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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA BENTO GONÇALVES | NOVEMBRO 2019 | EDIÇÃO 220 | ANO 18 Foto: Rodrigo De Marco A UNIÃO NO COMBATE À DOR A hipnóloga Liara Nunes e a pediatra e oncopediatra Ângela Rech Cagol aliam a hipnose com a medicina para diminuir a dor e a ansiedade em crianças e adolescentes com doenças oncológicas.

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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA BENTO GONÇALVES | NOVEMBRO 2019 | EDIÇÃO 220 | ANO 18

Foto: Rodrigo De Marco

A UNIÃO NO COMBATE À DORA hipnóloga Liara Nunes e a pediatra e oncopediatra Ângela Rech Cagol aliam a hipnose com a

medicina para diminuir a dor e a ansiedade em crianças e adolescentes com doenças oncológicas.

SAÚDE JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Novembro 20192

Por Rodrigo De MarcoEdição Kátia Bortolini

Empresa Jornalística Integração da Serra Ltda. Rua Refatti, 101 - Maria Goretti - Bento Gonçalves - RS | Fone: (54) 3454.2018 | 3451.2500 | E-mail: [email protected] | www.integracaodaserra.com.br

Periodicidade: Mensal | Circulação: Primeira semana de cada mês, em Bento Gonçalves, Garibaldi, Santa Tereza, Monte Belo do Sul, Pinto Bandeira | Diretora e Jornalista responsável: Kátia Bortolini - MTB 8374 |

Jornalista e Social Media: Rodrigo De Marco - MTB 18973 | Área Comercial: Moacyr Rigatti | Atendimento: Sinval Gatto Jr. | Diagramação: Vania Maria Basso | Editor de Fotografia: André Pellizzari | Colaboradores e

Colunistas: Aldacir Pancotto, Carina Furlanetto, Cesar Anderle, Elvis Pletsch, João Paulo Mileski, Melissa Maxwell Bock, Rogério Gava, Thompsson Didoné

Aliada no tratamento de crianças e adolescentes com doenças oncológicas

Reprodução Web

o Brasil, o câncer lidera as causas de morte por do-ença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. A leucemia representa o maior percentual de incidência

(26%), seguida dos linfomas (14%) e tumores do Sistema Nervoso Central - SNC (13%). Nessa faixa etária, a doença geralmente afeta as células do sistema sanguíneo, o siste-ma nervoso e os tecidos de sustentação. Palidez, manchas roxas, dores nas pernas, caroços e inchaços indolores, perda de peso inexplicável, aumento da barriga, dor de cabeça e sonolência são sintomas que devem ser investigados.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2018 surgiram 12.500 novos casos de câncer infantil, e 2.704 mor-

hIpNOSE cLíNIcA

tes. Em todo o mundo, segundo a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc, na sigla em inglês), estima-se que, todos os anos, 215.000 casos são diagnosticados em crian-ças menores de 15 anos, e cerca de 85.000 em adolescentes entre 15 e 19 anos.

Em Bento Gonçalves, a oncopediatra Dra. Ângela Rech Cagol, além de tratar os sintomas clínicos, atua em conjunto com a hipnóloga Liara Nunes para diminuir a dor e a ansie-dade em crianças e adolescentes com doenças oncológicas, submetidas a procedimentos dolorosos. Essa associação é explicada por elas na entrevista concedida ao Jornal Inte-gração da Serra. Confira!

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Novembro 2019 SAÚDE 3

“O controle emocional do paciente possibilitaa otimização do processo medicamentoso”

Integração - O que é Hipnose Clínica?

Liara - É uma ferramenta te-rapêutica para promoção e res-tabelecimento da saúde física e emocional. A pessoa perma-nece consciente durante todo o processo terapêutico. Não é nada mágico e muito menos so-brenatural, é uma técnica séria e comprovada cientificamente. O Conselho Federal de Medicina propõe a indicação médica de hipnose clínica como auxiliar no tratamento de diversas enfermi-dades ou de diagnóstico, entre elas, o câncer.

Integração - Há estudos que comprovem a eficácia da hipnose no tratamento oncológico?

Liara - Vários estudos com-provam a eficácia da hipnose clínica como uma ferramenta terapêutica complementar no auxílio da dor, controle dos sin-tomas da quimioterapia, dimi-nuição da ansiedade e no pré e pós-operatório, favorecendo o relaxamento, diminuindo a tensão pré-cirúrgica e poten-cializando a cicatrização pós--cirúrgica. Segundo o Instituto de Hipnoterapia (OMNI) do Bra-sil, no decorrer desse ano, o uso da hipnose clínica como aliada aos tratamentos de combate ao câncer cresceu significativa-mente entre pessoas de todas as classes sociais nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal. Conforme o CEO da OMNI Brasil, Michael Arruda, o uso da hipno-se para alívio da dor começou na década de 50, nos Estados Unidos, quando foi constatado que a técnica aciona substân-cias que tem uma ação analgé-sica que o corpo produz natu-ralmente. Quando falamos em promoção e restabelecimento da saúde temos que pensar na integralidade do ser humano, que envolve o físico e o emocio-nal. O profissional de saúde deve se aliar a essa luta para, cada vez mais, proporcionar saúde e bem-estar a todos aqueles que buscam o seu auxílio.

Integração - De que forma você observa a utilização da hipnose para o tratamento do câncer?

Liara - Como uma ferramen-ta promotora de equilíbrio emo-

LIARA NUNES - hIpNÓLOGA

cional, controle da dor, motivação, esperança, relaxamento e autoestima. O controle emocional do paciente possibilita a otimização do processo medicamentoso.

Integração - O paciente que tem câncer pode ter a garantia de que, com o tratamento da hipnose, a doença tem mais chances de ser vencida?

Liara - Não. Acredito que nenhu-ma terapia pode dar esta garantia. O que podemos afirmar é que a hipnose proporciona a sensação de alívio físico e emocional ao paciente, contribuin-do para a restauração da saúde.

Integração - Explique as diferenças entre os diferentes tipos de hipnose.

Liara - Hipnose Clássica (1723): estamos falando em uso de induções diretas, comandos diretos. Um nome expoente da Hipnose Clássica é Dave Elman. Essa linha de hipnose baseia--se na ideia de que é possível dizer a uma pessoa de que forma agir e como fazer com que a mente acate a essa or-dem. Como nessa linha de hipnose se-gue-se um tom de comando, algumas pessoas podem acreditar que estão obedecendo a ordens e podem não se entregar ao processo. O paciente acei-ta as sugestões que melhor atende às suas necessidades. Dave Elman foi o primeiro hipnólogo a conduzir a hip-nose para a medicina em geral. Hipno-se Ericksoniana (1927): Milton Hyland Erickson foi o criador do método que leva seu nome. Psiquiatra, ele se es-pecializou em hipnose clínica e tera-pia familiar. Foi um dos fundadores da Sociedade Americana de Hipnose Clínica, em 1957, como presidente da instituição. Ele também criou o Ame-rican Journal of Clinical Hypnosis (Re-vista Americana de Hipnose Clínica) e foi seu editor por dez anos. A hipnose Ericksoniana estabelece sua forma de atuar a partir da linguagem de cada paciente para que o inconsciente ofe-reça menos resistência ao método. Utiliza metáforas e sugestões. As su-gestões são indiretas e permissivas. A hipnose Ericksoniana é uma linha que vem sendo aplicada ao Coaching, auxiliando o processo de mudança de pensamentos, comportamentos e atitudes sabotadoras, que impedem a pessoa de alcançar o que deseja. Hip-nose condicionativa (1983): criada por Luiz Carlos Crozera, a hipnose condi-cionativa é uma técnica usada para li-vrar a mente do paciente de bloqueios que interfiram diretamente em sua saúde física e emocional. A indução é

progressiva, um relaxamento corporal profundo e uma diminuição da sua frequência cerebral. O hipnólogo guia o paciente aos registros traumáticos e, nesse ponto, o profissional retira a car-ga emocional registrada, desassocian-do o trauma à determinada situação. Na hipnose condicionativa, o paciente não interage com o hipnólogo. Todas as linhas seguem um caminho dife-rente para chegar a um mesmo ponto: o benefício terapêutico.

Integração - Que mensagem você deixa para as pessoas que ainda não compreendem de fato os benefícios da hipnose clínica e que enxergam com uma certa desconfiança essa prática?

