ficha para identificação da produção didático-pedagógica · 2016-08-15 · abordagem do tema...

36

Upload: lecong

Post on 02-Dec-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Ficha para identificação da Produção Didático-Pedagógica

Professora PDE/2012

Título Contextualização dos Fatos Históricos da Física na

abordagem do tema “Termodinâmica” no Ensino

Médio utilizando WebQuest

Autor ELIANA DA PENHA RODRIGUES VAZZOLLÉR

Disciplina/Área (ingresso

no PDE)

Física

Escola de Implementação

do Projeto e sua

localização

Colégio Estadual Antonio Castro Alves

Capitão Leônidas Marques/PR

Município da Escola Capitão Leônidas Marques/PR

Núcleo Regional de

educação

CASCAVEL

Professor Orientador SANDRO APARECIDO DOS SANTOS

Instituição de Ensino

Superior

UNICENTRO

Relação Interdisciplinar História, Ciências, Sociologia, Artes, Filosofia,

Economia

Resumo Os alunos trazem para a sala de aula

conceitos inadequados em relação à Ciência. Nos

livros didáticos a ciência é mostrada para os alunos

como algo neutro, linear, objetivo e sem

historicidade. Por conta disso, vê-se a necessidade

de uma abordagem histórica dos conteúdos de

Física que os auxiliará a reconhecer a ciência como

construção humana e para que o aluno possa

entender melhor sobre as várias feições que a

nossa cultura assume atualmente. Contudo, sob

outro ponto de vista, também abre caminho para

que possam contrapor os valores e parâmetros que

um dia foram comuns a uma cultura e hoje se

mostram tão distantes do que vivemos. Neste

material didático será mostrado como contextualizar

os fatos históricos da Termodinâmica utilizando a

ferramenta metodológica WebQuest, com o intuito

de auxiliar alunos da segunda série do Ensino

Médio e professores da área a compreender a

ciência como construção humana, bem como todo o

processo social, político e religioso envolvido na

evolução da ciência, contribuindo assim para uma

formação crítica e desmistificada da aprendizagem

do educando.

Palavras-chave Contexto Histórico, Termodinâmica, Ensino Médio,

Formação de professores, WebQuest

Formato do Material

Didático

Unidade Didática

Público Alvo PROFESSORES E ALUNOS DO ENSINO MÉDIO

PARANÁ

GOVERNO DO ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

ELIANA DA PENHA RODRIGUES VAZZOLLÉR

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

UNIDADE DIDÁTICA:

CONTEXTUALIZAÇÃO DOS FATOS HISTÓRICOS DA FÍSICA NA

ABORDAGEM DO TEMA “TERMODINÂMICA” NO ENSINO MÉDIO

UTILIZANDO WEBQUEST

CASCAVEL

2012

ELIANA DA PENHA RODRIGUES VAZZOLLÉR

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

UNIDADE DIDÁTICA:

CONTEXTUALIZAÇÃO DOS FATOS HISTÓRICOS DA FÍSICA NA

ABORDAGEM DO TEMA “TERMODINÂMICA” NO ENSINO MÉDIO

UTILIZANDO WEBQUEST

Produção didático-pedagógico apresentada ao Programa de

Desenvolvimento Educacional – PDE – SEED/PR, sob orientação do

Prof. Dr. Sandro Aparecido dos Santos, do Departamento de Física da

Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO.

CASCAVEL

2012

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Professora PDE: Eliana da Penha Rodrigues Vazzollér

Área de atuação : Física

Núcleo Regional de Educação: Cascavel

Professor Orientador IES: Sandro A. dos Santos

IES Vinculada: UNICENTRO

Escola de Implementação : COLÉGIO ESTADUAL ANTONIO CASTRO ALVES

– ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

Público Objeto da Intervenção: Professores de Física e alunos da 2ª série do

Ensino Médio

Tema de estudo: História da Física

Título da Unidade Didática: Contextualização dos Fatos Históricos da Física na

abordagem do tema “Termodinâmica” no Ensino Médio utilizando WebQuest

II APRESENTAÇÃO

Com esta unidade didática pretende-se amenizar o desinteresse dos

alunos com relação às aulas de física, bem como auxiliá-los a compreender a

evolução desta ciência, superando a deficiência dos livros didáticos no que diz

respeito ao contexto histórico dos conteúdos de física.

Acredita-se que a proposta de contextualização dos fatos históricos no

ensino da física contribuirá para a melhoria do processo ensino-aprendizagem

desta disciplina, especificamente da Termodinâmica despertando o senso crítico

do educando com relação às contradições políticas, sociais e econômicas

presentes nas estruturas sociais, contribuindo assim para uma formação crítica e

desmistificada da ciência.

No processo de aprendizagem do Ensino da Física é de fundamental

importância que os conteúdos sejam contextualizados ao longo do tempo para

que o educando possa relacionar o conhecimento científico com a época e a

sociedade que o produziu, pois, nos livros didáticos a ciência é mostrada para os

alunos como algo neutro, linear, sem objetivo e sem historicidade.

Para um melhor entendimento dos conceitos relacionados com a

Termodinâmica busca-se uma metodologia diferenciada, a WebQuest, que

poderá proporcionar uma melhor interação com os objetos de aprendizagem. Ao

se utilizar de uma nova metodologia em sala de aula, o professor está

consequentemente, aperfeiçoando o seu trabalho, pois através dessa experiência,

ele poderá analisar revisar e pensar a sua prática, podendo rever atitudes, que

poderiam ter sido tomadas e que levariam a melhores resultados.

III INTRODUÇÃO

Os alunos trazem para a sala de aula conceitos inadequados em relação à

Ciência. Nos livros didáticos a ciência é mostrada para os alunos como algo

neutro, linear, objetivo e sem historicidade.

Por conta disso, vê-se a necessidade de uma abordagem histórica dos

conteúdos de física que os auxiliará a reconhecer a ciência como construção

humana e para que o aluno possa entender melhor sobre as várias feições que a

nossa cultura assume atualmente. Contudo, sob outro ponto de vista, também

abre caminho para que possam contrapor os valores e parâmetros que um dia

foram comuns a uma cultura e hoje se mostram tão distantes do que vivemos.

Aproximando a história da ciência ao estudante, ele passa a relacionar o

desenvolvimento científico com o desenvolvimento cultural, social e econômico da

humanidade e perceberá que todos esses fatores andam juntos. Essa percepção

acontecerá de forma crítica, contribuindo para o desenvolvimento da

aprendizagem do estudante, aguçando a sua curiosidade e o gostar de aprender

física.

