flavio roberto mantovani “um estudo sobre a … · 4.3.1 fundamentos da gestão financeira........

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FLAVIO ROBERTO MANTOVANI “UM ESTUDO SOBRE A CONTRIBUIÇÃO DOS SISTEMAS DE INTELIGÊNCIA DE NEGÓCIOS NA GESTÃO ECONÔMICO- FINANCEIRA DAS EMPRESAS” PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E FINANCEIRAS-MESTRADO PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO-PUC/SP FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE. São Paulo 2005

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Page 1: FLAVIO ROBERTO MANTOVANI “UM ESTUDO SOBRE A … · 4.3.1 Fundamentos da Gestão Financeira..... 48 4.3.2 Funções da Gestão Financeira

FLAVIO ROBERTO MANTOVANI

“UM ESTUDO SOBRE A CONTRIBUIÇÃO DOS SISTEMAS DE INTELIGÊNCIA DE NEGÓCIOS NA GESTÃO ECONÔMICO-

FINANCEIRA DAS EMPRESAS”

PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E FINANCEIRAS-MESTRADO

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO-PUC/SP FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE.

São Paulo 2005

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FLAVIO ROBERTO MANTOVANI

“UM ESTUDO SOBRE A CONTRIBUIÇÃO DOS SISTEMAS DE INTELIGÊNCIA DE NEGÓCIOS NA GESTÃO ECONÔMICO-

FINANCEIRA DAS EMPRESAS”

Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP, como exigência parcial para a obtenção do Título de Mestre em Ciências Contábeis e Financeiras, sob a orientação do Prof. Dr. Napoleão Verardi Galegale.

PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E FINANCEIRAS-MESTRADO

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO-PUC/SP FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE.

São Paulo 2005

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FICHA CATALOGRÁFICA

Mantovani, Flavio Roberto Um Estudo sobre a Contribuição dos Sistemas de Inteligência de Negócios

na Gestão Econômico-Financeira das Empresas.

Dissertação de Mestrado. Bibliografia.

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FLAVIO ROBERTO MANTOVANI

“UM ESTUDO SOBRE A CONTRIBUIÇÃO DOS SISTEMAS DE INTELIGÊNCIA DE NEGÓCIOS NA GESTÃO ECONÔMICO-

FINANCEIRA DAS EMPRESAS”

Esta dissertação foi julgada e aprovada para a obtenção do grau de Mestre em Ciências Contábeis e Financeiras no Programa de Estudos Pós Graduados em Ciências Contábeis e Financeiras da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP

São Paulo – SP 2005

Profa. Neusa Maria Bastos Fernandes dos Santos, Dra. Coordenadora do Programa

B A N C A E X A M I N A D O R A

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__________________________________

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Aos meus pais, Regina e Joaquim, minha esposa Suely e aos meus filhos Eduardo e Roberto.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por tudo que tenho alcançado em minha vida.

Ao meu orientador, Professor Doutor Napoleão Verardi Galegale, pelo incentivo, e ensinamento durante a realização desta dissertação. Ao Professores Doutores Carlos Hideo Arima e Antonio Loureiro Gil pelas contribuições.

Aos professores e coordenadores do Programa de Ciências Contábeis e Financeiras pela atenção sempre dispensada.

Aos colegas da turma de mestrado, aos demais colegas pelo apoio e incentivo durante a realização desta obra.

Aos meus pais, Regina e Joaquim, meus exemplos.

A minha esposa Suely pelo incentivo, apoio e paciência. Aos meus filhos, Eduardo e Roberto pela compreensão à minha dedicação a este trabalho. Ao meu irmão Roberto pela valiosa contribuição na indicação da pesquisa bibliográfica.

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VII

RESUMO

O propósito deste trabalho foi o estudo sobre a contribuição dos Sistemas de

Inteligência de Negócios na gestão econômico-financeira das empresas. Justifica-se

o estudo por considerar a utilização dessa tecnologia, como um agente de

mudanças organizacionais, trazendo ao gestor econômico-financeiro novas

perspectivas e melhor entendimento do negócio, capacitando-o para exercer um

controle eficiente e eficaz do negócio. Inicialmente, efetuou-se uma revisão da

literatura acadêmica e especializada sobre Organização, Contabilidade Gerencial,

Gestão Econômico-Financeira e Tecnologia da Informação, abordando a tecnologia

de Sistemas Inteligentes, os componentes de sua arquitetura e as funcionalidades

da sua aplicação. A fundamentação teórica e pesquisa de campo, em 11 empresas

que implementaram Sistemas Inteligentes, suportam a argumentação do problema

desta pesquisa. Os resultados obtidos a partir das pesquisas bibliográficas e da

própria pesquisa survey deste trabalho, constataram que a utilização de Sistemas de

Inteligência de Negócios pode trazer, contribuições concretas para a gestão

econômico-financeira da empresa, tais como: avaliação da lucratividade; melhoria no

nível de qualidade das informações e relatórios; rapidez na geração de relatórios,

entre outros. Constatou-se também, que as análises investigativas utilizando-se da

tecnologia OLAP – processamento on-line analítico - mostraram-se pouco

contributivas a gestão econômico-financeira.

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VIII

ABSTRACT

The purpose of this dissertation is the study about the contribution of the Business

Intelligence Systems to the economical and financial management. The study is

justified for considering the use of this technology, as an agent of organizational

changes, bringing to the economical and financials manager new perspectives and

better understanding of the entire business, qualifying them to act as partner, in

strategic decisions for the company. Initially, we made a revision on the academic

and specialized literature about Organization, Managerial Accounting, Economical

and Financial Management and Information Technology approaching the technology

of Business Intelligent Systems, the various components of its architecture and some

functionalities of its application. The theoretical foundation and the field research

performed in 11 companies, which Business Intelligence Systems were implemented,

have supported the arguments to answer the problem of this research. The results

obtained through out the bibliographical researches and the survey of this work,

brought up the conclusion that the use of Business Intelligence tolls, can bring

concrete contributions for the economical and financial management, such as:

profitability evaluation; improvement in the quality level of the information and reports;

speed up the time of reports generation, among others. It was also verified, that ad-

hocs analysis using OLAP – On line analytical processing - technology showed little

contribution to the economical and financial management.

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IX

SUMÁRIO

RESUMO......................................................................................................... VIIABSTRACT...................................................................................................... VIIISUMÁRIO........................................................................................................ IXLISTA DE FIGURAS........................................................................................ XIILISTA DE QUADROS...................................................................................... XIIILISTA DE TABELAS........................................................................................ XIV

1. INTRODUÇÃO................................................................................. 11.1 JUSTIFICATIVA................................................................................... 31.2 O PROBLEMA DA PESQUISA............................................................ 41.3 OBJETIVOS DA PESQUISA................................................................ 51.4 METODOLOGIA DA PESQUISA......................................................... 61.4.1 Método de Pesquisa ........................................................................... 71.4.2 Características da Amostra................................................................. 71.4.3 Instrumento de Pesquisa e Coleta de Dados...................................... 81.5 ESTRUTURA DO TRABALHO........................................................... 121.6 LIMITAÇÃO DO TRABALHO.............................................................. 13

2. A ORGANIZAÇÃO EMPRESA............................................ 152.1 INTRODUÇÃO..................................................................................... 152.2. A EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO E A ORGANIZAÇÃO.............. 152.2.1 Revolução Industrial............................................................................. 162.2.2 Revolução da Produtividade................................................................ 172.2.3 Revolução Gerencial............................................................................ 182.3 O IMPACTO DA TECNOLOGIA NAS ORGANIZAÇÕES.................... 192.4 VISÃO SISTÊMICA DA ORGANIZAÇÃO EMPRESA.......................... 212.4.1 Teoria dos Sistemas............................................................................ 222.4.2 O sistema Empresa.............................................................................. 24

3. CONTABILIDADE GERENCIAL.......................................... 263.1 SÍNTESE DO HISTÓRICO DA CONTABILIDADE.............................. 263.1.1 A contribuição das Escolas Italiana e Norte Americana...................... 273.1.2 A contabilidade no Brasil...................................................................... 293.2 A CONTABILIDADE COMO SISTEMA DE INFORMAÇÃO................ 313.3 CARACTERÍSTICAS DA CONTABILIDADE GERENCIAL.................. 343.3.1 Origem, Evolução e Mudança da Contabilidade Gerencial................. 353.3.2 Conceito de Contabilidade Gerencial Estratégica................................ 40

4. GESTÃO, GESTÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA E GESTÃO ESTRATÉGICA.................................................... 424.1 GESTÃO EMPRESARIAL – DEFINIÇÕES.......................................... 42

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X

4.2 GESTÃO ECONÔMICA – O MODELO GECON................................. 434.2.1 Fundamento do Gecon........................................................................ 434.2.2 Princípios do Gecon............................................................................. 454.2.2.1 Definição do Gecon.............................................................................. 464.2.2.2 Características do Gecon..................................................................... 464.3 GESTÃO FINANCEIRA...................................................................... 484.3.1 Fundamentos da Gestão Financeira................................................... 484.3.2 Funções da Gestão Financeira........................................................... 494.4 GESTÃO ESTRATÉGICA................................................................... 524.4.1 Conceitos............................................................................................ 524.4.2 Aspectos Financeiros na Gestão Estratégica..................................... 534.4.2.1 Orçamento Estratégico....................................................................... 534.4.3 Gestão Estratégica dos Elementos do Resultado Econômico- Financeiro.......................................................................................... 554.4.3.1 Gestão Estratégica de Custos............................................................ 554.4.3.2 Gestão Estratégica das Vendas.......................................................... 57

5. TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E TECNOLOGIA DOS SISTEMAS DE INTELIGÊNCIA DE NEGÓCIOS................ 585.1 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO - CONCEITOS E DEFINIÇÕES.. 585.1.1 Hardware e seus Dispositivos e Periféricos...................................... 595.1.2. Software e seus Recursos................................................................. 615.1.3 Sistemas de Telecomunicações........................................................ 635.1.4 Gestão de Dados e Informações....................................................... 655.2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES....................................................... 665.3 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EMPRESARIAIS........................... 695.3.1 Sistemas de Informações Operacionais............................................ 705.3.2 Sistemas de Automação de Escritório............................................... 715.3.3 Sistemas de Informação Gerencial.................................................... 725.3.4 Sistemas de Suporte à Decisão......................................................... 735.3.5 Sistemas de Informação Estratégica................................................. 735.3.6 Sistemas Especialistas...................................................................... 755.3.7 Sistemas de Informação Geográfica.................................................. 755.4 SISTEMAS DE INTELIGÊNCIA DE NEGÓCIOS............................... 765.4.1 Conceitos de Sistemas Inteligentes – (Business Intelligence)........... 765.4.2 Dado, Conhecimento e Inteligência................................................... 795.5 DATA WAREHOUSE......................................................................... 815.5.1 Origem do Data Warehouse.………...................................…............ 825.5.2 Diferenças entre Sistemas Transacionais e Data Warehouses......... 835.6 MODELAGEM DIMENSIONAL DOS DADOS................................... 845.6.1 Conceitos de Operadores Dimensionais............................................ 865.6.1.1 Drill-down e Drill-up...........................................…………………….... 875.6.1.2 Drill-across………………………………..………………………………. 885.6.1.3 Drill-trough……………………..…………………….…………………… 885.6.1.4 Outros Conceitos de Operadores Dimensionais……….................... 895.7 OLAP – ON-LINE ANALYTICAL PROCESSING……….............….... 905.8 Ciclo de Tratamento dos Dados…………………....…………….....…. 925.8.1 Extração............................................................................................ 92

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XI

5.8.2 Transformação.................................................................................. 945.8.3 Carga................................................................................................ 965.9 DATA MINING.............................................................................…. 975.10 BALANCED SCORECARD.............................................................. 995.10.1 A Relação do Balanced Scorecard com a Tecnologia de Sistemas

Inteligentes....................................................................................... 101

5.11 APLICAÇÕES DA TECNOLOGIA DE SISTEMASINTELIGENTES NA ÁREA FINANCEIRA........................................ 103

6. ASPECTOS OBSERVADOS NA IMPLEMENTAÇÃO DE SISTEMAS DE INTELIGÊNCIA DE NEGÓCIOS. RESULTADOS DA PESQUISA........................................ 1076.1 CONTRIBUIÇÕES AOS FATORES SOCIAIS................................. 1116.2 CONTRIBUIÇÕES AOS FATORES TÉCNICO-FUNCIONAIS........ 1166.3 CONTRIBUIÇÕES AOS FATORES CORPORATIVOS................... 1246.4 VISÃO GERAL DOS RESULTADOS DA PESQUISA..................... 1296.4.1 Análise dos Fatores Técnico-Funcionais......................................... 1306.4.2 Análise dos Fatores Sociais............................................................. 1316.4.3 Análise dos Fatores Corporativos.................................................... 132

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................. 1347.1 CONCLUSÕES................................................................................ 1357.2 SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS................................ 138

REFERÊNCIAS.............................................................................. 139Citadas............................................................................................................. 139Consultadas..................................................................................................... 144APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DA PESQUISA.......................................... 146GLOSSÁRIO.................................................................................................... 149

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XII

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 : Visão sistêmica da empresa 25

Figura 2 : Evolução dos relatórios estáticos ao Business Intelligence 79

Figura 3 : Cubo de decisão: Faces de visualização 85

Figura 4 : Representação dos principais comandos dimensionais 87

Figura 5 : Classes do data mining 98

Figura 6 : Nível de concordância dos fatores pesquisados 111

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XIII

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 : Etapas da definição da amostra 8

Quadro 2 : Evolução do conhecimento contábil em função das mudanças na sociedade 30

Quadro 3 : Comparação entre Contabilidade Geral e Contabilidade Financeira 37

Quadro 4 : Características dos Processos da Contabilidade Gerencial 39

Quadro 5 : Diferenças entre Sistemas Transacionais e DataWarehouses 83

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XIV

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 : Grau de Concordância / Discordância 9

Tabela 2 : Amostra estratificada pelo valor do faturamento 10

Tabela 3 : Amostra estratificada pelo número de funcionários 10

Tabela 4 : Tabela geral das escalas de atitude da pesquisa 108

Tabela 5 : Faixa de pontos e grau de aderência 109

Tabela 6 : Aspectos contributivos classificados por nível de aderência 110

Tabela 7 : Motivação e comprometimento dos colaboradores 112

Tabela 8 : Cultura organizacional e alinhamento aos objetivos Estratégicos 115

Tabela 9 : Relatórios atendem as exigências e expectativas 117

Tabela 10 : Capacidade de analisar dados usando ferramentas OLAP 119

Tabela 11 : Consultas investigativas usando ferramentas OLAP 120

Tabela 12 : Análises preditivas usando tratamento estatístico 122

Tabela 13 : Distribuição de avisos e alertas 123

Tabela 14 : Contribuição na melhoria da gestão de custos 125

Tabela 15 : Qualidade das informações econômico-financeiras 126

Tabela 16 : Parceria no suporte ao processo decisório 127

Tabela 17 : Contribuição na avaliação da lucratividade 128

Tabela 18 : Classificação dos fatores da pesquisa pelo grau de Aderência 130

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1

1. INTRODUÇÃO

Desde meados do século XX, o mundo tem passado por um processo

constante de mudanças, sejam elas sociais, culturais ou tecnológicas. Destacam-se

entre essas transformações, a espantosa evolução da tecnologia de informação e

suas aplicações nas mais diferentes áreas do conhecimento humano.

As organizações de todos os tipos se vêem expostas aos efeitos do

dinamismo do novo mercado. Nos nossos dias, caracteriza-se como sendo um dos

maiores desafios aos gestores, o entendimento das ameaças e oportunidades

introduzidas nesse novo ambiente globalizado.

Esse cenário competitivo é redelineado de maneira constante sob o efeito

da globalização, do impacto da tecnologia, do desequilíbrio dos mercados, dos

novos contratos trabalhistas, entre outras variáveis políticas, sociais e econômicas.

Diante deste quadro, os gestores por sua vez, vem se equipando de

instrumentos cada vez mais sofisticados, adequando-se aos novos desafios do

mercado. Muitas empresas encompassadas nessa nova realidade passaram a

utilizar os sistemas de inteligência de negócios, como ferramenta de apoio aos

novos conceitos e paradigmas na gestão das empresas.

Os primeiros sistemas inteligentes surgiram nas décadas de 70 e 80.

Durante esse período, teve pouca penetração em escala, devido a restrições na

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2

capacidade de armazenamento e processamento dos computadores além da

alimentação manual na integração dos dados transacionais.

Todavia, a partir dos anos 90, com o uso de bancos de dados, associada

a tecnologia de data warehousing e ferramentas de extração, tratamento e carga dos

dados, os Sistemas Inteligentes de Negócios, tornam-se poderosas ferramentas

analíticas a disposição dos usuários finais, se popularizando rapidamente.

Uma empresa, no exercício de suas atividades, gera um volume

extremamente grande de dados, que resultam da sua operação no dia a dia. Extrair

informação, conhecimento e inteligência a partir desses dados, permitirá aos

gestores, trabalhar esses atributos em benefício dos negócios.

Neste estudo, procurou-se verificar a contribuição dos Sistemas de

Inteligência de Negócios à gestão econômico-financeira das empresas. O meio que

utilizamos nessa verificação foi a pesquisa exploratória.

Para a pesquisa exploratória foram feitos levantamentos bibliográficos e

documentais, além de uma pesquisa de campo (survey) por meio de envio de

questionários. Utilizou-se a escala Likert com pontuação de acordo com atitudes dos

profissionais da área econômico-financeira das empresas que implementaram

sistemas de inteligência de negócios.

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3

1.1 JUSTIFICATIVA

Compreender os motivos pelo sucesso ou insucesso de um negócio,

constitui hoje um dos maiores desafios dos gestores. A complexibilidade dos

interesses dos “Stakeholders” trouxe a tona, novas exigências, requerendo destes,

decisões rápidas e assertivas.

A informação e o conhecimento são as armas mais competitivas da nossa

era. O conhecimento é mais valioso e poderoso do que os recursos naturais,

grandes industrias ou polpudas contas bancárias. Em todos os setores, as empresas

bem sucedidas são as que tem melhores informações ou que as controlam de forma

mais eficaz.

É difícil encontrar um setor, empresa ou organização de qualquer espécie

que não tenha passado a fazer uso intensivo da informação, e não tenha se tornado

dependente do conhecimento, como fonte de atração para consumidores e clientes,

e da tecnologia da informação, como instrumento gerencial.

A maioria dos livros e artigos sobre Sistemas de Inteligência de Negócios

abordam o assunto sob o aspecto predominantemente tecnológico, sendo ainda

poucos os trabalhos acadêmicos explorando a linha proposta pelo presente estudo.

Dessa forma, acredita-se que o resultado deste trabalho poderá contribuir

nos seguintes aspectos:

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4

o Como material de apoio a futuros estudos e pesquisas sobre a

contribuição dos Sistemas de Inteligência de Negócios na gestão

econômico-financeira.

o Servir de material de suporte para profissionais e especialistas da área

financeira que se interessam pelos efeitos trazidos à empresa pelo uso

de Sistemas Inteligentes.

o para novas linhas de pesquisa que contribuam nos estudos sobre os

Sistemas Inteligentes e a sua influência na gestão econômico-

financeira.

1.2 O PROBLEMA DA PESQUISA

Para LAKATOS e MARCONI (2003), definir um problema de pesquisa

consiste em dizer, de maneira clara, compreensível e operacional, com qual

dificuldade nos defrontaremos e o que podemos resolver em uma pesquisa,

limitando seu campo, contexto e característica.

No caso desta pesquisa, estamos interessados em verificar como as

aplicações da tecnologia de inteligência de negócios podem apoiar os gestores, no

processo de gestão econômico-financeira da empresa. Dessa forma, a questão

específica deste trabalho é:

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5

Qual é a contribuição trazida pelo uso da Tecnologia de Sistemas

Inteligentes na Gestão Econômico-Financeira nas Empresas?

1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA

Segundo MATTAR (1993), a definição do objetivo da pesquisa deve estar

perfeitamente amarrada à solução do problema de pesquisa e a ela deve estar

restrita. Devem também ser considerados tempo e recursos disponíveis, a

acessibilidade aos detentores dos dados e a disponibilidade de meios de captação

de dados. Dessa forma, com relação ao problema de pesquisa, o objetivo principal

desta dissertação é verificar os efeitos trazidos no sistema da gestão econômico-

financeira através da implementação de Sistemas Inteligentes.

Foram determinadas, as seguintes etapas para alcançarmos o objetivo

principal deste trabalho:

o Demonstrar os fundamentos e características da Organização

Empresa, da Contabilidade Gerencial, do Processo de Gestão

Econômico-Financeira, da Tecnologia da Informação e Sistemas de

Inteligência de Negócios;

o Verificar os aspectos observados na implementação dos Sistemas

Inteligentes;

o Analisar os resultados dos dados levantados na pesquisa de campo

realizada em empresas usuárias de Sistemas Inteligentes;

o Elaborar uma visão geral dos resultados da pesquisa:

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6

o Fazer as considerações finais sobre o que foi verificado e analisado

nas pesquisas bibliográficas e de campo.

1.4 METODOLOGIA DA PESQUISA

As pesquisas podem ser classificadas, segundo GIL (1987), em três

grandes grupos: descritivas, explicativas e exploratórias. A linha geral que conduzirá

este trabalho será a da pesquisa exploratória.

Ainda segundo GIL (1987:44), as pesquisas exploratórias tem como

principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, com vistas

na formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos

posteriores. De todos os tipos de pesquisa, estas são as que apresentam menor

rigidez no planejamento. Habitualmente envolvem levantamento bibliográfico e

documental, entrevistas não padronizadas e estudos de caso.

Para LAKATOS e MARCONI (2003:183), A pesquisa bibliográfica, ou de

fontes secundárias, abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema

de estudo(....) dessa forma, a pesquisa bibliográfica não é mera repetição do que já

foi dito ou escrito sobre certo assunto, mas propicia o exame de um tema sob novo

enfoque ou abordagem, chegando a conclusões inovadoras.

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7

1.4.1 Método de Pesquisa

O método científico da pesquisa é o dedutivo que pressupõe que só a

razão é capaz de levar ao conhecimento verdadeiro. Por intermédio de uma cadeia

de raciocínio em ordem descendente, de análise do geral para o particular, chega-se

a uma conclusão.

1.4.2 Características da amostra

Para RICHARDSON (1999:158), denomina-se amostra quando se toma

um certo número de elementos para averiguar algo sobre a população a que

pertencem. Uma amostra é definida como um subconjunto do conjunto da

população.

A amostra da população deste trabalho é do tipo não-probabilística, de

acordo com uma seleção racional e intencional que OLIVEIRA (2003:88) comenta: A

amostragem não probabilística tem como característica principal o desconhecimento

da probabilidade de seleção de determinado elemento dentro do universo em

estudo. A característica mais importante é a de não permitir a aplicação de fórmulas

estatísticas, uma vez que não faz uso de fórmulas aleatórias de seleção. No quadro

1 abaixo, destacam-se as etapas na definição da amostra.

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8

Quadro 1: Etapas da definição da amostra

1.4.3 Instrumento de Pesquisa e Coleta de Dados.

Para realizar a coleta de dados utilizamos o questionário como

instrumento de pesquisa de campo. Para OLIVEIRA (2003:71), o questionário

constitui-se de uma série ordenada e perguntas relacionadas a um tema central, que

são respondidas sem a presença do entrevistador. É uma das formas mais utilizadas

para obtenção de dados, por permitir mensuração mais exata.