Liara - A hipnose é registrada na história da humanidade desde a Ida-de Antiga, seguindo pela Idade Mo-derna e Contemporânea. A hipnose na medicina não aconteceu por acaso. Assim, a ideia equivocada de que hip-nose é algo místico ou esotérico deve ser definitivamente abolida. A hipno-se clínica é cientificamente compro-

vada, é segura, confiável, com resultados comprovados. O paciente/cliente permanece o tempo todo consciente, partici-pando ativamente do processo terapêutico. A hipnose não tem ligação nenhuma com religiosi-dade ou crenças. Entre as várias vantagens da utilização da hip-nose clínica como ferramenta terapêutica, podemos salientar que o método apresenta re-sultados muito rápidos, perce-bidos já nas primeiras sessões. Pesquise sobre os benefícios da hipnose clínica e, acima de tudo, procure um profissional sério e habilitado para exercer a hipnoterapia.

Foto: Rodrigo De Marco

Liara Nunes: a hipnose proporciona a sensação de alívio físico e emocional ao paciente

COntatOCentro Clínico Oswaldo Cruz, 10º andar, sala 1001Rua: General Osório, 309Cel/WhatsApp (54) 99197 8034

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Novembro 2019SAÚDE4

“A dor é um dos sintomas mais angustiantesapresentados por crianças com câncer”

DRA. ÂNGELA REch cAGOL - pEDIATRA E ONcOpEDIATRA

Foto: Arquivo Pessoal

Integração - trabalhar com crianças e adolescentes com câncer é difícil para a maioria das pessoas. Como é para você?

Ângela - Escolhi a especia-lização nessa área da medicina de forma natural. Sinto que é um dom.

Integração - Como a hipnose clínica chegou a você como ferramenta de tratamento?

Ângela - Através da Liara, amiga antiga e querida. Nesses 16 anos de clínica como onco-pediatra nunca tinha ouvido falar sobre os benefícios da téc-nica. Nos últimos anos, ocorreu considerável melhora na sobre-vida das crianças com câncer. Entretanto, apesar da crescen-te conscientização sobre as causas do câncer infantil e da evolução de medicações para o combate da dor, estudos mos-tram que essas crianças con-tinuam a experimentar diaria-mente sintomas angustiantes, físicos e emocionais causados pela doença e seu tratamento.

Integração - Quais são os tipos de câncer mais comuns na infância?

Ângela - As leucemias, os linfomas e os tumores do sis-tema nervoso central são as neoplasias mais comuns na in-fância, sendo que as leucemias correspondem a cerca de 30% de todas as doenças malignas em pacientes com menos de 15 anos de idade. Nos últimos 25 anos, houve sensível melhora na sobrevida de todas as gran-des séries de câncer na infân-cia. Nos anos 1970, a sobrevida em cinco anos ficava em torno de 50%, passando para 80% nas últimas décadas. Grandes avanços ocorreram no trata-mento das neoplasias pediá-tricas, principalmente devido à centralização do tratamento em instituições especializa-das, às novas terapias medica-mentosas e aos transplantes de medula óssea. No entanto, essas novas terapias podem se associar a uma série de efeitos indesejáveis, incluindo a dor e o comprometimento das funções orgânicas.

Dra. Ângela Rech Cagol

Integração - O câncer é uma doença que assusta pela agressividade que age no organismo. De que forma os pacientes podem minimizar a dor que os acomete ao longo de um tratamento?

Ângela - A dor é um dos sinto-mas mais comuns e angustiantes apresentados por crianças com cân-cer. Além da dor causada pelo tumor propriamente dito, esses pacientes são submetidos a protocolos de tratamento em que procedimentos potencialmente dolorosos estão in-seridos com finalidades diagnóstica e terapêutica. Além disso, práticas empíricas de avaliação geralmente levam a não valorização da dor na criança, resultando no seu subtra-tamento. O reconhecimento da dor a partir das escalas de avaliação, o conhecimento técnico-científico acerca da fisiopatologia da dor e do arsenal terapêutico disponível, a sensibilidade para o problema e a mudança de comportamento no sentido de uma abordagem multi-disciplinar são de suma importância para minimizar o sofrimento enfren-tado por esses pacientes.

Integração - O controle da dor é feito de que forma?

Ângela - Comumente é neces-sária a associação de várias moda-lidades de medicações para o con-trole da dor, sendo que o modo de emprego e a eficácia de cada uma dessas alternativas ainda necessi-tam ser determinados por pesquisas futuras, dificultando uma recomen-dação padrão. A dor relacionada ao tumor propriamente dito é resul-tado da invasão direta pelo tumor dos nervos, ossos, partes moles, li-gamentos, fáscia e, ainda, causada por dor visceral a partir dos meca-nismos de distensão e obstrução. Além da dor associada ao tumor, a maioria dessas crianças necessi-ta ser submetida a procedimentos dolorosos para diagnóstico ou tra-tamento do câncer ou das compli-cações relacionadas à doença. A dor resultante do tratamento do câncer, ou seja, da quimioterapia, frequen-temente tem também característica de dor neuropática.

Na maioria das vezes, a fisiopa-tologia da dor determina a seleção dos medicamentos utilizados. Por exemplo, os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) são utilizados para dor nociceptiva e traumática

em partes moles e ossos; os anties-pasmódicos são utilizados para dor visceral; e os corticoides, anticon-vulsivantes e antidepressivos são utilizados para dor neuropática. Co-mumente é necessária a associação de várias modalidades de medica-ções para o controle da dor, sendo que o modo de emprego e a eficá-cia de cada uma dessas alternativas ainda necessitam ser determinados por pesquisas futuras, dificultando uma recomendação padrão.

Integração - a hipnose pode, de fato, auxiliar no tratamento contra o câncer?

Ângela - Sim. A hipnose vem sendo utilizada ao longo da história como um método terapêutico útil no alívio da dor associada a diversas causas, entre elas o câncer, em pa-cientes adultos e pediátricos. Wild e Espie realizaram revisão sistemática sobre a eficácia da hipnose na redu-

ção da dor e ansiedade em pa-cientes pediátricos oncológicos e concluíram que a ferramenta pode ser uma terapia coadjuvan-te valiosa na diminuição da dor. São poucos estudos ainda que atestam esta afirmativa, mas não devemos ignorá-la, pois tudo vem a somar para o alivio da dor enfrentada por crianças com do-enças oncológicas submetidas a procedimentos dolorosos.

COntatORua José Mário Mônaco, 227Edifício Serrano, 5º andarSala 504Fone: (54) 2621 3615

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Novembro 2019 SAÚDE 5

Bento GonçalvesRua Dr. José Mário Mônaco,

227 - Sala 905, CentroFones: (54) 3702.4113

(54) 99970.4113

Foto: Eduardo Benini

Dr. Felipe de David,Cirurgião Plástico

NOVEMBRO AZUL

Cuidados com saúde e estéticacrescem entre população masculina

De tabu à realidade, os procedi-mentos estéticos e cuidados com a saúde, até pouco tempo atrás com baixa procura, vêm ganhando cada vez mais adeptos entre a população masculina. Campanhas de conscienti-zação, como o Novembro Azul – idea-lizado para reforçar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata – e dados de cirurgias plásticas realizadas em ho-mens no Brasil – que quadriplicaram nos últimos cinco anos – evidenciam um movimento de aproximação entre o homem e o zelo pela estética e vida saudável.

Muitas das intervenções plásticas, inclusive, vão além da aparência e contribuem para a qualidade do estilo de vida – a exemplo da lipoaspiração, do lifting facial e das cirurgias que corrigem ginecomastia (crescimento anormal das mamas). Ao fortalecerem a autoestima dos pacientes, os proce-dimentos vão ao encontro de deman-das que fazem parte de um novo con-texto social em processo de definição. “Grande parte dos homens que pro-curam os consultórios médicos para intervenções estéticas objetivam uma melhora no aspecto físico, rejuvenes-cendo a aparência. Isso, claro, aliado à consequente influência direta em há-bitos de vida mais saudáveis”, conside-ra o cirurgião membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Felipe de David.

Dados de adesão a procedimentos estéticos e alerta sobre casos de câncer de próstata mostram preocupação cada vez maior dos homens sobre estilo de vida saudável

Responsável pelo impressionante número de 276 mil cirurgias ao ano, a prática estética entre a comunidade masculina difere de acordo com a fai-xa etária: da infância até a juventude, a cirurgia plástica mais comum entre homens é a otoplastia (correção das orelhas em abano). Já entre 20 e 30 anos, ganha destaque a rinoplastia (plástica no nariz), e a ginecomastia, ou seja, correção das mamas mascu-linas – esse procedimento, aliás, é o mais procurado pelos homens, segun-do a SBCP. Até os 40 anos, por sua vez, muitos procuram os cirurgiões plásti-cos para realizar lipoaspiração, lipoes-cultura e também implantes capilares. A blefaroplastia (cirurgia nas pálpe-bras) é comum entre pacientes de 50 a 60 anos e, para além dessa idade, o lifting facial é o preferido.