As DCEs de física propõem “que o professor agregue, ao planejamento de

suas aulas, a História da Ciência, para contextualizar a produção do

conhecimento em estudo” (Paraná, 2008, p.69). Mas para que seja feita esta

contextualização o professor deve estar habilitado para ministrar a disciplina,

dominar os conteúdos básicos e apresentar formas para transmiti-los

adequadamente, pois se percebe dificuldades metodológicas e didáticas e

principalmente, a concepção do professor sobre o processo ensino-aprendizagem

da física.

A importância de se abordar os fatos históricos e localizá-los na linha do

tempo, a fim de estabelecer a linearidade da evolução da ciência e facilitar a

aprendizagem do aluno, é argumentada pela pesquisadora Maria Izabel Cunha,

que diz:

Parece haver uma certeza de que é preciso saber como o conhecimento foi produzido para então estabelecer estruturas de pensamentos que levem à compreensão. Observei que os alunos ficam muito interessados quando os professores realizam esta localização histórica do modo a valorizar o conhecimento científico como produção social, isto é, como construído por um grupo social, com necessidades e anseios historicamente situados. (CUNHA, 1989, p.138).

Percebe-se então que para facilitar a compreensão da evolução da ciência

o educador democrático não pode negar-se ao dever de, na sua prática docente

reforçar a capacidade crítica do educando e sua curiosidade, pois ensinar não se

trata de expor o conteúdo superficialmente, mas se alonga à produção das

condições em que aprender criticamente é possível.

Essas condições implicam ou exigem a presença de educadores e de

educandos criadores, instigadores, rigorosamente curiosos, humildes e

persistentes. Portanto, o papel do educador não é apenas ensinar os conteúdos,

mas também a ensinar a pensar certo.

Percebe-se claramente a dificuldade que o aluno do Ensino Médio tem em

aprender física e quando questionados eles se referem ao fato de que o ensino da

física está diretamente relacionado com a matemática. Os professores ensinam

física preocupados em simplesmente resolver problemas matemáticos,

esquecendo-se que ela é uma ciência em evolução e que se torna importante a

abordagem da História da Ciência haja vista que segundo as DCEs de Física

(2008, p.69), ”(...) faz parte de um quadro amplo que é a História da Humanidade

e, por isso, é capaz de mostrar a evolução das ideias e conceitos nas diversas

áreas do conhecimento”.

A proposta de contextualização dos fatos históricos no Ensino da Física

poderá contribuir para a melhoria do processo ensino-aprendizagem da

Termodinâmica despertando o senso crítico do educando com relação às

contradições políticas, sociais e econômicas presentes nas estruturas sociais e

também auxiliará alunos e professores a reconhecer a ciência como construção

humana, bem como todo o processo social, político e religioso envolvido na

evolução da ciência, contribuindo assim para uma formação crítica e

desmistificada da ciência.

Cabe ao professor pensar numa abordagem metodológica diferenciada que

venha favorecer a aprendizagem do educando, que valorize as concepções de

ensino. Portanto, a contextualização dos conteúdos da física vem desfragmentar

e desmistificar alguns conceitos físicos, demonstrar como o pensamento científico

se modifica com o tempo, evidenciando que as teorias científicas não são

definitivas e irrevogáveis, mas objeto de constante revisão; tornar as aulas de

físicas mais desafiadoras e reflexivas, ajudando os alunos a ter uma visão

político-social de cada época.

O conteúdo selecionado para esta unidade didática é a Termodinâmica,

que segundo Rocha (2002, p.139) “(...) é a parte da Física que estuda um sistema

físico do ponto de vista macroscópico, tratando de mudanças que ocorrem no

mesmo, mas que não são abordados nem pela Mecânica nem pelo

Eletromagnetismo, como por exemplo, mudanças resultantes da troca de calor”.

O estudo contextualizado da Termodinâmica levará o estudante a ter

conhecimento das profundas mudanças sociais e econômicas na Europa durante

os séculos XVIII e XIX, concretizadas através da implantação do sistema

capitalista, acarretando um novo sistema de produção, onde ocorreu a divisão do

trabalho e a especialização de tarefas substituindo o sistema artesanal do período

feudal onde o homem era fator essencial no processo produtivo e, no entanto com

a implantação do sistema capitalista ele passa a ser apenas um instrumento da

máquina. Permitirá também que o educando venha a ter o conhecimento do papel

das inovações tecnológicas nas indústrias, o que se chamou de Revolução

Industrial, em destaque a indústria têxtil e a máquina a vapor e ainda o papel que

coube à escola como preparadora de mão de obra qualificada, para atender às

necessidades do processo de industrialização, exigidos pelo sistema capitalista.

Esta unidade didática será fundamentada na Teoria da aprendizagem

significativa, onde o conhecimento é construído, a partir do momento em que

novas ideias e informações são adquiridas e retidas na mente do indivíduo para

que possam ser utilizadas no futuro.

IV FORMAÇÃO DE PROFESSORES

4.1 Implicações Educacionais no Ensino da Física

O Ensino da Física torna-se mais interessante e instigante quando é

contextualizado, facilitando assim, a aprendizagem do aluno. Mas para isso o

professor deve estar bem preparado, ter conhecimento dos conceitos básicos da

física e estar disposto a mudar a sua prática pedagógica. De acordo com isso,

Veiga diz:

Dependendo de como organiza o trabalho pedagógico, o professor pode exercer um papel de negação do saber. Por outro lado, podem aderir a uma prática utilitária e cair no praticismo, ao utilizar métodos, conteúdos e avaliação sem conhecer o seu referencial teórico. Falta-lhe uma perspectiva de futuro, uma visão mais ampla com relação às finalidades sociais da escola, bem como uma postura crítica, que lhe permita perceber tanto os problemas que permeiam a sua atividade quanto a fragilidade de sua prática (VEIGA, 1992, p.19).

Portanto, o professor deve fazer uma reflexão sobre a sua prática

pedagógica e estar consciente do papel social no seu trabalho.

“Em cada um dos momentos do processo de ensino o professor está

educando quando: estimula o desejo e o gosto pelo estudo, (...) cria situações

estimulantes de pensar, analisar, relacionar aspectos da realidade estudada nas

matérias (...)” (DROUET, 1994, p.99).