Levou-se em consideração, no processo de elaboração do instrumento de

pesquisa, os aspectos observados na implementação dos Sistemas Inteligentes sob

a ótica dos benefícios trazidos à gestão econômico-financeira, tendo três aspectos

principais: Técnico-funcionais (recursos, processos e tecnologia); Sociais (cultura e

clima organizacional) e Corporativos (organização).

O questionário foi dividido em duas partes, a primeira para medir o grau

de concordância / discordância e a segunda sobre questões complementares da

pesquisa. Para o formato da primeira parte do questionário utilizamos uma série de

afirmações relacionadas ao objeto em estudo, utilizando como medição a escala

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somatória, também denominada como Escala Likert. Para o conjunto de termos de

atitudes são dados os seguintes valores de pontuação de acordo com o esquema

proposto por MATTAR (2000:103).

Tabela 1: Grau de concordância / Discordância

Fonte: Adaptado de Mattar (2000:103)

Os questionários foram aplicados durante os meses de fevereiro e março

de 2005, sendo enviados para as 20 empresas selecionadas através de mensagem-

convite enviadas por correio eletrônico. Desses 20 questionários entregues, tivemos

a devolutiva de 11 empresas, representado 55% dos questionários entregues. Todos

puderam ser aproveitados e serviram de base de dados para análises da pesquisa

de campo.

Com base nas respostas às perguntas incluídas na parte 2 do

questionário enviado, pudemos classificar o conjunto das empresas respondentes,

analisando-as sob duas variáveis: 1-pelo volume em moeda do seu faturamento e; 2-

através do número de funcionários à época da pesquisa.

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10

Tabela 2: Amostra estratificada pelo valor do faturamento

s resultados da tabela 2 mostram que 72,7% das empresas tem

faturamen

Tabela 3: Amostra estratificada pelo número de funcionários.

sas respondentes

possuem acima de 400 funcionários.

dados observados nas tabelas 1 e 2, e a

constatação de 6 empresas com ações listadas na BOVESPA – Bolsa de Valores do

Estado de

oio a Micro e

Pequenas mpresas - utiliza o conceito de pessoas ocupadas nas empresas,

Valor doFaturamento

< 150 Milhões

> 150 Milhões e < 250 Milhões

> 250 MilhõesNão

InformadaSoma

Nº EmpresasRespondentes

2 2 6 1

% em relaçãoao total

18,2% 18,2% 54,5% 9,1% 100,0%

Fonte: Dados da Pesquisa

11

O

to bruto anual acima de R$ 150 milhões. Sendo 54,5% destes com valores

superiores a R$ 250 milhões.

Número deFuncionários

< 100 > 200 e < 400 > 400Não

InformadaSoma

Nº EmpresasRespondentes

1 0 9 1 11

% em relaçãoao total

9,1% 0,0% 81,8% 9,1% 100,0%

Fonte: Dados da Pesquisa

Os dados da tabela 3 indicam que 81,8% das empre

Levando-se em conta os

São Paulo - podemos concluir que a maior parte das empresas

participantes da pesquisa, podem ser consideradas de grande porte.

A esse respeito, o SEBRAE – Serviço Brasileiro de Ap

E

Page 25: FLAVIO ROBERTO MANTOVANI “UM ESTUDO SOBRE A … · 4.3.1 Fundamentos da Gestão Financeira..... 48 4.3.2 Funções da Gestão Financeira

11

principalm

ssoas ocupadas;

) no comércio e serviços, até 09 pessoas ocupadas.

20 a 99 pessoas

cupadas; II) no comércio e serviços, de 10 a 49 pessoas ocupadas.

do–

se em vista o nível de pontuação das frases conforme definido na tabela 1. As

análises d

Os respondentes dos instrumentos de pesquisa foram os gestores

econômico-financeiros da empresa, como: Diretores Financeiros, Gerentes

Administra

ente nos estudos e levantamentos sobre a presença da micro e pequena

empresa na economia brasileira, conforme os seguintes números:

Microempresa: I) na indústria e construção: até 19 pe

II

Pequena empresa: I) na indústria e construção: de

o

Os resultados obtidos através dos questionários foram analisados ten

as respostas obtidas da pesquisa foram divididas segundo o contexto das

frases no nível de concordância destacadas na primeira parte do questionário, ou

sejam: Técnico-funcionais, Sociais e Corporativas. Na segunda parte do questionário

foram analisados, os níveis de faturamento, número de empregados e segmento de

atuação.

tivos/Financeiros, Controllers e Gerentes de Relação com Investidores.

Page 26: FLAVIO ROBERTO MANTOVANI “UM ESTUDO SOBRE A … · 4.3.1 Fundamentos da Gestão Financeira..... 48 4.3.2 Funções da Gestão Financeira

12

1.5. ESTRUTURA DO TRABALHO

ste capítulo inicial compreende a parte introdutória, apresentando as

justificativa

uscou-se

caracteriza

o capítulo três – CONTABILIDADE GERENCIAL – apresentamos uma

síntese do

o capítulo quatro – GESTÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA – revisamos

os fundam

o capítulo cinco – TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E OS SISTEMAS

DE INTE

E

s, o problema, os objetivos, a metodologia da pesquisa, a estrutura da

dissertação e por último a limitação do trabalho. Os demais capítulos foram

distribuídos como segue:

No capítulo dois – A ORGANIZAÇÃO EMPRESA – b

r a organização, evidenciando a evolução do conhecimento e a

organização. Abordamos, também, sistema e organização sob uma visão sistêmica.

N

histórico da Contabilidade. A Contabilidade como sistema de informação

e as características da Contabilidade Gerencial.

N

entos dos processos de gestão econômica, financeira e gestão

estratégica.

N

LIGÊNCIA DE NEGÓCIOS – buscou-se conceituar Tecnologia da

Informação e explanar sobre a classificação dos sistemas de informações.

Revisamos as características dos Sistemas de Inteligência de Negócios e os

componentes da sua arquitetura.

Page 27: FLAVIO ROBERTO MANTOVANI “UM ESTUDO SOBRE A … · 4.3.1 Fundamentos da Gestão Financeira..... 48 4.3.2 Funções da Gestão Financeira

13

No capítulo seis – RESULTADOS DA PESQUISA – são demonstrados os

resultados

o capítulo sete – CONSIDERAÇÕES FINAIS – apresentamos as

consideraç

.6 LIMITAÇÃO DO TRABALHO

m função das suas características exploratórias, associadas à

determina

pesquisa de campo (survey) deste trabalho, assim como os seus

resultados

dos aspectos contributivos à gestão econômico-financeira através das

pesquisas bibliográficas e da pesquisa de campo realizada em empresas usuárias

de Sistemas Inteligentes.

N

ões finais, com as conclusões e algumas propostas de estudos

posteriores relacionados ao tema da pesquisa.

1

E

ção de uma amostra intencional e não probabilística, os resultados e

conclusões alcançados neste trabalho devem ser tratados com a devida restrição

quanto a sua generalização.

A

, restringem-se a empresas tituladas como tendo implementado Sistemas

Inteligentes. Aspectos relativos a sua arquitetura, seus componentes de software e

hardware, consultoria de implementação e funcionalidades do sistema, não foram

testadas e avaliadas, além de não se estabelecer relacionamento de causa e efeito

com fatores de sucesso na implementação de Sistemas Inteligentes.

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14

Focamos a análise nos potenciais benefícios trazidos à gestão

econômico-financeira, verificando as influências destes no plano técnico-funcional,

social e corporativo.

O presente trabalho tem caráter essencialmente exploratório, sem

pretensões de abordar todo o assunto, podendo servir de base e sugestão para

futuros trabalhos e pesquisas.

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15

2. A ORGANIZAÇÃO EMPRESA

2.1 INTRODUÇÃO

Neste trabalho, vamos abordar a empresa como uma instituição que

exerce algum tipo de atividade econômica, inserida no contexto de um sistema

organizacional, não importando a forma de sua constituição, a natureza do seu

objeto e a forma de contribuição dos stockholders.

CHIAVENATO (1993:472), define uma organização empresarial como

sendo um “conjunto de encargos funcionais e hierárquicos orientados para o objetivo

de produzir bens e serviços”.

De forma análoga DRUCKER (1993:27), nos diz que uma organização é

um grupo humano. Uma organização é sempre especializada. Ela é definida por sua

tarefa. A escola concentra-se em ensino e aprendizado, a empresa em produzir bens

e serviços.

2.2. A EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO E A ORGANIZAÇÃO

Para uma melhor compreensão das transformações impostas às

organizações, é preciso verificar o seu desenvolvimento histórico. Pela ordem

cronológica estabelecida por DRUCKER (1993) destacam-se, os seguintes marcos

históricos, do conhecimento humano e os seus benefícios e contribuições, trazidos à

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16

sociedade e as organizações: a revolução industrial, a revolução da produtividade e

a revolução gerencial.

2.2.1 Revolução Industrial

A palavra tecnologia combina “techne” que significa mistério de uma

habilidade, com “logia”, ou seja, conhecimento organizado, sistemático, significativo.

O documento que registra essa passagem foi à edição do livro Encyclopédie entre

1751 e 1772 por Denis Diderot e Jean D´Alembert. Essa obra reunia o

conhecimento de todas a profissões artesanais e preconizava que os princípios que

produziam resultados em uma profissão artesanal produziriam resultados em

qualquer outra.

A contribuição dessa obra, bem como das primeiras escolas técnicas, foi

converter experiências em conhecimentos, aprendizado em livro texto, segredos em

metodologias, o fazer em conhecimento aplicado. Esses são os fatores da chamada

revolução industrial, a transformação pela tecnologia, da sociedade e da civilização.

A velocidade das mudanças técnicas gerava demanda por capital bem

acima do que os artesãos podiam suprir, exigindo conseqüentemente a

concentração da produção, criando-se as primeiras fábricas. A partir dessa

mudança, o capitalista assumiu papel central na economia e na sociedade. Ao final

do século XIX, a empresa privada capitalista teria chegado a todas as partes do

mundo.

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17

2.2.2 Revolução da Produtividade

Frederick W. Taylor em 1881 aplica pela primeira vez o conhecimento ao

estudo do trabalho, a sua análise e a sua engenharia. Taylor intitulado “o pai” da

administração científica, aplicou o conhecimento ao estudo do trabalho, analisando-o

e dividindo-o em uma série de movimentos repetitivos e simples, os quais deveriam

ser executados de maneira certa, no seu melhor tempo e com as ferramentas

apropriadas.

Outro destaque da abordagem de Taylor foi o treinamento. Através da

aplicação dos fundamentos da Administração Científica, os trabalhadores

americanos foram transformados em “homens de primeira classe”. Esse argumento

explica os motivos pelo qual o País conseguiu derrotar o Japão e Alemanha.

A aplicação do conhecimento ao trabalho, elevou a produtividade de

forma explosiva. A taxa de produtividade aumentava em 100% a cada dezoito anos.

Essa expansão sem precedentes foi a origem de todas as elevações do padrão e da

qualidade de vida nos países desenvolvidos.

A divisão e a especialização do trabalho trouxeram benefícios para as

organizações em termos de eficiência operacional. Antes baseadas numa estrutura

artesanal e manufatureira, focam agora na produção industrial e mecanizada.

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18

2.2.3 A Revolução Gerencial

A mudança do significado e aplicação do conhecimento transformou a

sociedade e a economia. O conhecimento é hoje o único recurso com significado. Os

chamados “fatores de produção” recursos naturais, mão de obra e capital não

desapareceram mas tornaram-se secundários.

Surgida nas grandes corporações empresariais, a gerência, é uma função

genérica de todas as organizações, qualquer que seja sua missão. Muito embora,

tenha sido inventada há milhares de anos, a gerência passou a ter importância,

somente após a segunda guerra mundial.

Durante a segunda guerra e logo depois dela, o gerente era definido

como alguém que é responsável pelo trabalho dos seus subordinados. Porém no

início dos anos 50 essa definição já havia mudado para alguém que é responsável

pelo desempenho de pessoas. Contudo hoje é sabido que essa definição é

demasiadamente restrita, sendo a mais apropriada para os nossos tempos como

sendo alguém que é responsável pela aplicação e pelo desempenho do

conhecimento.

O fato do conhecimento ser reconhecido como “o” recurso ao invés de

“um” recurso, é o que caracteriza a sociedade pós-capitalista. Esse fato cria novas

dinâmicas sociais econômicas e políticas.

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19

2.3 O IMPACTO DA TECNOLOGIA NAS ORGANIZAÇÕES

A tecnologia da informação e das telecomunicações, possibilitou a

globalização da economia. Entende-se esse fenômeno de interdependência entre

países e mercados como uma síntese das transformações pelas quais vêm

passando a economia mundial no decorrer dos anos e mais notadamente a partir

dos anos 80. Esse novo cenário vem alterando, sobremaneira, o ambiente externo

às organizações em termos geográficos e produtivos. ANTUNES (1999:52)

A esse respeito, PRATES (2002), esclarece que essas transformações

não só se restringem ao modo de produzir bens e serviços, mas induzem novos

processos e instrumentos que atingem por completo a estrutura e o comportamento

das organizações, refletindo diretamente em sua gestão.

Brooking (1996) in ANTUNES (1999-52-54) aponta os seguintes aspectos,

frutos do desenvolvimento tecnológico, como causas subjacentes ao

desenvolvimento de novos métodos e habilidades indispensáveis para a

continuidade dos negócios:

Criação de novos serviços: a tecnologia da informação, além de substituir os

métodos manuais de trabalho, possibilitou a criação de novos serviços não possíveis

anteriormente. Exemplificando, tem-se a movimentação de bilhões de dólares na

bolsa de valores espalhadas pelo mundo; os serviços de cartão de crédito, reservas

de vôos, etc.

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20

Mudança no conceito de espaço físico e de mercado: os empregados não

necessitam estar concentrados fisicamente para a realização do trabalho, acessando

os clientes, gerentes e fornecedores via information highway. Da mesma forma, uma

multinacional pode controlar toda a cadeia produtiva e reunir os vários fatores de

produção em nível internacional, sem se comprometer com a produção em si, como

é o caso da NIKE que não possui os meios de produção, pois toda ela é feita sob

encomenda em fábricas que pertencem a outras empresas a partir de modelos

desenhados por especialistas nos Estados Unidos. Em termos de mercado, a

Internet tornou-se um mercado virtual, onde se realizam compras e vendas de

produtos e serviços, além de possibilitar o acesso às informações de publicidade e

propaganda das empresas.

Valorização da marca: as empresas precisam de um símbolo que o cliente possa

associar a ela independente do local em que ele estiver, dada a globalização do

mercado.

Merchandising de intangíveis: o valor da comercialização do produto intangível,

associado ao produto tangível pode ultrapassar, em muito, este último.

Exemplificando, tem-se o valor arrecadado com a bilheteria de um filme de grande

sucesso sendo superado pela venda de direitos de comercialização das imagens e

dos personagens do filme, como é o caso do Star Wars cuja receita de bilheteria foi

de US$ 25 milhões contra US$ 1 bilhão decorrentes da comercialização de seus

personagens.

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21

Patente de tecnologia: empresas que investem no desenvolvimento de novas

tecnologias, necessitam tê-las patenteadas a fim de possibilitar a avaliação em

termos reais da própria empresa.

Os aspectos apontados por Brooking, trazem efeitos à estrutura organizacional com

um todo. Como resultado, vão provocar a transformação do desempenho da própria

organização.

2.4 VISÃO SISTÊMICA DA ORGANIZAÇÃO EMPRESA

Para melhor compreensão dos problemas empresariais, é necessário ter

visão mais abrangente da empresa, isto é, reconhecer a existência do todo e

perceber quais as partes que integram esse todo. Desse modo, podemos identificar

as interações existentes entre as partes e avaliar tais interações com o todo.

CORNACHIONE (2001:23), aborda a relação entre o resultado dos

componentes e do todo:

“Nesse momento, é vital que se tenha o interesse de buscar compreender que em face destas interações entre as partes componentes do todo, a idéia principal é que o resultado do esforço que se obtém com o conjunto das partes é superior, em cada unidade, ao agregado dos resultados obtidos em cada parte separadamente, ou seja, o fato de reunir fatores de produção, teoricamente implica uma reunião cabível, ordenada lógica, racional, etc que prevê algo mais em resposta a essa reunião adequada de fatores”. (grifo nosso)

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22

2.4.1 Teoria dos Sistemas

Na visão de PEREIRA in CATELLI (1999:35), “A exemplo do que vem

ocorrendo em diversos ramos do conhecimento, as idéias de ‘sistemas’ tem

influenciado, de forma positiva, a compreensão de vários assuntos no contexto das

organizações empresariais, inclusive quanto a sua própria definição”.

A teoria dos sistemas sob a ótica do seu fundador, Von Bertalanffy in

PEREIRA (1999:36) “... é uma nova visão da realidade que transcende os problemas

tecnológicos, exige uma reorientação das ciências, atinge uma ampla gama de

ciências desde a Física até as Ciências Sociais e é operativa com vários graus de

sucesso”.

BIO in PEREIRA (1999:37), considera sistema como “um conjunto de

elementos interdependentes, ou um todo organizado, ou partes que interagem

formando um todo unitário e complexo” destacando ainda:

“Uma empresa excede a ‘soma’ de atividades isoladas tais como: vender, comprar, controlar pessoal, produzir, pagar e receber (...) ela deve ser considerada como algo mais do que meros componentes reunidos, de forma estática, através de uma estrutura de organização. É necessário conceituá-lo como um sistema de partes estreitamente relacionadas com fluidez dinâmica”.

As características comuns aos sistemas conforme PEREIRA in CATELLI

(1999:37) são as seguintes:

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23

o Compõe-se de partes ou elementos que se relacionam de forma a

constituir um todo;

o Possuem um objetivo ou uma razão que integra e justifica a

reunião de suas partes; e

o Delimitam-se em determinado contexto, apesar da possibilidade

de serem decompostos ou compostos de forma a permitir o

estudo de suas interações com elementos externos ou entre

elementos internos.

De maneira abrangente CORNACHIONE (2001:24), nota a existência de

duas classificações de sistemas. Quanto ao grau de abertura e quando a sua

estrutura.

Quanto ao grau de abertura:

a- Abertos: são formados por um conjunto de partes que se

relacionam e formam um todo organizado e com objetivos definidos. Este, por

sua vez, se relaciona fortemente com seu ambiente externo, impactando-o e

sendo por ele impactado.

b- Fechados: são entendidos como os que não mantém relação de

interdependência com o ambiente externo. As interações nele observadas

ocorrem entre as partes que os compõem.

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24

Quanto à estrutura:

a- Estáticos: podem ser entendidos como sistemas que não ocorrem

fatos passiveis de alterar sua estrutura sistêmica básica.

b- Dinâmicos: há fatos que modificam sua estrutura, bem como as

características de suas partes componentes.

c- Homeostáticos: são sistemas híbridos e a estrutura do todo (do

conjunto) é estática, porém as partes componentes são suscetíveis a fatos

modificativos de suas estruturas.

2.4.2 O Sistema Empresa

Sob o enfoque da teoria dos sistemas, a empresa caracteriza-se como um

sistema aberto e essencialmente dinâmico, isto é, como um conjunto de elementos

interdependentes que interagem entre si para a consecução de fim comum, em

constante inter relação com seu ambiente. PEREIRA in CATELLI (1999:39).

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25

A empresa pode ser visualizada como um processo de transformação de

recursos – materiais, humanos, financeiros, tecnológicos em produtos e serviços,

composto de diversos processos menores, interdependentes, que são suas

atividades.

Figura 1: Visão Sistêmica da Empresa

Fonte: Adaptado de Catelli (1999:39)

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26

3. CONTABILIDADE GERENCIAL

3.1 SÍNTESE DO HISTÓRICO DA CONTABILIDADE

Encontramos, na apresentação da história da Contabilidade, diferentes

abordagens quanto as suas divisões e estágios de desenvolvimento. Embora

nenhum autor saiba precisar seu surgimento, acredita-se que ela seja tão antiga

quanto à origem do homem.

SA&SA (1993:229) apud ANTUNES, menciona a divisão estabelecida por

Frederigo Melis, que consiste em quatro períodos distintos e que de forma resumida,

destacamos a seguir:

História Antiga ou da Contabilidade Empírica, referente ao período que

vai da Antiguidade até 1202. Compreende os estudos do registro de fatos contábeis

na Suméria, Egito, Elão, etc.

História Média ou da Sistematização da Contabilidade, que vai de 1202

a 1494. Compreende o período em que a Contabilidade assumiu formas

sistemáticas de registro, tendo como ponto máximo a publicação do método das

partidas dobradas, por Luca Pacioli, na obra Summa de Aritmética Geometria

Proportioni at Proprogionalitá.

História Moderna ou da Literatura da Contabilidade, que vai de 1494 a

1840. Caracterizada como a fase, em que os primeiros livros, divulgando o processo

de registro na forma puramente técnica, foram publicadas.

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27

História Contemporânea ou Científica da Contabilidade, que vai de

1840 até os nossos dias. Caracteriza-se pelos estudos de natureza científica com

plena sistematização do conhecimento.

Pelos estudos e pesquisas elaboradas por SA, a origem dos termos

Contabilidade e Contador são de berço Ibérico. Em 2 de novembro de 1437 e em 30

de novembro de 1442, o Rei Dom João II da Espanha, emite ordenanças onde se lê

as expressões “Contadoria” e “Contadores”.

Segundo IUDÍCIBUS (2000:31), o grau de desenvolvimento das teorias

contábeis e de suas práticas está diretamente associado, na maioria das vezes, ao

grau de desenvolvimento comercial, social e institucional das sociedades, cidades ou

nações. É assim fácil de entender, passando por cima da antigüidade, porque a

Contabilidade teve seu florescer como disciplina adulta e completa, nas cidades de

Veneza, Genova, Florença, Piza e outras. Estas cidades e outras da Europa

fervilhavam de atividade mercantil, econômica e cultural.

3.1.1 A Contribuição das Escolas Italiana e Norte Americana

Com o surgimento do método contábil, divulgado pela obra de Pacioli, a

escola Italiana ganha notável importância e a partir do século XIX dissemina-se por

toda a Europa. Esse período é tratado por muitos autores como científico e que

IUDÍCIBUS (2000:32), prefere chamar de romântico, afirmando: É nesse período,

que talvez pela primeira vez a teoria avança em relação às necessidades e as reais

complexidades da sociedade.

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28

O final do século XIX e início do século XX, são marcados pelo

surgimento das primeiras fábricas e o relevante papel do capitalista na sociedade e

na economia. É durante esse período que nasceu a escola Norte Americana.

IUDÍCIBUS (2001:33) comenta: O surgimento das gigantescas corporações,

principalmente em inícios do século aliado ao formidável desenvolvimento do

mercado de capitais e ao extraordinário ritmo de desenvolvimento que aquele País

experimentou e ainda experimenta, constitui um campo fértil, para o avanço das

teorias e práticas contábeis Norte Americanas. Não podemos esquecer, também de

que os Estados Unidos herdaram da Inglaterra uma excelente tradição no campo da

auditoria, criando lá, sólidas raízes.

