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fICHAMENTO LIÇÃO 1 6. Definição normativa Para definir o direito devemos adotar a postura neutra. A origem do direito moderno é estatal, decorre sempre da política dominante e garante a hierarquia social, apesar da existência de muitas normas igualitárias. Sua aplicação é garantida por ameaças de punição e de consenso. O direito é um conjunto de normas que objetiva regulamentar o comportamento social. Definição normativa O direito das sociedades modernas é um conjunto de normas que regulamenta o comportamento social Suas normas possuem seis características: a) são criadas, aplicadas, modificadas e extintas por autoridades que possuem a competência para tanto. b) são escritas e publicadas oficialmente por conta do Estado; c) objetivam a manutenção da estrutura social, mesmo se, muitas vezes, promovem interesses dos mais fracos; d) são respeitadas nas relações sociais, possuindo um grau satisfatório de eficácia social; e) sua eficácia social é garantida pela ameaça de coação, com aplicação de sanções. f) sao reconhecidas como vinculantes pela maioria da população que acredita na legitimidade do direito estatal. FICHAMENTO LIÇÃO 2 2 . Tridimensionalidade do Direito: a definição da legitimidade do direito, estuda a adequação do direito aos ideais democráticos e vontades sociais, formulando propostas para a sua reforma. o autor esclarece em dois pontos, definindo a validade como a qualidade da norma vinculante, da norma que deve ser respeitada, porém alguns doutrinadores discordam nos critérios de reconhecimento da validade.

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fICHAMENTO LIO 1

6. Definio normativaPara definir o direito devemos adotar a postura neutra. A origem do direito moderno estatal, decorre sempre da poltica dominante e garante a hierarquia social, apesar da existncia de muitas normas igualitrias. Sua aplicao garantida por ameaas de punio e de consenso. O direito um conjunto de normas que objetiva regulamentar o comportamento social.Definio normativa

O direito das sociedades modernas um conjunto de normas que regulamenta o comportamento social Suas normas possuem seis caractersticas:

a) so criadas, aplicadas, modificadas e extintas por autoridades que possuem a competncia para tanto.b) so escritas e publicadas oficialmente por conta do Estado;c) objetivam a manuteno da estrutura social, mesmo se, muitas vezes, promovem interesses dos mais fracos;d) so respeitadas nas relaes sociais, possuindo um grau satisfatrio de eficcia social;e) sua eficcia social garantida pela ameaa de coao, com aplicao de sanes.f) sao reconhecidas como vinculantes pela maioria da populao que acredita na legitimidade do direito estatal.

FICHAMENTO LIO 2

2. Tridimensionalidade do Direito: a definio da legitimidade do direito, estuda a adequao do direito aos ideais democrticos e vontades sociais, formulando propostas para a sua reforma. o autor esclarece em dois pontos, definindo a validade como a qualidade da norma vinculante, da norma que deve ser respeitada, porm alguns doutrinadores discordam nos critrios de reconhecimento da validade. Em sequencia ele explica o conceito de dogmtica jurdica, que constitui um conjunto de doutrinas e teorias.

3. Relao entre as trs dimenses do Direito: o autor informa trs dimenses do direito como trs esferas separadas: Esfera da Validade(Normativa, dogmtica, do dever ser), Esfera da Realidade( Fatica, sociolgica, do ser) e Esfera da Idealidade-legitimidade(axiolgica, filosfica, do querer ser). A Esfera da validade trata do direito positivo. a esfera da realidade , fala da o direito e realidade social). E por ultimo a Esfera da Idealidade-legitimidade (querer ser), que reflete sobre as normas mais adequadas, vendo como devemos fazer parte de opinies de um pensador e de um grupo social.Concluso: Vemos que as dimenses do direito so muito importantes pelo fato de que passam entre social e o direito de fato, o dever ser o ser e o querer ser. Concluindo que entre seus fatos scias e jurdicos todas as ideologias so corretas, porm tendo que sempre ser vista de todas as suas maneiras.

FICHAMENTO LIO 3

1- Caractersticas da moralMoral pode ser considerada um conjunto de convices de uma pessoa ou um grupo sobre o bem e o mal, que orienta a vida da sociedade, pois indica quais comportamentos devem ser praticados e quais levaro a punies.

