formaÇÃo de competÊncias profissionais em … · 1.competencias profissionais 2. gestão de ....

92
FACULDADE NOVOS HORIZONTES Programa de Pós-graduação em Administração Mestrado FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM ALUNOS DO CURSO SUPERIOR DE NUTRIÇÃO: Comparando percepções de docentes e discentes na Universidade Federal de Juiz de Fora Thiago De Souza Melo Belo Horizonte 2015

Upload: truongdan

Post on 22-Nov-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

FACULDADE NOVOS HORIZONTES

Programa de Pós-graduação em Administração

Mestrado

FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM ALUNOS DO

CURSO SUPERIOR DE NUTRIÇÃO: Comparando percepções de

docentes e discentes na Universidade Federal de Juiz de Fora

Thiago De Souza Melo

Belo Horizonte

2015

Page 2: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

Thiago de Souza Melo

FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM ALUNOS DO CURSO SUPERIOR DE NUTRIÇÃO:

Comparando percepções de docentes e discentes na Universidade Federal de Juiz de Fora

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Acadêmico em Administração da Faculdade Novos Horizontes, como requisito parcial para obtenção do titulo de mestre em Administração. Professora Orientadora: Doutora Talita Ribeiro da Luz Linha de Pesquisa: Relações de poder e Dinâmica das organizações. Área de concentração: Organização e estratégia.

Belo Horizonte

2015

Page 3: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

Ficha elaborada pela Bibliotecária da Faculdade Novos Horizontes

– Viviane Pereira CRB6 1663 -

MELO, Thiago de Souza.

Formação de competências profissionais em alunos do curso de Nutrição: comparando percepções de docentes e discentes na Universidade Federal de Juiz de Fora. Thiago de Souza Melo. Belo Horizonte: FNH, 2015. 93 p.

Orientador: Profª Drª. Talita Ribeiro Luz.

Dissertação (mestrado) – Faculdade Novos Horizontes, Programa de Pós-graduação em Administração.

1.Competencias Profissionais 2. Gestão de competências 3. Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa de Pós-graduação em Administração. III. Título.

CDD: 658. 3

M528f

Page 4: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa
Page 5: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa
Page 6: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela força e coragem para mais uma conquista.

A minha mãe, Edilma, uma pessoa abençoada por Deus, que dedica sua vida aos

filhos e familiares, a minha Vó, Zilda, in memorian, sempre presente no meu

coração, e ao José pela dedicação, a meu irmão, Felipe.

A profª Talita Ribeiro da Luz, pelo acolhimento carinhoso, disponibilidade, sábias

sugestões e orientação em todas as etapas da realização deste trabalho,

merecedora da minha admiração. Muito obrigado!

A FNH e seus professores.

A Universidade Federal de Juiz de Fora e aos professores e alunos pesquisados que

proporcionaram a realização deste trabalho. Em especial a Professora Aline pelo

apoio.

A todos os amigos do mestrado, em especial, a Elbe e Adriana.

Ao Professor Luiz Honório, pela contribuição no projeto de pesquisa.

Aos membros da banca examinadora, pelas contribuições.

Aos funcionários da FNH, em especial, Beatriz e Wânia.

A Minha companheira Cássia, por todo incentivo e apoio nesta caminhada.

Page 7: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

"Educar e educar-se, na prática da liberdade, é tarefa daqueles que pouco sabem - por isto sabem que sabem algo e podem assim chegar a saber mais - em diálogo

com aqueles que, quase sempre, pensam que nada sabem, para que estes, transformando seu pensar que nada sabem em saber que pouco sabem, possam

igualmente saber mais" Paulo Freire

Page 8: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

RESUMO

O objetivo geral desta dissertação foi descrever e analisar as percepções de

discentes e docentes de da universidade Federal de Juiz de Fora a respeito das

contribuições do curso de graduação em nutrição na formação e no desenvolvimento

das competências profissionais dos futuros nutricionistas. Para tanto, o referencial

teórico abordou três temas, a saber: profissão, competências individuais e

competências profissionais. Para atingir ao objetivo proposto realizou-se uma

pesquisa caracterizada como de campo, descritiva e quantitativa, tendo como

instrumento de coleta de dados questionários, que foram aplicados em 160 alunos e

7 professores. Na coleta de dados foram utilizadas a análise documental e análise

estatística, buscando descrever e analisar as perspectivas dos entrevistados.

Verificou-se que todas as competências abordadas nas DCN receberam uma

avaliação elevada quanto à situação ideal. Os resultados mostraram que as

expectativas dos alunos e professores quanto à formação de competências

profissionais são bastante elevadas, mas essa situação não se concretiza na

realidade. A maioria das médias foi considerada satisfatória, tanto no âmbito do que

é esperado por eles como no que efetivamente é realizado no curso. Observou-se

que os alunos acreditam que os aspectos merecem uma importância maior do que o

que acontece de fato. Essa diferença também foi observada entre os professores, o

que sugere que os docentes percebem que tais competências precisam ser melhor

trabalhadas com os alunos. Os resultados desta pesquisa mostraram que, na

avaliação de alunos e professores, tanto as competências previstas nas DCN-CGN,

quanto as competências previstas no modelo de Fleury e Fleury (2001) são

importantes para o desenvolvimento profissional e também apresentam avaliação

elevada na perspectiva de discentes e docentes.

Palavras chave: Profissões; Competências profissionais; Gestão de competências; Nutrição.

Page 9: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

ABSTRACT

The objective of this study was to investigate the formation of professional

competences of college students of nutrition at the Federal University of Juiz de Fora

in the perception of students and teachers. The research is characterized as field,

descriptive and quantitative, with the questionnaire data collection instrument, which

were applied to 160 students and 7 teachers. In data collection were used to

document analysis and statistical analysis, seeking to describe and analyze the

perspectives of respondents. The overall objective of the research was to describe

analyze the perceptions of students and teachers of the Federal University of Juiz de

Fora about the ongoing contributions degree in nutrition in the training and

development of professional competences of future dietitians. Therefore, the

theoretical framework discussed three themes, namely: professional, personal

competences and professional competences. We found that all competencies

addressed in DCN received a high evaluation as to the ideal situation. The results

showed that the expectations of students and teachers on the training of professional

competences are quite high, but this situation does not materialize in reality. Most

means were considered satisfactory, both in what is expected by them as in what is

effectively carried out in the course. We note that there is a difference between the

average of the actual notes between the students and the ideal average in all

matters. That is, students have to aspects deserve greater importance than actually

happens. This difference was also observed by teachers, what suggests that

teachers realize that these competences need to be worked best in students. The

results of this research showed that the evaluation of students and teachers, all the

powers provided for in the DCN-CGN, as the competences of Fleury and Fleury

(2001) are important for professional development and also features higher rating in

the ideal situation, Compared to the real.

Keywords: Professions; Professional competences; Management competences; Nutrition.

Page 10: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

LISTA DE TABELAS

QUADRO 1 - Competências profissionais................................................................40

GRÁFICO 1 – Distribuições percentuais dos alunos por nível de avaliação das

competência, por incisos das DCN-CGF....................................................................53

GRÁFICO 2 – Distribuições percentuais dos Professor por nível de avaliação das

competências, por incisos das DCN-CGF..................................................................56

GRÁFICO 3 – Distribuições percentuais dos alunos por nível de avaliação das

competências, segundo Fleury e Fleury (2001).........................................................59

GRÁFICO 4 – Distribuições percentuais dos professor por nível de avaliação das

competência, segundo Fleury e Fleury (2001)...........................................................62

TABELA 1 – Perfil dos alunos respondentes.............................................................45

TABELA 2 – Perfil dos professores respondentes.....................................................48

TABELA 3 – Estatísticas descritivas referentes aos incisos das DCN-CGN, por

competências avaliadas pelos alunos........................................................................51

TABELA 4 – Estatísticas descritivas referentes aos incisos das DCN-CGN, por

competências avaliadas pelos professores................................................................55

TABELA 5 – Estatísticas descritivas referentes às competências profissionais,

segundo Fleury e Fleury (2001), por tipo de avaliação dos alunos............................58

TABELA 6 - Estatísticas descritivas referentes às competências profissionais,

segundo Fleury e Fleury (2001), por tipo de avaliação dos Professores...................63

TABELA 7 - Investigação das características sociodemográficas significativas ......68

Page 11: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

12

Sumário

1 INTRODUÇÃO ........................................................................... 14

1.1 Problema .................................................................................................... 17

1.2 Objetivos da pesquisa .............................................................................. 17

1.2.1 Objetivo Geral ........................................................................................... 17

1.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................... 18

1.3 Justificativa ............................................................................................... 18

2 Ambiência .................................................................................. 20

3 REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................... 28

3.1 Profissões .................................................................................................. 28

3.2 Breve histórico das competências .......................................................... 30

3.3 Conceito de Competências profissionais ............................................... 36

3.4 Competências Profissionais .................................................................... 39

4 METODOLOGIA ......................................................................... 42

4.1 Tipo, Abordagem e método de pesquisa ................................................ 42

4.2 Unidade de análise e de observação ....................................................... 43

4.3 População e amostra ................................................................................ 43

4.4 Técnicas de coleta de dados ................................................................... 43

4.5 Tratamento dos dados .............................................................................. 44

5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ..................................... 45

Page 12: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

13

5.1 Dados demográficos ................................................................................. 45

5.2 Competências previstas nas Diretrizes Curriculares Nacionais de

Nutrição. ................................................................................................................... 49

5.3 Contribuições de Fleury e Fleury (2001) ................................................. 57

5.4 Comparação professores e alunos ......................................................... 64

5.5 Análise de regressão ................................................................................ 64

Considerações finais ......................................................................... 72

REFERÊNCIAS .................................................................................... 76

APÊNDICES ........................................................................................ 83

APÊNDICE A – Termo de consentimento livre e esclarecido .......... 83

APÊNDICE B – O curso de graduação em Nutrição e o

desenvolvimento de competências profissionais nos discentes ... 86

APÊNDICE B - O curso de graduação em Nutrição e o

desenvolvimento de competências profissionais nos discentes ... 90

Page 13: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

14

1 INTRODUÇÃO

As mudanças tecnológicas e organizacionais do trabalho geraram algumas

transformações, tais como a flexibilização da produção, a reestruturação das

profissões, a valorização das multifuncionalidades e as polivalências dos

trabalhadores. A abordagem por competências lança uma nova luz para responder a

essas mudanças. Steffen (1999) enfatiza que os sistemas educacionais e de

formação profissional necessitam introduzir ajustes nos seus programas, com a

finalidade de preparar profissionais por meio de conhecimentos e habilidades para

que sejam capazes de exercer suas atividades e de resolver os problemas

profissionais de forma autônoma e flexível.

A evolução do mercado de trabalho nos últimos anos modificou profundamente as

políticas de educação e formação (STEFFEN, 1999). De acordo com Menezes

(2001) e Ramos (2001), nas últimas duas décadas, presenciou-se, no Brasil, o

predomínio da ideologia neoliberal, principalmente nas políticas educacionais

nacionais, provocando impactos em todos os níveis de ensino. Tais impactos se

referem tanto aos processos envolvidos no interior das escolas como à formação do

professor. Catani e Oliveira (2002, p. 22) afirmam que a reorganização do ensino

superior passou pelo “ajustamento das universidades a uma nova orientação política

e uma nova racionalidade técnica”, provocada pela promulgação da Lei de Diretrizes

e bases da Educação Nacional (LDB) (Brasil, 1996).

Esta lei provocou mudanças na formação profissional, provocando um avanço no

cenário acadêmico. A busca por novas estratégias de competição e de

desenvolvimento de competências se tornou um grande diferencial nesse cenário,

que passou a ser mais exigente e imprimiu transformações no sistema de formação

profissional e educacional no país, provocando uma remodelação geral na formação.

Tais Transformações possibilitaram uma abordagem voltada para as competências,

que, conforme Perrenoud (1999), colocam os saberes não como o fim único da

aprendizagem, mas como um importante elemento para consolidação das

competências. Para Gillet (1991), as competências designam a organização desses

Page 14: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

15

saberes em um sistema funcional, apropriados pelo aluno. Conforme Borges (2010),

compreender as competências pode auxiliar a entender seus desdobramentos pelos

domínios educacionais.

A Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI por meio do trabalho

chamado “Educação, um tesouro a descobrir”, apresentou, em 1996, as

competências para a educação, a saber: aprender a aprender, aprender a fazer,

aprender a ser e aprender a viver, aspectos considerados como as bases

necessárias para que a educação possa ser voltada para o desenvolvimento das

competências (DELORS, 1996). O Banco Mundial defende a abordagem pelas

competências na educação, competências estas necessárias para que as pessoas

possam satisfazer suas necessidades básicas como saúde, nutrição, acesso à água,

moradia e renda. (BORGES, 2010)

Segundo Ramos (2002), a intenção de se introduzir as competências nos currículos

de formação profissional tem como objetivo oferecer aos jovens maiores condições

de acesso ao mercado e, assim, a melhores condições de vida.

Compreender as competências para a formação de futuros profissionais pode

auxiliar no entendimento dos seus desdobramentos pelos domínios da educação e

de como ela vem contribuindo para o desenvolvimento profissional nesse novo

mercado tão competitivo.

Este novo cenário induziu a uma grande expansão das instituições de ensino

superior, tanto públicas quanto privadas, o que provocou uma disparidade no

número médio de alunos por professor, resultando em uma sobrecarga para os

professores conforme Braga (1979) e Demo (2002).

Neste sentido, faz-se necessário pensar na formação e no desenvolvimento de

competências para a formação dos alunos de curso superior, já que se trata de

futuros profissionais com características singulares. Assim, a questão da formação

profissional e do desenvolvimento de competências profissionais assumem valores

diferenciados, reconhecidos e legitimados no mercado, contribuindo decisivamente

Page 15: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

16

para o processo de profissionalização (LUZ, 1989, PAIVA, 2007). Conforme Ramos

(2002), o papel assumido pelo governo e pela sociedade em geral deve prover os

recursos e as oportunidades iguais para as pessoas se tornarem profissionais e

terem sua formação reconhecida. Os sistemas de competências têm se apresentado

como tentativa de realizar essa conciliação.

A questão de formação e desenvolvimento de competências profissionais toma

importância ainda maior quando se pensa em profissões como ocupações que

passaram por um processo que, conforme Parsons (1958), contempla a

especialização acadêmica, ou seja, inclui saberes específicos, validados por

instituições de ensino.

Para Dadoy (2004), a noção de competência indica o início de sua expansão no

mundo do trabalho e na formação nas últimas duas décadas. Segundo Zarifian

(2001), o interesse pelo tema e pelo desenvolvimento de modelos analíticos a

respeito da competência começou a surgir nas empresas e entre pesquisadores em

meados dos anos 80.

Deste modo, a competência profissional é a base para qualquer “avanço”

profissional. Entende-se por competência profissional a

“mobilização de forma particular pelo profissional na sua ação produtiva de

um conjunto de saberes de naturezas diferenciadas (que formam as

competências intelectual, técnico-funcionais, comportamentais, éticas e

políticas) de maneira a gerar resultados reconhecidos individual (pessoal),

coletiva (profissional) e socialmente (comunitário)”. (PAIVA, 2007; p. 63).

De acordo com este conceito, a formação de competências profissionais pode

ocorrer a partir da congregação de diversos esforços de vários atores sociais, tanto

no mundo do trabalho como no meio acadêmico. Neste sentido, essa questão deve

ser tratada nos primeiros estágios do processo de formação, sendo considerada a

formação acadêmica como a de maior importância neste processo.

No caso do curso de Nutrição, que está ligado à área de saúde e é alvo deste

projeto, a questão da formação e do desenvolvimento de competências dos alunos é

Page 16: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

17

considerada relevante, pois trata-se de serviços de interesse público, com

importância para a saúde e para o bem estar social.

1.1 Problema

Diante das transformações ocorridas no ensino superior e na formação dos

profissionais, da importância e das demandas particulares do curso e da profissão

de Nutrição como especialização acadêmica, ou seja, ser validada por instituições

de ensino, ser reconhecida socialmente, ter autorregulação, ter autonomia, ser

altruísta e ser independente nas suas atividades, principalmente diante as

dificuldades inerentes aos processos de formação e desenvolvimento de

competências profissionais, faz-se-á necessário investigar a respeito da contribuição

do curso de Nutrição para a formação e para o desenvolvimento das competências

profissionais dos seus alunos.

Assim, a pergunta que norteará esse projeto foi: quais competências são

desenvolvidas no curso de nutrição da Universidade Federal de Juiz de Fora

para a formação e para o desenvolvimento profissionais dos alunos?

Tendo em vista o problema apresentado, são formulados, em seguida, os objetivos

geral e os específicos da pesquisa.

1.2 Objetivos da pesquisa

1.2.1 Objetivo Geral

O objetivo geral desta pesquisa é descrever e analisar as percepções de discentes e

docentes sobre quais competências profissionais são desenvolvidas no curso de

graduação em Nutrição da Universidade Federal de Juiz de Fora para a formação e

para o desenvolvimento dos alunos, tendo em vista o que é previsto na Diretrizes

Curriculares Nacionais para o curso de Nutrição e as contribuições de Fleury e

Fleury (2001).

Page 17: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

18

1.2.2 Objetivos Específicos

Visando ao cumprimento do objetivo geral, foram traçados os seguintes objetivos

específicos:

a) Descrever e analisar as competências profissionais previstas nas Diretrizes

Curriculares Nacionais (DCN) para o curso de Nutrição;

b) Descrever e analisar as competências profissionais conforme a contribuições

de Fleury e Fleury (2001) para o curso de Nutrição;

c) Descrever as percepções dos docentes a respeito da contribuição do curso

para a formação e para o desenvolvimento das competências profissionais

dos alunos;

d) Descrever as percepções dos discentes quanto à contribuição do curso para

a formação e para o desenvolvimento de suas competências profissionais;

e) Compara as percepções dos discentes e docentes quanto à contribuição do

curso para a formação;

1.3 Justificativa

Pensar na formação e no desenvolvimento de competências dos alunos do curso de

Nutrição torna-se uma reflexão necessária, já que trata de futuros profissionais que

possuem características singulares que as distinguem de outra (LUZ, 2011). Para

Steffen (2009), o tema das competências profissionais no campo da educação, na

formação profissional e nas universidades é um dos mais discutidos nos últimos

anos.

