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FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

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Page 1: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

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FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Page 4: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

FICHA TÉCNICA

Entidade PromotoraAEP- Associação Empresarial de Portugal

CoordenaçãoPaulo Nunes de Almeida

Gabinete de Projectos EspeciaisFlorinda AlvesCastilho Dias

EquipaConceição VieiraBenedita MachadoNuno FerrazJosé MonteiroSofia Roque

TítuloFichas Técnicas de Resíduos

ProjectoResíduos Menos

Tiragens100 exemplares

ISBN978-972-8702-69-4

Depósito Legal338678/12

Dezembro 2011

Page 5: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

PREFÁCIO

A AEP – Associação Empresarial de Portugal, como entidade representativa do tecido empresarial nacional e atenta ao imperativo da competitividade das empresas portuguesas, tem promovido várias iniciativas nas áreas da competitividade/produtividade, energia, ambiente e responsabilidade social.

Umas das mais recentes iniciativas foi o Projecto “ ” que teve como objectivo potenciar a competitividade das empresas, principalmente das PME, mediante um conjunto integrado de acções colectivas que pretenderam sensibilizar os empresários para as vantagens duma gestão adequada dos resíduos produzidos nas suas actividades, promovendo simultaneamente o desenvolvimento sustentável.

A AEP – Associação Empresarial de Portugal pretende ser um exemplo de Proactividade e de Inovação em matéria de promoção das boas práticas de gestão de resíduos.

Uma das actividades previstas no Projecto intitula-se “Fichas Técnicas de Resíduos”.

Estes documentos, com especificidades relativas a diversos resíduos, constituem uma preciosa fonte de informações e orientações para técnicos, empresários e todos os interessados na implementação de medidas ecologicamente correctas na gestão da vertente dos resíduos.

A AEP- Associação Empresarial de Portugal está convicta que, com esta iniciativa, dá um precioso e incontornável contributo para que o desempenho robusto das empresas seja acompanhado de uma utilização racional dos recursos naturais e de níveis sustentáveis na produção de resíduos.

José António Ferreira de Barros

Presidente

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Page 7: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Índice de Fichas de Resíduos

CAPÍTULO LER 02

Resíduo: Lamas do Tratamento Local de Efluentes na Indústria das Conservas de Peixe (LER 02 03 05) Resíduo: Lamas do Tratamento Local de Efluentes na Indústria dos Lacticínios (LER 02 05 02)

CAPÍTULO LER 03

Resíduo: Resíduos do Descasque de Madeira (LER 03 01 01) Resíduo: Serradura, Aparas, Fitas de Aplainamento, Madeira, Aglomerados e Folheados, contendo

Substâncias Perigosas (LER 03 01 04 *)

Resíduo: Serradura, Aparas, Fitas de Aplainamento, Madeira, Aglomerados e Folheados (LER 03 01 05) Resíduo: Pó de Cortiça (LER 03 01 99)

CAPÍTULO LER 04

Resíduo: Fibras Têxteis não Processadas (LER 04 02 21)

CAPÍTULO LER 08

Resíduo: Tintas de Base Solvente (LER 08 01 11 *) Resíduo: Tintas de Base Aquosa (LER 08 01 12) Resíduo: Lamas Aquosas contendo Tintas e Vernizes com Solventes Orgânicos ou outras Substâncias

Perigosa (LER 08 01 15 *)

Resíduo: Colas, Vedantes contendo Solventes Orgânicos ou outras Substâncias Perigosas (LER 08 04 09 *)

CAPÍTULO LER 12

Resíduo: Aparas e Limalhas de Metais Ferrosos (LER 12 01 01) Resíduo: Poeiras e Partículas de Metais Ferrosos (LER 12 01 02) Resíduo: Aparas e Limalhas de Metais não Ferrosos (LER 12 01 03) Resíduo: Poeiras e Partículas de Metais não Ferrosos (LER 12 01 04)

CAPÍTULO LER 13

Resíduo: Óleos Hidráulicos Minerais não Clorados (LER 13 01 10 *)

Resíduo: Óleos Hidráulicos Sintéticos (LER 13 01 11 *)

Resíduo: Óleos Lubrificantes Minerais não Clorados (LER 13 02 05 *) Resíduo: Óleos Lubrificantes Sintéticos (LER 13 02 06 *)

Resíduo: Óleos contendo PCB (LER 13 03 01 *)

Resíduo: Águas Oleosas (LER 13 05 07 *)

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Page 8: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

CAPÍTULO LER 14

Resíduo: CFC, HCFC ou HFC (LER 14 06 01 *) Resíduo: Solventes Halogenados (LER 14 06 02 *) Resíduo: Solventes não Halogenados (LER 01 06 03 *)

CAPÍTULO LER 15

Resíduo: Embalagens de Papel e Cartão (LER 15 01 01) Resíduo: Embalagens de Plástico (LER 15 01 02) Resíduo: Embalagens de Madeira (LER 15 01 03) Resíduo: Embalagens de Vidro (LER 15 01 07) Resíduo: Embalagens contendo ou contaminadas por Resíduos de Substâncias Perigosas

(LER 15 01 10 *)

Resíduo: Absorventes, Materiais Filtrantes, Panos de Limpeza e Vestuário de Protecção, contaminados por Substâncias Perigosas (LER 15 02 02 *)

CAPÍTULO LER 16

Resíduo: Pneus Usados (LER 16 01 03) Resíduo: Veículos em Fim de Vida (LER 16 01 04 *) Resíduo: Transformadores e Condensadores contendo PCB (LER 16 02 09 *) Resíduo: Equipamentos fora de uso contendo Fluidos de Refrigeração (LER 16 02 11 *) Resíduo: Toners e Tinteiros (LER 16 02 16)

CAPÍTULO LER 17

Resíduo: Sucata de Alumínio (LER 17 04 02) Resíduo: Sucata de Ferro e Aço (LER 17 04 05) Resíduo: Materiais de Construção contendo Amianto (LER 17 06 05 *)

CAPÍTULO LER 20

Resíduo: Papel e Cartão (LER 20 01 01) Resíduo: Vidro (LER 20 01 02) Resíduo: Resíduos Alimentares de Cantinas (LER 20 01 08) Resíduo: Lâmpadas Fluorescentes (LER 20 01 21 *) Resíduo: Pilhas e Acumuladores Usados (LER 20 01 33 *) Resíduo: Equipamento Eléctrico e Electrónico fora de uso (Computadores, Monitores, Teclados,

Impressoras) contendo Componentes Perigosos (LER 20 01 35 *)

Resíduo: Lâmpadas Incandescentes (LER 20 01 99) Resíduo: Resíduos Indiferenciados (LER 20 03 01)

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Page 9: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

1

CAPÍTULO LER 02Resíduo: Lamas do Tratamento Local de Efluentes na Indústria das Conservas de Peixe (LER 02 03 05)Resíduo: Lamas do Tratamento Local de Efluentes na Indústria dos Lacticínios (LER 02 05 02)

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Page 11: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 02 - Lamas do Tratamento Local de Efluentes na Indústria das Conservas de Peixe 1/5

Resíduo: Lamas do Tratamento Local de Efluentes na Indústria das Conservas de Peixe

O código do resíduo Lamas do Tratamento Local de Efluentes na Indústria das Conservas de Peixe, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 02 03 05 - Lamas do Tratamento Local de Efluentes

As águas residuais apresentam uma elevada carga de cloretos, gorduras e de matéria orgânica (partículas de peixe libertadas na operação de imersão), que facilmente entram em decomposição, libertam fortes odores e contaminam o solo e as águas se não forem devidamente tratadas.

Os maus cheiros provocados por este tipo de resíduo podem provocar náuseas e vómitos ao trabalhador.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Page 12: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/5

Para a prevenção deste tipo de resíduo aconselha-se a aplicação de tecnologias na Indústria do Pescado, que permitam reduzir a quantidade de águas consumidas no processo de fabrico, reduzindo a quantidade de efluentes que vai para tratamento e consequentemente a quantidade de lamas geradas.

Sempre que possível deverá ainda:

segregar-se as águas residuais poluentes das águas residuais não poluentes, enviando para tratamento apenas as poluentes;

recircular a água não poluente (dos circuitos de refrigeração, etc.);

automatizar os processos de limpeza por forma a minimizar o consumo de água nos processos de desinfecção e lavagem;

utilizar da última água de lavagem como água de reposição para desinfecção e ou limpeza inicial.

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

Especificamente para o manuseamento dos resíduos de lamas do tratamento local de efluentes na Indústria do Pescado, aconselha-se a utilização de luvas e máscaras de protecção respiratória.

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Obrigatoriedade de máscara respiratória

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 13: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 02 - Lamas do Tratamento Local de Efluentes na Indústria das Conservas de Peixe 3/5

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo De acordo com o Artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 276/2009, de 2 de Outubro: O produtores de lamas devem dispor de uma capacidade mínima de armazenagem de lamas equivalente à

produção média de três meses. No caso de várias estações de tratamento de águas residuais pertencentes à mesma entidade, a

armazenagem pode ser efectuada numa única estação dessa entidade. A capacidade de armazenagem deve ser calculada com base na produção média de três meses de todas

as estações produtoras. A capacidade das instalações de armazenagem e, ou, de tratamento de lamas deve ser calculada tendo em

conta os períodos de não aplicação de lamas. A capacidade de armazenagem prevista anteriormente pode ser reduzida caso seja demonstrada a

contratualização da transferência de lamas para operador devidamente licenciado. Os locais de armazenamento devem ser impermeabilizados e cobertos de forma a evitar infiltrações ou

derrames que possam originar a contaminação dos solos e das massas de águas superficiais e subterrâneas.

É obrigatória a realização de análises às lamas e aos solos, nos termos do anexo II do Decreto-Lei n.º 276/2009, de 2 de Outubro, devendo os respectivos resultados ser expressos nas unidades nele indicadas.

Resíduo considerado material não perigoso para transporte.

Não Aplicável

R3: Reciclagem/recuperação de compostos orgânicos que não são utilizados como solventes (incluindo as operações de compostagem e outras transformações biológicas).

R13: Acumulação de resíduos para serem submetidos a uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

D2: Tratamento no solo (por exemplo, biodegradação de efluentes líquidos ou de lamas de depuração nos solos, etc.).

D15: Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

TRANSPORTE

Opções de Gestão do Resíduo

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

Page 14: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/5

Valorização agrícola de lamas

A actividade de valorização agrícola de lamas só pode ser exercida por produtores de lamas ou por operadores que comprovem dispor de um técnico responsável acreditado nos termos do artigo 8º do Decreto-Lei n.º 276/2009, de 2 de Outubro e que sejam titulares de alvará para a armazenagem e, ou, tratamento de lamas, emitido ao abrigo do Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho, sem prejuízo do disposto nos artigos 14.º a 18.º do Decreto-Lei n.º 276/2009, de 2 de Outubro.

De acordo com o artigo 14º do Decreto-Lei n.º 276/2009, de 2 de Outubro, a utilização de lamas em solos agrícolas, num determinado perímetro de intervenção, está sujeita a um plano de gestão de lamas (PGL) aprovado pela DRAP territorialmente competente.

O PGL deve evidenciar a aptidão dos solos para a valorização agrícola de lamas, demonstrar que a mesma é compatível com os objectivos definidos no Decreto-Lei nº 276/2009 e prever destinos alternativos adequados quando não seja possível a valorização agrícola da totalidade das lamas. A elaboração do PGL compete ao técnico responsável.

Constituem utilizações proibidas:

a) Injectar lamas no solo sem valorização agrícola;

b) Enterrar lamas no solo, sem prejuízo do disposto no regime jurídico da deposição de resíduos em aterro;

c) Aplicar lamas no solo quando a concentração de um ou vários metais pesados e compostos orgânicos no solo ultrapassem os valores limite fixados no Decreto-Lei n.º 276/2009, de 2 de Outubro;

d) Entregar ou aplicar lamas destinadas à utilização em determinados períodos do ano, fixados no Decreto-Lei n.º 276/2009, de 2 de Outubro ou em solos destinados ao modo de produção biológica;

e) Aplicar lamas em margens de águas, de acordo com o estipulado na alínea e) do artigo 12º do Decreto-Lei n.º 276/2009, de 2 de Outubro;

f) Aplicar lamas na zona terrestre de protecção das albufeiras de águas públicas de serviço público, numa faixa, medida na horizontal, com a largura de 100 m contados a partir da linha do nível de pleno armazenamento, sem prejuízo de, nos casos em que exista plano de ordenamento de albufeira de águas públicas, o regulamento do plano estabelecer uma faixa de interdição com uma largura superior a 100 m;

g) Aplicar lamas na zona terrestre de protecção das lagoas ou lagos de águas públicas constantes do anexo I do regime de protecção das albufeiras de águas públicas de serviço público e das lagoas ou lagos de águas públicas, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 107/2009, de 15 de Maio, numa faixa, medida na horizontal, com a largura de 100 m contados a partir da linha limite do leito da lagoa ou lago de águas públicas em causa, sem prejuízo de, nos casos em que exista plano especial de ordenamento do território aplicável, o regulamento do plano estabelecer uma faixa de interdição com uma largura superior a 100 m;

h) Aplicar lamas sob condições climatéricas adversas, designadamente em situações de alta pluviosidade.

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Capítulo LER 02 - Lamas do Tratamento Local de Efluentes na Indústria das Conservas de Peixe 5/5

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade pela gestão

(Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

Princípio da hierarquia dos

resíduos (Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos (Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de registo

(Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER): a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos; b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de

registo (Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo: a) Origens discriminadas dos resíduos; b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos; c) Identificação das operações efectuadas; d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação: a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável; b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente; c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

Manutenção dos registos (Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49 º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de

registo (Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo

(Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

Aplicam-se ainda os requisitos do Decreto-Lei n.º 276/2009, de 2 de Outubro, resumidos anteriormente nesta Ficha Técnica de Gestão de Resíduos.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 16: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS
Page 17: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 02 - Lamas do Tratamento Local de Efluentes na Indústria dos Lacticínios 1/6

Resíduo: Lamas do Tratamento Local de Efluentes na Indústria dos Lacticínios

O código do resíduo Lamas do Tratamento Local de Efluentes na Indústria dos Lacticínios, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 02 05 02 - Lamas do Tratamento Local de Efluentes

As águas residuais na indústria dos lacticínios apresentam elevados teores em matéria orgânica dissolvida e gorduras, devido essencialmente, ao soro lácteo rejeitado no fabrico do queijo. O ácido lácteo forma-se facilmente a partir da lactose, provocando fortes odores.

Os maus cheiros provocados por este tipo de resíduo podem provocar náuseas e vómitos ao trabalhador.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Page 18: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/6

Para a prevenção deste tipo de resíduo aconselha-se a aplicação de tecnologias na Indústria dos Lacticínios, que permitam reduzir a quantidade de soro do leite que não é processado (especialmente no fabrico de queijos), reduzindo a quantidade de efluentes que vai para tratamento e consequentemente a quantidade de lamas geradas.

Sempre que possível deverá ainda:

segregar-se as águas residuais poluentes das águas residuais não poluentes, enviando para tratamento apenas as poluentes;

recircular a água não poluente ( dos circuitos de refrigeração, etc.);

automatizar os processos de limpeza por forma a minimizar o consumo de água nos processos de desinfecção e lavagem;

utilizar a última água de lavagem como água de reposição para desinfecção e/ou limpeza inicial.

Tendo em conta a valorização agrícola é considerado subproduto.

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

FIM DO ESTATUTO DO RESÍDUO (ARTIGO 44.º - B DO DECRETO-LEI Nº 73/2011, DE 17 DE JUNHO)

Page 19: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 02 - Lamas do Tratamento Local de Efluentes na Indústria dos Lacticínios 3/6

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

Especificamente para o manuseamento dos resíduos de lamas do tratamento local de efluentes na Indústria dos Lacticínios, aconselha-se a utilização de luvas e máscaras de protecção respiratória.

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Obrigatoriedade de máscara respiratória

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

De acordo com o Artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 276/2009, de 2 de Outubro:

os produtores de lamas devem dispor de uma capacidade mínima de armazenagem de lamas equivalente à produção média de três meses.

no caso de várias estações de tratamento de águas residuais pertencentes à mesma entidade, a armazenagem pode ser efectuada numa única estação dessa entidade.

a capacidade de armazenagem deve ser calculada com base na produção média de três meses de todas as estações produtoras.

a capacidade das instalações de armazenagem e, ou, de tratamento de lamas deve ser calculada tendo em conta os períodos de não aplicação de lamas.

a capacidade de armazenagem prevista anteriormente pode ser reduzida caso seja demonstrada a contratualização da transferência de lamas para operador devidamente licenciado.

os locais de armazenamento devem ser impermeabilizados e cobertos de forma a evitar infiltrações ou derrames que possam originar a contaminação dos solos e das massas de águas superficiais e subterrâneas.

é obrigatória a realização de análises às lamas e aos solos, nos termos do anexo II do Decreto-Lei n.º276/2009, de 2 de Outubro, devendo os respectivos resultados ser expressos nas unidades nele indicadas.

Resíduo considerado material não perigoso para transporte.

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

TRANSPORTE

Page 20: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/6

Não Aplicável

R3: Reciclagem/recuperação de compostos orgânicos que não são utilizados

como solventes (incluindo as operações de compostagem e outras transformações biológicas).

R13: Acumulação de resíduos para serem submetidos a uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

D2: Tratamento no solo (por exemplo, biodegradação de efluentes líquidos ou de lamas de depuração nos solos, etc.).

D15: Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

Valorização agrícola de lamas

A actividade de valorização agrícola de lamas só pode ser exercida por produtores de lamas ou por operadores que comprovem dispor de um técnico responsável acreditado nos termos do artigo 8º do Decreto-Lei n.º 276/2009, de 2 de Outubro e que sejam titulares de alvará para a armazenagem e, ou, tratamento de lamas, emitido ao abrigo do Decreto -Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/11, de 17 de Junho, sem prejuízo do disposto nos artigos 14.º a 18.º do Decreto-Lei n.º 276/2009, de 2 de Outubro.

De acordo com o artigo 14º do Decreto-Lei n.º 276/2009, de 2 de Outubro, a utilização de lamas em solos agrícolas, num determinado perímetro de intervenção, está sujeita a um plano de gestão de lamas (PGL) aprovado pela DRAP territorialmente competente.

O PGL deve evidenciar a aptidão dos solos para a valorização agrícola de lamas, demonstrar que a mesma é compatível com os objectivos definidos no Decreto-Lei nº 276/2009 e prever destinos alternativos adequados quando não seja possível a valorização agrícola da totalidade das lamas. A elaboração do PGL compete ao técnico responsável.

Constituem utilizações proibidas:

a) Injectar lamas no solo sem valorização agrícola;

b) Enterrar lamas no solo, sem prejuízo do disposto no regime jurídico da deposição de resíduos em aterro;

c) Aplicar lamas no solo quando a concentração de um ou vários metais pesados e compostos orgânicos no solo ultrapassem os valores limite fixados no Decreto-Lei n.º 276/2009, de 2 de Outubro do qual faz parte integrante;

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

Page 21: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 02 - Lamas do Tratamento Local de Efluentes na Indústria dos Lacticínios 5/6

d) Entregar ou aplicar lamas destinadas à utilização em determinados períodos do ano, fixados no Decreto-Lei n.º 276/2009, de 2 de Outubro ou em solos destinados ao modo de produção biológica;

e) Aplicar lamas em margens de águas, de acordo com o estipulado na alínea e) do artigo 12 ºdo Decreto-Lei n.º 276/2009, de 2 de Outubro;

f) Aplicar lamas na zona terrestre de protecção das albufeiras de águas públicas de serviço público, numa faixa, medida na horizontal, com a largura de 100 m contados a partir da linha do nível de pleno armazenamento, sem prejuízo de, nos casos em que exista plano de ordenamento de albufeira de águas públicas, o regulamento do plano estabelecer uma faixa de interdição com uma largura superior a 100 m;

g) Aplicar lamas na zona terrestre de protecção das lagoas ou lagos de águas públicas constantes do anexo I do regime de protecção das albufeiras de águas públicas de serviço público e das lagoas ou lagos de águas públicas, aprovado pelo Decreto -Lei n.º 107/2009, de 15 de Maio, numa faixa, medida na horizontal, com a largura de 100 m contados a partir da linha limite do leito da lagoa ou lago de águas públicas em causa, sem prejuízo de, nos casos em que exista plano especial de ordenamento do território aplicável, o regulamento do plano estabelecer uma faixa de interdição com uma largura superior a 100 m;

h) Aplicar lamas sob condições climatéricas adversas, designadamente em situações de alta pluviosidade.

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho

Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade

pela gestão (Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

Princípio da hierarquia dos

resíduos (Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos (Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 22: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

6/6

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Obrigatoriedade de inscrição e de

registo (Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER): a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos; b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de registo (Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo: a) Origens discriminadas dos resíduos; b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos; c) Identificação das operações efectuadas; d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação: a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável; b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente; c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49 º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo

(Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo (Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

Aplicam-se ainda os requisitos do Decreto-Lei n.º 276/2009, de 2 de Outubro, resumidos anteriormente nesta

Ficha Técnica de Gestão de Resíduos.

Page 23: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

CAPÍTULO LER 03Resíduo: Resíduos do Descasque de Madeira (LER 03 01 01)Resíduo: Serradura, Aparas, Fitas de Aplainamento, Madeira, Aglomerados e Folheados, contendo Substâncias Perigosas (LER 03 01 04 *)Resíduo: Serradura, Aparas, Fitas de Aplainamento, Madeira, Aglomerados e Folheados (LER 03 01 05)Resíduo: Pó de Cortiça (LER 03 01 99)

2

Page 24: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS
Page 25: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 03 - Resíduos do Descasque de Madeira 1/8

Resíduo: Resíduos do Descasque de Madeira

O código do resíduo Resíduos do Descasque de Madeira, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 03 01 01 – Resíduos do Descasque de Madeira e de Cortiça.

Os resíduos do descasque de madeira (carrasca ou casca de madeira e toros de madeira rejeitados) não são considerados perigosos para o meio ambiente devido às suas características naturais e não perigosas. No entanto, se estes resíduos não forem eliminados de forma adequada, podem danificar o solo, provocando a proliferação de pragas e doenças em florestas, evitando a regeneração natural, sendo o maior problema, o perigo de incêndio.

Os resíduos de descasque da madeira, troncos e outros resíduos de madeira depositados indevidamente em cursos de águas cobrem o fundo e matam microrganismos essenciais à vida aquática.

Os resíduos do descasque de madeira não têm efeitos na saúde pública.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Page 26: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

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Nas indústrias transformadoras de madeira os principais resíduos em volume são os provenientes das operações de descasque, serração, maquinagem de madeira maciça e derivados de madeira. No entanto, existem já técnicas de prevenção dos resíduos, neste sector industrial nomeadamente através de:

Aplicação de tecnologias inovadoras que permitam reduzir os desperdícios de madeira e desta forma, minimizar a necessidade de recorrer ao descasque da madeira. Exemplo: Finger Jointing

A madeira vulgarmente utilizada na Europa apresenta nós. Em Portugal e por exigências do mercado, os nós têm de ser eliminados. A madeira aproveitável que se encontra entre dois nós é muitas vezes de pequenas dimensões, o que impossibilita a sua utilização directa no fabrico de mobiliário. Aos desperdícios de madeira com comprimento compreendido entre 15 e 120 cm e espessura adequada, é conferida uma forma dentada às extremidades, sendo depois anexados e colados uns aos outros formando painéis que podem ser utilizados directamente na fabricação do mobiliário. Um dos métodos de Finger Jointing é o denominado processo Greenweld, cuja investigação e desenvolvimento tiveram origem na Nova Zelândia. É um processo flexível com capacidade para colar peças secas ou húmidas (entre 9% e 180 % de humidade) e que representa uma possibilidade de aproveitamento de grande volume de desperdícios de madeira (Fonte: Guia Técnico sectorial INETI).

Figura 1- Máquina de formação de painéis de madeira com a aplicação da tecnologia de Finger Jointing

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

Page 27: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 03 - Resíduos do Descasque de Madeira 3/8

Automatização dos processos de corte madeira para redução de desperdícios. Exemplos:

Desenrolamento de toros com centralização optimizada

A produção de folhas de madeira passa em muitas situações, pelo corte com lâmina de toros em rotação, sujeitos a cozimento prévio. Com a aplicação de um sistema automatizado, dotado de sensores laser é possível maximizar a quantidade e o tamanho das folhas, através da medição constante da superfície do toro à medida que este gira em torno do eixo. O computador calcula a posição que possibilita o máximo aproveitamento das folhas de madeira com consequente redução de desperdícios.

O objectivo desta tecnologia é aumentar a quantidade de folhas de madeira obtidas de cada toro, diminuir a quantidade de desperdícios e o consumo de colas utilizada para colagem de folhas de madeira de tamanho mais reduzidos ocorridas durante os processos de desenrolamento tradicionais. Com a aplicação deste método, estima-se uma diminuição da quantidade de desperdícios de 10 a 15% (Fonte: Guia Técnico sectorial INETI).

Figura 2: Desenrolamento dos toros com centralização optimizada

Máquinas de corte transversal e longitudinal com controlo numérico

Este tipo de máquinas estabelece um melhor plano de corte de acordo com as dimensões e defeitos da peça, permitindo um maior aproveitamento da madeira. Este tipo de tecnologia permite uma redução de 3 a 5 % de desperdícios (aparas e serraduras) (Fonte: Guia Técnico sectorial INETI).

Máquinas de corte fino

São máquinas com lâminas que funcionam em simultâneo com movimento alternado, permitindo obter várias folhas ou pranchas de madeira de espessura variável, com várias aplicações nos subsectores do mobiliário e parquetaria.

Os sistemas de corte fino mais recentes possuem lâminas extremamente finas (em alguns casos com espessura inferior a 1,25 mm) permitindo a obtenção de um maior número de pranchas e uma diminuição da quantidade de serradura. A grande precisão de corte assegura ainda que o número de rejeitados seja menor (Fonte: Guia Técnico sectorial INETI).

Figura 3- Equipamento para corte fino

Inovar e ampliar as tecnologias de produção de aglomerados e evitar a produção de materiais em madeira maciça.

Page 28: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/8

A casca/carrasca dos toros de madeira é enviada principalmente para empresas de hortifloricultura (uso em jardinagem e espaços verdes). Tem procura superior à oferta falando-se do seu potencial de exportação. Por vezes pode também ser enviada para explorações animais (principalmente avícolas mas também bovina). Nos aviários são possíveis duas utilizações como composição das camas e/ou para queima nas caldeiras de aquecimento ambiente. Também são vendidas para empresas que aparentam ser agentes intermediários especializados em compra e venda destes subprodutos.

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

Apesar de não serem considerados resíduos perigosos, devido às suas características físicas apresentam alguns riscos (entalamento, esmagamento, cortes) para quem os manuseia. Desta forma, aconselha-se a utilização de luvas apropriadas no manuseamento dos resíduos do descasque de madeira.

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

Para o acondicionamento dos resíduos do descasque de madeira devem adoptar-se ecopontos para recolha nos locais de produção do resíduo, sendo que esses ecopontos deverão ser descarregados posteriormente em contentores/locais apropriados no parque de resíduos da empresa para a sua armazenagem temporária, até recolha por operador licenciado para o efeito.

Dependendo da quantidade a armazenar poderá optar-se por acondicionar os resíduos do processamento de madeira no solo, em zonas delimitadas, em contentores ou big-bag;

Um dos modos mais comuns de armazenamento na indústria transformadora da madeira são contentores metálicos. Os custos para os industriais da madeira são muito variáveis: alguns operadores de gestão de resíduos alugam contentores (taxa mensal) acrescido de uma taxa de recolha, outros recebem a “custo zero” e há operadores que pagam pelo resíduo. Os factores diferenciadores para os custos são a qualidade da madeira como resíduo, a distância ao destino e a competição entre destinos.

CONDIÇÕES NECESSÁRIAS PARA SE TORNAR UM SUBPRODUTO (ARTIGO 44.º - A DO DECRETO-LEI Nº 73/2011, DE 17 DE JUNHO)

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 29: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 03 - Resíduos do Descasque de Madeira 5/8

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

Uma separação ineficiente na origem, qualquer que seja o tipo de resíduo, irá aumentar substancialmente os custos para o tratamento do mesmo, podendo tornar inviável a sua reutilização ou reciclagem, desta forma devem ser seleccionados pontos estratégicos para a colocação dos ecopontos (devidamente identificados) nos locais de produção deste tipo de resíduos e todos os trabalhadores deverão ser sensibilizados para a correcta separação dos resíduos.

Deverá ser dada especial atenção à resistência, estado de conservação e capacidade de contenção dos contentores, bem como atender aos eventuais problemas associados ao empilhamento desadequado dos resíduos e/ou contentores de resíduos.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com o processo que lhe deu origem e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

Figura 4- Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação dos resíduos do descasque de madeira

Nos contentores de resíduos do descasque de madeira para reutilização/reciclagem não deverá colocar-se por exemplo: madeira podre, madeira impregnada com óleos, aglomerados, platex, serrim impregnado com óleos.

Atendendo a que este tipo de resíduos é facilmente inflamável, deve ser acondicionado longe de fontes de ignição.

Resíduo considerado material não perigoso para transporte.

TRANSPORTE

Page 30: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

6/8

Não Aplicável.

R3: Reciclagem ou recuperação de outras matérias orgânicas.

R1

R13:

Utilização principal como combustível ou outro meio de produção de energia

Acumulação de resíduos para serem submetidos a uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

D1:

D10: D15:

Depósito a superfície ou no subsolo Incineração em terra. Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

Compostagem

Se os resíduos do descasque da madeira forem recolhidos separadamente e não estiverem contaminados com substâncias perigosas, é possível efectuar compostagem. Deste processo resulta o composto, um fertilizante natural que pode ser utilizado como corretor de solos.

Figura 5 -Composto (fertilizante natural) resultante do processo de compostagem

Valorização Energética

Se as alternativas acima descritas não forem possíveis de colocar em prática, pode recorrer-se à valorização energética.

Nas próprias unidades industriais de transformação de madeira é vulgar a valorização energética nas caldeiras a biomassa existentes e que fornecem energia térmica nomeadamente para:

Secagem de madeira / tratamentos por choque térmico em estufa; Cozimento” de toros por imersão ou vapor em estufa; Aquecimento da linha de pintura e envernizamento (principalmente no inverno); Aquecimento do ar ambiente da nave industrial.

Os bioresiduos podem também ser enviados para valorização energética em outras empresas como indústrias cerâmicas e centrais de biomassa.

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

Page 31: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 03 - Resíduos do Descasque de Madeira 7/8

Técnicas / Tecnologias emergentes de Valorização;

Fabrico de produtos de fibrocimento derivados de fibras de vegetais

Está a ser investigada a produção de placas de fibrocimento livres de amianto, substituindo-o por fibras vegetais modificadas como fonte de reforço da matriz. A fibra utilizada no estudo foi oriunda da espécie Pinus radiata da Nova Zelândia. Os resultados apontaram que tanto a flexibilidade como as propriedades de ruptura do fibrocimento de fibra de madeira variaram com a concentração de fibras e o seu grau de refinação. Da mesma forma variava o desempenho mecânico, o qual também foi influenciado pelo grau de humidade existente.

Essas pesquisas tem sido feitas tanto por entidades de pesquisa como também por empresas produtoras de fibrocimento.

Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da Responsabilidade pela

gestão

(Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

Princípio da Hierarquia dos Resíduos

(Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de Resíduos

(Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 32: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

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Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Obrigatoriedade de inscrição e de registo

(Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER):

a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos;

b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de registo

(Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo:

a) Origens discriminadas dos resíduos;

b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos;

c) Identificação das operações efectuadas;

d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação:

a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável;

b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente;

c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49 º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo

(Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo

(Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

Outra informação considerada relevante

Caso os resíduos do descasque da madeira satisfaçam as condições de subproduto, não se aplicam as disposições legais relativas à gestão do resíduo.

Se for efectuado a aproveitamento de resíduos como combustível em Caldeiras de Biomassa, apenas poderão ser utilizados resíduos vegetais fibrosos, abrangidos pelas exclusões previstas na alínea b) do ponto 2 do artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 85/2005, de 28 de Abril; caso contrário seria necessária uma Licença de acordo com o referido diploma.

Page 33: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 03 - Serradura, Aparas, Fitas de Aplainamento, Madeira, Aglomerados e Folheados, contendo Substâncias Perigosas 1/8

Resíduo: Serradura, Aparas, Fitas de Aplainamento, Madeira, Aglomerados e Folheados, contendo Substâncias Perigosas

O código do resíduo Serradura, Aparas, Fitas de Aplainamento, Madeira, Aglomerados e Folheados, contendo Substâncias Perigosas, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 03 01 04 * – Serradura, Aparas, Fitas de Aplainamento, Madeira, Aglomerados e Folheados, contendo Substâncias Perigosas.

(* Resíduo considerado perigoso)

Os resíduos resultantes de madeira tratada contêm vulgarmente substâncias perigosas e devem ser tratados como resíduos perigosos. Muitos tratamentos de madeira são realizados com a aplicação de produtos químicos de preservação classificados como tóxicos. Estes compostos incluem por exemplo, formaldeídos, resinas fenólicas e de ureia que são consideradas substâncias perigosas. O tratamento da madeira pode incluir também por exemplo a adição de clorofenóis, heptacloro e cloronaftalenos. Existem ainda outros tratamentos de superfície que envolvem a aplicação de óleos à base de petróleo, tintas, velaturas e vernizes. Caso os resíduos de madeira tratada ou aglomerados de madeira, que contêm substâncias perigosas, não sejam geridos adequadamente, estes compostos podem causar sérios danos ao ecossistema. O armazenamento deste tipo de resíduos perigosos, não protegido das intempéries ou a deposição em aterro não controlado pode produzir lixiviados muito tóxicos, contaminando águas subterrâneas e superficiais.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

Page 34: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/8

São vários os estudos que comprovam a existência de uma associação entre a exposição a poeiras de madeira e o desenvolvimento de patologias do foro respiratório e cutâneo.

Os agentes responsáveis por estas patologias podem ser classificados segundo duas categorias:

Agentes que são elementos integrantes da madeira: alcaloides, taninos, corantes naturais, resinas, fenóis, quinonas, entre outros;

Outros agentes: bactérias, fungos, produtos de tratamento, entre outros.

A exposição repetida a poeiras de maior granulometria nas vias respiratórias superiores pode estar na origem de cancros nas cavidades nasais e seios paranasais. O risco de contrair cancro é inferior para a exposição a poeiras com origem em espécies resinosas (pinheiro, abeto, abeto vermelho) do que quando a exposição se dá com madeira de espécies folhosas (carvalho, castanheiro).

As partículas mais finas poderão chegar aos alvéolos pulmonares e aí causar lesões, como a fibrose pulmonar. As poeiras poderão ainda conduzir ao aparecimento de lesões por irritação cutânea e das mucosas podendo levar ao desenvolvimento de fenómenos alérgicos (eczema, rinite e asma).

Nas indústrias transformadoras de madeira os principais resíduos em volume são os provenientes das operações de descasque, serração, maquinagem de madeira maciça e derivados de madeira. No entanto, existem já técnicas de prevenção dos resíduos, neste sector industrial nomeadamente através de:

Aplicação de tecnologias inovadoras que permitam reduzir os desperdícios de madeira Exemplo: Finger Jointing

A madeira vulgarmente utilizada na Europa apresenta nós. Em Portugal e por exigências do mercado, os nós têm de ser eliminados. A madeira aproveitável que se encontra entre dois nós é muitas vezes de pequenas dimensões, o que impossibilita a sua utilização directa no fabrico de mobiliário.

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Técnicas / Tecnologias de Prevenção e Redução do Resíduo

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

Page 35: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 03 - Serradura, Aparas, Fitas de Aplainamento, Madeira, Aglomerados e Folheados, contendo Substâncias Perigosas 3/8

Aos desperdícios de madeira com comprimento compreendido entre 15 e 120 cm e espessura adequada, é conferida uma forma dentada às extremidades, sendo depois anexados e colados uns aos outros formando painéis que podem ser utilizados directamente na fabricação do mobiliário.

Um dos métodos de Finger Jointing é o denominado processo Greenweld, cuja investigação e desenvolvimento tiveram origem na Nova Zelândia.

É um processo flexível com capacidade para colar peças secas ou húmidas (entre 9% e 180 % de humidade) e que representa uma possibilidade de aproveitamento de grande volume de desperdícios de madeira. (Fonte: Guia Técnico sectorial INETI)

Figura 1- Máquina de formação de painéis de madeira com a aplicação da tecnologia de Finger Jointing

Automatização dos processos de corte madeira para redução de desperdícios Exemplos:

Desenrolamento de toros com centralização optimizada

A produção de folhas de madeira passa em muitas situações, pelo corte com lâmina de toros em rotação, sujeitos a cozimento prévio. Com a aplicação de um sistema automatizado, dotado de sensores laser é possível maximizar a quantidade e o tamanho das folhas, através da medição constante da superfície do toro à medida que este gira em torno do eixo. O computador calcula a posição que possibilita o máximo aproveitamento das folhas de madeira com consequente redução de desperdícios.

O objectivo desta tecnologia é aumentar a quantidade de folhas de madeira obtidas de cada toro, diminuir a quantidade de desperdícios e o consumo de colas utilizada para colagem de folhas de madeira de tamanho mais reduzidos ocorridas durante os processos de desenrolamento tradicionais. Com a aplicação deste método, estima-se uma diminuição da quantidade de desperdícios de 10 a 15 % (Fonte: Guia Técnico sectorial INETI).

Figura 2- Desenrolamento dos toros com centralização optimizada

Máquinas de corte transversal e longitudinal com controlo numérico

Este tipo de máquinas estabelece um melhor plano de corte de acordo com as dimensões e defeitos da peça, permitindo um maior aproveitamento da madeira. Este tipo de tecnologia permite uma redução de 3 a 5 % de esperdícios (aparas e serraduras) (Fonte: Guia Técnico sectorial INETI).

Máquinas de corte fino

São máquinas com lâminas que funcionam em simultâneo com movimento alternado, permitindo obter várias folhas ou pranchas de madeira de espessura variável, com várias aplicações nos subsectores do mobiliário e parquetaria.

Page 36: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/8

Os sistemas de corte fino mais recentes possuem lâminas extremamente finas (em alguns casos com espessura inferior a 1,25 mm) permitindo a obtenção de um maior número de pranchas e uma diminuição da quantidade de serradura. A grande precisão de corte assegura ainda que o número de rejeitados seja menor (Fonte: Guia Técnico sectorial INETI).

Figura 3- Equipamento para corte fino

Recusar a utilização de tintas, vernizes e preservadores de madeira com componentes tóxicos e prejudiciais ao meio ambiente e à saúde humana.

Inovar e ampliar as tecnologias de produção de aglomerados e evitar a produção de materiais em madeira maciça.

Considere-se o Ofício do Instituto dos Resíduos ref. SRR.206, de 03-08-1998, que especifica que os resíduos de madeira produzidos na actividade das indústrias de serração, poderão ser considerados como subprodutos desde que cumulativamente obedeçam aos seguintes requisitos:

sejam resultantes da serração da madeira ainda não submetida a primeira utilização; estejam isentos de qualquer contaminante; sejam sujeitos a um circuito comercial e económico perfeitamente definido; sejam directa e completamente utilizados como matéria-prima no processo (valorização material, como no

fabrico de derivados de madeira).

Desta forma, conclui-se que este tipo de resíduos de "Serradura, Aparas, Fitas de aplainamento, Madeira, Aglomerados e Folheados contendo substâncias perigosas" não podem ser considerados subprodutos.

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

Pelo facto de estarem contaminados com substâncias perigosas, este tipo de resíduos, apresenta riscos para quem os manuseia. Desta forma, aconselha-se a utilização de luvas apropriadas e vestuário de protecção no manuseamento deste tipo de resíduo.

FIM DO ESTATUTO DO RESÍDUO (ARTIGO 44.º - B DO DECRETO-LEI Nº 73/2011, DE 17 DE JUNHO)

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 37: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 03 - Serradura, Aparas, Fitas de Aplainamento, Madeira, Aglomerados e Folheados, contendo Substâncias Perigosas 5/8

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Obrigatoriedade de máscara respiratória

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

Para o acondicionamento dos resíduos do processamento de madeira devem adoptar-se ecopontos para recolha nos locais de produção, sendo que esses ecopontos deverão ser descarregados posteriormente em contentores/locais apropriados no parque de resíduos da empresa para a sua armazenagem temporária, até recolha por operador licenciado para o efeito.

Dependendo da quantidade a armazenar poderá optar-se por acondicionar os resíduos do processamento de madeira no solo, em zonas delimitadas, em contentores ou big-bag;

Um dos modos mais comuns de armazenamento na indústria transformadora da madeira são contentores metálicos. Os custos para os industriais da madeira são muito variáveis: alguns operadores de gestão de resíduos alugam contentores (taxa mensal) acrescido de uma taxa de recolha, outros recebem a “custo zero” e há operadores que pagam pelo resíduo. Os factores diferenciadores para os custos são a qualidade da madeira como resíduo, a distância ao destino e a competição entre destinos.

No caso específico das serraduras e uma vez que são facilmente dispersáveis, independentemente do tipo de recipiente escolhido é importante que possa ser hermeticamente fechado.

Figura 4- Contentores em aço e com tampa para armazenagem temporária de serraduras

Figura 5- Big-bag para armazenagem temporária de serraduras

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

Uma separação ineficiente na origem, qualquer que seja o tipo de resíduo, irá aumentar substancialmente os custos para o tratamento do mesmo, podendo tornar inviável a sua reutilização ou reciclagem, desta forma devem ser seleccionados pontos estratégicos para a colocação dos ecopontos (devidamente identificados) nos locais de produção deste tipo de resíduos e todos os trabalhadores deverão ser sensibilizados para a correcta separação dos resíduos.

Deverá ser dada especial atenção à resistência, estado de conservação e capacidade de contenção dos contentores, bem como atender aos eventuais problemas associados ao empilhamento desadequado dos resíduos e/ou contentores de resíduos.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com o processo que lhe deu origem e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

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Fichas Técnicas de Resíduos

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Figura 6- Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação dos resíduos de Serradura, Aparas, Fitas de Aplainamento, Madeira, Aglomerados e Folheados contendo substâncias perigosas

Nos contentores de resíduos do processamento de madeira para reciclagem não deverá colocar-se por exemplo: madeira podre, madeira impregnada com óleos, aglomerados, platex, serrim impregnado com óleos.

Visto este tipo de resíduos ser facilmente inflamável devem ser acondicionados longe de fontes de ignição

Resíduo considerado material não perigoso para transporte

Não Aplicável.

Não Aplicável.

R1:

R13:

Utilização principal como combustível ou outro meio de produção de energia.

Armazenagem de resíduos para serem submetidos à operação referida anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

D1:

D10: D15:

Depósito à superfície ou no subsolo.

Incineração em terra.

Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

TRANSPORTE

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

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Capítulo LER 03 - Serradura, Aparas, Fitas de Aplainamento, Madeira, Aglomerados e Folheados, contendo Substâncias Perigosas 7/8

Reciclagem

Os resíduos de madeira podem ser reciclados em paletes de madeira e produtos aglomerados.

Produção de briquetes para utilização como biocombustível.

Figura 7 - Briquetes para utilização como Biocombustível.

Valorização Energética

Se as alternativas acima descritas não forem possíveis de colocar em prática, pode recorrer-se à valorização energética.

Nas próprias unidades industriais de transformação de madeira é vulgar a valorização energética nas caldeiras a biomassa existentes e que fornecem energia térmica nomeadamente para:

Secagem de madeira / tratamentos por choque térmico em estufa; “Cozimento” de toros por imersão ou vapor em estufa; Aquecimento da linha de pintura e envernizamento (principalmente no inverno); Aquecimento do ar ambiente da nave industrial.

Os bioresiduos podem também ser enviados para valorização energética em outras empresas como indústrias cerâmica e centrais de biomassa.

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade

pela gestão (Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 40: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

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Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da hierarquia dos

resíduos (Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos (Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de

registo (Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER): a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos; b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de registo (Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo: a) Origens discriminadas dos resíduos; b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos; c) Identificação das operações efectuadas; d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação: a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável; b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente; c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49 º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo

(Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo (Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

Outra informação considerada relevante.

Se for efectuado a aproveitamento de resíduos como combustível em Caldeiras de Biomassa, apenas poderão ser utilizados resíduos vegetais fibrosos, abrangidos pelas exclusões previstas na alínea b) do ponto 2 do artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 85/2005, de 28 de Abril, caso contrário seria necessária uma Licença de acordo com o referido diploma.

Page 41: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 03 - Serradura, Aparas, Fitas de Aplainamento, Madeira, Aglomerados e Folheados 1/9

Resíduo: Serradura, Aparas, Fitas de Aplainamento, Madeira, Aglomerados e Folheados

O código do resíduo Serradura, Aparas, Fitas de Aplainamento, Madeira, Aglomerados e Folheados, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 03 01 05 – Serradura, Aparas, Fitas de Aplainamento, Madeira, Aglomerados e Folheados não Abrangidos em 03 01 04.

Os resíduos de madeira não tratada não são considerados perigosos para o meio ambiente devido às suas características naturais e não perigosas. No entanto, se estes resíduos não forem eliminados de forma adequada, podem danificar o solo, provocando a proliferação de pragas e doenças em florestas, evitando a regeneração natural e o maior problema, o perigo de incêndio. A maioria dos impactes ambientais advém dos resíduos de descasque da madeira, de aparas ou serraduras provenientes das operações de processamento. O pó de serraduras representa um grave risco de incêndio e explosão nas oficinas. Por outro lado, os resíduos de descasque da madeira, troncos e outros resíduos de madeira depositados indevidamente em cursos de águas cobrem o fundo e matam microrganismos essenciais à vida aquática.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

Page 42: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

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São vários os estudos que comprovam a existência de uma associação entre a exposição a poeiras de madeira e o desenvolvimento de patologias do foro respiratório e cutâneo.

Os agentes responsáveis por estas patologias podem ser classificados segundo duas categorias:

Agentes que são elementos integrantes da madeira: alcaloides, taninos, corantes naturais, resinas, fenóis, quinonas, entre outros;

Outros agentes: bactérias, fungos, produtos de tratamento, entre outros.

A exposição repetida a poeiras de maior granulometria nas vias respiratórias superiores pode estar na origem de cancros nas cavidades nasais e seios paranasais. O risco de contrair cancro é inferior para a exposição a poeiras com origem em espécies resinosas (pinheiro, abeto, abeto vermelho) do que quando a exposição se dá com madeira de espécies folhosas (carvalho, castanheiro).

As partículas mais finas poderão chegar aos alvéolos pulmonares e aí causar lesões, como a fibrose pulmonar. As poeiras poderão ainda conduzir ao aparecimento de lesões por irritação cutânea e das mucosas podendo levar ao desenvolvimento de fenómenos alérgicos (eczema, rinite e asma).

Nas indústrias transformadoras de madeira os principais resíduos em volume são os provenientes das operações de descasque, serração, maquinagem de madeira maciça e derivados de madeira. No entanto, existem já técnicas de prevenção dos resíduos, neste sector industrial nomeadamente através de:

Aplicação de tecnologias inovadoras que permitam reduzir os desperdícios de madeira Exemplo: Finger Jointing

A madeira vulgarmente utilizada na Europa apresenta nós. Em Portugal e por exigências do mercado, os nós têm de ser eliminados. A madeira aproveitável que se encontra entre dois nós é muitas vezes de pequenas dimensões, o que impossibilita a sua utilização directa no fabrico de mobiliário.

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

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Capítulo LER 03 - Serradura, Aparas, Fitas de Aplainamento, Madeira, Aglomerados e Folheados 3/9

Aos desperdícios de madeira com comprimento compreendido entre 15 e 120 cm e espessura adequada, é conferida uma forma dentada às extremidades, sendo depois anexados e colados uns aos outros formando painéis que podem ser utilizados directamente na fabricação do mobiliário. Um dos métodos de Finger Jointing é o denominado processo Greenweld, cuja investigação e desenvolvimento tiveram origem na Nova Zelândia. É um processo flexível com capacidade para colar peças secas ou húmidas (entre 9% e 180 % de humidade) e que representa uma possibilidade de aproveitamento de grande volume de desperdícios de madeira. (Fonte: Guia Técnico sectorial INETI)

Figura 1- Máquina de formação de painéis de madeira com a aplicação da tecnologia de Finger Jointing

Automatização dos processos de corte madeira para redução de desperdícios Exemplos:

Desenrolamento de toros com centralização optimizada

A produção de folhas de madeira passa em muitas situações, pelo corte com lâmina de toros em rotação, sujeitos a cozimento prévio. Com a aplicação de um sistema automatizado, dotado de sensores laser é possível maximizar a quantidade e o tamanho das folhas, através da medição constante da superfície do toro à medida que este gira em torno do eixo. O computador calcula a posição que possibilita o máximo aproveitamento das folhas de madeira com consequente redução de desperdícios.

O objectivo desta tecnologia é aumentar a quantidade de folhas de madeira obtidas de cada toro, diminuir a quantidade de desperdícios e o consumo de colas utilizada para colagem de folhas de madeira de tamanho mais reduzidos ocorridas durante os processos de desenrolamento tradicionais. Com a aplicação deste método, estima-se uma diminuição da quantidade de desperdícios de 10 a 15 % (Fonte: Guia Técnico sectorial INETI).

Figura 2- Desenrolamento dos toros com centralização optimizada

Máquinas de corte transversal e longitudinal com controlo numérico

Este tipo de máquinas estabelece um melhor plano de corte de acordo com as dimensões e defeitos da peça, permitindo um maior aproveitamento da madeira. Este tipo de tecnologia permite uma redução de 3 a 5 % de esperdícios (aparas e serraduras) (Fonte: Guia Técnico sectorial INETI).

Máquinas de corte fino

São máquinas com lâminas que funcionam em simultâneo com movimento alternado, permitindo obter várias folhas ou pranchas de madeira de espessura variável, com várias aplicações nos subsectores do mobiliário e parquetaria.

Page 44: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

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Os sistemas de corte fino mais recentes possuem lâminas extremamente finas (em alguns casos com espessura inferior a 1,25 mm) permitindo a obtenção de um maior número de pranchas e uma diminuição da quantidade de serradura. A grande precisão de corte assegura ainda que o número de rejeitados seja menor (Fonte: Guia Técnico sectorial INETI).

Figura 3- Equipamento para corte fino

Recusar a utilização de tintas, vernizes e preservadores de madeira com componentes tóxicos e prejudiciais ao meio ambiente e à saúde humana.

Inovar e ampliar as tecnologias de produção de aglomerados e evitar a produção de materiais em madeira maciça.

Considere-se o Ofício do Instituto dos Resíduos ref. SRR.206, de 03-08-1998, que especifica que os resíduos de madeira produzidos na actividade das indústrias de serração, poderão ser considerados como subprodutos desde que cumulativamente obedeçam aos seguintes requisitos:

sejam resultantes da serração da madeira ainda não submetida a primeira utilização; estejam isentos de qualquer contaminante; sejam sujeitos a um circuito comercial e económico perfeitamente definido; sejam directa e completamente utilizados como matéria-prima no processo (valorização material, como no

fabrico de derivados de madeira).

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

Desde que não estejam contaminados com substâncias perigosas os resíduos de madeira não são considerados perigosos, no entanto devido às suas características físicas apresentam alguns riscos (entalamento, esmagamento, cortes) para quem os manuseia. Desta forma, aconselha-se a utilização de luvas apropriadas no manuseamento dos resíduos de madeira. Especificamente para o manuseamento dos resíduos das serraduras aconselha-se a utilização de máscaras de protecção respiratória.

CONDIÇÕES NECESSÁRIAS PARA SE TORNAR UM SUBPRODUTO (ARTIGO 44.º - A DO DECRETO-LEI Nº 73/2011, DE 17 DE JUNHO)

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 45: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 03 - Serradura, Aparas, Fitas de Aplainamento, Madeira, Aglomerados e Folheados 5/9

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Obrigatoriedade de máscara respiratória

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

Para o acondicionamento dos resíduos do processamento de madeira devem adoptar-se ecopontos para recolha nos locais de produção, sendo que esses ecopontos deverão ser descarregados posteriormente em contentores/locais apropriados no parque de resíduos da empresa para a sua armazenagem temporária, até recolha por operador licenciado para o efeito.

Dependendo da quantidade a armazenar poderá optar-se por acondicionar os resíduos do processamento de madeira no solo, em zonas delimitadas, em contentores ou big-bag;

Um dos modos mais comuns de armazenamento na indústria transformadora da madeira são contentores metálicos. Os custos para os industriais da madeira são muito variáveis: alguns operadores de gestão de resíduos alugam contentores (taxa mensal) acrescido de uma taxa de recolha, outros recebem a “custo zero” e há operadores que pagam pelo resíduo. Os factores diferenciadores para os custos são a qualidade da madeira como resíduo, a distância ao destino e a competição entre destinos.

No caso específico das serraduras e uma vez que são facilmente dispersáveis, independentemente do tipo de recipiente escolhido é importante que possa ser hermeticamente fechado.

Figura 4- Contentores em aço e com tampa para

armazenagem temporária de serraduras Figura 5- Big-bag para armazenagem temporária de serraduras

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

Uma separação ineficiente na origem, qualquer que seja o tipo de resíduo, irá aumentar substancialmente os custos para o tratamento do mesmo, podendo tornar inviável a sua reutilização ou reciclagem, desta forma devem ser seleccionados pontos estratégicos para a colocação dos ecopontos (devidamente identificados) nos locais de produção deste tipo de resíduos e todos os trabalhadores deverão ser sensibilizados para a correcta separação dos resíduos.

Deverá ser dada especial atenção à resistência, estado de conservação e capacidade de contenção dos contentores, bem como atender aos eventuais problemas associados ao empilhamento desadequado dos resíduos e/ou contentores de resíduos.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com o processo que lhe deu origem e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

Page 46: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

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Figura 7- Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação dos resíduos de Serradura, Aparas, Fitas de Aplainamento, Madeira, Aglomerados e Folheados

Nos contentores de resíduos do processamento de madeira para reciclagem não deverá colocar-se por exemplo: madeira podre, madeira impregnada com óleos, aglomerados, platex, serrim impregnado com óleos.

Visto este tipo de resíduos ser facilmente inflamável devem ser acondicionados longe de fontes de ignição.

Resíduo considerado material não perigoso para transporte

Não Aplicável.

R3: Reciclagem/recuperação de compostos orgânicos não são utilizados como solventes (incluindo as operações de compostagem e outras transformações biológicas).

R1:

R13:

Utilização principal como combustível ou outro meio de produção de energia

Armazenagem de resíduos para serem submetidos a uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

D1:

D10: D15:

Depósito a superfície ou no subsolo.

Incineração em terra

Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta e efectuada.

TRANSPORTE

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

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Capítulo LER 03 - Serradura, Aparas, Fitas de Aplainamento, Madeira, Aglomerados e Folheados 7/9

Reciclagem

Os resíduos de embalagens de madeira podem ser reciclados em paletes de madeira e produtos aglomerados.

Produção de briquetes para utilização como biocombustível.

Figura 8 - Briquetes para utilização como Biocombustível.

Compostagem

Se os resíduos do processamento da madeira forem recolhidos separadamente e não estiverem contaminados com substâncias perigosas, é possível efectuar compostagem. Deste processo resulta o composto, um fertilizante natural que pode ser utilizado como corretor de solos.