Ao se comparar o direito com a moral, percebe-se que h grandes semelhanas. No direito h regras a serem seguidas e sanes para os infratores, enquanto a moral composta por regras de conduta que quando desrespeitadas levam a remorsos de conscincia, desprezo, excluso do grupo social, etc.

No entanto, sendo a moral dependente da conscincia de cada um, ela varia bastante e torna-se impossvel caminhar lado a lado com o direito.

2- Diferenas entre direito e moral nas sociedades modernas2.1 Finalidade: As regras morais objetivam o aperfeioamento do individuo (conduta interna), enquanto as regras jurdicas servem para facilitar o convvio social (conduta externa),interessando-se por comportamentos que contrariem as regras de convivncia e prejudiquem os interesses da coletividade.

2.2 Fonte e Critrio de reconhecimento: A moral pode ser autnoma ou heternoma. autnoma nos casos em que o individuo obedece a mandamentos decorrentes da prpria conscincia. Temos, ao contrrio, uma moral heternoma, quando o individuo considera como moralmente vinculantes as regras estabelecidas por uma autoridade. Nos dois casos, porem, a moral s possui validade se o individuo reconhec-la como vinculante (pg. 56). Alm disso, como cada um possui uma opinio diferente, a moral subjetiva, enquanto o direito objetivo, pois provm do estado e ele quem determina o que legal ou ilegal.

2.3 Tipos de sanes:Morais: difusas e informais, no podem ser aplicadas por meio de coero (a moral pressupe a vontade da pessoa de agir de determinado modo).Jurdicas: fixas, formais, aceitam coero (o estado pode obrigar as pessoas a respeitar determinadas ordens e agir dentro de certos limites, independentemente de sua vontade ou opinio).

2.4 Contedo: H regras morais que no se encontramno direito e normas jurdicas sobre temas que so moralmente indiferentes. Entre os dois sistemas muito comum existirem contradies, j que as finalidades so diferentes (a moral s fixa princpios; o direito cuida dos detalhes organizativos).

2.5 Conhecimento por parte dos destinatrios: de difcil acesso, o direito pouco conhecido pelas pessoas, alm de ser completamente extenso, repleto de detalhes sobre os mais variados temas da vida social, o que dificulta o conhecimento por inteiro. J a moral, um sistema rarefeito e genrico que a maioria das pessoas tem conscincia.

3- A influncia da moral no direitoA moral tem grande influncia no meio jurdico pelo fato de os legisladores possurem seus valores e ideais e os manifestam atravs das leis; tambm porque essas leis precisam ser socialmente aceitas, pois se a moral dominante no consider-la verdadeira, perder sua validade.

4- A influncia do direito na moralOcorre quando as pessoas passam a considerar aquilo que legalmente estabelecido como justo e correto, passando a no ser apenas uma lei, mas um ato moral.

5- Possveis relaes entre direito e moralCinco teses:a) Os mandamentos jurdicos e moraiscoincidem (tese da identidade): no h distino entre o conceito do direito e o da moral. associada s sociedades antigas.b) As regras jurdicas constituem o ncleo das regras morais (o direito como mnimo tico): foi sustentada por juristas e telogos do direito medieval e declara que tudo o que juridicamente obrigatrio , tambm, moralmente imposto.c) As regras morais constituem o ncleo do direito que compreende muitas normas moralmente indiferentes (a moral como mnimo jurdico): afirma que o direito direcionado por alguns princpios fundamentais da moral, ainda que certos assuntos no a interessem.

(Essas trs teses no encontram partidrios entre os filsofos e telogos do direito das ltimas dcadas)

d) As regras jurdicas so aparentadas com as morais, sendo impossvel criar e interpretar o direito sem levar em considerao a moral (tese da conexo): adotada pelos autores moralistas, os quais concluem que o direito deve ser obedecido pela populao, pois seu contedo resultado da moral, sendo adequado e justo.e) Entre ambos os ordenamentos h plena e absoluta separao (tese da separao): defendida pelos positivistas, que defendem a aplicao jurdica sem interferncia.

1.1 Introduo ao tema

Ao analisar a lio 3 direito e moral de Dimitri Dimoulis nota-se que o autor divide as questes sobre o direto e a moral em 5 partes, explicando suas caractersticas, as diferenas subdivididas em cinco elementos, a influncia da moral no direito e tambm a influncia do direito na moral, e finalizando com as relaes possveis entre os dois temas, trazendo consigo cinco teses sobre essa relao.

