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  PREPARAÇÃO PARA O EXAME DE FINANÇAS PÚBLICAS I 1  O Sector Público numa Economia Mista 1.1. O papel económico do Estado Desde que nascemos até que morremos, as actividades do Estado influenciam de inúmeras maneiras a nossa vida:  Nascemos em hospitais públicos ou subvenciados pelo Estado;  O nosso nascimento é registado pelo sector público;  Estudamos em escolas públicas;  Em algum momento da nossa vida, recebemos prestações do Estado;  Pagamos impostos directos e indirectos (IVA, IRS, imposto sobre o álcool, imposto sobre o tabaco, etc.);  Os nossos empregos dependem da política comercial do Estado;  As estradas são públicas, assim como o tratamento do lixo e esgotos. 1.1.1. A economia mista dos países ocidentais Economia de mercado: mercado decide as regras   o que produzir, como produzir, para quem produzir… Economia socialista: Estado/entidade central que determina como, para quem, e o que as pessoas devem produzir. Economia mista: sistema adoptado nas economias ocidentais em que parte da actividade económica é realizada pelas empresas privadas e outra parte pelo Estado. O Estado influencia a conduta do sector privado mediante uma variedade de regulamentações, impostos e subvenções. 1.1.2. Diferentes pontos de vista sobre o papel do Estado Algumas das ideias principais dos séculos XVIII e XIX foram fundamentais para a história económica do séc. XX e ainda hoje influenciam a conjuntura económica. Uma teoria predominante no séc. XVIII era a de que o Estado devia fomentar activamente a indústria e o comércio  Mercantilismo. Teoria da qual Adam Smith (fundador da economia moderna) escreveu “A Riqueza das Nações”, em 1776, na qual defendeu a ideia de que o Estado devia desempenhar um papel limitado. A competência e o lucro derivavam da limitação do Estado, que levaria os particulares a melhor servir o interesse público. Competindo entre si, só sobreviviam as empresas que produzissem o desejado com um custo reduzido.

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  • PREPARAO PARA O EXAME DE

    FINANAS PBLICAS I

    1 O Sector Pblico numa Economia Mista

    1.1. O papel econmico do Estado

    Desde que nascemos at que morremos, as actividades do Estado influenciam de

    inmeras maneiras a nossa vida:

    Nascemos em hospitais pblicos ou subvenciados pelo Estado;

    O nosso nascimento registado pelo sector pblico;

    Estudamos em escolas pblicas;

    Em algum momento da nossa vida, recebemos prestaes do Estado;

    Pagamos impostos directos e indirectos (IVA, IRS, imposto sobre o lcool,

    imposto sobre o tabaco, etc.);

    Os nossos empregos dependem da poltica comercial do Estado;

    As estradas so pblicas, assim como o tratamento do lixo e esgotos.

    1.1.1. A economia mista dos pases ocidentais

    Economia de mercado: mercado decide as regras o que produzir, como produzir, para quem

    produzir

    Economia socialista: Estado/entidade central que determina como, para quem, e o que as

    pessoas devem produzir.

    Economia mista: sistema adoptado nas economias ocidentais em que parte da actividade

    econmica realizada pelas empresas privadas e outra parte pelo Estado. O Estado

    influencia a conduta do sector privado mediante uma variedade de regulamentaes,

    impostos e subvenes.

    1.1.2. Diferentes pontos de vista sobre o papel do Estado

    Algumas das ideias principais dos sculos XVIII e XIX foram fundamentais para a histria

    econmica do sc. XX e ainda hoje influenciam a conjuntura econmica.

    Uma teoria predominante no sc. XVIII era a de que o Estado devia fomentar

    activamente a indstria e o comrcio Mercantilismo. Teoria da qual Adam Smith (fundador

    da economia moderna) escreveu A Riqueza das Naes, em 1776, na qual defendeu a ideia

    de que o Estado devia desempenhar um papel limitado.

    A competncia e o lucro derivavam da limitao do Estado, que levaria os particulares

    a melhor servir o interesse pblico. Competindo entre si, s sobreviviam as empresas que

    produzissem o desejado com um custo reduzido.

  • As ideias de Smith no convenceram todos os pensadores sociais do sc. XIX, a quem

    preocupavam as grandes desigualdades sociais. Alguns escritores do sc. XIX tentaram, nas

    suas obras, atender s particularidades das classes trabalhadoras, como Karl Marx. Muitos

    atriburam os males da sociedade propriedade privada do capital. O Estado deveria intervir

    mais no controlo dos meios de produo.

    Para outros, como Owen, a soluo no passava nem pelo Estado nem pela empresa

    privada, mas sim pela formao de grupos mais pequenos de pessoas que cooperassem em

    interesses mtuos.

    Actualmente, os pases da antiga URSS e do Bloco de Leste atravessam um momento

    de transio para um sistema de mercado. Hoje, acredita-se que os mercados e as empresas

    privadas constituem a chave de xito de uma economia, enquanto o Estado desempenha um

    papel fundamental como complemento do mercado.

    1.1.3. Razo para a interveno do Estado na economia: falhas de mercado

    A Grande Depresso (EUA 1929), durante a qual o PIB diminuiu 30% e o desemprego

    ascendeu a 25%, provou que os mercados tinham falhado na sua tarefa de orientar e dirigir a

    economia.

    John Keynes acreditava firmemente no facto de que o Estado deveria intervir para

    fazer frente s depresses econmicas e que, para alm de dever, podia tambm faz-lo.

    A Depresso trouxe ao espectro poltico problemas at ento esquecidos. A

    interveno do Estado tambm surgiu como resposta s exigncias de justia. Para responder

    a estas exigncias, o Estado instituiu o subsdio de desemprego, as reformas, a assistncia

    mdica gratuita, os seguros agrcolas, educao gratuita, formao profissional, Este gnero

    de medidas garantiu maiores oportunidades de mobilidade social e uma rede de segurana

    para todos, garantindo a paz social New Deal.

    Os defensores da interveno estadual continuam a afirmar que o Estado deve

    resolver os problemas econmicos e sociais de um pas, mas dever ter cuidado com os

    problemas pblicos visa-se a pacificao social. Trata-se de uma crena, algo que no

    logicamente dedutvel e globalmente aceite.

    Ideias que foram uma influncia poderosa, tanto nos poderes pblicos como

    nos economistas sc. XIX:

    Stuart Mill e Nassau Senior com o laissez faire, segundo a qual o Estado no

    deveria controlar a empresa privada. A concorrncia ilimitada seria a melhor

    maneia de servir os interesses da sociedade.

  • 1.1.4. As falhas da interveno do Estado

    A concretizao dos programas pblicos no se fez sem mcula. A tomada de

    conscincia de alguns efeitos indesejveis e at de ineficincia produzidos pelos programas

    pblicos fez com que os economistas e os politiclogos colocassem a questo das falhas do

    Estado.

    a. Informao limitada: muitas medidas pblicas tm consequncias complexas e

    difceis de prever, por exemplo, ningum previu o aumento da esperana de vida e

    a diminuio dos nascimentos; consequncia foi a possvel ruptura do sistema da

    Segurana Social.

    b. Controlo limitado das empresas privadas: o Estado no controla totalmente as

    consequncias das suas intervenes. Por exemplo, o estado pode criar uma

    eficiente rede de transportes colectivos, mas as pessoas podem continuar a

    preferir o automvel; aumentar o preo do tabaco, mas as pessoas continuarem a

    fumar; a melhoria das vias de comunicao apenas aumentou a desertificao, em

    vez de combate-la.

    c. Controlo limitado da burocracia: a nossa democracia rege-se pelo princpio da

    separao dos poderes. Quem faz as leis no ser a mesma pessoa que as vai

    executar. Os tribunais fiscalizam o cumprimento das leis mas no as elaboram nem

    as executam. Quem as executa, no as faz. O facto de a AR aprovar uma lei no

    s por si suficiente para que ela se cumpra.

    d. Limitaes impostas pelo processo poltico: envolve a tomada de decises pelo

    Estado pode obstar a que sejam tomadas as melhores medidas do ponto de vista

    do interesse pblico geral, em benefcio daquelas que sirvam os interesses dos

    grupos de presso. O prprio cidado no tem muitas vezes capacidade para

    atingir a complexidade dos problemas. Muitas vezes, no existem solues simples

    e ptimas para os problemas.