O autor apresenta ainda, a argumentação que a evolução da

Contabilidade nos Estados Unidos, apóia-se em um sólido embasamento, a saber:

O grande avanço e o refinamento das instituições econômicas e sociais;

O investidor médio é um homem que deseja estar permanentemente bem

informado, colocando pressões não percebidas no curtíssimo prazo, mas

frutíferas nos médios e longos prazos, sobre os elaboradores de

demonstrativos financeiros, no sentido de que sejam evidenciadores de

tendência;

O governo, as universidades e os corpos associativos de contadores

empregam grandes quantias para as pesquisas sobre princípios

contábeis.

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29

O Instituto dos Contadores Públicos Americanos é um órgão atuante em

matéria de pesquisa contábil, ao contrário do que ocorre em outros

países.

Mais recentemente, a criação do FASB (Financial Accounting Satandard

Board) e, a muitos anos do SEC (a CVM deles), tem propiciado grandes avanços na

pesquisa sobre procedimentos contábeis.

3.1.2. A Contabilidade no Brasil

A respeito da Contabilidade no Brasil, IUDICIBUS (2000:36-37) comenta,

que provavelmente a primeira escola especializada no ensino da Contabilidade foi a

Escola de Comércio Álvares Penteado, criada em 1902. Entretanto foi com a

fundação da Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da USP em 1946

e com a instalação do curso de Ciências Contábeis e Atuariais, que o Brasil ganhou

seu primeiro núcleo de pesquisa contábil nos moldes norte-americanos, isto é, com

professores dedicando-se em tempo integral ao ensino e pesquisa. Assim conclui o

autor:

... diríamos que a Contabilidade no Brasil evolui sobre sob a

influência da escola Italiana, não sem aparecerem traços de

uma escola verdadeiramente brasileira, até que algumas firmas

de origem anglo-americanas, certos cursos de treinamento em

Contabilidade e Finanças, por grandes empresas, tais como o

excelente BTC da General Electric, e a Faculdade de Economia

e Administração, em seu curso básico de Contabilidade Geral,

acabassem exercendo forte influencia revertendo essa

tendência.

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30

Quadro 2: Evolução do conhecimento contábil em função das mudanças

da sociedade

Sociedade Primitiva

Cenário Mundial: economia baseada na agricultura e pecuária, individual ou restrita a pequenos grupos.

Reflexos na Contabilidade: nenhum. Apenas a contagem física dos bens (Inventário Periódico).

Sociedade Agrícola

Cenário Mundial: economia baseada na agricultura; método de produção artesanal; início das relações comerciais com o advento das descobertas marítimas; formação das sociedades comerciais denominadas comandita.

Reflexos na Contabilidade: necessidade de controle mais apurado em virtude das expedições marítimas; investimentos contabilizados no início das expedições e resultado apurado após venda das mercadorias para atender as necessidades dos sócios e do estado, para controle dos impostos.

Sociedade Industrial

Cenário Mundial: economia baseada no capital e no trabalho; mecanização do trabalho e da produção em série; formação de grandes empresas na área industrial e na prestação de serviços; obrigatoriedade de pagamento de impostos para pessoas físicas e jurídicas; Administração Científica; as duas grandes guerras mundiais.

Reflexos na Contabilidade: sistema de informações contábeis, sistema de informações gerenciais, divulgação de relatórios para atender acionistas, gerentes e governo; auditoria externa; separação dos custos da produção; reconhecimento sistemático da depreciação; organização formal de institutos e órgãos contábeis; realização do orçamento governamental e formas de controle e divulgação; mensuração dos custos, produtos e performance gerencial. Primeiro trabalho sistemático envolvendo o goodwill.

Sociedade do Conhecimento

Cenário Mundial: economia globalizada; recurso do conhecimento; informatização da produção e do trabalho; difusão da tecnologia da informação e das telecomunicações.

Reflexos na Contabilidade: harmonização das normas internacionais de contabilidade; sistema de informações contábeis para decisões estratégicas; novas formas de mensuração do valor da empresa.

Fonte: adaptado de ANTUNES (1999:65)

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31

3.2 A CONTABILIDADE COMO SISTEMA DE INFORMAÇÃO

Pela resolução 774 do Conselho Federal de Contabilidade, o objetivo

Científico da Contabilidade é descrito como segue:

O objetivo científico da Contabilidade manifesta-se na correta

apresentação do Patrimônio e na apreensão e análise das causas das suas

mutações. Já sob a ótica pragmática, a aplicação da Contabilidade a uma Entidade

particularizada, busca prover os usuários com informações sobre aspectos de

natureza econômica, financeira e física do Patrimônio da Entidade e suas mutações,

o que compreende registro, demonstrações, análises, diagnósticos, expressos sob a

forma de relatos, pareceres, tabelas, planilhas e outros meios.

PADOVESE (2000:42), define Sistema de Informação como um conjunto

de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros agregados segundo uma

seqüência lógica para o processamento dos dados e tradução em informações, para

com o seu produto, permitir as organizações o cumprimento dos seus objetivos

principais.

O tratamento dado a Contabilidade como sendo um sistema de

informação e avaliação está convalidada na deliberação CVM-Comissão de Valores

Mobiliários n.29 que especifica o seguinte:

“A contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação

destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza

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32

econômica, financeira, física e de produtividade com relação à entidade objeto de

contabilização”.

Compreende-se por sistema de informação um conjunto articulado de

dados, técnicas de acumulação, ajustes e editagens de relatório que permite:

a-) tratar as informações de natureza repetitiva com o máximo possível de

relevância e o mínimo de custo.

b-) dar condições, para, através da utilização de informações primárias

constantes do arquivo básico, juntamente com técnicas derivadas da própria

Contabilidade e/ou outras disciplinas, fornecer relatórios de exceção para finalidade

específicas, em oportunidades definidas ou não”

A informação contábil, segundo PADOVEZE (2000:44), precisa atender

primariamente a dois pressupostos básicos, para que tenha validade integral no

processo de gestão administrativa:

a-) sua necessidade como informação

b-) seu planejamento e controle

A necessidade da informação é determinada pelos usuários finais dessa

informação, por seus consumidores. Assim a informação deve ser construída para

atender esses consumidores e não para atender os contadores. O sistema de

informação gerencial exige planejamento para produção dos relatórios para atender

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33

aos usuários. É necessário saber o conhecimento contábil de todos os usuários e

construir relatórios com enfoques diferentes para os diferentes níveis de usuários.

Dessa forma, será possível efetuar o controle posterior. Só poderá ser controlado

aquilo que é aceito e entendido.

Conforme GIL (1992) in PADOVEZE (2000:45), o sistema de informação

contábil deve produzir informações que possam atender aos seguintes aspectos:

I - Níveis empresariais

Estratégicos

Tático

Operacional

II – Ciclo administrativo

Planejamento

Execução

Controle

III – Nível de estruturação da informação

Estruturada

Semi-estruturada

Não estruturada

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34

3.3. CARACTERÍSTICAS DA CONTABILIDADE GERENCIAL

A Contabilidade Gerencial ou Contabilidade Administrativa como é tratada

por HORNGREN (1985:4), se interessa pela acumulação, classificação e

interpretação de informações que ajudem os executivos a atingir objetivos

organizacionais, tal como explícita ou implicitamente definidos pela direção.

Segundo IUDÍCIBUS, citado por PADOVEZE (2000:27): A Contabilidade

Gerencial pode ser caracterizada, superficialmente como um enfoque especial

conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na

Contabilidade Financeira, na Contabilidade de Custos, na análise financeira e de

balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais

analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a

auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório.

A Contabilidade Gerencial é definida por ATKINSON et al (2000:36), como

sendo um processo de produzir informação operacional e financeira para

funcionários e administradores. O processo deve ser direcionado pelas

necessidades informacionais dos indivíduos internos da empresa e deve orientar

suas decisões operacionais e de investimento.

Segundo a Associação nacional dos Contadores dos Estados Unidos,

através do seu relatório 1A citado por PADOVEZE (2000:27), Contabilidade

Gerencial é o processo de identificação, mensuração, acumulação, análise,

preparação, interpretação e comunicação de informações financeiras utilizadas pela

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administração para planejamento, avaliação e controle dentro de uma organização

para assegurar e contabilizar o uso apropriado de seus recursos.

De acordo com WARREN,REEVE&FESS (2001:3), as informações da

Contabilidade Gerencial incluem dados históricos e estimados usados pela

administração na condução das operações diárias, no planejamento de operações

futuras e no desenvolvimento de estratégias de negócio integradas.

A Contabilidade Gerencial, constitue-se, portanto, num processo cuja

finalidade é produzir informações de natureza estratégicas, econômicas e de gestão

das operações, de custos e das demais atividades organizacionais, que ocorrem na

empresa, para o processo decisório e de controle, com medidas de desempenho e

lucratividade.

3.3.1 Origem, Evolução e Mudança da Contabilidade Gerencial.

Controles gerenciais simples, já eram conhecidos nas organizações que

demandavam produtos de troca, entretanto, é a partir da Revolução Industrial que a

Contabilidade Gerencial começa a ganhar destaque. Nesse período surge a

necessidade das organizações de buscar aperfeiçoamentos em suas informações

para melhorar a administração e controle dos seus negócios.

ATKINSON et al (2000:39) descreve: A demanda pela informação

gerencial contábil pode ser relacionada aos estágios iniciais da Revolução Industrial,

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nas tecelagens, em fábricas de armas e outras operações industriais (...) Os

proprietários usavam tal informação para dois propósitos diferentes:

1- Para controlar e melhorar a eficiência

2- Para decisões de preço e mix de produtos.

As empresas ferroviárias que se desenvolveram nos meados do século

XIX eram empresas enormes e complexas, que não poderiam ter funcionado sem

um abrangente sistema contábil de informações gerenciais. Eles desenvolveram e

usaram uma nova medida chamada “quociente operacional”, que media a proporção

entre despesas e receitas, usando-as para duplo controle gerencial, para avaliar a

eficiência operacional dos administradores locais e para custeamento de produtos

para medir a lucratividade de vários tipos de negócio.

ATKINSON et al (2000:46-47), muitas inovações nos sentidos da

Contabilidade Gerencial ocorreram nas décadas iniciais do século XX para apoiarem

o crescimento de empresas multidivisionais diversificadas (...) Os executivos de tais

empresas diversificadas tinham que projetar técnicas avançadas para coordenar as

atividades operacionais de suas diferentes divisões. Essas técnicas incluíram o

orçamento operacional, um documento que projeta receita e despesas durante o

próximo período operacional, incluindo previsões mensais de vendas, produções,

despesas operacionais, tanto quanto o orçamento de capital, um documento que

autoriza aquisição de recursos com vidas úteis de vários anos, como fábricas e

equipamentos. Talvez a mais duradoura das inovações introduzidas neste período

tenha sido o desenvolvimento da formula do ROI – Retorno sobre Investimento, uma

medida de desempenho que a empresa DuPOnt usou para o desempenho do

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planejamento, da avaliação e do controle do lucro obtido pelos proprietários da

empresa, para os gerentes auxiliava decidir quais suas divisões deveriam receber

aporte de capital para expandir a capacidade.

Quadro 3: Comparação entre a Contabilidade Gerencial e a Contabilidade

Financeira

Fator Contabilidade Financeira Contabilidade Gerencial

Usuários dos Relatórios Externos e Internos Internos

Objetivo dos Relatórios Facilitar a análise financeira para as necessidades dos usuários externos

Objetivo especial de facilitar o planejamento, controle, avaliação de desempenho e tomada de decisão internamente.

Forma dos relatórios Balanço Patrimonial, Demonstração dos Resultados, Demonstração das Origens e Aplicação de Recursos e Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.

Orçamentos, contabilidade por responsabilidade, relatórios de desempenho, relatórios de custo, relatórios especiais não rotineiros para facilitar a tomada de decisão.

Freqüência dos relatórios Anual, trimestral e ocasionalmente mensal.

Quando necessário pela administração

Custos ou valores utilizados Primariamente históricos (passados.).

Históricos e esperados (previstos.).

Bases de mensuração usadas para quantificar os dados

Moeda corrente Várias bases (moeda corrente, moeda estrangeira – moeda forte, medidas físicas, índices, etc).

Restrições nas informações fornecidas

Princípios Contábeis Geralmente Aceitos.

Nenhuma restrição, exceto as determinadas pela administração.

Arcabouço teórico e técnico Ciência Contábil Utilização pesada de outras disciplinas, como economia, finanças, estatística, pesquisa operacional e comportamento organizacional.

Características da informação fornecida

Deve ser objetiva (sem viés), verificável, relevante e a tempo.

Deve ser relevante e a tempo, podendo ser subjetiva, possuindo menos verificabilidade e menos precisão

Perspectiva dos relatórios Orientação histórica Orientada para o futuro para facilitar o planejamento, controle e avaliação do desempenho antes do fato (para impor metas), acoplada com uma orientação histórica para avaliar os resultados reais (para o controle posterior do fato).

Fonte: adaptado de PADOVEZE (2000:32)

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De acordo com PADOVESE (2000:28), o atual estágio da contabilidade

gerencial, que abarca todos os estágios evolutivos anteriores, centra-se no processo

de criação de valor por meio do uso efetivo dos recursos empresariais. Os principais

tópicos relacionados com o tema de criação de valor, partindo da apresentação dos

estágios evolutivos da contabilidade gerencial, de acordo com o IFAC são:

Estágio 1 – Antes de 1950, o foco era na determinação do custo e

controle financeiro, através do uso das tecnologias de orçamento e contabilidade de

custos;

Estágio 2 – Por volta de 1965, o foco foi mudado para o fornecimento

de informação para o controle e planejamento gerencial, através do uso de

tecnologias tais como análise de decisão e contabilidade por responsabilidade;

Estágio 3 – Por volta de 1985, a atenção foi focada na redução do

desperdício de recursos usados nos processos de negócios, através do uso das

tecnologias de análise de processo e administração estratégicas de custos;

Estágio 4 – Por volta de 1995, a atenção foi mudada para a geração ou

criação de valor através do uso efetivo dos recursos, através do uso de tecnologias

tais como exame dos direcionadores de valor ao cliente, valor para o acionista e

inovação organizacional.

Ainda segundo PADOVEZE (2000:29-30), cada estágio da evolução

representa adaptação para um novo conjunto de condições que as organizações

enfrentem, pela absorção, reforma e adição aos focos e tecnologias utilizadas (...) A

contabilidade gerencial, como parte integral do processo de gestão, adiciona valor

distintivamente pela investigação continua sobre a efetividade da utilização dos

recursos pelas organizações. ( IFAC, parágrafo 29 ).

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Quadro 4: Características dos Processos da Contabilidade Gerencial

PROCESSO CARACTERÍSTICAS

IDENTIFICAÇÃO Reconhecimento e avaliação de transações empresariais e outros eventos econômicos para ação contábil apropriada.

MENSURAÇÃO Quantificação, incluindo estimativas, transações empresariais ou outros eventos econômicos que tem ocorrido ou previsões dos que podem acontecer.

ACUMULAÇÃO Delineação de abordagens disciplinadas e consistentes para registrar e classificar transações empresariais apropriadas e outros eventos econômicos

ANÁLISE Determinação das razões para reportar a atividade e sua relação com outros eventos econômicos e circunstanciais.

PREPARAÇÃO EINTERPRETAÇÃO

Coordenação e planejamento de dados contábeis, provendo informações apresentadas logicamente, o que inclui, se apropriado, a conclusão referente a esses dados.

COMUNICAÇÃO Informação pertinente para a administração e outros para usos internos e externos

PLANEJAMENTO Quantificação e interpretação dos efeitos de transações planejadas e outros eventos econômicos na empresa; inclui aspectos estratégicos, táticos e operacionais e requer que o contador forneça informações quantitativas, históricas e prospectivas para facilitá-la; isso inclui, também participação no desenvolvimento do sistema de planejamento, estabelecendo metas alcançáveis e escolhendo meios apropriados de monitorar o progresso em direção as metas.

AVALIAÇÃO Julgamento das implicações de eventos históricos e esperados e ajuda na escolha do curso ótimo de ação; inclui a tradução de dados em tendências e relações: comunicação das conclusões derivadas, efetivamente e prontamente, das análises.

CONTROLE Assegurar a integridade da informação financeira relativa as atividades e aos recursos da empresa; monitoramento e medição do desempenho e indução a qualquer ação corretiva exigida para retornar a atividade ao seu curso intencional; fornecimento de informações aos executivos que operam em áreas funcionais que possam usa-las para alcançarem o desempenho desejável.

ASSEGURAR RECURSOS DE RESPONSABILIDADE

Implementar um sistema de reportar o que esta alinhado com as responsabilidades organizacionais e contribuir para o uso efetivo de recursos e de medidas de desempenho da administração; transmitir os objetivos e as metas da administração ao longo da empresa na forma de responsabilidades nomeadas, que são base para identificar responsabilidades; sistema que fornece, contabiliza, reporta e que acumulará e informará receitas apropriadas, despesas, ativos, obrigações e informação quantitativa relacionada para gerentes que terão, então melhor controle sobre estes elementos.

RELATÓRIOS Preparação de relatórios financeiros baseados em princípios de contabilidade geralmente aceitos, ou em outras bases apropriadas, para grupos não administrativos, como acionistas, credores, agências reguladoras e autoridades tributárias; participação no processo de desenvolver os princípios de Contabilidade que estão subjacentes ao relatório externo.

Fonte: adaptado de ATKINSON et al (2000:67)

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3.3.2 Conceito de Contabilidade Gerencial Estratégica

De acordo com DIXON (1998) apud ARAUJO (2001:51), o termo

contabilidade gerencial usado para descrever o provimento de informações para

atividades gerenciais, está intrinsecamente ligado à estratégia, o que requer do

contador gerencial priorizar a mensuração do desempenho, usando indicadores

estratégicos e não apenas os exclusivamente táticos.

A contabilidade gerencial estratégica pode prover as informações

financeiras requeridas, tanto para monitorar o desempenho em relação à estratégia

existente, quanto para apoiar o processo de formulação das estratégias, e faz parte

de um processo continuo de planejamento e controle.

Segundo VEIGA (2000:70), a contabilidade gerencial estratégica está

mais voltada ao ambiente externo, como por exemplo, a avaliação de informações

sobre a concorrência, os fornecedores, os clientes, e até mesmo os consumidores,

atuando juntamente com as demais áreas da empresa na elaboração de planos de

longo prazo, estimando comparativamente o valor da vantagem competitiva da

empresa ou o valor adicionado sobre seus competidores e avaliando o rendimento

de seus produtos.

A contabilidade gerencial estratégica, de acordo com CLARKE (1995)

apud ARAUJO (2001:52-53), trabalha com três elementos: exploração ambiental,

análise do competidor e foco em dados internos, de uma perspectiva estratégica. A

exploração ambiental envolve o monitoramento do desenvolvimento tecnológico do

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ambiente, mudanças nas preferências dos consumidores, mudanças econômicas

significativas e informações baseadas no mercado; tais fatores requerem informação

sobre ambientes demográfico, jurídico, ecológico e político em que a firma opera. A

análise do competidor reúne objetivos e estratégias relativas ao posicionamento da

firma frente aos seus competidores; os produtos – mercadorias ou serviços – podem

ser tomados como um pacote de atributos oferecidos aos consumidores potenciais;

tal iniciativa é essencial para a formulação das estratégias da firma. O foco em

dados internos, de uma perspectiva estratégica, não é puramente operacional;

responde à demanda diversificada e as pressões do mercado competitivo, e por isso

grande ênfase deve ser dada a mensuração de desempenho.

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4.GESTÃO, GESTÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA E GESTÃO

ESTRATÉGICA

4.1 GESTÃO EMPRESARIAL - DEFINIÇÕES

Gestão, para CORNACHIONE. (1999:73), “guarda relação com a

condução, administração dos recursos ante as metas propostas e estabelecidas

para a empresa. Representa a ação de gerir, efetivada pelos gestores; ação que se

vale desde processos mentais (abstratos) até mesmo os físicos”.

No entender de MAMBRINI et al. (2003) apud SCHIMDT NETO (2004:17),

a respeito de gestão, “o ato de gerir pode ser visto como um conjunto de atividades

capaz de conduzir a organização ao cumprimento da sua missão”. Ou seja, verifica-

se que, em suma, gestão - ato de gerir - é fazer as coisas acontecerem, é tomar as

decisões para alcançar os objetivos propostos pela empresa.

Na definição de BEUREN & MOURA (2000:61), o processo de gestão

empresarial deve assegurar o crescimento e continuidade da empresa, por meio de

estratégias que permitam obter êxito no alcance de seus objetivos de forma eficiente

e eficaz, sendo tal tarefa dependente da ação do homem, os gestores da empresa.

A gestão empresarial tem interações entre o modelo de gestão, o

processo de gestão e os sistemas de informação da empresa como elementos que

desempenham papel fundamental para assegurar a eficácia dos gestores e

conseqüentemente da empresa. CATELLI (1999:57).

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43

4.2 GESTÃO ECONÔMICA – O MODELO GECON

O modelo GECON tem sido muito discutido e pesquisado

academicamente por uma equipe de pesquisadores do Núcleo GECON com apoio

da FIPECAFI, fundação de apoio ao EAC/ FEA/ USP, tendo sido implementada em

algumas empresas de grande porte.

4.2.1 Fundamentos do GECON

O modelo GECON começou a ser estruturado e concebido no final da

década de 70 do século passado pelo Prof. Dr. Armando Catelli, partindo de

algumas reflexões como lógica do processo decisório e nível de informações

requeridas pelos gestores responsáveis pelo processo de gestão e de tomada de

decisões. Catelli e Guerreiro notaram que a contabilidade de custos tradicional, ou

seja, a gestão econômica tradicional que é fundamentada nos princípios de

contabilidade voltados ao atendimento dos requisitos informativos, societários e

fiscais, tinha pouca relevância para o processo de tomada de decisões empresariais.

O GECON é um modelo gerencial para a gestão por resultados

econômicos, que incorpora um conjunto de conhecimentos integrados visando à

eficácia empresarial, ou seja, CORNACHIONE (1999:69) explica que a partir do

resultado econômico é possível inferir sobre a eficácia da empresa. Quanto a essa

questão, diversos autores do núcleo da GECON constatam que o lucro econômico é

a melhor medida de eficácia da empresa.

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A Gestão Econômica para otimizar o lucro deve, segundo MOSIMANN &

FISCH (1999:31), preocupar-se com o resultado econômico em todas as áreas da

empresa otimizando o resultado global, pois deve haver um equilíbrio entre o

resultado das áreas da empresa e seu resultado econômico total, alcançando assim,

a eficácia.

Para atingir permanentemente a eficácia empresarial, CORNACHIONE

(1999:69) cita o envolvimento dos seguintes fundamentos:

Produtividade: relacionado ao mercado, consumo, estoques etc.

Eficiência: busca da eficiência ótima para a natureza das

operações e a cultura organizacional da empresa.

Satisfação das pessoas: satisfação dos elementos humanos

presentes em toda a cadeia de operações da organização.

Modelo de Gestão Adaptativo: dotar de dinamismo e

competitividade o modelo de gestão da organização, de modo

que permita requeridos ajustes em função das mais variadas

circunstâncias gerenciais as quais estará exposta a organização

e seu corpo de gestores.

Desenvolvimento: investimento na própria empresa, como

treinamento dos recursos humanos diante das inovações

tecnológicas.