Figura 9 -Composto (fertilizante natural) resultante do processo de compostagem

Valorização Energética

Se as alternativas acima descritas não forem possíveis de colocar em prática, pode recorrer-se à valorização energética.

Nas próprias unidades industriais de transformação de madeira é vulgar a valorização energética nas caldeiras a biomassa existentes e que fornecem energia térmica nomeadamente para:

Secagem de madeira / tratamentos por choque térmico em estufa; Cozimento” de toros por imersão ou vapor em estufa; Aquecimento da linha de pintura e envernizamento (principalmente no inverno); Aquecimento do ar ambiente da nave industrial.

Os bioresiduos podem também ser enviados para valorização energética em outras empresas como indústrias cerâmicas e centrais de biomassa.

Técnicas / Tecnologias emergentes de Valorização;

Fabrico de produtos de fibrocimento derivados de fibras de vegetais

Está a ser investigada a produção de placas de fibrocimento livres de amianto, substituindo-o por fibras vegetais modificadas como fonte de reforço da matriz. A fibra utilizada no estudo foi oriunda da espécie Pinus radiata da Nova Zelândia. Os resultados apontaram que tanto a flexibilidade como as propriedades de ruptura do fibrocimento de fibra de madeira variaram com a concentração de fibras e o seu grau de refinação. Da mesma forma variava o desempenho mecânico, o qual também foi influenciado pelo grau de humidade existente.

Essas pesquisas tem sido feitas tanto por entidades de pesquisa como também por empresas produtoras de fibrocimento.

Page 48: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

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Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade

pela gestão (Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

Princípio da hierarquia dos

resíduos (Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos (Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de

registo (Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER):

a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos;

b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de registo (Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo:

a) Origens discriminadas dos resíduos;

b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos;

c) Identificação das operações efectuadas;

d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação:

a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável;

b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente;

c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 49: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 03 - Serradura, Aparas, Fitas de Aplainamento, Madeira, Aglomerados e Folheados 9/9

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49 º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo

(Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo (Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

Outra informação considerada relevante

Caso os resíduos de serradura, aparas, fitas de aplainamento, madeira, aglomerados e folheados satisfaçam as condições de subproduto, não se aplicam as disposições legais relativas à gestão do resíduo.

Se for efectuado a aproveitamento de resíduos como combustível em Caldeiras de Biomassa, apenas poderão ser utilizados resíduos vegetais fibrosos, abrangidos pelas exclusões previstas na alínea b) do ponto 2 do artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 85/2005, de 28 de Abril; caso contrário seria necessária uma Licença de acordo com o referido diploma.

Page 50: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS
Page 51: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 03 – Pó de Cortiça 1/6

Resíduo: Pó de Cortiça

O código do resíduo Pó de Cortiça, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 03 01 99 – Outros Resíduos não Anteriormente Especificados.

O pó de cortiça produz impactes ambientais negativos, se for indevidamente depositado em linhas de água, impedindo a circulação habitual da água, bem como se for depositado de forma não controlada no solo, visto ser facilmente inflamável e propiciar a ocorrência de incêndios.

A “suberose” é uma doença bronco-pulmonar, com o aspecto de bronquite crónica, ocasionada pela inalação de pó de cortiça. O surgimento desta doença profissional está associada à transformação industrial de cortiça, onde as operações verificadas nesta indústria dão origem a pós e a partículas de cortiça de pequeníssima dimensão. Nos dias de hoje, este problema está minorado pela existência de modernos processos de aspiração e condução de partículas em suspensão e pelo acréscimo verificado na prevenção desta doença, com a utilização de máscaras nas zonas mais críticas.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Page 52: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/6

O pó de cortiça é o resíduo produzido em maior quantidade pelo sector da indústria da cortiça e é proveniente essencialmente das operações de granulação/trituração da cortiça e das operações de rectificação e acabamentos. Assim sendo deverão ser implementadas medidas tais como:

Aplicação de tecnologias inovadoras que permitam reduzir os desperdícios de cortiça

Automatização dos processos de corte da cortiça para redução de desperdícios

Inovar e ampliar as tecnologias de produção de aglomerados.

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

Aconselha-se a utilização de luvas apropriadas, máscara respiratória e vestuário de protecção no manuseamento deste tipo de resíduo.

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Obrigatoriedade do uso de máscara

respiratória

Obrigatoriedade do uso de

vestuário de protecção

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 53: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 03 – Pó de Cortiça 3/6

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

Para o acondicionamento dos resíduos do pó de cortiça devem adoptar-se ecopontos para recolha nos locais de produção, sendo que esses ecopontos deverão ser descarregados posteriormente em contentores ou big-bags no parque de resíduos da empresa para a sua armazenagem temporária, até recolha por operador licenciado para o efeito.

Uma vez que é um resíduo facilmente dispersável, independentemente do tipo de recipiente escolhido é importante que possa ser hermeticamente fechado.

Figura 1 - Contentores em aço e com tampa para armazenagem temporária de pó de cortiça

Figura 2 - Big-bag para armazenagem temporária de pó de cortiça

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

Uma separação ineficiente na origem, qualquer que seja o tipo de resíduo, irá aumentar substancialmente os custos para o tratamento do mesmo, podendo tornar inviável a sua reutilização ou reciclagem. Desta forma devem ser seleccionados pontos estratégicos para a colocação dos ecopontos (devidamente identificados) nos locais de produção deste tipo de resíduos e todos os trabalhadores deverão ser sensibilizados para a correcta separação dos resíduos.

Deverá ser dada especial atenção à resistência, estado de conservação e capacidade de contenção dos contentores, bem como atender aos eventuais problemas associados ao empilhamento inadequado dos resíduos e/ou contentores de resíduos.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com o processo que lhe deu origem e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

Figura 3 - Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação do Pó de Cortiça

Atendendo que este tipo de resíduos é facilmente inflamável, deve ser acondicionado longe de fontes de ignição.

Page 54: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/6

Resíduo considerado material não perigoso para transporte.

Não Aplicável.

R3: Reciclagem ou recuperação de outras matérias orgânicas.

R1:

R13:

Utilização principal como combustível ou outro meio de produção de energia.

Acumulação de resíduos para serem submetidos a uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde os resíduos foram produzidos.

D1:

D10

D15:

Depósito à superfície ou no subsolo.

Incineração em terra.

Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada

Reciclagem

Os resíduos de pó de cortiça podem ser reciclados em produtos aglomerados, designadamente:

rolhas colmatadas de qualidade inferior;

Figura 4 - Rolhas colmatadas

revestimentos e isolamentos para a construção.

TRANSPORTE

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

ELIMINAÇÃO

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

Page 55: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 03 – Pó de Cortiça 5/6

Compostagem

Se os resíduos do pó de cortiça forem recolhidos separadamente e não estiverem contaminados com substâncias perigosas, é possível efectuar compostagem. Deste processo resulta o composto, um fertilizante natural que pode ser utilizado como corretor de solos.

Figura 5 -Composto (fertilizante natural) resultante do processo de compostagem

Valorização Energética

Se as alternativas acima descritas não forem possíveis de colocar em prática, pode recorrer-se à valorização energética.

Nas próprias unidades industriais de transformação de cortiça é vulgar a valorização energética nas caldeiras a biomassa existentes.

Os bioresiduos podem também ser enviados para valorização energética em outras empresas como indústrias cerâmica e centrais de biomassa.

Técnicas / Tecnologias emergentes de Valorização;

Um grupo de investigadores de uma Universidade Portuguesa desenvolveu um novo processo de aglomeração de madeira e cortiça, isento de formaldeído, que permite novas composições de partículas. O novo processo é uma alternativa aos actuais aglomerados permitindo aglomerar partículas de baixa granulometria, e, dessa forma, valorizar subprodutos e resíduos dos sectores da cortiça e da madeira. A Universidade procura parceiros para um acordo de licenciamento e desenvolvimento do protótipo.

Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da Responsabilidade

pela gestão

(Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 56: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

6/6

Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da Hierarquia dos

Resíduos

(Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de Resíduos

(Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de

registo

(Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER):

a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos;

b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de registo

(Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo:

a) Origens discriminadas dos resíduos;

b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos;

c) Identificação das operações efectuadas;

d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação:

a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável;

b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente;

c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo

(Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo

(Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

Outra informação considerada relevante

Caso os resíduos de pó de cortiça satisfaçam as condições de subproduto, não se aplicam as disposições legais relativas à gestão do resíduo.

Se for efectuado a aproveitamento de resíduos como combustível em Caldeiras de Biomassa, será necessária uma Licença de acordo com o Decreto-Lei n.º 85/2005, de 28 de Abril .

Page 57: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

3

CAPÍTULO LER 04Resíduo: Fibras Têxteis não Processadas (LER 04 02 21)

Page 58: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS
Page 59: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 04 – Fibras Têxteis não Processadas 1/5

Resíduo: Fibras Têxteis não Processadas

O código do resíduo Fibras Têxteis não Processadas, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 04 02 21 – Resíduos de Fibras Têxteis não Processadas.

Os resíduos de fibras têxteis não processadas produzem impactes ambientais negativos, se forem indevidamente depositados em linhas de água, impedindo a circulação habitual da água, bem como se forem depositados de forma não controlada no solo.

Os resíduos de fibras têxteis não processadas, libertam poeiras e podem provocar a quem está exposto uma série de doenças agudas, como é o caso das alergias. Podem ainda provocar doenças crónicas como é o caso da bissinose.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Page 60: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/5

O s resíduos de fibras têxteis não processadas resultam das operações de preparação de matéria-prima nos vários subsectores (lã, algodão, fibras sintéticas e artificiais) da indústria têxtil. Actualmente existem já técnicas de prevenção dos resíduos, nestes subsectores industriais nomeadamente através de:

Aplicação de tecnologias inovadoras que permitam reduzir os desperdícios, por exemplo através da automatização dos processos e condensação num só equipamento, do máximo de operações possíveis.

Aplicação de um sistema de controlo de qualidade da matéria-prima.

Reutilização dos resíduos de fibras têxteis no enchimento de colchões e almofadas.

Existem também medidas de carácter geral tais como:

Elaborar, implementar e comunicar instruções/ procedimentos a todos os trabalhadores com regras de prevenção deste tipo de resíduo.

Sensibilizar e formar todos os colaboradores, para a prevenção e minimização da produção de resíduos.

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

Desde que não estejam contaminados com substâncias perigosas os resíduos de fibras têxteis não processadas não são considerados perigosos, no entanto devido à libertação de poeiras apresentam riscos para quem os manuseia. Desta forma, aconselha-se a utilização de máscara própria para poeiras, luvas e vestuário apropriado no manuseamento deste tipo de resíduo.

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Obrigatoriedade do uso de

vestuário de protecção

Obrigatoriedade do uso de

máscara de protecção

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 61: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 04 – Fibras Têxteis não Processadas 3/5

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

Para o acondicionamento dos resíduos de fibras têxteis não processadas devem adoptar-se ecopontos para recolha nos locais de produção, sendo que esses ecopontos deverão ser descarregados posteriormente em recipientes apropriados no parque de resíduos da empresa para a sua armazenagem temporária, até recolha por operador licenciado para o efeito.

No parque de resíduos e dependendo da quantidade a armazenar poderá optar-se por acondicionar este tipo de resíduos em contentor ou big-bag.

Uma vez que as fibras têxteis não processadas libertam poeiras e partículas facilmente dispersáveis, independentemente do tipo de recipiente escolhido é importante que possa ser hermeticamente fechado

Figura 1- Ecoponto para recolhas de fibras têxteis nos locais

de produção Figura 2- Contentores em aço e com tampa para armazenagem

temporária de fibras têxteis não processadas

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

Uma separação ineficiente na origem, qualquer que seja o tipo de resíduo, irá aumentar substancialmente os custos para o tratamento do mesmo, podendo tornar inviável a sua reutilização ou reciclagem, desta forma devem ser seleccionados pontos estratégicos para a colocação de ecopontos (devidamente identificados) nos locais de produção deste tipo de resíduos e todos os trabalhadores deverão ser sensibilizados para a correcta separação dos resíduos.

Deverá ser dada especial atenção à resistência, estado de conservação e capacidade de contenção dos contentores, bem como atender aos eventuais problemas associados ao empilhamento desadequado dos resíduos e/ou contentores de resíduos.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com a designação do resíduo e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

Figura 3- Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação dos resíduos de fibras têxteis não processadas

Resíduo considerado material não perigoso para transporte.

TRANSPORTE

Page 62: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/5

Os resíduos de fibras têxteis podem ser preparados para serem reutilizados no enchimento de colchões e almofadas.

R3: Reciclagem/recuperação de substâncias orgânicas não utilizadas como solventes (incluindo digestão anaeróbia e ou compostagem e outros processos de transformação biológica).

R13: Acumulação de resíduos para serem submetidos à operação referida anteriormente com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

D1: Depósito à superfície ou no subsolo.

D15: Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta e é efectuada.

Reciclagem

O processo de reciclagem de fibras têxteis, é um procedimento menos dispendioso e consome menos energia do que produzir fibras a partir das matérias-primas virgens. Além de economia de energia, existem outros benefícios tais como, economia no uso de materiais virgens, redução das emissões atmosféricas, libertação de espaço em aterros para outros materiais e produtos não recicláveis.

Actualmente existem em Portugal diversas empresas de reciclagem de fibras têxteis, fabricando produtos com as mais diversas aplicações em diferentes sectores industriais, designadamente: colchoaria, geotêxtil, construção, fiação, automobilística, metalurgia, etc.

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade

pela gestão (Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 63: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 04 – Fibras Têxteis não Processadas 5/5

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da hierarquia dos

resíduos (Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos (Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de

registo (Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER): a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos; b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de registo

(Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo: a) Origens discriminadas dos resíduos; b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos; c) Identificação das operações efectuadas; d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação: a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável; b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente; c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49 º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo (Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo (Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

Outra informação considerada relevante

Caso os resíduos de fibras têxteis, satisfaçam as condições de fim do estatuto de resíduo/subproduto, não se aplicam as disposições legais relativas à gestão do resíduo.

Page 64: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS
Page 65: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

4

CAPÍTULO LER 08Resíduo: Tintas de Base Solvente (LER 08 01 11 *)Resíduo: Tintas de Base Aquosa (LER 08 01 12)Resíduo: Lamas Aquosas contendo Tintas e Vernizes com Solventes Orgânicos ou outras Substâncias Perigosa (LER 08 01 15 *)Resíduo: Colas, Vedantes contendo Solventes Orgânicos ou outras Substâncias Perigosas (LER 08 04 09 *)

Page 66: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS
Page 67: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 08 – Tintas de Base Solvente 1/6

Resíduo: Tintas de Base Solvente

O código do resíduo Tintas de Base Solvente, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 08 01 11* – Resíduos de Tintas e Vernizes contendo Solventes Orgânicos ou Outras Substâncias Perigosas.

* Resíduo considerado perigoso

Deve ser consultada a ficha de dados segurança do produto. No entanto, de uma forma geral têm efeitos nefastos tanto no solo, como na água.

Deve ser consultada a ficha de dados segurança do produto. No entanto, geralmente têm na sua composição elementos tóxicos, podendo originar problemas de saúde quando em contacto com a pele, por ingestão e inalação.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Page 68: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/6

No fabrico de tintas, vernizes e similares de base solvente verifica-se que, apesar da grande maioria dos

processos de mistura ainda funcionarem em sistema aberto ou semiaberto (com utilização de tampas metálicas ou coberturas plásticas), quase todas as unidades efectuam regeneração do solvente de limpeza das cubas (na sua grande maioria com equipamento próprio, apesar de algumas o mandarem regenerar em empresas especializadas), possibilitando assim a sua reutilização. Por outro lado, algumas indústrias procedem à reincorporação, quer do solvente de limpeza quer, por vezes das lamas de destilação, no processo de fabrico de produtos menos exigentes e cujas especificações o permitem, como é por exemplo, o caso dos primários ou dos betumes (Fonte: Guia Técnico sectorial, INETI, 2000).

Existem também medidas de carácter geral, que poderão ser aplicadas em todas as indústrias onde sejam utilizados processos de pintura, tais como:

usar preferencialmente tintas à base de água; determinar previamente a quantidade de tinta necessária para realizar a tarefa, o que significa fazer

alguns cálculos básicos, tendo em conta a área a ser pintada e o rendimento da tinta. Para isso, devem ser consultados a embalagem e/ou o fabricante da tinta;

armazenar correctamente a tinta; as latas de tinta que já não estão em uso, devem ser fechadas para evitar que o solvente evapore, que sequem ou se estraguem;

minimizar a utilização de solvente na lavagem dos utensílios utilizados na pintura; por exemplo pincéis, rolos, bandejas e outros instrumentos só devem ser limpos ao fim do dia. Nos intervalos do trabalho, as ferramentas devem ficar imersas na tinta que está a ser aplicada, coberta com plástico.

se houver sobra de tinta, não se deve guardá-la por muito tempo: depois de aberta a embalagem, a tinta dura pouco tempo. O melhor é doá-la a uma instituição onde possa ser utilizada imediatamente – como orfanatos, escolas, igrejas e outras – ou misturar todas as tintas que sobraram para pinturas de grades, tapumes, etc. Porém, a mistura de tintas só deve ser feita com produtos do mesmo tipo e com as mesmas características: não se pode juntar uma tinta de base solvente com outra de base aquosa.

aplicar tecnologias inovadoras que permitam reduzir os desperdícios de tinta durante a sua aplicação, por exemplo através da automatização dos processos de pintura;

utilizar bacias de retenção em zonas onde haja possibilidade de derrames de tintas; adquirir e utilizar de kit de contenção de derrames; elaborar, implementar e comunicar instruções/ procedimentos a todos os trabalhadores com regras

de prevenção deste tipo de resíduo; sensibilizar e formar todos os colaboradores, para a prevenção e minimização da produção de

resíduos.

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

Page 69: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 08 – Tintas de Base Solvente 3/6

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo Deverão ser utilizados os equipamentos de protecção individual recomendados na respectiva ficha de dados de segurança. No entanto, geralmente aconselha-se a utilização de luvas apropriadas e vestuário de protecção no manuseamento deste tipo de resíduo.

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Obrigatoriedade do uso de

máscara respiratória

Obrigatoriedade do uso de

vestuário de protecção

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

Para o acondicionamento dos resíduos de tintas de base solvente, recomendam-se recipientes fechados. Poderá optar-se por armazenar os resíduos de tintas de base solvente nas embalagens vazias do produto original, desde que sejam devidamente identificadas e rotuladas.

Devem adoptar-se ecopontos para recolha deste resíduo nos locais da sua produção, sendo que esses recipientes, uma vez completos, deverão ser colocados posteriormente no parque de resíduos da empresa para a sua armazenagem temporária, até recolha por operador licenciado para o efeito.

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

O acondicionamento deve ser efectuado em contentores estanques, e armazenados ao abrigo da exposição do sol, calor ou chuva.

Os resíduos das tintas devem ser armazenados respeitando as indicações constantes na ficha de dados de segurança da tinta.

Os resíduos de tintas de base solvente contêm substâncias inflamáveis e por isso devem estar armazenados longe das fontes de ignição.

Existe também o risco de explosão. Cada solvente tem um intervalo de concentrações no qual é possível ocorrer a explosão. Tanto acima quanto abaixo, não haverá riscos dela vir a produzir-se. Desta forma, deverá promover-se a ventilação nos locais de armazenamento para evitar concentrações perigosas.

Deve estar disponível uma lista de compostos compatíveis e incompatíveis, devendo ser respeitadas as incompatibilidades de armazenamento deste tipo de resíduos.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com a designação do resíduo e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Figura 1- Recipiente para recolha de resíduos de tintas sobre bacia de retenção Figura 2 - Exemplo de rótulo a ser

utilizado para tintas de base solvente

Page 70: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/6

Nem todos os resíduos classificados como perigosos na Lista Europeia de Resíduos (LER) são considerados matérias perigosas para o transporte, e por este facto, deverá(ão)ser consultada(s) a(s) ficha(s) de dados de segurança do(s) produto(s) que deu/deram origem ao resíduo, bem como, o Decreto-Lei n.º 41-A/2010, de 29 de Abril (posteriormente rectificado pela Declaração de Rectificação n.º 18/2010, de 28 de Junho), que regula o transporte terrestre, rodoviário e ferroviário de mercadorias perigosas, por forma a averiguar se o resíduo em questão é considerado mercadoria perigosa para o transporte.

Não Aplicável.

R5: Reciclagem/recuperação de outras matérias inorgânicas.

R1

R13:

Utilização principal como combustível ou outro meio de produção de energia.

Acumulação de resíduos para serem submetidos a uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

D9:

D15:

Tratamento físico-químico.

Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

Tratamento do resíduo

Actualmente os Centros Integrados de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos (CIRVER) estão aptos à valorização de resíduos de fabrico e remoção de tintas e vernizes.

No entanto, quando os resíduos possuem um poder calorífico significativo, como é o caso dos solventes, a sua destruição em processos industriais, substituindo combustíveis fósseis, pode ser considerada como um processo de valorização energética. Se as suas emissões não forem significativamente diferentes, o seu uso, por substituição de combustíveis fósseis, pode ser positivo. Os resíduos de tintas de base solvente poderão assim tornar-se Combustíveis Derivados de Resíduos (CDR). Geralmente os CDR não constituem combustíveis principais da instalação, são incinerados em simultâneo ou em alternância com outros combustíveis, processo este denominado co-incineração.

TRANSPORTE

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

Page 71: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 08 – Tintas de Base Solvente 5/6

Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade pela

gestão

(Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

Princípio da hierarquia dos Resíduos

(Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos

(Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de registo

(Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER):

a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos;

b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos;

Informação objecto de registo

(Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo:

a) Origens discriminadas dos resíduos;

b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos;

c) Identificação das operações efectuadas;

d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação:

a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável;

b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente;

c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 72: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

6/6

Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo

(Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo

(Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

Page 73: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 08 – Tintas de Base Aquosa 1/6

Resíduo: Tintas de Base Aquosa

O código do resíduo Tintas de Base Aquosa, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 08 01 12 – Resíduos de Tintas e Vernizes não Abrangidos em 08 01 11.

Deve ser consultada a ficha de dados segurança do produto. No entanto, de uma forma geral têm efeitos nefastos tanto no solo, como na água.

Deve ser consultada a ficha de dados segurança do produto. No entanto, não são geralmente tóxicos.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Page 74: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/6

Especificamente na produção de tintas, vernizes e similares de base aquosa, verifica-se que muitos dos processos de fabrico, nomeadamente no caso de tintas brancas, já funcionam com sistemas automatizados, sendo já significativa a implementação de cubas em aço inox polido e de sistemas de lavagem a alta pressão que permitem minimizar a quantidade de água utilizada na lavagem de cubas (Fonte: Guia Técnico sectorial, INETI, 2000).

Existem também medidas de carácter geral, que poderão ser aplicadas em todas as indústrias onde sejam utilizados processos de pintura, tais como:

determinar previamente a quantidade de tinta necessária para realizar a tarefa, o que significa fazer alguns cálculos básicos, tendo em conta a área a ser pintada e o rendimento da tinta. Para isso, devem ser consultados a embalagem e/ou o fabricante da tinta;

armazenar correctamente a tinta, as latas de tinta que já não estão em uso devem ser fechadas para evitar que sequem ou se estraguem;

minimizar a utilização de água na lavagem dos utensílios utilizados na pintura; por exemplo pincéis, rolos, bandejas e outros instrumentos só devem ser limpos ao fim do dia. Nos intervalos do trabalho, as ferramentas devem ficar imersas na tinta que está a ser aplicada, coberta com plástico.

se houver sobra de tinta, não se deve guardá-la por muito tempo: depois de aberta a embalagem, a tinta dura pouco tempo. O melhor é doá-la a uma instituição onde possa ser utilizada imediatamente – como orfanatos, escolas, igrejas e outras – ou misturar todas as tintas que sobraram para pinturas de grades, tapumes, etc. Porém, a mistura das tintas, só deve ser feito com produtos do mesmo tipo e com as mesmas características: não se pode juntar uma tinta de base aquosa com outra de base solvente.

aplicar tecnologias inovadoras que permitam reduzir os desperdícios de tinta durante a sua aplicação, por exemplo através da automatização dos processos de pintura;

utilizar bacias de retenção em zonas onde haja possibilidade de derrames de tintas;

aquirir e utilizar de kit de contenção de derrames;

elaborar, implementar e comunicar instruções/procedimentos a todos os trabalhadores com regras de prevenção deste tipo de resíduo;

sensibilizar e formar todos os colaboradores, para a prevenção e minimização da produção de resíduos.

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

Page 75: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 08 – Tintas de Base Aquosa 3/6

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

Deverão ser utilizados os equipamentos de protecção individual recomendados na respectiva ficha de dados de segurança. No entanto, geralmente aconselha-se a utilização de luvas apropriadas e vestuário de protecção no manuseamento deste tipo de resíduo.

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Obrigatoriedade do uso de vestuário de protecção

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

Para o acondicionamento dos resíduos de tintas de base aquosa, recomendam-se recipientes fechados. Poderá optar-se por armazenar os resíduos tintas de base aquosa nas embalagens vazias do produto original, desde que sejam devidamente identificadas e rotuladas.

Devem adoptar-se ecopontos para recolha deste resíduo nos locais da sua produção, sendo que esses recipientes, uma vez completos, deverão ser colocados posteriormente no parque de resíduos da empresa para a sua armazenagem temporária, até recolha por operador licenciado para o efeito.

Figura 1- Recipiente para recolha de resíduos de tintas sobre bacia de retenção

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

O acondicionamento deve ser efectuado em contentores estanques, e armazenados ao abrigo da exposição do sol, calor ou chuva.

Os resíduos das tintas, devem ser armazenados respeitando as indicações constantes na ficha de dados de segurança da tinta.

Deve estar disponível uma lista de compostos compatíveis e incompatíveis, devendo ser respeitadas as incompatibilidades de armazenamento deste tipo de resíduos.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com a designação do resíduo e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

Figura 2- Exemplo de rótulo a ser utilizado para tintas de base aquosa

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 76: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/6

Resíduo considerado material não perigoso para transporte.

Não aplicável

R3:

Reciclagem/recuperação de substâncias orgânicas não utilizadas como solventes.

R13: Acumulação de resíduos para serem submetidos a uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta e efectuada.

D9:

D15:

Tratamento físico-químico.

Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

Tratamento do resíduo

As tintas de base aquosa, contêm um nível incomparavelmente menor de Compostos Orgânicos Voláteis (COV), relativamente às tintas tradicionais. Mas porque não se eliminaram totalmente os níveis de COV, é imperativo ter em conta o tratamento adequado dos resíduos resultantes (restos de tinta, efluentes resultantes da limpeza dos equipamentos, latas, etc.). A quantidade de solventes contidos nas tintas à base de água ainda oscila entre os 10-15%, contra os aproximadamente 80% nas tintas de base solvente convencionais.

TRANSPORTE

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

Page 77: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 08 – Tintas de Base Aquosa 5/6

Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade pela

gestão

(Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

Princípio da hierarquia dos resíduos

(Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos

(Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de registo

(Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER):

a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos;

b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de registo

(Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo:

a) Origens discriminadas dos resíduos;

b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos;

c) Identificação das operações efectuadas;

d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação:

a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável;

b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente;

c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 78: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

6/6

Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo

(Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo

(Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

Page 79: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 08 - Lamas Aquosas contendo Tintas e Vernizes com Solventes Orgânicos ou outras Substâncias Perigosas 1/5

Resíduo: Lamas Aquosas contendo Tintas e Vernizes com Solventes Orgânicos ou outras Substâncias Perigosas

O código do resíduo Lamas Aquosas contendo Tintas e Vernizes com Solventes Orgânicos ou Outras Substâncias Perigosas, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 08 01 15 * - Lamas Aquosas contendo Tintas e Vernizes com Solventes Orgânicos ou Outras Substâncias Perigosas

(* Resíduo considerado perigoso)

As lamas aquosas contendo tintas e vernizes com solventes orgânicos ou outras substâncias perigosas, contaminam o solo e as águas se não forem devidamente tratadas.

Uma vez que contêm solventes orgânicos ou outras substâncias perigosas, a exposição a este tipo de resíduos provoca efeitos nefastos na saúde humana. Deve(m ) ser consultada(s) a(s) ficha(s) de dado(s ) de segurança do(s) produto(s) que deu/deram origem às lamas.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Page 80: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/5

Reutilização de Lamas no Processo de fabrico

A maior parte da produção deste tipo de lamas resulta da existência de tratamentos de fim-de-linha, em unidades de destilação ou em ETAR na Indústria das Tintas e Vernizes. Alguns tipos de lamas são passíveis de reutilização (nomeadamente no caso das lamas de destilação), dependendo directamente dos produtos e dos respectivos processos de fabrico associados.

A introdução de um equipamento de regeneração de solventes de limpeza de cubas por destilação, tem especial significado, no caso em que a natureza dos produtos fabricados permite a reintrodução de lamas de regeneração no processo de fabrico de produtos menos exigentes, conduzindo assim, para além de uma poupança de matérias-primas à produção de resíduo zero (Fonte: Guia Técnico sectorial Sector das Tintas, Vernizes e Colas, 2000).

Figura 1- Diagrama esquemático da regeneração de solventes de limpeza de cubas por destilação (Fonte: Guia Técnico sectorial Sector das Tintas, Vernizes e Colas, 2000).

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

Page 81: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 08 - Lamas Aquosas contendo Tintas e Vernizes com Solventes Orgânicos ou outras Substâncias Perigosas 3/5

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

Especificamente para o manuseamento dos resíduos de Lamas do Tratamento Local de Efluentes na Indústria das Tintas e Vernizes, aconselha-se a utilização de luvas, máscaras de protecção respiratória e vestuário apropriado.

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Obrigatoriedade do uso de máscara respiratória

Obrigatoriedade do uso de

vestuário de protecção

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo.

Uma vez que se trata de um resíduo aquoso, deve ser armazenado em contentor estanque com bacia de retenção, ou sobre solo impermeabilizado.

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

Uma separação ineficiente na origem, qualquer que seja o tipo de resíduo, irá aumentar substancialmente os custos para o tratamento do mesmo, podendo tornar inviável a sua reutilização ou reciclagem, desta forma todos os trabalhadores deverão ser sensibilizados para a correcta separação dos resíduos.

Deverá ser dada especial atenção à resistência, estado de conservação e capacidade de contenção dos contentores, bem como atender aos eventuais problemas associados ao empilhamento desadequado dos resíduos e/ou contentores de resíduos.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com o processo que lhe deu origem e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

Nos contentores destes resíduos não deverão colocar-se lamas aquosas que não estejam contaminadas por solventes orgânicos ou outras substâncias perigosas.

Visto este tipo de resíduos ser facilmente inflamável devem ser acondicionados longe de fontes de ignição.

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Figura 3 - Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação dos resíduos de lamas aquosas contendo solventes orgânicos ou outras substâncias perigosas

Figura 2 - Contentores em aço e com tampa para armazenagem temporária de lamas aquosas contendo solventes orgânicos ou outras substâncias perigosas

Page 82: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/5

Nem todos os resíduos classificados como perigosos na Lista Europeia de Resíduos (LER) são considerados

matérias perigosas para o transporte, e por este facto, deverá(ão)ser consultada(s) a(s) ficha(s) de dados de segurança do(s) produto(s) que deu/deram origem ao resíduo, bem como, o Decreto-Lei n.º 41-A/2010, de 29 de Abril (posteriormente rectificado pela Declaração de Rectificação n.º 18/2010, de 28 de Junho), que regula o transporte terrestre, rodoviário e ferroviário de mercadorias perigosas, por forma a averiguar se o resíduo em questão é considerado mercadoria perigosa para o transporte.

Não Aplicável.

R5: Reciclagem/recuperação de outros materiais inorgânicos.

R13: Acumulação de materiais para serem submetidos a uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

D10: Incineração em terra.

D15: Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

TRANSPORTE

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

Page 83: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 08 - Lamas Aquosas contendo Tintas e Vernizes com Solventes Orgânicos ou outras Substâncias Perigosas 5/5

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos.

Princípio da responsabilidade

pela gestão (Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

Princípio da hierarquia dos

resíduos (Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos (Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de

registo (Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER): a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos; b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de registo

(Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo: a) Origens discriminadas dos resíduos; b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos; c) Identificação das operações efectuadas; d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação: a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável; b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente; c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49 º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo (Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo (Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 84: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS
Page 85: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 08 - Colas, Vedantes contendo Solventes Orgânicos ou outras Substâncias Perigosas 1/6

Resíduo: Colas, Vedantes contendo Solventes Orgânicos ou outras Substâncias Perigosas

O código do resíduo Colas, Vedantes contendo Solventes Orgânicos ou outras Substâncias Perigosas, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 08 04 09* – Resíduos de Colas ou Vedantes contendo Solventes Orgânicos ou Outras Substâncias Perigosas.

* Resíduo considerado perigoso

Deve ser consultada a ficha de dados segurança do produto. No entanto, de uma forma geral têm efeitos nefastos tanto no solo, como na água.

Deve ser consultada a ficha de dados segurança do produto. No entanto, geralmente têm na sua composição elementos tóxicos, podendo originar problemas de saúde quando em contacto com a pele, por ingestão e inalação.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Page 86: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/6

No subsector das colas e gelatinas, verifica-se que os processos de fabrico utilizados são bastante mais "limpos", quando comparados com os que ocorrem no subsector das Tintas, Vernizes e Similares. Na realidade, no subsector das colas e gelatinas, a quantidade de resíduos decorrentes directamente do fabrico tem muito menor expressão, dado haver maior compatibilidade entre as formulações dos produtos fabricados, bem como (nalguns casos) menor grau de exigência, o que permite uma maior reincorporação nas formulações seguintes, quer do solvente de limpeza, quer das águas de lavagem (Fonte: Guia Técnico sectorial, INETI, 2000).

Existem também medidas de carácter geral, que poderão ser aplicadas em todas as indústrias onde sejam utilizados este tipo de produtos, tais como:

usar preferencialmente colas ou vedantes de base aquosa; determinar previamente a quantidade de colas ou vedantes necessários para realizar a tarefa, o que

significa fazer alguns cálculos básicos, tendo em conta a área a ser colada/vedada e o rendimento da cola/vedante. Para isso, devem ser consultados a embalagem e/ou o fabricante da cola/vedante;

armazenar correctamente a cola e os vedantes que já não estão em uso, as embalagens devem ser fechadas para evitar que o solvente evapore, que sequem ou se estraguem;

minimizar a utilização de solvente na lavagem dos utensílios utilizados, por exemplo pincéis, rolos, bandejas e outros instrumentos só devem ser limpos ao fim do dia. Nos intervalos do trabalho, as ferramentas devem ficar imersas na cola/vedante que está a ser aplicado, coberto com plástico;

se houver sobra de cola/vedante, não se deve guardá-la por muito tempo: depois de aberta a embalagem, a cola/vedante dura pouco tempo. O melhor é doá-la a uma instituição onde possa ser utilizada imediatamente – como obras em orfanatos, escolas, igrejas e outras;

aplicar tecnologias inovadoras que permitam reduzir os desperdícios de cola/vedante durante a sua aplicação;

utilizar bacias de retenção em zonas onde haja possibilidade de derrames de colas ou vedantes; aquisição e utilização de kit de contenção de derrames; elaborar, implementar e comunicar instruções/ procedimentos a todos os trabalhadores com regras

de prevenção deste tipo de resíduo; sensibilizar e formar todos os colaboradores, para a prevenção e minimização da produção de

resíduos.

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

Page 87: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 08 - Colas, Vedantes contendo Solventes Orgânicos ou outras Substâncias Perigosas 3/6

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

Deverão ser utilizados os equipamentos de protecção individual recomendados na respectiva ficha de dados de segurança. No entanto, geralmente aconselha-se a utilização de luvas apropriadas, máscara respiratória e vestuário de protecção no manuseamento deste tipo de resíduo.

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Obrigatoriedade do uso de máscara

respiratória

Obrigatoriedade do uso de vestuário

de protecção

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

Para o acondicionamento dos resíduos de colas ou vedantes de base solvente, recomendam-se recipientes fechados. Poderá optar-se por armazenar os resíduos colas ou vedantes nas embalagens vazias do produto original, desde que sejam devidamente identificadas e rotuladas.

Devem adoptar-se ecopontos para recolha deste resíduo nos locais da sua produção, sendo que esses recipientes, uma vez completos, deverão ser colocados posteriormente no parque de resíduos da empresa para a sua armazenagem temporária, até recolha por operador licenciado para o efeito.

Figura 1- Recipiente para recolha de resíduos de colas ou vedantes sobre bacia de retenção.

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

O acondicionamento deve ser efectuado em contentores estanques, e armazenados ao abrigo da exposição do sol, calor ou chuva.

Os resíduos das colas ou vedantes, devem ser armazenados respeitando as indicações constantes na ficha de dados de segurança das colas ou vedantes.

Os resíduos de colas ou vedantes de base solvente contêm substâncias inflamáveis e por isso devem estar armazenados longe das fontes de ignição.

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 88: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/6

Existe também o risco de explosão. Cada solvente tem um intervalo de concentrações no qual é possível ocorrer a explosão. Tanto acima quanto abaixo, não haverá riscos dela vir a produzir-se. Desta forma, deverá promover-se a ventilação nos locais de armazenamento para evitar concentrações perigosas

Deve estar disponível uma lista de compostos compatíveis e incompatíveis, devendo ser respeitadas as incompatibilidades de armazenamento deste tipo de resíduos.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com a designação do resíduo e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

Figura 2- Exemplo de rótulo a ser utilizado para colas ou vedantes contendo solventes orgânicos ou outras substâncias perigosas

Nem todos os resíduos classificados como perigosos na Lista Europeia de Resíduos (LER) são considerados

matérias perigosas para o transporte, e por este facto, deverá(ão)ser consultada(s) a(s) ficha(s) de dados de segurança do(s) produto(s) que deu/deram origem ao resíduo, bem como, o Decreto-Lei n.º 41-A/2010, de 29 de Abril (posteriormente rectificado pela Declaração de Rectificação n.º 18/2010, de 28 de Junho), que regula o transporte terrestre, rodoviário e ferroviário de mercadorias perigosas, por forma a averiguar se o resíduo em questão é considerado mercadoria perigosa para o transporte.

TRANSPORTE

Page 89: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 08 - Colas, Vedantes contendo Solventes Orgânicos ou outras Substâncias Perigosas 5/6

Não Aplicável

R5: Reciclagem ou recuperação de outras matérias inorgânicas.

R1: Utilização principal como combustível ou outro meio de produção de energia.

R13: Acumulação de resíduos para serem submetidos a uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

D9 : Tratamento físico-químico. D15: Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente,

com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada

Tratamento do resíduo

Actualmente os Centros Integrados de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos (CIRVER) estão aptos à valorização de resíduos de colas ou vedantes contendo solventes orgânicos ou outras substâncias perigosas.

No entanto, quando os resíduos possuem um poder calorífico significativo, como é o caso dos solventes, a sua destruição em processos industriais, substituindo combustíveis fósseis, pode ser considerada como um processo de valorização energética. Se as suas emissões não forem significativamente diferentes, o seu uso, por substituição de combustíveis fósseis, pode ser positivo. Os resíduos de colas ou vedantes de base solvente poderão assim tornar-se Combustíveis Derivados de Resíduos (CDR). Geralmente os CDR não constituem combustíveis principais da instalação, são incinerados em simultâneo ou em alternância com outros combustíveis, processo este denominado co-incineração.

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

Page 90: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

6/6

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho

Estabelece o regime geral da gestão de resíduos.

Princípio da responsabilidade pela

gestão (Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

Princípio da hierarquia dos resíduos

(Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos (Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de registo

(Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER): a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos; b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de registo

(Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo: a) Origens discriminadas dos resíduos; b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos; c) Identificação das operações efectuadas; d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação: a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável; b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente; c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49 º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo

(Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo (Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 91: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

5

CAPÍTULO LER 12Resíduo: Aparas e Limalhas de Metais Ferrosos (LER 12 01 01)Resíduo: Poeiras e Partículas de Metais Ferrosos (LER 12 01 02)Resíduo: Aparas e Limalhas de Metais não Ferrosos (LER 12 01 03)Resíduo: Poeiras e Partículas de Metais não Ferrosos (LER 12 01 04)

Page 92: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS
Page 93: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 12 – Aparas e Limalhas de Metais Ferrosos 1/7

Resíduo: Aparas e Limalhas de Metais Ferrosos

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

O código do resíduo Aparas e Limalhas de Metais Ferrosos, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 12 01 01 – Aparas e Limalhas de Metais Ferrosos

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

Os óxidos e hidróxidos de ferro possuem alta capacidade de fixar metais pesados. Além disso, estes compostos são finamente dispersos no solo. Todas essas mudanças na composição do solo causam danos às plantas, que exigem determinadas condições para sobreviver adequadamente. Por outro lado, o contacto dos metais ferrosos com água ou humidade, forma ferrugem, que por sua vez provoca o aumento da concentração de iões de ferro, contaminando as linhas de água.

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Os resíduos sólidos de metais ferrosos não representam um risco significativo para a saúde humana. No entanto, existe o risco potencial da projecção de limalhas nos olhos. Este tipo de partículas podem causar abcesso e no limite perda de visão.

Page 94: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/7

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

As aparas, limalhas e retalhos de metais ferrosos resultam da operações de moldagem e do tratamento físico e mecânico de superfície de metais ferrosos essencialmente, na fabricação de produtos metálicos, fabricação de máquinas não eléctricas e fabricação de material de transporte.

Actualmente existem já técnicas de prevenção dos resíduos, nestes sectores industriais nomeadamente através de:

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

Aplicação de tecnologias inovadoras que permitam rentabilizar a chapa e reduzir os desperdícios nas operações de corte, designadamente através de corte por:

oxicorte com controlo numérico ( é o melhor processo de corte térmico para chapas de aço ligado e não ligado na gama de espessuras de 3 a 30 mm);

plasma (é indicado para o corte de aços de construção e de Cr-Ni) ; plasma de alta definição (proporciona melhor qualidade de corte numa gama mais alargada de

espessuras); laser (ideal para cortar metais de pequena espessura);

jacto de água com abrasivos ( geralmente permite cortar uma grande variedade de metais designadamente aço macio e aço inoxidável; no entanto por vezes pode não ser aplicável por razões de ordem técnica ou económica).

Remoção de óleos das aparas e limalhas de metais ferrosos por:

centrifugação; hidrociclonagem; decantação; filtração ou ultrafiltração.

Sistema de exaustão de limalha seca nas máquinas, permitindo a protecção do indivíduo e posterior reciclagem das limalhas.

Existem também medidas de carácter geral tais como:

Elaborar, implementar e comunicar instruções/procedimentos a todos os trabalhadores com regras de prevenção deste tipo de resíduo;

Sensibilizar e formar todos os colaboradores, para a prevenção e minimização da produção de resíduos.

Page 95: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 12 – Aparas e Limalhas de Metais Ferrosos 3/7

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

Desde que não estejam contaminados com substâncias perigosas, os resíduos de aparas e limalhas de metais ferrosos não são considerados perigosos; no entanto devido às suas características físicas apresentam alguns riscos (entalamento, esmagamento, cortes) para quem os manuseia. Existe ainda o risco potencial da projecção de limalhas nos olhos, desta forma, aconselha-se a utilização de luvas, óculos e vestuário apropriado no manuseamento deste tipo de resíduo.

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Obrigatoriedade do uso de vestuário

de protecção

Obrigatoriedade do uso de

óculos

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

Para o acondicionamento dos resíduos de aparas e limalhas de metais ferrosos devem adoptar-se ecopontos para recolha nos locais de produção, sendo que esses ecopontos deverão ser descarregados posteriormente em contentores/locais apropriados no parque de resíduos da empresa para a sua armazenagem temporária, até recolha por operador licenciado para o efeito.

No parque de resíduos e dependendo da quantidade a armazenar poderá optar-se por acondicionar este tipo de resíduos em contentor ou big-bag.

Pelo seu valor de mercado, as aparas e limalhas de metais ferrosos, são um resíduo valorizável, isto é, os operadores de gestão de resíduos pagam às empresas pela sua recolha e frequentemente disponibilizam ou alugam os contentores para a armazenagem temporária na empresa.

Figura 1- Contentor em chapa de aço para aparas e limalhas de metais ferrosos

Figura 2- Contentor em chapa de aço para aparas e limalhas de metais ferrosos

Page 96: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/7

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

Uma separação ineficiente na origem, qualquer que seja o tipo de resíduo, irá aumentar substancialmente os custos para o tratamento do mesmo, podendo tornar inviável a sua reutilização ou reciclagem, desta forma devem ser seleccionados pontos estratégicos para a colocação de ecopontos (devidamente identificados) nos locais de produção deste tipo de resíduos e todos os trabalhadores deverão ser sensibilizados para a correcta separação dos resíduos.

Deverá ser dada especial atenção à resistência, estado de conservação e capacidade de contenção dos contentores, bem como atender aos eventuais problemas associados ao empilhamento inadequado dos resíduos e/ou contentores de resíduos.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com a designação do resíduo e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

Figura 3- Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação dos resíduos de aparas e limalhas de metais ferrosos

Nos contentores de resíduos de aparas e limalhas de metais ferrosos para reciclagem não deverá colocar-se por exemplo: aparas e limalhas impregnadas com óleos, emulsões oleosas ou contaminadas com substâncias perigosas, nem aparas e limalhas de metais não ferrosos. Caso se verifique uma separação ineficiente do resíduo poderá optar-se pelo seguinte rótulo:

Figura 4- Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação dos resíduos de aparas e limalhas de metais ferrosos com indicação de outros resíduos que não devem misturados

TRANSPORTE

Resíduo considerado material não perigoso para transporte

Page 97: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 12 – Aparas e Limalhas de Metais Ferrosos 5/7

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

Não Aplicável.

RECICLAGEM

R4: Reciclagem/recuperação de metais ou compostos metálicos.

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

R13: Acumulação de resíduos para serem submetidos à operação referida anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta e efectuada.

ELIMINAÇÃO

D1: Depósito a superfície ou no subsolo.

D15: Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

Reciclagem

O processo de reciclagem resume-se na fundição do metal, que é um procedimento menos dispendioso e consome muito menos energia do que produzir ferro e aço através de minérios de ferro. Além de economia de energia, existem outros benefícios tais como: economia no uso de materiais virgens, redução das emissões atmosféricas, redução do consumo de água, redução dos resíduos gerados pelo consumidor.

O ferro e aço podem ser reciclados tanto a partir de sucatas geradas por produtos de vida útil esgotada, como de aparas do processo produtivo. O ferro e aço reciclados podem ser obtidos a partir de tubagens, vigas, asnas, perfis, cantoneiras, chapas, entre outros materiais. A reciclagem não danifica a estrutura do metal, que pode ainda ser reciclado infinitamente e reutilizado na produção de qualquer produto com o mesmo nível de qualidade de um ferro ou aço recentemente produzido por mineração.

Desta forma, a reciclagem do ferro e aço gera benefícios para a empresa e para o meio ambiente, além de ser menos difícil de obter do que através da sua produção por mineração.

Convém salientar que as aparas podem ser recicladas mesmo quando enferrujadas.

Page 98: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

6/7

FIM DO ESTATUTO DO RESÍDUO (ARTIGO 44.º - B DO DECRETO-LEI Nº 73/2011, DE 17 DE JUNHO)

O fim do estatuto de resíduo pode aplicar-se a determinados resíduos quando tenham sido submetidos a uma operação de valorização, incluindo a reciclagem, e satisfaçam critérios específicos a estabelecer nos termos das seguintes condições:

a) A substância ou objecto ser habitualmente utilizado para fins específicos;

b) Existir um mercado ou procura para essa substância ou objecto;

c) A substância ou objecto satisfazer os requisitos técnicos para os fins específicos e respeitar a legislação e as normas aplicáveis aos produtos; e

d) A utilização da substância ou objecto não acarretar impactes globalmente adversos do ponto de vista ambiental ou da saúde humana.

No caso das aparas e limalhas de metais ferrosos aplicam-se os critérios estipulados no Regulamento (UE) n.º 333/2011 do Conselho, de 31 de Março de 2011. Para melhor percepção e a título explicativo, são resumidamente esquematizados de seguida:

A qualidade da sucata deverá cumprir com especificações do cliente ou de uma norma, nomeadamente: • Inertes ≤ 2% em massa;

• A sucata não deve conter demasiado óxido ferroso; • Deve estar isenta de óleos, emulsões oleosas, lubrificantes e massas lubrificantes; • A radioactividade deve ser monitorizada; • Não deve ter propriedades perigosas (de acordo com a Directiva Quadro, anexo III); • A sucata não deve conter recipientes sob pressão, que possam causar explosões num forno metalúrgico.

Qualidade da sucata resultante da operação de valorização

• Só devem ser utilizadas como matérias-primas sucatas que contenham ferro ou aço valorizáveis;

• Resíduos com compostos perigosos devem ser despoluídos, caso contrário não podem ser utilizados

• Não devem ser utilizados como matéria prima os seguintes resíduos:a) Limalhas e aparas que contenham fluidos, como óleos ou emulsões oleosas;b) Barris e outros recipientes, excepto equipamento de veículos em fim de vida,

que contenham ou tenham contido óleos ou tintas.

Resíduos utilizados como matérias-primas

na operação de valorização

• A sucata de ferro/aço deve ter sido separada na origem ou na recolha e assim mantida; • Devem ter sido concluídos todos os tratamentos mecânicos necessários à preparação

da sucata metálica para utilização final directa em aciarias e fundições• Aos resíduos que contêm componentes perigosos, aplicam-se requisitos específicos

estipulados no Regulamento.

Processos e técnicas de tratamento

Critérios aplicáveis às Aparas e Limalhas de Metais Ferrosos

Page 99: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 12 – Aparas e Limalhas de Metais Ferrosos 7/7

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos.

Princípio da responsabilidade

pela gestão (Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

Princípio da hierarquia dos

resíduos (Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos (Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de

registo (Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER): a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos; b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de registo (Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo: a) Origens discriminadas dos resíduos; b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos; c) Identificação das operações efectuadas; d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação: a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável; b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente; c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49 º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo

(Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo (Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

Outra informação considerada relevante. Caso os resíduos de aparas e limalhas de metais ferrosos, satisfaçam as condições de fim do estatuto de

resíduo, não se aplicam as disposições legais relativas à gestão do resíduo.

Page 100: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS
Page 101: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 12 – Poeiras e Partículas de Metais Ferrosos 1/6

Resíduo: Poeiras e Partículas de Metais Ferrosos

O código do resíduo Poeiras e Partículas de Metais Ferrosos, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 12 01 02 – Poeiras e Partículas de Metais Ferrosos.

Os óxidos e hidróxidos de ferro possuem alta capacidade de fixar metais pesados. Além disso, estes compostos são finamente dispersos no solo. Todas essas mudanças na composição do solo causam danos às plantas, que exigem determinadas condições para sobreviver adequadamente. Por outro lado, o contacto dos metais ferrosos com água ou humidade, forma ferrugem, que por sua vez provoca o aumento da concentração de iões de ferro, contaminando as linhas de água.

A inalação do pó de metais ferrosos quer durante o processo produtivo, quer na gestão desses resíduos, pode causar impactes graves na saúde. Existe ainda o risco potencial da projecção de pó nos olhos. Este tipo de partículas podem causar abcesso e no limite perda de visão.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Page 102: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/6

As poeiras e partículas de metais ferrosos resultam das operações de corte e maquinagem de metais ferrosos essencialmente, na fabricação de produtos metálicos, fabricação de máquinas não eléctricas e fabricação de material de transporte. Actualmente existem já técnicas de prevenção dos resíduos, nestes sectores industriais nomeadamente através de:

Aplicação de tecnologias inovadoras que permitem optimizar as operações de corte, designadamente através de corte por:

oxicorte com controlo numérico (é o melhor processo de corte térmico para chapas de aço ligado e não ligado na gama de espessuras de 3 a 30 mm);

plasma;

plasma de alta definição;

laser;

jacto de água com abrasivos (geralmente permite cortar uma grande variedade de metais e suas ligas como cobre, bronze, alumínio, entre outros, no entanto por vezes pode não ser aplicável por razões de ordem técnica ou económica).

Existem também medidas de carácter geral tais como:

Elaborar, implementar e comunicar instruções/procedimentos a todos os trabalhadores com regras de prevenção deste tipo de resíduo;

Sensibilizar e formar todos os colaboradores, para a prevenção e minimização da produção de resíduos.

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

Page 103: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 12 – Poeiras e Partículas de Metais Ferrosos 3/6

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

Aconselha-se a utilização de luvas, máscara e óculos apropriados no manuseamento deste tipo de resíduo.

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Obrigatoriedade do uso de

máscara respiratória

Obrigatoriedade do uso de óculos

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

Geralmente as máquinas da indústria metalomecânica têm incorporados sistemas de aspiração de poeiras com segregação deste tipo de resíduo, em saco/recipiente próprio, sendo que esses depósitos de poeiras são posteriormente depositados em recipientes apropriados no parque de resíduos da empresa para a sua armazenagem temporária , até recolha por operador licenciado para o efeito.

No parque de resíduos e dependendo da quantidade a armazenar poderá optar-se por acondicionar este tipo de resíduos em contentor ou big-bag;

Uma vez que as poeiras e partículas são facilmente dispersáveis, independentemente do tipo de recipiente escolhido é importante que possa ser hermeticamente fechado.

Figura 1- Contentores em aço e com tampa para armazenagem temporárias de poeiras e partículas de metais não ferrosos

Figura 2- Big-bag para armazenagem temporária de poeiras e partículas de metais não ferrosos

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

Uma separação ineficiente na origem, qualquer que seja o tipo de resíduo, irá aumentar substancialmente os custos para o tratamento do mesmo, podendo tornar inviável a sua reutilização ou reciclagem, desta forma deverá ser analisada e considerada a colocação de ecopontos (devidamente identificados) em pontos estratégicos nos locais de produção deste tipo de resíduos e todos os trabalhadores deverão ser sensibilizados para a correcta separação dos resíduos.

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 104: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/6

Deverá ser dada especial atenção à resistência, estado de conservação e capacidade de contenção dos contentores, bem como atender aos eventuais problemas associados ao empilhamento inadequado dos resíduos e/ou contentores de resíduos.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com a designação do resíduo e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

Figura 3- Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação dos resíduos de poeiras e partículas de metais ferrosos

Nos contentores de resíduos de aparas e limalhas de metais ferrosos para reciclagem não deverá colocar-se por exemplo: poeiras e partículas de metais não ferrosos.

Resíduo considerado material não perigoso para transporte.

Não Aplicável.

R13: Acumulação de resíduos para serem submetidos a uma das operações valorização, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

D1:

D15:

Depósito à superfície ou no subsolo.

Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

TRANSPORTE

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

Page 105: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 12 – Poeiras e Partículas de Metais Ferrosos 5/6

O fim do estatuto de resíduo pode aplicar-se a determinados resíduos quando tenham sido submetidos a uma operação de valorização, incluindo a reciclagem, e satisfaçam critérios específicos a estabelecer nos termos das seguintes condições:

a) A substância ou objecto ser habitualmente utilizado para fins específicos; b) Existir um mercado ou procura para essa substância ou objecto; c) A substância ou objecto satisfazer os requisitos técnicos para os fins específicos e respeitar a legislação e

as normas aplicáveis aos produtos; e d) A utilização da substância ou objecto não acarretar impactes globalmente adversos do ponto de vista

ambiental ou da saúde humana.

No caso das poeiras e partículas de metais ferrosos aplicam-se os critérios estipulados no Regulamento (UE) n.º 333/2011 do Conselho, de 31 de Março de 2011.

Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos.

Princípio da responsabilidade pela

gestão

(Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

Princípio da hierarquia dos resíduos

(Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

FIM DO ESTATUTO DO RESÍDUO (ARTIGO 44.º - B DO DECRETO-LEI Nº 73/2011, DE 17 DE JUNHO)

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 106: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

6/6

Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos.

Transporte de resíduos

(Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e -GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de registo

(Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER):

a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos;

b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos.

Informação objecto de registo

(Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo:

a) Origens discriminadas dos resíduos;

b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos;

c) Identificação das operações efectuadas;

d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação:

a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável;

b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente;

c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo

(Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo

(Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

Outra informação considerada relevante

Caso os resíduos de poeiras e partículas de metais ferrosos, satisfaçam as condições de fim do estatuto de resíduo, não se aplicam as disposições legais relativas à gestão do resíduo.

Page 107: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 12 – Aparas e Limalhas de Metais não Ferrosos 1/6

Resíduo: Aparas e Limalhas de Metais não Ferrosos

O código do resíduo Aparas e Limalhas de Metais não Ferrosos, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 12 01 03 – Aparas e Limalhas de Metais não Ferrosos

Alumínio: A acumulação de grandes concentrações de alumínio no solo danifica-o e prejudica as plantas, causando também problemas de saúde aos animais que as ingerem. Por outro lado, elevadas concentrações de alumínio em linhas de água, acidificam o meio e afectam peixes e anfíbios, afectando todos os animais que consomem o peixe contaminado.

Bronze: O bronze degrada-se lentamente, e o resultado quando em contacto com o solo, será eventualmente a formação de uma camada de sais de cobre. No entanto, não tem impactes significativos no meio ambiente.

Cobre: A libertação do cobre em linhas de água pode originar a corrosão do meio aquoso. Quando libertado no solo e em grandes quantidades pode inibir o desenvolvimento das plantas e microrganismos e afectar animais.

Estanho: O metal de estanho quando libertado no meio ambiente rapidamente forma compostos de estanho na forma inorgânica. Estanho na forma inorgânica não pode ser destruído no meio ambiente, apenas pode mudar de forma, acumulando-se no solo, em sedimentos e na água.

Zinco: Materiais de zinco depositados em linhas de água, acidificam o meio e afectam peixes e anfíbios. Sendo uma substância bioacumulável, prejudica toda a restante cadeia alimentar.

O contacto com resíduos de aparas e limalhas de metais não ferrosos não tem efeitos negativos na saúde pública. No entanto, existe o risco potencial da projecção de limalhas nos olhos. Este tipo de partículas podem causar abcesso e no limite perda de visão.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Page 108: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/6

As aparas, limalhas e retalhos de metais não ferrosos resultam das operações de moldagem e do tratamento físico e mecânico de superfície de metais não ferrosos essencialmente, na fabricação de produtos metálicos, fabricação de máquinas não eléctricas e fabricação de material de transporte. Actualmente existem já técnicas de prevenção dos resíduos, nestes sectores industriais nomeadamente através de:

Aplicação de tecnologias inovadoras que permitam rentabilizar a chapa e reduzir os desperdícios nas operações de corte, designadamente através de corte por:

oxicorte com controlo numérico ( é o melhor processo de corte térmico para chapas de aço ligado e não ligado na gama de espessuras de 3 a 30 mm);

plasma (é indicado para o corte de alumínio com espessuras compreendidas entre 0,8 e 15,2 mm) ;

plasma de alta definição (permite cortar com grande precisão espessuras de alumínio numa gama entre 1,3 e 12,7 mm );

laser (ideal para cortar metais de pequena espessura - no caso do alumínio, gamas entre 1 e 16 mm);

jacto de água com abrasivos (geralmente permite cortar uma grande variedade de metais e suas ligas como cobre, bronze, alumínio, entre outros; no entanto por vezes pode não ser aplicável por razões de ordem técnica ou económica).

Remoção de óleos das aparas e limalhas de metais ferrosos por:

centrifugação; hidrociclonagem; decantação; filtração ou ultrafiltração.

Existem também medidas de carácter geral tais como:

Elaborar, implementar e comunicar instruções/procedimentos a todos os trabalhadores com regras de prevenção deste tipo de resíduo;

Sensibilizar e formar todos os colaboradores, para a prevenção e minimização da produção de resíduos.

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

Page 109: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 12 – Aparas e Limalhas de Metais não Ferrosos 3/6

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

Desde que não estejam contaminados com substâncias perigosas os resíduos de aparas e limalhas de metais não ferrosos não são considerados perigosos; no entanto devido às suas características físicas apresentam alguns riscos (entalamento, esmagamento, cortes) para quem os manuseia. Existe ainda o risco potencial da projecção de limalhas nos olhos; desta forma, aconselha-se a utilização de luvas, óculos e vestuário apropriado no manuseamento deste tipo de resíduo.

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Obrigatoriedade do uso de vestuário de protecção

Obrigatoriedade do uso de óculos

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

Para o acondicionamento dos resíduos de aparas e limalhas de metais não ferrosos devem adoptar-se ecopontos para recolha nos locais de produção, sendo que esses ecopontos deverão ser descarregados posteriormente em contentores/locais apropriados no parque de resíduos da empresa para a sua armazenagem temporária , até recolha por operador licenciado para o efeito.

No parque de resíduos e dependendo da quantidade a armazenar poderá optar-se por acondicionar este tipo de resíduos em contentor ou big-bag.

Pelo seu valor de mercado, as aparas e limalhas de metais não ferrosos, são um resíduo valorizável, isto é, os operadores de gestão de resíduos pagam às empresas pela sua recolha e frequentemente disponibilizam ou alugam os contentores para a armazenagem temporária na empresa.

Figura 1- Contentor em chapa de aço para aparas e limalhas de

metais não ferrosos Figura 2- Contentor em chapa de aço para aparas e limalhas de

metais não ferrosos

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 110: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/6

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

Uma separação ineficiente na origem, qualquer que seja o tipo de resíduo, irá aumentar substancialmente os custos para o tratamento do mesmo, podendo tornar inviável a sua reutilização ou reciclagem; desta forma devem ser seleccionados pontos estratégicos para a colocação de ecopontos (devidamente identificados) nos locais de produção deste tipo de resíduos e todos os trabalhadores deverão ser sensibilizados para a correcta separação dos resíduos.

Deverá ser dada especial atenção à resistência, estado de conservação e capacidade de contenção dos contentores, bem como atender aos eventuais problemas associados ao empilhamento inadequado dos resíduos e/ou contentores de resíduos.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com a designação do resíduo e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

Figura 3- Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação dos resíduos de aparas e limalhas de metais não ferrosos

Nos contentores de resíduos de aparas e limalhas de metais não ferrosos para reciclagem não deverá colocar-se por exemplo: aparas e limalhas impregnadas com óleos, emulsões oleosas ou contaminadas com substâncias perigosas, nem aparas e limalhas de metais ferrosos. Caso se verifique uma separação ineficiente do resíduo poderá optar-se pelo seguinte rótulo:

Figura 4- Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação dos resíduos de aparas e limalhas de metais não ferrosos

Resíduo considerado material não perigoso para transporte.

TRANSPORTE

Page 111: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 12 – Aparas e Limalhas de Metais não Ferrosos 5/6

Não Aplicável

R4: Reciclagem/recuperação de metais e compostos metálicos.

R13: Acumulação de resíduos para serem submetidos a uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

D1: Depósito a superfície ou no subsolo.

D15: Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

Reciclagem

O processo de reciclagem resume-se na fundição do metal, que é um procedimento menos dispendioso e consome muito menos energia do que produzir metais através dos minérios. Além de economia de energia, existem outros benefícios tais como: economia no uso de materiais virgens, redução das emissões atmosféricas, redução do consumo de água e redução dos resíduos gerados pelo consumidor.

Os materiais de metais não ferrosos podem ser reciclados, tanto a partir de sucatas geradas por produtos de vida útil esgotada, como de aparas do processo produtivo. A reciclagem não danifica a estrutura do metal, que pode ainda ser reciclado infinitamente e reutilizado na produção de qualquer produto com o mesmo nível de qualidade de metal não ferroso recentemente produzido por mineração.

Desta forma, a reciclagem do metal não ferroso gera benefícios para a empresa e para o meio ambiente, além de ser menos difícil de obter, do que através da sua produção por mineração.

O fim do estatuto de resíduo pode aplicar-se a determinados resíduos quando tenham sido submetidos a uma operação de valorização, incluindo a reciclagem, e satisfaçam critérios específicos a estabelecer nos termos das seguintes condições:

a) A substância ou objecto ser habitualmente utilizado para fins específicos; b) Existir um mercado ou procura para essa substância ou objecto; c) A substância ou objecto satisfazer os requisitos técnicos para os fins específicos e respeitar a legislação

e as normas aplicáveis aos produtos; e d) A utilização da substância ou objecto não acarretar impactes globalmente adversos do ponto de vista

ambiental ou da saúde humana.

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

FIM DO ESTATUTO DO RESÍDUO (ARTIGO 44.º - B DO DECRETO-LEI Nº 73/2011, DE 17 DE JUNHO)

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Fichas Técnicas de Resíduos

6/6

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade pela

gestão (Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

Princípio da hierarquia dos

resíduos (Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos (Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de registo

(Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER): a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos; b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de registo (Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo: a) Origens discriminadas dos resíduos; b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos; c) Identificação das operações efectuadas; d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação: a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável; b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente; c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49 º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo

(Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo (Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

Outra informação considerada relevante

Caso os resíduos de aparas e limalhas de metais não ferrosos, satisfaçam as condições de fim do estatuto de resíduo, não se aplicam as disposições legais relativas à gestão do resíduo.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 113: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 12 – Poeiras e Partículas de Metais não Ferrosos 1/7

Resíduo: Poeiras e Partículas de Metais não Ferrosos

O código do resíduo Poeiras e Partículas de Metais não Ferrosos, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 12 01 04 – Poeiras e Partículas de Metais não Ferrosos.

Alumínio: A acumulação de grandes concentrações de alumínio no solo danifica-o e prejudica as plantas, causando também problemas de saúde aos animais que as ingerem. Por outro lado, elevadas concentrações de alumínio em linhas de água, acidificam o meio e afectam peixes e anfíbios, afectando todos os animais que consomem o peixe contaminado.

Bronze: O bronze degrada-se lentamente, e o resultado quando em contacto com o solo, será eventualmente a formação de uma camada de sais de cobre. No entanto, não tem impactes significativos no meio ambiente.

Cobre: A libertação do cobre em linhas de água pode originar a corrosão do meio aquoso. Quando libertado no solo e em grandes quantidades pode inibir o desenvolvimento das plantas e microrganismos e afectar animais.

Estanho: O metal de estanho quando libertado no meio ambiente rapidamente forma compostos de estanho na forma inorgânica. Estanho na forma inorgânica não pode ser destruído no meio ambiente, apenas pode mudar de forma, acumulando-se no solo e sedimentos na água.

Zinco: Materiais de zinco depositados em linhas de água, acidificam o meio e afectam peixes e anfíbios. Sendo uma substância bioacumulável, prejudica toda a restante cadeia alimentar.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

Page 114: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/7

A exposição dos trabalhadores, a elevadas quantidades do pó de metais quer durante o processo produtivo, quer na gestão desses resíduos, pode causar impactes graves na saúde.

Alumínio: Exposição a altas concentrações de alumínio, podem causar problemas de saúde graves, tais como: distúrbios gastrointestinais, nervosismo, dores de cabeça, anemia, deficiência na função hepática e renal, perturbações na memória, fragilização dos ossos e sensação de músculos doridos, danos no sistema nervoso central, demência, apatia, tremores graves, entre outros.

Cobre: O pó de cobre irrita os olhos, pele e membranas mucosas. Por outro lado, partículas de cobre acumuladas nos olhos, podem causar abcesso e no limite perda de visão. A inalação prolongada de fumos de cobre (resultantes essencialmente da fundição ou corte de materiais de cobre) pode causar intoxicação aguda acompanhada de "febre de fumos". Esta condição é caracterizada por febre, calafrios, dores musculares e vómitos.

Estanho: O pó de estanho é moderadamente irritante para os olhos e vias respiratórias.

Zinco: A inalação prolongada de fumos de zinco (resultantes essencialmente da fundição ou corte de materiais de zinco) pode causar intoxicação aguda acompanhada de "febre de fumos". Esta condição é caracterizada por febre, calafrios, dores musculares e vómitos.

As poeiras e partículas de metais não ferrosos resultam das operações de corte e maquinagem de metais não ferrosos essencialmente, na fabricação de produtos metálicos, fabricação de máquinas não eléctricas e fabricação de material de transporte. Actualmente existem já técnicas de prevenção dos resíduos, nestes sectores industriais nomeadamente através de: Aplicação de tecnologias inovadoras que permitem optimizar as operações de corte, designadamente

através de corte por:

oxicorte com controlo numérico (é o melhor processo de corte térmico para chapas de aço ligado e não ligado na gama de espessuras de 3 a 30 mm);

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

Page 115: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 12 – Poeiras e Partículas de Metais não Ferrosos 3/7

plasma (é indicado para o corte de alumínio com espessuras compreendidas entre 0,8 e 15,2 mm) ;

plasma de alta definição (permite cortar com grande precisão espessuras de alumínio numa gama entre 1,3 e 12,7 mm );

laser (ideal para cortar metais de pequena espessura - no caso do alumínio, gamas entre 1 e 16 mm);

jacto de água com abrasivos (geralmente permite cortar uma grande variedade de metais e suas ligas como cobre, bronze, alumínio, entre outros, no entanto por vezes pode não ser aplicável por razões de ordem técnica ou económica).

Existem também medidas de carácter geral tais como:

Elaborar, implementar e comunicar instruções/ procedimentos a todos os trabalhadores com regras de prevenção deste tipo de resíduo;

Sensibilizar e formar todos os colaboradores, para a prevenção e minimização da produção de resíduos.

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

Aconselha-se a utilização de luvas, máscara e óculos apropriadas no manuseamento deste tipo de resíduo.

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Obrigatoriedade do uso de máscara

respiratória

Obrigatoriedade do uso de óculos

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

Geralmente as máquinas da indústria metalomecânica têm incorporados sistemas de aspiração de poeiras com segregação deste tipo de resíduo, em saco/recipiente próprio, sendo que esses depósitos de poeiras são posteriormente depositados em recipientes apropriados no parque de resíduos da empresa para a sua armazenagem temporária , até recolha por operador licenciado para o efeito.

No parque de resíduos e dependendo da quantidade a armazenar poderá optar-se por acondicionar este tipo de resíduos em contentor ou big-bag;

Uma vez que as poeiras e partículas são facilmente dispersáveis, independentemente do tipo de recipiente escolhido é importante que possa ser hermeticamente fechado.

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 116: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/7

Figura 1- Contentores em aço e com tampa para armazenagem temporárias de poeiras e partículas de metais não ferrosos

Figura 2- Big-bag para armazenagem temporária de poeiras e partículas de metais não ferrosos

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

Uma separação ineficiente na origem, qualquer que seja o tipo de resíduo, irá aumentar substancialmente os custos para o tratamento do mesmo, podendo tornar inviável a sua reutilização ou reciclagem, desta forma deverá ser analisada e considerada a colocação de ecopontos (devidamente identificados) em pontos estratégicos nos locais de produção deste tipo de resíduos e todos os trabalhadores deverão ser sensibilizados para a correcta separação dos resíduos.

Deverá ser dada especial atenção à resistência, estado de conservação e capacidade de contenção dos contentores, bem como atender aos eventuais problemas associados ao empilhamento inadequado dos resíduos e/ou contentores de resíduos.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com a designação do resíduo e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

Figura 3- Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação dos resíduos de poeiras e partículas de metais não ferrosos

Nos contentores de resíduos de aparas e limalhas de metais não ferrosos para reciclagem não deverá colocar-se por exemplo: poeiras e partículas de metais ferrosos.

Resíduo considerado material não perigoso para transporte.

TRANSPORTE

Poeiras e partículas de metais não ferrosos

LER 12 01 04

Page 117: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 12 – Poeiras e Partículas de Metais não Ferrosos 5/7

Não Aplicável.

R5: Reciclagem ou recuperação de outras matérias inorgânicas.

R13: Acumulação de resíduos para serem submetidos a operação referida anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

D1:

D15:

Depósito à superfície ou no subsolo.

Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta e efectuada.

O fim do estatuto de resíduo pode aplicar-se a determinados resíduos quando tenham sido submetidos a uma operação de valorização, incluindo a reciclagem, e satisfaçam critérios específicos a estabelecer nos termos das seguintes condições:

a) A substância ou objecto ser habitualmente utilizado para fins específicos; b) Existir um mercado ou procura para essa substância ou objecto; c) A substância ou objecto satisfazer os requisitos técnicos para os fins específicos e respeitar a legislação e

as normas aplicáveis aos produtos; e d) A utilização da substância ou objecto não acarretar impactes globalmente adversos do ponto de vista

ambiental ou da saúde humana.

No caso das poeiras e partículas de metais não ferrosos aplicam-se os critérios estipulados no Regulamento (UE) n.º 333/2011 do Conselho, de 31 de Março de 2011.

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

FIM DO ESTATUTO DO RESÍDUO (ARTIGO 44.º - B DO DECRETO-LEI Nº 73/2011, DE 17 DE JUNHO)

Page 118: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

6/7

Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade

pela gestão

(Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

Princípio da hierarquia dos

resíduos

(Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos

(Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e -GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de

registo

(Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER):

a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos;

b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos.

Informação objecto de registo

(Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo:

a) Origens discriminadas dos resíduos;

b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos;

c) Identificação das operações efectuadas;

d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação:

a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável;

b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente;

c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 119: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 12 – Poeiras e Partículas de Metais não Ferrosos 7/7

Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo

(Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo

(Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

Outra informação considerada relevante

Caso os resíduos de poeiras e partículas de metais não ferrosos, satisfaçam as condições de fim do estatuto de resíduo, não se aplicam as disposições legais relativas à gestão do resíduo.

Page 120: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS
Page 121: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

6 CAPÍTULO LER 13Resíduo: Óleos Hidráulicos Minerais não Clorados (LER 13 01 10 *)Resíduo: Óleos Hidráulicos Sintéticos (LER 13 01 11 *)Resíduo: Óleos Lubrificantes Minerais não Clorados (LER 13 02 05 *)Resíduo: Óleos Lubrificantes Sintéticos (LER 13 02 06 *)Resíduo: Óleos contendo PCB (LER 13 03 01 *)Resíduo: Águas Oleosas (LER 13 05 07 *)

Page 122: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS
Page 123: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 13 - Óleos Hidráulicos Minerais não Clorados 1/9

Resíduo: Óleos Hidráulicos Minerais não Clorados

O código do resíduo Óleos Hidráulicos Minerais, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 13 01 10* - Óleos Hidráulicos Minerais não Clorados.

(* Resíduo considerado perigoso)

A maior parte dos óleos hidráulicos é produzida com óleos minerais devido ao custo. Para atender as exigências, estes produtos tem de ser melhorados com uma variedade de aditivos, tais como: inibidores de corrosão, antioxidantes, detergentes, antiespumantes, anticongelantes, etc. Por outro lado, o óleo hidráulico usado ou contaminado, além de carregar essa carga original de perigo, recebe um reforço extra na sua toxidade porque os seus componentes, ao sofrerem degradação, geram compostos mais perigosos para a saúde e o ambiente, tais como dioxinas, ácidos orgânicos, cetonas e hidrocarbonetos, policíclicos aromáticos. Além disso, o óleo hidráulico usado ou contaminado contém diversos elementos tóxicos (por exemplo cromo, cádmio, chumbo e arsénio), oriundos da fórmula original e absorvidos do próprio motor ou equipamento. Esses contaminantes são na sua maioria bioacumulativos (permanecem no organismo) e causam diversos problemas graves no ambiente e na saúde.

Curiosidades:

1 litro de óleo hidráulico usado, derramado na água, pode atingir 1.000 m² de superfície aquosa; se for queimado de forma não controlada (o que é ilegal e constitui crime), os óleos hidráulicos usados ou

contaminados causam forte concentração de poluentes num raio de 2 km, em média; quando derramado no solo o óleo hidráulico usado, inutiliza o solo atingido, tanto para a agricultura, como

para a edificação, matando a vegetação e os micro-organismos, destruindo o húmus, causando infertilidade da área, e pode atingir o lençol freático, inutilizando os poços da região.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

Page 124: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/9

Os principais contaminantes, presentes nos óleos usados são considerados cancerígenos, sendo na sua maioria bioacumulativos.

O chumbo pode provocar alterações graves no sangue, rins, órgãos do sistema respiratório, cérebro, ossos, tecidos musculares, causando doenças graves por vezes irreversíveis.

O cádmio pode originar transtornos gastrointestinais, anemia, enfisema pulmonar, doenças renais entre outras patologias no ser humano.

O cromo é extremamente tóxico, podendo causar transtornos gastrointestinais, alterações graves no fígado, pele, órgãos do sistema respiratório, causando doenças graves por vezes irreversíveis.

Nos vários sectores industriais, onde são utilizados os óleos hidráulicos minerais:

prolongar o tempo de vida dos óleos, aplicando técnicas (por exemplo instalação de filtros) que permitam minimizar a sua contaminação, efectuar a limpeza e recuperação dos óleos.

promover e divulgar regras de segurança no armazenamento e manuseamento dos óleos e respectivas embalagens, para minimizar a ocorrência de derrames.

sensibilizar e formar todos os colaboradores, para a prevenção e minimização da produção de resíduos.

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

Page 125: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 13 - Óleos Hidráulicos Minerais não Clorados 3/9

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

O espaço a ser utilizado para a mudança do óleo usado, por mais variadas que sejam as situações em que esta operação se possa dar, tem que possuir as seguintes características:

local reservado, onde não haja trânsito de pessoas ou veículos que possam interferir ou atrapalhar a operação de troca;

local distante de fontes de calor, chamas, descargas eléctricas e outros elementos que possam ocasionar a combustão do óleo hidráulico usado ou contaminado ou dos gases dele originados, tais como caldeiras, chaminés, quadros de força, motores, etc.;

local arejado para que os gases desprendidos do óleo hidráulico não se acumulem e não haja risco de intoxicação;

embora arejado, deve ser coberto e protegido contra ventos e chuvas;

local com piso impermeável evitando que eventuais derrames acidentais atinjam o solo;

local organizado, limpo e livre de quaisquer elementos estranhos à operação de troca ( como ferramentas, resíduos, etc.), para que esta não seja atrapalhada, bem como a limpeza de eventuais derrames;

local sinalizado, informando que é (ou está) destinado à troca de óleo e, caso seja um local de trocas constantes ou permanentes, colocar avisos de segurança e informações essenciais e úteis aos trabalhadores.

Em oficinas de manutenção, ou locais específicos para trocas de óleo hidráulico, é essencial que o local destinado à operação possua calhas de segurança (colocadas no piso, circulando inteiramente a área de trocas, destinadas a conter eventuais derrames). Ligada a essas calhas deverá ser colocada uma caixa separadora de água/óleo (ver figura seguinte), com a finalidade de recuperar o máximo de óleo possível em casos de eventuais derrames.

Existem vários modelos de caixas separadora água e óleo disponíveis no mercado e, ainda, podem ser construídas sob medida no próprio local, atendendo necessidades específicas.

Figura 1- Exemplos de caixas separadora água e óleo

comercial Figura 2- Exemplos de caixas separadora água e sob medida

Devem ser adquiridos kit de contenção de derrames e utilizados sempre que necessário, encaminhando-os posteriormente para o contentor adequado para o efeito.

Relativamente ao equipamento de protecção individual, aconselha-se a utilização de luvas apropriadas e vestuário de protecção no manuseamento deste tipo de resíduo.

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 126: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/9

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Obrigatoriedade do uso de vestuário de protecção

Obrigatoriedade do uso de óculos de protecção

Obrigatoriedade do uso de calçado de segurança

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

Dos recipientes possíveis, destacam-se os recipientes plásticos, pela sua praticidade, resistência e durabilidade.

Figura 3- Contentor plástico para armazenamento de óleo usado

Também são muito utilizados contentores metálicos, que merecem cuidado especial em relação ao possível ataque por ferrugem, amassados e rasgões;

Figura 4 - Contentor metálicos para armazenamento de óleo usado

Por se tratar de um resíduo perigoso, o acondicionamento deve ser efectuado em solo impermeável, ou dotado de bacia de retenção. Caso o acondicionamento seja efectuado em contentores estes devem ser estanques. Em ambos os casos este tipo de resíduos deve ser armazenado ao abrigo da exposição do sol, calor ou chuva.

Figura 5 - Recipiente para armazenamento com bacia de retenção

Figura 6 - Tanque horizontal em bacia de contenção

Page 127: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 13 - Óleos Hidráulicos Minerais não Clorados 5/9

Existem ainda contentores, criados especificamente para armazenar óleos usados, que oferecem maior segurança, duração e facilidade de utilização. Este tipo de recipientes são constituídos por dois contentores – um dentro do outro. O contentor interior armazena o óleo usado, o exterior, que engloba totalmente o outro, funciona como bacia de retenção para prevenir eventuais fugas. Na parte superior, possui uma abertura para colocar uma grelha amovível para escoar os filtros ou latas de óleos usados, com uma tampa hermética. Um indicador de nível, de fácil leitura, permite avaliar o estado do contentor.

Figura 7- Recipientes específicos para armazenamento de óleo usado

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

Uma separação ineficiente na origem, qualquer que seja o tipo de resíduo, irá aumentar substancialmente os custos para o tratamento do mesmo, podendo tornar inviável a sua reutilização ou reciclagem, desta forma, se necessário devem ser seleccionados pontos estratégicos para a colocação de ecopontos (devidamente identificados) nos locais de produção deste tipo de resíduos e todos os trabalhadores deverão ser sensibilizados para a correcta separação dos resíduos.

Os resíduos de óleos usados, devem ser armazenados respeitando as indicações constantes na ficha de dados de segurança.

Se os óleos usados forem armazenados juntamente com outros produtos químicos, deve estar disponível uma lista de compostos compatíveis e incompatíveis, devendo ser respeitadas as incompatibilidades de armazenamento deste tipo de resíduos.

Os óleos usados devem estar armazenados longe das fontes de ignição.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com a designação do resíduo e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

Figura 8- Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação dos resíduos de Óleos Hidráulicos Minerais.

Page 128: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

6/9

A actividade de transporte de óleos usados apresenta regras específicas, nomeadamente:

de acordo com o artigo 16º do Decreto-Lei. nº 153/2003, de 11 de Julho, alterado pelo Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, o operador responsável pela recolha/transporte de óleos usados fica obrigado, aquando da recolha junto do produtor de óleos usados, a respeitar o procedimento de amostragem previsto no artigo 21º do referido diploma legal.

de acordo com o artigo 22 º A do Decreto-Lei. nº 178/2006, de 5 de Setembro republicado pelo Decreto-Lei nº 73/2011, de 17 de Junho: os óleos usados são recolhidos selectivamente, sempre que tecnicamente exequível, e tratados em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente.

é proibida a mistura de óleos usados de características diferentes bem como a mistura de óleos usados com outros tipos de resíduos ou substâncias se tecnicamente exequível e economicamente viável e quando a mistura em causa impeça o tratamento dos óleos usados.

a Portaria n.º 1028/92, de 5 de Novembro disciplina o transporte de óleos usados, assim sendo,

As embalagens a utilizar no transporte de óleos usados devem ser estanques e a sua taxa de enchimento não pode ultrapassar 98% da sua capacidade.

Os diferentes elementos de um carregamento de óleos usados devem ser convenientemente arrumados nos veículos e escorados, por forma a evitar deslocações entre si ou contra as paredes do veículo, bem como a evitar contaminações de outras mercadorias.

No caso de transporte de óleos usados em cisternas a sua taxa de enchimento não pode ultrapassar 98% da sua capacidade.

Quando, no carregamento, durante o percurso ou na descarga de um veículo de transporte de óleos usados se verificar algum derrame, a zona contaminada deve ser imediatamente limpa com recurso a produtos absorventes.

Se o transporte de óleos usados for efectuado em cisternas, devem as mesmas ostentar uma identificação escrita donde conste, de forma bem legível e indelével, a expressão «Transporte de óleos usados».

Durante a operação de transporte, carga ou descarga o transportador deve conservar na cabina dos veículos uma ficha de segurança, de formato A4, cujo texto reproduz integralmente o do modelo que constitui o anexo da Portaria n.º 1028/92 ,de 5 de Novembro.

TRANSPORTE

Page 129: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 13 - Óleos Hidráulicos Minerais não Clorados 7/9

R 9: Refinação de óleos e outras reutilizações de óleos.

R13: Acumulação de resíduos para serem submetidos a uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada

D9: Tratamento físico-químico.

D15: Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

Regeneração e Reciclagem de Óleos

Com o uso normal ou como consequência de problemas ou acidentes, o óleo hidráulico sofre deterioração ou contaminação, perde as suas propriedades e deixa de servir para a finalidade para a qual foi elaborado. Para garantir a integridade e o bom funcionamento do motor ou equipamento, é então necessário proceder à substituição do óleo, passando este, a constituir um resíduo perigoso chamado óleo hidráulico usado ou contaminado. Apesar de constituir um resíduo, o óleo hidráulico usado ou contaminado contém cerca de 80% a 85% de óleo hidráulico básico. O processo de “regeneração” é capaz de extrair desse resíduo essa importante matéria-prima com a mesma qualidade do produto de primeiro refino. Por essa capacidade de recuperação da matéria-prima nobre e pela minimização da geração de resíduos, de acordo com o Decreto-Lei nº 153/2003, de 11 de Julho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho, a regeneração de óleos usados constitui a primeira opção na hierarquia de operações de gestão de óleos usados.

Em Portugal não existe nenhuma instalação de regeneração de óleos usados em funcionamento, estando prevista abrir em 2012 a primeira no Parque Industrial da Chamusca. Assim sendo, no contexto actual existe uma fracção considerável de óleos recolhidos em Portugal que são exportados para regeneração, ou após realização de tratamento prévio nas empresas licenciadas para esta operação, seguem para as seguintes opções disponíveis em Portugal:

a) Reciclagem de óleos usados na ENVIROIL, para produção de um produto designado “simil-gasóleo”, mediante um processo de destilação, que subsequentemente é utilizado em motogeradores para produção de energia eléctrica;

b) Reciclagem de óleos usados na LECA, para utilização na produção de argilas expandidas, mediante incorporação de óleo na pasta de argila;

c) Valorização energética em instalações de combustão (fornos e caldeiras), em diversas empresas de vários sectores.

Nota: Os óleos hidráulicos minerais são, mais facilmente “recicláveis” do que os óleos hidráulicos sintéticos.

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

Page 130: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

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Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos.

Princípio da responsabilidade

pela gestão (Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

Princípio da hierarquia dos

resíduos (Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos (Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de

registo (Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER): a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos; b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de registo

(Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo: a) Origens discriminadas dos resíduos; b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos; c) Identificação das operações efectuadas; d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação: a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável; b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente; c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49 º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo (Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo (Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 131: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 13 - Óleos Hidráulicos Minerais não Clorados 9/9

Decreto-Lei n.º 153/2003 , de 11 de Junho, alterado pelos: Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro e Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho

Estabelece o regime jurídico a que fica sujeita a gestão de óleos usados

Princípios de gestão (Art. 3º)

Constituem princípios fundamentais de gestão de óleos usados a prevenção da produção, em quantidade e nocividade, destes resíduos e a adopção das melhores técnicas disponíveis nas operações de recolha/transporte, armazenagem, tratamento e valorização, por forma a minimizar os riscos para a saúde pública e para o ambiente.

Estabelece-se a seguinte hierarquia de operações de gestão de óleos usados: a) Regeneração; b) Outras formas de reciclagem; c) Outras formas de valorização.

Proibições (Art. 5º )

Sem prejuízo do cumprimento de outras disposições legais aplicáveis, é expressamente proibido: a) Qualquer descarga de óleos usados nas águas de superfície, nas águas subterrâneas, nas águas de transição, nas águas costeiras e marinhas e nos sistemas de drenagem, individuais ou colectivos, de águas residuais; b) Qualquer depósito e ou descarga de óleos usados no solo, assim como qualquer descarga não controlada de resíduos resultantes das operações de gestão de óleos usados; c) Qualquer operação de gestão de óleos usados ou de resíduos resultantes dessas operações sem a respectiva autorização exigível nos termos do Decreto-Lei n.º 153/2003 e demais legislação aplicável; d) Qualquer operação de gestão de óleos usados susceptível de provocar emissões atmosféricas que ultrapassem os valores limite previstos no Decreto-Lei n.º 153/2003 e demais legislação aplicável; e) A valorização energética de óleos usados na indústria alimentar, nomeadamente em padarias, nos casos em que os gases resultantes estejam em contacto com os alimentos produzidos; f) Qualquer mistura de óleos usados de diferentes características ou com outros resíduos ou substâncias, que dificulte a sua valorização em condições ambientalmente adequadas, nomeadamente para fins de regeneração.

Page 132: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS
Page 133: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 13 - Óleos Hidráulicos Sintéticos 1/9

Resíduo: Óleos Hidráulicos Sintéticos

O código do resíduo Óleos Hidráulicos Sintéticos, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 13 01 11* - Óleos Hidráulicos Sintéticos.

(* Resíduo considerado perigoso)

Um óleo hidráulico sintético novo é em si um produto com certo grau de perigo porque, além de ser produzido a partir de reacções químicas, de produtos vulgarmente extraídos do petróleo, contém diversos tipos de aditivos que em altas concentrações são tóxicos, desta forma, deve ser consultada a ficha de dados segurança do produto. Por outro lado, o óleo hidráulico usado ou contaminado, além de carregar essa carga original de perigo, recebe um reforço extra na sua toxidade porque os seus componentes, ao sofrerem degradação, geram compostos mais perigosos para a saúde e o ambiente, tais como dioxinas, ácidos orgânicos, cetonas e hidrocarbonetos, policíclicos aromáticos. Além disso, o óleo hidráulico usado ou contaminado contém diversos elementos tóxicos (por exemplo cromo, cádmio, chumbo e arsénio), oriundos da fórmula original e absorvidos do próprio motor ou equipamento. Esses contaminantes são na sua maioria bioacumulativos (permanecem no organismo) e causam diversos problemas graves no ambiente e na saúde.

Curiosidades:

1 litro de óleo hidráulico usado, derramado na água, pode atingir 1.000 m² de superfície aquosa; se for queimado de forma não controlada (o que é ilegal e constitui crime), os óleos usados ou contaminados

causam forte concentração de poluentes num raio de 2 km, em média; quando derramado no solo o óleo usado, inutiliza o solo atingido, tanto para a agricultura, como para a

edificação, matando a vegetação e os micro-organismos, destruindo o húmus, causando infertilidade da área, e pode atingir o lençol freático, inutilizando os poços da região.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

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Fichas Técnicas de Resíduos

2/9

Os principais contaminantes, presentes nos óleos usados são considerados cancerígenos, sendo na sua maioria bioacumulativos.

O chumbo pode provocar alterações graves no sangue, rins, órgãos do sistema respiratório, cérebro, ossos, tecidos musculares, causando doenças graves por vezes irreversíveis.

O cádmio pode originar transtornos gastrointestinais, anemia, enfisema pulmonar, doenças renais entre outras patologias no ser humano.

O cromo é extremamente tóxico, podendo causar transtornos gastrointestinais, alterações graves no fígado, pele, órgãos do sistema respiratório, causando doenças graves por vezes irreversíveis.

Nos vários sectores industriais, onde são utilizados os óleos hidráulicos sintéticos:

prolongar o tempo de vida dos óleos, aplicando técnicas (por exemplo instalação de filtros) que permitam minimizar a sua contaminação, efectuar a limpeza e recuperação dos óleos.

promover e divulgar regras de segurança no armazenamento e manuseamento dos óleos e respectivas embalagens, para minimizar a ocorrência de derrames.

sensibilizar e formar todos os colaboradores, para a prevenção e minimização da produção de resíduos.

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

Page 135: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 13 - Óleos Hidráulicos Sintéticos 3/9

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

O espaço a ser utilizado para a mudança do óleo usado, por mais variadas que sejam as situações em que esta operação se possa dar, deve possuir as seguintes características:

local reservado, onde não haja trânsito de pessoas ou veículos que possam interferir ou atrapalhar a operação de troca;

local distante de fontes de calor, chamas, descargas eléctricas e outros elementos que possam ocasionar a combustão do óleo usado ou contaminado ou dos gases dele originados, tais como caldeiras, chaminés, quadros de força, motores, etc.

local arejado para que os gases desprendidos do óleo não se acumulem e não haja risco de intoxicação;

embora arejado, deve ser coberto e protegido contra ventos e chuvas;

local com piso impermeável evitando que eventuais derrames acidentais atinjam o solo;

local organizado, limpo e livre de quaisquer elementos estranhos à operação de troca (como ferramentas, resíduos, etc.), para que esta não seja atrapalhada, bem como a limpeza de eventuais derrames;

local sinalizado, informando que é (ou está) destinado à troca de óleo e, caso seja um local de trocas constantes ou permanentes, colocar avisos de segurança e informações essenciais e úteis aos trabalhadores.

Em oficinas de manutenção, ou locais específicos para trocas de óleo lubrificante, é essencial que o local destinado à operação possua calhas de segurança (colocadas no piso, circulando inteiramente a área de trocas, destinadas a conter eventuais derrames). Ligada a essas calhas deverá ser colocada uma caixa separadora de água/óleo (ver figura seguinte), com a finalidade de recuperar o máximo de óleo possível em casos de eventuais derrames.

Existem vários modelos de caixas separadora água e óleo disponíveis no mercado e, ainda, podem ser construídas sob medida no próprio local, atendendo necessidades específicas.

Figura 1 - Exemplos de caixas separadora água e óleo

comercial Figura 2 - Exemplos de caixas separadora água e óleo sob

medida

Devem ser adquiridos kit de contenção de derrames e utilizados sempre que necessário, encaminhando-os posteriormente para o contentor adequado para o efeito.

Relativamente ao equipamento de protecção individual, aconselha-se a utilização de luvas apropriadas e vestuário de protecção no manuseamento deste tipo de resíduo.

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 136: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/9

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Obrigatoriedade do uso de vestuário de protecção

Obrigatoriedade do uso de óculos de protecção

Obrigatoriedade do uso de calçado de segurança

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

Dos recipientes possíveis, destacam-se os recipientes plásticos, pela sua practicidade, resistência e durabilidade.

Figura 3 - Contentor plástico para armazenamento de óleo usado

Também são muito utilizados contentores metálicos, que merecem cuidado especial em relação ao possível ataque por ferrugem, amassados e rasgões;

Figura 4 - Contentor metálicos para armazenamento de óleo usado

Por se tratar de um resíduo perigoso, o acondicionamento deve ser efectuado em solo impermeável, ou dotado de bacia de retenção. Caso o acondicionamento seja efectuado em contentores estes devem ser estanques. Em ambos os casos este tipo de resíduos deve ser armazenado ao abrigo da exposição do sol, calor ou chuva.

Figura 5 - Recipiente para armazenamento com bacia de retenção

Figura 6 - Tanque horizontal em bacia de contenção

Page 137: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 13 - Óleos Hidráulicos Sintéticos 5/9

Existem ainda contentores, criados especificamente para armazenar óleos usados, que oferecem maior segurança, duração e facilidade de utilização. Este tipo de recipientes são constituídos por dois contentores – um dentro do outro. O contentor interior armazena o óleo usado, o exterior, que engloba totalmente o outro, funciona como bacia de retenção para prevenir eventuais fugas. Na parte superior, possui uma abertura para colocar uma grelha amovível para escoar os filtros ou latas de óleos usados, com uma tampa hermética. Um indicador de nível, de fácil leitura, permite avaliar o estado do contentor.

Figura 7 - Recipientes específicos para armazenamento de óleo usado

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

Uma separação ineficiente na origem, qualquer que seja o tipo de resíduo, irá aumentar substancialmente os custos para o tratamento do mesmo, podendo tornar inviável a sua reutilização ou reciclagem, desta forma, se necessário devem ser seleccionados pontos estratégicos para a colocação de ecopontos (devidamente identificados) nos locais de produção deste tipo de resíduos e todos os trabalhadores deverão ser sensibilizados para a correcta separação dos resíduos.

Os resíduos de óleos usados, devem ser armazenados respeitando as indicações constantes na ficha de dados de segurança.

Se os óleos usados forem armazenados juntamente com outros produtos químicos, deve estar disponível uma lista de compostos compatíveis e incompatíveis, devendo ser respeitadas as incompatibilidades de armazenamento deste tipo de resíduos.

Os óleos usados devem estar armazenados longe das fontes de ignição.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com a designação do resíduo e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

Figura 8- Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação dos resíduos de Óleos Hidráulicos Sintéticos.

Page 138: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

6/9

A actividade de transporte de óleos usados apresenta regras específicas, nomeadamente:

de acordo com o artigo 16º do Decreto-Lei. nº 153/2003 de 11 de Julho, alterado pelo Decreto-Lei nº178/2006 de 5/09, o operador responsável pela recolha/transporte de óleos usados fica obrigado, aquando da recolha junto do produtor de óleos usados, a respeitar o procedimento de amostragem previsto no artigo 21º do referido diploma legal.

de acordo com o artigo 22 º - A do Decreto-Lei nº 178/2006 de 5 de Setembro republicado pelo Decreto-Lei. nº 73/2011, de 17 de Junho: os óleos usados são recolhidos selectivamente, sempre que tecnicamente exequível, e tratados em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente.

é proibida a mistura de óleos usados de características diferentes bem como a mistura de óleos usados com outros tipos de resíduos ou substâncias se tecnicamente exequível e economicamente viável e quando a mistura em causa impeça o tratamento dos óleos usados.

a Portaria n.º 1028/92 de 5 de Novembro disciplina o transporte de óleos usados, assim sendo:

As embalagens a utilizar no transporte de óleos usados devem ser estanques e a sua taxa de enchimento não pode ultrapassar 98% da sua capacidade.

Os diferentes elementos de um carregamento de óleos usados devem ser convenientemente arrumados nos veículos e escorados, por forma a evitar deslocações entre si ou contra as paredes do veículo, bem como a evitar contaminações de outras mercadorias.

No caso de transporte de óleos usados em cisternas a sua taxa de enchimento não pode ultrapassar 98% da sua capacidade.

Quando, no carregamento, durante o percurso ou na descarga de um veículo de transporte de óleos usados se verificar algum derrame, a zona contaminada deve ser imediatamente limpa com recurso a produtos absorventes.

Se o transporte de óleos usados for efectuado em cisternas, devem as mesmas ostentar uma identificação escrita donde conste, de forma bem legível e indelével, a expressão «Transporte de óleos usados».

Durante a operação de transporte, carga ou descarga o transportador deve conservar na cabina dos veículos uma ficha de segurança, de formato A4, cujo texto reproduz integralmente o do modelo que constitui o anexo da Portaria n.º 1028/92 de 5 de Novembro.

TRANSPORTE

Page 139: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 13 - Óleos Hidráulicos Sintéticos 7/9

R 9: Refinação de óleos e outras reutilizações de óleos.

R3: Reciclagem/recuperação de substâncias orgânicas não utilizadas como

solventes

R13: Acumulação de resíduos para serem submetidos a uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

D9: Tratamento físico-químico; D15: Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente,

com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

Regeneração e Reciclagem de Óleos

Com o uso normal ou como consequência de problemas ou acidentes, o óleo lubrificante sofre deterioração ou contaminação, perde as suas propriedades e deixa de servir para a finalidade para a qual foi elaborado. Para garantir a integridade e o bom funcionamento do motor ou equipamento, é então necessário proceder à substituição do óleo, passando este, a constituir um resíduo perigoso chamado óleo lubrificante usado ou contaminado. Apesar de constituir um resíduo, o óleo lubrificante usado ou contaminado contém cerca de 80% a 85% de óleo lubrificante básico. O processo de “regeneração” é capaz de extrair desse resíduo essa importante matéria-prima com a mesma qualidade do produto de primeiro refino. Por essa capacidade de recuperação da matéria-prima nobre e pela minimização da geração de resíduos, de acordo com o Decreto-Lei nº 153/2003, de 11 de Julho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho, a regeneração de óleos usados constitui a primeira opção na hierarquia de operações de gestão de óleos usados.

Em Portugal não existe nenhuma instalação de regeneração de óleos usados em funcionamento, estando prevista abrir em 2012 a primeira no Parque Industrial da Chamusca. Assim sendo, no contexto actual existe uma fracção considerável de óleos recolhidos em Portugal que são exportados para regeneração, ou após realização de tratamento prévio nas empresas licenciadas para esta operação, seguem para as seguintes opções disponíveis em Portugal:

a) Reciclagem de óleos usados na ENVIROIL, para produção de um produto designado “simil-gasóleo”, mediante um processo de destilação, que subsequentemente é utilizado em motogeradores para produção de energia eléctrica;

b) Reciclagem de óleos usados na LECA, para utilização na produção de argilas expandidas, mediante incorporação de óleo na pasta de argila;

c) Valorização energética em instalações de combustão (fornos e caldeiras), em diversas empresas de vários sectores.

Nota: Os óleos de lubrificação sintéticos não são, tão facilmente “recicláveis” como os óleos de lubrificação minerais.

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

Page 140: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

8/9

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade

pela gestão (Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

Princípio da hierarquia dos

resíduos (Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos (Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de

registo (Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER): a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos; b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de registo

(Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo: a) Origens discriminadas dos resíduos; b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos; c) Identificação das operações efectuadas; d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação: a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável; b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente; c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49 º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo (Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo (Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 141: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 13 - Óleos Hidráulicos Sintéticos 9/9

Decreto-Lei n.º 153/2003, de 11 de Junho, alterado pelos: Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro e Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho

Estabelece o regime jurídico a que fica sujeita a gestão de óleos usados

Princípios de gestão

(Art. 3º )

Constituem princípios fundamentais de gestão de óleos usados a prevenção da produção, em quantidade e nocividade, destes resíduos e a adopção das melhores técnicas disponíveis nas operações de recolha/transporte, armazenagem, tratamento e valorização, por forma a minimizar os riscos para a saúde pública e para o ambiente.

Estabelece-se a seguinte hierarquia de operações de gestão de óleos usados: a) Regeneração; b) Outras formas de reciclagem; c) Outras formas de valorização.

Proibições (Art. 5º )

Sem prejuízo do cumprimento de outras disposições legais aplicáveis, é expressamente proibido: a) Qualquer descarga de óleos usados nas águas de superfície, nas águas subterrâneas, nas águas de transição, nas águas costeiras e marinhas e nos sistemas de drenagem, individuais ou colectivos, de águas residuais; b) Qualquer depósito e ou descarga de óleos usados no solo, assim como qualquer descarga não controlada de resíduos resultantes das operações de gestão de óleos usados; c) Qualquer operação de gestão de óleos usados ou de resíduos resultantes dessas operações sem a respectiva autorização exigível nos termos do Decreto-Lei n.º 153/2003 e demais legislação aplicável; d) Qualquer operação de gestão de óleos usados susceptível de provocar emissões atmosféricas que ultrapassem os valores limite previstos no Decreto-Lei n.º 153/2003 e demais legislação aplicável; e) A valorização energética de óleos usados na indústria alimentar, nomeadamente em padarias, nos casos em que os gases resultantes estejam em contacto com os alimentos produzidos; f) Qualquer mistura de óleos usados de diferentes características ou com outros resíduos ou substâncias, que dificulte a sua valorização em condições ambientalmente adequadas, nomeadamente para fins de regeneração.

.

Page 142: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS
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Capítulo LER 13 - Óleos Lubrificantes Minerais não Clorados 1/9

Resíduo: Óleos Lubrificantes Minerais não Clorados

O código do resíduo Óleos Lubrificantes Minerais, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 13 02 05* - Óleos Minerais não Clorados de Motores, Transmissões e Lubrificação.

(* Resíduo considerado perigoso)

Um óleo lubrificante mineral novo é em si um produto com certo grau de perigo porque, além de ser feito basicamente a partir da refinação do petróleo, geralmente contém diversos tipos de aditivos que em altas concentrações são tóxicos, desta forma, deve ser consultada a ficha de dados segurança do produto. Por outro lado, o óleo lubrificante usado ou contaminado, além de carregar essa carga original de perigo, recebe um reforço extra na sua toxidade porque os seus componentes, ao sofrerem degradação, geram compostos mais perigosos para a saúde e o ambiente, tais como dioxinas, ácidos orgânicos, cetonas e hidrocarbonetos, policíclicos aromáticos. Além disso, o óleo lubrificante usado ou contaminado contém diversos elementos tóxicos (por exemplo cromo, cádmio, chumbo e arsénio), oriundos da fórmula original e absorvidos do próprio motor ou equipamento. Esses contaminantes são na sua maioria bioacumulativos (permanecem no organismo) e causam diversos problemas graves no ambiente e na saúde.

Curiosidades:

1 litro de óleo lubrificante usado, derramado na água, pode atingir 1.000 m² de superfície aquosa; se for queimado de forma não controlada (o que é ilegal e constitui crime), os óleos lubrificantes usados ou

contaminados causam forte concentração de poluentes num raio de 2 km, em média; quando derramado no solo o óleo lubrificante usado, inutiliza o solo atingido, tanto para a agricultura, como

para a edificação, matando a vegetação e os micro-organismos, destruindo o húmus, causando infertilidade da área, e pode atingir o lençol freático, inutilizando os poços da região.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

Page 144: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/9

Os principais contaminantes, presentes nos óleos usados são considerados cancerígenos, sendo na sua maioria bioacumulativos.

O chumbo pode provocar alterações graves no sangue, rins, órgãos do sistema respiratório, cérebro, ossos, tecidos musculares, causando doenças graves por vezes irreversíveis.

O cádmio pode originar transtornos gastrointestinais, anemia, enfisema pulmonar, doenças renais entre outras patologias no ser humano.

O cromo é extremamente tóxico, podendo causar transtornos gastrointestinais, alterações graves no fígado, pele, órgãos do sistema respiratório, causando doenças graves por vezes irreversíveis.

Nos vários sectores industriais, onde são utilizados os óleos minerais de lubrificação:

prolongar o tempo de vida dos óleos , por exemplo aplicando técnicas que permitam recuperar os óleos de lubrificação.

promover e divulgar regras de segurança no armazenamento e manuseamento dos óleos e respectivas embalagens, para minimizar a ocorrência de derrames.

sensibilizar e formar todos os colaboradores, para a prevenção e minimização da produção de resíduos.

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

Page 145: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 13 - Óleos Lubrificantes Minerais não Clorados 3/9

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

O espaço a ser utilizado para a mudança do óleo usado, por mais variadas que sejam as situações em que esta operação se possa dar, tem que possuir as seguintes características:

local reservado, onde não haja trânsito de pessoas ou veículos que possam interferir ou atrapalhar a operação de troca;

local distante de fontes de calor, chamas, descargas eléctricas e outros elementos que possam ocasionar a combustão do óleo lubrificante usado ou contaminado ou dos gases dele originados, tais como caldeiras, chaminés, quadros de força, motores, etc.;

local arejado para que os gases desprendidos do óleo lubrificante não se acumulem e não haja risco de intoxicação;

embora arejado, deve ser coberto e protegido contra ventos e chuvas

local com piso impermeável evitando que eventuais derrames acidentais atinjam o solo;

local organizado, limpo e livre de quaisquer elementos estranhos à operação de troca ( como ferramentas, resíduos, etc.), para que esta não seja atrapalhada, bem como a limpeza de eventuais derrames;

local sinalizado, informando que é (ou está) destinado à troca de óleo e, caso seja um local de trocas constantes ou permanentes, colocar avisos de segurança e informações essenciais e úteis aos trabalhadores.

Em oficinas de manutenção, ou locais específicos para trocas de óleo lubrificante, é essencial que o local destinado à operação possua calhas de segurança (colocadas no piso, circulando inteiramente a área de trocas, destinadas a conter eventuais derrames). Ligada a essas calhas deverá ser colocada uma caixa separadora de água/óleo (ver figura seguinte), com a finalidade de recuperar o máximo de óleo possível em casos de eventuais derrames.

Existem vários modelos de caixas separadora água e óleo disponíveis no mercado e, ainda, podem ser construídas sob medida no próprio local, atendendo necessidades específicas.

Figura 1 - Exemplos de caixas separadora água e óleo

comercial Figura 2 - Exemplos de caixas separadora água e óleo

sob medida

Os poços de lubrificação devem ser evitados, preferindo-se o uso de rampas de lubrificação pela facilidade de contenção de eventuais derrames e pela minimização de risco de infiltrações.

Figura 3- Rampa para colocação de veículos ou equipamentos em mudanças de óleos

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 146: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/9

Devem ser adquiridos kit de contenção de derrames e utilizados sempre que necessário, encaminhando-os posteriormente para o contentor adequado para o efeito.

Relativamente ao equipamento de protecção individual, aconselha-se a utilização de luvas apropriadas e vestuário de protecção no manuseamento deste tipo de resíduo.

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Obrigatoriedade do uso de vestuário de protecção

Obrigatoriedade do uso de óculos de protecção

Obrigatoriedade do uso de calçado de segurança

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

Dos recipientes possíveis, destacam-se os recipientes plásticos, pela sua praticidade, resistência e durabilidade.

Figura 4- Contentor plástico para armazenamento de óleo usado

Também são muito utilizados contentores metálicos, que merecem cuidado especial em relação ao possível ataque por ferrugem, amassados e rasgões.

Figura 5- Contentor metálicos para armazenamento de óleo usado

Por se tratar de um resíduo perigoso, o acondicionamento deve ser efectuado em solo impermeável, ou dotado de bacia de retenção. Caso o acondicionamento seja efectuado em contentores estes devem ser estanques. Em ambos os casos este tipo de resíduos deve ser armazenado ao abrigo da exposição do sol, calor ou chuva.

Figura 6 - Recipiente para armazenamento com bacia de retenção

Figura 7 - Tanque horizontal em bacia de contenção

Page 147: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 13 - Óleos Lubrificantes Minerais não Clorados 5/9

Existem ainda contentores, criados especificamente para armazenar óleos usados, que oferecem maior segurança, duração e facilidade de utilização. Este tipo de recipientes são constituídos por dois contentores – um dentro do outro. O contentor interior armazena o óleo usado, o exterior, que engloba totalmente o outro, funciona como bacia de retenção para prevenir eventuais fugas. Na parte superior, possui uma abertura para colocar uma grelha amovível para escoar os filtros ou latas de óleos usados, com uma tampa hermética. Um indicador de nível, de fácil leitura, permite avaliar o estado do contentor.

Figura 8- Recipientes específicos para armazenamento de óleo usado

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

Uma separação ineficiente na origem, qualquer que seja o tipo de resíduo, irá aumentar substancialmente os custos para o tratamento do mesmo, podendo tornar inviável a sua reutilização ou reciclagem, desta forma, se necessário devem ser seleccionados pontos estratégicos para a colocação de ecopontos (devidamente identificados) nos locais de produção deste tipo de resíduos e todos os trabalhadores deverão ser sensibilizados para a correcta separação dos resíduos.

Os resíduos de óleos usados, devem ser armazenados respeitando as indicações constantes na ficha de dados de segurança.

Se os óleos usados forem armazenados juntamente com outros produtos químicos, deve estar disponível uma lista de compostos compatíveis e incompatíveis, devendo ser respeitadas as incompatibilidades de armazenamento deste tipo de resíduos.

