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Ano 14 - Edio n 101- Maro de 2011 - ISSN 1676-1324 - www.fisiobrasil.com.br

Artigos A utilizao do mtodo Kabat (FNP) no tratamento fisioteraputico em crianas com paralisia cerebral espstica: Reviso bibliogrfca Drenagem linftica como recurso teraputico no tratamento do fibro edema gelide O efeito do gel crioterpico no tratamento da lipodistrofia localizada Utilizao da microdermabraso no envelhecimento facial O tratamento da gordura localizada com a carboxiterapia Atuao fisioteraputica na disfuno musculoesqueltica da Distrofia Muscular de Duchenne: uma reviso da literatura Estudo da abordagem fisioteraputica nos ps-operatrios de cirurgias plsticas: baseada em evidncias Matria Conhea o que Termalismo Notcias Notcias do Efisio PL do Supersimples Fisiomed adquire Shopfisio

| EXPEDIENTEA Revista FisioBrasil um peridico tcnico-cientfico sobre Fisioterapia, indexado no International Standard Serial Number ISSN sob o nmero 1676-1324, com distribuio bimestral no Brasil e Amrica Latina e mdia 60.000 leitores. classificada pela CAPES como peridico Qualis B Nacional, classificao utilizada pela ps-graduao brasileira para a divulgao da produo intelectual de seus docentes e alunos. A Fisiobrasil uma publicao dirigida especialmente aos fisioterapeutas, acadmicos de fisioterapia, empresrios do setor, pesquisadores e demais profissionais de sade, alm de instituies da rea. Conceitos e opinies emitidos no refletem necessariamente as posies do corpo editorial e, quando assinados, so de responsabilidade exclusiva do autor.Editor: Jos Henrique Alves CREFITO2 83.121F [email protected] Tecnologia: Hicaro Castro [email protected] Publicidade: [email protected] Atendimento: [email protected] Editorao: Dirley Iglesias (e-vix Comunicao) [email protected] Impresso: Grfica Lisboa

| NDICEARTIGOSA utilizao do mtodo Kabat (FNP) no tratamento fisioteraputico em crianas com paralisia cerebral espstica: Reviso bibliogrfca Drenagem linftica como recurso teraputico no tratamento do fibro edema gelide O efeito do gel crioterpico no tratamento da lipodistrofia localizada Utilizao da microdermabraso no envelhecimento facial O tratamento da gordura localizada com a carboxiterapia Atuao fisioteraputica na disfuno musculoesqueltica da Distrofia Muscular de Duchenne: uma reviso da literatura Estudo da abordagem fisioteraputica nos ps-operatrios de cirurgias plsticas: baseada em evidncias

Matriz: Rua Tirol, 450 - Ap. 1001 Freguesia, Jacarepagu Rio de Janeiro RJ Tel: (21) 3439-2382

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MATRIATermalismo - Uma opo de sade

NOTCIASPL do Supersimples Fisiomed adquire Shopfisio Notcias do Efisio

AGENDA4

| EDITORIAL

E voltamos s aulasMais um ano se inicia, com a correria de sempre

E surgem novas aquisies de empresas, fornecedores diferenciados de equipamentos, agora com maior qualidade, cursos com certificao internacional, ps-graduaes mais abrangentes e mais voltadas gesto de servios, no somente ao conhecimento cientfico. Essas novas tendncias mostram que estamos amadurecendo como profissionais, buscando sanar as deficincias das formaes anteriores. Temos lido sobre o PL do Supersimples, novos sindicatos, a importncia da sindicalizao, formao da poltica de sade funcional, atuao de fisioterapeutas em auditorias. Um ano que promete muito em conhecimento. E por falar em conhecimento, atendendo s votaes do site, seguindo uma tendncia de publicao de mais artigos, estamos com os temas dermatofuncional e neurofuncional mais abordados nos artigos dessa edio. Uma interessante matria abordando o Termalismo, tema que dividir com a fisioterapia esportiva a edio 102, de maio de 2011. At l, tambm estaremos com a Pesquisa Perfil do Fisioterapeuta finalizada. Ser um ano de muitos eventos nacionais, no percam.

Errata: Infelizmente, devido a um lapso de nosso jornalista, no foram citados os nomes dos colaboradores da matria sobre o evento da ABENFISIO e CONAFISC. Pedimos nosso perdo e aproveitamos para agradecer o empenho dos Professores Marcos Claudio Signorelli e Daniel Canavese de Oliveira, autores do texto original.

Prof. Henrique Alves Fisioterapeuta Crefito2: 83.121 F

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A utilizao do mtodo Kabat (FNP) no tratamento fisioteraputico em crianas com paralisia cerebral espstica: Reviso bibliogrficaAutores: Thiago Barbosa Soares Graduado em Bacharel em Fisioterapia pela Faculdade Cathedral de Ensino Superior de Roraima [email protected] Avenida Nossa Senhora da Consolata, n 3015, So Vicente, CEP: 69.303-465, Boa Vista Roraima Sheyla Mitchela Galarza Quinto Graduada em Bacharel em Fisioterapia pela Faculdade Cathedral de Ensino Superior de Roraima [email protected] Rua Francisco Lira, n 220-B, So Francisco, CEP: 69.306-360, Boa Vista Roraima Orientadora: Pdira Lima de Albuquerque Docente da Faculdade Cathedral de Ensino Superior de Roraima e Especialista em Terapia Intensiva [email protected] Colaboradora: Paula do Nascimento Monteiro Borges Lima Fisioterapeuta formada pela Faculdade Cathedral de Ensino Superior de Roraima [email protected] Atualizado em 12 de Janeiro de 2011 Data de reenvio para a revista FisioBrasil em 12 de Janeiro de 2011

Resumo Paralisia cerebral um distrbio que afeta a postura e o movimento devido encefalopatia no progressiva. Classificada segundo o tipo e a localizao. Para objeto de estudo foi selecionada a do tipo espstica independente da sua localizao. Nela existe um comprometimento do sistema piramidal, causando hipertonia dos msculos. A fisioterapia est focada nas capacidades motoras globais e em desenvolver atividades que promovam movimentao mais prxima do normal. O mtodo Kabat promove e acelera as respostas dos mecanismos neuromusculares atravs da estimulao dos receptores. Utilizando procedimentos bsicos: resistncia, irradiao e esforo, contato manual, posio corporal e biomecnica, comando verbal, viso, trao e aproximao, estiramento, sincronizao de movimentos e padres de facilitao. Baseados em movimentos normais, sendo em espirais e diagonais. O objetivo desta pesquisa foi verificar atravs de uma reviso bibliogrfica a importncia e os benefcios da utilizao do mtodo kabat no tratamento fisioteraputico em crianas com paralisia cerebral espstica. Palavras-Chave: Kabat; Facilitao Neuromuscular Proprioceptiva (FNP); Paralisia Cerebral; Espasticidade.

Resumen Parlisis cerebral es un trastorno que afecta la postura y el movimiento debido a la encefalopata no progresiva. Clasificada segn el tipo y la ubicacin. Como objeto de estudio fue seleccionada el de tipo espstica independientemente de su ubicacin. En ella existe un comprometimiento del sistema piramidal, causando rigidez de los msculos. Al fisioterapia se centra en las habilidades motoras generales y en desarrollar actividades que promueven un movimiento ms parecido al de lo normal, hacindolo lo ms independiente posible. El mtodo Kabat promueve y acelera las respuestas de los mecanismos neuromusculares por medio de la estimulacin de los receptores. Utilizando procedimientos bsicos: la resistencia, la irradiacin y el esfuerzo, contacto de las manos, posicin del cuerpo y la biomecnica, la orden verbal, la visin, la traccin y la aproximacin, el estiramiento, la sincronizacin de los movimientos y los padrones de facilitacin. Que se basan en los movimientos normales, que son en espirales y diagonales. El objetivo de esta investigacin fue comprobar a travs de una revisin literaria la importancia y los beneficios de utilizar el mtodo Kabat en el tratamiento de fisioterapia en nios con parlisis cerebral espstica. Palabras Clave: Kabat; Facilitacin Neuromuscular Proprioceptiva (FNP); Parlisis Cerebral; Espasticidad.

A utilizao do mtodo Kabat (FNP) no tratamento fisioteraputico em crianas com paralisia cerebral espstica: Reviso bibliogrfica

Introduo A Paralisia Cerebral um distrbio que afeta a postura e o movimento devido a uma encefalopatia esttica (no progressiva), tendo a leso cerebral ocorrido nos perodos pr-natal, perinatal ou na infncia precoce (Carmo, 2005). As paralisias cerebrais so classificadas de acordo com o tipo e localizao da anomalia motora. As vrias formas podem ser divididas em discintica, atxica, hipotnica, mista e espstica (Miller et al., 2002). Quando a leso est localizada na rea responsvel pelo incio dos movimentos voluntrios, trato piramidal, o tnus muscular aumentado, isto , os msculos so tensos e os reflexos tendinosos so exacerbados. Esta condio chamada de paralisia cerebral espstica (Carmo, 2005). Na criana espstica, existe um comprometimento do sistema piramidal, com a hipertonia dos msculos. caracterizado pela leso do motoneurnio superior no crtex ou nas vias que terminam na medula espinhal (Tabaquin apud Hoffman et alii., 2008). Segundo Rotta (2002) o tratamento fisioterpico deve levar sempre em conta as etapas do desenvolvimento psicomotor normal, e utilizar vrios tipos de estimulao sensitiva e sensorial. E ele enfatiza que quanto mais precoce se iniciar o tratamento no sentido de estimular o sistema nervoso central, melhores sero as respostas. O tratamento fisioteraputico em pacientes com paralisia cerebral est focado nas capacidades motoras globais como: rolar, engatinhar, ficar de p e deambular, respeitando as fases do desenvolvimento da criana, alm de, avaliar os padres de postura e movimento e em cima das alteraes encontradas desenvolve atividades que promovam a movimentao mais prxima da dita normal, para tornar seu paciente o mais independente possvel (Miller et al., 2002). Existem vrios mtodos utilizados pelos fisioterapeutas para o tratamento de pacientes com paralisia cerebral, essas tcnicas devero ser empregadas de acordo com o quadro clnico apresentado pelo paciente, sendo os mais utilizados o mtodo Kabat (Facilitao Neuromuscular Proprioceptiva), mtodo Phelps e mtodo Bobath (Rotta, 2002). Mtodo Kabat o mtodo que promove e acelera as respostas dos mecanismos neuromusculares atravs da estimulao dos receptores. Esta tcnica foi desenvolvida nas dcadas de 40 e 50 pelos doutores Hermann Kabat, Knott e Dorothy Voss, baseados em fundamentos neurofisiolgicos, biomecnicos e cinesiolgicos do movimento, indicada principalmente para pacientes neurolgicos (Effegen, 2007). O conceito do Dr. Kabat para facilitao neuromuscular proprioceptiva surgiu de sua experincia como neurofisiologista e mdico. Os trabalhos da irm Elizabeth Kenney, uma enfermeira australiana que tratou pacientes com poliomielite utilizando atividades especficas de alongamento e fortalecimento, foi uma influncia para o Dr. Kabat. O trabalho desenvolvido por Kenney foi vistowww.fisiobrasil.com.br Ano 14 - Edio n 101 - Maro de 2011