    1.1.5. A procura de um equilbrio entre qual deve ser o papel do mercado e

    qual deve ser o papel do Estado

    Os mercados podem falhar. Muitas vezes, o Estado no consegue suprir de forma

    satisfatria as falhas de mercado.

    As polticas pblicas devem ter em conta no s as limitaes de mercado como as

    prprias limitaes do Estado implica que s deve intervir quando a falha de mercado for

    suficientemente importante e quando a interveno produzir claramente uma melhoria face

    alternativa de no interveno.

    Predomina a ideia de que uma interveno do Estado pode atenuar, mas no resolver,

    os problemas mais graves. Por exemplo: atenuar os aspectos mais graves da pobreza e

    diminui-la totalmente. O Estado pode combater o desemprego mas a criao de postos de

    trabalho responsabilidade das empresas privadas.

  • 1.1.6. Mudanas recentes na relao Estado/Mercado

    A Liberalizao: fenmeno que teve incio nos EUA durante a presidncia de Carter e

    que consiste em diminuir o papel do Estado na regulao da economia. A

    desregulamentao da economia intensificou-se nos anos seguintes, estendendo-se

    tambm Europa. Sectores inteiros da economia foram desregulamentados:

    transporte areo, banca, seguros, telecomunicaes, Abertura ao sector privado,

    beneficio nos preos, qualidade e acessibilidade. Crises Bancrias.

    Privatizaes: transferncia para o sector privado da propriedade e/ou da explorao

    de empresas e sectores que at ento, por vrios motivos, eram propriedade pblica.

    Exemplo: bancos, seguradoras, indstrias qumicas, etc.

    1.2. Quem o Estado?

    Todos ns temos uma ideia das instituies que o integram: Parlamento, Governo,

    Supremo Tribunal de Justia e dadas as suas instituies autnomas.

    As sociedades ocidentais tm uma estrutura descentralizada:

    ESTADO:

    i. Local;

    ii. Regional;

    iii. Federal;

    iv. Central;

    v. Europeu;

    E as suas funes so: a justia, a segurana externa, segurana interna, relaes

    externas,

    No clara, por vezes, a fronteira entre o Estado e as empresas, isto porque o Estado

    proprietrio de empresas que concorrem com outras ou, por vezes, tambm scio.

    O Estado tem, porm, duas caractersticas prprias:

    a. Numa democracia, as pessoas que dirigem as instituies, ou foram

    directamente eleitos, ou foram nomeadas por quem foi eleito directamente

    ou indirectamente (nomeadas por outro nomeado pela pessoa eleita);

    b. O Estado tem poder de ius imperium.

    1.3. Pensar como um economista do sector pblico

    H quatro questes fundamentais sobre as quais os economistas se debruam e a

    maneira como as decises do Estado influenciou o sector privado:

    i. Que bens produzir?

    ii. Como produzir?

    iii. Para quem produzir?

    iv. Qual a entidade que toma as decises sobre a produo?

  • I. Que bens produzir?

    Que parte dos recursos se deve destinar produo de bens pblicos e que parte se

    deve destinar aos bens privados? uma questo que resolvida mediante uma curva de

    possibilidades de produo, que representa a quantidade de bens que se pode produzir de

    maneira eficiente com determinada tecnologia e recursos dados.

    A sociedade pode gastar mais em bens pblicos mas somente reduzindo a parte

    disponvel para consumo privado;

    Assim, por exemplo, de G a E, aumenta-se os bens pblicos, mas acabam por diminuir

    os privados;

    O ponto I representa uma sociedade no eficiente, pois poderia produzir uma maior

    quantidade de bens pblicos e privados.

    J o ponto N inalcanvel, pois os recursos e tecnologia existentes no so

    suficientes para a produo das quantidades referidas de bens pblicos e privados.

    Esquema 1:

    II. Como produzir os bens?

    Recorrer a mais trabalho ou mais capital?

    As decises pblicas (do Estado) afectaro como os operados privados faro

    tambm a sua escolha.

    Ditada pela poltica oramental.

    III. Para quem produzir?

    Questo da distribuio do rendimento.

    As decises pblicas sobre os impostos e os programas de assistncia determinam o

    rendimento que cada pessoa em concreto ir receber dos poderes pblicos. A prpria deciso

    sobre que concretos tipos de bens pblicos sero deduzidos determina o crculo dos seus

    benificirios.

  • IV. Como se tomam as decises?

    Decises so tomadas colectivamente. Os cidados elegem pessoas que tomam em

    seu nome as decises. Decises como a estrutura jurdicas, o tamanho do exrcito, a despesa

    pblica em sade so decises que devem contar com a maior participao possvel dos

    cidados. Quando se trate de bens pblicos a deciso deve ser colectiva.

    As decises colectivas so, no entanto, muito mais complicadas de tomar, visto que os

    cidados tm opinies diferentes sobre o que desejvel.

    Reconhecer esta heterogeneidade fundamental. necessrio apurar o que o

    interesse pblico, pelo que as decises raramente sero neutras e prejudicaro sempre uns,

    em favor de outros, sendo sempre necessrio especific-lo.

    1.3.1. Anlise do sector pblico

    Implica a resposta a quatro questes:

    a) Descrever as actividades que o sector pblico realiza e como esto organizadas: as

    actividades do Estado so inmeras e complexas. Atravs do Oramento de

    Estado, podemos saber quais as receitas e despesas do Estado. As receitas do

    Estado, em Portugal, esto organizadas de acordo com a classificao econmica

    (receitas correntes e receitas de capital)

    Tipos de Classificao da Despesa:

    Econmica: Despesa corrente/de capital;

    Funcional: de acordo com o seu objectivo funes gerais de soberania

    como defesa ou segurana; funes sociais como a sade e a educao;

    funes econmicas como a agricultura, indstria, comrcio, turismo,

    Orgnica: dependendo dos Ministrios.

    b) Compreender e prever dentro do possvel todas as consequncias das actividades

    do Estado: quer a obteno de receitas, quer a realizao de despesas, produzem

    efeitos econmicos que cabe ao Estado, na medida do possvel, antecipar. Sempre

    que o Estado sobe um imposto, convm saber quem ir suportar no final o seu

    pagamento. Exemplo: a modificao da idade da reforma produz certos efeitos

    como: segurana social (as pessoas contribuem mais anos); emprego (sobrando

    menos postos para os jovens); consumo (aumentar/diminuir?).

    c) Avaliar efeitos de possveis medidas alternativas: o decisor pblico deve ponderar

    os efeitos das diferentes medidas passveis de serem utilizadas para realizar certa

    finalidade e escolher aquela que do ponto de vista da finalidade pretendida seja a

    mais adequada.

  • d) Interpretar o processo poltico: as decises colectivas so decises tomadas no

    mbito do processo poltico. Tendo isto em conta cabe ao economista explicar

    porque que se gasta mais no programa A e menos no programa B. O processo

    poltico de tomada de decises colectivas sofre os efeitos da actuao dos grupos

    de presso. O economista estuda tambm o papel dos interesses econmicos na

    determinao da conduta dos decisores polticos.

    1.3.2. Os Modelos Econmicos

    As decises tomadas no mbito pblico so influenciadas e subordinadas a modelos

    econmicos (representaes amplificadas da realidade, no correspondendo completamente a

    esta). Tm por finalidade apreender os caracteres essenciais das temticas que pretendem

    estudar. Tratam-se de modelos que simplificam deliberadamente a realidade sobre que

    incidem, no procurando modelizar a complexidade das decises, mas apenas os seus traos

    fundamentais.

    So sempre simplificaes da realidade. Esta muito mais complexa e rica que os

    modelos que a tentam descrever e explicar. Exactamente por a tentarem explicar que

    necessitam de proceder a simplificaes.

    Se um modelo se identificasse com a realidade que quer descrever e explicar, no

    conseguiria os seus institutos e seria mesmo dispensvel pela falta de utilidade.

    1.3.3. Distino entre Economia Normativa e Economia Positiva

    Por exemplo: proposta de imposto sobre a cerveja.

