fichamento dos cáp. 1, 2 e 3 do livro "curso de economia" de fábio nusdeo

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    FICHAMENTO DOS CAPTULOS 1, 2 E 3 DO LIVRO CURSO DE ECONOMIA INTRODUO AO DIREITO

    ECONMICO, FABIO NUSDEO

    INTRODUO

    Direito e Economia

    So matrias que se relacionam, se integram, interagem em seu campo de pesquisa uma vez que ambas esto

    intimamente ligadas s cincias sociais aplicadas e Poltica que estudamos no incio do curso na Teoria Geral

    do Estado e Sociologia. Segundo Fbio Nusdeo o Direito , antes de mais nada, o instrumento da poltica.

    Qual o ramo do Direito que menos parece se preocupar com a Economia? Direito Civil? Pois mais de 90% das

    normas do CC possuem cunho econmico. Obrigaes, contratos, propriedade, regime de bens no casamento

    e sucesses, todos regulam bens escassos e seus valores. No Direito Comercial, Tributrio, Admin, Urbanstico,

    Ambiental e Penal comum que as afrontas sejam convertidas e cobradas em valores pecunirios. Ex: Penal:

    Dias-multa, cesta bsica, multa pp dita em diversos tipos penais. Ex. Admin poder de polciamulta.

    Veremos que quanto mais econmico um bem, mais o Direito incidir sobre ele. O Direito Econmico se

    ocupa, em linhas gerais, ramo autnomo, e tem por objeto a regulamentao da poltica econmica e por

    sujeito o agente que dela participe, seja do setor privado ou pblico, com o escopo de limitar as aes

    humanas, assegurar a defesa econmica e harmonizar interesses individuais e coletivos de todos os que atuam

    no mercado.

    Falaremos sobre conceitos bsicos de Economia, como necessidade, escassez, economia e finanas, valores,

    modelos (planos), modelos econmicos, falhas de mercado, macro e microeconomia, balana comercial; para

    ento falarmos do Direito econmico, seu conceito, princpios e extenso, abordando a Ordem Econmica e a

    interveno do Estado nessa ordem econmica, atividade econmica, para ento falarmos um pouco sobre

    concorrncia e ordem econmica internacional.

    BIBLIOGRAFIA:

    1. A Ordem Econmica na Constituio de 1988 - Autor: Grau, Eros Roberto

    Editora: Malheiros

    2. Curso de Economia - Introduo ao Direito Economico - Autor: Nusdeo, Fabio

    Editora: Rt

    3. Direito Concorrencial e Restries Verticais - Autor: Forgioni, Paula Andrea

    Editora: Rt

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    4. Lies de Direito EconmicoAutor: Leonardo Vizeu

    Fabio Nusdeo - Captulo 1: Conceito de Economia, necessidades humanas, escassez, bens econmicos

    2 premissas bsicas da Economia

    NECESSIDADE: As necessidades humanas tendem ao infinito, ou seja, so ilimitadas. Essa necessidade

    se apresenta cada vez em maior proporo dados os meios de comunicao em massa que nos leva ao

    consumismo ou sociedade de consumo.

    Necessidade sempre houve, porm no no ritmo atual. Todavia, essa acelerao da imposio de

    necessidades e do consumo no nos conduzem ao final das necessidades humanas, caso isso ocorra

    no acontecer espontaneamente, mas sim por questes outras externas ao consumo, que o caso da

    escassez , 2 premissa bsica.

    LEI DA ESCASSEZ: Na contra-mo do que acontece com as necessidades humanas, os recursos para

    satisfaz-las finito. Apesar do avano tecnolgico para melhorar o aproveitamento desses recursos, e

    a substituio de um produto por outro alivia a sensao de escassez, porm, ainda assim eles se

    mostram escassos em maior ou menor grau.