Campanha convida a debater saúde masculinaCom o objetivo de chamar a aten-

ção para a prevenção e o diagnóstico precoce de doenças que atingem a população masculina, a campanha Novembro Azul surgiu em 2003 e, des-de então, espalha pelo mundo a cultu-ra da conscientização sobre cuidados com a saúde do homem. O principal foco da iniciativa é o câncer de prós-tata, que atingiu cerca de 68 mil pes-soas somente em 2018. Esses valores correspondem a um risco estimado

de 66,12 casos novos a cada 100 mil homens, além de ser a segun-da causa de morte por câncer em indivíduos do gênero masculino no Brasil, com mais de 14 mil óbitos.

Existem alguns fatores que po-dem aumentar as chances de de-senvolvimento do câncer de prósta-ta. Entre eles, médicos especialistas destacam o aumento do risco com o avançar da idade – no Brasil, a cada dez homens diagnosticados com câncer de próstata, nove têm mais de 55 anos. Outros fatores determi-nantes são o histórico de câncer na família, o sobrepeso e a obesidade.

Na fase inicial, o câncer de prós-tata pode não apresentar sintomas e, quando apresenta, os mais co-muns são dificuldade ou demora em começar e terminar de urinar, sangue ou diminuição do jato de urina e necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite. Nes-se sentido, cuidados com uma ali-mentação saudável, manter o peso corporal adequado, praticar ativida-de física, não fumar e evitar o con-sumo de bebidas alcoólicas estão entre os fatores que mais ajudam a prevenir a doença. Porém, em caso de algum dos sintomas, é extre-mante importante procurar imedia-tamente um médico especialista, que irá dar andamento aos exames e procedimentos necessários.

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Novembro 20196

“Vou brigar pela cultura”, diz Beatriz Araujo no cIc

ENTIDADES

Com a perspectiva de aumentar de R$ 35 milhões para R$ 40 milhões a oferta de isenção na lei de incenti-vo à cultura para 2020, a secretária estadual da Cultura, Beatriz Araujo, apresentou, durante encontro muito animador no Centro da Indústria, Co-mércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG), as mudanças que pretende implementar na gestão do segmento nos próximos anos. A palestra ocorreu no último dia 6 de novembro.

Uma das principais mudanças é a alteração no valor da contrapartida das empresas que se beneficiam da isenção fiscal através da Lei de Incen-tivo à Cultura (LIC). Para terem direito à renúncia de 100% do valor repassa-do ao projeto, elas precisavam depo-sitar 25% do valor ao Fundo de Apoio à Cultura (FAC). O projeto da Secreta-ria Estadual da Cultura (Sedac), já em tramitação na Assembleia Legislativa, sugere reduzir o índice para 10%. “As empresas que aportarem igual ou mais do que 1% do montante global disponível, ou seja, se for R$ 40 mi-lhões, a empresa que aportar R$ 400 mil deverá colocar no FAC R$ 400 mil

também, mas com 100% de isenção”, disse.

Essa mudança está relacionada a uma medida já adotada pela Sedac quanto ao FAC, que financia direta-mente projetos via editais. Como a captação para usar na totalidade os R$ 35 milhões disponibilizados está abaixo da expectativa, o Conselho Estadual da Cultura, responsável por avaliar os projetos do FAC, teve am-pliado seu orçamento de R$ 5 milhões mensais para R$ 6 milhões. Com isso, a ideia é aprovar mais projetos e me-lhorar a captação dos recursos até o final do ano – num montante de R$ 18 milhões até dezembro. “Não que-remos deixar nenhum real desses 35 milhões disponibilizados para todo o Estado, queremos que eles sejam uti-lizados, porque senão não tem razão da secretária pedir para o governador aumentar para R$ 40 milhões se não consigo usar R$ 35 milhões”.

Outra mudança é quanto à atuali-zação da tabela da Lei Bernardo, que passa a considerar como base de cál-culo o saldo devedor do ano do ICMS, e não mais o mensal.

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Novembro 2019 7FEIRA

TEcNOVITIS 2019

Fique Informado!Entretenimento, promoções,

músicas e muita notícia.

A terceira edição da Tecnovitis ocorre de 4 a 6 de dezembro deste ano, em Bento Gonçalves, no Vale dos Vinhedos, nas dependências do Ho-tel Villa Michelon, das 10 às 18 horas, com entrada e estacionamento fran-co. A feira, voltada à tecnologia para agricultura, é promovida pelo Sindica-to Rural da Serra Gaúcha, sediado em Bento Gonçalves.

A próxima edição vai reunir 100 expositores, entre empresas nacionais e multinacionais, entidades e institui-ções, com um acréscimo de 30% em relação a ocorrida em 2017. Além dis-so, a Tecnovitis 2019 vai ocupar a área total do complexo Villa Michelon para o desenvolvimento da programação da feira, que abrange desde visitas de campo, apresentações de técnicas de cultivo de videira e de tecnolo-gias, seminários e palestras técnicas, demonstração de máquinas e equi-pamentos, até comercialização de produtos agrícolas e agrofamiliares. A abertura oficial ocorre no próximo dia 5 de dezembro, às 19 horas.

Segundo o presidente do Sindica-to Rural da Serra Gaúcha, Elson Sch-neider, a expectativa é de que essa edição supere a anterior, tanto em vi-sitação como em volume de negócios. A edição anterior recebeu 138 mil vi-sitantes, oriundos de nove Estados do Brasil onde há cultivo de videiras. Já a comercialização conjunta foi de cerca de R$ 70 milhões. Conforme Schnei-der, a comercialização conjunta dessa próxima edição deve ultrapassar os R$ 100 milhões, consolidando a Tecno-vitis como o maior encontro do setor vitícola do país.

Feira reunirá 100 expositores voltados ao setor vitícolaEvento ocorre de 4 a 6 de dezembro, no Vale dos Vinhedos, no Hotel Villa Michelon

Elson Schneider

Foto: Kátia Bortolini

Foto: Divulgação

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Novembro 20198

INHASV

Leonel e Paulina Giordani com o fotógrafo André Pellizzari, no lançamento da obra “Carregando Sonhos” , que conta a trajetória da família de Leonel Giordani

Foto: Zeto Teloken

Foto: Kátia Bortolini

Eva Machado Troian comemorou 90 anos no último dia 23 de outubro,recebendo familiares e amigos da Paróquia Cristo Rei

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Novembro 2019 9SERVIDORES MUNIcIpAIS

pREVIDÊNcIA SOcIAL

Em entrevista coletiva, o advo-gado Jeferson Dytz Marin, Diretor da Marin Advogados Associados, e a Pre-sidente do Sindiserp, Neilene Lunelli, falaram sobre o apontamento feito pela Secretaria da Previdência Social, vinculada ao Ministério da Economia, que notificou a Prefeitura de Bento Gonçalves pelas alterações realizadas no FAPSBENTO, onde o Governo Fe-deral coloca como irregular o equilí-brio financeiro e atuarial do Município de Bento Gonçalves. O apontamento ocorreu em razão das ilegalidades praticadas na elaboração do cálculo atuarial, alterado em julho deste ano, que estabeleceu novo norte nas con-tribuições do Fundo de Aposentadoria e Pensão do Servidor Público Munici-pal de Bento Gonçalves.

Na época, o Sindiserp alertou o Governo Municipal, os Conselheiros e os vereadores, que também aprova-ram as mudanças, através de parecer técnico, das ilegalidades da mudança. Por solicitação da entidade, foi elabo-rada uma análise no âmbito jurídico, econômico e contábil, com profissio-nais que atuam no mercado há mais de 30 anos, coordenada pelo escritório Marin Advogados Associados. Neste parecer técnico são apontados oito itens irregulares, todos acatados pela Secretaria da Previdência Social. O fato ocorre, principalmente, em razão de que o cálculo coloca em risco o futuro das aposentadorias dos servidores pú-blicos do Município. “Conforme alerta-

Alteração no Fundo de Aposentadoria domunicípio de Bento em situação irregular

Administração foi notificada ainda em agosto, mas não cumpriu o prazo de resposta e também não tomou nenhuma medida

A pEDIDO

do insistentemente pelo SINDISERP, a lei municipal, que, dentre outras previ-sões, traz a redução da correção para o repasse de valores em atraso pelo Município, ao Fundo Municipal, põe em risco o futuro dos servidores públi-cos. O ponto central do debate e das ilegalidades identificadas na análise técnica do SINDISERP e reconhecidas pelo Ministério da Economia é, claro, a inadequada metodologia empre-gada no cálculo que gerou o valor de contribuição. A sistemática do Municí-pio elegeu critérios inadequados, dei-xando de adotar previsões básicas de risco, o que poderá gerar um colapso no sistema previdenciário municipal, redundando em prejuízos irreparáveis aos servidores públicos” explica o ad-vogado Jeferson Dytz Marin.

