fichamento ver e ser visto pelo poder: quando a política vai a rua na porto alegre dos anos 1920

2
PA CHECO, Ricardo de Aguiar. V er e ser visto pelo poder: quando a política vai a rua na Porto Alegre dos anos 19!. "n: PE#A VE$%O, #andr a &ata'( )Org.* Imagens na História. #+o Paulo: Aderaldo Rot'c'ild, !!-. O seguinte teto trata de u/a re0le+o do autor sore pr2ticas sociais nas 0estas  populares na cidade de Porto Alegre )Rio 3rande do #ul*, no início do s4culo 55. Entre essas atividades o autor destaca as 0estas religiosas, co/o a 6esta do 7ivino, /as acaa por se dedicar a analisar as 0estas cívicas da cidade, e/ especial a 0esta de 18 de ul'o, dia da  pro/ulga+o da Constitui+o Estadual. Para o autor, tal evento ;re/e/orava ;u/< passado co/o 0or/a de 0or/ar, naquele te/po presente, ;u/< proeto político para o 0uturo = o castil'is/o< )p. 9>*. %ais eventos era/ organi?ados por grupos ligados ao PRR, que visava/ 'o/enagear o ato 0undador da rep@lica no R#. O autor rele/ra co/e/oraes co/o as de 19B, 198 e 19-, que reunira/ grande n@/ero de pessoas, onde o c'e0e do Estado recon'ecia a /ani0esta+o de rua co/o pratica legiti/a dos cidad+os de Porto Alegre. %ais eventos acaava/ por servir de espao para recon'eci/ento social. Para a sua an2lise, o autor se derua e/ ornais da 4poca, onde identi0ica pr2ticas sociais que re0letia/ o prestígio social dos personagens sociais. / caso e/le/2tico dessas pr2ticas citado pelo autor 0oi a c'egada do repulicano 6lores da Cun'a e/ Porto Alegre e/ 1> de agosto de 19B. %al recep+o se revestiu de grande  po/pa, co/ grande n@/ero de autoridades civis e /ilitares e a popula+o geral. Outros eventos citados pelo autor 0ora/ as /arc'as, passeatas e co/ícios p@licos, que /es/o e/ u/ conreto político autorit2rio, tai eventos era/ a/pla/ente utili?ados pelas di0erentes 0oras politicas e grupos sociais da cidade. O autor salienta que que as /ani0estaes de rua era/ ocasies e/ que agentes sociais co/ di0erentes papeis se encon trava/ dividin do as respon saili dades da dispu ta políti ca )p. B!> *. %ai s /ani0e sta es era/ /o/ento s e/ que os dir ige nte s par tid 2rio s ei ir e/ sua represen tativi dade social e de/onstra r politica/e nte sua 0ora política. &2 para os cidad+os era o /o/ento de epore/ sua vincula+o política PACHECO, Ric ardo de Ag uia r. Cul tur a pol ítica: as /ed ia es si/Dl icas do pod er. "n: PE#AVE$%O, #andra &ata'( )Org.*. Narrativ as, imagens e prática s sociais:  percursos e/ 'istDria cultural. Porto Alegre, R#: Asterísco, !!-.  $este artigo, o autor procura entender co/o a 'istDria cultural te/ articulado o conceito de cultura política co/o 0erra/enta analítica das /ediaes si/Dlicas estaelecidas entre as estruturas de poder institucional e os di0erentes grupos sociais. O autor entende que a rupt ur a co/ as vi ses et nocnt ric as pr o/ovida pe la antropologi a cult ura l levou os

Upload: romulo-gonzales

Post on 26-Feb-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

7/25/2019 Fichamento Ver e ser visto pelo poder: quando a política vai a rua na Porto Alegre dos anos 1920.

http://slidepdf.com/reader/full/fichamento-ver-e-ser-visto-pelo-poder-quando-a-politica-vai-a-rua-na-porto 1/2

PACHECO, Ricardo de Aguiar. Ver e ser visto pelo poder: quando a política vai a rua na Porto

Alegre dos anos 19!. "n: PE#AVE$%O, #andra &ata'( )Org.* Imagens na História. #+o

Paulo: Aderaldo Rot'c'ild, !!-.O seguinte teto trata de u/a re0le+o do autor sore pr2ticas sociais nas 0estas

 populares na cidade de Porto Alegre )Rio 3rande do #ul*, no início do s4culo 55. Entre essas

atividades o autor destaca as 0estas religiosas, co/o a 6esta do 7ivino, /as acaa por se

dedicar a analisar as 0estas cívicas da cidade, e/ especial a 0esta de 18 de ul'o, dia da

 pro/ulga+o da Constitui+o Estadual. Para o autor, tal evento ;re/e/orava ;u/< passado

co/o 0or/a de 0or/ar, naquele te/po presente, ;u/< proeto político para o 0uturo = o

castil'is/o< )p. 9>*. %ais eventos era/ organi?ados por grupos ligados ao PRR, que visava/

'o/enagear o ato 0undador da rep@lica no R#.

