isso, não permaneciam muito tempo na loja.

De acordo com um comunicado, o Tribunal de Segunda Instância (TSI) entendeu que “o vício de erro sobre os pressupostos de facto subjacentes à decisão revela no exercício de po-deres discricionários, exigindo-se que

os factos que sirvam de motivo de um acto administrativo devem ser verda-deiros”.

O TSI refere que, apesar do estabe-lecimento ser composto por três pisos, grande parte da área estava ocupada por mercadorias, deixando pouco es-paço disponível para a movimentação de funcionários. No que respeita aos trabalhos por turnos, que fazia com que, alegadamente, os empregados não estivessem muito tempo na loja, o tribunal colectivo entendeu que “ca-bia ao recorrente demonstrar tal ma-téria, mas não logrou a prova para o efeito, por isso, não é razão suficiente para infirmar os pressupostos de facto

do referido acto administrativo”.Para além disso, “os documentos

juntos aos autos pelo recorrente per-mitem apenas provar que as ofertas de contratação de trabalhadores residen-tes foram apresentadas na Direcção dos Serviços de Assuntos Laborais”, e que os anúncios publicados na im-prensa “não permitem provar a ine-xistência de trabalhadores locais para satisfazer a procura de empregos for-necidos pelo recorrente”. Este ponto referia-se a um pedido de trabalhado-res publicado no jornal “Macau Daily News” que, segundo o lojista, não le-vou à contratação de nenhum residen-te do território.

Sexta-feira, 28 de Março de 201408 JTM | LOCAL

Fátima Almeida

Cartaz alargadono Festival de ArtesA “grande procura de bilhetes” para o 25º Festival de Artes de Ma-cau (FAM) levou o Instituto Cul-tural a organizar actuações adi-cionais para os programas mais procurados. Desse modo, a actua-ção extra da peça do Grupo de Tea-tro Experimental Pequena “Os Ve-nezianos Querem Ter Uma Casa” subirá ao palco do Teatro Dom Pe-dro V a 4 de Maio, pelas 15:00. Já a Casa de Chá Long Wa também abrirá portas a “Dançando ao Som das Naamyam” a 9 de Maio, pelas 20:00. A companhia singapuriana “W!ld” Rice oferecerá uma repre-sentação adicional da peça “A Im-portância de se Chamar Ernesto” no dia 17, pelas 15:00, no Teatro Dom Pedro V, e a companhia local Teatro de Lavradores levará tam-bém ao palco do Pequeno Auditó-rio do Centro Cultural mais uma apresentação de “Assassinato em San Jose”, no dia 25, pelas 15:00. Para os mais novos também foram garantidas actuações adicionais de “Animare”, pela companhia Tea-tro de Sombras Kakashiza (20:00 do dia 14, no Edifício do Antigo Tribunal), “Criaturas Especiais”, do marionetista argentino Roberto White (17:30 do dia 19, no Edifí-cio do Antigo Tribunal), “Imagine Toi”, de Julien Cottereau (15:00 do dia 24, no Teatro Dom Pedro V) e o espectáculo de marionetas “Chu-va de Pedra, Canção do Mar”, da companhia local Cai Fora (20:00 dos dias 31 de Maio e 1 de Junho, no Antigo Tribunal.

CONFLITOS BAIXAM MAS RECLAMAÇÕES SOBEM

Guias turísticos na mirade 137 queixas em 2013No ano passado os visitantes de Macau queixaram-se 137 vezes dos guias turísticos, que ficaram assim no primeiro lugar no pódio das críticas, à frente da área dos transportes. Os turistas do Continente chinês foram os que mais se queixaram

Apesar de o número de conflitos entre guias e turistas ter diminuído no ano passado, os profissionais que levam os visitantes a conhecer cidade foram o alvo do maior

número de queixas apresentadas à Direcção dos Serviços de Tu-rismo (DST), através de vários canais. De acordo com os dados disponibilizados ao JTM pelo organismo, contabilizaram-se 137 reclamações contra guias turísticas.

O número de queixas apontadas aos guias atinge quase o dobro do registado por exemplo com os transportes, que são a segunda maior dor de cabeça dos visitantes. As deslocações na cidade originaram 74 queixas.

Embora Macau tenha definido o objectivo de transformar-se num centro mundial de turismo e lazer, e haja cada vez mais pro-jectos de unidades hoteleiras de luxo, os hotéis estão no terceiro lugar do pódio das queixas, com 71. Já contra as agências de via-gens foram dirigidas 34 reclamações.

Estes quatro sectores foram os que mais críticas geraram em 2013, ano em que foi contabilizado um total de 562 queixas por parte de turistas. Estas reclamações chegaram à DST por diver-sos canais, não tendo todas de ser acompanhadas pelo organis-mo, mas revelam quais são os principais focos de descontenta-mento dos que visitam o território.

Tal como o JTM noticiou recentemente o número de confli-tos entre turistas e guias diminuiu em 2013 ao registarem-se 140

casos, menos quatro do que em 2012. O mesmo tinha aconteci-do com as reclamações que têm de ser seguidas pelos Serviços de Turismo, ao tratarem 98 queixas contra os guias (em 2012 foram acompanhadas 197). No geral, os guias continuam contudo a mo-tivar o maior número de reclamações.

No geral, os turistas do Continente chinês foram os que mais se queixaram no ano passado, com 331 reclamações, seguindo-se os visitantes de Hong Kong (90) e Taiwan (31). Mostraram ainda insatisfação com algum aspecto da sua visita a Macau 28 turistas de outros países do sudeste asiático.

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ARQ

UIVO

Sexta-feira, 28 de Março de 2014 JTM | LOCAL 09

www.iacm.gov.mo

Aviso de recrutamentoPretende admitir, mediante contrato individual de trabalho, nos termos do “Novo Estatuto de Pessoal do

Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais”, homologado pelo Despacho n° 49/CE/2010, trabalhadores para os seguintes cargos:

1. Um Técnico Superior de 2.ª classe, 1.º escalão (Área de relações públicas, referência n° 0302/ DIR-CSA /2014)2. Um Técnico de 2.ª classe, 1.º escalão (Área da segurança alimentar, referência n° 0402/DGP-CSA/2014)3. Dois Técnicos de 2.ª classe, 1.º escalão (Área da microbiologia, referência n° 0502/LAB /2014)4. Um Adjunto-técnico de 2.ª classe, 1.º escalão (Área da electromecânica, Referência n° 0602/DEU-SCEU/2014)

Documentos de candidatura:• Relativamente às condições, os documentos necessários e os pormenores do concurso, constantes do aviso,

podem ser obtidos na página electrónica (http://www.iacm.gov.mo/p/recruit/) deste Instituto ou consultados nos Centros de Prestação de Serviços ao Público e Postos de Atendimento e Informação;

• O prazo de apresentação das candidaturas terminará no dia 16 de Abril de 2014;

• Os interessados ao concurso obrigam-se a entregar pessoalmente o boletim de inscrição devidamente preenchido e assinado e os documentos referidos no aviso de concurso, no prazo acima referido e dentro das horas de expediente, nos seguintes Centros de Prestação de Serviços ao Público e Postos de Atendimento e Informação.

Locais e horário de expediente dos Centros de Prestação de Serviços ao Público e Postos de Atendimento e Informação:

➢ Centro de Prestação de Serviços ao Público da Zona Norte – Rua Nova da Areia Preta, n° 52, Centro de Serviços da RAEM (Tel. 2847 1366)

➢ Centro de Prestação de Serviços ao Público das Ilhas – Rua da Ponte Negra, Bairro Social da Taipa, n° 75 K (Tel. 2882 5252)

➢ Centro de Prestação de Serviços ao Público da Zona Central – Rotunda de Carlos da Maia, Nºs .5 e 7 , Complexo da Rotunda de Carlos da Maia, 3º andar (Tel. 8291 7233)

➢ Posto de Atendimento e Informação Central – Avenida da Praia Grande nºs 762-804, China Plaza, 2° andar (Tel. 2833 7676)

➢ Posto de Atendimento e Informação de T’ói San – Avenida de Artur Tamagnini Barbosa, n° 127, r/c, Edf. D. Julieta Nobre de Carvalho, bloco “B” (Tel. 2823 2660)

➢ Posto de Atendimento e Informação de S. Lourenço – Rua de João Lecaros, Complexo Municipal do Mercado de S. Lourenço, 4° andar (Tel. 2893 9006)

Horário: Centro de Prestação de Serviços ao Público: 2ª a 6ª feira, das 09:00 às 18:00 horas, sem interrupção ao almoço.Posto de Atendimento e Informação: 2ª a 6ª feira, das 09:00 às 19:00 horas, sem interrupção ao almoço.

Macau, aos 21 de Março de 2014.

Presidente do Conselho de Administração, Substº. Vong Iao Lek

Consultation by Appointment Office hour: 10:00 - 19:00 Close on Sun, Tue and Public Holiday

Tel: (853)28373266 Fax: (853)28356483

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TRANSMISSÃO E MANUTENÇÃO NÃO SERÃO FEITAS PELO GOVERNO

Companhia pública vai adjudicar canais básicosA entidade sem fins lucrativos que será criada pelo Governo vai adjudicar a transmissão dos canais básicos por um período temporário até que o modelo dos serviços televisivos esteja completamente definido. A Associação Novo Macau pede a abertura de um concurso público para escolher uma operadora que suceda à TV Cabo

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GCSA criação de uma companhia de

capitais públicos para assegu-rar a transmissão temporária

dos chamados canais básicos já tinha sido anunciada pelo Governo, mas on-tem o Secretário Lau Si Io veio anun-ciar que esta entidade não será respon-sável pela prestação directa do serviço e que o mesmo será adjudicado.

Em declarações divulgadas pelo Gabinete de Comunicação Social, Lau Si Io explicou que a companhia de ca-pitais “totalmente públicos” só vai ne-cessitar de “duas ou três pessoas para operar”, já que a “manutenção de rede e a transmissão serão serviços adjudi-cados”.

O Secretário para os Transportes e Obras Públicas não divulgou, no en-tanto, a entidade a que será adjudi-cado o serviço, acrescentando que se trata apenas de “uma medida de curto prazo” após o fim de contrato de con-cessão do contrato de televisão com a TV Cabo, a 21 de Abril.

Em relação às negociações com a TV Cabo para a renovação do contrato, Lau Si Io indicou que estas se encon-tram “na fase final” e que as posições entre as duas partes “estreitaram-se”.

Lau Si Io acredita que a constitui-

ção da empresa de capitais públicos ajudará a resolver questões relaciona-das com “direitos de autor, transmis-são de antena comum, transmissão ilegal e irregularidades na rede”, para além de permitir baixar os custos de operações que o Governo paga actual-mente à TV Cabo.

O mesmo responsável reiterou que o Governo vai definir o futuro modelo dos serviços de televisão após a divul-gação do relatório do estudo da Uni-versidade de Macau, em Setembro.

Novo Macau quer concurso públicoA Associação Novo Macau exortou

ontem o Governo a abrir o mercado de televisão lançando um concurso para escolher um novo operador para o serviço de televisão por subscrição. A Novo Macau defendeu também que a Administração deve permitir às com-panhias de anteneiros a recepção e transmissão de canais televisivos e a manutenção das infra-estruturas que possuem actualmente.