1.2 ResumoA lio 3, direito e moral de Dimitri Dimoulis se divide em cinco partes, tendo como a inicial as caractersticas da moral, onde o autor defende que para se ter uma relao entre ambas as partes, a resposta dependeria da viso que cada um tem sobre o direito, devendo-se primeiro conhecer a moral para depois se analisar as relaes com o direito. A moral baseia-se em um grupo e at de uma sociedade inteira sobre o bem e o mal, o certo e o errado, a moral exerce na prtica, regras de condutas onde primeiramente orientam o comportamento dos indivduos em sua vida social, ensina todos fazer o bem, e no praticar o mal, e segundamente, se usa a moral para julgar os mesmos indivduos e suas condutas diante aosimperativos morais, ela age como um dever ser em relao s atuaes das pessoas. As regras de comportamento moral dependem da conscincia de cada um, existindo vrios sistemas morais, o direito no pode ser o mesmo para todos, tem como funo, em nossa modernidade, a regulamentao do convvio social, tornando possvel a existncia de pessoas com mentalidades, valores, vidas e ideologias diferentes.A segunda parte, titulada de diferenas entre direito e moral nas sociedades modernas indicado 5 elementos para diferencias as regras jurdicas das regras morais na sociedade modernas atuais. So eles:

1.2 Finalidade: As regras morais se focam no aperfeioamento dos indivduos na sociedade, se preocupam com a conduta interna da pessoa, pelos motivos da razo humana e seus pensamentos. As regras jurdicas procuram facilitar o convvio social, prevenindo e solucionando os conflitos sem se preocupar com os motivos que levam algum a cometer tal ato, interessa-se pelo comportamento externo do indivduo, assim, o direito sanciona e reprova todos os comportamentos que causam problemas sociais e contrariam as regras de convivncia ou afeta o direito e interesses da coletividade.Fonte e critrio de reconhecimento: A fonte da moral, proveniente das convices dos membros da sociedade, ou dos mandamentos de uma autoridade podendo ser a razo ou sua religio, e seus critrios de reconhecimento moralmente imposto suaaceitao, diante um grupo de pessoas. O contrrio acontece no direito, sua nica fonte o Estado e por isso a avaliao de uma conduta legal ou ilegal, objetiva. Mas usam-se as normas jurdicas como critrio de validez.Tipos de Sanes: As sanes jurdicas so fixas e formais, o Estado pode obrigar as pessoas a agir dentro de certos limites e determinadas ordens, independente de sua vontade ou opinio. J as sanes morais so, ao contrrio, difusas e informais, no podendo ser aplicadas diante uma coero, a moral pressupe a vontade da pessoa de agir de determinado modo, seria totalmente contrrio sua finalidade impedir a pessoa e respeita-la.Contedo: As regras morais so diferentes das jurdicas, ou muitas vezes nem se encontram no direito, como tambm muitas h normas jurdicas onde a moral nem se interessa. No difcil encontrar casos onde as duas se contrariam, isso ocorre devido as suas diferenas de finalidade, temos em relao a moral um contedo bem restrito e rigoroso, enquanto no direito ele bem mais amplo e menos exigente.Conhecimento por parte dos destinatrios: A moral se tem por um conhecimento mais simples, so poucos os mandamentos morais, onde todos tem conhecimento e s oferecem uma orientao geral aos indivduos. J o direito detm de um contedo muito mais extenso e de difcil acesso, um conhecimento sobre os mais variados temas de vida social, onde estabelece complexas edetalhadas regras de organizao e regulamentos que controlam as aplicaes das sanes.A terceira parte a influencia da moral no direito destaca que em cada sociedade se prevalece determinado sistema de regras morais que aceito pela maioria da populao ou aos interesses dos grupos dominantes, esta a chamada moral dominante, e na realidade, a moral dominante que exerce influncia sobre o direito, e no como muitos autores dizem ser influenciados pela moral em geral.A quarta parte a influncia do direito na moral o inverso da parte anterior, a aplicao do direito influncia as pessoas que passam a considerar o que estabelecido legalmente como justo e correto, o direito influncia em cima da moral dominante por meio da formalizao jurdica e de ameaa de sanes.A quinta e ultima parte possveis relaes entre o direito e moral refere-se a cinco teses sobre essa relao, so elas:Tese da identidade: Sustenta-se na existncia de um nico sistema de normas que regulam o comportamento social. No distinguindo o conceito de moral para o conceito de direito.Tese do direito como mnimo tico: Nesta tese o direito considerado como um ncleo das normas morais, nessa viso, a moral se apresenta composta de muitas normas de comportamento, algumas socialmente mais relevantes, onde adquirem o carter de norma jurdica.Tese da moral como mnimo jurdico: Essa tese considera que os variadosaspectos da relao humana sejam regulamentados pelos ordenamentos jurdicos, mesmo que os assuntos tratados no interessem moral.Tese da conexo: essa tese usada por autores moralistas e se divide em duas variantes, a primeira no considera ser possvel diferenciar claramente o direito e a moral, e se um interprete desejar entender e aplicar um texto legal, deve levar em considerao as crenas morais de sua sociedade. A segunda variante diz que o direito permanece aberto diante da moral, e seus valores o influenciam. Essa abertura se manifesta no aspecto da validade do direito, onde uma norma jurdica valida se respeitar os princpios bsicos da moral.Tese da separao: Os positivistas afirmam que o direito um fenmeno normativo diferente da moral, quando o operador jurdico for interpretar as normas jurdicas, deve-se ignorar todas as convices morais, tanto dominantes como suas prprias, deve apenas interessar-se pelas normas juridicamente vlidas.

