fichamento perry anderson passagens da antiguidade ao feudalismo

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Anderson, P. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. Trad. Beatriz Sidou. 5.ª edição – 1994; Ed. Brasilense – São Paulo – SP. Fichamento do Livro: Passagens da Antiguidade ao Feudalismo Aluna: Andréia da Rocha Lopes Curso: Bacharelado de História Disciplina: Medieval I Professora: Rejane Barreto Jardim Ficha Bibliografia Passagens da Antiguidade ao Feudalismo Autor: Perry Anderson 1974 Tradução: Beatriz Sidou 5º edição, 1994 2º reimpressão, março de 1998 Editora: Brasilense - SP Perry Anderson no livro Passagens da Antiguidade ao Feudalismo, discorre sobre a Antiguidade Clássica e os movimentos políticos e sociais que ocorreram para está se transformar no sistema feudal, característica da Idade Média. Abordando temas como a escravidão, e a agricultura como principal fonte de renda para o enriquecimento da polis, a dificuldade dos meios de transportes terrestre, e a importância da navegação para o transporte na Antiguidade Clássica. Anderson descreve a Antiguidade Clássica desde o surgimento da Grécia e de sua ascensão, e do mundo romano até a queda de Roma. Pontuando seu texto com as possíveis causas da transição da Antiguidade Clássica para o sistema feudal. Apontando as invasões Árabes e germânicas e a crise na produção como a maior causa dessa transição, que nasce da união do modo de produção escravo da Antiguidade com o sistema primitivo das tribos germânicas. Um modo de produção onde o camponês é um servo ligado a terra que tem dever para com o senhor feudal, que por sua vez é um vassalo. Este com a ajuda da Igreja atingindo seu apogeu nos séculos X, e seu deterioramento por causa da crise na produção nos séculos XIV e XV, abrindo espaço para o “Capitalismo”. As estruturas do mundo medieval – A nova Europa no modo de produção feudal e suas tipologias sociais com seus padrões de desenvolvimento. Por causa das fronteiras, onde em algumas regiões os romanos não adentraram, o sistema feudal demorou a

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Anderson, P. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. Trad. Beatriz Sidou. 5. edio 1994; Ed. Brasilense So Paulo SP.

Fichamento do Livro: Passagens da Antiguidade ao Feudalismo

Aluna: Andria da Rocha Lopes

Curso: Bacharelado de Histria

Disciplina: Medieval I

Professora: Rejane Barreto Jardim

Ficha Bibliografia

Passagens da Antiguidade ao Feudalismo

Autor: Perry Anderson

1974

Traduo: Beatriz Sidou

5 edio, 1994

2 reimpresso, maro de 1998

Editora: Brasilense - SP

Perry Anderson no livro Passagens da Antiguidade ao Feudalismo, discorre sobre a Antiguidade Clssica e os movimentos polticos e sociais que ocorreram para est se transformar no sistema feudal, caracterstica da Idade Mdia.

Abordando temas como a escravido, e a agricultura como principal fonte de renda para o enriquecimento da polis, a dificuldade dos meios de transportes terrestre, e a importncia da navegao para o transporte na Antiguidade Clssica.

Anderson descreve a Antiguidade Clssica desde o surgimento da Grcia e de sua ascenso, e do mundo romano at a queda de Roma. Pontuando seu texto com as possveis causas da transio da Antiguidade Clssica para o sistema feudal. Apontando as invases rabes e germnicas e a crise na produo como a maior causa dessa transio, que nasce da unio do modo de produo escravo da Antiguidade com o sistema primitivo das tribos germnicas. Um modo de produo onde o campons um servo ligado a terra que tem dever para com o senhor feudal, que por sua vez um vassalo. Este com a ajuda da Igreja atingindo seu apogeu nos sculos X, e seu deterioramento por causa da crise na produo nos sculos XIV e XV, abrindo espao para o Capitalismo.

As estruturas do mundo medieval A nova Europa no modo de produo feudal e suas tipologias sociais com seus padres de desenvolvimento. Por causa das fronteiras, onde em algumas regies os romanos no adentraram, o sistema feudal demorou a comear. Sendo que este nunca foi homogneo, pois ao mesmo tempo em que ele, existia tambm escravos e os camponeses livres.

Prefcio

Antiguidade e feudalismo por um Lado e por outro absolutismo p. 7

Este ensaio explora o mundo social e poltico da Antiguidade clssica, a natureza de sua transio ao mundo medieval e as resultantes estruturas e evoluo do feudalismo na Europa p. 7

Primeira parte

1. Antiguidade Clssica

Para Anderson os historiadores delimitaram convencionalmente a delimitao do leste e do ocidente Europeu, sendo traada uma linha no continente que exclua a leste os eslavos das grandes naes do ocidente definies essas usadas por Ranke (1924).

O autor ns trs um panorama da Europa geogrfica e humana, no final da Antiguidade Clssica, em sua formao, sendo esta uma criao da Idade Mdia inicial.

O imprio greco-romano teve um grande enfraquecimento com as invases rabes, e inmeras crises polticas, esses no conseguiram conter as investidas dos povos germnicos, o que levou a sua queda.

Citaes

Era o ocidente sozinho que participava das migraes brbaras, das cruzadas medievais e das conquistas coloniais modernas p.15

Pois todos os povos que ficavam fora da delimitao leste e do ocidente da Europa, no apareciam na Histria como participantes dessas migraes. Ex Eslavos.

mas a prpria distino e sua origem na idade das trevas permanecem virtualmente inalteradas... sua aplicao comea com o surgimento do feudalismo, na poca histrica em que o relacionamento clssico de regies dentro do Imprio Romano o leste avanado e o Ocidente atrasado p. 16

Discrio das diferenas de caracterizaes das regies, que levou ao Feudalismo acontecer de modos diferentes em cada regio.

