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PREPARAO PARA O EXAME DE
FINANAS PBLICAS I
1 O Sector Pblico numa Economia Mista
1.1. O papel econmico do Estado
Desde que nascemos at que morremos, as actividades do Estado influenciam de
inmeras maneiras a nossa vida:
Nascemos em hospitais pblicos ou subvenciados pelo Estado;
O nosso nascimento registado pelo sector pblico;
Estudamos em escolas pblicas;
Em algum momento da nossa vida, recebemos prestaes do Estado;
Pagamos impostos directos e indirectos (IVA, IRS, imposto sobre o lcool,
imposto sobre o tabaco, etc.);
Os nossos empregos dependem da poltica comercial do Estado;
As estradas so pblicas, assim como o tratamento do lixo e esgotos.
1.1.1. A economia mista dos pases ocidentais
Economia de mercado: mercado decide as regras o que produzir, como produzir, para quem
produzir
Economia socialista: Estado/entidade central que determina como, para quem, e o que as
pessoas devem produzir.
Economia mista: sistema adoptado nas economias ocidentais em que parte da actividade
econmica realizada pelas empresas privadas e outra parte pelo Estado. O Estado
influencia a conduta do sector privado mediante uma variedade de regulamentaes,
impostos e subvenes.
1.1.2. Diferentes pontos de vista sobre o papel do Estado
Algumas das ideias principais dos sculos XVIII e XIX foram fundamentais para a histria
econmica do sc. XX e ainda hoje influenciam a conjuntura econmica.
Uma teoria predominante no sc. XVIII era a de que o Estado devia fomentar
activamente a indstria e o comrcio Mercantilismo. Teoria da qual Adam Smith (fundador
da economia moderna) escreveu A Riqueza das Naes, em 1776, na qual defendeu a ideia
de que o Estado devia desempenhar um papel limitado.
A competncia e o lucro derivavam da limitao do Estado, que levaria os particulares
a melhor servir o interesse pblico. Competindo entre si, s sobreviviam as empresas que
produzissem o desejado com um custo reduzido.
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As ideias de Smith no convenceram todos os pensadores sociais do sc. XIX, a quem
preocupavam as grandes desigualdades sociais. Alguns escritores do sc. XIX tentaram, nas
suas obras, atender s particularidades das classes trabalhadoras, como Karl Marx. Muitos
atriburam os males da sociedade propriedade privada do capital. O Estado deveria intervir
mais no controlo dos meios de produo.
Para outros, como Owen, a soluo no passava nem pelo Estado nem pela empresa
privada, mas sim pela formao de grupos mais pequenos de pessoas que cooperassem em
interesses mtuos.
Actualmente, os pases da antiga URSS e do Bloco de Leste atravessam um momento
de transio para um sistema de mercado. Hoje, acredita-se que os mercados e as empresas
privadas constituem a chave de xito de uma economia, enquanto o Estado desempenha um
papel fundamental como complemento do mercado.
1.1.3. Razo para a interveno do Estado na economia: falhas de mercado
A Grande Depresso (EUA 1929), durante a qual o PIB diminuiu 30% e o desemprego
ascendeu a 25%, provou que os mercados tinham falhado na sua tarefa de orientar e dirigir a
economia.
John Keynes acreditava firmemente no facto de que o Estado deveria intervir para
fazer frente s depresses econmicas e que, para alm de dever, podia tambm faz-lo.
A Depresso trouxe ao espectro poltico problemas at ento esquecidos. A
interveno do Estado tambm surgiu como resposta s exigncias de justia. Para responder
a estas exigncias, o Estado instituiu o subsdio de desemprego, as reformas, a assistncia
mdica gratuita, os seguros agrcolas, educao gratuita, formao profissional, Este gnero
de medidas garantiu maiores oportunidades de mobilidade social e uma rede de segurana
para todos, garantindo a paz social New Deal.
Os defensores da interveno estadual continuam a afirmar que o Estado deve
resolver os problemas econmicos e sociais de um pas, mas dever ter cuidado com os
problemas pblicos visa-se a pacificao social. Trata-se de uma crena, algo que no
logicamente dedutvel e globalmente aceite.
Ideias que foram uma influncia poderosa, tanto nos poderes pblicos como
nos economistas sc. XIX:
Stuart Mill e Nassau Senior com o laissez faire, segundo a qual o Estado no
deveria controlar a empresa privada. A concorrncia ilimitada seria a melhor
maneia de servir os interesses da sociedade.
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1.1.4. As falhas da interveno do Estado
A concretizao dos programas pblicos no se fez sem mcula. A tomada de
conscincia de alguns efeitos indesejveis e at de ineficincia produzidos pelos programas
pblicos fez com que os economistas e os politiclogos colocassem a questo das falhas do
Estado.
a. Informao limitada: muitas medidas pblicas tm consequncias complexas e
difceis de prever, por exemplo, ningum previu o aumento da esperana de vida e
a diminuio dos nascimentos; consequncia foi a possvel ruptura do sistema da
Segurana Social.
b. Controlo limitado das empresas privadas: o Estado no controla totalmente as
consequncias das suas intervenes. Por exemplo, o estado pode criar uma
eficiente rede de transportes colectivos, mas as pessoas podem continuar a
preferir o automvel; aumentar o preo do tabaco, mas as pessoas continuarem a
fumar; a melhoria das vias de comunicao apenas aumentou a desertificao, em
vez de combate-la.
c. Controlo limitado da burocracia: a nossa democracia rege-se pelo princpio da
separao dos poderes. Quem faz as leis no ser a mesma pessoa que as vai
executar. Os tribunais fiscalizam o cumprimento das leis mas no as elaboram nem
as executam. Quem as executa, no as faz. O facto de a AR aprovar uma lei no
s por si suficiente para que ela se cumpra.
d. Limitaes impostas pelo processo poltico: envolve a tomada de decises pelo
Estado pode obstar a que sejam tomadas as melhores medidas do ponto de vista
do interesse pblico geral, em benefcio daquelas que sirvam os interesses dos
grupos de presso. O prprio cidado no tem muitas vezes capacidade para
atingir a complexidade dos problemas. Muitas vezes, no existem solues simples
e ptimas para os problemas.
1.1.5. A procura de um equilbrio entre qual deve ser o papel do mercado e
qual deve ser o papel do Estado
Os mercados podem falhar. Muitas vezes, o Estado no consegue suprir de forma
satisfatria as falhas de mercado.
As polticas pblicas devem ter em conta no s as limitaes de mercado como as
prprias limitaes do Estado implica que s deve intervir quando a falha de mercado for
suficientemente importante e quando a interveno produzir claramente uma melhoria face
alternativa de no interveno.
Predomina a ideia de que uma interveno do Estado pode atenuar, mas no resolver,
os problemas mais graves. Por exemplo: atenuar os aspectos mais graves da pobreza e
diminui-la totalmente. O Estado pode combater o desemprego mas a criao de postos de
trabalho responsabilidade das empresas privadas.
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1.1.6. Mudanas recentes na relao Estado/Mercado
A Liberalizao: fenmeno que teve incio nos EUA durante a presidncia de Carter e
que consiste em diminuir o papel do Estado na regulao da economia. A
desregulamentao da economia intensificou-se nos anos seguintes, estendendo-se
tambm Europa. Sectores inteiros da economia foram desregulamentados:
transporte areo, banca, seguros, telecomunicaes, Abertura ao sector privado,
beneficio nos preos, qualidade e acessibilidade. Crises Bancrias.
Privatizaes: transferncia para o sector privado da propriedade e/ou da explorao
de empresas e sectores que at ento, por vrios motivos, eram propriedade pblica.