    Desde tempos remotos j se preocupa com a preveno do uso de recursos de forma prdiga, mas 2

    obras merecem destaque para exemplificar o que est sendo dito:

    A Teoria da Populao publicada por Thomas Malthus em 1798 segundo a qual o crescimento

    demogrfico seguiria uma produo geomtrica, enquanto os recursos para o seu sustento aumentariam

    apenas ao longo de uma progresso aritmtica. Da ser previsvel um momento no futuro em que ahumanidade entraria em colapso pela simples impossibilidade de se abastecer. A fim de fugir a este

    inevitvel colapso, Malthus, alis, um pastor protestante, propunha um rgido controle da natalidade

    baseado na conteno voluntria. As suas previses pessimistas no se realizaram at agora, e o que se

    viu foi uma expanso extraordinria no apenas da produo de gneros alimentares, mas tambm de

    bens industriais e de um sem-nmero de servios coexistindo com o crescimento populacional. No

    entanto, o raciocnio daquele autor ainda visto como algo plausvel quando inserido no contexto mais

    amplo das preocupaes ecolgicas dos dias de hoje. E, mesmo, no campo estrito do sustento, o elevado

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    nmero de pessoas depauperadas ou eliminadas pela fome em vastas regies do planeta continua a

    levantar o espectro de suas previses.

    O livro Os limites para o crescimento ( The Limits to Growth) publicado pelo Massachusetts Institut os

    Technology (MIT) por encomenda do Clube de Roma que debateu o tema durante a dcada de 1970

    esse clube foi composto pela elite intelectual universitria, de executivos de grandes empresas

    multinacionais, entidades internacionais e especialistas convidados. A publicao que deu corpo s

    preocupaes fazia a previso de que, caso o uso de recursos se mantivesse, entre 70 e 150 anos se

    esgotariam, j que a capacidade de reciclagem tambm limitada.

    OBS: A ESCASSEZ UM CONCEITO RELATIVO E NO ABSOLUTO. Ou seja, o que torna um bem mais ou

    menos escasso a necessidade atendida por ele em maior ou menor procura. Ex: 10.000 pares de sapatos

    de uma cor pode ser pouco para atender a demanda de uma moda, ou pode ser muito se no cair no

    gosto do pblico. Fato que nenhum bem abundante o suficiente para satisfazer infinitamente as

    necessidades humanas.

    Escassezinteresse = maior quantidade de normas para equilibrar tais interesses.

    Ex: terreno com melhor aproveitamento X o de pior aproveitamento por normas de urbanizao e

    preservao ambiental.

    Bens Econmicos

    So aqueles que a um s tempo so escassos e necessrios/teis para satisfazer as necessidades

    humanas, e passam a exigir uma regulamentao no seu consumo.

    Mais alguns conceitos bsicos:

    1. Utilidadecapacidade de atender a uma necessidade, satisfazendo-a total ou parcialmente.

    2.

    Necessidade desejo socialmente manifestado, o qual leva a uma ao por parte de quem oexperimenta. NO MERA ASPIRAO. Ex: muitos desejam ter um , mas nem todos se movimentam

    nesta direo de forma concreta. O simples desejo no ser levado em conta, por ser intil a vida

    econmica.

    OBS: Contedo da necessidadeno ser julgado pela Economia, mas apenas constatada e explicada

    a atividade desenvolvida para o seu atendimento. Necessidades podem ser vistas pela sociedade como

    nocivas, autodestrutivas ou imorais. Ex. consumo de drogas (movimenta parcela enorme de recursos

    escassos, inclusive em nvel mundial).

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    3. Subjetivismo Basta que algum ou um grupo de pessoas enxergue a capacidade de satisfazer

    alguma necessidade e procure, no meio econmico, obter o bem em questo para que ele seja visto

    como economicamente til, ainda que mais tarde se comprove a inadequao para o fim visado. Ex:

    pulseira do equilbrio.

    4.

    Utilidade e escassezS pode ser escasso aquilo que til, porque o bem intil, no procurado por

    ningum por definio abundante. Ex. entulho de obra.Todavia, pode ser til o que no escasso

    (bens livres) Ex. Ar

    5. Utilidade marginal a utilidade que se encontra no limite do uso de um bem. Ela pode ser negativa

    ou positiva. As decises econmicas no so tomadas de acordo com o critrio da mdia, mas sim na

    margem. Ex. gluto e mais um prato (utilidade marginal positiva).