Os óleos usados devem estar armazenados longe das fontes de ignição.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com a designação do resíduo e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

Figura 9- Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação dos resíduos de Óleos Lubrificantes Minerais.

Page 148: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

6/9

A actividade de transporte de óleos usados apresenta regras específicas, nomeadamente:

de acordo com o artigo 16º do Decreto-Lei nº 153/2003, de 11 de Julho, alterado pelo Decreto-Lei. nº 178/2006, de 5 de Setembro,, o operador responsável pela recolha/transporte de óleos usados fica obrigado, aquando da recolha junto do produtor de óleos usados, a respeitar o procedimento de amostragem previsto no artigo 21º do referido diploma legal.

de acordo com o artigo 22 º A do Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei nº 73/2011, de 17 de Junho,: os óleos usados são recolhidos selectivamente, sempre que tecnicamente exequível, e tratados em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente.

é proibida a mistura de óleos usados de características diferentes bem como a mistura de óleos usados com outros tipos de resíduos ou substâncias se tecnicamente exequível e economicamente viável e quando a mistura em causa impeça o tratamento dos óleos usados.

a Portaria n.º 1028/92, de 5 de Novembro, disciplina o transporte de óleos usados, assim sendo:

As embalagens a utilizar no transporte de óleos usados devem ser estanques e a sua taxa de enchimento não pode ultrapassar 98% da sua capacidade.

Os diferentes elementos de um carregamento de óleos usados devem ser convenientemente arrumados nos veículos e escorados, por forma a evitar deslocações entre si ou contra as paredes do veículo, bem como a evitar contaminações de outras mercadorias.

No caso de transporte de óleos usados em cisternas a sua taxa de enchimento não pode ultrapassar 98% da sua capacidade.

Quando, no carregamento, durante o percurso ou na descarga de um veículo de transporte de óleos usados se verificar algum derrame, a zona contaminada deve ser imediatamente limpa com recurso a produtos absorventes.

Se o transporte de óleos usados for efectuado em cisternas, devem as mesmas ostentar uma identificação escrita donde conste, de forma bem legível e indelével, a expressão «Transporte de óleos usados».

Durante a operação de transporte, carga ou descarga o transportador deve conservar na cabina dos veículos uma ficha de segurança, de formato A4, cujo texto reproduz integralmente o do modelo que constitui o anexo da Portaria n.º 1028/92, de 5 de Novembro.

TRANSPORTE

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Capítulo LER 13 - Óleos Lubrificantes Minerais não Clorados 7/9

R 9: Refinação de óleos e outras reutilizações de óleos

R13: Acumulação de materiais para serem submetidos a uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

D9 : Tratamento físico-químico.

D15: Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

Regeneração e Reciclagem de Óleos

Com o uso normal ou como consequência de problemas ou acidentes, o óleo lubrificante sofre deterioração ou contaminação, perde as suas propriedades e deixa de servir para a finalidade para a qual foi elaborado. Para garantir a integridade e o bom funcionamento do motor ou equipamento, é então necessário proceder à substituição do óleo, passando este, a constituir um resíduo perigoso chamado óleo lubrificante usado ou contaminado. Apesar de constituir um resíduo, o óleo lubrificante usado ou contaminado contém cerca de 80% a 85% de óleo lubrificante básico. O processo de “regeneração” é capaz de extrair desse resíduo essa importante matéria-prima com a mesma qualidade do produto de primeiro refino. Por essa capacidade de recuperação da matéria-prima nobre e pela minimização da geração de resíduos, de acordo com o Decreto-Lei nº 153/2003, de 11 de Julho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho, a regeneração de óleos usados constitui a primeira opção na hierarquia de operações de gestão de óleos usados.

Em Portugal não existe nenhuma instalação de regeneração de óleos usados em funcionamento, estando prevista abrir em 2012 a primeira no Parque Industrial da Chamusca. Assim sendo, no contexto actual existe uma fracção considerável de óleos recolhidos em Portugal que são exportados para regeneração, ou após realização de tratamento prévio nas empresas licenciadas para esta operação, seguem para as seguintes opções disponíveis em Portugal:

a) Reciclagem de óleos usados na ENVIROIL, para produção de um produto designado “simil-gasóleo”, mediante um processo de destilação, que subsequentemente é utilizado em motogeradores para produção de energia eléctrica;

b) Reciclagem de óleos usados na LECA, para utilização na produção de argilas expandidas, mediante incorporação de óleo na pasta de argila;

c) Valorização energética em instalações de combustão (fornos e caldeiras), em diversas empresas de vários sectores.

Nota: Os óleos de lubrificação minerais são, mais facilmente “recicláveis” do que os óleos de lubrificação sintéticos.

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

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Fichas Técnicas de Resíduos

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Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade

pela gestão (Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

Princípio da hierarquia dos

resíduos (Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos (Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de

registo (Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER): a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos; b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de registo

(Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo: a) Origens discriminadas dos resíduos; b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos; c) Identificação das operações efectuadas; d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação: a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável; b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente; c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49 º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo (Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo (Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 151: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 13 - Óleos Lubrificantes Minerais não Clorados 9/9

Decreto-Lei n.º 153/2003, de 11 de Junho, alterado pelos: Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro e Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho

Estabelece o regime jurídico a que fica sujeita a gestão de óleos usados

Princípios de gestão

(Art. 3º )

Constituem princípios fundamentais de gestão de óleos usados a prevenção da produção, em quantidade e nocividade, destes resíduos e a adopção das melhores técnicas disponíveis nas operações de recolha/transporte, armazenagem, tratamento e valorização, por forma a minimizar os riscos para a saúde pública e para o ambiente.

Estabelece-se a seguinte hierarquia de operações de gestão de óleos usados: a) Regeneração; b) Outras formas de reciclagem; c) Outras formas de valorização.

Proibições

(Art. 5º )

Sem prejuízo do cumprimento de outras disposições legais aplicáveis, é expressamente proibido: a) Qualquer descarga de óleos usados nas águas de superfície, nas águas subterrâneas, nas águas de transição, nas águas costeiras e marinhas e nos sistemas de drenagem, individuais ou colectivos, de águas residuais; b) Qualquer depósito e ou descarga de óleos usados no solo, assim como qualquer descarga não controlada de resíduos resultantes das operações de gestão de óleos usados; c) Qualquer operação de gestão de óleos usados ou de resíduos resultantes dessas operações sem a respectiva autorização exigível nos termos do presente diploma e demais legislação aplicável; d) Qualquer operação de gestão de óleos usados susceptível de provocar emissões atmosféricas que ultrapassem os valores limite previstos no presente diploma e demais legislação aplicável; e) A valorização energética de óleos usados na indústria alimentar, nomeadamente em padarias, nos casos em que os gases resultantes estejam em contacto com os alimentos produzidos; f) Qualquer mistura de óleos usados de diferentes características ou com outros resíduos ou substâncias, que dificulte a sua valorização em condições ambientalmente adequadas, nomeadamente para fins de regeneração.

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Capítulo LER 13 - Óleos Lubrificantes Sintéticos 1/9

Resíduo: Óleos Lubrificantes Sintéticos

O código do resíduo Óleos Lubrificantes Sintéticos, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 13 02 06* - Óleos Sintéticos de Motores, Transmissões e Lubrificação.

(* Resíduo considerado perigoso)

Um óleo lubrificante sintético novo é em si um produto com certo grau de perigo porque, além de ser produzido a partir de reacções químicas, de produtos vulgarmente extraídos do petróleo, contém diversos tipos de aditivos que em altas concentrações são tóxicos, desta forma, deve ser consultada a ficha de dados segurança do produto. Por outro lado, o óleo lubrificante usado ou contaminado, além de carregar essa carga original de perigo, recebe um reforço extra na sua toxidade porque os seus componentes, ao sofrerem degradação, geram compostos mais perigosos para a saúde e o ambiente, tais como dioxinas, ácidos orgânicos, cetonas e hidrocarbonetos, policíclicos aromáticos. Além disso, o óleo lubrificante usado ou contaminado contém diversos elementos tóxicos (por exemplo cromo, cádmio, chumbo e arsénio), oriundos da fórmula original e absorvidos do próprio motor ou equipamento. Esses contaminantes são na sua maioria bioacumulativos (permanecem no organismo) e causam diversos problemas graves no ambiente e na saúde.

Curiosidades:

1 litro de óleo lubrificante usado, derramado na água, pode atingir 1.000 m² de superfície aquosa; se for queimado (o que é ilegal e constitui crime), os óleos lubrificantes usados ou contaminados causam forte

concentração de poluentes num raio de 2 km, em média; quando derramado no solo o óleo lubrificante usado, inutiliza o solo atingido, tanto para a agricultura, como

para a edificação, matando a vegetação e os micro-organismos, destruindo o húmus, causando infertilidade da área, e pode atingir o lençol freático, inutilizando os poços da região.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

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Fichas Técnicas de Resíduos

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Os principais contaminantes, presentes nos óleos usados são considerados cancerígenos, sendo na sua maioria bioacumulativos.

O chumbo pode provocar alterações graves no sangue, rins, órgãos do sistema respiratório, cérebro, ossos, tecidos musculares, causando doenças graves por vezes irreversíveis.

O cádmio pode originar transtornos gastrointestinais, anemia, enfisema pulmonar, doenças renais entre outras patologias no ser humano.

O cromo é extremamente tóxico, podendo causar transtornos gastrointestinais, alterações graves no fígado, pele, órgãos do sistema respiratório, causando doenças graves por vezes irreversíveis.

Nos vários sectores industriais, onde são utilizados os óleos sintéticos de lubrificação:

prolongar o tempo de vida dos óleos, aplicando técnicas (por exemplo instalação de filtros) que permitam minimizar a sua contaminação, efectuar a limpeza e recuperação dos óleos.

promover e divulgar regras de segurança no armazenamento e manuseamento dos óleos e respectivas embalagens, para minimizar a ocorrência de derrames.

sensibilizar e formar todos os colaboradores, para a prevenção e minimização da produção de resíduos.

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

Page 155: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 13 - Óleos Lubrificantes Sintéticos 3/9

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

O espaço a ser utilizado para a mudança do óleo usado, por mais variadas que sejam as situações em que esta operação se possa dar, tem que possuir as seguintes características:

local reservado, onde não haja trânsito de pessoas ou veículos que possam interferir ou atrapalhar a operação de troca;

local distante de fontes de calor, chamas, descargas eléctricas e outros elementos que possam ocasionar a combustão do óleo lubrificante usado ou contaminado ou dos gases dele originados, tais como caldeiras, chaminés, quadros de força, motores, etc.;

local arejado para que os gases desprendidos do óleo lubrificante não se acumulem e não haja risco de intoxicação;

embora arejado, deve ser coberto e protegido contra ventos e chuvas; local com piso impermeável evitando que eventuais derrames acidentais atinjam o solo; local organizado, limpo e livre de quaisquer elementos estranhos à operação de troca (como ferramentas,

resíduos, etc.), para que esta não seja atrapalhada, bem como a limpeza de eventuais derrames; local sinalizado, informando que é (ou está) destinado à troca de óleo e, caso seja um local de trocas

constantes ou permanentes, colocar avisos de segurança e informações essenciais e úteis aos trabalhadores.

Em oficinas de manutenção, ou locais específicos para trocas de óleo lubrificante, é essencial que o local destinado à operação possua calhas de segurança (colocadas no piso, circulando inteiramente a área de trocas, destinadas a conter eventuais derrames). Ligada a essas calhas deverá ser colocada uma caixa separadora de água/óleo (ver figura seguinte), com a finalidade de recuperar o máximo de óleo possível em casos de eventuais derrames.

Existem vários modelos de caixas separadora água e óleo disponíveis no mercado e, ainda, podem ser construídas sob medida no próprio local, atendendo necessidades específicas.

Figura 1 - Exemplos de caixas separadora água e óleo

comercial Figura 2 - Exemplos de caixas separadora água e óleo sob

medida

Os poços de lubrificação devem ser evitados, preferindo-se o uso de rampas de lubrificação pela facilidade de contenção de eventuais derrames e pela minimização de risco de infiltrações.

Figura 3 - Rampa para colocação de veículos ou equipamentos em mudanças de óleos

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 156: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/9

Relativamente ao equipamento de protecção individual, aconselha-se a utilização de luvas apropriadas e vestuário de protecção no manuseamento deste tipo de resíduo.

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Obrigatoriedade do uso de vestuário de protecção

Obrigatoriedade do uso de óculos de protecção

Obrigatoriedade do uso de calçado de segurança

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

Dos recipientes possíveis, destacam-se os recipientes plásticos, pela sua praticidade, resistência e durabilidade.

Figura 4 - Contentor plástico para armazenamento de óleo usado

Também são muito utilizados contentores metálicos, que merecem cuidado especial em relação ao possível ataque por ferrugem, amassados e rasgões.

Figura 5- Contentor metálicos para armazenamento de óleo usado

Por se tratar de um resíduo perigoso, o acondicionamento deve ser efectuado em solo impermeável, ou dotado de bacia de retenção. Caso o acondicionamento seja efectuado em contentores estes devem ser estanques. Em ambos os casos este tipo de resíduos deve ser armazenado ao abrigo da exposição do sol, calor ou chuva.

Figura 6- Recipiente para armazenamento com bacia de retenção

Figura 7- Tanque horizontal em bacia de contenção

Page 157: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 13 - Óleos Lubrificantes Sintéticos 5/9

Existem ainda contentores, criados especificamente para armazenar óleos usados, que oferecem maior segurança, duração e facilidade de utilização. Este tipo de recipientes são constituídos por dois contentores – um dentro do outro. O contentor interior armazena o óleo usado, o exterior, que engloba totalmente o outro, funciona como bacia de retenção para prevenir eventuais fugas. Na parte superior, possui uma abertura para colocar uma grelha amovível para escoar os filtros ou latas de óleos usados, com uma tampa hermética. Um indicador de nível, de fácil leitura, permite avaliar o estado do contentor.

Figura 8 - Recipientes específicos para armazenamento de óleo usado

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

Uma separação ineficiente na origem, qualquer que seja o tipo de resíduo, irá aumentar substancialmente os custos para o tratamento do mesmo, podendo tornar inviável a sua reutilização ou reciclagem, desta forma, se necessário, devem ser seleccionados pontos estratégicos para a colocação de ecopontos (devidamente identificados) nos locais de produção deste tipo de resíduos e todos os trabalhadores deverão ser sensibilizados para a correcta separação dos resíduos.

Os resíduos de óleos usados, devem ser armazenados respeitando as indicações constantes na ficha de dados de segurança.

Se os óleos usados forem armazenados juntamente com outros produtos químicos, deve estar disponível uma lista de compostos compatíveis e incompatíveis, devendo ser respeitadas as incompatibilidades de armazenamento deste tipo de resíduos.

Os óleos usados devem estar armazenados longe das fontes de ignição.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com a designação do resíduo e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

Figura 9 - Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação dos resíduos de Óleos Lubrificantes Sintéticos.

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Fichas Técnicas de Resíduos

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A actividade de transporte de óleos usados apresenta regras específicas, nomeadamente:

de acordo com o artigo 16º do Decreto-Lei nº 153/2003, de 11 de Julho, alterado pelo Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, o operador responsável pela recolha/transporte de óleos usados fica obrigado, aquando da recolha junto do produtor de óleos usados, a respeitar o procedimento de amostragem previsto no artigo 21º do referido diploma legal.

de acordo com o artigo 22 º A do Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei nº 73/2011, de 17 de Junho: os óleos usados são recolhidos selectivamente, sempre que tecnicamente exequível, e tratados em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente.

é proibida a mistura de óleos usados de características diferentes bem como a mistura de óleos usados com outros tipos de resíduos ou substâncias se tecnicamente exequível e economicamente viável e quando a mistura em causa impeça o tratamento dos óleos usados.

a Portaria n.º 1028/92, de 5 de Novembro, disciplina o transporte de óleos usados, assim sendo:

As embalagens a utilizar no transporte de óleos usados devem ser estanques e a sua taxa de enchimento não pode ultrapassar 98% da sua capacidade.

Os diferentes elementos de um carregamento de óleos usados devem ser convenientemente arrumados nos veículos e escorados, por forma a evitar deslocações entre si ou contra as paredes do veículo, bem como a evitar contaminações de outras mercadorias.

No caso de transporte de óleos usados em cisternas a sua taxa de enchimento não pode ultrapassar 98% da sua capacidade.

Quando, no carregamento, durante o percurso ou na descarga de um veículo de transporte de óleos usados se verificar algum derrame, a zona contaminada deve ser imediatamente limpa com recurso a produtos absorventes.

Se o transporte de óleos usados for efectuado em cisternas, devem as mesmas ostentar uma identificação escrita donde conste, de forma bem legível e indelével, a expressão «Transporte de óleos usados».

Durante a operação de transporte, carga ou descarga o transportador deve conservar na cabina dos veículos uma ficha de segurança, de formato A4, cujo texto reproduz integralmente o do modelo que constitui o anexo da Portaria n.º 1028/92, de 5 de Novembro.

TRANSPORTE

Page 159: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 13 - Óleos Lubrificantes Sintéticos 7/9

R 9: Refinação de óleos e outras reutilizações de óleos.

R3: Reciclagem/recuperação de substâncias orgânicas não utilizadas como solventes.

R13: Acumulação de materiais para serem submetidos a uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

D9 : Tratamento físico-químico. D15: Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente,

com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada

Regeneração e Reciclagem de Óleos

Com o uso normal ou como consequência de problemas ou acidentes, o óleo lubrificante sofre deterioração ou contaminação, perde as suas propriedades e deixa de servir para a finalidade para a qual foi elaborado. Para garantir a integridade e o bom funcionamento do motor ou equipamento, é então necessário proceder à substituição do óleo, passando este, a constituir um resíduo perigoso chamado óleo lubrificante usado ou contaminado. Apesar de constituir um resíduo, o óleo lubrificante usado ou contaminado contém cerca de 80% a 85% de óleo lubrificante básico. O processo de “regeneração” é capaz de extrair desse resíduo essa importante matéria-prima com a mesma qualidade do produto de primeiro refino. Por essa capacidade de recuperação da matéria-prima nobre e pela minimização da geração de resíduos, de acordo com o Decreto-Lei nº 153/2003, de 11 de Julho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho, a regeneração de óleos usados constitui a primeira opção na hierarquia de operações de gestão de óleos usados.

Em Portugal não existe nenhuma instalação de regeneração de óleos usados em funcionamento, estando prevista abrir em 2012 a primeira no Parque Industrial da Chamusca. Assim sendo, no contexto actual existe uma fracção considerável de óleos recolhidos em Portugal que são exportados para regeneração, ou após realização de tratamento prévio nas empresas licenciadas para esta operação, seguem para as seguintes opções disponíveis em Portugal:

a) Reciclagem de óleos usados na ENVIROIL, para produção de um produto designado “simil-gasóleo”, mediante um processo de destilação, que subsequentemente é utilizado em motogeradores para produção de energia eléctrica;

b) Reciclagem de óleos usados na LECA, para utilização na produção de argilas expandidas, mediante incorporação de óleo na pasta de argila;

c) Valorização energética em instalações de combustão (fornos e caldeiras), em diversas empresas de vários sectores.

Nota: Os óleos de lubrificação sintéticos não são, tão facilmente “recicláveis” como os óleos de lubrificação minerais.

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

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Fichas Técnicas de Resíduos

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Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade

pela gestão (Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

Princípio da hierarquia dos

resíduos (Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos (Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de

registo (Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER): a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos; b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de registo

(Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo: a) Origens discriminadas dos resíduos; b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos; c) Identificação das operações efectuadas; d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação: a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável; b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente; c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49 º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo (Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo (Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

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Capítulo LER 13 - Óleos Lubrificantes Sintéticos 9/9

Decreto-Lei n.º 153/2003, de 11 de Junho, alterado pelos: Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro e Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho

Estabelece o regime jurídico a que fica sujeita a gestão de óleos usados

Princípios de gestão

(Art. 3º )

Constituem princípios fundamentais de gestão de óleos usados a prevenção da produção, em quantidade e nocividade, destes resíduos e a adopção das melhores técnicas disponíveis nas operações de recolha/transporte, armazenagem, tratamento e valorização, por forma a minimizar os riscos para a saúde pública e para o ambiente.

Estabelece-se a seguinte hierarquia de operações de gestão de óleos usados: a) Regeneração; b) Outras formas de reciclagem; c) Outras formas de valorização.

Proibições (Art. 5º )

Sem prejuízo do cumprimento de outras disposições legais aplicáveis, é expressamente proibido: a) Qualquer descarga de óleos usados nas águas de superfície, nas águas subterrâneas, nas águas de transição, nas águas costeiras e marinhas e nos sistemas de drenagem, individuais ou colectivos, de águas residuais; b) Qualquer depósito e ou descarga de óleos usados no solo, assim como qualquer descarga não controlada de resíduos resultantes das operações de gestão de óleos usados; c) Qualquer operação de gestão de óleos usados ou de resíduos resultantes dessas operações sem a respectiva autorização exigível nos termos do Decreto-Lei n.º 153/2003 e demais legislação aplicável; d) Qualquer operação de gestão de óleos usados susceptível de provocar emissões atmosféricas que ultrapassem os valores limite previstos no Decreto-Lei n.º 153/2003 e demais legislação aplicável; e) A valorização energética de óleos usados na indústria alimentar, nomeadamente em padarias, nos casos em que os gases resultantes estejam em contacto com os alimentos produzidos; f) Qualquer mistura de óleos usados de diferentes características ou com outros resíduos ou substâncias, que dificulte a sua valorização em condições ambientalmente adequadas, nomeadamente para fins de regeneração.

Page 162: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS
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Capítulo LER 13 – Óleos contendo PCB 1/6

Resíduo: Óleos contendo PCB

O código do resíduo Óleos contendo PCB, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 13 03 01* - Óleos Isolantes e de Transmissão de Calor contendo PCB

(* Resíduo considerado perigoso)

Apesar de os PCB não serem produzidos actualmente, o ser humano continua a estar exposto a estes compostos, uma vez que os mesmos persistem no ambiente por décadas devido à sua resistência à degradação. Por outro lado, a libertação dos PCB para o ambiente pode ainda ocorrer, nomeadamente através de situações de descargas indevidas de fluidos contendo PCB, fugas de equipamentos eléctricos contaminados, armazenamento irregular de resíduos contaminados, entre outras.

Os PCB possuem características de perigosidade para o ambiente e para a saúde humana, as quais se devem à sua persistência e bio-acumulação, fazendo com que estejam incluídos na lista de poluentes orgânicos persistentes (POP) listados no Protocolo UN/CE acordado em Estocolmo em Maio de 2001 (Fonte: APA, 2010).

Os seres vivos em geral e o próprio homem absorvem os PCB através da pele, da cadeia alimentar e por inalação.

Além de serem bio-acumuláveis os PCB apresentam ainda a capacidade para se bioamplificar (i.e. acumulação progressiva ao longo da cadeia alimentar) em condições ambientais específicas, podendo atingir concentrações toxicológicas importantes.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Page 164: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/6

Para a prevenção e redução deste tipo de resíduos na compra de equipamentos usados deverão ser tomadas

as medidas necessárias para garantir, que não contém PCB na sua constituição.

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

Não tombar equipamentos ou recipientes para evitar derrames;

Os equipamentos ou recipientes com PCB devem ser movimentados preferencialmente através de empilhadores, guinchos ou contentores apropriados e conduzidos por profissionais especializados em movimentação de carga.

Pelo facto de conterem substâncias perigosas, este tipo de resíduos, apresenta riscos para quem os manuseia. Desta forma, deverão ser utilizados os equipamentos de protecção individual recomendados na respectiva ficha de dados de segurança. No entanto, geralmente aconselha-se a utilização de luvas apropriadas, máscara respiratória e vestuário de protecção no manuseamento deste tipo de resíduo.

Imediatamente após a realização de trabalhos em equipamentos com PCB, o rosto, mãos e braços devem ser lavados com água morna e sabão neutro. É desaconselhável o uso de solventes, detergentes ou abrasivos.

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Obrigatoriedade do uso de máscara

respiratória

Obrigatoriedade do uso de

vestuário de protecção

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 165: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 13 – Óleos contendo PCB 3/6

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

O período de armazenamento de PCB usados e equipamentos contendo PCB, à espera de eliminação, por parte do detentor não pode exceder os 18 meses (número 5 do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 277/99, alterado pelo Decreto-Lei n.º 72/2007).

O armazenamento temporário de PCB deve obedecer às seguintes condições:

o espaço destinado ao armazenamento de PCB usados ou equipamentos contendo PCB deve ser coberto e deve estar individualizado, não devendo verificar-se mistura com outro tipo de resíduos, sobretudo resíduos facilmente inflamáveis como solventes;

O local deve estar identificado e devidamente assinalado com placa de Entrada Proibida;

Figura 1- Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação dos resíduos de Óleos contendo PCB

Este espaço deverá, também, estar dotado de bacia de retenção, revestida de material impermeável que constitua uma superfície lisa, continua resistente aos PCB, cujo volume seja equivalente a pelo menos 25% do total do volume líquido do PCB armazenado;

O local deve ser bem ventilado;

O local deve estar suficientemente afastado de zonas de armazenamento de outros produtos, especialmente alimentos e bebidas;

Todos os equipamentos armazenados contendo PCB deverão ser vistoriados regularmente verificando a ocorrência de derrames;

O equipamento deve estar devidamente rotulado, devendo ostentar o símbolo de perigo com a seguinte estrutura:

a) A cruz de Santo André, com a inscrição "NOCIVO"; b) Frases de risco e conselhos de prudência, consoante o caso: "Contém policlorobifenilos" – PCB; "Perigo

de efeitos cumulativos"; "Em caso de incêndio ou explosão, não respirar os fumos".

Em caso de incêndio, a intervenção deverá ser feita usando máscaras contra gases, com filtro orgânico código B Norma DIN 3181.

Não poderão ser vendidos tambores contaminados, nem utilizá-los para acondicionar outros produtos.

O responsável pelo local de armazenamento deverá manter um registo dos equipamentos armazenados no local. Deverão constar no registo as seguintes informações:

Data de entrega do equipamento; Tipo (transformador, condensador); Origem, com indicação do detentor; Quantidade de óleo contendo PCB.

Resíduo considerado material perigoso para transporte.

TRANSPORTE

Page 166: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/6

Descontaminação dos PCB

Após descontaminação:

R5 - Reciclagem/recuperação de outros materiais inorgânicos. R13 - Armazenamento de resíduos destinados a uma das operações

enumeradas de R 1 a R 12 (com exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde os resíduos foram produzidos).-

Não Aplicável.

D8 – Tratamento biológico que produz compostos ou misturas finais que são rejeitados por meio de qualquer das operações enumeradas de D1 a D12 (ver Anexo III da Portaria n.º 209/2004 de 3 de Março).

D9 - Tratamento físico-químico que produz compostos ou misturas finais rejeitados por meio de qualquer das operações enumeradas de D1 a D12 (por exemplo, evaporação, secagem, calcinação, etc.).

D10 – Incineração em terra. D12 – Armazenagem permanente, por exemplo, armazenagem de

contentores numa mina, etc.. D15 - Armazenagem enquanto se aguarda a execução de uma das operações

enumeradas de D1 a D14 (com exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada).

Descontaminação

Por descontaminação de PCB entende-se, na acepção do Decreto-Lei n.º 277/99, "o conjunto das operações que tornam reutilizáveis ou recicláveis os equipamentos, objectos, materiais ou fluidos contaminados por PCB ou que permitem a sua eliminação em condições de segurança, e que podem incluir a sua substituição, ou seja, o conjunto de operações que consistem em substituir os PCB por um fluido adequado que não contenha PCB”.

Eliminação de PCB

Por eliminação de PCB entende-se, na acepção do Decreto-Lei n.º 277/99, “as operações D8, D9, D10, D12 (somente em condições de armazenamento subterrâneo seguro e profundo em formação rochosa seca e apenas para equipamentos que contenham PCB ou PCB usados que não possam ser descontaminados) e D15, previstas na Decisão n.º 96/350/CE, de 24 de Maio”.

Sendo que:

D8 – Tratamento biológico que produz compostos ou misturas finais que são rejeitados por meio de qualquer das operações enumeradas de D1 a D12 (ver Anexo III da Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março);

D9 - Tratamento físico-químico que produz compostos ou misturas finais rejeitados por meio de qualquer das operações enumeradas de D1 a D12 (por exemplo, evaporação, secagem, calcinação, etc.);

D10 – Incineração em terra; D12 – Armazenagem permanente, por exemplo, armazenagem de contentores numa mina, etc.; D15 - Armazenagem enquanto se aguarda a execução de uma das operações enumeradas de D1 a D14 (com exclusão do

armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada).

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

Page 167: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 13 – Óleos contendo PCB 5/6

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos.

Princípio da responsabilidade

pela gestão (Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

Princípio da hierarquia dos

resíduos (Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos (Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizarl no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de

registo (Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER): a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos; b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de registo (Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo: a) Origens discriminadas dos resíduos; b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos; c) Identificação das operações efectuadas; d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação: a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável; b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente; c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49 º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo

(Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 168: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

6/6

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos.

Taxas de registo (Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

Decreto-Lei nº 277/99, de 23 de Julho, alterado pelo Decreto-Lei nº 72/2007, de 27 de Março Estabelece as regras a que ficam sujeitas a eliminação dos PCB, a descontaminação ou a eliminação de

equipamentos que contenham PCB e a eliminação de PCB usados, tendo em vista a destruição total destes

Descontaminação, armazenagem, eliminação e transporte

(Art. 5º)

Os PCB usados e os equipamentos que contenham PCB sujeitos a inventário nos termos do nº1 do artigo 4º devem ser entregues logo que possível a uma empresa autorizada nos termos do referido Decreto-Lei.

As empresas de eliminação/descontaminação de PCB devem manter um registo com indicação da quantidade, origem, natureza e teor em PCB e PCB usados que lhes sejam entregues e enviar os respectivos dados à ANR.

As empresas devem passar aos detentores que entreguem PCB, PCB usados e equipamentos contendo PCB, um certificado de entrega que especificará a natureza e quantidade de PCB (para efeitos de certificação da entrega poderão ser usadas as guias de acompanhamento de resíduos previstas na Portaria nº 335/97, de 16 de Maio).

Antes da entrega dos PCB, dos PCB usados e ou dos equipamentos que contenham PCB a uma empresa autorizada devem ser tomadas todas as precauções necessárias para evitar qualquer risco de incêndio, devendo, para esse efeito, os PCB serem mantidos afastados de qualquer produto inflamável.

O detentor destes resíduos pode proceder ao seu armazenamento temporário antes da eliminação por um período de tempo não superior a 18 meses e de acordo com as instruções aprovadas por despacho do presidente da ANR, publicado no Diário da República.

Quando for utilizada a incineração para fins de eliminação, é aplicável o Decreto-Lei n.º 85/2005, de 28 de Abril, podendo ser autorizados outros métodos de eliminação dos PCB, PCB usados e ou equipamentos que contenham PCB, desde que atinjam níveis de segurança ambientalmente equivalentes, por comparação com a incineração, e obedeçam aos requisitos técnicos considerados como sendo a melhor técnica disponível.

O transporte de PCB, de equipamentos que contenham PCB e dos PCB usados conforme definidos no artigo 2º rege-se pelo Regulamento Nacional do Transporte de Mercadorias Perigosas por Estrada (RPE).

Condições de descontaminação

(Art. 6º)

Os transformadores que contenham mais de 0,05% de PCB, em peso, no fluido dieléctrico devem ser descontaminados nas seguintes condições: a) O objectivo da descontaminação é a redução do teor de PCB para menos de 0,05%, em peso, e, se possível, para uma quantidade que não ultrapasse 0,005%, em peso; b) O fluido de substituição sem PCB deve garantir uma nítida diminuição dos riscos; c) A substituição do fluido não deve comprometer a eliminação posterior dos PCB; d) Após a descontaminação, a inscrição ostentada pelo transformador deve ser substituída pela inscrição prevista no anexo III a do Decreto-Lei n.º 277/99.

Em derrogação do disposto no artigo 3.º, os transformadores cujos fluidos tenham um teor de PCB, em peso, entre 0,05% e 0,005% devem ser descontaminados, nas condições referidas nas alíneas b) a d) do ponto anterior, ou eliminados após o final da sua vida útil.

Proibições (Art. 7º)

A comercialização e a preparação de PCB; Qualquer tipo de incineração de PCB e/ou de PCB usados em navios; A separação de PCB de outras substâncias com vista à sua reutilização; O enchimento de transformadores com PCB; Fica excluída da proibição da comercialização de PCB quando a finalidade for exclusivamente

uma das seguintes: a) Para eliminação; b) Para completar níveis em equipamentos já em serviço à data de entrada em vigor do presente diploma, desde que não seja possível, por razões técnicas, o uso de produtos de substituição e nas condições estipuladas no n.º 6.

Até à sua descontaminação, desactivação e ou eliminação, nos termos do Decreto-Lei n.º 277/99, a manutenção dos transformadores que contenham PCB apenas pode continuar se tiver como objectivo assegurar que os PCB neles contidos satisfazem as regras ou especificações técnicas relativas à qualidade dieléctrica e desde que os transformadores se encontrem em bom estado e não apresentem fugas.

Page 169: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 13 – Águas Oleosas 1/8

Resíduo: Águas Oleosas

O código do resíduo Águas Oleosas, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 13 05 07* – Água com Óleo proveniente dos Separadores Óleo/Água.

(* Resíduo considerado perigoso)

Água Oleosa é um termo genérico usado para descrever todas as águas que apresentam quantidades variáveis de óleos, além de uma variedade de outros materiais em suspensão, que podem incluir areia, terra, argila, entre outros, e uma gama de substâncias coloidais e dissolvidas, tais como detergentes, sais, metais pesados, etc.

Os óleos podem estar presentes na água oleosa em duas formas distintas: livres ou emulsionados. O óleo livre é aquele que corresponde a uma fase visivelmente distinta da fase aquosa. Quando a água oleosa contém óleo emulsionado, o óleo encontra-se tão intimamente misturado e estabilizado na água que a sua presença não pode ser distinguida a olho nu.

Além de serem produzidos a partir de petróleo, os óleos contêm uma variedade de aditivos, tais como: inibidores de corrosão, antioxidantes, detergentes, antiespumantes, anticongelantes, etc. Por outro lado, os óleos usados, além de carregarem essa carga original de perigo, recebem um reforço extra na sua toxidade porque os seus componentes, ao sofrerem degradação, geram compostos mais perigosos para a saúde e o ambiente, tais como dioxinas, ácidos orgânicos, cetonas e hidrocarbonetos, policíclicos aromáticos. Além disso, os óleos contêm diversos elementos tóxicos (por exemplo crómio, cádmio, chumbo e arsénio), oriundos da fórmula original e absorvidos dos equipamentos onde são utilizados. Esses contaminantes são na sua maioria bioacumulativos (permanecem no organismo) e causam diversos problemas graves no ambiente e na saúde. Estima-se que um litro de óleo usado, derramado na água, pode poluir 1.000 m² de superfície aquosa.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

Page 170: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/8

Alguns dos principais contaminantes, presentes nas águas oleosas são considerados cancerígenos, sendo na sua maioria bioacumulativos.

O chumbo pode provocar alterações graves no sangue, rins, órgãos do sistema respiratório, cérebro, ossos, tecidos musculares, causando doenças graves por vezes irreversíveis.

O cádmio pode originar transtornos gastrointestinais, anemia, enfisema pulmonar, doenças renais entre outras patologias no ser humano.

O crómio é extremamente tóxico, podendo causar transtornos gastrointestinais, alterações graves no fígado, pele, órgãos do sistema respiratório, causando doenças graves por vezes irreversíveis.

Nos vários sectores industriais, onde são utilizados os óleos hidráulicos minerais:

prolongar o tempo de vida dos óleos, aplicando técnicas (por exemplo instalação de filtros) que permitam minimizar a sua contaminação, efectuar a limpeza e recuperação dos óleos;

utilizar bacias de retenção para contenção de derrames;

adquirir kit de contenção de derrames e utilizar sempre que necessário, encaminhando os materiais absorventes contaminados para o contentor adequado para o efeito;

impermeabilização do solo;

instalação de caixas separadoras de água e óleo disponíveis no mercado ou construídas sob medida no próprio local, atendendo às necessidades específicas.

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

Page 171: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 13 – Águas Oleosas 3/8

Figura 1- Exemplo de caixas separadora água e óleo

comercial Figura 2- Exemplo de caixas separadora água e óleo

comercial e sob medida

promover e divulgar regras de segurança no armazenamento e manuseamento dos óleos e respectivas embalagens, para minimizar a ocorrência de derrames;

sensibilizar e formar todos os colaboradores, para a prevenção e minimização da produção de resíduos.

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

Relativamente ao equipamento de protecção individual, aconselha-se a utilização de luvas apropriadas e vestuário de protecção no manuseamento deste tipo de resíduo.

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Obrigatoriedade do uso de vestuário de protecção

Obrigatoriedade do uso de óculos de protecção

Obrigatoriedade do uso de calçado de segurança

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

Em oficinas de manutenção, ou locais específicos para trocas de óleo, é essencial que o local destinado à operação possua calhas de segurança (colocadas no piso, circulando inteiramente a área de trocas, destinadas a conter eventuais derrames). Ligada a essas calhas deverá ser colocada uma caixa separadora de água/óleo (ver figuras 1 e 2), com a finalidade de recuperar o máximo de óleo possível em casos de eventuais derrames.

Existem vários modelos de caixas separadoras de água/óleo (também denominadas separadores de hidrocarbonetos) disponíveis no mercado e, ainda, podem ser construídas sob medida no próprio local, atendendo às necessidades específicas (ver figuras 1 e 2).

O dimensionamento de um separador água/óleo depende da qualidade da água do efluente requerida, do caudal do efluente, da quantidade ou concentração de óleo no efluente, da densidade específica dos produtos e da necessidade e quantidade de armazenamento do óleo retido.

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 172: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/8

O funcionamento dos separadores de água/óleo baseiam-se na separação de matérias com densidade diferente da água. As matérias mais pesadas (lamas, areias, etc.) sedimentam no compartimento de decantação ficando aí retidas.

Para a zona de flotação passam apenas a água e as substâncias mais leves do que a água, nomeadamente os hidrocarbonetos que se pretendem separar. De modo a optimizar este processo, os separadores são dotados de um filtro coalescente, que retêm as partículas demasiado pequenas de óleo, provocando a sua agregação em partículas com dimensão e consequentemente força ascensional suficiente para se soltarem em direcção à superfície. Neste compartimento, os hidrocarbonetos vão se acumulando à superfície, ao mesmo tempo que a água limpa, sai pelo fundo do equipamento. O separador de hidrocarbonetos é dotado de uma válvula obturadora de segurança, que impede a saída de hidrocarbonetos uma vez atingida a capacidade máxima de hidrocarbonetos no equipamento. Este resíduo deve ser encaminhado para operador licenciado para o efeito.

Por outro, lado se a empresa não optar por instalar um separador de água/óleo deverá armazenar os resíduos de águas oleosas, em recipientes estanques e enviá-los para operador licenciado. Não é permitido o envio das águas oleosas para a rede de saneamento.

Dos recipientes possíveis, destacam-se os recipientes plásticos, pela sua praticidade, resistência e durabilidade.

Figura 3- Contentor plástico para armazenamento de águas oleosas

Também são muito utilizados contentores metálicos, que merecem cuidado especial em relação ao possível ataque por ferrugem, amassados e rasgões;

Figura 4- Contentores metálicos para armazenamento de águas oleosas

Por se tratar de um resíduos perigoso, o acondicionamento deve ser efectuado em solo impermeável, ou dotado de bacia de retenção.

Figura 5- Recipiente para recolha de resíduos de tintas sobre bacia de retenção

Caso a quantidade seja mais elevada o acondicionamento deve ser efectuado em contentores (ver figuras seguintes) e estes devem ser estanques. Em ambos os casos este tipo de resíduos deve ser armazenado ao abrigo da exposição do sol, calor ou chuva.

Page 173: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 13 – Águas Oleosas 5/8

Figura 6- Recipiente para armazenamento com bacia de retenção

Figura 7- Tanque horizontal em bacia de contenção

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

Uma separação ineficiente na origem, qualquer que seja o tipo de resíduo, irá aumentar substancialmente os custos para o tratamento do mesmo, podendo tornar inviável a sua reutilização ou reciclagem, desta forma, se necessário devem ser seleccionados pontos estratégicos para a colocação de ecopontos (devidamente identificados) nos locais de produção deste tipo de resíduos e todos os trabalhadores deverão ser sensibilizados para a correcta separação dos resíduos.

As águas oleosas devem estar armazenadas longe das fontes de ignição.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com a designação do resíduo e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

Figura 8- Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação dos resíduos de Águas Oleosas.

Nem todos os resíduos classificados como perigosos na Lista Europeia de Resíduos (LER) são considerados

matérias perigosas para o transporte, e por este facto, deverá(ão)ser consultada(s) a(s) ficha(s) de dados de segurança do(s) produto(s) que deu/deram origem ao resíduo, bem como, o Decreto-Lei n.º 41-A/2010, de 29 de Abril (posteriormente rectificado pela Declaração de Rectificação n.º 18/2010, de 28 de Junho), que regula o transporte terrestre, rodoviário e ferroviário de mercadorias perigosas, por forma a averiguar se o resíduo em questão é considerado mercadoria perigosa para o transporte.

.

TRANSPORTE

Page 174: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

6/8

–R3: Reciclagem/recuperação de substâncias orgânicas não utilizadas como

solventes.

R13: Acumulação de materiais para serem submetidos a uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta e efectuada.

D9 : Tratamento físico-químico. D15: Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente, com

a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

Tratamento das Águas Oleosas

Separação do óleo livre

O óleo livre, por já se encontrar completamente estratificado da água, pode ser removido com relativa facilidade, bastando para tal um decantador, hidrociclone, centrífuga ou flotador que seja capaz de proporcionar as condições necessárias para que as menores gotículas de óleo em suspensão na água oleosa sejam separadas por diferença de densidade e formem uma fase contínua e independente.

Frequentemente, para a separação do óleo livre são empregados decantadores com placas, lamelas ou colmeias paralelas feitas a partir de um material hidrofóbico, as quais auxiliam na aglutinação (união) das gotículas de óleo, tornando as maiores e, portanto, de separação mais fácil e rápida.

A separação do óleo livre é, em geral, um processo exclusivamente físico, e não apresenta maiores complexidades.

Separação do óleo emulsionado

O óleo que se encontra emulsionado, no entanto, é muito mais difícil de ser separado da água. Ele está macroscopicamente disperso no meio, e cada gotícula de óleo, que é invisível ao olho nu, encontra-se altamente estabilizada na água. Para promover a separação do óleo que se encontra emulsionado é fundamental recorrer a uma etapa inicial de destabilização da emulsão. Isso permite que as microscópicas gotículas de óleo presentes no meio se aproximem umas das outras e se unam (coalesçam) para formar gotículas maiores, que "aparecem" na água oleosa como óleo livre. Após as gotículas de óleo terem coalescido e "aparecido", a sua separação gravitacional torna-se possível. Em conclusão, a separação do óleo que está emulsionado passa, obrigatoriamente, por um processo de separação físico-químico.

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

Page 175: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 13 – Águas Oleosas 7/8

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade

pela gestão (Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

Princípio da hierarquia dos

resíduos (Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos (Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) disponível no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de

registo (Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER): a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos; b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de registo

(Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo: a) Origens discriminadas dos resíduos; b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos; c) Identificação das operações efectuadas; d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação: a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável; b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente; c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49 º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo (Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo (Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 176: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

8/8

Decreto-Lei n.º 153/2003, de 11 de Junho, alterado pelos: Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro e Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho

Estabelece o regime jurídico a que fica sujeita a gestão de óleos usados

Princípios de gestão

(Art. 3º )

Constituem princípios fundamentais de gestão de óleos usados a prevenção da produção, em quantidade e nocividade, destes resíduos e a adopção das melhores técnicas disponíveis nas operações de recolha/transporte, armazenagem, tratamento e valorização, por forma a minimizar os riscos para a saúde pública e para o ambiente.

Estabelece-se a seguinte hierarquia de operações de gestão de óleos usados:

a) Regeneração;

b) Outras formas de reciclagem;

c) Outras formas de valorização.

Proibições

(Art. 5º )

Sem prejuízo do cumprimento de outras disposições legais aplicáveis, é expressamente proibido:

a) Qualquer descarga de óleos usados nas águas de superfície, nas águas subterrâneas, nas águas de transição, nas águas costeiras e marinhas e nos sistemas de drenagem, individuais ou colectivos, de águas residuais;

b) Qualquer depósito e ou descarga de óleos usados no solo, assim como qualquer descarga não controlada de resíduos resultantes das operações de gestão de óleos usados;

c) Qualquer operação de gestão de óleos usados ou de resíduos resultantes dessas operações sem a respectiva autorização exigível nos termos do Decreto-Lei nº 153/2003 e demais legislação aplicável;

d) Qualquer operação de gestão de óleos usados susceptível de provocar emissões atmosféricas que ultrapassem os valores limite previstos no Decreto-Lei nº 153/2003 e demais legislação aplicável;

e) A valorização energética de óleos usados na indústria alimentar, nomeadamente em padarias, nos casos em que os gases resultantes estejam em contacto com os alimentos produzidos;

f) Qualquer mistura de óleos usados de diferentes características ou com outros resíduos ou substâncias, que dificulte a sua valorização em condições ambientalmente adequadas, nomeadamente para fins de regeneração.

Page 177: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

7 CAPÍTULO LER 14Resíduo: CFC, HCFC ou HFC (LER 14 06 01 *)Resíduo: Solventes Halogenados (LER 14 06 02 *)Resíduo: Solventes não Halogenados (LER 01 06 03 *)

Page 178: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS
Page 179: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 14 – CFC, HCFC ou HFC 1/6

Resíduo: CFC, HCFC ou HFC

O código do resíduo CFC, HCFC ou HFC, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 14 06 01* – Clorofluorcarbonetos, HCFC, HFC.

(* Resíduo considerado perigoso)

Um clorofluorocarboneto (clorofluorcarboneto, clorofluorcarbono ou CFC) é um composto baseado em carbono que contém cloro e flúor, responsável pela destruição da camada de ozono, e antigamente produzido para aerossóis e gases para refrigeração.

Apesar de actualmente ser proibida a produção de CFC, estes compostos, ainda existem em equipamentos mais antigos, contribuindo para a degradação da camada do ozono.

Uma das alternativas tem sido os hidroclorofluorocarbonetos (HCFC), haloalcanos, estimando-se um impacto ambiental menor relativamente aos CFC; no entanto ainda são responsáveis pela redução da camada do ozono.

Outra alternativa são os hidrofluorcarbonetos (HFC) que não contêm cloro e são ainda menos prejudiciais à camada de ozono, porém apresentam alto potencial de aquecimento global, ou seja, contribuem para o aumento do efeito estufa.

Deve ser consultada a ficha de dados de segurança do produto.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

Impactes na saúde pública

Page 180: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/6

Para a prevenção e redução deste tipo de resíduos na compra de equipamentos novos ou usados devem tomar-se as medidas necessárias para garantir, que os equipamentos possuem fluidos ou gases potencialmente não perigosos.

Procedimentos impostos na legislação aplicável às substâncias que contribuem para a destruição da camada de ozono (ODS - Ozone Depleting Substances):

Para verificar o cumprimento do Regulamento (CE) nº 2037/2000, do Decreto-Lei nº 119/2002 e do Decreto-Lei nº 152/2005 (alterado pelo Decreto-Lei nº 35/2008) é necessário conhecer todo o tipo de utilização que uma organização faz das substâncias que contribuem para a destruição da camada de ozono (ODS):

Quer no seu processo produtivo propriamente dito, incluindo o fabrico de produtos/equipamentos que contenham ODS;

Quer em equipamentos que contenham ODS.

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 181: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 14 – CFC, HCFC ou HFC 3/6

Quadro 1- Principais utilizações dos CFC e HCFC que destroem a camada do ozono

Caso a organização utilize essas substâncias é necessário:

Indicar os processos e/ou produtos alternativos que irá adoptar, a curto e médio prazo, para substituir as ODS utilizadas;

Explicitar os equipamentos que contenham ODS e qual(is) a(s) ODS utilizada(s) nesses mesmos equipamentos; caso se trate de equipamentos de refrigeração, de ar condicionado e/ou bomba de calor, também deverá ser indicada a capacidade de refrigeração (em kW) e a respectiva data (mês e ano) de fabrico;

Provar que recorreu a um técnico qualificado na acepção do artigo 4º do Decreto-Lei n.º 152/2005 para efeitos das operações referidas no artigo 8º do mesmo Diploma;

Provar que procedeu à verificação anual do equipamento fixo, com carga de fluido refrigerante superior a 3 kg, para detecção de eventuais fugas de substâncias regulamentadas, recorrendo para o efeito a um técnico qualificado;

Por cada intervenção técnica nos equipamentos, qualquer que seja a carga de fluido frigorigéneo, anexar uma ficha de intervenção devidamente preenchida;

Provar que procedeu ao encaminhamento do equipamento que atinge o fim de vida e se transforma num resíduo para um operador de gestão de resíduos licenciado.

No âmbito da candidatura ao registo no Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria (EMAS), as organizações têm que preencher a ficha de registo REG/EMAS D02, onde constam em particular os elementos relativos às substâncias que contribuem para empobrecimento da camada de ozono solicitados no Anexo B, ao cumprimento do Regulamento (CE) nº 2037/2000, Decreto-Lei nº 119/2002 e do Decreto-Lei nº 152/2005, alterado pelo Decreto-Lei nº35/2008.

Técnico qualificado (Decreto-Lei nº152/2005, alterado pelo Decreto-Lei nº35/2008)

O Decreto-Lei nº 152/2005, alterado pelo Decreto-Lei nº 35/2008, define os requisitos de qualificações mínimas do pessoal envolvido nas intervenções de trasfega, reciclagem, valorização e destruição das substâncias que empobrecem a camada de ozono e para intervenções de recuperação para reciclagem, valorização e destruição dessas substâncias, contidas em equipamentos de refrigeração, ar condicionado, bombas de calor, bem como para as intervenções de manutenção e assistência desses mesmos equipamentos, incluindo a detecção de eventuais fugas das referidas substâncias.

Page 182: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/6

Os técnicos qualificados deverão preencher uma ficha modelo constante do diploma legal sempre que seja efectuada uma intervenção técnica em equipamentos nos equipamentos que contenham estas substâncias.

O reconhecimento como técnico qualificado para efeitos das intervenções acima referidas é da competência da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que emite para o efeito, um certificado, mediante a apresentação de requerimento dirigido ao Director-geral da APA, por parte do interessado.

A Agência Portuguesa do Ambiente disponibiliza através do seu site, a lista dos certificados emitidos.

Nem todos os resíduos classificados como perigosos na Lista Europeia de Resíduos (LER) são considerados matérias perigosas para o transporte, e por este facto, deverá(ão) ser consultada(s) a(s) ficha(s) de dados de segurança do(s) produto(s) que deu/deram origem ao resíduo, bem como, o Decreto-Lei n.º 41-A/2010, de 29 de Abril (posteriormente rectificado pela Declaração de Rectificação n.º 18/2010, de 28 de Junho), que regula o transporte terrestre, rodoviário e ferroviário de mercadorias perigosas, por forma a averiguar se o resíduo em questão é considerado mercadoria perigosa para transporte.

Não Aplicável.

R5 - Reciclagem/recuperação de outros materiais inorgânicos.

R13 - Armazenamento de resíduos destinados a uma das operações enumeradas de R 1 a R 12 (com exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde os resíduos foram produzidos).

Não Aplicável.

D9 - Tratamento físico-químico. D15 - Armazenagem enquanto se aguarda a execução de uma das operações

enumeradas de D1 a D14 (com exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada).

TRANSPORTE

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

Page 183: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 14 – CFC, HCFC ou HFC 5/6

Recuperação, reciclagem, valorização e destruição de substâncias regulamentadas

As substâncias listadas no Regulamento (CE) n.º 2037/2000, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 29 de Junho contidas em equipamentos de refrigeração e de ar condicionado, bombas de calor, sistemas de protecção contra incêndios e extintores e equipamentos que contenham solventes devem ser recuperadas para reciclagem, valorização ou destruição durante as operações de assistência ou manutenção ou antes das operações de desmantelamento ou destruição definitiva do equipamento em fim de vida, através de tecnologias ecologicamente aceitáveis.

Apenas os técnicos qualificados de acordo com o Decreto-Lei nº152/2005, alterado pelo Decreto-Lei nº35/2008 podem assegurar as operações de trasfega, reciclagem, valorização e destruição das substâncias que empobrecem a camada de ozono, as operações de recuperação para reciclagem, valorização e destruição dessas substâncias contidas em equipamentos de refrigeração e de ar condicionado, bombas de calor, sistemas de protecção contra incêndios e extintores, bem como as operações de manutenção, reparação e de assistência desses mesmos equipamentos, incluindo a detecção de eventuais fugas das referidas substâncias, aplicando-se quanto aos equipamentos contendo solventes o disposto em legislação própria.

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade

pela gestão (Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

Princípio da hierarquia dos

resíduos (Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos (Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de

registo (Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER):

a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos;

b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 184: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

6/6

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Informação objecto de registo

(Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo:

a) Origens discriminadas dos resíduos;

b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos;

c) Identificação das operações efectuadas;

d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação:

a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável;

b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente;

c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49 º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo (Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo (Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

Aplicam-se ainda os requisitos do Regulamento (CE) nº 2037/2000, do Decreto-Lei nº 119/2002 e do Decreto-

Lei nº 152/2005 (alterado pelo Decreto-Lei nº 35/2008) resumidos anteriormente nesta Ficha Técnica de Gestão de Resíduos.

Page 185: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 14 – Solventes Halogenados 1/6

Resíduo: Solventes Halogenados

O código do resíduo Solventes Halogenados, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 14 06 02* – Outros Solventes e Misturas de Solventes Halogenados.

(* Resíduo considerado perigoso)

Os solventes halogenados são de grande utilização industrial principalmente no desengorduramento de peças em metalurgias; são também usados como solventes de tintas e vernizes, nos pesticidas, nas lavagens a seco em tinturarias, etc.

Entre os halogenados, os mais utilizados são os solventes clorados, como o tetracloreto de carbono, o tricloroetileno, o tetracloroetileno, o tricloroetano, etc. Deve(m) ser consultada(s) a(s) ficha(s) de dados segurança do(s) solvente(s) que deu/deram origem ao resíduo. No entanto, todos os solventes e misturas contendo solventes halogenados, possuem substâncias altamente tóxicas, tendo efeitos nefastos tanto no solo, como na água.

Deve(m) ser consultada(s) a(s) ficha(s) de dados segurança do(s) solvente(s) que deu/deram origem ao resíduo.

No entanto a exposição a estes solventes causa lesões no fígado e nos nervos periféricos e irritação pulmonar.

Alguns solventes, como por exemplo, tetracloreto de carbono, são cancerígenos, podendo a exposição a grandes concentrações levar à morte.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Page 186: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/6

Para a prevenção e redução deste tipo de resíduos deverão ser implementadas acções tais como:

alterações ao processo produtivo que permitam, substituir este tipo de solventes por outros não perigosos;

utilização de bacias de retenção em zonas/máquinas/equipamentos que possam originar derrames deste tipo de solventes;

aquisição e utilização de kit de contenção de derrames, elaborar, implementar e comunicar instruções/ procedimentos a todos os trabalhadores com

regras de prevenção deste tipo de resíduo. sensibilizar e formar todos os colaboradores, para a prevenção e minimização da produção de

resíduos.