A moral tida como um dever ser em vnculo com a atuao das pessoas. Praticar o mal vai contramo da ordem e gera sanes de multifrias formas.Quando as normas que regem o comportamento moral esto sujeitas conscincia de cada indivduo, havendo diversidade de sistemas morais inexequvel que o direito esteja em concordncia com o todoFinalidadeas normas morais possuem o intuito de aprimorar o cidado; as normas jurdicas somente facilitam a coexistncia social.O direito no tolhe pensamentos imorais e no tem interesse pelos atos do sujeito que no gera problemas ao todo ou estrutura pblica. Fonte e critrio de reconhecimentoAfirma Dimitri que a moral capaz de ser autnoma ou heternoma. Autnoma nas situaes em que o cidado obedece a sua prpria conscincia. Heternoma, quando o cidado entende como moralmente vinculantes as normas estabelecidas por uma autoridade.No direito, a nica fonte o Estado, portanto a avaliao de um comportamento como legal ou ilegal objetiva. Basicamente as leis so distinguidas atravs do critrio de validao formal.

Tipos de sanesAs sanes morais so difusas e informais. (Dimitri, p.56)Segundo o autor, tais sanes no devem ser executadas mediante imposio. A moral implica na nsia do indivduo de agir de determinada maneira. Seria oposto ao desgnio da moral coagir uma pessoa a obedec-la.As sanes jurdicas so, pelo contrrio, estveis, formais e, em certos casos, executam-se mediante coero.

ContedoSegundo Dimitri, o intuito do direito a manuteno da ordem de coexistncia e da essncia do poder. Nesse objetivo estabelece determinados mtodos e assegura o respeito aos direitos e o exerccio dos deveres de cada indivduo por via de sanes.J o intuito da moral expor os comportamentos pertinentes, funcionando como um sistema de alcance bastante restrito, como muitos tpicos de ordenao da vida social so moralmente insignificantes. A moral apenas determina princpios comuns sobre assuntos relevantes.

