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FICHA PARA CATÁLOGO

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

Título:

A Contribuição do Professor Pedagogo para a Formação Continuada dos Professores da

Educação Profissional Técnica de Nível Médio – Subsequente: por uma formação politécnica

Autor CLECILDA PARABOCZ

Escola de Atuação COLÉGIO ESTADUAL REINALDO SASS – ENSINO

FUNDAMENTAL, MÉDIO E PROFISSIONAL

Município da escola FRANCISCO BELTRÃO

Núcleo Regional de Educação FRANCISCO BELTRÃO

Orientador JOSÉ LUIS ZANELLA

Instituição de Ensino Superior UNIOESTE

Disciplina/Área (entrada no

PDE)

PEDAGOGIA

Produção Didático-pedagógica UNIDADE DIDÁTICA

Relação Interdisciplinar

(indicar, caso haja, as diferentes

disciplinas compreendidas no

trabalho)

Público Alvo

(indicar o grupo com o qual o

professor PDE desenvolveu o

trabalho: professores, alunos,

comunidade...)

PROFESSORES DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

Localização

(identificar nome e endereço da

escola de implementação)

RUA ALAGOAS, 475

BAIRRO ALVORADA

CEP: 85.602.080

FRANCISCO BELTRÃO - PARANÁ

Apresentação:

(descrever a justificativa,

objetivos e metodologia

utilizada. A informação deverá

conter no máximo 1300

caracteres, ou 200 palavras,

fonte Arial ou Times New

Roman, tamanho 12 e

A trajetória do ensino médio profissionalizante no Brasil tem

sido marcada por políticas de ruptura e descontinuidade. Sua

oferta pode ser caracterizada quase como uma política de

gestão ou de governo. Diante da realidade do Colégio Estadual

Reinaldo Sass, constatamos limitações na formação pedagógica

do professor da educação profissional. Pelo fato de a sua

graduação ser específica nas áreas técnicas, vislumbra-se a

necessidade de uma efetiva participação e integração do

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espaçamento simples) professor pedagogo com esses docentes, para, juntos, fazer o

enfrentamento da dicotomia existente entre formação técnica e

formação integral do aluno trabalhador. Faz-se, necessário

haver propostas que venham a oportunizar tanto ao professor

como o aluno sua inserção crítica nesta sociedade, que

qualifique o aluno do ensino profissionalizante para uma

dimensão social. Há um esforço dos educadores em buscar

uma formação integral para o aluno trabalhador e prepará-lo

para o mundo do trabalho não de forma unilateral, mas

omnilateral. O objetivo deste trabalho é o de possibilitar ao

professor da educação profissional poder apropriar-se das

concepções pedagógicas que têm por base a formação

omnilateral do educando, contribuindo para a busca de uma

formação integral dos cidadãos trabalhadores.

Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Educação profissional; Formação politécnica; Formação

continuada

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PARANÁ

GOVERNO DO ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

CLECILDA PARABOCZ

FRANCISCO BELTRÃO

2011

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Professor PDE: Clecilda Parabocz

Orientador: José Luiz Zanella

Área PDE: Pedagogia

IES Vinculada: UNIOESTE – Campus de Francisco Beltrão

Formato da produção: Unidade Didática

NRE: Francisco Beltrão

Escola de Implantação: Colégio Estadual Reinaldo Sass – Ensino Fundamental, Médio e

Profissional

Público Objeto da Intervenção: Professores de Ensino Médio Profissional

TEMA DE ESTUDO

Educação Profissional - Formação Continuada do Professor da Educação Profissional

Técnica de Nível Médio - Subsequente

TÍTULO

A Contribuição do Professor Pedagogo para a Formação Continuada dos Professores da

Educação Profissional Técnica de Nível Médio – Subsequente: por uma formação politécnica.

INTRODUÇÃO

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Toda sociedade vive porque consome; e para consumir depende da produção. Isto

é, do trabalho. Toda a sociedade vive porque cada geração nela cuida da formação

da geração seguinte e lhe transmite algo da sua experiência, educa-a. Não há

sociedade sem trabalho e sem educação (KONDER, 2000, p. 112).

A trajetória do ensino médio profissionalizante no Brasil tem sido marcada por políticas de

ruptura e descontinuidade. Sua oferta pode ser caracterizada quase como uma política de gestão ou

de governo.

O que se oculta é opção da classe dominante de sua inserção consentida e

subordinada ao grande capital e nosso papel subalterno na divisão

internacional do trabalho, com a hipertrofia da formação para o trabalho

simples e as relações de classe nos planos mundial e interno. Ou seja, a

sociedade que se produz na desigualdade e se alimenta dela não só não

precisa da efetiva universalização da educação básica, como a mantém

diferenciada e dual. Assim é que as políticas educacionais, sob o ideário

neoliberal da década de 1990 e sob um avanço quantitativo no ensino

fundamental e uma mudança discursiva aparentemente progressista no

ensino médio e na "educação profissional e tecnológica", aprofundam a

segmentação, o dualismo e perpetuam uma relação débil entre ambas.

