frutos do desenvolvimento: trabalho, ação coletiva e sindicalismo no submédio são francisco

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XIV Encontro Nacional da ABET – 2015 – Campinas  GT 2 – Desenvolvime nto, territórios e trabalho FRUTO !O !EENVO"VI#ENTO$ tra%al&o' a()o col*ti+a * sindicalismo no ,%m-dio )o Francisco 1 . José Fernando Souto Jr 2 Guilherme José Mota Silva 3 Camilla de lmeida Silva ! 1  "ste trabalho é resultado de #es$uisas %inan&iadas &om re&ursos do C'($ e da Ca#es em %orma de #ro)etos de  #es$uisa e bolsas #ara o s autores* 2  Graduado em Ci+n&ias So&iais #ela F(", Mestre em So&iolo-ia e ntro#olo-ia #elo .FCS/F0J, Doutor em istória So&ial #ela FF e #ro%essor da niversidade Federal do ale do So Fran&is&o* tualmente est4 des env olv end o #es $ui sa de #ós 5doutor ado sobre o tema des te art i-o &om ori ent a6 o de 7e n Sel 89 n na University of Sussex &om bolsa da Ca#es* 3  Graduado em Ci+n&ias So&iais #ela niversidade Federal do ale do So Fran&is&o 5 nivas%, atualmente é dis&ente do mestrado do (ro-rama de (ós5Gradua6o em Ci+n&ias So&iais da niversidade Federal de Cam#ina Grande :FCG; e #ro%essor substituto na nivas%* 4  Graduada em Ci+n&ias So&iais #ela niversidade Federal do ale do So Fran&is&o 5 nivas%, atualmente é dis&ente do mestrado do (ro-rama de (ós5Gradua6o em Ci+n&ias So&iais da niversidade Federal de Cam#ina Grande :FCG;*

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7/24/2019 FRUTOS DO DESENVOLVIMENTO: trabalho, ação coletiva e sindicalismo no Submédio São Francisco

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XIV Encontro Nacional da ABET – 2015 – Campinas

GT 2 – Desenvolvimento, territórios e trabalho

FRUTO !O !E ENVO"VI#ENTO$ tra%al&o' a()o col*ti+a * sindicalismo no

,%m-dio )o Francisco1.

José Fernando Souto Jr 2

Guilherme José Mota Silva3

Camilla de lmeida Silva!

1 "ste trabalho é resultado de #es$uisas %inan&iadas &om re&ursos do C'($ e da Ca#es em %orma de #ro)etos de #es$uisa e bolsas #ara os autores*

2 Graduado em Ci+n&ias So&iais #ela F(", Mestre em So&iolo-ia e ntro#olo-ia #elo .FCS/ F0J, Doutor emistória So&ial #ela FF e #ro%essor da niversidade Federal do ale do S o Fran&is&o* tualmente est4

desenvolvendo #es$uisa de #ós5doutorado sobre o tema deste arti-o &om orienta6 o de 7en Sel89n naUniversity of Sussex &om bolsa da Ca#es*3 Graduado em Ci+n&ias So&iais #ela niversidade Federal do ale do S o Fran&is&o 5 nivas%, atualmente édis&ente do mestrado do (ro-rama de (ós5Gradua6 o em Ci+n&ias So&iais da niversidade Federal de Cam#inaGrande : FCG; e #ro%essor substituto na nivas%*4

Graduada em Ci+n&ias So&iais #ela niversidade Federal do ale do S o Fran&is&o 5 nivas%, atualmente édis&ente do mestrado do (ro-rama de (ós5Gradua6 o em Ci+n&ias So&iais da niversidade Federal de Cam#inaGrande : FCG;*

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FRUTO !O !E ENVO"VI#ENTO$ tra%al&o' a()o col*ti+a * sindicalismo no,%m-dio )o Francisco.

RE U#O

"ste trabalho ob)etiva re%letir sobre as trans%orma6<es nos es#a6os de trabalho e naor-ani=a6 o sindi&al dos trabalhadores/as rurais diante do #ro)eto de desenvolvimentoim#lementado #elo "stado no #olo (etrolina5("/Jua=eiro57 no Submédio ale do S oFran&is&o 5 SMSF* (ro#omos uma dis&uss o a&er&a da di%i&uldade #ara $uanti%i&ar o tamada %or6a de trabalho na %ruti&ultura, utili=ando #ara isso as re%er+n&ias da literatura a&ad+mi&%a=endo um #aralelo &om a &onstitui6 o do mer&ado de trabalho %ormal a #artir da emer-+n&iada %ruti&ultura irri-ada orientada #ara o mer&ado e>terno, atentando #ara as es#e&i%i&idadesdas rela6<es de trabalho $ue se estabele&em no es#a6o a-r?&ola, mas $ue est o orientadas #or

um modelo urbano industrial onde #revale&e um elevado -rau de es#e&iali=a6 o e &ontrole dotrabalho* "ste mer&ado de trabalho é ainda &ara&teri=ado #ela sa=onalidade e #ela inser6 odi%eren&iada de homens e mulheres nas diversas eta#as do #ro&esso #rodutivo* (er&ebemosainda as trans%orma6<es im#ostas @ or-ani=a6 o #ol?ti&a dos trabalhadores* dotamos umametodolo-ia de an4lise $ualitativa, dando +n%ase aos do&umentos a&essados nos a&ervos dossindi&atos, bem &omo os ar$uivos de )ornais im#ressos lo&ais* lém disso, %oram reali=adasentrevistas semiestruturadas &om lideran6as e assessores sindi&ais, bem &omo #es$uisa de&am#o*

/ala+ras c&a+*$ Fruti&ultura irri-ada, Trabalho rural, ssalariamento rural, 6 o Coletiva,

Sindi&alismo*

1. Introd,()o

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A ló&us de an4lise e observa6 o deste trabalho é o #olo de %ruti&ultura irri-ada de(etrolina/(" 5 Jua=eiro/7 B, uma 4rea $ue est4 lo&ali=ada na re-i o Submédia da 7a&ia do0io S o Fran&is&o, no semi4rido nordestino* o&alidade mar&ada #ela aride= e #elas &huvas

es&assas e irre-ulares :a média anual é de 3B mmE; &on&entra uma #o#ula6 o de !2* Bhabitantes, de a&ordo &om os dados do Censo/.7G" 2 13, em uma 4rea de 3B*!3E,HB Im *

#apa 1$ "ocali a()o do /olo /*trolina /E 3,a *iro BA

"ste trabalho tem &omo ob)etivo re%letir sobre as trans%orma6<es no trabalho e nas%ormas de or-ani=a6 o #ol?ti&a dos trabalhadores e trabalhadoras, a #artir da &onstitui6 o deum #olo es#e&iali=ado na #rodu6 o e e>#orta6 o de %rutas de alto valor a-re-ado noSubmédio ale do S o Fran&is&o :SMSF;* Se-undo nKmeros da sso&ia6 o dos (rodutores e">#ortadores de orti%ruti-ran)eiros e Derivados – ale>#ort, a #rin&i#al asso&ia6 o dee>#ortadores de %rutas, a 4rea irri-ada do ale é de 3E mil he&tares, destes, atualmentea#enas 12 mil he&tares s o irri-ados*

A ale é o ter&eiro maior #rodutor de %rutas do mundo, #rodu=indo !3,H milh<es detoneladas de %rutas #or anoL o &onsumo mundial de %rutas %res&as é da ordem de !2 milh<es de

5 A (olo (etrolina/("5Jua=eiro/7 &om#<es a 0e-i o dministrativa de Desenvolvimento "&on mi&o :0.D";(etrolina – Jua=eiro, e é %ormado #or um total de oito muni&?#ios, entre os $uais Casa 'ova, Cura64, Sobradinhoe Jua=eiro, na 7ahia, e a-oa Grande, Aro&ó, (etrolina e Santa Maria da 7oa ista, em (ernambu&o*6 As dados en&ontram5se es#e&i%i&ados no (lano Territorial de Desenvolvimento 0ural Sustent4vel do Sert o doS o Fran&is&o – (ernambu&o, 2 11*

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toneladas anuaisL o &omér&io de %rutas movimenta SN 2H bilh<es anualmenteL a #arti&i#a6do 7rasil nesse &omér&io é da ordem de SN E!2, milh<es :2,3O;, deste total o SMSF #arti&i#a &om 3 ,1O, e>#ortando #rin&i#almente uva e man-a, sendo res#ons4vel #or umtotal de SN 2B1,B milh<es* H O da uva e EBO da man-a e>#ortadas #elo SMSF v o #ara a

ni o "uro#eiaL 1BO da uva e 3 O da man-a v o #ara os "stados nidos e os BO restantesde man-a e uva v o #ara o Canad4, #a?ses da Psia, da méri&a do Sul e Ariente Médio: "Q(A0T, 2 13;*

R &onhe&ido o #a#el do "stado ao estimular o desenvolvimento do Semi4ridonordestino, histori&amente assolado #ela se&a* A dire&ionamento e%etivo do -overno %ederalna re-i o teve &omo ob)etivo a&abar &om o isolamento #ol?ti&o e e&on mi&o e resolver o #roblema do abaste&imento de alimentos nas 4reas metro#olitanas do 'ordeste* ssim, %oram&riadas institui6<es &om o %im de #romover estudos de viabilidade té&ni&a #ara dotar a re-i o&om a in%raestrutura ne&ess4ria #ara a #rodu6 o de alimentos :A . ".0 , 1 1;*