    Negativa: Ex. gua Produto com alta utilidade total, mas baixa utilidade marginal. (insatisfao)

    Positiva: Ex diamantes Produto com baixa utilidade total, mas alta utilidade marginal. (satisfao)

    6. Suprfluo se as necessidades no so objeto de julgamento pela Economia, como defini-lo? Pelo

    mtodo cientfico capaz de traar regularidades de consumo. Assim, a pura observao emprica

    mostra serem os grupos sociais escalonados por faixas de renda e tenderem, em cada faixa, a procurar

    produtos bastante semelhantes, isso acontece tanto no processo de ascenso ao longo dessas faixas,

    quanto no processo inverso de regresso. Ex. tipo de alimento.

    Classificao dos Bens econmicos

    Qualquer classificao deve conter a advertncia que diz respeito ao relativismo com que elas, as

    classificaes, devem ser encaradas por parte daqueles a quem so apresentadas. Da surgirem elementos ou

    coisas no facilmente acomodveis em qualquer das categorias decorrentes da classificao, as zonas

    chamadas cinzentas, que no so nem uma coisa nem outra, causadoras de tantas perplexidades.

    1. Entre si:

    A. Complementares comportam uso ou consumo simultneo. Ex: terra e semente; automvel e

    combustvel; cmera fotogrfica e filme; celular e carregador. B. Sucedneosprodutos diferentes que guardam entre si uma relao de fungibilidade. Ex: manteiga

    x margarina; gasolina x lcool.

    2. Quanto a finalidade:

    A. Bens de Consumoutilizao final. Podem atender a uma necessidade instantaneamente como um

    alimento e um concerto de msica. Mas podem faz-lo continuamente ao longo de um espaa de

    tempo, neste caso chamados bens de uso (automveis, eletrodomsticos, etc)

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    B. Bens de Produo escala produtiva Ex: mquinas, matrias primas, ferramentas, a terra, o tijolo,

    os servios dos operrios nas fbricas.

    Esta classificao no absoluta. O mesmo bem pode vir a ser uma ou outra coisa conforme as

    circunstncias ou sua destinao. Ex: saco de feijo (alimento, e semente para plantio). Tintureiro que

    usa seu carro todos os dias para recolher e entregar roupas (bem de produo), mas nos fins de

    semana usa o mesmo carro para passeios com sua famlia (bem de consumo).

    3. Quanto a necessidade:

    A. Coletivos podem atender concomitantemente a necessidade de um grupo maior ou menor de

    pessoas. Ex 1: Ar (extremo) Ex2: um concerto de msica, uma aula, um nibus ou metr, uma praa,

    uma estrada.

    B. Singulares o uso de um bem por parte de algum exclui deste mesmo o uso de qualquer outra

    pessoa. Ex: gravata; alimentos a poro de carne ou de peixe a saciar a fome de algum.

    Essas 2 categorias se mesclam permanentemente, o que determinar o interesse difuso, coletivo e

    individual. Podem combinar-se os elementos de coletividade e exclusividade. Ex: clube (aspecto do

    no scio X scio (exclui grande nmero de pessoas); permisso da entrada de no scios em shows

    (se torna coletivo); aspecto entre os scios (armrios de vestirio exclusivo)).

    preciso analisar os diversos matizes apresentados por um mesmo bem, levando-se a ser considerado,

    conforme a sua funcionalidade o fim a que se destina -, ora como predominantemente coletivo, ora

    como marcadamente exclusivo.

    4. Quanto a materialidade:

    A. Materiaisbens propriamente ditos.

    B. Servios so bens econmicos medida que, teis e escassos, atendam objetiva ou

    subjetivamente, as necessidades humanas, socialmente manifestadas.

    Agentes econmicos

    indivduos particulares;

    Estado;

    Empresas;

    rgos nacionais, internacionais e comunitrios;

    bem como os titulares de direitos difusos e coletivos.