Exemplo: bancos, seguradoras, indstrias qumicas, etc.
1.2. Quem o Estado?
Todos ns temos uma ideia das instituies que o integram: Parlamento, Governo,
Supremo Tribunal de Justia e dadas as suas instituies autnomas.
As sociedades ocidentais tm uma estrutura descentralizada:
ESTADO:
i. Local;
ii. Regional;
iii. Federal;
iv. Central;
v. Europeu;
E as suas funes so: a justia, a segurana externa, segurana interna, relaes
externas,
No clara, por vezes, a fronteira entre o Estado e as empresas, isto porque o Estado
proprietrio de empresas que concorrem com outras ou, por vezes, tambm scio.
O Estado tem, porm, duas caractersticas prprias:
a. Numa democracia, as pessoas que dirigem as instituies, ou foram
directamente eleitos, ou foram nomeadas por quem foi eleito directamente
ou indirectamente (nomeadas por outro nomeado pela pessoa eleita);
b. O Estado tem poder de ius imperium.
1.3. Pensar como um economista do sector pblico
H quatro questes fundamentais sobre as quais os economistas se debruam e a
maneira como as decises do Estado influenciou o sector privado:
i. Que bens produzir?
ii. Como produzir?
iii. Para quem produzir?
iv. Qual a entidade que toma as decises sobre a produo?
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I. Que bens produzir?
Que parte dos recursos se deve destinar produo de bens pblicos e que parte se
deve destinar aos bens privados? uma questo que resolvida mediante uma curva de
possibilidades de produo, que representa a quantidade de bens que se pode produzir de
maneira eficiente com determinada tecnologia e recursos dados.
A sociedade pode gastar mais em bens pblicos mas somente reduzindo a parte
disponvel para consumo privado;
Assim, por exemplo, de G a E, aumenta-se os bens pblicos, mas acabam por diminuir
os privados;
O ponto I representa uma sociedade no eficiente, pois poderia produzir uma maior
quantidade de bens pblicos e privados.
J o ponto N inalcanvel, pois os recursos e tecnologia existentes no so
suficientes para a produo das quantidades referidas de bens pblicos e privados.
Esquema 1:
II. Como produzir os bens?
Recorrer a mais trabalho ou mais capital?
As decises pblicas (do Estado) afectaro como os operados privados faro
tambm a sua escolha.
Ditada pela poltica oramental.
III. Para quem produzir?
Questo da distribuio do rendimento.
As decises pblicas sobre os impostos e os programas de assistncia determinam o
rendimento que cada pessoa em concreto ir receber dos poderes pblicos. A prpria deciso
sobre que concretos tipos de bens pblicos sero deduzidos determina o crculo dos seus
benificirios.
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IV. Como se tomam as decises?
Decises so tomadas colectivamente. Os cidados elegem pessoas que tomam em
seu nome as decises. Decises como a estrutura jurdicas, o tamanho do exrcito, a despesa
pblica em sade so decises que devem contar com a maior participao possvel dos
cidados. Quando se trate de bens pblicos a deciso deve ser colectiva.
As decises colectivas so, no entanto, muito mais complicadas de tomar, visto que os
cidados tm opinies diferentes sobre o que desejvel.
Reconhecer esta heterogeneidade fundamental. necessrio apurar o que o
interesse pblico, pelo que as decises raramente sero neutras e prejudicaro sempre uns,
em favor de outros, sendo sempre necessrio especific-lo.
1.3.1. Anlise do sector pblico
Implica a resposta a quatro questes:
a) Descrever as actividades que o sector pblico realiza e como esto organizadas: as
actividades do Estado so inmeras e complexas. Atravs do Oramento de
Estado, podemos saber quais as receitas e despesas do Estado. As receitas do
Estado, em Portugal, esto organizadas de acordo com a classificao econmica
(receitas correntes e receitas de capital)
Tipos de Classificao da Despesa:
Econmica: Despesa corrente/de capital;
Funcional: de acordo com o seu objectivo funes gerais de soberania
como defesa ou segurana; funes sociais como a sade e a educao;
funes econmicas como a agricultura, indstria, comrcio, turismo,
Orgnica: dependendo dos Ministrios.
b) Compreender e prever dentro do possvel todas as consequncias das actividades
do Estado: quer a obteno de receitas, quer a realizao de despesas, produzem
efeitos econmicos que cabe ao Estado, na medida do possvel, antecipar. Sempre
que o Estado sobe um imposto, convm saber quem ir suportar no final o seu
pagamento. Exemplo: a modificao da idade da reforma produz certos efeitos
como: segurana social (as pessoas contribuem mais anos); emprego (sobrando
menos postos para os jovens); consumo (aumentar/diminuir?).
c) Avaliar efeitos de possveis medidas alternativas: o decisor pblico deve ponderar
os efeitos das diferentes medidas passveis de serem utilizadas para realizar certa
finalidade e escolher aquela que do ponto de vista da finalidade pretendida seja a
mais adequada.
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d) Interpretar o processo poltico: as decises colectivas so decises tomadas no
mbito do processo poltico. Tendo isto em conta cabe ao economista explicar
porque que se gasta mais no programa A e menos no programa B. O processo
poltico de tomada de decises colectivas sofre os efeitos da actuao dos grupos
de presso. O economista estuda tambm o papel dos interesses econmicos na
determinao da conduta dos decisores polticos.
1.3.2. Os Modelos Econmicos
As decises tomadas no mbito pblico so influenciadas e subordinadas a modelos
econmicos (representaes amplificadas da realidade, no correspondendo completamente a
esta). Tm por finalidade apreender os caracteres essenciais das temticas que pretendem
estudar. Tratam-se de modelos que simplificam deliberadamente a realidade sobre que
incidem, no procurando modelizar a complexidade das decises, mas apenas os seus traos
fundamentais.
So sempre simplificaes da realidade. Esta muito mais complexa e rica que os
modelos que a tentam descrever e explicar. Exactamente por a tentarem explicar que
necessitam de proceder a simplificaes.
Se um modelo se identificasse com a realidade que quer descrever e explicar, no
conseguiria os seus institutos e seria mesmo dispensvel pela falta de utilidade.
1.3.3. Distino entre Economia Normativa e Economia Positiva
Por exemplo: proposta de imposto sobre a cerveja.
Anlise Positiva: verificaria as repercusses na economia, produtoras e
consumidoras.
Anlise Normativa: verificaria os benefcios da medida. Distino que se pode
alargar a processos polticos como o sistema de votao.
1.3.4. A distino de Musgrave acerca da actividade pblica
As economias da EU so economias mistas, em que a actividade econmica obedece
ao critrio de mercado ou decidida de acordo com a vontade dos poderes pblicos.
Quando os economistas
pretendem avaliar as diferentes
medidas, sobrepesando os seus
efeitos positivos e negativos.
Quando os economistas
descrevem a economia e constroem
modelos que predizem como se
comportar esta, ou quais os efeitos
distintos da medida. Incide sobre o
O que .
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Os indivduos e as empresas tomam decises de forma descentralizada, a propriedade
dos bens privada e os preos resultam da interaco da oferta e da procura de que so
objecto os bens.
Outra parte da economia assegurada de forma centralizada. As decises sobre a
afectao de recursos so tomadas por uma autoridade pblica princpio da autoridade.
O mercado ocupa o lugar central enquanto mecanismo de afectao e distribuio dos
recursos escassos disponveis. Assim, a propriedade e iniciativa econmica privadas impem-
se de forma preferencial actualidade do Estado e propriedade pblica.
