ficha para identificaÇÃo - diaadiaeducacao.pr.gov.br · a partir da educação do “olhar...

32

Upload: vantuyen

Post on 29-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

1

FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA

TURMA - PDE/2012

Título: ALFABETIZAÇÃO CARTOGRÁFICA: Suporte Metodológico para o Desempenho do Educando na Disciplina de Geografia

Autor Silvana Aparecida Muriana Urbanski

Disciplina/Área Geografia

Escola de Implementação

do Projeto e sua localização

Colégio Estadual José Sarmento Filho – Ensino

Fundamental e Normal – Rua Geraldo Gomes Vieira,

nº178

Município da escola Iretama PR

Núcleo Regional de

Educação

Campo Mourão

Professor Orientador Cláudia Chies

Instituição de Ensino

Superior

UNESPAR-FECILCAM

Relação Interdisciplinar

Resumo

Diante das dificuldades que muitos alunos apresentam

quanto à construção das noções cartográficas e

espaciais fundamentais para compreensão da

representação, localização, organização do espaço

transformado pela sociedade, procuramos buscar

metodologias que possam dar suporte na disciplina de

Geografia. Esse material didático tem como objetivo de

diagnosticar essas dificuldades, propondo metodologias

de ensino, para promover um melhor desempenho do

aluno. Portanto, o processo de aprendizagem da

Cartografia como linguagem refere-se ao processo da

“Alfabetização Cartográfica”. Ao ingressar no mundo dos

códigos de mapas e gráficos, é necessária

aprendizagem específica, representada a partir do

significado que o aluno estabelece com o mundo, ou

seja, que o objeto a ser mapeado seja conhecido pelo

aluno, e não se resuma a simplesmente colorir mapas

prontos que já vem nos livros didáticos e que muitas

2

vezes não correspondem nem à Região Geográfica em

que o aluno se insere, tornando assim mais complexo

para a criança. Assim, com este material acreditamos

que será possível fazer uma reflexão sobre as práticas

pedagógicas referentes ao Ensino de Geografia e das

dificuldades de compreensão dos alunos do 6º ano do

Ensino Fundamental sobre noções cartográficas e

espaciais, bem como uma possível superação a respeito

do conteúdo a ser trabalhado.

Palavras-chave Alfabetização Cartográfica; Ensino de Geografia;

Metodologias.

Formato do Material

Didático

Unidade Didática

Público Alvo

O material didático foi desenvolvido para alunos do 6º

ano do Ensino Fundamental.

3

FACULDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS E LETRAS DE CAMPO MOURÃO - FECILCAM

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

SILVANA APARECIDA MURIANA URBANSKI

ALFABETIZAÇÃO CARTOGRÁFICA: SUPORTE METODOLÓGICO PARA O

DESEMPENHO DO EDUCANDO NA DISCIPLINA DE GEOGRAFIA

CAMPO MOURÃO

DEZEMBRO DE 2012

4

SILVANA APARECIDA MURIANA URBANSKI

ALFABETIZAÇÃO CARTOGRÁFICA: SUPORTE METODOLÓGICO PARA O

DESEMPENHO DO EDUCANDO NA DISCIPLINA DE GEOGRAFIA

Material Didático a ser utilizado no Colégio Estadual José Sarmento Filho, Município de Iretama – Paraná, por meio do Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE.

Orientadora: Profª Me. Cláudia Chies

CAMPO MOURÃO

DEZEMBRO DE 2012

5

INTRODUÇÃO

Durante anos como professora de Geografia do Ensino Fundamental, percebeu-se

que há grande necessidade de se refletir sobre como uma criança na fase do ensino

fundamental concebe as representações do espaço. Partindo desse princípio,

questionamos o que se pode fazer para que os alunos consigam decodificar os

símbolos cartográficos de modo que passe a adquirir uma linguagem gráfica, sendo

que esta linguagem passa a ser fundamental para a leitura e a comunicação oral e

escrita e também para adquirir a noção do espaço e suas representações.

Neste sentido, salientamos que a presente proposta será desenvolvida inicialmente

em uma turma do sexto ano do Ensino Fundamental, justamente por ser uma das

etapas da vida escolar onde a criança está passando do I ciclo do Ensino

Fundamental, para o II ciclo. Acreditamos que tendo contato com um profissional

especialista na área de Geografia, que busque diagnosticar os conhecimentos sobre

cartografia já adquiridos no I ciclo, e construir as bases que possibilitarão a

continuidade dos estudos nos anos posteriores, será possível desenvolver de modo

mais satisfatória as noções cartográficas, e posteriormente, o conhecimento mais

aprofundado sobre cartografia pelos alunos.

Sabemos da necessidade e da importância da Alfabetização Cartográfica para as

crianças quanto para os alunos de modo geral, para que possam compreender os

processos necessários, para ler e entender as representações gráficas em escalas

locais até mundiais. A partir da educação do “olhar geográfico”, se desenvolve a

visão cartográfica que pode ser apresentada por diversos recursos visuais de

imagens, fotos, mapas, maquetes, plantas, imagens por satélite, entre outros, e

principalmente por representações feitas pelas próprias crianças e adultos,

possibilitando ao aluno assimilar a linguagem visual, utilizando os vários tipos de

visão que existem nas representações gráficas.

6

SUMÁRIO

1 Ficha de Identificação da Produção Didático-Pedagógica ....................... 01

2 Introdução ................................................................................................. 05

3 Material Didático ....................................................................................... 07

3.1 Parte I – Noções de Cartografia ............................................................... 07

3.2 Parte II – O município de Iretama-Paraná................................................. 24

3.3 Mapa de Localização do município de Iretama ........................................ 25

3.4 Aspectos Físicos do Município de Iretama ............................................... 26

3.5 Carta Topográfica do município de Iretama.............................................. 26

4 Considerações Finais................................................................................ 29

5 Referências ............................................................................................... 30

7

PARTE I – NOÇÕES DE CARTOGRAFIA

ATIVIDADE 1 - Questionário para avaliação inicial:

O QUE você pensa e sabe A RESPEITO DA DISCIPLINA DE GEOGRAFIA e das noções cartográficas? RESPONDA COM ATENÇÃO AO QUESTIONÁRIO 1- Você gosta da disciplina de Geografia? Por quê? ( )Sim ( ) Não ( ) Pouco ( ) Muito ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 2- Qual ou quais disciplinas você mais gosta de estudar? Por quê?