As -randes investimentos do "stado no SMSF ini&iaram ainda nos anos de 1 !B &oma &ria6 o da Com#anhia idroelétri&a do S o Fran&is&o :C "SF;* Mas, %oi &om a institui6 oda Comiss o do ale do S o Fran&is&o :C SF; #elo -overno %ederal, em 1 !H, $ue ini&iaramas #rimeiras #es$uisas #ara as &ulturas irri-adas e o a#oio té&ni&o aos &olonos* Com o Gru#ode Trabalho (ara o Desenvolvimento do 'ordeste :GTD'; e de#ois &om a Su#erintend+n&ia

de Desenvolvimento do 'ordeste :S D"'";, em 1 B , sur-iram as #rimeiras #ro#ostasasso&iadas a um #lano maior de irri-a6 o, instituindo o Gru#o de .rri-a6 o do S o Fran&is&o:G.SF; e, a #artir de 1 E3, %oram &riadas duas esta6<es e>#erimentais onde mais tarde seriaminstalados os #ro)etos #ilotos de 7ebedouro e Manda&aru*

"m 1 EE, em &on)unto &om a Food Agricultural Organization :F A; a Sudenereali=ou o levantamento #edoló-i&o das 4reas irri-4veis e de%iniu o (lano Diretor da .rri-a6 odo SMSF* C SF %oi trans%ormada em Su#erintend+n&ia do ale do S o Fran&is&o

:S "; &om ob)etivo de assumir a e>e&u6 o do (lano Diretor da .rri-a6 o, $ue havia sidoelaborado e ini&iado #ela S D"'"* lém disso, a S " %oi res#ons4vel #or uma série demedidas rela&ionadas a obras de in%raestrutura no vale do S o Fran&is&o, &omo rodovias,es&olas e a &onstru6 o do aero#orto de (etrolina em 1 BH*

Foi em 1 ! $ue a S " %oi trans%ormada em Com#anhia de Desenvolvimentodo ale do S o Fran&is&o – CAD" SF* (ara Silva :2 1; e Damiani :1 ;, o mar&ode&isivo da irri-a6 o e do +>ito da %ruti&ultura irri-ada no ale do S o Fran&is&o %oi a

7 A #ro)eto #iloto de 7ebedouro %oi &riado em 1 EH na &idade de (etrolina 5 (" e o #ro)eto Manda&aru entre osanos de 1 1 e 1 2 na &idade de Jua=eiro 5 7 *

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B

CAD" SF* "sta a-+n&ia do "stado tinha o #a#el de a&om#anhar todas as %ases dos #ro)etosde irri-a6 o, desde a avalia6 o de sua viabilidade té&ni&a até a viabilidade e&on mi&a*

Diante desse &onte>to de desenvolvimentismo e&on mi&o estimulado #elo "stado, asrela6<es de trabalho e>#erimentam uma série de modi%i&a6<es em sua din mi&a #rodutiva,viven&iadas a #artir da &onstru6 o dos #er?metros #Kbli&os de irri-a6 o e &om a emer-+n&iada a-roindKstria e, a#enas de#ois, a %ruti&ultura irri-ada* ssim, %oram inau-uradas novasdin mi&as de e>#lora6 o da %or6a de trabalho, n o só através do assalariamento em em#resasrurais/a-r?&olas, mas também a #artir da intensi%i&a6 o do trabalho e de um maior &ontrolesobre os/as trabalhadores/as, $ue até ent o viven&iavam rela6<es de trabalho vin&uladas @ #e&u4ria e a-ri&ultura %amiliar de subsist+n&ia em 4rea de se$ueiro e va=antes ao lon-o doleito do rio*

(ara o desenvolvimento deste trabalho, adotamos uma metodolo-ia de an4lise$ualitativa, a $ual )ul-amos ser mais ade$uada #ara o nosso ob)eto de estudo* (rivile-iamos, #ortanto, a an4lise do&umental e as entrevistas semiestruturadas* 'a eta#a de #es$uisado&umental, a&essamos os a&ervos dos sindi&atos e analisamos atas, o%?&ios, #eriódi&os,relatórios e as Conven6<es Coletivas de Trabalho, além dos ar$uivos dos )ornais lo&aisim#ressos* Com rela6 o @s entrevistas, %oram reali=adas &om lideran6as sindi&ais,trabalhadores, re#resentantes do #oder #Kbli&o, dos em#res4rios e demais atores envolvidos

no #ro&esso, bem &omo #es$uisa de &am#o nos es#a6os #rodutivos*"ste trabalho est4 or-ani=ado em tr+s #artes* lém dessa introdu6 o, na #rimeira

#arte é reali=ado um balan6o da literatura a&ad+mi&a $ue tratou da #rodu6 o de %rutas do aledo S o Fran&is&o, desta&ando a di%i&uldade de se mensurar o tamanho da %or6a de trabalho na%ruti&ultura, se)a %ormal ou in%ormal, tendo em vista 1; a sa=onalidade da &ontrata6 o da mde obra e 2; a aus+n&ia de dados estat?sti&os se-uros* "sses dois #roblemas desdobram5se emtr+s &onstata6<es $ue di%i&ultam a &om#reens o das rela6<es de trabalho a; di%i&uldade #a

entender a in%ormalidade do trabalho no SMSFL b; a in&a#a&idade #ara a#ro%undar a re%le> osobre a #re&ariedade do trabalhoL e &; a e>ist+n&ias de tais aus+n&ias &ria um #roblema deordem teóri&a, ao im#ossibilitar uma re%le> o se-ura e ade$uada sobre in%ormalidade e #re&ariedade, da? a #ro#osta de desenvolver té&ni&as de #es$uisas a&uradas $ue #romovam areuni o desses dados no ambiente de trabalho rural*

se-unda #arte do trabalho é dedi&ada a an4lise, a #artir dos dados dis#on?veis da0ela6 o nual de .n%orma6<es So&iais :0 .S;, do mer&ado de trabalho %ormal no SMSF e

en&ontrando rela6<es sobre o aumento do trabalho %ormal nos #er?odos de &olheita* (or %im, ater&eira #arte é dedi&ada a an4lise da Conven6 o Coletiva de Trabalho dos Trabalhadores

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E

ssalariados da Fruti&ultura .rri-ada do ale do S o Fran&is&o – CCT, desta&ando os -anhosreais em termos de sal4rios e bene%?&ios e $uestionando a &a#a&idade de bar-anha dossindi&atos*

2. An4lis* A força de trabalho na fruticultura irrigada

'a história do Submédio ale do S o Fran&is&o, o &a#ital, estimulado #elo "stado,&ondu=iu a &onstru6 o de es#a6os so&iais lo&ais em detrimento do trabalho* U medida $ue aa-roindKstria se e>#andiu, e lo-o de#ois a %ruti&ultura, aumentou o &ontin-ente da %or6a detrabalho numa situa6 o $ue, tradi&ionalmente, era &onhe&ida #elo trato autorit4rio do #atronato rural &om os trabalhadores do &am#o* lém disso, a heran6a var-uista #ara a

or-ani=a6 o do trabalho rural dei>ou um modelo de sindi&ato VruralW em $ue as diversas&ate-orias e>istentes no &am#o &omo ribeirinhos, assalariados, meeiros, #es&adores, in&lusiveos #e$uenos #ro#riet4rios de terras et&, tinham $ue #artilhar sob um mesmo assento essees#a6o de rela6<es* :M"D".0AS, 1 L 'A "S, 1 1;* 'o %uturo, esse %ato viria a &riar #roblemas na or-ani=a6 o dos trabalhadores assalariados no ale*

té meados dos anos 1 , $uando as e>#orta6<es )4 des#ontavam &omo um ne-ó&io #romissor no Submédio ale do S o Fran&is&o – SMSF :ver tabelas abai>o;, avolumavam5se

as denKn&ias na im#rensa #ernambu&ana sobre as #éssimas &ondi6<es sob as $uais se e>er&iao trabalho trabalho in%antilL trans#orte dos trabalhadores reali=ado de %orma irre-ular em&ima da &a6amba de &aminh<es, &ausando a&identes e mortesL ine>ist+n&ia de dormitórios,re%eitórios e 4-ua #ot4vel nos lo&ais de trabalhoL n o #a-amento de horas e>trasLtrabalhadores sem &arteira assinadaL )ornada de trabalho e>&essivaL aus+n&ia de e$ui#amentosde se-uran6aH et&* :SA TA J0, 2 11L SA TA J0 X MAT S. , 2 13, #*H 5 ;*

%ruti&ultura no SMSF se desenvolveu durante os anos 1 , nos anos 1 H

ini&iaram as e>#orta6<es e nos anos 1 o ale )4 se a%irmava &omo e>#ortador de %rutas*(ara entender este +>ito é ne&ess4rio #ensar também &omo se &om#<e esse arran)o #rodutivo e&omo a %or6a de trabalho %oi in&or#orada ao desenvolvimento da %ruti&ultura irri-ada*Do&umento da sso&ia6 o dos (rodutores e ">#ortadores de orti%ruti-ran-eiros e Derivadosdo ale do S o Fran&is&o – ale>#ort – desta&a &in&o das maiores vanta-ens #ara investir no

8 ' o é ob)eto deste arti-o, mas &abe men&ionar $ue um dos #rin&i#ais selos de &erti%i&a6 o de $ualidadere$ueridos #elos -randes vare)istas euro#eus &omo &ondi6 o #ara $ue os %ruti&ultores este)am habilitados #arae>#ortarem as %rutas do ale, o G A7 G (, re$uer o &um#rimento da se-uinte #auta, entre outras a;dis#onibilidade de e$ui#amentos e vestu4rio ade$uado #ara #rote6 o &ontra os ris&os @ saKdeL b; a&esso %4&il a banheiros lim#os &om du&ha #elos trabalhadoresL &; treinamento #ara utili=a6 o de e$ui#amentos #eri-ososL e d;$ue os ris&os devem ser &laramente identi%i&ados #or sinais sonoros :S" YZ', 2 11 131H;*