ECONOMIA DE MERCADO: modelo de referencia da organizao da economia, sendo
necessria a existncia de uma justificao que legitime a interveno do Estado princpio da
subsidiariedade da interveno pblica nos mercados que s se justifica pela inaptido do
mercado na resoluo do problema econmico na medida em que a actividade privada no
produz efeitos satisfatrios.
Dimenso tcnica para alm da dimenso poltica e ideolgica.
a) Fins da Interveno do Estado na Economia: numa economia mista tpica a despesa
pblica representa de 30 a 50% do PIB; esta anteviso permite constatar que o Estado
chamado a desempenhar mltiplas tarefas no campo econmico.
MUSGRAVE: o Estado intervm na actividade econmica com os objectivos de
afectao, estabilizao e redistribuio do rendimento.
OUTROS AUTORES: promover a eficincia e equidade.
No so teorias antagnicas
- Afectao, Estabilizao e Redistribuio:
Afectao: corrigir os casos deficientes de afectao dos recurso que resultam do
funcionamento puro dos mecanismos de mercado.
Redistribuio: correco da distribuio da riqueza e do rendimento que decorre da
lgica do mercado.
Estabilizao: assegurar o pleno empenho dos recursos, a estabilidade na evoluo
dos preos, e o crescimento econmico de forma sustentvel.
Funes interdependentes
(nenhuma pode ser levada a cabo isoladamente)
Podem ser complementrias ou antagnicas
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Eficincia e Equidade:
- O Estado intervm para as promover, sempre que o funcionamento dos mecanismos
do mercado a tal no conduza.
- Pode, ainda, visar uma distribuio de riqueza e rendimento diferentes daquela que
resulta do funcionamento do mercado, em ateno s concepes de justia e aos
valores prevalecentes numa sociedade.
- Os dois objectivos no so necessariamente conflituais.
b) Os instrumentos de actuao do Estado na actividade econmica
Criao do sistema normativo funcional, onde os operados econmicos
desenvolvem as suas actividades;
Regulao das transaces econmicas;
Financiamento de bens e servios;
Produo pblica, quer directamente pelo Estado, ou indirectamente por meio de
produo privada com financiamento e regulao pblicas;
Transferncias.
Sistema Normativo Fundamental:
- Indispensvel para a actividade econmica das empresas privadas;
- O Estado reconhece o direito de propriedade privado e o princpio da autonomia
contratual;
- Edita normas que garantem o cumprimento de contratos, impendem o furto e o
roubo, regulam falncias e disciplinam a concorrncia entre empresas;
- Providencia o cumprimento das normas jurdicas, define um quadro legal e institui
um sistema judicial.
Garante Direitos e Deveres da relao Estado/indivduo/propriedade privada
Estabelecimento de normas que limitam a actividade econmica (regulao)
- Justificadas, muitas vezes, por razes de ordem valorativa em vez de razes de
eficincia;
- O Estado intervm directamente no mbito privado e no funcionamento dos
mercados, uma vez que se financia com impostos e taxas sobre o rendimento, o patrimnio e
despesa, e subvenciona a realizao de certas despesas e produes particulares.
Alteram as restries oramentais dos consumidores e empresas.
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Interveno do Estado e no participao (financiamento)
- Produz bens que o mercado no pode ou no deve (defesa nacional);
- Produz bens de natureza real que comercializa no mercado directamente ou
atravs de estabelecimentos pblicos dotados de um certo grau de autonomia (educao
pblica, transportes, servios postais, );
- Presta financiamentos (actividades educativas, construes, );
- Assegura servios de seguro que cobrem os riscos decorrentes do desemprego,
oscilaes dos preos agrcolas, etc.
Transferncias: proporciona uma maior igualdade na distribuio do rendimento, operada
na actividade produtiva, em forma de rendas, juros, lucros e salrios.
- So o instrumento por excelncia das polticas redistributivas;
- Afectam directamente os recursos, ao dispor dos menos afortunados; e afectam
indirectamente o consumo e produo dos bens, em que seja previsvel a utilizao dos
acrscimos de rendimento por elas proporcionadas.
Acabam por produzir efeitos sobre os preos, funcionando como um subsdio aos
salrios ou como uma forma de produo de certos bens.
1.3.5. Divergncias entre Economistas
Desde logo, os economistas no concordaram acerca do modo como se comporta a
economia, i. , no domnio da anlise positiva. E, como no partilham dos mesmos valores, no
concordam no domnio da anlise normativa.
- Anlise positiva: questes do modelo econmico concorrncia perfeita como
modelo prximo da realidade ou um em que as imperfeies da concorrncia sejam tidas em
conta? Questo da variao quantitativa subsequente adopo de determinada medida.
- Anlise normativa: maior divergncia no que toca aos valores; para beneficiar uns
em detrimento de outros com a adopo de uma medida necessrio atender escala de
valores perfilhada.
2. Sector Pblico nos pases ocidentais 2.1. Tipos de actividades do Estado
Uma das principais actividades do Estado a produo de normas jurdicas e a
criao de instituies dentro das quais se realizam todas as transaces econmicas.
parte desta, a actividade econmica do Estado divide-se:
Produo de bens e servios;
Regulao e concesso de subvenes produo privada;
Compra de bens e servios;
Redistribuio da riqueza com a realizao de transferncias;
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H, ainda, algum carcter ambguo de alguns gastos do Estado. Por exemplo, as
subvenes pblicas que recebem os pequenos agricultores constituem tanto uma subveno
produo como uma transferncia redistributiva.
2.1.1. Produo de normas jurdicas
Dentro das quais as empresas e os indivduos podem realizar transaces
econmicas. Representa uma % do gasto muito reduzido.
No se limita a proteger os direitos de propriedade. A legislao anti monoplio,
por exemplo: destina-se a fomentar a concorrncia entre empresas: restringe aquisies,
fuses e as prticas desleais.
2.1.2. Produo do sector pblico
Nos pases ocidentais, constata-se um equilbrio entre produo privada e pblica.
Porm, h sectores tipicamente pblicos e tipicamente privados (comrcio e agricultura). A
fronteira entre pblico/privado varia com o tempo. Na Europa, por exemplo, assistiu-se, nos
ltimos 15 anos, a um processo de privatizaes.
2.1.3. A influncia do Estado na produo privada
A. Subvenes;
B. Impostos (directos/indirectos);
C. Crdito pblico;
D. Regulao de empresas;
A. Subvenes e impostos: subvencionando directamente os produtores, ou
indirectamente, atravs de um sistema tributrio ou ainda realizando outros gastos
ocultos. O sistema tributrio tambm serve para subvencionar a produo. Se o Estado
conceder, por exemplo, ajuda a uma empresa para comprar uma mquina, constitui
assim um gasto.
Ainda muitas subvenes pblicas no constam nos gastos pblicos ou fiscais. Por
exemplo: a restrio de importao de um produto estrangeiro far subir o preo no
pas de origem. As empresas nacionais, por sua vez, recebem uma subveno que no
paga pelo Estado, mas sim directamente pelos consumidores.
B. Crdito pblico: afectam a aceitao de crdito e de recursos produtivos; reduo de
custos;
C. Regulao de empresas: regulao da actividade empresarial com vista a proteger
trabalhadores, consumidores e o meio ambiente das prticas anti-competitivas. H
regulaes especficas a determinado sector, para alm das gerais (como a Banca).
Tem-se assistido a uma diminuio de regulao Liberalizao.
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2.1.4 - Compra de Bens e Servios
Para manter instalaes de educao, sade, comunicaes,
2.1.5 - Redistribuio da Riqueza
Transferncia de dinheiro de umas pessoas para outras.
Exemplo: assistncia social.