A influncia da moral no direitoAqui o autor afirma que primeiramente, o legislador divide conceitos e valores apregoados na sociedade e os manifesta por via de suas leis. provvel que o legislador opte e expresse os valores morais da coletividade ou que, ao menos, busque amparar os anseios da maioria da populao.O legislador tambm introduz normas com o intuito de que estas sejam obedecidas. Uma lei que vai explicitamente contra a moral da sociedade, possui diminutas possibilidades de ser aplicada, no podendo autenticar-se.Portanto, segundo Dimitro, podemos afirmar que h um ncleo comum (como coloca o autor) de normas morais e jurdicas. Aquilo que se relaciona moral constantemente positivado.- Mais adiante, o eminente autor ainda alega:Para entender a relatividade da moral podemos pensar no homicdio. Perguntando se existem valores morais absolutos a maioria responder espontaneamente que h pelo menos um valor universal: o respeito vida humana. Certamente ningum quer que um ser humano morra, ainda mais de forma violenta. Assim, por exemplo, um representante atual do direito natural (Lio 5, 3) considera como regra moral absoluta (...) a proibio do homicdio doloso.Dimitri explica que quando a moral no nica, torna-se invivel consolidar seus vnculos com o direito semanalisar os vnculos que mantm o direito positivo com cada um dos diversos, e paradoxais entre si, sistemas morais vigorantes. No entanto, esses sistemas no so anlogos. Em cada sociedade predomina certo sistema de condutas morais que aprovado pela maioria da populao e, usualmente, condiz com a ambio das elites dominantes. Tal moral denominada moral (socialmente) dominante. Na verdade, o direito no persuadido pela moral em geral, como afirmam diversos autores. Aquilo que se conclui o controle da moral vigente sobre o direito.Logo, quando o direito concebe categrica referncia moral, o intrprete deve introduzir critrios para diferenciar entre atitudes morais e imorais, sendo importante, para tanto, a opinio que mais aceitvel para a sociedade sobre a moralidade.A influncia do direito na moralAfirma Dimitri que o exerccio do direito induz as pessoas que, muitas vezes, passam a julgar aquilo que legalmente entabulado como justo e correto.O direito auxilia na disposio da moral vigente atravs da formalizao jurdica e da intimidao atravs de sanes.O autor cita como exemplo desse fenmeno, os direitos humanos. Os direitos humanos foram postos, posteriormente Segunda Guerra Mundial, no ncleo de todos os arranjos jurdicos. A absoluta aplicao jurdica desses direitos acarretou em uma alterao dosconceitos morais da maioria.Afirma ainda que no incomum observar guerras se legitimarem, fazendo uso incorreto do valor moral dos direitos humanos, como aconteceu no Afeganisto, Iraque, e pases onde foram invadidos pelo imperialismo. O autor explica que por mais que essa meno moral respaldada na manipulao com o propsito de expor as guerras imperialistas como intervenes humanitrias (Badiou, 1995), a questo dos direitos humanos ainda sim um exemplo de influncia das normas jurdicas na moral imperante.Possveis relaes entre direito e moralNeste tpico o autor revela as cinco teses sobre a juno entre direito e moral:a) os mandamentos jurdicos e morais coincidem (tese da identidade)A tese da identidade no diferencia a abstrao do direito da abstrao da moral. Afirma que h somente um sistema de regras que regem a conduta da sociedade.b) as regras jurdicas constituem o ncleo das regras morais (o direito como mnimo tico)A tese do direito como mnimo tico reputa o direito como pea central (ncleo) das condutas morais. Nesse sentido, a moral mostrada constituda de grande nmero de regras comportamentais.c) as regras morais constituem o ncleo do direito que compreende muitas normas moralmente indiferentes ( a moral como mnimo jurdico)A tese da moral nacondio de mnimo jurdico julga que os ordenamentos jurdicos regem as mais diversas particularidades da convivncia humana, juntamente com as normas relativas questes que no abrangem a moral ou regem assuntos moralmente questionados.d) as regras jurdicas so aparentadas com as morais, sendo impossvel criar e interpretar o direito sem levar em considerao a moral (tese da conexo)A tese da conexo a preferida dos autores moralistas. Tal tese expe duas vertentes. A primeira vertente julga que no exeqvel diferenciar claramente o direito e a moral.A segunda vertente julga que o direito perdura aberto perante a moral, da qual os valores o sugestionam (moralismo jurdico moderado).Os autores moralistas firmam que o direito deve ser respeitado pela populao, como seu teor corresponde aos ditames da moral, sendo apropriado e legtimo.e) entre ambos os ordenamentos h plena e absoluta separao (tese da separao)Essa afirmao rejeitada pelas abordagens positivistas (como o prprio autor coloca) do direito que preferem a tese da separao. Os positivistas pensam que o direito um caso normativo dspar da moral. No momento em que o operador do direito estuda as leis, deve eliminar os princpios morais da sua anlise, sejam tais princpios imperantes ou do prprio operador.

