financiamento da educaÇÃo:

23
FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO: REMUNERAÇÃO DOS PROFESSORES NAS ESCOLAS PÚBLICAS EM SUAS FORMAS, CONFLITOS E PERSPECTIVAS UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PROGRAMA UNISUL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PUIC Acadêmica: Priscilla Dinah Costa Lour Orientador: Marcos Edgar Bassi

Upload: sage

Post on 24-Feb-2016

23 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA. PROGRAMA UNISUL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PUIC . FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO: REMUNERAÇÃO DOS PROFESSORES NAS ESCOLAS PÚBLICAS EM SUAS FORMAS, CONFLITOS E PERSPECTIVAS. Acadêmica: Priscilla Dinah Costa Lourenço Orientador: Marcos Edgar Bassi. OBJETIVOS - PowerPoint PPT Presentation

TRANSCRIPT

FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO:REMUNERAÇÃO DOS PROFESSORES NAS ESCOLAS PÚBLICAS

EM SUAS FORMAS, CONFLITOS E PERSPECTIVAS

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

PROGRAMA UNISUL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PUIC

Acadêmica: Priscilla Dinah Costa LourençoOrientador: Marcos Edgar Bassi

OBJETIVOS OBJETIVO GERAL Colaborar  com  a  pesquisa  do  PPGE/UNISUL  (Projeto  de  pesquisa: Remuneração de professores de escolas públicas da educação básica: configurações,  impactos,  impasses  e  perspectivas),  fazendo  um levantamento  e  análise  das  aplicações  dos  recursos  provenientes  do FUNDEF e FUNDEB para o Governo Estadual nos períodos de 1998 e 2008.  OBJETIVOS ESPECÍFICOS  • analisar  a  evolução  do  montante  de  recursos  destinados  pelo Governo  Estadual  a  remuneração  do  magistério  do  Ensino Fundamental  e  no  âmbito  do  FUNDEF,  e  dos  trabalhadores  da Educação Básica no âmbito do FUNDEB;

METODOLOGIA

• de natureza quantitativa;

• acompanhada  de  análise  documental  –  Relatórios  e  Pareceres 

Prévios  sobre as Contas do Governo do Estado de Santa Catarina 

publicados entre 1998 e 2009, disponibilizados por meio impresso 

e digital sobre a aplicação dos recursos na rede de ensino estadual;

• elaboração  de  tabelas  e  gráficos  comparativos  dos  gastos  com 

educação e remuneração dos profissionais da educação, formando 

uma série histórica entre os anos supracitados.

VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO

•  Na publicação das primeiras análises do PNAD 2007, a média de 

estudo no Brasil é 7,3 anos para a população de 15 anos ou mais.

•  Nessa direção, vê-se também a pouca qualidade de ensino, com 

fatores  agrupados  entre  péssimos  ambientes  e  a  baixa 

remuneração dos professores, desestimulante e pouco atraente. 

(BARBOSA FILHO; PESSÔA, 2008).

•  Em contrapartida foi criado um aparato  legal para a valorização 

do magistério do ensino público que desde a Constituição Federal 

de  1988,  dá  atenção  aos  planos  de  carreira  e  piso  salarial 

profissional,  bem  como,  introduz  a  necessidade  de  concursos 

públicos para o ingresso na carreira do magistério.

VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO - FUNDEF

O  Fundo  de  Manutenção  e  Desenvolvimento  do  Ensino 

Fundamental  e  de  Valorização  do  Magistério  (FUNDEF),  criado  e 

aprovado  pela  Emenda  Constitucional  n°  14  em  1996  e 

regulamentado  pela  Lei  nº  9.424/96  tinha  por  finalidade  a 

reorganização da  redistribuição dos  recursos para a manutenção e 

desenvolvimento  do  Ensino  Fundamental,  dando  ênfase  à 

valorização do magistério. 

VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO - FUNDEF

O Fundo é constituído pelos seguintes recursos dos Estados e 

Municípios:

• Fundo de Participação dos Estados (FPE);

• Fundo de Participação dos Municípios (FPM);

• Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS);

• Imposto sobre Produtos Industrializados proporcional às 

Exportações (IPIexp);

• Desoneração das exportações prevista na Lei Complementar nº 

87/96 (Lei Kandir). 

VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO - FUNDEF

O  Fundef  captura  15%  da  receita  das  transferências  (receita 

total)  que  corresponde  as  60%  dos  25%  da  vinculação  das 

transferências. Sua redistribuição é proporcional ao número de 

matrículas  no  Ensino  Fundamental.  No  entanto,  60%  dos 

recursos  do  FUNDEF  são  destinados  à  remuneração  de 

professores. 

VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO - FUNDEB

Em 2007,  o  Fundef  foi  substituído  pelo  Fundo de Manutenção  e 

Desenvolvimento  da  Educação  Básica  e  valorização  dos 

Profissionais  da  Educação  -  Fundeb,  criado  pela  Emenda 

Constitucional  n°  53  (EC  53),  em  19  de  dezembro  de  2006,  e 

regulamentado pela Lei 11.494/96.

VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO - FUNDEB

O  FUNDEB  agora  financiando  a  Educação  Básica  (Educação 

Infantil,  Ensino  Fundamental,  Ensino Médio,  Educação  Especial, 

Educação de  Jovens e Adultos)  é  também de natureza  contábil, 

assim  como  o  FUNDEF,  e  tem  duração  de  14  anos, 

caracterizando-o  como  fundo  provisório,  com  implantação 

gradual.  O  alcance  dos  novos  níveis  e  modalidades  de  ensino: 

(Educação Infantil, Ensino Médio, Educação Especial, Educação de 

Jovens e Adultos) seria de 1/3 em 2007, 2/3 em 2008 e 3/3 em 

2009, quando então atingiria o  total de matrículas na educação 

básica. (PINTO, 2006).

VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO - FUNDEB

O  Fundo  captura  20%  da  receita  das  transferências  de  impostos. 

Além das mesmas fontes de recursos do FUNDEF (FPE, FPM, ICMS, 

IPIexp  e  Lei  Kandir),  passaram  a  ser  incorporadas  receitas  do 

Imposto  de  Propriedade  de  Veículos  Automotores  -  IPVA,  Imposto 

de  Transmissão  de  Causa Mortis  e  Doações  -  ITCMD  e  Cota  Parte 

Municipal do Imposto Territorial - ITR. 

VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO - FUNDEB

Os recursos são redistribuídos de acordo com o número de alunos 

da  educação  básica.  Sendo  que  60%  no  mínimo  da  receita 

recebida pelo governo continua sendo destinado à valorização do 

magistério  (remuneração  de  professores)  e  os  40%  restantes  na 

manutenção  e  desenvolvimento  do  ensino  em  seus  diferentes 

níveis da educação básica.

ANÁLISE DOS RECURSOS FINANCEIROS DO FUNDEF E FUNDEB DESTINADOS À REMUNERAÇÃO DO MAGISTÉRIO NO GOVERNO

DO ESTADO DE SANTA CATARINA

550.506

589.862

713.715

736.578

789.000

824.070

872.710

896.618

1.063.313

1.286.594

-12.017

-26.009

-63.371

-88.598

-132.619

-141.168

-154.707

-183.605

-152.373

-188.909

1998 1999 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

COMPARAÇÃO DO VALOR RECEBIDO DO FUNDEF/FUNDEB COM O VALOR APLICADO (EM MILHÕES DE REAIS)

TOTAL DA DEDUÇÃO DE RECEITAS  (CONTRIBUIÇÃO)  P/ FORMAÇÃO DO FUNDEF/FUNDEB DIFERENÇA

ANÁLISE DOS RECURSOS FINANCEIROS DO FUNDEF E FUNDEB DESTINADOS À REMUNERAÇÃO DO MAGISTÉRIO NO GOVERNO

DO ESTADO DE SANTA CATARINA

O Gráfico 1 representa a comparação entre o total da dedução de 

receitas (contribuição) para a formação do FUNDEF/FUNDEB com 

total  de  recursos  recebidos  pelo  FUNDEF/FUNDEB  (retorno). Os 

valores  referentes  ao  FUNDEF  estão  classificados  entre  os  anos 

de 1998 a 2006, e FUNDEB nos anos de 2007 e 2008. 