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

............................................................................................................. 3- Geografia é importante para você? ( )Sim ( ) Não ( ) Pouco ( ) Muito

Por quê?

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

............................................................................................................. 4- Durante os anos que você estudou, já construiu ou confeccionou algum mapa?

( )Sim ( ) Não

5- você conhece os pontos cardeais? ( )Sim ( ) Não

Se a resposta for sim, escreva-os no espaço abaixo: .............................................................................................................................................................................................................................................................. 6-Você consegue localizar na Rosa-dos-ventos os pontos cardeais e colaterais? Se a resposta for sim, localize-os na Rosa dos ventos abaixo: ( )Sim ( )Não

Fonte:http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/atividade-com-rosa-dos-ventos.htm

7-Você é uma pessoa que observa a paisagem?

( )Sim ( ) Não ( ) Pouco ( ) Muito

8

8-Quando você vem para a escola, você observa a paisagem do caminho da sua casa até a escola?

( )Sim ( ) Não ( ) Pouco ( )Muito 9-Você tem facilidade com lateralidade exemplo: quem está à sua direita, esquerda, à frente e atrás. ( )Sim ( )Não ( )Pouco ( )Muito

10-Você costuma ter médias boas na disciplina de Geografia?

( ) Sim ( ) Não ( ) Pouco Por quê?............................................................................................................. .......................................................................................................................................................................................................................................................... 11- Em sua opinião, para que serve a Geografia?

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

...........................................................................................

APRENDENDO UM POUCO MAIS

1. O QUE É CARTOGRAFIA?

Sabemos que o homem sempre se preocupou em registrar seu espaço, sua

cultura e seu modo de vida fazendo representações dos mesmos. Em tempos

passados esses registros se davam por meio de pinturas rupestres nas cavernas e

em paredões de rochas. Os registros são tão antigos quanto às necessidades de

sobrevivência humana e surgiram antes da criação dos signos e símbolos. Com a

expansão produtiva e do comércio, a organização do poder político e a ascensão do

capitalismo, o espaço foi sendo organizado e reorganizado e vem avançando

tecnologicamente até os dias atuais, consequentemente também há avanço nas

representações que se faz do espaço.

Neste contexto, destacamos a importância da cartografia que é definida pelo

dicionário Aurélio (1986) como a arte ou ciência de compor cartas geográficas, ou

seja, de representar o espaço geográfico.

Outro conceito de Cartografia mais aceito é o da Associação Cartográfica

Internacional (ACI):

Conjunto de operações artísticas, científicas e técnicas, partindo do resultado das observações diretas e de análises de documentos, visando à elaboração de plantas, cartas, mapas e outros meios de expressão de representação de fenômenos físicos e

9

socioeconômicos, bem como sua utilização. (ACI, 1966 apud MASTRANGELLO, 2001, p.26).

Atualmente, as representações cartográficas

em papel vêm perdendo espaço para as digitais.

Hoje, as informações são transmitidas via imagens

de satélites pela internet, e isso se dá

instantaneamente sobre as mais diferentes

problemáticas criadas pelo modo de vida das

sociedades, em escalas locais e mundiais. As

informações são seletivas, centralizadas nas mãos

de quem domina essa tecnologia, de quem sabe ler e

interpretar cartas, mapas, gráficos e também por

quem é alfabetizado cartograficamente. Por isso,

mais do que nunca, a Alfabetização Cartográfica é

tão importante na História da sociedade como para a

Alfabetização na leitura e na escrita da língua falada.

(MASTRANGELLO, 2001).

Lacoste (1988, p.38) nos alerta que é preciso

adquirir conhecimentos específicos para

interpretarmos as representações cartográficas e

também para que possamos entendê-las e utilizá-las,

ao afirmar que “cartas, para quem não aprendeu a lê-

las e utilizá-las, sem dúvida não tem qualquer

sentido, como não teria uma página escrita para

quem não aprendeu a ler.”.

PARA SABER MAIS ASSISTA AO VÍDEO

ATIVIDADE 2 - Vídeo 1: A História da Cartografia

Conforme o endereço abaixo: Clique sobre o endereço + Ctrl para seguir o link.

http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/singlefile.php?id=20402

Aluno mapeador

Para que

conquistemos a autonomia

de ler um mapa, interpretar

um gráfico, decodificar os

símbolos e adquirir

competência para extrair as

informações contidas, é

necessário habilidade.

Ao observar o

espaço, o sujeito que tem a

capacidade de ler as

representações em

diferentes escalas

geográficas, podará dar

contribuições significativas

na tomada de decisões. Os

mapas e os gráficos estão

representados por meio de

um sistema de signos:

coordenadas, escala,

projeções, símbolos,

legenda e orientação. É um

sistema complexo e que

necessita ser decodificado.

De acordo com

Martinelli (1991), ao

elaborar mapas e gráficos,

não é simplesmente

exercitar a codificação, mas

deve ser trabalhada com a

correta exploração das

regras da gramática

gráfica, a sintaxe da

linguagem cartográfica.

10

2. REPRESENTAÇÃO DA SUPERFÍCIE

TERRESTRE: VISÃO OBLÍQUA E VERTICAL

A visão cartográfica se desenvolve a partir da

educação do olhar. Os diversos recursos visuais de

imagens, plantas, maquetes, mapas, cartas entre outros,

possibilitam assimilar rapidamente a linguagem visual,

compreendendo e utilizando os vários tipos de visão que

existem nas representações gráficas.