No que se refere à área de saúde, verifica-se que são poucos os estudos sobre

competências profissionais e gestão de competências conforme sugerem Paiva e

Melo (2008), devendo ser realizadas novas pesquisas a esse respeito, considerando

tanto os aspectos metodológicos como as relações com outros temas. Note-se,

ainda, que o interesse pelo assunto vem adquirindo destaque e espaço nos meios

empresarial e acadêmico (BARBOSA, 2001; BITENCOURT; BARBOSA, 2010).

Page 18: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

19

Do ponto de vista acadêmico, verifica-se que os estudos sobre competências

profissionais e gestão de competências no curso de nutrição foram pouco

explorados. Com o objetivo de analisar as produções sobre o tema Competência foi

realizada uma pesquisa bibliométrica de publicações no banco de dados da

Enampad, no período de 2002 a 2012, em que foram extraídos 295 artigos sobre o

tema. Observa-se um maior volume de publicações nos anos 2007 e 2009 com

16,61% e 14,92%, respectivamente, e uma menor publicação em 2003, com 0,68%.

Pode-se verificar uma incidência maior sobre os temas Gestão por competências e.

Competências organizacionais. Para Gestão por competências foram encontradas

41 publicações, que representam 13,9%; e para o tema Competências

organizacionais, 40 publicações, que representam 13,56%. Já sobre o tema

Competências e nutrição não foi encontrada nenhuma publicação. Sobre o tema

Competências e o curso de nutrição foi encontrado um artigo de Paiva, Luz e Melo

(2014).

No aspecto social, os resultados a serem encontrados podem auxiliar os alunos e

profissionais de Nutrição a desenvolver suas competências e a realizar suas

atividades, podendo propiciar aos profissionais uma formação mais consistente para

prestar à sociedade um serviço profissional de qualidade, dada a importância social

da função para a população.

Esta dissertação consta de cinco capítulos. O primeiro é a Introdução, na qual foram

apresentados o problema de pesquisa e os objetivos, bem como a justificativa

acadêmica para a realização da pesquisa. O segundo capítulo apresenta a

ambiência. O terceiro capítulo, o referencial teórico, no qual se discorreu sobre

profissões, competências, competências individuais, gestão de competências

profissionais. O quarto capítulo contém a metodologia do estudo. O quinto capítulo

traz os resultados encontrados e as considerações finais. Logo após, apresentam-se

as referências, seguidas pelos apêndices.

Page 19: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

20

2 Ambiência

Segundo Pereira e Moraes (2009), a concepção da educação como formadora do

ser humano ultrapassa a perspectiva de capacitação de “recursos humanos”, não

apenas contemplando soluções para atender às necessidades materiais da

população, mas, também, contribuindo para a emancipação humana como um dos

requisitos para o exercício da cidadania.

A formação do nutricionista vem se tornando mais complexa. Enfrenta-se o desafio

de contemplar as necessidades de saúde, com ênfase nas demandas da sociedade

e do Sistema Único de Saúde (SUS), assim como os conteúdos que permitam que o

profissional atue em diferentes áreas, ampliando sua perspectiva de ação para a

determinação social da saúde e alimentação. Esse cenário tem exigido dos

nutricionistas uma reflexão mais aprofundada quanto ao papel que estes

profissionais exercem, devendo, assim, estarem comprometidos com a formação.

(RECINE, 2012).

O curso de Nutrição é relativamente recente, data do início do século XX. No Brasil,

este novo profissional surge dentro do setor de saúde, tendo como objeto de

trabalho a alimentação do homem no seu plano individual ou coletivo (Ypiranga &

Gil, 1989).

A história dos cursos de Nutrição no Brasil e na América Latina remete à fundação

do Instituto Nacional de Nutrição e da Escola de Dietistas, em 1933, em Buenos

Aires, pelo médico argentino Pedro Escudero, pioneiro do campo da Nutrição na

América Latina (RECINE, 2012).

Segundo Ypiranga & Gil (1989), a nomenclatura "nutricionista" foi adotada no Brasil

desde o primeiro curso, criado em 1939, pelo Instituto de Higiene, atualmente

Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.

Nos anos 1950, foram criados dois cursos para formação de nutricionistas, e, no

final da década de 60, existiam sete cursos no Brasil. Em 1956, por iniciativa do

Page 20: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

21

médico Adriano de Azevedo Pondé, foi criado o Curso de Nutricionistas da

Universidade da Bahia (atual Curso de Graduação em Nutrição da Escola de

Nutrição da Universidade Federal da Bahia). Em 1957, por iniciativa do médico

Nelson Ferreira de Castro Chaves, foi fundado o Curso de Nutricionistas do Instituto

de Fisiologia e Nutrição da Faculdade de Medicina de Recife (atual Curso de

Graduação em Nutrição do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de

Pernambuco). Finalmente, em 1968, foi criado, em Niterói (RJ), o atual Curso de

Graduação em Nutrição da Universidade Federal Fluminense (Bosi, 1988;

Associação, 1991).

A formação do nutricionista se manteve restrita, com apenas sete cursos, até a

década de setenta, quando ocorreu o explosivo aumento do ensino superior no país,

a partir da Reforma Universitária, instituída pela lei 5.540 de 1968, a qual

incrementou a formação profissional em toda à área de saúde.

Houve, então, uma formação maciça de nutricionistas a partir da década de setenta,

se comparada com as décadas anteriores, fenômeno que se deve, principalmente,

ao crescimento das instituições privadas de ensino superior. Vale ressaltar que essa

tendência foi observada não apenas nos cursos de Nutrição.

"O crescimento da participação das instituições privadas de ensino na

formação superior em saúde no Brasil apresenta uma tendência constante e

ascendente [...] enquanto que no setor público [...] esta proporção tende a

cair, especialmente nas instituições municipais", (Brasil..., 1993).

O curso de Nutrição foi reconhecido como sendo um curso de nível superior pelo

Conselho Federal de Educação – CFE, pelo Parecer nº 265 DOU de 5/11/62,

Documento nº 10 (Processo nº 42.620/54). Em 1967, foi sancionada a Lei nº

5.276/67, que regulamentou a profissão de Nutricionista. Em 1968, o Nutricionista foi

enquadrado como profissional liberal – Portaria Ministerial nº 3.424 (MTCI) de

23/9/1968 (DOU 15/10/1968). Em 1978, foram criados os Conselhos Federal e

Regionais de Nutricionistas – Lei nº 6.583/78 de 20/10/1978.

Na década de 1970, sobretudo a partir de 1976, com a instituição do II Programa

Nacional de Alimentação e Nutrição (II PRONAN), desenvolvido sob a coordenação

Page 21: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

22

do então Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição (INAN), autarquia vinculada

ao Ministério da Saúde, verificou-se um acelerado processo de criação de novos

cursos para formação de nutricionistas no Brasil. Nesse sentido, uma vez que uma

das diretrizes do II PRONAN consistia em estimular o processo de formação e

capacitação de recursos humanos em nutrição, no período de 1970 a 1981,

expandiu-se de 7 para 30 (21 públicos e 9 privados) o número de cursos de

graduação em nutrição existentes no país.

No período entre 1981 e 1996, o número de cursos passou de 30 para 45 (22

públicos e 23 privados), representando uma expansão de 642,9% em relação ao ano

de 1970, sendo esse aumento quase que exclusivamente determinado pela criação

de 14 novos cursos privados. Nesse período, a oferta de vagas passou de 1592 para

3643, um aumento de 639,1% em relação a 1970.

A partir de 1996, com a instituição da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB),

o processo de ampliação do número de cursos vem se acelerando. Essa expansão

se concentra quase exclusivamente no setor privado, muito embora, a partir de

2003, tenha ocorrido uma ligeira expansão no número de cursos e de vagas nas

instituições públicas de ensino superior, propiciado pelo Plano Nacional de

Educação, cuja a primeira fase, compreendeu o período de 2003 a 2007.

A LDB flexibilizou os currículos, assegurando às instituições de ensino ampla

liberdade na composição das grades curriculares, liberou a composição de conteúdo

e carga horária e incentivou uma formação multidisciplinar, fortalecendo a

articulação da teoria com a prática, a fim de buscar a aquisição de habilidades,

competências e conhecimentos (FRAUCHES, 2008).

Conforme Recine e col. (2012), a partir de 1996, quando existiam 45 cursos no

país, houve um aumento marcante na oferta de cursos com a promulgação da Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), chegando a 269 em 2006.

As Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Enfermagem,

Medicina e Nutrição foram aprovadas pelo Parecer CES/CNE nº 1133/2001,

aprovado em 7/8/2001.

Page 22: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

23

Posteriormente, em 7 de novembro de 2001, este parecer foi transformado na

Resolução nº 5/2001 (DOU de 9/11/2001) – Institui as Diretrizes Curriculares

Nacionais do Curso de Graduação em Nutrição. O CFN participou da Audiência

Pública no Conselho Nacional de Educação em 26 de junho de 2001, na qual

apresentou a proposta das Diretrizes Curriculares para os cursos de Nutrição

discutida em todo o Brasil, com a participação de Universidades, ASBRAN e da

Comissão de Especialistas de Ensino da Nutrição do MEC.

Conforme expõem Recine e col. (2012, p.23)

“a elaboração e aprovação pelo MEC das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN),

sancionadas em dezembro de 1996, conferiu às IES maior flexibilidade de

atuação. A substituição do currículo mínimo pelas diretrizes curriculares permitiu

que os currículos propostos pudessem construir perfis acadêmicos e profissionais

com competências, habilidades e conteúdos condizentes com uma abordagem

contemporânea de formação”.

Para os citados autores, de acordo com as Diretrizes Curriculares dos cursos de

Nutrição, estabelecidas em 2001,

"o profissional nutricionista deve ter uma formação generalista, humanista e crítica,

capacitado a atuar, visando à segurança alimentar e à atenção dietética, em todas

as áreas do conhecimento em que a alimentação e nutrição se apresentem

fundamentais para a promoção, manutenção e recuperação da saúde e para a

prevenção de doenças de indivíduos ou grupos populacionais, contribuindo para a

melhoria da qualidade de vida, pautado em princípios éticos, com reflexão sobre a

realidade econômica, política, social e cultural"(Brasil, 2001;p.1).

Ainda segundo os autores, unindo o cenário atual ao contexto de diretrizes

curriculares e formação educacional, o nutricionista precisa desenvolver

conhecimentos, competências e habilidades para atuar em políticas e programas

visando à promoção da saúde em âmbito local, regional e nacional, além de

reconhecer a saúde e a alimentação como direitos, de modo que sua atuação

garanta a integralidade da atenção à saúde.

Segundo Parecer 776/97, de 03 de dezembro de 1997,da Câmara de Educação

Page 23: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

24

Superior do Conselho Nacional de Educação (CNE)

[...] as novas diretrizes curriculares devem contemplar elementos de

fundamentação essencial em cada área do conhecimento, campo do saber

ou profissão, visando promover no estudante a capacidade de

desenvolvimento intelectual e profissional autônomo e permanente. Devem

também pautar-se pela tendência de redução da duração da formação no

nível de graduação. (BRASIL, 1997; p.2)

Dessa forma, espera-se que se promovam formas de aprendizagem que contribuam

para reduzir a evasão, como a organização dos cursos em sistemas de módulos.

Espera-se, igualmente, que este Parecer induza à implementação de programas de

iniciação científica, por meio dos quais o aluno desenvolva a sua capacidade criativa

e de análise crítica. É importante que se inclua dimensões éticas e humanísticas na

formação do aluno, a fim de desenvolver nele atitudes e valores orientados para a

cidadania (BRASIL, 1997).

De acordo com o Parecer 146/2002 do CNE de 03 de abril de 2002,

“quanto aos paradigmas das Diretrizes Curriculares Nacionais, cumpre, de

logo, destacar que elas objetivam “servir de referência para as instituições

na organização de seus programas de formação, permitindo flexibilidade e

priorização de áreas de conhecimento na construção dos currículos

plenos”(BRASIL, 2003;p.4).

Essas Diretrizes, devem, também, induzir à criação de diferentes formações e

habilitações para cada área do conhecimento, possibilitando, ainda, a definição de

múltiplos perfis profissionais, garantindo uma maior diversidade de carreiras,

promovendo a integração do ensino de graduação com a pós-graduação,

privilegiando, no perfil de seus formandos, as competências intelectuais que reflitam

a heterogeneidade das demandas sociais (BRASIL, 2003).

Os cursos de graduação em Nutrição tiveram suas Diretrizes Curriculares Nacionais

(DCN-CGN) definidas pela Resolução nº 5, de 7 de novembro de 2001 (CNE/CES,

2001).

Page 24: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

25

A mencionada Resolução fixa as seguintes competências e habilidades específicas

dos Nutricionistas:

I. Aplicar conhecimentos sobre a composição, propriedades e transformações

dos alimentos e seu aproveitamento pelo organismo humano, na atenção dietética;

II. Contribuir para promover, manter e ou recuperar o estado nutricional de

indivíduos e grupos populacionais;

III. Desenvolver e aplicar métodos e técnicas de ensino em sua área de atuação;

IV. Atuar em políticas e programas de educação, segurança e vigilância

nutricional, alimentar e sanitária;

V. Atuar na formulação e execução de programas de educação nutricional, de

vigilância nutricional, alimentar e sanitária;

VI. Atuar em equipes multiprofissionais de saúde e de terapia nutricional;

VII. Avaliar, diagnosticar e acompanhar o estado nutricional, planejar, prescrever,

analisar, supervisionar e avaliar dietas e suplementos dietéticos;

VIII. Planejar, gerenciar e avaliar unidades de alimentação e nutrição, visando à

manutenção ou melhoria das condições de saúde de coletividades sadias e

enfermas;

IX. Realizar diagnósticos e intervenções na área de alimentação e nutrição;

X. Atuar em equipes multiprofissionais destinadas a planejar, coordenar,

supervisionar, implementar, executar e avaliar atividades na área de alimentação e

nutrição e de saúde;

XI. Reconhecer a saúde como direito e atuar de forma a garantir a integralidade

da assistência;

XII. Desenvolver atividade de auditoria, assessoria, consultoria na área de

alimentação e nutrição;

XIII. Atuar em marketing de alimentação e nutrição;

XIV. Exercer controle de qualidade dos alimentos em sua área de competência;

XV. Desenvolver e avaliar novas fórmulas ou produtos alimentares, visando sua

utilização na alimentação humana;

XVI. Integrar grupos de pesquisa na área de alimentação e nutrição;

XVII. Investigar e aplicar conhecimentos com visão holística do ser humano,

integrando equipes multiprofissionais.

Page 25: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

26

As competências previstas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de

Nutrição serão descritas e analisadas, assim como a contribuição sobre as

competências profissionais de Fleury e Fleury (2001) conforme proposto nos

objetivos da pesquisa.

Para o desenvolvimento deste projeto de pesquisa, o local escolhido foi a

Universidade Federal de Juiz de Fora, situada na cidade de Juiz de Fora, no estado

de Minas Gerais.

A cidade de Juiz de Fora é a quarta cidade mais populosa de Minas Gerais, com

cerca de 550 mil habitantes conforme dados do IBGE de 2013. É referência regional

de saúde, possuindo doze hospitais com 2677 leitos, e é referência macrorregional

pelo Sistema Único de Saúde.

A Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF, foi criada em 23 de dezembro de

1960, pelo presidente Juscelino Kubitschek, e oferece cerca de 50 cursos e

habilitações de graduação, 57 cursos de especialização, 30 de mestrado e 14 de

doutorado. Nela estão matriculados mais de 23 mil alunos, contando com 2.132

servidores. A UFJF, na área da saúde, oferece os cursos de graduação em

Medicina, Odontologia, Enfermagem, Farmácia/Bioquímica, Fisioterapia, Educação

física e Nutrição (UFJF, 2015).

O Curso de Nutrição da Universidade foi instituído em 2009, com o objetivo de

formar nutricionistas com formação generalista, humanista e crítica, capacitados a

atuar visando à segurança alimentar e à atenção dietética em todas as áreas do

conhecimento em que a alimentação e a nutrição se apresentem fundamentais para

a promoção, manutenção e recuperação da saúde e para a prevenção de doenças

de indivíduos ou grupos populacionais, contribuindo para a melhoria da qualidade de

vida. O curso é pautado por princípios éticos, com reflexão sobre a realidade

econômica, política, social e cultural (UFJF, 2015).

Page 26: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

27

O curso de Nutrição foi concebido na modalidade de Bacharelado em Nutrição, com

carga horária de 3750 horas divididas em disciplinas obrigatórias: 2505 horas;

disciplinas eletivas: 270 horas; estágio: 765 horas; atividades complementares: 180

horas e Trabalho de Conclusão de Curso: 30 horas. O curso tem a duração de 10

períodos e são disponibilizadas 100 vagas ao ano, sendo 50 delas, a cada

semestre.

O curso busca a formação de um profissional de nutrição com uma visão generalista

e humanista, optando por organizar o conteúdo curricular em eixos temáticos, que

foram apresentados em quatro eixos: “Do átomo aos sistemas biológicos”; “O ser

humano e sua inserção social”; “Ciências dos alimentos”; “Alimentação, Nutrição e

Saúde”, respeitando-se, assim, a interdisciplinaridade e a flexibilidade necessárias

para a formação de profissionais de saúde. Os eixos temáticos foram construídos

por temas curriculares partindo do geral para o específico, prevendo a articulação e

integração entre os eixos propostos, enfatizando, dessa forma, uma educação

interdisciplinar e interprofissional, tendo como um dos mecanismos para este fim as

disciplinas denominadas “Atividades práticas”. Os conteúdos devem contemplar as

seguintes grandes áreas: Ciências Biológicas, Ciências Sociais, Humanas e

Econômicas; Ciências da Alimentação e Ciências dos Alimentos. O Departamento

de Nutrição conta com cinco laboratórios para atender às atividades acadêmicas

relacionadas às especificidades do curso.

.

Page 27: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

28

3 REFERENCIAL TEÓRICO

O referencial teórico foi estruturado de acordo com as temáticas das profissões, das

competências, das competências individuais e da gestão de competências

profissionais, as quais tratam de conceitos que abrangem os campos da sociologia,

da administração, da pedagogia e da saúde.