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    Fatos Econmicos

    So fatosjurdicosque possuem repercusso econmica:

    normas limitadoras do mesmo, ou apenas regulamentadoras dos seus efeitos econmicos.

    Ex: restringir uma forma de contratar, normas de carter ambiental, normas de zoneamento urbano.

    Bens livres: Antnimo de bem econmico, dada sua abundncia. No se rege pelas relaes

    econmicas para lidar com a escassez, pq esta no existe em relao a esses bens. Ex. ar, entulho,

    mato, pedra no sapato. No se discute aqui a utilidade desses bens, apenas sua abundncia ou

    escassez.

    ATENO: os conceitos em economia so relativos, portanto importante amarr-los a situaes

    concretas.

    Ex1: Uma colheita acima do esperado poder gerar um bem livre tamanha a produo. Mas o mesmo

    bem em outra colheita no to farta poder restabelecer o produto como bem econmico.

    Ex2: A gua em algumas partes do mundo pode ser considerada bem livre, em outras, como nos

    desertos extremamente escassa, portanto bem econmico (valor marginal positivo at certo ponto).

    E em situaes de enchente bem livre com valor marginal negativo.

    O carter do bem econmico diz respeito escassez e no da utilidade, que pressuposto da

    escassez.

    Capitulo 2: economia e finanas, valor econmico, valor tico-filosfico e valor trabalho.

    em funo da conscincia dafaltaque se diz terem os bens um valor. Eles valem porque cumprem um papel

    no mundo, o qual no ser preenchido no caso de seu desaparecimento. Se assim no fosse, no seriam bens

    escassos.

    Pode-se dizer que esse valor se divide em 2 dimenses que se acoplam ou sobrepe uma a outra. Sendo que

    os bens so compostos por ambos os valores, pois o valor de uso um pressuposto ou uma condio para que

    surja o valor de troca. (No se trata de uma classificao do valor semelhana do que foi feito com os bens

    econmicos. No se est querendo dizer terem alguns bens o primeiro tipo de valor e outros o segundo tipo.)

    1) Valor de uso: enfoca o valor sob a perspectiva do que importante para o indivduo ou um pequeno

    grupo. ex. grupo familiar. Valor de estimaocomo o de um velho mvel ou pea ornamental, apreciados pelo

    que possam eventualmente evocar para o seu possuidor.

    2) Valor de troca: corresponde a dimenso social do valor. Passa a ganhar uma projeo objetiva e impessoal,

    sendo socialmente avaliado, sem qualquer referncia a pessoas, famlias ou grupos, despido, em suma, de

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    qualquer subjetivismo. Assim foi criado o mercado, o qual pressupe no algumas, mas um fluxo habitual e

    regular de trocas para da fazer exsurgir um valor de troca, objetivo, despersonalizado e socialmente aceito

    como tal.

    No possvel separar o valor de uso do valor de troca. Generalizando um pouco, poder-se-a dizer que dos 2

    atributos do bem econmico utilidade e escassez o valor de uso enfoca a utilidade, e o valor de troca a

    escassez. Um pressuposto do outro.

    Valor de usoutilidade

    Valor de trocaescassez

    O valor puramente afetivo, o chamado de estimao, no bem econmico, mas um bem livre.

    Ex. carta de uma namorada; o pedregulho que um menino deu como primeiro presente a seu pai

    o valor de troca que constitui o valor econmico.

    No Direito Civil os bens seriam considerados predominantemente sob o prisma do valor de uso, enquanto que

    no Direito Comercial eles seriam encarados sob a tica do valor de troca.

    Direito CivilValor de uso

    Direito Comercial

    Valor de troca

    MERCADO EROS GRAU A Ordem Econmica da Constituio de 1988, p. 27 37

    MOEDA E PREO

    A troca deixou de ser direta: bem por bem para se tornar indireta: bem por moeda por bem.

    A promoo do sal de simples produto moeda da, talvez, a palavra salrio.

    Moeda um instrumento de troca.

