frutas do cerrado e derivados -...

Frutas do Cerrado eDerivados

Expediente

Presidente do Conselho DeliberativoRoberto Simões

Diretor-PresidenteLuiz Eduardo Pereira Barreto Filho

Diretor TécnicoCarlos Alberto dos Santos

Diretor de Administração e FinançasJosé Claudio Silva dos Santos

Gerente da Unidade de Capacitação EmpresarialMirela Malvestiti

CoordenaçãoNídia Santana Caldas

Equipe TécnicaCarolina Salles de Oliveira

AutorLuis Tadeu Assad

Projeto GráficoStaff Art Marketing e Comunicação Ltda.http://www.staffart.com.br

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Apresentação do NegócioO beneficiamento das frutas do cerrado, bem como sua

venda in natura, vem se tornando uma atividade cada vez mais lucrativa no Brasil. O cerrado corresponde a 23,92% do território brasileiro e é constituído principalmente por savanas. O bioma conta com uma grande diversidade de frutos como a cagaita, baru, ata, buriti, bacuri, pequi, mangaba, macaúba, caju, cajuí, cajá, entre outros, que podem ser beneficiados e transformados em variados tipos de produtos com valor comercial. No período dos grandes eventos desportivos, o setor do turismo deve abrir grandes oportunidades para a comercialização de produtos alimentícios, como as frutas do cerrado e seus derivados. Nesse contexto, os sucos e polpa de frutas, sorvetes, frutas in natura, além de frutas secas e desidratadas, deverão ser demandados especialmente nas cidades-sede dos jogos. Este material faz parte da Série Ideias de Negócios para 2014, que tem como objetivo explorar oportunidades para que os Pequenos Negócios se apropriem dos investimentos programados para os megaeventos que ocorrerão no Brasil, bem como do maior volume de movimentação econômica antes, durante e após esses eventos. Este material não substitui a elaboração de um Plano de Negócio. As informações contidas aqui fazem parte de pesquisas e entrevistas com especialistas e empreendedores, com o objetivo de oferecer uma visão estratégica da atividade de produção de Frutas do Cerrado. A decisão de investir em determinada atividade exige uma análise mais aprofundada de informações e alternativas com o intuito de diminuir os riscos e incertezas. Quando são realizadas projeções, para aumentar a precisão da análise, são consideradas variáveis como tamanho de mercado, preços, custos de capital, custos operacionais, entre outras. Caso o empreendedor decida promover investimentos neste ou em qualquer ramo de atividade,

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sugere-se que seja elaborado um Plano de Negócio e que omesmo procure orientações na unidade do Sebrae maispróxima da sua região. Serão apresentados conceitos einformações relativas a processo produtivo, mercado, marketinge vendas, canais de comercialização, estrutura, localização,equipamentos, tecnologia, necessidade de pessoal, custos ecapital de giro, fonte de recursos, planejamento financeiro,legislação, cursos, eventos e sites com informações deinteresse do empreendedor.

MercadoTendências e Oportunidades Dados preliminares do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que a produção de frutas no Brasil cresceu 5,2% em 2010 em comparação ao ano anterior. O país é o terceiro maior produtor do mundo, ficando atrás apenas da China e da Índia. O aumento da renda é um dos fatores que explica a inclusão das frutas na alimentação dos brasileiros, além da busca por uma vida mais saudável. De acordo com a Pesquisa de Orçamento Familiar 2008-2009, do IBGE, o consumo anual de frutas pelo brasileiro é de 28,86 kg por ano. Em 2002, a cifra atingiu 24,49 kg/ano. Segundo o instituto, o principal mercado consumidor de frutas é a classe média. Em 2008, esse segmento da população brasileira representou 48% do consumo de frutas, conforme dados da pesquisa de orçamentos familiares (POF). De acordo com relatório da balança comercial brasileira de 2012, do governo federal, o Brasil, em 2010 e 2011, ficou com a 22ª colocação no ranking mundial do número de exportações de frutas, atrás de países como Austrália (21ª), México (17ª) e Arábia Saudita (15ª). São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro aparecem nas três primeiras colocações, com aproximadamente 50% das exportações realizadas pelo país no período. O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de


frutas, com 43 milhões de toneladas produzidas de um total de 340 milhões de toneladas colhidas em todo o mundo anualmente. Do volume total de produção, acredita-se que as perdas no mercado interno possam chegar a 40%. Contribuem com tais números o mau uso das técnicas de manejo do solo e da planta, falta de estrutura de armazenamento, logística, embalagens inadequadas e a própria desinformação do produtor, lacunas que o Sebrae busca minimizar com esta série de publicações para negócios potenciais para os eventos esportivos no Brasil. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em 2003, a balança comercial de frutas frescas fechou com um saldo de US$ 267 milhões (US$ 335 milhões de exportações e US$ 68 milhões de importações), 39% a mais que em 2002. O incremento, no entanto, aconteceu, basicamente, devido a significativos aumentos nas exportações de frutas de outros biomas, como a uva, o limão e o abacaxi, por exemplo. Isso não deixa de revelar que há, ainda, um campo fértil de oportunidades para os frutos do cerrado. As trocas comerciais nesse nicho do mercado têm se tornado mais robustas e revelam uma inovação perante o comércio de "frutas tropicais tradicionais", como o abacaxi, a banana, o melão, entre outros. Tais insumos, produzidos e comercializados à exaustão, inclusive em exportações, moldam a maior fatia do mercado de frutas no país. De forma geral, a atividade agrícola brasileira também enfrenta sensíveis oscilações de mercado. Políticas de câmbio, os custos do transporte, a falta de infraestrutura nos portos e aeroportos, entre outros exemplos, colaboram para a instabilidade. Em entrevista para Agência Sebrae de notícias, a empresa Frutos do Cerrado, agora denominada Frutos do Brasil, explica a mudança de nome, com vistas a alcançar uma melhor aceitação no mercado externo. Outro fator importante para a mudança do nome seria a questão do regionalismo, uma vez que no Brasil existe a mesma fruta em diversos biomas