As transferncias afectam a forma como a renda total da sociedade est repartida
entre os seus membros, mas no afecta a quantidade de bens privados que se pode desfrutar.
Programas Pblicos de Assistncia Social: proporcionam-nos dinheiro efectivo,
enquanto outros s pagam determinados servios ou bens (prestaes em espcie).
Programas de Segurana Social: importante componente distributivo.
Programas Distributivos Ocultos: atravs das transferncias directas e atravs dos
efeitos indirectos do sistema tributrio gera arbitrariedade.
2.2. O tamanho do sector pblico
A influncia do Estado na economia privada depende da sua poltica reguladora e
tributria. Um dos indicadores fundamentais de uma economia a magnitude da despesa
pblica em relao ao conjunto total da economia. Um indicador habitual do conjunto da
economia o PIB Produto Interno Bruto que representa o valor de todos os bens e servios
produzidos numa economia em determinado perodo de tempo (normalmente um ano).
2.2.1. Crescimento da despesa pblica
A despesa pblica maioritariamente efeito de quatro sectores:
Sade;
Educao;
Segurana Social;
Juros (dvida pblica);
Despesa Pblica (classificao orgnica)
a. Encargos gerais do Estado (PR, AR, TC, );
b. Finanas;
c. Defesa Nacional (Marinha, Fora Area, Exrcito);
d. Administrao Interna;
e. Justia;
f. Educao e Cincia;
g. Sade;
h. Solidariedade e Segurana Social;
Note-se que os sectores que despendem mais recursos econmicos so a sade, a
educao e a segurana social.
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Despesa Pblica (classificao econmica)
Despesa Pblica (classificao funcional)
- Funes gerais de soberania (Administrao Pblica/Defesa);
- Funes sociais (educao; sade; cultura)
- Funes econmicas (agricultura, caa, pesca, pecuria, indstria, transportes,
comunicaes);
As funes sociais tm mais peso na despesa total do Estado.
A despesa pblica com remuneraes (funcionrios pblicos) tem vindo a
aumentar.
2.3. As receitas do Estado
2.3.1. Os impostos
Os Estados financiam-se fundamentalmente de impostos.
Tipos de impostos:
a. Imposto sobre o Rendimento de pessoas Singulares (IRS);
b. Imposto sobre o Rendimento das sociedades;
c. Imposto sobre bens especficos/vcios (tabaco, lcool, combustveis, armas de fogo,
etc.);
d. Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA);
Tem-se assistido a uma tendncia de diminuio do IRS e IRC e a um aumento do
IVA, para que o rendimento no constitua critrio fiscal.
Porm, em Portugal, a CRP impe um sistema fiscal progressivo e taxativo, em que
os impostos individuais devem ser directamente proporcionais ao rendimento das pessoas, em
nome de uma ideia de justia social.
DESPESAS CORRENTES
Despesas com pessoal;
Juros e outros encargos;
Administrao Central;
Segurana Social.
Mais predominantes e mais despendiosas
DESPESAS DE CAPITAL
Aquisio de bens de capital;
Administrao Central;
Administrao Regional;
Administrao Local;
Segurana Social.
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- Impostos (classificao econmica):
i. Impostos Directos (IRS; IRC);
ii. Impostos Indirectos (IVA; ISP);
iii. Contribuies para a Segurana Social/ADSE,
iv. Taxas/Multas (registo civil, energia, espectculos, registo predial, propinas, juros de
mora, multas por infraco ao Cdigo da Estrada, coimas, );
v. Rendimentos da propriedade;
vi. Transferncias Correntes;
Em Portugal, trs impostos (IRS, IRC, IVA) asseguram das receitas correntes do
Estado no seu total.
2.3.2. Comparaes Internacionais
A despesa pblica tem vindo a subir ao longo dos anos em todos os pases
desenvolvidos, tanto em termos absolutos como em termos relativos.
O Estado tem, no entanto, procurando reduzir o peso da despesa pblica nos
ltimos anos.
2.4. Financiamento do Dfice Sempre que um Estado no tem receitas suficientes para cobrir as suas despesas
(dfice) recorre normalmente a emprstimos. Quanto maior o dfice, maior ser a sua dvida
pblica. O dfice tem aumentado ao longo dos anos e, consequentemente, os juros da dvida
tm tambm aumentado no total de despesas pblicas de um Estado.
, no entanto, necessrio calcular o valor real da dvida. Por exemplo: se nos
comprometermos a pagar cem euros a uma pessoa no prximo ano e se o preo dos bens e
servios aumentarem 10% no ano seguinte, essa pessoa poder comprar, com os mesmos cem
euros, o que poderia ter comprado com noventa euros no ano corrente. O valor real do que
tnhamos que pagar desceu dez euros. Esta a realidade profundamente influenciada pela
Inflao.
3. A eficincia do Mercado 3.1 A mo invisvel dos mercados competitivos
Em 1776, Adam Smith afirmou que a concorrncia levava os indivduos na busca dos seus
prprios interesses privados, a promover o interessa pblico como se fossem conduzidos por
uma mo invisvel.
Antes de Smith:
- Acreditava-se que para servir da melhor maneira possvel os interesses do povo
era necessrio a interveno do Estado;
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- Escola Mercantilista dos Sc. XVII e XVIII;
- Partiria da interveno forte do Estado o fomento da indstria e Comrcio;
Smith estabeleceu que no seria necessrio recorrer ao Estado dizendo que se os indivduos
prosseguissem os seus interesses, estariam a servir o bem pblico. Egosmo como
caracterstica da Natureza Humana.
A inteno de Smith assentava:
A) A existncia de algum bem/servio a que as pessoas atribussem valor mas que
de momento no se produz, faz com que estejam dispostas a pagar por ele;
B) Os empresrios esto sempre procura de oportunidades deste mbito para
ganhar dinheiro;
C) Se o empresrio verifica que o bem valorado pelo consumidor em maior
medida que o seu custo, decidia-se pela sua produo, pois o seu intuito
ganhar o mximo ao mais reduzido custo
Assim, o Estado no tem que se preocupar se determinada mercadoria deve ou no
ser produzida. S se produziro as mercadorias que os consumidores estejam
dispostos a pagar.
O Estado tambm no se encarrega da eficincia produtiva de uma empresa. A concorrncia
s permitir a produo das empresas mais eficientes.
3.2 A Economia de Bem-estar e a eficincia no sentido de Pareto
- Um conceito central de economia de bem-estar o conceito de eficincia;
- A maioria dos economistas defende o conceito de eficincia proposto por Pareto. Assim, as
decises pblicas devem traduzir-se desejavelmente em ptimos de Pareto;
ptimo de Pareto ptimo econmico que corresponde a uma situao de mxima eficincia
na economia, em que no possvel melhorar o bem-estar de uma pessoa, sem diminuir
consideravelmente o bem-estar de outra pessoa.
Situao de ptimo de Pareto quando o bem-estar de cada pessoa est num nvel tal que
no mais possvel aument-lo sem diminuir o bem-estar de outra pessoa;
- Constituiu um dos critrios para avaliar o nvel de bem-estar atingido em determinado
momento por uma sociedade;
- As medidas que se querem pelo sentido do ptimo do Pareto designam-se movimentos de
Pareto;
- No corresponde necessariamente situao mais justa (exemplo: senhor e do escravo);
A Teoria Econmica dominante acredita que o mercado produz
eficientemente pelo menos grande parte das mercadorias.