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ale [mais de duas sa%ras ano/#lanta, bai>a in&id+n&ia de doen6as, #ro>imidades dosmer&ados, abund n&ia de m o de obra e dis#onibilidade de 4-ua\ : "Q(A0T, 2 !, #* 2;*

s estimativas &om rela6 o a [abund n&ia de m o de obra\ o&u#ada na %ruti&ultura,em #arti&ular, t+m sido in&ertas* utores diver-em do $uantitativo da %or6a de trabalho e, #or ve=es, o#tam #or nKmeros sem dei>ar @s &laras &omo %oi #oss?vel &he-ar @$uele $uantitativo(or outro lado, h4 uma unanimidade entre os autores sobre a di%i&uldade de en&ontrar essesdados de maneira se-ura* Caval&anti a#ontava tal %ato :1 , #*HB5HE; identi%i&ando $ue noanos 1 n o havia dados ob)etivos ou mesmo &on%i4veis #ara a%erir o tamanho da %or6a detrabalho o&u#ada na %ruti&ultura* 'os dias atuais também n o h4* Se-undo a autora, osrelatórios o%i&iais revelavam inKmeras in&onsist+n&ias* (ara (etrolina e Jua=eiro a estimativaera $ue e>istissem entre 2 e 3 mil trabalhadores li-ados @ %ruti&ultura, mas a im#re&is o dosnKmeros se deve a dois %atores &ara&ter?sti&os do #ro&esso de #rodu6 o de %rutas no SMSF$ue n o #odem, ainda ho)e, serem #erdidos de vista #elos #es$uisadores [@s %ormas #re&4riasde re&rutamento e remunera6 o da m o5de5obra\ e, em se-undo lu-ar, a sa=onalidade na&ontrata6 o*

im#re&is o dos nKmeros dis#on?veis ou mesmo a sua indis#onibilidade #ara oentendimento do tamanho da %or6a de trabalho é n o só um #roblema de ordem metodoló-i&a,a aus+n&ia de té&ni&as e métodos de #es$uisa &laros $ue #ermitam a%erir esse dado &om maior

#re&is o, mas é também um #roblema de ordem teóri&a, o entendimento das $uest<esrela&ionadas @ %or6a de trabalho #res&inde de #roblemati=a6 o sobre os &ontratos de trabalho,o re&rutamento e a sa=onalidade da &ontrata6 o, $ue aumenta a %ra-menta6 o do &ontin-entede trabalhadores entre %ormais e in%ormais, #ermanentes e tem#or4rios, est4veis e #re&4rios*

Ta%*la 1$ r*a' prod,()o * *6porta()o d* ,+a d* m*sa *m /*trolina /E * 3,a *iro BA

no Prea &ultivada:ha;

Prea atualmenteem #rodu6 o :ha;

]uantidade #rodu=ida :t; ">#ortada :t;

1 1 2*E2 2*3 32* 1* B

1 2 3* H 2*B ! * B*1 3 !* 3* B2* 1 *1 ! !*3 3*B !*B 1 *1 B !*B !* 11 * 12*B

Cres&imento em O 1,H 3, 2!3,H 1* ,BFont*$ VA"EX/ORT

Ta%*la 2$ r*a' prod,()o * *6porta()o d* man7a *m /*trolina /E * 3,a *iro BAno Prea &ultivada

:ha;Prea atualmenteem #rodu6 o :ha;

]uantidade #rodu=ida :t; ">#ortada :t;

1 1 3*22 1*1B H*H 3*1 2 !*23 1* 12* *1 3 B*! 2*EB 2B* 13*1 ! E*2 3*E 3B* 1B*1 B E*H !*B !3* 2 *

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H

Cres&imento em O 111,2 2 1,3 3HH,E BEE,EFont*$ VA"EX/ORT

As nKmeros da #rodu6 o de uvas e man-as das tabelas a&ima e dos $uadros abai>odemonstram $ue &res&eu a #rodu6 o %rutas e eviden&ia também a e>#ans o da %or6a detrabalho* (orém, n o h4 &laramente &omo saber esta #ro#or6 o* A au-e da #rodu6 o de uva%oi entre os anos de 2 E e 2 H e a #rodu6 o de man-a n o so%reu -randes altera6<es desde2 2* 'o entanto, n o tem sido %4&il $uanti%i&ar o nKmero de trabalhadores envolvidos &om a%ruti&ultura*

8,adro 1$ E6porta(9*s d* ,+a do Val* do )o Francisco

'A "M TA'" D S "M SN 1* , :FA7;" 70 S. ( 0T.C(* " 70 S. ( 0T.C(*

1 3* 3* B 1 O !* !* H HO

1 H !*3 !*! B HO B*BB B*H23 BO1 1 *2B 11* H3 2O * 1 H*E1! 2O2 13*3 1!* BO 1 *2E! 1 *H BO2 1 1 *E2 2 *EE BO 2 *!HB 21*BE3 BO2 2 2B* H 2E*3B BO 32*!E 33* H EO2 3 3E*H!H 3 *E HO BH* ! B * 3 HO2 ! 2B* 2 2E*!BE EO !H*BB ! *BB HO2 B !H*EB2 B1*213 BO 1 1* 12 1 *2 E BO2 E B *13H E2*2B1 BO 112*B1 11H*!32 BO2 H*! ! * H1 O 1EH*2!3 1E *E E O2 H H1*B B H2*2!2 O 1 *! 1 1*!BE O2 B!*! E B!*BB O 11 *3HH 11 *B ! O2 1 E * ! E *H B O 13E*BEB 13E*E!H O2 11 B *33 B *3 1 O 13B*E!2 13B* H2 O2 12 B1* EB B1* B , O 121* EH 121*HE3 , O2 13 !3* HB !3*1H , O 1 2* ! 1 2* B , O

Font*$ *c*6 !ata:r,ta IBRAF8,adro 2$ E6porta(9*s d* man7a do Val* do )o Francisco

'A "M TA'" D S "M SN 1* , :FA7;" 70 S. ( 0T.C(* " 70 S. ( 0T.C(*

1 21*B 23*3 2O 1H*E 2 *1H2 2O1 H 3!* 3 *1HB H O 2 * B 32*B1H 1O1 !!* B3* EB H2O 2H*E 32* 11 H O2 B *2 E * HBO 3 *1H !3*BB HBO2 1 H1*1BB !*2 1 HEO !3*!!3 B *H1! HBO2 2 3*BB 1 3*B H O !B* E2 B *H ! O2 3 12!*E2 133*33 3O EH*2BE 3*3 ! 3O2 ! 1 2*2HE 111*1H1 2O B *1BH E!*3 3 2O2 B 1 !*EB 113* BH 2O EE* 2! 2*B2E 2O2 E 1 B*!1 11!*B E 2O H* 2 HB*HE1 2O2 1 *H12 11E* ! 3O H3*2H1 H *E!3 3O2 H 11 *B1 133* 2! H O 1 1*123 11H* 3 HBO2 2*E2H 11 *2 2 H!O *!2 *3HH O2 1 * 2 12!*E ! O 1 H*23H 11 * 2 O2 11 1 B*HBE 12E*!3 H3O 11!* HB 1! * 1 H1O2 12 121*33! 12 * 2 EO 123*B 2 13 *BH EO2 13 1 2*E 122* H!O 11H*H3E 1! *!H1 H O

Font*$ *c*6 !ata:r,ta IBRAF

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Damiani, #or e>em#lo, a%irmou $ue havia &er&a de ! mil trabalhadores assalariadosenvolvidos na a-ri&ultura irri-ada, destes, 2 * a#enas na #rodu6 o de uva e man-a:D M. '., 1 , #* 2;L 7lo&h :1 E; &he-ou ao nKmero de 2 mil trabalhadores na%ruti&ulturaL Gomes :2 !, #* 3; se-uiu Damiani em 2 * L Sel89n :2 11, #*13 E; baseadoem in%orma6<es do STT0 (etrolina e da D0T estimou em mais de B mil trabalhadores emmeados do ano 2 a#enas #ara o &ultivo de uva* "m outro te>to o autor )4 havia &hamadoaten6 o #ara a diver-+n&ia dos nKmeros e a di%i&uldade de obt+5los :S" YZ', 2 , #* 1;LCordeiro 'eto e lves :2 , #*3B1; &itando o &enso a-ro#e&u4rio de 1 HB, $ue n o se#ara a%or6a de trabalho da %ruti&ultura, a#ontou $ue o nKmero de #essoas o&u#adas na ^ona 0uralde (etrolina e Jua=eiro totali=ava BB*11B* 'o &enso de 1 B5 E esse nKmero &he-ou a E2*2!!:T 0G.'AL MA0".0 X F.G ".0"DA, 2 !, #* 133 Apud CA0D".0A '"TA e "S,2 , #* 3! ;* 'Kmeros distintos a#ontando situa6<es diversas e n o a#enas #ara a %ruti&ulturairri-ada*

Silva utili=ou in%orma6<es, a#ós &onversas &om lideran6as do Sindi&ato dosTrabalhadores e Trabalhadoras 0urais de (etrolina :STT0;, $ue estimavam em E * onKmero da %or6a de trabalho o&u#ada na %ruti&ultura irri-ada, dos $uais 2B* , -arantiram5lheos sindi&alistas, %a=iam #arte do universo de asso&iados ao STT0 :S. , 2 1, #*232;L emte>to mais re&ente :S. , 2 13; o nKmero de em#re-os %ormais subiu #ara H * , se-undo

a mesma %onte – STT0 – de (etrolina e o STT0 de Jua=eiro, dos $uais 2B* seriam deem#re-os #ermanentes e BB* de tem#or4rios* o se debru6ar sobre o Censo -ro#e&u4riode 2 E, Kltimo &enso do -+nero, o autor a%irmou haver E2*1 #essoas em#re-adas ematividades a-ro#e&u4rias, 3E*E delas em#re-adas nos estabele&imentos rurais, o $ue&orres#onderia a B O do total de em#re-os em atividades a-ro#e&u4rias :S. , 2 13, #*1 3;*