diferentes, como explica a empresária Claudia Almeida Pereira: “Não seria ético vender picolé de mangaba na Bahia, terra nativa da espécie, com a marca Frutos do Cerrado.” Desde 2004, as importações brasileiras de frutas vêm crescendo, especialmente, em razão da valorização do real e do aumento de renda da população. As exportações atingiram pico em 2008, queda em 2009 e nova ascensão em 2010, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Oferta e demanda de frutas, aliados a outros fatores, como renda e mudança de hábitos alimentares, causam impacto nos preços em todos os segmentos das cadeias produtivas de frutas, segundo dados do IBGE. Clientes As frutas do cerrado e seus derivados podem ser fornecidos para bares, lanchonetes, sorveterias, restaurantes, supermercados, além da possibilidade de fornecimento para as prefeituras locais para a merenda escolar. Os potenciais clientes das frutas do cerrado são as próprias comunidades que fazem o extrativismo das frutas, a população local e os turistas que visitam a região Centro-Oeste e reconhecem o sabor e valor nutricional das frutas nativas, em geral na busca de uma alimentação mais saudável e nutritiva. As frutas, os sorvetes, picolés e geleias são vendidos para todo Brasil, e já há uma expansão da exportação dos produtos para os mercados norte-americano, europeu e africano. O perfil da clientela das frutas do cerrado durante a realização dos eventos desportivos está aliado às indústrias do turismo (hotéis e pousadas), de alimentos (produção de polpas e sorvetes, restaurantes e casas de suco) e cosméticos (cremes, pomadas, shampoos e maquiagem). O negócio da fruticultura, além de se preocupar com o mercado de exportação para a Europa e Ásia, deve estar atento para o Mercosul, que, em 2012, representava um mercado de mais de 279 milhões de habitantes. Apesar do destaque atual, os frutos do cerrado ainda precisam de bastante divulgação para alcançar um lugar sólido no mercado. Por falta de


conhecimento, os empresários não investem em produtos da matéria-prima da flora desse bioma, o que faz desses frutos uma opção para fortalecer os negócios, gerar emprego e renda. Conhecido como o berço das águas do país, o cerrado brasileiro atrai a atenção também pelas suas belezas naturais. Assim, há clientela de perfil de consumo relacionado à sustentabilidade e ao ecoturismo, que busca conhecer a gastronomia e os aspectos regionais. Portanto, é preciso enfatizar: há espaço para produtos de qualidade no mercado e uma clientela disposta a conhecer as frutas e seus derivados. Produtos e Serviços Demandados Na cadeia agroextrativista das frutas do cerrado, tendo em vista a crescente demanda das frutas nativas, os extrativistas, que em sua maioria também são agricultores e vêm cultivando as espécies nativas para obtenção de uma maior produtividade, encontram dois caminhos para a comercialização do produto: in natura ou processada. As frutas servem de matéria-prima para o setor alimentício, gastronômico, medicinal e de cosméticos. As frutas do cerrado são comercializadas no mercado atual in natura ou por meio de seus produtos derivados em agroindústrias, como a produção de polpas congeladas, sorvetes, picolés, doces, geleias, licores, frutas desidratadas, biscoitos, bolos, tortas, cosméticos e medicamentos. As mais conhecidas e demandadas são murici (sabor forte e agridoce, fruto amarelo), pequi (sabor forte, considerado a “carne” do cerrado pelo seu elevado teor de proteína e vitaminas, fruto amarelo), gabiroba (sabor adocicado e fonte de vitaminas, fruto verde-amarelado), cagaita (sabor ácido, estimulante intestinal, fruto amarelo suave), castanha de baru (sabor exótico, toda a árvore e fruto são aproveitados em diversas áreas, fonte de vitaminas, castanha marrom), cajá-manga, cajuzinho, buriti, jatobá, bacuri, ata, mangaba, caju, cajá, entre outros. Segundo matéria publicada, no site da Central do Cerrado sobre o pequi, cada planta adulta poderá produzir, em média, até dois mil


frutos por safra. O preço do litro de caroços de pequi, com aproximadamente 17 unidades, tem sido comercializado no varejo, em feiras livres e no Ceasa-DF, ao preço que varia entre R$ 1,50 a R$ 3,00. A frutificação ocorre normalmente cinco anos após o plantio (AVIDOS e FERREIRA, 2003). A comercialização do fruto in natura é destinada ao consumo na culinária típica. Ainda pode ser destinada a pequenos fabricantes de conservas vegetais. Outra forma pela qual as famílias dos extrativistas aumentam a renda com a catação do pequi é a extração do óleo para uso culinário e cosmético. Os produtos que devem ser mais demandados durante a Copa do Mundo são sorvetes e sucos, sendo seus principais clientes, além das sorveterias e das casas de suco, os restaurantes, hotéis e pousadas. Esses produtos podem ser preparados com frutas regionais do cerrado, gerando maior oportunidade aos produtores e extrativistas. Os serviços demandados para a produção das frutas do cerrado abrangem desde o manejo sustentável das frutas à contratação de empresas de marketing para divulgação e comercialização dos frutos e seus derivados, a depender da capacidade de investimento do empresário. O manejo sustentável das frutas é fator essencial para manter a sustentabilidade dos extrativistas e a produtividade das agroindústrias. Iniciativas simples podem ser adotadas, como coletar apenas os frutos do pé e deixar os frutos rachados ou abertos no chão e variar as áreas de coleta, alternando os locais entre as safras, permitindo que parte dos frutos fique na natureza (BARRETO e CASTRO, 2010). O plantio de sementes nativas, aliado à certificação das frutas e produtos beneficiados, garante destaque no mercado, demandando a busca por meios de certificação, estrutura para beneficiamento dos produtos derivados, conforme as normas sanitárias e ambientais. Aliado aos atestados de garantias da qualidade dos produtos, o desenvolvimento de embalagens exclusivas, plano de marketing para divulgação e agregação de valor aos


produtos e estudo de mercado, são serviços e oportunidades para este setor. Concorrência Como o mercado das frutas do cerrado é recente em nível comercial, a consolidação de uma empresa no mercado e a comercialização das frutas devem seguir o caminho da obtenção de aspectos diferenciais, como a certificação, a qualidade dos produtos e o desenvolvimento de produtos diferenciados. Durante o período dos grandes eventos desportivos, com o aumento da demanda, é esperada uma maior concorrência entre empresas do mesmo setor. Por isso, é necessário que o empreendedor desenvolva alternativas para se destacar no mercado. É importante ter em mente que a atenção dos consumidores durante os grandes jogos estará voltada para os grandes eventos: a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. Nesse cenário, é natural que as empresas invistam em publicidade de seus produtos, fazendo referência à qualidade desde a origem até o processo de produção. No mesmo caminho, é importante ter em mente que uma publicidade voltada para os eventos esportivos devem ser exploradas por todos os concorrentes, mas o diferencial passa por uma estratégia de parcerias e promoções que destaquem, ao mesmo tempo, a qualidade do produto e a realização dos grandes eventos no país. As certificações, extremamente importantes para a agregação de valor aos produtos, são divididas em três categorias de frutas: a categoria socioambiental, a de boas práticas agrícolas e a orgânica. A certificação socioambiental visa associar práticas preocupadas com o ambiente e a sociedade, sem deixar de lado aspectos econômicos. Nessa área, existem os selos de qualidade FairTrade, Rainforest Alliance Certified e EcoCert. A categoria de boas práticas agrícolas visam a rastreabilidade, a qualidade e a segurança das frutas. Entre os selos dessa categoria há o Global Gap, Garantia de Origem Carrefour, Produção Integrada Brasil do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Qualidade Desde a Origem. A certificação de frutas