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O GECON baseia-se no enfoque sistêmico das organizações onde a

empresa é tratada como “ser vivo” que interage com seu meio-ambiente e

pressupõe-se que a soma do todo deve ser maior que a soma das partes por meio

da eficácia empresarial.

4.2.2 Princípios do GECON

O modelo de gestão proposto pelos estudiosos do GECON, entre eles

PELEIAS (2002:17-18), dispõe de uma série de princípios que são relacionados:

· A eficácia da empresa somente será alcançada na medida em que todas

as áreas sejam eficazes.

· O resultado da empresa é a somatória dos resultados, que são formados

por meio do registro das ocorrências como eventos, transações e atividades, obtidos

por meio dos vários produtos e serviços realizados pelas áreas de responsabilidade.

· Os resultados são apurados por meio de registros contábeis

evidenciando os eventos por área de responsabilidade.

· O relacionamento entre as áreas é feitos por meio de valores

padronizados, permitindo que quaisquer distorções (eficiência/ ineficiência) não

afetem produtos e serviços. As distorções são, dessa forma, claramente

identificadas e atribuídas a cada área em que ocorreram.

· As áreas de responsabilidade são tratadas como “empresas” e os

gestores como “donos”, permitindo uma melhor avaliação de desempenho,

destacando e valorizando as posturas empreendedoras dos gestores, fazendo com

que “as coisas aconteçam” e tomando as decisões que forem necessárias.

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· A missão das áreas é definida para funcionar como um estimulador da

eficácia pela organização. · As decisões sempre são verificadas sob condições à

vista. Os Resultados Financeiros - “financiamento” das decisões - serão registrados

em cada área pertinente de modo separado dos resultados operacionais.

· A Gestão Financeira atua como “banco interno” da empresa, fornecendo

os recursos requeridos pelas diversas áreas de responsabilidade, recebendo e

gerenciando os recursos financeiros.

4.2.2.1 Definição do GECON

GECON, para MOSIMANN & FISCH (1999:30), “é o conjunto de decisões

e ações orientado por resultados, mensurados segundo conceitos econômicos”. Ou

seja, como define CATELLI (1999:31) “Gestão Econômica significa Administração

por Resultado e objetiva a otimização dos resultados por meio da melhoria da

produtividade e da eficiência operacionais”.

4.2.2.2 Características do GECON

A mensuração do Resultado Econômico é uma das características

particulares e peculiares do GECON, onde PEREIRA (coord. CATELLI, 2001:72),

destaca que “o resultado econômico representa o incremento da riqueza da

empresa, de seu patrimônio ou de seu valor”. Dentro dessas características a

empresa deve ser administrada com vistas à otimização do resultado econômico e a

continuidade da eficácia dos gestores. Essa eficácia é constatada por meio do lucro

econômico que é a melhor medida de eficácia da empresa, e a partir disso se

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elaboram os modelos próprios de gestão, decisão, mensuração e informação, todos

interligados e integrados de acordo com a visão sistêmica. O resultado econômico

que tem como base o lucro econômico, necessita obrigatoriamente de um sistema

de informação bastante específico: o SIGE (Sistema de Informações de Gestão

Econômica). SCHMDT NETO (2004:24)

Outras características próprias do GECON são os eventos econômicos,

que se referem à produção de reflexos econômicos tratado como uma classe de

transações. Pode-se, conforme CORNACHIONE (1999:76), destacar três tipos de

eventos econômicos:

· Pontuais: São eventos econômicos que têm por origem ocorrência ou ação em

determinado instante do tempo (instantâneos).

· Tempo-Conjunturais: Aqueles eventos econômicos que têm por origem a

passagem do tempo entre dois instantes temporais, sendo que as mudanças

ocorridas são identificadas, como previsão de inflação, inflação, inflação real, juros,

custo de oportunidade, etc.

· Tempo-Estruturais: Tem por origem a passagem do tempo entre dois instantes

temporais, identificando as ocorrências derivadas da manutenção da empresa, como

recursos humanos, recursos físicos, etc.

Segundo os autores e pesquisadores, o GECON, mais do que um sistema

de informações gerenciais é um modelo de Gestão Econômico-Financeira, que

conforme CORNACHIONE (1999:80), é composto de teorias que contemplam

aspectos empresariais voltados aos resultados da empresa.

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4.3 GESTÃO FINANCEIRA

Ao contrário da gestão econômica que avalia como a empresa atinge

seus resultados econômicos por meio de diferentes modelos de mensuração,

decisão, métodos de custeio, indicadores e medidas de desempenho, a gestão

financeira tem sua forma de atuação e funções bem definidas. Seus instrumentos

são utilizados de acordo com a complexidade e tamanho das empresas. SCHIMDT

NETO (2004:41)

A empresa para sobreviver precisa da eficiência da gestão financeira que

MOSIMANN & FISCH (1999:30), enfatizam “os problemas de caixa e liquidez da

empresa, de forma a permitir a tomada de decisões em termos de programação

financeira”. A programação financeira determina as fontes de recursos que serão

captados, sendo competência do gestor financeiro distribuí-los de forma inteligente e

segura em diversos ativos da empresa. ZDANOWICZ (2000:20)

A gestão financeira, juntamente com a gestão econômica, visa o equilíbrio

econômico-financeiro da gestão empresarial e interfere diretamente na continuidade

da empresa.

4.3.1 Fundamentos da Gestão Financeira

Tradicionalmente os autores e pesquisadores em administração

financeira, principalmente os autores americanos como Brigham, Gitman e Ross

voltam-se a finanças corporativas, enfatizam a maximização da riqueza do acionista,

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49

o gerenciamento da estrutura de capital da empresa, o mercado de capitais e o

processo de fusões e incorporações. Estes preceitos preconizados pelos autores

americanos não atendem as reais necessidades da pequena e média empresa

brasileiras que são atinentes à administração dos ativos correntes, ou seja, do

capital de giro, das contas a receber, das disponibilidades financeiras e dos

estoques. SANTOS (2001:12)

4.3.2 Funções da Gestão Financeira

Toda e qualquer empresa, independente de seu porte, tem uma gestão

financeira com um sistema de relações financeiras e de movimentos de caixa

acionados por uma múltipla gama de decisões ou funções financeiras.

Na opinião de BRAGA (1989:23), a função financeira compreende:

Um conjunto de atividades relacionadas com a gestão dos

fundos movimentados por todas as áreas da empresa. Essa

função é responsável pela obtenção dos recursos necessários

e pela formulação de uma estratégia voltada para a otimização

do uso desses fundos. Encontrada em qualquer tipo de

empresa, a função financeira tem um papel muito importante no

desenvolvimento de todas as atividades operacionais,

contribuindo significativamente para o sucesso do

empreendimento.

SANVICENTE (1997:15), classifica os problemas envolvendo as funções

da gestão financeira de duas maneiras: (a) áreas de decisões de investimentos,

financiamento e utilização do lucro líquido; (b) tarefas de obtenção de recursos

financeiros e análise da utilização desses recursos pela empresa.

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Dentro desse contexto a gestão financeira deve estar preparada para

enfrentar os desafios de um mundo em constantes mudanças, para tanto precisa de

flexibilidade e tomar decisões acertadas no menor tempo possível. Para estar

preparado para esses desafios deverá dispor de uma abordagem sistemática cujas

fronteiras são definidas pelas áreas de decisões citadas por SANVICENTE (op. cit.:)

Investimento – consiste num conjunto de decisões visando dar à

empresa a estrutura ideal em termos de ativos permanentes e

circulantes para que os objetivos do negócio sejam atingidos.

Financiamento – o que se deseja, desta função, é definir e alcançar

uma estrutura ideal de fonte de recursos (passivos), dada uma

determinada composição de investimentos (estrutura de ativos).

Utilização do lucro líquido, ou também, operacionais – dirigir todas

as operações financeiras da empresa de maneira rentável,

mediante compensações adequadas e o uso eficiente de todos os

recursos alocados na organização.

O inter-relacionamento dessas áreas é dinâmico e pode causar impactos

econômicos e sociais na vida das empresas, ressaltando que o principal objetivo da

área financeira de uma empresa é a maximização da riqueza de seus proprietários.

A ação do gestor financeiro, de acordo com o objetivo da gestão

financeira, é criar valor econômico aos que detêm o capital da empresa. Dessa

maneira, dentro das atuais condições de uma economia altamente competitiva e

globalizada, a criação e geração de valor econômico causado pelos bons resultados

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gerais em termos econômico-financeiros (rentabilidade e liquidez) são dependentes

de estruturas sólidas, flexíveis e eficazes das áreas de decisão financeira da

empresa (MORITZ et al., 2003).

Para que a gestão financeira tenha os resultados de maximização do

valor da empresa e da riqueza dos acionistas / proprietários e um equilíbrio de suas

funções, deve ter um balanceamento entre risco e retorno. Para atingir esse

balanceamento existem algumas responsabilidades e atividades específicas da

gestão financeira da empresa descrita por: BRIGHAM & HOUSTON (1999:07)

1. Previsão e Planejamento – delineamento dos objetivos e metas da

empresa em conjunto com outros departamentos.

2. Decisões importantes de investimento e financiamento – A gestão

financeira deve determinar qual a taxa ótima de crescimento de vendas que se

encaixe as necessidades de investimento e como devem ser financiados os ativos.

3. Coordenação e controle – A coordenação da gestão financeira com

outros departamentos é determinante para garantir uma operação eficiente da

empresa, sendo que todas as decisões de negócios têm implicações financeiras e

todos os administradores devem levar em consideração essa condição.

4. Trabalho com os mercados financeiros – A gestão financeira da

empresa deve estar sempre atenta aos mercados financeiros para que sejam

levantados os fundos necessários para manter a liquidez da empresa e fazer frente

aos seus investimentos, bem como monitorar a negociação dos títulos.

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52

4.4. GESTÃO ESTRATÉGICA

4.4.1 Conceitos

Para VEIGA (2000:33), gestão estratégica é a parte da gestão global das

organizações que se preocupa em acompanhar as ações das entidades de seu

ambiente próximo – tais como: concorrentes, fornecedores, clientes e consumidores

– para conceber e implementar estratégias que lhes permitam manter-se a frente

dos competidores.

Segundo HUNGER & WHEELEN (2002:4), gestão estratégica é o

conjunto de decisões e ações estratégicas que determinam o desempenho de uma

corporação a longo prazo. Esse tipo de gestão inclui análise profunda dos ambientes

interno e externo, formulação da estratégia (planejamento estratégico ou de longo

prazo) implementação da estratégia, avaliação e controle.

COSTA (2004:54), conceitua gestão estratégica como o processo

sistemático, planejado, gerenciado, executado e acompanhado sob a liderança da

alta administração da instituição, envolvendo e comprometendo todos os gerentes e

responsáveis e colaboradores da organização. A gestão estratégica tem por

finalidade assegurar o crescimento, a continuidade e a sobrevivência da instituição

por meio da continua adequação de sua estratégia, de sua capacitação e de sua

estrutura, possibilitando enfrentar e antecipar-se às mudanças observadas ou

previsíveis no seu ambiente externo.

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53

4.4.2 Aspectos Financeiros na Gestão Estratégica

Os investimentos decorrentes dos planos estratégicos precisam ser

descritos de forma adequada para serem apreciados e avaliados, aprovados ou não,

e, uma vez aprovados, implantados e terem seus resultados físico-financeiro

devidamente acompanhados. Esses investimentos podem decorrer de estratégias

competitivas ou corporativas, de planos de capacitação ou de expansão, por meio

de aquisição de equipamentos, de instalações, de tecnologias ou de outros recursos.

Eles devem vir acompanhados de avaliação da relação benefício-custo, dos riscos

envolvidos e de uma estimativa de retorno de investimento. COSTA (2004:208)

De forma análoga, VEIGA (2000:36), esclarece que a Contabilidade

Gerencial Estratégica estará usando sua base de dados para gerar informações em

suas fases, principalmente na análise do ambiente, avaliação ex-ante e ex-post e no

feedback, momento em que serão gerados os relatórios gerenciais para serem

usados no processo de tomada de decisão por parte dos gestores.

4.4.2.1 Orçamento Estratégico

Na opinião de HUNGER & WHEELEN (2002:172), o orçamento é uma

tradução dos programas da corporação expressa em valores monetários. Depois

que os programas forem desenvolvidos, inicia-se o processo orçamentário. O

planejamento de um orçamento é o último teste verdadeiro que uma corporação

impõe sobre a viabilidade da estratégia adotada.

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54

Questões como: Quem vai assegurar, a priori, que há recursos financeiros

para todas as propostas de investimentos aprovadas? Das muitas aprovadas, quais

são as prioritárias? (...) De onde virão os recursos para honrar os investimentos

propostos e aprovados? colocadas por COSTA (2004:210), resumem a necessidade

desse instrumento financeiro.

COSTA (op.cit.), esclarece que o documento que resume todas essas

respostas é o orçamento estratégico. Esse orçamento difere do orçamento

operacional e possui as seguintes características:

Prurianual: como a maioria dos investimentos tem uma duração de

implantação que supera o ano fiscal e o retorno dos recursos

empregados pode ser demorado, o orçamento estratégico deve

cobrir vários anos, pelo menos num horizonte suficiente para que

os principais investimentos estratégicos possam se pagar. Embora

seja prurianual no horizonte, ele é, refeito periodicamente ou

quando condições externas ou internas se alteram:

Estratégico e gerencial: procura mostrar os resultados das

decisões gerenciais e estratégicas, diferentemente do orçamento

contábil, que procura contemplar mais os interesses fiscais e

societários. Entretanto, ambos devem ter os mesmos valores,

coincidindo nos mesmos períodos. Normalmente, o primeiro ano

deve ter, grosso modo, números coincidentes tanto no orçamento

estratégico quanto no contábil.

Sumário: poucos números, grandes números facilitando a

elaboração e o acompanhamento. Esse orçamento não apresenta

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55

detalhamento mensal, trimestral ou mesmo semestral,

contemplando somente valores anuais.

Contempla os investimentos: mostra os investimentos

estratégicos completos e explicita como eles decorrem de

exigências das estratégicas escolhidas.

Contempla os resultados: associa a cada investimento os seus

resultados e retorno.

Contempla grandezas físicas: além dos valores financeiros,

apresenta resultados físicos, consumo, produção e vendas

associados as operações e principalmente aos investimentos.

Mostra as fontes: de onde vem os recursos, das operações, dos

acionistas, de investidores? De alienação de patrimônio inservível?

De parcerias?

4.4.3 Gestão Estratégica dos Elementos do Resultado Econômico Financeiros

4.4.3.1 Gestão Estratégica de Custos

Segundo MARTINS (2001:315), a expressão “gestão estratégica de

custos” vem sendo utilizada nos últimos anos para designar a integração que deve

haver entre o processo de gestão de custos e o processo de gestão da empresa

com um todo. Entende-se que essa integração é necessária para que as empresas

possam sobreviver num ambiente de negócios crescentemente globalizado e

competitivo.

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56

De acordo com PORTER (1997), as empresas devem ser capazes de

identificar onde estão suas vantagens e desvantagens. Para isso, é necessário

verificar que atividades específicas proporcionam uma vantagem competitiva no que

diz respeito a custos ou diferenciação.

PORTER (op.cit.), explica que do ponto de vista da estratégia, os custos

devem ser analisados por atividade. Em cada atividade existem os cost drivers,

fatores que determinam os custos relativos entre os concorrentes. Os dez mais

importantes são: 1. A escala, ou seja o tamanho da atividade em comparação com

os outros concorrentes. 2. O aprendizado, ou a capacidade de aprender durante o

processo e corrigir ou eliminar deficiências. 3. Um programa de utilização da

capacidade, ou até que ponto é possível explorar uma atividade no ciclo do negócio.

4. A inter-relação entre atividades, quando o custo de uma atividade é função não

apenas daquele referente a ela, mas também de outras. 5. As inter-relações com

outras empresas, ou a possibilidade de dividir atividades com outras empresas

dentro da organização. 6. A extensão da integração. 7. Os prazos dos compromissos

ou objetivos. 8. A política de custos. 9. A localização que afeta os custos de energia,

transporte, etc. 10. Os fatores institucionais. Conhecendo o custo por atividade, é

possível analisar quais as atividades mais significativas – em termos de custo – e o

que faz com que elas sejam diferentes daquelas dos concorrentes.

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57

4.4.3.2 Gestão Estratégica das Vendas

SPRINGSTEEL & HARRIS (1998), comentam que depois de uma década

dedicando-se prioritariamente a aumentar o lucro líquido, os executivos financeiros

voltam a se preocupar com o faturamento, a ponto de até parecerem vendedores.

Os autores ilustram essa afirmação com o exemplo da WAL-MART: O ritmo das

vendas, diminui em meados de 1990 por dois motivos principais; a forte pressão da

concorrência e saturação do mercado refrearam a abertura de novas lojas, e as lojas

existentes começaram a demonstrar os efeitos negativos do envelhecidos conceitos

e mix de produtos da rede. A WAL-MART passou, então a ter como objetivo

aumentar a participação na carteira de seus clientes por meio de seções de produtos

especiais e qualidade destacada. Para que isso fosse possível, o CFO da rede

varejista comandou um novo processo que foi pensado com base em quatro

componentes: valor do cliente, distribuição e estoques, treinamento e por último

resultados financeiros. As divisões levariam o processo do nível operacional para

cima, para determinar quais melhorias levariam a maior crescimento de receitas e

lucros – os alicerces estratégicos – dos planos da empresa. Com resultados rápidos

o lucro do primeiro trimestre de 1997 registrou um crescimento de 14% com 12% de

aumento no faturamento.

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58

5. TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E TECNOLOGIA DE

SISTEMAS DE INTELIGÊNCIA DE NEGÓCIOS

5.1 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO: CONCEITOS E DEFINIÇÕES

COSTA (2000:43-44) citando WALTON (1994), diz que “do modo com o é

utilizada nos locais de trabalho, a Tecnologia da Informação (TI) abrange uma gama

de produtos de hardware e software que proliferam rapidamente, com a capacidade

de coletar, armazenar, processar e acessar números e imagens para o controle dos

equipamentos e processos de trabalho, e para conectar pessoas, funções e

escritórios tanto dentro quanto entre as organizações.”.

Alega Walton que, na fábrica, a TI engloba os instrumentos de manufatura

(ex. robôs, sensores e dispositivos automáticos de teste), movimentação de

materiais (sistemas de armazenagem e busca automática), desenho (desenho,

engenharia e planejamento de processos assistidos por computador), planejamento

e controle (planejamento das necessidades e recursos de manufatura), e gestão

(sistemas de suporte a decisão). As implementações de TI vão desde as linhas de

automação ou outras tecnologias isoladas até os sistemas integrados de

manufatura, que interligam as atividades de desenho, manufatura, movimentação de

materiais, planejamento e controle.

Ainda definindo TI, Walton relata que a TI de escritório inclui o

processamento de textos, arquivamento automático, sistemas de processamento de

transações, conferência eletrônica, correio e quadros eletrônicos, videoconferência,

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programas de pesquisa em bancos de dados, planilhas eletrônicas, sistemas de

suporte a decisões e sistemas especialistas. Afirma o autor que esta lista é mais

representativa do que exaustiva e pretende fornecer uma idéia da diversidade da TI

nas organizações.

De acordo com BATISTA (2004:59), a tecnologia da informação é

conhecida como o conjunto de hardware (equipamentos e acessórios), software

(programas, utilitários, etc) e firmware (circuitos integrados e alguns equipamentos

que possuem programas internos para determinadas atividades, como um torno

CNC ou mesmo um telefone celular).

REZENDE E ABREU (2003), conceitua Tecnologia da Informação como

recursos tecnológicos e computacionais para geração e uso da informação. Esse

conceito enquadra-se na visão de gestão da Tecnologia da Informação e do

conhecimento. Aliás, o referido autor completa seu conceito, dizendo que a

Tecnologia da Informação esta fundamentada nos seguintes componentes:

Hardware e seus dispositivos e periféricos

Software e seus recursos

Sistemas de telecomunicações

Gestão de dados e informações

5.1.1 Hardware e seus Dispositivos e Periféricos

Computadores - São conjuntos integrados de dispositivos físicos,

posicionados por mecanismos de processamento que utilizam eletrônica digital,

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usados para entrar, processar,armazenar e sair com dados e informação. A reunião

de um subsistema de computador bem balanceado exige uma compreensão de sua

relação com o Sistema de Informação e a empresa, onde os objetivos dos

computadores são para complementar a solução integral.

Os computadores incluem dispositivos que executam as funções de

entrada, processamento, armazenamento de dados e saída. A capacidade de

processar (organizar e manipular) os dados é um aspecto fundamental realizado

pelos componentes da Unidade Central de Processamento (UCP) com três

elementos associados: a Unidade de Aritmética e Lógica (UAL), a Unidade de

Controle (UC) e as Áreas de Registro (AR).

Os periféricos dos computadores são os dispositivos que trabalham em

conjunto com o computador. Como dispositivos de entrada (input) do computador,

pode-se relatar o teclado, o mouse, os recursos de multimídia (sons, imagens),

instrumentos musicais, dispositivos de reconhecimento de voz, scanners para

digitalização de imagens e leitura de códigos de barras, câmeras, filmadoras, leitores

óticos, digitalizadores e microfone. Como dispositivos de saída (output), os

monitores, impressoras comuns (jato de tinta, laser ou matricial), plotters, etc. Muitos

desses dispositivos funcionam como entrada e saída, tais como placas de rede,

modem (modulador e demodulador de telecomunicações), telefone, etc.

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61

5.1.2 Software e Seus Recursos

Existem diversos tipos de softwares, tais como o software de base ou

operacionais, de redes, aplicativos, utilitários e de automação. Eles dirigem,

organizam e controlam os recursos de hardware, fornecendo instruções, comandos,

ou seja, programas.

Sistema operacional e redes - O sistema operacional pode ser visto como

a administrador gerais do computador, incluindo hardware, software e respectivos

dispositivos. Ele determina quais recursos computacionais serão utilizadas para

realizações das tarefas, solução de problemas, freqüência e prioridade de

atividades, a partir de alocação e monitoramento dos recursos computacionais

disponíveis. Também pode ser chamado de software de base ou conjunto de

programas destinados a dar apoio ao sistema global do computador atuando com a

UCP. Com relação às redes, são softwares que permitem que os computadores se

conectem entre si, através dos dispositivos e recursos de telecomunicações.

Software aplicativo e linguagens de programação – São conjuntos de

comandos, instruções ou ordens elaboradas pelo cliente e/ou usuário para o

computador cumprir, visando resolver problemas e desenvolver atividades ou tarefas

específicas. Esses aplicativos geralmente estão destinados ao negócio da empresa,

visando atender as atividades das funções empresariais (produção e/ou serviços,

comercial, materiais, financeira, recursos humanos e jurídico-legal).

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Todos os programas de software são escritos em esquemas de códigos

chamados linguagens de programação que fornecem instruções ao computador para

que este possa executar uma atividade de processamento e atingir um objetivo.

Como exemplo, pode-se relatar a linguagem Assembly (de baixo nível), as

linguagens tradicionais RPG ,Basic, Fortran, Cobol, Pascal, C, as linguagens visuais

Visual C, Visual Basic, SQL Windows, Delphi, as linguagens com recursos de

inteligência artificial e, ainda, as linguagens de programação orientadas a objetos:

C++, Smalltalk, POP11, Prolog (marcas registradas), etc.