como um avano do tratamento normal oferecido na poca, mas pecava pela falta de fundamentao neurofisiolgica. O Dr. Kabat integrou as tcnicas manuais da Irm Kenney com as descobertas neurofisiolgicas da inervao e inibio recprocas, induo sucessiva e do fenmeno da irradiao realizadas por Sherrington (Effegen, 2007). Onde seu objetivo era desenvolver um mtodo de tratamento manual (hands-on) que permitisse aos clnicos analisar e avaliar os movimentos do paciente e que ao mesmo tempo facilitasse estratgias mais eficientes de movimentos funcionais (Bruschini, 1998). Objetivo O objetivo deste trabalho qualitativo foi analisar a utilizao do mtodo Kabat (facilitao neuromuscular proprioceptiva) no tratamento fisioteraputico em crianas com paralisia cerebral espstica. Verificando assim a sua importncia e os seus benefcios, atravs de uma reviso literria dando nfase mesma. Justificativa e Relevncia Partindo de uma certa desinformao e do interesse em conhecer melhor sobre o mtodo de kabat em todos os seus aspectos, tendo como foco a sua utilizao na paralisia cerebral espstica, achou-se necessrio um estudo para levantar dados tericos sobre a temtica e com isso adquirir mais conhecimentos sobre as mesmas, visto que durante a formao acadmica exigido conhecimento desses mtodos nos atendimentos fisioteraputicos. Metodologia Trata-se de um estudo qualitativo bibliogrfico com objetivo de identificar nas bibliografias disponveis e atualizadas o material de pesquisa, bem como em sua reviso integrativa (Gonalves, 2004). Contribuindo para o processo de sntese e anlise dos resultados de vrios estudos e por tanto, criando um corpo de literatura compreensvel. O levantamento bibliogrfico propriamente dito foi realizado atravs dos sites SCIELO (Scientific Electronic Library Online) e LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Cincias da Sade), utilizando as palavras-chave como mtodo Kabat, facilitao neuromuscular proprioceptiva, paralisia cerebral, espasticidade e fisioterapia. Foi tambm efetuado, um levantamento manual de captulos texto de livros e peridicos nas bibliotecas da Universidade Federal de Roraima (UFRR) e da Faculdade Cathedral de Ensino Superior de Roraima (FACES). Os livros, peridicos e artigos cientficos foram adotados a partir do ano de 1998 progredindo at o ano 2010 e que estivessem relacionados com o tema, bibliografias anteriores ao ano de 1998 foram excludas desta reviso bibliogrfica. O levantamento abrangeu desde o perodo de Junho de 2010 Setembro de 2010. Aps o levantamento bi-

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A utilizao do mtodo Kabat (FNP) no tratamento fisioteraputico em crianas com paralisia cerebral espstica: Reviso bibliogrfica

bliogrfico, realizou-se a leitura exploratria do material encontrado. Com essa leitura, pde-se obter uma viso global do material, considerando-o de interesse ou no pesquisa. Em seguida, efetuou-se a leitura seletiva, a qual permitiu determinar qual material bibliogrfico realmente seria de interesse para esta pesquisa. Portanto, foram selecionados artigos e captulos textos referente ao interesse da temtica. Referencial Terico O termo paralisia cerebral pode ser usado para definir qualquer desordem caracterizada por uma alterao do movimento secundria a uma leso no progressiva do crebro em desenvolvimento, que leva inabilidade, ou uma falta de seletividade em certos movimentos (Carmo, 2005). A paralisia cerebral um complexo sintomtico, mais do que uma doena especfica. O consenso mais atualizado quanto definio, declara que paralisia cerebral um termo amplo que abrange um grupo de desordens com comprometimento motor, no progressivo, mas sujeitas a mudanas, secundrias a leses ou anomalias do crebro, que originam nos estgios precoces de seu desenvolvimento (Ratliffe, 2002). Sequela de uma agresso enceflica, que se caracteriza, primordialmente, por um transtorno persistente, mas no varivel do tnus, da postura e do movimento, que aparece na primeira infncia e que no s diretamente secundrio e esta leso no evolutiva do encfalo, seno devido, tambm, a influncia que tal leso exerce na maturao neurolgica (Rotta, 2002). A paralisia cerebral caracteriza-se por uma incapacidade ligada ao tnus e a postura tendo essas alteraes ocorridas nos perodos: pr-natal, perinatal ou ps-natal levando o desenvolvimento motor de um portador de paralisia cerebral a apresentar diferenciaes em relao ao desenvolvimento motor normal (Menezes et alii., 2005). A paralisia cerebral, tambm chamada de encefalopatia crnica no progressiva da infncia, foi definida em 1959, como sendo um transtorno da postura quando do movimento da criana, permanente, mas no imutvel resultante de uma desordem no encfalo no progressiva, ocorrendo no perodo pr-natal, perinatal ou ps-natal (at os primeiros dois anos de vida) afetando o encfalo na fase de maturao estrutural e funcional, podendo comprometer o processo de aquisio das habilidades motoras (Peixoto et al., 2004). Segundo Baroni (1999), a paralisia cerebral pode afetar o desenvolvimento psicomotor, por sua vez, interferindo na maturao normal do crebro, causando alterao no desenvolvimento motor devido presena de esquemas anormais de atitude e movimento estereotipados, em funo da persistncia de reflexos primitivos que a criana incapaz de inibir, desta forma toda criana com paralisia cerebral ter um desenvolvimento motor normal. Embora a principal caracterstica da paralisia cerebral seja o dficit motor, frequentemente existe associao com um ou mais distrbios decorrentes da leso neurolgica, tais como: convulses, dficit cognitivo, dficit auditivo, alteraes visuais, distrbios de linguagem e10

deglutio, alteraes nos sistema cardiorrespiratrio e gastrintestinal, dentre outras. Os distrbios associados interferem na funo e evoluo motora da criana, determinando modificaes no prognstico. As alteraes funcionais e estruturais implcitas na paralisia cerebral no permitiram a realizao harmnica para um movimento coordenado nas crianas acometidas (Brasileiro et al., 2006). A etiologia da paralisia cerebral multifatorial e geralmente no estabelecida, devido dificuldade de precisar a causa e o momento exato da leso (Grao et al., 2008). Sabe-se que os eventos que levem aos comprometimentos cerebrais, a diminuio de oxignio devido hipxia, ou seja, a diminuio da concentrao de oxignio no sangue e a isquemia que significa a diminuio da perfuso de sangue no crebro (Rotta, 2002). As causas podem ser: Pr-natais Genticas, Vrus: herpes, citomegalovrus, rubola, Infeces: toxoplasmose, Frmacos e Drogas: lcool, frmacos prescritos ou no com efeitos teratognicos. Peri-natais Prematuridade, Baixo peso ao nascimento, Ictercia grave, Hemorragia intraventricular, Desnutrio, Asfixia: trabalho de parto prolongado, apresentao de ndegas, prolapso de cordo umbilical. E Ps-natais Infeco, Trauma, Acidente de automvel, Espancamento infantil, Sndrome do beb sacudido, Asfixia, Traumatismo craniano, Quase afogamento, Parada cardaca, Acidente vascular cerebral, Tumor cerebral, Exposio ao chumbo, Trombose e Anemia falciforme (Sarmento, 2002). Segundo Leite et al., (2004) o diagnstico da paralisia cerebral usualmente envolve retardo ou atraso no desenvolvimento motor, persistncia de reflexos primitivos, presena de reflexos anormais e o fracasso do desenvolvimento dos reflexos protetores, tal como a resposta de pra-quedas, caracterizada pela extenso dos braos como se a criana fosse apoiar-se e com isso apoio do corpo sobre os braos. A incidncia no Brasil de aproximadamente de 30.000 a 40.000 novos casos por ano e em relao ao mundo a incidncia de casos de paralisia cerebral na populao de dois a cada mil nascidos vivos, sendo que em pases em desenvolvimento chega a sete por mil nascidos vivos (Mancini et al. apud Arroyo et al., 2007). A incidncia das moderadas e severas est entre 1,5 e 2,5 por 1000 nascidos vivos nos pases desenvolvidos; mas h relatos de incidncia geral, incluindo todas as formas de 7:1000 (Leite et al., 2004). Segundo Behrman et al., (2004) usam-se dois sistemas de classificao para descrever as manifestaes clnicas da paralisia cerebral, podendo a mesma ser classificada de acordo com a sua distribuio onde se identifica pela localizao do envolvimento musculoesqueltico. E tambm de acordo com o tipo fisiolgico que identifica as formas de deficincia motora, incluindo anormalidades dos movimentos e do tnus muscular. Segundo Tecklin (2002), a classificao por distribuio da paralisia cerebral pode ser dividida em: monoplegia que acomete somente uma extremidade corporal, diplegia que possui envolvimento de ambas as extremidades inferiores, triplegia acometendo os dois membroswww.fisiobrasil.com.br Ano 14 - Edio n 101 - Maro de 2011