Tecnicamente, o Ministério da Economia, capitaneado pelo Ministro Paulo Guedes, reconheceu a irregula-ridade do Município, o que implicará na suspensão do CRP – Certificado de Regularidade Previdenciária. A manu-tenção das ilegalidades, ou seja, das alterações promovidas no Regime Próprio de Previdências efetivadas pela Lei Municipal 6.524, de 24 de ju-lho de 2019, impedirá a renovação do certificado para que se opere o Fundo Próprio de Previdência e, inclusive, im-pedirá a contratação de novos servido-res.

Segundo a Presidente do Sindi-serp, Neilene Lunelli, desde o início o propósito da entidade foi o de cons-

truir uma alternativa legal e evitar ge-ração de riscos aos servidores, buscan-do uma solução ágil e correta. “Desde 1999 a lei que rege o Fapsbento vinha sendo cumprida pela administração municipal, sem nenhum prejuízo ao erário público. Por isso não entende-mos as duas alterações realizadas no Fapsbento, uma no final de 2018 e ou-tra em julho deste ano, prejudicando o servidor e colocando em risco o futuro fundo e da aposentadoria dos funcio-nários públicos” comenta Neilene.

O Tribunal de Contas do Estado também foi alertado e o advogado Jeferson Dytz Marin não descarta uma reunião em Brasília para tratar do as-sunto. “Como a administração não se manifestou, está em situação irregular no item equilíbrio financeiro e atuarial do Município. Pode ocorrer, nesse sen-tido, intervenção do Ministério, sendo importante ressaltar que a lei prevê uma série de consequências em face das ilegalidades e situação de irregu-laridade” destaca Marin.

Outra questão abordada na cole-tiva, foi a decisão do Juiz Andre Ses-sim Parisenti, da 2ª Vara do Trabalho de Bento Gonçalves, que determina que o Município de Bento Gonçalves deverá manter os descontos da men-salidade do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, na folha de pa-gamento dos servidores associados, enquanto durar a ação judicial que tra-ta do assunto. Desde o ano passado o Município de Bento Gonçalves vem se negando a efetuar tais descontos, sob o argumento de que não estaria obri-gado, mesmo com pedido expresso dos servidores associados. “A Justiça do Trabalho reconheceu o direito do Sindiserp, entendendo que há perigo de dano em postergar a realização dos descontos para o final da ação, já que a própria atividade sindical estaria

Justiça determina que Prefeitura mantenha desconto em folha das mensalidades

afetada, determinando que o Municí-pio assim proceda, sob pena de multa mensal de R$10.000,00. Na liminar, o Juiz coloca que o ato da administração beira a má-fé”, destaca Marin.

“Desde o final do ano passado, a entidade vem enfrentando dificulda-des em manter o desconto em folha das mensalidades dos servidores asso-ciados. Importante ressaltar que não é contribuição sindical, mas uma men-salidade que o servidor paga ao se as-sociar ao Sindiserp. E sua associação à entidade o faz por livre vontade. Com essa atitude, o Executivo não está afe-tando apenas o Sindicato, mas o seu próprio servidor também” comenta a Presidente do Sindiserp, ressaltando que esta parceria sempre foi cumprida pelos Prefeitos do município, sem cus-tos para os cofres públicos. 54 3453 697354 3453 6516

aPOIO

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Novembro 2019FESTA DE cRISTO REI10

Em 9 de janeiro de 1949, o bispo Dom José Barea (1893-1951) criou a Paróquia Cristo Rei, em Bento Gonçal-

Uma história construída pela comunidadepARÓQUIA cRISTO REI 70 ANOS

ves. Barea, filho de imigrantes italia-nos, foi o primeiro bispo da Diocese de Caxias do Sul. Com sete décadas de história, a paróquia é um dos maio-

res motivos de alegria e orgulho da comunidade religiosa bento--gonçalvense.

O pároco e coordenador da paróquia, pa-dre Gilmar Paulo Marchesini, não esconde o orgu-lho em se recor-dar da história de um dos espaços religiosos mais importantes da cidade.

“A Paróquia Cristo Rei come-çou de um jeito em termos geo-políticos e hoje está totalmente

diferente, com enormes bairros, com muitas pessoas que vieram de cida-des do norte do Rio Grande do Sul, e que construíram nossas igrejas e co-munidades num aspecto bem parti-cipativo, envolvente e trazendo as di-ferentes experiências que vieram com nossos imigrantes. Para celebrar os 70 anos escolhemos o tema das etnias, de uma forma para celebrar os ale-mães, poloneses, afrodescendentes, os que vieram das fronteiras ou de ou-tros Estados. Por isso, em termos ge-opolíticos, a nossa paróquia acolheu muita gente que veio de fora”, diz.

O padre Gilmar, munido de extre-ma sensibilidade em suas palavras e que tem enorme prestígio por parte da comunidade, afirma que a paró-quia está num momento positivo de sua história.

“No aspecto pastoral eu quero dizer que a nossa paróquia está num momento muito bom de organização, de articulação dos conselhos paro-quiais, comunitários, das diferentes equipes e das pessoas que estão en-

volvidas nas diversas atividades. Nes-tes 70 anos, a paróquia fez um bem enorme às famílias carentes e as que vieram de fora. A paróquia procurou construir verdadeiros laços, dando espaços para leigos, leigas e lideran-ças. Nesses 70 anos, a paróquia sem-pre contou e ainda conta com muitos leigos que trabalham, animam e são, de fato, verdadeiras inspirações de fé”, afirma.

Ainda, segundo o pároco, tem sido realizado um trabalho abrangen-te junto à comunidade.

“Nós sentimos, nos últimos anos, o desafio missionário de chegarmos nas famílias, nas pessoas, nas crianças, nos jovens, de mobilizarmos um gran-de número de pessoas para não cen-tralizarmos no padre, mas que para os leigos pudessem assumir a sua voca-ção missionária. É uma alegria imensa estar trabalhando na Paróquia de Cris-to Rei, com tantas lideranças, amigas e amigos. Procuramos juntos fazer uma bela caminhada de comunhão”, se emociona.

Arquivo Pessoal

Pároco de Cristo Rei, padre Gilmar Paulo Marchesini

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Novembro 2019 11FESTA DE cRISTO REI

O que diz o historiadorItacyr Luiz Giacomello

O historiador Itacyr Luiz Giaco-mello, 80 anos, é o autor do livro “Ci-dade Alta, Raízes de um Povo”, e pelo período de 12 anos atuou como se-cretário da Paróquia Cristo Rei, tendo grande prestígio junto à comunidade.

“Por volta de 1945 teve um movi-mento popular pró-construção da Pa-róquia Cristo Rei, e que finalmente em 1949, com a chegada do vigário Rui Lorenzi foi possível realizar. A Comis-são foi liderada pelos senhores Luiz Todeschini e Orestes Tregnago. Ele foi o grande construtor da igreja matriz e ficou por quase 19 anos como vigário da paroquia. É preciso dizer que o ob-jetivo maior dele era a construção da nova Igreja Matriz Cristo Rei, o que foi feito através dos ano e inaugurada em 1954. Outro ponto importante para ser lembrado é que o padre Arnaldo

9h30 Missa Solene dos 70 anos da criação da Paróquia Cristo Rei e louvor pelas Santas Missões do Jubileu. A missa será animada pelo Coral Cristo Rei11h Procissão motorizada até o Salão da Associação 8 da Graciema12h Almoço festivo no salão da Associação 8 da Graciema (comunidade Nossa Senhora das Graças)18h Missa de Ação de Graças pelos festeiros e todos os colaboradores Apresentação da equipe de festeiros para a 74ª Festa e louvor pelos 70 anos da criação da Paróquia de Cristo Rei. A missa será animada pelo Coral Cristo Rei19h Apresentação musical “Gaitaço de Cristo Rei”, em frente à Igreja de Cristo Rei (Praça Pe. Rui Lorenzi)

pROGRAMAÇÃO73ª FESTA DE cRISTO REI

24 DE NOVEMBRODOMINGO

Reprodução Web

Gasparoto realizou a primeira expo-sição de uvas e produtos coloniais no salão paroquial, tendo, de certo modo, sendo visto como uma moti-vação para a primeira Fenavinho em 1967”, conta.