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Esquema 2:
3.2.1 A eficincia de Pareto e o Individualismo
Critrio individualista em dois sentidos:
A) S tem em conta o bem-estar relativo dos das diferentes pessoas, ou seja, no
se preocupa com a desigualdade de um modo explcito. Da que as polticas de
redistribuio do rendimento;
B) Somente tem em conta a avaliao que cada pessoa faz do seu prprio bem-
estar, o que est em perfeita concordncia com o princpio da soberania do
consumidor, de acordo com o qual cada um de ns o melhor juiz daquilo que
lhe convm.
3.2.2 Teoremas fundamentais da economia do bem-estar
Dois teoremas que provem logicamente a ligao entre os mercados de concorrncia e o
ptimo de Pareto:
A) O 1 refere que uma economia de mercado organizada de acordo com os
cnones da concorrncia perfeita eficiente no sentido de Pareto;
B) O 2 diz-nos que qualquer que seja a distribuio inicial de recursos, a
existncia de uma economia organizada de mercado nos moldes de economia
perfeita produzir inevitavelmente um ptimo de Pareto.
a. Afirma que o mecanismo descentralizado de decises proporcionado
pelo mercado conduz forosamente a um melhor resultado do que um
mecanismo centralizado de tomada de decises;
b. Para se atingir uma redistribuio dos rendimentos mais conforme com
a ideia de justia social entendia-se que no seria necessria a
interveno de uma entidade central, mas apenas uma modificao
inicial dos recursos;
A/C Situao de ptimo de Pareto
D Possibilidade impossvel
(que ultrapassa a curva de
possibilidades de produo)
B - Situao Subptima
-
3.2.3 A eficincia na Perspectiva de um mercado nico
- A condio de eficincia requerem que a receitar marginal correspondente produo de
uma unidade a mais de um bem seja igual ao seu custo marginal;
- Se a receita for superior ao custo marginal, a sociedade melhoraria o seu bem-estar se a
produo aumentasse;
- Se a receita marginal for inferior ao custo marginal, a sociedade melhoraria o seu bem-estar
se a produo fosse reduzida
O equilbrio de mercado verifica-se no E, ponto em que a oferta se igual procura. A receita
marginal e o custo marginal correspondem ao preo, pelo qual se a receita e custo se igualam
verifica-se a condio que a eficincia econmica exige.
3.3 Anlise do conceito de eficincia econmica:
Para que haja eficincia no sentido de Pareto os economistas salientam que tm de ser
respeitadas cumulativamente trs acepes do conceito de eficcia:
A) Eficincia na Troca;
B) Eficincia na Produo;
C) Eficincia na Combinao de Produtos;
3.3.1 A curva de possibilidade de utilidade
Trata da combinao de bens, quantos mais se possui mais utilidade. A curva de possibilidades
de utilidade representa, o nvel mximo de utilidade que os consumidores podem alcanar.
Esquema 3
Como mostra o grfico a
eficincia econmica mxima
quando o mercado est em
equilbrio, quando as
quantidades que so vendidas
ao preo Pe
Pendente Relativa
pois quanto maior a utilidade de
X, menor a de Y, ou vice-versa.
-
3.3.2 A eficincia na Troca
- Refere-se distribuio dos bens;
- Quando um determinado conjunto de bens temos a eficincia na troca, quando
no possvel melhorar o bem-estar de uma pessoa sem privar o bem-estar de outra atravs
de um acto de troca.
A quantidade de um bem que uma pessoa est disposta a renunciar em troca de outro chama-
se relao marginal de substituio. S existe eficincia na troca quando a relao marginal de
substituio de todos os bens for a mesma para todas as pessoas.
As economias competitivas satisfazem a condio de eficincia na troca.
Todos os consumidores tm uma restrio oramental isto , tm uma quantidade dade de
dinheiro para gastar nos diversos bens.
A nvel grfico:
- O declive da curva de indiferena traduz a relao marginal de substituio;
- O declive de restrio oramental traduz a relao de preos;
Numa economia competitiva na qual todos os consumidores se deparem com os mesmos
preos, todos tm a mesma relao marginal de substituio, quando igualem a relao
marginal de Substituio e a relao de Preos;
3.3.3 A eficincia na Produo:
- Se uma economia no eficiente na produo
poder produzir uma quantidade mais de um
bem sem reduzir a de outros bens.
- No curca da fronteira de possibilidades de
produo no se pode produzir mais de um bem
sem reduzir a produo de outro.
O Declive de uma isoquanta d-nos a
relao marginal de substituio tcnica.
A eficincia na produo exige que todas
as empresas tenham a mesma relao
marginal de substituio tcnica.
No ponto de tangncia E o declive da
isquanta igual ao declive do custo
(recta isocusto)
A relao marginal de substituio
espelhada no declive da isoquanta.
A relao de preos reflectida no
declive da recta isocusto)
Esquemas 4 e 5
-
Numa economia existe eficcia na produo quando as empreses perante os mesmos preos
apresentam a mesma taxa de transformao tcnica.
Como mostra a figura, a utilidade maximizada no ponto de tendncia da curva de indiferena
com a curva de possibilidade de produo. No ponto de tangncia E, os declives so os
mesmos.
3.3.4 Eficincia na Combinao de Produtos
Dados dois produtos, maas e laranjas, teremos que averiguar qual a melhor combinao;
Tero que ser teoricamente vivel e adequada aos gastos dos consumidores.
Esquema 6
Curva de Possibilidade de Produo Relao marginal de transformao de maas em
laranjas; Dada pelos preos relativos de ambos os produtos (das maas em relao s laranjas)
Curvas de Indiferena Relao Marginal de Substituio de maas por laranjas; Dada pelos
preos relativos das maas em relao s laranjas;
Esta eficcia exige que a relao marginal de transformao de todos os produtos seja igual
relao marginal de substituio dos consumidores numa economia de mercado estas
relaes so expressas em preos.
4 As falhas de Mercado
Os mercados quando funcionam em condies ideias so eficientes no sentido de Pareto, no
entanto, os mercados por vezes, apresenta, falhas no funcionando da melhor for:
- Umas vezes, produzem determinadas coisas em excesso (poluio do ar, gua
e estabelecimentos comercias por exemplo)
- Outras, o mercado produz menos do que desejado (investigao cientifica,
apoio arte/cultura, reabilitao urbana?
-
2.2 Direitos de Propriedade e Cumprimento dos Contratos
- Os mercados s funcionam se o Estado definir os direitos de propriedade e assegure o
cumprimento dos contratos;
- Nos pases onde no j propriedade privada, nomeadamente, os velhos pases comunistas,
no se verifica incentivo produo. J nas economias de mercado, a propriedade privada
reflecte uma maior produtividade e reflecte-se tambm nos preos de mercado sobre a
propriedade.
As actividades do Estado no sentido de fazer valer a propriedade provada e o cumprimento
contratual sustentam as bases em que se apoiam as economias de mercado.
4.2 As Falhas de mercado e o papel do Estado - O primeiro teorema do bem-estar estabelece que a economia s eficiente no sentido de
Pareto em determinadas condies muito restritas;
- O funcionamento adequado nas moedas do mercado de concorrncia depende do
preenchimento de um conjunto de pressupostos, que na realidade, no se verificou em todas
as situaes.
- Os mercados podem, deste modo, funcionar no limite, ou nem sequer existirem
devido s falhas de mercado.
Constituem situaes nas quais o funcionamento do mercado no
produz os resultados que seria suposto produzir, quer em termos de
produo de bens, quer em termos de distribuio dos rendimentos
resultantes desses bens e servios.
No existe falha de mercado, porm quando os resultados no so os politicamente
desejveis. Exemplo: rede de internet de banda larga, museus, sistema completo de
transportes pblicos.