    Anlise Positiva: verificaria as repercusses na economia, produtoras e

    consumidoras.

    Anlise Normativa: verificaria os benefcios da medida. Distino que se pode

    alargar a processos polticos como o sistema de votao.

    1.3.4. A distino de Musgrave acerca da actividade pblica

    As economias da EU so economias mistas, em que a actividade econmica obedece

    ao critrio de mercado ou decidida de acordo com a vontade dos poderes pblicos.

    Quando os economistas

    pretendem avaliar as diferentes

    medidas, sobrepesando os seus

    efeitos positivos e negativos.

    Quando os economistas

    descrevem a economia e constroem

    modelos que predizem como se

    comportar esta, ou quais os efeitos

    distintos da medida. Incide sobre o

    O que .

  • Os indivduos e as empresas tomam decises de forma descentralizada, a propriedade

    dos bens privada e os preos resultam da interaco da oferta e da procura de que so

    objecto os bens.

    Outra parte da economia assegurada de forma centralizada. As decises sobre a

    afectao de recursos so tomadas por uma autoridade pblica princpio da autoridade.

    O mercado ocupa o lugar central enquanto mecanismo de afectao e distribuio dos

    recursos escassos disponveis. Assim, a propriedade e iniciativa econmica privadas impem-

    se de forma preferencial actualidade do Estado e propriedade pblica.

    ECONOMIA DE MERCADO: modelo de referencia da organizao da economia, sendo

    necessria a existncia de uma justificao que legitime a interveno do Estado princpio da

    subsidiariedade da interveno pblica nos mercados que s se justifica pela inaptido do

    mercado na resoluo do problema econmico na medida em que a actividade privada no

    produz efeitos satisfatrios.

    Dimenso tcnica para alm da dimenso poltica e ideolgica.

    a) Fins da Interveno do Estado na Economia: numa economia mista tpica a despesa

    pblica representa de 30 a 50% do PIB; esta anteviso permite constatar que o Estado

    chamado a desempenhar mltiplas tarefas no campo econmico.

    MUSGRAVE: o Estado intervm na actividade econmica com os objectivos de

    afectao, estabilizao e redistribuio do rendimento.

    OUTROS AUTORES: promover a eficincia e equidade.

    No so teorias antagnicas

    - Afectao, Estabilizao e Redistribuio:

    Afectao: corrigir os casos deficientes de afectao dos recurso que resultam do

    funcionamento puro dos mecanismos de mercado.

    Redistribuio: correco da distribuio da riqueza e do rendimento que decorre da

    lgica do mercado.

    Estabilizao: assegurar o pleno empenho dos recursos, a estabilidade na evoluo

    dos preos, e o crescimento econmico de forma sustentvel.

    Funes interdependentes

    (nenhuma pode ser levada a cabo isoladamente)

    Podem ser complementrias ou antagnicas

  • Eficincia e Equidade:

    - O Estado intervm para as promover, sempre que o funcionamento dos mecanismos

    do mercado a tal no conduza.

    - Pode, ainda, visar uma distribuio de riqueza e rendimento diferentes daquela que

    resulta do funcionamento do mercado, em ateno s concepes de justia e aos

    valores prevalecentes numa sociedade.

    - Os dois objectivos no so necessariamente conflituais.

    b) Os instrumentos de actuao do Estado na actividade econmica

    Criao do sistema normativo funcional, onde os operados econmicos

    desenvolvem as suas actividades;

    Regulao das transaces econmicas;

    Financiamento de bens e servios;

    Produo pblica, quer directamente pelo Estado, ou indirectamente por meio de

    produo privada com financiamento e regulao pblicas;

    Transferncias.

    Sistema Normativo Fundamental:

    - Indispensvel para a actividade econmica das empresas privadas;

    - O Estado reconhece o direito de propriedade privado e o princpio da autonomia

    contratual;

    - Edita normas que garantem o cumprimento de contratos, impendem o furto e o

    roubo, regulam falncias e disciplinam a concorrncia entre empresas;

    - Providencia o cumprimento das normas jurdicas, define um quadro legal e institui

    um sistema judicial.

    Garante Direitos e Deveres da relao Estado/indivduo/propriedade privada

    Estabelecimento de normas que limitam a actividade econmica (regulao)

    - Justificadas, muitas vezes, por razes de ordem valorativa em vez de razes de

    eficincia;

    - O Estado intervm directamente no mbito privado e no funcionamento dos

    mercados, uma vez que se financia com impostos e taxas sobre o rendimento, o patrimnio e

    despesa, e subvenciona a realizao de certas despesas e produes particulares.

    Alteram as restries oramentais dos consumidores e empresas.

  • Interveno do Estado e no participao (financiamento)

    - Produz bens que o mercado no pode ou no deve (defesa nacional);

    - Produz bens de natureza real que comercializa no mercado directamente ou

    atravs de estabelecimentos pblicos dotados de um certo grau de autonomia (educao

    pblica, transportes, servios postais, );

    - Presta financiamentos (actividades educativas, construes, );

    - Assegura servios de seguro que cobrem os riscos decorrentes do desemprego,

    oscilaes dos preos agrcolas, etc.

    Transferncias: proporciona uma maior igualdade na distribuio do rendimento, operada

    na actividade produtiva, em forma de rendas, juros, lucros e salrios.

    - So o instrumento por excelncia das polticas redistributivas;

    - Afectam directamente os recursos, ao dispor dos menos afortunados; e afectam

    indirectamente o consumo e produo dos bens, em que seja previsvel a utilizao dos

    acrscimos de rendimento por elas proporcionadas.

    Acabam por produzir efeitos sobre os preos, funcionando como um subsdio aos

    salrios ou como uma forma de produo de certos bens.

    1.3.5. Divergncias entre Economistas

    Desde logo, os economistas no concordaram acerca do modo como se comporta a

    economia, i. , no domnio da anlise positiva. E, como no partilham dos mesmos valores, no

    concordam no domnio da anlise normativa.

    - Anlise positiva: questes do modelo econmico concorrncia perfeita como

    modelo prximo da realidade ou um em que as imperfeies da concorrncia sejam tidas em

    conta? Questo da variao quantitativa subsequente adopo de determinada medida.

    - Anlise normativa: maior divergncia no que toca aos valores; para beneficiar uns

    em detrimento de outros com a adopo de uma medida necessrio atender escala de

    valores perfilhada.

    2. Sector Pblico nos pases ocidentais 2.1. Tipos de actividades do Estado

    Uma das principais actividades do Estado a produo de normas jurdicas e a

    criao de instituies dentro das quais se realizam todas as transaces econmicas.

    parte desta, a actividade econmica do Estado divide-se:

    Produo de bens e servios;

    Regulao e concesso de subvenes produo privada;

    Compra de bens e servios;

    Redistribuio da riqueza com a realizao de transferncias;

  • H, ainda, algum carcter ambguo de alguns gastos do Estado. Por exemplo, as

    subvenes pblicas que recebem os pequenos agricultores constituem tanto uma subveno

    produo como uma transferncia redistributiva.

    2.1.1. Produo de normas jurdicas

    Dentro das quais as empresas e os indivduos podem realizar transaces

    econmicas. Representa uma % do gasto muito reduzido.

    No se limita a proteger os direitos de propriedade. A legislao anti monoplio,

    por exemplo: destina-se a fomentar a concorrncia entre empresas: restringe aquisies,

    fuses e as prticas desleais.

    2.1.2. Produo do sector pblico

    Nos pases ocidentais, constata-se um equilbrio entre produo privada e pblica.

    Porm, h sectores tipicamente pblicos e tipicamente privados (comrcio e agricultura). A

    fronteira entre pblico/privado varia com o tempo. Na Europa, por exemplo, assistiu-se, nos

    ltimos 15 anos, a um processo de privatizaes.

    2.1.3. A influncia do Estado na produo privada

    A. Subvenes;

    B. Impostos (directos/indirectos);

    C. Crdito pblico;

    D. Regulao de empresas;

    A. Subvenes e impostos: subvencionando directamente os produtores, ou

    indirectamente, atravs de um sistema tributrio ou ainda realizando outros gastos

    ocultos. O sistema tributrio tambm serve para subvencionar a produo. Se o Estado

    conceder, por exemplo, ajuda a uma empresa para comprar uma mquina, constitui

    assim um gasto.