A partir da observação, é fácil identificar os tipos

de visão: oblíqua e vertical.

Visão Oblíqua: que representa a realidade, sendo que a

maneira que enxergamos as coisas é tridimensional, ou

seja, a paisagem que você enxerga, é diferente da mesma paisagem representada

no papel, por exemplo: se você observar um objeto ou mesmo o relevo (uma

montanha), a realidade é tridimensional, pois apresenta largura comprimento e

altura, a terceira dimensão. Portanto, ao elaborar um mapa que é bidimensional,

possuindo (largura e comprimento), essa passa a ser uma das tarefas mais

complexas. Portanto, essa complexidade pode ser trabalhada com um modelo

tridimensional, uma maquete, por exemplo. (foto 1).

Figura 1: Maquete – Visão Oblíqua. Trabalho realizado por alunos do 5º ano do Ensino Fundamental,

da Escola Municipal Maria de Lurdes Melo, município de Iretama - PR.

Foto: URBANSKI, Silvana Aparecida Muriana (2012). Adaptada por: BORGES, Marcos (2012).

[...] o mapa, como superfície plana, é bidimensional, não apresentando as três direções de alguns sólidos geométricos. Assim, as direções espaciais direita-esquerda, frente atrás, e cima-baixo, que podem ser definidas num sólido, são determinadas em um plano, em uma folha de papel, como duas direções: direita-esquerda e acima-abaixo, correspondendo no mapa a leste-oeste e norte-sul, respectivamente. (OLIVEIRA, 1978, p.36).

11

Visão Vertical: Visão que temos de um objeto ou lugar quando olhamos do alto,

exatamente de cima para baixo. Por exemplo: olhando uma lixeira exatamente de

cima para baixo, vemos a borda redonda. Se utilizássemos o exemplo: (uma

montanha), olhando de cima para baixo é diferente o modo de ver na visão vertical

da oblíqua. A visão vertical aparece na forma bidimensional, como apresentam os

mapas (foto 2).

Figura 2: Maquete - Visão Vertical. Trabalho realizado por alunos do 5º ano do Ensino Fundamental, da Escola Municipal Maria de Lurdes Melo, município de Iretama – PR.

Foto: URBANSKI, Silvana Aparecida Muriana (2012). Adaptada por: BORGES, Marcos (2012).

Para Passini (2012), a Geografia deve permitir ao aluno ser o

sujeito da investigação, observar o espaço real, de pessoas e fatos reais,

com suas análises e contradições, para entender o significado da

organização e produção do espaço, cabendo ao professor criar

circunstâncias em que o aluno verifica o problema, organiza a

investigação para tentar solucioná-lo.

O trabalho com maquetes, prédios da escola, quarteirão, fotos e

outros, melhoram a coordenação de pontos de vista, auxiliando a

criança a libertar-se do egocentrismo espacial descentrando-se.

12

COLOCANDO EM PRÁTICA O QUE APRENDEMOS: SUGESTÕES DE ATIVIDADES

ATIVIDADE 3 - De acordo com o texto e após observar a representação das imagens das fotos 1 e 2, faça o seguinte:

A visão oblíqua representa a tridimensionalidade e a visão vertical representa a bidimensionalidade. Desenhe um objeto mostrando a visão oblíqua, depois desenhe o mesmo objeto conforme a visão vertical. Por exemplo: uma lixeira.

Desenho 1- Lixeira: Visão Oblíqua Desenho 2 - Lixeira: Visão Vertical

ATIVIDADE 5 - Simulador de Animação 1

Para verificar se você aprendeu, vamos ao laboratório de informática para que

possamos observar como é representada a imagem tridimensional (aquela que

enxergamos) e a imagem bidimensional (a mesma imagem representada no papel),

a partir do simulador de animação no endereço eletrônico abaixo:

Pressione a tecla Ctrl e clique para abrir o hiperlink no endereço abaixo e

arrastando com o mouse, clique ok e aguarde. Você verá a representação

cartográfica em duas dimensões e três dimensões.

http://www.lte.ib.unicamp.br/bdc_uploads/materiais/video/material851_codigoBinario

_pt.swf

ATIVIDADE 6 - Observe o espaço da escola por alguns dias. Depois, faremos um

passeio pelo pátio observando cada ambiente. Em seguida, desenhar em uma folha

sulfite, o espaço que corresponde à escola, abrangendo o que for possível lembrar

para desenhar. Esse desenho deve ser como se estivesse sobrevoando a escola de

13

helicóptero, (visão vertical) a partir da noção de espaço e de observação que se tem

para análise posterior.

ATIVIDADE 7

Formar grupo de cinco pessoas e a

partir da análise das imagens mostradas

nas fotos (1 e 2- visão oblíqua e vertical),

confeccione uma maquete, utilizando o

mapa urbano do município. Utilize para

isso os modelos de casas, igrejas,

farmácias etc., conforme os modelos

disponíveis no caderno de atividades

Primeiros Mapas - Como entender e

construir – Maria Elena Simielli, Editora

Ática (2009), ou a critério. Escolha a área

que deseja representar na maquete,

tornando a atividade uma representação

do real, tendo como referência, o

quarteirão da escola ou, qualquer

quarteirão de um bairro urbano. Depois

que a maquete estiver pronta, colocar

sobre ela um papel vegetal, para que consigam construir seu primeiro mapa,

utilizando símbolos, criando sua própria legenda, fazendo com que compreendam as

diferentes formas de percepção: visão oblíqua, e a passagem para o plano (papel):

Mapa.

3. A IMPORTÂNCIA DA LOCALIZAÇÃO

Para localizar-se no espaço ou localizar outras pessoas e objetos, são

necessárias habilidades muito complexas e que levam alguns anos para serem

dominadas. Sabe-se que muitos adultos não as dominam e se confundem com as

noções de lateralidade.