Giacomello se emociona ao re-cordar os 12 anos que atuou como secretário da paróquia. “Os 12 anos como secretário da Paróquia Cristo Rei foram de muito aprendizado e só tenho a agradecer a todo o apoio da comunidade e dos padres que por lá passaram. Foi muito gratificante como morador da Cidade Alta e também por ter participado como secretário do Conselho de Administração. Hoje, o padre Gilmar Marchesini também está desenvolvendo um belo traba-lho, juntamente com os demais sacer-dotes”, afirma.

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Novembro 2019

Caderno de Cultura e Arte |

Jornal Integração da Serra | Nº 73 | Novembro 2019

Foto: Jackson Ciceri/FNM

MúsICA TOMOU

CONTA DA CIDADE

págINAs CENTRAIs

Velhos (des)conhecidos

então, você encontra aquele amigo de infância, ou de escola, assim, por

acaso. E acontece que ele não te diz mais absolutamente nada. Você até se pergun-ta: como fomos tão amigos? Agora, ele é um “velho desconhecido”. Disse o Nelson Rodrigues que a amizade é uma ilusão. Que amigos não existem. Montaigne, ci-tando Aristóteles, falou o mesmo (não sem uma ponta de ironia): “Ó meus amigos, um amigo é coisa que não existe”. Amigos são navios que se cruzam no vasto oceano, apitando ao longe. Cada qual em seu pe-queno pedaço de mar, perdido na vastidão do grande mundo. Nada sabendo de ver-dade sobre quem vai lá.

Contradições

ueremos que nossos filhos cresçam; queremos que nossos filhos não

cresçam jamais. Queremos paz e tranqui-lidade, mas também dinheiro e reconhe-cimento. Só nos enxergamos nos outros; que também são – como lembrou Sartre – nosso terrível inferno. Sabemos que va-mos morrer; sentimos, no entanto, a imor-talidade batendo forte em nosso peito. So-mos um só; somos muitos. Pobre homem, essa contradição ambulante. Edgar Morin pergunta: “somos faces contraditórias da mesma pessoa? Ou pessoas contradi-tórias da mesma face?”. E Walt Whitman emenda: “Eu sou contraditório. Eu sou imenso. Há multidões dentro de mim”. A única verdade absoluta é que vivemos sob verdades contrárias: dúvida e fé; amor e ódio; racionalidade e misticismo; vida e morte. Verdade do homem: somos uma contradição que respira. Mas, afinal, como disse o admirável Quintana: “Quem nunca se contradiz deve estar mentindo”.

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RogérioGava

[email protected]

Notas ao Livro dos Mistérios

“A existência na terra

é mistério impensável

nasce um, e morre outro

sofrível, insuportável

uns sorrindo, ou cantando;

da vida se lastimando

por viver muito instável”

Abraão Batista, poeta cordelista cearense

Mudar para continuar o mesmo

magine um navio que deixa o porto. No caminho do destino, partes lhe vão sendo substituídas. Primeiro, o convés. De-

pois, a proa. Os mastros, as cabines. Antes de chegar ao fim da jornada, todas as peças foram trocadas, o casco, tudo, até o último parafuso. Ao atracar, será o mesmo navio? E nós, somos os mesmos após tanta mudança? Não reconheço mais aquele que fui aos vinte anos. Embora eu saiba que aquele que lá fui, é o mesmo que sou agora. A mesma pessoa totalmente dife-rente. O psicanalista Juan-David Nasio batizou esse fenômeno de “mesmidade”, o “coração atemporal de nosso ser”. Somos essencialmente os mesmos ao longo de todas as idades que vivemos. Morin: “De fato, cada um de nós, com a idade, conser-vou as idades precedentes”. Mudamos, por certo, ao longo de toda a vida, mas há uma espécie de essência do eu que con-servamos, apesar de todas as mudanças. Será essa a sombra luminosa de nossa alma?

A necessidade última

ilosofia do Riobaldo, filósofo de todas as horas: “Como não ter Deus?! Com Deus existindo, tudo dá esperança:

sempre um milagre é possível, o mundo se resolve. Mas, se não tem Deus, há-de a gente perdidos no vaivém, e a vida é burra. (...) é todos contra os acasos. (...) Deus existe mesmo quando não há. (...) Mas a gente quer Céu é porque quer um fim: mas um fim com depois dele a gente tudo vendo”. Falou o sábio.

O cérebro

ico sabendo que se contarmos as conexões neuronais de nosso cérebro, chegaríamos ao número 10 seguidos de

um milhão de zeros. Precisaríamos de 32 milhões de anos para conferir cada uma delas. Cem bilhões de neurônios pulsam sem parar dentro de nossa cabeça, todos os dias. Um único neurô-nio, por sua vez, sustenta em média um milhão de bombas de sódio. Ao todo, são cem bilhões de trilhões de bombas de sódio pulsando. Quando lemos um texto simples como esse, cada neurônio troca informações com outros a uma taxa de duzentos milhões de operações por segundo. O cérebro é o inexplicável tentando se explicar. Será o cérebro o começo e o fim de tudo o que somos?

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I

F

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Césaranderle

Diretor da Anderle Transportes

Coraçãomportante órgão do corpo humano que, com seu pulsar, nos faz viver a cada dia em plenitude.

Coisas simples e ao mesmo tempo complexas nos deixam numa profunda reflexão. Somos grandes e pequenos num piscar de olhos. O coração nos faz sentir Vida a cada segundo. A batida dele nos remete a pensarmos num todo. Imaginemos o trabalho inten-so deste órgão, é de fundamental importância para o restante do corpo.

Como seria o nosso caminhar? Como seria a nos-sa mente? Como seria o nosso ser sem ele? Nada disso existiria, não é verdade?

Todos os órgãos são importantes para podermos acordar a cada manhã. Se um deles falhasse, seria difícil se levantar. Percebemos a importância do rim, das pernas, do cérebro, do pâncreas e de todos os demais. Deus realmente se faz agir em cada segundo de nossas vidas, não nos damos conta por vivermos numa frenética intensidade do dia a dia, mas como ficamos gratos à Vida que Deus nos deu. A cada ins-pirada é o próprio Deus que nos diz: - Vai em frente, não desista, agradeça e tenha fé, Eu estou contigo para te aliviar as preocupações e as dificuldades.

Nós como pessoas, grupos ou comunidades, não somos diferentes, precisamos um dos outros para re-

alizar os trabalhos, buscamos o bem comum, mas só iremos alcançá-lo se entendermos o sentido da união, o sentido da empatia, se nos colocarmos no lugar do outro, assimilar as angústias, as tristezas, as preocu-pações, as alegrias e a felicidade do outro. Só assim poderemos, de forma plena, dizer que estamos viven-ciando a Graça da Vida.

Deus nos deu inteligência, cabe a nós utilizá-la para o bem, fazer o bem sem olhar a quem.

Numa comunidade, bem como numa empresa, convivemos com muitas pessoas, com pensamentos diferentes e muitas vezes divergentes, mas quando olhamos num só destino, com um só sentido, com um só objetivo, temos grandes probabilidades de nos sentirmos valorizados e satisfeitos. Unindo várias in-formações, compilando dados, conseguimos discer-nir melhor as situações e assim tomarmos as deci-sões mais sensatas e coerentes. O olhar para o outro numa comunidade ou numa empresa é fundamental, pois o coletivo é que nos traz a Felicidade plena. A busca por esta plenitude passa pela quebra de alguns paradigmas, mas faz com que todos alcancem os ob-jetivos em comum.

Somos privilegiados por estarmos todos num só barco.

Mosaico | Jornal Integração da Serra | Novembro 2019 | 5

ento Gonçalves ¨bombou” com a programação da Fes-ta Nacional da Música 2019,

ocorrida de 18 a 23 de outubro des-te ano no Dall’Onder Grande Hotel, na Fundação Casa das Artes e na Rua Coberta. A música tomou conta da cidade, mobilizando milhares de pessoas de todas as faixas etárias, em torno de shows com artistas de projeção nacional, do projeto Ninho da Criação, de palestras, de encon-tros de estudantes com artistas, da Noite de Homenagens e da Noite de Shows para Televisão e Redes So-ciais. O evento, em sua 15ª edição, reuniu em torno de 300 artistas de diversos estilos musicais e represen-tantes de gravadoras.