Sobre a decisão do Governo de criar uma entidade para “monopoli-zar o negócio da televisão”, o grupo liderado por Jason Chao entende que a solução representa uma “ameaça à

liberdade de acesso à informação por parte dos cidadãos”.

“Um monopólio liderado pelo Governo elimina a concorrência no mercado. O mais provável é que a en-tidade pública não tenha qualquer ne-

cessidade para se manter competitiva, melhorando a qualidade do serviço que presta. A médio e longo prazo a qualidade dos serviços televisivos vai piorar”, adverte Jason Chao.

A.J.

Lau Sio Io revelou que a companhia pública terá “dois ou três” funcionários

Sexta-feira, 28 de Março de 201410 JTM | PUBLICIDADE

Sexta-feira, 28 de Março de 2014 JTM | LOCAL 11

Em Macau para participar no Fórum Ambiental, o economista norte-americano Joseph Stiglitz aconselhou o Governo do território a canalizar os recursos financeiros para sectores como a educação e a saúde. O Nobel da Economia enalteceu também a situação de pleno emprego de Macau, a melhor forma de prevenir problemas sociais, segundo destacou

RECOMENDA NOBEL DA ECONOMIA

Mais investimento e menos cheques

SECRETÁRIO DE ESTADO DO AMBIENTE PORTUGUÊS NA 7ª EDIÇÃO DA MIECF

Estender laços ambientais à lusofoniaO secretário de Estado do Ambiente de Portugal afirmou ontem que pretende reforçar a cooperação com Macau, com “mais acções”, manifestando também a vontade de estendê-la ao universo lusófono

A ideia é reforçar: fazer mais acções além do Relatório do Estado do

Ambiente de Macau, que já fa-zemos. Queremos fazer mais em áreas em que Portugal e Macau têm experiência, nomeadamen-te a dos resíduos”, disse Paulo Lemos, no final de um encontro com o Secretário para os Trans-portes e Obras Públicas, Lau Si Io.

No plano institucional, esse reforço passará sobretudo pelo “intercâmbio entre técnicos e formação”, havendo também, de acordo com Paulo Lemos, uma vontade mútua - de Portu-gal e Macau - de estender essa cooperação na área do ambiente à lusofonia.

“Um aspecto que foi muito realçado - quer por mim, quer pelo senhor Secretário - foi a questão da cooperação também com a comunidade de língua oficial portuguesa. Nós pensa-mos que quer Portugal quer Ma-

cau têm potencial para fazerem parcerias para trabalharem em conjunto com outros países lusó-fonos, sobretudo os africanos”, disse, à margem do Fórum e Exposição Internacional de Coo-peração Ambiental de Macau (MIECF, na sigla inglesa).

No tocante à relação bilateral, o secretário de Estado do Am-biente de Portugal destacou que as partes estão “a trabalhar” com vista a acções concretas, dando conta de que endereçou um con-vite a Lau Si Io “para conhecer ‘in loco’ a realidade portuguesa na área do ambiente”.

“Queremos aprofundar essa cooperação quer do ponto de vista institucional, quer do pon-to de vista empresarial. E, nesse sentido, tendo consciência da importância que esta feira [MIE-CF] assume já não só a nível de Macau mas de toda a região do Delta, viemos com uma delega-ção empresarial significativa”, composta por um total de 24 em-

presas, essencialmente ligadas a diversos sectores de tratamento de resíduos, indicou.

Destacando o “intenso pro-grama de contactos previsto com representantes de outras regiões do Delta no sentido de também lhes mostrar o que es-tamos a fazer em Portugal e que temos, para além da tecnologia, o ‘know-how’”, Paulo Lemos realçou ainda que essa experiên-cia - designada de ‘milagre por-tuguês’ – “pode ser partilhada”.

Como referiu na sua inter-venção na abertura do MIECF, “Portugal pode e quer exportar a sua ‘experiência’ para os países que procuram fazer a sua vira-gem em matéria de sustentabili-dade e qualificação ambiental”.

“Fomos pioneiros a investir e a relacionar-nos no que hoje se designa por economia verde”, destacou Paulo Lemos, numa referência aos laços históricos entre Portugal e a China, ao re-cordar que depois de as ener-

André Jegundo*

gias renováveis terem levado, literalmente, o navegador Jorge Álvares à China, foi a vez, 500 anos depois, de a China ‘chegar’ a Portugal, com a conquista de posições accionistas importan-tes em empresas no domínio da energia, como a EDP e a REN.

O facto de convergirem em Macau empresas e empreende-

dores de ambos os países mostra que “continuam a querer nego-ciar e encontrar novas oportuni-dades”, concluiu Paulo Lemos, para quem, como evidencia o MIECF, “Macau continua a ser um ponto de relacionamento cultural e comercial”.

JTM com Lusa

O Governo de Macau devia cana-lizar os excedentes orçamentais de que dispõe para investir em

sectores como a educação e a saúde em vez de distribuir cheques à população. A ideia foi defendida por Joseph Sti-glitz, professor da Universidade de Co-lumbia nos Estados Unidos e Nobel da Economia em 2001, que marcou ontem presença na sétima edição do Fórum Ambiental de Macau.

Quando questionado sobre a forma como o Executivo gere as receitas de que dispõe, distribuindo dinheiro pelos residentes, Stiglitz salientou existirem outras formas de o fazer. “A minha re-comendação iria no sentido de se gastar mais em educação e em saúde, de modo a torná-las acessíveis a toda a gente, porque os beneficiários vão incluir as crianças mais desfavorecidas e isso vai aumentar as oportunidades”, declarou, num encontro com jornalistas.

Stiglitz enalteceu também a situa-ção de “pleno emprego” que se vive em Macau, acrescentando que ter uma baixa taxa de desemprego é a melhor forma de prevenir problemas sociais e de proteger as classes mais desfavo-recidas. “Em Macau, tem havido em-prego pleno. Seja de que forma for que se atinja esse objectivo, haverá sempre

efeitos positivos. A forma como isso foi conseguido em Macau foi através de uma indústria em concreto, mas a razão fundamental não é a indústria, mas sim que existe emprego pleno, e esse é o re-sultado mais importante - ou dos mais importantes - que qualquer sociedade pode ter”, apontou.

O Nobel da Economia sustentou ainda que a crescente desigualdade em muitas sociedades produz não só cus-tos económicos como sociais e políticos.

“Estas sociedades tornam-se disfun-cionais sob muitos aspectos. Os pio-res exemplos estão na América Latina, onde os ricos vivem em condomínios fechados e as crianças têm que ter guar-da-costas. É uma vida bastante desa-gradável. Até para os ricos. Esse tipo de sociedade não é do interesse nem dos mais ricos”, declarou, acrescentando que em sociedades muito desiguais as pessoas “começam a colocar em causa todo o sistema”.

Portugal deve reestruturar dívidaO académico norte-americano falou

também sobre a crise vivida em Portugal, considerando essencial que o país avan-ce para uma reestruturação da dívida. “E quando o fizerem devem fazê-lo de uma forma profunda. Se essa reestruturação não for suficiente profunda, voltarão a ter problemas dentro de três anos, tal como a Grécia está a ter”, sustentou.

O crescimento que alguns países europeus como Portugal estão a regis-tar actualmente pode ser uma “ilusão”, alertou: “Quando falo com pessoas de governos de países como Espanha ou Portugal eles dizem: ‘As coisas estão a melhorar. A crise acabou’. E, em certo sentido estão. Os países estavam a cair de um precipício, deixaram de cair e co-meçaram agora a crescer. Mas o cresci-mento é tão lento que, a este ritmo, nun-ca mais vão voltar à normalidade. Mas, mesmo se começassem a crescer rapida-mente ia demorar anos e anos”, referiu.

Na opinião do académico, as políticas que têm sido impostas pela ‘troika’ não são sustentáveis e estão a produzir custos sociais incalculáveis. “O preço que estes países estão a pagar, particularmente os jovens, é enorme”, defendeu o economis-ta que a crise europeia da actualidade é porventura ainda mais profunda que a Grande Depressão que atingiu os Esta-dos Unidos na década de 1930.

*Com Lusa

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12 JTM | LOCAL Sexta-feira, 28 de Março de 2014

André Jegundo

MIECF ARRANCOU ONTEM E PROLONGA-SE ATÉ SÁBADO

Ideias e negócios “verdes” para todos os gostosNo Fórum Ambiental (MIECF, na sigla inglesa), que arrancou ontem, as ideias são “sustentáveis”, os produtos “ecológicos” e os negócios “verdes”. Entre as mais de 400 empresas que marcam presença na edição deste ano há produtos para todos os gostos: tapetes feitos de garrafas de plástico, barcos não tripulados que detectam focos de poluição ou máquinas dedicadas à reciclagem de comida

Chegam de mais de 20 países e regiões e trazem pro-dutos e negócios que procuram distinguir-se da concorrência pela inovação ambiental. Numa região

que é das mais poluídas do mundo, a maior consciência ambiental das populações e a crescente pressão que fazem sobre os Governos estão a abrir novas oportunidades de negócio, admitem os empresários que participam na edição deste ano do MIECF.

“Um pouco por toda a Ásia a preocupação com o am-biente é cada vez maior, não só por parte das populações e do Governos que são mais pressionados”, afirma May Choo, directora da Uniseal, empresa que trabalha na área dos telhados ecológicos.

Em Singapura, onde a empresa tem sede, a legislação actual obriga os construtores a reutilizarem uma parte sig-nificativa da vegetação dos terrenos nos telhados ou nas fachadas dos edifícios a construir e, segundo May Choo, legislação semelhante tem vindo a ser aprovada em vários países e regiões.

Em Macau, território que a empresa visita pela primeira vez, querem procurar oportunidades junto de empresas pri-vadas, “mas sobretudo junto do Governo”, que tem o poder de avançar com legislação semelhante. “Os sistemas que ins-talamos não embelezam apenas os edifícios. Conseguimos,

por exemplo, captar e armazenar águas da chuva, permitin-do a sua reutilização para sistemas de rega”, exemplifica.

À espreita de oportunidadesMas, para além dos telhados ecológicos, muitos outros

Inovações no MIECFUM BARCO QUE DETECTA POLUIÇÃO

A empresa “Yunzhou-Tech”, sediada em Zhuhai, trouxe ao Fórum Ambiental um modelo de barco que detecta focos de poluição em rios ou até em alto mar. Os barcos não tripulados estão equipados com sensores que vão analisando vários parâmetros da qualidade da água e retransmitindo a informação para uma central que se encontra em terra firme. Xue Song Zou, um dos representantes da empresa, diz que o barco é utilizado na região mas pretende introduzi-lo também em Macau.

TAPETES FEITOS DE GARRAFAS DE PLÁSTICO

Aparentemente são tapetes iguais a quaisquer outros mas o segredo, explica Daniel Lao, é que são feitos através da reciclagem de garrafas de água. A indústria hoteleira e de restauração estão entre os principais clientes do produto que, segundo destaca o responsável da “Friend Environmental”, tem como mais valia o aproveitamento de uma material “altamente poluidor como o plástico”.

CÂMARA À ESCUTA DE RUÍDOS

Não se trata simplesmente de um medidor de ruído. A câmara acústica que a empresa “4dNoise” trouxe à MIECF é capaz de identificar num determinado espaço as diferentes fontes de ruído e a intensidade de cada uma. De acordo com os responsáveis da empresa, a máquina pode ser usada na detecção de fugas de água no interior de paredes ou na investigação de fontes de ruído ambiental nas cidades. Está equipada com uma câmara de vídeo e pode ter até 384 microfones.