orgânicas se preocupa em obter selos regulamentados pela legislação brasileira. A certificação de produtos orgânicos é o procedimento pelo qual uma certificadora, devidamente credenciada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e credenciada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), assegura que determinado produto, processo ou serviço obedece às normas e práticas da produção orgânica. A certificação apresenta-se sob a forma de um selo afixado ou impresso no rótulo ou na embalagem do produto. Entre as certificadoras estão a Ecocert Brasil, Instituto Biodinâmico (IBD), Instituto de Mercado Ecológico (IMO), Organização Internacional Agropecuária (OIA) Brasil – Agricontrol, Instituto Nacional de Tecnologia (INT), Associação Biodinâmica (ABD) e Rede Ecovida. Outros fatores também podem influenciar na competitividade. O baixo investimento na produção, o cumprimento de prazo, a garantia de entrega do produto e a venda coletiva em cooperativas e associações proporcionam maior escala de produção e melhor nível de competitividade no mercado. A adaptação às diferentes safras das frutas do cerrado permite uma alta diversidade do setor. O investimento no beneficiamento das frutas em agroindústrias para produção de polpas congeladas, doces, licores, geleias, frutas desidratadas pode ser uma estratégia para comercializar os diferentes produtos durante um período maior, sem as limitações impostas pela sazonalidade produtiva. Fornecedores A cadeia de valor é o conjunto de atividades desempenhadas por uma organização desde as relações com os fornecedores, ciclo de produção e venda até a fase da distribuição final. Para o comércio das frutas do cerrado e seus derivados, os agroextrativistas, em geral, realizam vendas coletivas para alcance de maior mercado e competividade. O fornecimento de frutas para as indústrias dependem dos agroextrativistas para manutenção da sua


produtividade. Além da compra das frutas in natura, osprodutores precisam investir em estruturas para a construção emanutenção das agroindústrias, que incluem desde a estruturafísica aos utensílios necessários, como maquinário eembalagem final dos produtos, conforme as leis de vigilânciasanitárias e ambientais vigentes. O extrativismo é sustentado,em geral, pelas relações comerciais entre pequenos produtorese compradores. Extrativistas que obtêm selos de qualidade deseus produtos alcançam melhores possibilidades de negócios.Ainda assim, o produto in natura pode ser comercializado parauma agroindústria que, por sua vez, poderá fornecer paramaiores compradores. De qualquer maneira, os principaisfornecedores de frutas do cerrado são extrativistas eagricultores familiares, que abastecem pequenas e grandesagroindústrias, as quais, por sua vez, fornecem para pequenosou grandes mercados conforme sua estrutura.

LocalizaçãoOs estabelecimentos de armazenagem e

beneficiamento das frutas do cerrado devem estar instalados em áreas livres de odores, fumaças, poeiras e outros contaminantes que possam infectar os alimentos, livres de acúmulo de lixo e livres dos riscos de inundações. A área dos terrenos, externa às unidades de manipulação, deve ser devidamente pavimentada, resistente e apta a suportar o trânsito de veículos, bem como ter inclinação para o escoamento adequado das águas. Os estabelecimentos, constituídos em geral pelas agroindústrias, devem estar localizados próximos às áreas de colheita das frutas nativas do cerrado, para manter a qualidade das frutas e diminuir custo e perda das frutas no transporte, especialmente porque a matéria-prima fresca e madura se deteriora rapidamente. Outro fator importante é a proximidade do local de colheita e


armazenagem em relação aos locais de venda e seuscompradores, como centros urbanos, cooperativas, feiras livres,hotéis, varejo em geral, mercados, lojas e restaurantes deprodutos naturais. Uma tendência internacional que vemganhando espaço no território nacional se refere a visitas e ocomércio no próprio estabelecimento, onde os visitantes podemcolher e experimentar as frutas no próprio ambiente, fazendoturismo rural e conhecendo o processo produtivo de cadaespécie. Produtores próximos às cidades-sede dos grandeseventos esportivos têm grande possibilidade de expandir suaprodutividade se aproveitarem as oportunidades com oaumento da demanda das frutas do cerrado e seus produtosderivados. Ele deve estar atento à valorização dos produtosnativos e regionais nos mercados nacional e internacional.Além disso, as frutas no país estão sempre na alimentaçãobásica da população, dos esportistas e dos turistas. Oempreendedor que visa atender a demanda gerada pela Copado Mundo, principalmente, deve focar seus canais decomercialização nos locais próximos aos hotéis, pousadas,restaurantes, estádios e pontos turísticos das cidades-sede,garantindo a qualidade do produto desde a origem.

Exigências legais específicasPara a abertura da empresa serão necessários

registros junto à Secretária da Receita Federal, que emitirá o CNPJ; à Junta Comercial; à Receita Estadual, por meio da qual será obtida a Inscrição Estadual (caso a empresa seja sujeita ao ICMS, como empresas do setor de comércio, transporte ou indústria); à Prefeitura Municipal, para obtenção de Alvarás de Localização e Alvarás de Licença Sanitários; à Secretária da Fazenda; e ao Sindicato Patronal. A empresa terá também de cadastrar-se junto à Caixa Econômica Federal no sistema Conectividade Social – INSS/FGTS e obter autorização do


Corpo de Bombeiros. O empreendedor deve estar atento ao Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078, de 11/9/1990) e às suas especificações. Os produtos alimentícios são regulamentados e inspecionados por dois ministérios: o Ministério da Saúde (MS) e o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa). A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) atua como agência de fiscalização sanitária. Além da legislação específica de constituição de pessoas jurídicas e de todas as normas tributárias a que qualquer empresário está sujeito, o produtor deve conferir a regulamentação municipal de uso do espaço para que a atividade seja implementada em local adequado. Deve-se atender a uma série de portarias e normas técnicas específicas para o setor agroextrativista de beneficiamento alimentar relacionadas à vigilância sanitária. ABNT ISO/TS 22002-1:2012 – Institui o programa de prerrequisitos na segurança de alimentos – Parte1: Processamento industrial de alimentos. ABNT NBR ISO 22000:2006 – Institui os sistemas de gestão da segurança de alimentos – Requisitos para qualquer organização na cadeia produtiva de alimentos. ABNT ISO/TS 22003:2007 - Institui os sistemas de gestão da segurança de alimentos – Requisitos para organismos de auditoria e certificação de sistemas de gestão da segurança de alimentos. ABNT NBR ISO 22005:2008 – Institui a rastreabilidade na cadeia produtiva de alimentos e rações – Princípios gerais e requisitos básicos para planejamento e implementação do sistema. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, e Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002 – Instituem a definição de uso sustentável das espécies nativas, pode ser observado através do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC). Lei Complementar nº 123/2006 – Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas. Portaria MS nº 1.428, de 26 de novembro de 1993 – Precursora na regulamentação do tema, essa portaria dispõe,