Bento Gonçalves“bombou”

O Show Nacional, na noite de terça-feira (22 de outubro), protagonizado por artistas participantes da Festa Nacional da Música, reuniu mais de 20 mil pessoas na Rua Coberta. Foram quase cinco horas de música e mais de 20 atrações, entre cantores e bandas conhecidas do público, que dividiram o palco com jovens artis-tas, em uma coleção de grandes sucessos.

Mais de 20 mil pessoas prestigiaram as mais de 20 atrações na Rua Coberta

Foto: Jackson Ciceri/FNM

Foto: Jackson Ciceri/FNM

Show para estudantes na Casa das Artes O grande encontro do pagode na Rua Coberta

Foto: Jackson Ciceri/FNM

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cantora Sandra de Sá, referên-cia mundial do Soul Music,

colocou o público para dançar e espantar o frio, um aquecimento de luxo para a noite de shows. Ao lado do trio Soul de Brasileiro, compos-to por Simone, Floresta e Sandamí, interpretou sucessos como “Soul de Verão” e “Olhos Coloridos”. Sanda-mí (ex banda Sambô) que estava na bateria, também aproveitou e cantou o sucesso “Mercedes Benz” (Janis Joplin) em ritmo de samba.

Mistura de ritmosOs gaúchos da banda Fresno

foram os anfitriões do que o próprio cantor e band-leader Lucas chamou de “#rolêaleatório”. A mistura de rit-mos tomou conta do palco quando se juntaram a ele os regueiros Tales de Polli, vocalista da banda Maneva, e Jô Zeider, da Planta e Raiz. Clima que mudou completamente quando a Fresno convidou ao palco a dupla Bruninho e Davi e, depois, o cantor de forró Frank Aguiar. O bloco apre-sentou clássicos como “Evidências” e “Morango do Nordeste”.

Sula Miranda e os novos sertanejosO ritmo sertanejo também mar-

cou presença na noite de shows. Sula Miranda, a rainha dos cami-nhoneiros, emocionou a plateia com clássicos como “Caminhoneiro do Amor” e “Nova York”. Ao lado da du-pla Roberty e Ruan, grande revela-ção do sertanejo, cantou “Saudade Matadeira”. Como uma grande vi-trine para novos artistas, outros no-mes puderam mostrar seu trabalho na Festa Nacional da Música. Prata da casa, Felipe Girardi levantou o público. Além dele, cantaram Tuta Guedes e as duplas Noelle e Junior e Fredy e Fábio.

O grande encontro do pagodeQuantos grupos de pagode ca-

bem em um grande palco? A Festa Nacional da Música mostrou que não há limites, quando a música é de qualidade. No bloco pagode, o Zueira foi o anfitrião, convidando os amigos do Bom Gosto, Turma do Pagode, Pixote, Adriano Ribei-ro, André Marinho, Adryana Ribeiro e Delacruz. A plateia foi ao delírio com grandes clássicos do samba e do pagode como “Vou Fazer Acon-tecer”, “Patricinha de Olho Azul” e “Camisa 10”.

Novos talentosO palco da Festa Nacional da

Música também foi espaço para mostrar novos talentos e revelar ar-tistas. Alguns conhecidos do públi-co. Outros com muitos seguidores na internet. Alguns com bandas que se formaram há pouco tempo, ou-tros com músicos de apoio de dife-rentes formações. O Show Nacional também contou com a participação da banda Elixir Inc., de Rodrigo Zor e do Sem Reznha.

“O amor é a única revolução verdadeira”O palco da Festa Nacional da

Música, voltada para todos os esti-los, não deixou de fora um grande encontro do pop e rock nacional. Os Detonautas foram os anfitriões des-se bloco, que reuniu Felipe Pezzoni, Vitor Kley e Sylvinho Blau Blau.

Com uma mensagem de oti-mismo e empatia, Tico Santa Cruz declarou que “o amor é a única re-volução verdadeira”, chamando o público para entoar sucessos como “Quando o Sol se For”. Nessa mes-ma vibração, um grupo de crianças subiu ao palco para entoar o hit “O Sol”, acompanhando o cantor Vitor Kley, autor do sucesso. Fechando a noite, o Dj Zullu compartilhou o pal-co com o cantor Naldo, com muita energia.

Cinco horasde música

Sandra de Sá Sandamí

Sula Miranda

Felipe Pezzoni, Banda EvaFresno e Frank Aguiar

Vitor Kley chamou crianças ao palco para entoar o hit “O Sol”

Tico Santa Cruz

Naldo

Fotos: Jackson Ciceri/FNM

Mosaico | Jornal Integração da Serra | Novembro 2019 | 7

evento foi marcado ainda pela Noite de Homenagens, ocorri-

da na segunda-feira, (21 de outubro), nas dependências do Dall’Onder Grande Hotel. Na ocasião, foram prestadas 16 homenagens, entre artistas e personalidades que movi-mentam o cenário musical brasileiro. Os agraciados da Festa Nacional da Música 2019 foram: o tenor Thiago Arancam, os cantores Bruninho e Davi, o sambista Dudu Nobre, o can-tor Vitor Kley, o cantor Paulo Ricardo, o maestro Eduardo Lages, o com-positor Antônio Villeroy, o cantor/compositor Serjão Loroza, a banda Fresno, formada por Lucas Silveira, Gustavo Mantovani, Mario Camelo e Thiago Guerra, a cantora Midian Lima, o compositor Bruno Caliman, o empresário Gustavo Vianna, o em-presário Sérgio Affonso, o adminis-trador Chico Ribeiro, o administra-dor Northon Vanalli e a Audio Porto e a Fábrica do Futuro, representa-da pelos irmãos Rafael e Francisco Hauck.

O padre Antônio Maria foi o pri-meiro convidado a entregar o tro-féu nas mãos do maestro Eduardo Lages. Os dois entoaram, juntos, “Nossa Senhora”, imortalizada na voz do Rei Roberto Carlos. A can-ção foi acompanhada com como-ção pelo público. O que seguiu foi um desfile de atrações musicais dos mais diferentes estilos.

A dupla Bruninho e Davi, Fresno, Thiago Arancam, Bruno Caliman e o festejado Vitor Kley representaram a nova geração da música nacional. Arancam, que entoou “My Way” à capela, disse que a emoção da pre-

Noite deHomenagens

Emoção tomou conta do evento que dinstinguiu 16 artistas e personalidades

miação em Bento Gonçalves era su-perior a dos prêmios que ele já havia recebido ao longo de sua carreira, em todo o mundo.

Sérgio Affonso (Warner Music Brasil), Gustavo Vianna (Abramus), Chico Ribeiro (UBC), Norton Vanalli (Sonotec) e os irmãos Rafael e Fran-cisco Hauck (Audio Porto/Fábrica do Futuro) representaram os profis-sionais que movimentam, inovam e fazem acontecer a indústria musical. Eles foram muito festejados pelos artistas em reconhecimento genuíno pelo empenho em sempre impulsio-nar o mercado nacional.

A cantora gospel Midian Lima ar-rancou lágrimas da plateia ao entoar “Jó”, um de seus grandes sucessos. Já o gaúcho Antonio Villeroy contou histórias de sua carreira e interagiu musicalmente com o público can-tando “Pra rua me levar”, gravada por inúmeros artistas, acelerando o ritmo da festa.

Serjão Loroza encheu o audi-tório com soul music de altíssima qualidade, na companhia de Sandra de Sá e do grupo Soul de Brasileiro. Com seu carisma, ele destacou que a música é o somatório de esforços coletivos. “É nóis”, repetiu em dis-curso e canção.

Samba e RockComemorando 20 anos de car-

reira, Dudu Nobre chamou toda a turma do samba e do pagode para subir ao palco. Pretinho da Serrinha, Turma do Pagode, Grupo Bom Gos-to e Rappin’ Hood (que entregou o troféu a Dudu) foram alguns dos no-mes que, na palma da mão, acom-

panharam um pout pourri dos maio-res sucessos do sambista.