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Sexta-feira, 28 de Março de 2014 JTM | LOCAL 13

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GCS

MIECF ARRANCOU ONTEM E PROLONGA-SE ATÉ SÁBADO

Ideias e negócios “verdes” para todos os gostosNo Fórum Ambiental (MIECF, na sigla inglesa), que arrancou ontem, as ideias são “sustentáveis”, os produtos “ecológicos” e os negócios “verdes”. Entre as mais de 400 empresas que marcam presença na edição deste ano há produtos para todos os gostos: tapetes feitos de garrafas de plástico, barcos não tripulados que detectam focos de poluição ou máquinas dedicadas à reciclagem de comida

À espreita de oportunidadesMas, para além dos telhados ecológicos, muitos outros

Tarefa ambiental “extramente difícil”

Francis Tam sublinhou ontem os esforços do Governo na promoção do “desenvolvimento socioeconómico e ambiental coordenado e sustentável”, mas admitiu que é “evidente” que “Macau está confrontado com uma tarefa ambiental extremamente difícil”. Segundo o Secretário para a Economia e Finanças, que discursava num jantar de boas-vindas do MIECF, “os recursos naturais nas diversas partes do mundo estão cada vez mais esgotados”, o que contribui para “restringir o desenvolvimento económico sustentável nos diferentes países e regiões”. Francis Tam destacou ainda o papel do MIECF para “impulsionar o desenvolvimento reciclável e de baixo carbono”. “[O MIECF] tem-se tornado numa plataforma internacional de ponta no sector ambiental, com maior visibilidade e influência de marca de qualidade”, concluiu.

Temos de estar de mãos dadas para conseguir o desenvolvimen-to equilibrado. Isso não pode ser

concretizado de um dia para o outro”, referiu Chui Sai On, destacando o esfor-ço para “melhorar a qualidade do meio ambiente, promover o desenvolvimen-to e melhorar a cooperação regional e internacional em matéria de indústrias verdes”.

O Chefe do Executivo marcou pre-sença na abertura da sétima edição do Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental (MIECF, na si-gla inglesa), onde defendeu que, face aos problemas ambientais globais, “é preciso aderir aos nossos objectivos da política de desenvolvimento susten-tável para atingir um equilíbrio entre conservação e desenvolvimento, que não pode ser alcançado de um dia para o outro”.

Chui Sai On recordou também que “Macau entrou numa nova era de de-senvolvimento, com as vantagens bem demonstradas dos princípios de um país, dois sistemas, governado pelas

suas gentes, e elevado grau de autono-mia” e que o “Governo da RAEM, com total apoio do Governo Central, tem fo-mentado a cooperação regional e o in-tercâmbio internacional, que vieram re-forçar vantagens complementares com benefícios mútuos, especialmente com o desenvolvimento firme da cooperação regional do Delta do Rio das Pérolas nos últimos anos”.

O governante indicou que, com base em três objectivos principais do quadro do Planeamento da Protecção Ambien-tal de Macau, nomeadamente optimizar o ambiente, promover a conservação e sociedade orientada para a reciclagem e integração numa região verde e de alta qualidade, o “Governo trabalha activa-mente para lidar com os objectivos e po-sicionamento como um centro mundial de turismo e lazer. Para além disso, e paralelamente ao desenvolvimento da economia, “esforçamo-nos para melho-rar a qualidade do meio ambiente, pro-mover o desenvolvimento e melhorar a cooperação regional e internacional em matéria de indústrias verdes”.

CHUI SAI ON NA ABERTURA DO MIECF

Equilíbrio não se atinge“de um dia para o outro”Chui Sai On apelou à união de todos os países e regiões para melhorar o ambiente, destacando o esforço da RAEM nesse sentido, ao discursar na abertura da sétima edição do Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental

sectores vieram ao Fórum Ambiental à procura de uma pri-meira oportunidade em Macau.

Samson Mak chegou da vizinha Hong Kong para tentar introduzir em Macau a reciclagem de “sobras de comida”. “As pessoas não têm noção da quantidade de comida que se desperdiça todos os dias. Em Hong Kong são mais de três toneladas por dia, em Macau a realidade não deve ser muito distante. E não há razão nenhuma para que isto acon-teça”, defende. A empresa da qual faz parte, a “Organic Waste Recycling Centre” vende máquinas que transformam materiais orgânicos em rações utilizadas na produção agro--pecuária. Na carteira de clientes têm hóteis, restaurantes, padarias e em Macau, devido ao peso do sector da hotelaria e restauração, esperam também conseguir alargar a sua ac-tividade.

Ao lado de pequenas e médias empresas que procuram uma primeira oportunidade no território, grandes compa-nhias internacionais, como a Renault, destacam para o Fó-rum Ambiental produtos pensados para o mercado local. O “Twizy” é o carro 100% electrónico e de aspecto futurista da marca e segundo o representante da Renault em Macau, Lio Tong Hin, existem 10 modelos a circular nas ruas do território. Na sua opinião há espaço para mais: “Os carros eléctricos, de pequenas dimensões, são perfeitos para Ma-cau. Não poluem, não têm problemas nas ruas estreitas e para além disso a electricidade é barata”, aponta. A edição deste ano da MIECF prolonga-se até amanhã, dia em que o fórum estará aberto ao público em geral.

CÂMARA À ESCUTA DE RUÍDOS

Não se trata simplesmente de um medidor de ruído. A câmara acústica que a empresa “4dNoise” trouxe à MIECF é capaz de identificar num determinado espaço as diferentes fontes de ruído e a intensidade de cada uma. De acordo com os responsáveis da empresa, a máquina pode ser usada na detecção de fugas de água no interior de paredes ou na investigação de fontes de ruído ambiental nas cidades. Está equipada com uma câmara de vídeo e pode ter até 384 microfones.

Sexta-feira, 28 de Março de 201414 JTM | LOCAL

“GOLDFISH” CONVIDADA PARA PAINEL QUE AVALIA CRIATIVIDADE

Macau presente em júri de prémios lusófonosOs Prémios Lusófonos da Criatividade voltaram a premiar as melhores ideias, contando no júri com um português que reside em Macau. O director da “Goldfish” foi convidado a participar no evento, representando assim de certa forma a RAEM

A criatividade lusófona foi ontem premiada em Lisboa, contando com a participação de um repre-

sentante de Macau no júri. O director da “Goldfish” fez parte do painel de pessoas que avaliaram os concorrentes aos “Prémios Lusófonos de Criativida-de”, do 3º trimestre.

Henrique Silva aceitou com satis-fação o convite para fazer parte dos jurados. “Foi com orgulho que a Gol-dfish recebeu o convite para represen-tar Macau nos Prémios Lusófonos de Criatividade contribuindo assim para a divulgação e presença do nosso ter-ritório na comunidade lusófona”, ex-pressou.

Os prémios, segundo explica Hen-rique Silva, “foram criados para distin-

guir a criatividade que fala português, podendo desta forma servir como pon-te para a divulgação da criatividade de Macau nas áreas de Marketing e Publi-cidade”.

Este era um concurso aberto a agên-cias ou pessoas que “acreditam que é também através da publicidade que se faz cultura, inovação e se constrói a sociedade” e neste “caso tendo em co-mum a língua e ideias em português”.

Henrique Silva nasceu em Lisboa, mas veio para Macau em 1991 onde criou a “TOOL design e communica-tion”, a primeira agência de publici-dade do território. Depois de algumas ausências de Macau regressou em 2012 para criar uma nova agência criativa: a “Goldfish”.

A empresa de instrumentos musicais artesanais, com guitarras portuguesas representativas da cultura lusa, encontra-se em Macau essencialmente para estreitar laços com fornecedores da China Continental, mas não descura futuras parcerias

EMPRESA PROCURA FORNECEDORES DE REFERÊNCIA NA CHINA

Guitarras portuguesas com carisma e qualidade

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JTM

Liane Ferreira

A empresa bracarense “Artimúsica” tem já 22 anos de existência, po-

rém só mais recentemente, com a proclamação do fado como Património Cultural da Huma-nidade, e a parceria com outra companhia lusa, iniciou uma vida nova no que respeita às tra-dicionais guitarras portuguesas. Aproveitando a realização do Fórum e Exposição Internacio-nal de Cooperação Ambiental (MIECF), a “Artimúsica” apre-senta agora o seu trabalho a Ma-cau.

Carlos Rodrigues, gestor de operações da “Artimúsica”, re-velou ao JTM que as guitarras portuguesas pintadas à mão são o resultado de uma parce-ria estratégica com a empresa “Malabar”, onde são recreados aspectos da cultura portuguesa, sejam eles da ourivesaria mi-nhota ou do azulejo. O banco BPI, por exemplo, vende uma das guitarras exclusivas, inti-tulada “Adamastor”, inspirada nos Descobrimentos.

Estes instrumentos únicos de valor decorativo, mas que também podem ser tocados, de-moram cerca de uma semana a fazer e um dia a pintar. O valor de mercado é de 1.900 euros, possuindo também um número

de série, sendo todos exempla-res únicos.

Tendo em vista o sucesso destas guitarras diferentes, que a empresa espera que também possam ser bem recebidas no mercado de coleccionismo, a “Artimúsica” está a considerar novos projectos mais ligados ao lado criativo.

Segundo Carlos Rodrigues, o bandolim, guitarra portugue-sa e cavaquinho são os produtos mais vendidos, por aquela que considerou ser a maior empresa de fabricação artesanal de ins-trumentos, com uma produção anual de 5.500 instrumentos.

A especificidade do mer-cado de instrumentos não tem sido um constrangimento para o crescimento da empresa, que segundo o gestor de operações tem tido uma boa receptividade. A participação em feiras interna-cionais tem mostrado que a “Ar-timúsica” está muito perto do patamar de qualidade das gran-des empresas de instrumentos musicais a nível mundial, con-siderou o mesmo responsável, ao salientar os contactos para fornecer outras marcas.

Quando questionado so-bre os motivos para a vinda da empresa ao território, Carlos Rodrigues afirmou que as ex-pectativas não são baseadas nas vendas, visto que o mercado de instrumentos tradicionais é li-

mitado, mas sim na intenção de encontrar bons fornecedores na China Continental. Os próprios fornecedores europeus que co-nhecem compram componentes no Continente, esperando assim ir directamente à fonte e passan-do ao lado dos intermediários.

O gestor considera que “a China poderá ser um óptimo recurso para fornecimento de certos elementos, como os ‘em-butidos’, que são feitos à mão na nossa fábrica. Porém demora-mos muito tempo a fazê-los e as grandes marcas de instrumentos musicais compram essas peças feitas à sua medida, em bons fa-

bricantes chineses, que é o que queremos”.

A crise em Portugal não pa-rece ter afectado a empresa, que tem um atraso de três meses na entrega de encomendas, daí que esteja num processo de optimi-zação da produção, que inclui novos fornecedores.

Para além de alargar a bol-sa de contactos, a empresa veio aprofundar os laços com os for-necedores existentes.

Segundo Carlos Rodrigues, “a ‘Artimúsica’ prefere trabalhar com parcerias”, não sendo o gé-nero de empresa que vive isolada em si própria e que “sabe gerir

as suas expectativas”, pelo que a vinda a Macau não está centrada na procura de novos clientes, po-rém se surgir um novo parceiro, “seria muito positivo”.