Assim para que o aluno seja estimulado e para que haja um ensino de

qualidade, algumas variáveis são envolvidas, tais como: a organização inovadora,

aberta, dinâmica; projeto pedagógico participativo; docentes bem preparados

intelectual, emocional, motivados e com boas condições profissionais. Pois:

...o papel do educador é mais amplo, ultrapassando a mera transmissão de conhecimentos. O professor deve se preocupar também com a visão crítica do conhecimento que está sendo transmitido. Essa é uma condição necessária para que o conhecimento tenha significado e valor educativo para o aluno (VEIGA, 1992, P.19).

Pensa-se em uma proposta de encaminhamento metodológico onde o

Ensino da Física possa ser desfragmentado e contextualizado para que o

educando se aproxime da ciência e perceba a sua evolução, seus erros e acertos,

e também para que desperte no educando o senso crítico, pois é função do

professor fazê-lo.

Quando se contextualiza o tema em estudo, especificamente o

desenvolvimento das máquinas na Revolução Industrial, pode-se ter um olhar

crítico conforme concluem Neto e Gomes (2003):

(...) a Revolução Industrial e a introdução da maquinaria no processo produtivo, enquanto fundamental para a consolidação e fortalecimento do sistema de produção capitalista, tiveram como principais implicações para o trabalhador: a perda de exclusividade do trabalhador masculino como única força de trabalho disponível; o processo de divisão do trabalho; a simplificação e especialização do trabalho; a incorporação das mulheres e das crianças no processo produtivo; o aumento da força de trabalho no mercado de trabalho; os baixos salários pagos, em função da grande oferta de mão-de-obra disponível; a “degradação” do trabalho; o quadro de miséria material e moral dos trabalhadores. (NETO & GOMES, 2003, p.7)

Neto e Gomes (2003) complementam ainda “poderíamos supor que,

colocando a ciência a serviço da sociedade estes problemas pudessem ser

solucionados, ou, ao menos minorados. Todavia, não é isto que ocorre”.

Mas diante disto, Neto e Gomes (2003) têm também um olhar crítico para a

implantação do sistema capitalista, esse pautado em divisões de trabalho e

gerador de desigualdades sociais.

Portanto, cabe ao professor fazer a fundamentação teórica dos conteúdos

da física baseada em pesquisas científicas, para que o educando tenha essa

visão crítica da evolução da ciência e relacioná-los com os fatores sociais,

políticos e culturais envolvidos. Mas também, se deve transparecer aos

educandos a beleza da humanização da ciência, da maneira de estar no mundo e

com o mundo, de relacionar os fenômenos físicos com o seu cotidiano, pois os

alunos esperam o momento em que todo aquele conteúdo teórico ganhe realismo

e lhes capacite à melhor entender a sociedade em que vivem.

Corroborando com essa ideia Moreira e Masini (2011), dizem “Novas idéias

e informações podem ser aprendidas e retidas na medida em que conceitos

relevantes e inclusivos estejam adequadamente claros e disponíveis na estrutura

cognitiva do indivíduo...”.

David Ausubel sendo um representante do cognitivismo em Moreira e

Masini (2011) diz: “Ausubel vê o armazenamento de informações na mente

humana como sendo altamente organizado, formando uma hierarquia conceitual

na qual, elementos mais específicos de conhecimento são relacionados (e

assimilados) a conceitos e proposições mais gerais, mais inclusivos”.

O aluno aprende quando novas informações relevantes são acrescentadas

aos subsunçores, ou seja, a conceitos preexistentes e dessa forma a

aprendizagem se torna significativa.

O professor deve ter uma organização e sistematização dos conteúdos a

serem repassados para os educandos, bem como, discernimento de saber

selecionar, organizar os conteúdos e contextualizá-los segundo critérios e

princípios específicos para esse fim, que permita um avanço qualitativo. Deve ter

a capacidade de conhecer o porquê da escolha de determinado conteúdo e quais

as suas implicações para o aprendizado do aluno. De acordo com isso

encontramos em Vianna e Carvalho (2001, p.115), “(...) contextualizando os

conhecimentos abordados, olhando para sua evolução histórica, nos parece uma

preocupação que, em muito, poderá orientar propostas de melhoria da formação

docente”.

Cabe ao professor criar situações para que os alunos aprendam, pois é o

sujeito, em última instância, que é responsável pela construção do conhecimento,

partindo daquilo que o educando já sabe para uma aprendizagem significativa

segundo a Teoria de David Ausubel. O professor deve estar atento para avaliar a

própria atuação conforme Vianna e Carvalho (2001), quando dizem que:

É preciso que nosso docente, numa atividade de atualização possa

refletir sobre a sua prática, os conteúdos que ensina, aprendendo o que

acaba de ser produzido, colocando-o em xeque em como introduzir os

novos conhecimentos em sala de aula. (VIANNA & CARVALHO, 2001,

p.115).

O Projeto Político Pedagógico (2010, p.24) da Escola Estadual Antonio

Castro Alves contempla no Marco Conceitual “(...) precisamos de professores

comprometidos com a organização do processo ensino-aprendizagem, que

antecipem suas ações dentro das condições concretas da efetivação de seu

trabalho pedagógico”.

É um desafio caminhar para uma educação de qualidade, que integre todas

as dimensões do ser humano, escolas organizadas, para ser um lugar de

formação da consciência de cidadania dos educandos e da comunidade na qual

está inserida e ainda que questionem o que é necessário para a busca da

cidadania fundamentada no currículo que permeie todo o cotidiano escolar.

4.2 Abordagem da História da Ciência no Ensino da Física

“A física tem como objeto de estudo o Universo em toda a sua

complexidade e, por isso, como disciplina escolar, propõe aos estudantes o

estudo da natureza”, (PARANÁ, 2008). E como tal se propõe a conhecê-la da

forma mais precisa possível.

Pode-se afirmar que a física está intimamente relacionado ao cotidiano,

pois a natureza faz parte de ambos. Fenômenos naturais como o arco-íris, os

relâmpagos, os trovões durante uma tempestade, o ciclo da água, dentre outros,

são objetos de conhecimento da física.

“A Física, instrumento para a compreensão do mundo em que vivemos,

possui também uma beleza conceitual teórica, que por si só poderia tornar seu

aprendizado agradável” (GREF, 2007, p.15). Portanto é primordial que se tenha

essa visualização da evolução da física ao longo da história da humanidade e que

esta ciência encontra-se entrelaçada com a evolução social, política e religiosa.