O fim da Antiguidade foi ento selado pelas conquistas rabes, que dividiram o Mediterrneo. O Imprio se tornou Bizncio, um sistema social e poltico distinto do resto do continente europeu. Era neste novo espao, que emergia da idade das trevas, que a polaridade entre Oriente e o Ocidente iria mudar de conotao p. 16

As invases rabes, que levaram ao fim o Imprio Romano.

A economia europeia na Idade Mdia no sentido em que este adjetivo, emprestado da velha nomenclatura das cinco partes do mundo, pode ser usado para designar uma realidade humana verdadeira que do bloco latino e germnico, flanqueado por umas poucas ilhotas cticas e franjas eslavas, gradualmente conquistou uma cultura comum p. 16/17

A unio dos sistemas de produo escrava da antiguidade com o sistema primitivo tribal resultou o Sistema Feudal

A formao da Europa e a germanizao do feudalismo tm sido geralmente confinadas Histria da metade ocidental do continente p. 17

Esta tambm ocorreu em alguns lugares do Oriente, um pouco mais tarde do que no ocidente. Ex. Rssia.

O modo de produo escravo

De acordo com o autor, a Antiguidade Clssica teve seu modo de produo, em sua maioria de mo de obra escravo, com pouco desenvolvimento tecnolgico, e grande explorao desse trabalho do campo, para sustentar os excessos da polis.

Sendo descrita a exgua produo manual da antiguidade que ajudou na passagem da Antiguidade para o feudalismo. E como deveria se escolhido um bom escravo, entre os povos conquistados e a importncia destes para a economia, tanto no seu auge, quanto no seu declnio.

Citaes:

Em oposio ao carter cumulativo do advento do capitalismo, a gnese do feudalismo na Europa derivou de um colapso catastrfico e convergente de dois modos de produo distinto e anteriores p. 18

Uma referencia aos dois modos de produo os quais se estruturou o modo de produo feudal.

os predecessores do modo feudal de produo foram naturalmente o modo de produo escravo em decomposio, sobre cujos fundamentos todo o enorme edifcio do Imprio Romano fora construdo outrora, e os primitivos modos de produo distendidos e deformados dos invasores germnicos, que sobreviveram a sua nova ptria p. 19

Afirmao sobre os dois modos de produo que formaram o feudalismo.

preciso olhar para trs, para a matriz original de toda a civilizao do mundo clssico. A Antiguidade greco-romana sempre constituiu um universo centralizado em cidades. O esplendor e a solidez da antiga polis helnica e da posterior Repblica romana p. 19

A importncia das cidades no Imprio Greco-Romano.

sua renda provinha do milho, do azeite e do vinho os trs grandes produtos bsicos do Mundo Antigo p. 19

Principais produtos da economia do mundo Antigo.

A Antiguidade greco-romana era essencialmente mediterrnea em sua mais profunda estrutura. O comercio interlocal que a reunia s podia se fazer por gua: o transporte martimo era o nico meio vivel para troca de mercadoria a mdia e longa distncias p. 20

na poca de Diocleciano era mais barato transportar trigo da Espanha de um extremo ao outro do Mediterrneo por embarcaes do que levar por 120 quilmetros por via terrestre p. 20

No acidental, portanto que a zona do Egeu Um labirinto de ilhas, baas e promontrios tenha sido o primeiro bero da cidade-estado: que Atenas, seu maior exemplo p. 20

quando a colonizao grega se espalhou pelo Oriente Prximo no perodo helnico, o porto de Alexandria se tenha tornado a maior cidade do Egito, a primeira capital martima em sua histria; e que Roma, por sua vez, situada as margens do Tibre, se tenha tornado uma metrpole costeira p. 20/21

O mar era o condutor do brilho duvidoso da Antiguidade. A combinao especifica de cidade e campo que definia o mundo clssico p.21.

Citaes que demonstram a importncia do transporte martimo na Antiguidade e porque as cidades gregas ficavam perto da costa.

no ocorreu um enxame de invenes que impulsionasse a economia antiga... a estagnao tcnica global da Antiguidade. p. 26

a tecnologia manual da Antiguidade era exgua e primitiva p. 26

o trabalho escravo em geral no era menos produtivo do que o livre p. 27

O saque, o tributo e os escravos eram os objetos centrais do engrandecimento, tanto meios como finalidades para a expanso colonial p. 28

Trs grandes ciclos da expanso imperial podem ser traados na Antiguidade Clssica... o ateniense, o macednico e o romano p. 28

Problemas que colaboraram com o colapso do sistema de produo escravo.

A Grcia

Segundo o autor as cidades-estados helnicas so anteriores a poca clssica propriamente dita, na regio da Egeia, o autor nos mostra um panorama do surgimento da Grcia arcaica depois do colapso da civilizao micnica.

A cristalizao do modelo urbano da civilizao Clssica surgiu na Grcia arcaica entre 800 a 500 a.C. onde nos meados do sc. VI j existia 1500 cidades helnicas. O autor fala da explorao poltica e territorial de Atenas e Esparta, do poder da frota martima de Atenas. Das tiranias que foram instaladas, as rivalidades entre as prprias cidades helnicas, e o poder alcanado por Atenas.

A democracia foi diferente na cidade de Esparta, e nas dificuldades enfrentadas por Atenas referentes as cidadanias, j que a cidadania ateniense era ampla em casa, mas impraticvel para estrangeiros no atenienses.

Sendo o imprio Grego derrubado por Lisandro em terra. As cidades gregas do sc. IV caem de exausto.

Citaes:

Foi na poca seguinte da Grcia Arcaica, de 800 a 500 a.C., que o modelo urbano da civilizao clssica lentamente se cristalizou p. 29

A organizao social destas cidades ainda refletia muito do passado tribal de onde havia emergido p. 30

os habitantes eram organizados pela ordem descendentes de tamanho e incluso em tribos, fratrias e cls, sendo os cls exclusivamente grupos aristocrticos e as fratrias talvez originalmente sua freguesia popular p. 30

O surgimento da Polis e suas primeiras organizaes polticas.