Esta impreciso na definio questes no padro de aferio em comparao relevante,
porque a identificao de uma folha de mercado pressupe necessariamente a comparao
com a situao ideia de um mercado em funcionamento.
- A escolha do padro referencia permite avaliar se existe de facto uma falha de
mercado, qual a sua extenso e gravidade:
A) No pode ser um ideal terico insuscetvel de ser atingido, como
que um Nirvana Approach;
B) O simples facto de a realidade no corresponder ao ideal proposto
pela teoria no constitui elemento bastante para se poder dizer que se est perante
uma falha de mercado;
-
C) Importa sim saber se a interveno do Estado pode produzir
melhorias, induzindo a resultados menos ineficientes, tendo em conta que a
interveno pblica causa ou pode causas ineficincias nos mercados.
- A interveno do Estado na economia justificar-se-, pois se existir uma falha de mercado
que os poderes pblicos sejam capazes de corrigir, devendo esta circunscreverem-se sua
eliminao;
- As falhas de mercado no so taxativas;
Eis algumas:
4.2.1 As falhas de concorrncia
A eficincia no sentido de Pareto exige que os mercados funcionem de acordo com a
concorrncia perfeita. As empresas no devem, assim, ter capacidade para influenciar nos
preos ou acreditar que no podem influir nos preos.
Concorrncia Perfeita:
- Produz-se at ao ponto em que o custo marginal igual receita marginal;
- A receita marginal sempre igual ao preo;
Em situaes de:
- Monoplio (uma empresa);
- Oligoplio (poucas empresas 3,5,7);
- Concorrncia Monopolista (15-20);
Os mercados controlam em maior/menos medida os preos, dando origem s falhas de
mercado falhas de concorrncia;
Razes avulsas para a existncia de falhas de concorrncia:
A) Economias de escala crescentes;
B) Estratgias destinadas a dissuadir a entrada de novas empresas nos mercados;
C) Concesso de patentes;
Em concorrncia imperfeita existe ineficincia econmica porque a empresa produz menos do
que poderia fazer em concorrncia perfeita;
- At ao ponto em que o custo marginal igual receita marginal porque esta
sempre igual ao preo;
- Curva da Procura de pendente Negativo: quando uma empresa vende uma
unidade a mais, v o preo da unidade, mas para vender a unidade adicional, deve diminuir o
preo dessa e de todas as anteriores. A receita a partir da venda da unidade adicional o seu
preo menos a receita perdida, pois o aumento das vendas reduz o preo de todas as
unidades.
-
4.2.2 Bens Pblicos
O mercado no consegue produzir bens eficientemente bens pblicos puros.
Os bens pblicos puros so bens cujo consumo irrival e inexcluivel (exemplo: defesa
nacional);
4.2.3 Externalidades
Quando as actividades de consumo, produo ou comercializao de um agente econmico
produzem efeitos nas actividades de consumo, de produo ou comercializao de outros
agentes econmicos, sem que tal se representa nos preos de mercado.
- Impedem que o mercado produza eficientemente bens;
- Os bens que apresentam externalidades so produzidas em excesso ou defeito.
- Positivas induzem as empresas a no produzir as quantidades tidas como
ptimas j que no beneficiam da totalidade dos benefcios gerados pela sua actividade;
- Negativas as empresas passam a produzir em excesso j que elas no
suportam a totalidade do seu custo;
4.2.4 Mercados incompletos
Sempre que os mercados no forneam um determinado bem/servio, por quanto o seu
fornecimento custa mais do que aquilo que os consumidores esto dispostos a despender por
eles.
- Mercado de Seguros;
- Mercado de Capitais;
O mercado de Seguros:
- Com muita frequncia, o mercado provado no disponibiliza seguros contra
muitos riscos importantes; exemplo: seguros contra inundaes ou colheitas agrcolas;
- O Estado intervm criando os seguros ou impondo altas clusulas nos contratos
privados;
3 Razes para a incompletude dos mercados de seguros:
A) No rentvel a introduo de novos produtos falta de inovao;
B) As empresas conseguem ressarcir-se dos custos da concepo e lanamento de
novos produtos custos de transao;
C) Dificuldade em saber a real situao dos seguros (assimetria de informao) e
em velar cumprimento dos contratos;
O mercado de Capitais:
- Problema da seleco adversa;
- Existem assimetrias de informao entre por um lado as empresas de capitais e
por outro lado, os clientes.
-
Os Bancos hesitam, muitas veze, em emprestar dinheiro a pessoas que no tm para oferecer
nenhuma garantia como contrapartida do seu emprstimo
S estaro dispostos a contrair um emprstimo a um juro muito elevado s pessoas que, de
toda a maneira, no esto seriamente preocupadas em pagar juros. Aqueles que podem pagar
juros no iro contrair emprstimos.
Mercados Complementares:
O mercado no efectua as operaes de coordenao necessrias para que dois ou mais
mercados funcionem, exemplo caf e acar;
Quando o mercado no efectua as necessrias operaes de coordenao, h necessidade de
criao de programas pblicos de recuperao de centros histricos de cidades que
coordenam a actividade de proprietrios, comerciantes, habitantes e entidades pblicas.
4.2.5 Falhas de Informao
Algumas actividades pblicas so justificadas pelo facto de os consumidores terem uma
informao incompleta e pelo facto de que o mercado por si s disponibiliza pouca informao
Exemplo:
- Os bancos esto obrigados a divulgar a TAE (Taxa anual efectiva) dos emprstimos
que concedem;
- Bens vendidos podem ser trocados durante um curto perodo;
- Os inimigos destas polticas afirmam que so desnecessrias, irrelevantes e
custosas, tanto para o Estado como para as empresas;
- Casos de falhas de mercado relacionados com informao imperfeita;
- Servios de Meteorologia;
- Investigao Fundamental;
- Informao Estatstica;
4.2.6 A inflao e o Desemprego
Constitui uma das mais importantes falhas de mercado nos factores de produo. Nas
economias capitalistas verificam-se muitas vezes, elevadas taxas de desemprego. Assim como
a inflao subida geral e aprecivel dos preos uma folha de mercado relevante nas
economias capitalistas;
4.2.7 Relao entre as falhas de mercado
- No so mutuamente excluentes;
- Muitas vezes a existncia de mercados incompletos deve-se em parte a problemas de
informao;
- frequente afirmar-se que as externalidades so um caso de mercados incompletos;
-
4.3 A redistribuio e os bens preferentes (bens de mrito)
Falhas do Mercado Mercado no funciona bem Interveno
Casos em que o mercado funciona Interveno do Estado
A) A poltica de redistribuio justificada com o argumento que a distribuio do
rendimento operada no mercado no a melhor do ponto de vista social;
B) Outro argumento a interveno do Estado est relacionada com o medo de
que o particular no actue no seu prprio interesse. O estado ir impor aos
particulares o consumo de certos bens ou proibir-lhe o consumo de outros;
exemplo: imposio do cinto de segurana, proibio de fumar e descontos
obrigatrios para a Segurana Social.