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inferiores e um membro superior, tetraplegia onde ocorre envolvimento igual de extremidades superiores e inferiores, e hemiplegia que ocorre o envolvimento da extremidade superior e inferior de um hemicorpo. Na paralisia cerebral, os distrbios motores so tipicamente diferenciados e classificados na clnica de acordo com a parte comprometida do corpo, como as caractersticas clnicas do tnus muscular e com os movimentos involuntrios (Ferreira et al., 2006). Segundo Shepherd (2006) a outra classificao adotada de acordo com o tipo fisiolgico so as: sndromes discinticas, sndromes atxicas, sndromes mistas, sndromes hipotnicas e sndromes espsticas. Onde iremos abordar somente a sndrome espstica. As sndromes espsticas ocorrem quando a leso est localizada na rea responsvel pelo incio dos movimentos voluntrios, trato piramidal, onde o tnus muscular aumentado, isto , os msculos so tensos e os reflexos tendinosos so exacerbados. Esta condio chamada de paralisia cerebral espstica (Carmo, 2005). Conforme Rotta (2002) essa a forma mais frequente. Na criana espstica, existe um comprometimento do sistema piramidal, com a hipertonia nos msculos. caracterizado pela seco do motoneurnio superior no crtex ou nas vias que terminam na medula espinhal. A espasticidade aumenta com a tentativa da criana em executar movimentos, o que faz com que estes sejam bruscos, lentos e anrquicos. Os movimentos so excessivos devido ao reflexo de estiramento estar exagerado (Hoffmann et alii., 2008). De acordo com Sathler (2004), a paralisia cerebral espstica pode gerar contraturas que se desenvolve em duas etapas. No primeiro estgio, observam-se as contraturas funcionais, que se evidenciam somente quando o paciente executa em movimento. Em repouso, a modalidade passiva e normal. Mais tarde, os grupos musculares, afetados por espasticidade, tornam-se curtos. Os dficits motores de origem piramidal costumam se acompanhar de hipertonia elstica, hiperreflexia profunda, abolio dos reflexos superficiais (cutneos abdominais, inverso do reflexo cutneo plantar (sinal de Babinsk)), alm de outros fenmenos como: clnus e sincinesiais. Dependendo da sede da leso, vrios tipos de comprometimentos motores podem ser encontrados, como por exemplo, a hemiplegia, paraplegia, tetraplegia, monoplegia e diplegia (Almeida, 2005). De acordo com Formiga et alii., (2004) a interveno fisioteraputica considerada precoce quando iniciada antes que os padres de posturas e movimentos anormais tenham sido instalados, sendo esses os primeiros quatro meses de idade, sendo assim a poca ideal de se iniciar o tratamento. A fisioterapia tem por objetivo recuperar as capacidades funcionais perdidas e reintegrar o indivduo o mais precocemente sociedade, atravs de suas tcnicas de inibio de atividades reflexas patolgicas para normalizao do tnus e facilitao normal, melhorando assim a sua flexibilidade (Segura et alii., 2007 e Albuquerque, 2006). As metas de um programa de reabilitao so reduzir a incapacidade e aperfeioar a funo. Atualmente, no h

evidncias suficientes que indiquem que as tcnicas de facilitao e inibio, ou as tcnicas de facilitao neuromuscular proprioceptiva so superiores umas s outras e os exerccios tradicionais menos custosos (Rotta, 2002). Sendo assim, os alongamentos msculo-tendinosos, devem ser lentos e realizados diariamente para manter a ADM e reduzir o tnus muscular. Exerccios frente grande resistncia podem ser teis para fortalecer msculos dbeis, mas devem ser evitados nos casos de pacientes com leses centrais, pois nestes se reforaro as reaes tnicas anormais j existentes e consequentemente aumentar a espasticidade (Schwartzman, 2004). Como na paralisia cerebral ns s poderemos tratar as alteraes musculares, que so a consequncia e no a causa da doena, o objetivo final do tratamento ortopdico a melhora da funo motora da criana para que ela possa desempenhar cada vez melhor suas atividades fsicas. O tratamento fisioteraputico tem como objetivos gerais: promover experincias normais de desenvolvimento, reduzir o reforo ativo de padres de movimento e posies anormais, diminuir deformidades msculo-esquelticas congnitas e contraturas articulares adquiridas (Miller et al., 2002). Os objetivos especficos so: modular o tnus, minimizar contraturas e deformidades, melhorar o equilbrio, melhorar a marcha; melhorar as capacidades respiratrias e aerbicas, melhorar circulao perifrica, melhor a funo; Favorecer benefcios psicolgicos e normalizar os movimentos, restabelecendo e estimulando as reaes de endireitamento, reeducando os padres centralizados dos movimentos (rotaes) e reeducando os padres recprocos dos movimentos (coordenao e ritmo); (Miller et al., 2002). Quanto aos recursos utilizados para o ganho desses objetivos, devem ser implementados de acordo com a avaliao e capacidade de cada paciente. Alongamento passivo, mobilizao passiva, hidroterapia, posicionamento adequado, tcnicas de Bobath, tm grandes efeitos e timos resultados para a correo e inibio dos padres patolgicos e melhora da qualidade de vida (Fernandes et alii., 2007). Vale ressaltar que a orientao aos pais deve ser enfatizada, uma vez que estes chegam para uma avaliao fisioterpica, vindos de muitos exames, muitos mdicos e geralmente com muita ansiedade e expectativa. Ele depara-se com situaes novas que nunca imaginaram passar. importante que sejam positivos e realistas (Rotta, 2002). O fisioterapeuta deve auxili-los a descobrir os aspectos positivos dos seus filhos e tambm a necessidade de sua participao no tratamento para que haja bons resultados. Muitas dvidas podero ser questionadas, mas a maior parte delas as respostas vir com mais facilidade no decorrer do tratamento, uma vez que cada criana uma criana, existe a capacidade de resposta do crebro e a capacidade de adaptao exclusiva de cada paciente (Miller et al., 2002). O mtodo Kabat foi iniciado com o Dr. Herman Kabat, um neurofisiologista e mdico, em meados da dcada de quarenta (Faraco, 2006). Primeiramente foi utilizado o

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termo Tcnica de Facilitao Proprioceptiva e Reabilitao neuromuscular; atualmente chamada de Facilitao Neuromuscular Proprioceptiva (FNP) (Carvalho et alii., 2008). FNP: Facilitao todo processo que acelera uma resposta. Neurologicamente falando significa diminuir o limiar de excitabilidade. Neuromuscular o movimento envolve o msculo e sua unidade motora correspondente. Proprioceptiva baseia-se na estimulao dos proprioceptores, como os fusos neuromusculares, rgos neurotendneos de Golgi, etc. (Cilento, 2009). A facilitao neuromuscular proprioceptiva incorpora padres funcionais de movimento, baseados em movimentos normais, que so em espirais e diagonais (OSullivan et al., 2004). A facilitao neuromuscular proprioceptiva pode assim ser definida como um mtodo que promove ou acelera o mecanismo neuromuscular atravs da estimulao dos proprioceptores. mais que uma tcnica uma filosofia de tratamento cuja base que todos os seres humanos, incluindo aqueles com incapacidades, desencadeiam o potencial neuromuscular existente. No desenvolvimento das tcnicas de facilitao neuromuscular proprioceptiva, a resistncia mxima em toda a amplitude de movimento enfatizada, usando combinaes de movimento relacionadas com os padres de movimentos primitivos e reflexos posturais e de endireitamento. Essas combinaes de movimentos incluem contraes isomtricas, concntricas e excntricas, junto com movimento passivo (Dalfovo et al, 2005). O mtodo Kabat trabalha com a facilitao neuromuscular proprioceptiva, tendo como princpios bsicos, o enfoque teraputico sendo sempre positivo, reforando e utilizando o que o paciente pode fazer, em nvel fsico e psicolgico, facilitar com que o paciente alcance o seu mais alto nvel funcional e por fim tendo uma abordagem global, pois cada tratamento direcionado para o ser humano como um todo e no para um problema especfico (Adler et alii., 1999). O Mtodo Kabat de Facilitao Neuromuscular Proprioceptiva considerado, alm de tcnica teraputica, uma filosofia de tratamento cujo principal objetivo explorar a maior potencialidade existente no corpo humano, onde se utiliza os componentes neuromotores ntegros na recuperao dos componentes patolgicos. Por suas tcnicas, o trabalho neuromuscular incrementado atravs de estmulos proprioceptivos, e como resultados encontram-se ganhos de coordenao, equilbrio e qualidade de ativao muscular, dentre outros (Pin et alii, 2010). De acordo com Cerini (2006), os objetivos da aplicao dos princpios de Kabat so: o aumento da amplitude de movimento, melhora da estabilidade, direcionamento de um movimento ativo por meio da introduo de resistncia ideal, da maneira correta, estimulao dos movimentos coordenados por meio de sincronizao correta dos estmulos e ampliao da resistncia. Segundo Reichel (1998) atravs das tcnicas de facilitao neuromuscular proprioceptiva, a funo motora do paciente deve ser corrigida pela via neuromuscular e