A ruptura dessa ordem ocorreu no ltimo sculo da era arcaica, com o advento dos tiranos (c. 650-510 a.C.). p. 30

A chegada de um sistema monetrio e a disseminao de uma economia financeira foram acompanhadas por um rpido aumento na populao e no comrcio da Grcia... a maior produtividade helnica das culturas do vinho e das oliveiras p. 30

A presso combinada do descontentamento rural da base e das fortunas recentes foraram a ruptura do estreito anel de domnio aristocrtico da cidade p. 31

Os tiranos, em conflito com a nobreza tradicional, na realidade bloquearam o monoplio da propriedade agrria, que era a principal tendncia de seu poder irrestrito e que estava ameaando causar um crescente perigo social na Grcia arcaica p. 31

Slon privou a nobreza de seu monoplio de cargos pela diviso da populao de Atenas em quatro classes de renda p. 32

Os conflitos sociais com os cidados logo se renovaram e agravaram, culminando com a tomada do poder pelo tirano Pisstrato p. 32

Crises de ordem poltica e social, que levaram a tomada de poder pelos tiranos, sendo Slon o primeiro.

Em seus termos mais amplos, a escravido era fundamental para a civilizao grega, no sentido em que sua abolio e a substituio do trabalho livre, se a algum houvesse ocorrido, teria deslocado toda a sociedade p. 35

Importncia dos escravos.

O mundo helnico

De acordo com o autor ,derivado da periferia setentrional rural da civilizao grega, o segundo maior ciclo de conquista colonial, surgiu de uma monarquia tribal - o Imprio Macednio. Onde a maioria da populao era de camponeses livres e havia pouca escravido, sua realeza era hereditria e toda terra era propriedade do monarca. Seu mpeto levou-o a conquista de todo Oriente Prximo sob o comando de Alexandre.

Esse Imprio Macednio que partiu de Gaugamela do Adritico ao Oceano ndico, no sobreviveu ao prprio Alexandre. Foi dividido em quatro zonas por disputas internas: Mesopotmia, Egito, sia Menor e a Grcia.

Citaes:

as conquistas de Alexandre no eram acompanhadas pela escravido em massa p. 47

Explicao pelo pouco aumento dos escravos durante as conquistas de Alexandre.

Os governantes helnicos herdaram a poderosa tradio autocrtica das civilizaes ribeirinhas do Oriente Prximo p. 48

Poder pessoal ilimitado que tinham os monarcas.

O modelo administrativo dos novos estados reais revelou um desenvolvimento similar uma estrutura fundamentalmente oriental refinada pelos aperfeioamentos gregos p. 48

Modo de governo no mundo helnico.

Alexandria, que se tornou a nova capital martima do Egito lgida, e, dentro de umas poucas geraes, a maior e mais florescente cidade grega do Mundo Antigo p. 49

Importncia de Alexandria.

o museu de Alexandria foi o pai da maior parte das poucas inovaes significativas do mundo clssico p. 50

Tecnologia na Antiguidade.

Do ano 200 a.C. em diante, o poder imperial romano avanou custa deles, e pela metade do sculo II, suas legies haviam esmagado todas as barreiras perigosas de resistncia no Oriente p. 50

Tomada do mundo helnico pelos romanos.

Roma

Para o autor, a Itlia se tornou o centro de gravidade do Mundo Antigo com a expanso imperial urbana com a ascenso de Roma. A Repblica romana conservou seu poder poltico aristocrtico na sua fase clssica, sendo que a monarquia arcaica era de nobres, comparada ao modelo helnico. Roma jamais conheceu o advento dos tiranos em sua sociedade.

A estrutura social romana reduziu o campesinato livre mais pobre escravido, por dbito se apropriando de suas terras.

A inovao da expanso romana era econmica, com o latifndio escravo com grande produo na Antiguidade. Sendo que seu militarismo era sua alavanca para acumulao, a guerra trazia terras, tributos e escravos, que por sua vez forneciam o aparato para guerra.

A escravido no Imprio romano foi alavanca para seu apogeu e tambm para sua queda.

A crise no sistema de produo escravo, disputas polticas internas e as presses nas fronteiras levaram o Imprio Romano ao colapso.

Citaes:

a nova instituio rural do latifundium escravo extensivo. A mo-de-obra para as enormes exploraes que emergiro do sculo III a.C. em diante era abastecida pela espetacular series de campanhas que deu a Roma o poder sobre o mundo mediterrneo: as guerras Pnicas, Macednia, e contra Jugurta, Mitrdates e a Glia, que despejaram cativos militares na Itlia p. 58

O poder romano, que trs consigo mais escravos de guerra para produzir mais.

O militarismo predatrio da Repblica Romana era sua principal alavanca de acumulao econmica. A guerra trazia terras, tributos e escravos; os escravos, os tributos e as terras forneciam o aparato para a guerra p. 60

Importncia das guerras para o mundo romano.

A Espanha e a Glia junto com a Itlia permaneceram as provncias romanas mais profundamente marcadas pela escravido at o final do Imprio p. 61

Os escravos era a principal mo-de-obra, no Imprio Romano.

as presses da base produtiva sobre a qual repousava. Ao contrrio da economia feudal que o seguiu, o modo de produo escravo da Antiguidade no tinha um mecanismo interno natural de auto-reproduo...o suprimento de escravos dependia muito das conquistas estrangeiras, j que os prisioneiros de guerra provavelmente sempre haviam proporcionado a principal fonte de trabalho servil na Antiguidade p. 73

A diminuio dos escravos pela estagnao das fronteiras no Imprio Romano foi um dos processos que o levou a sua queda.

O uso permanente e direto do trabalho escravo pelo estado romano uma caracterstica estrutural que durou at o Imprio Bizantino foi um dos pilares centrais da economia poltica do final da Antiguidade p. 79

Importncia dos escravos para o Estado romano.

