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Abordagem Histórica do Problema Habitacional no Brasil Arquiteta Dra. Mônica Kofler Freitas Politicas de Habitat

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Page 1: Abordagem histórica do problema habitacional no brasil 1

Abordagem Histórica

do Problema Habitacional no Brasil

Arquiteta Dra. Mônica Kofler Freitas

Politicas de Habitat

Page 2: Abordagem histórica do problema habitacional no brasil 1

População nos Municípios - Brasil

Abordagem histórica do Problema Habitacional no Brasil

Page 3: Abordagem histórica do problema habitacional no brasil 1

Fonte: IBGE, Tendências Demográficas 1940/2000

- Desigualdades Regionais e Intra-regionais;

- O número de municípios aumentou de 3.951 para 5.507 durante as três décadas (1970-2000);

- A realidade dos municípios não se aplicam apenas a número de habitantes, mas as estruturas financeira;

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POPULAÇÃO URBANA E RURAL DO BRASIL - 1940-2000

0

50

100

150

200

250

1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2050

Censo Desmográfico 1940/2000 - IBGE

milh

ões

de h

abita

ntes

urbana

rural

Segundo IBGE a taxa de urbanização nos centros urbanos de 84,2% (2005) deve pular para 93,6% nas projeções até 2050Fonte: IBGE

Abordagem histórica do Problema Habitacional no Brasil

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Abordagem histórica do Problema Habitacional no Brasil

A partir da década de 70, o PND II fizeram das cidades médias, pólos de atração populacional, receptoras de migrantes oriundos do meio rural.

Desde então as cidades médias tem desempenhado papel importante na dinâmica econômica e espacial do Pais. Crecimento Populacional além das médias nacionais; Elevado crescimento econômico - PIB; PIB industrial; Expansão e adensamento da rede urbana do Brasil;

Isso Resultou: DÉFICIT HABITACIONAL NO BRASIL.

Fonte: IPEA

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O Problema da Habitação

NÚMERO DE HABITANTES

+

ESTRUTURA FINANCEIRA DOS MUNICÍPIOS

IMPACTO MAIOR

NOS POBRES

ELEVADO PREÇO

DAS MORADIAS

HABITAÇÃO

SUBNORMAL

FAVELAS

REALIDADE DOS MUNICÍPIOS

DESIGUALDADE DE RENDA

“A dimensão dos problemas urbanos no Brasil tem A QUESTÃO HABITACIONAL como um componente essencial da atuação do Estado Brasileiro, na promoção de políticas públicas voltadas para a redução das DESIGUALDADES SOCIAIS, erradicação da pobreza, e na garantia do direito das pessoas que vivem nas Cidades.”

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Produto Interno Bruto (PIB) e o Crescimento Populacional

As cidades médias também obtiveram o maior crescimento do PIB per capita. Crescimento do PIB superior ao aumento populacional.

Page 8: Abordagem histórica do problema habitacional no brasil 1

79% > RECURSOS DO

FGTS SÃO DESTINADOS A

POPULAÇÃO COM RENDA ACIMA DE

5 SALÁRIOS MÍNIMOS

70% > PRODUÇÃO DE HABITAÇÃO TÊM

OCORRIDO FORA DO MERCADO

FORMAL

4.6 MILHÕES DOMICÍLIOS

ESTÃO VAGOS EM ÁREAS CENTRAIS

1980 A 1991 - ESTADO NÃO FOI CAPAZ DE CONDUZIR UMA POLÍTICA HABITACIONAL QUE PRODUZISSE OU FINANCIASSE HABITAÇÕES POPULARES DE BAIXA E MÉDIA RENDA.

ESSE FATOR, ALIADO À REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA DAS EMPRESAS > DESEMPREGO > PROCESSO INFLACIONÁRIO > AUMENTO DO VALOR DOS ALUGUÉIS.

1991-2000 - proliferação de favelas nas Regiões Metropolitanas.

cortiços em áreas centrais

Page 9: Abordagem histórica do problema habitacional no brasil 1

A região Sudeste possuiu a maior TAXA DE FORMAÇÃO DE FAVELAS e de CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO.

OCUPAÇÕES E FAVELAS - São áreas ocupadas espontaneamente ou de forma organizada por pessoas de baixa renda, nas quais — diferentemente dos loteamentos e dos conjuntos habitacionais — não se estabelece nenhuma relação jurídica formal.

A urbanização de favelas de determinada cidade ou região deve resolver os problemas urbanísticos e ambientais e possibilitar condições sanitárias, de conforto e de segurança urbana.