3.1 Profissões

O início da abordagem sociológica das profissões aponta para a obra dos britânicos

Carr-Saunders e Wilson em 1930, que é assinalada como o marco fundador da

sociologia das profissões, destacando a definição dos atributos particulares às

profissões não observados nas ocupações. (GONÇALVES, 2007)

Para Gyarmaty (1975), as profissões se distinguem das ocupações em virtude da

autonomia, do monopólio profissional, do controle e da liberdade no exercício das

atividades, destacando as profissões como o mais importante grupo de poder nas

sociedades contemporâneas. Gonçalves (2007) se refere ao poder dos profissionais

em face dos clientes, de outros profissionais e do Estado, que exercem uma política

para o benefício dos próprios interesses. Esses profissionais buscam o

desenvolvimento da base teórica e técnica, que permite que eles exerçam o

monopólio e tenham o reconhecimento externo por parte dos clientes, do público,

em geral, e do Estado.

Segundo Luz (1989), uma ocupação atinge o status de profissão mediante o

desenvolvimento da base teórica e técnica, que é monopolizada por seus membros

e tem o reconhecimento externo por parte dos clientes, do público em geral e do

Estado. Os critérios relativos à conduta profissional, às condições de ingresso e

saída da profissão, aos padrões de avaliação e remuneração são definidos pelo

grupo profissional. Quando tais condições são atingidas, a profissão goza de

autonomia, mas para que ela se mantenha, é necessário preservar a base do

conhecimento, que é monopólio dos profissionais.

Page 28: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

29

Conforme Freidson (1998, p. 33), profissão designa “[...] uma ocupação que controla

seu próprio trabalho, organizada por um conjunto especial de instituições

sustentadas em parte por uma ideologia particular de experiência e utilidade”.

Bonelli argumenta que:

[...] as profissões são concebidas como o reinado da preocupação com a

qualidade do serviço prestado ao cliente, com a autoridade adquirida com

base no conhecimento. A motivação para o trabalho não se resume apenas

aos interesses de obtenção de um rendimento. Profissão é do mundo dos

serviços dignos, morais, das relações de igualdade entre os pares. Requer

que o cliente confie no saber do profissional e que este respeite seus

colegas e seus clientes. Ela era a novidade dessa sociedade e legitimava o

altruísmo nessa ordem social (Bonelli, 1993; p.32).

Para Abbott (1988; p.8), “a evolução das profissões resulta das suas inter-relações,

que são determinadas pelo modo como esses grupos controlam saber e

qualificação”.

Bonelli (1993; p.32), referindo-se à distinção entre ocupação e profissão, afirma que

“a base da classificação era a existência de um corpo organizado que dominasse um

conhecimento baseado num sistema de ensino e treinamento, com seleção prévia

através de exame, e possuísse códigos de ética e de conduta”.

Parsons (1958) entende as profissões como sistemas de solidariedade em que a

identidade tem como fundamento a competência técnica dos membros de uma dada

profissão, sendo esta competência adquirida em escolas, universidades, centros de

treinamento e organizações. As profissões têm uma localização específica na

estrutura social e no sistema cultural. Presume-se, portanto, que a formação de

competências seja um aspecto crítico para que os profissionais possam manter o

monopólio do conhecimento, assegurando seu lugar na sociedade.

Freidson destaca a diferença entre duas formas de conceituar profissão que, às

vezes, são confundidas. O primeiro conceito se refere a um amplo extrato de

Page 29: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

30

ocupações prestigiosas, mas muito variadas, cujos membros são identificados mais

por sua condição de educação do que por suas habilidades específicas (profissões

ocupacionais), dentre as quais se inclui a Nutrição.

De acordo com Paiva (2007), o conceito de profissão é compreendido como um

conjunto de atividades produtivas desenvolvidas por um grupo de pessoas que

possuem conhecimentos específicos, validados academicamente e reconhecidos

socialmente, mediante instrumentos regulatórios formais ou informais que são

compartilhados coletivamente, garantindo elevado grau de autonomia no exercício

de suas atribuições e movidas em certo nível por altruísmo.

Para fins do presente estudo, optou-se pelo conceito de profissão formulado por

Paiva (2007).

3.2 Breve histórico das competências

Bitencourt e Barbosa (2002) localizam a origem e o significado da palavra

competência no final da idade média, quando a expressão era basicamente

associada à linguagem jurídica: “competência é a faculdade atribuída a alguém ou a

uma instituição para apreciar e julgar certas questões” (BITENCOURT E BARBOSA

2002, p. 240).

Para Dadoy (2004, p.108), “a noção de competência vem do latim competentia,

derivada de competere, chegar ao mesmo ponto, oriunda de petere, dirigir-se para.

Refere-se ao que convém; no francês antigo, significa apropriado”.

Sant’Anna (2002, p. 27) ratifica a antiguidade da palavra competência e destaca

que:

“(...) constitui uma ideia antiga, porém (re-) conceituada e (re-) valorizada no

presente em decorrência de fatores como os processos de reestruturação

em curso, intensificação das descontinuidades e imprevisibilidades da

situação econômica, organizacionais e de mercado e as sensíveis

mudanças nas características do mercado de trabalho, resultantes, em

especial dos processos de globalização (...)”.

Page 30: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

31

Quanto ao início da discussão sobre o tema competências, existem algumas

divergências. Para Fleury (2002, p.53), ela teve início em 1973, quando McClelland

publicou o artigo “Testing for competence rather than inteligence” (Testar

competência ao invés de inteligência) que, de certa forma, tratou do debate sobre

competência entre psicólogos e administradores nos Estados Unidos. A autora

contribui com a noção de competência vista como um conjunto de conhecimentos,

habilidades e atitudes (CHA) que a pessoa possui ou que são demandados por

determinada posição. Segundo Brandão (2006), o termo competência surgiu com o

taylorismo-fordismo para qualificar a pessoa capaz de realizar uma atividade de

forma eficiente.

A relevância do conceito de competências como ferramenta de gestão estratégica

de pessoas surge, basicamente, da conjugação de duas vertentes - a da Escola

Americana, carreada por McClelland, Parry, Boyatzis e Spencer & Spencer, e a da

Escola Francesa, capitaneada por Le Boterf e Zarifian. Os trabalhos destes autores

marcaram significativamente a literatura a respeito do tema competência.

A Escola Americana aborda as competências por meio das teorias filosóficas pelo

modelo comportamentalista, buscando identificar os atributos fundamentais que

permitem aos indivíduos alcançar um desempenho superior. Seus princípios

psicológicos são os da teoria behaviorista e incentivam o desenvolvimento de

atributos que o empresário de alto rendimento de hoje busca nos empregados de

amanhã. Já a escola Francesa apresenta o enfoque construtivista, que centraliza na

pessoa que aprende ou vai desenvolver suas potencialidades. As competências são

desenvolvidas por processos de aprendizagem. O modelo construtivista constrói a

competência não só levando em consideração o cargo, mas outorga importância

também à pessoa, aos seus objetivos, ao seu interesse e às suas possibilidades.

(STENFFEN, 1999)

McClelland publicou o artigo “Testing for competence rather than inteligence” (Testar

competência ao invés de inteligência) que investigou a performance de excelências

em trabalhadores nos Estados Unidos. Para McClelland, competência seria uma

Page 31: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

32

característica subjacente a alguém, passível de correlação com um desempenho

superior alcançado em uma tarefa ou situação específica (CEITIL, 2006).

Boyatzis (1982), desenvolveu uma profunda e ampla investigação sobre as

competências gerenciais, cujo resultado foi a publicação no seu livro The competent

Manger, no qual propõe identificar quais são as características distintivas dos

gestores de alta performance em relação aos que não são (CEITIL, 2006).

Boyatzis (1982), divide as competências de acordo com cinco características, sendo

elas: motivação subjacente, que conduz, dirige e seleciona o comportamento do

individuo; traços de caráter, forma de se comportar ou responder; conceito de si

próprio, atitudes e valores; conhecimentos, noção, procedimentos técnicos e

experiências pessoais; competências comportamentais e cognitivas, escuta ativa e

relacionamento interpessoais, raciocínio dedutíveis ou indutíveis.

Boyatzis (1982), sustenta que as competências constituem “certas características ou

habilidades da pessoa que a capacitam a demonstrar ações específicas

apropriadas”.

Para Spencer e Spencer (1993), são as características implícitas de um indivíduo

que estão relacionadas a critérios de desempenho superior para um cargo ou uma

situação. Colaborando com o autor, Perry (1996) complementa que os

conhecimentos, as habilidades e as atitudes são características que estão

relacionadas a um desempenho superior, desempenho este que pode ser melhorado

por meio de treinamento e desenvolvimento (resultado e formação).

Spencer e Spencer, em 1993, publicaram a obra Competece at work: models for

superior performance, descrevendo duas dimensões nas competências, fazendo

analogia com um iceberg: a dimensão comportamento e a dimensão características

pessoais se referem, respectivamente, à parte visível e à parte não visível. À parte

visível, correspondem os conhecimentos aplicados e a perícia revelada nos

conhecimentos técnicos. À parte submersa, correspondem as características como

Page 32: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

33

autoconceito, as atitudes, os valores e os motivos, características estas

consideradas as mais difíceis de adquirir.

Na França, os primeiros debates sobre o tema emergiram em 1970, tendo como

ponto crucial o questionamento da noção de qualificação e do processo de formação

profissional, notadamente a técnica. Observaram, os franceses, a desconexão,

especialmente na indústria, entre a formação oferecida pelo sistema educacional e a

qualificação profissional demandada pelos novos desafios do mundo do trabalho.

Buscou-se aumentar a empregabilidade mediante a aproximação entre o ensino e as

necessidades reais e concretas das empresas (competências e saberes caminhando

lado a lado), de forma que o diplomado adquirisse um repertório mais coerente com

o saber agir desejado pelas organizações (FLEURY, 2004).

Durante as décadas de 80 e de 90, Le Boterf e Zarifian, os principais expoentes da

escola francesa, aprofundaram seus estudos sobre o tema e formularam importantes

conceitos sobre competências.

Para Le Boterf (1994), trata-se de um conceito em construção, um conjunto de

aprendizagens sociais e comunicacionais nutridas de forma processual pela

aprendizagem, pela formação e pelo sistema de avaliações. A competência está

situada na convergência entre pessoas, na formação educacional e na experiência

profissional delas, tendo como foco a aprendizagem. Para o autor, competência é

um saber agir responsável que envolve saber mobilizar, interagir e transmitir

conhecimentos, recursos e habilidades, em certo contexto profissional, implicando

reconhecimento de terceiros.

Conforme Zarifian (1994), competência relaciona-se com a capacidade dos

indivíduos de assumir iniciativa, de estar além do prescrito, de compreender e

dominar situações em constante mutação, de ser responsável e reconhecido pelos

outros.

Page 33: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

34

Os trabalhos dos dois autores retiram o foco da qualificação ou do posto de trabalho,

característica da escola americana, e põem o indivíduo frente a um dado contexto

laboral. Além disso, trabalham a competência não mais com a ênfase do input, mas

da agregação de valor, de entrega à organização.

No Brasil, as primeiras discussões sobre competências individuais ocorreram no

meio acadêmico, tendo como referência a literatura americana. Tratou-se do tema

sob o enfoque do input do indivíduo (FLEURY, 2002, org).

Para Dutra, Hipólito e Silva (2000, p. 164), competencia é proposto como:

capacidade de a pessoa gerar resultados dentro dos objetivos estratégicos e

organizacionais da empresa, traduzindo-se pelo mapeamento do resultado esperado

(output), e pelo conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessários para

o seu atingimento (input). Esse conceito resulta, por sua vez, de duas abordagens

distintas de encarar as competências: como inputs referentes a qualidades dos

indivíduos, ou como outputs considerados como resultados ou comportamento.

Para Ceitil (2006), a abordagem das competências como inputs é mais clássica e

obteve mais aceitação nos sistemas de avaliação, gestão e desenvolvimento de

competências. Para o autor, não são as características que determinam as pessoas

como competentes, mas, sim, a maneira como estas características são utilizadas

para mobilizar as capacidades dos profissionais para resultados concretos no seu

desempenho. Essas características podem ser motivos, traços de personalidade,

conhecimentos e habilidades, que integradas, são utilizadas pelas pessoas para

resultarem em desempenho superior. Deste modo, trata-se de um conceito

relacionado às pessoas, ao potencial que elas possuem, permitindo níveis

superiores de desempenho.

As competências como outputs constituem uma abordagem em que a prioridade é o

trabalho e suas exigências funcionais (Cascão, 2004). Assim, as competências são

entendidas como comportamento ou atitudes, e são analisadas como desempenho e

resultados superiores. Esse conceito está relacionado com o trabalho, referindo-se a

habilidades para realizar uma tarefa específica com elevado grau de desempenho.

Page 34: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

35

Diversos autores se destacam na temática de competências na literatura brasileira:

os professores Maria Teresa Leme Fleury, Joel Souza Dutra, Roberto Limas Ruas,

Talita Ribeiro da Luz entre outros.

Fleury (2002, org., p. 55), alinhada com os pensamentos de Zarifian e de Le Boterf,

introduz a definição de competência como: “um saber agir responsável e

reconhecido que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos,

habilidades, que agregue valor econômico à organização e valor social ao indivíduo”.

O saber agir responsável, mencionado por Fleury (2001), compreende ainda o saber

aprender, o saber se engajar, o ter visão estratégica e o assumir responsabilidades.

Outra abordagem, frisa a autora, mostra-se importante para compreensão mais

ampla de seu conceito de competência. Trata-se da ideia de entrega desenvolvida

por Dutra.

Zarifian (1999), por sua vez, tendo como referência os trabalhadores da indústria,

apresenta um conceito multidimensional, fortemente contrastante com as práticas

tayloristas tradicionais. Para o autor, trata-se de uma combinação de

conhecimentos, de saber-fazer, de experiências e comportamentos que se exerce

em um contexto profissional preciso (ZARIFIAN, 2001).

Conforme o conceito tradicional de competência oriundo de McClelland, uma pessoa

seria considerada competente se apresentasse o conjunto de conhecimentos,

habilidades e atitudes necessário ao desempenho de um cargo ou de uma tarefa.

Dutra (2004), no entanto, considera essa perspectiva pouco instrumental. O autor

ressalta que a simples detenção dessas capacidades não garante que o indivíduo

agregue valor à organização, cumprindo os objetivos por ela desejados.

Para Dutra et al. (1998, p. 3), as competências significam:

“a capacidade da pessoa gerar resultados dentro dos objetivos estratégicos

e organizacionais da empresa, se traduzindo pelo mapeamento do resultado

esperado e do conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes

necessários para o seu atingimento”.

Page 35: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

36

Cada vez mais, a competência deve estar alinhada à capacidade de resolver

problemas, de tomar decisões rápidas e acertadas dentro do imprevisto e ter

alinhamento com objetivos. E isto se traduz em vários níveis: seja um órgão no

âmbito social; seja uma empresa no âmbito organizacional; seja uma pessoa no

âmbito individual. Ao desenvolver novas competências, espera-se que o indivíduo

agregue para si um valor social e, para a organização, um valor econômico.

(FLEURY & FLEURY, 2001).

Nesse contexto apresenta-se o debate sobre competências e introduz seu conceito.

3.3 Conceito de Competências profissionais

De acordo com Bitencourt (2002), o indivíduo é responsável pela construção de suas

competências (autodesenvolvimento) a partir da interação com a organização,

família e outros grupos sociais. As competências pessoais (individuais) remetem à

crescente necessidade de valorização e formação profissional para atender às

demandas do mercado e da organização (BITENCOURT; BARBOSA, 2010).

Para Dutra (2001), “não tem sentido vincular a competência ao cargo e, sim, à

pessoa que terá de compreender as demandas do contexto sobre ela, a saber,

mobilizar seu repertório para atender às mesmas de forma adequada”. Os grandes

avanços vieram quando começamos a utilizar, com ênfase, o conceito de

competência como entrega e agregação de valor, tendo a ele incorporado conceitos

complementares de complexidade e de espaço ocupacional, permitindo estender o

uso da competência para trabalhar questões ligadas à carreira e remuneração.

(DUTRA 2001, p.35).

Boyatzis (1982), a partir da reanálise de estudos sobre competências gerenciais, na

década de 80, conceitua competências como aspectos verdadeiros e observáveis

ligados à natureza humana, que determinam, em grande parte, o retorno para

organização. O autor identifica traços e características pessoais que, em sua

opinião, definiriam um resultado superior.

Page 36: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

37

Para Stroobants (1997), a competência é uma resultante de três componentes:

saberes ou conhecimentos formais (fatos e regras); saber fazer (procedimentos

empíricos do quotidiano da profissão) e saber ser (saber social, interpretações e

visões de mundo), que envolvem a identificação e a construção de atributos de

competências.

Segundo Dutra et al. (1998, p. 3), é a “capacidade da pessoa gerar resultados dentro

dos objetivos estratégicos e organizacionais da empresa, se traduzindo pelo

mapeamento do resultado esperado (output ) e do conjunto de conhecimentos,

habilidades e atitudes necessários para o seu atingimento (input)”.

“É a capacidade de mobilizar, integrar e colocar em ação conhecimentos, habilidades e

formas de atuar (recursos de competências) a fim de atingir/superar desempenhos

configurados na missão da empresa e da área” (RUAS, 1999, p.10).

Para Steffen (1999), competência é o conjunto de habilidades e conhecimentos que

se aplicam no desempenho de uma função ocupacional, a partir dos requerimentos

impostos pelo emprego.

Conforme Ruas (2000), a responsabilidade implica o domínio do métier e o

engajamento responsável na atividade, enquanto que a legitimidade se associa ao

reconhecimento por parte dos superiores, pares, subordinados, em relação a sua

capacidade de agir e de responder às situações que aparecem. O autor trata a

questão de competências em termos de recursos de competências: conhecimento

do ambiente, conhecimento teórico, conhecimento operacional, saber fazer

operacional, saber fazer atitudinal e saber fazer cognitivo, destacando a importância

da articulação entre eles.

Hipólito (2000, p. 7) afirma que “o conceito de competência sintetiza a mobilização,

integração e transferência de conhecimentos e capacidades em estoque, deve

adicionar valor ao negócio, estimular um contínuo questionamento do trabalho e a

aquisição de responsabilidades por parte dos profissionais e agregar valor em duas

dimensões: valor econômico para a organização e valor social para o indivíduo”.