O gestor afirmou ainda, que a empresa foi muito bem recebida por instituições como o Instituto Português do Oriente e a Casa de Portugal, que se mostraram satisfeitas com a difusão da cul-tura portuguesa além fronteiras.

A “Artimúsica” está no ter-ritório inserida na comitiva co-mercial da Associação Jovens Empresários Portugal-China, a participar actualmente no MIE-CF.

Sexta-feira, 28 de Março de 2014 JTM | LOCAL 15

Fernando Sá não aceitou redução do salário

O brasileiro Fernando Sá deixa Macau já no próximo domingo, tendo rescindido com o Ka I, principalmente depois de lhe ter sido proposta a redução do salário, por ter ficado dois jogos sem jogar, devido a castigo associativo. O jogador foi, recorde-se, expulso no decorrer do encontro com o Chau Pak Kei e isso terá estado na base da decisão, pouco vulgar, dos dirigentes lhe querem reduzir o salário. “Sim os dirigentes do Ka I pretendiam baixar o meu vencimento, por causa da minha expulsão, situação que não aceitei. Conversámos e como também tenho o meu pai doente no Brasil, decidi deixar o futebol de Macau. Vou regressar ao meu país e esperar alguns meses até arranjar um novo clube, mas quem sabe se até regresso para a bolinha noutra equipa”, disse. Fernando Júnior Sá é natural da cidade de Florianópolis e vive perto de dois amigos pessoais que actuam no futebol português e no Benfica, Siqueira e Jardel.

Vítor Rebelo

LIGA DE ELITE

Ka I contrata avançado coreanopara assalto ao líder SportingJogador sul-coreano vai ser a grande novidade no jogo do próximo domingo, com o Ka I a ter necessidade de vencer para se manter na corrida. O Sporting tem segundo teste consecutivo ao seu real valor. Monte Carlo vai folgar nesta jornada da Liga de Elite

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JTM

Calendário 7ª Jornada da Liga de Elite

AmanhãLai Chi-Benfica (14:00)Sub-23-Kei Lun (16:00)

DomingoChau Pak Kei-Polícia (14:00)Ka I-Sporting (16:00)

Jogos no Estádio da Universidade de Ciência e Tecnologia

Treinador do Ka I (à dta) elogia Sporting mas promete jogar ao ataque

Todas as baterias apontam para a partida que colo-cará frente-a-frente o primeiro classificado da Liga de Elite do futebol de Macau, Sporting, e um dos

três terceiros classificados, Ka I.Para os “leões” este será o segundo jogo com um dos

reais candidatos ao título, depois dos pupilos de João Pegado e Mandinho terem aberto o campeonato com uma surpreendente vitória sobre o Monte Carlo, que os moralizou e deu embalagem para um primeiro lugar da classificação que se vai mantendo, apesar da aproxima-ção de outros clubes com ambições.

Um deles é o Ka I, que tem por objectivo imediato e urgente, a recuperação de pontos desperdiçados, depois de ter sido derrotado pelo Monte Carlo e empatado com o Benfica.

O Sporting tem neste Ka I o segundo teste consecuti-vo às suas reais capacidades, não tendo conseguido re-petir, diante do Chau Pak Kei, a boa exibição produzida no confronto com o Monte Carlo no primeiro desafio da temporada.

Agora vem aí outro sério candidato e resta saber que Sporting vai estar no relvado da Universidade de Ciên-cia e Tecnologia para fazer face a um adversário que é considerado favorito, pelo plantel e historial que possui, mas terá de o provar dentro das quatro linhas.

Estreia de Kim

Para fazer face à importância do desafio e perante a certeza da saída do avançado brasileiro Fernando Sá, há uma nova vedeta nos “encarnados” de Chan Man Kin, o sul-coreano Kim.

Trata-se de um avançado de 24 anos, que já esteve a jogar na Tailândia e foi há uns anos, quando era júnior, convocado para a selecção de Sub-18 do seu país.

Kim esteve em Macau em Dezembro, realizando treinos no Ka I durante uma semana, mas corpo técnico e dirigentes do clube campeão há dois anos, decidiram não ficar com o jogador, uma vez que tinham já o plantel praticamente definido e o orçamento no limite.

Chan Man Kin apelou ao presidente do Ka I para “abrir os cordões à bolsa”, no sentido de contratar mais um avançado, numa altura em que os regulamentos ain-da permitem fazer novas inscrições.

“Penso que a equipa vai estar mais forte com a che-gada deste coreano, que é rápido e muito bom tecnica-mente. Acabou por não ficar no plantel há três meses e agora é possível integrá-lo, o que me deixa satisfeito, porque assim tenho hipóteses de preencher a vaga dei-xada pela saída de Fernando Sá”, começou por referir, ao JTM o treinador do Ka I, na véspera de um desafio de grande importância para a equipa.

“Vai ser um jogo grande, porque o Sporting está muito forte. Tenho os meus planos para vencer este adversário, mas vai ser difícil. Sabemos que o Sporting está em primeiro e ganhou ao Monte Carlo, mas todos os desafios são diferentes. Vamos jogar ao ataque, disso ninguém duvide, até porque se perdermos será muito

difícil recuperar.”Chan Man Kin continua, no entanto, a dizer que não

está obcecado com a luta pelo título. “Claro que todos nós queremos ser campeões, mas temos de entender que, neste primeiro ano em que estou à frente da equipa, é tempo de mudanças, de estabilizar o plantel. Por isso, se ficarmos entre os quatro primeiros já não será mau e estará dentro dos nossos objectivos”.

Bruno Figueiredo, médio brasileiro, contraria um pouco o treinador, afirmando que o Sporting não tem vindo a crescer de produção desde que ganhou ao Mon-te Carlo.

“Eles não têm sentido categóricos em alguns jogos e são mais perigosos nos lances de bola parada. Confio na nossa defesa e vamos tentar aproveitar os pontos fracos do Sporting. Nós temos crescido depois do desaire face ao Monte Carlo, com quem não merecíamos perder, e a equipa está bem, confiante. Quanto ao coreano, confirma os dotes técnicos de muitos dos jogadores do seu país e espero que nos ajude.”

Arriscar no remate

Do lado dos “leões” registámos esta semana a opi-nião de uma das principais figuras da equipa, o portu-guês Bruno Brito.

O médio tem muitas vezes “carregado a equipa às

costas” e é considerado um especialista nos lances de bola parada, para além dos remates de longa distância.

“Entrei bem na equipa e se me tenho destacado por isso é porque arrisco bastante ao longo de cada jogo. A minha função é mesmo essa, dar tudo pela equipa. Foi para isso que me contrataram e procuro dar sempre o melhor, em conjunto com os meus companheiros.”

Bruno Brito será assim uma das armas com que o Sporting aposta para tentar dar a volta ao Ka I e ao pen-dor ofensivo que se adivinha. “Sabemos que vamos ter vários jogos difíceis seguidos e este é um deles, mas penso que a pressão está do lado do Ka I. Para nós os objectivos mantêm-se, não fugimos àquilo que foi sempre o nosso discurso, ficar entre os primeiros quatro ou cinco. Vamos tentar ganhar a uma equipa bem montada, com jogado-res muito rápidos e tecnicistas. Apesar de estarmos bem nas bolas paradas, temos igualmente jogadas elaboradas. O Sporting, na minha opinião, adapta-se bem à forma de jogar dos adversários. Só é pena estarmos agora a jogar num relvado tão mau, no qual é difícil pôr a bola no chão e isso prejudica a nossa equipa, como sucedeu na partida com o Chau Pak Kei”, afirmou o jogador.

Nas restantes partidas, o Benfica regressa, depois de ter folgado, e é favorito à vitória diante do Lai Chi, en-quanto que os outros jogos prometem equilíbrio entre formações da segunda metade da tabela.

Sexta-feira, 28 de Março de 201416 JTM | DESPORTO

LIGA ESPANHOLA

Derrota do Real isola Atlético na liderança

Depois do desaire caseiro com o Barcelona (4-3), os “merengues” ainda se adiantaram no mar-cador com golo de Cristiano Ronaldo, mas o

Sevilha deu a volta com tentos de Bacca, numa par-tida em que o guarda-redes Beto esteve em destaque.

Em livre directo, Cristiano Ronaldo contou com a ajuda de Bacca, que, ao saltar na barreira, desviou a bola da trajectória e enganou Beto (0-1). Na resposta, o colombiano “vingou-se” ao ganhar em corrida aos centrais e empatar (1-1), repetindo lance em velocida-de no segundo tempo (72) e assim selar o triunfo que permite reforçar o quinto lugar.

O êxito do Barcelona começou a ser desenhado bem cedo, com Messi (6 minutos) a rasgar a defesa e libertar Alexis Sanchez que tocou para Neymar que, sozinho, só teve de encostar. Aos 30 minutos, Inies-ta solicitou Messi que se esgueirou entre os centrais, fintou o guarda-redes e ampliou. Na segunda parte, aos 67 minutos, Neymar correu para a baliza, fez um compasso de espera e chutou entre dois defesas, fa-zendo o 3-0 final.

Destaque ainda para a lesão de Victor Valdez, que caiu sozinho e torceu o joelho direito, tendo de aban-donar o desafio depois de sofrer uma ruptura do liga-mento cruzado anterior.

Perdida, por um par de horas, a liderança para o

Barcelona, o Atlético de Madrid ganhou ao Granada e ficou sozinho na frente, com um tento do inevitável Diego Costa, fazendo história, pois há 17 anos que os “colchoneros” não faziam 100 tentos na mesma época.

O Atlético lidera com 73 pontos, agora perseguido pelo Barcelona com 71, seguido do Real Madrid com 70, com seis pontos perdidos em duas jornadas.

JTM com Lusa

O Atlético de Madrid venceu o Granada e isolou-se na liderança da Liga espanhola de futebol, beneficiando de nova derrota do Real Madrid, por 2-1, em Sevilha

FÓRMULA UM

Receios de falhas mecânicas em SepangA Fórmula 1 estará este fim-de-semana no fantástico Circuito de Sepang, para o GP da Malásia, envolta em polémicas, controvérsias e problemas mecânicos que levantam graves preocupações de fiabilidade dos novos carros

Há alguns anos, numa outra Fór-mula 1, quando, pela primeira vez, os motores turbo foram in-

troduzidos pela Renault, o GP da Fran-ça foi disputado durante algum tempo no Circuito de Paul Ricard/Le Castellet. Uma das suas dificuldades era a sua ex-tensa recta “Mistral” com 1,8 quilómetros de comprimento. Os motores simples-mente “explodiam” devido às rotações exageradamente altas que os turbos atin-

giam. Agora regressamos a esse proble-ma... em duplicado!

O circuito malaio não tem uma longa recta. Tem duas, ambas com mais de mil metros de comprimento, onde se espe-ra que os turbos trabalhem na casa das 100 mil rotações por minuto, e, com isso, não aguentem, como não aguentavam os seus antecessores. O espectro do desastre técnico, está de novo na mente de todos...