Para fechar a noite, Paulo Ri-cardo subiu ao palco para festejar a música. Ele, que recebeu o troféu das mãos de Tico Santa Cruz, res-saltou que a homenagem era um re-sumo de sua carreira. Ele chamou o maestro Eduardo Lages para cantar “Estradas de Santos”. E, para finali-zar, com sua banda fez “Loiras Ge-ladas” e “Rádio Pirata”, colocando a plateia para dançar.

Padre Antônio Maria e o maestro Eduardo Lages

Paulo Ricardo

Dudu Nobre chamou ao palco a turma do samba e do pagode

Serjão Loroza com Sandra de Sá e Soul de Brasileiro

Fotos: Jackson Ciceri/FNM

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Um dos projetos do evento, o “Ninho da Criação” deu lugar a um misto de emoções e vozes afinadas na noite de domingo (20 de outubro), no auditório da Fundação Casa das Artes. No palco, seis renomados composito-res – Marcos Sabino, Paulo Massadas, Nando Cordel, Carlos Colla, Peninha e Bruno Caliman - dividiram com o público, histórias de suas criações e cantaram sucessos como “De volta para o aconchego”, “Dia de domingo”, “Gosto-so demais”, “Sozinho”, “Domingo de manhã” e ‘Whisky a go go” entre outras.

As gurias deram o tom da noi-te tradicionalista de sexta-feira (18 de outubro), na abertura da Festa Nacional da Música, que reuniu grandes nomes da música gaú-cha na Rua Coberta. Na ocasião, a alegria do tradicionalismo e o talento da mulher gaúcha toma-ram conta de Bento Gonçalves. O público lotou a Rua Coberta para receber os artistas, durante a gra-vação do programa Galpão Criou-lo, da RBS TV.

Festival Promessas foi marcado por apresen-tações de 11 artistas, na Rua Coberta, que

empolgaram cerca de 15 mil pessoas com seus maiores sucessos, em um clima de muita fé e de-voção. O cantor e apresentador Fabinho Vargas comandou a festa. Ele ressaltou a relevância do Festival, feito de forma voluntária pelos artistas. “A recompensa é nossa oferta de amor, aplauso, ca-rinho e respeito”.

A Banda da Associação de Ministros Evangéli-cos de Bento Gonçalves (Asmeb) abriu o festival, trazendo hits como “Vitória no Deserto”. Em segui-da, Thayna Lane colocou a plateia para cantar su-cessos conhecidos, como “Alfa e Ômega”.

Na sequência, o clima do festival esquentou com o roqueiro PG. Ele trouxe sucessos antigos de sua carreira e também novidades como “Adorai somente a Deus”. As meninas do Ministério Aliança do Tabernáculo também encantaram o público.

Quase no final da festa, a cantora Midian Lima, uma das homenageadas da Festa Nacional da Mú-sica, subiu ao palco. Emocionada, ela levou os fãs às lágrimas com canções como “Jó”. Ela também entregou, nas mãos do realizador da Festa, Fer-nando Vieira, uma medalha comemorativa pelos 30 anos da Gravadora MK.

Finalizando a noite, o nome mais esperado pelo público, Isadora Pompeo, com seu estilo leve e jovem, fez a plateia cantar junto. A canção “Como nunca antes” foi entoada em uníssono, encerrando com chave de ouro o Festival Promessas. Após o término das apresentações, o público se mobilizou para recolher papéis e outros descartes na Rua Coberta, deixando limpo o ambiente e dando um show de cidadania.

FestivalPromessas

Galpão Crioulo

Ninho da Criação

11 artistas gospel empolgaram cerca de 15 mil pessoas

Gravação do programa marcou o início do festival

Compositores dividiram com o público histórias de suas criações

Foto

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Foto: Franciele Gonçalves

Foto: Claiton Dornelles

Mosaico | Jornal Integração da Serra | Novembro 2019 | 9

Compras e lazer no coração da cidade

Unindo tradição, história e a ousadia de um grande projeto, nasce no centro de Bento Gonçalves-RS um empreendimento que revitaliza o patri-mônio histórico e traz excelentes opções para a comunidade e o turismo local. O Piazza Salton foi pensado em todos os detalhes para oferecer uma experiência de compras e lazer de maneira diferenciada. Mais do que isso, o mix de lojas de comércio e serviços será o seu grande atrativo e assinala sua vocação para o sucesso.

Sua grande praça central multiuso foi projetada para permitir a insola-ção, a recreação para crianças no parquinho infantil, a contemplação com espelhos d’agua e fonte, além de incentivar o convívio. Outro diferencial é que comporta eventos para um público de até 1.000 pessoas, poden-do receber eventos culturais, artísticos e muitos outros, sempre contando com a comodidade e segurança de 1.500 vagas/dia de estacionamento coberto.

As negociações para locação de salas estão avançando rapidamente. Entre as marcas confirmadas, temos: Mc Donalds, Renner, Pittol, Apo-lo Gourmet, Enoteca Salton, Egrano, Santa Seiva e Sorvelândia. Diversas marcas estão em estágio de fechamento de contrato, sempre respeitando o critério de ter um mix variado, tornando o local ainda mais atrativo aos clientes. Está aberta também a possibilidade de adquirir cotas do em-preendimento, onde o investidor torna-se um proprietário do empreendi-mento, não apenas de uma loja específica, tendo assim um percentual do todo. Segundo Pedro A. Reginatto, sócio e porta-voz do grupo, “esta é uma oportunidade de diversificar seus investimentos, sem burocracias e custos adicionais. Em relação a um imóvel próprio, representa redução de 12,5% no imposto de renda para investidores pessoa física”.

Saiba mais em: www.piazzasalton.com.br, nas redes sociais /piazza-salton.

Divulgação

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Programe-seGaribaldi VintageLocal: Centro Histórico de GaribaldiDia: 8 de novembro - sexta-feiraHora: a partir das 18hA identidade clássica de Garibaldi se manifesta em sua história, seus costumes e em sua vocação turística. Para celebrar essa característica, o Garibaldi Vintage foi criado e se tornou um dos destaques da serra gaúcha ao celebrar as décadas de 1920 a 1960 em um centro histórico preservado e que serve de palco perfeito para a ocasião. A 12ª edição do evento ocorre nesta sexta-feira, 08 de novembro, a partir das 18h.

Sparkling Night RunLocal: Parque de Eventos de Bento GonçalvesDia: 9 de novembro - sábadoHora: a partir das 18h30Em sua sexta edição, a Sparkling Night Run está marcada para este sá-bado, 9. Com novo percurso, a corrida de rua manterá suas tradicionais modalidades (de 5 e 10 km) e Caminhada (de 5km), mas terá seus pon-tos de largada e chegada alterados para o Parque de Eventos. Nesta pro-posta, novas ruas da cidade passaram a fazer parte do itinerário, agora pulverizado por bairros como Fenavinho, São Bento, Botafogo e Cidade Alta.

Orquestra de violões e coro Abraçaí CantaLocal: Casa das ArtesDia: 12 de novembro - terça-feiraHora: 19h30Valor: Entrada Franca

Especial Concresul 40 anosEspetáculo de dança e música na pedreira em Bento GonçalvesDia: 23 de novembroHora: 19h30Proibida a entrada de menores de 14 anosObs: Em caso de chuva o evento será transferido para o dia 30 de no-vembro, mantendo o mesmo horário.

Vieni Vivere la Vita FestivalLocal: Monte Belo do SulDia: 15 e 16 de novembroHora: 10 às 22hNos dias 15 e 16 de novembro a pequena cidade de Monte Bento do Sul, na Serra Gaúcha, promove mais uma edição do Vieni Vivere la Vita Festival. No melhor estilo do turismo de experiências, a programação ocorre das 10h às 22h, na Praça Padre José Ferlin. O acesso ao festival é gratuito (alimentação e bebida por conta do visitante). Confira alguns dos atrativos do Vieni Vivere la Vita Festival.

Natal BentoDecoração Natalina: de 14 de novembro a 12 de janeiroCarrossel na Via Del Vino, a partir das 14hEntrada: 1kg de alimento não-perecível

Lançamento de livroEscritora Marilei Elisabete Piana Giordani lança o livro Paisagem Cul-tural Vitícola- Entre os parrerais, a urbanizaçãoe a proteção: Vale dos Vinhedos- Bento Gonçalves/RS- BrasilDia: 15/11Sessão de autógrafos Às 19h3065ª Feira do Livro de Porto Alegre

Mosaico | Jornal Integração da Serra | Novembro 2019 | 11

Uma nostálgica e genuína forma de resgatar costumes interioranos, cultivados ao longo de gera-ções centenárias, está de volta a Monte Belo do Sul. O ‘Vieni Vivere la Vita Festival’ chega à segunda edi-ção em 2019 celebrando a continuidade de um tra-balho que ganha cada vez mais destaque no cenário turístico regional: a exploração do turismo de expe-riência. Nesse ano, o festival terá um dia a mais em relação à última edição: entre 15 e 16 de novembro, o município protagoniza um dos mais autênticos e charmosos eventos da Serra gaúcha – que enaltece as produções montebelesenses, expostas bem no coração da localidade, na Praça Padre José Ferlin.