Nos caticos cinquenta anos entre 235 e 284 houve nada menos que 20 imperadores, 18 dos quais tiveram morte violenta, um esteve cativo no exterior e outro foi vitima da peste tudo isso, expressivas demonstraes dos tempos. As guerras civis e as usurpaes eram ininterruptas, de Mximo Trcio a Diocleciano p. 80

Crises internas.

Os Francos e outras tribos germnicas assaltavam a Glia repetidamente, saqueando tudo em seu caminho ate a Espanha; os alamanos e jutngidas entraram pela Itlia, os carpos pela Dcia e pela Mssia; os hrulos aniquilaram a Trcia e a Grcia; os godos cruzaram o mar para pilhar a sia Menor; os persas sassnidas ocuparam a Cilcia, a Capadocia e a Sria; Palmira foi separada do Egito; os nmades mouros e blmios fustigaram a frica do Norte. Atenas, Antioquia e Alexandria caram em mos inimigas em diferentes momentos; Paris e Tarragona foram incendiadas; a propia Roma teve de ser fortificada novamente p.81

Invases das tribos germnicas.

Sob intensa presso externa e interna, durante cinquenta anos entre 235 e 284 a sociedade romana pareceu entrar em colapso p. 81

Problemas que causaram o fim do Imprio Romano.

O cristianismo havia nascido no Oriente e se espalhara firmemente por toda esta regio durante o sculo III, enquanto o Ocidente, em comparao permanecia relativamente imune p. 84

Difuso da Igreja Crist no Oriente, onde no Sculo III esta se tornou religio oficial do Imprio Romano.

do colonus o rendeiro campons dependente, amarrado propriedade de seu senhor, pagando-lhe aluguis em bens ou em dinheiro por seu lote ou trabalhando em seu cultivo em base de meao (os trabalhos remunerados propriamente ditos no eram comuns). Os coloni geralmente retinham a metade do que produzia o lote p.90

Surgimento do colonato modo de produo agrcola que substitui o escravo, mas a escravido no desapareceu por completo.

a escravido e o colonato ambos sendo os sistemas inicial e final do Ocidente agrcola p. 99

Sistemas de produo agrcola romana.

A polarizao social do Ocidente terminou, assim, em um duplo final sombrio, com o Imprio fendido de alto a baixo por foras externas aplicassem o golpe de misericrdia p. 99

Final do Imprio Romano.

2. A transio

O cenrio germnico

Os brbaros Germnicos, de acordo com o autor, viviam em tribos que mantinham um sistema de produo comunal primitivo, os lideres determinavam uma parte do solo para cultivo e o dividiam e distribuam em pores para serem cultivadas pelos cls. Os rebanhos eram propriedades particulares dos guerreiros liderantes. Esse cenrio mudou com o contato dessas tribos com os romanos.

Citaes:

No havia chefes em tempos de paz que tivessem autoridade sobre todo um povo: os chefes militares excepcionais eram eleitos em tempo de guerra. Muitos dos cls eram matrilineares p. 103

Formao poltica e social das tribos germnicas at esta entrarem em contato com os romanos.

Pela poca de Tcito, a terra deixara se ser distribuda pelos cls e era distribuda diretamente aos indivduos, ao passo que a frequncias das redistribuies diminua. O cultivo ainda se deslocava muitas vezes, por entre terrenos florestais desocupados, de maneira que as tribos no tinham uma fixao territorial muito grande: o sistema agrrio encorajava as guerras sazonais e permitia as migraes em grande escala p. 104

Mudanas que o contato com os romanos acarretaram.

A diplomacia romana ativamente inflamava estas disputas mortais, com subvenes e alianas, de maneira a neutralizar as presses brbaras nas fronteiras e a cristalizar um estrato de dirigentes aristocrticos desejosos de cooperar com Roma p. 105

Os romanos tentavam proteger suas fronteiras formando alianas com as tribos germanas.

por meio de trocas comerciais e da interveno diplomtica, a presso romana acelerou a diferenciao social e a desintegrao dos modos de produo comunitrios nas florestas germnicas p. 105

Modificaes nas estruturas polticas germanas.

pela imitao e interveno, iriam tornar-se acumulativas: o perigo vindo das fronteiras germnicas crescia enquanto a civilizao romana gradualmente as alterava p. 106

Problemas nas fronteiras.

A longa simbiose das formaes sociais romana e germnica nas regies de fronteirias gradualmente estreitara a brecha entre ambas, embora ainda continuasse uma fenda enorme na maioria dos aspectos. De sua coliso e fuso final e cataclsmica iria surgir finalmente o feudalismo p. 107

O surgimento de feudalismo.

As Invases

Segundo o autor, o imprio Ocidental foi assolado por invases germnicas, em dois modelos diferentes. Em 406, atravs do Reno gelado por suevos, vndalos e alamanos. Em 410 Roma foi saqueada pelos visigodos. Os vndalos tomam Cartago.

O estado brbaro se instala em terras antes romanas, por volta de 480. O que marca o comeo da Idade Mdia.

Citaes:

Na primeira metade do sculo V a ordem imperial foi dissipada pelo influxo dos brbaros por todo Ocidente p. 109

Fim do Imprio Romano.

Eles adotaram unanimemente o arianismo, em vez da ortodoxia crist, e assim asseguraram uma identidade religiosa separada dentro do universo comum da cristandade. A consequncia foi uma Igreja Germnica, paralela Igreja Romana, em todos os reinos brbaros iniciais p. 114

os ostrogodos na Itlia e os visigodos na Espanha chegaram a opor obstculos jurdicos adoo de seu credo ariano pelos romanos, para Garantir a separao entre as duas populaes p 114

A converso das tribos germnicas na Igreja Ariana, fundada por rio, foi considerada uma heresia pelo cristianismo.

Mas esta claro que na Inglaterra, na Frana, e na Itlia um campesinato livre foi inicialmente um dos elementos de migraes anglo-saxes, franca e lombardas p. 119

Modo de produo germano.