Entretanto, o “patrão” das bebi-das energéticas Red Bull, e dono da Red Bull Racing, Dietrich Mateschitz, ameaça com a retirada das suas equi-pas (Red Bull Racing e Toro Rosso) de-vido ao que chama “falta de desporti-vismo influências políticas” e outras matérias não especificadas, devido às razões apresentadas para desqualifi-car Daniel Ricciardo, da Red Bull, em Melbourne. Interpondo um apelo, le-

varam a verdade desportiva para fora da pista...

Mas Jean Todt, o presidente da FIA, está resolvido a acabar com a Fórmula 1 como está neste momento, tendo mesmo dito que não gostaria que a disciplina se tornasse numa “economy run” em que a velocidade e desempenho dos carro es-teja subordinado primeiro a poupança de combustível. Isto acrescido ao facto de que também não gostou do “famoso” som, que na ultima versão foi chamado de “som produzido por máquinas de la-var roupa com rodas”!

Os problemas mecânicos, que na Aus-trália afligiram todas as equipas, sem excepção, com especial incidência para os carros com motor Renault, estão, se-gundo os chefes das equipas, resolvidos e controlados.

No entanto, algumas equipas não descartam o aparecimento de outros problemas, ainda não detectados, de-vido às peculiares condições atmos-féricas da Malásia. Calor e humidade que, no fundo, ajudavam o funciona-mento dos motores aspirados, não se-rão muito propícias aos motores turbo, que já enfrentam o espectro da avaria súbita devido às elevadíssimas ro-tações em que terão de trabalhar nas duas rectas do circuito.

O calor de Sepang é famoso, mesmo com chuva. A escolha de um “radiador” capaz de reduzir a temperatura do ar que terá que passar pelos turbos poderá fazer a diferença entre chegar ao fim da corrida ou apenas à próxima curva.

As provas de qualificação terão lugar amanhã, pelas 16h, e a corrida marcada para domingo, às 17h, hora de Macau.

*Especialista JTMem Desportos Motorizados

GP da Malásia decorre no domingo

Ronaldo marcou mas o Real Madrid saiu derrotado de Sevilha

Schumacher sem desenvolvimentos

O médico Gary Hartstein, que esteve ligado às competições de Fórmula 1 entre 2001 e 2012, chama a atenção para o facto de a equipa médica do Hospital Universitário de Liege, na Bélgica, estar a demorar demasiado a “ressuscitação” de Michael Schumacher. Na sua opinião, o facto de não haver um fluxo contínuo de notícias clínicas sobre o estado de Schumi pode até ser uma estratégia da família, para preparar os fãs do piloto alemão para o desenlace. Schumacher sofreu um grave acidente de esqui, em Dezembro de 2013, e foi colocado em coma induzido, com a temperatura corporal a ser reduzida para evitar mais danos cerebrais. Desde finais de Janeiro que os médicos tentam reanimar Schumacher, sem resultados aparentes. Segundo Hartstein, Michael poderá simplesmente não acordar, enquanto que os media alemães afirmam que o piloto já não responde aos estímulos das equipas médicas.

António Ribeiro Martins*

Sexta-feira, 28 de Março de 2014 JTM | DESPORTO 17

BARÓMETRO DA LIGA

Classificação

Isa Manhão esteve em destaque na última ronda do “Barómetro”, conseguindo subir dois lugares na clas-sificação. Na liderança permanece Victor Marreiros, seguido bem de perto por Sandra Bártolo, que tem menos um ponto. Em relação à próxima jornada, o painel do campeonato das previsões do JTM pouco se dividiu, apesar das deslocações “complicadas” de FC Porto e Benfica. Helena Brandão e o JTM acredi-tam que os “dragões” vão “tropeçar” na Madeira, en-quanto Sandra Bártolo está confiante que o Sporting de Braga vai conseguir parar as “águias”. Helena

Brandão

65

HélderFernando

68

VictorMarreiros

80

GuiomarPedruco

75

SandraBártolo

79

Marquesda Silva

67

IsaManhão

75

AntónioDias Azedo

72

PalpiteJTM

73

Nacionalvs FC Porto

0-1 2-1

Sportingvs Guimarães

0-1 1-1

0-2 2-1

0-3 2-0

1-1 2-0

1-3 2-0

0-1 3-0

1-2 1-0

1-1 3-1

0-2

Sp. Bragavs Benfica

1-1

0-2

1-3

1-2

1-3

1-3

0-2

1-2

LIGA PORTUGUESA

“Guerreiros” prontos para “abater” a águiaSporting de Braga e Benfica defrontam-se esta jornada na liga portuguesa naquele que é um jogo grande da ronda e um dos verdadeiros testes à capacidades dos encarnados até ao final da temporada

Pedro André Santos

Dragão com vantagem mínima na Taça

O FC Porto venceu o Benfica, por 1-0, na primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal, numa partida disputada no Estádio do Dragão. Um golo do colombiano Jackson Martinez, logo aos seis minutos, permitiu aos “dragões” partirem em vantagem para a segunda mão, que está marcada para 16 de Abril, no Estádio da Luz. Na outra meia-final, Sporting de Braga e Rio Ave empataram a zero.

Faltam seis jogos para terminar a primeira liga portuguesa e os sete pontos de vantagem dão

algum conforto ao Benfica para se sagrar campeão. Olhando para o ca-lendário, os encarnados têm três jogos fora de portas, sendo o desta jornada um dos mais complicados, frente ao Sporting de Braga.

Em caso de um “tropeção”, a for-mação orientada por Jorge Jesus po-derá começar a sentir o “espectro” do ano passado, com o título a fugir nas rondas finais para o FC Porto. Curio-samente, as “águias” ainda têm que se deslocar ao Estádio do Dragão, na última jornada, mas desta vez preten-dem não ser obrigados a pontuar, já

que os planos saíram furados no ano passado.

Depois de sentir o sabor da derrota na partida da taça (ver caixa), o Ben-fica chega a Braga moralizado para conquistar o campeonato o mais ra-pidamente possível. O Sporting, prin-cipalmente, não está a facilitar a vida aos encarnados, “obrigando” Jorge Je-sus a ter cuidados redobrados, apesar dos sete pontos de vantagem.

Mesmo sendo favorito, tendo em conta o campeonato que tem vindo a fazer, a equipa encarnada não deverá ter vida fácil no Minho. O Sporting de Braga, longe do fulgor do ano passa-do, ainda tem os lugares europeus de-baixo de olho, mas para isso terá que voltar às vitórias, algo que não acon-tece há duas jornadas.

Uma vitória sobre o Benfica po-derá ser mesmo o que os bracarenses

precisam para um último fôlego de “ataque” à Liga Europa, mas só uma exibição de “encher o olho” deverá ser suficiente para “abater” a águia.

O FC Porto terá igualmente uma deslocação difícil, à Madeira, para defrontar o Nacional. Os insulares es-tão no quinto lugar, que precisam de manter a todo o custo para manter a presença nas ligas europeias. Os “dra-gões” surgem moralizados depois da vitória sobre o rival Benfica, mas no campeonato as contas são outras, já

que dificilmente conseguirão revali-dar o título. O “prémio” passa agora pelo segundo lugar, que garante aces-so directo à fase de grupos da Liga dos Campeões.

A “vaga” pertence neste momento ao Sporting, que, para além de querer manter a distância para o Porto, ainda sonha com o primeiro lugar. Os “leões” recebem o Vitória de Guimarães, outro clube a “sonhar” com a Liga Europa, perspectivando-se um embate interes-sante no Estádio de Alvalade.

Benfica desloca-se a Braga nesta jornada

Sexta-feira, 28 de Março de 201418 JTM | ACTUAL

Começando por sublinhar o óbvio, não há economias confiantes sem segurança. E não há segurança sustentável em clima

de generalizada depressão económica. Segurança e economia: os países e os gover-

nos precisam de ambas.Os líderes das duas maiores potências mun-

diais encontraram-se esta semana na Europa, para participarem na Cimeira sobre Segurança Nuclear de Haia e prosseguirem a sua estadia depois, segundo as suas próprias agendas bilate-rais, com reuniões previamente preparadas com a UE (Obama) e diversos governos europeus (Xi Jinping).

Como pode ser analisada esta “coincidência” (que o não foi), no actual contexto da Europa?

O périplo do presidente chinês foi subordina-do ao tema das trocas comerciais - simbolizadas pela compra ao consórcio AIRBUS de sete deze-nas de aviões do fabricante europeu de aerona-ves.

Mas, relativamente a cada um dos países vi-sitados, a China foi reforçar laços que exprimem, de forma óbvia, a coincidência de interesses en-tre a primeira potência comercial do mundo e o seu principal mercado.

Os Estados Unidos, pela voz do seu presi-dente, foram partilhar preocupações e ajudar a definir estratégias de dissuasão de um dos maio-res pesadelos, hoje, para líderes e comunidades: a possibilidade do terrorismo nuclear.

Quando se pensa nos detalhes de maquia-velismo com que a Al-Qaeda planeou o 11 de Setembro, conclui-se que, em matéria de horror, e horror dirigido a vítimas inocentes, TUDO é possível.

A China, a Europa, os Estados Unidos (toda a comunidade internacional) comungam sem reservas desse mesmo interesse de prevenir que material susceptível de ser utilizado em armas de destruição maciça caia nas mãos das organi-zações terroristas.

E quanto à situação europeia concreta, decor-rente da anexação da Crimeia pela Rússia, o pre-sidente Obama foi dizer aos membros da NATO para assumirem este novo desafio de uma Rús-sia “potência regional”, pelos vistos pronta a ab-sorver pequenos países seus vizinhos.

Não parece forçado sublinhar, neste contex-to, uma segunda grande convergência de inte-resses entre americanos e chineses em relação a Europa.

Potência situada no outrora chamado “extre-mo” Oriente (a globalização eliminou, como se sabe, as “extremidades” do espaço e do tempo), a China olha para a Europa não só como destino das suas exportações, mas também como parcei-ro aberto ao aprofundamento de um diálogo de culturas e de civilizações de que há-de depender - e em muito - o sentido deste reencontro entre Oriente e Ocidente que está a decorrer sob os nossos olhos.

Ora, só uma Europa estável interessa a uma China que se expande - ponto de convergência, pois, com os Estados Unidos e a UE.

Neste sentido, o eixo euro-atlântico é um pólo de estabilidade que não tem que ter adversários, nem muito menos adversários pré-designados.

Competição natural é algo que está inscrito na experiência colectiva, desde sempre. Mas a animosidade persistente é nociva. E isto aplica--se sem reservas.

E portanto também à Rússia.Só falta Moscovo perceber que pequenos

ganhos podem antecipar grandes perdas.*Ex-embaixador de Portugal nas Coreias, ASEAN

e Indonésia. Docente da Universidade de S. José.

Encontros na Europa: segurança e economia

OBSERVATÓRIOCarlos Frota*

AUSTRÁLIA/CHINA

Investidores chineses agitam imobiliário australiano

Um comité do Parlamento da Austrália está a exa-minar as leis relacionadas com o investimento estrangeiro, depois de investidores chineses te-

rem gasto mais de 5,408 mil milhões de dólares america-nos no sector imobiliário no ano financeiro passado, que terminou em Junho, anunciou a imprensa local.

De acordo com a emissora australiana ABC, um re-latório do banco “Credit Suisse” indica que 18% e 14% dos novos imóveis de Sydney e Melbourne, respectiva-mente, foram adquiridos por empresários chineses e as expectativas apontam para que os investidores da Chi-na destinem para o mesmo fim 39,661 mil milhões de dólares até 2020.