    Ainda muitas subvenes pblicas no constam nos gastos pblicos ou fiscais. Por

    exemplo: a restrio de importao de um produto estrangeiro far subir o preo no

    pas de origem. As empresas nacionais, por sua vez, recebem uma subveno que no

    paga pelo Estado, mas sim directamente pelos consumidores.

    B. Crdito pblico: afectam a aceitao de crdito e de recursos produtivos; reduo de

    custos;

    C. Regulao de empresas: regulao da actividade empresarial com vista a proteger

    trabalhadores, consumidores e o meio ambiente das prticas anti-competitivas. H

    regulaes especficas a determinado sector, para alm das gerais (como a Banca).

    Tem-se assistido a uma diminuio de regulao Liberalizao.

  • 2.1.4 - Compra de Bens e Servios

    Para manter instalaes de educao, sade, comunicaes,

    2.1.5 - Redistribuio da Riqueza

    Transferncia de dinheiro de umas pessoas para outras.

    Exemplo: assistncia social.

    As transferncias afectam a forma como a renda total da sociedade est repartida

    entre os seus membros, mas no afecta a quantidade de bens privados que se pode desfrutar.

    Programas Pblicos de Assistncia Social: proporcionam-nos dinheiro efectivo,

    enquanto outros s pagam determinados servios ou bens (prestaes em espcie).

    Programas de Segurana Social: importante componente distributivo.

    Programas Distributivos Ocultos: atravs das transferncias directas e atravs dos

    efeitos indirectos do sistema tributrio gera arbitrariedade.

    2.2. O tamanho do sector pblico

    A influncia do Estado na economia privada depende da sua poltica reguladora e

    tributria. Um dos indicadores fundamentais de uma economia a magnitude da despesa

    pblica em relao ao conjunto total da economia. Um indicador habitual do conjunto da

    economia o PIB Produto Interno Bruto que representa o valor de todos os bens e servios

    produzidos numa economia em determinado perodo de tempo (normalmente um ano).

    2.2.1. Crescimento da despesa pblica

    A despesa pblica maioritariamente efeito de quatro sectores:

    Sade;

    Educao;

    Segurana Social;

    Juros (dvida pblica);

    Despesa Pblica (classificao orgnica)

    a. Encargos gerais do Estado (PR, AR, TC, );

    b. Finanas;

    c. Defesa Nacional (Marinha, Fora Area, Exrcito);

    d. Administrao Interna;

    e. Justia;

    f. Educao e Cincia;

    g. Sade;

    h. Solidariedade e Segurana Social;

    Note-se que os sectores que despendem mais recursos econmicos so a sade, a

    educao e a segurana social.

  • Despesa Pblica (classificao econmica)

    Despesa Pblica (classificao funcional)

    - Funes gerais de soberania (Administrao Pblica/Defesa);

    - Funes sociais (educao; sade; cultura)

    - Funes econmicas (agricultura, caa, pesca, pecuria, indstria, transportes,

    comunicaes);

    As funes sociais tm mais peso na despesa total do Estado.

    A despesa pblica com remuneraes (funcionrios pblicos) tem vindo a

    aumentar.

    2.3. As receitas do Estado

    2.3.1. Os impostos

    Os Estados financiam-se fundamentalmente de impostos.

    Tipos de impostos:

    a. Imposto sobre o Rendimento de pessoas Singulares (IRS);

    b. Imposto sobre o Rendimento das sociedades;

    c. Imposto sobre bens especficos/vcios (tabaco, lcool, combustveis, armas de fogo,

    etc.);

    d. Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA);

    Tem-se assistido a uma tendncia de diminuio do IRS e IRC e a um aumento do

    IVA, para que o rendimento no constitua critrio fiscal.

    Porm, em Portugal, a CRP impe um sistema fiscal progressivo e taxativo, em que

    os impostos individuais devem ser directamente proporcionais ao rendimento das pessoas, em

    nome de uma ideia de justia social.

    DESPESAS CORRENTES

    Despesas com pessoal;

    Juros e outros encargos;

    Administrao Central;

    Segurana Social.

    Mais predominantes e mais despendiosas

    DESPESAS DE CAPITAL

    Aquisio de bens de capital;

    Administrao Central;

    Administrao Regional;

    Administrao Local;

    Segurana Social.

  • - Impostos (classificao econmica):

    i. Impostos Directos (IRS; IRC);

    ii. Impostos Indirectos (IVA; ISP);

    iii. Contribuies para a Segurana Social/ADSE,

    iv. Taxas/Multas (registo civil, energia, espectculos, registo predial, propinas, juros de

    mora, multas por infraco ao Cdigo da Estrada, coimas, );

    v. Rendimentos da propriedade;

    vi. Transferncias Correntes;

    Em Portugal, trs impostos (IRS, IRC, IVA) asseguram das receitas correntes do

    Estado no seu total.

    2.3.2. Comparaes Internacionais

    A despesa pblica tem vindo a subir ao longo dos anos em todos os pases

    desenvolvidos, tanto em termos absolutos como em termos relativos.

    O Estado tem, no entanto, procurando reduzir o peso da despesa pblica nos

    ltimos anos.

    2.4. Financiamento do Dfice Sempre que um Estado no tem receitas suficientes para cobrir as suas despesas

    (dfice) recorre normalmente a emprstimos. Quanto maior o dfice, maior ser a sua dvida

    pblica. O dfice tem aumentado ao longo dos anos e, consequentemente, os juros da dvida

    tm tambm aumentado no total de despesas pblicas de um Estado.

    , no entanto, necessrio calcular o valor real da dvida. Por exemplo: se nos

    comprometermos a pagar cem euros a uma pessoa no prximo ano e se o preo dos bens e

    servios aumentarem 10% no ano seguinte, essa pessoa poder comprar, com os mesmos cem

    euros, o que poderia ter comprado com noventa euros no ano corrente. O valor real do que

    tnhamos que pagar desceu dez euros. Esta a realidade profundamente influenciada pela

    Inflao.

    3. A eficincia do Mercado 3.1 A mo invisvel dos mercados competitivos

    Em 1776, Adam Smith afirmou que a concorrncia levava os indivduos na busca dos seus

    prprios interesses privados, a promover o interessa pblico como se fossem conduzidos por

    uma mo invisvel.

    Antes de Smith:

    - Acreditava-se que para servir da melhor maneira possvel os interesses do povo

    era necessrio a interveno do Estado;

  • - Escola Mercantilista dos Sc. XVII e XVIII;

    - Partiria da interveno forte do Estado o fomento da indstria e Comrcio;

    Smith estabeleceu que no seria necessrio recorrer ao Estado dizendo que se os indivduos

    prosseguissem os seus interesses, estariam a servir o bem pblico. Egosmo como

    caracterstica da Natureza Humana.

    A inteno de Smith assentava:

    A) A existncia de algum bem/servio a que as pessoas atribussem valor mas que

    de momento no se produz, faz com que estejam dispostas a pagar por ele;

    B) Os empresrios esto sempre procura de oportunidades deste mbito para

    ganhar dinheiro;

    C) Se o empresrio verifica que o bem valorado pelo consumidor em maior

    medida que o seu custo, decidia-se pela sua produo, pois o seu intuito

    ganhar o mximo ao mais reduzido custo

    Assim, o Estado no tem que se preocupar se determinada mercadoria deve ou no

    ser produzida. S se produziro as mercadorias que os consumidores estejam

    dispostos a pagar.

    O Estado tambm no se encarrega da eficincia produtiva de uma empresa. A concorrncia

    s permitir a produo das empresas mais eficientes.

    3.2 A Economia de Bem-estar e a eficincia no sentido de Pareto

    - Um conceito central de economia de bem-estar o conceito de eficincia;

    - A maioria dos economistas defende o conceito de eficincia proposto por Pareto. Assim, as

    decises pblicas devem traduzir-se desejavelmente em ptimos de Pareto;

    ptimo de Pareto ptimo econmico que corresponde a uma situao de mxima eficincia

    na economia, em que no possvel melhorar o bem-estar de uma pessoa, sem diminuir

    consideravelmente o bem-estar de outra pessoa.