Software de automação de escritórios ou office – Neste grupo, podem

aparecer os pacotes integrados que são recomendados para resolução de

problemas que exigem a junção de softwares de escritórios, mesclando seus

recursos e produtos. Entre os produtos destacam-se os editores de textos, as

planilhas eletrônicas, os softwares de apresentação, o gerenciador de banco de

dados e os recursos de correio eletrônico.

Softwares Utilitários – Os softwares utilitários tem como função principal à

complementação dos softwares de automação de escritórios e dos aplicativos.

Destacam-se neste grupo os softwares de cópia também chamados de backup, os

antivírus, os compactadores, os defragmentadores, os softwares vinculados aos

recursos da Internet e os browsers.

Software de automação - Os softwares de automação tratam as

automações industriais, comerciais e de serviços. A automação industrial é a

interface com diversas tecnologias, tais como coletores e controladores eletrônicos

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lógicos e programáveis (PLC), pneumáticos, sensores, desenhos auxiliados por

computador (CAD), processos fabris auxiliados por computador (CAM), etc. A

automação comercial é a interface com diversas tecnologias, tais como caixas

registradoras, PDVs (terminais ponto de venda) , impressoras de cheques, códigos

de barras, leitoras óticas, balanças eletrônicas, etc. A automação de serviços é a

interface com diversas tecnologias, tais como sistema de controle e documentação e

imagens, sistemas de atendimento, contatos, agências bancárias, sistemas de

desenhos, arquitetura e engenharia etc, ou seja, para otimizar serviços específicos

de determinadas empresas.

Outros softwares e demais recursos – Além desses softwares relatados,

ainda existem outros que podem auxiliar os gestores das empresas em suas

atividades. Destacam-se os softwares de computação gráfica ou editoração

eletrônica, a multimídia ou hipermídia, a realidade virtual, e outros como softwares

tutoriais os educativos e os sistemas especialistas.

5.1.3. Sistemas de Telecomunicações

As comunicações podem ser definidas como as transmissões de sinais

por um meio qualquer, de um emissor para um receptor. As telecomunicações

referem-se à transmissão eletrônica de sinais de comunicações , inclusive meios

como telefone, rádio e televisão. As comunicações de dados são um sub-conjunto

especializado de telecomunicações que se referem à coleta, processamento e

distribuição eletrônica de dados, normalmente entre os dispositivos de hardware de

computadores.

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Teleprocessamento de informações - O processamento de dados que

utiliza recursos de telecomunicações, ou seja , modems, multiplexadores, linhas de

comutação (privativas de comunicação) de dados, telefones, etc., podem ser

chamados de teleprocessamento de informação.

Redes e comunicações de dados - Como rede pode-se entender a

conexão de vários computadores e periféricos. As redes de computadores permitem

o compartilhamento de informações, aplicativos e periféricos, como impressoras e

discos rígidos entre vários equipamentos. Elas oferecem um maior número de

recursos, permitindo a descentralização do poder e a agilização na administração

dos negócios. Além dessas vantagens, outras estão asseguradas pelas redes, tais

como acesso imediato e simultâneo a dados e informações, compartilhamento de

recursos, facilidade para cópias de dados a distância e agilização de comunicações

entre pessoas.

Teleinformática e aplicações das telecomunicações - Os sistemas de

telecomunicações e seus recursos oferecem muitas aplicações a serviço da

empresa, empregando a tecnologia para auxiliar os gestores a tomar decisões com

mais agilidade, segurança e qualidade.Utilizando-se de respectivos equipamentos e

dispositivos, os recursos das telecomunicações são encontradas nas mais diversas

opções de serviços e aplicações.

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65

5.1.4 Gestão de Dados e Informações

Os dados, quando a eles são atribuídos valores, transformam-se em

informações. A gestão de dados e informações compreende as atividades de guarda

e recuperação de dados, níveis e controle de acesso das informações.

Gestão de dados - A hierarquia dos dados organiza os mesmos, da

menor fração que é o bit ou caractere até o completo banco de dados. Os caracteres

juntos formam um campo, que agrupado, forma um registro que por sua vez,

agrupado, forma um arquivo, constituindo uma completa base de dados ou banco de

dados.

A gestão de dados ficará completa se o conceito de administração de

dados e de administração de banco de dados estiver sedimentada na empresa.

Guarda e recuperação de dados – Estas são atividades paralelas à

gestão de dados e informação. Para a guarda de dados utiliza-se comumente a

cópias (ou backup), contemplando um número suficiente de volumes diários,

semanais e anuais, encadeados e organizados de modo que permita sua fácil e

efetiva recuperação.

Controle e níveis de acesso à informação - O controle de acesso às

informações pode ser elaborado por meio de senhas (ou passwords) específicas

para cada cliente e/ou usuários, as quais devem ser alteradas com certa

regularidade. Sua principal função é permitir ou não o acesso a determinado

sistema, mas não controla o nível de acesso às informações do sistema.

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66

Os níveis de acesso às informações requerem organização de alçadas,

restrições e responsabilidades pelo acesso, onde determinam onde e como cada

cliente e/ou usuário pode acessar informações específicas. Preferencialmente,

devem ser distribuídas para atendimento das funções empresariais, considerando os

níveis da informação (estratégico, gerencial e operacional).

5.2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES

Segundo GUERREIRO apud COSTA (2000:50), no contexto

organizacional, o sistema de informações é um subsistema do sistema empresa. O

sistema empresa possui cinco componentes fundamentais que são:

1-) Sistema físico, caracterizado pelos recursos físicos e tecnológicos;

2-) Sistema formal, caracterizado pela estrutura da organização;

3-) Sistema social, caracterizado pelas pessoas;

4-) Sistema de informações, caracterizado pelas informações; e

5-) Sistema de gestão, caracterizado pelos processos operacionais e

gerenciais.

Afirma ainda o autor que esses sistemas interagem entre si e com o

ecosistema em que a empresa se situa, possibilitando-lhe o desenvolvimento de

suas funções básicas. Comenta ainda, que dentre as diversas atividades executadas

no âmbito da empresa, existem aquelas que objetivam basicamente a manipulação

de informações, gerando essas informações através do processamento de dados

derivados da execução das diversas atividades necessárias ao desenvolvimento das

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67

funções empresariais básicas, caracterizando-se pelo recebimento dos dados,

processamento e geração das informações.

HENDRIKSEN e BREDA (1992:136), definindo informação, afirmam: “o

conceito de relevância traz uma distinção entre informação e dado. Dado pode ser

definido como mensurações de objetos ou eventos. Se estes dados já são

conhecidos, ou não interessam à pessoa a quem são comunicados, eles não podem

ser chamados de informação. Informação pode ser definida com um dado que

provoca o efeito surpresa na pessoa que recebe.”

GIL (1995:13-14), relata que o Sistema de Informação deve trabalhar

dados para produzir informações, ou seja, a informação é o dado ou conjunto de

dados trabalhados. Nos diz ainda, que dado é a matéria-prima do produto final

informação. Prossegue definindo Sistemas de Informações como “um conjunto de

recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros agregados segundo uma

seqüência lógica para o processamento dos dados e a correspondente tradução em

informações.”

RICCIO (1989:14), define Sistema de Informação como “um conjunto de

subsistemas que atuam coordenadamente para, com o seu produto, permitirem às

organizações o cumprimento de seus objetivos principais.” Conclui dizendo que “os

objetivos são representados por tudo aquilo que queremos que o Sistema nos faça,

nos dê ou nos permita alcançar.”

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68

De acordo com REZENDE E ABREU (2003:61-62), são diversos os

conceitos relacionados a Sistemas de Informação, enfocadas diversas maneiras, tais

como:

a. Sistema:

Conjunto de partes que interagem entre si, integrando-se para atingir

objetivos ou resultados;

b. Sistema de informação:

Relatórios de determinados sistemas ou unidades departamentais

entregues e circulados dentro da empresa, para uso dos componentes

da organização;

Relato de processos diversos para facilitar a gestão da empresa;

Coleção de informações expressas em um meio de veiculação;

Conjunto de procedimentos e normas da empresa, estabelecendo uma

estrutura formada; Conjunto de partes (quaisquer) que geram

informações.

c. Sistema de informação com tecnologia da informação:

Grupo de telas e relatórios, habitualmente gerados na unidade de

Tecnologia da Informação que possui a maioria dos recursos de

processamento de dados e gestiona a tecnologia da informação da

empresa e seus recursos, gerando informações profícuas e oportunas

aos clientes e/ou usuários;

Conjunto de software, hardware, recursos humanos e respectivos

procedimentos que antecedem e sucedem o software.

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d. Sistema de informação empresarial:

Empresa e seus vários subsistemas internos, contemplando ainda o

meio ambiente externo;

subsistema do sistema empresa.

5. 3 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EMPRESARIAIS

Segundo EIN-DOR e SEGEV (1986) citado por COSTA (2000:53), as

informações são utilizadas pelas organizações de várias maneiras e as principais

maneiras em que a organização utiliza as informações consistem nas suas

operações correntes e nas tomadas de decisão.

Nas operações correntes, as informações proporcionam a consecução

das suas atividades diárias, enquanto que nas tomadas de decisão administrativa,

as informações não são utilizadas rotineiramente como nas operações. Estas são

usadas especificamente para resolver determinado problema, ou seja, de

conformidade com a necessidade dos gestores.

De acordo com REZENDE E ABREU (2003:130-132), os níveis de

informação e decisão empresarial obedecem as hierarquias padrão existentes na

maioria das empresas, também chamadas pirâmide empresarial e são conhecidos

como estratégico, tático e operacional. O tipo de decisão que é tomada em cada

nível requer diferente grau de agregação da informação, e os diferentes níveis de

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decisão requerem diferentes informações em seus diversos tipos de produtos

externados, tais como telas, relatórios, etc.

Para BATISTA (2004:23), os sistemas, do ponto de vista empresarial,

podem ser classificados de acordo com a sua forma de utilização e o tipo de retorno

dado ao processo de tomada de decisões.

5.3.1 Sistemas de Informações Operacionais

BIO (1994:34), relata que os Sistemas de Informações Operacionais são

sistemas processadores de transações, ou seja, sistemas que servem para o

processamento de transações rotineiras.

REZENDE E ABREU (2003:133), contemplam o processamento de

operações rotineiras quotidianas, em seu detalhe, incluindo seus respectivos

procedimentos. Controlam os dados detalhados das funções empresarias

imprescindíveis ao funcionamento harmônico da empresa, auxiliando a tomada de

decisão do corpo técnico das unidades departamentais.

Nos Sistemas de Informações Operacionais, cada transação empresarial

envolve a entrada e a alimentação de dados, o processamento e o armazenamento,

e a geração de documentos e relatórios. Com suas inúmeras características, como

grande volume de dados, muitas saídas de informações, envolvendo alto grau de

repetição e computação simples.

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BATISTA (2004:23), prefere denominá-los Sistemas Empresariais

Básicos, definindo como aqueles utilizados para realizar as tarefas rotineiras da

empresa, essenciais para conduzir a organização. Esses sistemas são responsáveis

pelo próprio funcionamento da organização, pois implementam as transações que

desenvolvem a sua atividade. Sua principal função é manipular os dados básicos da

organização e armazená-los de modo a ficarem disponíveis para o nível tático da

organização.

5.3.2 Sistemas de Automação de Escritório

Segundo BATISTA (2004:24), toda e qualquer Tecnologia de Informação que

possui como objetivo principal aumentar a produtividade pessoal dos trabalhadores

que manipulam informações de escritórios. Nesse caso, pacotes de aplicativos de

escritórios ( ou suítes de aplicativos, como o Office da Microsoft; o Staroffice da Sum

Microsystem; e o Corel Suite da Corel ) são utilizados geralmente pelos

trabalhadores de informação, que são as pessoas responsáveis pelo processamento

das informações para organizá-las em um formato necessário à realização do seus

trabalho. Os pacotes de aplicativos (suítes) normalmente são compostos de um

processador de textos, algum programa de planilha de cálculo, gerenciadores de

apresentação e gerenciadores de bancos de dados.

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5.3.3 Sistemas de Informação Gerencial

Segundo EIN-DOR (1986) apud COSTA (2000:55), os Sistemas de

Informações Gerenciais (SIG’s) são aqueles que servem a administração e não as

operações. Um sistema é considerado SIG quando é utilizado por algum gerente

que o considera útil ao desempenho de seus deveres.

Para REZENDE E ABREU (2003:134), também chamados de Sistemas

de Apoio a Gestão Empresarial ou Sistemas Gerenciais, contemplam os

processamento de grupos de dados das operações e transações operacionais,

transformando-as em informações agrupadas para gestão.

Trabalham com os dados agrupados (ou sintetizados) das operações das

funções empresariais da empresa, auxiliando a tomada de decisão do corpo gestor

ou gerencial das unidades departamentais, em sinergia com as demais unidades.

De acordo com BATISTA (2004:25), esses sistemas oferecem um

conjunto de relatórios resumidos sobre o desempenho da empresa, os quais são

utilizados para a realimentação do planejamento operacional.

São desenvolvidos com base no conhecimento específico do negócio,

chamados de método do trabalho. E, com uma metodologia adequada para

selecionar informações estratégicas e atividades críticas da empresa, os sistemas de

informação gerencial usam ferramentas que permitem uma visão analítica dos

dados/processos gerando uma visão agregada, integrada e gráfica dos principais

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73

indicadores de desempenho da empresa. Tais sistemas, também conhecidos como

MIS – Management Information Systems, ou Sistemas de Gerenciamento de

Informação – lidam principalmente com as informações direcionadas aos gerentes

de nível médio da organização. Esse sistema permite a utilização de relatórios,

consultas e visualização dos dados, que são ferramentas incorporadas a algum tipo

de gerenciador de banco de dados.

5.3.4 Sistemas de Suporte à Decisão

Para BATISTA (2004:25), podem ser considerados os sistemas que

possuem interatividade com as ações do usuário, oferecendo dados e modelos para

a solução de problemas semi-estruturados e focando a tomada de decisão.

Constituindo o principal exemplo de tomadas de decisão auxiliadas pelo

computador, esses sistemas devem possuir grande interação com os profissionais

táticos da empresa, além de uma fácil flexibilidade, adaptabilidade e capacidade de

resposta rápida.

5.3.5 Sistemas de Informação Estratégica

Segundo REZENDE e ABREU (2003:135), também chamados de

Sistemas de Informação Executivos ou Sistemas de Suporte a Decisão Estratégica,

ou ainda conhecidos por sua sigla em inglês EIS ou Executive Information Systems.

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74

Contemplam o processamento de grupo de dados das operações

operacionais e transações gerenciais, transformando-os em informações

estratégicas. Trabalham com dados no nível macro, filtrado das operações das

funções empresariais da empresa, considerando, ainda, o meio ambiente interno

e/ou externo, visando auxiliar o processo de tomada de decisão da alta

administração, tal como presidentes, diretores, sócios, acionistas, proprietários,

assessores, etc.

Habitualmente, trabalham com muitas informações gráficas, amigáveis e

normalmente on-line, observando as particularidades de cada empresa e, ainda,

com opção de descer no nível de detalhe da informação.

MOSCOVE et al (2002:397), destaca que outro tipo de sistema útil dessa

forma é um sistema de informações executivas (EIS). Esses sistemas diferem de

sistemas de suporte a decisão, pois não se relacionam com o nível de tomada de

decisão que estes atendem. Sistemas de Informações Executivas oferecem suporte

para decisões estratégicas tomadas pela alta administração de uma organização. Os

Sistemas de Informações Executivas utilizam dados internos e externos para auxiliar

a alta administração no processo de tomada de decisão.

Para BATISTA (2004:26), são sistemas que dão suporte ao

desenvolvimento do planejamento estratégico da empresa e ajudam a definir os

objetivos a serem estabelecidos. Costumam estar ligados ao nível gerencial do alto

escalão da empresa.

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75

São diferenciados das outras famílias de sistemas, pois focalizam a alta

administração, não possuem intermediação técnica, solicitam maior quantidade de

dados externos do que os sistemas descritos podem conter dados estruturados e

não estruturados, normalmente trabalham com tecnologias de ponta no que diz

respeito a gráficos integrados, ferramentas de avaliação de cenários, tabelas

dinâmicas, tabelas de referência cruzada e comunicações diversas.

5.3.6 Sistemas Especialistas

Segundo BATISTA (2004:26), são os sistemas ligados ao campo da

inteligência artificial, que utiliza o computador para assistir, ou mesmo substituir, os

tomadores de decisão. Esse tipo de sistema está em fase de desenvolvimento e

trabalha com o uso de cenários, rede neural e lógica fuzzy para a tomada de

decisões.

Compõe-se de softwares que pretendem adquirir conhecimentos em

domínios limitados, com o intuito de obter “conhecimento” e “experiência” dos seres

humanos para aplicá-los na solução de problemas.

5.3.7 Sistemas de Informação Geográfica

BATISTA (2004:26), define como um conjunto de programas,

equipamentos, metodologias, dados e pessoas (usuários) perfeitamente integrados,

de maneira a tornar possível a coleta, o armazenamento, o processamento e análise

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de dados georeferenciados , bem como produzir informações a partir dos dados

obtidos.

Consiste numa ferramenta de análise que permite identificar a relação

espacial entre as entidades dos mapas e que armazena os dados, tendo presente

que eles podem ser criados, editados e analisados considerando alguma

necessidade, e que são desenhados para ajustar-se a propósitos específicos.

5.4 SISTEMAS DE INTELIGÊNCIA DE NEGÓCIOS

5.4.1 Conceitos de Sistemas de Inteligência (Business Intelligence)

De acordo com BATISTA (2004:121), BI (Business Intelligence) conhecido

em português como inteligência empresarial, trata-se de um conjunto de ferramentas

e aplicativos que oferece aos tomadores de decisão possibilidade de organizar,

analisar, distribuir e agir, ajudando a organização a tomar decisões melhores e mais

dinâmicas. O principal objetivo das ferramentas de inteligência empresarial é

transformar grandes quantidades de dados em informações de qualidade para a

tomada de decisões, gerando, então, resultados diretos para a organização.

As ferramentas de BI permitem cruzar dados, visualizar informações em

vários cenários e analisar os principais indicadores de desempenho empresarial. Por

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77

tais características, é o principal aliado para a tomada de decisões de uma empresa

e necessária para um bom gerenciamento da organização na Era da Informação.

Para BARBIERI (2001:34), o conceito de BI, Business Intelligence, de

forma mais ampla, pode ser entendido como a utilização de várias fontes de

informação para se definir estratégias de competitividade nos negócios da empresa.

O universo empresarial de hoje padece de um mal clássico. Possui uma montanha

de dados, mas enfrenta grande dificuldade na extração de informações a partir dela.

Essa crescente inundação de informações dificulta o processo de tomada de

decisão, na medida que alta e média gerência se sentem impotentes no processo de

busca e recuperação.Os sistemas legados e os emergentes ERP-Enterprise

Resource Planning, sistemas integrados corporativos, não trazem as informações

gerenciais na sua forma mais palatável. Ao contrário, as informações vitais para a

tomada de decisões estratégicas estão escondidas em milhares de tabelas e

arquivos inacessíveis aos mortais, ligadas por relacionamentos e correlações

transacionais, numa anatomia inadequada para os tomadores de decisão. O objetivo

maior das técnicas de BI neste contexto está exatamente na definição de regras e

técnicas para a formatação adequada destes volumes de dados, visando transformá-

los em depósitos estruturados de informações independentemente de sua origem.

Em qualquer, a definição de estruturas modeladas dimensionalmente, armazenadas

em Data Warehouse ou Marts e interpretadas pela ótica analítica das ferramentas de

OLAP (On Line Analytical Processing) ou pelo prisma inferencial das ferramentas de

Data Mining, atinge o objetivo proposto pelas premissas de BI.

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Na opinião de LEME FILHO (2004:2), Business Intelligence, popularmente

conhecido como BI, é um conceito, um modelo que se presta ao atendimento de

pessoas que ocupam posições estratégicas dentro das organizações, que estão

diretamente ligadas ao negócio e que possuem poder de decisão e influência sobre

os rumos da empresa, seja internamente (processos, gerenciamento de custos,

administração de recursos, entre outros) ou externamente (estratégias de mercado,

concorrentes, clientes, entre outros). Se a atenção voltar-se para Tecnologia da

Informação, BI é a reunião de diversos recursos usados para extrair, transformar e

analisar grandes volumes de dados, produzindo conhecimento capaz de auxiliar a

empresa a tomar decisões de negócio com mais garantia de sucesso.

Para MOSS & ATRE (2003), Business intelligence não é nem um produto

nem um sistema. É uma arquitetura, um conjunto integrado por sistemas

operacionais, aplicações de suporte a decisão e bancos de dados, capazes de

prover fácil acesso à informação sobre o negócio da empresa.

Ainda, na opinião de LEME FILHO (2004:97), o termo Business

Intelligence reúne todos os assuntos ligados à tomada de decisões, armazenamento

de dados, publicação de informações (na Internet ou em outro ambiente amigável

para os usuários), até a produção de “cubos” multidimensionais de dados. O autor

destaca as seguintes características dos sistemas de BI: a- Extrair e integrar dados

de múltiplas fontes. b- Fazer uso da experiência, democratizando o capital

intelectual. c- Analisar informações contextualizadas, num nível de totalização e

agrupamento maior. d- Identificar relações de causa e efeito. e- Desenhar cenários,

criar simulações e estudar tendências.

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79

Figura 2: Evolução dos relatórios estáticos ao Business Intelligence

Fonte: Adaptado de Ramsussen et al. (2002:5)

5.4.2 Dado, Conhecimento e Inteligência

As organizações, esclarecidas o suficiente, em reconhecer a importância

e o valor dos seus dados, quase sempre têm dificuldade em perceber esse valor de

fato. O dados se encontram freqüentemente desconectados, incompatíveis, e

inacessíveis. Verdadeiro tesouro de dados brutos, escondidos nas resmas de dados

transacionais coletados diariamente. A informação compartilhada entre

departamentos e entre funções é difícil. Extrair inteligência, a partir de montanhas de

dados, tem se constituído, até recentemente, numa tarefa relativamente difícil de se

concretizar. COKINS (2004:249)

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Para BARBIERI (2001:5), os dados que outrora eram meros

representantes de fatos comuns como nome, endereço, telefone, etc., hoje se

sofisticam na representação de imagens, vídeos, sons, dados temporais, indicadores

econômicos, planilhas, páginas HTML e estruturas XML, acompanhando as

mudanças solicitadas por uma sociedade agora alavancada por outras industrias,

como entretenimento, comunicação e comércio eletrônico. Tudo isso num mercado

persa virtual e espacial, onde milhares de barraquinhas eletrônicas são

disponibilizadas a cada instante em que você clica o seu browser preferido. Até o

lado mais escondido dos dados, estará sendo alvo de interessantes aplicações.

Chegamos a era do BI-Business Intelligence, com a informação usinada a partir dos

dados sendo diretamente aplicada aos negócios. Enquanto as empresas, neste

exato momento, iniciam uma caminhada amadurecida em direção a BI-Business

Intelligence, os pensadores de amanhã já imaginam a próxima fase de

transformação: a gerência de conhecimento (KMS-Knowledgmente Management

System). No fundo, ambas abordagens visam criar estoques de fatos e dados que

suportem processos decisórios fundamentais.