por meio da estimulao dos receptores localizados nas articulaes, nos tendes e nos msculos. Os padres de facilitao neuromuscular proprioceptiva so descritos em diagonais preestabelecidas; baseiam-se, em primeira instncia, no entrelaamento muscular das diagonais em espiral do aparelho locomotor. As diagonais encontram-se no ponto funcional mediano do corpo. Por meio da projeo de paralelas, cada articulao proximal produz duas diagonais. Para que essa tcnica apresente bons resultados, necessrio que alguns princpios sejam seguidos. Como resistncia, contato manual, irradiao e reforo, posio corporal e biomecnica, comando verbal, estmulo visual, trao e aproximao, sincronizao de movimentos, estiramentos, e padres de facilitao. A resistncia usada no tratamento para: facilitar a habilidade do msculo em se contrair, aumentar o controle motor, ajudar o paciente a adquirir conscincia dos movimentos e aumentar a fora muscular. A quantidade de resistncia aplicada durante uma atividade deve estar de acordo com as condies do paciente e com os objetivos da atividade. Quando uma contrao muscular resistida, ocorre aumento da resposta do msculo estimulao cortical. A tenso muscular ativa, provocada pela resistncia a facilitao proprioceptiva mais eficaz. A magnitude dessa facilitao est relacionada diretamente com a quantidade de resistncia. Os reflexos proprioceptivos dos msculos em contrao aumentam respostas dos msculos sinrgicos da mesma articulao e dos sinrgicos associados s articulaes proximais. A facilitao pode difundir-se de proximal para distal ou de distal para proximal. Antagonistas dos msculos facilitados so geralmente inibidos. A aplicao da resistncia depender do tipo de contrao muscular a ser resistido (Cerini, 2006). O contato manual a aplicao das mos do terapeuta sobre a pele do paciente para dirigir, guiar, controlar e resistir ao movimento. Fisiologicamente vai estimular os exteroceptores da pele e receptores de presso, atravs do contato nas reas onde os msculos iro trabalhar para assim poder orientar a direo do movimento (Cilento, 2009). A resistncia aplicada de forma apropriada resulta em irradiao e reforo. Defini-se irradiao como a deflagrao da resposta ao estmulo. Esta resposta pode ser vista como aumento da facilitao (contrao) ou inibio (relaxamento) nos msculos sinrgicos e padres de movimento. A resposta aumenta na medida em que o estmulo aumenta em intensidade ou durao. Reforo aumentar a fora adicionando estmulo novo. O terapeuta direciona o reforo para os msculos fracos pela quantidade de resistncia aplicada nos msculos fortes. Aumentar a quantidade de resistncia resultar em aumento da quantidade e da extenso da resposta muscular. Modificar o movimento que est sendo resistido ou a posio do paciente tambm afetar os resultados (Cerini, 2006). Em relao posio corporal e biomecnica, o corpo do terapeuta deve estar em linha com o movimento desejado ou com a fora. A resistncia advm do corpo dowww.fisiobrasil.com.br Ano 14 - Edio n 101 - Maro de 2011

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terapeuta, enquanto suas mos e seus braos se mantm relativamente relaxados (Brito, 2005). O comando verbal diz ao paciente o que fazer e quando fazer. O terapeuta deve ter sempre em mente que o comando est sendo dado para o paciente e no para a parte do corpo que est sendo tratada. As instrues preparatrias precisam ser claras e concisas, sem palavras desnecessrias. Devem ser combinadas com o movimento passivo, para ensinar ao paciente o movimento desejado. A sincronia do comando importante quando o reflexo de estiramento utilizado. O comando inicial deve ocorrer imediatamente antes do reflexo, para coordenar a tentativa consciente do paciente com a resposta reflexa. O comando de ao deve ser repetido para estimular o aumento do empenho ou para redirecionar o movimento. O comando divido em trs partes: preparao prepara o paciente para a ao; ao diz ao paciente para comear a ao; correo orienta o paciente como corrigir ou modificar a ao (Kisner et al., 2005). O estmulo visual ajuda o paciente a controlar e corrigir sua posio e seu movimento. Mover os olhos influenciar tanto no movimento da cabea quanto no do corpo. O feedback fornecido pelo sistema sensorial da viso pode promover uma contrao muscular mais potente. O contato ocular entre o terapeuta e o paciente tambm fornece outra via de comunicao e assegura uma interao cooperativa (Brito, 2005). Trao o afastamento manual das superfcies articulares. Estimulam-se fisiologicamente os receptores ligamentares que so de reaes rpidas. Relaciona-se principalmente com a promoo do movimento ou quando a ao da gravidade precisa ser eliminada. Uma trao manual mantida durante um encurtamento muscular concntrico mantm a facilitao dos fusos musculares, aumentando assim a resposta motora. Aproximao uma compresso manual das superfcies articulares. Estimulam-se fisiologicamente os receptores capsulares e sinoviais, que so de respostas e reaes mais lentas. Promove estabilidade e sustentao postural (Cilento, 2009). Sincronizao a sequncia dos movimentos. O movimento normal requer uma seqncia suave de atividades e sendo movimento coordenado depende de um sincronismo preciso desta seqncia. A atividade funcional requer um movimento coordenado e contnuo at que seu objetivo seja alcanado. A sincronizao normal dos movimentos mais coordenados e eficientes ocorre de distal para proximal (Cerini, 2006). Estiramento o mximo alongamento dos componentes musculares principais do padro. a posio de partida do padro, onde se devem respeitar principalmente os componentes rotatrios. Fisiologicamente estimulamos os fusos neuromusculares e os rgos neurotendneos de Golgi, e funcionalmente favorecemos uma boa contrao muscular (Cilento, 2009). Os padres de facilitao do movimento funcional normal so compostos por padres de movimento em massa dos membros e dos msculos sinrgicos do tronco. O crtex motor produz e organiza tais padres de movimento e o indivduo no pode, voluntariamente, deixar umwww.fisiobrasil.com.br Ano 14 - Edio n 101 - Maro de 2011

msculo fora do padro de movimento ao qual pertence. Isto no significa que no se podem contrair os msculos individualmente, mas nossos movimentos mais discretos originam-se de padres em massa. As combinaes dos msculos sinrgicos formam os padres de facilitao em kabat. Os padres de facilitao neuromuscular proprioceptiva combinam movimentos nos trs planos: plano sagital flexo e extenso; plano frontal ou coronal abduo e aduo dos membros ou flexo lateral da coluna; plano transversal rotao interna e externa (Tabela 01 em anexo) (Figura de 01 a 08 em anexo) (Cerini, 2006). Essa tcnica se baseia em exerccios teraputicos utilizando diversos mecanismos facilitadores, com a finalidade de promover e/ou melhorar a contrao muscular, a coordenao, o equilbrio e o relaxamento muscular (Costoso et alii, 2003). A coordenao encorajada por meio de seqncias temporais de contrao muscular no sentido distal-proximal. A cooperao da criana necessria para que ela se beneficie plenamente da abordagem. interessante que o mesmo Dr. Mead, que questionou a nossa crena na doutrina neurofisiolgica, escreveu, no prefcio da terceira edio do livro proprioceptive neuromuscular facilitation, que nossa tentativa de explic-la (FNP), utilizando a neurofisiologia no estgio atual, pode ser drasticamente modificada por futuras descobertas, mas a facilitao neuromuscular proprioceptiva realmente funciona... (Effegen, 2007). Concluso Como na paralisia cerebral espstica devem-se tratar somente as alteraes musculares, que so as conseqncias e no a causa da doena. Foi comprovado que o mtodo Kabat (facilitao neuromuscular proprioceptiva) baseia-se em exerccios utilizando vrios mecanismos facilitadores. Promovendo assim a contrao muscular, a coordenao, o equilbrio e o relaxamento muscular. J que na paralisia cerebral podem-se gerar contraturas, sendo elas funcionais ou de repouso. O tratamento por facilitao neuromuscular proprioceptiva baseado na idia de que todos os seres humanos iniciam uma resposta de acordo com a demanda; que os movimentos precisam ser especficos e diretos para se alcanar um objetivo; que a atividade necessria para o melhor desenvolvimento da coordenao, fora muscular e resistncia; e que uma cooperao mais forte faz alcanar o objetivo da funo tima. Diante da pesquisa levantada pode-se perceber a existncia de literaturas, tanto nacional como internacional, elucidando sobre a temtica proposta que atendia a metodologia. Onde evidencia com explicaes cientficas, a base neurofisiolgica e a eficincia do tratamento da paralisia cerebral espstica com a utilizao do mtodo Kabat que combina um trabalho de coordenao, fora e resistncia para ganho funcional de um determinado segmento. Porm fica a sugesto de que se realizem estudos de casos na rea para uma melhor evidncia sobre a tcnica utilizada.

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Drenagem linftica como recurso teraputico no tratamento do fibro edema gelide

Autores: Francirleyde Paulina de Figueiredo Graduanda em Bacharel em Fisioterapia pela Faculdade Cathedral em Boa Vista RR. [email protected] Av.Monte Castelo N204-Bairro 13 de Setembro, Boa Vista- RR Honyane de Almeida Silva Graduanda em Bacharel em Fisioterapia pela Faculdade Cathedral em Boa Vista RR. [email protected] Maria do Socorro Porto de Lima Professora orientadora. Especialista em Fisioterapia Hospitalar pela Universidade Catlica de Gois Atualizado em: 22 de novembro de 2010.

Resumo O fibro edema gelide (FEG), uma alterao da topografia da pele que ocorre sobre a regio plvica, membros inferiores e abdmen. caraterizado por um estofado ou aparncia de casca de laranja. Etimologicamente, definido como um distrbio metablico localizado no tecido subcutneo que provoca uma alterao na forma do corpo feminino. Alm de ser desagradvel aos olhos do ponto de vista esttico, tal afeco ocasiona problemas de ordem psicossocial, originados pela cobrana dos padres estticos dos dias atuais; pode ainda, acarretar problemas lgicos nas zonas acometidas e diminuio das atividades funcionais. O objetivo desta pesquisa foi constatar a eficcia da drenagem linftica como recurso teraputico no tratamento do fibro edema gelide (celulite). A presente pesquisa trata ainda de uma reviso bibliogrfica sobre o tema. Palavras-chave: Fibro Edema Gelide. Alterao. Esttico. Drenagem Linftica.

Abstract The fiber edema geloid (EGF) is a change in the topography of the skin that occurs on the pelvis, legs and abdomen. It is characterized by the appearance of a padded or orange peel. Etymologically, it is defined as a metabolic disorder located in the subcutaneous tissue that causes a change in the shape of the female body. Besides being unpleasant to the eyes of the aesthetic point of view, this disease leads to psychosocial problems, caused by charging the aesthetic standards of today, may also lead to problems in areas affected nociceptive and decrease in functional activities. The objective of this research was to see the efficiency of lymphatic drainage as a therapeutic in the treatment of fibro geloid edema (cellulitis). This research is also a literature review on the subject. Wordkeys: Fibro Edema Geloid. Amendment. Aesthetic. Lymphatic Drainage.