    Situao de ptimo de Pareto quando o bem-estar de cada pessoa est num nvel tal que

    no mais possvel aument-lo sem diminuir o bem-estar de outra pessoa;

    - Constituiu um dos critrios para avaliar o nvel de bem-estar atingido em determinado

    momento por uma sociedade;

    - As medidas que se querem pelo sentido do ptimo do Pareto designam-se movimentos de

    Pareto;

    - No corresponde necessariamente situao mais justa (exemplo: senhor e do escravo);

    A Teoria Econmica dominante acredita que o mercado produz

    eficientemente pelo menos grande parte das mercadorias.

  • Esquema 2:

    3.2.1 A eficincia de Pareto e o Individualismo

    Critrio individualista em dois sentidos:

    A) S tem em conta o bem-estar relativo dos das diferentes pessoas, ou seja, no

    se preocupa com a desigualdade de um modo explcito. Da que as polticas de

    redistribuio do rendimento;

    B) Somente tem em conta a avaliao que cada pessoa faz do seu prprio bem-

    estar, o que est em perfeita concordncia com o princpio da soberania do

    consumidor, de acordo com o qual cada um de ns o melhor juiz daquilo que

    lhe convm.

    3.2.2 Teoremas fundamentais da economia do bem-estar

    Dois teoremas que provem logicamente a ligao entre os mercados de concorrncia e o

    ptimo de Pareto:

    A) O 1 refere que uma economia de mercado organizada de acordo com os

    cnones da concorrncia perfeita eficiente no sentido de Pareto;

    B) O 2 diz-nos que qualquer que seja a distribuio inicial de recursos, a

    existncia de uma economia organizada de mercado nos moldes de economia

    perfeita produzir inevitavelmente um ptimo de Pareto.

    a. Afirma que o mecanismo descentralizado de decises proporcionado

    pelo mercado conduz forosamente a um melhor resultado do que um

    mecanismo centralizado de tomada de decises;

    b. Para se atingir uma redistribuio dos rendimentos mais conforme com

    a ideia de justia social entendia-se que no seria necessria a

    interveno de uma entidade central, mas apenas uma modificao

    inicial dos recursos;

    A/C Situao de ptimo de Pareto

    D Possibilidade impossvel

    (que ultrapassa a curva de

    possibilidades de produo)

    B - Situao Subptima

  • 3.2.3 A eficincia na Perspectiva de um mercado nico

    - A condio de eficincia requerem que a receitar marginal correspondente produo de

    uma unidade a mais de um bem seja igual ao seu custo marginal;

    - Se a receita for superior ao custo marginal, a sociedade melhoraria o seu bem-estar se a

    produo aumentasse;

    - Se a receita marginal for inferior ao custo marginal, a sociedade melhoraria o seu bem-estar

    se a produo fosse reduzida

    O equilbrio de mercado verifica-se no E, ponto em que a oferta se igual procura. A receita

    marginal e o custo marginal correspondem ao preo, pelo qual se a receita e custo se igualam

    verifica-se a condio que a eficincia econmica exige.

    3.3 Anlise do conceito de eficincia econmica:

    Para que haja eficincia no sentido de Pareto os economistas salientam que tm de ser

    respeitadas cumulativamente trs acepes do conceito de eficcia:

    A) Eficincia na Troca;

    B) Eficincia na Produo;

    C) Eficincia na Combinao de Produtos;

    3.3.1 A curva de possibilidade de utilidade

    Trata da combinao de bens, quantos mais se possui mais utilidade. A curva de possibilidades

    de utilidade representa, o nvel mximo de utilidade que os consumidores podem alcanar.

    Esquema 3

    Como mostra o grfico a

    eficincia econmica mxima

    quando o mercado est em

    equilbrio, quando as

    quantidades que so vendidas

    ao preo Pe

    Pendente Relativa

    pois quanto maior a utilidade de

    X, menor a de Y, ou vice-versa.

  • 3.3.2 A eficincia na Troca

    - Refere-se distribuio dos bens;

    - Quando um determinado conjunto de bens temos a eficincia na troca, quando

    no possvel melhorar o bem-estar de uma pessoa sem privar o bem-estar de outra atravs

    de um acto de troca.

    A quantidade de um bem que uma pessoa est disposta a renunciar em troca de outro chama-

    se relao marginal de substituio. S existe eficincia na troca quando a relao marginal de

    substituio de todos os bens for a mesma para todas as pessoas.

    As economias competitivas satisfazem a condio de eficincia na troca.

    Todos os consumidores tm uma restrio oramental isto , tm uma quantidade dade de

    dinheiro para gastar nos diversos bens.

    A nvel grfico:

    - O declive da curva de indiferena traduz a relao marginal de substituio;

    - O declive de restrio oramental traduz a relao de preos;

    Numa economia competitiva na qual todos os consumidores se deparem com os mesmos

    preos, todos tm a mesma relao marginal de substituio, quando igualem a relao

    marginal de Substituio e a relao de Preos;

    3.3.3 A eficincia na Produo:

    - Se uma economia no eficiente na produo

    poder produzir uma quantidade mais de um

    bem sem reduzir a de outros bens.

    - No curca da fronteira de possibilidades de

    produo no se pode produzir mais de um bem

    sem reduzir a produo de outro.

    O Declive de uma isoquanta d-nos a

    relao marginal de substituio tcnica.

    A eficincia na produo exige que todas

    as empresas tenham a mesma relao

    marginal de substituio tcnica.

    No ponto de tangncia E o declive da

    isquanta igual ao declive do custo

    (recta isocusto)

    A relao marginal de substituio

    espelhada no declive da isoquanta.

    A relao de preos reflectida no

    declive da recta isocusto)

    Esquemas 4 e 5

  • Numa economia existe eficcia na produo quando as empreses perante os mesmos preos

    apresentam a mesma taxa de transformao tcnica.

    Como mostra a figura, a utilidade maximizada no ponto de tendncia da curva de indiferena

    com a curva de possibilidade de produo. No ponto de tangncia E, os declives so os

    mesmos.

    3.3.4 Eficincia na Combinao de Produtos

    Dados dois produtos, maas e laranjas, teremos que averiguar qual a melhor combinao;

    Tero que ser teoricamente vivel e adequada aos gastos dos consumidores.

    Esquema 6

    Curva de Possibilidade de Produo Relao marginal de transformao de maas em

    laranjas; Dada pelos preos relativos de ambos os produtos (das maas em relao s laranjas)

    Curvas de Indiferena Relao Marginal de Substituio de maas por laranjas; Dada pelos

    preos relativos das maas em relao s laranjas;

    Esta eficcia exige que a relao marginal de transformao de todos os produtos seja igual

    relao marginal de substituio dos consumidores numa economia de mercado estas

    relaes so expressas em preos.

    4 As falhas de Mercado

    Os mercados quando funcionam em condies ideias so eficientes no sentido de Pareto, no

    entanto, os mercados por vezes, apresenta, falhas no funcionando da melhor for:

    - Umas vezes, produzem determinadas coisas em excesso (poluio do ar, gua

    e estabelecimentos comercias por exemplo)

    - Outras, o mercado produz menos do que desejado (investigao cientifica,

    apoio arte/cultura, reabilitao urbana?

  • 2.2 Direitos de Propriedade e Cumprimento dos Contratos

    - Os mercados s funcionam se o Estado definir os direitos de propriedade e assegure o

    cumprimento dos contratos;

    - Nos pases onde no j propriedade privada, nomeadamente, os velhos pases comunistas,

    no se verifica incentivo produo. J nas economias de mercado, a propriedade privada

    reflecte uma maior produtividade e reflecte-se tambm nos preos de mercado sobre a

    propriedade.

    As actividades do Estado no sentido de fazer valer a propriedade provada e o cumprimento

    contratual sustentam as bases em que se apoiam as economias de mercado.

    4.2 As Falhas de mercado e o papel do Estado - O primeiro teorema do bem-estar estabelece que a economia s eficiente no sentido de

    Pareto em determinadas condies muito restritas;

    - O funcionamento adequado nas moedas do mercado de concorrncia depende do

    preenchimento de um conjunto de pressupostos, que na realidade, no se verificou em todas

    as situaes.