entre outras matérias, sobre as diretrizes gerais para o estabelecimento de boas práticas de produção e prestação de serviços na área de alimentos. Portaria SVS/MS nº 326, de 30 de julho de 1997 – Baseia-se no Código Internacional Recomendado de Práticas: Princípios Gerais de Higiene dos Alimentos. Essa portaria estabelece os requisitos gerais sobre as condições higiênico-sanitárias e de boas práticas de fabricação para estabelecimentos produtores/industrializadores de alimentos. Instrução Normativa nº 20, de 27 de setembro de 2001 – Institui as diretrizes e técnicas gerais para a produção integrada de frutas. Essa instrução estabelece a implementação de sistemas produtivos seguros e não agressivos ao meio ambiente, desde a sua origem ao processo final, passando pela rastreabilidade dos processos adotados ao longo da cadeia produtiva das frutas. Lei nº 8.918, de 14 de julho de 1994 – Dispõe sobre a padronização, a classificação, o registro, a inspeção, a produção e a fiscalização de bebidas, autoriza a criação da Comissão Intersetorial de Bebidas e dá outras providências. Resolução do Regime Diferenciado de Contratações (RDC) nº 352, de 23 de dezembro de 2002 – Regulamento que complementa a legislação geral, incorporando as medidas específicas que devem ser adotadas a fim de garantir a qualidade sanitária e a conformidade das frutas e hortaliças em conserva com os regulamentos técnicos específicos. Essa resolução contempla ainda uma lista de verificação das boas práticas de fabricação para estabelecimentos produtores/industrializadores dessa categoria de produtos. Resolução RDC nº 267, de 25 de setembro de 2003 – Legislação que estabelece os procedimentos de boas práticas de fabricação para estabelecimentos industrializadores de gelados comestíveis a fim de garantir as condições higiênico-sanitárias do produto final, incluindo requisitos para produção, transporte e exposição à venda, dentre outros. Essa resolução institui, ainda, a obrigatoriedade da pasteurização


das misturas à base de leite, ovos e derivados para fabricaçãode gelados comestíveis. Resolução do Conselho Nacionaldo Meio Ambiente (Conama) nº 237, de 19 de dezembro de1997 – Define licenciamento ambiental e suasexigências. Resolução Conama nº 385/2006 – Regulamenta oregistro ambiental de pequenas agroindústrias. ResoluçãoRDC nº 359, de 23 de dezembro de 2003 – Aprovaregulamento técnico de porções de alimentos embalados parafins de rotulagem nutricional. Instrução Normativa Mapa nº64, de 18 de dezembro de 2008 – Aprova o regulamentotécnico para os sistemas orgânicos de produção animal evegetal. Cabe salientar que a simples regularidade de umempreendimento quanto às normativas sanitárias não garante,por si só, uma efetiva participação no mercado formal. Além daregularidade junto às outras legislações, fiscal e ambiental, épreciso conhecer muito bem a dinâmica do mercado em que sequer atuar, como a relação com concorrentes, fornecedores,clientela, canais de comercialização, sazonalidade, preços etc.(CARRAZZA; NOLETO; FILIZOLA, 2011).

EstruturaA estrutura necessária para a produção de frutas do

cerrado varia de acordo com a demanda de cada extrativista, produtor ou empresa. Entretanto, para a comercialização regularizada, é necessário que se tenha uma estrutura básica, baseada nas legislações pertinentes ao setor alimentício. As Portarias MS/SVS nº 326/1997 e Mapa nº 368/1997 apresentam o regulamento técnico das condições higiênico-sanitárias na área de alimentos, dentre os quais, destacam-se os principais pontos: localização das vias de acesso interno, leiaute, edificações e instalações, equipamentos e utensílios, matérias-primas, abastecimento de água, saúde e higiene dos manipuladores. O desenho dos


estabelecimentos deve levar em consideração a compartimentação com o propósito de evitar o fluxo cruzado entre os processos, desde a recepção das matérias-primas até o armazenamento dos produtos finais, reduzindo dessa forma os riscos de contaminação cruzada entre as matérias-primas, material em processo, resíduos dos processos e produtos acabados. Deve-se atentar para a existência de espaços suficientes para o trabalho. As áreas de manipulação dos alimentos não devem ter contato direto com os vestiários, os banheiros e as áreas externas aos estabelecimentos. Nas áreas de manipulação deve-se atentar para as condições higiênico-sanitárias dos pisos, paredes, tetos, portas e janelas, que em linhas gerais devem ser impermeáveis e laváveis, bem como evitar o acúmulo de sujeira e condensação de vapores. Os pisos devem ser resistentes ao trânsito e choques mecânicos, além de possuir inclinação adequada ao escoamento das águas de lavagem. Os ângulos entre as paredes com os pisos e tetos devem ser de fácil higienização. As portas e janelas voltadas ao meio externo, por sua vez, devem estar devidamente teladas para evitar a entrada de insetos e outras pragas e contaminantes. A iluminação e a ventilação devem ser adequadas ao conforto dos colaboradores, levando-se consideração também que a iluminação natural é um bom agente antimicrobiano. Além do mais, deve-se ter instalações adequadas para a limpeza e desinfecção dos equipamentos e utensílios e para a lavagem das mãos. Por fim, os estabelecimentos devem dispor de abastecimento abundante de água potável, além de um sistema eficaz de eliminação e tratamento de efluentes e demais resíduos. As matérias-primas devem ser produzidas, cultivadas, criadas, extraídas, colhidas, transportadas e/ou armazenadas em áreas e sob condições isentas de contaminação e evitando-se a sua degeneração, não devendo ser recepcionadas matérias-primas em estágio de deterioração


ou que contenham contaminação físico-química e/ou biológicaque não possam ser reduzidas pelas operações regulares noseu processamento. Toda a água sob as formas líquidas, devapor ou gelo deve possuir padrão físico, químico e biológicoque garanta a sua potabilidade. A Portaria Anvisa nº. 518/2004estabelece os procedimentos e a responsabilidade da vigilânciae do controle da potabilidade da água. Se os manipuladorespossuírem feridas ou padecerem de enfermidades contagiosas,eles não deverão manipular nem trabalhar nas áreas ondeocorra manipulação de alimentos e dos utensílios eequipamentos que entrem em contato com eles. Osmanipuladores devem ser submetidos rotineiramente aconsultas para a avaliação de suas condições de saúde.Devem ainda possuir uma boa higiene pessoal e nãopraticarem atos que possam contaminar os alimentos durantesua manipulação, como comer, fumar, tossir etc. É obrigatórioque os manipuladores sejam orientados e capacitadosadequada e continuamente sobre a manipulação de alimentose a higiene pessoal em condições higiênico-sanitárias. Ademanda de produtos durante os grandes eventos desportivospodem ser de grande escala. Assim, o empreendedor deveestar atento à necessidade de investimento em infraestrutura eparcerias que permitam atender a demandas em larga escala evoltadas para a temática esportiva.