A construção de maquetes

A construção de maquete

possibilita representar a realidade em

tamanho reduzido de forma simplificada,

possível de comparações a partir de

ângulos de visão diferentes, oblíqua e

vertical, podendo construir a planta

bidimensional a partir da observação

tridimensional, construir legendas.

A representação de uma

maquete corresponde ao ambiente

físico, mas podem-se explorar também

as relações sociais que envolvem temas

como: qualidade de vida, moradia,

emprego, violência, questões imobiliária,

ambientais entre outras, propondo

também discussão sobre desigualdade

social, ampliando o significado de lugar,

de localização a partir de

questionamentos.

14

Para que nosso conhecimento seja mais aprofundado é necessário que ao

longo da escolaridade, se torne um trabalho regular e sistemático. A construção do

conceito de localização se inicia pelo aprendizado das noções topológicas (ao lado,

dentro, fora, em frente, atrás, em cima, embaixo, no meio, em volta de, longe, perto).

Para a localização, é fundamental a construção da lateralidade, é preciso

começar desde cedo, mesmo que para a maioria dos alunos, seu domínio

acontecerá no final do Ensino Fundamental I e talvez no Fundamental II. Ao

assimilar esses conceitos, você se sentirá à vontade diante de um mapa,

conseguindo extrair informações ou compor outro mapa, baseado nestas e/ou outras

informações, o estudante terá consciência do quanto a Cartografia faz parte da sua

vida cotidiana. (LESANN, 2009).

ORIENTAR-SE SIGNIFICA:

“Orientar-se é ir de um lugar para outro sempre sabendo sua posição. É conhecer na superfície da Terra, os pontos cardeais. A necessidade de deslocar-se implica imaginar e repetir caminhos, o que é muito difícil em áreas onde não temos muitas referências visuais, como nos desertos, no mar e no ar... Toda orientação parte de dois eixos: Norte-Sul, Leste-Oeste.”

Neiva Otero Schäffer (geógrafa)

Fonte: Livro didático Coleção Geografia do Século XXI - Redescobrindo o Planeta Azul: a

Terra pede ajuda. Editora Positivo, Curitiba, 2005.

4. ORIENTAÇÃO

Os pontos de referência que indicam a localização em qualquer ponto do

planeta são chamados de Pontos Cardeais.

O Leste pode ser chamado de Oriente, ou oriental e nascente. O Oeste é

denominado de Ocidente, ou ocidental e poente; O Norte, Setentrional ou Boreal;

e o Sul, Meridional ou Austral. Entre os pontos cardeais, encontram-se os pontos

colaterais e subcolaterais.

A Rosa dos ventos é uma figura que representa os pontos Cardeais,

Colaterais e Subcolaterais.

15

Figura 3 - Rosa dos ventos Fonte:http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/tvmultimidia/imagens/6geografia/

2rosadosventos.jpg

Os pontos Cardeais são representados por uma única letra maiúscula. São

indicados da seguinte forma: Norte (N); Sul (S); Leste (L ou E de East, em inglês) e

Oeste (O ou W, de West, em inglês). Os pontos cardeais estão localizados a cada

90º da circunferência, portanto, tendo como referência o Leste na rosa dos ventos,

que corresponde à linha do Equador 0º, mais 90º no sentido horário, encontramos o

sul, mais 90º, localiza-se o Oeste, mais 90º, encontramos o Norte.

Por isso que os pontos cardeais estão dispostos de forma que ao se cruzarem

a linha horizontal e vertical, forma um ângulo reto, exemplo: (+), em cada

extremidade ou a cada 90º, encontra-se um ponto cardeal. Assim, tendo a

representação da rosa dos ventos, fica fácil localizar.

Se analisarmos desta forma, os pontos colaterais estão localizados a cada

45º da circunferência, tendo como referência os pontos cardeais e se localizando

entre eles. São representados por duas letras maiúsculas ex.: Nordeste (NE),

situado entre o Norte e o Leste ou East, por isso a sigla NE; Sudeste (SE),

localizado entre o Sul e o Leste ou East, por isso a sigla (SE); Sudoeste (SO),

situado entre o Sul e o Oeste e Noroeste (NO), situado entre o Norte e Oeste.

Existem ainda pontos subcolaterais, que se encontram entre os cardeais e

colaterais, estando dispostos a cada 22,5º com relação aos cardeais e colaterais.

São representados por três letras maiúsculas, indicando primeiramente o cardeal e o

colateral mais próximo, exemplo: NNE (Norte-Nordeste); ESE (Leste ou Este-

16

Sudeste); SSE (Sul-Sudeste); SSO (Sul-Sudoeste); OSO (Oeste-Sudoeste); ONO

(Oeste-Noroeste); NNO (Norte- Noroeste).

4.1. Orientação pelo sol

Observando o Sol, o ser humano percebeu que esse astro surge (ao

amanhecer) e desaparece (ao anoitecer) nas mesmas direções todos os dias.

Lembrando que este movimento do Sol é aparente. Estendendo o braço direito para

onde o Sol nasce, encontramos o leste (L), o braço esquerdo indicará o oeste (O), à

frente teremos o norte (N) e atrás, o sul (S). (figura 4).

Figura 4 – Orientação pelo sol Fonte: http://estudareupreciso.blogspot.com.br/2011/03/como-o-proprio-nome-diz-sao-

pontos-e.html

Nos livros didáticos geralmente os pontos cardeais se apresentam desta

forma (figura 4), mas podemos encontrar o leste de outra forma, libertando-se da

associação que o lado leste é determinado pela mão direita. (figura 5).

A figura 5 pode fornecer duas interpretações: se estivermos de frente para

onde o Sol nasce, aí está o leste; atrás, ou onde ele se põe, está o oeste; a mão

direita indica o sul e a esquerda o norte.