    Funo, co-natural ao prprio conceito de moeda a de ela atuar como o padro do valor. A moeda traduz ou

    mensura o valor de troca, analogamente ao que fazem o metro com o comprimento, o grau com o calor ou o

    bari com a presso.

    Surge assim o preo. Ele nada mais vem a ser do que o valor econmico expresso em unidades monetrias e

    quantificado por elas, de tal sorte que quando 2 bens apresentam o mesmo preo eles podem tranquilamente

    ser permutados, pois tero idntico valor.

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    Em outras palavras, o suprimento da mercadoria-moeda deveria ser limitado para no leva-la a ter o seu valor

    aviltado, passando a sofrer, assim, da disfuno da inflao.

    A moeda pode reduzir-se hj, a um simples lanamento contbil feito eletronicamente em decorrncia de leitura

    de um carto magnetizado e inteligente.

    Em suma, quando se falar em preos eles sero sempre tido como reais, vale dizer, j depurados ou

    deflacionados para eliminar toda e qualquer interferncia de ndole monetria. E sempre, considerando os

    preos como quantificaes em unidades monetrias do valor econmico dos bens o seu valor de troca.

    Economia e finanas:

    Campos distintos da cincia, porm intimamente ligados.

    Finanasdisponibilidade de moeda ou dinheiromediata ou imediataa chamada liquidez.

    Economiapropriedade, patrimnio.

    Ex: Nessas condies uma sociedade comercial, uma famlia, ou uma associao esportiva podero ter uma

    situao econmica muito boa, um patrimnio slido, equipamentos fabris, um belo estdio mas podero tb

    estar em situao financeira pssima, por lhes faltar recursos monetrios disponveis ou mobilizveis para o

    pagamento de suas obrigaes do dia a dia.

    Valor econmico e valor tico-filosfico

    O valor econmico ser determinado tambm pela forma com que cada sociedade lida com as instituies, e

    com os direitos de propriedade e de contratar. Sem uma confiana mnima na garantia desses direitos e nas

    instituies ningum se disporia a adquirir coisa alguma, pois no teria os meios necessrios para conserv-la.

    Ex.1: Monge de mosteiro remoto que encontra uma grande pedra de ouro e a coloca no altar.

    Ex.2: terreno loteado ao lado de floresta em uma sociedade que pouco valoriza o meio ambiente.

    O valor econmico de um bem condiciona-se ao tratamento a ele dado pelas instituies vigentes em cada pas

    e em cada poca, vale dizer, pelo Direito a ele aplicvel, e, pois, pelos valores ticos a informarem esse Direito

    pois no h norma jurdica que no decorra da incidncia de um feixe valorativo sobre a realidade. Por a tb se

    v o quanto Direito e Economia esto profunda e inseparavelmente entrelaados e no apenas relacionados.

    A teoria do Valor Trabalho ( pegar Eros Grau p.198 a 200)

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    Dupont de Nemours imigrou para os EUA aps a Revoluo onde fundou um enorme empreendimento

    industrial com o seu nome. Dele a clebre frase que se tornaria o slogan do liberalismo: laissez faire, laisser

    passer, ou seja, deixe-se fazer (produzir) e deixe-se passar (circular, comerciar) os bens.

    Adan Smith A Riqueza das Naes (1776) Nele lanada a base da Teoria do Valor-Trabalho sustenta que

    quando houvesse uma troca, no fundo, ambos os bens estavam incorporando quantidades iguais de trabalho e

    por isso eram vistos como de valor equivalente.

    Assim, por ex, 1h de um engenheiro seria contada como 5h de um tcnico ou mestre de obras e como 10h de

    um braal no qualificado.