PessoalA necessidade de mão de obra no processo produtivo

varia em função da demanda comercial das frutas do cerrado, do porte da agroindústria e, ainda, do nível de automação dos equipamentos. Com relação a agroindústrias comunitárias, em geral, a necessidade de mão de obra fixa é baixa, o que reduz os custos de produção para o empresário. A maioria dos membros comunitários irá trabalhar com o extrativismo e cultivo


da matéria-prima, para que uma pequena parte possa receber treinamento e trabalhar dentro da agroindústria e nas áreas de comercialização. Isso mantém o custo fixo baixo e a sustentabilidade da agroindústria e das comunidades envolvidas. Para contratar ou direcionar funcionários ou membros comunitários deve-se considerar a adequação do perfil pessoal às técnicas de manejo e produção. É necessário manter a equipe atualizada, por meio da participação em cursos ou treinamentos oferecidos pelo próprio empreendimento. Deverá haver treinamento para seguir as normas de segurança no trabalho com uso de equipamentos de proteção individual (EPI), quando for o caso, e também as normas boas práticas de produção. O perfil da mão de obra para a produção das frutas do cerrado é composto, em geral, por extrativistas, agricultores familiares e membros comunitários, que estão próximos aos locais de coleta e beneficiamento desses produtos. Tais profissionais, por sua vez, tendem a cooperar entre si, por meio de vendas coletivas e feiras, por exemplo. Podem também realizar o beneficiamento de seus próprios produtos e sua comercialização, alcançando maior valor de mercado. Segundo o livro Normas fiscais, sanitárias e ambientais, organizado por Luis Roberto Carrazza, Rodrigo Almeida Noleto e Bruno de Carvalho Filizola, para o Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), as agroindústrias deverão apresentar periodicamente os seguintes documentos e declarações para os registros trabalhistas: Relação Anual de Informações Sociais (Rais) Deve ser entregue anualmente junto ao Ministério do Trabalho e Emprego. Visite o site do ministério (ver Sites Úteis). Declaração de Imposto Retido na Fonte (Dirf) Deve ser entregue anualmente junto à Receita Federal do Brasil (ver Sites Úteis). Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) Deve ser entregue quando houver admissão ou desligamento de funcionários junto ao Ministério


do Trabalho e Emprego (ver Sites Úteis). SEFIP/GFIP – Guiade Informações e Declarações Sociais Deve ser entreguemensalmente junto ao Instituto Nacional de Seguridade Social(INSS) e Caixa Econômica Federal e diz respeito aorecolhimento previdenciário e do Fundo de Garantia por Tempode Serviço (FGTS).

EquipamentosTodos os equipamentos e utensílios utilizados para a

manipulação dos alimentos devem ser de material resistente, não absorvente e não corrosivo; não devem possuir rugosidades, poros e frestas que possam comprometer a sua higienização; e não devem transmitir odores, sabores e substâncias tóxicas aos alimentos que venham a ter contato direto ou indireto com eles. Para a comercialização das frutas do cerrado in natura é necessário uma estrutura com transporte inicial, higienização, armazenamento, embalagem e transporte final adequado. Para o beneficiamento e comercialização dos derivados das frutas do cerrado, basicamente são necessários toda a estrutura legal de uma agroindústria e os seguintes equipamentos: lavador de frutas rotativo, triturador automático, desidratador, máquina despolpadeira, liquidificador industrial, triturador automático, freezers, fogão industrial, compressor, empacotadeira, selador, panelas, facas e talheres, peneiras e baldes, câmaras frias, câmaras de maturação, veículos apropriados para transporte, uniformes, entre outros. A escolha dos equipamentos, principalmente seu tamanho, deve considerar alguns fatores importantes, como a quantidade de produção prevista para os três primeiros anos de atividade. Com base nessas informações, devem-se buscar os equipamentos adequados de forma que seja aproveitada, ao máximo, a capacidade de produção da agroindústria, evitando ociosidade no empreendimento. Sempre é recomendável


observar o bem-estar das pessoas que irão trabalhar naunidade. Os equipamentos devem proporcionar conforto ediminuir os riscos de acidentes aos trabalhadores. Osequipamentos, móveis, vasilhames e outros utensílios devemter acabamento de materiais resistentes e impermeáveis, quepermitam perfeita lavagem e desinfecção. O ideal para odesenvolvimento da produção e comercialização das frutas docerrado e seus derivados é buscar apoio técnico. A elaboraçãode um projeto por especialistas garante a produtividade e acomercialização, seja por meio de um plano de manejo que alieo melhor aproveitamento dos frutos de acordo com asazonalidade da região, seja por um estudo de mercado, porexemplo. Um bom fluxograma operacional facilita os trabalhosde produção, de higienização e de controle da qualidade.Também é preciso fazer um bom planejamento sobre acolocação dos equipamentos. A sua ordem vai indicar asequência do trabalho ou o fluxograma operacional. Osequipamentos necessários para cada uma dessas tarefas,portanto, devem ser colocados na mesma sequência, evitandoa volta ou o cruzamento do produto com a matéria-prima. Ouseja, a matéria-prima entra de um lado e não retorna mais,seguindo para frente até sair o produto no final do fluxo,conforme o Roteiro de Elaboração de Projetos Agroindustriaispara os Territórios Rurais, do Ministério do DesenvolvimentoAgrário (MDA), disponível na Bibliografia Complementar.

Matéria Prima / Mercadoria

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Organização do processo produtivo



AutomaçãoAs unidades de beneficiamento e as agroindústrias, em

geral, apresentam sistemas simplificados de produção, masalguns empresários utilizam equipamentos com elevado nívelde automação. Existem máquinas no mercado capazes deoperacionalizar desde a despolpa da fruta, o beneficiamentoaté a embalagem final das polpas, por exemplo, para acomercialização. O que o empreendedor deve adotar é umaestratégia produtiva que leve em conta sua capacidade deinvestimento para que, antes da tomada de qualquer decisão,ele tenha o maior número possível de opções para equipar seuestabelecimento. Outro aspecto importante é procurarequipamentos que sejam mais adequados para o tipo e aqualidade dos produtos que se deseja. Um equipamento“moderno”, nesse caso, é aquele que responde na qualidade equantidade desejada de produção e com baixo custo. Oempresário deve, assim, adotar técnicas de manejo que levemem consideração as pesquisas mais recentes sobre astecnologias da sua cadeia produtiva, a fim de aumentar aprodutividade e a qualidade dos seus produtos.