Page 37: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

38

As competências se referem à capacidade de um indivíduo de mobilizar o todo ou

parte de seus recursos cognitivos e afetivos para enfrentar um conjunto de situações

complexas, o que exige a conceituação precisa desses recursos, das relações que

devem ser estabelecidas entre eles e da natureza do “saber mobilizar”. “Pensar em

termos de competência significaria, portanto, pensar a sinergia, a orquestração de

recursos cognitivos e afetivos diversos para enfrentar um conjunto de situações que

apresentam analogia de estrutura (PERRENOUD, 2001, p. 21)”.

“A competência profissional é uma combinação de conhecimentos, de saber fazer,

de experiências e comportamentos que se exerce em um contexto preciso. Ela é

constatada quando de sua utilização em situação profissional a partir da qual é

passível de avaliação. Compete, então, à empresa identificá-la, avaliá-la, validá-la e

fazê-la evoluir” (ZARIFIAN, 2001, p. 66).

Para Bitencourt e Barbosa (2010, p. 176), a competência se mantém por meio de

seu desenvolvimento contínuo, ou seja, conduz à necessidade crescente de formar

e valorizar o profissional para oferecer respostas mais rápidas às demandas do

mercado e da empresa por meio de uma postura aberta à inovação, baseada em um

perfil criativo e flexível, e do preparo para trabalhar e estimular o desenvolvimento

das pessoas com quem se trabalha.

O conceito de competência, construído com base na análise das diversas correntes

de estudo, compreende o processo contínuo e articulado de formação e

desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes de gestores a partir da

interação com outras pessoas no ambiente de trabalho, tendo em vista o

aprimoramento de sua capacitação, podendo, dessa forma, adicionar valor às

atividades da organização e da sociedade (Bitencourt p. 30, 2001).

Brandão et al. definem competências humanas ou profissionais como combinações

de conhecimentos, habilidades e atitudes expressas pelo desempenho profissional

dentro de determinado contexto organizacional que agregam valor às pessoas,

Page 38: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

39

grupos ou organizações. O conceito associa competência ao desempenho dentro de

um contexto.

No mundo do trabalho, de acordo com McLagan, (1997, citado por PAIVA, 2009, p.

12) “a palavra competência tem assumido diversos significados normalmente

alinhados a características dos indivíduos ou a suas atividades produtivas e

resultados decorrentes”.

Buscando compreender melhor como essas competências são formadas e suas

contribuições para a formação profissional, a próxima seção trata sobre a gestão de

competências individuais.

3.4 Competências Profissionais

As competências profissionais, segundo Steffen (1999), estão no indivíduo que

aprende ou naquele que desenvolve suas potencialidades até tornar-se competente,

e são desenvolvidas por processos de aprendizagem frente às dificuldades e aos

novos desafios. Para McClelland e Dailey (1972), a competência profissional pode

ser sintetizada como o conjunto de características individuais observáveis

(conhecimentos, habilidades, objetivos, valores) capazes de predizer e/ou causar um

desempenho efetivo ou superior no trabalho ou em outras situações da vida.

Boyatzis (1982, apud Fernandes, 2004, p. 26) sustenta que as competências

constituem “certas características ou habilidades da pessoa que a capacitam a

demonstrar ações específicas apropriadas”.

Spencer e Spencer (1993), influenciados pelo trabalho de McClelland e Dailey

(1972) sobre o caráter profundo (personalidade) e superficial das competências

(habilidades e conhecimentos), e na mesma linha que Boyatzis (1982), definem

competências como “características subjacentes de um individuo que estão

casualmente relacionadas a critérios de referência efetivos e/ou desempenho

superior para um cargo ou situação” (SANT’ANNA, 2002, p. 33).

Page 39: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

40

Na mesma linha de raciocínio, encontram-se outros autores como Le Boterf e

Perrenoud. Segundo Le Boterf (1994), a competência é um agir responsável e que é

reconhecido pelos outros, e está baseada em três eixos – saber, saber fazer e saber

ser –, que são formados pela pessoa, por sua formação educacional e por suas

experiências profissionais.

Para Ceitil (2006), para que o titular de uma função possa desenvolver os

comportamentos associados às competências que compõem o perfil de exigências,

é necessário que estas possuam as seguintes componentes: conhecimentos,

motivação, habilidades e destrezas, atitudes e interesses e meios e recursos.

Freitas e Brandão (2005) comentam que a competência está associada à noção de

aprendizagem, uma vez que resulta da aplicação de conhecimentos, habilidades e

atitudes adquiridas pela pessoa em processos de aprendizagem, sejam eles naturais

ou induzidos. Assim, a aprendizagem representaria o processo pelo qual se adquire

a competência, enquanto o desempenho da pessoa no trabalho representaria uma

expressão de suas competências, uma manifestação do que o indivíduo aprendeu

ao longo de sua vida (FREITAS e BRANDÃO, 2005).

Fleury e Fleury (2001, p. 21) destacam a ideia de que a competência agrega valor à

organização e, ao mesmo tempo, chamam a atenção para o fato de agregar valor

também ao indivíduo. Os autores definem competência como: “um saber agir

responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos,

recursos, habilidades, que agreguem valor econômico à organização e social ao

individuo”. Os autores ressaltam que o mundo contemporâneo tem exigido um novo

profissional com múltiplas competências.

Fleury e Fleury (2001) descrevem um conjunto de saberes que compõem a

competência do profissional conforme Quadro 1.

Page 40: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

41

Quadro 1 - Competências do profissional Competência Significados Saber agir Saber o que e por que faz.

Saber julgar, escolher, decidir.

Saber mobilizar Saber mobilizar recursos de pessoas, financeiros, materiais, criando sinergia entre eles.

Saber comunicar Compreender, processar, transmitir informações e conhecimentos, assegurando o entendimento da mensagem pelos outros.

Saber aprender Trabalhar o conhecimento e a experiência. Rever modelos mentais. Saber desenvolver-se e propiciar o desenvolvimento dos outros.

Saber comprometer-se Saber engajar-se e comprometer-se com os objetivos da organização.

Saber assumir responsabilidades

Ser responsável, assumindo os riscos e as consequências de suas ações, e ser, por isso, reconhecido.

Ter visão estratégica Conhecer e entender o negócio da organização, seu ambiente, identificando oportunidades, alternativas.

Fonte: FLEURY; FLEURY, 2001, p. 22.

Há uma relação similar entre competências individuais e profissionais, estando

ambas vinculadas. De um lado, tem-se o conjunto de competências próprio do

indivíduo, e, de outro, o que é decorrente da gênese e do processo de

desenvolvimento profissional. Estas competências são concretizadas no patrimônio

de conhecimento do indivíduo, uma vez que é mútua a influência de uma e de outra,

o que estabelece as vantagens competitivas do profissional.

A competência é, portanto, um conceito complexo e multifacetado, que pode ser

analisado sob diferentes perspectivas. A partir do conceito apresentado de Fleury e

Fleury e as DNC, as quais servirão de base para este trabalho, buscar-se-á

compreender como se dá o desenvolvimento das competências na perspectiva dos

alunos e professores do curso de nutrição na instituição.

Page 41: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

42

4 METODOLOGIA

4.1 Tipo, Abordagem e método de pesquisa

A pesquisa proposta neste dissertação caracteriza-se como descritiva e comparativa

(VERGARA, 2003). Conforme Gil (1999), a pesquisa descritiva estabelece relação

entre as variáveis. Para Vergara (2003), trata-se da investigação empírica realizada

no local onde ocorre ou ocorreu o fenômeno ou que dispõe de elementos para

explicá-lo. Para Lakatos (2010), é aquela utilizada para conseguir informações ou

conhecimentos acerca de um problema para o qual se busca resposta, consistindo

na observação de fatos e fenômenos tal como ocorrem. Essa pesquisa buscou

descrever as características sobre percepções de discentes e docentes sobre quais

competências são desenvolvidas no curso de nutrição da Universidade Federal de

Juiz de Fora para a formação e para o desenvolvimento profissionais dos alunos.

Para descrever as percepções, será utilizada a estatística descritiva, buscando

elementos que permitam expor as percepções dos discentes e dos docentes sobre o

fenômeno estudado, buscando identificar e mensurar as característica e a

correlação entre as variáveis.

Quanto à abordagem, para atingir os objetivos expostos, procederu uma pesquisa

quantitativa, conforme Flick (1995), para a obtenção de dados descritivos sobre

pessoas, ambientes, determinados fenômenos, procurando entender o fenômeno

em estudo. Busca–se identificar regularidades na amostra que possam ser

estendidas à população (MALHOTRA, 2006) e ter um olhar diferenciado sobre a

realidade investigada, salientada por Demo (2002) como uma visão ampliada. Essa

pesquisa utilizou de dados quantitativos, uma vez que busca informações descritivas

e regularidades na amostra a fim de compreender o fato estudado.

Quando aos meios, a pesquisa caracteriza-se como um estudo de caso, cujo

objetivo é aprofundar e conhecer as percepções dos sujeitos da pesquisa com base

em situações reais (VERGARA, 2003). Nessa pesquisa buscou-se conhecer a

percepção dos discentes e dos docentes do curso de nutrição referente à formação

Page 42: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

43

e desenvolvimento das competências dos alunos na Universidade Federal de Juiz

de Fora.

4.2 Unidade de análise e de observação

A unidade de análise foi a Universidade Federal de Juiz de Fora, e o objeto de

observação são os professores e alunos do Curso de Nutrição, os quais foram

selecionados seguindo critérios de acessibilidade e intencionalidade (VERGARA,

2003), tendo em vista a disponibilidade dos mesmos em responder o questionário.

4.3 População e amostra

A população é formada pelos alunos e professores da Universidade Federal de Juiz

de Fora, que conta com uma população de 378 alunos e 15 professores, os quais

serão selecionados por amostra sistemática. Para a amostra, foram selecionados

discentes do 3º ao 10º período, por entender que eles podem gerar dados de maior

qualidade, por estarem há determinado tempo na instituição e, portanto, deterem

certo conhecimento dos processos pedagógicos. Tal escolha colabora com os

objetivos da pesquisa, uma vez que estão mais familiarizados com as necessidades

e demandas para o desenvolvimento e a formação das competências profissionais.

4.4 Técnicas de coleta de dados

Quanto aos instrumentos de coleta de dados, foram utilizados levantamento e

análise documental e questionário conforme tipificação de Collis (2005). Os dados

primários foram obtidos pelo pesquisador, a partir da aplicação de questionários, por

meio dos quais se buscou informações gerais sobre a experiência do individuo

(HAIR, 2009).

O questionário foi desenvolvido e validado por Paiva (2009) os quais foram

adaptados para essa pesquisa, esse está dividido em duas partes. Uma se refere

aos dados sociodemográficos, e outra, com quarenta questões, se refere às

competências que foram apresentadas em escala de Likert de cinco pontos, que vão

Page 43: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

44

de “discordo totalmente a concordo totalmente”. Para a coleta dos dados, os

questionários foram impressos e aplicados na instituição em horários acordados e

agendados com na instituição, os quais foram entregues aos respondentes que

tiveram cerca dez a quinze minutos para preenchimento. Após o tempo médio

estimado para a resposta, o questionário foi recolhido pelo aplicador. Os dados

secundários foram selecionados e coletados a partir de documentos e registros

existentes na Instituição, como o projeto pedagógico e outros protocolos similares.

4.5 Tratamento dos dados

Para análise dos questionários, utilizou-se a estatística univariada, sendo cada

variável tratada isoladamente, o que deve ser o primeiro passo na análise dos

dados (PESTANA, 2008). Para a análise dos dados, utilizou-se a estatística

descritiva referente a variáveis de níveis de intervalos, medida de dispersão,

tendência central como média e mediana, variância, desvio padrão e bivariada,

tendo sido aplicado um teste para identificar as relações entre as variáveis, uma vez

que se pretendeu relacionar os dados sociodemográficos com dados das

competências.

Foram realizados testes paramétricos, com o objetivo de verificar a relação das

características sociodemográficas com as respostas dos entrevistados referentes às

competências profissionais a luz de Fleury e Fleury (2001) e das diretrizes

curriculares nacionais para o curso de Nutrição.

Tomou-se como referência o modelo de regressão ordinal e de chances não

proporcional, uma vez que entendeu-se ser o mais adequado para os dados, por

estarem nas escalas Likert de cinco pontos.

Page 44: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

45

5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Neste capitulo são apresentados os dados sociodemográficos de alunos e

professores do curso investigados, bem como os resultados estatísticos encontrados

relativos às competências profissionais previstas nas DNC e no modelo de Fleury e

Fleury (2001).

5.1 Dados demográficos

Na Tabela 1, apresenta-se o perfil dos alunos do curso de Nutrição pesquisados na

UFJF. Dentre os respondentes, 90,0% são do sexo feminino, 93,1% são solteiros,

3,8% são casados e 3,1% são separados ou divorciados. 15,6% têm idade abaixo

de 20 anos, 74,4% estão na faixa de 21 a 25 anos, 6,3% têm entre 26 a 30 anos e

os demais de 31 a 45 anos.

Quanto ao tempo de trabalho na área de nutrição, 54,4% atuam há menos de 6

meses, 14,4% trabalham de 7 a 12 meses, 7,5% trabalham de 13 a 24 meses, 8,8

trabalham de 19 a 30 meses e os demais atuam entre mais de 31 meses.

O tempo de trabalho total mostra que 54,4% atuam há menos de 6 meses, 14,4%

trabalham de 7 a 12 meses, 7,5% trabalham de 13 a 24 meses, 8,8% trabalham de

19 a 30 meses e os demais atuam entre mais de 31 meses.

Os alunos estão separados nos períodos em: no 3º período do curso com 17,5%; no

5º período, com 3,8%; no 6º período, 18,1%; no 7º período, com 17,5%; no 8º

período, com 24,4%; no 9º período, com 15,6% e no 10º período, com 3,1%.

Um detalhamento dos dados pode ser observado na Tabela 1.

Page 45: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

46

Tabela 1 – Perfil dos alunos respondentes

Continua

Dados demográficos Variáveis Total de respondentes Percentual

Sexo

masculino 16 10,00

Feminino 144 90,00

Estado civil

Solteiro 149 93,10

Casado 6 3,80

separado ou divorciado 5 3,10

Idade

menos de 20 anos 25 15,60

de 21 a 25 anos 119 74,40

de 26 a 30 anos 10 6,30

de 31 a 35 anos 4 2,50

de 36 a 40 anos 1 0,60

de 41 a 45 anos 1 0,60

Tempo de trabalho na área de nutrição (incluindo-se estágios)

menos de 6 meses 86 53,75

de 7 a 12 meses 23 14,40

de 13 a 18 meses 8 5,00

de 19 a 24 meses 4 2,50

de 25 a 30 meses 10 6,30

mais de 31 meses 28 17,50

Tempo de trabalho total (incluindo-se outros trabalhos além da área de nutrição)

menos de 6 meses 86 53,75

de 7 a 12 meses 23 14,40

de 13 a 18 meses 8 5,00

de 19 a 24 meses 4 2,50

de 25 a 30 meses 10 6,30

mais de 31 meses 28 17,50

Período do curso

3 28 17,5

5 6 4

6 29 18,1

7 28 17,5

8 39 24,38

9 25 24,4

10 5 3,1

Page 46: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

47

Dados demográficos Variáveis Total de respondentes Percentual

Curso realizado em instituição Pública 160 100,00

Curso realizado em instituição universidade 160 100,00

Fonte: Dados da pesquisa.

Na Tabela 2, apresenta-se o perfil dos professores do curso de Nutrição

pesquisados na UFJF. Predominam os professores do sexo feminino com 85,7%.

Quanto ao estado civil, 71,4% são casados, 14,3% são solteiros e 14,3% são

separados ou divorciados. Quanto à idade dos respondentes, 42% têm de 31 a 35

anos, 14,3% têm entre 36 a 40 anos, 14,3% têm de 41 a 45 anos, 14,3% têm de 46

a 50 anos e 14,3% têm entre 51 a 55 anos.

No que se refere à escolaridade, 85,7% dos professores são Doutores, e 14,3% têm

Pós-doutorado. Quanto à profissão, 100% são nutricionistas. 71,4% trabalham de 6

a 10 anos na IES, 14,3%, de 11 a 15 anos e 14,3% têm de 16 a 20 anos de trabalho.

No que se refere à experiência acadêmica, 71,4% têm de 6 a 10 anos, 14,3% têm de

11 a 15 anos e 14,3% têm mais de 30 anos.

Quanto ao nível de atuação na docência, 100% lecionam na graduação, enquanto

28,6% atuam em curso de especialização, 14,3% atuam no mestrado e 14,3%

atuam no doutorado.

Em suma, os professores são em sua maioria do sexo feminino, casados e estão na

faixa entre 31 a 36 anos. Apresentam qualificação para lecionar no curso, sendo a

maioria doutores. Todos são nutricionistas e trabalham de 6 a 10 anos na IES, com

experiência acadêmica de 6 a 10 anos. Todos trabalham na graduação e alguns

deles lecionam em curso de especialização, no mestrado e no doutorado.

Page 47: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

48

Tabela 2 – Perfil dos professores respondentes Continua

Dados demográficos Variáveis Total de respondentes

Percentual

Sexo masculino 1 14,3

feminino 6 85,7

Estado civil solteiro 1 14,3

casado 5 71,4

separado ou divorciado 1 14,3

união estável 7 100

de 31 a 35 anos 3 42,9

de 36 a 40 anos 1 14,3

de 41 a 45 anos 1 14,3

de 46 a 50 anos 1 14,3

de 51 a 55 anos 1 14,3

Doutor 6 85,7

Pós-Doutor 1 14,3

Profissão Nutricionista 7 100

de 6 a 10 anos 5 71,4

de 11 a 15 anos 1 14,3

de 16 a 20 anos 1 14,3

de 6 a 10 anos 5 71,4

de 11 a 15 anos 1 14,3

mais de 30 anos 1 14,3

Experiência profissional total – Tempo de trabalho

total (inclusive outras atividades não acadêmicas)

de 6 a 10 anos 5 71,4

de 11 a 15 anos 1 14,3

mais de 30 anos

1 14,3

Atuação nesta instituição

Ensino 7 100

Pesquisa 6 85,7

Extensão 7 100

Orientação de alunos 7 100

Atividades administrativas 6 85,7

Nível de atuação na docência

Graduação 7 100

Especialização 2 28,6

Mestrado 1 14,3

Page 48: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

49

Dados demográficos Variáveis Total de respondentes

Percentual

Doutorado 1 14,3

Fonte: Dados da pesquisa.