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

Pelo facto de conterem substâncias altamente tóxicas, este tipo de resíduos, apresenta riscos para quem os manuseia. Desta forma, deverão ser utilizados os equipamentos de protecção individual recomendados na respectiva ficha de dados de segurança. No entanto, geralmente aconselha-se a utilização de luvas apropriadas, máscara respiratória e vestuário de protecção no manuseamento deste tipo de resíduo.

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Obrigatoriedade do uso de máscara respiratória

Obrigatoriedade do uso de vestuário de protecção

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 187: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 14 – Solventes Halogenados 3/6

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

Para o acondicionamento dos resíduos de solventes halogenados, recomendam-se recipientes fechados. Poderá optar-se por armazenar os resíduos de solventes halogenados nas embalagens vazias do produto original, desde que sejam devidamente identificadas e rotuladas.

Devem adoptar-se ecopontos para recolha deste resíduo nos locais de produção, sendo que esses recipientes, uma vez completos, deverão ser colocados posteriormente no parque de resíduos da empresa para a sua armazenagem temporária, até recolha por operador licenciado para o efeito.

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

Uma separação ineficiente na origem, qualquer que seja o tipo de resíduo, irá aumentar substancialmente os custos para o tratamento do mesmo, podendo tornar inviável a sua reutilização ou reciclagem; desta forma devem ser seleccionados pontos estratégicos para a colocação de ecopontos (devidamente identificados) nos locais de produção deste tipo de resíduos e todos os trabalhadores deverão ser sensibilizados para a correcta separação dos resíduos.

Por se tratarem de resíduos contendo substâncias perigosas, o acondicionamento deve ser efectuado em contentores estanques, e armazenados ao abrigo da exposição do sol, calor ou chuva.

Se estes resíduos contiverem substâncias corrosivas deve ser dada especial atenção à resistência, estado de conservação e capacidade de contenção dos contentores.

Os resíduos de solventes halogenados, devem ser armazenados respeitando as indicações constantes na ficha de dados de segurança do produto que os contaminou.

Deve estar disponível uma lista de compostos compatíveis e incompatíveis, devendo ser respeitadas as incompatibilidades de armazenamento deste tipo de resíduos.

A maioria dos solventes são inflamáveis. Outros não queimam facilmente, porém decompõem-se quando expostos a altas temperaturas e produzem produtos de decomposição altamente tóxicos, tais como os hidrocarbonetos halogenados que dão lugar ao ácido fluorídrico, etc. Assim sendo, devem estar armazenados longe das fontes de ignição.

Existe também o risco de explosão. Cada solvente tem um intervalo de concentrações no qual é possível ocorrer a explosão. Tanto acima quanto abaixo, não haverá riscos dela vir a se produzir. Desta forma, deverá promover-se a ventilação nos locais de armazenamento para evitar concentrações perigosas.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com a designação do resíduo e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

Solventes Halogenados

LER 14 06 02*

Figura 1- Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação dos resíduos de Solventes Halogenados

Se durante o processo de segregação ocorrer qualquer contaminação dos solventes não halogenados com algum solvente halogenado, essa mistura deverá, então, ser considerada halogenada.

Page 188: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/6

Nem todos os resíduos classificados como perigosos na Lista Europeia de Resíduos (LER) são considerados matérias perigosas para o transporte, e por este facto, deverá(ão) ser consultada(s) a(s) ficha(s) de dados de segurança do(s) produto(s) que deu/deram origem ao resíduo, bem como, o Decreto-Lei n.º 41-A/2010, de 29 de Abril (posteriormente rectificado pela Declaração de Rectificação n.º 18/2010, de 28 de Junho), que regula o transporte terrestre, rodoviário e ferroviário de mercadorias perigosas, por forma a averiguar se o resíduo em questão é considerado mercadoria perigosa para transporte.

Não Aplicável

R5: Reciclagem ou recuperação de outras matérias inorgânicas;

R1: Utilização principal como combustível ou outro meio de produção de energia.

R13: Acumulação de resíduos para serem submetidos a uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

D9 : Tratamento físico-químico.

D10: Incineração em terra.

D15: Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

Valorização de Solventes Halogenados

Actualmente os Centros Integrados de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos (CIRVER) estão aptos ao tratamento de solventes halogenados. No entanto, quando os resíduos possuem um poder calorífico significativo, como é o caso dos solventes, a sua destruição térmica em processos industriais, substituindo combustíveis fósseis, pode ser considerada como um processo de valorização energética. Se as suas emissões não forem significativamente diferentes, o seu uso, por substituição de combustíveis fósseis, pode ser positivo. Os resíduos solventes halogenados poderão assim tornar-se Combustíveis Derivados de Resíduos (CDR). Geralmente os CDR não constituem combustíveis principais da instalação, são incinerados em simultâneo ou em alternância com outros combustíveis, processo este denominado co-incineração.

TRANSPORTE

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

Page 189: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 14 – Solventes Halogenados 5/6

Dois dos aspectos em que a co-incineração se comporta de um modo menos perfeito dizem respeito às emissões de ácido clorídrico e de metais voláteis como o mercúrio, tálio, entres outros. Assim sendo, os solventes halogenados contendo altos níveis de cloro e/ou mercúrio, são possivelmente melhor destruídos termicamente em incineradoras especializadas que têm métodos sofisticados e dedicados de remoção do ácido clorídrico e do mercúrio.

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade

pela gestão (Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

Princípio da hierarquia dos

resíduos (Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos (Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de

registo (Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER):

a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos;

b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de registo (Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo:

a) Origens discriminadas dos resíduos; b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos; c) Identificação das operações efectuadas; d) Identificação dos transportadores.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 190: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

6/6

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação:

a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável;

b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente;

c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49 º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo

(Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo (Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

Page 191: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 14 – Solventes não Halogenados 1/6

Resíduo: Solventes não Halogenados

O código do resíduo Solventes não Halogenados, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 14 06 03* – Outros Solventes e Misturas de Solventes.

(* Resíduo considerado perigoso)

Deve(m) ser consultada(s) a(s) ficha(s) de dados segurança do(s) produto(s) que deu/deram origem ao resíduo.

Deve(m) ser consultada(s) a(s) ficha(s) de dados segurança do(s) solvente(s) que deu/deram origem ao resíduo. No entanto, são geralmente tóxicos por contacto e ingestão. Um dos efeitos mais gerais é o efeito narcótico, considerando que os solventes actuam sobre o sistema nervoso central. Os solventes podem ainda actuar sobre diferentes órgãos, chegando a causar lesões em determinadas circunstâncias, no fígado, rins, etc. A exposição prolongada pode dar origem a doenças, algumas já reconhecidas como doenças profissionais.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Page 192: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/6

Para a prevenção e redução deste tipo de resíduos deverão ser implementadas acções tais como:

alterações ao processo produtivo que permitam, substituir este tipo de solventes por outros não perigosos;

utilização de bacias de retenção em zonas/máquinas/equipamentos que possam originar derrames deste tipo de solventes;

aquisição e utilização de Kit de contenção de derrames; elaborar, implementar e comunicar instruções/ procedimentos a todos os trabalhadores com

regras de prevenção deste tipo de resíduo. sensibilizar e formar todos os colaboradores, para a prevenção e minimização da produção de

resíduos.

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

Pelo facto de conterem substâncias perigosas, este tipo de resíduos, apresenta riscos para quem os manuseia. Desta forma, deverão ser utilizados os equipamentos de protecção individual recomendados na respectiva ficha de dados de segurança. No entanto, geralmente aconselha-se a utilização de luvas apropriadas, máscara respiratória e vestuário de protecção no manuseamento deste tipo de resíduo.

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Obrigatoriedade do uso de máscara respiratória

Obrigatoriedade do uso de vestuário de protecção

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 193: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 14 – Solventes não Halogenados 3/6

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

Para o acondicionamento dos resíduos de solventes não halogenados, recomendam-se recipientes fechados. Poderá optar-se por armazenar os resíduos de solventes não halogenados nas embalagens vazias do produto original, desde que sejam devidamente identificadas e rotuladas.

Devem adoptar-se ecopontos para recolha deste resíduo nos locais de produção, sendo que esses recipientes, uma vez completos, deverão ser colocados posteriormente no parque de resíduos da empresa para a sua armazenagem temporária, até recolha por operador licenciado para o efeito.

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

Uma separação ineficiente na origem, qualquer que seja o tipo de resíduo, irá aumentar substancialmente os custos para o tratamento do mesmo, podendo tornar inviável a sua reutilização ou reciclagem; desta forma devem ser seleccionados pontos estratégicos para a colocação de ecopontos (devidamente identificados) nos locais de produção deste tipo de resíduos e todos os trabalhadores deverão ser sensibilizados para a correcta separação dos resíduos.

Por se tratarem de resíduos contendo substâncias perigosas, o acondicionamento deve ser efectuado em contentores estanques, e armazenados ao abrigo da exposição do sol, calor ou chuva.

Se estes resíduos contiverem substâncias corrosivas deve ser dada especial atenção à resistência, estado de conservação e capacidade de contenção dos contentores.

Os resíduos de solventes não halogenados, devem ser armazenados respeitando as indicações constantes na ficha de dados de segurança do produto que os contaminou.

Deve estar disponível uma lista de compostos compatíveis e incompatíveis, devendo ser respeitadas as incompatibilidades de armazenamento deste tipo de resíduos.

A maioria dos solventes são inflamáveis. Outros não queimam facilmente, porém decompõem-se quando expostos a altas temperaturas e produzem produtos de decomposição altamente tóxicos, tais como os hidrocarbonetos halogenados que dão lugar ao ácido fluorídrico, etc. Assim sendo, devem estar armazenados longe das fontes de ignição.

Existe também o risco de explosão. Cada solvente tem um intervalo de concentrações no qual é possível ocorrer a explosão. Tanto acima quanto abaixo, não haverá riscos dela vir a se produzir. Desta forma, deverá promover-se a ventilação nos locais de armazenamento para evitar concentrações perigosas.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com a designação do resíduo e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

Figura 1- Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação dos resíduos de Solventes não Halogenados

Se durante o processo de segregação ocorrer qualquer contaminação dos solventes não halogenados com algum solvente halogenado, essa mistura deverá, então, ser considerada halogenada.

Page 194: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/6

Nem todos os resíduos classificados como perigosos na Lista Europeia de Resíduos (LER) são considerados matérias perigosas para o transporte, e por este facto, deverá(ão) ser consultada(s) a(s) ficha(s) de dados de segurança do(s) produto(s) que deu/deram origem ao resíduo, bem como, o Decreto-Lei n.º 41-A/2010, de 29 de Abril (posteriormente rectificado pela Declaração de Rectificação n.º 18/2010, de 28 de Junho), que regula o transporte terrestre, rodoviário e ferroviário de mercadorias perigosas, por forma a averiguar se o resíduo em questão é considerado mercadoria perigosa para transporte.

Não Aplicável.

R5: Reciclagem ou recuperação de outras matérias inorgânicas.

R1:

R13:

Utilização principal como combustível ou outro meio de produção de energia.

Acumulação de resíduos para serem submetidos a uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta e efectuada.

D9:

D15:

Tratamento físico-químico.

Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta e efectuada.

Valorização de Solventes Halogenados

Actualmente os Centros Integrados de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos (CIRVER) estão aptos ao tratamento e valorização de solventes halogenados. No entanto, quando os resíduos possuem um poder calorífico significativo, como é o caso dos solventes, a sua destruição em processos industriais, substituindo combustíveis fósseis, pode ser considerada como um processo de valorização energética. Se as suas emissões não forem significativamente diferentes, o seu uso, por substituição de combustíveis fósseis, pode ser positivo. Os resíduos solventes não halogenados poderão assim tornar-se Combustíveis Derivados de Resíduos (CDR). Geralmente os CDR não constituem combustíveis principais da instalação, são incinerados em simultâneo ou em alternância com outros combustíveis, processo este denominado co-incineração.

TRANSPORTE

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

Page 195: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 14 – Solventes não Halogenados 5/6

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade pela

gestão

(Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

Princípio da hierarquia dos resíduos

(Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos

(Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de registo

(Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER):

a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos;

b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de registo

(Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo:

a) Origens discriminadas dos resíduos;

b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos;

c) Identificação das operações efectuadas;

d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação:

a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável;

b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente;

c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 196: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

6/6

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo

(Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo

(Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

Page 197: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

8

CAPÍTULO LER 15Resíduo: Embalagens de Papel e Cartão (LER 15 01 01)Resíduo: Embalagens de Plástico (LER 15 01 02)Resíduo: Embalagens de Madeira (LER 15 01 03)Resíduo: Embalagens de Vidro (LER 15 01 07)Resíduo: Embalagens contendo ou contaminadas por Resíduos de Substâncias Perigosas (LER 15 01 10 *)Resíduo: Absorventes, Materiais Filtrantes, Panos de Limpeza e Vestuário de Protecção, contaminados por Substâncias Perigosas (LER 15 02 02 *)

Page 198: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS
Page 199: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 15 – Embalagens de Papel e Cartão 1/7

Resíduo: Embalagens de Papel e Cartão

O código do resíduo Embalagens de Papel e Cartão, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 15 01 01 - Embalagens de Papel e Cartão.

As embalagens de papel e cartão produzem impactes ambientais negativos, se forem indevidamente depositadas em linhas de água, impedindo a circulação habitual da água, bem como se forem depositadas de forma não controlada no solo.

Os resíduos de embalagens de papel e cartão não têm efeitos negativos na saúde pública.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Page 200: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/7

Todos os intervenientes no ciclo de vida de embalagens de "papel e cartão", desde a sua concepção e utilização até ao manuseamento dos respectivos resíduos, deverão contribuir, na medida do seu grau de intervenção e responsabilidade, para o correcto funcionamento dos sistemas de gestão criados a nível nacional para o fluxo das embalagens e resíduos de embalagens, adoptando as práticas de Ecodesign e de consumo sustentável mais adequadas face às disposições legais e às normas técnicas em vigor (Decreto-Lei n.º366-A/97, de 20 de Dezembro alterado pelo Decreto-Lei nº 92/2006, de 25 de Maio).

Os embaladores e/ou os responsáveis pela colocação de embalagens no mercado nacional, bem como os produtores de embalagens, devem assegurar o preenchimento dos requisitos essenciais de fabrico e composição das embalagens previstos na regulamentação adoptada, nomeadamente no Decreto-Lei n.º407/98, de 21 de Dezembro, em conformidade com as normas comunitárias harmonizadas, em especial com a NP EN 13428:2005, ‘Embalagem -Requisitos específicos para o fabrico e composição - Prevenção por redução na fonte’, e a EN 13429:2004, ‘Packaging-Reuse’ (Decreto-Lei n.º 366-A/97, de 20 de Dezembro alterado pelo Decreto-Lei n.º 92/2006, de 25 de Maio).

Especificamente na indústria do papel e cartão, análise da aplicação de tecnologias, modificações ao processo ou equipamentos que permitam reduzir os desperdícios e produtos não conformes.

Nos vários sectores industriais:

promover a reutilização de embalagens de papel e cartão sempre que possível.

elaborar um contrato com fornecedores por forma a estes aceitarem as embalagens vazias para reutilização, deixando estas de constituir um resíduo para a empresa.

separar as embalagens de papel e cartão, conforme a perigosidade dos produtos que contiveram.

armazenar as embalagens de papel e cartão, em locais cobertos de forma a garantir que a embalagem não se deteriore, por acção da chuva ou sujidade.

elaborar, implementar e comunicar instruções/ procedimentos a todos os trabalhadores com regras de prevenção deste tipo de resíduo.

sensibilizar e formar todos os colaboradores, para a prevenção e minimização da produção de resíduos.

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

Page 201: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 15 – Embalagens de Papel e Cartão 3/7

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

Desde que não estejam contaminados com substâncias perigosas os resíduos de embalagens de papel e cartão não são considerados perigosos; no entanto devido às suas características físicas apresentam alguns riscos (escoriações, cortes) para quem os manuseia. Desta forma, aconselha-se a utilização de luvas apropriadas no manuseamento deste tipo de resíduo.

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

Para o acondicionamento dos resíduos de embalagens de papel e cartão devem adoptar-se ecopontos para recolha nos locais de produção, sendo que esses ecopontos deverão ser descarregados posteriormente em contentores apropriados no parque de resíduos da empresa para a sua armazenagem temporária, até recolha por operador licenciado para o efeito.

Dependendo da quantidade a armazenar poderá optar-se por acondicionar os resíduos directamente no solo em zona delimitada, em contentor ou big-bag. Relativamente aos contentores, e se o volume de embalagens for muito elevado poderá optar-se por utilizar um contentor compactador, reduzindo significativamente o volume de resíduos armazenados temporariamente.

Figura 1- Contentores em chapa de aço para embalagens de

papel e cartão Figura 2- Contentor compactador para embalagens de papel e

cartão

Pelo seu valor de mercado, as embalagens de papel e cartão, são um resíduo valorizável, isto é, os operadores de gestão de resíduos pagam às empresas pela sua recolha e frequentemente disponibilizam ou alugam os contentores para a armazenagem temporária na empresa.

Se a empresa estiver localizada numa zona abrangida pelo circuito de recolha camarária, se as embalagens não estiveram contaminadas com substâncias perigosas e se o volume não exceder os 1100 l diários, poderá solicitar-se um ecoponto à respectiva Câmara Municipal para colocação na via pública adjacente à unidade industrial.

Para os resíduos de embalagens de papel e cartão que contenham substâncias perigosas deve ser considerada a aquisição de contentores estanques, devidamente impermeáveis e deverão ser colocados ao abrigo da chuva e do sol no parque de resíduos.

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 202: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/7

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

Uma separação ineficiente na origem, qualquer que seja o tipo de resíduo, irá aumentar substancialmente os custos para o tratamento do mesmo, podendo tornar inviável a sua reutilização ou reciclagem; desta forma devem ser seleccionados pontos estratégicos para a colocação de ecopontos (devidamente identificados) nos locais de produção deste tipo de resíduos e todos os trabalhadores deverão ser sensibilizados para a correcta separação dos resíduos.

Deverá ser dada especial atenção à resistência, estado de conservação e capacidade de contenção dos contentores, bem como atender aos eventuais problemas associados ao empilhamento inadequado dos resíduos e/ou contentores de resíduos.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com o processo que lhe deu origem e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

Nos contentores de resíduos de embalagens de papel e cartão para reciclagem não deverão colocar-se embalagens de papel e cartão contaminadas com óleos, emulsões de óleos ou outras substâncias contaminantes.

Resíduo considerado material não perigoso para transporte.

R3: Reciclagem/recuperação de substâncias orgânicas não utilizadas como solventes (incluindo digestão anaeróbia e ou compostagem e outros processos de transformação biológica)

R1: Utilização principal como combustível ou outro meio de produção de

energia.

D1: Depósito à superfície ou no subsolo.

D10: Incineração em terra.

D15: Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

TRANSPORTE

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

Figura 3- Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação dos resíduos de embalagens de papel e cartão

Page 203: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 15 – Embalagens de Papel e Cartão 5/7

Reciclagem

O processo industrial de reciclagem de papel é semelhante ao fabrico de papel virgem, tendo o primeiro muito menos impactes ambientais. As maiores vantagens da reciclagem de papel são a diminuição de resíduos sólidos e a economia de recursos naturais. A reciclagem permite libertar espaço nos aterros para outros materiais e produtos não recicláveis.

A reciclagem do papel é conseguida através do aproveitamento das fibras de celulose existentes nos papéis usados. O papel pode ser fabricado exclusivamente com fibras secundárias (papel 100% reciclado) ou ter a incorporação de pasta para papel. As fibras podem ser recicladas apenas cinco a sete vezes, pelo que a obtenção de papel reciclado por vezes implica adicionar alguma quantidade de pasta de papel virgem para substituir fibras degradadas.

Para que a reciclagem seja bem sucedida, não devem colocar-se no “ecoponto do papel e cartão” outros materiais ou objectos, tais como: papel e cartão impregnado com óleos, emulsões oleosas ou outras substâncias contaminantes, metais, plásticos, entre outros.

Os embaladores e/ou os responsáveis pela colocação de produtos no mercado nacional, que aderirem à Sociedade Ponto Verde (SPV), asseguram a retoma e encaminhamento para reciclagem de resíduos de embalagens de papel e cartão.

O fim do estatuto de resíduo pode aplicar-se a determinados resíduos quando tenham sido submetidos a uma operação de valorização, incluindo a reciclagem, e satisfaçam critérios específicos a estabelecer nos termos das seguintes condições:

a) A substância ou objecto ser habitualmente utilizado para fins específicos;

b) Existir um mercado ou procura para essa substância ou objecto;

c) A substância ou objecto satisfazer os requisitos técnicos para os fins específicos e respeitar a legislação e as normas aplicáveis aos produtos; e

d) A utilização da substância ou objecto não acarretar impactes globalmente adversos do ponto de vista ambiental ou da saúde humana.

FIM DO ESTATUTO DO RESÍDUO (ARTIGO 44.º - B DO DECRETO-LEI Nº 73/2011, DE 17 DE JUNHO)

Page 204: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

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Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade pela

gestão (Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

Princípio da hierarquia dos resíduos

(Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos (Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de registo

(Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER): a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos; b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de registo

(Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo: a) Origens discriminadas dos resíduos; b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos; c) Identificação das operações efectuadas; d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação: a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável; b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente; c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49 º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo

(Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo (Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 205: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 15 – Embalagens de Papel e Cartão 7/7

Decreto – Lei n.º 366-A/97, de 20 de Dezembro, alterado pelo Decreto – Lei n.º 162/2000, de 27 de Julho Estabelece os princípios e as normas aplicáveis à gestão de embalagens e resíduos de embalagens

Responsabilidade pela gestão das

embalagens e resíduos de embalagens

(Art 4º)

Os operadores económicos são co-responsáveis pela gestão das embalagens e resíduos de embalagem.

Os embaladores e importadores de produtos embalados são responsáveis pela prestação de contrapartidas financeiras destinadas a suportar os acréscimos de custos com a recolha selectiva e triagem de resíduos.

Portaria n.º 29-B/98, de 15 de Janeiro Estabelece as regras de funcionamento dos sistemas de consignação aplicáveis às embalagens

reutilizáveis e às não reutilizáveis, bem como as do sistema integrado aplicável apenas às embalagens não reutilizáveis

Embalagens reutilizáveis

Sistemas de consignação

(Art. 2º)

Os embaladores e ou os responsáveis pela colocação de produtos no mercado nacional que empreguem embalagens reutilizáveis para acondicionar os seus produtos devem estabelecer um sistema de consignação que permita recuperar e reutilizar as suas embalagens depois de usadas pelos consumidores.

Embalagens não reutilizáveis

Sistemas de gestão: integrado e de consignação

(Art. 6º)

Os embaladores e responsáveis pela colocação no mercado nacional de produtos embalados são responsáveis pela gestão e destino final dos seus resíduos de embalagem, podendo transferir essa responsabilidade para entidade gestora do sistema integrado – Sociedade Ponto Verde – ou desenvolvendo um sistema de consignação para gestão de embalagens.

Despacho n.º 7415/99, de 14 de Abril Aprova os modelos a preencher pelos embaladores, pelos responsáveis pela colocação no mercado

nacional e pelos distribuidores/comerciantes de embalagens

Os embaladores e responsáveis por colocação de produtos no mercado nacional devem remeter ao Instituto dos Resíduos até 31 de Março do ano imediato àquele a que se reportam os dados, os dados estatísticos relativos às suas actividades – Modelo n.º 1585 INCM.

Outra informação considerada relevante

Caso os resíduos embalagens de papel e cartão satisfaçam as condições de fim do estatuto de resíduo, não se aplicam as disposições legais relativas à gestão do resíduo.

Page 206: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS
Page 207: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 15 – Embalagens de Plástico 1/7

Resíduo: Embalagens de Plástico

O código do resíduo Embalagens de Plástico, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 15 01 02 - Embalagens de Plástico.

Uma vez que a maioria dos plásticos não são biodegradáveis, as embalagens de plástico produzem impactes ambientais negativos, se forem indevidamente depositadas em linhas de água, impedindo a circulação habitual da água, bem como, se forem depositadas de forma não controlada no solo.

Os resíduos de embalagens de plástico não têm efeitos negativos na saúde pública.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Page 208: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/7

Todos os intervenientes no ciclo de vida de embalagens de "plástico", desde a sua concepção e utilização até ao manuseamento dos respectivos resíduos, deverão contribuir, na medida do seu grau de intervenção e responsabilidade, para o coreto funcionamento dos sistemas de gestão criados a nível nacional para o fluxo das embalagens e resíduos de embalagens, adoptando as práticas de Ecodesign e de consumo sustentável mais adequadas face às disposições legais e às normas técnicas em vigor (Decreto-Lei. n.º 366-A/97, de 20 de Dezembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 92/2006, de 25 de Maio).

Os embaladores e/ou os responsáveis pela colocação de embalagens no mercado nacional, bem como os produtores de embalagens, devem assegurar o preenchimento dos requisitos essenciais de fabrico e composição das embalagens previstos na regulamentação adoptada, nomeadamente no Decreto-Lei n.º407/98, de 21 de Dezembro, em conformidade com as normas comunitárias harmonizadas, em especial com a NP EN 13428:2005, ‘Embalagem -Requisitos específicos para o fabrico e composição - Prevenção por redução na fonte’, e a EN 13429:2004, ‘Packaging-Reuse’ (Decreto-Lei n.º 366-A/97, de 20 de Dezembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 92/2006, de 25 de Maio).

Especificamente na indústria do plástico, análise da aplicação de tecnologias, modificações ao processo ou equipamentos que permitam reduzir os desperdícios e produtos não conforme.

Nos vários sectores industriais:

promover a reutilização de embalagens de plástico sempre que possível.

elaborar um contrato com fornecedores por forma a estes aceitarem as embalagens vazias para reutilização, deixando estas de constituir um resíduo para a empresa.

separar as embalagens de plástico, conforme a perigosidade dos produtos que contiveram.

armazenar as embalagens de plástico, em locais cobertos de forma a garantir que a embalagem não se deteriore, por acção da chuva e sujidade.

elaborar, implementar e comunicar instruções/ procedimentos a todos os trabalhadores com regras de prevenção deste tipo de resíduo.

sensibilizar e formar todos os colaboradores, para a prevenção e minimização da produção de resíduos.

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

Page 209: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 15 – Embalagens de Plástico 3/7

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

Aconselha-se a utilização de luvas apropriadas no manuseamento deste tipo de resíduo.

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

Para o acondicionamento dos resíduos de embalagens de plástico devem adoptar-se ecopontos para recolha nos locais de produção, sendo que esses ecopontos deverão ser descarregados posteriormente em contentores apropriados no parque de resíduos da empresa para a sua armazenagem temporária, até recolha por operador licenciado para o efeito.

Dependendo da quantidade a armazenar poderá optar-se por acondicionar os resíduos directamente no solo em zona delimitada, em contentor ou big-bag. Relativamente aos contentores, e se o volume de embalagens for muito elevado poderá optar-se por utilizar um contentor compactador, reduzindo significativamente o volume de resíduos armazenados temporariamente.

Figura 1- Contentores em chapa de aço para embalagens de plástico

Figura 2- Contentor compactador para embalagens de plástico

Pelo seu valor de mercado, as embalagens de plástico são um resíduo valorizável, isto é, os operadores de gestão de resíduos pagam às empresas pela sua recolha e frequentemente disponibilizam ou alugam os contentores para a armazenagem temporária na empresa.

Se a empresa estiver localizada numa zona abrangida pelo circuito de recolha camarária, se as embalagens não estiveram contaminadas com substâncias perigosas e se o volume não exceder os 1100 l diários, poderá solicitar-se um ecoponto à respectiva Câmara Municipal para colocação na via pública adjacente à unidade industrial.

Para os resíduos de embalagens de plástico que contenham substâncias perigosas deve ser considerada a aquisição de contentores estanques, devidamente impermeáveis e deverão ser colocados ao abrigo da chuva e do sol no parque de resíduos, sendo identificadas como "embalagens contendo ou contaminadas por resíduos de substâncias perigosas", com o código LER 15 01 10*.

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 210: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/7

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

Uma separação ineficiente na origem, qualquer que seja o tipo de resíduo, irá aumentar substancialmente os custos para o tratamento do mesmo, podendo tornar inviável a sua reutilização ou reciclagem; desta forma devem ser seleccionados pontos estratégicos para a colocação de ecopontos (devidamente identificados) nos locais de produção deste tipo de resíduos e todos os trabalhadores deverão ser sensibilizados para a correcta separação dos resíduos.

Deverá ser dada especial atenção à resistência, estado de conservação e capacidade de contenção dos contentores, bem como atender aos eventuais problemas associados ao empilhamento inadequado dos resíduos e/ou contentores de resíduos.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com o processo que lhe deu origem e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

Figura 3- Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação dos resíduos de embalagens de plástico

Nos contentores de resíduos de embalagens de plástico para reciclagem não deverão colocar-se embalagens de plástico contaminadas com óleos, emulsões de óleos ou outras substâncias contaminantes.

Resíduo considerado material não perigoso para transporte.

R 5 : Reciclagem/recuperação de outros materiais inorgânicos

R1: Utilização principal como combustível ou outro meio de produção de energia.

D1: Depósito na superfície ou no subsolo;

D10: Incineração em terra.

D15: Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

TRANSPORTE

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

Page 211: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 15 – Embalagens de Plástico 5/7

Reutilização, Reciclagem ou Valorização Energética

A embalagem de plástico pode ser reutilizada, reciclada ou valorizada energeticamente.

A reutilização de embalagens de detergentes, por exemplo, - por meio de recargas - estende a vida útil das embalagens e reduz a quantidade de matéria plástica necessária de 70% (detergentes líquidos) a 90% (detergentes em granulado).

A reciclagem de embalagens dá origem a novos produtos de plástico de elevada qualidade e a valorização dos restantes resíduos plásticos é uma importante fonte energética.

Os benefícios ambientais da valorização dos resíduos são evidentes, pois a reciclagem de 1 tonelada de resíduos de plástico permite poupar a emissão de 1,3 toneladas de CO2 equivalente e em termos energéticos, a reciclagem de plástico exige cerca de 10% da energia utilizada no processo primário de produção.

Para que a reciclagem seja bem sucedida, não devem colocar-se no “ecoponto de embalagens de plástico” outros materiais ou objectos, tais como: plástico impregnado com óleos, emulsões oleosas ou outras substâncias contaminantes.

Os embaladores e/ou os responsáveis pela colocação de produtos no mercado nacional, que aderirem à Sociedade Ponto Verde (SPV), asseguram a retoma e encaminhamento para reciclagem de resíduos de embalagens de plástico.

Eliminação

A maioria dos plásticos não são biodegradáveis, resistindo à decomposição por acção dos micro-organismos durante bastante tempo mas uma grande parte deles, são fotodegradáveis, isto é, decompõem-se por acção da luz.

Estas características desaconselham que os resíduos de plásticos não biodegradáveis, sejam depositados em aterro sanitário, já que se manterão inalteráveis ao longo do tempo por falta de luz suficientemente para a fotodegrabilidade. A sua deposição em aterros não é, portanto, o melhor destino final para estes resíduos.

Por outro lado a incineração dos plásticos também não é um destino adequado, pois a queima de alguns plásticos, particularmente os halogenados (PVC) liberta gases tóxicos.

Assim, por razões ambientais e económicas o destino final dos resíduos de plástico deve ser a sua deposição numa unidade de valorização e tratamento de plásticos de forma a que possam ser valorizados, quer por reciclagem, quer por recuperação energética.

O fim do estatuto de resíduo pode aplicar-se a determinados resíduos quando tenham sido submetidos a uma operação de valorização, incluindo a reciclagem, e satisfaçam critérios específicos a estabelecer nos termos das seguintes condições:

a) A substância ou objecto ser habitualmente utilizado para fins específicos; b) Existir um mercado ou procura para essa substância ou objecto; c) A substância ou objecto satisfazer os requisitos técnicos para os fins específicos e respeitar a legislação e as

normas aplicáveis aos produtos; e d) A utilização da substância ou objecto não acarretar impactes globalmente adversos do ponto de vista

ambiental ou da saúde humana.

FIM DO ESTATUTO DO RESÍDUO (ARTIGO 44.º - B DO DECRETO-LEI Nº 73/2011, DE 17 DE JUNHO)

Page 212: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

6/7

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade pela

gestão (Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

Princípio da hierarquia dos resíduos

(Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos (Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de registo

(Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER): a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos; b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de registo

(Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo: a) Origens discriminadas dos resíduos; b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos; c) Identificação das operações efectuadas; d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação: a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável; b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente; c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49 º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo

(Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 213: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 15 – Embalagens de Plástico 7/7

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Taxas de registo (Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

Decreto – Lei n.º 366-A/97, de 20 de Dezembro, alterado pelo Decreto – Lei n.º 162/2000, de 27 de Julho Estabelece os princípios e as normas aplicáveis à gestão de embalagens e resíduos de embalagens

Responsabilidade pela gestão das

embalagens e resíduos de embalagens

(Art 4º)

Os operadores económicos são co-responsáveis pela gestão das embalagens e resíduos de embalagem.

Os embaladores e importadores de produtos embalados são responsáveis pela prestação de contrapartidas financeiras destinadas a suportar os acréscimos de custos com a recolha selectiva e triagem de resíduos.

Portaria n.º 29-B/98, de 15 de Janeiro Estabelece as regras de funcionamento dos sistemas de consignação aplicáveis às embalagens

reutilizáveis e às não reutilizáveis, bem como as do sistema integrado aplicável apenas às embalagens não reutilizáveis

Embalagens reutilizáveis

Sistemas de consignação

(Art. 2º)

Os embaladores e ou os responsáveis pela colocação de produtos no mercado nacional que empreguem embalagens reutilizáveis para acondicionar os seus produtos devem estabelecer um sistema de consignação que permita recuperar e reutilizar as suas embalagens depois de usadas pelos consumidores.

Embalagens não reutilizáveis

Sistemas de gestão: integrado e de consignação

(Art. 6º)

Os embaladores e responsáveis pela colocação no mercado nacional de produtos embalados são responsáveis pela gestão e destino final dos seus resíduos de embalagem, podendo transferir essa responsabilidade para entidade gestora do sistema integrado – Sociedade Ponto Verde – ou desenvolvendo um sistema de consignação para gestão de embalagens.

Despacho n.º 7415/99, de 25 de Março Aprova os modelos a preencher pelos embaladores, pelos responsáveis pela colocação no mercado

nacional e pelos distribuidores/comerciantes de embalagens

Os embaladores e responsáveis por colocação de produtos no mercado nacional devem remeter ao Instituto dos Resíduos até 31 de Março do ano imediato àquele a que se reportam os dados, os dados estatísticos relativos às suas actividades – Modelo n.º 1585 INCM.

Outra informação considerada relevante

Caso os resíduos embalagens de plástico satisfaçam as condições de fim do estatuto de resíduo, não se aplicam as disposições legais relativas à gestão do resíduo.

.

Page 214: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS
Page 215: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 15 – Embalagens de Madeira 1/8

Resíduo: Embalagens de Madeira

O código do resíduo Embalagens de Madeira, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 15 01 03 - Embalagens de Madeira

Os resíduos de madeira não tratada não são considerados perigosos para o meio ambiente devido às suas características naturais e não perigosas. No entanto, se estes resíduos não forem eliminados de forma adequada, podem danificar o solo, provocando a proliferação de pragas e doenças em florestas, evitando a regeneração natural e o maior problema, o perigo de incêndio. A maioria dos impactes ambientais advém dos resíduos de descasque da madeira, de aparas ou serraduras provenientes das operações de processamento.

Os resíduos resultantes de madeira tratada contêm vulgarmente substâncias perigosas e devem ser tratados como resíduos perigosos. Muitos tratamentos de madeira são realizados com a aplicação de produtos químicos de preservação classificados como tóxicos. Estes compostos incluem por exemplo, formaldeídos, resinas fenólicas e de ureia que são consideradas substâncias perigosas. O tratamento da madeira pode incluir também por exemplo a adição de clorofenóis, heptacloro e cloronaftalenos. Existem ainda outros tratamentos de superfície que envolvem a aplicação de óleos à base de petróleo, tintas, velaturas e vernizes. Caso os resíduos de madeira tratada ou aglomerados de madeira, contendo substâncias perigosas, não sejam geridos adequadamente, estes compostos podem causar sérios danos ao ecossistema. O armazenamento deste tipo de resíduos perigosos, não protegido das intempéries ou a deposição em aterro não controlado pode produzir lixiviados muito tóxicos, contaminando águas subterrâneas e superficiais.

Os resíduos de embalagens de madeira não têm efeitos negativos na saúde pública.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Page 216: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/8

Todos os intervenientes no ciclo de vida de embalagens de "madeira", desde a sua concepção e utilização até ao manuseamento dos respectivos resíduos, deverão contribuir, na medida do seu grau de intervenção e responsabilidade, para o correcto funcionamento dos sistemas de gestão criados a nível nacional para o fluxo das embalagens e resíduos de embalagens, adoptando as práticas de Ecodesign e de consumo sustentável mais adequadas face às disposições legais e às normas técnicas em vigor (Decreto-Lei n.º 366-A/97, de 20 de Dezembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 92/2006, de 25 de Maio).

Os embaladores e ou os responsáveis pela colocação de embalagens no mercado nacional, bem como os produtores de embalagens, devem assegurar o preenchimento dos requisitos essenciais de fabrico e composição das embalagens previstos na regulamentação adoptada, nomeadamente no Decreto-Lei n.º407/98, de 21 de Dezembro, em conformidade com as normas comunitárias harmonizadas, em especial com a NP EN 13428:2005, ‘Embalagem -Requisitos específicos para o fabrico e composição - Prevenção por redução na fonte’, e a EN 13429:2004, ‘Packaging-Reuse’ (Decreto-Lei n.º 366-A/97, de 20 de Dezembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 92/2006, de 25 de Maio).

Especificamente na indústria da madeira, análise da aplicação de tecnologias, modificações ao processo ou equipamentos que permitam reduzir os desperdícios e produtos não conforme.

Nos vários sectores industriais:

promover a reutilização de paletes, bobines e outros tipos de embalagens de madeira.

elaborar um contrato com fornecedores por forma a estes aceitarem as embalagens vazias para reutilização, deixando estas de constituir um resíduo para a empresa.

separar as embalagens de madeira, conforme a perigosidade dos produtos que contiveram.

armazenar as embalagens de madeira, em locais cobertos de forma a garantir que a embalagem não se deteriore, por acção da chuva ou sujidade.

elaborar, implementar e comunicar instruções/ procedimentos a todos os trabalhadores com regras de prevenção deste tipo de resíduo.

sensibilizar e formar todos os colaboradores, para a prevenção e minimização da produção de resíduos.

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

Page 217: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 15 – Embalagens de Madeira 3/8

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

Desde que não estejam contaminados com substâncias perigosas os resíduos de embalagens de madeira não são considerados perigosos, no entanto devido às suas características físicas apresentam alguns riscos (cortes) para quem os manuseia. Desta forma, aconselha-se a utilização de luvas apropriadas no manuseamento deste tipo de resíduo.

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

Para o acondicionamento dos resíduos de embalagens de madeira devem adoptar-se ecopontos para recolha nos locais de produção, sendo que esses ecopontos deverão ser descarregados posteriormente em contentores apropriados no parque de resíduos da empresa para a sua armazenagem temporária, até recolha por operador licenciado para o efeito.

Dependendo da quantidade a armazenar poderá optar-se por acondicionar os resíduos directamente no solo em zona delimitada, em contentor ou big-bag. Relativamente aos contentores, e se o volume de embalagens for muito elevado poderá optar-se por utilizar um contentor compactador, reduzindo significativamente o volume de resíduos armazenados temporariamente.

Figura 1- Contentor em chapa de aço para embalagens de madeira

Figura 2- Resíduos de paletes armazenados em zona delimitada no solo

Pelo seu valor de mercado, as embalagens de madeira, são um resíduo valorizável, isto é, os operadores de gestão de resíduos pagam às empresas pela sua recolha e frequentemente disponibilizam ou alugam os contentores para a armazenagem temporária na empresa.

Para os resíduos de embalagens de madeira que contenham substâncias perigosas deve ser considerada a aquisição de contentores estanques, devidamente impermeáveis e deverão ser colocados ao abrigo da chuva e do sol no parque de resíduos.

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 218: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/8

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

Uma separação ineficiente na origem, qualquer que seja o tipo de resíduo, irá aumentar substancialmente os custos para o tratamento do mesmo, podendo tornar inviável a sua reutilização ou reciclagem; desta forma devem ser seleccionados pontos estratégicos para a colocação de ecopontos (devidamente identificados) nos locais de produção deste tipo de resíduos e todos os trabalhadores deverão ser sensibilizados para a correcta separação dos resíduos.

Deverá ser dada especial atenção à resistência, estado de conservação e capacidade de contenção dos contentores, bem como atender aos eventuais problemas associados ao empilhamento inadequado dos resíduos e/ou contentores de resíduos.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com o processo que lhe deu origem e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º209/2004, de 3 de Março).

Figura 3- Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação dos resíduos de embalagens de madeira

Nos contentores de resíduos de embalagens de madeira para reciclagem não deverá colocar-se por exemplo: embalagens de madeira impregnada com óleos, emulsões oleosas ou contaminadas com substâncias perigosas, nem madeira podre. Caso se verifique uma separação ineficiente do resíduo poderá optar-se pelo seguinte rótulo:

Figura 4- Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação dos resíduos de embalagens de madeira com indicação para não misturar embalagens de madeira impregnadas com óleos ou outros contaminantes, ou madeira podre.

Resíduo considerado material não perigoso para transporte

TRANSPORTE

Page 219: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 15 – Embalagens de Madeira 5/8

R3: Reciclagem/recuperação de substâncias orgânicas não utilizadas como solventes (incluindo digestão anaeróbia e ou compostagem e outros processos de transformação biológica).

R1: Utilização principal como combustível ou outro meio de produção de energia.

R13: Acumulação de resíduos para serem submetidos a uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

D1: Depósito a superfície ou no subsolo. D10: Incineração em terra. D15: Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente,

com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

Reciclagem

Os resíduos de embalagens de madeira podem ser reciclados em paletes de madeira, produtos aglomerados.

Produção de briquetes para utilização como biocombustível.

Figura 5 - Briquetes para utilização como Biocombustível.

Compostagem

Se os resíduos do processamento da madeira forem recolhidos separadamente e não estiverem contaminados com substâncias perigosas, é possível efectuar compostagem. Deste processo resulta o composto, um fertilizante natural que pode ser utilizado como corretor de solos.

Figura 6 -Composto (fertilizante natural) resultante do processo de compostagem

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

Page 220: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

6/8

Valorização Energética

Se as alternativas acima descritas não forem possíveis de colocar em prática, pode recorrer-se à valorização energética.

Nas próprias unidades industriais de transformação de madeira é vulgar a valorização energética nas caldeiras a biomassa existentes e que fornecem energia térmica nomeadamente para:

Secagem de madeira / tratamentos por choque térmico em estufa; “Cozimento” de toros para por imersão ou vapor em estufa; Aquecimento da linha de pintura e envernizamento (principalmente no inverno); Aquecimento do ar ambiente da nave industrial.

Os bioresíduos podem também ser enviados para valorização energética em outras empresas como indústrias cerâmicas e centrais de biomassa.

Técnicas / Tecnologias emergentes de Valorização;

Fabrico de Produtos de Fibrocimento Derivados de Fibras de Vegetais

Está a ser investigada a produção de placas de fibrocimento livres de amianto, substituindo-o por fibras vegetais modificadas como fonte de reforço da matriz. A fibra utilizada no estudo foi oriunda da espécie Pinus radiata da Nova Zelândia. Os resultados apontaram que tanto a flexibilidade como as propriedades de ruptura do fibrocimento de fibra de madeira variaram com a concentração de fibras e o seu grau de refinação. Da mesma forma variava o desempenho mecânico, o qual também foi influenciado pelo grau de humidade existente.

Essas pesquisas têm sido feitas tanto por entidades de pesquisa como também por empresas produtoras de fibrocimento.

O fim do estatuto de resíduo pode aplicar-se a determinados resíduos quando tenham sido submetidos a uma operação de valorização, incluindo a reciclagem, e satisfaçam critérios específicos a estabelecer nos termos das seguintes condições:

a) A substância ou objecto ser habitualmente utilizado para fins específicos; b) Existir um mercado ou procura para essa substância ou objecto; c) A substância ou objecto satisfazer os requisitos técnicos para os fins específicos e respeitar a legislação e

as normas aplicáveis aos produtos; e d) A utilização da substância ou objecto não acarretar impactes globalmente adversos do ponto de vista

ambiental ou da saúde humana.

FIM DO ESTATUTO DO RESÍDUO (ARTIGO 44.º - B DO DECRETO-LEI Nº 73/2011, DE 17 DE JUNHO)

Page 221: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 15 – Embalagens de Madeira 7/8

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade

pela gestão (Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respetivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

Princípio da hierarquia dos

resíduos (Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos (Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de

registo (Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER): a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos; b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de registo (Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo: a) Origens discriminadas dos resíduos; b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos; c) Identificação das operações efectuadas; d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação: a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável; b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente; c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49 º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo

(Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo (Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 222: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

8/8

Decreto – Lei n.º 366-A/97, de 20 de Dezembro, alterado pelo Decreto – Lei n.º 162/2000, de 27 de Julho Estabelece os princípios e as normas aplicáveis à gestão de embalagens e resíduos de embalagens

Responsabilidade pela gestão das embalagens e resíduos de embalagens

(Art. 4º)

Os operadores económicos são co-responsáveis pela gestão das embalagens e resíduos de embalagem.

Os embaladores e importadores de produtos embalados são responsáveis pela prestação de contrapartidas financeiras destinadas a suportar os acréscimos de custos com a recolha selectiva e triagem de resíduos.

Portaria n.º 29-B/98, de 15 de Janeiro Estabelece as regras de funcionamento dos sistemas de consignação aplicáveis às embalagens

reutilizáveis e às não reutilizáveis, bem como as do sistema integrado aplicável apenas às embalagens não reutilizáveis

Embalagens reutilizáveis

Sistemas de consignação

(Art. 2º)

Os embaladores e ou os responsáveis pela colocação de produtos no mercado nacional que empreguem embalagens reutilizáveis para acondicionar os seus produtos devem estabelecer um sistema de consignação que permita recuperar e reutilizar as suas embalagens depois de usadas pelos consumidores.

Embalagens não reutilizáveis

Sistemas de gestão: integrado e de consignação

(Art. 6º)

Os embaladores e responsáveis pela colocação no mercado nacional de produtos embalados são responsáveis pela gestão e destino final dos seus resíduos de embalagem, podendo transferir essa responsabilidade para entidade gestora do sistema integrado – Sociedade Ponto Verde – ou desenvolvendo um sistema de consignação para gestão de embalagens.

Despacho n.º 7415/99, de 14 de Abril Aprova os modelos a preencher pelos embaladores, pelos responsáveis pela colocação no mercado

nacional e pelos distribuidores/comerciantes de embalagens

Os embaladores e responsáveis por colocação de produtos no mercado nacional devem remeter ao Instituto dos Resíduos até 31 de Março do ano imediato àquele a que se reportam os dados, os dados estatísticos relativos às suas actividades – Modelo n.º 1585 INCM.

Outra informação considerada relevante.

Caso os resíduos embalagens de madeira satisfaçam as condições de fim do estatuto de resíduo, não se aplicam as disposições legais relativas à gestão do resíduo.

.

Page 223: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 15 – Embalagens de Vidro 1/8

Resíduo: Embalagens de Vidro

O código do resíduo Embalagens de Vidro, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 15 01 07 - Embalagens de Vidro

Ao longo de sua história, o vidro tem provado ser uma das embalagens mais amigas do meio ambiente. Não apenas por causa de ser 100% reciclável, mas também por ser reciclável várias vezes.

O vidro tem a particularidade de ser inerte e mais importante ainda é que 100% da sua composição é mineral, o que dá a possibilidade de ser altamente resistente ao meio ambiente. Se exposto às forças de erosão, o vidro é quebrado em pequenos pedaços de sílica e areia, um dos elementos mais comuns na Terra.

Relativamente aos impactes na saúde pública, o vidro em si não liberta substâncias tóxicas que possam afectar o organismo humano. Os únicos riscos que podem surgir como resultado da má deposição deste tipo de resíduos, são eventuais cortes provocados por cacos de vidro.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Page 224: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/8

Todos os intervenientes no ciclo de vida de embalagens de "embalagens de vidro", desde a sua concepção e utilização até ao manuseamento dos respectivos resíduos, deverão contribuir, na medida do seu grau de intervenção e responsabilidade, para o correcto funcionamento dos sistemas de gestão criados a nível nacional para o fluxo das embalagens e resíduos de embalagens, adoptando as práticas de Ecodesign e de consumo sustentável mais adequadas face às disposições legais e às normas técnicas em vigor (Decreto-Lei. n.º366-A/97, de 20 de Dezembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 92/2006, de 25 de Maio).

Os embaladores e ou os responsáveis pela colocação de embalagens no mercado nacional, bem como os produtores de embalagens, devem assegurar o preenchimento dos requisitos essenciais de fabrico e composição das embalagens previstos na regulamentação adoptada, nomeadamente no Decreto-Lei n.º407/98, de 21 de Dezembro, em conformidade com as normas comunitárias harmonizadas, em especial com a NP EN 13428:2005, ‘Embalagem - Requisitos específicos para o fabrico e composição - Prevenção por redução na fonte’, e a EN 13429:2004, ‘Packaging-Reuse’ (Decreto-Lei n.º 366-A/97, de 20 de Dezembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 92/2006, de 25 de Maio).

Especificamente na indústria vidreira:

- análise da aplicação de "tecnologias do vidro leve" para redução da quantidade de matéria-prima necessária para fabricar produtos. Estes processos consistem por exemplo, em reduzir a espessura das paredes de uma embalagem de vidro, melhorando o seu “design” de forma a que a garrafa tenha a mesma resistência com menos consumo de matéria-prima e de energia. Estas tecnologias traduzem-se em poupança de matéria-prima e de combustíveis para os fornos de fusão.

- redução de desperdícios (vidro partido) através da implementação de sistemas de transporte automatizados.

Figura 1 - Implementação de sistemas de transporte automatizados

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

Page 225: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 15 – Embalagens de Vidro 3/8

Existem também medidas de carácter geral, que poderão ser aplicadas em todas as indústrias onde existem este tipo de embalagens, tais como:

Elaborar, implementar e comunicar instruções/procedimentos a todos os trabalhadores com regras de prevenção deste tipo de resíduo;

Sensibilizar e formar todos os colaboradores, para a prevenção e minimização da produção de resíduos.

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

Desde que não estejam contaminados com substâncias perigosas, os resíduos de embalagens de vidro não são considerados perigosos; no entanto devido às suas características físicas apresentam alguns riscos (entalamento, esmagamento, cortes) para quem os manuseia. Desta forma, aconselha-se a utilização de luvas apropriadas no manuseamento deste tipo de resíduo.

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

Para o acondicionamento dos resíduos de vidro devem adoptar-se ecopontos para recolha nos locais de produção, sendo que esses ecopontos deverão ser descarregados posteriormente em contentores apropriados no parque de resíduos da empresa para a sua armazenagem temporária , até recolha por operador licenciado para o efeito.

Se a empresa estiver localizada numa zona abrangida pelo circuito de recolha camarária poderá solicitar um vidrão à respectiva Câmara Municipal para colocação na via pública adjacente à unidade industrial.

Para os resíduos de embalagens de vidro que contenham substâncias perigosas deve ser considerada a aquisição de contentores estanques, devidamente impermeáveis e deverão ser colocados ao abrigo da chuva e do sol no parque de resíduos.

Figura 2- Contentores em chapa de aço para embalagens de

vidro Figura 3- Vidrão

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 226: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/8

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

Uma separação ineficiente na origem, qualquer que seja o tipo de resíduo, irá aumentar substancialmente os custos para o tratamento do mesmo, podendo tornar inviável a sua reutilização ou reciclagem; desta forma devem ser seleccionados pontos estratégicos para a colocação de ecopontos (devidamente identificados) nos locais de produção deste tipo de resíduos e todos os trabalhadores deverão ser sensibilizados para a correcta separação dos resíduos.

Uma vez que os resíduos de vidro são um material abrasivo que provoca desgaste e eventuais cortes noutros materiais, deverá optar-se por contentores metálicos, por exemplo em aço galvanizado/inoxidável e deverá ser dada especial atenção ao estado de conservação e capacidade de contenção dos mesmos.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com o processo que lhe deu origem e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

Figura 4- Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação dos resíduos de embalagens de vidro

Nos contentores de resíduos de embalagens de vidro para reciclagem não deverá colocar-se por exemplo: louças, lâmpadas, vidros de janelas ou espelhos.

Resíduo considerado material não perigoso para transporte.

Para ser reutilizável a embalagem tem de ser transformada vazia e lavada antes de nova utilização.

R5: Reciclagem ou recuperação de outras matérias inorgânicas.

R13: Acumulação de resíduos para serem submetidos a uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta e efectuada.

D1: Depósito a superfície ou no subsolo.

D15: Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta e efectuada.

TRANSPORTE

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

Page 227: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 15 – Embalagens de Vidro 5/8

Reciclagem

O vidro é um material facilmente reciclado e pode, dependendo das circunstâncias, ser infinitamente reciclado. O uso de vidro reciclado em novos recipientes e cerâmicas possibilita a conservação de materiais, a redução do consumo de energia e reduz o volume de lixo que é enviado para aterros sanitários.

Todas as embalagens de vidro são recicláveis, quer se tratem de garrafas reutilizáveis que já fizeram várias viagens, quer se trate de garrafas sem retorno. Todas as empresas fabricantes de vidro de embalagem que operam em Portugal realizam recolha de casco e aproveitam garrafas rejeitadas internamente. A partir de uma tonelada de casco, pode produzir-se uma tonelada de vidro novo. Trata-se de um rendimento de 100 %, logo uma situação extremamente favorável à indústria do vidro de embalagem. Para obter a mesma quantidade de vidro a partir de matéria-prima seria necessário 1,2 toneladas da mesma. Por cada 10 % de casco adicional que é introduzido num forno, obtém-se 2,5 a 3 % de poupança no consumo de energia. Caso fosse possível obter casco em qualidade e quantidade suficiente, para ser 100 % o valor de incorporação deste num forno, então a poupança seria de 25 a 30 %. É de salientar que as fábricas de vidro de embalagem existentes em Portugal (algumas delas bastante antigas) possuem de um modo geral a melhor tecnologia disponível internacionalmente, pois caso contrário não teriam capacidade competitiva.

Para que a reciclagem seja bem sucedida, não devem colocar-se no “vidrão” outros materiais ou objectos, tais como metais, plásticos, pedras, louças, lâmpadas, vidros de janelas ou espelhos, restos de comida, papéis, etc. A Sociedade Ponto Verde (SPV) assegura a retoma e encaminhamento para reciclagem de resíduos de embalagens de vidro.

Os resíduos de vidro plano e espelho são também resíduos com grande potencialidade de reciclagem.

Técnicas / Tecnologias emergentes de Valorização;

Está a ser estudada a possibilidade da utilização de sucata de vidro em substituição de uma percentagem de agregados. Este tipo de reciclagem proporciona uma economia de matérias-primas naturais que são os comummente utilizadas para este fim.