    Uma segunda dificuldade, esta sria, apresentou-se com o surgimento da produo industrial (**data**) que,

    por sua vez, deu origem figura do proletrio, o trabalhador assalariado, o qual no tem final a trocar no

    mercado, pois apenas aluga a sua fora de trabalho. Smith parece reconhecer a dificuldade de nesse tipo de

    organizao produtiva estabelecer-se precisamente o valor correspondente a cada unidade de trabalho

    aplicada na produo, e afirma, de maneira um tanto vaga, que quem tivesse maior nmero de unidade

    laborativas sob seu controle teria tambm maiores valores a oferecer ao mercado, ou seja, as horas

    trabalhadas pelo proletariado seriam apropriadas pelos seus empregadores.(horrio de trabalho)

    Marx retoma o conceito de excedente deixado pelos fisiocratas e constri a sua teoria da mais-valia ou da

    explorao da classe trabalhadora pelos detentores do capital. Em suma, as horas trabalhadas pelos

    assalariados seriam apenas parcialmente remuneradas pelos empregadores, pois o valor dos salrios em

    termos das utilidades necessrias subsistncia daqueles situava-se muito abaixo do valor pelo qual o produto

    final era vendido pelos empregadores. O antigo excedente, que na viso dos fisiocratas originava-se na

    agricultura ao entregar parte do seu produto incompensadamente aos latifundirios transmudou-se na mais-

    valia apropriada pelos detentores de capital, os quais no remunerariam o produto do trabalho dos seus

    empregados, mas pura e simplesmente lhes pagariam um aluguel pela sua fora de trabalho, ou seja, a sua

    capacidade laborativa, destreza, conhecimentos tcnicos, colocados disposio da empresa. E tal aluguel era

    permanentemente deprimido pela existncia daquilo que foi chamado por Marx pelo exrcito de reserva, ouseja, o contingente de trabalhadores desempregados disposto a oferecer seus servios at em troca de um

    simples prato de comida.

    A concluso lgica dentro da viso marxista, foi a da incompatibilidade entre as instituies ento vigentes,

    baseadas na propriedade privada e na liberdade de contrato, com a concretizao efetiva do valor-trabalho.

    Da a necessidade de se substituir o nicho institucional antigo e erigir outro, apto a abrigar o valor trabalho e a

    ensejar, portanto, a sua manifestao, sobretudo com a eliminao da propriedade privada dos meios de

    produo coletivizando-a.

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    Estas duas vises antagnicas em termos de valor esto na base de 2 sistemas econmicos cujas estruturas e

    mecnicas de funcionamento apresentam-se inteiramente diversas, e que sero estudados mais adiante.

    Uma terceira teoria do valor econmico pode ser lembrada a Teoria dos custos de produo, segundo

    a qual o valor de um bem corresponderia somatria dos valores dos bens ou fatores de produo que

    entraram na sua composio. Ela, porm, envolve uma causao circular, pois, se fosse assim, restaria explicar

    como se determinaria por seu turno , o valor daqueles fatores de produo. Persistiria, ademais a discrepncia

    entre o valor natural, dado agora pelo custo de produo e o valor efetivo ou real, dado pelo mercado.

    O valor de um bem seria dado pela quantidade de trabalho socialmente til a ele incorporado.

    Quanto mais liberal uma sociedade, mais nfase se d ao direito de propriedade e ao direito de contratar

    (ex. EUA)

    Captulo 3: modelos

    Dada a ampla gama de variveis que caracterizam a vida econmica, a Economia como outras cincias

    sociais, utiliza-se para seus raciocnios da tcnica dos modelos. O modelo vem a ser uma simplificao

    drstica da realidade, da qual se retiram apenas algumas poucas variveis tidas como irrelevantes para a

    explicao de um dado fenmeno como fito de estabelecer entre elas relaes funcionais.

    Para encerrar estas consideraes sobre o significado e alcance da Economia como cincia cabe enfatizar,

    mais uma vez, no existirem leis econmicas no sentido dado por Montesquieu de relaes necessrias

    que decorrem da prpria natureza das coisas. As Chamadas leis nada mais so do que concluses de

    modelo de aplicao mais ampla e generalizada de molde a permitir a expectativa de operarem em grande

    nmero de casos. Mas, como tb j posto em realce, para que os fatos se passem de maneira prevista nos

    modelos, um mnimo de pressupostos institucionais e fticos so necessrios.