Fonte: (DA MATA et al., 2005)

Abordagem histórica do Problema Habitacional no Brasil

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Em 2000, as aglomerações urbanas possuíam seis milhões de hab. em favelas;

Maior parte das habitações subnormais localizam-se na periferia das cidades grandes;

O crescimento populacional não tem relação significativa com o crescimento de favelas;

Mas tem com a desigualdade de renda > Quanto maior a desigualdade de renda > maior aumento de favelas;

Cidades com crescimento econômico > cria condições para absorção dos migrantes > tende a reduzir as desigualdades e reduzir as favelas;

Abordagem histórica do Problema Habitacional no Brasil

Page 11: Abordagem histórica do problema habitacional no brasil 1

Quando ocorrem as irregularidades urbanísticas?

Quando o projeto urbanístico não foi aprovado pelo município, não a lei nº 6.766/79 (modificada em vários dispositivos, pela lei nº 9.785, de 29 de janeiro de 1999);

Quando a infra-estrutura necessária não foi instalada;

Quando o conjunto está em desacordo com o padrão de uso e ocupação do solo;

Problemas recorrentes nos assentamentos irregulares é a ocupação de áreas ambientalmente frágeis e protegidas (APPs, APAs, como áreas de proteção de mananciais,mangues, reservas florestais, etc).

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O Papel dos Municípios na Política Habitacional

Que alternativas ao crescimento das cidades, às políticas de habitação social foram apontadas a partir da década de 80 no Brasil?

Algumas conquistas políticas e sociais: Estatuto das Cidades e seus instrumentos urbanísticos voltados à função social da propriedade, a obrigatoriedade dos Planos Diretores para as cidades com mais de 20.000 habitantes e a criação das ZEIS

A implementação do orçamento participativo em algumas prefeituras e as tentativas de estruturação de novas linhas de financiamento adequadas à habitação social.

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O Papel dos Municípios na Política Habitacional

Como pode ser efetivada uma política de regularização de loteamentos com a participação da comunidade?

Conselho é um espaço de articulação técnica e política para encaminhar soluções relativas ao conjunto de loteamentos e desses em relação à cidade.

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Plano de Urbanização das ZEIS (Zonas Especiais de Interesse Social)?

ZEIS - são zonas urbanas específicas, que podem conter áreas públicas ou particulares ocupadas por população de baixa renda, onde há interesse público de promover a urbanização para salvaguardar o direito à moradia.

As ZEIS são destinadas a produção e manutenção de habitação de interesse social, para promover a regularização jurídica da área, a implantação de infra-estrutura urbana e equipamentos comunitários e a promoção de programas habitacionais.

As ZEIS devem ser instituídas por lei municipal, no Plano Diretor. Tipos de ZEIS: Áreas de favelas; Áreas com loteamentos irregulares;

Áreas de grande incidência de cortiços; Áreas com concentração de terrenos não edifi cados, não utilizados ou subutilizados;

O Plano de Urbanização das ZEIS - É um instrumento que orienta as intervenções nas ZEIS. O plano de urbanização deverá definir formas de gestão, implementação e manutenção das ZEIS,

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Política de Habitação no Brasil

A política federal de habitação é privilegiar a população que não tem condições de acesso à terra, à infra-estrutura e à habitação.

Como atuar neste processo? -programas nacionais de apoio aos municípios para regularização fundiária e aplicação dos instrumentos do Estatuto;

Recursos do Orçamento Geral da União para os municípios, para para a promoção da regularização fundiária.

O Plano Diretor deve prever um programa de regularização de loteamentos, inclusive relacionando-o à instituição de ZEIS (Zonas Especiais de Interesse Social), de maneira a orientar e favorecer a regularização.

De acordo com o artigo 3º da lei nº 6.766/79, somente será admitido o parcelamento do solo para fins urbanos em zonas urbanas, de expansão urbana ou de urbanização específica, definidas no Plano Diretor.

Participação da comunidade através das associações e ONGs.

Abordagem histórica do Problema Habitacional no Brasil

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Quais as Ações ou Programas dos Municípios?

Criar programas de regularização em áreas de interesse social a partir da intervenção nas áreas, promovendo a recuperação e a urbanização;

Aplicar os instrumentos de regularização fundiária nos terrenos e conjuntos habitacionais da Companhia Habitacional;

Desenvolver mutirões em parceria com associações comunitárias e entidades de assessoria técnica e jurídica para a regularização de empreendimentos que possam ser administrados pelos próprios moradores;

Produzir lotes urbanizados; Criar programas de oferta de material de construção para melhoria das

unidades habitacionais.

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Ação dos Municípios na Política Habitacional

Quais são os procedimentos para as Intervenções Urbanísticas?