No ano de 2000 não foram encontrados dados que representem 

as  esferas  dos  fundos  em  nenhum  arquivo  ou  bibliografia  de 

análise financeira oficial.

ANÁLISE DOS RECURSOS FINANCEIROS DO FUNDEF E FUNDEB DESTINADOS À REMUNERAÇÃO DO MAGISTÉRIO NO GOVERNO

DO ESTADO DE SANTA CATARINA

O gráfico aponta uma diferença de R$12 milhões no primeiro ano 

pesquisado do FUNDEF (1998), para R$188 milhões do último ano 

pesquisado  do  FUNDEB  (2008).  Valores  que  representam  um 

aumento de 12,5 % na diferença entre o que é repassado ao fundo 

e  o  que  retorna  desse  recurso.  O  que  evidencia  o  aumento  do 

número  de  matrículas  nos  estabelecimentos  de  Ensino 

Fundamental  municipais  e  a  redução  de  matrículas  nos 

estabelecimentos estaduais, demonstrados no gráfico 2.

ANÁLISE DOS RECURSOS FINANCEIROS DO FUNDEF E FUNDEB DESTINADOS À REMUNERAÇÃO DO MAGISTÉRIO NO GOVERNO

DO ESTADO DE SANTA CATARINA

ANÁLISE DOS RECURSOS FINANCEIROS DO FUNDEF E FUNDEB DESTINADOS À REMUNERAÇÃO DO MAGISTÉRIO NO GOVERNO

DO ESTADO DE SANTA CATARINA

Deve-se levar em consideração o fato de que o FUNDEF atingia 

apenas  o  Ensino  Fundamental  e  a  captura  de  recursos  era  de 

15%, enquanto o FUNDEB atinge todas as etapas e modalidades 

da  Educação  Básica,  com  o  aumento  da  captura  de  recursos 

para  20%.  (GOUVEIA,  2009).  A  captura  de  recursos  aumenta, 

assim  como  também  aumenta  o  número  de  matrículas 

consideradas  para  recebimento  da  receita  do  Fundeb  para 

redistribuição desses recursos. 

ANÁLISE DOS RECURSOS FINANCEIROS DO FUNDEF E FUNDEB DESTINADOS À REMUNERAÇÃO DO MAGISTÉRIO NO GOVERNO

DO ESTADO DE SANTA CATARINA

O gráfico 3 apresenta a aplicação dos recursos do Fundef/Fundeb 

na  remuneração  dos  profissionais  da  educação.  Os  valores 

referentes  ao  Fundef  estão  classificados  entre os  anos de 2000  a 

2006, e Fundeb nos anos de 2007 e 2008. Nos relatórios do TCE/SC 

de 1998 e 1999 não foram encontrados tais dados do Fundef.

ANÁLISE DOS RECURSOS FINANCEIROS DO FUNDEF E FUNDEB DESTINADOS À REMUNERAÇÃO DO MAGISTÉRIO NO GOVERNO

DO ESTADO DE SANTA CATARINA

2.000  2.001  2.002  2.003  2.004  2.005  2.006  2.007  2.008 

366.828 

400.855

413.183

408.871 

407.713.212 

426.227 

413.358 

538.262 

658.611 

344.818

355.382

395.867

395.415 

366.037 

424.513 

480.850 

591.181 

792.438 

22.009 

45.473 

17.315 

13.455 

41.676 

1.713 

(67.492)

(52.918)

(133.827)

APLICAÇÃO DOS RECURSOS DO FUNDEF/FUNDEB NA REMUNERAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO (Despesas Empenhadas) Em milhões

Total Aplicado em Rem. Dos profs. do Magistério (empenhado/liquidado)

Valor Mínimo a ser Aplicado em Rem. Dos Prof. Magistério (3 * 60%)