(FRIGOTTO, 2007, p. 1138)

Para Ramos (2002), trata-se de “proporcionar aos jovens passagens menos traumáticas para

o mundo do trabalho e juntamente com os adultos construir alternativas que supostamente

minimizaram os riscos da exclusão social”.

Segundo a autora, é necessário manter diálogo permanente entre educandos e educadores

para expandir a oferta da educação profissional tendo como eixos a formação integral, a politecnia,

a concepção do trabalho como princípio educativo e a articulação entre essa modalidade de ensino e

a educação básica.

A educação profissional tem sido objeto de estudo por vários educadores no Brasil, já que,

nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Profissional de Nível Técnico, a qualificação

profissional é focada em um conjunto de atributos individuais de caráter cognitivo ou social, que

são resultados de uma escolarização geral ou profissional.

Que tipo de projeto de educação escolar básica e de formação profissional e

tecnológica se coloca como necessário para uma sociedade que moderniza o

arcaico e onde o atraso de determinados setores, a hipertrofia do trabalho

informal e a precarização do trabalho formal, o analfabetismo etc. não são

obstáculos ou impeditivos ao tipo de desenvolvimento que se ergueu pela

desigualdade e se alimenta dela? (FRIGOTTO, 2007, p. 1135)

Faz-se, portanto, necessário haver propostas que venham oportunizar tanto ao professor

como o aluno sua inserção crítica nesta sociedade, que qualifique o aluno do ensino

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profissionalizante para uma dimensão social, que evidencia muitos elementos que estão além dos

saberes e dos diplomas, que vão atuar como uma divisão social e técnica do trabalho. Há um

esforço dos educadores em buscar uma formação integral para o aluno trabalhador e prepará-lo

para o mundo do trabalho não de forma unilateral, mas omnilateral: “Frente à realidade da alienação

humana [...], está a exigência da onilateralidade, de um desenvolvimento total, completo,

multilateral, em todos os sentidos das faculdades e das forças produtivas, das necessidades e da

capacidade da sua satisfação” (MANACORDA, 1991, p. 78).

Com a imposição da profissionalização universal e compulsória (Lei Federal nº

5.692/1971) sem a devida destinação de recursos públicos tanto financeiros com pedagógicos

dificultou-se ainda mais essa formação em âmbito nacional.

Após a promulgação da última Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional – LDBEN

(Lei Federal nº 9394/1996), o MEC iniciou uma reforma do ensino médio em que a proposta é a de

separação das duas redes de ensino, sendo uma destinada à formação acadêmica e outra à formação

profissional. Na educação brasileira, por várias vezes tem se pautado “[...] a construção de uma

sociedade ou de uma nação onde os seres humanos possam produzir dignamente a sua existência,

ou a permanência em um projeto de sociedade que aprofunda sua dependência, subordinada aos

grandes interesses dos centros hegemônicos do capitalismo mundial” (FURTADO apud

FRIGOTTO, 2007, p.1132).

E ainda, pelos frágeis mecanismos de articulação previstos, reforça a dicotomia histórica

que tem marcado o ensino médio, ou seja, de um lado, a educação voltada para a formação da elite

e, de outro, aquela voltada aos que ingressam muito cedo no mundo do trabalho. De acordo, com

Ramos (2002):

Nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Profissional de Nível

Técnico, a qualificação é enfocada como conjunto de atributos individuais,

de caráter cognitivo ou social, resultantes da escolarização geral e/ou

profissional, assim como das experiências de trabalho. (FERRETTI apud

RAMOS, 2002, p. 405).

Ainda:

Em síntese, encontramos os seguintes problemas nas orientações oficiais

para os currículos da educação profissional de nível técnico, muitos

próximos dos problemas próprios do condutivismo: a) reduzem as

competências profissionais aos desempenhos observáveis; b) reduzem a

natureza do conhecimento ao desempenho que ele pode desencadear; c)

consideram a atividade profissional competente como uma justaposição de

comportamentos elementares cuja aquisição obedeceria a um processo

cumulativo; d) não coloca a efetiva questão sobre os processos de

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aprendizagem, que subjazem aos comportamentos e desempenhos: os

conteúdos da capacidade. (RAMOS, 2002, p. 412).

Como podemos analisar na citação acima, a fragmentação e o comprometimento da

formação, tanto técnica como acadêmica, ficam evidenciados nos documentos oficiais e na

legislação, como o Decreto Federal nº 2.208/1997, que regulamenta o § 2º do artigo 36 da LDBEN

de 1996, que trata da formação profissional em nível técnico. No artigo 5º propõe que “[...] a

educação profissional de nível técnico terá organização curricular própria e independente do ensino

médio, podendo ser oferecida de forma concomitante ou sequencial a este”.