Drenagem linftica como recurso teraputico no tratamento do fibro edema gelide

Introduo Diversos so os distrbios que afetam a populao principalmente feminina, dentre eles o fibro edema gelide (FEG). um dos mais frequentes e relevantes, pois alm de esteticamente desagradvel, diminui a autoestima e pode causar algias nas zonas acometidas. A fisioterapia vem ampliando cada vez suas reas de atuao, visando sempre o equilbrio entre sade fsica e qualidade de vida. A fisioterapia dermato-funcional uma rea recente que busca fornecer embasamento cientfico aos tratamentos que eram tidos como empricos. O fisioterapeuta, por sua vez, dispe de meios fsicos e tcnicas teraputicas como eletroterapia, tcnicas manuais, cinesioterapia, cosmetologia, capazes de tratar efetivamente diversas patologias clnicas e estticas com conhecimentos relevantes de anatomia, fisiologia, patologia. Homens e mulheres buscam o novo padro imposto sociedade contempornea, corpo esguio, malhados como deuses gregos. H tambm aqueles que no se importam com a beleza fsica apenas, mas com seu bem-estar fsico, emocional. Os tratamentos estticos, alvo de grande procura na sociedade atual, so cada vez mais procurados em especial pelas mulheres. As mulheres modernas querem resultados imediatos; atividades fsicas localizadas para glteos, abdmen, pernas, treinamento de musculao personalizado, aulas relmpagos de step e dana, ciclismo indoor, natao dentre outras so as mais procuradas em academias. O objetivo desta pesquisa foi reunir atravs de uma reviso bibliogrfica informaes sobre a drenagem linftica como recurso teraputico no tratamento do FEG, tcnica de manobras usada na estimulao da circulao linftica que ajuda o corpo a eliminar toxinas e na nutrio dos tecidos. Metodologia Esta pesquisa d nfase a uma abordagem qualitativa a qual considera a interpretao dos acontecimentos inusitados e a atribuio de significados indispensveis no processo da mesma. Quanto aos procedimentos tcnicos, trata-se de uma reviso bibliogrfica elaborada a partir de material j publicado, constitudo principalmente de artigos peridicos, livros, e atualmente, com material disponibilizado na internet, no acervo da biblioteca da Faculdades Cathedral de Ensino Superior, Boa Vista-RR, sobre a drenagem linftica como recurso teraputico no tratamento do FEG, referente aos anos de 2000 a 2009. Tendo em vista a escassez de material disponibilizado na internet e livros, foram adotados artigos recentes e relevantes sobre o tema. A coleta dos dados decorreu aproximadamente no perodo de um ms e quinze dias. Referencial Terico A drenagem linftica uma forma especial de massagem destinada a melhorar as funes essenciais do sistema linftico por meio de manobras precisas, leves,www.fisiobrasil.com.br Ano 14 - Edio n 101 - Maro de 2011

suaves, lentas e rtmicas, que obedecem o trajeto do sistema linftico superficial (MOTTA, 2005). A tcnica original foi desenvolvida nos anos de 1920 1930 pelo casal dinamarqus Emil e Estrid Vodder. A partir do trabalho experimental deste casal, outros pesquisadores, tais como, Fldi e Kuhnke (Alemanha), Cashley-Smith (Austrlia) e Leduc (Blgica), desenvolveram a base cientfica da tcnica e criaram-se linhas de trabalho dentro da Drenagem Linftica Manual. A diferena entre Vodder e Leduc est no tipo de movimento usado. Os movimentos de Vodder so combinados, so amplos e passivos; j Leduc, prope que a drenagem seja utilizada em protocolos de tratamentos de algumas doenas, sendo que seus movimentos so mais restritos comparados aos de Vodder. Eles observaram que os linfonodos da regio cervical aumentavam de tamanho quando a maioria das pessoas apresentava quadro de gripes crnicas e assim a drenagem linftica Manual tornou-se, ento, um dos pilares no tratamento de linfedemas (LISSARASSA, 2009). Segundo Godoy e Godoy (2004), os estudiosos comearam a aplicar nessas pessoas determinados movimentos de estimulao fsica (massagem) e observaram uma melhora no quadro, e foi a partir dessas observaes que desenvolveram a tcnica de drenagem linftica manual. Em 1936, a tcnica foi publicada em Paris e vrios grupos passaram a incorporar esses conceitos. Um dos primeiros mdicos enfatiza Godoy e Godoy (2004), que acreditou na tcnica e incorporou em tratamentos de algumas patologias foi Asdonk. A drenagem linftica de grande importncia no tratamento do fibro edema gelide (FEG), diante do quadro de estase sangunea e linftica. Essa tcnica consiste em captar o lquido intersticial excedente que originou o edema e evacu-lo em direo aos corredores de reserva ganglionares, mantendo, dessa forma, o equilbrio hdrico dos espaos intersticiais. (GUIRRO. GUIRRO, 2002; PARIENTI, 2001; LEDUC. LEDUC, 2000 apud SILVA 2007). Segundo Borges (2006), a drenagem linftica pode melhorar a tonicidade tissular e aumentar o transporte de metablitos, promovendo um maior turgor da pele e tambm pode ajudar no transporte de microestruturas, retornando ao seu estado inicial ou otimizando este estado. Segundo Lissarassa (2009), atualmente a drenagem linftica uma massagem que est sendo utilizada para fins estticos, pois atua liberando os acmulos localizados que resultam em celulites e gorduras localizadas e at mesmo em problemas de m circulao. So movimentos circulares, extremamente suaves devido fragilidade dos capilares linfticos que tendem a se romper caso haja muita presso. As compresses so feitas suavemente nos pontos de acmulo onde esto os linfonodos: virilha, axila, pescoo e abdmen. No caso da celulite, alm desses pontos, so massageadas tambm as reas afetadas como pernas e glteos. indicada nos seguintes casos: Problemas circulatrios, varizes, pr e ps-operatrios, seqelas ou patologias que envolvem as reas de angiologia, oncologia, ortopedia e traumatologia, reumatologia, ginecologia e obstetrcia, reduo de edema na tenso

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pr-menstrual, sensao de cansao em membros inferiores, dores musculares e para relaxamento muscular, tanto facial como corporal, melhora do aspecto da face, preveno de olheiras, marcas de expresso, edemas palpebrais e sempre que se desejar aumento do retorno do linftico. Tem como contra-indicao: Infeces agudas; insuficincia cardaca descompensada; flebites; tromboses; tromboflebites; sndrome de seno carotdeo; hipertenso; certos tipos de afeces da pele; cncer, asma brnquica e bronquite asmtica; hipertiroidismo; parte do corpo inchada, dolorida, avermelhada, sensao de mal-estar. Leduc e Leduc (2000) descrevem as manobras especificas de drenagem linftica. Crculos com os dedos (sem o polegar): Os crculos com os dedos so movimentos circulares concntricos efetuados deprimindo levemente a pele e deslocando-se em direo ao plano profundo. A presso exercida durante essa manobra suave e progressiva. Os crculos com os dedos so realizados vrias vezes consecutivas no local. A mo se desloca sem frico. O movimento caracterizado por vai-e-vem de abdues e adues do ombro, com o cotovelo flexionado, realizando, no nvel da mo, uma sucesso de pronaes e supinaes. Crculos com o polegar: O polegar, com os outros dedos podem participar de manobras especficas de drenagem. Sua excelente mobilidade lhe permite adapta-se aos relevos para, em seguida, deprimi-los. As presses crescentes e decrescentes so orientadas no sentido da drenagem local. Movimento combinado: a associao dos crculos com os dedos e dos crculos com o polegar. Enquanto os dedos realizam os movimentos de crculos sem o polegar, o polegar realiza o movimento circular oposto o no mesmo sentido que os movimentos dos outros dedos. A manobra de drenagem assemelha ao ato de ptrissage (trabalhar uma massa). As presses em bracelete: As mos envolvem o segmento a ser drenado e as presses so intermitentes, ou seja, a cada fase de presso sucede uma fase de relaxamento. A drenagem manual dos gnglios linfticos: realizada com a mesma suavidade e prudncia que as das vias linfticas. A mo entra em contato com a pele por intermdio do indicador. A mo repousa sobre a pele do paciente, deprimi-a e estira-a no sentido proximal. Os dedos encontram-se perpendiculares s direes de evacuao dos gnglios, isto , aos vasos eferentes. Para Horbe (2000), o FEG uma alterao genuna e locorregional do panculo adiposo subcutneo, determinante do formato corporal caracterstico da mulher, com perda do equilbrio histofisiolgico local e que atinge principalmente a regio dos quadris e coxas. O FEG inicia com um aumento de lquido dentro do adipcito, com conseqente mudana no seu pH e alteraes nas trocas metablicas. O adipcito comprime as clulas nervosas provocando dor palpao e devido ao aumento de tamanho ocorre a distenso do tecido conjuntivo com perda da elasticidade. O organismo responde a essas alteraes

formando tramas de colgeno que tentam encapsular todo o extravasamento do adipcito. Formam-se assim, os ndulos, que desenvolvem o aspecto em casca de laranja. Weimann (2004) definem a celulite dermatose de coxas e ndegas, antiesttica que afeta a epiderme, a derme e a hipoderme, com mecanismos patognicos iguais. De acordo com Silva (2007), o FEG uma infiltrao edematosa do tecido conjuntivo subcutneo no-inflamatrio, seguido de polimerizao da substncia fundamental, que se infiltrando nas tramas produz uma reao fibrtica consecutiva. No caso das cirurgias, principalmente as plsticas e mais especificamente as lipoaspiraes, os mdicos recomendam o tratamento porque quando o corpo sofre uma leso tecidual pelos mtodos cirrgicos, fica inchado. Uma parte deste lquido retido produzida pelo prprio organismo para sanar a inflamao causada e cicatrizar a regio, e outra decorrente do soro e xilocana injetados durante a operao para que o paciente no sangre muito. Sendo assim, a drenagem tem como funo abstrair o lquido do corpo atravs da massagem porque seno for retirado, ele cristaliza deixando a pessoa com aspecto feio e com ndulos duros que por vezes, so confundidos com gordura e o tratamento de ps-operatrio faz com que o perodo de recuperao seja muito mais rpido, evitando longas limitaes. Um dos efeitos da drenagem linftica manual sobre a pele a melhora da textura e elasticidade, provavelmente em conseqncia da melhor oxigenao e nutrio celular, melhora a capacidade linftica, visando o restabelecimento da corrente circulatria perifrica da leso, a fim manter o edema nas propores mais discretas possveis, elimina os resduos metablicos, diminui aderncias e amolece os tecidos. Apesar de ser um mtodo leve, suave e superficial a drenagem linftica manual possui algumas precaues e restries quanto ao seu uso, totais em alguns casos e parciais para outros como distrbios do ritmo cardaco e acidentes cardacos recentes e hipertireoidismo. Segundo Guirro e Guirro (2002), a classificao do fibro edema gelide pode ser dividida em trs ou quatro, de acordo com as alteraes clnicas e histopatolgicas. Entretanto, a classificao em apenas trs graus, a qual apresenta as alteraes clnicas mais marcantes a classificao mais condizente com a anamnese de rotina nas clnicas. Gravena (2004) cita a classificao de Ulrich (1982) conforma a gravidade das leses teciduais que surgem em trs estgios: 1 Grau ou branda de aspecto visvel somente palpao ou sob contrao muscular voluntria, no tem fibrose, tem aspecto de casca de laranja. 2 Grau ou mdia de aspecto visvel em algumas regies apresenta fibroses sem predominncia. tambm visvel quando ocorre incidncia de luz lateralmente, nesse caso as margens so facilmente delimitadas. Pode ocorrer alterao de sensibilidade3 Grau ou grave h fibrose com predominncia, aspecto de casca de nozes, o paciente apresenta sensibilidade a dor aumentada. considerada por Ulrich (1982) como incurvel ainda que passvel de melhora, enquanto que a branda sempre curvel e a mdia, freqentemente curvel.www.fisiobrasil.com.br Ano 14 - Edio n 101 - Maro de 2011