No mesmo relatório, a instituição financeira advertiu ainda que, muitas vezes, os investidores chineses estão dispostos a pagar acima dos valores de mercado, facto que está a provocar um aumento dos preços.

Em declarações à ABC, a presidente do Comité de Eco-nomia Interna do parlamento australiano, Kelly O’Dwyer, explicou que as preocupações estão centradas em apurar se esses imóveis “estão a ser ocupados” ou não.

A mesma responsável esclareceu ainda que o comi-té legislativo vai tentar esclarecer se as leis e as normas vigentes estão a ser respeitadas ou se, pelo contrário, há uma distorção no sector imobiliário provocada pelos in-vestimentos chineses.

Ao abrigo da actual legislação, a maioria dos investi-

As autoridades australianas estão a reavaliar a legislação sobre investimento externo devido a um “boom” de compras de imóveis por parte de empresários chineses. Camberra teme que o fenómeno cause uma distorção no sector imobiliário

dores estrangeiros apenas pode comprar edifícios recém--construídos, por forma a evitar que essas aquisições afectem a disponibilidade de imóveis, provoquem um aumento excessivo dos preços ou dificultem as compras dos residentes do país.

CHINA

Ex-presidente da “Three Gorges”nega saída por irregularidadesA substituição de líder na administração da “China Three Gorges” não está relacionada com investigações sobre alegadas irregularidades, assegurou Cao Guangjing, frisando mesmo que a sua entrada num governo provincial é “sempre uma mudança promissora”

Cao Guangjing, ex-presidente da China Three Gorges (CTG), o maior accionista da EDP, con-

siderou ontem “um passo normal” a sua saída da empresa e negou que a mudança esteja relacionada com uma recente investigação feita aquela com-panhia estatal chinesa.

“A mudança de quadros entre as grandes empresas estatais e institui-ções governamentais é um fenómeno muito comum na China”, disse Cao Guangjing à agência Lusa em Pe-quim. “É um passo normal na carrei-ra dos quadros dirigentes chineses”, acrescentou.

Nas primeiras declarações públi-cas após o anúncio da sua saída da presidência da CTG, Cao Guangjing realçou que “a China é diferente dos países ocidentais”.

“O governo desempenha um pa-pel muito importante na sociedade”, afirmou.

Cao Guangjing, 50 anos, membro do suplente do Comité Central do Partido Comunista Chines (PCC), vai assumir na próxima semana o cargo de vice-governador da província de

Hubei, no centro da China.Lu Chun, outro quadro ligado à

construção e gestão da Barragem das Três Gargantas do rio Yangtze, é o novo presidente da CTG.

O director-geral da empresa tam-bém mudou, com Chen Fei a ser subs-tituído por Wang Lin.

“Já falei com o meu sucessor. A parceria com a EDP vai continuar”, garantiu Cao Guangjing.

A mudança na direcção da CTG, anunciada esta semana, ocorre um mês depois de serem conhecidos os resultados de uma investigação à em-presa feita pela Comissão Central de Disciplina do PCC.

“Não há nenhuma relação (entre os dois factos)”, afirmou perempto-riamente Cao Guangjing.

Ao anunciarem ontem a nomea-ção dos novos líderes da empresa, a CTG e a agência noticiosa oficial Xinhua também não relacionaram a mudança com a referida investiga-ção nem com as “irregularidades” detectadas na altura, nomeadamen-te “abuso de poder em licitações e contratos de projectos” e “ineficiên-

cias” na comunicação entre funcio-nários com cargos importantes.

Cao Guangjing disse que “a com-panhia adoptará uma atitude de tole-rância zero face à corrupção e punirá severamente os que estiverem envol-vidos em casos de corrupção”, afir-mou então a Xinhua.

Quanto ao seu futuro, o ex-presi-dente da CTG disse agora à Lusa que a entrada num governo provincial é “sempre uma mudança promissora” e que “proporciona mais oportunidades de carreira”.

A província de Hubei, onde se en-contra a Barragem das Três Gargantas, tem cerca de o dobro da superfície de Portugal e mais de 60 milhões de ha-bitantes.

A China Three Gorges tornou-se o maior accionista da EDP (Energias de Portugal) em 2012, depois de ter pago 2,7 mil milhões de euros por 21,35% do capital da eléctrica portuguesa. Foi um dos maiores investimentos chine-ses na Europa e o início de uma nova era nas relações económicas luso-chi-nesas.

JTM/Lusa

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Sexta-feira, 28 de Março de 2014 JTM | ROTEIRO 19

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A programação é da responsabilidade das estações emissoras

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CINETEATROS1 Noah14:15 • 19:15

S2 Horseplay14:30 • 16:15 • 21:30

TORRE DE MACAUDivergent14:15 • 16:45 • 19:15• 21.45

GALAXYDIRECTOR’S CLUB 3Pompeii (3D)-12:30

THEATER 6Lone Survivor-18:30

THEATER VÁRIOSNeed for Speed-13:05 • 14:10 • 16:35 • 18:30 • 19:00• 20:30 • 23:00 • 00:45

THEATER VÁRIOSHer -12:15 • 14:30 • 17:25 • 21:00

THEATER VÁRIOS12Years a Slave -12:25 • 14:00 • 14:50 • 19:15

THEATER VÁRIOSNon-Stop - 15:00 • 19:00 • 20:45 • 22:40 • 23:20

THEATER VÁRIOS300: Rise of an Empire- 13:00 • 14:30 • 17:05 • 18:30 • 20:55 • 21:25 • 22:50

Espanyol vs Barcelona

Sexta-feira, 28 de Março de 201420 JTM | OPINIÃO

Dito

(...) “Não será coincidência que a maioria dos jovens locais que se des-tacam tenha estudado em Taiwan. Devíamos agradecer ao Governo de Taipé por estar a dar-lhes a educação cívica que por cá não recebem” (...)

• • • HÁ 20 ANOSIn “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau”

28/03/1994

MELIANTES REFINAM TECNOLOGIA DO CRIMEA Polícia de Segurança Pública (PSP) de Macau deteve dois indivíduos e apreendeu diverso material explosi-vo, incluindo detonadores acciona-dos através de aparelhos “pager”. O material explosivo foi apreendido na sexta-feira e na madrugada de sá-bado, na sequência de uma tentativa de assalto frustrada a uma loja de venda de carne congelada, levada a cabo por dois indivíduos da China que se encontravam ilegalmente em Macau. De acordo com o chefe da repartição de informações da PSP, major José Lourenço, os dois indi-víduos, entretanto detidos, abando-naram na loja uma mala contendo explosivos e o respectivo detonador, bem como uma pistola de 9 mm, de patente russa mas fabricada na Chi-na. José Lourenço indicou que cerca de 15 minutos depois de os peritos terem desactivado a bomba, o deto-nador foi accionado através de uma chamada para o aparelho de recep-ção de mensagens, vulgarmente designado em Macau por “pipikei” e em Portugal por “bip”. “Não é trabalho de amadores, mas sim de pessoas que têm conhecimentos muito precisos da aplicação electró-nica a material explosivo” referiu. “Foi a primeira vez que se detectou em Macau a utilização de aparelhos de recepção de mensagens para ac-cionar detonadores de bombas”, salientou o chefe da repartição de informações da PSP, indicando que “todas as referências dos aparelhos foram destruídas” para impedir a identificação. A tentativa de assalto ocorreu às 08:35 de sexta-feira, mas o dono do estabelecimento ofereceu resistência e da luta que travou com os assaltantes resultou que um deles disparou acidentalmente a pistola que empunhava, ferindo o cúmpli-ce num pulmão. Os dois assaltantes puseram-se em fuga, abandonando no local a pistola e uma mala com os explosivos, mas viriam a ser detecta-dos, de madrugada, pela PSP num apartamento de um edifício em Ma-cau. “O ferido encontrava-se deita-do numa cama, mas o outro ainda tentou oferecer resistência, tendo sido prontamente dominado pelos efectivos da PSP”, referiu o major José Lourenço, indicando que a ope-ração resultou na detenção dos dois indivíduos ocorreu cerca das 07:00. No apartamento, a PSP encontrou mais uma mala contendo uma bom-ba e o respectivo detonador, uma quantidade não especificada de de-tonadores, uma pistola “Makarov” idêntica a que fora abandonada na véspera pelos assaltantes, bem como 20 munições.

Inês Santinhos Gonçalves, in “Ponto Final”

Falta de espaço, de profissionais ou de sensibilidade?

As limitações de espaço da Asso-ciação para o Desenvolvimento Infantil de Macau (MCDA, na

sigla inglesa) têm vindo a ser noticiadas nos últimos dias, mas estes não são pro-blemas de hoje. A associação que apoia crianças com dificuldades de aprendiza-gem já há muito que reclama de paredes demasiado apertadas para o número de casos que lhes chegam às mãos. Ao longo dos anos, as soluções foram sempre che-gando mais através de privados do que através do sector público.

O Governo poderá defender-se, afir-mando que é difícil encontrar espaços em Macau, que não é possível chegar a soluções do género de um dia para o ou-tro. Esse argumento é aceitável. Contudo, não é aí que reside o cerne da questão.

Mais do que não estar a atender às necessidades de uma associação que presta um serviço raro em Macau, a principal falha do Governo e - por isso mesmo é que é criticável - prende-se com a falta de alternativas para todas

aquelas crianças e pais. Não se compreende que numa cida-

de com os recursos de Macau o investi-mento no ensino especial seja tão curto. Não se compreende que as crianças de língua portuguesa estejam há cerca de quatro anos lectivos – com alguns meses de interrupção - sem professora de ensi-no especial. Não se compreende que exis-tam listas de espera para avaliar crianças no Centro de Apoio Psico-Pedagógico e Ensino Especial, mesmo sabendo-se que cada dia conta na fase de desenvolvimen-to em que se encontram.

O argumento da carência de profissio-nais qualificados em Macau virá logo de seguida. Mas até onde é que pode servir

de justificação? Porque não importar – de forma eficiente - profissionais do exte-rior? Porque não criar condições atracti-vas para que profissionais de qualidade queiram trabalhar em Macau? A resposta para estas perguntas talvez nunca che-gue. Talvez fique simplesmente mergu-lhada num conjunto de procedimentos burocráticos tantas vezes irrelevantes e cegos face à urgência da questão.

Nas Linhas de Acção Governativa para 2014, o ensino especial mereceu cur-ta menção, sem nada de muito concreto ou inovador a ser anunciado a este res-peito. Surgiu, no relatório, entre promes-sas sobre o ensino não superior, o ensino superior, o ensino técnico-profissional e a aprendizagem contínua.

Por falta de pressão pública ou por-que o governo simplesmente acredita que este não é assunto prioritário, as-sociações não governamentais, como a MCDA, fecham as portas. E que janelas se abrem no sector público?

*Grande repórter do JTM

IDEIAS CRÓNICASRaquel Carvalho*

O melhor engraxador de sapatos de Lisboa trabalha no Chiado. Em tempos de míngua poderíamos ser levados a deduzir que o negócio do Fernando seria dos primei-

ros a sentir a falta de dinheiro, já que o serviço, embora excelen-te e barato - três euros e meio a engraxadela, quatro com gorjeta -, não se enquadra no que se convencionou chamar necessida-de essencial. No entanto, não foi assim: o Fernando resistiu, atravessou a Grande Recessão como confessor das desgraças alheias, não como mais um dos milhares de deserdados.