Como vimos, de início a informática fez os dados. Depois os transformou

em informação. Agora o objetivo é usinar conhecimentos, a partir daquelas matérias-

primas. Mas as diferenças são claras. A primeira, Business Intelligence, representa a

habilidade de se estruturar, acessar e explorar informações, normalmente guardadas

em DW/DM (Data Warehouse, Data Marts), com o objetivo de desenvolver

percepções, entendimentos, conhecimentos, os quais pode produzir um melhor

processo de tomada de decisão.

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81

5.5 DATA WAREHOUSE

O coração das empresas pulsa baseando-se nos dados que trafegam

por suas redes de informação, os quais são: operação de faturamento, estoque,

transações eletrônicas, controle de fraudes, criação de apólices de seguros,

atendimento aos clientes, e assim por diante. Geralmente, esse conjunto de dados é

mantido de duas maneiras: pelos sistemas transacionais (ou operacionais de

registro) e pelo data warehouse. Em termos gerais, os sistemas transacionais são os

locais onde os dados são colocados, e o data warehouse onde os dados são

enriquecidos e pesquisados. LEME FILHO (2004:99)

Para BARBIERI (2001:48-50), data warehouse, cuja tradução literal é

Armazém de Dados, pode ser definido como um banco de dados, destinado a

sistemas de apoio a decisão e cujos dados foram armazenados em estruturas

lógicas dimensionais, possibilitando o seu processamento analítico por ferramentas

especiais (OLAP e Mining). O conceito de DW objetiva a definição de uma base de

dados preparada em vários níveis de granularidade e obtida a partir dos sistemas

estruturados (legacy systems). Os sistemas de informações desenvolvidos até

então, por serem baseados em necessidades focadas em aplicações

independentes, não oferecem a visão consolidada de informações capaz de

lubrificar os processos decisórios complexos e, por vezes, vitais, que as empresas

enfrentarão nessa arena de alta competitividade da nova economia. A idéia, via DW,

é armazenar os dados em vários graus de relacionamento e sumarização, de forma

a facilitar e agilizar os processos de tomada de decisão por diferentes níveis

gerenciais.

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INMON (1997) apud COSTA (2000:103), define data warehouse como

“um conjunto de dados baseado em assuntos, integrado, não volátil e variável em

relação ao tempo, de apoio as decisões gerencial”.

5.5.1 Origem do Data Warehouse

LEME FILHO (2004:107), relata que a evolução dos data warehouses

mistura-se um pouco com a própria evolução dos Sistemas Gerenciadores de

Bancos de Dados. No início da década de 1960, o mundo da informática consistia na

criação de sistemas individuais que eram executados acessando grandes arquivos

mestres. As aplicações eram geralmente feitas em COBOL com uso de cartões

perfurados. Os arquivos eram armazenados em fitas magnéticas, que representava

baixo custo de armazenamento, porém, o tempo de acesso de recuperação dos

dados era alto demais porque era feito de forma seqüencial.

Em meados da década de 1960, o crescimento dos arquivos e fitas

explodiu, criando depósitos de dados por toda à parte. Com isso, começaram a

proliferar os problemas de dados redundantes.

Na década de 1970, uma nova tecnologia de armazenamento surgiu: o

DASD (Direct Acess Storage Device, ou Dispositivo de Armazenamento de Acesso

Direto). O tempo de acesso aos registros reduziu drasticamente, e apareceu um

novo tipo de software, conhecido como Sistema Gerenciador de Banco de Dados

(SGBD)... A partir da década de 1980, novas tecnologias como os personal

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computers e as linguagens de quarta geração começaram a tomar lugar de

destaque. Foi nesse instante que se percebeu que era possível utilizar os dados

para outros objetivos, além de atender ao processamento de transações on-line e de

alto desempenho. Os ambientes de suporte à decisão se tornam viáveis. Surgiu o

conceito do programa de extração.

5.5.2 Diferenças entre Sistemas Transacionais e Data Warehouses

LEME FILHO (2004:108), relata que o modelo da arquitetura adotada

para o desenvolvimento de aplicações convencionais, atualmente, na maioria das

organizações, não é apropriado para atender as demandas de construção de um

ambiente de suporte a decisão. É essencial uma mudança de arquitetura de

sistemas, propondo a ambiente de data warehouse (ou área de concentração de

dados operacionais, que levarão a construção de data marts).

Quadro 05: Diferenças entre Sistemas Transacionais e Data Warehouses.

Fonte: Adaptado de LEME FILHO (2004:109)

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Na essência de um ambiente de suporte à decisão, está a percepção de

que existem fundamentalmente duas espécies de dados: dados operacionais e

dados para a tomada de decisão (ou dados derivados).

5.6 MODELAGEM DIMENSIONAL DE DADOS

Para BARBIERI (2001), o conceito de BI, Business Intelligence, está na

sua essência relacionado com as formas alternativas de tratamento das

informações. A abordagem tradicional de dados, desenvolvida ao longo dos últimos

vinte ou trinta anos, genericamente conhecida como modelagem de dados, foi um

instrumento de extrema utilidade na formatação de estruturas capazes de serem

implantadas e entendidas pelos gerenciadores de bancos de dados. As suas

características de pulverização de informações (campos) por estruturas diferentes

(tabelas), motivadas pelos rigores das regras de normalização de dados (seis regras

de distribuição semântica de dados por entre tabelas) se mostraram, desde o início,

imperfeitas para os processamentos demandados pela ótica dimensional.

E o que significa essa visão dimensional? No fundo, a estrutura

dimensional modifica a ordem de distribuição de campos por entre as tabelas,

permitindo uma formatação estrutural mais voltada para os muitos pontos de

entradas específicos (as chamadas dimensões) e menos para os dados granulares

em si (os chamados fatos). Isso significa que numa estrutura dimensional os dados

estarão numa forma quase estelar, onde várias tabelas de entradas estarão se

relacionando com algumas (poucas) tabelas de informações, criando uma notação

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mais sintética, legível e objetiva. O modelo dimensional oferece clara e diretamente

os elementos que se precisa para buscar as informações sobre fatos vias dimensões

de referências, diferindo da malha relacional, ou de rede, próprias dos modelos

anteriores, onde não existem estruturas específicas de entrada.

O modelo dimensional, embora mais leve e “clean” do que o modelo

relacional pode se tornar mais complexo, na medida em que novas extensões forem

sendo agregadas a resolução do problema. A necessidade de relacionamentos M:N

entre tabelas Fato e tabelas Dimensão, bem como a resolução de estruturas

recursivas nas dimensões poderá acrescentar complexidade ao modelo.

Figura 3: Cubo de decisão: Faces de visualização

Fonte: Adaptado de LEME FILHO (2004:176)

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Na figura 3 de representação dimensional, podemos identificar

graficamente os conceitos de Ponto, Plano (Slicing), Cubo (Dicing) e Pivotamento ou

Rotação para um modelo Dimensional com as dimensões: Produto, Período e

Região. O exemplo mostra somente três dimensões, mas um modelo pode ser visto

com uma representação de “n” dimensões.

O valor pontual (Ponto) representa a interseção de valores (Fato) com

relação ao três eixos (dimensões). A visão aqui poderia ser: Produto PR1 vendeu na

região R1 no período P1 a quantidade Q1. O Plano (slicing) mostra o conceito de

plano ou fatia evidenciando, por exemplo, os Produtos PR1 a PRn que vendem na

Região Rx, nos períodos entre P1 e Pn. O conceito de Dicing (Cubos), mostra os

produtos entre PR1 a PRn, vendidos nas regiões entre R1 e Rn, no período entre P1

e Pn. O conceito de Rotação está relacionado com a mudança dos eixos das

dimensões, permitindo transformações na visualização dos dados.

5.6.1 Conceitos de Operadores Dimensionais

Para LEME FILHO (2004:90), um sistema de aplicações analíticas pode

ser implementado como um módulo cliente-servidor, com o intuito de fornecer

respostas rápidas às consultas. Sua característica é a análise multidimensional dos

dados.

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87

Figura 4: Representação dos principais comandos dimensionais.

Fonte: Adaptado de BARBIERI (2001:44)

5.6.1.1 Drill-Down e Drill-Up

Outros conceitos de operadores dimensionais estão relacionados com o

nível de granularidade dos dados armazenados. São os conceitos de drill-down e

drill-up, às vezes também conhecido como roll-up. Por exemplo, observe o modelo

dimensional da figura 4. Observe que, neste caso, as informações relacionadas à

dimensão geográfica estão estruturadas segundo uma hierarquia:

PAÍS>REGIÃO>ESTADO>CIDADE>LOJA e as relacionadas à dimensão Tempo

estão estruturadas segundo uma hierarquia de SEMESTRE>MÊS>DIA. O conceito

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de drill-down está diretamente relacionado com o fato de sairmos de um nível mais

alto da hierarquia e buscarmos informações mais detalhadas, ou seja, em níveis

menores. Por exemplo, se você já obteve as informações de vendas no nível

ESTADO e agora deseja obter o detalhe por CIDADES, você está solicitando um

drill-down. O inverso é o conceito drill-up, ou seja, se você está com as informações

de vendas em nível de DIA e deseja uma posição, digamos consolidada em nível de

MÊS, você esta solicitando um drill-up.

5.6.1.2 Drill-Across

O conceito de drill-across está relacionado com o fato de você poder pular

de um esquema para outro, desde que ambos tenham algumas dimensões em

conformidade, ou seja, as mesmas dimensões estão compartilhadas. Nesse caso,

você estaria comparando informações de VENDAS e ENTREGA, de forma coerente,

pois as dimensões são comuns. O comando drill-across permitiria o tratamento

dessas informações, que embora relacionadas, estão em estruturas separadas,

porém unidas por algumas dimensões coerentes. É como se fosse uma espécie de

join dimensional, entre estruturas relacionadas.

5.6.1.3 Drill-Through

O conceito de drill-through está relacionado com o fato de você desejar

uma informação num nível de detalhe menor do que aquele colocado na tabela Fato

e permitido pela sua granularidade. Suponha que você armazenou, na tabela Fato

sobre VENDAS as informações num nível de granularidade de PRODUTO por DIA

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por LOJA. Isso significa que o menor que se pode alcançar naquela estrutura é a

informação sobre PRODUTO. Mas é claro que você tem a informação ao nível de

NOTA FISCAL, que foram totalizadas em PRODUTO, DIA e LOJA para dar origem

ao fato granular armazenado. Acontece que essa informação mais detalhada do

que a granularidade com que foi armazenada a tabela Fato, está, por exemplo, num

outro arquivo ou ambiente diferente do DW/DM. Poderia ser, por exemplo, o próprio

sistema transacional de origem, caso houvesse compatibilidade de software entre os

dois ambientes. O drill-through seria essa operação que permitiria uma busca de

informações além do nível de granularidade existente na estrutura dimensional.

Nesse exemplo, você estaria acessando as NOTAS FISCAIS, que deram origem

(por agregação) ao fato armazenado em cada linha da tabela Fato. É como se fosse

um drill-down, só que com a propriedade de se buscar o detalhe numa outra

estrutura.

5.6.1.4 Outros conceitos de Operadores Dimensionais

Alertas: são utilizados para indicar situações de destaque em

elementos dos relatórios, baseados em condições envolvendo objetos

e variáveis.

Ranking: a opção de ranking permite agrupar resultados por ordem de

maiores para menores.

Filtros: os dados podem ser submetidos a condições para a leitura na

fonte de dados.

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Sorts: servem para ordenar uma informação, de forma crescente ou

decrescente.

Breaks: servem para separar o relatório em grupos de informações,

gerando subtotais por determinada informação escolhida.

5.7 OLAP - On-Line Analytical Processing

Para LEME FILHO (2004), a tradução literal de OLAP é “Processamento

On-Line Analítico”. São ferramentas direcionadas aos usuários finais para acessar

as informações do data warehouse (ou de sua fonte de dados), com os quais é

possível gerar relatórios capazes de permitir a tomada de decisão.

Como essas ferramentas precisavam invariavelmente conectar-se ao

banco de dados para extrair as informações, uma arquitetura apropriada precisa ser

estudada, uma vez que não se conhece o tipo de consulta que os usuários irão

desejar (portanto, não se sabe qual será o consumo do servidor de banco de dados).

Basicamente, existem três saídas:

usuários pesados: essa arquitetura utiliza o conceito de manter as

informações OLAP na própria estação de trabalho do usuário, armazenadas numa

cópia reduzida do data warehouse (ou a sua origem das informações). Geralmente,

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essas cópias são chamadas de cubos de decisão. A limitação mais proeminente é o

espaço disponível em disco no micro do usuário.

usuários intermediários: utiliza a arquitetura clássica cliente-servidor,

onde existe uma interface simples que, a partir de uma camada de negócios

localizada no servidor de aplicações, por exemplo, executa as requisições ao banco

de dados, que teoricamente deve estar em outro servidor. A grande vantagem desse

formato de aplicação é que as informações representarão sempre a situação atual

do banco de dados, sem defasagem alguma.

usuários eventuais (cliente web): é o modelo de arquitetura que garante

maior portabilidade, pois devido ao uso do browser, permite que os usuários

acessem informações de qualquer parte do mundo, bastando conectar-se a Internet.

Para COSTA (2000:117), os sistemas OLAP permitem uma visão

conceitual multidimensional dos dados da organização. Com isso permitem ao

usuário ter uma visão em diferentes perspectivas (dimensões) dos negócios da

organização, tornando-se dessa forma, um explorador da informação.

Além da visão multidimensional, a tecnologia OLAP incorpora outras

características:

Análise de tendências: a tecnologia OLAP permite ao usuário

construir cenários, auxiliando a tomada de decisões sobre o futuro.

Busca automática de dados detalhados: os dados detalhados

geralmente não são importantes na tomada de decisão, no entanto,

quando necessário o servidor OLAP consegue buscá-los.

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Dimensionalidade genérica

Operação trans-dimensional: possibilidade de fazer cálculos e

manipulação de dados através de diferentes dimensões.

Conjunto de funções de análise e cálculos não triviais com os

dados;

5.8 Ciclo de Tratamento dos Dados

Para LEME FILHO (2004), o ciclo de extração de dados para o data

warehouse é executado em três fases principais:

Extração

Transformação

Carga em produção

5.8.1 Extração

A primeira fase do processo de alimentação do data warehouse tem como

atividade principal o acesso aos sistemas transacionais e captura de dados. Na

extração, são obtidas as informações dos sistemas transacionais com o mínimo de

processamento possível, para que não haja impacto no desempenho desses

sistemas. Essas informações são depositadas numa área especial do banco de

dados do data warehouse, chamada de área de transformação. Eventualmente, há

nesse ciclo alguns processos de transformação, que visam melhor adequar o dado

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captado do sistema transacional ao mecanismo de transformação que ocorrerá em

seguida.

Por não existir um produto capaz de oferecer o suporte adequado ao

processo de extração, devido à diversidade de arquiteturas existentes, torna-se uma

das partes mais críticas na construção de um data warehouse. As ferramentas

geralmente são especializadas num dos processos necessários, o que indica que

sempre será necessária a utilização de dois ou mais componentes para concluir

essa etapa. As ferramentas podem ser divididas de acordo com as sua funções:

Extração, filtragem, transformação e migração: Tem a capacidade de

acessar a base de dados dos sistemas transacionais obtendo os dados que serão

armazenados no data warehouse, convertendo o formato e filtrando o conteúdo,

efetuando os ajustes necessários. São ferramentas muitas vezes limitadas, exigindo

altos custos de customização para as consultorias especializadas em sua

implementação.

Transferências de dados e replicação: Pode ser considerado um

subconjunto das ferramentas de extração. Não realiza nenhum tipo de

processamento; apenas transfere um grupo de dados de um lugar par outro. Pode

ser usada para a migração dos dados transformados para o banco de dados de

produção do data warehouse, onde os usuários podem acessá-lo.

Gerenciamento e administração: É um exemplo de ferramenta que só

faz sentido ser adquirida depois que o data warehouse está construído. Sua atuação

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consiste na monitoração das tarefas do data warehouse, tais como desempenho e

segurança.

5.8.2 Transformação

A transformação é a etapa do processo de ETL que mais consome

energia de desenvolvimento. É nessa fase que todas as regras de negócio, regras

de integração, totalização, ajustes de granularidade, entre outras são aplicadas.

Uma vez que os dados são extraídos e colocados na área de trabalho

temporária, devem passar por uma série de tratamentos. O primeiro refere-se à

limpeza ou filtragem dos dados, onde o objetivo é garantir a integridade dos dados

por meio de programas e rotinas especiais, que tentam identificar anomalias e

resolvê-las, deixando os dados num estado consistente, antes de serem usados em

consultas. A correção de erros de digitação, a descoberta de violações de

integridade, a substituição de caracteres desconhecidos ou a padronização de

abreviações podem ser exemplos de limpeza de dados.

O segundo tratamento é colocar os dados num formato homogêneo,

aplicando uma metodologia de comparação de representações, que inclui os

critérios que serão utilizados na identificação de semelhanças e conflitos de

modelagem. Conflitos de modelagem podem ser divididos em semânticos e

estruturais. Os conflitos semânticos são todos aqueles envolvendo o nome ou

palavra associada às estruturas de modelagem. Por exemplo: mesmo nome para

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diferentes entidades, ou diferentes nomes para a mesma entidade. Conflitos

estruturais envolvem os conflitos relativos às estruturas de modelagem escolhidas.

Os principais tipos de conflito estruturais são os conflitos de domínio de atributo que

se caracterizam pelo uso de diferentes tipos de dados para os mesmos campos.

Conflitos típicos de domínio de atributo são:

Diferenças de unidade: quando as unidades utilizadas diferem, embora

forneçam a mesma informação (distância em metros ou quilômetros).

Diferenças de precisão: quando a precisão escolhida varia de um

ambiente para outro (quando o custo do produto armazenado com duas posições

decimais no sistema A e com seis posições decimais no sistema B).

Diferenças em códigos ou expressões: quando o código utilizado difere

um do outro (sexo representado por M ou F no sistema A, e por 1 e 2 no sistema B)

Diferenças de granularidade: quando os critérios associados a uma

informação, embora utilizando uma mesma unidade, são distintos (quando horas

trabalhadas correspondem às horas trabalhadas na semana ou horas trabalhadas

no mês).

Diferenças de abstração: quando a forma de estruturar uma mesma

informação segue critérios diferentes: (endereço armazenado num atributo único, ou

subdividido em rua, número e complemento).

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96

5.8.3 Carga

Não há uma receita pronta para carregar as informações transformadas

para o banco de dados de produção. Essa atividade pode ser feita por meio da

construção de data marts específicos por assunto ou por intermédio da simples

transferência dos dados da chamada “área de transformação” para a “área de

produção”. De qualquer forma, alguns fatores críticos de sucesso precisam ser

observados, além da aferição de qualidade e da preocupação com o desempenho

do ambiente.

Freqüência de atualização: Para cada tabela que é lida nos sistemas

operacionais e carregada no data warehouse, é preciso determinar se a atualização

será por substituição, acréscimo ou alteração. A identificação de modelo depende,

sobretudo, da forma de armazenamento dos dados nos sistemas de origem e da

necessidade de visualização dos usuários.

Espaço disponível: É comum, assistir a diversos projetos de data

warehouse sofrerem problemas de execução devido à falta de espaço em banco de

dados, ou mesmo falta de espaço no sistema operacional para transporte de

arquivos de origens de dados. O mais indicado é que sejam utilizados recursos de

alerta, que informem à área de infra-estrutura e aos próprios analistas de sistemas

sobre a iminente falta de espaço para que providências urgentes sejam tomadas.

Controle do tempo de execução do ETL: O tempo de execução do

processo de ETL do data warehouse torna-se um fator crítico de sucesso a partir do

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97

momento em que os usuários percebem que não podem mais conviver num

ambiente de negócios altamente competitivo sem os recursos apropriados para o

suporte à decisão. Na prática, isso significa que, se o processamento é diário, os

usuários talvez estejam contando com a informação disponível a partir das 9h. Se,

ao chegar esse horário, o processamento ainda não tiver sido finalizado, situações

de desconforto certamente acontecerão.

5.9 DATA MINING

Em COSTA (2000:120), data mining (mineração de dados) é outra

tecnologia que compõe a tecnologia de data warehousing. O data mining surgiu

através dos conceitos da inteligência artificial, juntamente com o conceito de

descobrimentos em bancos de dados (Knowledge Discovery in Databases – KDD).

Para REZENDE E ABREU (2003:215), o grande volume de dados

disponíveis cresce a cada dia e desafia a capacidade de armazenamento, seleção e

uso. Essa tecnologia com sua ferramentas permite a “ mineração” desses dados, a

fim de gerar um real valor do dado, transformando-o em informação e

conhecimento. (Grifo nosso).

Essa tecnologia é formada por um conjunto de ferramentas que, por meio

do uso de algoritmos de aprendizado ou baseados em redes neural e estatística, são

capazes de explorar um grande conjunto de dados, extraindo destes ,conhecimento

na forma de hipóteses e regras. Diariamente as empresas acumulam diversos dados

em seus bancos de dados, tornando-os verdadeiros tesouros de informação sobre

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98

vários processos e procedimentos das funções da empresa, inclusive com dados e

hábitos dos seus clientes, suas histórias de sucesso e fracassos.

LEME FILHO (2004:257), comenta duas abordagens para o significado de

data mining, a primeira dizendo ser uma técnica, cujo objetivo é melhorar a

qualidade e eficácia das decisões, “garimpando” relações entre informações, que

são imperceptíveis aos usuários ou as ferramentas de suporte as decisões

tradicionais. O data mining é complementar as demais ferramentas de análise de

informações, geradores de relatórios ou cubos de decisão. Seu foco reside na

análise meticulosa dos dados existentes nos bancos de dados da empresa,

preferencialmente nos data warehouses.

Na segunda abordagem, comenta que uma definição científica pode ser:

data mining é um conjunto estruturado de processos de exploração e análise de

grandes volumes de dados, por meio de métodos automáticos e semi-automáticos,

com o intuito de descobrir e determinar padrões, tendências, relacionamentos e

regras que permitam converter tais dados em conhecimento de alto valor

estratégico.

Figura 5: Classes do data mining

Fonte: adaptado de Leme Filho (2004:265)

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99

Ainda, segundo REZENDE E ABREU (2003:217), o data mining (DM) é

uma tecnologia capaz de selecionar dados relevantes, a fim de gerar informações e

conhecimentos empresariais. Ela é capaz de apreender com base nos dados, extrair

deduções, gerar informações com hipóteses, correlacionar coisas aparentemente

desvinculadas, fazer previsões, revelar os atributos importantes, gerar cenários,

relatar e descobrir conhecimentos interessantes para os gestores da empresa.

Essas atividades permitem que os gestores da empresa apliquem esses recursos

nas atividades empresariais como, por exemplo, a criação de parâmetros de

comportamentos de clientes, do perfil dos consumidores de determinados produtos

ou serviços, destacando seus hábitos de compra e se eventualmente praticam

contra a empresa atos fraudulentos.

Os sistemas tradicionais de processamento de transações on-line (OLTP)

das empresas são ferramentas capazes de manipular dados de forma rápida, segura

e efetiva em Bancos de Dados, mas que apresentam restrições para gerar

informações com análises significativas. Essas restrições são mais bem trabalhadas

quando as empresas se utilizam a tecnologia de DM aliada a outras tecnologias tais

como, Knowledge Discovery in Databases (KDD), Database Marketing e Inteligência

de Negócios (Business Intelligence).