5.2 Competências previstas nas Diretrizes Curriculares Nacionais de

Nutrição.

Neste capítulo analisou-se a relação das Diretrizes Curriculares Nacionais com o

projeto pedagógico do curso. Em seguida, procedeu-se à análise da percepção dos

alunos e professores.

O curso de nutrição da UFJF foi desenvolvido por meio do projeto pedagógico de

Nutrição em junho de 2008, e esse documento apresenta as bases para seu

desenvolvimento. Ao analisar-se esse documento, percebe-se que ele está norteado

conforme a LDB e as DCN, apresentando aspectos estruturadores para o curso.

O projeto está norteado pelo relatório da Comissão Internacional sobre Educação

para o século XXI, da UNESCO, salientando que “a educação deve organizar-se à

volta de quatro aprendizagens fundamentais que, ao longo de toda a vida, serão, de

algum modo, para cada indivíduo, os pilares do conhecimento: aprender a conhecer,

isto é, adquirir os instrumentos da compreensão; aprender a fazer, para poder agir

sobre o meio envolvente; aprender a viver juntos, a fim de participar e cooperar com

os outros em todas as atividades humanas e, finalmente, aprender a ser, via

essencial que integra os três precedentes”. Estes pilares são as premissas do

desenvolvimento de competências, conforme apresentado nesse trabalho, que

envolve as competências profissionais conforme apresentado por Fleury e Fleury

(2001).

Complementando esse pensamento, o projeto apresenta que os alunos formados

pela UFJF devem desenvolver competências e habilidades como atenção à saúde,

tomada de decisão, comunicação, liderança, administração e gerenciamento e

educação permanente. Ao analisar cada uma das características abordadas no

Page 49: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

50

programa, pode-se fazer referência às competências apresentadas por Fleury e

Fleury.

No que se refere à atenção à saúde, o projeto apresenta que deve-se assegurar o

pensar critico e a análise dos problemas da sociedade e procurar solucioná-los, o

que remete ao saber agir. Outra característica apresentada pelo projeto é tomar

decisão, que se refere ao uso apropriado de características como eficácia e custo-

efetividade da força de trabalho, de procedimentos e de práticas, devendo o

profissional possuir competências e habilidades para avaliar, sistematizar e decidir

as condutas mais adequadas, o que corresponde a mobilizar e ter visão estratégica

conforme a visão de Fleury e Fleury (2001). Com relação à comunicação, de acordo

com o projeto, o profissional deve interagir com outros profissionais e com o público

em geral, devendo ser acessível e manter a confiabilidade e confidencialidade

conforme apresentado em saber comunicar pelos autores citados. Já no que se

refere à liderança, o projeto aborda o trabalho em equipe, a iniciativa e a gestão da

força de trabalho, tornando o profissional um empreendedor, noção que vai ao

encontro do pensamento de Fleury e Fleury (2001) sobre saber comprometer-se e

saber assumir responsabilidade na educação. No projeto, a educação permanente é

apresentada como a capacidade de aprender continuamente conforme a visão dos

referidos autores sobre o saber aprender.

A seguir, as competências gerais estabelecidas pelas Diretrizes Curriculares

Nacionais são associadas às respostas dos alunos.

A Tabela 3 mostra a avaliação dos alunos referente às competências estabelecidas

pelas Diretrizes Curriculares Nacionais (CNE/CES, 2001). Verifica-se que as

competências que receberam uma avaliação mais elevada foram as de número II –

contribuir para promover, manter e ou recuperar o estado nutricional de indivíduos e

grupos populacionais – com 4,36; número I – aplicar conhecimentos sobre

composição, propriedades e transformações dos alimentos e aproveitamento deles

pelo organismo humano, na atenção dietética – com 4,28; número XI – reconhecer a

saúde como direito e atuar de forma a garantir a integralidade da assistência – com

4,2; número IV – atuar em políticas e programas de educação, segurança e

Page 50: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

51

vigilância nutricional, alimentar e sanitária – com 4,18; e número V – atuar na

formulação e execução de programas de educação nutricional, de vigilância

nutricional, alimentar e sanitária – com 4,1. Estes dados sugerem que estas

competências foram bem trabalhadas segundo as perspectivas dos discentes.

As competências que tiveram as menores avaliações na visão dos alunos foram as

de número XII – desenvolver atividade de auditoria, assessoria, consultoria na área

de alimentação e nutrição – com 3,04; número XVI – integrar grupos de pesquisa na

área de alimentação e nutrição – com 3,29; e número XV – desenvolver e avaliar

novas fórmulas ou produtos alimentares, visando à sua utilização na alimentação

humana – com 3,3. Os dados indicam que estas competências devem ser mais bem

trabalhadas na perspectiva dos alunos, sugerindo uma atenção da instituição.

A variabilidade dos dados foi expressiva nas competências IV – atuar em políticas e

programas de educação, segurança e vigilância nutricional, alimentar e sanitária; na

VII – avaliar, diagnosticar e acompanhar o estado; X – atuar em equipes

multiprofissionais destinadas a planejar, coordenar, supervisionar, implementar,

executar e avaliar atividades na área de alimentação e nutrição e de saúde; XII –

desenvolver atividade de auditoria, assessoria, consultoria na área de alimentação e

nutrição; XV – desenvolver e avaliar novas fórmulas ou produtos; XVII – investigar e

aplicar conhecimentos com visão holística do ser humano, integrando equipes

multiprofissionais; já que o desvio-padrão excedeu 1,0.

Tabela 3 - Estatísticas descritivas referentes aos incisos das DCN-CGN, por

competências avaliadas pelos alunos

Continua

Medidas Competências

Perguntas Média Real

Mediana Real

Desvio-padrão

Real

I. 24 4,28 4 0,64

II. 25 4,36 5 0,69

III. 26 3,99 4 0,83

IV. 27 3,79 4 1,03 V. 28 3,83 4 1,00

VI. 29 3,91 4 1,22

Page 51: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

52

Medidas Competências

Perguntas Média Real

Mediana Real

Desvio-padrão

Real

VII. 30 4,18 4 0,84

VIII. 31 3,97 4 1,06 IX. 32 4,10 4 0,89

X. 33 3,83 4 1,03

XI. 34 4,20 4 0,90

XII. 35 3,29 3 1,34

XIII. 36 3,04 3 1,43

XIV. 37 3,87 4 1,19

XV. 38 3,30 3 1,64

XVI. 39 3,67 4 1,41 XVII. 40 3,58 4 1,16

Fonte: Dados da pesquisa.

Page 52: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

53

Gráfico 1: Distribuições percentuais dos alunos por nível de avaliação das competência, por incisos das DCN-CGF

A comparação do gráfico revela que, na avaliação dos alunos, o índice foi avaliado em níveis consideráveis altos, quanto ao

desenvolvimento da competências, por incisos das DCN, nas expectativas deles. Os incisos XII – desenvolver atividade de

auditoria, assessoria, consultoria na área de alimentação e nutrição; XIII – atuar em marketing de alimentação e nutrição; e XV –

desenvolver e avaliar novas fórmulas ou produtos alimentares, visando à sua utilização na alimentação humana –, devem ser

objeto de atenção da instituição de ensino no sentido de serem trabalhados com maior ênfase, considerando-se a importância

deles para o exercício profissional, já que na visão dos discentes foram os que tiveram menor avaliação de satisfação.

Page 53: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

54

A Tabela 4 mostra a avaliação dos professores referente às competências

estabelecidas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais (CNE/CES, 2001). Verifica-se

que as competências que receberam uma avaliação elevada foram as competências

IX – realizar diagnósticos e intervenções na área de alimentação e nutrição – com

4,43; XIV – exercer controle de qualidade dos alimentos em sua área de

competência – com 4,43; II – contribuir para promover, manter e/ou recuperar o

estado nutricional de indivíduos e grupos populacionais – com 4,29; V – atuar na

formulação e execução de programas de educação nutricional, de vigilância

nutricional, alimentar e sanitária – com 4,29; VII – avaliar, diagnosticar e

acompanhar o estado nutricional, planejar, prescrever, analisar, supervisionar e

avaliar dietas e suplementos dietéticos – com 4,29; XI – reconhecer a saúde como

direito e atuar de forma a garantir a integralidade da assistência – com 4,29; e XVI –

integrar grupos de pesquisa na área de alimentação e nutrição – com 4,14.

Já as competências que obtiveram menor avaliação foram as XIII – atuar em

marketing de alimentação e nutrição – com 2,89; III – desenvolver e aplicar métodos

e técnicas de ensino em sua área de atuação – com 3,29; XII – desenvolver

atividade de auditoria, assessoria, consultoria na área de alimentação e nutrição –

com 3,29; e XV – desenvolver e avaliar novas fórmulas ou produtos alimentares,

visando sua utilização na alimentação humana – com 3,43, indicando que tais

competências precisam ser mais bem desenvolvidas pelos docentes.

A variabilidade dos dados foi expressiva nas competências III – desenvolver e

aplicar métodos e técnicas de ensino em sua área de atuação; VI – atuar em

equipes multiprofissionais de saúde e de terapia nutricional; X – atuar em equipes

multiprofissionais destinadas a planejar, coordenar, supervisionar, implementar,

executar e avaliar atividades na área de alimentação e nutrição e de saúde; XII –

desenvolver atividade de auditoria, assessoria, consultoria na área de alimentação e

nutrição; XIII – atuar em marketing de alimentação e nutrição; e XVII – investigar e

aplicar conhecimentos com visão holística do ser humano, integrando equipes

multiprofissionais, já que o desvio-padrão excedeu 1,0.

Page 54: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

55

Tabela 4 - Estatísticas descritivas referentes aos incisos das DCN-CGN, por competências avaliadas pelos professores

Medidas DCN

Perguntas Média Real

Mediana Real

Desvio-padrão Real

I. 24 4,00 4,00 0,76

II. 25 4,29 5,00 0,88 III. 26 3,29 3,00 1,03

IV. 27 3,71 4,00 0,88

V. 28 4,29 4,00 0,70

VI. 29 4,00 4,00 1,07 VII. 30 4,29 4,00 0,70

VIII. 31 4,29 4,00 0,70

IX. 32 4,43 4,00 0,49

X. 33 4,00 4,00 1,07

XI. 34 4,29 4,00 0,70

XII. 35 3,29 3,00 1,03

XIII. 36 2,86 2,00 1,36

XIV. 37 4,43 4,00 0,49

XV. 38 3,43 3,00 0,90

XVI. 39 4,14 4,00 0,64 XVII. 40 3,57 4,00 1,18

Fonte: Dados da pesquisa.

Page 55: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

56

Gráfico 2: Distribuições percentuais dos Professor por nível de avaliação das competência, por incisos das DCN-CGF

A comparação do gráfico revela a discrepância entre as expectativas dos alunos e o que eles percebem que ocorre realmente no

quotidiano. Os incisos XII – Desenvolver atividade de auditoria, assessoria, consultoria na área de alimentação e nutrição; XIII – Atuar em marketing

de alimentação e nutrição; e XV – desenvolver e avaliar novas fórmulas ou produtos alimentares, visando sua utilização na alimentação

humana – deverão ser objeto de atenção da instituição de ensino no sentido de serem trabalhados com maior ênfase,

considerando-se a importância deles para o exercício profissional.

Page 56: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

57

5.3 Contribuições de Fleury e Fleury (2001)

A Tabela 5 apresenta as estatísticas descritivas das competências profissionais,

segundo modelo de Fleury e Fleury (2001), na avaliação dos alunos.

No que diz respeito à avaliação dos alunos quanto à contribuição do curso para a

formação e o desenvolvimento das competências profissionais mais amplas

(FLEURY; FLEURY, 2001), a maioria das médias foram consideradas satisfatórias

(acima de 3,5), exceto na competência 6 – saber mobilizar recursos de pessoas,

financeiros, materiais – com 3,41, e na competência 13 – rever modelos mentais –

com 3,13. A variabilidade dos dados foi baixa, já que o desvio-padrão só excedeu

1,0 nas variabilidades do saber mobilizar recursos de pessoas, financeiros,

materiais; trabalhar o conhecimento e a experiência; rever modelos mentais e saber

desenvolver-se para atuar com efetividade na sua área na organização.

Observou-se que não existe diferença entre as médias das notas entre os alunos em

todas as questões. Ou seja, os alunos consideram que os aspectos merecem uma

importância para todas as questões, corroborando o apresentado por Freitas e

Brandão (2005), que enfatizam que as aprendizagens representam o processo pelo

qual se adquirem as competências.

Tabela 5 - Estatísticas descritivas referentes às competências profissionais, segundo Fleury e Fleury (2001), por tipo de avaliação dos alunos

Continua

Medidas

Média

Real

Mediana

Real

Desvio-

padrão

Real Competências Pergunt

as

Saber agir

1 3,89 4,00 0,95

2 3,94 4,00 0,93

3 3,75 4,00 0,85

4 3,87 4,00 0,74

5 3,78 4,00 0,83

6 3,41 3,00 1,04

Saber comunicar

7 3,53 4,00 1,00

8 3,70 4,00 0,70

Page 57: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

58

Medidas

Média

Real

Mediana

Real

Desvio-

padrão

Real Competências Pergunt

as

9 3,98 4,00 0,94

10 4,01 4,00 0,84

11 3,68 4,00 0,95

Saber aprender

12 3,58 4,00 1,01

13 3,13 3,00 1,10

14 3,74 4,00 1,08

15 3,62 4,00 0,80

16 3,71 4,00 0,99

Saber comprometer-se 17 3,91 4,00 0,97

Saber assumir responsabilidad

e

18 4,31 4,00 0,64

19 4,18 4,00 0,85

20 4,21 5,00 0,95

Ter visão estratégica

21 3,89 4,00 0,91

22 3,83 4,00 0,97

23 3,84 4,00 0,79

Fonte: Dados da pesquisa.

Page 58: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

59

Gráfico 3: Distribuições percentuais dos alunos por nível de avaliação das competências, segundo Fleury e Fleury

(2001)

A comparação do gráfico revela a discrepância entre as expectativas dos alunos e o que eles percebem que ocorre realmente no

seu quotidiano. As perguntas que tiveram menor avaliação foram as 6 – saber mobilizar recursos de pessoas, financeiros,

materiais, com satisfação – com 48%, e a 13 – rever modelos mentais – com 37%. Estas perguntas deverão ser objeto de atenção

por parte da instituição de ensino no sentido de serem trabalhados com maior ênfase, considerando-se a importância delas para o

exercício profissional. As que tiveram melhor avaliação, com nota de satisfação superior a 70%, foram a 2 – saber por que fazer

determinados procedimentos; 9 – processar informações e conhecimentos; 10 – transmitir informações e conhecimentos; 18 – ser

responsável na sua área de atuação na organização; 19 –assumir os riscos e as consequências de suas ações; 20 – ser

reconhecido na sua área de atuação como um profissional responsável e competente.

Page 59: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

60

A Tabela 6 apresenta as estatísticas descritivas das competências profissionais,

segundo modelo de Fleury e Fleury (2001), na avaliação dos professores. No que

diz respeito à avaliação dos professores quanto à contribuição do curso para a

formação e o desenvolvimento das competências profissionais mais amplas

(FLEURY; FLEURY, 2001), existe insatisfação (abaixo de 3,5) em mais de 50% das

perguntas, que são a 4 – saber escolher – com 3,29; 6 – saber mobilizar recursos de

pessoas, financeiros – com 2,89; 7 –criar sinergia entre os recursos disponíveis e

mobilizados – com 2,43. 8 – criar sinergia entre os recursos disponíveis e

mobilizados para o exercício de suas funções na organização onde vai atuar – com

2,57; 10 – transmitir informações e conhecimentos – com 3,43. 11 – assegurar o

entendimento da mensagem transmitida para os outros membros da organização –

com 3,29; 13 – rever modelos mentais – com 2,57; 15 – saber propiciar o

desenvolvimento dos outros – com 3,29; 16 – saber engajar-se com os objetivos da

organização – com 3,14; 17 – saber comprometer-se com os objetivos da

organização – com 3,17; 21 – conhecer o negócio da organização e seu ambiente

com 3; 22 – entender o negócio da organização e seu ambiente com 3.

A variabilidade dos dados foi expressiva em seis das perguntas, já que o desvio-

padrão excedeu 1,0, sendo elas as perguntas 6 – saber mobilizar recursos de

pessoas, financeiros; 8 – compreender informações e conhecimentos transmitidos;

10 – transmitir informações e conhecimentos; 11 – assegurar o entendimento da

mensagem transmitida; 12 – trabalhar o conhecimento e a experiência; e 13 – rever

modelos mentais.

As avaliações apresentam uma insatisfação por parte dos docentes, são visíveis as

diferenças, apontando um degrau entre o que se espera do curso e o que

efetivamente está se desenvolvendo nos alunos na percepção dos professores,

demonstrando uma preocupação dos docentes com relação a tais competências

para a formação dos futuros profissionais. Isso corrobora o pensamento de Le

Boterf (1994) e Stroobants (1997), Ruas (2000) e de Fleury e Fleury (2001) referente

à importância do desenvolvimento de competências nos futuros profissionais.

Page 60: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

61

Tabela 6 - Estatísticas descritivas referentes às competências profissionais, segundo Fleury e Fleury (2001), por tipo de avaliação dos Professores.