O autor rele/ra co/e/oraes co/o as de 19B, 198 e 19-, que reunira/ grande

n@/ero de pessoas, onde o c'e0e do Estado recon'ecia a /ani0esta+o de rua co/o pratica

legiti/a dos cidad+os de Porto Alegre. %ais eventos acaava/ por servir de espao para

recon'eci/ento social. Para a sua an2lise, o autor se derua e/ ornais da 4poca, onde

identi0ica pr2ticas sociais que re0letia/ o prestígio social dos personagens sociais.

/ caso e/le/2tico dessas pr2ticas citado pelo autor 0oi a c'egada do repulicano

6lores da Cun'a e/ Porto Alegre e/ 1> de agosto de 19B. %al recep+o se revestiu de grande

 po/pa, co/ grande n@/ero de autoridades civis e /ilitares e a popula+o geral. Outros

eventos citados pelo autor 0ora/ as /arc'as, passeatas e co/ícios p@licos, que /es/o e/

u/ conreto político autorit2rio, tai eventos era/ a/pla/ente utili?ados pelas di0erentes

0oras politicas e grupos sociais da cidade.

O autor salienta que que as /ani0estaes de rua era/ ocasies e/ que agentes sociais

co/ di0erentes papeis se encontrava/ dividindo as responsailidades da disputa política )p.

B!>*. %ais /ani0estaes era/ /o/entos e/ que os dirigentes partid2rios eiire/ sua

representatividade social e de/onstrar politica/ente sua 0ora política. &2 para os cidad+os

era o /o/ento de epore/ sua vincula+o política

PACHECO, Ricardo de Aguiar. Cultura política: as /ediaes si/Dlicas do poder. "n:

PE#AVE$%O, #andra &ata'( )Org.*. Narrativas, imagens e práticas sociais: percursos e/

'istDria cultural. Porto Alegre, R#: Asterísco, !!-.

 $este artigo, o autor procura entender co/o a 'istDria cultural te/ articulado o

conceito de cultura política co/o 0erra/enta analítica das /ediaes si/Dlicas estaelecidas

entre as estruturas de poder institucional e os di0erentes grupos sociais. O autor entende que a

ruptura co/ as vises etnocntricas pro/ovida pela antropologia cultural levou os

7/25/2019 Fichamento Ver e ser visto pelo poder: quando a política vai a rua na Porto Alegre dos anos 1920.

http://slidepdf.com/reader/full/fichamento-ver-e-ser-visto-pelo-poder-quando-a-politica-vai-a-rua-na-porto 2/2

'istoriadores a valori?are/ as di0erentes /ani0estaes e di/enses das sociedades co/o

oeto de suas pesquisas.

Assi/, o conceito antropolDgico de cultura troue F pesquisa 'istDrica a possiilidade

do ea/e est4tico, saindo dos saeres tradicionais e partindo ta/4/ para as /ani0estaes

 populares. A partir do conceito de cultura de 3eert?, que a entende co/o estruturas de

signi0icados social/ente estaelecidas, o autor to/a a cultura co/o u/a rede de signi0icados

social/ente inteligíveis e passiveis de sere/ interpretados pela coletividade.

Entendendo que a /ultiplicidade cultural i/plica a apropria+o e a signi0ica+o dos

ele/entos lanados no ca/po si/Dlico, o autor entende que a no+o de cultura política se

torna u/a 0erra/enta teDrica i/portante para identi0icar o /odo co/o os di0erentes grupos

sociais percee/ o processo político no qual est+o inseridos. A cultura política de u/a

deter/inada sociedade n+o pode ser apreendida co/o algo 'o/ogneo, visto que di0erentes

grupos sociais signi0ica/ os ele/entos dessa cultura de acordo co/ seus interesses

 particulares )p. G8*.

Assi/, ao produ?ir os cDdigos possíveis de sere/ utili?ados para se re0erir F

sociedade, o ca/po si/Dlico constrDi as 0or/as pelas quais os sueitos pode/ codi0icar e

decodi0icar as relaes sociais e/ que esta/os inseridos. A partir da de0ini+o de ca/po de

 poder de ic'el 6oucault, o autor entende que os discursos que se articula/ no /undo social

e/ ve? de sere/ verdades asolutas sore o c'a/ado real, s+o to/ados co/o u/ espao

li/itado de co/unica+o, u/a regularidade discursiva.

O autor conclui que o conceito de cultura política te/ sido construído e utili?ado por 

diversos ca/pos disciplinares para perceere/ as representaes e pr2ticas sociais que a

sociedade articula sore o poder, per/itindo organi?ar e articular esse conunto disperso de

ele/entos da realidade social vivida e i/aginada.