Agregado para cimento Portland

Estão a ser realizados estudos para a determinação da melhor maneira de inserir o vidro moído e/ou quebrado em cacos na pasta de cimento.

O principal obstáculo a ser ultrapassado, neste processo é a reacção álcali-agregado que pode ser intensificada uma vez que o vidro é composto de sílica, a qual pode reagir com os álcalis do cimento em meio aquoso. Esta reacção tem como produto um gel que sofre expansão em presença de água, o que pode comprometer o desempenho do betão se não for controlado de maneira adequada.

Agregado para betão asfáltico

A sucata de vidro é utilizada na forma de cacos e adicionada ao betão asfáltico como se fosse um agregado comum. A vantagem neste caso é a mesma do agregado para cimento Portland.

Este processo já foi utilizado em algumas cidades americanas, mesmo assim ainda é objecto de estudos e desenvolvimento.

Os cuidados que devem ser tomados são relativos aos problemas de expansibilidade dos produtos de reacções indesejadas, assim como no caso anterior.

Page 228: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

6/8

O fim do estatuto de resíduo pode aplicar-se a determinados resíduos quando tenham sido submetidos a uma operação de valorização, incluindo a reciclagem, e satisfaçam critérios específicos a estabelecer nos termos das seguintes condições:

a) A substância ou objecto ser habitualmente utilizado para fins específicos; b) Existir um mercado ou procura para essa substância ou objecto; c) A substância ou objecto satisfazer os requisitos técnicos para os fins específicos e respeitar a legislação e

as normas aplicáveis aos produtos; e d) A utilização da substância ou objecto não acarretar impactes globalmente adversos do ponto de vista

ambiental ou da saúde humana.

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade pela

gestão (Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

Princípio da hierarquia dos resíduos

(Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos (Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

FIM DO ESTATUTO DO RESÍDUO (ARTIGO 44.º - B DO DECRETO-LEI Nº 73/2011, DE 17 DE JUNHO)

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 229: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 15 – Embalagens de Vidro 7/8

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Obrigatoriedade de inscrição e de registo

(Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER): a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos; b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de registo

(Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo: a) Origens discriminadas dos resíduos; b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos; c) Identificação das operações efectuadas; d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação: a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável; b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente; c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49 º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo

(Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo (Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

Decreto – Lei n.º 366-A/97, de 20 de Dezembro, alterado pelo Decreto – Lei n.º 162/2000, de 27 de Julho Estabelece os princípios e as normas aplicáveis à gestão de embalagens e resíduos de embalagens

Responsabilidade pela gestão das embalagens

e resíduos de embalagens

(Art 4º)

Os operadores económicos são co-responsáveis pela gestão das embalagens e resíduos de embalagem.

Os embaladores e importadores de produtos embalados são responsáveis pela prestação de contrapartidas financeiras destinadas a suportar os acréscimos de custos com a recolha selectiva e triagem de resíduos.

Portaria n.º 29-B/98, de 15 de Janeiro Estabelece as regras de funcionamento dos sistemas de consignação aplicáveis às embalagens

reutilizáveis e às não reutilizáveis, bem como as do sistema integrado aplicável apenas às embalagens não reutilizáveis

Embalagens reutilizáveis

Sistemas de consignação

(Art. 2º)

Os embaladores e ou os responsáveis pela colocação de produtos no mercado nacional que empreguem embalagens reutilizáveis para acondicionar os seus produtos devem estabelecer um sistema de consignação que permita recuperar e reutilizar as suas embalagens depois de usadas pelos consumidores.

Embalagens não reutilizáveis

Sistemas de gestão: integrado e de consignação

(Art. 6º)

Os embaladores e responsáveis pela colocação no mercado nacional de produtos embalados são responsáveis pela gestão e destino final dos seus resíduos de embalagem, podendo transferir essa responsabilidade para entidade gestora do sistema integrado – Sociedade Ponto Verde – ou desenvolvendo um sistema de consignação para gestão de embalagens.

Page 230: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

8/8

Despacho n.º 7415/99, de 25 de Março Aprova os modelos a preencher pelos embaladores, pelos responsáveis pela colocação no mercado

nacional e pelos distribuidores/comerciantes de embalagens

Os embaladores e responsáveis por colocação de produtos no mercado nacional devem remeter ao Instituto dos Resíduos até 31 de Março do ano imediato àquele a que se reportam os dados, os dados estatísticos relativos às suas actividades – Modelo n.º 1585 INCM.

Outra informação considerada relevante.

Caso os resíduos de sucata de vidro satisfaçam as condições de fim do estatuto de resíduo, não se aplicam as disposições legais relativas à gestão do resíduo.

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Page 231: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 15 - Embalagens contendo ou contaminadas por Resíduos de Substâncias Perigosas . 1/7

Resíduo: Embalagens contendo ou contaminadas por Resíduos de Substâncias Perigosas

O código do resíduo Embalagens contendo ou contaminadas por Resíduos de Substâncias Perigosas, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 15 01 10* - Embalagens contendo ou contaminadas por Resíduos de Substâncias Perigosas.

(* Resíduo considerado perigoso)

Deve(m) ser consultada(s) a(s) ficha(s) de dados segurança do(s) produto(s) que deu/deram origem ao resíduo.

Deve(m) ser consultada(s) a(s) ficha(s) de dados segurança do(s) produto(s) que deu/deram origem ao resíduo.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Page 232: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/7

Todos os intervenientes no ciclo de vida de embalagens, desde a sua concepção e utilização até ao manuseamento dos respectivos resíduos, deverão contribuir, na medida do seu grau de intervenção e responsabilidade, para o correcto funcionamento dos sistemas de gestão criados a nível nacional para o fluxo das embalagens e resíduos de embalagens, adoptando as práticas de Ecodesign e de consumo sustentável mais adequadas face às disposições legais e às normas técnicas em vigor (Decreto-Lei n.º 366-A/97, de 20 de Dezembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 92/2006, de 25 de Maio).

Os embaladores e ou os responsáveis pela colocação de embalagens no mercado nacional, bem como os produtores de embalagens, devem assegurar o preenchimento dos requisitos essenciais de fabrico e composição das embalagens previstos na regulamentação adoptada, nomeadamente no Decreto-Lei n.º407/98, de 21 de Dezembro, em conformidade com as normas comunitárias harmonizadas, em especial com a NP EN 13428:2005, ‘Embalagem -Requisitos específicos para o fabrico e composição - Prevenção por redução na fonte’, e a EN 13429:2004, ‘Packaging-Reuse’. (Decreto-Lei. n.º 366-A/97, de 20 de Dezembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 92/2006, de 25 de Maio).

Nos vários sectores industriais:

promover a reutilização deste tipo de embalagens, por exemplo através da elaboração de um contrato com fornecedores por forma a estes aceitarem as embalagens vazias para reutilização, deixando estas de constituir um resíduo para a empresa.

separar as embalagens contaminadas, conforme a perigosidade dos produtos que contiveram.

promover e divulgar regras de segurança no armazenamento de embalagens contendo substâncias perigosas, para minimizar danos neste tipo de embalagens e a ocorrência de derrames.

elaborar, implementar e comunicar instruções/ procedimentos a todos os trabalhadores com regras de prevenção deste tipo de resíduo.

sensibilizar e formar todos os colaboradores, para a prevenção e minimização da produção de resíduos.

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

Page 233: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 15 - Embalagens contendo ou contaminadas por Resíduos de Substâncias Perigosas . 3/7

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

Pelo facto de estarem contaminados com substâncias perigosas, este tipo de resíduos, apresenta riscos para quem os manuseia. Desta forma, aconselha-se a utilização de luvas apropriadas e vestuário de protecção no manuseamento deste tipo de resíduo.

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Obrigatoriedade do uso de vestuário de protecção

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

Dependendo da quantidade a armazenar poderá optar-se por acondicionar os resíduos directamente no solo em zona delimitada ou em contentor;

Por se tratarem de resíduos contaminados com substâncias perigosas, o acondicionamento deve ser efectuado em solo impermeável, ou dotado de bacia de retenção. Caso o acondicionamento seja efectuado em contentores estes devem ser estanques. Em ambos os casos este tipo de resíduos deve ser armazenado ao abrigo da exposição do sol, calor ou chuva.

Figura 1- Armazenamento de embalagens contendo ou contaminadas por resíduos de substâncias perigosas

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Parque de Resíduos

Perigosos

Piso convergente para sistema de

contenção de derrames

Page 234: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/7

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

Uma separação ineficiente na origem, qualquer que seja o tipo de resíduo, irá aumentar substancialmente os custos para o tratamento do mesmo, podendo tornar inviável a sua reutilização ou reciclagem; desta forma devem ser seleccionados pontos estratégicos para a colocação de ecopontos (devidamente identificados) nos locais de produção deste tipo de resíduos e todos os trabalhadores deverão ser sensibilizados para a correcta separação dos resíduos.

Se estes resíduos estiverem contaminados com substâncias corrosivas, deve ser dada especial atenção à resistência, estado de conservação e capacidade de contenção dos recipientes onde são colocados.

Os resíduos de embalagens contendo ou contaminadas por resíduos de substâncias perigosas, devem ser armazenados respeitando as indicações constantes na ficha de dados de segurança dos produtos nelas contidos ou que deram origem à contaminação.

Deve estar disponível uma lista de compostos compatíveis e incompatíveis, devendo ser respeitadas as incompatibilidades de armazenamento deste tipo de resíduos.

Se as embalagens estiverem contaminadas, ou contiverem substâncias inflamáveis devem estar armazenadas longe das fontes de ignição.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com a designação do resíduo e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

Figura 2 - Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação dos resíduos de embalagens contendo ou contaminadas por resíduos de substâncias perigosas.

Resíduo considerado material não perigoso para transporte.

TRANSPORTE

Page 235: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 15 - Embalagens contendo ou contaminadas por Resíduos de Substâncias Perigosas . 5/7

Para ser reutilizável a embalagem tem de ser transformada vazia e lavada antes de nova utilização.

R3: Reciclagem/recuperação de substâncias orgânicas não utilizadas como solventes.

R5: Reciclagem ou recuperação de outras matérias inorgânicas;

R1: Utilização principal como combustível ou outro meio de produção de energia.

R13: Acumulação de resíduos para serem submetidos a uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

D9 : Tratamento físico-químico.

D15: Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

Reutilização e Reciclagem

Actualmente os Centros Integrado de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos (CIRVER) estão aptos à valorização de embalagens contaminadas através da preparação para reutilização ou por reciclagem do material. Para o efeito, dispõem de linhas de lavagem, trituração de embalagens, entre outros processos, que permitem a obtenção de embalagens prontas para serem reutilizadas ou para reciclagem.

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade

pela gestão (Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 236: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

6/7

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da hierarquia dos

resíduos (Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos (Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de

registo (Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER): a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos; b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de registo (Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo: a) Origens discriminadas dos resíduos; b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos; c) Identificação das operações efectuadas; d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação: a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável; b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente; c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49 º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo

(Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo (Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

Decreto – Lei n.º 366-A/97, de 20 de Dezembro, alterado pelo Decreto – Lei n.º 162/2000, de 27 de Julho Estabelece os princípios e as normas aplicáveis à gestão de embalagens e resíduos de embalagens

Responsabilidade pela gestão das embalagens e resíduos de embalagens

(Art. 4º)

Os operadores económicos são co-responsáveis pela gestão das embalagens e resíduos de embalagem.

Os embaladores e importadores de produtos embalados são responsáveis pela prestação de contrapartidas financeiras destinadas a suportar os acréscimos de custos com a recolha selectiva e triagem de resíduos.

Page 237: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 15 - Embalagens contendo ou contaminadas por Resíduos de Substâncias Perigosas . 7/7

Portaria n.º 29-B/98, de 15 de Janeiro Estabelece as regras de funcionamento dos sistemas de consignação aplicáveis às embalagens

reutilizáveis e às não reutilizáveis, bem como as do sistema integrado aplicável apenas às embalagens não reutilizáveis

Embalagens reutilizáveis

Sistemas de consignação

(Art. 2º)

Os embaladores e ou os responsáveis pela colocação de produtos no mercado nacional que empreguem embalagens reutilizáveis para acondicionar os seus produtos devem estabelecer um sistema de consignação que permita recuperar e reutilizar as suas embalagens depois de usadas pelos consumidores.

Embalagens não reutilizáveis

Sistemas de gestão: integrado e de consignação

(Art. 6º)

Os embaladores e responsáveis pela colocação no mercado nacional de produtos embalados são responsáveis pela gestão e destino final dos seus resíduos de embalagem, podendo transferir essa responsabilidade para entidade gestora do sistema integrado – Sociedade Ponto Verde – ou desenvolvendo um sistema de consignação para gestão de embalagens.

Despacho n.º 7415/99, de 14 de Abril Aprova os modelos a preencher pelos embaladores, pelos responsáveis pela colocação no mercado

nacional e pelos distribuidores/comerciantes de embalagens

Os embaladores e responsáveis por colocação de produtos no mercado nacional devem remeter ao Instituto dos Resíduos até 31 de Março do ano imediato àquele a que se reportam os dados, os dados estatísticos relativos às suas actividades – Modelo n.º 1585 INCM.

Page 238: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS
Page 239: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 15 - Absorventes, Materiais Filtrantes, Panos de Limpeza e Vestuário de Protecção, contaminados por Substâncias Perigosas 1/5

Resíduo: Absorventes, Materiais Filtrantes, Panos de Limpeza e Vestuário de Protecção, contaminados por Substâncias Perigosas

O código do resíduo Absorventes, Materiais Filtrantes, Panos de Limpeza e Vestuário de Protecção, contaminados por Substâncias Perigosas, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 15 02 02* – Absorventes, Materiais Filtrantes (Incluindo Filtros de Óleo não Anteriormente Especificados), Panos de Limpeza e Vestuário de Protecção, Contaminados por Substâncias Perigosas.

(* Resíduo considerado perigoso)

Deve(m) ser consultada(s) a(s) ficha(s) de dados segurança do(s) produto(s) que deu/deram origem ao resíduo.

Deve(m) ser consultada(s) a(s) ficha(s) de dados segurança do(s) produto(s) que deu/deram origem ao resíduo.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Page 240: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/5

Para a prevenção e redução deste tipo de resíduos deverão ser implementadas acções tais como:

manutenção preventiva e curativa das máquinas e equipamentos de forma a evitar fugas e derrames de óleos, emulsões oleosas, ou outras substâncias perigosas.

utilização de bacias de retenção em zonas/máquinas/equipamentos que possam originar derrames; aquisição e utilização de kit de contenção de derrames. -elaborar, implementar e comunicar instruções/ procedimentos a todos os trabalhadores com

regras de prevenção deste tipo de resíduo. sensibilizar e formar todos os colaboradores, para a prevenção e minimização da produção de

resíduos.

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

Pelo facto de estarem contaminados com substâncias perigosas, este tipo de resíduos, apresenta riscos para quem os manuseia. Desta forma, aconselha-se a utilização de luvas apropriadas e vestuário de protecção no manuseamento deste tipo de resíduo.

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Obrigatoriedade do uso de vestuário de protecção

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 241: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 15 - Absorventes, Materiais Filtrantes, Panos de Limpeza e Vestuário de Protecção, contaminados por Substâncias Perigosas 3/5

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

Para o acondicionamento dos resíduos de absorventes, materiais filtrantes, panos de limpeza e vestuário de protecção, contaminados por substâncias perigosas, devem adoptar-se ecopontos para recolha nos locais de produção, sendo que esses ecopontos deverão ser descarregados posteriormente em contentores/locais apropriados no parque de resíduos da empresa para a sua armazenagem temporária, até recolha por operador licenciado para o efeito.

Figura 1- Contentor em chapa de aço apropriado para resíduos de absorventes, materiais filtrantes, panos de limpeza e vestuário de protecção, contaminados por substâncias perigosas.

Figura 2- Contentor em chapa de aço, com sistema basculante apropriado para resíduos de absorventes, materiais filtrantes, panos de limpeza e vestuário de protecção, contaminados por

substâncias perigosas.

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

Uma separação ineficiente na origem, qualquer que seja o tipo de resíduo, irá aumentar substancialmente os custos para o tratamento do mesmo, podendo tornar inviável a sua reutilização ou reciclagem; desta forma devem ser seleccionados pontos estratégicos para a colocação de ecopontos (devidamente identificados) nos locais de produção deste tipo de resíduos e todos os trabalhadores deverão ser sensibilizados para a correcta separação dos resíduos.

Por se tratarem de resíduos contaminados com substâncias perigosas, o acondicionamento deve ser efectuado em contentores estanques, e armazenados ao abrigo da exposição do sol, calor ou chuva.

Se estes resíduos estiverem contaminados com substâncias corrosivas deve ser dada especial atenção à resistência, estado de conservação e capacidade de contenção dos contentores.

Os resíduos de absorventes, materiais filtrantes, panos de limpeza e vestuário de proteção, contaminados por substâncias perigosas, devem ser armazenados respeitando as indicações constantes na ficha de dados de segurança do produto que os contaminou.

Deve estar disponível uma lista de compostos compatíveis e incompatíveis, devendo ser respeitadas as incompatibilidades de armazenamento deste tipo de resíduos.

Se os resíduos de absorventes estiverem contaminados com substâncias inflamáveis, devem estar armazenados longe das fontes de ignição.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com a designação do resíduo e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

Figura 3- Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação dos resíduos de absorventes, materiais filtrantes, panos de limpeza e vestuário de protecção, contaminados por substâncias perigosas.

Page 242: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/5

Resíduo considerado material não perigoso para transporte

Não Aplicável

Não Aplicável

R1: Utilização principal como combustível ou outro meio de produção de energia.

R13: Acumulação de resíduos para serem submetidos a uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

D5 :Depósitos subterrâneos especialmente concebidos. D9 : Tratamento físico-químico. D10: Incineração em terra. D15: Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente,

com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

Valorização energética

Os resíduos de absorventes, materiais filtrantes, panos de limpeza e vestuário de proteção, contaminados por substâncias perigosas poderão tornar-se Combustíveis Derivados de Resíduos (CDR). Consideram-se CDR, todos os resíduos de elevado poder calorífico que, por não serem passíveis de valorização material, acabariam por ser encaminhados para aterro sanitário. Contudo, após processamento, e de acordo com critérios, regulamentos e especificações, são convertidos em combustível secundário utilizado em instalações, na produção de energia para o processo produtivo.

Geralmente os CDR não constituem combustíveis principais da instalação, são incinerados em simultâneo ou em alternância com outros combustíveis, processo este denominado co-incineração.

TRANSPORTE

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

Page 243: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 15 - Absorventes, Materiais Filtrantes, Panos de Limpeza e Vestuário de Protecção, contaminados por Substâncias Perigosas 5/5

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade

pela gestão (Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

Princípio da hierarquia dos

resíduos (Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos (Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de

registo (Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER): a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos; b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de registo

(Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo: a) Origens discriminadas dos resíduos; b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos; c) Identificação das operações efectuadas; d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação: a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável; b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente; c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49 º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo (Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo (Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 244: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS
Page 245: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

9

CAPÍTULO LER 16Resíduo: Pneus Usados (LER 16 01 03)Resíduo: Veículos em Fim de Vida (LER 16 01 04 *)Resíduo: Transformadores e Condensadores contendo PCB (LER 16 02 09 *)Resíduo: Equipamentos fora de uso contendo Fluidos de Refrigeração (LER 16 02 11 *) Resíduo: Toners e Tinteiros (LER 16 02 16)

Page 246: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS
Page 247: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 16 – Pneus Usados 1/7

Resíduo: Pneus Usados

O código do resíduo Pneus Usados, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 16 01 03 – Pneus Usados.

Os pneus usados quando depositados de forma não controlada directamente no solo, ou na água promovem a sua contaminação. Por outro lado, os pneus oferecem grande risco de incêndio, pois queimam com muita facilidade, produzindo gases altamente poluidores pela diversidade de compostos que são libertados na combustão, podendo ainda causar contaminação da água, pois ao serem queimados, os pneus libertam um material oleoso, derivado de petróleo, que derramado nas linhas de água superficiais ou subterrâneos, tornam-na imprópria para o consumo.

Os resíduos de pneus usados, desde que não estejam contaminados com substâncias perigosas, não têm efeitos negativos na saúde pública.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Page 248: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/7

Na fase de concepção dos pneus devem ser investigados aspectos, tais como:

Processo de concepção e desenho do pneu garantindo cada vez mais a sua recauchutabilidade; Utilização de componentes com um menor impacto ambiental, tanto durante o fabrico, como em fim de vida

útil; Aumento da vida útil dos pneus, através de novos compostos de piso, reforço de cintas, contorno evitando

deformações, reforço do aço do talão, vedação contra penetrações, entre outros, o que se traduz em economia e diminuição de pneus a tratar em final de vida;

Na fase de fabricação do pneu, as medidas de prevenção mais relevantes para minimizar os resíduos de pneus prendem-se com o seguimento de processos de qualidade e de sistemas de gestão ambiental, que permitem minimizar o produto não conforme (rejeitado) e reduzir desperdícios no processo de fabrico.

Em relação à compra de pneus devem ser tomados em conta os seguintes aspectos:

Fomentar o uso de pneus de baixa resistência ao rolamento; Apoiar o desenvolvimento de um “grading” de classificação de pneus, por nível de resistência ao rolamento; Apoiar iniciativas no sentido de se aplicar um limite máximo de resistência ao rolamento nos pneus

comercializados na Europa; Utilizar as pressões de enchimento correctas, para minimizar o impacto nocivo sobre a segurança, resistência

ao rolamento e consumo (pneus e combustível), advindas de uma incorrecta manutenção.

As grandes marcas de pneus têm sido um dos motores da criação dos diversos sistemas de gestão integral de resíduos em toda a Europa, e têm igualmente promovido:

Investigação de formas de aproveitamento dos pneus em fim de vida, colaborando com inúmeros organismos e empresas;

A reutilização dos pneus através da sua reconstrução (rechapagem, recauchutagem, reesculturação).

Existem ainda outras formas de reutilização dos pneus nomeadamente através da:

utilização em trabalhos de construção civil e obras públicas; utilização como protecção de embarcações, molhes marítimos ou fluviais;

revestimento dos suportes dos separadores de vias de circulação automóvel.

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

Page 249: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 16 – Pneus Usados 3/7

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

Desde que não estejam contaminados com substâncias perigosas, os resíduos de pneus usados não são considerados perigosos; no entanto devido às suas características físicas apresentam alguns riscos (entalamento, esmagamento) para quem os manuseia. Desta forma, aconselha-se a utilização de luvas, vestuário e calçado apropriado no manuseamento deste tipo de resíduo.

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Obrigatoriedade do uso de vestuário

de protecção

Obrigatoriedade do uso de

calçado de segurança

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

Dependendo da quantidade a armazenar poderá optar-se por acondicionar os pneus usados em contentores, directamente no solo, devidamente impermeabilizado e em zona delimitada ou em contentores;

Figura 1- Contentor em chapa de aço para pneus usados

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

Uma separação ineficiente na origem, qualquer que seja o tipo de resíduo, irá aumentar substancialmente os custos para o tratamento do mesmo, podendo tornar inviável a sua reutilização ou reciclagem.

Deverá ser dada especial atenção à resistência, estado de conservação e capacidade de contenção dos contentores, bem como atender aos eventuais problemas associados ao empilhamento inadequado dos resíduos e/ou contentores de resíduos.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com a designação do resíduo e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

Figura 2- Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação dos resíduos de pneus usados

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 250: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/7

Entrega de Pneus Usados O detentor dos pneus usados pode encaminhar este resíduo directamente para um operador de gestão de

resíduos licenciado ou através da rede de recolha da Valorpneu, entidade responsável pelo sistema integrado de gestão de pneus usados.

A rede de recolha da Valorpneu é constituída por 39 Pontos de Recolha no Continente, 8 Pontos de Recolha na R. A. dos Açores e 1 Ponto de Recolha na R. A. da Madeira. (ver localizações em http://www.valorpneu.pt/mapa_localizacao.aspx?lang=pt&id_object=52&name=Rede-de-Pontos-de-Recolha).

Os Pontos de Recolha aceitam nas suas instalações os pneus usados a custo zero, livres de encargos para os detentores.

A descarga dos pneus usados nos Pontos de Recolha da Valorpneu tem de respeitar as seguintes condições:

Os pneus usados não podem apresentar quaisquer contaminações.

Deve ser entregue toda a documentação necessária:

Guia de acompanhamento de resíduos (GAR); Fotocópia do cartão de contribuinte; Ficha de caracterização de origens devidamente preenchida.

Os meios de descarga são da responsabilidade do detentor.

Resíduo considerado material não perigoso para transporte.

Processos de rechapagem, recauchutagem, reesculturação.

R5: Reciclagem/recuperação de outros materiais inorgânicos.

R:1

R13:

Utilização principal como combustível ou outro meio de produção de energia

Acumulação de resíduos para serem submetidos a uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

D1:

D15:

Depósito à superfície ou no subsolo.

Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

TRANSPORTE

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

Page 251: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 16 – Pneus Usados 5/7

Preparação para a reutilização

A reconstrução do pneu passa por processos de reesculturação e de recauchutagem a frio e a quente, permitindo prolongar a sua vida útil.

A reesculturação consiste na abertura do piso do pneu quando este já se encontra com desgaste.

A recauchutagem é o processo através do qual ocorre o reacondicionamento de um pneu usado, por aplicação de um novo piso ou por aplicação de um novo piso e novas paredes laterais.

O processo de recauchutagem contribui claramente para a redução dos consumos de recursos naturais (petróleo e seus derivados, borracha natural, etc.) economizando cerca de 2/3 das matérias primas e energia indispensáveis para a produção de um pneu novo. Igualmente, reduz o volume de resíduos produzidos e oferece condições de segurança idênticas a um pneu novo, respeitando critérios de homologação similares.

Os utilizadores de pneus pesados recorrem à recauchutagem, como método de redução de custos, servindo-se da recauchutabilidade das carcaças novas, até ao seu limite.

A recauchutagem é em Portugal um destino privilegiado para os pneus usados. Seguem esta via 27% dos pneus usados gerados anualmente, taxa que corresponde a mais do dobro da média europeia.

Reciclagem, outros tipos de Valorização e Eliminação

Os pneus usados que não puderem ser recauchutados devem ser sujeitos a operações de valorização cumprindo com a hierarquia de gestão atrás referida. As diversas operações de gestão de valorização são:

reciclagem: utilizando o granulado de borracha como aditivo para peças plásticas, aumentando-lhes a elasticidade; fabrico de produtos vários a partir da borracha, como por exemplo, sandálias, capas, tacões e solas para calçado, telas e tapetes para parques infantis; aplicação em bases de campos de golfe e de futebol, melhorando as condições dos relvados; aplicação em pavimentos industriais e ainda, como material isolante, etc;

valorização energética;

pirólise (destilação destrutiva).

Quanto ao fim do estatuto de resíduo, a Comissão Europeia delegou a Joint Research Centre – The Institute for Prospective Technological Studies (JRC/IPTS) de definir critérios específicos para o estabelecimento do fim do estatuto de resíduo, pelo menos para agregados, papel, vidro, metal, pneus e têxteis

FIM DO ESTATUTO DO RESÍDUO (ARTIGO 44.º - B DO DECRETO-LEI Nº 73/2011, DE 17 DE JUNHO)

Page 252: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

6/7

Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade pela

gestão

(Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

Princípio da hierarquia dos resíduos

(Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos

(Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de registo

(Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER):

a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos;

b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos.

Informação objecto de registo

(Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo:

a) Origens discriminadas dos resíduos;

b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos;

c) Identificação das operações efectuadas;

d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação:

a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável;

b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente;

c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 253: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 16 – Pneus Usados 7/7

Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo anterior por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo

(Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo

(Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

Decreto-Lei n.º 111/2001, de 6 de Abril, alterado pelos: Decreto-Lei n.º 43/2004, de 2 de Março, Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro e Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho

Estabelece o regime jurídico a que fica sujeita a gestão de pneus e pneus usados Princípios de gestão

(Art. 3º) Constituem princípios fundamentais de gestão de pneus e de pneus usados a prevenção da

produção destes resíduos, aliada ao aumento da vida útil dos pneus, a promoção da recauchutagem e a implementação e desenvolvimento de sistemas de reciclagem e de outras formas de valorização de pneus usados.

Proibições

(Art. 5º) É proibida a combustão de pneus sem recuperação energética, nomeadamente a

queima a céu aberto, e o abandono de pneus usados, bem como a sua gestão por entidades não autorizadas e ou licenciadas para o efeito.

Responsabilidade pela gestão

(Art. 6º)

O produtor, é responsável pela recolha, transporte e destino final adequado dos pneus usados, devendo esta responsabilidade ser transferida para uma entidade gestora devidamente licenciada para este fluxo específico de resíduos.

A responsabilidade do produtor pelo destino adequado dos pneus usados só cessa mediante a entrega dos mesmos, por parte da entidade gestora, a uma entidade devidamente autorizada e ou licenciada para a sua recauchutagem, reciclagem ou outras formas de valorização.

Entidade gestora

(Art. 7º) A entidade gestora deve ser uma entidade sem fins lucrativos, em cuja composição poderão

figurar, além dos produtores, os distribuidores, os recauchutadores, recicladores e valorizadores., tendo em conta as respectivas obrigações, definidas no Decreto-Lei n.º111/2001.

Regras para a recolha

(Art. 9º)

Aquando da comercialização de pneus, os produtores e distribuidores discriminam, num item específico a consagrar na respectiva factura, o valor correspondente à contrapartida financeira fixada a favor da entidade gestora.

Os distribuidores não podem recusar-se a aceitar pneus usados contra a venda de pneus do mesmo tipo e na mesma quantidade, devendo remeter os mesmos para recauchutagem ou para os locais previstos.

A recolha de pneus usados, mediante entrega nos locais adequados, é feita sem qualquer encargo para o detentor.

Os pneus usados recolhidos deverão ser armazenados em locais devidamente autorizados ou licenciados em consonância com a legislação aplicável.

Outra informação considerada relevante

Caso os resíduos de pneus, satisfaçam as condições de fim do estatuto de resíduo, não se aplicam as disposições legais relativas à gestão do resíduo.

Page 254: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS
Page 255: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 16 – Veículos em Fim de Vida 1/7

Resíduo: Veículos em Fim de Vida

O código do resíduo Veículos em Fim de Vida, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 16 01 04* – Veículos em Fim de Vida

Notas: * Resíduo considerado perigoso.

Um automóvel é um produto complexo, onde se utilizam centenas de materiais e de produtos diferentes, alguns dos quais perigosos. Assim sendo, se este tipo de resíduos não for desmantelado e fragmentado, além da ocupação de espaço que representa, contaminará o solo e água.

Tal como referido anteriormente, este tipo de resíduo é um produto complexo, onde se utilizam centenas de materiais e de produtos diferentes, alguns dos quais tóxicos e que por isso têm impacte negativo na saúde, designadamente as baterias, fluidos de refrigeração, entre outros.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Page 256: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/7

Com vista à promoção da prevenção e da valorização dos resíduos de veículos e de VFV, os fabricantes de veículos, em colaboração com os fabricantes de materiais e equipamentos, devem:

a) Controlar e reduzir a utilização de substâncias perigosas nos veículos, a partir da fase da sua concepção, com vista a prevenir a sua libertação para o ambiente, a facilitar a reciclagem e a evitar a necessidade de eliminar resíduos perigosos;

b) Nas fases de concepção e de produção de novos veículos, tomar em consideração a necessidade de desmantelamento, reutilização e valorização, especialmente a reciclagem, de VFV, bem como dos seus componentes e materiais;

c) Integrar, progressivamente, uma quantidade crescente de materiais reciclados nos veículos, seus componentes ou outros produtos, com vista ao desenvolvimento do mercado de materiais reciclados.

O Decreto-Lei n.º 196/2003, de 23 de Agosto, refere que todos os operadores são responsáveis pela gestão dos VFV, seus componentes e materiais, designadamente, os proprietários e ou detentores de VFV são responsáveis pelo seu encaminhamento para um centro de recepção ou para um operador de desmantelamento acreditado.

A VALORCAR é uma entidade privada, sem fins lucrativos, criada em 2003 e possui actualmente licenças para gerir Veículos em Fim de Vida (VFV) e Baterias de Veículos Usadas (BVU).

O Sistema Integrado de Veículos em Fim de Vida (VFV) abrange os veículos ligeiros de passageiros e de mercadorias, designadamente:

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 257: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 16 – Veículos em Fim de Vida 3/7

Os veículos classificados na categoria M1 (veículos a motor destinados ao transporte de passageiros, com oito lugares sentados no máximo, além do lugar do condutor);

Os veículos classificados na categoria N1 (veículos a motor destinados ao transporte de mercadorias, com peso máximo em carga tecnicamente admissível não superior a 3,5 toneladas);

Os veículos a motor de três rodas, com exclusão dos triciclos a motor.

Regra geral, todo o processo de recepção do veículo, reciclagem e tratamento administrativo dos documentos é inteiramente gratuito. No entanto, de acordo com a legislação aplicável, um centro poderá cobrar pela recepção de um veículo que já não contiver o motor, os veios de transmissão, a caixa de velocidades, o catalisador, as unidades de comando electrónico ou a carroçaria.

Resíduo considerado material não perigoso para transporte.

Se o veículo já não se deslocar, legalmente o proprietário/detentor é responsável pelos custos de transporte do veículo até ao centro de recepção. No entanto, em muitas situações (dependendo do veículo e do local onde este se encontra), o centro consegue efectuar este transporte gratuitamente. Esta situação deverá ser acordada com o centro para onde decidir encaminhar o veículo.

Materiais desmantelados o

Autoridades Último Proprietário

VALORCAR

ContratoCentros de Recepção Autorizados

Desmanteladores Autorizados

FragmentadoresAutorizados

Recicladores

Deposição Final

Mercado de Reutilização

Valorização Energética

Cancelamento do registo

Certificado de Destruição

Materiais desmantelados para a reciclagem

Resíduos de fragmentação

Transporte de VFV

Transporte de VFVdesmantelado

Materiais triados e fragmentados

TRANSPORTE

Page 258: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/7

Não aplicável

R5: Reciclagem / recuperação de outras matérias inorgânicas.

R13: Acumulação de resíduos para serem submetidos a uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada

D5:

D15:

Depósitos subterrâneos especialmente concebidos

Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada

Desmantelamento e Desfragmentação dos VFV

Nos desmanteladores, os VFV passam por duas fases. Numa primeira fase o VFV é descontaminado, ou seja, são-lhe removidos óleos de motor, hidráulicos e transmissão, óleo de travões, óleo dos amortecedores, combustível, líquido limpa-vidros, líquido de arrefecimento, bateria, filtros de óleo, pneus, vidros, catalizador, depósito de gás liquefeito, pára-choques, gás do ar condicionado e são neutralizados os componentes pritotécnicos (e.g.: airbags e os pré-tensores dos cintos de segurança). Na etapa seguinte é promovida a remoção de peças para reutilização.

Depois do desmantelamento, a carcaça do VFV segue para fragmentação. Esta operação é realizada num moinho de martelos, que corta as partes metálicas dos automóveis em pedaços de tamanho reduzido e reduz a pedaços ainda mais pequenos os outros materiais.

A fragmentação facilita a separação dos materiais com valor económico, como os metais ferrosos, os alumínios e os cobres, dos outros sem valor económico como os plásticos, os têxteis, as espumas, as borrachas e o vidro. Estes últimos constituem o ASR (Automotive Shredder Residues ou fluff) e são colocados em aterro.

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

Page 259: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 16 – Veículos em Fim de Vida 5/7

Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade

pela gestão (Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no número anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

Princípio da hierarquia dos

resíduos (Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos (Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e -GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de

registo (Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER): a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos; b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de registo

(Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo: a) Origens discriminadas dos resíduos; b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos; c) Identificação das operações efectuadas; d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação: a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável; b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente; c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49 º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 260: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

6/7

Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Prazo de inscrição e de registo (Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo (Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

Decreto-Lei n.º 196/2003, de 23 de Agosto, alterado pelos: Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, Decreto-Lei n.º 64/2008, de 8 de Abril, Decreto-Lei n.º 98/2010, de 11 de Agosto e Decreto-Lei n.º 73/2011,

de 17 de Junho Estabelece o regime jurídico a que fica sujeita a gestão de VFV

Princípios de gestão

(Art. 3º )

Constituem princípios fundamentais da gestão de veículos e de VFV a prevenção da produção de resíduos provenientes de veículos, particularmente reduzindo a incorporação de substâncias perigosas no seu fabrico, bem como o recurso a sistemas de reutilização, de reciclagem e a outras formas de valorização, com vista a reduzir a quantidade e a perigosidade dos resíduos a eliminar. São, nomeadamente, objectivos do presente regime legal: a) Reduzir a quantidade de resíduos a eliminar provenientes de veículos e de VFV; b) A melhoria contínua do desempenho ambiental de todos os operadores intervenientes no ciclo de vida dos veículos e, sobretudo, dos operadores directamente envolvidos no tratamento de VFV.

Até 1 de Janeiro de 2015 deve ser garantido pelos operadores que: a) A reutilização e a valorização de todos os VFV aumentem para um mínimo de 95% em peso, em média, por veículo e por ano; b) A reutilização e a reciclagem de todos os VFV aumentem para um mínimo de 85% em peso, em média, por veículo e por ano.

Responsabilidade

(Art. 5º )

Todos os operadores são responsáveis pela gestão dos VFV, seus componentes e materiais.

Os operadores de reparação e manutenção de veículos são responsáveis pelo adequado encaminhamento para tratamento dos componentes ou materiais que constituam resíduos e que sejam resultantes de intervenções por si realizadas em veículos, sem prejuízo da aplicação de outros regimes legais, designadamente em matéria de gestão de óleos usados, de acumuladores usados e de pneus usados, e nos termos dos princípios da regulação da gestão de resíduos.

Os proprietários e ou detentores de VFV são responsáveis pelo seu encaminhamento para um centro de recepção ou para um operador de desmantelamento.

Os fabricantes ou importadores de veículos são responsáveis, directamente ou através de entidades gestoras, por assegurar a recepção de VFV nos centros de recepção e nos operadores de desmantelamento, nos termos dos n.os 7 e 10 do artigo 14.º

Os operadores de recepção, transporte e tratamento de VFV são responsáveis por desenvolver a sua actividade sem colocar em perigo a saúde pública e o ambiente, nos termos dos artigos 18.º, 19.º e 20.º do Decreto-Lei n.º 196/2003.

Os operadores são responsáveis por adoptar as medidas adequadas para privilegiar a reutilização efectiva dos componentes reutilizáveis, a valorização dos não passíveis de reutilização, com preferência pela reciclagem, sempre que viável do ponto de vista ambiental, não descurando os requisitos de segurança dos veículos e do ambiente, tais como o controlo do ruído e das emissões para a atmosfera.

Prevenção

(Art. 6º )

Com vista à promoção da prevenção e da valorização dos resíduos de veículos e de VFV, os fabricantes de veículos, em colaboração com os fabricantes de materiais e equipamentos, devem: a) Controlar e reduzir a utilização de substâncias perigosas nos veículos, a partir da fase da sua concepção, com vista a evitar a sua libertação para o ambiente, a facilitar a reciclagem e a evitar a necessidade de eliminar resíduos perigosos; b) Nas fases de concepção e de produção de novos veículos, tomar em consideração a necessidade de desmantelamento, reutilização e valorização, especialmente a reciclagem, de VFV, bem como dos seus componentes e materiais;

Page 261: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 16 – Veículos em Fim de Vida 7/7

Decreto-Lei n.º 196/2003, de 23 de Agosto, alterado pelos: Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, Decreto-Lei n.º 64/2008, de 8 de Abril, Decreto-Lei n.º 98/2010, de 11 de Agosto e Decreto-Lei n.º 73/2011,

de 17 de Junho Estabelece o regime jurídico a que fica sujeita a gestão de VFV

c) Integrar, progressivamente, uma quantidade crescente de materiais reciclados nos veículos, seus componentes ou outros produtos, com vista ao desenvolvimento do mercado de materiais reciclados.

Codificação e informação

(Art. 7º)

Com vista a facilitar a identificação dos componentes e materiais passíveis de reutilização e de valorização, os fabricantes ou importadores de veículos devem utilizar, para rotulagem e identificação de componentes e materiais de veículos, a partir de 1 de Setembro de 2003, em colaboração com os fabricantes de materiais e de equipamentos, a nomenclatura das normas ISO de codificação referidas no anexo II do Decreto-Lei nº 196/2003.

Os fabricantes ou importadores de veículos fornecerão informações de ordem ambiental aos eventuais compradores, devendo as mesmas ser incluídas em publicações ou em meios electrónicos de carácter publicitário utilizados na comercialização do novo veículo.

Os fabricantes ou importadores de veículos fornecerão, no prazo máximo de seis meses após o início da sua comercialização, informações de desmantelamento para cada tipo de novo veículo colocado no mercado, devendo as mesmas identificar os diferentes componentes e materiais, bem como a localização de todas as substâncias perigosas dos veículos, na medida do necessário para que as instalações de tratamento possam cumprir as disposições estabelecidas no presente diploma e, nomeadamente, para que sejam atingidos os objectivos previstos no artigo 4.º.

O disposto neste artigo não é aplicável aos fabricantes ou importadores de veículos que fabriquem ou importem exclusivamente veículos produzidos em pequenas séries, homologados de acordo com o disposto no artigo 24.o do Decreto-Lei n.o 72/2000, de 6 de Maio, nem aos veículos a motor de três rodas, previstos no Decreto-Lei n.o 30/2002, de 16 de Fevereiro.

Gestão dos VFV

(Art. 8º)

Para efeitos do cumprimento das obrigações estabelecidas no presente diploma, os fabricantes ou importadores de veículos ficam obrigados a submeter a gestão de VFV a um sistema integrado ou a um sistema individual.

Só poderão ser colocados no mercado nacional e comercializados os veículos cujos fabricantes ou importadores tenham adoptado um dos dois sistemas previstos no ponto anterior para a gestão de VFV.

Sistema Integrado

(Art. 9º)

No âmbito do sistema integrado, a responsabilidade dos fabricantes ou importadores de veículos pela gestão de VFV é transferida destes para uma entidade gestora do sistema integrado, desde que devidamente licenciada para exercer essa actividade, nos termos do artigo 13º do diploma legal em questão.

Sistema Individual

(Art. 16º)

Em alternativa ao sistema integrado, os fabricantes ou importadores de veículos poderão optar por assumir as suas obrigações a título individual, carecendo para o efeito de uma autorização específica da APA, a qual apenas será concedida se forem garantidas as obrigações previstas para o sistema integrado.

Cancelamento da matrícula e

emissão de um certificado

(Art. 17º)

O cancelamento da matrícula de um VFV encontra -se condicionado à exibição, perante o Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres, I. P. (IMTT), de um certificado de destruição emitido por um operador de desmantelamento que exerça a respectiva actividade de harmonia com o disposto no artigo 20.º do diploma legal em questão.

Para efeitos do disposto no ponto anterior, quando da entrega de um VFV nos termos do n.º 2 do artigo 14.º o seu proprietário e outros legítimos possuidores devem: a) Entregar o documento de identificação do veículo e o título de registo de propriedade; b) Requerer o cancelamento da respectiva matrícula, através do preenchimento de impresso de modelo legal, que será disponibilizado pelo centro de recepção ou operador de desmantelamento.

Page 262: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS
Page 263: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 16 - Transformadores e Condensadores contendo PCB 1/7

Resíduo: Transformadores e Condensadores contendo PCB

O código do resíduo Transformadores e Condensadores contendo PCB, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 16 02 09* – Transformadores e Condensadores contendo PCB

* Resíduo considerado perigoso

Apesar de os PCB não serem produzidos actualmente, o ser humano continua a estar exposto a estes compostos, uma vez que os mesmos persistem no ambiente por décadas devido à sua resistência à degradação. Por outro lado, a libertação dos PCB para o ambiente pode ainda ocorrer, nomeadamente através de situações de descargas indevidas de fluidos contendo PCB, fugas de equipamentos eléctricos contaminados, armazenamento irregular de resíduos contaminados, entre outras.

Os PCB possuem características de perigosidade para o ambiente e para a saúde humana, as quais se devem à sua persistência e bio-acumulação, fazendo com que estejam incluídos na lista de poluentes orgânicos persistentes (POP) listados no Protocolo UN/CE acordado em Estocolmo em Maio de 2001 (Fonte: APA, 2010).

Os seres vivos em geral e o próprio homem absorvem os PCB através da pele, da cadeia alimentar e por inalação.

Além de serem bio-acumuláveis os PCB apresentam ainda a capacidade para se bioamplificar (i.e. acumulação progressiva ao longo da cadeia alimentar) em condições ambientais específicas, podendo atingir concentrações toxicológicas importantes.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Page 264: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/7

Para a prevenção e redução deste tipo de resíduos na compra de equipamentos usados devem tomar-se as medidas necessárias para garantir que os equipamentos não contêm PCB.

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

Os equipamentos contendo PCB devem ser manuseados e movimentados com cuidado a fim de evitar choques mecânicos que possam causar derrames. Os condensadores devem ser manuseados através das abas laterais e nunca pelas buchas. Os transformadores devem ser manuseados de acordo com as recomendações do fabricante;

Não tombar equipamentos ou recipientes para evitar derrames;

Os equipamentos ou recipientes com PCB devem ser movimentados preferencialmente através de empilhadores, guinchos ou contentores apropriados e conduzidos por profissionais especializados em movimentação de carga.

Pelo facto de conterem substâncias perigosas, este tipo de resíduos, apresenta riscos para quem os manuseia. Desta forma, deverão ser utilizados os equipamentos de protecção individual recomendados na respectiva ficha de dados de segurança. No entanto, geralmente aconselha-se a utilização de luvas apropriadas, máscara respiratória e vestuário de protecção no manuseamento deste tipo de resíduo.

Imediatamente após a realização de trabalhos em equipamentos com PCB, o rosto, mãos e braços devem ser lavados com água morna e sabão neutro. É desaconselhável o uso de solventes, detergentes ou abrasivos;

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 265: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 16 - Transformadores e Condensadores contendo PCB 3/7

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de

luvas

Obrigatoriedade do uso de máscara respiratória

Obrigatoriedade do uso de

vestuário de protecção

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo O período de armazenamento de PCB usados e equipamentos contendo PCB, à espera de eliminação, por

parte do detentor não pode exceder os 18 meses (número 5 do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 277/99, alterado pelo Decreto-Lei nº 72/2007).

O armazenamento temporário de PCB deve obedecer às seguintes condições:

o espaço destinado ao armazenamento de equipamentos com PCB deve ser coberto e deve estar individualizado, não devendo verificar-se mistura com outro tipo de resíduos, sobretudo resíduos facilmente inflamáveis como solventes;

O local deve estar identificado e devidamente assinalado com placa de Entrada Proibida;

Figura 1- Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação dos resíduos de Transformadores e Condensadores contendo PCB

Este espaço deverá, também, estar dotado de bacia de retenção, revestida de material impermeável que constitua uma superfície lisa, continua resistente aos PCB, cujo volume seja equivalente a pelo menos 25% do total do volume líquido do PCB armazenado;

O local deve ser bem ventilado; É expressamente proibido comer, beber e fumar nos locais onde se encontram PCB; O local deve estar suficientemente afastado de zonas de armazenamento de outros produtos, especialmente

alimentos e bebidas; Todos os equipamentos armazenados contendo PCB deverão ser vistoriados regularmente verificando a

ocorrência de derrames; O equipamento deve estar devidamente rotulado, devendo ostentar o símbolo de perigo com a seguinte

estrutura: a) A cruz de Santo André, com a inscrição "NOCIVO"; b) Frases de risco e conselhos de prudência, consoante o caso: "Contém policlorobifenilos" – PCB;

"Perigo de efeitos cumulativos"; "Em caso de incêndio ou explosão, não respirar os fumos";”Não se desfazer deste produto ou do recipiente sem tomar as devidas precauções”.

Em caso de incêndio, a intervenção deverá ser feita usando máscaras contra gases, com filtro orgânico código B Norma DIN 3181.

Não poderão ser vendidos tambores contaminados, nem utilizá-los para acondicionar outros produtos. O responsável pelo local de armazenamento deverá manter um registo dos equipamentos armazenados no

local. Deverão constar no registo as seguintes informações: Data de entrega do equipamento; Tipo (transformador, condensador); Origem, com indicação do detentor; Quantidade de óleo contendo PCB.

Page 266: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/7

Nem todos os resíduos classificados como perigosos na Lista Europeia de Resíduos (LER) são considerados matérias perigosas para o transporte, e por este facto, deverá(ão) ser consultada(s) a(s) ficha(s) de dados de segurança do(s) produto(s) que deu/deram origem ao resíduo, bem como, o Decreto-Lei n.º 41-A/2010, de 29 de Abril (posteriormente rectificado pela Declaração de Rectificação n.º 18/2010, de 28 de Junho), que regula o transporte terrestre, rodoviário e ferroviário de mercadorias perigosas, por forma a averiguar se o resíduo em questão é considerado mercadoria perigosa para transporte.

Descontaminação dos PCB.

Após descontaminação:

R5: Reciclagem/recuperação de outros materiais inorgânicos.

R13 Armazenamento de resíduos destinados a uma das operações enumeradas de R 1 a R 12 (com exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde os resíduos foram produzidos).

Não Aplicável.

D8: Tratamento biológico que produz compostos ou misturas finais que são rejeitados por meio de qualquer das operações enumeradas de D1 a D12 (ver Anexo III da Portaria n.º 209/2004 de 3 de Março).

D9: Tratamento físico-químico que produz compostos ou misturas finais rejeitados por meio de qualquer das operações enumeradas de D1 a D12 (por exemplo, evaporação, secagem, calcinação, etc.).

D10: Incineração em terra; D12: Armazenagem permanente, por exemplo, armazenagem de contentores numa

mina, etc.; D15: Armazenagem enquanto se aguarda a execução de uma das operações

enumeradas de D1 a D14 (com exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada).

Descontaminação

Por descontaminação de PCB entende-se, na acepção do Decreto-Lei n.º 277/99, "o conjunto das operações que tornam reutilizáveis ou recicláveis os equipamentos, objectos, materiais ou fluidos contaminados por PCB ou que permitem a sua eliminação em condições de segurança, e que podem incluir a sua substituição, ou seja, o conjunto de operações que consistem em substituir os PCB por um fluido adequado que não contenha PCB”.

TRANSPORTE

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

Page 267: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 16 - Transformadores e Condensadores contendo PCB 5/7

Eliminação de PCB

Por eliminação de PCB entende-se, na acepção do Decreto-Lei n.º 277/99, “as operações D8, D9, D10, D12 (somente em condições de armazenamento subterrâneo seguro e profundo em formação rochosa seca e apenas para equipamentos que contenham PCB ou PCB usados que não possam ser descontaminados) e D15, previstas na Decisão n.º 96/350/CE, de 24 de Maio”.

Sendo que:

D8 – Tratamento biológico que produz compostos ou misturas finais que são rejeitados por meio de qualquer das operações enumeradas de D1 a D12 (ver Anexo III da Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março);

D9 – Tratamento físico-químico que produz compostos ou misturas finais rejeitados por meio de qualquer das operações enumeradas de D1 a D12 (por exemplo, evaporação, secagem, calcinação, etc.);

D10 – Incineração em terra;

D12 – Armazenagem permanente, por exemplo, armazenagem de contentores numa mina, etc.;

D15 – Armazenagem enquanto se aguarda a execução de uma das operações enumeradas de D1 a D14 (com exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada).

Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade

pela gestão

(Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos

Princípio da hierarquia dos

resíduos

(Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos

(Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 268: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

6/7

Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Obrigatoriedade de inscrição e de

registo

(Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER):

a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos;

b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de registo

(Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo: a) Origens discriminadas dos resíduos; b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos; c) Identificação das operações efectuadas; d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação: a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável; b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente; c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo anterior por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo

(Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo

(Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

Decreto-Lei nº 277/99, de 23 de Julho, alterado pelo Decreto-Lei nº 72/2007 Estabelece as regras a que ficam sujeitas a eliminação dos PCB, a descontaminação ou a eliminação de

equipamentos que contenham PCB e a eliminação de PCB usados, tendo em vista a destruição total destes

Descontaminação, armazenagem, eliminação e transporte

(Art. 5º)

Os PCB usados e os equipamentos que contenham PCB sujeitos a inventário nos termos do nº1 do artigo 4º devem ser entregues logo que possível a uma empresa autorizada nos termos do artigo 8.º do Decreto-Lei n.º 277/99, de 23 de Julho.

As empresas de eliminação/descontaminação de PCB devem manter um registo com indicação da quantidade, origem, natureza e teor em PCB e PCB usados que lhes sejam entregues e enviar os respectivos dados à ANR.

As empresas devem passar aos detentores que entreguem PCB, PCB usados e equipamentos contendo PCB, um certificado de entrega que especificará a natureza e quantidade de PCB (para efeitos de certificação da entrega poderão ser usadas as guias de acompanhamento de resíduos previstas na Portaria nº 335/97, de 16 de Maio).

Antes da entrega dos PCB, dos PCB usados e ou dos equipamentos que contenham PCB a uma empresa autorizada devem ser tomadas todas as precauções necessárias para evitar qualquer risco de incêndio, devendo, para esse efeito, os PCB serem mantidos afastados de qualquer produto inflamável.

O detentor destes resíduos pode proceder ao seu armazenamento temporário antes da eliminação por um período de tempo não superior a 18 meses e de acordo com as instruções aprovadas por despacho do presidente da ANR, publicado no Diário da República.

Page 269: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 16 - Transformadores e Condensadores contendo PCB 7/7

Decreto-Lei nº 277/99, de 23 de Julho, alterado pelo Decreto-Lei nº 72/2007 Estabelece as regras a que ficam sujeitas a eliminação dos PCB, a descontaminação ou a eliminação de

equipamentos que contenham PCB e a eliminação de PCB usados, tendo em vista a destruição total destes

Quando for utilizada a incineração para fins de eliminação, é aplicável o Decreto-Lei n.º 85/2005, de 28 de Abril, podendo ser autorizados outros métodos de eliminação dos PCB, PCB usados e ou equipamentos que contenham PCB, desde que atinjam níveis de segurança ambientalmente equivalentes, por comparação com a incineração, e obedeçam aos requisitos técnicos considerados como sendo a melhor técnica disponível.

O transporte de PCB, de equipamentos que contenham PCB e dos PCB usados conforme definidos no artigo 2º rege-se pelo Regulamento Nacional do Transporte de Mercadorias Perigosas por Estrada (RPE).

Condições de descontaminação

(Art. 6º)

Os transformadores que contenham mais de 0,05% de PCB, em peso, no fluido dieléctrico devem ser descontaminados nas seguintes condições: a) O objectivo da descontaminação é a redução do teor de PCB para menos de 0,05%, em peso,

e, se possível, para uma quantidade que não ultrapasse 0,005%, em peso; b) O fluido de substituição sem PCB deve garantir uma nítida diminuição dos riscos; c) A substituição do fluido não deve comprometer a eliminação posterior dos PCB; d) Após a descontaminação, a inscrição ostentada pelo transformador deve ser substituída pela

inscrição prevista no anexo III do Decreto-Lei n.º 277/99.

Em derrogação do disposto no artigo 3.º, os transformadores cujos fluidos tenham um teor de PCB, em peso, entre 0,05% e 0,005% devem ser descontaminados, nas condições referidas nas alíneas b) a d) do ponto anterior, ou eliminados após o final da sua vida útil.