Se estivermos de frente para o Sol se pondo, na frente está o oeste, as

costas estão voltadas para o leste, a mão direita indica o norte e a mão esquerda

indica o sul.

17

Figura 5 - Encontrando o leste Fonte:http://portalgeo.rio.rj.gov.br/armazenzinho/web/descobrindoCartografia.asp?area=1&P

aginaAtual=8

É preciso relacionar a direção Leste-Oeste ao movimento de rotação da

Terra, para entender que o Sol “surge” a Leste pelo fato que a Terra gira de Oeste

para Leste.

Figura 6 - Bússula

Fonte: http://estudiolivre.org apud http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/tvmultimidia/imagens/

6geografia/2bussola.jpg

ATIVIDADE 8 - Simulador de Animação 2

Nessa atividade, você localizará na Rosa dos ventos os pontos cardeais e

colaterais em seus respectivos lugares. Pressione a tecla Ctrl e clique para abrir o

hiperlink no endereço abaixo e arrastando com o mouse, localize os pontos cardeais

e colaterais corretamente:

http://www.sogeografia.com.br/Jogos/rosaventos.html

VOCÊ SABE O QUE É UMA BÚSSOLA?

A bússola é um instrumento de orientação que parece um relógio. Inventada pelos chineses, há muito tempo. Possui uma agulha imantada, que gira sobre um eixo e possui um mostrador, onde está desenhada a rosa dos ventos.

A agulha imantada aponta sempre para o polo magnético do norte, que atua como um grande ímã. Esse polo magnético não corresponde exatamente ao polo norte geográfico. Por isso, utilizam-se também cartas de navegação.

Fonte: Projeto Araribá, 2007.

18

ATIVIDADE 9

Agora, tente localizar na figura da Rosa dos ventos: os pontos cardeais e

colaterais, para testar seus conhecimentos:

Fonte: http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/atividade-com-rosa-dos-ventos.htm

ATIVIDADE 10 – Observe a ilustração e complete as lacunas abaixo com os pontos

CARDEAIS e ou COLTERAIS. ATENÇÃO: Não se esqueça de observar a posição

do Sol. São exatamente 18:00 horas, ou seja (6:00hs da tarde).

Fonte: Rua, et.al. (2005). Adaptado por: Maria Clara Milani Parra – 12 anos

a) Se Paulo jogar a bola para João, ele chutará na direção...............................

b) Se João jogar a bola para Pedro, ele chutará na direção...............................

19

c) Se a jogada for João-Kaio-Felipe, a bola irá primeiro na direção.............................,

depois tomará a direção.......................................

d) Se Paulo foi o artilheiro do jogo e marcou um golaço no “frangueiro” do Léo, ele

chutou na direção.........................................

e) João foi mais veloz e chutou a bola para José. A direção do chute de João foi

para....................................

f) Se Paulo chutar a bola para Luís, a bola irá para a direção.......................................

5. PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS

Alguns povos no passado pensavam que a Terra era plana. Com o avanço

das tecnologias e da ciência, descobriu-se que ela é redonda e, por meio de estudos

e análises de imagens de satélites artificiais, mais recentemente, foi comprovado

que nosso planeta é um corpo quase esférico e ligeiramente achatado nos polos.

Esse formato é denominado de geoide.

Ao levarmos em consideração que a Terra é esférica, representada pelo

globo terrestre e que o mapa é uma representação da superfície terrestre

representada em um plano, torna-se difícil a compreensão.

Para entendermos como nosso planeta, que é quase esférico, pode ser

fielmente representado em uma folha de papel plana, e que o globo e o mapa não

correspondem às mesmas proporções, apresentando distorções principalmente nas

regiões polares, e sabendo ainda que quanto maior a latitude, maior a distorção,

utilizamos as projeções cartográficas.

De acordo com Castrogiovanni (2009), ao elaborar os mapas, o grande

problema sempre foi conseguir reproduzir o planeta Terra a partir de uma

representação plana. As superfícies curvas ou esféricas impedem a visão que o

observador possa ter de toda superfície terrestre. São necessários recursos e

técnicas matemáticas para “deformar” as áreas representadas no mapa.

No que diz respeito às distorções, sempre haverá problema, porém é

importante ter clareza que tais distorções não devem ser consideradas como erro.

Por isso foram desenvolvidos os sistemas de projeções cartográficas. As projeções

cartográficas são desenvolvidas para minimizarem as distorções dos mapas e

proporcionarem maior rigor científico à cartografia.

20

O sistema de coordenadas geográficas é utilizado ao elaborar um mapa

obtendo a correspondência entre cada ponto da Terra em coordenada geográfica e

a um ponto no mapa em coordenas planas.

Dentre as projeções cartográficas a projeção cilíndrica é a que representa

com mais fidelidade a superfície terrestre no mapa, pois se pegarmos uma folha de

papel e enrolarmos esta folha no formato de um cilindro, a parte que está

representada na linha do Equador não vai ter deformações, mas os polos ficarão

bastante deformados e alongados.

A atividade a seguir mostrará a representação do mapa (plano) e o globo

terrestre (circunferência) e as distorções existentes na passagem de uma figura

geométrica para outra, de forma fácil e aplicável.