Canais de distribuiçãoAs pequenas empresas têm o desafio de competir com

grandes empresas e, para serem competitivas, devem manter estruturas de custos baixos, oferecendo produtos diferenciados e embalagens personalizadas. Qualidade e regularidade na entrega dos produtos são fatores estratégicos para o mercado das frutas do cerrado e seus derivados. A profissionalização e industrialização das pequenas empresas que trabalham com as


frutas do cerrado e seus derivados vêm ganhando espaço no mercado, especialmente por meio das polpas, sorvetes e picolés e diversos outros produtos derivados. Com a abertura cada vez maior para o mercado dos produtos naturais, sustentáveis, orgânicos e de base da agricultura familiar, a aceitação e os incentivos governamentais para sua comercialização vêm impulsionando o setor. Espécies utilizadas regionalmente passam a acrescentar sabores nos novos mercados em escala nacional e internacional. O potencial alimentício de muitas espécies nativas do cerrado, antes desconhecido pela maioria da população brasileira, começa a ser mais conhecido e comercializado. Os canais de comercialização podem ser diretos, por meio da venda das frutas e seus derivados pelo próprio extrativista e produtor em feiras livres, hotéis e restaurantes. Podem ser também indiretos, em cooperativas, mercados, indústrias e lojas de produtos naturais. A disponibilização do comércio dos produtos on-line permite um maior alcance dos clientes, mas é preciso que a página da internet tenha todas as informações dos produtos e meios de venda, de maneira clara e atrativa, e que o processo de entrega seja rápido e eficiente. Trabalhar junto a uma cooperativa também pode ser uma boa estratégia de comércio e para a obtenção de selos de certificação. Cooperado, o pequeno agricultor tem a oportunidade de fornecer sua produção como parte de uma venda coletiva de maior escala, como o Programa de Alimentação Escolar (PAA), para grandes compradores, indústrias e comércios que busquem as frutas e seus produtos. A Central de Oportunidades (ver Sites Úteis) do Sebrae é um website por meio do qual se podem cadastrar oportunidades de compra e venda de diversas opções de produtos e serviços e melhorar seus resultados de comercialização. A Rede Nacional Comércio Brasil é outra iniciativa do Sebrae que aproxima empresas de micro e pequeno porte de novas oportunidades de


negócio e prospecta canais para comercialização de produtos.Por meio de um grupo interestadual de consultores, chamadode Rede de Agentes de Mercado, as micro e pequenas têmacesso a mercados de forma sustentável e perene. Oempresário interessado também pode descobrir mais sobrecanais de comercialização na Rodada de Negócios, promovidapelo Sebrae, que reúne empresas compradoras efornecedoras, incentivando a criação de grandes parcerias denegócios. Os governos municipais, estaduais e federaistambém são potenciais clientes da produção de frutas, aíincluído o bioma cerrado. O programa Fomenta, do Sebrae,coloca o empreendedor frente a frente com os compradoresgovernamentais e ainda capacita os empresários que passampelo evento. Existem ainda outras possibilidades decomercialização, como venda porta a porta, que aproxima osprodutos ou serviços do consumidor. Para vender bem, éfundamental fazer um bom planejamento do dia de trabalho. Épreciso conhecer o perfil do cliente, saber os seus hábitos deconsumo, onde encontrá-lo e o que fazer para atrair a suaatenção. Além do representante comercial, que intermedia efacilita o relacionamento entre o produtor ou fornecedor doproduto e o cliente. Como atua no processo de distribuição deprodutos de diversos segmentos, a representação comercial éuma das formas mais usuais de expandir os negócios.

Investimentos


Capital de giroO capital de giro são os recursos financeiros, próprios

ou de terceiros, necessários para manter as atividades


operacionais da empresa. A gestão do capital de giro é quedetermina a capacidade de saldar os compromissos de curtoprazo, como compras de matérias-primas, pagamento defornecedores, processo produtivo, estoques, vendas,concessão de crédito e pagamento de salários, impostos edemais encargos. Alguns fatores contribuem para a reduçãoda necessidade de capital de giro das empresas. Entre eles,podem-se destacar aumentos dos prazos para pagamento defornecedores, redução dos prazos de recebimentos de clientese redução dos níveis de estoque. É importante observar que agestão dos estoques não se limita às questões relativas aocapital de giro e merece um cuidado especial. Os empresáriosdevem ficar muito atentos aos períodos e prazos de produção(safra), os períodos e prazos para que o produto fique prontopara venda e os prazos de recebimento. Em determinadosmomentos, a necessidade de capital de giro será maior, e oprodutor precisa estar preparado, seja através da formação dereservas ou através da captação de recursos junto aosfinanciadores. O volume de recursos necessários para capitalde giro irá variar em função dos estoques existentes, dosprazos de produção, prazos de pagamento dos fornecedores eprazos de recebimento dos clientes. As instituições financeirasoferecem uma extensa variedade de produtos financeiros comtaxas e prazos diferenciados. É importante que oempreendedor tenha conhecimento dos custos destasoperações para que esteja apto a negociar e obter melhorescondições no financiamento. Para isso, é essencial pesquisarjunto às diversas instituições financeiras públicas e privadas,promovendo visitas constantes e consultas aos balcões deatendimento do Sebrae da região.

Custos


Os custos são os valores gastos com a fabricação dos produtos. Saber dos custos é importante para que o empreendedor tenha subsídios para a tomada de decisão e para o conhecimento do lucro resultante das operações da empresa. A gestão dos custos é uma forma eficiente de obter produtividade e reduzir os riscos da atividade produtiva. Essa etapa é um passo importantíssimo da elaboração de projeto agroindustrial e deve ser feito com o auxílio de tabelas ou planilhas, tendo como finalidade demonstrar aos extrativistas, agricultores familiares e agentes financeiros, que o projeto é viável economicamente em toda sua cadeia produtiva. O estudo da viabilidade do projeto possibilitará que se construam coletivamente alternativas de desenvolvimento em bases sustentáveis, não ficando presos somente à análise econômica e técnica, mas levando em consideração os aspectos social, cultural e ambiental do grupo e da região. O Roteiro de Elaboração de Projetos Agroindustriais para os Territórios Rurais, do MDA, apresenta as fases a serem observadas no planejamento econômico. É necessário ficar atento às despesas administrativas, como telefone, internet, energia, água, registros de marcas e patentes, marketing, armazenamento e combustível, para garantir a competitividade e os preços. Não se deve esquecer também das despesas com tributos (impostos, contribuições e taxas), além das despesas financeiras com juros e amortização de empréstimos de qualquer natureza. Manter uma estrutura enxuta, com poucos funcionários, e respeitar o plano de manutenção preventiva dos equipamentos são meios de tornar o empreendimento sustentável e mais lucrativo. Para se destacar no cenário dos grandes eventos desportivos o empreendedor que buscar atender as demandas geradas para este setor deverá investir em infraestrutura, divulgação e parcerias. Os custos deverão ser planejados na perspectiva de investimento para inserção em um mercado temporário de grande escala, que permitirá ao


empreendimento participar dos mercados nacional einternacional.