Proibições

(Art. 7º)

É proibido:

A comercialização e a preparação de PCB;

Qualquer tipo de incineração de PCB e/ou de PCB usados em navios;

A separação de PCB de outras substâncias com vista à sua reutilização;

O enchimento de transformadores com PCB;

Fica excluída da proibição da comercialização de PCB quando a finalidade for exclusivamente uma das seguintes:

a) Para eliminação; b) Para completar níveis em equipamentos já em serviço à data de entrada em vigor do presente

diploma, desde que não seja possível, por razões técnicas, o uso de produtos de substituição.

Até à sua descontaminação, desactivação e ou eliminação, nos termos do Decreto-Lei n.º277/99, a manutenção dos transformadores que contenham PCB apenas pode continuar se tiver como objectivo assegurar que os PCB neles contidos satisfazem as regras ou especificações técnicas relativas à qualidade dieléctrica e desde que os transformadores se encontrem em bom estado e não apresentem fugas.

Page 270: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS
Page 271: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 16 – Equipamentos fora de uso contendo Fluidos de Refrigeração 1/5

Resíduo: Equipamentos fora de uso contendo Fluidos de Refrigeração

O código do resíduo Equipamentos fora de uso contendo Fluidos de Refrigeração, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 16 02 11* - Equipamentos fora de uso contendo Clorofluorcarbonetos, HCFC, HFC.

(* Resíduo considerado perigoso)

Este tipo de resíduo possui fluidos de refrigeração, que poderão conter CFC, HCFC ou HFC. Um clorofluorocarboneto (clorofluorcarboneto, clorofluorcarbono ou CFC) é um composto baseado em carbono que contém cloro e flúor, responsável pela destruição da camada de ozono, e antigamente produzido para aerossóis e gases para refrigeração.

Apesar de actualmente ser proibida a produção de CFC, estes compostos, ainda existem em equipamentos mais antigos, contribuindo para a degradação da camada do ozono.

Uma das alternativas tem sido os hidroclorofluorocarbonetos (HCFC), haloalcanos, estimando-se um impacto ambiental menor relativamente aos CFC, no entanto ainda são responsáveis pela redução da camada do ozono. Outra alternativa são os hidrofluorcarbonetos (HFC) que não contêm cloro e são ainda menos prejudiciais à camada de ozono, porém apresentam alto potencial de aquecimento global, ou seja, contribuem para o aumento do efeito estufa.

Deve ser consultada a ficha de dados de segurança dos fluidos de refrigeração que o equipamento contém.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Page 272: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/5

Para a prevenção e redução deste tipo de resíduos na compra de equipamentos novos ou usados devem tomar-se as medidas necessárias para garantir, que os equipamentos possuem fluidos ou gases potencialmente não perigosos.

Caso o equipamento fora de uso contenha no seu fluido de refrigeração substâncias que contribuem para a destruição da camada de ozono - ODS - "Ozone Depleting Substances" (apresentadas no quadro 1), o proprietário e ou detentor de um equipamento em fim de vida, que contém as referidas substâncias, deve cumprir os procedimentos impostos na legislação aplicável.

Quadro 1- CFC, e HCFC utilizados em equipamentos de refrigeração e que degradam a camada do ozono

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 273: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 16 – Equipamentos fora de uso contendo Fluidos de Refrigeração 3/5

Assim sendo:

de acordo com a alínea c) do nº 1 do artigo 9º do Anexo do Decreto-Lei n.º 35/2008, de 27 de Fevereiro, o proprietário ou detentor do equipamento deve encaminhar para um operador de gestão de resíduos licenciado o equipamento que atinge o fim de vida e se transforma num resíduo, directamente ou através de entidades responsáveis por um sistema de gestão de fluxos específicos de resíduos.

o armazenamento dos equipamentos antes da extracção dos fluidos/gases de refrigeração deve ser feito em locais com superfícies impermeabilizadas e com sistema de drenagem controlada. Os equipamentos devem ser armazenados completos (inteiros) e na vertical e o seu empilhamento deve ser efectuado de forma a prevenir situações de fugas de substâncias perigosas, assim como não dificultar ou impedir a execução das operações posteriores de tratamento: altura de empilhamento equivalente à altura de dois equipamentos, cerca de 3,5 m.

se os equipamentos tiverem sido previamente desmantelados, as condições do armazenamento dos componentes e peças devem assegurar a protecção das espumas, devendo ser removidos todos os objectos cortantes, e a altura de empilhamento das peças deve ser condicionada de modo a evitar o esmagamento das peças.

os locais de armazenamento, deste tipo de resíduo devem evidenciar as condições de segurança no sentido de evitar acessos não autorizados.

os locais de armazenamento deverão encontrar-se disponíveis e sujeitos a manutenção regular por parte dos bombeiros todos os mecanismos adequados de combate a incêndios.

Para os equipamentos que contenham fluidos de refrigeração isentos de CFC e HCFC, deverão igualmente encaminhar-se os equipamentos para um operador de gestão de resíduos licenciado. Por conterem também elementos com impactes ambientais associados, deverão ser igualmente respeitadas as regras de armazenamento impostas anteriormente.

De acordo com o Anexo IV do Decreto-Lei n.º 35/2008, de 27 de Fevereiro, para o transporte destes equipamentos devem ser tomadas precauções especiais no sentido de evitar que perdas líquidas não controladas causem poluição aquática.

No sentido de prevenir fugas de CFC e outros poluentes, os equipamentos devem ser convenientemente amarrados no veículo de transporte de forma a evitarem-se danos no equipamento.

Nas operações de carga e descarga destes resíduos para os veículos de transporte os equipamentos não devem sofrer pancadas nem ser invertidos e devem ser colocados de forma segura evitando que escorreguem ou caiam durante o transporte.

Os equipamentos devem ser transportados na vertical, sem ser invertidos e sem exercer pressão nos anéis de refrigeração.

TRANSPORTE

Page 274: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/5

Caso seja possível trocar o fluido de refrigeração por outro que não contenha CFC, e HCFC e reparar o equipamento para a sua reutilização.

R5: Reciclagem/recuperação de outros materiais inorgânicos.

R13: Armazenamento de resíduos destinados a uma das operações enumeradas de R 1 a R 12 (com exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde os resíduos foram produzidos).

Não Aplicável.

D9: Tratamento físico-químico. D 10: Incineração em terra. D15: Armazenagem enquanto se aguarda a execução de uma das operações

enumeradas de D1 a D14 (com exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada).

Recuperação, reciclagem, valorização e destruição de substâncias regulamentadas

Os operadores de gestão de resíduos, enquanto detentores de equipamentos em fim de vida que contêm as substâncias regulamentadas, devem:

a) Recorrer a um técnico qualificado, para efeito das operações de recuperação das substâncias regulamentadas antes de qualquer operação de desmantelamento ou destruição definitiva do referido resíduo, bem como para efeitos de operações de reciclagem, valorização ou destruição;

b) Assegurar a correcta gestão dos resíduos contendo as substâncias regulamentadas.

Todos os intervenientes no circuito de gestão referidos anteriormente asseguram de forma partilhada a gestão dos resíduos constituídos pelas substâncias regulamentadas e devem adoptar as soluções técnicas que constam do anexo IV do Decreto-Lei n.º 35/2008, de 27 de Fevereiro, aplicáveis ao estádio do seu nível de intervenção e grau de responsabilização.

De acordo com o Regulamento (CE) n.º 2037/2000, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 29 de Junho, a partir de 1 de Janeiro de 2001, os CFC recuperados devem ser destruídos a partir de tecnologias ambientalmente adequadas.

Quanto aos HCFC, poder-se-á, até 2015, optar pela sua destruição ou reutilização. A partir de 1 de Janeiro de 2015 serão proibidos todos os hidroclorofluorocarbonos .

A recuperação de ODS deve ser efectuada com o menor número possível de etapas, devendo, a partir do momento em que seja iniciado, ser minimizados os tempos de armazenamento entre essas etapas.

Apresenta -se uma lista hierárquica preferencial relativa às alternativas a considerar na recuperação de ODS: Tratamento de ODS em equipamentos não danificados em unidade de tratamento com sistema de

desgasificação integrado e totalmente automática; Incineração do equipamento completo (intacto e não danificado); Desgasificação, seguida de recuperação de ODS e deposição noutro local; Processamento manual dos equipamentos, corte e desmantelamento para recuperação de ODS e

deposição noutro local.

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

Page 275: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 16 – Equipamentos fora de uso contendo Fluidos de Refrigeração 5/5

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade

pela gestão (Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

Princípio da hierarquia dos

resíduos (Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos (Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de

registo (Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER): a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos; b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de registo

(Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo: a) Origens discriminadas dos resíduos; b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos; c) Identificação das operações efectuadas; d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação: a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável; b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente; c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49 º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo (Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo (Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

Aplicam-se ainda os requisitos do Regulamento (CE) nº 2037/2000, do Decreto-Lei nº 119/2002 e do Decreto-Lei nº 152/2005 (alterado pelo Decreto-Lei nº 35/2008), resumidos anteriormente nesta Ficha Técnica de Gestão de Resíduos.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 276: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS
Page 277: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 16 – Toners e Tinteiros 1/7

Resíduo: Toners e Tinteiros

O código do resíduo Toners e Tinteiros, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 16 02 16 – Componentes retirados de Equipamento fora de uso não abrangidos em 16 02 15*.

Nota: Em conformidade com a codificação LER, publicada pela Portaria nº 209/2004, de 3 de Março, os cartuchos de toner e tinteiros são ambos classificados com o código 16 02 16 - componentes retirados de equipamentos fora de uso não abrangidos em 16 02 15*, caso se confirme a sua não perigosidade. (Fonte: Gestão de Toners e Tinteiros, IGAOT, 2008)

Apesar de não ser considerados resíduos perigosos os toners e tinteiros contém elementos tóxicos nos seus vários componentes. Desta forma, caso estes resíduos sejam indevidamente depositados no solo ou na água, no seu processo de degradação podem vir a provocar impactes ambientais negativos.

Deve ser consultada a ficha de dados segurança do produto.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Page 278: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/7

Para a prevenção e redução deste tipo de resíduos deverão ser implementadas acções tais como:

no momento da compra, verificar a sua não perigosidade e optar por toners e tinteiros com maior tempo de vida útil.

reutilizar toners e tinteiros, após regeneração dos mesmos;

promover e divulgar regras para uma utilização cuidada, deste tipo de produtos, evitando danos no material e potencial necessidade de substituição.

elaborar, implementar e comunicar instruções/ procedimentos a todos os trabalhadores com regras de prevenção deste tipo de resíduo.

sensibilizar e formar todos os colaboradores, para a prevenção e minimização da produção de resíduos.

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

Para o manuseamento deste tipo de resíduo, aconselha-se a utilização de luvas apropriadas e vestuário de protecção no manuseamento deste tipo de resíduo.

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Obrigatoriedade do uso de vestuário de protecção

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 279: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 16 – Toners e Tinteiros 3/7

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

O acondicionamento deverá ser realizado de forma a garantir que os toners e tinteiros se mantêm em bom estado de conservação e que não ficam em contacto com outros resíduos.

Os recipientes utilizados para o acondicionamento devem ser estanques. Em ambos os casos, este tipo de resíduos deve ser armazenado ao abrigo da exposição do sol, calor ou chuva.

Figura 1- Contentor em plástico com tampa para acondicionamento de toners e tinteiros

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

Uma separação ineficiente na origem, qualquer que seja o tipo de resíduo, irá aumentar substancialmente os custos para o tratamento do mesmo, podendo tornar inviável a sua reutilização ou reciclagem; desta forma devem ser seleccionados pontos estratégicos para a colocação de ecopontos (devidamente identificados) nos locais de produção deste tipo de resíduos e todos os trabalhadores deverão ser sensibilizados para a correcta separação dos resíduos.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com a designação do resíduo e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

Figura 2- Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação dos resíduos de Toners e Tinteiros

Resíduo considerado material não perigoso para transporte.

TRANSPORTE

Page 280: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/7

Não Aplicável.

R5: Reciclagem ou recuperação de outras matérias inorgânicas.

R13: Acumulação de resíduos para serem submetidos a uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

D5:

D15:

Depósitos subterrâneos especialmente concebidos.

Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

Preparação para a reutilização

A preparação para a reutilização significa a potencialização do reaproveitamento do componente mais caro do toner e tinteiro – a carcaça - e a consequente redução de recursos consumidos, reflectindo-se no preço de venda final para cerca de metade do valor dos originais. Apesar da variedade de processos de regeneração os procedimentos, consistem essencialmente no seguinte:

Regeneração dos resíduos de toners

O processo de regeneração dos cartuchos de toner provenientes da utilização em impressoras laser, fotocopiadoras e faxes, consiste numa fase inicial na sua recepção e verificação do seu estado de deterioração. Caso a carcaça seja passível de recuperação o cartucho é desmontado e limpo (com o auxílio de um aspirador). Para garantir as características idênticas às do cartucho original são de substituição obrigatória em cada processo de regeneração as réguas e os tambores, para além dos componentes que apresentam anomalia. Devido à constituição pulverulenta do pó de toner o enchimento do cartucho deve ocorrer numa cabina dotada de sistema de aspiração, por forma a evitar as emissões difusas.

Após o processo de montagem e teste, o produto é duplamente embalado numa manga plástica electrostática e embalagem de cartão com vista à sua comercialização.

O processo de desmontagem e enchimento realiza-se manualmente, uma vez que não existe tecnologia automática ou semiautomática aplicável a sistemas de regeneração de toners. O bom funcionamento durante todo um novo ciclo de vida é garantido pela cuidadosa inspecção a que as peças são sujeitas. O pó de toner utilizado no enchimento varia em função das especificidades técnicas de cada cartucho.

As principais matérias-primas consumidas neste processo consistem no pó de toner, réguas, embalagens e tambores que podem igualmente ser designados por OPC ou drum. A regeneração dos cartuchos de toner pode ser repetida enquanto a carcaça do cartucho estiver em boas condições, uma vez que as peças interiores podem ser substituídas em cada processo de valorização e em função do seu desgaste (Fonte: Gestão de Toners e Toners, IGAOT, 2008).

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

Page 281: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 16 – Toners e Tinteiros 5/7

Regeneração dos resíduos de tinteiros

Relativamente aos cartuchos de tinteiros resultantes das impressoras a jacto de tinta, estes são recepcionados e testados os circuitos eléctricos com o objectivo de verificar a viabilidade da sua regeneração. Dependendo dos operadores, os cartuchos podem ser submetidos ao processo de lavagem. O procedimento de limpeza dos tinteiros consiste na sucção da tinta residual contida nos cartuchos, seguido de lavagem, geralmente com água destilada, culminando numa centrifugação. O seu enchimento realiza-se com o auxílio de um equipamento concebido para o efeito, que possui um reservatório para cada cor, enchendo os tinteiros por gravidade e por vácuo. Seguidamente, os tinteiros são pressurizados para evitar as perdas de tinta após o processo de regeneração. As características das tintas utilizadas variam com as especificidades de cada tinteiro. Seguidamente é efectuado um teste de qualidade, que consiste na pesagem seguida da impressão e na eventualidade do tinteiro apresentar anomalias não poderá ser novamente regenerado. No acondicionamento dos tinteiros deve ser tido em atenção a protecção dos circuitos eléctricos, a qual é efectuada com a colocação de clipes ou tiras plásticas autocolantes e protegidos pelas embalagens de plástico e cartão utilizadas no seu embalamento.

Como principais matérias-primas consumidas neste processo de regeneração destacam-se a tinta, embalagens, água destilada e clipes. Um tinteiro só passa à fase seguinte se completar a anterior de forma eficaz, evitando desta forma as perdas de matéria-prima, designadamente da tinta, caso a anomalia ocorra anteriormente ao processo de enchimento. Mas a certificação eficiente do funcionamento dos circuitos eléctricos, diminui consideravelmente a probabilidade de ocorrência de rejeitados ao longo do processo. Em média um tinteiro pode ser regenerado 8 vezes, começando posteriormente a apresentar desgaste nos circuitos eléctricos e a esponja interior vai perdendo capacidade de absorção da tinta (Fonte: Gestão de Toners e Tinteiros, IGAOT, 2008).

Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade pela

gestão

(Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

Princípio da hierarquia dos resíduos

(Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 282: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

6/7

Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Transporte de resíduos

(Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de registo

(Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER): a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos; b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de registo

(Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo: a) Origens discriminadas dos resíduos; b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos; c) Identificação das operações efectuadas; d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação: a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável; b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente; c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo anterior por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo

(Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo

(Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

Decreto-Lei n.º 230/2004, de 10 de Dezembro, alterado pelos Decreto-Lei n.º 174/2005, de 25 de Outubro, Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, Decreto-Lei n.º 132/2010, de 17 de Dezembro e Decreto-Lei

n.º73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime jurídico a que fica sujeita a gestão de resíduos de equipamentos eléctricos e

electrónicos (REEE)

Princípios de concepção e gestão de

EEE

(Art. 5º)

Os EEE pertencentes às categorias indicadas no anexo I do Decreto-Lei nº 230/2004 devem ser concebidos de forma a: limitar a utilização de substâncias ou misturas perigosas, reduzindo o carácter

nocivo e a quantidade dos resíduos a eliminar. facilitar o seu desmantelamento e valorização e a não impedir a sua reutilização

ou reciclagem, bem como dos seus componentes e materiais, salvo se essas características ou processos de fabrico específicos apresentarem vantagens de maior relevo, nomeadamente no que respeita à protecção do ambiente ou aos requisitos de segurança.

Cada EEE colocado no mercado nacional após 13 de Agosto de 2005 deve conter a identificação do produtor e exibir uma marca que permita distingui-lo dos EEE colocados no mercado antes da referida data.

Só podem ser colocados no mercado nacional os EEE que preencham todos os requisitos definidos no Decreto-Lei n.º 230/2004 e demais legislação aplicável.

Page 283: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 16 – Toners e Tinteiros 7/7

Decreto-Lei n.º 230/2004, de 10 de Dezembro, alterado pelos Decreto-Lei n.º 174/2005, de 25 de Outubro, Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, Decreto-Lei n.º 132/2010, de 17 de Dezembro e Decreto-Lei

n.º73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime jurídico a que fica sujeita a gestão de resíduos de equipamentos eléctricos e

electrónicos (REEE)

Substâncias proibidas

(Art. 6º)

Os EEE abrangidos pelas categoria 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 10 indicadas no anexo I, bem como as lâmpadas eléctricas e os aparelhos de iluminação de uso doméstico, só podem ser colocados no mercado nacional, a partir de 1 de Julho de 2006, se não contiverem chumbo, mercúrio, cádmio, crómio hexavalente, polibromobifelino (PBB) e ou éter de difenilo polibromado (PBDE).

As excepções são relativas à reutilização de EEE colocados no mercado nacional antes de 1 de Julho de 2006 ou às peças sobresselentes para reparação daqueles equipamentos e às utilizações indicadas no anexo V do Decreto-Lei n.º 230/2004, de 10 de Dezembro

Responsabilidades pela gestão

(Art. 8º) Todos os intervenientes no ciclo de vida dos EEE e dos REEE são co-responsáveis pela sua

gestão, nos termos do disposto no Decreto-Lei n.º 230/2004 e demais legislação aplicável.

Responsabilidades pela recolha,

transporte, tratamento, valorização e

eliminação de REEE

(Art. 9º a 13º)

Cabe aos produtores de EEE o financiamento e a organização, directamente ou através de terceiros, das operações de recolha, transporte, armazenagem, tratamento, valorização ou eliminação, de resíduos recolhidos de EEE colocados no mercado após 13 de Agosto de 2005.

Só poderão ser colocados no mercado nacional os EEE cujos produtores tenham adoptado um sistema integrado de gestão de REEE ou um sistema individual devidamente licenciado pela ANR.

Os Distribuidores são responsáveis por assegurar a recolha de REEE sem encargos para o detentor, à razão de um por um, no âmbito do fornecimento de um novo EEE, desde que os resíduos sejam de equipamentos equivalentes e desempenhem as mesmas funções que os equipamentos fornecidos.

Distribuidores podem constituir-se como centros de recepção de REEE. Sobre os utilizadores particulares impende a obrigação de proceder à entrega gratuita dos

REEE que detenham nas instalações de recolha selectiva a tal destinadas, de acordo com as informações fornecidas.

Custo ambiental

(Art. 24º)

Os custos da recolha, tratamento e eliminação ambientalmente sã de REEE não são indicados separadamente aos compradores aquando da venda de novos EEE.

Até 13 de Fevereiro de 2013, no que diz respeito aos equipamentos que integram a categoria 1 do anexo I, é permitido aos produtores indicar os custos inerentes à gestão do REEE.

Registo de produtores de EEE

(Art. 26º)

Todos os produtores de EEE, independentemente do sistema de gestão de REEE por que optarem, estão sujeitos a uma obrigação de registo, de forma a tornar possível acompanhar e fiscalizar o cumprimento das obrigações e dos objectivos fixados no presente diploma e demais legislação aplicável, o não cumprimento desta obrigação implica a proibição de comercialização de EEE no mercado nacional.

Os produtores devem comunicar à entidade responsável pela organização do registo, numa base anual, o tipo e quantidade de equipamentos colocados no mercado nacional, bem como o sistema de gestão por que optaram em relação a cada tipo de REEE.

Os produtores devem identificar o respectivo número de registo nas facturas que emitem, nos documentos de transporte e em documentos equivalentes.

Os produtores de EEE que coloquem equipamentos no mercado nacional através de comunicação à distância (através de Internet, telefone, catálogos, entre outros) também estão sujeitos às obrigações constantes dos pontos anteriores.

Page 284: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS
Page 285: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

10

CAPÍTULO LER 17Resíduo: Sucata de Alumínio (LER 17 04 02)Resíduo: Sucata de Ferro e Aço (LER 17 04 05)Resíduo: Materiais de Construção contendo Amianto (LER 17 06 05 *)

Page 286: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS
Page 287: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 17 – Sucata de Alumínio 1/7

Resíduo: Sucata de Alumínio

O código do resíduo Sucata de Alumínio, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 17 04 02 – Alumínio

A acumulação de grandes concentrações de alumínio no solo, danifica-o e prejudica as plantas, causando também problemas de saúde aos animais que as ingerem. Por outro lado, elevadas concentrações de alumínio em linhas de água, acidificam o meio e afectam peixes e anfíbios, afectando todos os seres vivos que consomem o peixe contaminado.

O alumínio constitui um risco para certos ambientes de trabalho, tais como minas (onde podem ser encontradas elevadas concentrações de alumínio na água), fábricas onde o alumínio é aplicado durante o processo de produção, podendo os trabalhadores inalar elevadas quantidades do pó de alumínio quer no processo produtivo quer na gestão desse resíduo.

Exposição a altas concentrações de alumínio, podem causar problemas de saúde graves, tais como: distúrbios gastrointestinais, nervosismo, dores de cabeça, anemia, deficiência na função hepática e renal, perturbações na memória, fragilização dos ossos e sensação de músculos doridos, danos no sistema nervoso central, demência, apatia, tremores graves, entre outros.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Page 288: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/7

Sendo este tipo de resíduo resultante de obras de construção e demolição, sempre que possível executar o desmantelamento da obra de forma criteriosa, segregando a sucata de alumínio e recuperar os materiais com valor comercial.

Elaboração, implementação e divulgação de instruções/ procedimentos com regras de prevenção deste tipo de resíduo.

Sensibilização e formação para a prevenção de RCD a todos os colaboradores.

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

Desde que não estejam contaminados com substâncias perigosas os resíduos de sucata de alumínio não são considerados perigosos; no entanto devido às suas características físicas apresentam alguns riscos (entalamento, esmagamento, cortes) para quem os manuseia. Desta forma, aconselha-se a utilização de luvas, vestuário e calçado apropriado no manuseamento deste tipo de resíduo.

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Obrigatoriedade do uso de vestuário de protecção

Obrigatoriedade do uso de calçado de segurança

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 289: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 17 – Sucata de Alumínio 3/7

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

Dependendo da quantidade a armazenar poderá optar-se por acondicionar os resíduos directamente no solo em zona delimitada, em contentor ou big-bag ;

Um dos modos comuns de armazenamento são contentores metálicos de chapa de aço (com dimensões entre 30 a 50 m3). Pelo seu valor de mercado, a sucata de alumínio, é um resíduo valorizável, isto é, os operadores de gestão de resíduos pagam às empresas pela sua recolha e frequentemente disponibilizam ou alugam os contentores para a armazenagem temporária na empresa.

Figura 1- Contentores em chapa de aço para sucata de alumínio

Figura 2- Contentor em chapa de aço com sistema basculante para sucata de alumínio

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

Uma separação ineficiente na origem, qualquer que seja o tipo de resíduo, irá aumentar substancialmente os custos para o tratamento do mesmo, podendo tornar inviável a sua reutilização ou reciclagem; desta forma deverá ser analisada e considerada a colocação de ecopontos (devidamente identificados) em pontos estratégicos nos locais de produção deste tipo de resíduos e todos os trabalhadores deverão ser sensibilizados para a correcta separação dos resíduos.

Deverá ser dada especial atenção à resistência, estado de conservação e capacidade de contenção dos contentores, bem como atender aos eventuais problemas associados ao empilhamento inadequado dos resíduos e/ou contentores de resíduos.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com o processo que lhe deu origem e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

Figura 3- Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação dos resíduos de sucata de alumínio

Nos contentores de resíduos de sucata metálica para reciclagem não deverá colocar-se por exemplo: sucata impregnada com óleos ou contaminada com substâncias perigosas.

Page 290: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/7

Resíduo considerado material não perigoso para transporte.

Não Aplicável.

R4: Reciclagem/recuperação de metais ou compostos metálicos.

R13: Acumulação de resíduos para serem submetidos à operação referida anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

D1: Depósito à superfície ou no subsolo.

D15: Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta e efectuada.

Reciclagem

O processo de reciclagem resume-se na fundição do metal, o que é um processo menos dispendioso e consome muito menos energia do que produzir o alumínio através do processo extracção e processamento de bauxite (minério a partir da qual se produz o alumínio). Estima-se que a reciclagem requer apenas 5% da energia para produzir alumínio.

O alumínio pode ser reciclado tanto a partir de sucatas geradas por produtos de vida útil esgotada, como de aparas do processo produtivo. O alumínio reciclado pode ser obtido a partir de esquadrias de janelas, componentes automóveis, electrodomésticos, latas de bebidas, entre outros. A reciclagem não danifica a estrutura do metal, que pode ainda ser reciclado infinitamente e reutilizado na produção de qualquer produto com o mesmo nível de qualidade de um alumínio recentemente produzido por mineração.

Desta forma, a reciclagem do alumínio gera benefícios para a empresa e para o meio ambiente, além de ser menos custoso de obter do que através da sua produção por mineração.

TRANSPORTE

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

Page 291: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 17 – Sucata de Alumínio 5/7

O fim do estatuto de resíduo pode aplicar-se a determinados resíduos quando tenham sido submetidos a uma operação de valorização, incluindo a reciclagem, e satisfaçam critérios específicos a estabelecer nos termos das seguintes condições:

a) A substância ou objecto ser habitualmente utilizado para fins específicos; b) Existir um mercado ou procura para essa substância ou objecto; c) A substância ou objecto satisfazer os requisitos técnicos para os fins específicos e respeitar a legislação e

as normas aplicáveis aos produtos; e d) A utilização da substância ou objecto não acarretar impactes globalmente adversos do ponto de vista

ambiental ou da saúde humana.

No caso das sucatas de alumínio aplicam-se os critérios estipulados no Regulamento (UE) n.º 333/2011 do Conselho, de 31 de Março de 2011. Para melhor percepção e a título explicativo, são resumidamente esquematizados de seguida:

FIM DO ESTATUTO DO RESÍDUO (ARTIGO 44.º - B DO DECRETO-LEI Nº 73/2011, DE 17 DE JUNHO)

Processos e técnicas de tratamento

A qualidade da sucata de alumínio deverá cumprir com especificações do cliente ou de uma norma, nomeadamente: • Matérias estranhas ≤ 5% em massa ou o rendimento em metal ≥ 90%

•A sucata deve estar isenta de óleos, emulsões oleosas, lubrificante e massas lubrificantes

• A radioactividade deve ser monitorizada; • Não deve ter propriedades perigosas (de acordo com a Directiva 2008/98/CE, anexo III);

• A sucata não deve conter recipientes sob pressão, que possam causar explosões num forno metalúrgico.

Qualidade da sucata resultante da operação de valorização

• Só devem ser utilizadas como matérias-primas sucatas que contenham alumínio ou ligas de alumínio valorizáveis;• Resíduos com compostos perigosos devem ser despoluídos, caso contrário não podem ser utilizados;• Não devem ser utilizadas - limalhas e aparas que contenham fluidos, como óleos ou emulsões oleosas; barris e outros recipientes, excepto equipamento de veículos em fim de vida, que contenham ou tenham contido óleos ou tintas.

Resíduos utilizados como matérias-primas

na operação de valorização

• A sucata de alumínio deve ter sido separada na origem ou na recolha e assim mantida; • Devem ter sido concluídos todos os tratamentos mecânicos necessários à preparação da sucata metálica para utilização final directa em aciarias e fundições• Aos resíduos que contêm componentes perigosos, aplicam-se requisitos específicos estipulados no Regulamento.

Critérios aplicáveis às Sucatas de Alumínio

Page 292: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

6/7

Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade

pela gestão

(Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

Princípio da hierarquia dos

resíduos

(Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos

(Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de

registo

(Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER):

a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos;

b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos.

Informação objecto de registo

(Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo:

a) Origens discriminadas dos resíduos;

b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos;

c) Identificação das operações efectuadas;

d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação:

a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável;

b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente;

c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 293: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 17 – Sucata de Alumínio 7/7

Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo

(Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo

(Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

Outra informação considerada relevante

Caso os resíduos de sucata de alumínio satisfaçam as condições de fim do estatuto de resíduo, não se aplicam as disposições legais relativas à gestão do resíduo.

Page 294: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS
Page 295: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 17 – Sucata de Ferro e Aço 1/7

Resíduo: Sucata de Ferro e Aço

O código do resíduo Sucata de Ferro e Aço, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 17 04 05 – Sucata de Ferro e Aço

Os óxidos e hidróxidos de ferro possuem alta capacidade de fixar metais pesados. Além disso, estes compostos são finamente dispersos nos solos. Todas essas mudanças na composição do solo causam danos às plantas, que exigem determinadas condições para sobreviver adequadamente. Por outro lado, o contacto dos metais ferrosos com água ou humidade, forma ferrugem, que por sua vez provoca o aumento da concentração de iões de ferro, contaminando as linhas de água.

Os resíduos sólidos de metais ferrosos não representam um risco significativo para a saúde humana. No entanto, a inalação e exposição prolongada a poeiras de ferro, pode provocar irritação e infecções graves nas vias respiratórias e pulmões, bem como do trato gastrointestinal.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Page 296: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/7

Sendo este tipo de resíduo resultante de obras de construção e demolição (RCD), sempre que possível executar o desmantelamento da obra de forma criteriosa, segregando a sucata de ferro e aço e recuperar os materiais com valor comercial.

Elaborar, implementar e divulgar instruções/procedimentos com regras de prevenção deste tipo de resíduo;

Sensibilizar e formar todos os colaboradores para a prevenção de RCD.

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

Desde que não estejam contaminados com substâncias perigosas os resíduos de sucata de ferro e aço não são considerados perigosos; no entanto devido às suas características físicas apresentam alguns riscos (entalamento, esmagamento, cortes) para quem os manuseia. Desta forma, aconselha-se a utilização de luvas, vestuário e calçado apropriado no manuseamento deste tipo de resíduo.

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Obrigatoriedade do uso de vestuário de protecção

Obrigatoriedade do uso de calçado de segurança

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 297: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 17 – Sucata de Ferro e Aço 3/7

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

Dependendo da quantidade a armazenar poderá optar-se por acondicionar os resíduos directamente no solo em zona delimitada, em contentor ou big-bag;

Um dos modos comuns de armazenamento são contentores metálicos de chapa de aço (com dimensões entre 30 a 50 m3). Pelo seu valor de mercado, a sucata de ferro e aço, é um resíduo valorizável, isto é , os operadores de gestão de resíduos pagam às empresas pela sua recolha e frequentemente disponibilizam ou alugam os contentores para a armazenagem temporária na empresa.

Figura 1- Contentores em chapa de aço para sucata de ferro e aço.

Figura 2- Contentor em chapa de aço com sistema basculante para sucata de ferro e aço.

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

Uma separação ineficiente na origem, qualquer que seja o tipo de resíduo, irá aumentar substancialmente os custos para o tratamento do mesmo, podendo tornar inviável a sua reutilização ou reciclagem; desta forma deverá ser analisada e considerada a colocação de ecopontos (devidamente identificados) em pontos estratégicos nos locais de produção deste tipo de resíduos e todos os trabalhadores deverão ser sensibilizados para a correcta separação dos resíduos.

Deverá ser dada especial atenção à resistência, estado de conservação e capacidade de contenção dos contentores, bem como atender aos eventuais problemas associados ao empilhamento inadequado dos resíduos e/ou contentores de resíduos.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com o processo que lhe deu origem e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

Figura 3- Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação dos resíduos de sucata de ferro e aço

Nos contentores de resíduos de sucata metálica para reciclagem não deverá colocar-se por exemplo: sucata impregnada com óleos ou contaminada com substâncias perigosas.

Page 298: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/7

Resíduo considerado material não perigoso para transporte.

Não Aplicável.

R4: Reciclagem/recuperação de metais e compostos metálicos.

R13: Acumulação de resíduos para serem submetidos à operação referida anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

D1:

D15:

Depósito à superfície ou no subsolo Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

Reciclagem

O processo de reciclagem resume-se na fundição do metal, o que é um processo menos dispendioso e consome muito menos energia do que produzir ferro e aço através de minérios de ferro. Além de economia de energia, existem outros benefícios tais como, economia no uso de materiais virgens, redução das emissões atmosféricas, redução do consumo de água, redução dos resíduos gerados pelo consumidor.

O ferro e aço pode ser reciclado tanto a partir de sucatas geradas por produtos de vida útil esgotada, como de aparas do processo produtivo. O ferro e aço reciclado pode ser obtido a partir de tubagens, vigas, asnas, perfis, cantoneiras, chapas, entre outros materiais. A reciclagem não danifica a estrutura do metal, que pode ainda ser reciclado infinitamente e reutilizado na produção de qualquer produto com o mesmo nível de qualidade de um ferro ou aço recentemente produzido por mineração.

Desta forma, a reciclagem do ferro e aço gera benefícios para a empresa e para o meio ambiente, além de ser menos custoso de obter do que através da sua produção por mineração.

Convém salientar que a sucata pode ser reciclada mesmo quando enferrujada.

TRANSPORTE

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

Page 299: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 17 – Sucata de Ferro e Aço 5/7

O fim do estatuto de resíduo pode aplicar-se a determinados resíduos quando tenham sido submetidos a uma operação de valorização, incluindo a reciclagem, e satisfaçam critérios específicos a estabelecer nos termos das seguintes condições:

a) A substância ou objecto ser habitualmente utilizado para fins específicos; b) Existir um mercado ou procura para essa substância ou objecto; c) A substância ou objecto satisfazer os requisitos técnicos para os fins específicos e respeitar a legislação e

as normas aplicáveis aos produtos; e d) A utilização da substância ou objecto não acarretar impactes globalmente adversos do ponto de vista

ambiental ou da saúde humana.

No caso das sucatas de ferro e aço aplicam-se os critérios estipulados no Regulamento (UE) n.º 333/2011 do Conselho, de 31 de Março de 2011. Para melhor percepção e a título explicativo, são resumidamente esquematizados de seguida:

FIM DO ESTATUTO DO RESÍDUO (ARTIGO 44.º - B DO DECRETO-LEI Nº 73/2011, DE 17 DE JUNHO)

A qualidade da sucata de ferro e aço deverá cumprir com especificações do cliente ou de uma norma, nomeadamente: • Inertes ≤ 2% em massa;

• A sucata não deve conter demasiado óxido ferroso; • Deve estar isenta de óleos, emulsões oleosas, lubrificantes e massas lubrificantes; • A radioactividade deve ser monitorizada; • Não deve ter propriedades perigosas (de acordo com a Directiva 2008/98/CE, anexo III);

• A sucata não deve conter recipientes sob pressão, que possam causar explosões num forno metalúrgico.

Qualidade da sucata resultante da operação de valorização

• Só devem ser utilizadas como matérias-primas sucatas que contenham ferro ou aço valorizáveis;• Resíduos com compostos perigosos devem ser despoluídos, caso contrário não podem ser utilizados• Não devem ser utilizadas limalhas e aparas que contenham fluidos, como óleos ou emulsões oleosas; barris e outros recipientes, excepto equipamento de veículos em fim de vida, que contenham ou tenham contido óleos ou tintas.

Resíduos utilizados como matérias-primas

na operação de valorização

• A Sucata de ferro/aço deve ter sido separada na origem ou na recolha e assim mantida; • Devem ter sido concluídos todos os tratamentos mecânicos necessários à preparação da sucata metálica para utilização final directa em aciarias e fundições• Aos resíduos que contêm componentes perigosos, aplicam-se requisitos específicos estipulados no Regulamento.

Processos e técnicas de tratamento

Critérios aplicáveis às Sucatas de Ferro e Aço

Page 300: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

6/7

Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade

pela gestão

(Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

Princípio da hierarquia dos

resíduos

(Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos

(Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de

registo

(Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER):

a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos;

b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos.

Informação objecto de registo

(Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo:

a) Origens discriminadas dos resíduos;

b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos;

c) Identificação das operações efectuadas;

d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação:

a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável;

b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente;

c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 301: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 17 – Sucata de Ferro e Aço 7/7

Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo anterior por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no número anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo

(Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo

(Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

Outra informação considerada relevante.

Caso os resíduos de sucata de ferro e aço satisfaçam as condições de fim do estatuto de resíduo, não se aplicam as disposições legais relativas à gestão do resíduo.

Page 302: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS
Page 303: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 17 - Materiais de Construção contendo Amianto 1/6

Resíduo: Materiais de Construção contendo Amianto

O Código do resíduo Materiais de Construção contendo Amianto, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 17 06 05* - Materiais de Construção contendo Amianto.

(* Resíduo considerado perigoso)

Possibilidade de contaminação do solo e da água.

A inalação de poeiras de amianto respiráveis pode provocar doenças muito graves designadamente: asbestose, cancro do pulmão e mesotelioma.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Page 304: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/6

Para a prevenção e redução deste tipo de resíduos, deverão ser inventariados todos os materiais de construção da empresa que contêm amianto e deverá efectuar-se um plano de substituição destes materiais, recorrendo a uma empresa especializada e devidamente autorizada pela Autoridade para as Condições de Trabalho, para a sua remoção e encaminhamento por operador licenciado pela Agência Portuguesa do Ambiente para sua eliminação.

Manuseamento e acondicionamento dos resíduos contendo amianto

Uma vez que a exposição a fibras de amianto, representa um impacto significativo na saúde pública foi criada legislação específica para os trabalhos que envolvam a demolição ou remoção de amianto ou de materiais que o contenha.

Assim sendo:

De acordo com o artigo 11º do Decreto-Lei n.º 266/2007, de 24 de Julho o empregador, antes de iniciar qualquer trabalho em edifícios, estruturas, aparelhos, instalações, bem como em aeronaves, material circulante ferroviário, navios ou veículos, que envolva demolição ou remoção de amianto ou de materiais que o contenham, deve elaborar um plano de trabalhos. O plano de trabalhos inclui as medidas indispensáveis à segurança e saúde dos trabalhadores, bem como à protecção de pessoas e bens e do ambiente, designadamente respeitantes a:

o Remoção do amianto ou dos materiais que contenham amianto antes da aplicação das técnicas de demolição, salvo se a remoção representar para os trabalhadores um risco superior do que a manutenção no local do amianto ou dos materiais que contenham amianto;

o Utilização de equipamentos de protecção individual pelos trabalhadores, sempre que necessário;

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 305: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 17 - Materiais de Construção contendo Amianto 3/6

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de

luvas

Obrigatoriedade do uso de máscara respiratória

Obrigatoriedade do uso

de vestuário de protecção

Obrigatoriedade do uso

de calçado de segurança

o Logo que os trabalhos de demolição ou de remoção do amianto sejam concluídos, verificação da ausência de riscos de exposição ao amianto nesse local.

O plano de trabalhos contém, ainda, as seguintes especificações:

o Natureza dos trabalhos a realizar com indicação do tipo de actividade a que corresponde; o Duração provável dos trabalhos; o Métodos de trabalho a utilizar tendo em conta o tipo de material em que a intervenção é feita, se é ou

não friável, com indicação da quantidade de amianto ou de materiais que contenham amianto a ser manipulado;

o Indicação do local onde se efectuam os trabalhos; o Características dos equipamentos utilizados para a protecção e descontaminação dos trabalhadores; o Medidas que evitem a exposição de pessoas que se encontrem no local ou na sua proximidade; o Lista nominal dos trabalhadores implicados nos trabalhos ou em contacto com o material que contenha

amianto e indicação da respectiva categoria profissional, formação e experiência na realização dos trabalhos;

o Identificação da empresa e do técnico responsável pela aplicação dos procedimentos de trabalho e pelas medidas preventivas previstas;

o Indicação da empresa encarregue da eliminação dos resíduos, nos termos da legislação aplicável.

A realização dos trabalhos referidos no primeiro ponto depende de autorização prévia da Autoridade para as Condições de Trabalho, que envolve a aprovação do plano de trabalhos e o reconhecimento de competências da empresa que os executa.

O empregador que contrate a realização de trabalhos a que se refere o presente artigo deve assegurar-se de que a empresa contratada lhe remeteu cópia do respectivo plano de trabalhos, depois de aprovado, e obteve o reconhecimento das suas competências para o desenvolvimento dos trabalhos.

O plano de trabalhos deve estar acessível, no local de realização dos trabalhos, a todos os trabalhadores e aos representantes dos trabalhadores para a segurança, higiene e saúde no trabalho que nele trabalhem.

De acordo com o artigo 7º do Decreto-Lei nº 266/2007, de 24 de Julho, o empregador assegura que os resíduos, com excepção dos resultantes da actividade mineira, sejam recolhidos e removidos do local de trabalho com a maior brevidade possível, em embalagens fechadas apropriadas, rotuladas com a menção «Contém amianto», de acordo com a legislação aplicável sobre classificação, embalagem e rotulagem de substâncias e preparações perigosas.

Os resíduos são tratados de acordo com a legislação aplicável aos resíduos perigosos.

Page 306: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/6

Nem todos os resíduos classificados como perigosos na Lista Europeia de Resíduos (LER) são considerados

matérias perigosas para o transporte, e por este facto, deverá(ão)ser consultada(s) a(s) ficha(s) de dados de segurança do(s) produto(s) que deu/deram origem ao resíduo, bem como, o Decreto-Lei n.º 41-A/2010, de 29 de Abril (posteriormente rectificado pela Declaração de Rectificação n.º 18/2010, de 28 de Junho), que regula o transporte terrestre, rodoviário e ferroviário de mercadorias perigosas, por forma a averiguar se o resíduo em questão é considerado mercadoria perigosa para o transporte.

Não Aplicável

R5: Reciclagem/recuperação de outras matérias inorgânicas.

R13: Acumulação de resíduos para serem submetidos a uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

D5: Depósitos subterrâneos especialmente concebidos. D15: Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente,

com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

Actualmente os Centros Integrados de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos (CIRVER) estão aptos à gestão de resíduos contendo amianto.

TRANSPORTE

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

Page 307: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 17 - Materiais de Construção contendo Amianto 5/6

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade pela

gestão (Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

Princípio da hierarquia dos resíduos

(Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos (Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de registo

(Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER): a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos; b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de registo

(Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo: a) Origens discriminadas dos resíduos; b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos; c) Identificação das operações efectuadas; d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação: a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável; b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente; c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49 º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 308: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

6/6

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Prazo de inscrição e de registo

(Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo (Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

Decreto-Lei n.º 266/2007, de 24 de Julho Relativo à protecção sanitária dos trabalhadores contra os riscos de exposição ao amianto durante o

trabalho

Objecto e Âmbito (Art. 1º)

O Decreto-Lei n.º 266/2007 é aplicável em todas as actividades que os trabalhadores estão ou podem estar expostos a poeiras do amianto ou de materiais que contenham amianto, nomeadamente: a) Demolição de construções em que existe amianto ou materiais que contenham amianto; b) Desmontagem de máquinas ou ferramentas em que existe amianto ou materiais que contenham amianto; c) Remoção do amianto ou de materiais que contenham amianto de instalações, estruturas, edifícios ou equipamentos, bem como aeronaves, material circulante ferroviário, navios ou veículos; d) Manutenção e reparação de materiais que contenham amianto existentes em instalações, estruturas, edifícios ou equipamentos, bem como em aeronaves, carruagens de comboios, navios ou veículos; e) Transporte, tratamento e eliminação de resíduos que contenham amianto; f) Aterros autorizados para resíduos de amianto.

Redução da exposição (Art. 7º)

O empregador assegura que os resíduos, com excepção dos resultantes da actividade mineira, sejam recolhidos e removidos do local de trabalho com a maior brevidade possível, em embalagens fechadas apropriadas, rotuladas com a menção «Contém amianto», de acordo com a legislação aplicável sobre classificação, embalagem e rotulagem de substâncias e preparações perigosas.

Os resíduos referidos no ponto anterior são tratados de acordo com a legislação aplicável aos resíduos perigosos.

Elaboração e execução do plano de

trabalhos (Art. 11º)

A realização dos trabalhos em edifícios, estruturas, aparelhos, instalações, bem como em aeronaves, material circulante ferroviário, navios ou veículos, que envolva demolição ou remoção de amianto ou de materiais que o contenham, depende de autorização prévia da Autoridade para as Condições de Trabalho, que envolve a aprovação do plano de trabalhos e o reconhecimento de competências da empresa que os executa.

O empregador que contrate a realização de trabalhos a que se refere o artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 266/2007 deve assegurar-se de que a empresa contratada lhe remeteu cópia do respectivo plano de trabalhos, depois de aprovado, e obteve o reconhecimento das suas competências para o desenvolvimento dos trabalhos.

O plano de trabalhos tem de conter a especificação da empresa encarregue da eliminação dos resíduos, nos termos da legislação aplicável.

Page 309: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

11

CAPÍTULO LER 20Resíduo: Papel e Cartão (LER 20 01 01)Resíduo: Vidro (LER 20 01 02)Resíduo: Resíduos Alimentares de Cantinas (LER 20 01 08)Resíduo: Lâmpadas Fluorescentes (LER 20 01 21 *)Resíduo: Pilhas e Acumuladores Usados (LER 20 01 33 *)Resíduo: Equipamento Eléctrico e Electrónico fora de uso (Computadores, Monitores, Teclados, Impressoras) contendo Componentes Perigosos (LER 20 01 35 *)Resíduo: Lâmpadas Incandescentes (LER 20 01 99)Resíduo: Resíduos Indiferenciados (LER 20 03 01)

Page 310: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS
Page 311: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 20 – Papel e Cartão 1/6

Resíduo: Papel e Cartão

O código do resíduo Papel e Cartão, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 20 01 01 – Papel e Cartão.

Os resíduos de papel e cartão produzem impactes ambientais negativos, se forem indevidamente depositados em linhas de água, impedindo a circulação habitual da água, bem como se forem depositadas de forma não controlada no solo

Os resíduos de papel e cartão não têm efeitos negativos na saúde pública.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Page 312: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/6

Especificamente na indústria do papel e cartão, análise da aplicação de tecnologias, modificações ao processo ou equipamentos que permitam reduzir os desperdícios e produtos não conformes.

Nos vários sectores industriais:

promover a reutilização de papel e cartão sempre que possível. no momento da compra de papel e cartão optar por materiais reciclados. armazenar os resíduos de papel e cartão, em locais cobertos de forma a garantir que o resíduo não se

deteriore, por acção da chuva ou sujidade. elaborar, implementar e comunicar instruções/ procedimentos a todos os trabalhadores com

regras de prevenção deste tipo de resíduo. sensibilizar e formar todos os colaboradores, para a prevenção e minimização da produção de

resíduos.

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo Desde que não estejam contaminados com substâncias perigosas os resíduos de papel e cartão não são considerados perigosos; no entanto devido às suas características físicas apresentam alguns riscos (escoriações, cortes) para quem os manuseia. Desta forma, aconselha-se a utilização de luvas apropriadas no manuseamento deste tipo de resíduo.

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 313: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 20 – Papel e Cartão 3/6

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

Para o acondicionamento dos resíduos de papel e cartão devem adoptar-se ecopontos para recolha nos locais de produção (escritórios e locais da produção onde seja produzido este tipo de resíduo), sendo que esses ecopontos deverão ser descarregados posteriormente em contentores apropriados no parque de resíduos da empresa para a sua armazenagem temporária, até recolha por operador licenciado para o efeito.

Dependendo da quantidade a armazenar no parque de resíduos, poderá optar-se por acondicionar os resíduos directamente no solo em zona delimitada, em contentor ou big-bag. Relativamente aos contentores, e se o volume de resíduos de papel e cartão for muito elevado poderá optar-se por utilizar um contentor compactador, reduzindo significativamente o volume de resíduos armazenados temporariamente.

Figura 1- Contentores em chapa de aço para papel e cartão Figura 2- Contentor compactador para papel e cartão

Pelo seu valor de mercado, os resíduos de papel e cartão, são um resíduo valorizável, isto é, os operadores de gestão de resíduos pagam às empresas pela sua recolha e frequentemente disponibilizam ou alugam os contentores para a armazenagem temporária na empresa.

Se a empresa estiver localizada numa zona abrangida pelo circuito de recolha camarária, se os resíduos de papel e cartão não estiveram contaminadas com substâncias perigosas e se o volume não exceder os 1100 l diários, poderá solicitar-se um ecoponto à respectiva Câmara Municipal para colocação na via pública adjacente à unidade industrial.

Para os resíduos de papel e cartão que contenham substâncias perigosas deve ser considerada a aquisição de contentores estanques, devidamente impermeáveis e deverão ser colocados ao abrigo da chuva e do sol no parque de resíduos.

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

Uma separação ineficiente na origem, qualquer que seja o tipo de resíduo, irá aumentar substancialmente os custos para o tratamento do mesmo, podendo tornar inviável a sua reutilização ou reciclagem; desta forma devem ser seleccionados pontos estratégicos para a colocação de ecopontos (devidamente identificados) nos locais de produção deste tipo de resíduos e todos os trabalhadores deverão ser sensibilizados para a correcta separação dos resíduos.

Deverá ser dada especial atenção à resistência, estado de conservação e capacidade de contenção dos contentores, bem como atender aos eventuais problemas associados ao empilhamento inadequado dos resíduos e/ou contentores de resíduos.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com o processo que lhe deu origem e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

Figura 3- Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação dos resíduos de papel e cartão

Nos contentores de resíduos de papel e cartão para reciclagem não deverão colocar-se resíduos de papel e cartão contaminadas com óleos, emulsões de óleos ou outras substâncias contaminantes.

Page 314: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/6

Resíduo considerado material não perigoso para transporte.

R3: Reciclagem/recuperação de substâncias orgânicas não utilizadas como

solventes (incluindo digestão anaeróbia e ou compostagem e outros processos de transformação biológica).

R1: Utilização principal como combustível ou outro meio de produção de energia.

D1: Depósito à superfície ou no subsolo. D10: Incineração em terra. D15: Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente, com a

exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

Reciclagem

O processo industrial de reciclagem de papel é semelhante ao fabrico de papel virgem, tendo o primeiro muito menos impactes ambientais. As maiores vantagens da reciclagem de papel são a diminuição de resíduos sólidos e a economia de recursos naturais. A reciclagem permite libertar espaço nos aterros para outros materiais e produtos não recicláveis.

A reciclagem do papel é conseguida através do aproveitamento das fibras de celulose existentes nos papéis usados. O papel pode ser fabricado exclusivamente com fibras secundárias (papel 100% reciclado) ou ter a incorporação de pasta para papel. As fibras podem ser recicladas apenas cinco a sete vezes, pelo que a obtenção de papel reciclado por vezes implica adicionar alguma quantidade de pasta de papel virgem para substituir fibras degradadas.

TRANSPORTE

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

Page 315: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 20 – Papel e Cartão 5/6

O fim do estatuto de resíduo pode aplicar-se a determinados resíduos quando tenham sido submetidos a uma operação de valorização, incluindo a reciclagem, e satisfaçam critérios específicos a estabelecer nos termos das seguintes condições:

a) A substância ou objecto ser habitualmente utilizado para fins específicos; b) Existir um mercado ou procura para essa substância ou objecto; c) A substância ou objecto satisfazer os requisitos técnicos para os fins específicos e respeitar a legislação

e as normas aplicáveis aos produtos; e d) A utilização da substância ou objecto não acarretar impactes globalmente adversos do ponto de vista

ambiental ou da saúde humana.

Decreto-Lei n.º 178/06, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade pela

gestão

(Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

Princípio da hierarquia dos resíduos

(Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos

(Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

FIM DO ESTATUTO DO RESÍDUO (ARTIGO 44.º - B DO DECRETO-LEI Nº 73/2011, DE 17 DE JUNHO)

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 316: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

6/6

Decreto-Lei n.º 178/06, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Obrigatoriedade de inscrição e de registo

(Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER):

a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos;

b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos.

Informação objecto de registo

(Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo:

a) Origens discriminadas dos resíduos;

b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos;

c) Identificação das operações efectuadas;

d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação:

a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável;

b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente;

c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 48º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo

(Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo

(Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

Outra informação considerada relevante.

Caso os resíduos de papel e cartão satisfaçam as condições de fim do estatuto de resíduo, não se aplicam as disposições legais relativas à gestão do resíduo.

Page 317: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 20 - Vidro 1/7

Resíduo: Vidro

O código do resíduo Vidro, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 20 01 02 – Vidro

Ao longo de sua história, o vidro tem provado ser uma das embalagens mais amigas do meio ambiente. Não apenas por causa de ser 100% reciclável, mas também por ser reciclável várias vezes.

O vidro tem a particularidade de ser inerte e mais importante ainda é que 100% da sua composição é mineral, o que dá a possibilidade de ser altamente resistente ao meio ambiente. Se exposto às forças de erosão, o vidro é quebrado em pequenos pedaços de sílica e areia, um dos elementos mais comuns na Terra.

Relativamente aos impactes na saúde pública o vidro em si não liberta substâncias tóxicas que possam afectar o organismo humano. Os únicos riscos que podem surgir como resultado da má deposição deste tipo de resíduos, são eventuais cortes provocados por cacos de vidro.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Page 318: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/7

Especificamente na indústria vidreira:

Análise da aplicação de "tecnologias do vidro leve" para redução da quantidade de matéria-prima necessária para fabricar produtos. Estes processos consistem por exemplo, em reduzir a espessura das paredes de um material de vidro, de forma a que tenha a mesma resistência com menos consumo de matéria-prima e de energia. Estas tecnologias traduzem-se em poupança de matéria-prima e de combustíveis para os fornos de fusão.

Redução de desperdícios (vidro partido) através da implementação de sistemas de transporte automatizados.

Existem também medidas de carácter geral, que poderão ser aplicadas em todas as indústrias onde há possibilidade de se gerarem resíduos de vidro, designadamente

Elaborar, implementar e comunicar instruções/ procedimentos a todos os trabalhadores com regras de prevenção deste tipo de resíduo;

Sensibilizar e formar todos os colaboradores, para a prevenção e minimização da produção de resíduos.