Para desenvolver essa atividade você utilizará os seguintes materiais:

ATIVIDADE 11

CONFECÇÃO DO GLOBO TERRESTRE Materiais utilizados:

Fotocópia do molde do planisfério (ampliar em 300% o molde pequeno ou utilizar a folha em anexo e adequar ao tamanho certo);

Bola de isopor de 100 mm;

Lápis de várias cores;

Fita dupla face;

Tesoura;

2 alfinetes;

Palito para churrasco;

Tampa de plástico de 5 cm de diâmetro;

Prego;

Isqueiro;

COMO FAZER:

Utilizando o molde do planisfério da revista Nova Escola, janeiro /fevereiro de 2004 em anexo, reproduza uma cópia para cada aluno e siga passo a passo como fazer. 1- Pintar e recortar

Pinte o mapa. Cada continente deve ser colorido com cores diferentes. Depois, cole com fita dupla face todo o verso do mapa no sentido horizontal. Recorte os “gomos” e mantenha-os na ordem. 2- Primeiro “gomo”

Espete um alfinete na parte superior e outra na inferior da bola de isopor. Eles servirão de orientação na montagem. Retire a proteção de toda a fita dupla face do primeiro “gomo”. Cole a ponta junto a um dos alfinetes, estique o papel e fixe a outra extremidade no alfinete de baixo. 3- Equador vira guia

Os demais “gomos” deverão ser colados, um rente ao outro. A emenda central da bola de isopor pode servir de guia. Ela deve coincidir com a linha do Equador. Na hora de colar o segundo “gomo”, retire a proteção da fita adesiva somente da parte central, que vai do Trópico de Câncer ao de Capricórnio. Repita o procedimento com as demais partes, mantendo-as sempre em ordem. 4- Por fim, a base.

Depois de colada todas as partes retire os alfinetes. Esquente o prego na chama do isqueiro e com ele fure a tampa plástica que servirá de base (lembrando que o isqueiro durante o trabalho fica somente com o professor). Espete a metade do palito de churrasco no furo da tampa plástica e na bola de isopor. Seu globinho está pronto! Obs. Em anexo o molde do planisfério.

21

Fonte: Revista Nova Escola- janeiro/fevereiro 2004– Editora Abril

Observem nas figuras 7 e 8, alunos da 5ª série do Colégio Estadual José

Sarmento Filho de Iretama – Paraná, no ano de 2009, confeccionando o globo

terrestre, conforme sugestão acima.

Figura 7 - Confecção do globo terrestre Foto: Arquivo particular. Adaptado por: URBANSKI, Silvana Aparecida Muriana e

BORGES, Marcos (2012).

22

Figura 8 - Globo terrestre pronto Foto: Arquivo particular. Adaptado por: URBANSKI, Silvana Aparecida Muriana e

BORGES, Marcos (2012).

6. COORDENADAS GEOGRÁFICAS

Com o desenvolvimento da Cartografia e das técnicas de navegação tornou-

se necessário dividir o globo terrestre em linhas imaginárias que ajudam na

localização de pontos e no cálculo de distâncias. As linhas horizontas receberam os

nomes de Paralelos e as linhas verticais são os Meridianos. Mas, para esclarecer

melhor este assunto devemos iniciar o trabalho com a noção de hemisfério: metade

da esfera.

Paralelos são linhas imaginárias horizontais que circundam o planeta. O

Equador é o principal paralelo. Ele divide a Terra em duas partes iguais chamadas

Hemisférios: o Hemisfério Norte e o Hemisfério Sul.

Os Paralelos são indicados por graus e determinados a partir do Equador (0º),

podendo atingir até 90º a norte e 90º a sul.

Os principais paralelos recebem denominações específicas: Círculo Polar

Ártico e Trópico de Câncer, no Hemisfério Norte; Círculo Polar Antártico e Trópico de

Capricórnio no Hemisfério Sul.

Meridianos são linhas imaginárias verticais, medidas em graus, traçadas do

Polo Norte ao Polo Sul. O principal meridiano é o Meridiano de Greenwich, que

corresponde a 0º. Greenwich divide a Terra em dois hemisférios: o Hemisfério

Oriental (Leste) e o Hemisfério Ocidental (Oeste).

Os Meridianos atingem 180º no Hemisfério Leste e 180º no Hemisfério Oeste.

23

6.1. Latitude e Longitude

Latitude é a distância em graus a partir do Equador a um ponto qualquer da

superfície da Terra no sentido norte ou sul. As latitudes variam entre 0º, na linha do

Equador, e 90º, ao norte ou ao sul desse paralelo. Todos os pontos que estão sobre

o mesmo paralelo têm a mesma latitude.

Longitude é a distância em graus de qualquer ponto na superfície terrestre

em relação ao Meridiano de Greenwich. Todos os pontos situados sobre o mesmo

meridiano têm a mesma longitude. As longitudes variam entre 0º, na linha de

Greenwich, e 180º, para leste ou oeste desse meridiano.

ATIVIDADE 12 - Após os estudos e pesquisas realizadas, observe em um Mapa

Mundi e responda:

1- O Brasil está localizado em quais hemisférios? 2- Identifique o continente que possui terras nos quatro hemisférios. 3- Qual o nome do paralelo que divide a Terra em Hemisfério Norte e

Hemisfério Sul? 4- Como se chama o meridiano principal que divide a Terra em Hemisfério

Oriental e Ocidental? 5- Qual é o nome do Trópico que se localiza ao norte do Equador? 6- Qual o nome do Círculo Polar que se localiza no Hemisfério Norte?

PARA SABER MAIS:

A) Procure o significado das palavras que estão em destaque (negrito) no texto e escreva em seu caderno;

B) Relacione a unidade de medida (sistema métrico) com os ângulos da circunferência (geometria), para poder entender a relação entre o formato do planeta (medidas em graus) com as medidas reais (em quilômetros);

C) Pesquise porque existem as zonas climáticas no planeta Terra;

24

PARTE II – O MUNICÍPIO DE IRETAMA - PARANÁ

7. ESTUDO DO MUNICÍPIO

Na hierarquia político-administrativa brasileira, o município é o menor núcleo

dentro dessa estrutura. Nenhum lugar se explica por si mesmo, é necessário

constante exercício de teorização, estabelecendo relações para buscar explicações

a nível regional, nacional e internacional. Portanto, o município é um lugar que deve

ser entendido dentro do mundo, não somente no sentido de estar contido ou conter,

mas, sob o ponto de vista das relações que se estabelecem no seu interior. A partir

desta perspectiva, o município passa a ser um conteúdo bastante significativo para o

ensino de geografia.