Abservando os do&umentos da ale>#ort, #rin&i#al asso&ia6 o de #rodutores e

e>#ortadores de %rutas do ale, a &om#ila6 o dos seus nKmeros levou em &onsidera6 o asse-uintes vari4veis a $uantidade de he&tares &ultivados, mais a &ultura da %ruta e o nKmero detrabalhadores ne&ess4rios #or he&tare #ara &ada &ultivo de %ruta* ssim na &ultura da man-as o ne&ess4rios dois trabalhadores #ara &ada he&tareL na &ultura da uva s o $uatroL na a&erolas o &in&oL no &o&o verde a#enas um, na -oiaba e na banana dois trabalhadores #ara &adahe&tare : "Q(A0T, 2 !, #* H;*

9

Sel89n, utili=ando nKmeros do Ministério do Trabalho #ara meados dos anos 1 a%irmou $ue [7ra=ilianMinistr9 o% -ri&ulture in the mid51 s estimated that one he&tare o% -ra#e #rodu&tion re$uired B*! 8or_ers\:2 E ;*

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1

m dado da CAD" SF dis#on?vel em do&umento da ale>#ort também #ermiteuma re%le> o sobre o nKmero de trabalhadores nas duas #rin&i#ais &ulturas de %ruta* 'o$uadro 3, abai>o, levando em &onsidera6 o os he&tares dis#on?veis #ara os &ultivos de uva eman-a e multi#li&ando #elo nKmero de trabalhadores #or he&tare ne&ess4rios a &ada umadessas &ulturas, t+m5se os se-uintes nKmeros #ara a man-a, a %or6a de trabalho teria otamanho de 1*2E trabalhadores e a uva teria H1*2! * As nKmeros s o altos #ara o $ue a biblio-ra%ia, ainda $ue in&erta, men&iona*

8,adro ;$ N<m*ro d* tra%al&ador*s nas d,as principais c,lt,ras d* *6porta()o

Fruta Prea #or he&tare Trabalhadores #or e&tare Total(er?metro Autras Total

Man-a 2B*E3 1 * 3B*E3 2 1*2Eva 13*31 * 2 *31 ! H1*2!

Total 3H* ! 1 * BB* ! 5 1B2*BFont*$ !ados da VA"EX/ORT =201;> or7ani ados p*los a,tor*s.

m $uadro de 2 1!, também da ale>#ort, #ode a)udar a a#ro>imar ou re%inar osnKmeros do $uadro 3* A $uadro ! revela a #rodu6 o de %rutas #or he&tare e utili=a umavari4vel interessante [O em #lena #rodu6 o\, o $ue anula o &4l&ulo sob a 4rea totaldis#on?vel, mas $ue n o est4 em #rodu6 o*

8,adro ?$ /rod,()o d* :r,tas por &*ctar*

(rodutoTotal

#lantadoO em

%orma6 oO #rodu6 o&res&ente

O #lena #rodu6 o

O #rodu6 ode&res&ente

(rodu6 oatual t

Man-a 2!* h4 1HO ! O 2HO 3O 3 *!! tva 11*H ha 12O 2 O 3 O 13O 2 H*3E2t

7anana 3*2H3 ha 12O 1 O 3 O 2BO E!*H3 tGoiaba !*1HE ha 1BO 2 O 32O HO 131*H2Bt

Co&o verde 2*3 ! h4 2 O ! O 3 O 2O H!*H *%rutos/ano`

&erola 2*BH ha 2BO 3BO 2HO 5 2!* !3tFont*$ VA"EX/ORT =201?' p. 0;>.

Formamos assim o $uadro B, abai>o, rela&ionando a #rodu6 o #or he&tare e

adi&ionando #ara &ada &ultivo o nKmero de trabalhadores ne&ess4rios #or he&tare*Multi#li&ou5se #ara &ada &ultura, o nKmero de he&tares em #lena #rodu6 o #elo nKmero detrabalhadores ne&ess4rios*

8,adro 5$ N<m*ro d* tra%al&ador*s por &*ctar* d* acordo com o c,lti+o

(rodutoTotal

#lantado emhe&tares

O #lena #rodu6 o

e&taresem #lena

#rodu6 o

' deTrabalhadores #or he&tare

' de Trabalhadores #or ha em #lena

#rodu6 oMan-a 2!* 2HO E* 2 2 13*!!

va 11*H 3 O 3*B! ! 1!*1E

7anana 3*2H3 3 O H!, 2 1* E ,HGoiaba !*1HE 32O 1*33 ,B2 2 2*E , !Co&o verde 2*3 ! 3 O 1H,2 1 1H,2

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11

&erola 2*BH 2HO 2!,3E B 3*E21,HTotal !H*2B 5 1!* 2E H 5 3E*BH

Font*$ !ados da VA"EX/ORT =200? * 201?> or7ani ados p*los a,tor*s.

A resultado é $ue na &ultura da man-a e>istiriam 13*!! trabalhadoresL na &ultura da

uva 1!*1E * A total das #rin&i#ais &ulturas a&ima é de 3E*BH trabalhadores* Che-a5se #ertodos nKmeros de Damiani :2 * ; &om 2 *E trabalhadores a#enas nas duas #rin&i#ais&ulturas de e>#orta6 o* Se-undo (edro Gama1 , ao lon-o do tem#o esses nKmeros so%remaltera6<es em ra= o da introdu6 o de novas te&nolo-ias no #ro&esso de #rodu6 o* "nt o,&omo Damiani &he-ou ao nKmero de 2 * trabalhadores em 1 (or outro lado, elea%irma $ue n o h4 -randes altera6<es no #ro&esso de #rodu6 o da uva, $ue n o &om#orta aintrodu6 o de m4$uinas no #ro&esso #rodutivo* "ssa in%orma6 o é se-uida #or Sel89n

Yhile on the one hand su##liers are sub)e&t to #ressures to &ut &osts in order tomaintain their &om#etitiveness, throu-h, %or e>am#le, me&hanisation, on the other hand the risin- $ualit9 attributes o% %ruit and ve-etables :as the9 are so&iall9&onstru&ted; demand an in&reasin- attention to detail b9 #rodu&ers 8hi&h in turnre$uires relativel9 s_illed labour in#ut :S" YZ', 2 , #* E!;*

Mas a ne&essidade #or nKmeros rela&ionados @ %or6a #rodutiva é %undamental, aindamais $uando se #ensa em termos absolutos* mesma asso&ia6 o utili=a um &ritério di%erente #ara #ensar o $uantitativo de em#re-os -erados em ra= o do desenvolvimento da %ruti&ulturairri-ada [estima5se $ue s o -erados em média 2, em#re-os #or he&tare irri-ado, -erando umtotal de 2! * em#re-os diretos e E * em#re-os indiretos\ : "Q(A0T, 2 1!, #* 3;*Silva en&ontra nKmero semelhante baseando5se em in%orma6<es da C mara de Fruti&ultura da

sso&ia6 o Comer&ial, .ndustrial e -r?&ola de Jua=eiro, 2! mil trabalhadores distribu?dosentre os #er?metros #Kbli&os e os #ro)etos #rivados em (etrolina e Jua=eiro :S. , 2 13, #*1 3;*

Do &ontin-ente in&erto de trabalhadores na %ruti&ultura, Sel89n &onsiderou entreB O e E O o nKmero de trabalhadores #ermanentes :S" YZ', 2 , #* 1;L dos 2 miltrabalhadores de%endidos #or Damiani no &ultivo da man-a e da uva, o autor a%irmou $ueentre eles E O eram #ermanentes e, destes, ! O eram mulheres :D M. '., 1 , #* 2;*

(ara Silva, o total de mulheres na %ruti&ultura irri-ada, de a&ordo &om o Censo -ro#e&u4riode 2 E, era de 13*1 :3EO; e o &ultivo da uva estaria em#re-ando 21* #essoas* smulheres re#resentavam *! #essoas ou !3O do total :S. , 2 13, #* 1 B;*

&on&lus o a $ue se &he-a &om a dis&uss o a&ima é sobre a di%i&uldade de a%erir umnKmero $ue tra-a maior &lare=a #ara o entendimento da &om#osi6 o da %or6a de trabalho na%ruti&ultura do SMSF, tanto no $ue di= res#eito ao trabalho %ormal $uanto ao in%ormal, $ue,se-undo estimativas, res#onde #ela maioria das &ontrata6<es em é#o&as de &olheita* A desa%io

é elaborar um método $ue se)a &a#a= de a#ro>imar esses nKmeros da realidade ob)etiva*10 (residente da "mbra#a Semi4rido, in%orma6 o em tro&a re&ente de e5mails, em 3 / /2 1B*

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12

Autra tentativa de &om#reens o do tamanho da %or6a de trabalho no SMSF é autili=a6 o dos dados estat?sti&os o%i&iais, #or e>em#lo, a 0ela6 o nual de .n%orma6<esSo&iais :0 .S;* 'o entanto, a utili=a6 o desses dados estat?sti&os n o s o su%i&ientes #ara&om#reendermos o $uadro real da %ruti&ultura, #ois esses levantamento tratam do mer&ado%ormal de trabalho e n o do mer&ado in%ormal* ssim, n o é #oss?vel &om#reender a e>tens oreal do trabalho in%ormal no ale do S o Fran&is&o*