5.10 BALANCED SCORECARD

O Balanced Scorecard (BSC) é uma sigla, que traduzida, significa

indicadores Balanceados de Desempenho. Este é o nome de um sistema de gestão

estratégica empresarial, com foco especial na execução, comunicação e

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100

aprendizagem. Essa metodologia pressupõe que a escolha de indicadores para a

gestão de uma empresa não deve restringir-se as informações econômicas ou

financeiras. Assim como, não é possível realizar um vôo seguro baseando-se

apenas no velocímetro do avião, os indicadores financeiros não são suficientes para

garantir que a empresa esteja caminhando na direção correta. É necessário

monitorar juntamente com os resultados econômico-financeiros, o desempenho do

mercado junto a clientes e o desempenho dos processos internos, pessoas,

inovações e tecnologias. Isto porque a somatória das pessoas, tecnologias,

processos internos das empresas, alavancarão o desempenho esperado no

mercado junto aos clientes e trarão à empresa os resultados financeiros esperados.

Isto é o que se chama de “Criar valor com ativos intangíveis”.

O BSC foi originalmente criado pelos professores da Harward Business

School, Robert Kaplan e David Norton em 1992 e, desde então vem sendo aplicado

com sucesso no mundo inteiro em centenas de organizações privadas e

governamentais.

KAPLAN e NORTON (2004:7), afirmam que o Balanced Scorecard

oferece exatamente esse modelo para a descrição de estratégias que criam valor. O

modelo do BSC contém vários elementos importantes.

O desempenho financeiro, indicador de resultado (lag indicator), é o

critério definitivo do sucesso da organização. A estratégia descreve como a

organização pretende promover o crescimento de valor sustentável para os

acionistas.

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101

O sucesso com os clientes-alvo é o principal componente da melhora

do desempenho financeiro. Além de medir através de indicadores de resultado como

satisfação, retenção e crescimento o sucesso com os clientes, a perspectiva do

cliente define a proposta de valor para os segmentos de cliente-alvo. A escolha da

proposição de valor para os clientes é o elemento central da estratégia.

Os processos internos criam e cumprem a proposição de valor para os

clientes. O desempenho dos processos internos é um indicador de tendência de

melhorias que terão impactos junto aos clientes e nos resultados financeiros.

Ativos Intangíveis são a fonte definitiva de criação sustentável. Os

objetivos de aprendizado e crescimento descrevem como pessoas, tecnologia e

clima organizacional se conjugam para sustentar a estratégia. As melhorias nos

resultados de aprendizado e crescimento são indicadores de tendência para os

processos internos, clientes e desempenho financeiro.

Os objetivos das quatro perspectivas interligam-se uns aos outros

numa cadeia de relações de causa-efeito. O desenvolvimento e alinhamento dos

ativos intangíveis induzem a melhorias no desempenho dos processos, que por sua

vez, impulsionam o sucesso para clientes e acionistas.

5.10.1 A Relação do Balanced Scorecard com a Tecnologia de Sistemas

Inteligentes

Para BARBIERI (2001:29-30), o framework ERM, dessa forma, se

completa momentaneamente a espera de novas manifestações tecnológicas a

surgir: Com a adoção de BI, e-business, CRM, Logística, ERP, EAI e outras siglas

trazida no bojo de ERM – Enterprise Relantioship Management, cabem singelas

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102

perguntas de arremate: como avaliar o efetivo retorno de tudo isto? Como medir a

capacidade de alavancar negócios e preparar a empresa para os novos tempos,

induzidas por estas propostas tecnológicas recentemente introduzidas? Como saber

do retorno de investimentos em Business Intelligence ou da efetividade na adoção

de novos modelos de negócios visando uma incursão em mercados virtuais? Como

garantir que o CRM transformou-se em solução para melhor reter ou agradar nossos

clientes?

Para se obter resposta às estas perguntas, só nos resta aferir as

estratégias empresariais que motivaram a incorporação dessas melhorias negociais,

respaldadas por aquelas camadas de tecnologia. Mas como alinhar essas

estratégias empresariais e transformá-las em indicadores numéricos que possam

sugerir se a empresa se encontra no norte correto? Como criar um cockpit

corporativo onde a alta gerência encontra a velocidade do vento, a altitude definida,

a rota e nível de combustível já gasto e demandado para esse novo vôo empresarial

que se deseja empreender? A resposta já se encontra disponível na forma de mais

uma camada de software cujo objetivo é a transformação dessas estratégias em

indicadores palatáveis para a alta gerência da empresa. O seu nome: BSC –

Balanced Scorecard.

A área de BI – Business Intelligence estará diretamente envolvida nos

projetos de BSC, provendo os dados históricos dos indicadores (planejado e

realizado), obtidos do DW e Marts das áreas funcionais da empresa. Antes da carga,

os usuários do BSC, deverão estabelecer as relações de causa e efeito entre os

indicadores, tanto do ponto de vista estrutural (o indicador x influência e é

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103

influenciado por y,z e t) como quantitativo (o quanto o indicador x, se aumentado,

aumenta y) o que permitirá ao sistema, a realização das possíveis análises de

perspectivas.

RASMUSSEN et al. (2002), relata que a maioria dos modernos sistemas

de BI estão capacitados a permitir a carga ou a entrada de dados necessários à

criação de um sistema de balance scorecard, permitindo cálculos avançados e

funcionalidades analíticas como o drill-down e visões gráficas.

A idéia central do BSC é disponibilizar aos gestores, um instrumento de

planejamento e mensuração da performance, focado e fácil de compreender, para

ajudar a empresa conectar seu plano estratégico aos indicadores de desempenho.

5.11 APLICAÇÃO DA TECNOLOGIA DE SISTEMAS INTELIGENTES NA ÁREA

FINANCEIRA

De acordo com RASMUSSEN et al (2002), muitas empresas estão

revisando a maneira como o processo de geração dos relatórios financeiros está

estruturada, não somente sob o aspecto da informação em si, mas, sobretudo, em

respeito a todo o processo de geração de relatórios e o valor agregado à

organização, em termos de planejamento, direção e controle. Uma série de

iniciativas estão sendo tomadas para alcançar os seguintes objetivos:

Melhorar a mensuração da lucratividade de produtos e serviços

Desenvolver métodos comprovados de avaliação da lucratividade

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Aperfeiçoar a consistência dos resultados entre os relatórios financeiros

Aumentar a visibilidade de novos serviços e soluções

Melhorar a rapidez do processo de geração de relatórios

Exemplos de iniciativas tomadas para atingir esses objetivos:

Padronização de ferramentas e plataformas tecnológicas:

Soluções ERP

Data warehousing

Ferramentas de BI inclusive software de consolidação e de relatórios

Um único portal Web Corporativo

Padronização dos modelos de informação

Plano de contas

Códigos de dimensões

Visão holística de suporte e controle da organização para assegurar a

aderência do modelo

Melhoria dos processos gerenciais

Adotar um ambiente de planejamento de negócios ao invés de um

ambiente de planejamento financeiro

Melhorar os processos, através do realinhamento dos desafios de

negócio (utilizar o balanced scorecard é uma maneira de conseguir

êxito nesta iniciativa).

Alavancar melhores práticas em toda a organização

Melhorar a utilização dos recursos humanos através da motivação

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Gerenciar ativamente o processo do entendimento financeiro

Identificar o público-alvo da informação financeira

Definir os conhecimentos requeridos

Estabelecer um processo de transformar dados em conhecimento

(significando informação)

Oferecer a solução personalizada para cada tipo de audiência (utilizar

os recursos de relatórios customizados e ad-hoc e as análises OLAP)

Com as novas ferramentas de BI, a padronização de plataformas abertas

e o maior foco organizacional na análise da informação do negócio, torna-se mais

fácil e mais realista do que nunca transformar com sucesso as iniciativas listadas em

ação.

Segundo MOSS & ATRE (2003), as aplicações de suporte a decisão de

Business Intelligence podem facilitar muitas atividades, entre elas destacam-se:

Análises multidimensionais – OLAP

Análises de dados seriais

Data mining

Previsões e diagnósticos

Análises do negócio

Preparação do balanced scorecard

Examinação, relatórios e gráficos.

Análises geoespaciais

Gerenciamento do conhecimento

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Implementação do portal corporativo

Mineração de texto, conteúdo e voz.

Acesso ao painel digital de gestão

Outras atividades funcionais-transversais

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107

6 ASPECTOS OBSERVADOS NA IMPLEMENTAÇÃO DE

SISTEMAS DE INTELIGÊNCIA DE NEGÓCIO – RESULTADOS DA

PESQUISA

Inicialmente vale mencionar, que o conceito que fundamenta os Sistemas

de Inteligência de Negócios é aprender cada vez mais os negócios da organização.

(grifo nosso). Se o mesmo for avaliado sob a ótica da Tecnologia da Informação,

vamos concluir que é a reunião de diversos recursos usados para extrair,

transformar e analisar grandes volumes de dados, produzindo conhecimento capaz

de auxiliar a empresa a tomar decisões com mais garantia de sucesso.

Do ponto de vista gerencial, é um conceito, um modelo que se presta ao

atendimento de pessoas que ocupam posições estratégicas dentro das

organizações, que estão diretamente ligadas ao negócio e possuem o poder de

decisão e influência sobre os rumos da empresa. LEME FILHO (2004:2)

A pesquisa de campo que realizamos, estabelece escalas de atitude em

relação aos aspectos contributivos, dos Sistemas de Inteligência de Negócios, na

Gestão Econômico-Financeira. A pesquisa restringe-se a coletar dados qualitativos

sobre o uso desses sistemas. Os recursos de natureza tecnológicos; de hardware,

software e infra-estrutura, componentes operacionais dos Sistemas de Inteligência,

não foram investigados, pois, excluem-se do escopo do presente estudo.

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108

Na tabela 4 apresentam-se os resultados gerais das escalas de atitude da

pesquisa de campo (survey) com base no questionário apresentado no Apêndice

(A).

Tabela 4: Tabela geral das escalas de atitude da pesquisa

Dos dados apresentados na tabela 4, em termos gerais, verificou-se que

66,9% concordam e 16,5% concordam totalmente. Considerando-se a somatória

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desses percentuais, conclui-se que 83,5% das empresas respondentes, concordam

com os aspectos positivos na implementação de Sistemas Inteligentes.

Em relação a pontuação dos vários graus de concordância ou

discordância, foram atribuídos valores para indicar a direção de atitude do

respondente, conforme estabelecido na tabela 1 deste trabalho.

A média dos valores dos pontos obtidos pelos dados da pesquisa foi de

10,727 e o desvio padrão de 1,793 pontos. A partir do resultado da média e do

desvio padrão, estabeleceram-se as seguintes faixas de aderência dos aspectos

observados na implementação de Sistemas Inteligentes, conforme demonstra a

tabela 5.

Tabela 5: Faixa de pontos e grau de aderência

Na tabela 6 demonstram-se os aspectos contributivos da pesquisa survey

em ordem decrescente de pontuação. Em função dessa pontuação, verificou-se as

principais avaliações gerais da pesquisa, revelando-se os aspectos mais

significativos observados na implementação de Sistemas Inteligentes.

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110

Tabela 6: Aspectos contributivos classificados por nível de aderência

Em termos gerais, as empresas respondentes afirmam a influência

positiva da implementação de Sistemas Inteligentes. Levando-se em conta a

sumarização dos níveis de concordância os fatores técnico-funcionais e sociais,

totalizaram 81,8%, enquanto aqueles correspondentes à corporação somaram

86,4%.

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111

Na figura 6 abaixo, podemos observar os níveis de concordância

distribuídos pelos fatores pesquisados.

Figura 6: Nível de concordância dos fatores pesquisados

Fonte: Dados da pesquisa

6.1 CONTRIBUIÇÕES AOS FATORES SOCIAIS

A criação de conhecimento organizacional depende, em grande parte, do

contato humano, da intuição, dos conhecimentos ocultos, da cooperação, da

explanação de modelos mentais e da diversidade de opiniões, e não sistemas. Os

softwares ajudam sim, sem o fator humano, nada se concretiza. LEME FILHO

(2004:72)

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112

As novas tecnologias vão sempre provocar mudanças no ambiente social

da empresa. É difícil imaginar alguma inovação tecnológica que possa ser

introduzida sem provocar algum efeito. RESENDE E ABREU (2003:121)

Para a manutenção da motivação é importante manter um ambiente

psicológico favorável que pode ser alcançado pela efetiva recompensa pelo esforço

dos membros da equipe da implementação e dos usuários do sistema. CIDRAL E

ABREU (2001).

Do mesmo modo, a equipe e colaboradores da gestão econômico-

financeira, devem sentir-se motivados e comprometidos. A afirmativa 6 do

questionário de pesquisa de campo (Apêndice A) verifica a contribuição do uso de

Sistemas Inteligentes no clima organizacional conforme demonstrado na tabela.

Tabela 7: Motivação e comprometimento dos colaboradores

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Em termos gerais, o nível de concordância conforme demonstrado na

tabela 7 foi de 90,9%. Obteve-se 11 pontos, e dessa maneira foi classificado na faixa

de aderência positiva. Exceto para uma empresa do setor químico-petroquímico, a

utilização dos sistemas inteligentes não melhoram o nível de motivação e

comprometimento dos colaboradores envolvidos na gestão econômico-financeira.

A ênfase nos mercados globais e a necessidade cada vez maior de

trabalhar mais próximos aos “stakeholders”, significaram um movimento em direção

a modernas funções dos gestores econômico-financeiros, assumindo além das

tradicionais responsabilidades, uma postura de parceiros na decisão dos negócios e

a efetiva participação no desenvolvimento da estratégia corporativa.

Esse processo de mudança tem trazido novos desafios ao gestor

econômico-financeiro, e com este, novas atitudes e comportamentos que

conseqüentemente influenciam a cultura organizacional.

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114

Para Norris et al.(2001) apud SCHMIDT (2004:68), a cultura

organizacional:

É a combinação de valores e crenças que dão direcionamento

e energia aquilo que as pessoas fazem todo o dia. É visível

através de toda uma empresa em artefatos e manifestações

como padrões de desempenho, ícones, mitos e histórias,

rituais, tradições, linguagens e relacionamentos. Valores e

crenças culturais estão profundamente arraigados e afetam o

comportamento individual e organizacional a cada dia.

Segundo, Curry et al. (1986) in LEE e GUINAN (1991:247), as pessoas

que estão satisfeitas com o seu trabalho, muito provavelmente permanecerão na

organização, bem como vai dispor de um considerável esforço para o desempenho

da organização. A Tecnologia da Informação pode afetar a motivação criando as

tarefas mais desafiadoras e significantes. Malone (1985).

Na opinião de REZENDE (2003:32), a avaliação da Cultura

Organizacional mapeia os valores e crenças que permeiam o tecido organizacional,

ao longo dos diversos cargos e funções, que correspondem à estrutura do

empreendimento, no sentido de reconhecer como a diversidade se entrelaça em um

padrão de comportamento por meio do qual a organização interage com as

demandas dos stakeholders e responde em termos de desempenho e postura

competitiva.

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115

Tabela 8: Cultura Organizacional e alinhamento aos objetivos estratégicos

Em termos gerais, o nível de concordância conforme demonstra a tabela 8

foi de 72,7%. Obteve-se 9 pontos ficando abaixo da média da pesquisa. Essa

pontuação revelou-se a segunda mais baixa obtida. Não houve homogeneidade nos

segmentos Manufatura, Químico-Petroquímica e de Serviços. Conclui-se que para

esses segmentos os Sistemas Inteligentes não trazem mudanças positivas na

cultura organizacional e torna a gestão econômico-financeira mais alinhada aos

objetivos estratégicos.

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116

Vale contudo ressalvar que a pesquisa não tratou de verificar as

funcionalidades das mais diversas aplicações de Sistemas Inteligentes. Tendo-se

em vista que o interesse do pesquisador foi a de analisar a contribuição composta

de dois argumentos; as mudanças na cultura organizacional e o alinhamento aos

objetivos estratégicos, as respostas de não concordância, podem indicar um viés

quando trouxer significado diferente para cada um dos seus argumentos.

6.2 CONTRIBUIÇÕES AOS FATORES TÉCNICO-FUNCIONAIS

Desde o início dos anos 90 as aplicações de Sistemas de Inteligência de

Negócios têm evoluído dramaticamente e em muitas direções. O acesso e apetite

pela informação cresceram exponencialmente. Dos remotos relatórios operacionais

impressos em formulários contínuos com faixas verde e branca gerados pelos

mainframes, aos sofisticados modelos estatísticos de campanhas de marketing, ao

ambiente OLAP multi-dimensões para analistas, ao painel de controle e scorecards

para executivos, as empresas começaram a demandar por variadas formas de

demonstrações e análises. A dramática expansão do data warehousing combinado

com a larga escala de aplicações corporativas, como o Enterprise Resoucr Planning

(ERP) e o Customer Relationship Management (CRM) aliado as facilidades na

operações dos computadores, serviram de combustível para essa exponencial

demanda por aplicações em demonstrações e análises dos Sistemas de Inteligência

de Negócios.

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117

Durante esse período, as empresas de forma ativa, descobriram novas

maneiras de usar seus “ativos informacionais” como suporte ao processo decisório,

demonstrações e relatórios operacionais e na otimização de processos.

É evidente e amplamente reconhecido, que todos empregados de uma

empresa, a partir do seu mais alto executivo, analisam dados do negócio em um

certo grau, sob alguma forma ou aspecto. Essas análises podem ser deliberadas e

exploratórias, podem ser disparadas automaticamente através de condições pré-

estabelecidas, ou podem até ser implantadas nos sistemas diários, que até a sua

existência como Sistemas Inteligentes em si, pode não ser reconhecida. Cada vez

mais, as empresas vêm maximizando o uso dos seus ativos informacionais através

dos Sistemas de Inteligência de Negócios.

Tabela 9: Relatórios atendem as exigências e expectativas.

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Em termos gerais, o nível de concordância conforme demonstra a tabela 9

foi de 100,0%. Obteve-se 12 pontos ficando acima da média da pesquisa e de

acordo com a escala definida na tabela: o grau de aderência é positiva.

De acordo com MYLIUS (2004:37), a vontade do usuário é ter uma

interface amigável e intuitiva para acessar, analisar e compartilhar informações. Ele

precisa obtê-las, através de uma interface de sua própria escolha, como WEB,

Windows, Excel ou Email.

Nos Sistemas Inteligentes, o módulo de relatórios, em geral, possui as

seguintes funcionalidades como características; a- produzir desde os mais

complexos painéis de controle (scorecard) com vários indicadores de desempenho,

até um simples relatório operacional em grade (planilha); b- relatórios mais

interessantes, personalizados e relevantes para cada funcionário. c- linguagem

comum e de fácil acesso a todos os usuários da organização; d- alta qualidade

gráfica e definida pelos usuários, não havendo a necessidade de programação.

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119

Tabela 10: Capacidade de analisar dados usando ferramentas OLAP

Em termos gerais, o nível de concordância conforme demonstra a tabela

10 foi de 81,8%. Obteve-se 9 pontos ficando abaixo da média da pesquisa. Não

houve consistência no segmento de serviços e químico-petroquímica.

Conseguir realizar uma combinação ou “ajuste” do ambiente de uma

organização com a estratégia, a estrutura e os processos da mesma gera efeitos

positivos no desempenho da organização. HUNGER & WHEELEN (2002:7).

A analise de “cubos” permite as pessoas escolherem diferentes visões na

análise de um relatório utilizando-se das propriedades OLAP (Processamento On

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120

Line Analítico) tais como; “drill donw”, “drill up”, “drill trhough”, filtros, “sorts” e

“breaks” (conceitos abordados no Capitulo 5).

Essas características, introduzidas no início dos anos 90, permite ao

usuário analisar os dados na visão Planos (ou na visão Cubo) bastando utilizar os

“clicks” do “mouse”.

Conforme LEME FILHO (2004:292), os usuários do ambiente de suporte a

decisão, precisam contar com análises que dêem visibilidade e flexibilidade para a

tomada de decisão.

Tabela11: Consultas investigativas usando ferramentas OLAP

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121

Em termos gerais, o nível de concordância conforme demonstra a tabela

11 foi de 72,7%. Obteve-se 8 pontos ficando abaixo da média da pesquisa. A

pontuação deste quesito é a menor entre todas as outras pesquisadas. Do total das

empresas respondentes 27,3% se posicionaram na indecisão quanto a contribuição

desta afirmativa.

A funcionalidade de consultas e análises investigativas dos Sistemas

Inteligentes permite aos usuários gerar novos relatórios ou novas visões, tendo-se

em vista, o domínio destes, sobre o conteúdo, a forma e os cálculos associados.

Adicionalmente, os usuários poderão calcular novos índices, determinar variações e

definir novos agrupamentos que não faziam originalmente parte da base de dados.

Das variadas visões estratégicas do negócio, uma das mais relevantes é

o orçamento estratégico. COSTA (2004:210), coloca as seguintes questões de

ordem; Quem vai assegurar, a priori, que há recursos financeiros para todas as

propostas de investimentos aprovadas? Das muitas propostas aprovadas, quais são

as prioritárias? Comparando-se as relações benefícios/recursos ou

benefícios/custos, quais os investimentos que apresentam melhores resultados

relativos? De onde virão os recursos para honrar os investimentos propostos e

aprovados?

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122

Tabela 12: Análises preditivas usando tratamento estatístico

Em termos gerais, o nível de concordância conforme demonstra a tabela

12 foi de 72,7%. Obteve-se 10 pontos ficando na faixa da média da pesquisa. Do

total das empresas respondentes 27,3% se posicionaram na indecisão quanto a

contribuição desta afirmativa.

O propósito principal do “data mining” é descobrir modelos, padrões e

algoritmos existentes nos ativos informacionais da empresa que poderão ser

utilizados para prognosticar resultados futuros.

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Tabela 13: Distribuição de avisos e alertas

Em termos gerais, o nível de concordância conforme demonstra a tabela

13 foi de 81,8%. Obteve-se 11 pontos ficando acima da média da pesquisa.

Os Sistemas Inteligentes devem ter capilaridade por toda a organização.

As empresas buscam próativamente levar a informação diretamente aos usuários,

independente de onde este possa estar, utilizando a interface que mais se apropriar

ao trabalho desenvolvido por esses usuários. A distribuição de avisos e alertas é

crucial para revelar problemas com alto impacto no risco do negócio.

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124

6.3 CONTRIBUIÇÕES AOS FATORES CORPORATIVOS

O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, entidade sem fins

lucrativos, fundada em 1995 assim define Governança Corporativa: é o sistema pelo

qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos

entre Acionistas/Cotistas, Conselho de Administração, Diretoria, Auditoria

Independente e Conselho Fiscal. As boas práticas de governança corporativa têm a

finalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e

contribuir para a sua perenidade.

Em junho de 2000, a MacKinsey & Co, em parceria com o Banco Mundial

conduziu uma pesquisa (“Investors Opinion Survey”) junto a investidores,

representando um total de carteira superior a US$ 1.650 bilhões, destinada a

detectar e medir eventuais acréscimos de valor às companhias que adotassem boas

práticas de governança corporativa. Apurou-se que os investidores pagariam entre

18% e 28% a mais por ações de empresas que adotam melhores práticas de

administração e transparência. Destacamos, entre algumas das conclusões dessa

pesquisa:

· na América Latina e na Ásia, onde os relatórios financeiros são limitados

e freqüentemente de má qualidade, (grifo nosso) os investidores preferem não

confiar apenas em números. Eles acreditam que seus investimentos estarão mais

bem protegidos por companhias com boa governança que respeitem direitos dos

acionistas.