Nem a simples justaposio nem a mescla rudimentar poderiam libertar um novo modo de produo geral, capaz de ultrapassar o impasse da escravido e do colonato, e, com isso, uma nova e internamente coerente ordem social. Em outras palavras. Em outras palavras, s uma genuna sntese poderia realizar isso. Uns poucos sinais premonitrios isolados pressagiavam o advento de um tal resultado definitivo. O mais notvel foi o surgimento, j evidente no sculo VI, de sistemas antroponmicos e toponmicos complementares novos p. 122

Comea surgir os resultados do convvio das duas culturas juntas, germana e romana. Combinando em unidades estranhas a ambos, nas fronteiras da Glia e da Germnia, elementos lingusticos.

Em busca de uma sntese

Para o autor a sntese histrica, foi a coliso dos modos de produo primitivo e Antigo, que originou o surgimento do feudalismo em toda a Europa medieval. Que foi uma fuso dos legados romano e germnico.

Citaes:

A vassalagem assim pode ter tido suas principais razes tanto no comitatus germnico quanto na clientela galo-romana p.125

Dois sistemas que existiram na margem do Reno que contriburam para o surgimento da vassalagem.

o legado romano de uma lei codificada e escrita foi tambm importncia central para a sntese jurdica especfica da Idade Mdia; a herana conciliar da Igreja Crist clssica foi tambm sem dvida decisiva para o desenvolvimento do sistema de propriedade p. 126 Entretanto , uma nica instituio abarcou toda transio da Antiguidade Idade Mdia em continuidade essencial: a Igreja Crist. Ela foi realmente o principal e frgil aqueduto sobre o qual passavam agora as resevas culturais do Mundo Clssico ao novo universo da Europa feudal, onde a escrita se torna clerical p. 126

A importncia da Igreja Crist na transio da Antiguidade ao Feudalismo e dessa na preservao da cultura do Mundo Antigo.

No final da Antiguidade, a Igreja Crist, como j vimos, contribuiu indubitavelmente para o enfraquecimento dos poderes de resistncia do sistema romano imperial....O vasto aparato clerical que ela desovou no ltimo Imprio foi uma das principais razes da sobrecarga parastica que exauriu a economia e a sociedade romana p. 127

A igreja Crist contribuiu muito para o fim do Imprio Romano.

A prpria lngua do governo e das letras era monoplio de uma pequena elite. A ascenso da Igreja Crist foi o primeiro que assinalou uma subverso e alterao deste padro p. 128

A escrita passou a ser domnio em sua maioria do clrigo ou de poucos pertencentes a elite.

Os Padres da Igreja, de Paulo a Jernimo, tambm aceitavam de modo unanime a escravido, apenas aconselhando os escravos a serem obedientes a seus senhores, e os senhores a serem justos com seus escravos p. 128

A Igreja no era contra a escravido, como modo de produo.

Nas ordens monsticas do Ocidente o trabalho manual e o intelectual estavam unidos providencialmente a servio de Deus. O pesado trabalho agrcola adquiria a dignidade do culto divino, e era desempenhado por monges letrados: laborare estorare. Com isso caa uma das barreiras inveno tcnica e ao progresso p. 129

O trabalho, nas ordens monsticas do oriente, no sculo VI

reformulado por Benedito de Nrcia, e alguns monges letrados desenvolviam a agricultura.

com a cristianizao do Imprio, os bispos e o clero das provncias ocidentais, assumindo a converso da massa da populao rural, latinizaram permanentemente sua fala durante os sculos IV e V. As lnguas romanas foram o efeito desta popularizao, um dos elos sociais mais essenciais de continuidade entre a Antiguidade e a Idade Mdia p. 130/131

O latim passa a ser a lngua oficial do cristianismo.

a monarquia carolngia. Com o Estado Carolngio, comea a histria do feudalismo propriamente dito. Este esforo de recriar o sistema imperial do velho Mundo Antigo, na verdade, por uma inverso caracterstica, inclua e ocultava o involuntrio assentamento das fundaes do novo. Na era carolngia foram dados os passos decisivos para a formao do feudalismo p. 131/132

O fim do estado carolngio, com suas crises polticas e sociais foi o cataclismo que junto com as invases germanas levaram ao sistema feudal.

Foi nas ultimas dcadas do sculo IX, quando bandos de vikings e magiares assolavam o continente na Europa Ocidental, que o termo feudum (feudo) entrou em uso. Foi ento tambm que toda a Frana, particularmente, ficou cheia de castelos e fortificaes privados, erigidos por senhores rurais sem nenhuma permisso imperial, para resistir aos novos ataques brbaros e consolidar o seu poder local p. 136/137

Comeam a surgir o estilo de propriedades que mais tarde se tornariam os feudos.

O enraizamento dos condes e dos senhores locais nas provncias, atravs do nascente sistema feudal, a consolidao de suas propriedades senhoriais e a suserania sobre o campesinato provaram ser a pedra fundamental do feudalismo, que lentamente foi solidificando por toda a Europa nos prximos duzentos anos p. 137

Inicio do feudalismo.

Segunda Parte

1. Europa Ocidental

O modo de produo feudal

Para o autor na Europa Ocidental o modo de produo feudal era uma unidade complexa, foi regido pela terra e por uma economia natural, onde o campons estava ligado ao solo. Este era um servo que tinha juridicamente mobilidade restrita. Eram os senhores feudais que controlavam as propriedades agrcolas, que extraiam os excedentes dos camponeses por uma poltica legal de coao.

Citaes

O campons estava sujeito jurisdio de seu senhor. Ao mesmo tempo, os direitos de proprietrios do senhor sobre sua terra geralmente eram apenas de grau: o senhor era investido neles por um nobre (ou nobres) superior, a quem passaria a dever servios de cavaleiros o fornecimento de um efetivo militar em tempo de guerra. Em outras palavras, suas propriedades eram mantidas como um feudo. O senhor feudal, por seu lado, muitas vezes seria vassalo de um outro senhor feudal superior, e a cadeia de tais posses dependentes se estenderia at o cume do sistema na maioria dos casos, um monarca p. 144

Organizao da classes sociais no feudalismo.