'o entanto, #ara além da %ruti&ultura, a an4lise atenta dos dados a#onta #ara al-umasin%orma6<es interessantes sobre a %or6a de trabalho* ]uando #assamos a analisar os dadoso%i&iais nas mi&rorre-i<es de Jua=eiro e (etrolina #er&ebemos a e>#ans o do em#re-o %ormal*As dados da 0 .S vin&ulados ao (ro-rama de Dissemina6 o de "stat?sti&as do Trabalho:(D"T; a#ontam nessa dire6 o e #ara a &onsolida6 o de um mer&ado de trabalho %ormal,&on%orme o -r4%i&o

@r4:ico 1$ Contrata()o d* tra%al&o :ormal 1 5 201;

Font*$ RAI /!ET

'o Kltimo dia do ano de 1 HB o setor da a-ro#e&u4ria a#ontava &er&a de 2 #ostos

de trabalho ativos, em ambas as mi&rorre-i<es, esse nKmero em 31 de de=embro de 2 13al&an6ou 13*E2B #ostos de trabalho %ormal ativos na mi&rorre-i o de (etrolina e H*1Bem#re-os ativos na mi&rorre-i o de Jua=eiro*

]uando tomamos &omo re%er+n&ia os dados do Cadastro Geral de "m#re-ados eDesem#re-ados :C G"D;, $ue re-istra a evolu6 o mensal da &ontrata6 o do trabalho %ormal,eviden&iamos $ue o 4#i&e de &ontrata6 o no setor da a-ro#e&u4ria se estabele&e )ustamentenos meses $ue ante&edem o #er?odo de )anela de ne-o&ia6 o dos #rodutores lo&ais &om omer&ado e>terno, #re&isamente entre os meses de setembro e novembro de &ada ano*

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13

@r4:ico 2$ Tra%al&ador*s admitidos *m 201?

Font*$ CA@E! /!ET

Abservando a &urva de admiss<es no ano de 2 1! #er&ebemos &omo, a #artir do m+sde maio, o nKmero de trabalhadores admitidos &ome6a a &res&er, al&an6ando o 4#i&e de&ontrata6 o no m+s de )ulho* Tais &ontrata6<es a&onte&em no #er?odo de ne-o&ia6 o ee>#orta6 o #ara o mer&ado e>terno, $uando se intensi%i&a a din mi&a de trabalho e a demanda #or m o de obra aumenta*

]uando dis&riminado #or se>o, os dados de &ontrata6 o revelam ainda uma outradin mi&a* 'os meses em $ue se e>#ande a arre-imenta6 o de trabalho, o nKmero de mulheres&ontratadas é su#erior ao de homens, revelando $ue a #arti&i#a6 o %eminina nesse mer&ado detrabalho, a#esar de e>#ressiva do #onto de vista $uantitativo, se limita a al-umas eta#as do #ro&esso #rodutivo, &omo )4 haviam adiantado al-uns autores :D M. '., 1 L S. ,2 1 e 2 13L S" YZ', 2 e 2 1 bL C C 'T., 1 ;*

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1!

@r4:ico ;$ !istin()o por s*6o dos tra%al&ador*s contratado *m 201?

Font*$ CA@E! /!ET

s mulheres, em -eral, s o &ontratadas #ara o trabalho na viti&ultura devido ao&ar4ter artesanal da #rodu6 o $ue re$uer uma aten6 o e &uidado no manuseio e estéti&a do%ruto* Desta&amos $ue entre o #er?odo de maio a )ulho a &ontrata6 o %eminina se d4 devido aal-umas eta#as es#e&?%i&as do #ro&esso #rodutivo, tais &omo sele6 o de ramos, sele6 o de

&a&hos, #ini&ado e raleio11

* "ssas trabalhadoras #ermane&em nas %a=endas &om v?n&ulos detrabalho tem#or4rio entre $uatro e &in&o meses, -arantindo $ue &ontinuem a trabalhar aindano #er?odo de &olheita e em#a&otamento do %ruto, entre os meses de setembro e outubro*

[deli&ade=a\ e [sensibilidade\ asso&iadas ao universo %eminino a#are&em &omo o #rin&i#al ar-umento #ara &ontrata6 o nos dis&ursos dos #rodutores, e $ue a&aba sendotambém re%or6ado entre trabalhadores/as e sindi&alistas, a#ontando essa &ondi6 o da m o deobra %eminina &omo %undamental #ara o assalariamento das mulheres*

[$uali%i&a6 o\ do trabalho %eminino, am#arada em habilidades [naturais\ &omo a[deli&ade=a\ e a [sensibilidade\, também é asso&iada @ es%era re#rodutiva e, #ortanto, n o #ossui #rest?-io e status de $uali%i&a6 o #ara o mundo do trabalho* ssim, $uando muito, a[$uali%i&a6 o %eminina\ é &lassi%i&ada a#enas &omo [$ualidade %eminina\ e mesmo $ue se)avanta)osas #ara o #ro&esso #rodutivo, n o se tradu= &omo &arreira, e tam#ou&o est4 imbu?dade a&rés&imo salarial :I"0GA T, 1 H ;* 'o entanto, vale ressaltar $ue a [n o $uali%i&a6 o\

11 A trabalho na #rodu6 o de uva de mesa se baseia num #ro&esso de sele6<es :de -alhos, ramos, -emas e ba-as;$ue -arantem a otimi=a6 o do &onsumo dos nutrientes #ela #lanta, #ortanto as #rimeiras eta#as do &i&lo #rodutivo s o %undamentais #ara a -arantia da $ualidade do %ruto $ue ser4 &olhido* aten6 o e [&uidado\ dotrabalho %eminino s o, assim essen&iais nesse #ro&esso* A #ini&ado é uma #rimeira sele6 o das ba-as $uedever o #ermane&er no &a&ho da uva, )4 o raleio é a sele6 o %inal e a#rimoramento estéti&o do &a&ho*

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1B

%eminina é e$uivalente @ [$uali%i&a6 o\ a #artir das [$ualidades\ #ara o trabalho rela&ionadoao se>o %eminino :SA ^ 5 A7A, 2 11;*

(or outro lado, #er&ebemos $ue o re-ime de trabalho #ermanente tende a #riori=ar a&ontrata6 o de m o de obra mas&ulina, $ue é a#roveitada durante todo o ano tanto #ara ae>e&u6 o de servi6os es#e&iali=ados, $ue re$uerem o uso de instrumentos de trabalho em4$uinas, &omo a %ertirri-a6 o, #oda, amarrio e &ondu6 o de tratores e também os servi6osasso&iados ao uso da %or6a %?si&a &omo a #re#ara6 o de &ovas, levantamento de mour o estrutura #ara os #arreirais, além do trabalho &om a en>ada e a estroven-a na &a#ina-em e #re#ara6 o do solo*

A política sindical dos/as assalariados/as rurais

o dis&utir a %ormalidade do trabalho, um #onto &hama aten6 o, $ue s o os direitosasso&iados ao mer&ado de trabalho %ormal* (ortanto, outra dis&uss o sobre a %or6a de trabalhoé a Conven6 o Coletiva de Trabalho – CCT* (retende5se a$ui %a=er uma an4lise sobre asdiversas &onven6<es ne-o&iadas desde 1 ! aos dias de ho)e desta&ando a im#ort n&ia da #ol?ti&a sindi&al estabele&ida #elos STT0Ws do SMSF visando re-ulamentar as rela6<es detrabalho e res-uardar os direitos dos trabalhadores*

'o momento em $ue a %ruti&ultura )4 des#ontava &om nKmeros animadores #ara os

em#res4rios, os trabalhadores do SMSF ini&iavam um #ro&esso de or-ani=a6 o da &ate-oria&om o ob)etivo de reivindi&ar direitos e melhorias nas &ondi6<es de trabalho* Dentro daFedera6 o dos Trabalhadores na -ri&ultura de (ernambu&o – F"T (" – e da Con%edera6 o 'a&ional dos Trabalhadores na -ri&ultura – CA'T G, )4 e>istiam dis&uss<es &om vistas #romover a or-ani=a6 o dos trabalhadores na %ruti&ultura do ale do S o Fran&is&o*

F"T (" enviou, em 1 H , #ara o SMSF uma advo-ada trabalhista dos seus$uadros, $ue havia so%rido um atentado na ^ona da Mata Sul, #ró>imo a &idade de (almares,

em (ernambu&o* 'o atentado a advo-ada, -r4vida, sobreviveu mas #erdeu o beb+* A&om#anheiro dela, e&onomista e assessor da F T (", morreu* Como %orma de #reservar a suavida, a %edera6 o de&idiu envi45la #ara o sert o #ernambu&ano &om o ob)etivo de #restar assessoria direta aos sindi&atos rurais*

Como #rimeira tare%a, havia a ne&essidade de &onven&er os diri-entes dos sindi&atosrurais da ne&essidade de or-ani=ar os assalariados* di%i&uldade estava no %ato de $ue al-unsdiri-entes eram #e$uenos #ro#riet4rios ou &olonos $ue &ontratavam m o de obra assalariada*

Como a estrutura de sindi&atos rurais absolve trabalhadores e #e$uenos #ro#riet4rios rurais,

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1E

in&or#orar os assalariados n o %oi um #ro&esso sim#les* en&er essa #rimeira resist+n&ia seria%undamental*

ssim, uma das #rimeiras a-endas dos sindi&atos, ao mesmo tem#o em $ue se #reo&u#ava &om os assalariados, %oi a erradi&a6 o do trabalho in%antil* "m 1 2 a F"T ("havia &ome6ado uma &am#anha #ara erradi&ar o trabalho in%antil em #ar&eria &om aAr-ani=a6 o .nterna&ional do Trabalho – A.T* "m 1 3, a F"T (" e a A.T #ro&uraram a

"Q(A0T #ara tratar do assunto* Com re&eio de uma &am#anha interna&ional men&ionar o SMSF, a ale>#ort &olaborou #rontamente :D M. '., 1 , #* HE;*

