fichamento - o discurso no romance

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"Cada discurso tem seu proprietário interessado e não há discurso sem dono, discurso que não signifique nada"..."Na compreensão do discurso, não é importante o seu sentido direto, objetal e expressivo - essa é a sua falsa aparência - o que importa é a utilização real e sempre interessada desse sentido e dessa expressão pelo falante, utilização determinada pela sua posição (profissão, classe) e pela sua situação concreta. Quem fala e em que condições fala." P. 193 (130) “No romance é dado um sistema literário de linguagens, mais exatamente de representações das linguagens, e a tarefa real de sua análise estilística consiste em descobrir todas as línguas orquestradoras presentes na composição do romance, em compreender o grau de desvio entre cada linguagem e a última instância semântica da obra e os diferentes ângulos de refração das suas intenções, em compreender as suas inter-relações dialógicas e, finalmente, se existe um discurso direto do autor, em definir o seu fundo dialógico plurilíngue fora da obra” P.205-206 (142,143)

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Fichamento sobre o artigo "o discurso no romance" de Mikhail Bakhtin. Publica em portugues na coletânea Questões de literatura e estética a teoria do romance.

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Page 1: Fichamento - O Discurso No Romance

"Cada discurso tem seu proprietário interessado e não há discurso sem dono, discurso que não signifique nada"..."Na compreensão do discurso, não é importante o seu sentido direto, objetal e expressivo - essa é a sua falsa aparência - o que importa é a utilização real e sempre interessada desse sentido e dessa expressão pelo falante, utilização determinada pela sua posição (profissão, classe) e pela sua situação concreta. Quem fala e em que condições fala."

P. 193 (130)

“No romance é dado um sistema literário de linguagens, mais exatamente de representações das linguagens, e a tarefa real de sua análise estilística consiste em descobrir todas as línguas orquestradoras presentes na composição do romance, em compreender o grau de desvio entre cada linguagem e a última instância semântica da obra e os diferentes ângulos de refração das suas intenções, em compreender as suas inter-relações dialógicas e, finalmente, se existe um discurso direto do autor, em definir o seu fundo dialógico plurilíngue fora da obra”

P.205-206 (142,143)