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Drenagem linftica como recurso teraputico no tratamento do fibro edema gelide

Segundo Guirro e Guirro (2002), os estgios do FEG no totalmente delimitados, podendo ocorrer uma sobreposio de graus em uma mesma rea de uma mesma paciente. Segundo Guirro e Guirro (2004), o primeiro teste para reconhecer o FEG, consiste no teste de casca de laranja, onde se pressiona o tecido adiposo entre os dedos polegar e indicador ou entre as palmas das mos e a pele adquire uma aparncia rugosa, tipo de casca de laranja. O outro teste denominado teste de preenso (pinch test). Aps a preenso da pele juntamente com a tela subcutnea entre os dedos, promove-se um movimento de trao. Se a sensao dolorosa for mais incomoda do que o normal, este tambm um sinal de fibro edema gelide, onde j se encontra alterao da sensibilidade. Na palpao, segundo Silva (2007), encontramos quatro sinais clssicos, que so: o aumento da espessura celular subcutnea; da consistncia; da sensibilidade dor e diminuio da mobilidade por aderncia. A permetria auxilia na avaliao do FEG atravs de uma fita mtrica aplicada levemente sobre a superfcie cutnea, de forma a ficar justa, porm no apertada. Este procedimento evita a compresso cutnea que produz escores inferiores aos normais. (MOTTA, 2005). Segundo Guirro e Guirro (2002), a drenagem linftica acelera a liberao de toxinas armazenadas no nosso organismo, e a partir da que aparecem os benefcios da drenagem linftica na sade. Durante o tratamento da drenagem linftica, logo os benefcios sero notados, incluindo uma pele mais viva, um sistema imunitrio fortalecido e mais vitalidade e energia. Todos estes benefcios acabam por refletir em um aumento na sua energia e vitalidade, que influenciam a sua capacidade de cicatrizar, curar e fortalecer o seu corpo, aumento as suas defesas para doenas do futuro. Desta maneira o nosso corpo fica txico: medicamentos com ou sem prescrio mdica, dieta e alimentao desequilibrada, lcool, tabaco, stress, falta de exerccio fsico, ambiente poludo, doenas crnicas, a vida moderna. Os sinais e indicadores de toxicidade so: pouca energia, necessidade e apetite de acares, dependncia de estimulantes como os cigarros ou caf, mudanas de humor, depresso, m memria, aumento de peso, problemas na pele. Quando se inicia um tratamento de drenagem linftica ou uma drenagem linftica manual obtm-se vrios benefcios como j foi dito, incluindo uma pele mais viva, um sistema imunolgico fortalecido e mais vitalidade e energia. Todos estes benefcios acabam por ser um aumento na energia e vitalidade do corpo, que influenciam a sua capacidade de cicatrizar, curar e fortalecer o organismo, aumentando as suas defesas contra possveis doenas. Em um estudo de caso realizado por Pieri et all (2003), Com a inteno de verificar o grau de comprometimento do FEG e avaliar de modo geral a paciente foi utilizada uma ficha de avaliao proposta por Oenning, (2002). Para analisar os efeitos obtidos com a utilizao da drenagem linftica manual foram realizadas tcnicas especficas de drenagem, perimetria atravs de uma fita mtrica da marca Corrente, registro fotogrfico atravs da cmerawww.fisiobrasil.com.br Ano 14 - Edio n 101 - Maro de 2011

fotogrfica digital Olympus D380. Os instrumentos para a coleta de dados foram aplicados pela prpria pesquisadora, a coleta de dados foi realizada no perodo de 04 de setembro a 02 de outubro de 2003, na clnica escola de Fisioterapia da UNISUL em Tubaro/SC, de quatro a cinco vezes na semana, no perodo vespertino. Os atendimentos tinham a durao de, aproximadamente, 50 minutos cada somando um total de vinte atendimentos. Num primeiro momento, foram esclarecidos paciente os objetivos da pesquisa e assegurado seu sigilo e privacidade. A mesma assinou o termo de consentimento concordando em participar da pesquisa por livre e espontnea vontade Com o objetivo de verificar os efeitos da drenagem linftica manual sobre o FEG a regio alvo de estudo foi fotografada antes do tratamento proposto (pr-teste) e aps o 20 atendimento (ps-teste). Antes e depois dos atendimentos foi realizada a perimetria comparativa a partir da borda superior da patela (0cm, 5cm, 10cm, 20cm e 25cm). Foi estabelecido um protocolo de drenagem linftica manual baseado nas tcnicas tradicionais obedecendo a seguinte ordem: bombeamento dos linfonodos poplteos, inguinais, cisterna do quilo e paraesternais, deslizamento simples, deslizamento direcionado (safena), presso em bracelete, amassamento, bombeamento com deslizamento, deslizamento final e bombeamento final dos linfonodos inguinais, foram realizados cinco repeties de cada movimento. As manobras eram aplicadas na regio dos glteos e regio superior da coxa anterior e posteriormente. Aps dez atendimentos de aplicao da Drenagem linftica manual (primeira reavaliao), pode ser observado pouca melhora do quadro nas regies acometidas, importante ressaltar o fato de que neste dia a paciente encontrava-se em seu perodo menstrual, ocorrendo, provavelmente, uma reteno de lquidos. Ao trmino do vigsimo atendimento, observou-se uma reduo significativa no FEG grau 2 e uma melhora no FEG grau 3, com melhora do aspecto da pele e da temperatura nessas regies. Convm destacar que durante o tratamento, a paciente foi reavaliada no dcimo e vigsimo atendimento onde pode ser observado o controle de algumas variveis como: peso, IMC, alimentao e sedentarismo. A paciente manteve seus hbitos e dados fsicos, durante o tempo em que foi submetida drenagem linftica manual, inalterados ao se comparar com os dados preestabelecidos da primeira avaliao. Observou-se diminuio e melhora das microvarizes, porm no foi observado melhora das estrias atrficas ou das varizes. A paciente relatou diminuio significativa na sensao de peso e cansao dos MMII. Segundo Lima et all (2006), aps realizar um estudo de caso com 15 mulheres voluntrias que apresentavam as seguintes caractersticas: idade entre 18 a 27 anos; peso variando entre 49 a 77 Kg; altura de 1,50 1,74 m; apresentando grau tipo 2 de FEG; sedentrias; no apresentar contra-indicaes para a drenagem linftica manual. Foi realizada avaliao fisioteraputica que constou de: identificao; investigao sobre possveis patologias; uso de medicamentos; exame fsico; testes especficos. O exame

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fsico constou de: inspeo e palpao e perimetria. A inspeo foi realizada com as pacientes em posio ortosttica, com mnima roupa (para melhor visualizao), nas vistas posterior e laterais. As imagens foram registradas atravs de fotografias com cmera digital da marca CANON, modelo Power Shot A300, que foram repetidas aps 10 e 20 sesses para comparao. A palpao foi realizada com as pacientes em decbito dorsal, onde foram realizados os testes especficos: teste da casca de laranja e teste de preenso. A perimetria foi realizada atravs de fita mtrica da marca FIBER-GLASS, com as pacientes em posio ortosttica, em duas reas especficas: glteos e coxas, sendo que, para cada rea foram usados dois pontos como referncia, da seguinte maneira: Glteos: o pbis anteriormente e o ponto mais alto do glteo posteriormente; Coxas: 10 cm e 20 cm acima da regio suprapatelar. Com base em informaes da literatura foi feito o diagnstico; em seguida, as pacientes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido e foram submetidas ao protocolo de interveno fisioteraputica. Tal protocolo constou de tcnica de drenagem linftica manual baseada na tcnica de Leduc. A massagem foi realizada em toda a circunferncia das coxas acima da regio suprapatelar e nos glteos. Associamos tcnica de massagem a elevao dos membros inferiores, com apoio de cunha, para facilitar a drenagem. O tratamento foi realizado trs vezes por semana, perfazendo um total de vinte sesses, com durao de 50 minutos para cada sesso. A cada 10 sesses foram feitas reavaliaes das pacientes (incluindo inspeo, palpao, perimetria e fotografia). Os resultados obtido aps a realizao da aplicao do tratamento foram significativo atravs da perimetria na regio crural aps 20 sesses de tratamento. Entretanto na regio gltea obtiveram uma reduo significativa em 10 sesses de tratamento e aps 20 sesses no obtiveram valores to satisfatrios quanto perimetria crural. Discusso Guirro e Guirro (2002), afirma que o principal fator na obteno de um bom resultado teraputico, o correto diagnostico aliado escolha do melhor recurso para a terapia em questo. Segundo Gravena (2004), entende-se que a drenagem linftica pode trazer benefcios frente ao quadro de estase sangnea e linftica, pois promove analgesia, incremento na circulao sangnea e linftica, e aumento da maleabilidade tecidual. Para Guirro e Guirro (2002), a massagem no representa mais que um coadjuvante no tratamento do FEG, no devendo ser utilizada como recurso teraputico, devido etiologia multifatorial. Em um estudo de caso realizado por Lima et.all (2006), com 15 mulheres portadores de FEG, obteve-se diminuio significativa aps 20 sesses de tratamento, comprovando a eficcia da drenagem linftica. Entretanto, Pieri et al (2003), aps realizar um estudo