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Tabela 14: Contribuição na melhoria da gestão de custos

Em termos gerais, o nível de concordância conforme demonstra a tabela

14 foi de 72,8%. Obteve-se 10 pontos se situando na faixa da média da pesquisa.

Essa contribuição não ficou patente para o segmento químico-petroquímico. Das

empresas respondentes, metade concorda e a outra discorda.

Considerando-se que resultado da gestão de custos é gerar informação

para tomadas de decisões, tais como: estabelecimento de preços; mix de produtos;

definição dos instrumentos de controle e criar medidas de mensuração e

desempenho. Devemos ressalvar que a pesquisa não tratou de verificar as

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funcionalidades das mais diversas aplicações de Sistemas Inteligentes. Desse

modo, para o segmento químico-petroquímico, as aplicações de Sistemas

Inteligentes podem estar sendo usadas para outras finalidades, cuja contribuição na

redução de custos não é verificada.

Tabela 15: Qualidade das informações econômico-financeiras

Em termos gerais, o nível de concordância conforme demonstra a tabela

15 foi de 90,9%. Obteve-se 13 pontos situando-se na faixa acima da média da

pesquisa. E o grau de aderência classificado como muito positiva. É a segunda

maior pontuação da pesquisa revelando, portanto uma relevante contribuição dos

Sistemas Inteligentes.

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Para LEME FILHO (2004:6), a qualidade da informação é um dos

principais pontos que podem determinar o sucesso de projeto de BI. Informações

sem confiabilidade rareiam seu uso e põe em dúvida o processo de tomada de

decisão, que não pode ser questionado.

Numa organização, cuja cultura de utilização de Sistemas Inteligentes,

seja a de assegurar a qualidade das demonstrações econômico-financeiras, estará

contribuindo com a transparência na divulgação das suas atividades, e dessa

maneira, colherá os benefícios que o próprio mercado proporciona, pelo seguimento

das boas práticas de Governança Corporativa.

Tabela 16: Parceria no suporte ao processo decisório

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Em termos gerais, o nível de concordância conforme demonstra a tabela

16 foi de 90,9%. Obteve-se 11 pontos situando-se na faixa da média da pesquisa. E

o grau de aderência classificado como positiva.

O foco da função econômico-financeira vem mudando. Da tradicional

responsabilidade pela elaboração e análise das demonstrações econômico-

financeiras para uma posição de parceiro de negócios. Tendo-se em vista, que o

processo de desenvolvimento dessa função é dinâmico, menos esforço será

dedicado na revisão de dados históricos e mais atenção será dada para acessar

informação chave para suportar as decisões críticas do negócio.

Tabela 17: Contribuição na avaliação da lucratividade

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Em termos gerais, o nível de concordância conforme demonstra a tabela

17 foi de 90,9%. Obteve-se 14 pontos situando-se na faixa acima da média da

pesquisa. E o grau de aderência classificado como muito positiva. Esta afirmação

atingiu o maior número de pontos, revelando-se como a maior contribuição dos

Sistemas Inteligentes.

De acordo com MAIA (2004), na argumentação do seu artigo abordando

Sistemas Inteligentes no segmento de seguros, nos esclarece: Uma enorme

vantagem de análises de BI é a capacidade de rastrear a lucratividade 1:1, ou seja,

podemos identificar a lucratividade de cada cliente e/ou de cada produto

individualmente. Ao construirmos conjuntos de clientes preferenciais de acordo com

as semelhanças dos clientes mais lucrativos, podemos conhecer os fatores de maior

potencialidade de lucro e, com isto, direcionar campanhas de marketing adequadas

às potencialidades de cada cliente, diminuindo custos e melhorando a lucratividade.

6.4 VISÃO GERAL DOS RESULTADOS DA PESQUISA

A pesquisa indicou em termos gerais, que a utilização de Sistemas de

Inteligência de Negócios traz relevantes contribuições a gestor econômico-financeiro

trazendo conseqüências positivas à organização em função do resultado dessa

aplicação.

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Na tabela 18 verifica-se o grau de aderência dos fatores pesquisados. A

partir desses resultados, podemos analisar as contribuições sob a ótica de cada

conjunto de fatores.

Tabela 18: Classificação dos fatores da pesquisa pelo grau de aderência

6.4.1 Análise dos Fatores Técnico-Funcionais

Os fatores técnico-funcionais tiveram 60% de respostas consideradas

com grau positivo e 40% insuficientes. As duas afirmações que exploraram a

utilização da tecnologia OLAP foram as que obtiveram menor número de pontos e

em função disso, levaram o fator técnico-funcional para uma relação 60:40 no grau

de aderência do seu conjunto.

Como comentado no Capítulo 5, uma das ferramentas disponível para

análise multi-dimensional dos dados em data warehousing é as de processamento

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analítico on-line (OLAP). Essa tecnologia permite consultas exploratórias e

exercícios preditivos, as quais, objetivam facilitar a análise do gestor.

De acordo com VINCENT et al. (1998), para que a vida do usuário seja

mais simples, a ferramenta OLAP deve possuir boa capacidade analítica e de

apresentação de resultados. Grande parte das consultas em um processamento

analítico contém análises embutidas. Portanto é preciso que a ferramenta possua

uma linguagem de cálculo sofisticada para que não se precise recorrer a

programação ou SQL.

6.4.2 Análise dos Fatores Sociais

Os fatores sociais tiveram 50% de respostas consideradas com grau

positivo e 50% insuficientes. A afirmação que procurou entender a contribuição na

motivação e comprometimento dos colaboradores foi positiva, entretanto a que

verificou mudança na cultura organizacional foi insuficiente. O conjunto dos fatores

sociais mostrou uma relação 50:50 no plano de grau de aderência.

As mudanças na cultura organizacional estão relacionadas a algumas

quebras de velhos paradigmas no que diz respeito às funções do gestor econômico-

financeiro.

Para Roger Brinner, diretor executivo e economista chefe da

DRI/McGraw-Hill (HSM Management 7 – março abril 1998) há quinze anos, a

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maioria dos executivos financeiros limitava-se a verificar os números que apareciam

nas propostas de planejamento feitas por outras pessoas. Hoje muitos deles são

responsáveis pelo planejamento.

Uma outra questão tem correspondência com a comunicação e relação

entre as diversas áreas da organização. John Percival, professor da Wharton

School, afirma que o caminho para um CFO se envolver com o crescimento tem

armadilhas, associadas a problemas de comunicação entre as equipes de finanças,

vendas e marketing. (op.cit)

6.4.3 Análise dos Fatores Corporativos

Os fatores corporativos tiveram 50% de respostas consideradas com grau

muito positivo e 50% de positivo. No conjunto representou uma relação 100:0 no

grau de aderência. Em adição, duas afirmações desse conjunto obtiveram o maior

número de pontos da pesquisa: ou seja, aquelas relacionadas à avaliação da

lucratividade e a melhoria da qualidade das informações econômico-financeira da

empresa.

O lucro ou prejuízo resulta da confrontação de receitas e despesas,

observando-se o regime de competência de exercícios. BRAGA (1995:31). Nesse

sentido, toda e qualquer ação tomada na direção de aumentar as receitas e diminuir

as despesas, resultará para a empresa, a capacidade de potencializar seus lucros.

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133

Na opinião de PRATTE (2004), as ferramentas de Sistemas Inteligentes

são a chave para se produzir lucros. O conhecimento ou a inteligência do negócio,

gerado a partir da sua utilização, vai permitir a empresa ganhar vantagem

competitiva e melhorar sua eficiência. A seguir, o autor relaciona algumas ações

tornadas possíveis com a utilização desses sistemas.

Aumentar as vendas usando ferramentas de vendas baseadas em

fatos

Conseguir lucros incentivando atividades lucrativas

Aumentar a fidelização e retenção de clientes

Aumentar a qualidade e a rapidez de prognósticos de vendas

Alcançar os objetivos de vendas

Aumentar a proporção de clientes com alto valor agregado

Redução das atividades que não agregam valor

Gerar promoções e campanhas publicitárias de alto valor agregado

Prever o comportamento futuro de suas prospecções e dos clientes

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Catalisada pelos esforços de guerra, e desde então, a complexidade do

mundo empresarial aumentou, passando a exigir um perfil gerencial mais

empreendedor, respostas mais rápidas e corretas à ação de concorrentes, uma

redefinição do papel social e econômico das empresas e uma melhor adequação a

nova postura assumida pelos consumidores.

Atualmente, um dos maiores desafios dos gestores econômico-financeiro,

consiste na capacidade de exercer um controle eficiente e eficaz do negócio, isto é,

determinar instrumentos capazes de mensurar e monitorar seus objetivos

estratégicos.

Para responder a essa e outras necessidades, a Tecnologia da

Informação vem disponibilizando aos gestores, um arsenal de aplicativos,

notadamente aqueles advindos da tecnologia de Business Intelligence, com a

proposta de propiciar ao gestor o poder do conhecimento, para responder os novos

desafios impostos pela nova economia globalizada.

Buscamos através deste trabalho, obter elementos para discutir as

possíveis contribuições dos Sistemas de Inteligência de Negócios ao processo de

gestão econômico-financeiro da empresa.

Os aspectos conceituais levantados a partir da pesquisa bibliográfica, e os

resultados da pesquisa de campo (survey), junto às empresas que utilizam a

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135

tecnologia de Sistemas Inteligentes, serviram de base as respostas ao problema

deste trabalho, chegando-se as conclusões que apresentamos a seguir:

7.1 CONCLUSÕES

A aplicação da Tecnologia de Sistemas Inteligentes, pelo fato de se

constituir em uma disciplina relativamente nova no contexto da gestão econômico-

financeira, ainda não está consolidada nas organizações. Não obstante, a partir do

início deste século, os Sistemas Inteligentes revestiram-se de importância ao

agregar o poder da ação ou decisão aos gestores, indo além da pura investigação e

análise dos dados do negócio.

Atualmente, muitas empresas estão revisando a maneira como o

processo de geração das demonstrações e relatórios econômico-financeiros está

estruturado. Não somente sob o aspecto da informação em si, mas, sobretudo, com

respeito ao valor agregado a organização, interagindo com outras áreas em termos

de planejamento, direção e controle.

Nesse cenário, começam a emergir novos desafios aos gestores, tais

como: desenvolver métodos de avaliação da lucratividade; melhorar a mensuração

da lucratividade de produtos e serviços; aperfeiçoar a consistência dos resultados

entre os relatórios financeiros; aumentar a visibilidade de novos serviços e soluções;

melhorar a qualidade e melhorar a rapidez na geração de relatórios.

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136

Dentre as inúmeras iniciativas para resolver essas questões, está a

padronização de ferramentas e plataformas tecnológicas, formando um conjunto

formado por soluções ERP, Data Warehousing, Soluções de Business Intelligence e

um único portal WEB Corporativo.

Verificou-se no resultado das pesquisas de literatura e de campo, que os

aspectos que tem maior grau de aderência e, portanto, trazem maior contribuição à

gestão econômico-financeira são aqueles relacionados aos fatores corporativos. A

avaliação da lucratividade, aumentando a visibilidade do resultado de bens e

serviços e a melhoria do nível de qualidade das informações destacaram-se, das

demais afirmações pesquisadas, sendo elegíveis como as mais sensíveis

contribuições à gestão econômico-financeira.

Dado que a característica da amostra estudada, é representada por

empresas de grande porte, essas contribuições, revelam a busca pelo

aprimoramento das informações e relatórios de natureza econômico-financeira,

alinhando as empresas aos pressupostos da governança corporativa.

Outros aspectos positivos que foram verificados na pesquisa, relacionam-

se com a forma gráfica dos relatórios, os avisos e alertas disparados na ocorrência

de desvios e exceções, as análises preditivas utilizando-se dos recursos analíticos e

a potencial redução de custos, quer pela redução de gastos ou pela racionalização

de processos.

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137

A respeito da melhoria dos processos gerenciais, os fatores sociais, têm

influência e são influenciados pelos fatores técnico-funcionais. O uso de Sistemas

Inteligentes contribui para melhorar o nível de motivação e comprometimento dos

colaboradores. Entretanto, a afirmação que tratou de mudanças na cultura

organizacional, não se revelou contributiva. Na condição de parceiro nas decisões

de negócio, e responsável por oferecer solução personalizada para cada tipo de

audiência, o gestor econômico-financeiro deverá assumir uma postura de negociador

para resolver os problemas de comunicação causados pelo relacionamento com

outras áreas da organização.

Dos aspectos técnico-funcionais, as afirmações que exploraram a

utilização da ferramenta OLAP tiveram aderência insuficiente e se mostraram

poucos contributivos. Como essas ferramentas necessitam invariavelmente acessar

o data warehouse para extrair as informações, uma arquitetura apropriada precisa

ser implantada de modo a facilitar o usuário nas suas análises, evitando-se a

intervenção do pessoal técnico, especializado em programação.

Espera-se que este trabalho possa inspirar e motivar outros estudos nesta

área, difundindo e melhorando os benefícios da estreita relação entre o processo de

gestão econômico-financeira e a tecnologia de Sistemas Inteligentes. Acredita-se

que tenha trazido contribuição para o melhor entendimento dessa disciplina e servir

como ponto de partida para futuras pesquisas.

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138

7.2 Sugestões para futuras pesquisas

Considerando a limitação deste estudo na verificação da contribuição dos

Sistemas de Inteligência de Negócios na Gestão Econômico-Financeira, e,

sobretudo na experiência adquirida no seu transcurso, são propostas as seguintes

sugestões para futuras pesquisas:

o Estudo de novas aplicações de Sistemas de Inteligência de Negócios

no que se refere às estruturas de governança corporativa.

o Estudo de novas aplicações de Sistemas de Inteligência de Negócios

na avaliação, mensuração e controle dos objetivos estratégicos da

empresa.

o Estudo de novas aplicações de Sistemas de Inteligência de Negócios

no controle e mensuração do risco operacional e financeiro.

o Estudo de novas aplicações de Sistemas de Inteligência de Negócios

na gestão dos custos da empresa.

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REFERÊNCIAS CITADAS

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REFERÊNCIAS

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MURAYAMA, Antonio Carlos. Medição do Desempenho e Gestão Estratégica nas Organizações. Alinhamento por Meio de Instrumentos de Softwares e Infra-Estrutura de TI. São Paulo: EI-Edições Inteligentes, 2004 OLIVEIRA, Jayr Fiqueiredo de, Sistemas e Informação: Um enfoque gerencial inserido no contexto empresarial e tecnológico. São Paulo: Erica, 2000 REZENDE, Jose Francisco. Balanced Scorecard e a gestão do Capital Intelectual. Rio de Janeiro: Campus, 2003 SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 21° ed. São Paulo: Cortez, 2000. SINGER, Paul. Globalização e Desemprego: Diagnóstico e Alternativas. São Paulo: Contexto, 1998. THUROW, C. Lester. O Futuro do Capitalismo. Rio de Janeiro: Rocco, 1997 WRIGHT, P; KROLL, M. J; PARNELL J. Administração Estratégica. Conceitos. São Paulo: Atlas, 2000.

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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DA PESQUISA

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PESQUISA ACADÊMICA

ORIENTAÇÃO PARA PREENCHIMENTO DO QUESTIONARIO

1. O questionário é dividido em duas partes: Parte 1 - Grau de Concordância e Parte 2 - Questões ComplementaresA Parte 1 tem por objetivo coletar sua opinião sobre os aspectos observados na implementação de Sistemas Inteligentesna gestão Econômico-Financeira da empresa, por meio de frases afirmativas elaboradas em torno do tema a serestudado. A Parte 2 tem por objetivo coletar algumas informações sobre seus dados pessoais ( optativo ) e da empresa.

2. O preenchimento da Parte 1 deve seguir a seguinte legenda:

DT Discordo TotalmenteD Discordo I IndiferenteC ConcordoCT Concordo Totalmente

Parte 1 - GRAU DE CONCORDÂNCIA

marque somente com "X"o quadrado alternatrivo de cada questão que se adequou a sua opinião:

FRASES CT C I D DT

1Os relatórios, em seu conteúdo e forma gráfica, criados a partir dasfuncionalidades dos Sistemas Inteligentes atendem as exigências eexpectativas do gestor econômico-financeiro.

2A capacidade de analisar os dados a partir das ferramentas OLAPpermite aos usuários, perceber em tempo real, os desvios e exceçõesao planejamento estratégico da companhia.

3

Consultas investigativas utilizando-se das ferramentas OLAPpossibilita aos usuários, além das funcionalidades de classificação,sumarização e distribuição diversas, obter visões estratégicas doresultado do negócio.

4O tratamento estatístico bem como o uso de algoritmos de datamining integrados aos Sistemas Inteligentes servem para análisespreditivas e melhoram a visibilidade de novos serviços e soluções.

5A partir de sua base central, os Sistemas Inteligentes permitem adistribuição de avisos e alertas dos desvios ao padrão através derelatórios, mensagens de texto, fax, pager e voz.

6Os Sistemas Inteligentes melhoram o nível de motivação ecomprometimento dos colaboradores envolvidos na gestãoecônomica-financeira.

7Os Sistemas Inteligentes trazem mudanças positivas na culturaorganizacional e torna a gestão ecônomica-financeira mais alinhadaaos objetivos estratégicos.

8Os Sistemas Inteligentes contribuem na melhoria da gestão de custospor meio da redução de gastos internos e racionalização deprocessos.

9 A implementação de Sistemas Inteligentes melhora o nível dequalidade das informações econômico-financeira da empresa.

10A implementação de Sistemas Inteligentes permite ao gestoreconômico-financeiro tomar uma postura de parceiro no suporte aoprocesso de tomada de decisão corporativa.

11Os Sistemas Inteligentes contribuem para a avaliação dalucratividade, aumentando a visibilidade do resultado dacomercialização de bens e serviços.

Aspectos observados na implementação de Sistemas Inteligentes ( Business Intelligence ) na Gestão Econômico-Financeira

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Parte 2 - QUESTÕES COMPLEMENTARES

Marque com "X" entre os parênteses alternativos de cada questão que se adequar ao seu caso:

A - NÍVEL DO CARGO OCUPADO

1. Analista ( )2. Gerente ( )3. Diretor ( )4. Superintendente ( )5.Vice-Presidente ( )6. Presidente ( )7. Outros:___________________________ ( )

B- FATURAMENTO BRUTO ANUAL - EM REAIS

1. Abaixo de 10 milhões ( )2. 10 a 50 milhões ( )3. 50 a 100 milhões ( )4. 100 a 150 milhões ( )5. 150 a 200 milhões ( )6. 200 a 250 milhões ( )7. acima de 250 milhões ( )

C- NÚMERO DE EMPREGADOS DA EMPRESA

1. Abaixo de 10 ( )2. 10 a 100 ( )3. 50 a 100 ( )4. 100 a 200 ( )5. 200 a 300 ( )6. 300 a 400 ( )7. acima de 400 ( )

D- RAMO DE ATIVIDADE

Agro-negócio ( )Bancos e Serviços Financeiros ( )Comercio ( )Farmacêutica ( )Manufatura ( )Extração e Mineração ( )Química e Petroquímica ( )Serviços ( )Telecomunicações ( )Varejo ( )Outros:_____________________________ ( )

DADOS PROFISSIONAIS:

Nome ( opcional ):

Nome da Empresa ( opcional ):

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GLOSSÁRIO

AI (Artificial Intelligence – Inteligência Artificial): Sistemas de computação baseados

em software, hardware e componentes especiais que tentam reproduzir a

inteligência e os comportamentos humanos.

B2B (Business to Business): Modalidade de e-business que desenvolve transações

comerciais eletrônicas entre empresas.

B2C (Business to Consumer): Modalidade de e-business que desenvolve transações

comerciais eletrônicas diretamente com o consumidor.

BACKUP: Cópia de segurança dos arquivos, geralmente mantida em dispositivos

magnéticos ou óticos, que permite o resgate de informações importantes ou

programas em caso de falha no disco rígido.

BANCO DE DADOS (Database): Local onde ficam centralizados os dados e, em

termos de Internet, computador que contém um número muito grande de

informações, que podem ser acessadas pela rede.

BROWSER (navegador): Programa que permite ao usuário ver as páginas da

Internet.

CRM (Customer Relationship Management - Gerenciamento do Relacionamento

com o Cliente): Metodologias e ferramentas computacionais que permitem o

desenvolvimento do marketing pessoal com os clientes de uma organização.

DATA MINER/DATAMINING (Mineração de dados): Tecnologia utilizada para

pesquisar informações em banco de dados e tentar encontrar alguma relação entre

diferentes dados armazenados em um banco de dados.

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E-BUSINESS (Electronic Business – Negócios Eletrônicos): Termo usado para

identificar negócios realizados pela Internet. Qualquer tipo de negócio efetuado por

meio da rede mundial é tratado como um e-business.

ERP (Enterprise Resource Planning): Termo usado para sistemas que controlam

uma empresa de ponta a ponta, da produção a finanças. Geralmente estão

baseados num pacote integrado de gestão empresarial.

HTML (Hypertext Markup Language - Linguagem de Formatação de Hipertexto):

Linguagem de formatação de textos e imagens utilizada para apresentar os

documentos publicados na WWW ( World Wide Web ), que serão lidos pelos

browsers.

INTERNET (International Network): Rede mundial de computadores que utilizam a

arquitetura de protocolos de comunicação TCP/IP, originou-se de um sistema de

telecomunicações descentralizado criado pelo Departamento de Defesa dos Estados

Unidos no período da Guerra Fria. Durante os anos de 1970 e 1980, cresceu entre o

meio acadêmico, quando sua principal aplicação era o correio eletrônico. Com a

aparição da World Wide Web em 1973, a Internet se popularizou. Provê

transferência de arquivos, login remoto, correio eletrônico, navegação na Web e

outros serviços.

INTRANET: Rede corporativa que utiliza a tecnologia e a infra-estrutura de

transferência de dados da Internet na comunicação internada própria empresa ou a

comunicação com outras empresas.

KM (Knowledgment Management – Gerenciamento do Conhecimento): Técnicas e

ferramentas para auxiliar o gerenciamento do conhecimento empresarial de forma a

criar melhores cenários para o processo de tomada de decisões.

QUERY: Consulta, pesquisa. Procedimento que inicia uma busca em um banco de

dados qualquer.

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SCM (Supply Chain Management – Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos):

Metodologia de compartilhamento de responsabilidades de negócios da empresa

com seus fornecedores e distribuidores.

SGA (Sistemas de Gerenciamentos de Arquivos): Modo de gerenciamento de banco

de dados que possui um arquivo para cada tabela de dados.

SIG (Sistema de Informação Gerencial): Sistema de gestão que enfoca o processo

de tomada de decisões no nível gerencial da organização.

SQL (Structured Query Language – Linguagem de Consulta Estruturada): Uma

linguagem usada para consultar e processar informações num banco de dados

relacional. Os comandos SQL podem ser usados embutidos em outras linguagens

de programação ou de forma direta mediante um gerenciador de banco de dados.

XML (Extensible Markup Language): É uma linguagem universal para permitir a troca

de informações de forma estruturada pela Internet. Possibilita o transporte de dados

de um servidor para outro da rede pelos programadores de forma transparente e

organizada.