Diferença

ANÁLISE DOS RECURSOS FINANCEIROS DO FUNDEF E FUNDEB DESTINADOS À REMUNERAÇÃO DO MAGISTÉRIO NO GOVERNO

DO ESTADO DE SANTA CATARINA

Os  relatórios  do  TCE/SC  em  suas  discussões  apresentaram  o 

problema da não aplicação do percentual mínimo de 60% nos 

anos do Fundef, bem como, a aplicação de  recursos acima do 

percentual  mínimo  no  periodo  do  Fundeb  mínimo.  Embora, 

não  identifiquem  como  o  montante  restante  dos  60%  foi 

efetivamente aplicado nos anos do Fundef.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

• A  pesquisa  possibilitou  a  verificação  do  comportamento  do 

Governo  do  Estado  de  Santa  Catarina  na  aplicação  de  uma 

parcela  importante  de  recursos  tributários  destinada  à 

manutenção de sua rede de ensino.

• Apesar  do  Governo  Estadual  contar  com  menos  recursos  de 

receita dos fundos em relação ao que contribuiu, uma vez que 

parcela  importante  foi  redistribuída  para  os  municípios.  Essa 

perda  foi  compensada  pelo  crescimento  da  receita  de  outras 

fontes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

• O  comportamento  do  Governo  Estadual  na  aplicação  dos 

recursos  dos  fundos  na  remuneração  dos  profissionais  da 

educação  aponta  para  a  necessidade  de  estudos  mais 

aprofundados  que  examinem  detalhadamente  a  folha  de 

pagamentos do magistério. 

• Outro  ponto  que  merece  estudo  é  o  relativo  aos  efeitos  da 

municipalização no quadro de professores da rede estadual, que 

podem permanecer ociosos com o avanço desse processo.

REFERÊNCIAS

ARELARO, Lisete Regina Gomes. Financiamento e qualidade da educação brasileira: algumas reflexões sobre o documento “Balanço do primeiro ano do FUNDEF - Relatório MEC”. In: DOURADO, Luiz Fernandes. (Org.). Financiamento da Educação Básica. Campinas: Autores Associados, 1999.  BARBOSA FILHO, Fernando de Holanda; PESSOA, Samuel de Abreu. A Carreira de Professor Estadual no Brasil: os casos de São Paulo e Rio Grande do Sul. Instituto Futuro Brasil, 2008. Disponível em: <http://www.ifb.com.br/download.php?tindex= estudos&id=36>. Acesso em: 20 out. 2009.  BRASIL. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei n. 11.494, de 20 de junho de 2007. Regulamenta o Fundo  de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB. Brasília: Casa Civil, 2007.  ______. Instituto de Pesquisa Economica Aplicada-IPEA. PNAD 2007: Primeiras análises. Brasília: IPEA, 2008. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/ comunicado_presidencia/Comunicado_%20da_%20presidencian12.pdf>. Acesso em: ago. 2009.  ______. Ministério da Educação e do Desporto. Fundef: manual de orientação. Brasília: MEC, 1998.

CEPPPE - Centro de Estudos e Pesquisas em Políticas Públicas de Educação. Remuneração de professores de escolas públicas da educação básica: configurações, impactos, impasses e perspectivas. São Paulo: USP/CEPPPE, 2008.  PINTO, José Marcelino de Rezende. Um fundinho chamado “Fundão”. In: DOURADO, Luiz Fernandes. (Org.). Financiamento da Educação Básica. Campinas: Autores Associados, 1999.  ______. Noções gerais sobre o financiamento da educação no Brasil. Eccos - Revista Científica, São Paulo, v. 8, n. 1, p. 23-46, jan./jun. 2006. TCE/SC - Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina. Relatório e Parecer Prévio sobre as Contas do Governo do Estado – Exercício 1998. Florianópolis: Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina, 1999.  ______. Relatório e Parecer Prévio sobre as Contas do Governo do Estado – Exercício 1999-2008. Florianópolis: Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina, 2000-2009.

REFERÊNCIAS