Assim Yoav Ben-dov faz uma abordagem teórica da física sob uma

perspectiva histórica:

Distinguem-se três grandes períodos na evolução da física. O da física “antiga” remonta à Grécia pré-socrática e ao mundo Greco-romano. O mais importante pensador desse período foi incontestavelmente Aristóteles, cuja filosofia foi integrada à teologia cristã a partir do século XIII... O segundo período se estende do século XVI ao final do século XIX. É o período da física “clássica”, cujo sucesso na descrição matemática precisa de um largo leque de fenômenos impôs a visão científica do mundo na cultura ocidental... O terceiro período, o da física “moderna”, começou com os trabalhos de Einstein no início deste século e transfromou radicalmente nosso horizonte conceitual, tanto no âmbito do infinitamente grande do espaço cósmico quanto no do infinitamente pequeno das partículas elementares constitutivas da matéria. (Ben-Dov, 1996, p.11).

Nos três grandes períodos citados acima, viveram filósofos, matemáticos,

físicos importantes que são mencionados em livros didáticos, outros tão

importantes quanto, mas nem se quer são citados. A abordagem é realizada de

forma fragmentada sem nenhuma contextualização político-social, o que leva a

não percepção da ciência como construção humana bem como uma suposta

genialidade aos cientistas, como se uma descoberta científica aparecesse do

nada.

No processo aprendizagem da Física é de fundamental importância que os

conteúdos sejam contextualizados ao longo destes períodos para que o educando

possa relacionar o conhecimento científico com a época e a sociedade que o

produziu. Portanto, o professor deve também explorar a beleza conceitual da

física e, no entanto o que acontece geralmente é a priorização do formalismo

matemático com o qual a Física é frequentemente confundida.

Propõe-se consulta às DCEs de Física em:

http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/diretrizes/dce_fis.pdf

Se os fatos históricos são bem contextualizados o educando passa a

perceber os erros e acertos dos cientistas e algo que ficou com um resquício de

dúvidas em uma teoria foi o suficiente para ser questionada por outro cientista, o

que pode ter levado a uma quase total mudança da anterior. É relevante que ele

perceba que uma teoria nova é construída, a partir de conceitos anteriores, assim,

para uma melhor compreensão da física de hoje vê-se necessário fazer uma

abordagem sob uma perspectiva histórica.

“Não existe em ciência uma verdade absoluta. Existe, sim, uma verdade

para um dado momento do conhecimento” (Ben-Dov,1996, p.9). Aqui o autor

destaca que não devemos ignorar as teorias que surgiram no passado, pois foi a

partir delas que surgiram as teorias do presente e provavelmente as do futuro.

A história da física não se limita à história de seus protagonistas. Antes ao contrário: é uma história dos pensamentos em que idéias surgem e desaparecem em que pensamentos, muitas vezes completamente despropositados na época em que apareceram, tomam forma e ultrapassam as barreiras profissionais contemporâneas. Afinal, a física é hoje_ num mundo em que a tecnologia permite revoluções e promete saídas para os mais graves problemas_ uma das manifestações de nossa cultura (Ben-Dov, 1996, p.7).

O conhecimento físico é constituído por teorias, que são estruturadas por

modelos. Para aprender física é necessário que se tenha uma compreensão e

reflexão sobre os papéis e as funções desses modelos.

V ENTENDENDO MELHOR A WEBQUEST

O professor deve planejar as aulas sempre focando a melhor

aprendizagem do educando, deve levar em consideração, em todos os momentos

de seu trabalho, reforçar a capacidade crítica e a curiosidade do aluno, portanto,

buscar novas metodologias é de fundamental importância no processo educativo

para instigar a capacidade de pensar, criar, transformando-os em reais sujeitos da

construção e reconstrução do saber ensinado.

Ao utilizar de uma nova metodologia em sala de aula, o professor está

consequentemente, aperfeiçoando o seu trabalho, pois através dessa experiência,

ele poderá analisar revisar e pensar a sua prática. Poderá rever atitudes, que

poderiam ter sido tomadas e que levariam a melhores resultados.

Referindo-se à utilização da informática no processo de ensino e

aprendizagem, como um meio gerador de novas metodologias para a Educação,

Costa e Pinheiro (2009), diz:

Isto significa que os profissionais da educação precisam redirecionar sua formação pedagógica, não apenas aprendendo a utilizar novas ferramentas, mas também, e, sobretudo, mudando suas atitudes e posturas diante do mundo, do conhecimento e do processo de ensino: estando abertos às mudanças, readaptando o seu saber à nova realidade, enfrentado desafios, atendendo à diversidade que o novo cenário educacional exige deles. (COSTA e PINHEIRO, 2009, p.40).

A Internet é um meio de comunicação atrativo para as crianças e jovens,

assim podendo ser utilizada para vários tipos de aplicações educacionais como

atividades de apoio. O professor pode utilizar-se deste meio atrativo, como

ferramenta de aprendizagem, desde que seja um trabalho orientado e significativo

para o educando.

Segundo Moran (1997), “Ensinar utilizando a internet pressupõe uma

atitude do professor diferente da convencional. O professor não é o “informador”,

o que centraliza a informação. A informação está em inúmeros bancos de dados”.

Para a abordagem do tema em estudo, propõe-se a utilização de

WebQuest como ferramenta metodológica, acreditando-se que este é um

ambiente de pesquisa estruturado e desafiador para o aluno e que o ajudará a

construir o seu saber pessoal. A técnica proposta é definida da seguinte forma por

Abar e Barbosa (2008):

A tecnologia educacional WebQuest é uma técnica para aprendizagem

que usa a internet, permitindo a criação de ambientes de aprendizagem

próximos ao modelo ideal. (...) destina-se à educação presencial, com

participação ativa dos alunos sob a orientação do professor, entendendo-

se pela pesquisa guiada na internet. (ABAR e BARBOSA, 2008, P.13).

A Internet por ser um meio atrativo para os educandos pode ser

aproveitada utilizando adequadamente as WebQuests como ambiente de

aprendizagem, como instrumento de construção do conhecimento, ampliando as

possibilidades de meios de pesquisa.

Costa e Pinheiro enfatiza o uso de WebQuests como processo de

aprendizagem onde o aluno pode ver mais facilmente as relações entre o

conteúdo aprendido e o contexto sociocultural, através da pesquisa, obtendo

informações recentes e atualizadas. E diz:

(...) é possível afirmar que a utilização da Webquest pode contribuir para

a mudança na forma de ensinar proposta há várias décadas. De acordo

com Castro e Tavares (2005, p.2), o emprego desse instrumento no

ensino preenche lacunas e fornece material didático auxiliar, utilizando-

se das fontes de informação disponíveis na Internet, além de ser um

recurso inovador de apoio ao ensino,... (COSTA E PINHEIRO, 2009,

p.48).

