fisiologia do exercício_parte 2

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1 Fisiologia do Exercício Fernando Ribeiro [email protected] 2. Ex Objectivos da Aula Introduzir ou Rever conceitos gerais de bioenergética

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Fisiologia do exercicio

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  • 1

    Fisiologia do Exerccio

    Fernando Ribeiro

    [email protected]

    2. Fisiologia do Exerccio_parte 1.pptx

    Objectivos da Aula

    Introduzir ou Rever conceitos gerais de bioenergtica

  • 2

    Bioenergtica

    Definies

    Bioenergtica

    processo metablico celular capaz de converter nutrientes alimentares (gorduras, hidratos de carbono e protenas)

    Metabolismo

    definido como o total de reaces celulares que ocorrem no corpo

    inclui a sntese e degradao de molculas

  • 3

    Transformao biolgica da energia

    Reaces qumicas celulares

    Reaces endergnicas envolvem o consumo de energia

    Reaces exergnicas reaces que libertam energia

    como resultado do processo qumico

    Transformao biolgica da energia

    Reaces qumicas celulares

    Reaces acopladas reaces ligadas, com a libertao de

    energia de uma a ser utilizada para desencadear uma segunda reaco

  • 4

    Transformao biolgica da energia

    Reaces de oxidao-reduo

    a oxidao e a reduo so processos qumicos complementares

    envolvem a perda de electres por um dos reagentes (oxidao) e o correspondente ganho de electres por outro reagente (reduo)

    a espcie qumica que perde electres oxidada e actua como agente redutor (dador eletres) e a espcie qumica que aceita electres reduzida e actua como agente oxidante (receptor de electres)

    relembrar: na clula estas reaces envolvem frequentemente o hidrognio em vez de electres livres

    Transformao biolgica da energia

    Reaces de oxidao-reduo

    nicotamida adenina dinucleotdeo derivada da vitamina niacina (vitamina B3)

    forma oxidada NAD

    forma reduzida NADH

    flavina adenina dinucleotdeo derivada da vitamina riboflavina (vitamina B2)

    forma oxidada NAD

    forma reduzida NADH

  • 5

    Transformao biolgica da energia

    Enzimas so protenas com papel importante na

    regulao das vias metablicas das clulas

    catalizadores que regulam a velocidade das reaces qumicas

    reduzem a energia de activao energia necessria para iniciar a reaco qumica

    2 factores importantes regulam a actividade enzimtica: temperatura e pH

    Substratos para o Exerccio

    O corpo consome diariamente hidratos de carbono,

    gorduras e protenas para obter a energia necessria manuteno das actividades celulares em repouso e em exerccio

    No exerccio os principais nutrientes utilizados como fonte de energia so as gorduras e os hidratos de carbono, as protenas

    contribuem com uma quantidade relativamente pequena para a

    energia total utilizada

  • 6

    Substratos para o Exerccio

    Hidratos de carbono monossacardeos, dissacardeos, polissacardeos

    glicose

    encontrada nos alimentos ou formada no tracto digestivo por clivagem de hidratos de carbono mais complexos

    glicognio

    polissacardeo armazenado no tecido animal

    sintetizado no interior da clulas pela ligao de molculas de glicose

    durante o exerccio clulas musculares transformam glicognio em glicose (glicogenlise)

    Substratos para o Exerccio

    Gorduras cidos gordos, triglicerdeos, fosfolpidos, esterides

    cidos gordos

    so a principal forma de gordura utilizada como fonte energtica pelo msculo esqueltico

    armazenados como triglicerdeos nos msculos e clulas adiposas

    quando necessrio os triglicerdeos so quebrados (liplise) em cidos gordos e glicerol

  • 7

    Substratos para o Exerccio

    Protenas compostas por muitas subunidades - aminocidos

    aminocidos essenciais 9 aminocidos que no podem ser sintetizados pelo corpo

    no exerccio podem fornecer energia de 2 formas: aminocido alanina convertido em glicose no fgado

    muitos aminocidos (isoleucina, alanina, leucina, valina, etc) podem ser convertidos em intermedirios metablicos nas clulas musculares