Apesar de ser empresário, ele nunca precisou do Estado. Pe-diu a licença para trabalhar na rua e exercer o seu ofício - nada mais. Nem subsídios, nem formação, nem favores, nem contra-tos e seguros públicos para se proteger das intempéries ou da canícula lisboeta. Não há por aí muitos como ele. Se não tra-balhar, não tem clientes, não cobra e, por isso, não ganha. Não está, como tantos empreendedores de sapatos Church”s, debai-xo do guarda-chuva dos dinheiros públicos.

O espantoso é que mesmo com a economia submersa numa recessão sem precedentes aconteceu o inesperado - talvez seja melhor dizer: aconteceu o inacreditável. Há talvez pouco mais de um ano, um grupo de boas almas, apoiadas por um resti-nho de dinheiro público, ofereceu a alguns engraxadores novas e estupendas caixas desenhadas por alunos de design. Não se trata logicamente de um tipo de mobiliário qualquer. Além de guardar os utensílios, a caixa também serve de banco para o artesão se sentar.

Não é preciso ser o Mies van der Rohe para compreender

As dores do Fernando

TRIBUNAAndré Macedo

que há um ponto-chave no desenho desta peça: a inclinação do engraxador. Falhar nisto é falhar miseravelmente. Ora o banco, apesar de mais trendy - ganhou a forma de um pequeno barril encerado -, revelou-se, nas palavras do Fernando, uma máquina de tortura, um potenciador diabólico de hérnias discais. O ban-co era oferecido e até dava direito a alguma formação, mas, por toutatis, não o poderiam ter feito bem?

A história é, portanto, esta. O Estado, com os impostos que cobra, garante - ainda garante - saúde, educação, justiça. Também assegura as infraestruturas para que a economia funcione. Mas depois há sempre um mas: o desejo imperial de se meter onde não deve. Quando se trata de fazer caixas para engraxadores, os prejuízos são modestos. Mas o salto quântico para um arco-íris de subsídios de outra galáxia tem sido o passo cósmico sempre que há algum dinheiro disponível. Nesse caso, quando, digamos, há verba, não se fere apenas a lombar, quebra-se a espinha e vicia--se a vontade do país. Agora que o Banco de Portugal avista três anos seguidos de algum crescimento, lembrei-me do Fernando. Amanhã vou lá engraxar os sapatos, dar lustro a algumas ideias.

JTM/DN

Ao contrário do que vimos até à guer-ra do Iraque, Putin não conseguiu dividir europeus e americanos com

a Ucrânia. Na altura, Chirac e Schroeder foram a Moscovo formar um eixo alterna-tivo à liderança de Washington, e a relação transatlântica passou por uma crise severa. Hoje, mesmo humilhados pela agressivida-de russa na Crimeia, europeus e americanos estão concertados na linguagem e nas deci-sões contra Moscovo. Podemos discutir o seu alcance (embora muito esteja por medir), não podemos negar que Putin perdeu a ba-talha pela cisão euro-atlântica. E ainda bem. Nem NATO nem UE aguentariam tamanha machadada. Uma por passar uma fase de atrofiamento financeiro e agonia estratégica. Outra porque evita acrescentar mais divi-

Atenção Portugalsões políticas às clivagens expostas sem pu-dor durante a crise do Euro. Putin conseguiu ainda outras proezas: mostrar aos decisores americanos que os EUA precisam de conti-nuar a ser uma potência europeia e que o mercado europeu (e Atlântico) representa uma oportunidade histórica para a econo-mia americana. Por acelerar as negociações do acordo de livre-comércio com a UE (di-fíceis mas muito vantajosas) e revelar o potencial de consumo que o mercado ener-gético europeu pode ser para uns EUA no topo da produção e exportação de gás. Se há amarra que condiciona a reacção europeia a Putin é a dupla dependência energética: como compradores de gás e petróleo russo essenciais às suas economias e enquanto destinatários do trânsito destas commodi-

ties através da Ucrânia (80% do importado à Rússia). É verdade que EUA e UE não tem infraestruturas capazes para substituir este papel russo a curto prazo. Também é verda-de que as negociações do livre-comércio não vão terminar tão cedo. Mas o mais relevante é a dinâmica política que se está a gerar e sobretudo a percepção de que EUA e Euro-pa são mais fortes juntos do que separados. O Atlântico vai, por isto tudo, regressar ao centro da política mundial. JTM/DN

TRIBUNABernardo Pires Lima

Sexta-feira, 28 de Março de 2014 JTM | OPINIÃO 21

A Secretária Florinda Chan e a inflação de Macau

Primeiro “round”. Vou em socorro da Secretária Flo-rinda Chan.

Não se admirem, que eu tive desde “quase” sempre uma especial predilec-ção pela Secretária. Lembro-te até de ter declarado num jornal local, a propósito do que gostaria de receber como prenda de Natal, se a minha memória me não fa-lha, que gostaria de casar com a Dra. Flo-rinda Chan, pois acreditava que só assim a convenceria a apoiar a causa dos ani-mais. Tudo muito complicado, primeiro porque era e sou casado, ela não gosta nada da minha causa e está claro de mim. Por outro lado, divorciar era contra os cânones da Igreja e a senhora é devota e eu um ateu confesso. Muita dificuldades pois no caminho para nos fazer felizes. Mas sonhar toda a gente pode sonhar!

Florinda Chan é normalmente muito cuidadosa e fiel ao seu Governo.

Lembro-me que quando estudava no Quelhas, uma boa escola de Economia e Finanças, se chamava ao ministro das finanças, “o cão de guarda à porta dos cofres públicos”. Pois, Florinda Chan é uma espécie do mesmo, com as neces-sárias adaptações está claro, pois é uma senhora. É uma lutadora incansável, uma espécie de escudo protector do Governo de Macau. Enche o peito de ar e lá vai ela para mais uma grande batalha a defen-der os seus pares, mesmo quando sabe à partida (acredito que saiba) que nem tudo o que diz é provavelmente verdade!

Não sei o que terá acontecido durante o debate mas custa-me a crer que todos os jornais tenham errado nas suas decla-rações.

Posso garantir no entanto que a infla-ção em Macau foi bem menor do que os 44,73 por cento que a Secretária terá re-velado na acesa discussão que travou na AL.

A sua costela de funcionária públi-ca ter-se-á sobreposto à voz do “estudo científico” que o Governo está sempre a invocar, quando não quer decidir ou quando não quer mostrar que não quer decidir ou ainda quando pretende prote-lar a decisão para as calendas gregas.

A Secretária juntou, agora, o útil ao agradável, vindo em socorro dos seus ex--camaradas de carteira. Os funcionários públicos, claro está!

Gostei. Até morrer estamos ainda a tempo de arrepiar caminho, dizem as más-línguas.

Pois, a inflação entre 2000 a 2013 foi de apenas 38,32 por cento!

Não assisti à sessão, mas a declaração pode ter acontecido quando a senho-ra Secretária estava sem óculos, o que é compreensível pois os homens fazem o mesmo, normalmente para mostrar que são mais novos.

Claro que para ser honesto tive de abater a deflação de 2000 a 2003 (-7,8 por

cento)! Tudo números oficiais, como se pode ver no que se publica, que eu só trabalho com números oficiais, mesmo quando muitas vezes não acredite neles totalmente, apesar de reconhecer que a rapaziada da Estatística faz um bom tra-balho, para as condições em que trabalha. Acho que pouca gente do Governo per-cebe para que serve tão importante Or-ganismo, que deveria ter a independên-cia que desfruta em todas as economias onde é tomado a sério, fugindo ao con-trolo político e interesseiro dos governos e das clientelas políticas.

Ninguém pode fazer política alguma (económica, monetária, fiscal, social, etc) sem conhecimento profundo da realida-de. Como, por exemplo, se espera do go-verno perante a selvajaria que grassa no mercado de arrendamento! E aí a Estatís-tica é o rei e o senhor! Ou a rainha e a se-nhora, que está na moda sermos politica-mente correctos, que as senhoras são em

maior número que os homens. O que me agrada especialmente, também porque elas têm normalmente mais bom senso do que os meus pares. Normalmente, que há outras que nos dão cabo da cabeça!

Continuando, Florinda Chan surge agora, neste primeiro “round”, como uma lutadora incansável pela causa dos funcionários públicos.

Estou mesmo convicto que o único mortal que nunca a compreendeu é, e será sempre, o deputado Pereira Cou-tinho! Não sei o que ele fará sem ela no Governo.

Vamos ver como é que a Secretária se comportará no “round” dois, quando nestes desatinados, o autor destas linhas analisar os números sobre o aumento dos funcionários públicos ao longo desse pe-ríodo.

Para já Florinda Chan perdeu o “round” um, ao inflacionar os dados da inflação. Em qualquer governo que se preze os danos causados por esse desli-ze, que só poderia mostrar que a infla-ção é bem mais grave do que os dados revelam, dariam lugar a remodelação governamental, se o que se terá passado no “round” dois não tivesse invertido o sinal do contributo estável da Secretária para com as hostes da governação de

OS DESATINADOSAlbano Martins*

Macau. Neste primeiro “round” conse-guiu agradar a um dos lados, tornando--se mais papista que o próprio papa. Os funcionários públicos agradeceram, mas o Governo tremeu, mas sobreviveu como já nos vem habituando.

Esperem pois pelo meu artigo da pró-xima semana, que hoje não tenho mais tempo para desatinar, que os cães e os gatos não me largam a perna. Tudo por culpa da Dra. Florinda Chan que não põe a lei de protecção de animais cá fora já lá vão quase dez anos de promessas. Se fos-se mais uma vez um politiqueiro à moda dos nossos patrícios em Portugal, esten-deria as minhas razões às cadelas e às ga-tas, mas a minha mulher poderia perce-ber mal, o que seria uma grande chatice cá para o rapaz que se porta sempre na linha, embora nem sempre em linha rec-ta, que todos temos defeitos. Quem sabe matemática sabe, aliás, que a linha recta é um caso particular de uma linha curva, que marrou em ser recta, como acontece com muita gente. Que degenerescências há muitas, umas mais curvas que outras! Como se adivinha, o maior grau de cur-vatura mostra normalmente uma melhor posição no índice de Gini da vida em co-munidade!*Economista. Escreve neste espaço às 6as-feiras.

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JTM/DN

O PRIMEIRO-MINISTRO DISSE QUE,TERMINADO O “CONTEXTO DE EMERGÊNCIA”

DOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS, SERÁ AGORAPOSSÍVEL “OLHAR PARA AS POLÍTICAS SOCIAIS”.

OLHANDO PARA OCONTEXTO, CONSIGO

PERCEBER A SUA FALTADE ENTUSIASMO.

Sexta-feira, 28 de Março de 201422 JTM | LAZER

Fergie diz que o filho grita muitoA cantora Fergie revelou que filho de sete meses Axl Jack grita demasiado alto, na tentativa de chamar a atenção. “Ele grita muito. Anda sempre pela casa com um grito estridente, quando está animado”, contou a artista, com orgulho. “A melhor parte de ser mãe é poder ficar com o meu filho. Ele é meu parceiro. Por vezes fico só a ouvi-lo, a falar com ele ou a ensinar-lhe palavras como ‘nariz’ e ‘boca’. O pai está a ensiná-lo a jogar à bola e eu estou a ensiná-lo a dançar”, disse Fergie em relação a Axl, fruto do casamento com Josh Duhamel.