Estudar o município é importante e necessário para o aluno, na medida em que está desenvolvendo o processo de conhecimento e de crítica da realidade que está vivendo. Ali estão o espaço e o tempo delimitados, permitindo que se faça a análise de todos os aspectos da complexidade do lugar... É uma escala de análise que permite que tenhamos próximos de nós todos aqueles elementos que expressam as condições sociais, econômicas, políticas do nosso mundo. É uma totalidade considerada no seu conjunto, de todos os elementos ali existentes, mas que, como tal não pode perder de vista a dimensão de outras escalas de análise (CALLAI e ZARTH, 1988, p.11).

SAIBA MAIS SOBRE O MUNICÍPIO DE IRETAMA

7.1. Situação Geográfica do município de Iretama

O município de Iretama apresenta uma área de 570,459

km², situado nas coordenadas geográficas: 24º25’26” Latitude Sul

e 52º06’21” de Longitude Oeste. De acordo com o censo demográfico realizado em

2010 pelo IBGE, Iretama possui uma população de 10. 602 habitantes e uma

densidade demográfica de 18,59 hab./km². O núcleo urbano tem em média uma

altitude de 590m em relação ao nível do mar. O município limita-se ao norte com

Barbosa Ferraz, Godoy Moreira e Jardim Alegre, ao sul com Roncador, a oeste com

CURIOSIDADE Iretama é um dos 399

municípios do Paraná.

Localiza-se na Região Sul do

Brasil. Faz parte da

Mesorregião Centro Ocidental

Paranaense e da Microrregião

de Campo Mourão.

25

Luiziana e a leste com Nova Tebas. Iretama tem seu território atravessado pelas

rodovias BR 487 e PR 462.

Iretama foi elevada a distrito judiciário pela Lei nº 2.472, de 03 de novembro

de 1955 e a criação do município ocorreram com a aprovação da Lei nº 4.245, de 25

de julho de 1960, com o território desmembrado de Campo Mourão. O município

localiza-se na Mesorregião Centro Ocidental do Paraná e faz parte da Microrregião

de Campo Mourão. (IBGE, 2010 e ITCF - Instituto de Terras, Cartografia e

Florestais, 1987).(mapa 1).

Mapa 1 – Localização do município de Iretama – Paraná Fonte: Carta Topográfica do Exército Brasileiro (1991) e Google Earth (2012). Organizado por:

BUENO, Ricardo Henrique (2012).

26

7.2. O Relevo e Geologia de Iretama

O relevo do território municipal de Iretama é caracterizado por duas cotas de

altitudes em relação ao nível do mar.

As altitudes mais elevadas, em torno de 800 metros, se encontram em uma

pequena reentrância na porção oeste do município, enquanto o restante do território

predominam as terras entre 300 e 600 metros de altitude (figura 9).

Figura 9 - Carta do município de Iretama Fonte: Carta Topográfica do Exército Brasileiro (1991). Organizado por: BUENO, Ricardo Henrique

(2012).

27

A história geológica que compreende o território do município de Iretama é

explicada pela ocorrência do chamado vulcanismo fissural, fenômeno ocorrido na

Era Mesozóica (idade entre 248 a 65 milhões de anos), entre os períodos Jurássico

e Cretáceo. Por meio deste fenômeno vulcânico, aflorou na superfície, as lavas

efusivas básicas, que consolidado formou o basalto e, em algumas áreas restritas

ocorreram diques de diabásio. Para originar o basalto, o magma precisa aflorar e se

esparramar na superfície terrestre, enquanto o diabásio é formado pelo magma

intrusivo, formando os chamados diques ou preenchendo fraturas nas rochas

encaixantes. Assim, a compreensão da geomorfologia do relevo do município de

Iretama, está relacionada à disposição de lavas efusivas básicas na região e ao

processo de atuação do intemperismo e a ação erosiva que os rios exercem nessas

rochas (ITCF, 1987).

7.2.1. Os tipos de Solos

Os principais tipos de solos que ocorrem no território municipal de Iretama

são explicados ao tipo de rochas (basalto e diabásio) e ao processo de

intemperismo atuante na região.

Os solos predominantes no município são: LE – Latossolos Vermelho Escuro

e o Ra – Solos Litólicos. Por suas características físico-químicas, os solos Latossolo

Vermelho Escuro onde o relevo é mais favorável, são utilizados para a agricultura.

Enquanto que, nas áreas dissecadas (relevo caído), predominam os chamados

Solos Litólicos (Neossolos Litólicos) ou seja, solos rasos, rochosos, subsistem as

pastagens para pecuária extensiva e prática de agricultura de subsistência familiar

(ITCF, 1987).

7.3. O Clima – Divisão Climática

A divisão climática proposta por Wladimir Köppen deixa claro a tipologia

climática para o território do município de Iretama. Para facilitar o entendimento

desta classificação climática, os significados dos símbolos Cfa representam: C –

Informa o tipo de Clima dominante na região, ou seja, o Clima Subtropical Úmido

(mesotérmico), (temperatura média do mês mais frio, abaixo de 18º C), a segunda

28

letra minúscula f – significa precipitação (chuvas), isto é, a região não apresenta

estação seca, a terceira letra minúscula a – está relacionado à temperatura, ou seja,

a região apresenta a temperatura mais quente acima de 22º C (ITCF, 1987).

7.4. A Vegetação

As matas que cobriam a área territorial do município de Iretama foram

desmatadas para dar lugar à agricultura e pastagem para criação de gado. Na

região central do município, havia no lugar antes da derrubada, a chamada Mata

Pluvial, enquanto que na porção sul do território, por ser de altitudes mais elevadas,

adaptou-se a conhecida Mata de Araucárias, por ser típica de zonas climáticas de

clima temperado. Por outro lado, na região mais ao norte do município, desenvolveu-

se a chamada Mata Pluvial Tropical dos Planaltos do Interior ocupando na região os

vales do Ivaí e Piquiri (ITCF, 1987).