de caso com uma paciente que apresentava fibro edema gelide de grau 2 e 3, obteve resultado satisfatrio nos primeiros 10 atendimentos de aplicaes da drenagem linftica manual. Leduc e Leduc (2000) ressalta que, se aps uma dezena de sees da drenagem linftica manual no for observada nenhuma melhora objetiva, deve-se propor um outro tipo de tratamento. Concluso Cada vez mais fica evidente uma das formas de corrigir as alteraes observadas na superfcie da pele ser atravs de tecnologia capaz de atingir, com segurana, a derme profunda e o tecido adiposo superficial. Os profissionais da esttica sejam esteticistas, massoterapeutas e at mdicos e fisioterapeutas buscam cada vez mais especializaes na rea por reconhecer que h uma grande demanda pelos servios, dentre eles um dos mais procurados a cirurgia plstica por oferecer resultados praticamente imediatos. A fisioterapia dermato-funcional uma rea em constante evoluo e possui como objetivo principal, tratar ou prevenir com maior eficcia os distrbios relacionados beleza buscando a sade do paciente em todos os seus aspectos. A drenagem linftica vem demonstrando resultados significantes, no somente no tratamento do FEG, mas no que diz respeito a ps-operatrio de mastectomia, abdominoplastias, dermolipectomia e linfedemas traumticos. Mostra-se benfica atravs do aumento na formao da linfa e retorno mais eficaz, h um aumento proporcional do fluxo sangneo e conseqentemente melhor nutrio das clulas e irrigao dos tecidos, o que atuar diretamente nos tecidos congestionados prprio do FEG, e com a prtica freqente desta tcnica haver visivelmente uma melhora externa da pele. Acredita-se que existindo a colaborao do paciente em adotar uma dieta equilibrada acompanhada de exerccios regulares, resultaria no aumento dos benefcios de um determinado tratamento proposto, e principalmente contribuiria para a manuteno de um corpo mais saudvel e belo, proporcionando um significativo benefcio na qualidade de vida do paciente que tem a sua auto-estima aumentada. O presente trabalho buscou reunir dados bibliogrficos referente aplicabilidade da drenagem linftica com resultado satisfatrio no tratamento do FEG. A tcnica mostra - se eficaz na atenuao do aspecto desse distrbio principalmente quando estar associada a outras tcnicas. Referncias BORGES, Fbio. Dermato-funcional: modalidades teraputicas nas disfunes estticas. 1 Ed. So Paulo SP: Phorte, 2006. GRAVENA, P. B, Massagem de drenagem linftica no tratamento do fibro edema gelide em mulheres jovens.www.fisiobrasil.com.br Ano 14 - Edio n 101 - Maro de 2011

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Monografia do curso de fisioterapia UNIOESTE Paran - campus cascavel, 2004. Disponvel em< http://www. unioeste.br> Acesso em:09 out.2010 GODOY, J. M. P. GODOY, M. F. G. Drenagem linftica manual: uma nova abordagem. So Paulo SP: Lin Comunicaes, 2004. Disponvel em< http:// www.jvascbr.com. br> Acesso em:09 out.2010 GUIRRO, E. GUIRRO, R. Fisioterapia dermato-funcional. 3 ed. So Paulo SP: Manole, 2002. GUIRRO, E. GUIRRO, R. Fisioterapia dermato-funcional. Fundamentos, Recursos, Patologias 3 ed. Barueri, SP: Manole, 2004. HORBE, E. K. Esttica e clnica cirrgica. Rio de Janeiro RJ: Revinter, 2000. Disponvel em < http:// www.graziosi. com.br> Acesso em: 22 out 2010 LEDUC, Albert. LEDUC, Olivier. Drenagem linftica: teoria e prtica. 2 ed. Barueri SP: Manole, 2000. LIMA, F. W, SOUZA, C. F, PRADO, M. J, CARVALHO, A. R, A eficcia da drenagem linftica manual para o tratamento do fibro edema gelide (celulite) Estudo de caso. Faculdade de cincia da sade, So Jose 1 2/9/11 1:29 PM af_ANmeiapg_fisio_brasil_equipe.pdfdos campos SP 2006. Disponvel em< http:// www.inicepg.univap.br> Acesso em:09 out.2010

LISSARASSA, T. C. Drenagem linftica como promoo do bem estar e beleza fsica Trabalho de concluso de curso Florianpolis-SC, 2009 Disponvel em Acesso em: 11 out.2010 MOTTA, M. M. G, Drenagem linftica manual e ultra som no tratamento do fibro edema gelide em regio gltea estudo de caso. Faculdade Assis gurgacz FAG: Cascavel, 2005. Disponvel em< http:// www.fag.edu.br > Acesso em: 18 out, 2010. PIERI, P.P. BRONGHOLI, K. A utilizao da drenagem linftica manual no tratamento do fibro edema gelide. Tubaro SC: 2003 Trabalho de concluso de curso (Graduao). Curso de fisioterapia da UNISUL. Disponvel em< http:// www.fisio-tb.unisul.br> Acesso em:11 out, 2010 SILVA, E. C, FEITOSA, I.C, SANTOS, T.K, SOBRAL, F.P, Interveno fisioterapeutica no tratamento do fibro edema geloide.rev. fisioweb,2007.Disponivel em Acesso em:10 out.2010 WEIMANN, Luciane. Anlise da eficcia do ultra-som teraputico na reduo do fibro edema gelide. Cascavel PR: 2004. Monografia (Graduao). Curso de Fisioterapia, Universidade Estadual do Oeste do Paran. Disponvel em< http:// www.unioeste.br > Acesso em: 18 out, 2010.

O efeito do gel crioterpico no tratamento da lipodistrofia localizada

Autores: Evellin Santos Sacramento Acadmica do curso de Fisioterapia - Faculdade Social, Salvador, BA e-mail:[email protected] - Endereo: Avenida Gel, n82, Vasco da Gama - Contato: (71) 8219-0264 Brbara Luise Lopes da Silva Fisioterapeuta do Hospital Santo Antnio,Salvador,BA - Contato: (71) 8861-4222 - e-mail: [email protected] Revisado em 10 de novembro de 2010, enviado em 26 de novembro de 2010

Resumo O presente estudo buscou identificar o efeito do gel crioterpico no tratamento da lipodistrofia localizada. Foi realizado um estudo quantitativo, experimental e randomizado, desenvolvido no ambulatrio de fisioterapia dermato-funcional do hospital filantrpico em Salvador-Ba. Foi realizada uma avaliao prvia, com anamnese e mensurao da perimetria abdominal e do peso. Foi utilizada uma amostra de doze pacientes do sexo feminino, sendo seis do grupo controle e seis do grupo experimento. O grupo experimento foi submetido aplicao do gel crioterpico na regio abdominal, estando as pacientes em repouso, por 30 minutos, totalizando dez aplicaes com dias alternados. No grupo controle foi aplicado um placebo. Os resultados evidenciaram que todas as voluntrias do grupo experimento apresentaram alteraes na perimetria em regio abdominal, apesar efeito relao ao peso. Conclui-se que o gel crioterpico mostrou-se eficaz na reduo da perimetria abdominal, no havendo influncia no peso corporal. Palavras-Chave: Lipodistrofia localizada; crioterapia; gel crioterpico

Abstract This study sought to identify the effect of cryotherapy gel in the treatment of localized lipodystrophy. We conducted a quantitative study, and randomized trial, conducted in the physiotherapy clinic of dermato-functional charity hospital in Salvador, Bahia. We performed a preliminary assessment with history and measurement of abdominal girth and weight. A sample of twelve female patients, six in the control group and six in the experimental group. The experimental group underwent cryotherapy gel application in the abdominal region, with the patient at rest for 30 minutes, with applications totaling ten days. In the control group was administered a placebo. The results showed that all subjects in the experimental group showed changes in abdominal girth, although no significant difference in the weight. It is concluded that the gel cryotherapy was effective in reducing abdominal girth, there is no influence on body weight. Key-Words: Localized lipodystrophy, cryotherapy, cryotherapy gel

O efeito do gel crioterpico no tratamento da lipodistrofa localizada

Introduo O tecido adiposo um tipo de tecido conjuntivo que se caracteriza pela presena de clulas especializadas em armazenar lipdios, conhecida como adipcitos. considerado o principal reservatrio energtico do organismo, sendo capaz de remover cidos graxos da circulao para a sntese dos triglicerdeos. Existem duas variedades de tecido adiposo, que diferem entre si por caractersticas prprias de localizao, cor, estrutura celular, vascularizao e funes: o tecido adiposo multilocular e unilocular (CORREIA et alii, 2005). O tecido adiposo multilocular ou pardo, ao contrrio da gordura amarela, acumula lipdios na forma de vrias gotculas espalhadas pelo citoplasma. Outra caracterstica importante a sua abundncia em mitocndrias, fato que confere uma colorao parda ao tecido, alm de promover a produo de calor por essas clulas. Essa produo de calor favorece a regulao trmica dos indivduos recm - nascidos. No adulto, este tecido possui uma distribuio limitada, estando localizado em stios anatmicos caractersticos, como o mediastino, na aorta, ao redor dos rins, e no pescoo (CORREIA et alii, 2005). No tecido unilocular, tambm conhecido como tecido adiposo amarelo, os adipcitos armazenam os lipdios em uma gotcula nica, que ocupa quase todo o espao celular. Os adipcitos so sustentados por uma trama de fibras reticulares e envolvidos por uma rede vascular desenvolvida. As clulas adiposas contm enzimas para a sntese de triglicerdeos, que por sua vez acumulam-se dentro da clula no interior de uma nica cavidade. Por isso, o tecido adiposo dito unilocular. Praticamente, todo o tecido adiposo existente no homem do tipo unilocular, e representa o primeiro stio do metabolismo e armazenamento de gordura (ALEXANDRE et al., 2001). A lipognese (acmulo de gordura) ocorre em virtude do excesso de calorias ingeridas na dieta tanto sob a forma de lipdios, quanto de carboidratos e protenas, e esse excesso convertido em gordura . O acmulo de gordura nas clulas tambm est relacionada quantidade insuficiente de enzimas que est sendo produzida para a queima dessas gorduras. Sua localizao pode ser influenciada por seu bitipo, classificada como andride ou tipo masculino, e o ginecide ou tipo feminino, onde os homens obesos tendem a acumular excesso deste tecido, principalmente na regio abdominal, e mulheres na regio glteo-femorais. Essa distribuio da gordura subcutnea sugere a influncia dos hormnios sexuais na distribuio da gordura corporal e na modulao do metabolismo lipoprotico (PICOLINI et alii,2009). O processo pelo qual ocorre degradao ou hidrlise do triglicerdeos contidos nos adipcitos, liberando os cidos graxos e glicerol, denominado liplise (CORREIA et alii,2005). A liplise o processo contrrio da lipognese. A hidrlise de gorduras no nosso organismo realizada efetivamente pela enzima Monofosfato Cclico de Adenosina (AMPc), substncia liberada na clula adipcito por ao efetiva da mitocndria. Quando o sangue est com concenwww.fisiobrasil.com.br Ano 14 - Edio n 101 - Maro de 2011