Diversificação / Agregação de valor


DivulgaçãoA inserção bem-sucedida de novos produtos e novas

empresas no mercado depende de diversos fatores, entre eles, a divulgação. Em primeiro lugar, o produtor de alimentos, especialmente os perecíveis, deve zelar pela qualidade de seu produto, mas também é preciso estar atento a fatores externos, como a necessidade de se fazer ser visto pelos consumidores. Alguns dos principais apelos que as frutas do cerrado possuem são os seus sabores exóticos, seus poderes nutricionais e terapêuticos, bem como o uso na cosmética. Além do valor agregado pelo sabor e poder nutricional, o resgate dos usos de espécies frutíferas do ecossistema cerrado pelas populações tradicionais do interior do Brasil, seus costumes e tradições potencializam o valor comercial das mesmas. A divulgação se mostra como uma ferramenta importante para a comercialização dos produtos demandados no período dos grandes eventos desportivos, gerando oportunidades para a produção de materiais de divulgação desses produtos. Tais materiais vão desde a produção de folders até a construção de uma página na web para a valorização ou informação dos canais de venda e qualidade dos produtos comercializados. A divulgação deve ocorrer por meio pessoal e virtual, retratando o perfil da empresa e a qualidade dos produtos comercializados e valorizando seu diferencial. Atualmente, os frutos do cerrado podem contar com alguns canais de divulgação; por exemplo,


as feiras alimentícias regionais, a inserção na mídia, apublicidade impressa e uma boa página na web cominformações dos processos de extrativismo, transporte,beneficiamento, comércio e da qualidade e variedade dosprodutos. Além disso, há a possibilidade de oferecer adegustação dos produtos como alternativa de divulgação ecomercialização. A busca por auxílio de profissionais paraplanejamento de uma estratégia de marketing pode ser um bominvestimento inicial, para conhecimento do mercado, daspotencialidades e fragilidades da empresa e dos produtos. OSebrae oferece em sua página, o Click Marketing (ver SitesÚteis), uma ferramenta on-line e gratuita para auxiliar aconstrução da estratégia de mercado das pequenas empresas. A certificação da qualidade e sustentabilidade das frutas docerrado e seus derivados agrega valor e subsidia suacomercialização em mercados de grande porte.

Informações Fiscais e Tributárias


Eventos■ 4º Simpósio Brasileiro de Pós-Colheita de Frutas,

Hortaliças e Flores e 7º Encontro Nacional sobre Processamento Mínimo de Frutas e Hortaliças – Ribeirão Preto/SP Com o tema "Internacionalizar para não perecer" espera-se ampliar o fórum de discussão da área de pós-colheita para uma temática bastante atual que é a internacionalização do conhecimento gerado no país. Para isso, o evento contará com forte participação de representantes de instituições de ensino e pesquisa internacionais de modo a propiciar momentos de discussão e criação de redes,


"networking", visando dar maior visibilidade ao conhecimento e tecnologias desenvolvidas no Brasil e consolidar a pós-colheita brasileira no contexto mundial. http://www.spcepm2013.com.br/inicio/ ■ Bio Brazil Fair 2013 – 9ª Feira Internacional de Produtos Orgânicos e Agroecologia – São Paulo Feira anual de alimentos orgânicos in natura, alimentos orgânicos congelados, frutas e verduras, leites, laticínios e ovos, pães, bolos e biscoitos, carnes, sucos e bebidas, produtos medicinais, tecidos e roupas, matérias-primas e certificadora, com abrangência internacional. http://www.biobrazilfair.com.br ■ Encontro e Feira dos Povos do Cerrado – Brasília A Rede Cerrado, em parceria com a Fundação Banco do Brasil, realiza o Encontro e Feira dos Povos do Cerrado. O encontro reúne cerca de mil representantes de comunidades e organizações da sociedade civil dos 14 estados do cerrado brasileiro. Acontece na semana em que é celebrado o Dia Nacional do Cerrado: 11 de setembro.http://www.redecerrado.org.br/home/index.php/quem-somos/encontro-e-feira-dos-povos-cerrado ■ Salão internacional de Alimentação de Xangai (Sial) – China Maior feira do setor alimentício da China, cuja participação brasileira vem identificando oportunidades para os produtos brasileiros.http://www.sba1.com/noticias/internacional/21836/sial-xangai-2013-negocios-realizados-no-pavilhao-brasileiro-podem-chegar-a-us-15-milhoes#.Ua0DTNmZvpc ■ Salone del Gusto Festival de alimentos que atrai mais de 150 mil visitantes em Turim, Itália. O evento faz parte do Terra Madre Day, do qual pequenos produtores de alimentos de todo o mundo participam para mostrar seus produtos. ■ Semana Mundial de Comércio Justo e Solidário – Rio de Janeiro O evento debate o tema no mundo e para isso conta com palestras de representantes de organizações internacionais e redes brasileiras de comércio justo e solidário. http://www.facesdobrasil.org.br/component/content/article/6-comercio-justo--economia-solidaria/728-semana-mundial-de-comercio-justo-e-solidario-de-27-a-31-de-maio.html ■ Seminário Internacional – Inovações para a Valorização dos Produtos da Agricultura Familiar e do


Agroextrativismo do Cerrado – Brasília Considerando-se asprincipais políticas recentes voltadas para a consolidação decadeias com origem na produção familiar e agroextrativismo(PAA, PNAE, Pronaf), torna-se importante o desenvolvimentode pesquisas interdisciplinares e interinstitucionais, a fim deidentificar melhor as dinâmicas e iniciativas territoriais decadeias agro-alimentares locais. O 1º Inova Cerrado pretendediscutir as demandas específicas da agricultura familiar dobioma cerrado, analisando o potencial dos produtores frente àdemanda, principalmente de Brasília e Distrito Federal. http://www.inovacerrado.org/ ■ Terra Madre Brasil Encontronacional de ecogastronomia reúne cerca de 500 pessoas quebuscam uma alimentaçãosaudável. http://terramadre.slowfoodbrasil.com ■ Terra MadreDay – Slow Food Cerrado – Itália O Terra Madre é o encontromundial das comunidades do alimento. Já na sua primeiraedição, em 2004, o Terra Madre reuniu em Turim, na Itália, 5mil pessoas provenientes do mundo todo. Desde então, oencontro acontece a cada doisanos. http://www.terramadre.info Feiras e eventos do setoralimentício de abrangência regional e local ocorrem anualmenteem diversos municípios do Brasil. Acompanhe os eventos dasua região por meio das associações de fruticultores eagricultores orgânicos.