De modelo a estilistaBar Refaeli continua a dar que falar. Depois de ter feito vários trabalhos para as principais revistas mundiais de moda, a modelo israelita de 29 anos tentou recuperar um sonho de juventude e criou a sua própria marca de roupa interior. A colecção está a fazer grande sucesso, quiçá também pelo seu sugestivo nome: “Under.me”.

Irina Shayk chegaao grande ecrãIrina Shayk é uma das modelos mais conceituadas, mas agora quer mostrar que tem outras facetas. A namorada de Cristiano Ronaldo decidiu apostar na representação e aceitou o convite do realizador Brett Ratner para se estrear no cinema. Esta semana, foram divulgadas as primeiras imagens do filme “The Legend of Hercules”, onde Irina interpreta Megara, a primeira mulher do herói grego, papel dado a Dwayne Johnson.

O terceiro filme de MadonnaA cantora Madonna assumirá a direcção de “Adé: A Love Story”, o seu terceiro filme como realizadora, uma adaptação do romance de Rebecca Walker, avançou a revista “The Hollywood Reporter”. Depois de “Filth and Wisdom” (2008) e “W.E.” (2011), Madonna levará à grande tela a obra literária de Walker, filha de Alice Walker - autora de “The Color Purple” - e o advogado dos direitos civis Mel Leventhal. Bruce Cohen (“Silver Linings”) será um dos produtores juntamente com Jessica Leventhal e a própria Rebecca Walker.

Sexta-feira, 28 de Março de 2014 JTM | LAZER 23

Gente Gira Envie as suas fotos para: gente.gira@yahoo.com

O que falta em Macau? por Yu Mei Hua

Na minha opinião, deveriam ser construídas mais habitações económicas, e também não

podemos ter tanta gente a vir de fora para trabalhar em Macau. Há muitos portugueses, por exemplo, que vão pedir emprego e não são aceites porque exigem que falem e escrevam chinês. Muitos deles estão cá há muitos anos e mesmo assim não lhes

dão emprego. É muito difícil comprar casa no território, apesar de ainda haver vários terrenos livres para habi-tações económicas, mas acabam por ser os casinos a aproveitar. E das rendas quase nem vale a pena falar… Sobem a cada dia que passa. Os jovens não conse-guem comprar nem arrendar uma casa. Qualquer dia vão todos viver para o outro lado da fronteira! Muitos ganham 12 ou 13 mil patacas e têm que pagar sete mil

por uma casa para sustentar a família. Macau deveria ter mais diversões, monumentos históricos e promo-ções para atrair turistas. Só se vêem casinos e ainda vão construir mais. O governo deveria arranjar maneira de atrair mais pessoas de outras formas, como um parque de diversões, como existe em Hong Kong. Poderiam melhorar as condições do Jardim da Flora, por exem-plo, acrescentando mais animais.

Aniversário de casamento

celebrado com passeio

na RAEHKAdriano Ferreira quis

surpreender a esposa no aniversário de casamento

e decidiu por isso fazer um passeio em Hong Kong. O

casal acabou por desfrutar da companhia um do outro e do bom tempo que se tem feito

sentir na região.

Encontro inesperado deu direitoa fotografia

O bebé Joel, de apenas dois meses de idade conheceu mais uma amiga da sua mãe. O encontro inesperado

aconteceu num parque de estacionamento quando Jéssica se preparava para

entrar no seu carro. A mãe, Lucinda Joaquim

aproveitou para tirar esta fotografia para mais tarde

recordar.

Juntar o útil ao agradávelnum cenário verde

Cristiano Tavares aproveitou o dia de folga do trabalho e o bom tempo para dar um passeio com a namorada Kam Leong, no trilho da Taipa Grande. Assim que

chegou ao ponto mais alto da ilha, Cristiano sentou-se em cima do marco e tirou esta fotografia para assinalar o bom dia que passou.

Amigos descobremrestaurante

especialYun Fee lai combinou com o amigo Manuel Pon um almoço em

Zhuhai. Segundo contou ao GENTE GIRA, Manuel

escolheu um restaurante típico em palafita,

situado sobre um lago de criação de peixes,

que fica um pouco fora dos roteiros mas onde

os amigos se deliciaram com a cozinha mais

típica chinesa.

24 JTM | ÚLTIMA Sexta-feira, 28 de Março de 2014 • Fecho da Edição • 00:40 horas

Declamação de poesia em portuguêsjuntou 27 alunos no Politécnico de MacauA 9ª edição do Concurso de Declamação de Poesia em Portu-guês, organizada pelo Instituto Politécnico de Macau (IPM), contou com a participação de 27 alunos de língua portugue-sa do IPM, Universidade de Macau (UM), Universidade dos Estudos Estrangeiros de Cantão (UEEC) e da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (UCTM), divididos por três níveis: básico, intermédio e avançado. Segundo o IPM, a iniciativa visou “promover a difusão da língua e cultu-ra portuguesas, a leitura e o gosto pela poesia portugue-sa e de expressão portuguesa”, e culminou com a vitória de três alunas: Chan Kit Ieng, da UM (nível básico); Zhang Chunyan, da UEEC (intermédio) e Fan Yubo, do IPM (avan-çado). O Prémio Especial Fundação Oriente foi atribuído a Zhang Chunyan. Presidido por Hélder Macedo, professor catedrático emérito do “King’s College” da Universidade de Londres, o júri “não teve a tarefa facilitada”, frisou o IPM, em comunicado, ao destacar a qualidade dos concorrentes e dos poemas em concurso.

Unesco nomeou primeira-dama chinesa como “embaixadora” para a EducaçãoA directora da Unesco, a agência da ONU para Educação, Ciência e Cultura, recebeu ontem quin-ta-feira o Presidente da China, Xi Jinping e a pri-meira-dama Peng Liyuan. Esta foi a primeira vez que um líder chinês visitou a sede da Unesco em Paris. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, e o conselheiro de Estado, Yang Jiechi, também integraram a comitiva. A primeira-dama da China foi nomeada enviada especial da Unesco para a Promoção da Educação de Meninas e de Mulheres, tendo a directora da agência, Irina Bokova, considerado que a visita é “uma grande honra” e reforça as relações com o país. A Unesco destaca que a China está muito envolvida nas actividades da organização, tendo ratificado 13 acordos internacionais, como as convenções do Património Mundial, sobre a Promoção da Diversidade Cultural e contra o Doping no Desporto. A China é um dos países fundadores da Unesco, tornando-se Estado-membro em 1946. Actualmente, 45 locais do Património Mundial estão na China, incluindo a Grande Mu-ralha e o Centro Histórico de Macau. A nação asiática tem ainda 32 locais na lista de reservas da biosfera, além de 38 elementos na lista do Património Imaterial da Humanidade, como a acupunctura e a caligrafia chinesas. Leda Letra, da Rádio ONU, em Nova Iorque

Pequim proíbe seguros “anti-poluição”A Comissão Reguladora de Seguros na China ordenou às companhias do país que deixem de oferecer apólices “anti-smog” através das quais os tu-ristas podem ser indemnizados se o local que visitam estiver contamina-do. Este tipo de seguros começou a ser transaccionado há uma semana. De acordo com o “China Daily”, a comissão estatal entrou em contacto com as principais seguradoras do país determinando a suspensão da ofer-ta de tais seguros, poucos dias depois das companhias os terem lançado no mercado. O regulador não terá explicado as causas da proibição, ainda que peritos do sector tenham comentado esta semana que as compensações do novo produto eram demasiado altas face ao preço da apólice e que condicio-nar um seguro ao clima é uma “lotaria”. Com um pagamento entre 10 e 15 yuan diários os turistas poderiam receber uma indemnização de cerca de 50 yuan por cada dia em que a poluição impedisse as férias. O fim dos seguros “anti-smog” surge quando os céus altamente poluídos e a escassa visibilida-de em Pequim, capital chinesa, registam um índice de poluição de 400, numa escala em que o máximo é 500 pontos.

Manila assina acordo de pazcom grupo rebelde muçulmano O Governo das Filipinas e a Frente Moro de Libertação Islâmica (FMLI) assinaram ontem um acordo de paz, depois de 30 anos de luta armada, mediante a criação de uma região autónoma muçulmana no sul do país. O Presidente filipino, Benigno Aquino, o chefe do grupo muçulmano armado, Murab Ebrahim, e o Primeiro-Ministro da Malásia, Nagib Razak, presidiram ao acto histórico diante de mil convidados no Palácio de Malacañang, a residência dos chefes de Estado filipinos, em Manila. “Não permitirei que voltem a arrebatar a paz ao meu povo”, prometeu Aquino no seu discurso, expressando ainda a sua esperança de que o parlamento filipino seja igualmente generoso e desinteressado, aprovando as leis que permitam fundar a região autónoma de Bangsamoro. O presidente do FMLI sublinhou que o acordo reflecte as aspirações dos muçulmanos do país. “Hoje, celebramos a vitória de Bangsamoro e do povo filipino”, disse Murad. Entre 100 e 150 mil pessoas foram mortas no sul das Filipinas devido à luta entre o Governo e os grupos rebeldes muçulmanos.

Dono do Birmingham City recorre de condenação em Hong KongO dono do clube britânico Birmingham City, Carson Yeung, apresentou um recurso contra a pena de seis anos de cadeia imposta por um tribunal de Hong Kong depois da justiça o ter acusado de lavagem de dinheiro. O Tribunal de Recurso da antiga colónia britânica recebeu o requerimento dos advogados de Carson Yeung, um antigo cabeleireiro que se tornou milionário, mas não revelou qualquer data para a audiência. Carson Yeung foi detido a 7 de Março depois de um longo julgamento em que não conseguiu explicar, na óptica da justiça, a origem de fundos que passaram por cinco contas a si associadas num montante global de 720 milhões de dólares de Hong Kong. Apesar de ter abandonado a presidência do clube de futebol, Carson Yeung poderá ainda ficar sem aquele activo já que está agendada para a próxima quinta-feira uma audiência que vai deter-minar se e quais os activos que possui podem ser confiscados no âmbito do julgamento.

Timoshenko anuncia candidatura às presidenciais na UcrâniaA ex-primeira-ministra ucraniana e figura emblemática da Revolução Laranja pró-ocidental de 2004 Iulia Timoshenko anunciou ontem que será candidata às eleições presidenciais na Ucrânia, previstas para 25 de Maio. “Nenhum dos políticos homens ucranianos que pretendem ser candidatos à presidência compreendem a dimensão da anarquia e não estão preparados para a travar”, disse Timoshenko, de 53 anos, numa conferência de imprensa em Kiev. A ex-primeira-ministra concorreu às presidenciais ucranianas de 2010, perdendo na altura, por uma pequena margem, para o político pró-russo Viktor Ianukovich, destituído em Fevereiro deste ano após protestos maciços em defesa da aproximação do país à União Europeia. No ano seguinte, Timoshenko foi condenada a sete anos de prisão por abuso de poder aquando da assinatura de contratos de fornecimento de gás com a Rússia em 2009. Foi libertada a 22 de Fevereiro deste ano, no mesmo dia da destituição de Ianukovich.