    Fosfatos de alta energia

    ATP: ADENOSINA TRIFOSFATO

    no a nica molcula transportadora de energia, mas mais importante

    sem quantidades suficientes de ATP a maioria das clulas morre rapidamente

    formada por adenosina associada a trs radicais fosfato

    responsvel por armazenar energia nas ligaes qumicas

  • 8

    Fosfatos de alta energia

    ATP: ADENOSINA TRIFOSFATO

    doador universal de energia

    A energia necessria para ligar um ADP e um Pi pode ser obtida atravs de metabolismo aerbio ou anaerbio

  • 9

    Bioenergtica

    METABOLISMO ANAERBIO (sem O2)

    Produo de energia sem dvida de oxignio (O2)

    METABOLISMO AERBIO

    Produo de energia com consumo de oxignio

    Bioenergtica

    METABOLISMO ANAERBIO 1. SISTEMA ATP-CP

    formao de ATP pela degradao de fosfato de creatina (PC) + ATP armazenado

    2. GLICLISE

    formao de ATP pela degradao de glicose ou glicognio

    METABOLISMO AERBIO 3. OXIDAO formao de ATP com uso de O2

  • 10

    Bioenergtica

    1. SISTEMA ATP-CP Metabolismo anaerbio Inicio do exerccio e em exerccios de curta durao e de alta intensidade (em

    regra durando ~5). Ex. corrida 50m, lanamento peso, salta em altura

    Sem produo de cido lctico

    SUBSTRATOS ENERGTICOS 1. ATP 2. Fosfocreatina

    LOCAL Sarcoplasma

    Bioenergtica

  • 11

    Bioenergtica

    A Creatina Kinase (CK) promove a quebra e produo da fosfocreatina

    A energia e fosfato inorgnico libertados so importantes para formar ATP

    Bioenergtica

    RETORNO DOS NVEIS DE FOSFOCREATINA: EXERCCIO

    Requer ATP

    Metabolismo aerbio

    Durante a recuperao do exerccio de alta-intensidade

  • 12

    Suplementao com creatina melhora o desempenho?

    Bioenergtica

    2. GLICLISE Metabolismo anaerbio Esforos elevados com uma durao entre 30 e 1 Com produo de cido lctico

    SUBSTRATOS ENERGTICOS

    Hidratos de Carbono

    a. Glicognio

    b. Glicose

    LOCAL

    Sarcoplasma

  • 13

    Bioenergtica

    2. GLICLISE

    Srie de reaces enzimticas que convertem a glicose formando: ATP NADH Piruvato

    a. Acetil-CoA

    b. cido lctico

    A glicose pode ser obtida atravs da glicose sangunea ou dos armazns de glicognio intramusculares

    Bioenergtica

    ATP necessrio no inicio da gliclise para a fosforilao (adio de grupos fosfato) da

    glicose e frutose-6-fosfato

  • 14

    Bioenergtica

    glicognio intramuscular, no necessita de fosforilao porque j est

    fosforilado pelo fosfato inorgnico

    (reaco 1).

    No ocorre gasto de 1 molcula de ATP

    A enzima responsvel pela quebra do

    glicognio a glicognio fosforilase

    Bioenergtica

    A membrana celular impermevel

    glicose-6-fosfato: pode ser utilizada para

    a produo de glicognio ou degradada

    pela via da gliclise

    Para a produo imediata de energia, a

    glicose-6-fosfato isomerizada a

    frutose-6-fosfato (passo 2)

  • 15

    Bioenergtica

    De seguida, a frutose-6-fosfato

    fosforilada, produzindo frutose-1,6

    bifosfato (passo 3)

    Esta reaco catalizada pela

    fosfofrutokinase (PFK): enzima mais

    importante para a limitao da taxa

    glicoltica

    Consumo de uma molcula de ATP

    Bioenergtica

    A cadeia de 6 carbonos (frutose-1,6-

    bifosfato) divide-se em 2 cadeias de trs

    carbonos (Gliceraldedo-3-fosfato):

    passo 4 e 5

  • 16

    Bioenergtica

    2 H2 so removidos da cadeia (passo 6)

    H2 produzido aceite por uma molcula

    transportadora de hidrognio NAD

    Esta reaco resulta na produo de

    NADH, a molcula que transporta os H2 para a mitocndria para serem usados no

    metabolismo aerbio

    Bioenergtica

    Para continuar a gliclise, o NAD tem que ser

    regenerado para voltar a receber H2

    Duas maneiras:

    1 Se existir suficiente O2 disponvel os H2 da NADH so lanados para o interior da

    mitocndria, contribuindo para o

    metabolismo aerbio

    Por isso, a continuao da gliclise depende

    em parte da capacidade do metabolismo

    aerbio aceitar H2 do NADH

  • 17

    Bioenergtica

    2 Se o O2 no estiver disponvel para

    aceitar H2 nas mitocndrias, o cido

    pirvico pode aceit-los para formar

    cido lctico

    Assim, a razo para formar cido lctico

    a reciclagem da NADH de modo a que a

    gliclise possa continuar

    Bioenergtica

    PRODUO TOTAL DE ATP

    GLICOGNIO Consumidos : 1 ATP Produzidos : 4 ATPs Total: 3 ATPs

    GLICOSE Consumidos : 2 ATP Produzidos : 4 ATPs Total: 2 ATPs

  • 18

    Bioenergtica

    3. OXIDAO Produo aerbia de ATP tambm denominada fosforilao oxidativa Actividades com uma durao superior a 1

    SUBSTRATOS ENERGTICOS 1. Hidratos de Carbono 2. Lpidos 3. Protenas

    LOCAL Mitocndria

    Bioenergtica

    OXIDAO

    A produo aerbia de energia na mitocndria envolve duas vias

    metablicas cooperativas:

    1. Ciclo do cido Ctrico (Ciclo de Krebs)

    2. Cadeia Transportadora de Electres (CTE)

  • 19

    Bioenergtica

    Processo de produo aerbia de ATP decorre em 3 fases:

    Fase 1 gerao de acetil coenzima A (acetil-CoA)

    Fase 2 oxidao (remoo de H2) da acetil-CoA no ciclo de Krebs

    Fase 3 produo de ATP na CTE

    Bioenergtica

    Ciclo de Krebs

    Reaces qumicas que promovem a oxidao da molcula de acetil-CoA

    produzida da degradao de hidratos de carbono, lpidos e protenas

    LOCAL

    Matriz da mitocndria

    FUNO

    Oxidao (remoo de ies de H+) da molcula de Acetil-CoA

    Produo de ATP

  • 20

    Bioenergtica

    Por cada molcula de glicose que entra na gliclise, so formadas 2 molculas de piruvato, e na presena de O2 so convertidas em 2 molculas de acetil-CoA

    assim cada molcula de glicose resulta em 2 voltas do ciclo de Krebs

    Forma:

    3 NADH X 2

    1 FADH X 2

    GTP (guanina trifosfato) X 2

    Bioenergtica

    Protenas so degradadas em aminocidos

    o que acontece a seguir depende do

    aminocido

    ex. alguns so convertidos em glicose ou cido

    pirvico, outros em acetil-CoA e outros em

    intermedirios do ciclo de Krebs

    Protenas no so consideradas uma fonte

    energtica importante durante o exerccio (2 a

    15%)

  • 21

    Bioenergtica

    As gorduras (triglicerdeos) so degradadas, formando cidos gordos e

    glicerol

    cidos gordos sofrem uma srie de reaces

    para formar acetil-CoA ( beta-oxidao)

    Bioenergtica

    CADEIA TRANSPORTADORA DE ELETRES (CTE)

    Produo de energia atravs do transporte de electres na cadeia respiratria

    LOCAL

    Membrana interna da mitocndria

    DENOMINAO

    A produo de ATP atravs da cadeia transportadora de electres denomina-se fosforilao oxidativa

  • 22

    Bioenergtica

    os electres removidos dos tomos de

    hidrognio so passados por uma srie de

    transportadores de electres conhecidos como

    citocromos

    durante essa passagem libertada energia para

    formar ATP em 3 locais diferentes

    esta passagem tambm forma radicais livres

    Bioenergtica

    Se no existir O2 disponvel para ser o receptor final de electres e produzir H2O a

    fosforilao oxidativa no possvel

  • 23

    Bioenergtica

    Como ocorre a formao de ATP na

    cadeia transportadora de electres?

    Bioenergtica

    Como ocorre a formao de ATP na

    cadeia transportadora de electres?

