fichamento 2 - saúde ambiental
DESCRIPTION
Fichamento sobre a saúde e seus determinantes sociaisTRANSCRIPT
Roger Wallace Gouveia de Melo, RA: 11035311.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC
Saúde Ambiental, Turma: noturno.
FICHAMENTO 2: Buss, Paulo. M.; Pellegrini Filho, A.; A saúde e seus
determinantes sociais.
Autor: Paulo Buss
Argumento/ Temática: O autor demonstra o conceito de Determinantes
Sociais de Saúde, bem como seu panorama histórico, modelos, causas
e consequências.
Síntese:
No texto, o autor apresenta o conceito de Determinantes Sociais de
Saúde, DSS, bem como suas causas e as conhecidas consequências. Além
disso, faz um histórico do panorama nacional e mundial no que diz respeito ao
significado contextual de saúde pública.
O autor sintetiza, invocando outros autores, que DSS é o conjunto de
fatores sociais, econômicos que influenciam a ocorrência de saúde e seus
fatores de risco na população. Diz-se das condições sociais que afetam a
saúde e que potencialmente podem ser alterados através de ações baseadas
em informação.
Para isso, a saúde nem sempre foi tratada como tal. É parte de um
processo evolutivo no modo como se atribui o conceito de saúde para o
indivíduo. Com o desenvolvimento da bacteriologia e suas contribuições
científicas, a saúde publica, no começo do século XX, ficava restrita a ausência
ou não de patologias, desprezando-se o bem estar do próprio indivíduo e por
consequência, fatores sociais e econômicos.
Somente nos últimos tempos é que as DSS vem sendo empregada para
diagnostica e prevenir problemas de saúde na sociedade. O autor elenca 3
gerações, estudos sobre iniquidades. A primeira se dedicou a descrever as
relações entre pobreza e saúde; a segunda, a descrever os gradientes de
saúde de acordo com vários critérios de estratificação socioeconômica; e a
terceira e atual geração está dedicada principalmente aos estudos dos
mecanismos de produção das iniquidades.
Desta forma, são elencados alguns exemplos de fatores que agem
como determinantes sociais de saúde. O PIB é um fator econômico a ser
levado em consideração mas, mais do que isso, a coesão social, em que as
diferenças de distribuição de renda são menos contrastantes ou percebidas. O
autor cita a alta expectativa de vida do Japão, que é devida a coesão social e
não somente a hábitos saudáveis da população.
Em seguida, o autor elenca dois principais modelos que procuram
esquematizar a trama de relações entre os diversos fatores estudados através
de diversos enfoques: o modelo de Dahlgren e Whitehead e o modelo de
Didericksen. O primeiro inclui os DSS dispostos em diferentes camadas, desde
uma camada mais próxima dos determinantes individuais até uma camada
mais distantes, onde se situam os macrodeterminantes. Tal modelo não
pretende explicar com detalhes as relações e mediações entre os diversos
níveis e a gênese das iniquidades. O segundo modelo (Didericksen), enfatiza a
estratificação social gerada pelo contexto social que confere aos indivíduos
posições sociais distintas, as quais por sua vez provocam diferenciais de
saúde.
Usando esses modelos, bem como outros, para apurar a gênese e
características dos problemas de saúde, o autor sugere intervenções que
incluem as políticas que diminuam as diferenças sociais, como as relacionadas
ao mercado de trabalho, educação e seguridade social, além de um sistemático
acompanhamento de políticas econômicas e sociais para avaliar seu impacto e
diminuir seus efeitos sobre a estratificação social.
Na parte final do texto, o autor apresenta a Comissão Nacional sobre os
Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), que foi estabelecida em 2006 e foi
uma resposta ao movimento global em torno do DSS desencadeado pela OMS
com o objetivo de promover, em âmbito internacional, tomada de consciência
sobre a importância dos DSS e sobre a necessidade do combate às
iniquidades de saúde por eles geradas. A atuação da comissão orienta três
compromissos: ação, equidade e evidência. Seus principais objetivos são
produzir conhecimentos e informações sobre os DSS no Brasil; apoiar o
desenvolvimento de políticas e programas para a promoção da equidade em
saúde; promover atividades de mobilização da sociedade civil para tomada de
consciência e atuação sobre os DSS.
Assim, o autor defende a criação da CNDSS e seus desdobramentos
futuros serão uma valiosa contribuição para o avanço do processo de reforma
sanitária e diminuição das desigualdades que afetam a saúde a nível nacional.