    - Os mercados podem, deste modo, funcionar no limite, ou nem sequer existirem

    devido s falhas de mercado.

    Constituem situaes nas quais o funcionamento do mercado no

    produz os resultados que seria suposto produzir, quer em termos de

    produo de bens, quer em termos de distribuio dos rendimentos

    resultantes desses bens e servios.

    No existe falha de mercado, porm quando os resultados no so os politicamente

    desejveis. Exemplo: rede de internet de banda larga, museus, sistema completo de

    transportes pblicos.

    Esta impreciso na definio questes no padro de aferio em comparao relevante,

    porque a identificao de uma folha de mercado pressupe necessariamente a comparao

    com a situao ideia de um mercado em funcionamento.

    - A escolha do padro referencia permite avaliar se existe de facto uma falha de

    mercado, qual a sua extenso e gravidade:

    A) No pode ser um ideal terico insuscetvel de ser atingido, como

    que um Nirvana Approach;

    B) O simples facto de a realidade no corresponder ao ideal proposto

    pela teoria no constitui elemento bastante para se poder dizer que se est perante

    uma falha de mercado;

  • C) Importa sim saber se a interveno do Estado pode produzir

    melhorias, induzindo a resultados menos ineficientes, tendo em conta que a

    interveno pblica causa ou pode causas ineficincias nos mercados.

    - A interveno do Estado na economia justificar-se-, pois se existir uma falha de mercado

    que os poderes pblicos sejam capazes de corrigir, devendo esta circunscreverem-se sua

    eliminao;

    - As falhas de mercado no so taxativas;

    Eis algumas:

    4.2.1 As falhas de concorrncia

    A eficincia no sentido de Pareto exige que os mercados funcionem de acordo com a

    concorrncia perfeita. As empresas no devem, assim, ter capacidade para influenciar nos

    preos ou acreditar que no podem influir nos preos.

    Concorrncia Perfeita:

    - Produz-se at ao ponto em que o custo marginal igual receita marginal;

    - A receita marginal sempre igual ao preo;

    Em situaes de:

    - Monoplio (uma empresa);

    - Oligoplio (poucas empresas 3,5,7);

    - Concorrncia Monopolista (15-20);

    Os mercados controlam em maior/menos medida os preos, dando origem s falhas de

    mercado falhas de concorrncia;

    Razes avulsas para a existncia de falhas de concorrncia:

    A) Economias de escala crescentes;

    B) Estratgias destinadas a dissuadir a entrada de novas empresas nos mercados;

    C) Concesso de patentes;

    Em concorrncia imperfeita existe ineficincia econmica porque a empresa produz menos do

    que poderia fazer em concorrncia perfeita;

    - At ao ponto em que o custo marginal igual receita marginal porque esta

    sempre igual ao preo;

    - Curva da Procura de pendente Negativo: quando uma empresa vende uma

    unidade a mais, v o preo da unidade, mas para vender a unidade adicional, deve diminuir o

    preo dessa e de todas as anteriores. A receita a partir da venda da unidade adicional o seu

    preo menos a receita perdida, pois o aumento das vendas reduz o preo de todas as

    unidades.

  • 4.2.2 Bens Pblicos

    O mercado no consegue produzir bens eficientemente bens pblicos puros.

    Os bens pblicos puros so bens cujo consumo irrival e inexcluivel (exemplo: defesa

    nacional);

    4.2.3 Externalidades

    Quando as actividades de consumo, produo ou comercializao de um agente econmico

    produzem efeitos nas actividades de consumo, de produo ou comercializao de outros

    agentes econmicos, sem que tal se representa nos preos de mercado.

    - Impedem que o mercado produza eficientemente bens;

    - Os bens que apresentam externalidades so produzidas em excesso ou defeito.

    - Positivas induzem as empresas a no produzir as quantidades tidas como

    ptimas j que no beneficiam da totalidade dos benefcios gerados pela sua actividade;

    - Negativas as empresas passam a produzir em excesso j que elas no

    suportam a totalidade do seu custo;

    4.2.4 Mercados incompletos

    Sempre que os mercados no forneam um determinado bem/servio, por quanto o seu

    fornecimento custa mais do que aquilo que os consumidores esto dispostos a despender por

    eles.

    - Mercado de Seguros;

    - Mercado de Capitais;

    O mercado de Seguros:

    - Com muita frequncia, o mercado provado no disponibiliza seguros contra

    muitos riscos importantes; exemplo: seguros contra inundaes ou colheitas agrcolas;

    - O Estado intervm criando os seguros ou impondo altas clusulas nos contratos

    privados;

    3 Razes para a incompletude dos mercados de seguros:

    A) No rentvel a introduo de novos produtos falta de inovao;

    B) As empresas conseguem ressarcir-se dos custos da concepo e lanamento de

    novos produtos custos de transao;

    C) Dificuldade em saber a real situao dos seguros (assimetria de informao) e

    em velar cumprimento dos contratos;

    O mercado de Capitais:

    - Problema da seleco adversa;

    - Existem assimetrias de informao entre por um lado as empresas de capitais e

    por outro lado, os clientes.

  • Os Bancos hesitam, muitas veze, em emprestar dinheiro a pessoas que no tm para oferecer

    nenhuma garantia como contrapartida do seu emprstimo

    S estaro dispostos a contrair um emprstimo a um juro muito elevado s pessoas que, de

    toda a maneira, no esto seriamente preocupadas em pagar juros. Aqueles que podem pagar

    juros no iro contrair emprstimos.

    Mercados Complementares:

    O mercado no efectua as operaes de coordenao necessrias para que dois ou mais

    mercados funcionem, exemplo caf e acar;

    Quando o mercado no efectua as necessrias operaes de coordenao, h necessidade de

    criao de programas pblicos de recuperao de centros histricos de cidades que

    coordenam a actividade de proprietrios, comerciantes, habitantes e entidades pblicas.

    4.2.5 Falhas de Informao

    Algumas actividades pblicas so justificadas pelo facto de os consumidores terem uma

    informao incompleta e pelo facto de que o mercado por si s disponibiliza pouca informao

    Exemplo:

    - Os bancos esto obrigados a divulgar a TAE (Taxa anual efectiva) dos emprstimos

    que concedem;

    - Bens vendidos podem ser trocados durante um curto perodo;

    - Os inimigos destas polticas afirmam que so desnecessrias, irrelevantes e

    custosas, tanto para o Estado como para as empresas;

    - Casos de falhas de mercado relacionados com informao imperfeita;

    - Servios de Meteorologia;

    - Investigao Fundamental;

    - Informao Estatstica;

    4.2.6 A inflao e o Desemprego

    Constitui uma das mais importantes falhas de mercado nos factores de produo. Nas

    economias capitalistas verificam-se muitas vezes, elevadas taxas de desemprego. Assim como

    a inflao subida geral e aprecivel dos preos uma folha de mercado relevante nas

    economias capitalistas;

    4.2.7 Relao entre as falhas de mercado

    - No so mutuamente excluentes;

    - Muitas vezes a existncia de mercados incompletos deve-se em parte a problemas de

    informao;

    - frequente afirmar-se que as externalidades so um caso de mercados incompletos;

  • 4.3 A redistribuio e os bens preferentes (bens de mrito)

    Falhas do Mercado Mercado no funciona bem Interveno

    Casos em que o mercado funciona Interveno do Estado

    A) A poltica de redistribuio justificada com o argumento que a distribuio do

    rendimento operada no mercado no a melhor do ponto de vista social;

    B) Outro argumento a interveno do Estado est relacionada com o medo de

    que o particular no actue no seu prprio interesse. O estado ir impor aos

    particulares o consumo de certos bens ou proibir-lhe o consumo de outros;

    exemplo: imposio do cinto de segurana, proibio de fumar e descontos

    obrigatrios para a Segurana Social.