    O mecanismo explicativo conhecido

    como hiptese quimiosmtica

  • 24

    Bioenergtica

    Transporte de electres atravs dos

    complexos produz alteraes da energia

    livre

    Energia produz corrente elctrica

    promovendo o bombeamento de protes

    (H+) da matriz para o espao

    intermembranar

    hiptese quimiosm-ca

    Bioenergtica

    Como resultado, h uma maior

    concentrao de H+ no espao

    intermembranar em comparao com a

    matriz

    Produo de um gradiente de protes

    atravs da membrana interna

    hiptese quimiosm-ca

  • 25

    Bioenergtica

    O gradiente de protes constitui uma

    fonte de energia para produo de ATP

    O fluxo de protes ao longo da ATP

    sintetase activa esta enzima, como uma

    espcie de motor molecular

    A ATP sintetase promove a produo de

    ATP

    hiptese quimiosm-ca

    Bioenergtica

    Contagem da produo aerbia de ATP

  • 26

    Bioenergtica

    Contagem da produo aerbia de ATP

    Bioenergtica

    Interaco entre as produes aerbia/anaerbia de ATP importante enfatizar esta interaco durante o exerccio embora seja comum ouvir falar de exerccio aerbio versus anaerbio, na

    realidade a energia para realizar a maioria dos tipos de exerccio originrio de uma combinao das fontes anaerbia e aerbia

  • 27

    Metabolismo do Exerccio

  • 28

    Transio do repouso para o exerccio

    VO2 pode ser utilizado como ndice da produo

    aerbia de ATP

    VO2 aumenta rapidamente e atinge um estado

    estvel em 1 a 4 min

    o facto do VO2 no aumentar instantaneamente

    sugere que o metabolismo anaerbio contribui

    para a produo global de ATP no inicio do

    exerccio

    Transio do repouso para o exerccio

    assim, no inicio do exerccio o sistema ATP-PC a primeira via bioenergtica activa, seguida pela

    gliclise e, finalmente, pela produo aerbia de

    energia

    aps atingir estado estvel, a necessidade de ATP suprida pelo metabolismo aerbio

  • 29

    Transio do repouso para o exerccio

    Concluindo...

    no que concerne transio repouso para

    exerccio, a energia necessria fornecida por

    vrios sistemas energticos

    Transio do repouso para o exerccio

    Dfice de oxignio

    atraso no consumo de oxignio no inicio de exerccio

    definido como a diferena entre o consumo nos primeiros minutos de exerccio e um perodo igual

    de tempo aps ter atingido o estado estvel

  • 30

    Transio do repouso para o exerccio

    Dfice de oxignio

    sujeitos treinado tm dfice menor que no

    treinados

    porqu?

    capacidade aerbia mais desenvolvida, em

    resultado de adaptaes cardiovasculares e

    musculares

    Recuperao do exerccio: respostas metablicas

    Imediatamente aps exerccio o metabolismo

    permanece elevado por vrios minutos

    Magnitude e durao dessa elevao so influenciadas

    pela intensidade do exerccio

    VO2 maior e permanece elevado por um perodo

    mais longo aps exerccio de alta intensidade

  • 31

    Recuperao do exerccio: respostas metablicas

    Dbito de oxignio indica o consumo de O2 acima do de repouso aps

    exerccio

    Poro rpida logo aps o exerccio (2 a 3 min)

    Poro lenta persiste por mais de 30 min aps

    Termos mais actuais, sendo um deles EPOC - excesso de consumo de O2 ps-exerccio

    Recuperao do exerccio: respostas metablicas

    A que se deve o EPOC?

    restauro das reservas de PC no msculos e de O2 no sangue e tecidos 2 a 3 min

    FC e FR permancem aumentadas vrios minutos

    aumento da temperatura corporal o que aumenta a taxa metablica

    aumento da adrenalina ou noradrenalina

    remoo do cido lctico (contribui para 20% do EPOC)

  • 32

    Recuperao do exerccio: respostas metablicas

    Remoo do cido lctico aps exerccio converso de cido lctico em glicose pelo fgado

    (gliconeognese) 20%

    oxidado, ou seja, convertido em cido pirvico e utilizado como substrato pelo corao e msculo

    esqueltico 70%

    convertido em aminocidos 10%

    exerccio leve (intensidade de 30-40% do VO2mx) aumenta a oxidao do cido lctico pelo msculo activo