Su#eradas as dis&uss<es sobre a ne&essidade de or-ani=a6 o dos assalariados #elosdiri-entes, a tare%a %oi &omo en&ontr45los, )4 $ue n o tinham, absolutamente, nenhuma rela6 o&om o STT0* Des&obrir onde estavam e &onstruir uma rela6 o &om esses trabalhadores %oi oob)etivo #rin&i#al* Tr+s anos a#ós as #rimeiras ini&iativas, em 1 2, %oi reali=ada a #rimeiraassembleia de trabalhadores assalariados da %ruti&ultura irri-ada, $ue se-undo in%orma6<es doSTT0 de (etrolina, havia &er&a de trabalhadores #resentes* Foi também o in?&io das #rimeiras ne-o&ia6<es &om as em#resas* luta &ara&teri=ou5se #elo re&onhe&imento dedireitos* 7us&ava5se, na$uele momento, a assinatura da &arteira de trabalho dos trabalhadoresem situa6 o irre-ular*

Se-undo de#oimentos de diversos entrevistados, a resist+n&ia #or #arte dos

%ruti&ultores a&onte&eu entre os médios e os #e$uenos %ruti&ultores* maioria das -randesem#resas )4 trabalhavam dentro dos #adr<es le-ais* (ara Damiani, no entanto, o #ro&esso %oiinverso* A #roblema estava nas -randes em#resas* As #e$uenos e médios #rodutores %oram #ou#ados #or$ue al-umas das lideran6as do STT0 %a=iam #arte desse -ru#o :1 , #* H ;*

(arte im#ortante da luta dos trabalhadores veio &om o a#oio da Dele-a&ia 0e-ionaldo Trabalho, em (etrolina* Tal &onver-+n&ia de interesses se deu #or$ue o -overno brasileirohavia assumido, na mesma é#o&a, #erante a Ar-ani=a6 o .nterna&ional do Trabalho – A.T – a

e>ist+n&ia de trabalho es&ravo no 7rasil* Tal %ato %e= &om $ue se redobrasse as aten6<es dasD0T num território #rodutivo &omo o SMSF, em $ue a %or6a de trabalho se e>#andia na ^ona0ural sem nenhum &ontrole ou %is&ali=a6 o*

ssim, a F"T (", o STT0 de (etrolina e o de Santa Maria da 7oa ista soli&itarama reali=a6 o de dili-+n&ias @ Su#erintend+n&ia 0e-ional do Trabalho em 0e&i%e, #ara $ue aD0T lo&al %i=esse %is&ali=a6<es nas %a=endas do ale, tendo em vista as &ondi6<es de trabalhoaus+n&ia de &um#rimentos de direitos et&, no $ue %oram atendidos* As sindi&atos $uebraram o

&er&o e entraram nas %a=endas &om a D0T* os #ou&os, trabalhadores e #atr<es tomaram&onhe&imento e a&eitaram o #a#el dos sindi&atos rurais &omo re#resentante dos assalariados*

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1

"m 1 ! a&onte&eu a #rimeira -reve e a re#er&uss o &he-ou aos )ornais da &a#ital$ue noti&iaram os a&onte&imentos no Sert o de (ernambu&o* sa?da %oi a #ro#osta daF"T (", mediada #ela D0T, #ara o estabele&imento de uma &onven6 o &oletiva de trabalhosemelhante a $ue era assinada na ^ona da Mata #elos #rodutores de &ana e os assalariados* le-isla6 o brasileira n o #ermite a ne-o&ia6 o entre um sindi&ato e em#resas diretamente oumesmo entre sindi&atos de trabalhadores e asso&ia6<es em#resariais* 'o entanto, todo o #ro&edimento %oi ne-o&iado &om a "Q(A0T, $ue &um#riu o #a#el de ne-o&iar,arre-imentar e &onven&er os em#res4rios da %ruti&ultura da im#ort n&ia de assinar um a&ordodessa ma-nitude &om os trabalhadores* asso&ia6 o #ro&urou o sindi&ato dos #ro#riet4riosrurais a#enas #ara assinar a &onven6 o12*

inda ho)e a "Q(A0T a#resenta5se #ara os investidores e o #Kbli&o em -eral&omo &oordenadora das ne-o&ia6<es da CCT* a%irma6 o est4 nos em seus do&umentos*"ntre as atribui6<es de sua -er+n&ia administrativa 5 %inan&eira &onsta

Todos os anos, em -eral no m+s de Janeiro, os #rodutores e os trabalhadores ruraisdo ale do S o Fran&is&o re#resentados #or seus res#e&tivos sindi&atos, reKnem5se #ara dis&utir e ne-o&iar a Conven6 o Coletiva de Trabalho* A evento é &oordenado #ela ale>#ort &om a media6 o das Sub5Dele-a&ias 0e-ionais do Trabalho emJua=eiro e (etrolina* Desse embate entre Ca#ital e Trabalho, sur-e do&umento $uere-er4 durante 1 ano as rela6<es e&on mi&as e so&iais entre os trabalhadores e #rodutores da re-i o\ : "Q(A0T, 2 1!, #*11512;*

lém da #ou&a &huva, bastante luminosidade, [abund n&ia de m o de obra\ e 4-ua,

as &onven6<es &oletivas trou>eram os trabalhadores #ara o mbito dos direitos, da &idadania*(or outro lado, na #ers#e&tiva do &a#ital, o &lima do semi4rido )4 -arantia -rande #revisibilidade e &ontrole sob a #rodu6 o, &om a CCT e a in&or#ora6 o dos trabalhadores,-arantiu5se de %orma mais tran$uila a #revisibilidade nas rela6<es entre &a#ital e trabalho semsobressaltos $ue atra#alhem a #rodu6 o de %rutas %res&as :SA TA J0, 2 13;*

(assando a an4lise da CCT e tomando &omo #onto ini&ial a $uest o salarial,identi%i&amos uma das &on$uistas mais si-ni%i&ativas dos trabalhadores a #artir da &onstru6 o

da &onven6 o &oletiva* 'a maioria dos anos analisados o sal4rio uni%i&ado da &ate-oria %oisu#erior ao sal4rio m?nimo na&ional, in&lusive entre os anos de 1 ! e 2 a ne-o&ia6 o&oletiva estabele&eu $ue o #iso n o #oderia ser in%erior ao sal4rio m?nimo a&res&ido de 1 O*

su#erioridade &om rela6 o ao sal4rio m?nimo, entretanto, n o -arante $ue osaumentos salariais re#resentam -anho real* ]uando &om#aramos os aumentos salariaisestabele&idos anualmente &om o cndi&e 'a&ional de (re6os ao Consumidor :.'(C;, &al&ulado12 ["m 1 EB %oi or-ani=ado o sindi&ato #atronal 5 Sindi&ato 0ural de (etrolina 5 sob a #resid+n&ia de um #ol?ti&oin%luente na re-i o, Geraldo Coelho, $ue sur-e &omo a or-ani=a6 o de re#resenta6 o dos interesses dosa-ri&ultores e #e&uaristas* 'a$uele momento, tal ini&iativa tinha mais o ob)etivo de &onsolidar a in%lu+n&ia deum -ru#o #ol?ti&o lo&al sobre os #rodutores, se-undo as #r4ti&as do [&lientelismo\ tradi&ional e, também,&ontra#or5se aos es%or6os da .-re)a em or-ani=ar os trabalhadores rurais na re-i o\ :S. , 2 1 123;*

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1H

#elo .7G", #er&ebemos $ue em al-uns anos o aumento n o &onse-uiu su#erar os ?ndi&es dein%la6 o do #er?odo, n o re#resentando dessa %orma -anho real*

Ta%*la ;$ R*a ,st* salarial *sta%*l*cido na CCT *m compara()o com IN/C IB@E Brasil 1 ? 2015

Font*$ !ados or7ani ados p*los a,tor*s

tabela 3 mostra os rea)ustes salariais estabele&idos na &onven6 o &oletiva entre osanos 1 ! e 2 1B, &om#arando5os &om o sal4rio m?nimo estabele&ido em &ada ano e tomando&omo re%er+n&ia o aumento salarial da &ate-oria em rela6 o ao .'(C5.7G"* #artir da tabela #odemos #er&eber $ue nos anos de 1 E, 2 e 2 3 os assalariados da %ruti&ultura n oobtiveram -anhos salariais reais*

Tal din mi&a revela &erta in&om#atibilidade &om o &onte>to na&ional &om rela6 o aoano de 1 E* n4lises dos rea)ustes salariais elaboradas #elo D.""S" :2 12; entre os anos de1 E e 2 3, a#ontaram 1 E &omo o ano onde a maior #arte das unidades de ne-o&ia6 oa#resentaram -anhos reais* Cer&a de B2O das ne-o&ia6<es salariais estabele&eram aumentosu#erior ao .'(C5.7G", &on%orme a tabela

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Ta%*la ?$ !istri%,i()o dos r*a ,st*s salariais *m compara()o com IN/C IB@E Brasil 1 D 1

Font*$ !IE E. A ist*ma d* Acompan&am*nto d* al4rios

Di%erentemente da maior #arte das ne-o&ia6<es salariais estabele&idas no 7rasil entre1 e 1 , o sal4rio uni%i&ado da &ate-oria nestes anos obteve -anho real, in&lusive em1 , #ior ano da série analisada #elo D.""S" :2 12;, $uando B O das unidades dene-o&ia6 o a#resentaram aumentos reais*