    4.4 O papel do Estado Anlise Normativa:

    - O estado tem como objectivo corrigir as falhas de mercado;

    - Torna-se necessrio verificar se existe uma falha de mercado e se possvel ao

    Estado corrigi-la em termo de uma melhora de Pareto;

    - Necessrio averiguar se o Estado s tem capacidade para efectuar a interveno

    requerida (se no produz mais custos do que benefcios e se o processo politico real e a

    estrutura burocrtico permitem a correco da falha atravs dessa mesma interveno;

    Anlise Positiva:

    - Muitas vezes, as falhas de mercado so apenas um argumento retrico para a

    justificao da interveno do Estado no servio de interesses particulares;

    - A anlise positiva vai intentar descobrir quais as verdadeiras razes para a

    interveno os efeitos reais na economia e os processos da actuao das entidades pblicas;

    - Anlise que efectivamente beneficia com a interveno permitindo conceber

    formas de interveno mais adequadas ao interesse pblico;

    5 A Eficcia e a Equidade A alterao da distribuio do rendimento , sempre, uma das consequncias de qualquer

    interveno do Estado na economia e, por vezes, uma das suas finalidades;

    5.1 A Disjuntiva entre eficincia e a distribuio

    Apesar de o modelo de economia competitiva se saber, por definio, eficiente, pode no

    entanto no dar lugar a uma distribuio considerada justa pela sociedade Teoria Econmica

    Dominante;

    Trade-off entre eficincia e equidade: se o Estado intervm

    com o fim de diminuir a desigualdade, a eficincia diminui;

  • Por exemplo: Interveno do Estado:

    Joo 10 laranjas Joo 6 laranjas

    Pedro 2 laranjas Pedro 5 laranjas

    H perda de uma laranja, aumentou-se a equidade, mas a eficincia decresceu.

    A opo entre estas duas vertentes constitui a questo central de muitos debates pblicos,

    incide sobre dois pontos:

    A) Sobre a questo de saber a quanto eficincia se tem de renunciar para reduzir a

    desigualdade;

    B) Sobre o valor que se deve dar diminuio da desigualdade face reduo da

    eficincia. Deve continuar-se para uma maior equidade sem preocupaes de

    eficincia ou deve-se privilegiar esta ltima?

    A resposta a esta pergunta supe a anlise da eleio Social entre a equidade e a eficincia.

    5.2 A anlise das Eleies Sociais

    Curva de Possibilidades de Utilidade: conjunto de oportunidades, indica assim, o nvel mximo

    de utilidade ou bem-estar que pode alcanar uma pessoa tendo em conta nveis de bem-estar

    de outra;

    Curva de indiferena Social: representam o ponto de vista da sociedade acerca da distribuio

    do rendimento entre as diversas classes sociais;

    Qualquer um dos seus pontos

    representa uma distribuio de

    utilidades diferente, entre os

    membros da sociedade, considerada

    aceitvel pela sociedade;

    A sociedade prefere B a A, porque B

    tangente curva de possibilidades

    de produo e est numa curva de indiferena s que mais elevada ou mais distante da

    origem;

  • MaisBens

    MaisUtilidade

    Total

    Menos Utilidade Marginal

    5.2.1 Determinao das disjuntivas

    Curva de Indiferena Social: todos os seus pontos so distribuies do rendimento entre os

    membros da sociedade s quais ela indiferente;

    Supe que haja capacidade de:

    A) Avaliar o bem-estar de cada pessoa;

    B) Comparar o bem-estar de cada pessoa;

    C) Avaliar em que medida cada pessoa est disposta a renunciar do seu bem-

    estar para aumentar o de outros;

    Estas aces so levadas acabo pela funo de utilidade. Assim, o bem-estar de cada pessoa

    depende da utilidade por si sentida. Est e tanta maior quantos mais bens ter na sua posse.

    A utilidade das unidades sucessivas vai sendo cada vez menos. Por esta razo sempre que se

    transfere bens de uma pessoa para a outra a utilidade marginal de quem d aumenta e a

    utilidade marginal de quem recebe diminui.

    Assim, por exemplo a transferencia de rendimentos de pessoas com eles muitos elevados para

    pessoas com rendimentos muito baixos tem por efeito uma perda da utilidade total do

    primeiro e um grande ganho da utilidade tolal do ltimo.

    No entanto, se a pessoa com menos rendimentos melhorar muito o bem-estar custa da

    diminuio da utilidade do mais rico no poder haver mais nenhuma melhoria;

    5.2.2 Avaliao das Disjuntivas

    Em regra, as transferncias do rendimento implicam custos de eficincia que ajudam a curva

    de possibilidades de utilidade:

    Geram Custos - seja porque os mais ricos icam a trabalhar menos porque uma parte

    do seu esforo -lhes retirada;

    - seja porque os mais pobres passam a trabalhar menos para no

    deixar de ter dinheiro s prestes de que est a usufruir;

    Esquemas 7 e 8

  • Esquema 9

    uma curva de indiferena representa as

    combinaes de fins que do a uma pessoa o

    mesmo nvel de utilidade, podemos supor que o

    bem-estar da sociedade de utilidade que os seus

    membros recebem;

    Funo do Bem Estar tem sempre o mesmo valor numa s curva de indiferena social

    - Nvel de Bem estar social correspondente a um determinado conjunto de nveis de

    utilidade alcanad pelos membros da comunidade;

    - Ordena as diferentes afectaes de recursos que so possveis numa determinada

    economia, preferindo-se aqueles que melhoram o bem-estar de todos (principio de Pareto);

    Nem sempre as escolhas entre as diversas combinaes de recursos resultam em ptimos de

    Pareto. Por vezes, a preferncia por uma curva de indiferena social que proporciona aos

    cidados nveis de bem-estar no quer dizer que todos os grupos sociais ganhem maior bem-

    estar;

    Alguns podem mesmo perder:

    - As funes de bem-estar consistem num instrumento utilizado pelos economistas

    para analisar as preferencias da sociedade em relao ao problema da distribuio do

    rendimento pelos diversos grupos da sociedade;

    - O seu desenho varia conforme a concepo de bem-estar social que se perfilhe;

    - Depende da perspectiva que se adopte em relao distribuio do rendimento

    operada pelo mercado, ao modo como se avalia a sua justia e s propostas de correco de

    desigualdades;

    Respostas de avaliaao do Bem-estar:

    A) Concepo Utilitarista;

    B) Concepo Eleitor Mdio;

    C) Concepo de John Rawls;

    A) Concepo Utilitarista:

    a. A sociedade deve maximizar a utilidade dos seus membros;

    b. Numa sociedade composta opor apenas duas pessoas a funo do bem-

    social W= U1 + U2

    A funo do bem estar social utilitarista defende que se deve atribuir o mesmo peso

    utilidade de uma da pessoa, independentemente da utilidade de outra ou outras

  • B) Concepo do eleitor mdio:

    a. Quando se est perante situaes de extrema desigualdade, a sociedade

    valoriza em menor medida a perda de utilidade daqueles que tm mais do

    que o ganho de utilidade dos que tm menos;

    b. medida que vamos caminhando para situaes de maior igualdade a

    sociedade valoriza cada vez menos os ganhos de quem tem menos em

    relao perda de quem tem mais.

    C) Concepo de John Rawls

    a. A sociedade deve preocupar-se em exclusivo com aqueles que tem menos;

    b. O bem-estar da sociedade s depende daqueles que tm menos, de quem

    est em pior situao;

    c. Se a sociedade melhora o bem-estar de quem tem mais, a sociedade no

    melhora o seu bem-estar;

    Esquema 10

    Esquema 11

    Esquema 12

  • 5.2.3 Duas advertncias a Constar:

    Os conceitos de funo de bem-estar social e a curva de possibilidades de utilidade tm sido

    criticadas por vrias razes:

    A) Sero possveis comparaes interpessoais de bem-estar?

    B) Qual a natureza das funes de bem-estar social?

    A) Comparaes interpessoais:

    a. A exposio anterior parte do pressuposto de quando uma pessoa consome

    mais, a sua utilidade total aumenta;

    b. Assim, parte-se do princpio de que possvel medir a utilidade de uma pessoa

    e de que possvel comparar os nveis de utilidade das vrias pessoas muitos

    economistas creem que no possvel fazer comparaes interpessoais;

    A ser assim, os economistas estariam limitados a descrever e avaliar as consequncias das

    aces dos governos. Limitar-se-iam a dizer que ganha e quem perde com as aces dos

    governos.