ATIVIDADE 13 Utilizando as informações dos textos referentes ao município de Iretama, complete o quadro abaixo com as principais características: Área territorial

Latitude

Longitude

População 2010

Limites:

Norte:________________________________________

Sul:__________________________________________

Leste:________________________________________

Oeste:________________________________________

Relevo

Tipos de Solo

Clima

Vegetação

ATIVIDADE 14

ENTREVISTA

Entrevistar um pioneiro de Iretama para saber: 1) Como era a vegetação original do município e comparar com a maneira como está hoje; 2) Quais produtos eram cultivados naquela época e quais são cultivados hoje? 3) Quanto à população. Por que houve uma diminuição no número de habitantes? Quais motivos levam as pessoas a migrarem para outras cidades ou outras regiões?

29

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As experiências enquanto professora da disciplina de geografia, têm mostrado

que tanto alunos, quanto professores de outras áreas veem esta como uma

disciplina maçante e restrita a teorias. Neste sentido, esta proposta visa desmistificar

esta ideia, por meio da proposição de metodologias que contribuam para a

compreensão do espaço geográfico, a fim de mudar o conceito equivocado que se

apresenta sobre a geografia, não descartando os textos nem as leituras, que são

fundamentais.

Temos a convicção de que o objetivo da Alfabetização Cartográfica, além de

uma metodologia que vem ao encontro da compreensão do espaço geográfico, por

meio das suas representações, proporciona fazer uma leitura do mundo, articulando

sujeito e objeto. Não deve ser uma pesquisa isolada, mas uma constante proposta

didática nas discussões da geografia e da cartografia.

Além disso, acreditamos que a proposta de compreender o município, o lugar

de vivência dos alunos, facilita o entendimento, contribuindo para que haja mais

interesse por parte dos mesmos pelo espaço geográfico, espaço este, transformado

e produzido pelos seres humanos, que é o objeto de estudo da Geografia.

Salientamos ainda que não são receitas prontas e acabadas, mas uma forma

de analisar como nossos alunos enxergam a disciplina de geografia, buscando

ultrapassar a visão estática e promover o “olhar e o pensar geograficamente” que

inclui a análise crítica, a partir da abordagem que propomos.

30

9. REFERÊNCIAS

A história da Cartografia. Disponível em: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/singlefile.php?id=20402> Acesso em: 04/12/2012 às 10h03min. CALLAI, Helena Copetti; ZARTH, Paulo Afonso. O estudo do município e o ensino de história e geografia. Ijuí: Livraria Unijuí Editora, 1988. CASTROGIOVANNI, Antônio Carlos. Ensino de geografia: práticas e textualizações no cotidiano/ Antônio Castrogiovanni (organizador) - Porto Alegre: Mediação, 2009. CERQUEIRA, Wagner. Atividade com a rosa dos ventos. Disponível em: <http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/atividade-com-rosa-dos-ventos.htm>. Acesso em: 28/11/2012 às 10h30min. Descobrindo a cartografia: orientação. Disponível em: <http://portalgeo.rio.rj.gov.br/armazenzinho/web/descobrindoCartografia.asp?area=1&PaginaAtual=8>. Acesso em: 24/11/2012 às 16h00min. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Editora Nova Fronteira S. A., 2ᵃ ed.. Rio de Janeiro, 1986. Geografia: a rosa dos ventos. Disponível em: <http://www.sogeografia.com.br/Jogos/rosaventos.html>. Acesso em: 16/10/2012 às 14h31min. GEOGRAFIA DO SÉCULO XXI - Redescobrindo o Planeta Azul: a Terra pede ajuda. Livro didático Coleção - Editora Positivo, Curitiba, 2005. INSTITUTO DE TERRAS, CARTOGRAFIA E FLORESTAS. Atlas do Estado do Paraná. Curitiba: ITCF; Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, 1987. LACOSTE, Y. A geografia: isso serve em primeiro lugar para fazer a guerra. Campinas: Papirus, 1988. LESANN, Janine. Geografia no Ensino Fundamental. Belo Horizonte, MG: Argvmentvm, 2009. MARANGON, Cristiane. Todo mundo com seu globo. Revista Nova Escola. Editora Abril. São Paulo. Edição 169, Janeiro/fevereiro 2004. MARTINELLI, Marcelo. Alfabetização Cartográfica. In: Boletim de Geografia, V.17, n 1, 1999. ______________. Curso de Cartografia Temática. S. Paulo, Contexto, 1991.

31

MASTRANGELLO, Ana Maria. Construção Coletiva do Croqui Geográfico em sala de aula. Dissertação de mestrado. Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Departamento de Geografia. São Paulo, 2001. OLIVEIRA, Lívia. Estudo metodológico e cognitivo do mapa. São Paulo: IGEOG- USP, 1978. PASSINI, Elza Yassuko. Alfabetização Cartográfica e a aprendizagem de geografia.1 ed. São Paulo: Cortez, 2012. Pontos Cardeias. Disponível em: <http://estudareupreciso.blogspot.com.br/2011/03/como-o-proprio-nome-diz-sao-pontos-e.html>. Acesso em: 28/11/2012 às 08h30min. PROJETO ARARIBÁ: Livro didático de geografia/Organizadora Editora Moderna; obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna. Ed. Moderna. São Paulo, 2007. Representação cartográfica curvas de nível. Disponível em: < http://www.lte.ib.unicamp.br/bdc_uploads/materiais/video/material851_codigoBinario_pt.swf>. Acesso em: 04/12/2012 às 10h06min. SITE DIAADIAEDUCAÇÃO. Disponível em: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/tvmultimidia/imagens/6geografia/2bussola.jpg>. Acesso em: 28/11/2012 às 12:02hs. URBANSKI, Silvana A.M. O processo de colonização do município de Iretama, Paraná. Campo Mourão, 2004.