(or sua ve=, o rea)uste salarial in%erior ao .'(C5.7G" estabele&ido nas Conven6<esColetivas de Trabalho dos assalariados rurais do SMSF nos anos 2 1 e 2 3, a&om#anhou adin mi&a de maior #arte das unidades de ne-o&ia6 o a&om#anhadas #elo D.""S"* "m 2 1a#enas !3,2O das &ate-orias analisadas obtiveram aumento real, )4 no ano de 2 3 BH,2One-o&iaram aumentos salariais in%eriores ao .'(C5.7G"*

Ta%*la 5$ !istri%,i()o dos r*a ,st*s salariais *m compara()o com IN/C IB@E Brasil 2000 200;

Font*$ !IE E. A ist*ma d* Acompan&am*nto d* al4rios

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#artir de 2 ! os rea)ustes salariais ne-o&iados na &onven6 o &oletiva da%ruti&ultura irri-ada do SMSF re-istraram valores sem#re su#eriores ao .'(C5.7G"* Taldin mi&a n o %oi distinta das unidades de ne-o&ia6 o a&om#anhadas #elo D.""S"*

s boas &ondi6<es da e&onomia interna&ional somadas @ -radativa retomada do%omento estatal ao desenvolvimento e&on mi&o e a am#lia6 o dos #ro-ramas #Kbli&os de-era6 o e distribui6 o de renda, dentre elas a #ol?ti&a de re&u#era6 o do sal4rio m?nimo,-arantiu a melhora no &en4rio #ol?ti&o e e&on mi&o e a#resentou re%le>os nas ne-o&ia6<essalariais, &u)os resultados %oram mais #ositivos* #ós 2 !, am#liou5se o #er&entual dene-o&ia6<es salariais $ue re-istraram rea)ustes a&ima do .'(C5.7G" a&umulado :D.""S",2 12;*

'os Kltimos 11 anos a &onven6 o &oletiva de trabalho -arantiu -anhos reais, do #onto de vista salarial, aos trabalhadores, in&lusive a#ós 2 $uando a &rise e&on mi&amundial a%etou a e&onomia brasileira e im# s instabilidade @s rela6<es &omer&iais dos #rodutores do SMSF &om o mer&ado e>terno* Se do #onto vista salarial o desenvolvimento da&onven6 o &oletiva -arantiu, em -rande medida, -anhos reais aos trabalhadores, &om rela6 oa outros as#e&tos ne-o&iados a #artir de 1 !, os trabalhadores n o obtiveram +>ito ao lon-odas ne-o&ia6<es*

'o to&ante a hora e>tra, os valores estabele&idos na #rimeira &onven6 o &oletiva, em

1 !, #ara remunera6 o das horas trabalhadas de maneira su#lementar era de BO su#erior aovalor da hora normal* 'a ne-o&ia6 o do ano #osterior os trabalhadores &onse-uiram am#liar ovalor da remunera6 o #ara o a&rés&imo de H O da hora de trabalho normal, esses valores%oram mantidos até o ano de 1 *

#artir do ano 2 o valor remunerado #elas horas su#lementares al&an6ou seu #atamar mais bai>o, o limite le-al de B O sobre a hora normal trabalhada* Fi&ou estabele&idotambém nesta &onven6 o $ue a #artir da ter&eira hora de trabalho e>traordin4rio o valor de

remunera6 o seria de O su#erior ao valor da hora normal* té o momento o movimentosindi&al n o %oi &a#a= de reverter essa situa6 o de #erdas*

Dessa %orma, de a&ordo &om a le-isla6 o trabalhista, os valores estabele&idos #araremunera6 o de horas e>traordin4rias a #artir do ano 2 #ela CCT, s o os valores m?nimoestabele&idos #or lei* Cabe ainda en%ati=ar $ue a hi#ótese da reali=a6 o de uma $uantidadesu#erior a duas horas e>tras di4rias só seria #oss?vel em &aso de )ornadas in%eriores as de !!

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horas semanais, o $ue n o é o &aso dos trabalhadores assalariados rurais re-idos #ela&onven6 o13*

Com rela6 o @ &l4usula de adi&ional noturno, o desenvolvimento desta é bastante #are&ido &om as re-ulamenta6<es estabele&idas no to&ante @ hora e>tra* 'o ano de 1 ! %oinormati=ado na CCT $ue o valor do adi&ional noturno em ! O su#erior ao valor da hora detrabalho normal* 'o ano se-uinte, assim &omo o valor da e>tra, a remunera6 o de adi&ionalnoturno %oi am#liada #ara !BO sobre a hora de trabalho* Também na CCT assinada em 2 aremunera6 o des#en&ou, #assando #ara o valor de 2BO su#erior a hora normal de trabalho* Asvalores institu?dos no ano 2 #ermane&em inalterados*

Abservamos $ue mesmo &orres#ondendo as estritas -arantias le-ais, as &l4usulasre%erentes @ remunera6 o das horas su#lementares e adi&ional noturno &ontinuam anualmenteas mesmas* lém dessas diversas outras &l4usulas $ue est o #resentes na &onven6 o, todas as21 ne-o&ia6<es &orres#ondem ao $ue ri-orosamente est4 re-ulamentado em lei*

orn :2 ; observa &omo a &ria6 o de re-ras adi&ionais nos a&ordos &oletivossu-erem o %ortale&imento das ne-o&ia6<es &oletivas de trabalho &omo método de re-ula6 o darela6 o de em#re-o, tendo em vista $ue nenhuma mudan6a real nolócus de re-ula6 o destarela6 o o&orre $uando os a&ordos meramente re#rodu=em a le-isla6 o estatal* ' o se #ode #erder de vista, entretanto, a %un6 o #eda-ó-i&a e de #ubli&i=a6 o da le-isla6 o estatal $uando

esta é rea%irmada na &onven6 o &oletiva* #rimeira &onven6 o &oletiva de trabalho da %ruti&ultura irri-ada, assinada em

%evereiro de 1 !, #ossu?a E &l4usulas $ue estabele&iam, dentre outras &oisas, o #iso salarialda &ate-oria em 1 O su#erior ao sal4rio m?nimoL trans#orte ade$uado e sem &usto aostrabalhadoresL adi&ionais de hora e>tra, trabalho noturno e insalubridadeL direitos atrabalhadora mulher &omo abono anuais #ara reali=a6 o de e>ames -ine&oló-i&os ea%astamento das trabalhadoras -estantes de atividades &om o a-rotó>i&o, além de li&en6a

maternidade su#erior ao #er?odo le-alL havia ainda direitos rela&ionados ao trabalhador estudante &omo o abono sem des&onto salarial em dia de #rova e direitos rela&ionados @or-ani=a6 o #ol?ti&a dos trabalhadores &omo a&esso do sindi&ato @s em#resasL estabilidade dosdele-ados sindi&aisL &ontribui6 o sindi&al, dentre outros :S. , 2 1!;*

lém de si-ni%i&ar &on$uistas e%etivas de direitos #ara os trabalhadores' a #rimeira&onven6 o &oletiva de trabalho re#resentou, #rin&i#almente, a moderni=a6 o das rela6<es detrabalho no ale do S o Fran&is&o* 'esse sentido, a &onven6 o %oi %undamental #or inserir os

13 De a&ordo &om a &l4usula 3 da CCT assinada no ano 2 , e reeditada nas demais &onven6<es até 2 1B, a )ornada de trabalho ser4 de !! horas semanais, n o #odendo no s4bado e>&eder o limite de ! horas*

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trabalhadores no mundo do direito e im#or aos #atr<es os limites le-ais da rela6 o &a#italistade trabalho*

s -arantias e re-ulamenta6<es ne-o&iadas nas E1 &l4usulas a#rovadas na #rimeiraCCT %oram mantidas &om al-umas varia6<es nas &onven6<es #osteriores, outras 1 &l4usulas%oram inseridas ao lon-o dos anos, &onstando H &l4usulas na &onven6 o de 2 1B*

;. Consid*ra(9*s :inais

4 um desa%io #ara os #es$uisadores $ue estudam a %ruti&ultura no SMSF ou mesmo #ara a$ueles $ue estudam o trabalho no ambiente rural, $ue é &onse-uir mensurar o tamanhoda %or6a de trabalho* 'o &aso estudado n o e>istem nKmeros &on%i4veis #ara a%irmar $ual otamanho da %or6a de trabalho na %ruti&ultura irri-ada* Tal #roblema é de&orrente dasa=onalidade da &ontrata6 o de m o de obra, $uando se estima a &ontrata6 o de inKmerostrabalhadores tem#or4rios* (or outro lado, torna5se um #roblema teóri&o #ara as #es$uisas aodi%i&ultar a re%le> o sobre os #roblemas de&orrentes da in%ormalidade e da #re&ari=a6 o dtrabalho, tendo em vista a im#re&is o do nKmero de &ontratos tem#or4rios, sem#re estimados&omo su#erior ao nKmero de #ermanentes* solu6 o deve vir dos #ró#rios #es$uisadores $uedever o elaborar %ormas de su#erar essa di%i&uldade &om métodos e té&ni&as de #es$uisa $ueos tornem menos vulner4veis @ re#rodu6 o de nKmeros %i&t?&ios ou estimativas de senso

&omum*bre5se assim a #ers#e&tiva #ara $ue #ro%issionais das mais diversas 4reas dis&utam

té&ni&as $ue a)udem a a#rimorar as #es$uisas sobre o assunto no ambiente rural e diminuam ade#end+n&ia de dados o%i&iais $ue s o #rodu=idos &om -rande intervalo de tem#o* A Kltimo&enso a-ro#e&u4rio %oi em 2 E* (or outro lado, %alta &lare=a em muitos trabalhos a&ad+mi&$ue utili=am dados indis&riminadamente sem in%ormar &omo e de $ue %orma %oram &a#a=es d&he-ar a nKmeros sobre o tamanho da %or6a de trabalho na %ruti&ultura* Fa=5se ne&ess4rio $ue

as in%orma6<es se)am &laras sobre a %onte de tais dados, sob #ena de se di%undir in%orma6<esde #es$uisador #ara #es$uisador sem $ue se se)a #oss?vel averi-uar a &on%iabilidade dosdados*