    Os juzos de valor consistiriam apenas em saber se teria havido ou no a concorrncia de um

    ptimo de Pareto Limitariam muito a aco dos economistas.

    B) Funes do Bem-estar social a natureza:

    a. A sociedade em si no tem preferncias. Quando se fala em preferncias da

    sociedade estamos em bom rigor a referimos a uma qualquer forma de

    agregao de preferncias das pessoas;

    Em sociedades no democrticas, a agregao de preferncias feita por quem detm o

    poder, o ditador;

    Em sociedades democrticas, o problema torna-se mais complexo, pois o poder est repartido

    princpio da separao de poderes;

    - Podemos dizer contudo que a agregao de preferncias cabe em primeira linha

    aos grupos do poder poltico que tiverem competncia para executar polticas que afectam o

    bem-estar de pessoas;

    - Interessa ainda saber quem detm o poder na AR. Esto includos todos os grupos

    relevantes numa sociedade;

    Eleio Social na Teoria:

    A) Construir o conjunto de oportunidades a curva de possibilidades de utilidade

    diz-nos quanto tem que diminuir a utilidade de uma pessoa para aumentar a

    utilidade de outra;

    B) Definir Preferncia as curvas socias de indiferenas mostram em quanto a

    sociedade est disposta a reduzir a utilidade de uma pessoa em benefcio de

    outra;

  • C) Adoptar programas que aumentam o bem-estar social dever-se- adoptar os

    programas que situam a sociedade numa curva de indiferena mais alta da

    sociedade;

    Comparaes das Eleies Individuais e Sociais:

    Eleio Individual:

    A) Definio do conjunto de oportunidades a restrio oramental;

    B) Definio de preferncias pela curva de indiferena individual;

    C) Eleio do ponto preferido pela tendncia entre a curva de indiferena

    individual e a restrio oramental;

    Eleio Social:

    A) Definio do conjunto de oportunidades feita atravs da curva de

    possibilidades de utilidade

    B) Definio de preferncias pela curva de indiferena social;

    C) Eleio do ponto preferido pela tangencia da curva de indiferena social e

    a curva de possibilidades de utilidade;

    5.3 Eleies Sociais na Prtica

    Na prtica, os poderes pblicos no traam curvas de possibilidades de utilidade nem calculam

    funes de bem-estar social, contudo, as sus decises baseiam-se nestes conceitos.

    Modo de proceder dos Poderes Pblicos face a um determinado projecto ou programa que

    pretendem concretizar, os poderes pblicos vo actuar do seguinte modo:

    1) Procuram identificar e quantificar os benefcios erguidos que cada grupo social

    recebe;

    2) Averiguar se o projecto uma melhoria de Pareto. Em caso afirmativo o

    projecto deve realizar-se caso contrrio, a questo complica-se: os poderes

    polticos devem fazer um juzo global. Um dos mtodos consiste na anlise a

    partir de dados estatsticos dos efeitos do projecto na eficincia e na

    igualdade;

    Se o projecto produz ganhos positivos lquidos (na eficincia) e reduz a desigualdade o modelo

    deve realizar-se;

    Se o projecto produz perdas positivas lquidas e aumenta a desigualdade no deve realizar-se.

    Equidade mede-se a partir

    de um indicador do nvel

    global de desigualdade

    existente na sociedade

    Mede-se somando as perdas

    e gastos de cada pessoa

  • MaisUnidades

    MaisUtilidade

    Total

    Menos Utilidade Marginal

    Se permite ganhos na eficincia, mas aumenta a desigualdade ou se diminui a desigualdade

    custa de uma menor eficincia estamos perante uma disjuntiva e teremos assim de recorrer a

    uma funo de bem-estar social.

    Que responde a quanta desigualdade adicional se dispe a aceitar para

    aumentar a eficincia ou quanta eficincia se dispe a ____para

    aumentar a igualdade.

    5.3.1 A medio de Benefcios

    O padro de medida a disposio em pagar. A quantidade de dinheiro que uma pessoa est

    disposta a pagar diferente da quantidade de dinheiro que tem que pagar.

    A pagar depende dos preos de mercado;

    A que nos dispomos a pagar depende das nossas preferncias a pagar;

    Renda do Consumidor excedente entre o que estamos dispostos a pagar e o que pagamos

    efectivamente;

    A pessoa compra at esta ser igual ao preo, quando for inferior, no procede compra.

    5.3.2 Curvas de Procura Ordinria e Compensada

    Ordinria tem em conta o efeito

    substituio e o efeito rendimento;

    Compensada mede a disposio a pagar

    de uma pessoa; S tem em conta o efeito

    de substituio;

    5.3.3 O excedente do Consumidor

    As partes

    riscadas

    representam o

    excedente do

    consumidor;

    A curva da procura compensada usada para medir os Beneficios dos projectos Pblicos;

    Esquema 13

    Esquema 14

  • 5.3.4 Medio dos Beneficios Sociais agregados:

    Medem se agregando os benefcios de todas as pessoas. Medem portanto a disposio a

    pagar de todas as pessoas. A diferena entre a disposio a pagar e os custos do projeto d-

    nos os benefcios e excludos do projecto.

    5.3.5 Medio de Ineficincia:

    - Os projectos pblicos so regra geral financiados com impostos agora (no momento) ou no

    futuro;

    - Para calcular a perda de eficincia gerada pelos impostos calculamos a sua receita e

    comparamo-la com a receita originada por um imposto hipottico de quantia fixa;

    Curva Excessiva diferena entre a receita obtida por meio de um determinada impostos

    (imposto sobre tabaco) e a receita que seria obtida por um imposto hipottico de quantia fixa;

    Os impostos, excepto os de quantia fixa, provocam uma curva excessiva, porque obrigam as

    pessoas a renunciar ao consumo de bens pelo qual tm maior preferncia em favor do

    consumo de bens pelo qual tm uma preferncia menor com o fim de no pagarem o imposto.

    Trs Perspectivas de avaliar as Eleies Socias:

    A) Princpio da Compensao;

    B) Comparao entre diferentes medidas;

    C) Benefcios Lquidos Ponderados;

    A - Princpio da Compensao:

    - Estabelece que quando a disposio agregada a pagar maior que o seu custo o

    projecto deve realizar-se;

    - Os grupos prejudicados devem ser compensados pelos prejuzos sofridos;

    - Este critrio no presta a devida ateno s questes retributivas;

    B - Comparaes entre as diferentes Medidas;

    - A simples comparao entre benefcios e os custos agregados da medida no

    muitas vezes suficiente;

    Esquema 15

  • - O ideal seria tomar em conta as consequncias de cada medida pblica, o recurso

    a estatsticas simtricas pode esconder informao relevante para a deciso pblica

    procuram ter em conta os efeitos das medidas nos grandes grupos;

    C - Benefcios Lquidos Agregados:

    - Soma de disposies em pagar menos os custos;

    - Se forem positivos, beneficia os mais pobres e neutra em relao aos mais ricos,

    devendo realizar-se o projecto;

    - Se o projecto produz efeitos assimtricos nos vrios grupos sociais temos de

    avaliar os benefcios excludos de cada uma das classes sociais com factores de ponderao,

    atribuindo maior importncia aos ganhos dos desfavorecidos.

    Trs Pressupostos;

    A Utilidade Marginal Decrescente;

    B A relao entre a utilidade e o rendimento das diferentes pessoas a mesmo;

    C Que a sociedade se preocupa com a utilidade total;

    5.3.4 Eleio Social na Prtica

    1 Identificar as melhorias de Pareto;

    2 Se umas pessoas se encontrarem em melhor situao e outras em pior,

    identificar os grupos de pessoas que se encontram em cada situao por rendimento, regio,

    idade e os ganhos e perdas de cada um dos grupos;

    - Averiguar se os benefcios lquidos so positivos (princpio da compensao);

    - Observar a variao da medida de eficincia e a variao da medida de

    desigualdade e avaliar as disjuntivas;

    - Calcular benefcios lquidos ponderados, ponderando os custos dos mais

    pobres mais do que os ganhos dos mais ricos de acordo com a funo de bem-estar social.