Buscar novas metodologias visando a aprendizagem do aluno é preciso. É

um desafio para os professores que às vezes resistem às mudanças, mas o

educador deve-se abrir para essa nova visão do papel do docente e como

mediador ir ao encontro de novos recursos que levem ao conhecimento e facilite a

aprendizagem.

Componentes da WebQuest segundo Calixto, Oliveira e Oliveira (2005):

Apresentação: É a porta de entrada para a webquest. Deve apresentar o

título, alguma ilustração sobre o tema e, se desejar, uma mensagem,

citação ou pensamento que motive o usuário a "mergulhar" na "aventura" à

qual será “convidado".

Introdução: Nesta fase é dada alguma informação preliminar de modo a

traçar um cenário desafiador e motivador para os alunos, levando-os a

empenharem-se na webQuest. Se a webQuest tem um cenário ou pede

representação de papéis isso deve ser mencionado. Por meio de um texto

curto, é na introdução que se apresenta o tema seguido do anúncio das

atividades a serem realizadas.

Tarefa: Determina algo que seja possível de ser realizado pelos alunos e

passível de ser divulgado. Pode constar da resolução de problemas, da

participação em debates/discussões temáticas, da simulação de papéis, da

criação de produtos, do planejamento ou organização de uma ação ou

evento, etc.

Processo: Apresenta os passos que os alunos terão de percorrer para

desenvolver a Tarefa, bem como os links a serem pesquisados.

Avaliação: Informa sobre como o desempenho será avaliado.

Conclusão: É o espaço no qual deve-se incentivar o aluno a continuar

refletindo sobre o assunto e despertar a curiosidade para pesquisas

futuras, sinalizando campos de estudo para outras áreas de interesse

ligadas ao tema estudado, proporcionando mais sentido à aprendizagem.

Créditos: Identifica a equipe de criação. Deve apresentar as fontes de

todos os materiais utilizados. É também o espaço dos agradecimentos.

Destinatários: Informa o público para o qual foi desenvolvida.

VI A TERMODINÂMICA A PARTIR DE UM CONTEXTO HISTÓRICO

Para que ocorra o entendimento de uma teoria científica, deve-se

compreender o momento histórico no qual ela foi desenvolvida. Com a

Termodinâmica isso não seria diferente. Neste sentido Paraná (2006) diz:

O desenvolvimento desta ciência tem como mote à possibilidade de melhorar o aproveitamento da potência fornecida pelas máquinas térmicas, ou seja, melhorar a eficiência dessas máquinas e a resolução do problema do perigo ligado ao trabalho com vapor à alta pressão e temperatura. Esse melhorar a eficiência estava ligado ao controle e aproveitamento da potência fornecida. (PARANÁ, 2006, p.62).

Paraná (2006) cita as quatro leis importantes da Termodinâmica: a Lei Zero

da Termodinâmica, que descreve as condições para o equilíbrio térmico; a 1ª Lei

da Termodinâmica, que manifesta as condições para a transformação de calor em

trabalho; a 2ª Lei da Termodinâmica, que diz respeito à impossibilidade do

rendimento 100% das máquinas térmicas; a Terceira Lei da Termodinâmica, que

busca o entendimento do comportamento da matéria nas proximidades do zero

absoluto.

Segundo Pietrocola (2006, p.39), “na história da física temos inúmeros

exemplos de modelização, dentre eles: (...) a explicação da propagação do calor

em um corpo sólido”. Observa-se então que a busca pela transformação de calor

em trabalho passou por um longo período de entendimento desse processo de

transferência de energia.

Na antiguidade, para Aristóteles e seus discípulos, o calor era produzido

pelo movimento, quando o “éter”,(a quinta essência), sofria vibrações. Teoria esta

que durou por muito tempo. Em meados do século XVII a teoria sobre a natureza

do calor era considerada como um fluido que escoava analogicamente como a

água (de um nível mais alto para o nível mais abaixo), no caso do calor, de um

corpo de temperatura mais alta, para outro de temperatura mais baixa até que

atingissem a mesma temperatura, chamada teoria do calórico. Surge também

outro pressuposto de que o calórico continha massa e que esta era conservada

num processo térmico.

Esta teoria foi aceita por grande parte da comunidade científica da época.

Porém, alguns cientistas como Newton quando observou alguns fenômenos nos

quais houve produção de atrito em corpos, afirmou que: “O calor consiste num

minúsculo movimento de vibração das partículas” (ROCHA, 2002, p.148).

A teoria do calórico foi incentivada por Jean-Baptiste Fourier, que em 1822

descreveu os fluxos de calor por equações matemáticas. Porém, essa teoria é

rejeitada por Sadi Carnot, conforme chama atenção para isso o seu irmão Hipólito

na sua carta à Academia de Ciências, conforme os trechos da obra original que

diz:

O calor é o resultado do movimento. Quando há destruição da potência motriz, existe simultaneamente produção de calor em uma quantidade precisamente proporcional à quantidade de potência motriz destruída. Reciprocamente quando há destruição de calor, há produção de potência motriz. (ROCHA, 2002, p.154)

Sadi Carnot interessou-se pelo rendimento dos motores térmicos que tem

como antecedentes a máquina a vapor de Thomas Newcomen a qual foi utilizada

para bombear água das minas de carvão inglesas e depois aperfeiçoada por

James Watt.

A partir do Conde Rumford que a ideia de que o calor resulta do movimento

das partículas começa a ser esclarecida. Este engenheiro militar que observou o

aquecimento de peças a serem perfuradas, provocado pelo atrito concluiu:

É desnecessário acrescentar que algo que qualquer corpo ou sistema de corpos isolados possa continuar a fornecer sem limitações não poderá ser provavelmente uma substância material; e a mim, me parece extremamente difícil, se não assaz impossível, formar qualquer idéia distinta de algo capaz de ser excitado e transmitido do modo como o calor o era nessas experiências exceto se for o movimento. (ROCHA, 2002, p.149).

Percebe-se aqui a evolução ao longo do tempo dessas teorias sobre o

calor, porém, alguns livros didáticos ainda continuam trazendo uma forma errônea

do conceito de calor.

Segundo Silva (2008, p.390) “deve-se ter em mente que calor é, antes,

uma forma de transferir energia e não a energia, embora a associação de calor

como energia seja feita quando essa energia é transferida entre um sistema e sua

vizinhança na condição de diferença de temperatura”.