(or %im, é #oss?vel a%irmar $ue a &onven6 o &oletiva abriu uma #orta #ara o in-ressode trabalhadores no mundo dos direitos* 'o entanto, a &a#a&idade dos sindi&atos rurais noSMSF de bar-anhar -anhos reais est4 a $uem de sua &a#a&idade de #ress o, tendo em vista as #rimeiras &onven6<es* Foi demonstrado $ue houve -anhos reais de sal4rio a&ima do -anho

real do sal4rio m?nimo o%i&ial, $ue aumentou seu #oder de &om#ra nos Kltimos anos em ra= oda #ol?ti&a adotada #elo -overno %ederal :C 0DASA X M SS", #*2 1!;* 'o entanto, esses

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-anhos )4 %oram maiores &om#arando &om é#o&a anteriores* hi#ótese é a de $ue ossindi&atos se habituaram @ rotina buro&r4ti&a desde a #rimeira CCT, tendo &res&idoenormemente em tamanho e arre&ada6 o e #erdendo o #rota-onismo )unto @s bases*

"ntretanto, %i&a &laro a im#ort n&ia $ue a CCT tem #ara os trabalhadores, #rin&i#almente no $ue di= res#eito aos -anhos so&iais, ainda $ue a maior #arte deles este)amno limite do m?nimo -arantido #or lei*

(or %im, durante os #er?odos de &olheita &onstatou5se de %ato um aumento real doem#re-o %ormal $ue -o=a das -arantias le-ais e das re-ulamenta6<es estabele&idas emne-o&ia6 o &oletiva* dKvida $ue #ersiste é sobre o tamanho do em#re-o in%ormal, $ue é&onsiderado alto e res#ons4vel #or &ondi6<es de trabalho ainda mais #re&4rias*

?. R*:*r ncias Bi%lio7r4:icas0 JA, T nia 7ar&elar* :1 ;, eran6a de di%eren&ia6 o e %uturo de %ra-menta6 o* "studosvan6ados, S o (aulo, v*11, 2 , #* 53E*

ffffffffff* :2 ;, 'ordeste, 'ordestes, $ue 'ordeste Mimeo*7 AC , D* :1 E;, s %rutas amar-as do velho &hi&o irri-a6 o e desenvolvimento no vale do S oFran&is&o* S o (aulo ivros da Terra, A>%am*C 0DASA J0, J* Celso e M SS", J* Sander* :2 1!;, Sal4rio m?nimo e desenvolvimentodesdobramentos de uma #ol?ti&a de valori=a6 o real no 7rasil* 0evista Ci+n&ias do Trabalho* n 2*Maio a Autubro de 2 1!*

C C 'T., J* S* 7* :1 ;, Frutas #ara o mer&ado -lobal* "studos van6ados, S o (aulo, v*11,n*2 , #* 5 3*CA0D".0A '"TA, J* 0*L "S, C* * 7* :2 ;, 0uralidade no vale do submédio S o Fran&is&oobserva6<es a #artir da evolu6 o e&on mi&a do #ólo Jua=eiro57 – (etrolina5("* 0evista .De S – .nter%a&es em Desenvolvimento, -ri&ultura e So&iedade, 0io de Janeiro – 0J, v* 3, n* 2, #* 32!53E1, )ul*/de=*D M. '., A* :1 ;, 7e9ond mar_et %ailures irri-ation, the state, and non5traditional a-ri&ulture in 'ortheast 7ra=il* 1 * 23B%* Tese :Do&tor o% (hiloso#h9; 5 De#artment o% rban Studies and(lannin-, Massa&husetts .nstitute o% Te&hnolo-9, Cambrid-e*D.""S"* Situa6 o do trabalho no 7rasil na #rimeira dé&ada dos anos 2 * De#artamento

.ntersindi&al de "stat?sti&a e "studos So&ioe&on mi&os* – S o (aulo D.""S", 2 12*"M70 ( * :2 ;, iti&ultura no Semi4rido 7rasileiro* (etrolina "M70 ( *GAM"S, 0* :2 !;, #-radin- 8ithout e>&lusion lessons %rom SM"s in %resh %ruit &lusters in 7ra=il,un#ublished do&toral thesis, M.T De#artment o% rban Studies and (lannin-, Massa&husetts*

A0', Carlos enri$ue* 'e-o&ia6<es Coletivas e e-isla6 o "statal ma an4lise &om#arada dare-ula6 o da rela6 o de %ins dos anos 1 ao (lano 0eal* 'ovos "studos, S o (aulo, n* HB, nov* 2 *I"0GA T, Danigle* Da divis o do trabalho entre os se>os* Tem#o So&ial,1:2; 351 3, 1 H *M"D".0AS, eonilde Servolo de* :1 ;, Trabalhadores rurais, a-ri&ultura %amiliar e or-ani=a6 osindi&al* S o (aulo em (ers#e&tiva* S o (aulo Funda6 o S" D", v*11, n*2, #*EB5 2, abr*/)un*

'A "S, 0* 0e9es* :1 1;, [Continuidades e ru#turas no sindi&alismo rural\* .n* rmando 7oito:or-*;, A sindi&alismo brasileiro nos anos oitenta* 0io de Janeiro (a= e Terra*

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2!

A . ".0 , Fran&is&o de :1 H1;, "le-ia #ara uma re:li;-i o 'ordeste, Sudene, (lane)amento eCon%lito de Classes* ! edi6 o* 0io de Janeiro (a= e Terra*S" YZ, 7en* :2 1 ;, Gender Ya-e Yor_ and Develo#ment in 'orth "ast 7ra=il* 7ulletin o% atin

meri&an 0esear&h, ol* 2 , 'o* 1, ##* B1– * ffffffffff* :2 H;, .nstitutions, #-radin- and Develo#ment "viden&e From 'orth "ast 7ra=ilian">#ort orti&ulture* Com#etition X &han-e, ol* 12, 'o* !, De&ember* 3 53 E* ffffffffff* :2 ;, abour %le>ibilit9 in e>#ort horti&ulture a &ase stud9 o% northeast 7ra=ilian-ra#e #rodu&tion , Journal o% (easant Studies, 3E !, E15 H2* ffffffffff* :2 11;, The (oliti&al5"&onom9 o% Class Com#romise Trade nions, Ca#ital– abour 0elations and Develo#ment in 'orth "ast 7ra=il* nti#ode ol* !3 'o* !* .SS' EE5!H12, ## 13 B– 132 * ffffffffff* :2 13;, The -lobal retail revolution, %ruiti&ulture and e&onomi& develo#ment in north5east 7ra=il, 0evie8 o% .nternational (oliti&al "&onom9, 2 1, 1B351S. , (edro Gama da* :2 1;, rti&ula6 o dos interesses #Kbli&os e #rivados no #ólo (etrolina5(e/Jua=eiro57a em bus&a de es#a6o no mer&ado -lobali=ado de %rutas %res&as* 2BH%* Arientador JFran&is&o Gra=iano da Silva* Cam#inas '.C M(* Tese de doutorado :Doutorado em e&onomia;* ffffffffff* :2 ;, [Din mi&a e &rise da %ruti&ultura irri-ada no ale do S o Fran&is&o\* .n* S. ,

ldenor Gomes daL C C 'T., Jose%a Salete 7*L Y 'D"0 "Z, Maria de 'a=areth 7* :Ar-s;*Diversi%i&a6 o dos es#a6os rurais e din mi&as territoriais no 'ordeste do 7rasil* Jo o (essoa "ditora^arinha Centro de Cultura* ffffffffff* :2 13;, A &aso do 7rasil* .n "m#leo e &ondi&iones de traba)o de mu)eres tem#orerasa-r?&olas* 'a6<es nidas* C"( /A.T/F A* TAMA 1*S. , Guilherme J* Mota* F0 TAS DA D"S"' A .M"'TA s &ontradi6<es do&a#ital e a &onstru6 o de uma #ol?ti&a sindi&al dos assalariados rurais da %ruti&ultura irri-adado Submédio S o Fran&is&o* Mono-ra%ia – niversidade Federal do ale do S o Fran&is&o,2 1!*SA TA J0*, José Fernando* :2 13;, Se #arar, a %ruta a#odre&e %ordismo e sindi&atos no ale do S oFran&is&o* 0""D – 0evista "s#a6o de Di4lo-o e Des&one> o* rara$uara* ol , ' 1* De=/Jan 2 13*

ffffffffff* MAT S. , G* J* M* :2 13;, A lu-ar da aus+n&ia luta de &lasses e direitos na%ruti&ultura irri-ada do S o Fran&is&o* nais do Q... "n&ontro 'a&ional da sso&ia6 o 7rasileira de"studos do Trabalho 5 7"T* Curitiba, de 2H a 31 de outubro de 2 13* ( E51 2* ffffffffff* :2 11;, A ale "n&antado do S o Fran&is&o desenvolvimentismo e sindi&alismo rural:1 5 2 H;* 0"DD – 0evista "s#a6o de Di4lo-o e Des&one> o, rara$uara, v* 3, n* 2, )an/)ul*

SA ^ A7A, "lisabeth* &lasse o#er4ria tem dois se>os Trabalho Domina6 o e 0esist+n&ia*"ditora 7rasiliense, 2 "d* S o (aulo, 2 11*"Q(A0T* :2 13;, A #oten&ial do ale do S o Fran&is&o 7rasil* 3 #*"Q(A0T* :2 1!;, 4 2E anos unindo %or6as #ara o desenvolvimento do ale do S o Fran&is&o e

da %ruti&ultura brasileira* 21#*