Medidas

Média

Real

Mediana

Real

Desvio-

padrão

Real Competências Pergunt

as

Saber agir

1 4,14 4,00 0,99

2 4,00 4,00 0,53

3 3,57 4,00 0,73

4 3,29 4,00 0,88

5 3,57 4,00 0,49

6 2,86 3,00 1,12

Saber comunicar

7 2,43 2,00 0,90

8 2,57 3,00 1,18

9 3,86 4,00 0,99

10 3,43 4,00 1,05

11 3,29 3,00 1,03

Saber aprender

12 3,71 4,00 1,03

13 2,57 3,00 1,18

14 3,71 4,00 0,88

15 3,29 3,00 0,70

16 3,14 3,00 0,99

Saber comprometer-se 17 3,14 3,00 0,64

Saber assumir responsabilidade

18 3,57 4,00 0,90

19 3,71 4,00 0,70

20 3,86 4,00 0,64

Ter visão estratégica

21 3,00 3,00 0,93

22 3,00 3,00 0,93

23 2,71 2,00 0,88

Fonte: Dados da pesquisa.

Page 61: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

62

Gráfico 4: Distribuições percentuais dos professor por nível de avaliação das competências, segundo Fleury e Fleury (2001)

A comparação do gráfico revela a preocupação dos Professores com a formação e desenvolvimento dos discentes. As perguntas

que tiveram menor avaliação foram as 6 – saber mobilizar recursos de pessoas, financeiros com satisfação – com 43%; a 7 – criar

sinergia entre os recursos disponíveis e mobilizados para o exercício de suas funções na organização em que vai atuar – com 29;

Page 62: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

63

8 – compreender informações e conhecimentos transmitidos por outros membros da referida organização – com 29; 11 –

assegurar o entendimento da mensagem transmitida – com 43; 13 – rever modelos mentais – com 29; 15 – saber propiciar o

desenvolvimento dos outros – com 43; 16 – saber engajar-se com os objetivos da organização – com 29; 17 – saber comprometer-

se com os objetivos da organização – com 29; 21 – conhecer o negócio da organização e seu ambiente – com 43; 22 – entender o

negócio da organização e seu ambiente – com 43; e 23 – identificar oportunidades e alternativas de ação na organização – com

29. Elas deverão ser objeto de atenção da por parte da instituição de ensino no sentido de serem trabalhadas com maior ênfase,

considerando-se a importância delas para o exercício profissional.

As que tiveram melhor avaliação com nota de satisfação superior a 70% foram a 1 – saber o que o aluno deve fazer na sua

atuação profissional; 2 – saber por que fazer determinados procedimentos; 3 – saber julgar; 9 – processar informações e

conhecimentos; 14 – saber desenvolver-se para atuar com efetividade na sua área na organização; e 20 – ser reconhecido na sua

área de atuação como um profissional responsável e competente.

Page 63: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

64

5.4 Comparação professores e alunos

Ao se comparar as visão de alunos e professores, observou-se que ambos tiveram

uma avaliação satisfatória nas competências estabelecidas pelas DNCs II, V, XI.

Comparando o nível de satisfação, pode-se concluir que também houve

concordâncias nas competências I, II, VII e IX.

Para as menores notas, também foram observadas uma mesma visão entre os

atores nas competências das DCNs XII e XV.

Já para as competências gerais de Fleury e Fleury 2001, não houve observação de

concordância nas competências com maiores médias, mas para as competências

com menores médias, pode-se obter concordância nas 6 e 13. Analisando o índice

de satisfação, pode-se obter que os entrevistados concordam nas questões 2, 9 e

20.

Observa-se que apesar de algumas diferenças entre as médias das notas e índices

de satisfação entre os professores e os alunos na maioria da competências

analisadas, os autores obtiveram a mesmas percepção entre o desenvolvimento e a

formação das competências no curso de nutrição.

5.5 Análise de regressão

Como os dados analisados estão na escala Likert, utilizou-se o método de regressão

ordinal e desse, o modelo de chances não proporcionais, ou modelo estereótipos,

para verificar a relação das características sociodemográficas apresentadas com a

resposta a cada pergunta.

Os dados das perguntas “curso realizado em que tipo de instituição” (Faculdade,

Faculdade Integrada, Universidade, Centro Universitário) e “em que rede” (Privado,

Público) foram desconsiderados, pois apresentaram a mesma resposta em todos os

participantes.

Page 64: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

65

Na questão 2, para o caso ideal pode-se ver que apenas o tempo de trabalho na

área de nutrição interfere nas notas atribuídas. Para o caso real, além do tempo de

trabalho na área de nutrição, tem-se, também, o tempo de trabalho total interferindo

na forma com que as respostas são dadas.

Para o caso ideal da pergunta 3, tem-se que o tempo total de trabalho e o tempo

total de trabalho em nutrição fazem diferença nas notas dadas. Além disso, pôde-se

ver, também, que o sexo do participante influenciou nas respostas. Ao analisar o

caso real, tem-se que apenas o sexo influenciou na resposta final.

Já nas questões 5 e 6, apenas o sexo faz diferença nas respostas para no caso

ideal. Para o caso real, nenhuma característica faz efeito na resposta final. Na

pergunta 7, a característica que faz diferença na nota para ambos os casos, ideal e

real, é o tempo de trabalho na área de nutrição e o período.

Na parte ideal da pergunta 8, tem-se que as características estado civil e tempo de

trabalho na área de nutrição influenciam na resposta final. Já no caso real, apenas o

tempo de trabalho total tem essa influência. Na questão 9, parte ideal, não houve

nenhuma característica que mudasse a forma com que as pessoas atribuem as

notas. Entretanto, na parte real, o sexo, estado civil e o tempo de trabalho total

influenciam na resposta. Para a questão 10, parte ideal, não houve nenhuma

característica que mudasse a forma com que as pessoas atribuem as notas.

Entretanto, na parte real, o tempo de trabalho total dentro e fora da área de nutrição

influenciou na nota atribuída.

Para as outras perguntas, 1 e 4 em ambos os casos, ideal e real, não houve

nenhuma característica que mudasse a forma com que as pessoas atribuem as

notas. Na questão 11, parte ideal, o estado civil e o tempo de trabalho na área de

nutrição são relevantes para a resposta final das notas. Já na parte real, nenhuma

característica socioeconômica influenciou na resposta.

Page 65: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

66

Para a questão 13, na parte ideal, o tempo de trabalho na área de nutrição também

influenciou nas respostas de notas. Na parte real nenhuma característica foi

significativa.

Já na questão 14, na parte ideal, além do tempo total de trabalho na área de

nutrição, a idade também influenciou nas notas. Na parte real, nenhuma influenciou.

Com relação à questão 15, verifica-se que a idade e o tempo de trabalho total

influenciaram nas notas da parte real. Já na parte ideal, não foram encontradas

diferenças. Já na questão 16, tem-se o tempo na área de nutrição e o tempo total

influenciando na resposta das notas, nas partes ideal e real respectivamente. O

mesmo aconteceu na questão 17. Para a questão 18, apenas o tempo de trabalho

total influenciou na resposta para a parte real. Na parte ideal, não existiu nenhuma

influente.

Na questão 19, o sexo foi influente para a distribuição das notas da parte ideal. Já

na parte real, apenas o tempo de trabalho total foi significativo. Para a questão 20,

na parte ideal, tem-se que o sexo e o tempo de trabalho total influenciaram na

resposta final. Já na parte real, o tempo de trabalho na área de nutrição e o estado

civil influenciaram na resposta.

Analisando as questões 21 e 22, pode-se ver que o sexo e o tempo de trabalho total

influenciam as notas na parte ideal, e, na parte real, apenas o tempo de trabalho

total teve influencia. Na questão 23, apenas o tempo de trabalho total influenciou nas

respostas, em ambas as partes. Para a questão 26, o sexo e o tempo de trabalho na

área de nutrição foram significativos para a parte ideal. Já na parte real, nenhuma

das características foram influentes.

Quanto às questões 27 e 28, apenas o sexo foi influente na parte ideal, já na parte

real, nenhuma teve influência com as notas atribuídas. Já na questão 29, apenas o

tempo de trabalho na área de nutrição foi significativo na parte ideal, e, na parte real,

nenhuma característica influenciou na resposta. Na questão 30, o sexo influenciou a

distribuição das notas na parte ideal, e, na parte real, foi o tempo total de trabalho na

Page 66: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

67

área de nutrição. Para a questão 31, na parte real, o tempo de trabalho na área de

nutrição influenciou as respostas. Já na parte ideal, não existiu nenhuma influencia.

Analisando a questão 32, tem-se que o sexo influenciou as notas na parte ideal, e o

tempo de trabalho na área de nutrição influenciou na parte real. Já na questão 33, a

característica sexo influenciou na distribuição das notas, e, na parte real, o tempo de

trabalho na área de nutrição influenciou. Para a questão 34, na parte real, o tempo

de trabalho na área de nutrição e fora dela influenciaram a distribuição das notas. Já

na parte ideal, nenhuma das características foram influentes.

Na questão 35, na parte ideal, o tempo de trabalho na área de nutrição e o período

influenciaram na distribuição das notas. Já na parte real, apenas o período

influenciou. Para a questão 36, apenas a idade influenciou a distribuição das

respostas na parte ideal. Já na parte real, nenhuma característica influenciou.

Analisando a questão 37, na parte ideal, o sexo e o tempo de trabalho na área de

nutrição influenciaram a distribuição das respostas. Já na parte real, apenas o sexo

influenciou. Para a questão 38, na parte ideal, apenas o tempo de trabalho na área

de nutrição influenciou na distribuição das respostas. Na parte real, o tempo de

trabalho total e o período influenciaram.

Na questão 39, a idade e o tempo de trabalho total influenciaram a distribuição das

notas na parte real, já na parte ideal, nenhuma característica influenciou. Quanto à

questão 40, apenas o tempo de trabalho total influenciou a distribuição das notas na

parte ideal, e, na parte real, nenhuma característica influenciou. Para as outras

perguntas, 1, 4, 12, 24, 25 em ambos os casos, ideal e real, não houve nenhuma

característica que mudasse a forma com que as pessoas atribuem as notas.

Segue, abaixo, a Tabela 7, com os modelos ajustados para cada variável e as

características:

Page 67: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

68

Tabela 7 - Investigação das características sociodemográficas significativas

Questão Influenciadas

2. Saber por que fazer determinados procedimentos

Tempo de trabalho na área de nutrição (incluindo-se estágios)

Tempo de trabalho total (incluindo-se outros trabalhos além da área de nutrição)

3. Saber julgar Sexo

6. Saber mobilizar recursos de pessoas, financeiros, materiais

Tempo de trabalho na área de nutrição (incluindo-se estágios)

7. Criar sinergia entre os recursos disponíveis e mobilizados para o exercício de suas funções na organização em que vai atuar

Tempo de trabalho na área de nutrição (incluindo-se estágios)

Período do curso

8. Compreender informações e conhecimentos transmitidos por outros membros da referida organização

Tempo de trabalho total (incluindo-se outros trabalhos além da área de nutrição)

9. Processar informações e conhecimentos

Sexo Estado Civil: Tempo de trabalho total (incluindo-se outros trabalhos além da área de nutrição)

10. Transmitir informações e conhecimentos

Tempo de trabalho na área de nutrição (incluindo-se estágios)

Tempo de trabalho total (incluindo-se outros trabalhos além da área de nutrição)

15. Saber propiciar o desenvolvimento dos outros

Idade: Tempo de trabalho total (incluindo-se outros trabalhos além da área de nutrição)

Page 68: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

69

16. Saber engajar-se com os objetivos da organização

Tempo de trabalho total (incluindo-se outros trabalhos além da área de nutrição)

17. Saber comprometer-se com os objetivos da organização

Tempo de trabalho total (incluindo-se outros trabalhos além da área de nutrição)

18. Ser responsável na sua área de atuação na organização de saúde

Tempo de trabalho total (incluindo-se outros trabalhos além da área de nutrição)

20. Ser reconhecido na sua área de atuação como um profissional responsável e competente

Estado Civil: Tempo de trabalho na área de nutrição (incluindo-se estágios)

21. Conhecer o negócio da organização e seu ambiente

Tempo de trabalho total (incluindo-se outros trabalhos além da área de nutrição)

22. Entender o negócio da organização e seu ambiente

Tempo de trabalho total (incluindo-se outros trabalhos além da área de nutrição)

30. Avaliar, diagnosticar e acompanhar o estado nutricional, planejar, prescrever, analisar, supervisionar e avaliar dietas e suplementos dietéticos

Tempo de trabalho na área de nutrição (incluindo-se estágios)

Page 69: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

70

31. Planejar, gerenciar e avaliar unidades de alimentação e nutrição, visando à manutenção ou melhoria das condições de saúde de coletividades sadias e enfermas

Tempo de trabalho na área de nutrição (incluindo-se estágios)

32. Realizar diagnósticos e intervenções na área de alimentação e nutrição

Tempo de trabalho na área de nutrição (incluindo-se estágios)

33. Atuar em equipes multiprofissionais destinadas a planejar, coordenar, supervisionar, implementar, executar e avaliar atividades na área de alimentação e nutrição e de saúde

Tempo de trabalho na área de nutrição (incluindo-se estágios)

34. Reconhecer a saúde como direito e atuar de forma a garantir a integralidade da assistência

Tempo de trabalho na área de nutrição (incluindo-se estágios)

Tempo de trabalho total (incluindo-se outros trabalhos além da área de nutrição)

35. Desenvolver atividade de auditoria, assessoria, consultoria na área de alimentação e nutrição

Período do curso

37. Exercer controle de qualidade dos alimentos em sua área de competência

Sexo

Page 70: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

71

38. Desenvolver e avaliar novas fórmulas ou produtos alimentares, visando a sua utilização na alimentação humana

Idade Tempo de trabalho total (incluindo-se outros trabalhos além da área de nutrição)

Período do curso

39. Integrar grupos de pesquisa na área de alimentação e nutrição

Tempo de trabalho total (incluindo-se outros trabalhos além da área de nutrição)

Fonte: Dados da pesquisa.

*Onde há diferenças nas notas para aquela característica sócio-demográfica.

As principais características que influenciaram os entrevistados foram, o tempo de

trabalho na área de nutrição, que influenciou a respostas das questões 2, 3, 7, 13,

14, 15, 16, 19, 30, 31, 33, 34, 35 e 38. Já o tempo de trabalho total influenciou as

questões 2, 3, 15, 16, 17, 18, 19, 21, 22, 34, 37, 39, e 40, seguida pelo sexo, que

influenciou as questões 3, 5, 9, 19, 20, 21, 22, 27, 29, 30, 32, 33 e 37. Já as

características sexo e idade influenciaram as questões 8, 11, para o primeiro, e 14,

36, 39, para o segundo. O período influenciou apenas as questões 35 e 38.

Os resultados dos testes de correlação, por outro lado, apontaram, na avaliação dos

alunos quanto ao ideal e ao real do curso, que a experiência de trabalho na área de

nutrição e a experiência de trabalho total, são os aspectos que mais influenciam as

respostas dos alunos.

Page 71: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

72

Considerações finais

O objetivo geral da pesquisa foi descrever e analisar as percepções de discentes e

docentes da universidade Federal de Juiz de Fora a respeito das contribuições do

curso de graduação em nutrição na formação e no desenvolvimento das

competências profissionais dos futuros nutricionistas.

Para tanto, o referencial teórico abordou três temas, a saber: profissão,

competências individuais e competências profissionais. A pesquisa de campo se

caracterizou como um estudo de caso descritivo, de natureza quantitativa. Foram

coletados 160 questionários de alunos do curso de nutrição e 7 professores, Cujos

dados foram tabulados e analisados à luz de estatística univariada e bivariada.

Em relação aos objetivos específicos, o primeiro consistia em descrever e analisar

as competências profissionais previstas nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o

curso de Nutrição. O projeto apresenta que os alunos formandos devem desenvolver

competências e habilidades que são apresentadas como os objetivos específicos,

que trazem as Diretrizes Curriculares Nacionais. Verifica-se que todas as

competências abordadas na DCN receberam uma avaliação elevada, entretanto, na

avaliação da situação de duas com menor pontuação, a número XII – desenvolver

atividade de auditoria, assessoria, consultoria na área de alimentação e nutrição – e

a número XV – desenvolver e avaliar novas fórmulas ou produtos alimentares,

visando a sua utilização na alimentação humana segundo as perspectivas dos

discentes.

Já na perspectiva dos professores quanto à avaliação da situação das competências

a XIII – atuar em marketing de alimentação e nutrição; a III – desenvolver e aplicar

métodos e técnicas de ensino em sua área de atuação; a XII – desenvolver atividade

de auditoria, assessoria, consultoria na área de alimentação e nutrição; e XV –

desenvolver e avaliar novas fórmulas ou produtos alimentares, visando sua

utilização na alimentação humana, – foram as que receberam menor avaliação,

indicando que tais competências precisam ser mais bem desenvolvidas pelos

docentes. Já a competência IX – realizar diagnósticos e intervenções na área de

Page 72: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

73

alimentação e nutrição e a XIV – exercer controle de qualidade dos alimentos em

sua área de competência, foi bem trabalhada segundo as perspectivas dos

professores.

Os resultados mostraram que as expectativas dos alunos e dos professores quanto

à formação de competências profissionais são bastante parecidas, demonstrando

que ambos os atores obtiveram a mesma percepção quanto à formação de

competências na instituição, ou seja, quais foram bem trabalhadas e quais precisam

de uma melhor atenção para seu aperfeiçoamento.

O segundo objetivo tratou de descrever e analisar as competências profissionais

conforme a contribuições de Fleury e Fleury (2001) para o curso de Nutrição. A

maioria das médias foram consideradas satisfatórias, exceto com relação ao “saber

mobilizar recursos de pessoas, financeiros, materiais” e “rever modelos mentais” na

perspectiva dos alunos.

Já para os professores, foram mais significativas as seguintes competências: saber

agir; saber comunicar; saber aprender; saber desenvolver-se; saber assumir

responsabilidade e ter visão estratégica, demonstrando uma preocupação dos

docentes com relação a tais competências para a formação dos futuros

profissionais.

O terceiro objetivo constou em descrever as percepções dos docentes a respeito da

contribuição do curso para a formação e para o desenvolvimento das competências

profissionais dos alunos, e o quarto objetivo, que considerava descrever as

percepções dos discentes quanto à contribuição do curso para a formação e para o

desenvolvimento de suas competências profissionais. Observou-se que existe

diferença entre a percepção dos alunos e dos professores sobre a formação de

competências profissionais referente ao índice de satisfação entre os alunos e os

professores. Ou seja, para os alunos, há aspectos que merecem uma importância

maior do que acontece de fato. Essa diferença também foi observada pelos

professores, o que sugere que os professores percebem que tais competências

precisam ser melhor trabalhadas nos discentes.