A discussão sobre o conceito de calor evolui e segundo Rocha (2002) “com

as transformações dos meios de produção, tal desenvolvimento se torna uma

necessidade. Neste sentido a máquina a vapor se constitui num dos elementos

essenciais para o êxito da Revolução Industrial, em particular da indústria têxtil”.

Neto e Gomes (2003) relatam:

O período denominado de Revolução Industrial pode ser considerado como um importante momento histórico da humanidade, caracterizado basicamente pela transição de uma sociedade fundamentada em uma economia agrária para uma nova sociedade, pautada agora nos princípios de uma economia capitalista e industrial. Poderíamos dizer, também que, a Revolução Industrial é o momento histórico que presencia a implantação do sistema de produção capitalista. (NETO & GOMES, 2003, p.1)

Para explicar as mudanças sociais na cultura dos homens na época da

Revolução Industrial, Neto e Gomes (2003) ainda dizem que “As transformações

ocorridas na vida humana durante esse período, e em especial na vida do

trabalhador, foram inúmeras e até certo ponto, um tanto quanto radicais”.

Fazendo uma reflexão sobre os impactos sociais gerados pela Revolução

Industrial, Nicolaci-da-Costa (2002) faz uma comparação com a Revolução das

Tecnologias da Informação e diz:

De qualquer modo, esses e outros estudos da subjetividade contemporânea apontam numa mesma direção: tal como a primeira Revolução Industrial deu origem a um longo processo de mudanças que resultou na emergência do homem do século XX, a Revolução da Internet desencadeou um processo de transformações, ainda em curso, que está gerando o homem do século XXI (NICOLACI-DA-COSTA, 2002, p.197).

A Termodinâmica tem um importante papel neste período da Revolução

Industrial, pois foi um período de transformação, de estímulos às atividades

científicas focadas na busca pela resolução dos problemas da industrialização.

Mas também se observa que as mudanças políticas, sociais, econômicas bem

como as conquista científicas, estão entrelaçadas.

Percebe-se que a evolução da ciência vem em prol das necessidades

humanas, mas que pode gerar grandes impactos em uma sociedade, causando

mudanças de comportamentos, hábitos e desencadeando profundas mudanças

na humanidade.

VII DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA

Neste momento propõem-se alguns encaminhamentos visando o

desenvolvimento da proposta. São sugestões que darão suporte para que o

professor contextualize o tema “Termodinâmica” e utilize WebQuest como

ferramenta metodológica.

Sugere-se ao professor que inicialmente realize um pré-teste com

perguntas referentes ao tema proposto, o qual será aplicado aos alunos com o

objetivo de diagnosticar qual o conhecimento existente entre eles sobre a história

da física, poderá também ser desenvolvido um plano de aula, com a preocupação

de anotar sempre em uma ficha de observação o comportamento e reação dos

alunos. Após o desenvolvimento das aulas deve-se realizar um pós-teste com as

mesmas perguntas para que os objetivos propostos sejam avaliados, se foram

alcançados ou não.

Na sequência são apresentadas algumas questões de pré-teste e pós-teste

que podem ser trabalhadas.

7.1 Questões do Pré-teste e pós-teste

a) Por que é importante fazer uma abordagem contextualizada dos conteúdos

da física e como isto auxiliará na aprendizagem do aluno?

b) Como esta proposta de trabalho é contemplada nas DCs de Física?

c) Quais são os requisitos básicos necessários para que o professor possa

trabalhar esta proposta de contextualização histórica dos conteúdos da

Termodinâmica?

d) É possível desenvolver atividades alternativas utilizando webquests na

abordagem do tema em estudo?

e) Os livros didáticos trazem uma abordagem histórica da física? De que

forma?Explique.

f) Os livros didáticos contextualizam os conteúdos da física com o cotidiano?

g) O que é calor?

h) O que é temperatura?

i) O que você conhece sobre a evolução do conceito de calor?

j) Os livros didáticos conceituam corretamente o calor e a temperatura?

k) Como podemos contextualizar a Termodinâmica na Revolução Industrial?

A seguir é apresentado um plano de aula o qual poderá ser usado nas turmas

de 2ª séries, condizente com o tema.

7.2 Plano de Aula

Dados de Identificação:

Instituição: Núcleo Regional de Educação - NRE – Cascavel

Curso: Ensino Médio Série: 2°ano Período: 1° Semestre/2013

Local: Colégio Estadual Antonio Castro Alves

Professora: Eliana da Penha Rodrigues Vazzollér

Informações sobre a aula a ser desenvolvida:

A. Assunto:

Contextualização histórica das Leis da Termodinâmica utilizando WebQuest

B. Necessidade:

A abordagem contextualizada da Termodinâmica se faz necessária para

que o aluno possa relacionar o desenvolvimento científico com o desenvolvimento

cultural, social e econômico da humanidade e perceber que todos esses fatores

andam juntos. Essa percepção acontecerá de forma crítica, contribuindo para o

desenvolvimento da aprendizagem do estudante auxiliando-o a reconhecer a

ciência como construção humana e também abre caminho para que possa

contrapor os valores e parâmetros que um dia foram comuns a uma cultura e hoje

se mostram tão distantes do que vivemos.

C. Objetivos:

Espera-se que durante o desenvolvimento das atividades propostas, bem

como do conteúdo envolvido os alunos sejam capazes de:

Reconhecer a ciência como construção humana

Estudar os fatos históricos relacionados com as Leis daTermodinâmica

Relacionar de forma crítica o desenvolvimento científico da Termodinâmica

com o desenvolvimento cultural, social e econômico da humanidade

Desfragmentar e desmistificar alguns conceitos da Termodinâmica

Desenvolver atividades alternativas que auxiliem na abordagem do tema

em estudo utilizando webquests.

D. Conteúdos a serem abordados:

Fatos Históricos no Ensino da Física (Impactos sociais, políticos, culturais)

Lei Zero da Termodinâmica (termômetros, equilíbrio térmico, inversão

térmica, fenômenos associados à transmissão de calor)

1ª Lei da Termodinâmica (calor, energia e trabalho)

2ª Lei da Termodinâmica (Máquinas térmicas, Revolução Industrial)

3ª Lei da Termodinâmica (Entropia)

E. Metodologia

Os conteúdos propostos serão trabalhados na sala de aula de forma

contextualizada com o objetivo de desfragmentar e desmistificar alguns conceitos

da Física. Será usada a ferramenta metodológica “Webquest” para o

planejamento e abordagem do tema proposto. No item “Tarefa” das Webquests

serão propostas para os alunos várias atividades como: questionamentos sobre

os conteúdos em pauta, pesquisas sobre cientistas, filmes, documentários,

resolução de problemas.