O monarca, em outras palavras, era um suserano feudal de seus vassalos, aos quais estava ligado por laos de feudalismo, e no um soberano supremo colocado acima de seus sditos. Seus recursos econmicos provinham quase exclusivamente dos seus domnios pessoas enquanto senhor, enquanto aos seus vassalos pedia contribuies de natureza essencialmente militar p. 147

Posio que o monarca ocupava na sociedade.

Tipologia das formaes sociais

De acordo com o autor o modo de produo feudal jamais existiu em um estado puro em lugar nenhum da Europa, coexistiram junto com o feudalismo, os camponeses livres e tambm os escravos. A gnese do feudalismo na Europa Ocidental foi formada pela dissoluo dos modos primitivo e escravo. Esta sntese produziu uma tipologia variada de formaes sociais.

Citaes:

a regio central do feudalismo europeu foi aquela onde ocorreu uma sntese equilibrada de elementos romanos e germnicos: essencialmente, o norte da Frana e zonas contguas, a terra do Imprio Carolngio. Ao sul dessa rea, na Provena, na Itlia ou na Espanha a dissoluo e a recombinao dos modos de produo brbaro e Antigo ocorriam sob o legado dominante da Antiguidade. Ao norte e leste, na Germnia , Escandinvia e Inglaterra onde o governo romano jamais penetrara ou apenas enraizara superficialmente, houve, ao contrario, uma lenta transio do feudalismo, sob a dominncia nativa da herana Brbara p. 150/151

Tipologias diferentes de formaes feudais, por regio.

A sociedade feudal sempre foi muito heterognea da Idade das Trevas, combinando feudos, pequenos camponeses livres, latifndios e propriedades urbanas em diferentes regies p. 161.

Diversas tipologias sociais durante o feudalismo.

Portugal, na borda mais avanada da Pennsula Ibrica no Atlntico, foi a ltima monarquia feudal importante a surgir na Europa Ocidental. A regio noroeste da Hispnia romana recebera os suevos p. 166

Diferenciao de pocas de feudalizao

O extremo Norte

Para o autor a estrutura social viking foi um determinante histrico da especificidade da formao social da Escandinava, que isolou toda a regio do resto do continente, que naturalmente j ficava a margem do mundo romano.

Citaes:

As relaes sociais escandinavas foram as ultimas na Europa a fazer uso disseminado e normal do trabalho escravo p. 171

Diferenciaes sociais.

A relao de foras entre o Norte remoto e o restante da Europa Ocidental doravante invertia-se: de agora em diante o feudalismo ocidental devia exercer uma presso lenta e constante sobre a Escandinvia, e gradualmente iria alterar seu prprio modelo p. 173

Presses externas sobre a Escandinvia. Sc.XII - XIII

Contudo, o feudalismo escandinavo jamais foi completado por causa de seu incio tardio. Mostrou-se incapaz de suprimir inteiramente as poderosas instituies e tradies rurais de um campesinato independente, cujos direitos populares e assembleias de agricultores ainda tinham viva memria no campo p. 174

Diferena de tempo na formao feudal por regio.

foi a Sucia que representou o exemplo mais puro do tipo geral de formaes sociais escandinavas na poca do final da Idade Mdia...Foi o ultimo pas a manter a escravido, que realmente persistiu at o incio do sculo XIV p. 175

Diferenas de formao no modo de produo.

A dinmica feudal

Segundo o autor no sculo X na Europa Ocidental surgiu o Feudalismo, expandindo-se no sculo XI e tendo alcanado seu auge no final do sculo XII e no sculo XIII. Este registrava um enorme avano dando um grande salto na produo agrcola, produzindo um excedente agrcola.

Citaes:

As inovaes tcnicas que eram os instrumentos materiais deste aumento foram basicamente o arado de ferro para lavrar, os arreios firmes para trao equina, o moinho de gua para a fora mecnica, o adubo calcrio para a melhoria do solo e o sistema de trs campos para a rotao de semeaduras p. 178

Tecnologias do modo de produo feudal que consequentemente aumentaram essa produo.

O resultado palpvel dessas presses dinmicas inerentes a economia feudal ocidental foi aumentar de maneira muito considervel a produo total p. 184

Presses que levaram ao aumento na produo.

no era por acidente que seus dois centros regionais, na Europa do norte e do sul, estavam prximos a orla martima. A primeira condio para a ascenso das cidades italianas foi o estabelecimento de sua supremacia naval no Mediterrneo p. 188

Importncia martima para desenvolvimento da regio da Itlia.

A crise geral

Para o autor a produo cai em terras marginais, por causa de problemas de recuperao de solo e a populao continuou a crescer. Pois a pressa e o mau uso empobreceram o solo. O aumento de reas cultivadas afetava a criao de animais, pois a quantidade de pasto para estes diminua. Nos anos 1315-1316 foram anos de fome na Europa devido a problemas na colheita. Isso provocou crises polticas e sociais, que foram agravadas pela invaso Peste Negra vinda da sia em 1348. Esses fatores levaram ao colapso o sistema feudal. Nascendo assim o Capitalismo.

Citaes:

um emperramento dos mecanismos de reproduo do sistema at o ponto das suas capacitaes bsicas. Em particular, parece claro que o motor bsico da recuperao do solos, que impulsionara toda a economia feudal por trs sculos, acabou ultrapassando os limites objetivos da estrutura social e das terras disponveis p. 191

Problemas na tecnologia de recuperao de solo.

o abastecimento de esterco para a prpria terra arvel. Assim o progresso da agricultura medieval incorria agora em suas prprias perdas p. 192

A diminuio de pasto para a criao de animais, levou a ter uma diminuio nestes, que causou por sua vez a escassez de esterco para adubar o solo.