trao de glicose abaixo do normal, ele recebe glicose do fgado resultante da quebra do glicognio. Os procedimentos para tratamento da gordura localizada podem ser orientados no sentido de aumentar a produo dessas enzimas para que ocorra maior combusto das gorduras acumuladas em excesso. Dentre os recursos teraputicos utilizados no tratamento da gordura ou lipodistrofia localizada, a crioterapia vem ganhando destaque. Esta capaz de produzir localmente uma reao termodinmica provocada pela combusto dos lipdeos. O mtodo foi criado na Frana e consiste, basicamente, na aplicao de um produto crioterpico (lquido ou gel) no local em que se quer a reduo da gordura, havendo um resfriamento do local, para que haja vasoconstrio e reduo da temperatura. Correia et alii. (2005), afirma, que a exposio ao frio representa uma situao fisiolgica, onde a diminuio da resposta lipoltica dos adipcitos s catecolaminas contrabalanada por um aumento na receptividade a outros hormnios lipolticos e ainda determina um aumento na atividade mitocondrial. So poucos os estudos sobre a atuao do gel crioterpico no tratamento da lipodistrofia localizada, ele consiste em uma forma de utilizao da crioterapia que tem ao lipoltica, reduzindo a temperatura, provocando o resfriamento e vasoconstrio e a consequente quebra da gordura local. Tem como contraindicao: utilizao no perodo menstrual e gestacional, hipertenso, hipotenso, crianas, pessoas sensveis a algum componente da frmula, sobre a pele irritada ou lesada. Dessa forma, essa pesquisa visa estudar o efeito do gel crioterpico no tratamento da lipodistrofia localizada, verificando se o mesmo interfere nas medidas das circunferncias da regio abdominal e se h alterao do peso das pacientes submetidas ao estudo. Metodologia Trata-se de um estudo quantitativo, experimental e randomizado, realizado no ambulatrio de Fisioterapia Dermato-Funcional do Hospital Santo Antnio em Salvador-Ba no perodo de fevereiro abril de 2010. Foi aprovado pelo Comit de tica e Pesquisa da Associao Obras Sociais Irm Dulce (AOSID) com protocolo 81/09. Os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e esclarecido. A amostra de convenincia foi constituda por indivduos do sexo feminino, na faixa etria dos 20 aos 35 anos, voluntrios, cuja queixa principal fosse lipodistrofia localizada em abdme. Foram excludos do estudo pacientes com doenas de pele, alergia aos componentes do gel crioterpico, intolerncia ao frio, histrico de gastrite ou tumores malignos em abdome, gestantes e as que realizavam atividade fsica regularmente ou fizessem dieta para perder peso. Como materiais foram utilizados: uma ficha de avaliao elaborada pela pesquisadora, algodo, lcool a 70%, maca, fita mtrica, lpis dermatogrfico, balana, esptulas, gel crioterpico da marca Brazilis, gel condutor e folhas de papel toalha. As pacientes que se encontravam na lista de espera do

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ambulatrio de Fisioterapia dermato-funcional foram convocadas por telefone a participarem da pesquisa em questo. A convocao teve base nos critrios de incluso. Foi explicado que se tratava de uma pesquisa como requisito para concluso do curso de graduao em fisioterapia da Faculdade Social da Bahia (FSBA), esclarecendo tambm os objetivos da pesquisa, os riscos e os benefcios da mesma. As pacientes que concordaram em participar do experimento tiveram acesso ao termo de consentimento livre e esclarecido e aps leitura e concordncia, assinaram o respectivo documento. Aps a seleo foram escolhidos aleatoriamente o grupo experimento e o grupo controle. Inicialmente as voluntrias foram conduzidas individualmente a um box fechado, com temperatura ambiente, onde foi realizada uma avaliao fisioteraputica. Essas pacientes se encontravam vestidas com roupa de banho para facilitar o processo de avaliao. A avaliao foi dividida em, anamnese prvia e exame fsico, onde foi realizada a medida do peso corporal com uma balana e a perimetria abdominal. A mensurao das circunferncias abdominais foi feita com fita mtrica, de forma que ficasse justa, porm no apertada, evitando-se os desvios nas medidas ocasionadas pela compresso cutnea. A mesma devendo ser realizada ao final da expirao e os pontos de referncia marcados com lpis dermatogrfico. Os pontos de referncia para a perimetria abdominal foram: 5cm abaixo do umbigo e 5cm acima do umbigo(Guirro e Guirro, 2004). Em seguida, foi dado incio ao tratamento, sendo realizado trs vezes por semana, em dias alternados totalizando dez sesses, com tempo total da sesso de 40 minutos. O ambiente do tratamento foi o mesmo da avaliao: boxes individualizados, com a porta fechada e temperatura ambiente. Todas as pacientes que participaram da pesquisa tiveram o compromisso de comparecer sesso no horrio marcado e com roupa de banho. No grupo experimento, a paciente foi posicionada em decbito dorsal na maca, onde foi realizada inicialmente a assepsia da regio abdominal com algodo embebido em lcool a 70%. Em seguida, aplicando uma fina camada do gel crioterpico com uma esptula em toda regio abdominal. A paciente permaneceu na maca, em repouso, por 30 minutos com o gel crioterpico. Logo aps, o gel crioterpico foi removido com papel toalha e as pacientes foram orientadas a ficarem trs horas sem tomar sol e/ou tomar banho (Guirro e Guirro, 2004). No grupo controle foi realizado um placebo, com gel condutor (a base de gua, desprovido de princpios ativos). A paciente se posicionou em decbito dorsal na maca, onde foi realizada a assepsia com algodo embebido em lcool a 70% na regio abdominal. Em seguida aplicada uma fina camada do gel de condutor no abdome com esptula. Tambm devendo permanecer por 30 minutos em repouso. Em seguida o gel foi removido com papel toalha e a paciente liberada. Aps 10 sesses todas as pacientes foram reavaliadas e os resultados analisados. As pacientes do grupo controle, que no obtiveram nenhum resultado, foram adicionadas a lista de espera para o tratamento da lipodistrofia localizada

no prprio ambulatrio de Fisioterapia Dermato-Funcional do Hospital Santo Antnio. Resultados Foram selecionadas dezoito pacientes aleatoriamente, obedecendo aos critrios de incluso. A aps a avaliao, por motivos desconhecidos, seis pacientes desistiram do tratamento e as demais foram distribudas para o grupo 1 (controle) e o grupo 2 (experimento). Para a anlise dos resultados um banco de dados foi criado no Excel 2003 e analisado no software R (verso 2.11.1), onde foi realizada a correo dos dados digitados com o objetivo de eliminar possveis erros. Para verificar a existncia de diferenas significativas nas medidas adipomtricas antes e aps a interveno utilizamos o teste no-paramtrico de Wilcoxon. Para verificar a existncia de diferenas no incremento de peso e permetro de acordo com o grupo de estudo usamos o teste no-paramtrico de Mann-Whitney. O nvel de significncia estabelecido para este trabalho de 5%. Os resultados obtidos sero apresentados de forma descritiva em tabelas comparativos formulados em MS Word. Foi feita uma anlise descritiva (mediana, 1 e 3 quartis) com a finalidade de identificar as caractersticas gerais e especficas da amostra estudada, como mostra a tabela 1. Evidenciando que a diferena de perimetria acima e abaixo do umbigo foi maior no grupo 2(experimento) do que no grupo1(controle). O tecido adiposo um tipo de tecido conjuntivo que se caracteriza pela presena de clulas especializadas em armazenar lipdios, conhecida como adipcitos. considerado o principal reservatrio energtico do organismo, sendo capaz de remover cidos graxos da circulao para a sntese dos triglicerdeos. Existem duas variedades de tecido adiposo, que diferem entre si por caractersticas prprias de localizao, cor, estrutura celular, vascularizao e funes: o tecido adiposo multilocular e unilocular (CORREIA et alii, 2005). O tecido adiposo multilocular ou pardo, ao contrrio da gordura amarela, acumula lipdios na forma de vrias gotculas espalhadas pelo citoplasma. Outra caracterstica importante a sua abundncia em mitocndrias, fato que confere uma colorao parda ao tecido, alm de promover a produo de calor por essas clulas. Essa produo de calor favorece a regulao trmica dos indivduos recm - nascidos. No adulto, este tecido possui uma distribuio limitada, estando localizado em stios anatmicos caractersticos, como o mediastino, na aorta, ao redor dos rins, e no pescoo (CORREIA et alii, 2005). No tecido unilocular, tambm conhecido como tecido adiposo amarelo, os adipcitos armazenam os lipdios em uma gotcula nica, que ocupa quase todo o espao celular. Os adipcitos so sustentados por uma trama de fibras reticulares e envolvidos por uma rede vascular desenvolvida. As clulas adiposas contm enzimas para a sntese de triglicerdeos, que por sua vez acumulam-se dentro da clula no interior de umawww.fisiobrasil.com.br Ano 14 - Edio n 101 - Maro de 2011

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