Serão elaborados questionamentos relacionados aos filmes ou

documentários propostos nas webquests, para que o aluno possa refletir e ter

uma percepção crítica, contribuindo para o desenvolvimento de sua

aprendizagem.

No item “Processo”, será apresentado “links” que os alunos terão que

consultar para desenvolver a tarefa. Na conclusão os alunos serão incentivados a

fazer uma reflexão para futuras pesquisas em outras áreas do seu interesse a

partir do tema abordado

F. Tempo

Tempo total será de 32 horas, as quais serão distribuídas em aulas presenciais e

atividades em contra turnos.

G. Recursos

Para desenvolver a abordagem do tema, apresentar tópicos do conteúdo, bem

como a WebQuest do tema, serão utilizados os seguintes recursos:

Livros didáticos, Xerox de artigos

Computadores

Projetor multimídia

Quadro negro, apagador, giz

H. Avaliação

O trabalho será avaliado em todas as etapas do seu desenvolvimento: na

participação e exploração dos conteúdos, discussão em grupo, questionamentos

sobre o tema, resolução das atividades solicitadas, empenho em participar das

atividades extraclasses.

I.Tarefa

Serão formuladas WebQuests abordando o tema em estudo onde serão

propostas várias atividades de pesquisas em sites, perguntas a respeito do

conteúdo. Poderão ser indicados filmes e documentários para que os alunos

assistam e respondam questionamentos elaborados pelo professor.

J. Observações

Os pontos positivos e negativos do trabalho serão registrados em uma

ficha de observação. As notas atribuídas pela participação e desempenho,

apresentados pelos alunos, serão descritos no campo “nota” do livro de registro

de classe do professor. As formas de avaliação serão, serão registradas no

campo “avaliações”.

VIII MODELO DE WEBQUEST PARA O DESENVOLVIMENTO DO TEMA

TERMODINÂMICA A PARTIR DO CONTEXTO HISTÓRICO

CONTEXTUALIZAÇÃO DA TERMODINÂMICA

INTRODUÇÃO

A abordagem contextualizada da Termodinâmica se

faz necessária para que o aluno possa relacionar o

desenvolvimento científico com o desenvolvimento

cultural, social e econômico da humanidade e perceber

que todos esses fatores andam juntos. Essa percepção

acontecerá de forma crítica, contribuindo para o

desenvolvimento da aprendizagem do estudante

auxiliando-o a reconhecer a ciência como construção

humana e também abre caminho para que possa

contrapor os valores e parâmetros que um dia foram

comuns a uma cultura e hoje se mostram tão distantes

do que vivemos.

Webquest elaborada por Eliana da Penha Rodrigues Vazzollér através do site

escolabr.org

CONTEXTUALIZAÇÃO DA TERMODINÂMICA

TAREFAS

Leia o artigo "Reflexões para subsidiar discussões sobre o conceito

de calor" e discuta:

http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/view/9076/8458

1- Faça uma pesquisa buscando descrever o desenvolvimento do

conceito de calor ( analise os Livros Didáticos)

Explique a teoria do calórico.

Comente sobre a hipótese segundo o Conde Rumford de o calor

não ser um fluido e como o médico Julius Von Mayer confirmou

isto. Comente sobre o trabalho de James joule na obtenção

experimental de um equivalente mecânico para o calor.

2- Leia o artigo

http://revistas.facecla.com.br/index.php/recadm/article/view/453/0

Como ocorreu a introdução das máquinas na indústria durante a

Revolução Industrial?

Em que consistiu a Revolução Industrial?

4- Leia o artigo:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-

19651997000200006

É possível desenvolver atividades alternativas utilizando webquests

na abordagem do tema em estudo?

CONTEXTUALIZAÇÃO DA TERMODINÂMICA

PROCESSO

Algumas tarefas poderão ser em grupo, outras serão individuais.

Sugestões de links como fontes de pesquisa:

http://www.culturabrasil.org/revolucaoindustrial.htm

http://www.brasilescola.com/fisica/conceitos-calor-atraves-historia.htm

- Vídeo: “Tempos Modernos”

http://www.youtube.com/watch?v=XolZOPk533w

Faça a sua crítica sobre o filme.

Webquest elaborada por Eliana da Penha Rodrigues Vazzollér através do site

escolabr.org

CONTEXTUALIZAÇÃO DA TERMODINÂMICA

AVALIAÇÃO

A avaliação ocorrerá em todo o processo.

Webquest elaborada por Eliana da Penha Rodrigues Vazzollér através do site

escolabr.org

CONTEXTUALIZAÇÃO DA TERMODINÂMICA

CONCLUSÕES

Segundo Ausubel, o problema principal da aprendizagem consiste na aquisição de um corpo organizado de conhecimentos e na estabilização de idéias inter-relacionadas que constituem a estrutura desse conhecimento. O problema, pois, da aprendizagem em sala de aula está na utilização de recursos que facilitem a captação cognitiva do aluno, tornando o material significativo (...) um dos maiores trabalhos do professor consiste, então, em auxiliar o aluno a assimilar a estrutura das matérias de ensino e a reorganizar sua própria estrutura cognitiva, mediante a aquisição de novos significados que podem gerar conceitos e princípios. (MOREIRA E MASSINI, p.47, 2011)

O Educador democrático deve buscar várias metodologias para facilitar a aprendizagem do educando, ensiná-los a pensar certo, críticos, criadores, instigadores e persistentes na busca do conhecimento.

Webquest elaborada por Eliana da Penha Rodrigues Vazzollér através do site

escolabr.org

IX ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Considerando a necessidade de mudanças nos encaminhamentos

metodológicos nas aulas de física e tendo em vista que os professores ensinam

física preocupados em simplesmente resolver problemas matemáticos

acarretando dificuldades na aprendizagem dos alunos, levando-os ao

desinteresse e rejeições ao ensino desta disciplina, a contextualização dos

conteúdos relacionados ao tema em estudo poderá contribuir para minimizar os

problemas de aprendizagem.

O professor deve estar atento à sua prática, favorecendo sempre as

condições de aprendizagem dos educandos, assim como encontramos em Cunha

(1989).

.