Contra o pano de fundo deste equilbrio ecolgico precrio e crescente, a expanso demogrfica podia descontar na superlotao o primeiro golpe de azar das colheitas p. 193

Golpes que levaram a anos de fome na Europa. 1315-1316

Mas o meio bsico para troca de bens sem dvida fora apanhado pela crise: das primeiras dcadas do sculo XIV em diante houve uma escassez insidiosa de dinheiro que inevitavelmente afetou as operaes bancrias e o comercio p. 193

Problemas em todos os setores, tanto de produo, quanto econmico.

Para completar o panorama desolador, esta crise estrutural era determinada por mais uma catstrofe conjuntural: a invaso da Peste Negra, vinda da sia em 1348. Este foi um acontecimento externo Histria da Europa p. 194/195

A Peste Negra dizimou a populao da Europa em um quarto dos habitantes do continente.

Longe de a crise geral do modo de produo feudal piorar a condio dos produtores diretos no campo, ela terminou at melhorando tal condio e emancipando-os. Na verdade, ela mostrou ser o ponto decisivo na dissoluo da servido no Ocidente p. 198

A crise levou ao fim a servido no sistema feudal.

A localizao geogrfica das grandes revoltas camponesas do final da Idade Mdia no Ocidente conta sua prpria histria. Em cada caso, elas ocorriam em zonas de poderosos centros urbanos, que agiam objetivamente como um fermento para estes levantes populares p. 198

Crises e revoltas internas que enfraqueceram o sistema feudal.

2. Europa Oriental

A leste do Elba

Para o autor as formaes sociais deferentes que ocorreram nas vastas regies a leste do feudalismo europeu foi caracterizada pela ausncia de uma sntese ocidental especifica entre o modo de produo tribal e comunal em desintegrao.

Para nossos objetivos, a caracterstica mais fundamental de toda a zona plana, estendendo-se do Elba ao Don, pode ser definida como ausncia permanente daquela sntese ocidental especifica entre o modo de produo tribal e comunal em desintegrao, baseado em uma agricultura primitiva e dominado por aristocracia guerreiras rudimentares, e um modo de produo escravo em dissoluo, com uma civilizao urbana extensiva, baseada na troca de mercadorias e em um sistema de Estado Imperial p. 205

Diferenas sociais, que levaram o feudalismo ser diferenciado em algumas regies.

O interior oriental jamais se integrou ao sistema imperial romano. Sequer chegou a manter os contatos militares e econmicos que a Germnia sempre reteve com o Imprio Embora ficasse mais longe. As influncias diplomticas, comerciais e culturais romanas, permaneceram intensas na Germnia depois da evacuao das legies, e o conhecimento que os romanos tinham da regio era ntimo e correto p. 206

Trocas de conhecimento entre os romanos e germanos: Diplomticas, militares, comerciais e culturais.

No havia tal relacionamento entre o Imprio e os territrios brbaros do Leste. Tcito, que era admiravelmente bem informado sobre a etnografia e a estrutura social germnica, no tinha noo alguma dos povos que viviam mais alm. Este espao mais a Leste era mtico e vazio p. 206

Desconhecimento dos romanos para com os povos que viviam a Leste da Germnia.

Houve efetivamente uma mudana geral das populaes germnicas para o ocidente e o sul, abrindo terreno para o avano de outro grupo tnico de povos tribais e agrcolas atrs deles. Os eslavos provavelmente se originaram na regio do Dnieper-Pripet-Bug, e comearam a expandir-se para o vazio no leste deixado pelos germnicos nos sculos V e VI p. 207

Ondas migratrias que foram povoando a regio.

Em outras palavras, a evoluo dos povos eslavos no Leste foi mais ou menos uma reproduo fiel da evoluo dos povos germnicos que Oe precederam, antes de irromperem pelo Imprio Romano e assimilaram a sua civilizao muito mais avanada, numa dissoluo catastrfica de seus respectivos modos de produo anteriores. Estes hesitantes desenvolvimento sem auxilio indica a importncia indescritvel da Antiguidade na formao do feudalismo ocidental p. 208

Importncia da Antiguidade e sua cultura mais desenvolvida nas trocas culturais que levaram ao Feudalismo.

O atraso nmade

Segundo o autor As invases nmades que vinham da sia Central, varriam a Europa desde o principio da Idade Mdia e chegavam at os limites do Ocidente e influenciaram a Histria da Europa Oriental.

Citaes:

O primeiro e mais famoso destes choques foi o sombrio ataque dos hunos, que precipitou a queda do Imprio Romano no sculo V p. 210

Primeiro ataque das tribos nmades ao Imprio Romano.

O modelo e a frequncia destas invases fizeram delas uma das coordenadas bsicas da formao da Europa Oriental. Se muito da histria dessa regio pode ser definido em primeira instncia pela ausncia da Antiguidade Clssica, ela est diferenciada da Histria da Europa Ocidental em segunda instncia pela presso do nomadismo pastoril p. 210

Duas diferenas da Europa Oriental da Ocidental.

J o inicio da histria do feudalismo oriental em muitos aspectos o da ausncia total desta sntese entre sociedades agrcolas estabelecidas e sociedades pastoris predatrias modos de produo dos campos e das estepes p. 210

A diferena do feudalismo na Europa Oriental que nesta no houve trocas culturais entre as tribos nmades e a sociedade clssica.

O nomadismo pastoril representa um modo de produo distinto, com sua dinmica, limites e contradies prprios, que no deve ser confundido com tribal ou com agricultura feudal. Historicamente ele dominou os limites asiticos da Europa durante toda a Idade Mdia p. 211

em que ele representou em muitos aspectos uma explorao muito mais especializada e experiente do mundo natural do que a agricultura feudal p. 211

As formaes sociais nmades eram

definidas pelo carter mvel de seus meios bsicos de produo: eram os rebanhos p. 211

O modo de produo das tribos nmades.

Assim organizadas, as sociedades nmades revelam notvel habilidade na utilizao de seu meio ambiente inspito. O cl tpico passava em revista sempre uma cuidadosa combinao variegada de rebanhos, que inclua cavalos, gado bovino, camelos e ovelhas sendo estas ltimas a principal forma social de riqueza p. 213

Tipos de rebanhos e formas de criao das tribos nmades.