Page 73: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

74

A questão das competências profissionais assume fundamental importância na

constituição e manutenção do reconhecimento social, da autonomia e do grau de

monopólio das profissões. No campo da educação, a profissão de nutricionista é

ainda recente, tendo sido criada no Brasil em 1967 e regulamentada em 1991. As

DCN-CGN foram definidas em 2001, o que torna relevante a questão da formação

profissional e a análise do desenvolvimento das competências profissionais.

Os resultados desta pesquisa mostraram que, na avaliação de alunos e professores,

todas as competências previstas nas DCN-CGN, assim como as competências de

Fleury e Fleury (2001) são importantes para o desenvolvimento profissional.

Demonstra-se, assim, a necessidade de maior aprimoramento para o

desenvolvimento acadêmico do curso e formação de profissional.

Na avaliação das competências prescritas nas diretrizes curriculares do curso

(CNE/CES, 2001), os futuros nutricionistas abordados apontaram discrepâncias em

competências relacionadas a aspectos técnicos e relacionais. Quanto às

competências gerais consideradas no modelo de Fleury e Fleury (2001), isso

também se verificou.

Como se trata de um estudo de caso, os resultados dessa pesquisa não podem ser

generalizados, o que constitui uma das suas limitações. Espera-se que estes

resultados sejam examinados pelo departamento do curso, juntamente com os

professores e alunos, para que se possa aprimorar e melhorar a formação e o

projeto pedagógico, juntamente com as práticas dos atores envolvidos.

Espera-se, também, ter contribuído para a aplicação e discussão da temática das

competências, a partir de dois espectos. Um específico e arrolado no âmbito

institucional, que envolve os cursos de graduação em nutrição no Brasil, tendo em

vista a utilização das diretrizes que os guiam (CNE/CES, 2001). Outro de escopo

geral, uma vez que as competências profissionais abordadas por Fleury e Fleury

(2001) se aplicam na formação profissional em geral.

Page 74: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

75

Diante disse, sugere-se ampliar a pesquisa sobre competências profissionais para

os cursos de Nutrição em outras IES, assim como outros cursos no campo da

educação, de modo a promover a formação e o desenvolvimento de competências

profissionais nos alunos, e de municiar os futuros profissionais para uma prática

socialmente mais qualificada e preparada.

Page 75: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

76

REFERÊNCIAS

ABBOT, Andrew. The System of professions. The University of Chicago, 1988. BARBOSA, Maria Ligia de Oliveira. Reconstruindo as Minas e planejando as Gerais: os engenheiros e a constituição dos grupos sociais. 1993. Tese de Doutorado. Tese (Doutorado) Unicamp, 1993. BARBOSA, Allan Claudius Queiroz. Gestão de Competências nas Organizações. Worhshop. Belo Horizonte: Hexagon Desing, UFMG, Isvor Knowlwdge, 2001. BARBOSA, Maria Ligia de Oliveira. Ensaio Bibliográfico - As profissões no Brasil e sua sociologia. Dados, 2003, vol.46, n.3, pp. 593-607. BARROS, Leando Eduardo Vieira, COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS E SUA GESTÃO NA ÁREA DA SAÚDE: Um estudo de caso com médicos de um hospital privado mineiro, (dissertação) Faculdade novos horizontes, 2011 BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977. ALBERTON, Luiz; BEUREN, Ilse Maria. A formação comportamental de auditores contábeis independentes: um estudo multicaso. RECADM, v. 1, n. 2, p. 1-24, 2003. BITENCOURT, Claudia Cristina. A Gestão de Competências como Alternativa de Formação e Desenvolvimento nas Organizações: uma Reflexão Crítica a Partir da Percepção de um Grupo de Gestores. Anais... Salvador: ANPAD, 2002. BITENCOURT, Claudia Cristina. BARBOSA, Allan. Claudius. Queiroz. Gestão de competências: articulando indivíduos, organizações e sociedade. In: BITENCOURT, Claudia. Cristina. (org) Gestão contemporânea de pessoas. 2. ed. Porto Alegre: Brookman, 2010. 444p. p. 239-269. Boyatzis , R. E. The competent manager: A model for effective performance. New York: John Wiley & Sons, 1982. BONELLI, M. G. As Ciências Sociais no Sistema Profissional Brasileiro. BIB, Boletim Informativo e Bibliográfico de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, n. 36, 1993, pp. 31-61. BORGES, Carla Juliana Pissinatti. O Debate Internacional Sobre Competências: explorando novas possibilidades. 2010. 139 p. Dissertação (Mestrado – Programa de Pos-Garduação em Educação), Universidade de São Paulo, Belo Horizonte. 2010. BRANDÃO, H. P. et al. Gestão de desempenho por competência. – ERA, Rio de Janeiro, v. 42, n. 5, set/out. 2008, p. 875-898.

Page 76: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

77

BRANDÃO, H. P. Competências no Trabalho e nas Organizações: Uma Análise da Produção Científica Brasileira. In: EnANPAD, 30, 2006, Salvador. Anais... Rio de Janeiro: ANPAD, 2006. BRANDÃO, Hugo Pena., GUIMARÃES. Tomás de Aquino. Gestão de competências e gestão de desempenho: tecnologias distintas ou instrumentos de um mesmo construto? Revista de Administração de Empresas / EAESP / FGV, São Paulo, Brasil. v. 41, n. 1, p. 8-15, Jan./Mar., 2001. BRASIL. Lei 9.394, Brasília: 1996 (lei de Diretizes e Base da Educação Nacional –LDB). BRASIL. MEC. Parecer CNE/CES nº 776, aprovada em 03/12/1997. BRASIL. MEC. Resolução CNE/CES nº 1.133, aprovada em 7/08/2001. BRASIL. MEC. Parecer CNE/CES nº 146, aprovada em 03/04/2002. BRUYNE, P. Herman. J.; SCHOUTHEETE, M. Dinâmica da pesquisa em ciências sociais: os pólos da prática metodológica. Rio de Janeiros, 1977. BOSI, Maria Lúcia Magalhães. A face oculta da nutrição: ciência e ideologia. Espaço e Tempo, 1988. BOSI, Maria Lúcia Magalhães. Definindo fronteiras: o nutricionista e sua profissionalização. 1995. Tese de Doutorado. Escola Nacional de Saúde Pública. CEITIL, Mário (org.) Gestão e desenvolvimento de competências. Lisboa, Sílabo, 2006. COLLIS, J.; HUSSEY, R. Pesquisa em administração: um guia prático para alunos de graduação e pós-graduação. 2. ed. trad. Porto Alegre: Bookman, 2005. CNE/CES – Conselho Nacional de Educação / Câmara de Educação Superior. Resolução 5. htt//portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES05.pdf DADOY, Mireille. As noções de competências e competências à luz das transformações na gestão da mão-de-obra. In:TOMASI, Antônio (Org.). Da qualificação à competência pesando o século XXI. 1ª Ed. Campinas. Editora Papirus, 2004. (p. 105-142) DE RÉ. César Augusto. DE RÉ. Maria Alice. Processos do sistema de gestão de pessoas. In: BITENCOURT, Claudia. Cristina. (org) Gestão contemporânea de pessoas. 2. ed. Porto Alegre: Brookman, 2010. 444p. p. 79-100. DEMO, Pedro. Professor e seu direito de estudar. Reflexões sobre a formação de professores. Campinas: Papirus, p. 71-88, 2002. DEMO, Pedro. Avaliação qualitativa. 8º edição. Campinas, SP. Editora Autores Associados, 2005. 109p.

Page 77: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

78

DUTRA, J. S. Gestão de pessoas com base em competências. In: DUTRA, Joel Souza (org). Gestão por competências. São Paulo: Editora Gente, 2001. 130p. p. 25-44. DUTRA, J. S., HIPÓLITO J. A. M e SILVA. C. M. Gestão de Pessoas por Competências: o caso de uma empresa do Setor de Telecomunicações. Revista de Administração Contemporânea. v. 4, n. 1, p. 161-176, Jan./Abr. 2000. FERNANDES, BHR. Competências e performance organizacional: um estudo empírico. São Paulo, 2004. Tese de Doutorado. Tese (Doutorado em Administração)–Programa de Pós-Graduação em Administração de Empresas–Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo. FIDALGO, Nara. L. R. FIDALGO, FERNANDO. Refluxos sociais da lógica de competências: o processo de individualização em foco. In: FIDALGO, Fernando. OLIVEIRA, Maria Auxiliadora Monteiro. FIDALGO, Nara Luciene Rocha (Org.). Educação Profissional e a Lógica das Competências. 1ª Ed. Petrópolis. Editora Vozes Ltda, 2007. (p. 17-70) FISCHER, Luiz André. O conceito de modelo de gestão de pessoas – modismo e realidade em gestão de recursos humanos nas empresas brasileiras. In: DUTRA, Joel Souza (org). Gestão por competências. São Paulo: Editora Gente, 2001. 130p. p. 9-24. FLEURY, M. T. L. A gestão de competências e a estratégia organizacional. As pessoas na organização. São Paulo: Editora Gente, 2002. FLEURY, A. e FLEURY, M. T. L. Estratégias Empresariais e Formação de Competências. Editora Atlas, São Paulo, 2001. FLICK, Uwe. Desenho da pesquisa qualitativa. Porto Alegre: Artmed, 2009. 164 p. FRANCO, M. L. P. B. Análise de conteúdo. Brasília: 3º edição, Liber 2008. 79 p. FRAUCHES, C. C. (org.) Diretrizes Curriculares para os cursos de graduação. Brasília: ABMES, 2008, 702p. FREIDSON, Eliot. La profisión médica: un estudio de sociologia del conocimiento aplicado. Barcelona: Península, 1978. FREIDSON, Eliot. Renascimento do Profissionalismo-Teoria, Profecia e Política.

Edusp, 1998.

FREIDSON, Eliot. La teoría de las profesiones. Perfiles educativos, v. 23, n. 93, p. 28-43, 2001.

Page 78: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

79

FROEHLICH, Cristiane. O modelo de gestão de pessoas por competências. In: BITENCOURT, Claudia. Cristina. (org) Gestão contemporânea de pessoas. 2. ed. Porto Alegre: Brookman, 2010. 444p. Texto complementar capítulo 4 CD RON GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Editora Atlas, 1999. 206 p. GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo: 4º edição, Editora Atlas, 1999. 175 p. GILLET, P. Contrire la Formation: outils our les enseignants et les formateurs. Paris: ESF, 1991. GYARAMATI, Gabriel, The doctrine of the profession – basis of a power structure, in International Social Science Journal, 1975, XVII (4), pp. 67-78. GONÇALVES, Carlos Manuel. Análise sociológica das profissões: principais eixos de desenvolvimento. Sociologia, v. 17, p. 18, 2007. GUIMARÃES, Tomás de Aquino. A nova administração pública e a abordagem da competência. In: EnANPAD, 24, 2000, Florianópolis. Anais... Rio de Janeiro: ANPAD, 2000. HAIR, J. F. Jr. et al.; Análise de dados multivariados. 6. ed. Upper Saddle River: Prentice-Hall, 2009. HIPÓLITO, José Antônio Monteiro. Tendências no campo da remuneração para o novo milênio. In: DUTRA, Joel Souza (org). Gestão por competências. São Paulo: Editora Gente, 2001. 130 p. p. 71-94. LE BOTERF, Guy. Desenvolvendo a Competência dos Profissionais. Porto Alegre, RS: Artmed, 2003. LE BOTERF, Guy. De la compétence: .essi sur um attracteur étrange. Páris, 1994 LUZ, Talita Ribeiro. Microeletrônica e ocupação: o impacto na profissão de Contador. São Paulo: Revista de Administração de Empresas. v.29, n. 2, abr./jun 1989, p. 5-18. LUZ, Talita Ribeiro. Formação de Competências Profissionais em Alunos de Cursos Superiores de IES Mineiras: Comparando Percepções de Docentes e Discentes. 2011. 42 f. Projeto de Pesquisa - Faculdade Novos Horizontes, 2011. MACEDO, Paula Costa Mosca. Desafios atuais no trabalho multiprofissional em saúde. Revista Sociedade Brasileira de Psicologia Hospital. v. 10, n. 2, Rio de Janeiro, dez. 2007.

Page 79: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

80

MACHADO, Maria. Helena. A profissão médica no contexto de mudanças. In: GOULART, Flávio. A de Andrade. (org.) Os médicos e a Saúde no Brasil. Conselho Federal de Medicina. 1998. 200 p. p.181-198. MALHOTRA, N. K. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. Trad. Laura Bocco. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. 494 p. McCLELLAND, D. C.; DAILEY, C. Improving officer selection for the foreign service. Boston: McBer, 1972. MEC. Ministério da Educação. In: Conselho Nacional de Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Enfermagem, Medicina e Nutrição. Brasília: MEC, 2001 NASCIMENTO, D. D. G.A residência multiprofissional em saúde da família como estratégia de formação da força de trabalho para o SUS (dissertação). São Paulo: Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo; 2008. 154 p PAIVA, Kely César Martins de. Gestão de competências e a profissão docente um estudo de caso em universidades no Estado de Minas Gerais. 2007. 278f. Tese (Doutorado em Administração) – CEPEAD, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. 2007. PAIVA, K. C. M. Profissões, Competências Profissionais e Gestão de Competências na Área de Saúde. 2009. 33 f. Projeto de Pesquisa - Faculdade Novos Horizontes, 2009. PAIVA, K. C. M. ; LUZ, T. R. ; MELO, T. S. . Ideal x Real: um estudo sobre formação de competências em um curso de Nutrição no Brasil. In: IV TMS Tourism & Management Studies International Conference - Algarve 2014, 2014, Olhão (Portugal). Anais da Conferência TMS 2014: Management Studies International Conference. Faro (Portugal): Universidade do Algarve, 2014. v. 1. p. 331-351.

PAIVA K. C. M.; MACEDO, M. B.; LOUSADA, M. M. Contribuições do curso de graduação em turismo para a formação e o desenvolvimento de competências profissionais nos discentes: um estudo na Universidade Federal de Minas Gerais (Brasil). In: SANTOS, M.; SERRA, F.; SANTOS, J.; ÁGUAS, P. (orgs.). Desenvolvimento e Planeamento em Turismo. Faro (Portugal): Universidade do Algarve, 2013. p. 397-407.

PAIVA K. C. M.; MARTINS V. L. V. Contribuições do estágio extracurricular para as competências profissionais: percepções de enfermeiros de um hospital público. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 13, n. 2, p. 227-238, 2011.

PAIVA K. C. M.; MARTINS V. L. V. Contribuições do estágio extracurricular para as competências profissionais: percepções de acadêmicos de enfermagem. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 14, n. 2, p. 384-394, 2012.

Page 80: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

81

PAIVA, K. C. M.; MELO, M. C. O. L. Competências, gestão de competências e profissões: perspectivas de pesquisas. Revista de Administração Contemporânea - RAC, Curitiba, v. 12, n. 2, p. 339-368, abr./jun. 2008. PARSONS, Talcott (1958), “The professions and social structure”, in Essays in Sociological Theory, Glencoe, The Free Press, p. 3450. PEREIRA, Eva Waisros; MORAES, Raquel de Almeida. História da educação a distância e os desafios na formação de professores no Brasil.Educação superior a distância: comunidade de trabalho e aprendizagem em rede (CTAR). Brasília: Universidade de Brasília, Faculdade de Educação, p. 65-89, 2009. Perrenoud, 2001 PERRENOUD, Philippe. Ensinar: agir na urgência, decidir na incerteza: saberes e competências em uma profissão complexa. Artmed, 2001. PESTANA, Maria Helena, GAGEIRO, João, Nunes. Análise de dados para ciências sociais. Sílabo, 2008. RAMOS, Marise. Nogueira. A pedagogia das competências: autonomia ou adaptação? 2.ed. São Paulo: Cortez, 2001 RECINE, Elisabetta et, A formação em saúde pública nos cursos de graduação de nutrição no Brasil. Revista de Nutrição. 2012, vol.25, n.1, pp. 21-33. ISSN 1415-5273. ROCHE. Janine. A dialética qualificação-competência: estado da questão. In: TOMASI, Antônio (Org.). Da qualificação à competência pesando o século XXI. 1ª Ed. Campinas. Editora Papirus, 2004. p. 75-92. RUAS, Roberto. Desenvolvimento de Competências Gerenciais e Contribuição da Aprendizagem Organizacional. In: FLEURY, Maria. Tereza. L.. OLIVEIRA JR. Moacir de Miranda. (Org) Desenvolvimento de Competências Gerenciais. São Paulo. Atlas, 2001. (p. 242-270). SANT'ANNA, A. S. Competências individuais requeridas, modernidade organizacional e satisfação no trabalho: uma análise de organizações mineiras sob a ótica de profissionais da área da administração. 2002. 367p. Tese (Doutorado em Administração) - CEPEAD/UFMG, Belo Horizonte, 2002. KILIMNIK, Zélia Miranda; SANT'ANNA, Anderson de Souza; LUZ, Talita Ribeiro da. Competências profissionais e modernidade organizacional: coerência ou contradição?. Revista de Administração de Empresas, v. 44, n. SPE, p. 10-21, 2004. STROOBANTS, Marcelle; ROPE, Françoise; TANGUY, Lucie. A visibilidade das competências. Saberes e competências. O uso de tais noções na escola e na empresa, p. 135-166, 1997.

Page 81: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

82

STEFFEN, Ivo. Modelos de Competência Profissional. [s.l.] 1999. TRIVIÑOS, Augusto. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987. 175p. UFJF. Nutrição. Disponívelem: < http:// http://www.ufjf.br/nutricao/ >. Acesso em: 27 jun. 2015. VERGARA, Sylvia C. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. 4 edição. São Paulo. Editora Atlas, 2003. 88 p. YPIRANGA, Lúcia et al. Formação profissional do nutricionista: por que mudar. II Seminário Nacional sobre o Ensino de Nutrição, p. 20-36, 1989. SPENCER, L. M.; SPENCER, S. Competence at work. New York: John Wiley, 1993 ZARIFIAN, Philippe. Objetivo Competência. Por Uma Nova Lógica. 1 edição. São Paulo. Atlas, 2001. 197 p.7

Page 82: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

83

APÊNDICES

APÊNDICE A – Termo de consentimento livre e esclarecido

Inicialmente, gostaria de me apresentar. Sou Thiago de Souza Melo, aluno do

Programa de Mestrado Acadêmico em Administração da Faculdade Novos

Horizontes. O Programa de Mestrado iniciou-se no segundo semestre de 2005,

tendo como orientadora é a Professora Dra. Talita Ribeiro da Luz.