4.4 O papel do Estado Anlise Normativa:
- O estado tem como objectivo corrigir as falhas de mercado;
- Torna-se necessrio verificar se existe uma falha de mercado e se possvel ao
Estado corrigi-la em termo de uma melhora de Pareto;
- Necessrio averiguar se o Estado s tem capacidade para efectuar a interveno
requerida (se no produz mais custos do que benefcios e se o processo politico real e a
estrutura burocrtico permitem a correco da falha atravs dessa mesma interveno;
Anlise Positiva:
- Muitas vezes, as falhas de mercado so apenas um argumento retrico para a
justificao da interveno do Estado no servio de interesses particulares;
- A anlise positiva vai intentar descobrir quais as verdadeiras razes para a
interveno os efeitos reais na economia e os processos da actuao das entidades pblicas;
- Anlise que efectivamente beneficia com a interveno permitindo conceber
formas de interveno mais adequadas ao interesse pblico;
5 A Eficcia e a Equidade A alterao da distribuio do rendimento , sempre, uma das consequncias de qualquer
interveno do Estado na economia e, por vezes, uma das suas finalidades;
5.1 A Disjuntiva entre eficincia e a distribuio
Apesar de o modelo de economia competitiva se saber, por definio, eficiente, pode no
entanto no dar lugar a uma distribuio considerada justa pela sociedade Teoria Econmica
Dominante;
Trade-off entre eficincia e equidade: se o Estado intervm
com o fim de diminuir a desigualdade, a eficincia diminui;
-
Por exemplo: Interveno do Estado:
Joo 10 laranjas Joo 6 laranjas
Pedro 2 laranjas Pedro 5 laranjas
H perda de uma laranja, aumentou-se a equidade, mas a eficincia decresceu.
A opo entre estas duas vertentes constitui a questo central de muitos debates pblicos,
incide sobre dois pontos:
A) Sobre a questo de saber a quanto eficincia se tem de renunciar para reduzir a
desigualdade;
B) Sobre o valor que se deve dar diminuio da desigualdade face reduo da
eficincia. Deve continuar-se para uma maior equidade sem preocupaes de
eficincia ou deve-se privilegiar esta ltima?
A resposta a esta pergunta supe a anlise da eleio Social entre a equidade e a eficincia.
5.2 A anlise das Eleies Sociais
Curva de Possibilidades de Utilidade: conjunto de oportunidades, indica assim, o nvel mximo
de utilidade ou bem-estar que pode alcanar uma pessoa tendo em conta nveis de bem-estar
de outra;
Curva de indiferena Social: representam o ponto de vista da sociedade acerca da distribuio
do rendimento entre as diversas classes sociais;
Qualquer um dos seus pontos
representa uma distribuio de
utilidades diferente, entre os
membros da sociedade, considerada
aceitvel pela sociedade;
A sociedade prefere B a A, porque B
tangente curva de possibilidades
de produo e est numa curva de indiferena s que mais elevada ou mais distante da
origem;
-
MaisBens
MaisUtilidade
Total
Menos Utilidade Marginal
5.2.1 Determinao das disjuntivas
Curva de Indiferena Social: todos os seus pontos so distribuies do rendimento entre os
membros da sociedade s quais ela indiferente;
Supe que haja capacidade de:
A) Avaliar o bem-estar de cada pessoa;
B) Comparar o bem-estar de cada pessoa;
C) Avaliar em que medida cada pessoa est disposta a renunciar do seu bem-
estar para aumentar o de outros;
Estas aces so levadas acabo pela funo de utilidade. Assim, o bem-estar de cada pessoa
depende da utilidade por si sentida. Est e tanta maior quantos mais bens ter na sua posse.
A utilidade das unidades sucessivas vai sendo cada vez menos. Por esta razo sempre que se
transfere bens de uma pessoa para a outra a utilidade marginal de quem d aumenta e a
utilidade marginal de quem recebe diminui.
Assim, por exemplo a transferencia de rendimentos de pessoas com eles muitos elevados para
pessoas com rendimentos muito baixos tem por efeito uma perda da utilidade total do
primeiro e um grande ganho da utilidade tolal do ltimo.
No entanto, se a pessoa com menos rendimentos melhorar muito o bem-estar custa da
diminuio da utilidade do mais rico no poder haver mais nenhuma melhoria;
5.2.2 Avaliao das Disjuntivas
Em regra, as transferncias do rendimento implicam custos de eficincia que ajudam a curva
de possibilidades de utilidade:
Geram Custos - seja porque os mais ricos icam a trabalhar menos porque uma parte
do seu esforo -lhes retirada;
- seja porque os mais pobres passam a trabalhar menos para no
deixar de ter dinheiro s prestes de que est a usufruir;
Esquemas 7 e 8
-
Esquema 9
uma curva de indiferena representa as
combinaes de fins que do a uma pessoa o
mesmo nvel de utilidade, podemos supor que o
bem-estar da sociedade de utilidade que os seus
membros recebem;
Funo do Bem Estar tem sempre o mesmo valor numa s curva de indiferena social
- Nvel de Bem estar social correspondente a um determinado conjunto de nveis de
utilidade alcanad pelos membros da comunidade;
- Ordena as diferentes afectaes de recursos que so possveis numa determinada
economia, preferindo-se aqueles que melhoram o bem-estar de todos (principio de Pareto);
Nem sempre as escolhas entre as diversas combinaes de recursos resultam em ptimos de
Pareto. Por vezes, a preferncia por uma curva de indiferena social que proporciona aos
cidados nveis de bem-estar no quer dizer que todos os grupos sociais ganhem maior bem-
estar;
Alguns podem mesmo perder:
- As funes de bem-estar consistem num instrumento utilizado pelos economistas
para analisar as preferencias da sociedade em relao ao problema da distribuio do
rendimento pelos diversos grupos da sociedade;
- O seu desenho varia conforme a concepo de bem-estar social que se perfilhe;
- Depende da perspectiva que se adopte em relao distribuio do rendimento
operada pelo mercado, ao modo como se avalia a sua justia e s propostas de correco de
desigualdades;
Respostas de avaliaao do Bem-estar:
A) Concepo Utilitarista;
B) Concepo Eleitor Mdio;
C) Concepo de John Rawls;
A) Concepo Utilitarista:
a. A sociedade deve maximizar a utilidade dos seus membros;
b. Numa sociedade composta opor apenas duas pessoas a funo do bem-
social W= U1 + U2
A funo do bem estar social utilitarista defende que se deve atribuir o mesmo peso
utilidade de uma da pessoa, independentemente da utilidade de outra ou outras
-
B) Concepo do eleitor mdio:
a. Quando se est perante situaes de extrema desigualdade, a sociedade
valoriza em menor medida a perda de utilidade daqueles que tm mais do
que o ganho de utilidade dos que tm menos;
b. medida que vamos caminhando para situaes de maior igualdade a
sociedade valoriza cada vez menos os ganhos de quem tem menos em
relao perda de quem tem mais.
C) Concepo de John Rawls
a. A sociedade deve preocupar-se em exclusivo com aqueles que tem menos;
b. O bem-estar da sociedade s depende daqueles que tm menos, de quem
est em pior situao;
c. Se a sociedade melhora o bem-estar de quem tem mais, a sociedade no
melhora o seu bem-estar;
Esquema 10
Esquema 11
Esquema 12
-
5.2.3 Duas advertncias a Constar:
Os conceitos de funo de bem-estar social e a curva de possibilidades de utilidade tm sido
criticadas por vrias razes:
A) Sero possveis comparaes interpessoais de bem-estar?
B) Qual a natureza das funes de bem-estar social?
A) Comparaes interpessoais:
a. A exposio anterior parte do pressuposto de quando uma pessoa consome
mais, a sua utilidade total aumenta;
b. Assim, parte-se do princpio de que possvel medir a utilidade de uma pessoa
e de que possvel comparar os nveis de utilidade das vrias pessoas muitos
economistas creem que no possvel fazer comparaes interpessoais;
A ser assim, os economistas estariam limitados a descrever e avaliar as consequncias das
aces dos governos. Limitar-se-iam a dizer que ganha e quem perde com as aces dos
governos.
Os juzos de valor consistiriam apenas em saber se teria havido ou no a concorrncia de um
ptimo de Pareto Limitariam muito a aco dos economistas.