Nesta lio o autor comea fazendo um comparativo entre a mfia e o Estado, j que ambos tm regras, possuem uma estrutura hierrquica, aplicam sanes e impe suas vontades, defendendo os interesses dos seus. No Estado tem-se a busca e a realizao da justia, j que segundo Santo Agostinho sem justia o poder estatal torna-se um bando de criminosos!. dado ao operador do direito a funo de cumprir uma tarefa pblica: direcionar o direito justia. Mas constantemente vemos inmeros casos em que a lei e sua aplicao considerada injusta. (p.75-76)A definio de justia est presente em nosso cotidiano, mas a opinio de cada um sobre seu conceito bastante divergente. Alguns autores consideram impossvel especificar o contedo da justia e limitam-se ao uso de uma retrica vazia: a justia seria a forma jurdica do amor, sem definio do seu contedo. (p.77)Sobre a justia, podemos analisar trs correntes de pensamento: os partidrios da justia absoluta, que possui valores fundamentais que indicam o justo que coincidem com os do direito natural; os partidrios do historicismo, os valores da sociedade devem servir como critrio para determinar as condutas justas; ospartidrios do relativismo, que defende a ideia de que cada um tem o seu conceito de justia.Com exceo da primeira teoria, vemos que as demais correntes concordam que a concepo de justia depende de trs fatores: tempo, espao (poca) e social. Assim podemos perceber o paradoxo da justia. absoluto, mas um conceito relativo que sofre contnuas mudanas. (p.78)Em uma viso relativista, dizer que o direito deve ser justo torna-se uma expresso vaga, j que o justo modifica-se constantemente. Isso significa que justo aquilo que corresponde aos valores de cada sistema. Com isso entendemos que algo pode ser considerado justo ou injusto dependendo do momento histrico e das caractersticas daquele sistema social. A justia s serve para avaliar se determinada deciso ou conduta se ajusta ao prprio sistema jurdico que, deve ajustar-se situao social. (p.78)Diante do impasse da definio de critrios de justia a maioria dos autores modernos s definem critrios que permitam deliberar corretamente sobre um problema, sem que isso garanta que o resultado seja justo. Foram assim, elaboradas as teorias da justia procedimental, que tem como objetivo encontrar os procedimentos mais adequados para chegar a uma concluso justa. Sendo uma organizao social justa aquela onde as desigualdades decorrem doexerccio da liberdade de cada um e, ao mesmo tempo, permitem melhorar a posio dos mais desfavorecidos. O problema jurdico saber o que acontece quando uma norma do direito positivo revela-se contraditria a mandamentos de justia. (p.80)A justia um valioso ideal, pelo qual as pessoas lutam e at esto dispostas a morrer. Mas a justia s isso: um ideal abstrato, fluido e mutvel. A justia no possui textos que o definam nem h autoridades que possam falar em nome da justia. (p.82)Hobbes afirma que o Estado cria as leis, mas no est submetido a nenhuma norma. Assim, o Estado deve ser acima de tudo um servidor da lei. Se os governantes forem submetidos ao direito, a segurana jurdica no ser garantida s nas relaes entre particulares, mas tambm perante o Estado. O que permite que os indivduos exeram seus direitos de forma segura e estvel. Cria-se assim o principio da legalidade onde as autoridades estatais s podem agir quando a lei previr e dentro dos limites por ela fixados. (p.82-84)Um Estado de direito deve satisfazer alguns requisitos: carter democrtico; garantia de separao de poderes; o controle da constitucionalidade; a incluso de normas que garantem o bem-estar da populao, entre outros. Isso garante populao que o poder do Estado no seja injusto, devido concepo de quemesmo se uma norma criada pelo Estado seja injusta ela vlida.O direito natural tem como possveis fontes: a natureza humana, a vontade divina, a razo humana e as ideias sociais sobre o conceito de justia. Suas possveis caractersticas so a imutabilidade, a estabilidade e o seu contedo varivel devido aos diversos pensamentos sobre o assunto. A relao com o direito positivo a preferncia absoluta ao direito natural e ao direito positivo, exceto quando existem casos de injustia insuportvel ou proposital. (p.87-91)O exame de vrios aspectos da problemtica da justia em sua relao com o direito positivo conduziu-nos a resultados negativos. O conceito de justia extremamente controvertido e no se pode dar uma s definio de justo ou injusto. J o de Estado de direito permite avaliar se as atuaes dos aparelhos estatais esto dentro do quadro traado pelas normas em vigor, no garantindo seu carter justo, mas preserva sua segurana jurdica. A referncia ao direito natural, como conjunto de regras superiores e estveis uma constante da filosofia e da doutrina jurdica ocidental, entretanto repleta de problemas. Este permanece em conflito com o direito positivo, quando o provoca com extremas injustias, revela-se como uma tentativa ideolgica para legitimar o direito vigente. (p.94-95