No início deste ano, tive meu projeto de pesquisa aprovado pela Faculdade Novos

Horizontes. O título do projeto é “Formação de competências profissionais em

alunos do curso superiores de Nutrição: comparando percepções de docentes e

discentes em uma Instituição mineira”, e tem por objetivo geral descrever, analisar e

comparar as percepções de docentes e discentes da instituição de ensino a respeito

da contribuição do curso de graduação na formação e no desenvolvimento das

competências profissionais dos discentes. A pesquisa pretende contribuir para as

questões profissionais e pedagógicas relacionadas ao processo de formação dos

alunos, subsidiando decisões no interior do curso e da IES abordada, possivelmente

no sentido de promover a melhoria na formação profissional de alunos na área de

saúde.

O curso escolhido para a investigação é o curso de Nutrição, e a metodologia

adotada é de natureza quantitativa, buscando-se identificar as regularidades na

amostra que possam ser estendidas à população e ter um olhar diferenciado sobre a

realidade investigada.

Como instrumentos de coleta de dados serão utilizados questionários para

levantamento de percepções de alunos e docentes. Serão também utilizados o

levantamento e a análise documental (projetos pedagógicos e outros similares) e a

observação direta. Para análise dos dados, será utilizada a estatística uni e

bivariada. Os resultados da pesquisa serão divulgados nas instituições de ensino

participantes (coordenadores de curso), por meio de relatório se houver interesse

por parte das instituições.

Page 83: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

84

Esclareço que nenhum tipo de experimentação será realizado com os sujeitos da

pesquisa, que terão sua identidade resguardada, e somente participarão se assim o

desejarem.

As informações contidas nesta folha, fornecidas por Thiago de Souza Melo, têm por

objetivo firmar acordo escrito com o(a) voluntária(o) para participação da pesquisa

em questão, autorizando sua participação com pleno conhecimento da natureza dos

procedimentos a que ela(e) será submetida(o).

Após decidir participar deste estudo, você tem a liberdade de, em qualquer fase da

pesquisa, se recusar a continuar participando dele, sem qualquer prejuízo para você.

Sempre que quiser, poderá pedir mais informações sobre a pesquisa por meio do

telefone do pesquisador do projeto ou email.

Todas as informações coletadas neste estudo são estritamente confidenciais. Os

dados do(a) voluntário(a) serão identificados com um código, e não com o nome.

Apenas os membros da pesquisa terão conhecimento dos dados, assegurando

assim sua privacidade.

Você tem a liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e deixar de

participar do estudo sem sofrer penalidades.

Após estes esclarecimentos, solicitamos o seu consentimento para permitir sua

participação nesta pesquisa. Portanto, preencha os itens que seguem:

Eu, _______________________________________ fui informado (a) dos objetivos

da pesquisa acima de maneira clara e detalhada e esclareci minhas dúvidas. Sei

que em qualquer momento poderei solicitar novas informações e motivar minha

decisão se assim o desejar. O pesquisador Thiago de Souza Melo certificou-se de

que todos os dados desta pesquisa serão confidenciais.

Em caso de dúvidas, poderei entrar em contato com:

Page 84: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

85

Pesquisador Principal: Thiago de Souza Melo no telefone (32) 8805-1602 ou E-mail

[email protected].

Declaro que concordo em participar desse estudo. Recebi uma cópia deste termo de

consentimento livre e esclarecido e me foi dado(a) a oportunidade de ler e

esclarecer as minhas dúvidas.

Nome Assinatura do Participante Data

Atenciosamente,

Thiago de Souza Melo

Mestrando Acadêmico em Administração

Faculdade Novos Horizontes

Page 85: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

86

APÊNDICE B – O curso de graduação em Nutrição e o

desenvolvimento de competências profissionais nos discentes

Prezado(a) Professor(a),

Este questionário visa subsidiar um estudo acadêmico sobre a importância do

curso de graduação em Nutrição na formação e no desenvolvimento de

competências profissionais dos discentes, na percepção dos professores do

curso nesta instituição de ensino.

Ressaltamos que sua participação é muito importante. Não existem

respostas certas ou erradas. Suas respostas individuais serão mantidas

em sigilo absoluto. Seus fins são estritamente acadêmicos.

O tempo estimado para o preenchimento total do questionário é de, no máximo,

10 minutos, e devem ser observadas as seguintes orientações gerais:

Dê a primeira resposta que lhe ocorrer, respondendo a cada item o mais

honesta e francamente possível;

Trabalhe rapidamente e na sequência apresentada;

Se cometer algum engano e quiser alterar sua resposta, risque-a ou aplique

corretivo, e escreva novamente;

Verifique cada parte do questionário para ter certeza de que respondeu a

TODOS os itens.

Obrigado por sua colaboração!

Mestrando Thiago de Souza Melo

(Pesquisador)

Page 86: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

87

Parte I – Dados sociodemográficos do professor

Sexo:

a. ( ) masculino

b. ( ) feminino

Estado civil:

a. ( ) solteiro

b. ( ) casado

c. ( ) separado ou divorciado

d. ( ) união estável

e. ( ) viúvo

Idade:

a. ( ) de 21 a 25 anos

b. ( ) de 26 a 30 anos

c. ( ) de 31 a 35 anos

d. ( ) de 36 a 40 anos

e. ( ) de 41 a 45 anos

f. ( ) de 46 a 50 anos

g. ( ) de 51 a 55 anos

h. ( ) de 56 a 60 anos

i. ( ) de 61 a 65 anos

j. ( ) mais de 66 anos

Escolaridade:

a. ( ) Especialista

b. ( ) Mestre

c. ( ) Doutor

d. ( ) Pós-Doutor

Profissão:

a. ( ) Nutricionista

b. ( ) Outra: _______________

Tempo de trabalho nesta instituição

a. ( ) menos de 2 anos

b. ( ) de 2 a 5 anos

c. ( ) de 6 a 10 anos

d. ( ) de 11 a 15 anos

e. ( ) de 16 a 20 anos

f. ( ) de 21 a 25 anos

g. ( ) de 26 a 30 anos

f. ( ) mais de 30 anos

Experiência profissional acadêmica – Tempo de trabalho como professor

a. ( ) menos de 2 anos

b. ( ) de 2 a 5 anos

c. ( ) de 6 a 10 anos

d. ( ) de 11 a 15 anos

e. ( ) de 16 a 20 anos

f. ( ) de 21 a 25 anos

g. ( ) de 26 a 30 anos

f. ( ) mais de 30 anos

Experiência profissional Total – Tempo de trabalho total (inclusive outras atividades não acadêmicas)

a. ( ) menos de 2 anos

b. ( ) de 2 a 5 anos

c. ( ) de 6 a 10 anos

d. ( ) de 11 a 15 anos

e. ( ) de 16 a 20 anos

f. ( ) de 21 a 25 anos

g. ( ) de 26 a 30 anos

f. ( ) mais de 30 anos

Atuação nesta instituição:

a. ( ) Ensino

b. ( ) Pesquisa

c. ( ) Extensão

d. ( ) Orientação de alunos

e. ( ) Atividades administrativas

Nível de atuação na docência:

a. ( ) Graduação

b. ( ) Especialização

c. ( ) Mestrado

d. ( ) Doutorado

Page 87: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

88

Parte II

Abaixo, estão listadas várias capacidades relativas às profissões de modo geral e

outras específicas da profissão de Nutricionista. Por favor, indique, na primeira

coluna, em que medida você concorda que o curso deveria contribuir para o

desenvolvimento de tais capacidades (IDEAL), e, na segunda coluna, em que

medida você concorda que o curso contribuiu ou tem contribuído efetivamente

para o desenvolvimento dessas capacidades nos alunos (REAL) de acordo com a

escala abaixo:

1 - Discordo completamente

2 - Discordo parcialmente

3 - Não concordo nem discordo

4 - Concordo parcialmente

5 - Concordo completamente

IDEAL REAL Capacidades

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1. Saber o que o aluno deve fazer na sua atuação profissional

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 2. Saber por que fazer determinados procedimentos

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 3. Saber julgar

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 4. Saber escolher

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 5. Saber decidir

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 6. Saber mobilizar recursos de pessoas, financeiros, materiais

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 7. Criar sinergia entre os recursos disponíveis e mobilizados para o exercício de suas funções na organização onde vai atuar

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 8. Compreender informações e conhecimentos transmitidos por outros membros da referida organização

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 9. Processar informações e conhecimentos

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 10. Transmitir informações e conhecimentos

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 11. Assegurar o entendimento da mensagem transmitida para os outros membros da organização

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 12. Trabalhar o conhecimento e a experiência

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 13. Rever modelos mentais

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 14. Saber desenvolver-se para atuar com efetividade na sua área na organização

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 15. Saber propiciar o desenvolvimento dos outros

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 16. Saber engajar-se com os objetivos da organização

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 17. Saber comprometer-se com os objetivos da organização

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 18. Ser responsável na sua área de atuação na organização de saúde

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 19. Assumir os riscos e as consequências de suas ações

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 20. Ser reconhecido na sua área de atuação como um profissional responsável e competente

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 21. Conhecer o negócio da organização e seu ambiente

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 22. Entender o negócio da organização e seu ambiente

Page 88: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

89

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 23. Identificar oportunidades e alternativas de ação na organização

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 24. Aplicar conhecimentos sobre a composição, propriedades e transformações dos alimentos e seu aproveitamento pelo organismo humano, na atenção dietética

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 25. Contribuir para promover, manter e ou recuperar o estado nutricional de indivíduos e grupos populacionais

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 26. Desenvolver e aplicar métodos e técnicas de ensino em sua área de atuação

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 27. Atuar em políticas e programas de educação, segurança e vigilância nutricional, alimentar e sanitária

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 28. Atuar na formulação e execução de programas de educação nutricional, de vigilância nutricional, alimentar e sanitária

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 29. Atuar em equipes multiprofissionais de saúde e de terapia nutricional

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 30. Avaliar, diagnosticar e acompanhar o estado nutricional, planejar, prescrever, analisar, supervisionar e avaliar dietas e suplementos dietéticos

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 31. Planejar, gerenciar e avaliar unidades de alimentação e nutrição, visando à manutenção ou melhoria das condições de saúde de coletividades sadias e enfermas

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 32. Realizar diagnósticos e intervenções na área de alimentação e nutrição

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 33. Atuar em equipes multiprofissionais destinadas a planejar, coordenar, supervisionar, implementar, executar e avaliar atividades na área de alimentação e nutrição e de saúde

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 34. Reconhecer a saúde como direito e atuar de forma a garantir a integralidade da assistência

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 35. Desenvolver atividade de auditoria, assessoria, consultoria na área de alimentação e nutrição

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 36. Atuar em marketing de alimentação e nutrição

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 37. Exercer controle de qualidade dos alimentos em sua área de competência

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 38. Desenvolver e avaliar novas fórmulas ou produtos alimentares, visando a sua utilização na alimentação humana

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 39. Integrar grupos de pesquisa na área de alimentação e nutrição

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 40. Investigar e aplicar conhecimentos com visão holística do ser humano, integrando equipes multiprofissionais

Page 89: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

90

APÊNDICE B - O curso de graduação em Nutrição e o

desenvolvimento de competências profissionais nos discentes

Prezado(a) Aluno(a),

Este questionário visa subsidiar um estudo acadêmico sobre a importância do

curso de graduação em Nutrição na formação e no desenvolvimento de

competências profissionais dos discentes, na sua percepção enquanto aluno do

curso nesta instituição de ensino.

Ressaltamos que sua participação é muito importante. Não existem

respostas certas ou erradas. Suas respostas individuais serão mantidas

em sigilo absoluto. Seus fins são estritamente acadêmicos.

O tempo estimado para preenchimento total do questionário é de, no máximo, 10

minutos, e devem ser observadas as seguintes orientações gerais:

Dê a primeira resposta que lhe ocorrer, respondendo a cada item o mais

honesta e francamente possível;

Trabalhe rapidamente e na sequência apresentada;

Se cometer algum engano e quiser alterar sua resposta, risque-a ou aplique

corretivo e escreva novamente;

Verifique cada parte do questionário para ter certeza de que respondeu a

TODOS os itens.

Obrigado por sua colaboração!

Mestrando Thiago de Souza Melo

(Pesquisador)

Page 90: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

91

Parte I – Dados sociodemográficos do aluno

Sexo: a. ( ) masculino b. ( ) feminino

Estado Civil:

a. ( ) solteiro

b. ( ) casado

c. ( ) separado ou

divorciado

d. ( ) união estável

e. ( ) viúvo

Idade:

a. ( ) menos de 20 anos

b. ( ) de 21 a 25 anos

c. ( ) de 26 a 30 anos

d. ( ) de 31 a 35 anos

e. ( ) de 36 a 40 anos

f. ( ) de 41 a 45 anos

g. ( ) mais de 46 anos

Tempo de trabalho na

área de nutrição

(incluindo-se estágios)

a. ( ) menos de 6

meses

b. ( ) de 7 a 12 meses

c. ( ) de 13 a 18 meses

d. ( ) de 19 a 24 meses

e. ( ) de 25 a 30 meses

f. ( ) mais de 31 meses

Tempo de trabalho total (incluindo-se outros trabalhos além da área de nutrição) a. ( ) menos de 6 meses b. ( ) de 7 a 12 meses c. ( ) de 13 a 18 meses d. ( ) de 19 a 24 meses e. ( ) de 25 a 30 meses f. ( ) mais de 31 meses

Período do curso:

a. ( ) 2 b. ( ) 3 c. ( ) 4 d. ( ) 5 e. ( ) 6 f. ( ) 7 g. ( ) 8 h. ( ) 9 i. ( ) 10

Curso realizado em

instituição:

a. ( ) pública b. ( ) privada

Curso realizado em

instituição:

a. ( ) faculdade b. ( ) faculdades

integradas c. ( ) centro

universitário d. ( ) universidade

Page 91: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

92

Parte II

Abaixo, estão listadas várias capacidades relativas às profissões de modo geral e

outras específicas da profissão de Nutricionista. Por favor, indique na primeira

coluna em que medida você concorda que o curso deveria contribuir para o

desenvolvimento de tais capacidades (IDEAL) e, na segunda coluna, em que

medida você concorda que o curso contribuiu ou tem contribuído efetivamente

para o desenvolvimento dessas capacidades nos alunos (REAL) de acordo com a

escala abaixo:

1 - Discordo completamente

2 - Discordo parcialmente

3 - Não concordo nem discordo

4 - Concordo parcialmente

5 - Concordo completamente

IDEAL REAL Capacidades

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1. Saber o que o aluno deve fazer na sua atuação profissional

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 2. Saber por que fazer determinados procedimentos

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 3. Saber julgar

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 4. Saber escolher

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 5. Saber decidir

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 6. Saber mobilizar recursos de pessoas, financeiros, materiais

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 7. Criar sinergia entre os recursos disponíveis e mobilizados para o exercício de suas funções na organização onde vai atuar

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 8. Compreender informações e conhecimentos transmitidos por outros membros da referida organização

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 9. Processar informações e conhecimentos

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 10. Transmitir informações e conhecimentos

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 11. Assegurar o entendimento da mensagem transmitida para os outros membros da organização

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 12. Trabalhar o conhecimento e a experiência

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 13. Rever modelos mentais

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 14. Saber desenvolver-se para atuar com efetividade na sua área na organização

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 15. Saber propiciar o desenvolvimento dos outros

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 16. Saber engajar-se com os objetivos da organização

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 17. Saber comprometer-se com os objetivos da organização

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 18. Ser responsável na sua área de atuação na organização de saúde

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 19. Assumir os riscos e as consequências de suas ações

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 20. Ser reconhecido na sua área de atuação como um profissional responsável e competente

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 21. Conhecer o negócio da organização e seu ambiente

Page 92: FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS EM … · 1.Competencias Profissionais 2. Gestão de . Nutrição - docentes I. Talita Ribeiro Luz. II. Faculdade Novos Horizontes, Programa

93

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 22. Entender o negócio da organização e seu ambiente

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 23. Identificar oportunidades e alternativas de ação na organização

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 24. Aplicar conhecimentos sobre a composição, propriedades e transformações dos alimentos e seu aproveitamento pelo organismo humano, na atenção dietética;

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 25. Contribuir para promover, manter e ou recuperar o estado nutricional de indivíduos e grupos populacionais

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 26. Desenvolver e aplicar métodos e técnicas de ensino em sua área de atuação

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 27. Atuar em políticas e programas de educação, segurança e vigilância nutricional, alimentar e sanitária

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 28. Atuar na formulação e execução de programas de educação nutricional, de vigilância nutricional, alimentar e sanitária

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 29. Atuar em equipes multiprofissionais de saúde e de terapia nutricional

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 30. Avaliar, diagnosticar e acompanhar o estado nutricional, planejar, prescrever, analisar, supervisionar e avaliar dietas e suplementos dietéticos

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 31. Planejar, gerenciar e avaliar unidades de alimentação e nutrição, visando à manutenção ou melhoria das condições de saúde de coletividades sadias e enfermas

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 32. Realizar diagnósticos e intervenções na área de alimentação e nutrição

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 33. Atuar em equipes multiprofissionais destinadas a planejar, coordenar, supervisionar, implementar, executar e avaliar atividades na área de alimentação e nutrição e de saúde

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 34. Reconhecer a saúde como direito e atuar de forma a garantir a integralidade da assistência

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 35. Desenvolver atividade de auditoria, assessoria, consultoria na área de alimentação e nutrição

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 36. Atuar em marketing de alimentação e nutrição

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 37. Exercer controle de qualidade dos alimentos em sua área de competência

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 38. Desenvolver e avaliar novas fórmulas ou produtos alimentares, visando a sua utilização na alimentação humana

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 39. Integrar grupos de pesquisa na área de alimentação e nutrição

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 40. Investigar e aplicar conhecimentos com visão holística do ser humano, integrando equipes multiprofissionais