Entidades em Geral


Normas Técnicas



GlossárioBeneficiamento – Processos pelos quais passam

certos produtos agrícolas, antes da industrialização oucomercialização. Cadeia produtiva – Concepção da produçãode bens como um sistema em que as atividades de diversosatores são interdependentes. In natura – Comercializada semou com um mínimo de processamento. Payback – Tempodecorrido entre o investimento inicial e o momento no qual olucro líquido acumulado se iguala ao valor desseinvestimento. Portarias MS/SVS – Portarias do Ministério daSaúde e da Secretaria de Vigilância em Saúde. Valoragregado – Conjunto de valores adicionados ao preço de umproduto, em função de benefícios agregado.

Dicas do NegócioAs frutas do cerrado e seus derivados vêm

apresentando uma demanda crescente no mercado, variando conforme as safras e acompanhando a tendência internacional de valorização de produtos naturais. As exportações brasileiras também vêm aumentando nesse setor. Os alimentos derivados das frutas do cerrado, além das propriedades medicinais e cosméticas, têm alto valor nutricional, o que garante um posicionamento diferenciado no mercado e melhores possibilidades de exportação. O registro formal dos produtos para a comercialização além das fronteiras do município, estado ou país é fundamental diante das exigências legais e da clientela. Além do registro básico, a obtenção de selos e certificações de qualidade, denominação de origem e de alimento orgânico garante acesso a determinados nichos de mercado dispostos a pagar mais pela garantia de qualidade e procedência. O desenvolvimento de novos produtos derivados


das frutas do cerrado, embalagens diferenciadas e a confecção de material para divulgação impresso e digital é também uma boa estratégia de diferenciação. As empresas dedicadas à venda de produtos naturais constituem um excelente canal de distribuição varejista. No atacado, os produtores podem se reunir em cooperativas e associações para entregar os produtos a atacadistas e/ou indústrias alimentícias, farmacêuticas e cosméticas. Fábricas de sorvetes e picolés com as frutas do cerrado são tendências de mercado importantes, além da venda in natura das frutas e produção de outros gêneros alimentares como licores, geleias, frutas desidratadas, doces, bolos, tortas e o fornecimento de frutas para indústrias farmacêuticas e cosméticas. Para os grandes eventos esportivos, há expectativa de crescimento do consumo das frutas do cerrado e seus derivados, devido à particularidade do produto e da relação que ele possui com a cultura popular brasileira. Nesse sentido, os produtores locais devem investir em pesquisas e rede de contatos junto aos hotéis e outros meios de hospedagem para que possam oferecer produtos nas porções e embalagens mais adequadas ao tipo de consumo realizado pelos turistas. As frutas e seus derivados são excelentes alimentos para os esportistas. Nesse sentido, uma pesquisa de campo para levantar possibilidades de parcerias e comércio é fundamental para atingir esse mercado. Uma tendência mundial são os negócios verdes, ou seja, os empreendimentos sustentáveis cujos produtos seguem algumas regras como: atividades de produção e distribuição que busquem, além do desenvolvimento econômico, o socioambiental, promovendo melhorias das comunidades envolvidas em longo prazo e o manejo adequado das espécies nativas, visando à sustentabilidade das presentes e futuras gerações. A Copa do Mundo da FIFA 2014 promoverá a vinda de turistas de diversos países, especialmente da Europa e dos Estados Unidos, que reproduzirão aqui seu padrão de consumo


e comportamento. Assim é importante destacar uma tendênciade consumo comum no mercado europeu, chamada Locavore.Ela valoriza e dá preferência ao consumo de alimentosproduzidos localmente. Além disso, observou-se ocrescimento do comércio justo e solidário nos Estados Unidos eEuropa. Isso demonstra que a tendência é a valorização daprodução e consumo sustentáveis, como as frutas do cerrado eseus derivados. Dessa forma, o cenário de oportunidadesprovocado pela Copa do Mundo tende a ser otimista para osempreendedores do setor, permitindo um maior alcance devendas tanto das frutas in natura quanto dos potenciaisprodutos derivados delas, como sorvetes e sucos. Estratégiaspara diferenciação dos produtos garantem destaque naconcorrência, como a garantia de qualidade, a divulgação,embalagens inovadoras, parcerias com outros setores edesenvolvimento de promoções.

Características específicas do empreendedor


Bibliografia ComplementarBARRETO, Lílian Santos; CASTRO, Marina Siqueira

de. Boas práticas de manejo para o extrativismo sustentável do umbu. Brasília: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, 2010. CARRAZZA, Luis Roberto; NOLETO, Rodrigo Almeida; FILIZOLA, Bruno de Carvalho; (orgs.). Normas Fiscais, Sanitárias e Ambientais para regularização de agroindústrias comunitárias de produtos de uso sustentável da biodiversidade. 2ª ed. Brasília/DF: Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), 2012. ISBN: 978-85-63288-11-0. CARRAZZA, Luis Roberto; MACIEL, Luis Gustavo; BORGES, Moacir Chaves;


CORDEIRO, Augusto César Rodrigues; ÁVILA, João CarlosCruz (orgs.). Normas Fiscais, Sanitárias e Ambientais pararegularização de agroindústrias comunitárias de produtos deuso sustentável da biodiversidade. Brasília/DF: InstitutoSociedade, População e Natureza (ISPN), 2011. BRASIL.MDA. Roteiro de elaboração de projetos agroindustriais para osterritórios rurais. Brasília: MDA, 2007. LIMA, Victor Vinícius F.de; SILVA, Priscila Albertasse Dutra da; SCARIOT, Aldicir.Boas práticas de manejo para o extrativismo sustentável docoquinho azedo. Brasília: Embrapa Recursos Genéticos eBiotecnologia, 2010. 60 p. ISBN: 978-85-87697-61-5. SANTOSJÚNIOR, JEAN Fernandes dos et al. Bocaiuva, macaúva,macaúba, bocajá: técnicas e dicas de aproveitamento. CampoGrande/MS: ECOA, 2012. ISBN: 978-85-89621-11-3.

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