Realizar levantamentos planialtimétricos, estudos da área e entorno através de imagens orbitais ou aerofotos; mapeamento da área;

Definir os diferentes graus de risco das diferentes ocupações; Inserir e integrar a ocupação na malha urbana circunvizinha; aproximar as características da área de projeto às práticas de

manutenção e serviços urbanos, adequação ambiental e ao padrão de acessibilidade urbana;

Estudo da viabilidade da implantação e operação de rede de infra-estrutura e da retirada do lixo domiciliar através do sistema viário;

Estudo da eficiência dos sistemas de infra-estrutura, largura de ruas e vielas e condições de conforto e segurança.

Instrumentos do P.D. – a utilização das ZEIS, que são uma categoria específica de ZONEAMENTO DA CIDADE, permitindo a aplicação de normas especiais de uso e ocupação do solo, para que se promova a regularização urbanística e a regularização fundiária em determinadas regiões.

Instrumentos Juridicos – USUCAPIÃO; DIREITO DE SUPERFÍCIE; DOAÇÃO COM ENCARGO (outorga não onerosa e voluntária).

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Ação dos Municípios na Política Habitacional

Quais são os procedimentos para as Intervenções Urbanísticas?

a questão ambiental urbana é antes de tudo um problema de moradia e de adoção de uma política que possibilite o acesso da maioria da população a uma moradia adequada, em bairros e vilas com localização apropriada do ponto de vista ambiental e com oferta de infra-estrutura e serviços.

O Estatuto da Cidade introduz a Ordem Urbanística — isto é, o parcelamento, o uso e a ocupação do solo urbano, de forma planejada e em favor de melhores condições urbanas.

No caso de assentamentos irregulares em áreas protegidas,a Ordem Urbanística e a Ordem Ambiental aparentemente colidem entre si: qual delas prevalece quando se trata de garantir a função social da propriedade?

Para conciliar os dois objetivos, em situações nas quais a ocupação já ocorreu, é necessário fazer um estudo rigoroso das condições e da legislação que incide na área.

é preciso encontrar uma alternativa técnica que concilie a ocupação e a preservação, com custos razoáveis, o que ocorre, por exemplo, com projetos que garantam a permeabilidade do solo e soluções para esgoto e lixo que não comprometam o subsolo nem os mananciais de água.

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Ação dos Municípios na Política Habitacional

Quais são os procedimentos para as Intervenções Urbanísticas?

Para atender os objetivos no campo ambiental e urbano considerando o componente social podem ser desenvolvidas iniciativas conjugando várias ferramentas: Plano Diretor; Leis específicas de regularização; Programas de recuperação de áreas ambientais associadas com

regularização fundiária; Comissões comunitárias de fiscalização de áreas ambientais; Programas de educação ambiental; Compromisso de Ajustamento de Conduta - TAC.

A regularização pode retirar os lotes e unidades habitacionais do mercado pirata e inseri-los no mercado imobiliário formal.

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Considerações Finais

Para o Brasil como um todo, o mercado habitacional informal apresentou taxas de crescimento mais elevadas que as do setor imobiliário formal.

Quanto maior a dinâmica do setor formal, menor o crescimento do setor informal, isto é, das favelas.

Quanto maior a desigualdade de renda maior a desigualdade social.

Neste aspecto: medidas que visam a estimular o setor habitacional formal devem ser objeto de políticas públicas, principalmente para população mais pobre, moradores de favelas, em assentamentos precários.

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Referências

FUNDAÇÃO IBGE. “Perfil dos Municípios brasileiros: pesquisa de informações básicas municipais 1999”. Rio de Janeiro, IBGE, Diretoria de Pesquisas / Departamento de População e Indicadores Sociais. IBGE, 2001. 121p.

------. “Estimativas de população para 1999”. Rio de Janeiro, IBGE. Diário Oficial da União.

ANDRADE, T., SERRA, R. (2001), "Cidades Médias Brasileiras", Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada-IPEA, Rio de Janeiro.

IPEA, IBGE, e UNICAMP (2002), "Configuração Atual e Tendências da Rede Urbana, Serie Configuração Atual e Tendências da Rede Urbana", Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Universidade Estadual de Campinas, Brasília.

INSTITUTO POLIS (2002) – “Regularizaçao da Terra: O que é e Como Implementar”. Disponível em: (http://www.cidades.gov.br/secretarias-nacionais/programas-urbanos/biblioteca/regularizacao-fundiaria/publicacoes-institucionais-1/guias-cartilhas-e-manuais/manual_regularizacao.pdf/view)

PASTERNAK, Suzana. 100 anos de política habitacional no Brasil. LAP, São Paulo, 1997.

RODRIGUES, Arlete Moisés. Moradia nas cidades brasileiras. Editora Contexto. São Paulo, 2001.