At um certo ponto, o modo de produo nmade estava portanto destinado estagnao p. 214

Falta de condies de crescer do meio de produo nmade.

O padro de desenvolvimento

De acordo com o autor, a ausncia de legado da Antiguidade clssica no leste do Elba, no alterou a organizao social das tribos e dos cls por muito tempo, mas aos poucos a diferenciao e a estratificao social e poltica prosseguiram, com a consolidao da dominao das aristocracias dos cls. Ao poder dos nobres estava sujeito o campesinato. Surgiram prncipes e chefes que reuniram uma escolta armada e formaram uma classe dirigente. Houve na Rssia, Polnia e Bomia uma multiplicao de cidades modestas no sculos IX e X.

Citaes:

o vocabulrio mesmo da prpria superestrutura de Estado derivam de termos germanos, romanos e turanianos. O russo tsar imperador emprestado do csar romano. O polons krol, eslavo do sul kral rei tomado do epnimo do prprio Carlos Magno, Carolus Magnus p. 222

Variedades de formao do vocabulrio da superestrutura do Estado, primeiro catalisador externo da formao das estruturas do Estado no Oriente: o vocabulrio era quase todo emprestado do estrangeiro.

O trabalho profcuo de emissrios da Igreja vinda de fora catlica ou ortodoxa era um componente essencial ao processo de formao do Estado na Europa Oriental p. 223

A Igreja Crist foi o segundo catalisador externo da formao do Estado na Europa Oriental.

Em todos estes casos, a adoo do cristianismo pelos prncipes era seguida de uma cristianizao oficial de seus sditos: era um ato inaugural de Estado p. 223

A importncia da Igreja na criao do Estado Oriental.

um grupo compacto de guardas e guerreiros leais deve ser dispersado para se transformar em senhores feudais com propriedade nas provncias, mantidos como feudos em vassalagem a seu monarca p. 224

Organizaes polticas.

Entretanto, se os governantes nrdicos de Kiev proporcionaram o impulso poltico inicial e a experincia comercial para o primeiro Estado russo, foi um contado diplomtico e cultural prximo, do outro lado do Mar Negro onde estava Bizncio, o que mais contribuiu para a relativa sofisticao superestrutural da Rssia de Kiev p. 226

Formao do Estado Russo de Kiev.

O trabalho missionrio na Polnia foi obra da Igreja Catlica, que trouxe o latim, doravante lngua literria oficial do pas (indcio da brusca mudana nos nveis sociais e cultural resultante do aparecimento do Estado piast, contrastando com a anterior e mais lenta evoluo da Bomia...) p. 230

Cristianismo como religio organizadora do primeiro Estado unitrio polons.

A crise no Leste

Para o autor, no Leste, a crise do feudalismo comeou mais tarde e foi mais reduzida, pois o colapso da produo e a recesso econmica no teria repercusso no Oriente, pois ali a implantao de novas tcnicas agcolas e organizao social eram recentes, em vista do Ocidente.

Citaes:

Esta vitalidade poltica, entretanto, j no podia opor-se mudana de clima econmico que atingiu a Europa Oriental, atrasada em relao que havia no ocidente, mas visivelmente ligada a ela. A evidncia deixa claro que pelo inicio do sculo XV havia uma depresso sincronizada nos dois lados da Europa p. 238

Diferenas e sincronia nas mudanas polticas do Leste.

A depresso agrcola no Leste ainda teve uma consequncia fatal p. 242

Problemas que atingiram as principais cidades,

A condio prvia para a cruel transformao regressiva do campo que aconteceu no Oriente foi, assim, a aniquilao da autonomia e da vitalidade das cidades p. 244

Crise econmica do Oriente.

As novas cidades criadas na Rssia eram centros militares e administrativos sob controle de prncipes desde o inicio. A orientao poltica mais sistemtica antiurbana de todas foi adotada pela pequena nobreza polonesa p. 245

Estruturas polticas das novas cidades Rssia.

Na verdade, o Oriente ainda tinha de passar por todo um ciclo histrico de desenvolvimento servil, exatamente quando o Ocidente esta saindo dele. Esta afinal a mais profunda razo por que as consequncias econmicas da crise geral do feudalismo europeu seriam diametralmente opostas nas duas regies: a atenuao das obrigaes e definhamento da servido no Ocidente, a reao senhorial e a implantao da servido no Leste p. 254

Diferenas da ordem de acontecimentos da crise no Ocidente e no Oriente.

Ao sul do Danbio

No extremo sul da Europa Oriental, os Blcs no desenvolveram no representou uma variante do feudalismo estvel no Oriente.

apesar da prolongada presena metropolitana do Estado sucessor de Roma na regio. Bizncio manteve um Imprio burocrtico centralizado na Europa Sudeste, com cidades maiores, permuta de bens e escravido, durante setecentos anos depois da batalha de Adrianpolis p.255

Caractersticas de Bizncio.

A razo essencial por que foi o Imprio Ocidental que desmoronou no sculo V, e no o Oriental, que foi ali que a agricultura escrava extensiva encontrou seu habitat nativo, com as conquistas romanas da Itlia, da Espanha e da Glia p. 256

Diferenas entre Imprio Ocidental e Oriental.

Assim, Bizncio sobreviveu, por toda a Idade das Trevas do Ocidente, com um territrio diminudo mas com virtualmente toda a panplia superestrutural da Antiguidade Clssica intacta p. 259

Bizncio manteve sua estrutura poltica e econmica durante a Idade Mdia.

ndice onomstico p.283 290.

ndice de autores p 291 293

Perry Anderson:

Nasceu em 1938, na cidade de Londres, Inglaterra, um grande historiador Ingls, formou na Universidade de Oxford, marxista. Alguns de seus livros so:

Consideraes sobre o Marxismo Ocidental;

A Crise da Crise do Marxismo.