Durante os dois dias, os visitantes poderão vi-venciar o quê de mais singelo é confeccionado e elaborado no pequeno município de pouco mais de 2,6 mil habitantes. Artesanato, agroindústria familiar, vinhos, espumantes, gastronomia típica e atrações artísticas locais e regionais permeiam a programa-ção que se estende durante o dia inteiro, das 10h às 22h. Tudo isso em um ambiente que remete às pe-quenas e singulares localidades europeias por meio da decoração típica, com adereços que conferem um requinte diferenciado, mesas espalhadas pela

Programação cultural

Dia 15 de novembro (sexta-feira)11h30min – Show Joce Sampaio13h30min – Apresentação Coral Munici-pal Musicando Melodias, Coral Infanto Juvenil Alegria de Cantar e Grupo Acor-des15h30min – Espetáculo Cênico-Musical “Terra Nostra”17h30min – Show Beto Valduga Quinteto19h30min – Show Johnny Grace – Cover Elvis Presley21h30min – Show Acústicos Band

Dia 16 de novembro (sábado)11h30min – Apresentação Grupo Vicen-tino12h30min – Show Banda JESSE4714h30min – Show Acoustic Rock Maicon & Pontel16h30min – Apresentação Grupo de Danças Ballo D’Italia e Dança Infantil Pi-colli Balerini17h30min – Show Ragazzi Dei Monti19h30min – Show Tenor Dirceu Pastori21h30min – Show Credenciados - Cree-dence Cover

‘Vieni Vivere la Vita Festival’Monte Belo do Sul sedia evento, nos dias 15 e 16 de novembro, com diversas atrações artísticas, vinícolas e gastronômicas

praça e bancas personalizadas comercializando os produtos locais.

Sucesso de público em 2018, o Vieni retorna com um legado turístico ainda mais evidente – em um contexto que vai além do evento em si. Lança-da oficialmente no ano passado, a campanha ho-mônima ao festival se consolida com o projeto de sinalização turística visto na prática – contemplando mais de 100 placas informativas instaladas na região – e um programa de fomento aos empreendedores locais com inúmeras ações de capacitação e incen-tivo – além do fortalecimento promocional da cidade como destino em mídias digitais.

Idealizado pela Secretaria de Cultura e Turismo de Monte Belo do Sul, o evento contará com mais de 20 empreendimentos montebelenses e diversas atrações culturais – concentradas na praça matriz da cidade. Além disso, o festival terá um espaço kids, com brinquedos infláveis, e compartilhará do con-ceito pet friendly, já que o espaço será ao ar livre. O evento é gratuito e aberto à comunidade.

Mais informações podem ser obtidas pela fanpa-ge ou perfil de Instragram do projeto ‘Visite Monte Belo’.

12 | Mosaico | Jornal Integração da Serra | Novembro 2019

pelos caminhos mais fáceis e que lhe fornecerão maior retorno dentro dos valores e virtudes que possuem. Logo, a corrupção vem da natureza humana, quando a busca por cami-nhos mais simples está comprome-tida.

Entretanto, o que possibilita a corrupção é o sistema que desen-volve os bloqueios para os caminhos naturais a serem seguidos e que, consequentemente, concentram po-der demais para os “cobradores” desse pedágio, sob a justificativa de proteger a sociedade de sua própria natureza.

Porém, a justificativa do sistema entra em contradição no momento em que percebemos que o estado - o detentor do poder de criar “blo-queios” - é formado por homens que buscam maior satisfação, que pos-suem interesse em permanecer no poder, agindo conforme a sua pró-pria natureza. O interesse do estado e dos homens que o compõem é, portanto, ganhar ainda mais poder para alcançar o ápice da satisfação.

Para conseguir mais poder, o es-tado utiliza o aparato da burocracia, criando dificuldades para vender fa-cilidades, desenvolvendo bloqueios propositalmente complexos e difíceis de driblar para vender a sua passa-gem.

Com isso, o poder econômico começa a ver o poder político com

ElvisPletsch

[email protected]

Corrupção: um fenômeno natural?bons olhos, já que os empresários só irão procurar a compra de políti-cos e membros do estado quando eles possuírem algo poderoso a ser vendido. Sem nada para vender, o estado não possuiria utilidade para esse grupo.

O estado, portanto, passa a es-tocar aquilo que é mais valioso para o empresário: o poder de criar tari-fas que protejam o seu mercado, de criar leis que impeçam a concorrên-cia, de criar licenças e autorizações para o funcionamento das empresas e de captar subsídios que aumentem a sua margem de lucro, em contras-te às necessidades do consumidor e pagador de impostos. Por isso que a corrupção entre entes públicos e privados não existe apesar da bu-rocracia, mas por causa da buro-cracia.

É através dessa relação que sur-ge a maior empresa estatal da atu-alidade: a fábrica de desigualdade econômica, que produz favores para aqueles que tiverem condições de pagar pelas facilidades, fornecendo a honra de atingir a maior satisfação pessoal possível, juntamente com os vendedores da burocracia.

Enquanto isso, aqueles que não estiverem em seu nicho de clientes, que não possuem condições para pagar por seus valiosos produtos, ficarão praticamente impedidos de entrarem nas nobres festas da as-censão social e econômica, onde servem-se medalhões de lagosta, bobós de camarão e vinhos pre-miados para os convidados (não é, STF?).

A corrupção, portanto, não pode ser somente um reflexo da mentali-dade da sociedade ou uma conse-quência necessária para que as coi-sas sejam feitas, pois tal colocação açoita aqueles que agem sob a virtu-de da honestidade. Além disso, tais atos corruptivos só tornam-se co-muns perante os incentivos sistemá-ticos das situações cotidianas, quan-do estas são amedrontadas sob o

poder da burocracia. Como dito pelo francês Frédéric Bastiat, quando a lei e a moral estão em contradição, o ci-dadão se acha na cruel alternativa de perder a noção de moral ou de per-der o respeito à lei, duas infelicidades tão grandes tanto uma quanto a outra e entre as quais é difícil escolher.

A corrupção também não pode ser somente resultado da ineficiência da fiscalização, pois até mesmo a fiscalização é facilmente corruptível, já que lida diretamente com o com-prador da burocracia. Não é à toa que, frequentemente, ouve-se falar da corrupção dentro das operações e das entidades anticorrupção, como o caso do “japonês da lava-jato”. Trata-se aqui da famosa questão da coleção de Sátiras do poeta romano Juvenal: Quem vigia os vigilantes?

Há ainda a assustadora possi-bilidade da corrupção ser o motivo para existirem tantas obras públicas, sendo os desvios de verba previstos desde o início do projeto. Reflita so-bre todas as infraestruturas construí-das pelo estado e se realmente seria necessário a atuação do ente públi-co. O superfaturamento pode facil-mente ser a intenção inicial de toda obra pública, pois se trata de uma ótima cortina para a troca de favo-res, ainda mais quando possui o cla-mor populacional por sua existência. Como declarou Adriano Gianturco, a construção efetiva representa o custo legal para se fazer esse desvio.

A corrupção, tampouco, pode ser meramente cultural ou herança da exploração europeia, como de-fendido por alguns sociólogos. Ela é um abraço apertado de quem esteve sempre lhe vigiando, de quem apa-rece para apertar a mão e entregar folheto nos anos pares, assim como todo o aparato que aplaude os seus discursos. Eles que nos ensinam as suas práticas todos os dias e mere-cem todo o crédito pelo resultado, porque é através do “jeitinho” que nos ensinaram que eles se mantêm às custas de todos.

esafio-lhes a pensar sobre a origem da corrupção de uma forma diferente. Não

acredito que ela seja somente um reflexo da sociedade, resultado da ineficiência da fiscalização, ou mera-mente uma consequência necessá-ria para que as coisas sejam feitas. Na verdade, acho que a corrupção é a acompanhante natural do estado.

Pense comigo: os homens agem constantemente para sair de uma situação de menor satisfação para alcançar uma maior satisfação. Sen-do assim, os homens buscam agir