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

Desde que não estejam contaminados com substâncias perigosas os resíduos de vidro não são considerados perigosos; no entanto devido às suas características físicas apresentam alguns riscos (entalamento, esmagamento, cortes) para quem os manuseia. Desta forma, aconselha-se a utilização de luvas, vestuário e calçado apropriado no manuseamento deste tipo de resíduo.

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 319: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 20 - Vidro 3/7

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Obrigatoriedade do uso de

vestuário de protecção

Obrigatoriedade do uso de

calçado de segurança

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

Para o acondicionamento dos resíduos de vidro devem adoptar-se ecopontos para recolha nos locais de produção, sendo que esses ecopontos deverão ser descarregados posteriormente em contentores apropriados no parque de resíduos da empresa para a sua armazenagem temporária , até recolha por operador licenciado para o efeito.

Figura 1- Contentores em chapa de aço para embalagens de vidro

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

Uma separação ineficiente na origem, qualquer que seja o tipo de resíduo, irá aumentar substancialmente os custos para o tratamento do mesmo, podendo tornar inviável a sua reutilização ou reciclagem; desta forma devem ser seleccionados pontos estratégicos para a colocação de ecopontos (devidamente identificados) nos locais de produção deste tipo de resíduos e todos os trabalhadores deverão ser sensibilizados para a correcta separação dos resíduos.

Uma vez que os resíduos de vidro são um material abrasivo que provoca desgaste e eventuais cortes noutros materiais, deverá optar-se por contentores metálicos, por exemplo em aço galvanizado/inoxidável e deverá ser dada especial atenção ao estado de conservação e capacidade de contenção dos contentores.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com o processo que lhe deu origem e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

Figura 2- Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação dos resíduos de vidro

Nos contentores de resíduos de vidro para reciclagem não deverá colocar-se por exemplo: louças, lâmpadas, espelhos e embalagens de vidro.

Page 320: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/7

Resíduo considerado material não perigoso para transporte.

Para ser reutilizável a embalagem tem de ser transformada vazia e lavada antes de nova utilização

R5: Reciclagem ou recuperação de outras matérias inorgânicas.

R13: Acumulação de resíduos para serem submetidos a uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

D1:

D15:

Depósito à superfície ou no subsolo

Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada

Reciclagem

O vidro é um material facilmente reciclado e pode, dependendo das circunstâncias, ser infinitamente reciclado. O uso de vidro reciclado possibilita a conservação de materiais, a redução do consumo de energia e reduz o volume de lixo que é enviado para aterros sanitários.

Os resíduos de vidro plano e espelho são resíduos com grande potencialidade de reciclagem.

Técnicas / Tecnologias emergentes de Valorização

Está a ser estudada a possibilidade da utilização de sucata de vidro em substituição de uma percentagem de agregados. Este tipo de reciclagem proporciona uma economia de matérias-primas naturais que são os comummente utilizadas para este fim.

TRANSPORTE

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

Page 321: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 20 - Vidro 5/7

Agregado para cimento Portland

Estão a ser realizados estudos para a determinação da melhor maneira de inserir o vidro moído e/ou quebrado em cacos na pasta de cimento.

O principal obstáculo a ser ultrapassado, neste processo é a reacção álcali-agregado que pode ser intensificada uma vez que o vidro é composto de sílica, a qual pode reagir com os álcalis do cimento em meio aquoso. Esta reacção tem como produto um gel que sofre expansão em presença de água, o que pode comprometer o desempenho do concreto se não for controlado de maneira adequada.

Agregado para betão asfáltico

A sucata de vidro é utilizada na forma de cacos e adicionada ao betão asfáltico como se fosse um agregado comum. A vantagem neste caso é a mesma do agregado para cimento Portland.

Este processo já foi utilizado em algumas cidades americanas, mesmo assim ainda é objecto de estudos e desenvolvimento.

Os cuidados que devem ser tomados são relativos aos problemas de expansibilidade dos produtos de reacções indesejadas, assim como no caso anterior.

O fim do estatuto de resíduo pode aplicar-se a determinados resíduos quando tenham sido submetidos a uma operação de valorização, incluindo a reciclagem, e satisfaçam critérios específicos a estabelecer nos termos das seguintes condições:

a) A substância ou objecto ser habitualmente utilizado para fins específicos;

b) Existir um mercado ou procura para essa substância ou objecto;

c) A substância ou objecto satisfazer os requisitos técnicos para os fins específicos e respeitar a legislação e as normas aplicáveis aos produtos; e

d) A utilização da substância ou objecto não acarretar impactes globalmente adversos do ponto de vista ambiental ou da saúde humana.

FIM DO ESTATUTO DO RESÍDUO (ARTIGO 44.º - B DO DECRETO-LEI Nº 73/2011, DE 17 DE JUNHO)

Page 322: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

6/7

Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade

pela gestão

(Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

Princípio da hierarquia dos

resíduos

(Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos

(Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de

registo

(Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER):

a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos;

b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de registo

(Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo:

a) Origens discriminadas dos resíduos;

b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos;

c) Identificação das operações efectuadas;

d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação:

a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável;

b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente;

c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 323: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 20 - Vidro 7/7

Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49 º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo

(Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo

(Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

Outra informação considerada relevante

Caso os resíduos de sucata de vidro satisfaçam as condições de fim do estatuto de resíduo, não se aplicam as disposições legais relativas à gestão do resíduo.

.

Page 324: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS
Page 325: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 20 – Resíduos Alimentares de Cantinas 1/6

Resíduo: Resíduos Alimentares de Cantinas

O código do resíduo Resíduos Alimentares de Cantinas, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 20 01 08 – Resíduos Biodegradáveis de Cozinhas e Cantinas.

Se não forem devidamente acondicionados e tratados, podem contaminar o solo e a água.

Este tipo de resíduos em decomposição, se não forem devidamente acondicionados e tratados, podem originar efeitos negativos na saúde pública.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Page 326: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/6

Nas cantinas e refeitórios das unidades industriais, adoptar boas práticas tais como:

previamente às refeições obter o número mais aproximado possível das refeições a servir;

evitar a confecção de alimentos em excesso;

segregar os resíduos alimentares dos outros tipos de resíduos gerados na cantina para que possam ser enviados para compostagem, evitando a ocupação de espaço em aterro.

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

Aconselha-se a utilização de luvas apropriadas no manuseamento deste tipo de resíduo.

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

Para o acondicionamento dos resíduos alimentares devem adoptar-se ecopontos para recolha nos locais de produção, sendo que esses ecopontos deverão ser descarregados posteriormente em contentores apropriados no parque de resíduos da empresa para a sua armazenagem temporária, até recolha por operador licenciado para o efeito.

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 327: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 20 – Resíduos Alimentares de Cantinas 3/6

Figura 1- Ecopontos em plástico para colocação na cantina ou refeitório

Figura 2- Contentor em plástico para colocação no parque de resíduos

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

Uma separação ineficiente na origem, qualquer que seja o tipo de resíduo, irá aumentar substancialmente os custos para o tratamento do mesmo, podendo tornar inviável a sua reutilização ou reciclagem; desta forma devem ser seleccionados pontos estratégicos para a colocação de ecopontos (devidamente identificados) nos locais de produção deste tipo de resíduos e todos os trabalhadores deverão ser sensibilizados para a correcta separação dos resíduos.

Deverá ser dada especial atenção à resistência, estado de conservação e capacidade de contenção dos contentores, bem como atender aos eventuais problemas associados ao empilhamento inadequado dos resíduos e/ou contentores de resíduos.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com o processo que lhe deu origem e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

Nos contentores de resíduos alimentares, não deverão ser colocadas as embalagens dos alimentos, desta forma é desejável que existiam ecopontos para embalagens junto dos ecopontos para resíduos alimentares.

Resíduo considerado material não perigoso para transporte.

TRANSPORTE

Resíduos

Alimentares

Resíduos

Alimentares

Page 328: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/6

Não Aplicável.

R3: Reciclagem/recuperação de substâncias orgânicas não utilizadas como solventes (incluindo digestão anaeróbia e ou compostagem e outros processos de transformação biológica).

R13: Acumulação de resíduos para serem submetidos a uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

D1:

D10

D15:

Depósito à superfície ou no subsolo.

Incineração em terra.

Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

Compostagem

A melhor solução para os resíduos alimentares é efectuar compostagem. Deste processo resulta o composto, um fertilizante natural que pode ser utilizado como corretor de solos.

Figura 3-Composto (fertilizante natural) resultante do processo de compostagem

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

Page 329: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 20 – Resíduos Alimentares de Cantinas 5/6

Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade

pela gestão

(Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

Princípio da hierarquia dos

resíduos

(Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos

(Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de

registo

(Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER):

a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos;

b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de registo

(Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo:

a) Origens discriminadas dos resíduos;

b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos;

c) Identificação das operações efectuadas;

d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação:

a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável;

b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente;

c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 330: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

6/6

Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo

(Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo

(Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

Page 331: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 20 – Lâmpadas Fluorescentes 1/6

Resíduo: Lâmpadas Fluorescentes

O código do resíduo Lâmpadas Fluorescentes, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 20 01 21* - Lâmpadas Fluorescentes e outros Resíduos contendo Mercúrio.

( * Resíduo considerado perigoso)

Este tipo de equipamentos contêm metais pesados e tóxicos destacando-se o chumbo e o mercúrio. Estes metais poluem gravemente o solo, a água, o ar e os organismos vivos, tendo efeito bioacumulativo.

O chumbo pode provocar alterações graves no sangue, rins, órgãos do sistema respiratório, cérebro, ossos, tecidos musculares, causando doenças graves por vezes irreversíveis.

O mercúrio afecta o sistema nervoso central, provocando lesões cerebrais, alterações nos órgãos do sistema respiratório, lesões renais, entre outras patologias que afectam o ser humano.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Page 332: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/6

Para a prevenção e redução deste tipo de resíduos deverão ser implementadas acções tais como:

no momento da compra, optar por adquirir lâmpadas potencialmente não perigosas.

promover e divulgar regras para uma utilização cuidada, deste tipo de equipamentos, evitando danos no material e potencial necessidade de substituição.

implementar sistemas de iluminação automáticos, minimizando consumos e desgaste das lâmpadas.

elaborar, implementar e comunicar instruções/ procedimentos a todos os trabalhadores com regras de prevenção deste tipo de resíduo.

sensibilizar e formar todos os colaboradores, para a prevenção e minimização da produção de resíduos.

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

Pelo facto de conterem substâncias perigosas, este tipo de resíduos pode, apresentar riscos para quem os manuseia. Desta forma, aconselha-se a utilização de luvas apropriadas e vestuário de protecção no manuseamento deste tipo de resíduo.

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Obrigatoriedade do uso de vestuário de protecção

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 333: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 20 – Lâmpadas Fluorescentes 3/6

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

As lâmpadas fluorescentes que constituem resíduo, devem ser colocadas na sua embalagem original e posteriormente acondicionadas em recipiente fechado.

Por se tratarem de resíduos contaminados com substâncias perigosas, os contentores/caixotes devem ser estanques e armazenados ao abrigo da exposição do sol, calor ou chuva.

Figura 1- Colocação das lâmpadas fluorescentes inutilizadas na sua embalagem original

Figura 2- Caixote para colocação de resíduos de lâmpadas fluorescentes

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

Este tipo de resíduo deve estar armazenado longe das fontes de ignição.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com a designação do resíduo e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

Figura 3- Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação dos resíduos de lâmpadas fluorescentes.

Nos contentores de resíduos de lâmpadas fluorescentes, não deverão colocar-se outro tipo de lâmpadas, nomeadamente as que não forem consideradas perigosas.

Resíduo considerado material não perigoso para transporte.

TRANSPORTE

Page 334: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/6

Não Aplicável

R5: Reciclagem ou recuperação de outras matérias inorgânicas.

R13: Acumulação de resíduos para serem submetidos à operação referida anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

D5: Depósitos subterrâneos especialmente concebidos.

D15: Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada

Reciclagem de REEE

O tratamento e valorização de lâmpadas, permite destilar em ambiente controlado, o mercúrio bioacumulável e tóxico, reduzindo o seu risco de libertação para a atmosfera, solo e água, minimizando os impactes na saúde humana que daí advêm.

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade

pela gestão (Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 335: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 20 – Lâmpadas Fluorescentes 5/6

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da hierarquia dos

resíduos (Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos (Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de

registo (Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER): a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos; b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de registo (Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo: a) Origens discriminadas dos resíduos; b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos; c) Identificação das operações efectuadas; d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação: a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável; b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente; c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49 º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo

(Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo (Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

Decreto-Lei n.º 230/2004, de 10 de Dezembro, alterado pelos Decreto-Lei n.º 174/2005 de 25 de Outubro, Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, Decreto-Lei n.º 132/2010, de 17 de Dezembro e Decreto-Lei

n.º73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime jurídico a que fica sujeita a gestão de resíduos de equipamentos eléctricos

e electrónicos (REEE)

Princípios de concepção e gestão

de EEE

(Art. 5º)

Os EEE pertencentes às categorias indicadas no anexo I do Decreto-Lei nº 230/2004 devem ser concebidos de forma a: - limitar a utilização de substâncias ou misturas perigosas, reduzindo o carácter nocivo e a quantidade dos resíduos a eliminar. - facilitar o seu desmantelamento e valorização e a não impedir a sua reutilização ou reciclagem, bem como dos seus componentes e materiais, salvo se essas características ou processos de fabrico específicos apresentarem vantagens de maior relevo, nomeadamente no que respeita à protecção do ambiente ou aos requisitos de segurança.

Cada EEE colocado no mercado nacional após 13 de Agosto de 2005 deve conter a identificação do produtor e exibir uma marca que permita distingui-lo dos EEE colocados no mercado antes da referida data.

Só podem ser colocados no mercado nacional os EEE que preencham todos os requisitos definidos no Decreto-Lei n.º 230/2004 e demais legislação aplicável.

Page 336: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

6/6

Decreto-Lei n.º 230/2004, de 10 de Dezembro, alterado pelos Decreto-Lei n.º 174/2005 de 25 de Outubro, Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, Decreto-Lei n.º 132/2010, de 17 de Dezembro e Decreto-Lei

n.º73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime jurídico a que fica sujeita a gestão de resíduos de equipamentos eléctricos

e electrónicos (REEE)

Substâncias proibidas

(Art. 6º)

Os EEE abrangidos pelas categoria 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 10 indicadas no anexo I, bem como as lâmpadas eléctricas e os aparelhos de iluminação de uso doméstico, só podem ser colocados no mercado nacional, a partir de 1 de Julho de 2006, se não contiverem chumbo, mercúrio, cádmio, crómio hexavalente, polibromobifelino (PBB) e ou éter de difenilo polibromado (PBDE).

As excepções são relativas à reutilização de EEE colocados no mercado nacional antes de 1 de Julho de 2006 ou às peças sobresselentes para reparação daqueles equipamentos e às utilizações indicadas no anexo V do Decreto-Lei n.º 230/2004 de 10 de Dezembro

Responsabilidades pela gestão

(Art. 8º)

Todos os intervenientes no ciclo de vida dos EEE e dos REEE são co-responsáveis pela sua gestão, nos termos do disposto no Decreto-Lei n.º 230/2004 e demais legislação aplicável.

Responsabilidades pela recolha, transporte, tratamento,

valorização e eliminação de REEE

(Art. 9º a 13º)

Cabe aos produtores de EEE o financiamento e a organização, directamente ou através de terceiros, das operações de recolha, transporte, armazenagem, tratamento, valorização ou eliminação, de resíduos recolhidos de EEE colocados no mercado após 13 de Agosto de 2005.

Só poderão ser colocados no mercado nacional os EEE cujos produtores tenham adoptado um Sistema integrado de gestão de REEE ou um Sistema Individual devidamente licenciado pelo Instituto Nacional de Resíduos.

Os distribuidores são responsáveis por assegurar a recolha de REEE sem encargos para o detentor, à razão de um por um, no âmbito do fornecimento de um novo EEE, desde que os resíduos sejam de equipamentos equivalentes e desempenhem as mesmas funções que os equipamentos fornecidos;

Distribuidores podem constituir-se como centros de recepção de REEE; Sobre os utilizadores particulares impende a obrigação de proceder à entrega gratuita dos

REEE que detenham nas instalações de recolha selectiva a tal destinadas, de acordo com as informações fornecidas.

Custo ambiental

(Art. 24º)

Os custos da recolha, tratamento e eliminação ambientalmente sã de REEE não são indicados separadamente aos compradores aquando da venda de novos EEE.

Até 13 de Fevereiro de 2013, no que diz respeito aos equipamentos que integram a categoria 1 do anexo I, é permitido aos produtores indicar os custos inerentes à gestão do REEE.

Registo de produtores de EEE

(Art. 26º)

Todos os produtores de EEE, independentemente do sistema de gestão de REEE por que optarem, estão sujeitos a uma obrigação de registo, de forma a tornar possível acompanhar e fiscalizar o cumprimento das obrigações e dos objectivos fixados no Decreto-Lei n.º 230/2004 e demais legislação aplicável, o não cumprimento desta obrigação implica a proibição de comercialização de EEE no mercado nacional.

Os produtores devem comunicar à entidade responsável pela organização do registo, numa base anual, o tipo e quantidade de equipamentos colocados no mercado nacional, bem como o sistema de gestão por que optaram em relação a cada tipo de REEE.

Os produtores devem identificar o respectivo número de registo nas facturas que emitem, nos documentos de transporte e em documentos equivalentes.

Os produtores de EEE que coloquem equipamentos no mercado nacional através de comunicação à distância (através de Internet, telefone, catálogos, entre outros) também estão sujeitos às obrigações constantes dos pontos anteriores.

Page 337: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 20 – Pilhas e Acumuladores Usados 1/7

Resíduo: Pilhas e Acumuladores Usados

O código do resíduo Pilhas e Acumuladores Usados, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 20 01 33* – Pilhas e Acumuladores abrangidos em 16 06 01, 16 06 02 ou 16 06 03 e Pilhas e Acumuladores não Triados contendo essas Pilhas ou Acumuladores. Notas: * Resíduo considerado perigoso.

Este tipo de equipamentos contém metais pesados e tóxicos destacando-se o cádmio e o mercúrio. Se as pilhas ou acumuladores forem depositadas directamente no solo, com a sua deterioração, são libertados os metais pesados, que poluem gravemente o solo, a água, o ar e os organismos vivos, tendo efeito bioacumulativo.

O cádmio pode originar transtornos gastrointestinais, anemia, enfisema pulmonar, doenças renais entre outras patologias no ser humano.

O mercúrio afecta o sistema nervoso central, provocando lesões cerebrais, alterações nos órgãos do sistema respiratório, lesões renais, entre outras doenças graves que afectam o ser humano.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Page 338: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/7

Os fabricantes de pilhas ou acumuladores devem conceber pilhas e acumuladores que progressivamente

contenham menos substâncias perigosas, designadamente através da substituição dos metais pesados como o mercúrio, o cádmio e o chumbo, por forma a diminuir o seu impacte negativo no ambiente e na saúde humana.

Para a prevenção e redução deste tipo de resíduos deverão ser também implementadas acções tais como:

no momento da compra, optar por pilhas e acumuladores com maior durabilidade; optar pela utilização de pilhas recarregáveis; promover e divulgar regras para uma utilização cuidada, deste tipo de equipamentos, evitando danos

no material e potencial necessidade de substituição. elaborar, implementar e comunicar instruções/ procedimentos a todos os trabalhadores com

regras de prevenção deste tipo de resíduo. sensibilizar e formar todos os colaboradores, para a prevenção e minimização da produção de

resíduos.

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo Pelo facto de conterem substâncias perigosas, este tipo de resíduos pode, apresentar riscos para quem os manuseia. Desta forma, aconselha-se a utilização de luvas apropriadas e vestuário de protecção no manuseamento deste tipo de resíduo.

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Obrigatoriedade do uso de vestuário de protecção

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 339: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 20 – Pilhas e Acumuladores Usados 3/7

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

Os resíduos de pilhas e acumuladores usados, devem ser colocadas em recipientes estanques, ou sobre bacias de retenção e devem ser armazenados ao abrigo da exposição do sol, calor ou chuva.

Figura 1 - Recipiente para colocação de resíduos de acumuladores

Figura 2 - Recipiente para colocação de resíduos de pilhas

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

Este tipo de resíduos deve estar armazenado longe das fontes de ignição. Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com a

designação do resíduo e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

Figura 3- Exemplos de rótulos a serem utilizados para identificação dos resíduos de Pilhas e Acumuladores

Resíduo considerado material não perigoso para transporte.

TRANSPORTE

Page 340: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/7

Não Aplicável.

R5: Reciclagem ou recuperação de outras matérias inorgânicas

R13: Acumulação de resíduos para serem submetidos a uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

D5: Depósitos subterrâneos especialmente concebidos.

D15: Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

Reciclagem de Pilhas e Acumuladores Usados A reciclagem de pilhas e acumuladores é um processo de recuperação dos materiais constituintes dos mesmos, tendo em vista não só o seu reaproveitamento, como remover a sua deposição em aterros sanitários, diminuindo assim o seu volume, e a contaminação de aquíferos subterrâneos. Em termos técnicos, a reciclagem consiste na captura dos materiais, nomeadamente Manganês, Zinco, Aço e Carbono, para serem reintroduzidos no processo industrial, evitando com isso a deposição dos metais pesados, tóxicos e altamente poluentes na natureza, ao mesmo tempo que diminui a necessidade de exploração mineira para a obtenção dos mesmos.

Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade

pela gestão

(Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 341: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 20 – Pilhas e Acumuladores Usados 5/7

Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da hierarquia dos

resíduos

(Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos

(Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de

registo

(Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER): a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos; b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos. (…)

Informação objecto de registo

(Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo: a) Origens discriminadas dos resíduos; b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos; c) Identificação das operações efectuadas; d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação: a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável; b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente; c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49º do Decreto-Lei nº 178/2006 do por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo

(Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo

(Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

Decreto-Lei n.º 6/2009, de 6 de Janeiro e posteriores alterações publicadas no Decreto-Lei n.º 266/2009, de 29 de Setembro e Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho

Estabelece o regime de colocação no mercado de pilhas e acumuladores e o regime de recolha, tratamento, reciclagem e eliminação de resíduos de pilhas e dos acumuladores

Obrigações dos fabricantes de

pilhas ou acumuladores e dos fabricantes

dos aparelhos que os contêm

incorporados

(Art. 6º)

Os fabricantes de pilhas ou acumuladores devem conceber pilhas e acumuladores que progressivamente contenham menos substâncias perigosas, designadamente através da substituição dos metais pesados como o mercúrio, o cádmio e o chumbo, por forma a diminuir o seu impacte negativo no ambiente e na saúde humana.

Os fabricantes de aparelhos que contêm pilhas ou acumuladores incorporados devem assegurar que os mesmos são: a) Concebidos de modo a facilitar a remoção dos resíduos de pilhas ou acumuladores; b) Acompanhados de instruções que informem o utilizador final sobre o tipo de pilhas ou acumuladores neles incorporados e sobre a remoção segura dos respectivos resíduos.

Page 342: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

6/7

Decreto-Lei n.º 6/2009, de 6 de Janeiro e posteriores alterações publicadas no Decreto-Lei n.º 266/2009, de 29 de Setembro e Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho

Estabelece o regime de colocação no mercado de pilhas e acumuladores e o regime de recolha, tratamento, reciclagem e eliminação de resíduos de pilhas e dos acumuladores

Proibição de colocação no

mercado

(Art. 7º)

É proibida a colocação no mercado de: – Pilhas e acumuladores (P&A), incorporados ou não em aparelhos, que contenham mais de 5 ppm de mercúrio em peso (não se aplica às pilhas-botão com um teor em mercúrio inferior a 20.000 ppm); – Pilhas e acumuladores (P&A) portáteis, incluindo os incorporados em aparelhos, com mais de 20 ppm de cádmio em peso (não se aplica a pilhas e acumuladores portáteis utilizados em sistemas de alarme e de emergência, incluindo iluminação de emergência, aparelhos médicos e ferramentas eléctricas sem fios).

Recolha de resíduos de pilhas

e acumuladores portáteis

(Art. 9º)

Os produtores, individualmente ou através de entidade gestora licenciada nos termos do Decreto-Lei n.º 6/2009, devem assegurar a instalação de pontos de recolha selectiva de resíduos de pilhas e acumuladores portáteis e suportar os demais custos decorrentes da referida operação de recolha.

Os distribuidores de pilhas e acumuladores portáteis estão obrigados a aceitar a devolução dos respectivos resíduos, independentemente da sua composição química e da sua origem, sem encargos para os utilizadores finais e sem que estes tenham de adquirir novas pilhas ou acumuladores.

Os utilizadores finais estão obrigados a proceder à entrega dos resíduos de pilhas e acumuladores portáteis que detenham, sem quaisquer encargos, em pontos de recolha selectiva destinados para o efeito.

Recolha de resíduos de baterias e

acumuladores industriais e de

baterias e acumuladores para veículos automóveis

(Art. 10º)

Os produtores e os distribuidores de baterias e acumuladores industriais estão obrigados a aceitar a devolução dos respectivos resíduos pelos utilizadores finais, independentemente da sua composição química e da sua origem.

Os produtores de baterias e acumuladores para veículos automóveis, individualmente ou através de entidade gestora licenciada nos termos do Decreto-lei n.º 6/2009, devem assegurar a existência de pontos de recolha selectiva dos respectivos resíduos e suportar os inerentes custos de instalação e funcionamento.

Os distribuidores de baterias e acumuladores industriais estão obrigados a aceitar a devolução dos respectivos resíduos pelos utilizadores finais, independentemente da sua composição química e da sua origem.

Os resíduos de baterias e acumuladores recolhidos selectivamente devem ser acondicionados em recipientes estanques, com uma composição que não reaja com os componentes dos referidos resíduos, e armazenados com o líquido no seu interior e na posição vertical, com aberturas fechadas e voltadas para cima.

Os utilizadores finais estão obrigados a proceder à entrega dos resíduos de baterias e acumuladores industriais e de baterias e acumuladores para veículos automóveis que detenham, sem quaisquer encargos, em pontos de recolha selectiva destinados para o efeito

Rotulagem

(Art. 12º)

Os produtores estão obrigados a rotular as pilhas, os acumuladores ou as baterias de pilhas colocados no mercado comunitário com o símbolo cujo modelo consta do anexo II do Decreto-Lei n.º 6/2009, do qual faz parte integrante, por forma a facilitar a recolha selectiva dos respectivos resíduos.

Os produtores de pilhas e acumuladores portáteis e de baterias e acumuladores para veículos automóveis são obrigados, a indicar nos mesmos de forma visível, legível e indelével a respectiva capacidade, de acordo com os métodos harmonizados de determinação da capacidade e do uso apropriado a definir pela Comissão Europeia.

Tratamento, reciclagem e

eliminação de P&A portáteis, de

baterias, acumuladores

industriais, baterias e

acumuladores para veículos automóveis

(Art. 13º)

Cabe aos produtores, individualmente ou através da entidade gestora licenciada nos termos do Decreto-Lei n.º 6/2009, assegurar o tratamento, reciclagem e/ou eliminação dos resíduos de pilhas e acumuladores recolhidos, suportando os custos líquidos decorrentes dessas operações, bem como os custos das operações intermédias de transporte, armazenagem e triagem.

Os processos de tratamento e de reciclagem devem cumprir o disposto no Decreto-Lei n.º178/2006, de 5 de Setembro republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho, e demais legislação aplicável, devendo ainda os operadores observar os requisitos mínimos descritos no ponto 2 do artigo 13º do Decreto-Lei n.º 6/2009, de 6 de Janeiro.

Page 343: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 20 – Pilhas e Acumuladores Usados 7/7

Decreto-Lei n.º 6/2009, de 6 de Janeiro e posteriores alterações publicadas no Decreto-Lei n.º 266/2009, de 29 de Setembro e Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho

Estabelece o regime de colocação no mercado de pilhas e acumuladores e o regime de recolha, tratamento, reciclagem e eliminação de resíduos de pilhas e dos acumuladores

Tecnologias de fabrico de pilhas e acumuladores e de

tratamento e de reciclagem dos respectivos de

resíduos

(Art. 14º)

Os produtores de pilhas e acumuladores devem promover a investigação e o desenvolvimento de novas tecnologias de fabrico, bem como de tratamento e de reciclagem dos respectivos resíduos, tendo em vista a melhoria do desempenho ambiental das pilhas e acumuladores ao longo do ciclo de vida.

Custo ambiental

(Art. 15º)

Os custos da recolha, tratamento e reciclagem de resíduos de pilhas e acumuladores portáteis não são discriminados no preço de venda ao utilizador final.

Sistemas de gestão de

resíduos de P&A usados

(Art. 16º)

Todos os produtores de pilhas e acumuladores são obrigados a submeter a gestão dos respectivos resíduos a um sistema integrado ou a um sistema individual, para efeitos do cumprimento das obrigações estabelecidas no Decreto-Lei n.º 6/2009.

Sistema integrado

(Art. 17º)

Caso o produtor opte pela adesão a um sistema integrado, a responsabilidade pela gestão dos resíduos de pilhas e acumuladores é transferida para a entidade gestora desse sistema. A transferência de responsabilidade referida pode ser parcial, quando relativa a alguns dos resíduos, ou total, quando abranja todos os resíduos.

A transferência de responsabilidades de cada produtor para a entidade gestora é objecto de contrato escrito com a duração mínima de dois anos.

Financiamento da entidade gestora

(Art. 19º)

A entidade gestora é financiada, nomeadamente, através de uma prestação financeira a suportar pelos produtores.

O valor da prestação financeira é determinado em função das quantidades de pilhas e acumuladores colocados anualmente no mercado nacional, características e natureza dos materiais presentes nos resíduos de pilhas e acumuladores bem como das operações de tratamento a que os mesmos são sujeitos.

O valor da prestação financeira pode ser actualizado mediante proposta da entidade gestora a apresentar à APA até 30 de Setembro do ano imediatamente anterior àquele a que diz respeito e carece de aprovação por despacho do membro do Governo responsável na área do ambiente.

Sistema individual

(Art. 22º)

Em alternativa ao sistema integrado, os produtores de pilhas e acumuladores podem optar por assumir as suas obrigações de gestão de resíduos de pilhas e acumuladores a título individual.

O sistema individual de gestão de resíduos referido no ponto anterior carece de autorização da APA, a qual é concedida desde que o produtor demonstre cumprir as obrigações previstas para o sistema integrado.

Registo de produtores

(Art. 23º)

Os produtores são obrigados a proceder ao registo junto da entidade de registo para produtores de P&A (ANREE) e a comunicar as seguintes informações: a) O tipo e a quantidade de pilhas e acumuladores colocados no mercado anualmente; b) Indicação do sistema de gestão por que optaram em relação a cada tipo de pilha e acumulador.

Page 344: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS
Page 345: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 20 - Equipamento Eléctrico e Electrónico fora de Uso (Computadores, Monitores, Teclados, Impressoras) contendo Componentes Perigosos. 1/6

Resíduo: Equipamento Eléctrico e Electrónico fora de Uso (Computadores, Monitores, Teclados, Impressoras) contendo Componentes Perigosos

O código do resíduo Equipamento Eléctrico e Eléctrico fora de Uso (Computadores, Monitores, Teclados, Impressoras) contendo Componentes Perigosos, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 20 01 35* - Equipamento Eléctrico e Electrónico fora de Uso não abrangido em 20 01 21 ou 20 01 23 contendo Componentes Perigosos. (2)

(*) Resíduo considerado perigoso (2) Componentes perigosos de equipamento eléctrico e electrónico podem incluir acumuladores e pilhas mencionados em 16 06 e

assinalados como perigosos, disjuntores de mercúrio, vidro de tubos de raios catódicos e outro vidro activado, etc.

Este tipo de equipamentos contém metais pesados e tóxicos nos seus vários componentes. Desta forma, existem inúmeros impactes associados à deposição não controlada deste tipo de resíduos. Por exemplo, as placas de circuito interno contêm chumbo e cádmio e os interruptores contém mercúrio. Estes metais poluem gravemente o solo, a água, o ar e os organismos vivos, tendo efeito bioacumulativo.

O chumbo pode provocar alterações graves no sangue, rins, órgãos do sistema respiratório, cérebro, ossos, tecidos musculares, causando doenças graves por vezes irreversíveis.

O cádmio pode originar transtornos gastrointestinais, anemia, enfisema pulmonar, doenças renais entre outras patologias no ser humano.

O mercúrio afecta o sistema nervoso central, provocando lesões cerebrais, alterações nos órgãos do sistema respiratório, lesões renais, etc.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Page 346: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/6

Para a prevenção e redução deste tipo de resíduos deverão ser implementadas acções tais como:

no momento da compra, optar por aparelhos com maior tempo de vida útil.

efectuar manutenção preventiva e curativa dos equipamentos de forma a evitar a necessidade de substituição do material e consequente geração deste tipo de resíduo.

reutilização de equipamento, por exemplo para funções, nas quais os equipamentos mais obsoletos ainda sejam úteis.

promover e divulgar regras para uma utilização cuidada, deste tipo de equipamentos, evitando danos no material e potencial necessidade de substituição.

elaborar, implementar e comunicar instruções/ procedimentos a todos os trabalhadores com regras de prevenção deste tipo de resíduo.

sensibilizar e formar todos os colaboradores, para a prevenção e minimização da produção de resíduos.

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

Pelo facto de conterem substâncias perigosas, este tipo de resíduos pode, apresentar riscos para quem os manuseia. Desta forma, aconselha-se a utilização de luvas apropriadas e vestuário de protecção no manuseamento deste tipo de resíduo.

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Obrigatoriedade do uso de vestuário de protecção

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 347: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 20 - Equipamento Eléctrico e Electrónico fora de Uso (Computadores, Monitores, Teclados, Impressoras) contendo Componentes Perigosos. 3/6

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

Dependendo da quantidade a armazenar poderá optar-se por acondicionar os resíduos directamente no solo em zona delimitada ou em contentor.

Por se tratarem de resíduos contaminados com substâncias perigosas, o acondicionamento deve ser efectuado em solo impermeável, ou dotado de bacia de retenção. Caso o acondicionamento seja efectuado em contentores estes devem ser estanques. Em ambos os casos este tipo de resíduos deve ser armazenado ao abrigo da exposição do sol, calor ou chuva.

Figura 1 - Contentores em chapa de aço para acondicionamento de REEE

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

Se estes resíduos estiverem contaminados com substâncias corrosivas deve ser dada especial atenção à resistência, estado de conservação e capacidade de contenção dos contentores

Este tipo de resíduos devem estar armazenados longe das fontes de ignição.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com a designação do resíduo e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

Figura 2- Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação dos resíduos de Equipamento Eléctrico e Electrónico fora de uso contendo componentes perigosos.

Resíduo considerado material não perigoso para transporte.

TRANSPORTE

Page 348: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/6

Não Aplicável.

R5: Reciclagem / recuperação de outras matérias inorgânicas

R13: Acumulação de resíduos para serem submetidos a uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

D5: Depósitos subterrâneos especialmente concebidos.

D15: Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

Reciclagem de REEE

Os REEE contêm uma grande variedade de materiais, como o plástico, vidro, metais ferrosos e não ferrosos, metais preciosos, metais pesados, que através de um processo de valorização poderão ser reutilizados na produção de novos EEE, minimizando os impactes ambientais do consumo de matérias-primas, bem como contribuindo para a redução da ocupação de espaço em aterro.

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade

pela gestão (Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 349: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 20 - Equipamento Eléctrico e Electrónico fora de Uso (Computadores, Monitores, Teclados, Impressoras) contendo Componentes Perigosos. 5/6

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da hierarquia dos

resíduos (Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos (Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de

registo (Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER): a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos; b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de registo (Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo: a) Origens discriminadas dos resíduos; b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos; c) Identificação das operações efectuadas; d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação: a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável; b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente; c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49 º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo

(Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo (Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

Decreto-Lei n.º 230/2004, de 10 de Dezembro, alterado pelos Decreto-Lei n.º 174/2005, de 25 de Outubro, Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, Decreto-Lei n.º 132/2010, de 17 de Dezembro e Decreto-Lei

n.º73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime jurídico a que fica sujeita a gestão de resíduos de equipamentos eléctricos e

electrónicos (REEE) Princípios de

concepção e gestão de EEE

(Art. 5º)

Os EEE pertencentes às categorias indicadas no anexo I do Decreto-Lei n.º 230/2004 devem ser concebidos de forma a: - limitar a utilização de substâncias ou misturas perigosas, reduzindo o carácter nocivo e a quantidade dos resíduos a eliminar. - facilitar o seu desmantelamento e valorização e a não impedir a sua reutilização ou reciclagem, bem como dos seus componentes e materiais, salvo se essas características ou processos de fabrico específicos apresentarem vantagens de maior relevo, nomeadamente no que respeita à protecção do ambiente ou aos requisitos de segurança.

Cada EEE colocado no mercado nacional após 13 de Agosto de 2005 deve conter a identificação do produtor e exibir uma marca que permita distingui-lo dos EEE colocados no mercado antes da referida data.

Só podem ser colocados no mercado nacional os EEE que preencham todos os requisitos definidos no Decreto-Lei n.º 230/2004 e demais legislação aplicável.

Page 350: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

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Decreto-Lei n.º 230/2004, de 10 de Dezembro, alterado pelos Decreto-Lei n.º 174/2005, de 25 de Outubro, Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, Decreto-Lei n.º 132/2010, de 17 de Dezembro e Decreto-Lei

n.º73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime jurídico a que fica sujeita a gestão de resíduos de equipamentos eléctricos e

electrónicos (REEE)

Substâncias proibidas

(Art. 6º)

Os EEE abrangidos pelas categoria 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 10 indicadas no anexo I, bem como as lâmpadas eléctricas e os aparelhos de iluminação de uso doméstico, só podem ser colocados no mercado nacional, a partir de 1 de Julho de 2006, se não contiverem chumbo, mercúrio, cádmio, crómio hexavalente, polibromobifelino (PBB) e ou éter de difenilo polibromado (PBDE).

As excepções são relativas à reutilização de EEE colocados no mercado nacional antes de 1 de Julho de 2006 ou às peças sobresselentes para reparação daqueles equipamentos e às utilizações indicadas no anexo V do Decreto-Lei n.º 230/2004 de 10 de Dezembro

Responsabilidades pela gestão

(Art. 8º)

Todos os intervenientes no ciclo de vida dos EEE e dos REEE são co-responsáveis pela sua gestão, nos termos do disposto no Decreto-Lei n.º 230/2004 e demais legislação aplicável.

Responsabilidades pela recolha, transporte, tratamento,

valorização e eliminação de REEE

(Art. 9º a 13º)

Cabe aos produtores de EEE o financiamento e a organização, directamente ou através de terceiros, das operações de recolha, transporte, armazenagem, tratamento, valorização ou eliminação, de resíduos recolhidos de EEE colocados no mercado após 13 de Agosto de 2005.

Só poderão ser colocados no mercado nacional os EEE cujos produtores tenham adoptado um sistema integrado de gestão de REEE ou um sistema individual devidamente licenciado pela Autoridade Nacional de Resíduos.

Os Distribuidores são responsáveis por assegurar a recolha de REEE sem encargos para o detentor, à razão de um por um, no âmbito do fornecimento de um novo EEE, desde que os resíduos sejam de equipamentos equivalentes e desempenhem as mesmas funções que os equipamentos fornecidos;

Distribuidores podem constituir-se como centros de recepção de REEE; Sobre os utilizadores particulares impende a obrigação de proceder à entrega gratuita dos

REEE que detenham nas instalações de recolha selectiva a tal destinadas, de acordo com as informações fornecidas.

Custo ambiental (Art. 24º)

Os custos da recolha, tratamento e eliminação ambientalmente sã de REEE não são indicados separadamente aos compradores aquando da venda de novos EEE.

Até 13 de Fevereiro de 2013, no que diz respeito aos equipamentos que integram a categoria 1 do anexo I, é permitido aos produtores indicar os custos inerentes à gestão do REEE.

Registo de produtores de EEE

(Art. 26º)

Todos os produtores de EEE, independentemente do sistema de gestão de REEE por que optarem, estão sujeitos a uma obrigação de registo, de forma a tornar possível acompanhar e fiscalizar o cumprimento das obrigações e dos objectivos fixados no presente diploma e demais legislação aplicável, o não cumprimento desta obrigação implica a proibição de comercialização de EEE no mercado nacional.

Os produtores devem comunicar à entidade responsável pela organização do registo, numa base anual, o tipo e quantidade de equipamentos colocados no mercado nacional, bem como o sistema de gestão por que optaram em relação a cada tipo de REEE.

Os produtores devem identificar o respectivo número de registo nas facturas que emitem, nos documentos de transporte e em documentos equivalentes.

Os produtores de EEE que coloquem equipamentos no mercado nacional através de comunicação à distância (através de Internet, telefone, catálogos, entre outros) também estão sujeitos às obrigações constantes dos pontos anteriores.

Page 351: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 20 – Lâmpadas Incandescentes 1/6

Resíduo: Lâmpadas Incandescentes

O código do resíduo Lâmpadas Incandescentes, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 20 01 99 - Outras Fracções não Anteriormente Especificadas

Este tipo de equipamentos pode conter alguns elementos químicos, tais como, tungsténio, crípton, xénon, halogéneo, bromo. Estes elementos directamente em contacto com o solo, ou água, constituem agentes contaminantes, provocando impactes ambientais negativos.

Os resíduos de lâmpadas incandescentes não têm efeitos negativos na saúde pública.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Page 352: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/6

Para a prevenção e redução deste tipo de resíduos deverão ser implementadas acções tais como:

no momento da compra, optar por compra de lâmpadas com maior durabilidade.

promover e divulgar regras para uma utilização cuidada, deste tipo de equipamentos, evitando danos no material e potencial necessidade de substituição.

implementar sistemas de iluminação automáticos, minimizando consumos e desgaste das lâmpadas.

elaborar, implementar e comunicar instruções/ procedimentos a todos os trabalhadores com regras de prevenção deste tipo de resíduo.

sensibilizar e formar todos os colaboradores, para a prevenção e minimização da produção de resíduos.

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

Apesar de não ser considerado perigoso, este tipo de resíduos contém vidro, que pode eventualmente estar partido e apresentar riscos de cortes para quem os manuseia. Desta forma, aconselha-se a utilização de luvas apropriadas e vestuário de protecção no manuseamento deste tipo de resíduo.

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Obrigatoriedade do uso de vestuário de protecção

Técnicas / Tecnologias de Prevenção e Redução do Resíduo

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 353: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 20 – Lâmpadas Incandescentes 3/6

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

As lâmpadas incandescentes que constituem resíduo, devem ser colocadas na sua embalagem original e posteriormente acondicionadas em recipiente fechado.

Figura 1- Colocação das lâmpadas incandescentes inutilizadas na sua embalagem original

Figura 2- Caixote para colocação de resíduos de lâmpadas incandescentes

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

As lâmpadas incandescentes não devem ser colocadas no vidrão.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com a designação do resíduo e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

Figura 3- Exemplo de rótulo a ser utilizado para identificação dos resíduos de lâmpadas incandescentes

Nos contentores de resíduos de lâmpadas incandescentes não deverão colocar-se outro tipo de lâmpadas, nomeadamente as que forem consideradas perigosas, tais como as lâmpadas fluorescentes.

Resíduo considerado material não perigoso para transporte.

TRANSPORTE

Page 354: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/6

Não Aplicável

R5: Reciclagem / recuperação de outras matérias inorgânicas.

R13: Acumulação de resíduos para serem submetidos a uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

D1: Depósitos à superfície ou no subsolo.

D15: Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

Reciclagem de REEE

O termo reciclagem de lâmpadas refere-se à recuperação de alguns dos seus materiais constituintes e à sua introdução nas indústrias ou nas próprias fábricas de lâmpadas. Nomeadamente a recuperação de terminais de alumínio, pinos de latão, componentes de metais ferrosos, vidro, entre outros.

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade

pela gestão (Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável.

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 355: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 20 – Lâmpadas Incandescentes 5/6

Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da hierarquia dos

resíduos (Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos (Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de

registo (Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER): a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos; b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de registo

(Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo: a) Origens discriminadas dos resíduos; b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos; c) Identificação das operações efectuadas; d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação: a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável; b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente; c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49 º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo (Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo (Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

Decreto-Lei n.º 230/2004, de 10 de Dezembro, alterado pelos Decreto-Lei n.º 174/2005, de 25 de Outubro, Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, Decreto-Lei n.º 132/2010, de 17 de Dezembro e Decreto-Lei

n.º73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime jurídico a que fica sujeita a gestão de resíduos de equipamentos eléctricos

e electrónicos (REEE)

Princípios de concepção e

gestão de EEE

(Art. 5º)

Os EEE pertencentes às categorias indicadas no anexo I do Decreto-Lei nº 230/2004 devem ser concebidos de forma a: - limitar a utilização de substâncias ou misturas perigosas, reduzindo o carácter nocivo e a quantidade dos resíduos a eliminar. - facilitar o seu desmantelamento e valorização e a não impedir a sua reutilização ou reciclagem, bem como dos seus componentes e materiais, salvo se essas características ou processos de fabrico específicos apresentarem vantagens de maior relevo, nomeadamente no que respeita à protecção do ambiente ou aos requisitos de segurança.

Cada EEE colocado no mercado nacional após 13 de Agosto de 2005 deve conter a identificação do produtor e exibir uma marca que permita distingui-lo dos EEE colocados no mercado antes da referida data.

Só podem ser colocados no mercado nacional os EEE que preencham todos os requisitos definidos no Decreto-Lei nº 230/2004 e demais legislação aplicável.

Page 356: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

6/6

Decreto-Lei n.º 230/2004, de 10 de Dezembro, alterado pelos Decreto-Lei n.º 174/2005, de 25 de Outubro, Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, Decreto-Lei n.º 132/2010, de 17 de Dezembro e Decreto-Lei

n.º73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime jurídico a que fica sujeita a gestão de resíduos de equipamentos eléctricos

e electrónicos (REEE)

Substâncias proibidas

(Art. 6º)

Os EEE abrangidos pelas categoria 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 10 indicadas no anexo I, bem como as lâmpadas eléctricas e os aparelhos de iluminação de uso doméstico, só podem ser colocados no mercado nacional, a partir de 1 de Julho de 2006, se não contiverem chumbo, mercúrio, cádmio, crómio hexavalente, polibromobifelino (PBB) e ou éter de difenilo polibromado (PBDE).

As excepções são relativas à reutilização de EEE colocados no mercado nacional antes de 1 de Julho de 2006 ou às peças sobresselentes para reparação daqueles equipamentos e às utilizações indicadas no anexo V do Decreto-Lei n.º 230/2004 de 10 de Dezembro

Responsabilidades pela gestão

(Art. 8º)

Todos os intervenientes no ciclo de vida dos EEE e dos REEE são co-responsáveis pela sua gestão, nos termos do disposto no Decreto-Lei n.º 230/2004 e demais legislação aplicável.

Responsabilidades pela recolha,

transporte, tratamento,

valorização e eliminação de

REEE

(Art. 9º a 13º)

Cabe aos produtores de EEE o financiamento e a organização, directamente ou através de terceiros, das operações de recolha, transporte, armazenagem, tratamento, valorização ou eliminação, de resíduos recolhidos de EEE colocados no mercado após 13 de Agosto de 2005.

Só poderão ser colocados no mercado nacional os EEE cujos produtores tenham adoptado um Sistema integrado de gestão de REEE ou um Sistema Individual devidamente licenciado pelo Instituto Nacional de Resíduos.

Os Distribuidores são responsáveis por assegurar a recolha de REEE sem encargos para o detentor, à razão de um por um, no âmbito do fornecimento de um novo EEE, desde que os resíduos sejam de equipamentos equivalentes e desempenhem as mesmas funções que os equipamentos fornecidos;

Distribuidores podem constituir-se como centros de recepção de REEE; Sobre os utilizadores particulares impende a obrigação de proceder à entrega gratuita dos REEE

que detenham nas instalações de recolha selectiva a tal destinadas, de acordo com as informações fornecidas.

Custo ambiental

(Art. 24º)

Os custos da recolha, tratamento e eliminação ambientalmente sã de REEE não são indicados separadamente aos compradores aquando da venda de novos EEE.

Até 13 de Fevereiro de 2013, no que diz respeito aos equipamentos que integram a categoria 1 do anexo I, é permitido aos produtores indicar os custos inerentes à gestão do REEE.

Registo de produtores de

EEE

(Art. 26º)

Todos os produtores de EEE, independentemente do sistema de gestão de REEE por que optarem, estão sujeitos a uma obrigação de registo, de forma a tornar possível acompanhar e fiscalizar o cumprimento das obrigações e dos objectivos fixados no Decreto-Lei n.º 230/2004 e demais legislação aplicável, o não cumprimento desta obrigação implica a proibição de comercialização de EEE no mercado nacional.

Os produtores devem comunicar à entidade responsável pela organização do registo, numa base anual, o tipo e quantidade de equipamentos colocados no mercado nacional, bem como o sistema de gestão por que optaram em relação a cada tipo de REEE.

Os produtores devem identificar o respectivo número de registo nas facturas que emitem, nos documentos de transporte e em documentos equivalentes.

Os produtores de EEE que coloquem equipamentos no mercado nacional através de comunicação à distância (através de Internet, telefone, catálogos, entre outros) também estão sujeitos às obrigações constantes dos pontos anteriores.

Page 357: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 20 – Resíduos Indiferenciados 1/5

Resíduo: Resíduos Indiferenciados

O código do resíduo Resíduos Indiferenciados, de acordo com a Lista Europeia de Resíduos (LER), é 20 03 01 – Outros Resíduos Urbanos e Equiparados, incluindo Misturas de Resíduos

Se não forem devidamente acondicionados e tratados, podem contaminar o solo e a água.

Este tipo de resíduos em decomposição, se não forem devidamente acondicionados e tratados, podem originar efeitos negativos na saúde pública.

CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO DE ACORDO COM A LISTA EUROPEIA DE RESÍDUOS (PORTARIA Nº 209/2004, DE 3 DE MARÇO)

LER

IMPACTES NO MEIO AMBIENTE

IMPACTES NA SAÚDE PÚBLICA

Page 358: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

2/5

Nos vários sectores industriais promover a segregação dos vários tipos de resíduos gerados, nomeadamente através de:

definição de regras/ instruções/procedimentos de separação de resíduos; disponibilização dos meios (ecopontos, contentores, etc) necessários para o efeito; comunicação, formação e sensibilização para a separação de resíduos. implementação e manutenção de um sistema de gestão ambiental.

Requisitos de segurança para manuseamento do resíduo

Aconselha-se a utilização de luvas apropriadas e vestuário de protecção no manuseamento deste tipo de resíduo.

Equipamento de Protecção Individual para o Manuseamento do Resíduo

Obrigatoriedade do uso de luvas

Obrigatoriedade do uso de vestuário de protecção

TÉCNICAS / TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RESÍDUO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

PREVENÇÃO E REDUÇÃOMelhor Solução

Pior Solução

1ª Opção da Hierarquia de Gestão de Resíduos

GESTÃO AMBIENTAL DO RESÍDUO NA EMPRESA

Page 359: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 20 – Resíduos Indiferenciados 3/5

Acondicionamento e armazenagem temporária do resíduo

Para o acondicionamento dos resíduos indiferenciados devem adoptar-se recipientes fechados e devidamente identificados.

Se a produção diária deste tipo de resíduos equiparados a urbanos não exceder 1100 l por produtor, a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

Figura 1- Ecopontos em plástico para colocação na cantina ou refeitório

Figura 2- Contentor em plástico para colocação no parque de resíduos

Aspectos importantes a considerar no acondicionamento deste tipo de resíduos

Deverá ser dada especial atenção à resistência, estado de conservação e capacidade de contenção dos contentores, bem como atender aos eventuais problemas associados ao empilhamento inadequado dos resíduos e/ou contentores de resíduos.

Todos os recipientes e locais de armazenamento devem estar devidamente identificados e rotulados com o processo que lhe deu origem e respectivo código da Lista Europeia de Resíduos – LER (Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março).

Nos contentores de resíduos indiferenciados, não deverão ser colocados resíduos perigosos, bem como, os resíduos provenientes do posto médico.

Resíduo considerado material não perigoso para transporte.

TRANSPORTE

Page 360: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Fichas Técnicas de Resíduos

4/5

Não Aplicável.

R3: Reciclagem/recuperação de substâncias orgânicas não utilizadas como solventes (incluindo digestão anaeróbia e ou compostagem e outros processos de transformação biológica).

R1:

R13:

Utilização principal como combustível ou outro meio de produção de energia.

Acumulação de resíduos para serem submetidos a uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

D1:

D10: D15:

Depósito à superfície ou no subsolo.

Incineração em terra.

Armazenamento antes de uma das operações referidas anteriormente, com a exclusão do armazenamento temporário, antes da recolha, no local onde esta é efectuada.

Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da responsabilidade

pela gestão

(Art. 5º)

A responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável

Exceptuam-se do disposto no ponto anterior os resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada pelos municípios.

O produtor inicial dos resíduos ou o detentor devem, em conformidade com os princípios da hierarquia de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo para o efeito recorrer: a um comerciante; a uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos; a uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

A responsabilidade do produtor ou detentor de resíduos extingue-se pela sua transferência para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.

OPÇÕES DE GESTÃO DO RESÍDUO

Melhor Solução

Pior Solução

PREVENÇÃO E REDUÇÃO

PREPARAÇÃO PARA A REUTILIZAÇÃO

RECICLAGEM

OUTROS TIPO DE VALORIZAÇÃO

ELIMINAÇÃO

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES PARA O INDUSTRIAL

Page 361: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

Capítulo LER 20 – Resíduos Indiferenciados 5/5

Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de Junho Estabelece o regime geral da gestão de resíduos

Princípio da hierarquia dos

resíduos

(Art. 7º)

Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecnologias disponíveis com custos economicamente sustentáveis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos materiais através da sua reutilização, em conformidade com as estratégias complementares adoptadas noutros domínios.

Transporte de resíduos

(Art. 21º)

O transporte de resíduos está sujeito a registo electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, transportadores e destinatários dos resíduos, através de uma guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) a disponibilizar no sítio da Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) na Internet.

Obrigatoriedade de inscrição e de

registo

(Art. 48º)

Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER):

a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores e que produzam resíduos não urbanos;

b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; (…)

Informação objecto de registo

(Art. 49º)

O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte informação prestada pelas entidades sujeitas a registo:

a) Origens discriminadas dos resíduos;

b) Quantidade, classificação e destino discriminados dos resíduos;

c) Identificação das operações efectuadas;

d) Identificação dos transportadores.

Para efeitos de registo na plataforma, os produtores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte informação:

a) Identificação do produtor e marcas comercializadas, se aplicável;

b) Identificação do tipo de produto e quantidades colocadas no mercado anualmente;

c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adoptado.

Manutenção dos registos

(Art. 49º- A)

As entidades sujeitas a registo devem manter um registo cronológico dos dados registados nos termos do artigo 49º do Decreto-Lei nº 178/2006 por um período mínimo de três anos.

As informações referidas no ponto anterior devem ser facultadas às autoridades competentes, sempre que solicitado.

Prazo de inscrição e de registo

(Art. 49º- B)

A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo de um mês após o início da actividade ou do funcionamento da instalação ou do estabelecimento.

O prazo para registo anual da informação relativa aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.

Taxas de registo

(Art. 57º)

Os produtores e operadores sujeitos a registo no SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual de registo destinada a custear a sua gestão.

A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento de funcionamento do SIRER.

Page 362: FICHAS TÉCNICAS DE RESÍDUOS

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