...entre as características dos melhores professores estão: “torna as

aulas atraentes”, “estimula a participação do aluno”, sabe expressar de

forma que todos entendam”, “ induz a crítica”, à curiosidade e à

pesquisa”, “procura formas inovadoras de desenvolver a aula”, “faz o

aluno participar do ensino”. (CUNHA, 1989, p.71)

Tendo em vista que grande parte dos alunos têm acesso a WEB e vivem

envolvidos em um mundo de inovações tecnológicas, a utilização de WebQuest

para contextualizar os conteúdos, poderá instigar a curiosidade dos alunos e o

interesse em estudar Física, bem como outras disciplinas. É uma ferramenta

metodológica atrativa, dinâmica que permite ao professor extrapolar o

espaço/tempo da sala de aula e leva os alunos a um comprometimento especial

com as tarefas, tornando ele responsável e colaborador de forma ativa no

processo, podendo eles envolverem-se, trazendo sugestões de atividades.

A WEB facilita a busca pela investigação e conclusão da pesquisa que é

um fator indispensável em todo o processo. As situações propostas na WebQuest

vão além dos registros de dados, cópias e colagem. Elas exigem reflexão,

interpretação, questionamentos, pesquisas e seleção dos conteúdos contribuindo

de modo interativo e significativo para a aprendizagem do educando.

Sendo o professor um mediador da aprendizagem, esta ferramenta

metodológica poderá contribuir para o enriquecimento das aulas, tornando-as

mais atraentes e desafiadoras.

Espera-se que a contextualização dos fatos históricos da física, em

particular para esta proposta, os da Termodinâmica, que o uso de WebQuest,

possa contribuir para a aprendizagem dos alunos e de subsídios para a inovação

das aulas de Física.

REFERÊNCIAS

ABAR, Celina A.A.P.; BARBOSA, Lisbete Madsen. Webquest: Um Desafio para o Professor! São Paulo: Ed. Avercamp, 2008. BEN-DOV, Yoav. Convite à Física. Rio de Janeiro: Ed. Jorge Zahar, 1996. CALIXTO, Aldeci Cacique; OLIVEIRA, Elsa Guimarães; OLIVEIRA, Gilca dos Santos vilarinho. ENFRENTAR AS INCERTEZAS: alternativas didádicas em ambientes virtuais. Disponível em: http://www.abed.org.br/congresso2005/por/pdf/031tcc3 Acesso em 25 de Agôsto de 2012. COSTA, Wilse Arena da PINHEIRO, Mariza Inês da Silva. O Bibliotecário escolar incentivando o uso da Webquest. Perspectivas em ciência da Informação, Belo Horizonte, v.14, n.1, p.37-54, Jan./Abr.2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pci/v14n1/v14n1a04.pdf. Acesso em 27 de julho de 2012. CUNHA, Maria Izabel da. O Bom Professor e sua Prática. 3ªed., Campinas: Ed. Papirus, 1989.

DROUET, Ruth Caribe da Rocha. Distúrbios de Aprendizagem. 4ª ed., São Paulo: Ed. Àtica, 2000. GRUPO DE REELABORAÇÃO DO ENSINO DE FÍSICA. Física 2: Física Térmica/óptica/GREF. 5ªed. 4ª reimp. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2007.

MORAN, José Manuel. Como Utilizar a Internet na Educação. Ciência da Informação, v.26, n. 2, Maio/Agôsto, 1997. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010019651997000200006&lng=en&nrm=iso. Acesso em 23 de Agôsto de 2012. MOREIRA, Marco Antonio; MASINI, Elie F. Salzano. Aprendizagem Significativa: A Teoria de David Ausubel. 2ªed. 2ªreimp. São Paulo: Ed. Centauro, 2011.

NETO, Alexandre Shigunov; GOMES, Renata Messias. O processo de

introdução da maquinaria na indústria fabril e o trabalhador. Revista Eletrônica da Ciência Administrativa (RECADM) – ISSN 1677-7387 - Faculdade Cenecista de Campo Largo – Coordenação do Curso de Administração, v.1, n.2, Nov/2003. Disponível em: >.http://revistas.facecla.com.br/index.php/recadm/article/view/453/0. Acesso em 22 de Maio de 2012.

NICOLACI-DA-COSTA, Ana Maria. Revoluções tecnológicas e transformações subjetivas. Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, v. 18, n. 2, ago. 2002. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/ptp/v18n2/a09v18n2.pdf. Acesso em 23 maio 2012.

PARANÁ. Livro Didático Público: Física. Curitiba: SEED-PR, 2006.

PARANÁ. Secretaria de Estado de Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica Física. Paraná, 2008. PARANÁ/SEED. Albert Einstein. Disponível em: http://www.fisica.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=111&evento. Acesso em 12 de Novembro de 2012. ______. Aristarco de Samos: Disponível em: :http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/mylinks/viewcat.php?cid=10&min=80&orderby=titleA&show=10. Acesso em 12 de Novembro de 2012. ______. Aristóteles: Disponível em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/mylinks/viewcat.php?cid=10&min=90&orderby=titleA&show=10. Acesso em 12 de Novembro de 2012. ______. Galileo Galilei. Disponível em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/mylinks/viewcat.php?cid=48&letter=G&min=10&orderby=titleA&show=10. Acesso em 12 de Novembro de 2012.

______. Isaac Newton. Disponível em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/mylinks/viewcat.php?cid=48&letter=I&min=10&orderby=titleA&show=10. Acesso em 12 de Novembro de2012

PIETROCOLA, Mauricio. Ensino de Física: Conteúdo, metodologia e epistomologia em uma concepção integradora. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2006.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO. Colégio Estadual Antonio Castro Alves. Capitão Leônidas Marques/Paraná, 2010 ROCHA, José Fernando M. Origens e Evolução das idéias da Física. Salvador: EDUFBA, 2002. SILVA, Osmar Henrique Moura da; LABURÚ, Carlos Eduardo; NARDI, Roberto. Reflexões para Subsidiar Discussões sobre o Conceito de Calor na sala de aula. Caderno Brasileiro de Ensino da Física, v.1, n.3, p.383-396, dez.2008. Disponível em: http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/view/9076/8458. Acesso em 03 de Maio de 2012. VEIGA, Ilma Passos Alencastro. A Prática Pedagógica do Professor de Didática. 2ª ed. Campinas: Ed.Papirus, 1992. VIANNA, Deise Miranda; CARVALHO, Ana Maria Pessoa de. Do Fazer ao Ensinar Ciência: A Importância dos Episódios de Pesquisa na Formação de Professores. Revista Investigações em Ensino de Ciências, v.6, n.2, p.111-132 2001. Disponível em: http://www.if.ufrgs.br/ienci/?go=artigos&idEdicao=20. Acesso em: 08 de Setembro de 2012.