B) Funes do Bem-estar social a natureza:
a. A sociedade em si no tem preferncias. Quando se fala em preferncias da
sociedade estamos em bom rigor a referimos a uma qualquer forma de
agregao de preferncias das pessoas;
Em sociedades no democrticas, a agregao de preferncias feita por quem detm o
poder, o ditador;
Em sociedades democrticas, o problema torna-se mais complexo, pois o poder est repartido
princpio da separao de poderes;
- Podemos dizer contudo que a agregao de preferncias cabe em primeira linha
aos grupos do poder poltico que tiverem competncia para executar polticas que afectam o
bem-estar de pessoas;
- Interessa ainda saber quem detm o poder na AR. Esto includos todos os grupos
relevantes numa sociedade;
Eleio Social na Teoria:
A) Construir o conjunto de oportunidades a curva de possibilidades de utilidade
diz-nos quanto tem que diminuir a utilidade de uma pessoa para aumentar a
utilidade de outra;
B) Definir Preferncia as curvas socias de indiferenas mostram em quanto a
sociedade est disposta a reduzir a utilidade de uma pessoa em benefcio de
outra;
-
C) Adoptar programas que aumentam o bem-estar social dever-se- adoptar os
programas que situam a sociedade numa curva de indiferena mais alta da
sociedade;
Comparaes das Eleies Individuais e Sociais:
Eleio Individual:
A) Definio do conjunto de oportunidades a restrio oramental;
B) Definio de preferncias pela curva de indiferena individual;
C) Eleio do ponto preferido pela tendncia entre a curva de indiferena
individual e a restrio oramental;
Eleio Social:
A) Definio do conjunto de oportunidades feita atravs da curva de
possibilidades de utilidade
B) Definio de preferncias pela curva de indiferena social;
C) Eleio do ponto preferido pela tangencia da curva de indiferena social e
a curva de possibilidades de utilidade;
5.3 Eleies Sociais na Prtica
Na prtica, os poderes pblicos no traam curvas de possibilidades de utilidade nem calculam
funes de bem-estar social, contudo, as sus decises baseiam-se nestes conceitos.
Modo de proceder dos Poderes Pblicos face a um determinado projecto ou programa que
pretendem concretizar, os poderes pblicos vo actuar do seguinte modo:
1) Procuram identificar e quantificar os benefcios erguidos que cada grupo social
recebe;
2) Averiguar se o projecto uma melhoria de Pareto. Em caso afirmativo o
projecto deve realizar-se caso contrrio, a questo complica-se: os poderes
polticos devem fazer um juzo global. Um dos mtodos consiste na anlise a
partir de dados estatsticos dos efeitos do projecto na eficincia e na
igualdade;
Se o projecto produz ganhos positivos lquidos (na eficincia) e reduz a desigualdade o modelo
deve realizar-se;
Se o projecto produz perdas positivas lquidas e aumenta a desigualdade no deve realizar-se.
Equidade mede-se a partir
de um indicador do nvel
global de desigualdade
existente na sociedade
Mede-se somando as perdas
e gastos de cada pessoa
-
MaisUnidades
MaisUtilidade
Total
Menos Utilidade Marginal
Se permite ganhos na eficincia, mas aumenta a desigualdade ou se diminui a desigualdade
custa de uma menor eficincia estamos perante uma disjuntiva e teremos assim de recorrer a
uma funo de bem-estar social.
Que responde a quanta desigualdade adicional se dispe a aceitar para
aumentar a eficincia ou quanta eficincia se dispe a ____para
aumentar a igualdade.
5.3.1 A medio de Benefcios
O padro de medida a disposio em pagar. A quantidade de dinheiro que uma pessoa est
disposta a pagar diferente da quantidade de dinheiro que tem que pagar.
A pagar depende dos preos de mercado;
A que nos dispomos a pagar depende das nossas preferncias a pagar;
Renda do Consumidor excedente entre o que estamos dispostos a pagar e o que pagamos
efectivamente;
A pessoa compra at esta ser igual ao preo, quando for inferior, no procede compra.
5.3.2 Curvas de Procura Ordinria e Compensada
Ordinria tem em conta o efeito
substituio e o efeito rendimento;
Compensada mede a disposio a pagar
de uma pessoa; S tem em conta o efeito
de substituio;
5.3.3 O excedente do Consumidor
As partes
riscadas
representam o
excedente do
consumidor;
A curva da procura compensada usada para medir os Beneficios dos projectos Pblicos;
Esquema 13
Esquema 14
-
5.3.4 Medio dos Beneficios Sociais agregados:
Medem se agregando os benefcios de todas as pessoas. Medem portanto a disposio a
pagar de todas as pessoas. A diferena entre a disposio a pagar e os custos do projeto d-
nos os benefcios e excludos do projecto.
5.3.5 Medio de Ineficincia:
- Os projectos pblicos so regra geral financiados com impostos agora (no momento) ou no
futuro;
- Para calcular a perda de eficincia gerada pelos impostos calculamos a sua receita e
comparamo-la com a receita originada por um imposto hipottico de quantia fixa;
Curva Excessiva diferena entre a receita obtida por meio de um determinada impostos
(imposto sobre tabaco) e a receita que seria obtida por um imposto hipottico de quantia fixa;
Os impostos, excepto os de quantia fixa, provocam uma curva excessiva, porque obrigam as
pessoas a renunciar ao consumo de bens pelo qual tm maior preferncia em favor do
consumo de bens pelo qual tm uma preferncia menor com o fim de no pagarem o imposto.
Trs Perspectivas de avaliar as Eleies Socias:
A) Princpio da Compensao;
B) Comparao entre diferentes medidas;
C) Benefcios Lquidos Ponderados;
A - Princpio da Compensao:
- Estabelece que quando a disposio agregada a pagar maior que o seu custo o
projecto deve realizar-se;
- Os grupos prejudicados devem ser compensados pelos prejuzos sofridos;
- Este critrio no presta a devida ateno s questes retributivas;
B - Comparaes entre as diferentes Medidas;
- A simples comparao entre benefcios e os custos agregados da medida no
muitas vezes suficiente;
Esquema 15
-
- O ideal seria tomar em conta as consequncias de cada medida pblica, o recurso
a estatsticas simtricas pode esconder informao relevante para a deciso pblica
procuram ter em conta os efeitos das medidas nos grandes grupos;
C - Benefcios Lquidos Agregados:
- Soma de disposies em pagar menos os custos;
- Se forem positivos, beneficia os mais pobres e neutra em relao aos mais ricos,
devendo realizar-se o projecto;
- Se o projecto produz efeitos assimtricos nos vrios grupos sociais temos de
avaliar os benefcios excludos de cada uma das classes sociais com factores de ponderao,
atribuindo maior importncia aos ganhos dos desfavorecidos.
Trs Pressupostos;
A Utilidade Marginal Decrescente;
B A relao entre a utilidade e o rendimento das diferentes pessoas a mesmo;
C Que a sociedade se preocupa com a utilidade total;
5.3.4 Eleio Social na Prtica
1 Identificar as melhorias de Pareto;
2 Se umas pessoas se encontrarem em melhor situao e outras em pior,
identificar os grupos de pessoas que se encontram em cada situao por rendimento, regio,
idade e os ganhos e perdas de cada um dos grupos;
- Averiguar se os benefcios lquidos so positivos (princpio da compensao);
- Observar a variao da medida de eficincia e a variao da medida de
desigualdade e avaliar as disjuntivas;
- Calcular benefcios lquidos ponderados, ponderando os custos dos mais
pobres mais do que os ganhos dos mais ricos de acordo com a funo de bem-estar social.