Diante da pressão de organizações científicas, culturais e sindicais, promulga-se depois o

Decreto Federal nº 5.154/2004: [...] na sua gênese, dentro das contradições da travessia, tratava-se

de resgatar a perspectiva politécnica ou tecnológica. (FRIGOTTO, 2007, p. 1141).

Nesse sentido, a educação profissional compreenderia um processo de escolarização que

propiciasse ao educando uma formação integral, omnilateral, onde os conhecimentos básicos e

específicos se concretizam num único currículo.

Ainda entre o embate de forças promulga-se a Lei Federal nº 11.741/2008, cuja ementa:

[...] altera dispositivos da lei N.º 9.394 de 20 de dezembro de 1996, que

estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional para redimensionar,

institucionalizar e integrar as ações da Educação Profissional Técnica de

Nível Médio, da Educação de Jovens e Adultos e da Educação Profissional e

Tecnológica. (DOU, 17/7/2008, p. 5).

Dessa forma, o que aqui se quer é levar aos professores da educação profissional, através

da formação contínua, uma formação visando a indissociabilidade entre teoria e prática, abordando

conteúdos concernentes ao processo de inclusão:

Os processos de aquisição dos diferentes saberes podem se organizar em

torno das atividades profissionais, desde que se distinga a existência, de um

lado, de saberes teóricos e conceitos científicos formalizados que, por esse

fato, tornaram-se independentes das ações; e, de outro lado, de saberes

práticos que, embora possam formalizar-se, permanecem, quase sempre,

imanentes à ação em que intervêm. Assim, a única possibilidade de se

abordar pedagogicamente as atividades profissionais (as denominadas

competências descritas nos RCNs) está em considerá-las como códigos que

auxiliem os professores em seus diálogos, com base em suas disciplinas,

para a construção de objetivos, metas e projetos comuns, articulados no

processo de ensino-aprendizagem. Mas, sob nenhuma hipótese, os

programas escolares podem limitar essas descrições ou tê-las como pontos

de partida exclusivos. (RAMOS, 2002, p. 417).

Segundo a autora, trata-se de definir uma concepção de currículo de educação profissional

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que vise à emancipação humana, voltada à formação do cidadão, na perspectiva da classe

trabalhadora, o que exige discussões coletivas sobre concepção de educação, de currículo, de

avaliação, de conteúdo e de processo de ensino-aprendizagem. Trata-se de uma concepção que deve

contemplar a formação integral e primar pela apropriação dos conhecimentos científicos e técnicos:

Neste horizonte a expectativa social mais ampla é de que se possa avançar

na afirmação da educação básica (fundamental e média) unitária, politécnica

e, portanto, não dualista, que articule cultura, conhecimento, tecnologia e

trabalho como direito de todos e condição da cidadania e democracia

efetivas. Não se trata de uma relação, pois, linear com o mercado de

trabalho, mas mediada, sem o que não se cumpre os dois imperativos: de

justiça social e de acompanhamento das transformações técnico-científicas

do mundo do trabalho. A concepção de ensino médio politécnico ou

tecnológico, amplamente debatida na década de 1980, é a que pode

responder a este horizonte de formação humana. Trata-se de desenvolver os

fundamentos das diferentes ciências que faculte aos jovens a capacidade

analítica tanto dos processos técnicos que engendra o sistema produtivo,

quanto, das relações sociais que regulam a quem e a quantos se destina a

riqueza produzida. Como lembrava Gramsci, na década de 1920: uma

formação que permita o domínio das técnicas, as leis científicas e a serviço

de quem e de quantos está a ciência e a técnica. Trata-se de uma formação

humana que rompe com as dicotomias, geral e especifico político e técnico

ou educação básica e técnica, heranças de uma concepção fragmentária e

positivista de realidade humana. (FRIGOTTO, p. 11, grifo do autor.

Disponível em:

<http://www.do.ufgd.edu.br/paulolima/arquivo/ept/texto%2006.pdf>)

Como dissemos no início deste trabalho, a história da educação brasileira e a história da

educação profissional se entrelaçam. Então cabe questionar: – Como garantir condições à educação

fundamental (muitas vezes negada pela complexa contradição educacional), sabendo-se que cada

vez mais cedo os alunos necessitam buscar sua subsistência, fazendo uma jornada exaustiva de oito

horas diárias de trabalho e buscando uma forma de ensino supletivo à noite ou cursos noturnos

“relâmpagos”?

Assim, portanto, para a formação profissional específica sobrepor-se a essa realidade que

aí está são necessárias melhores condições materiais de trabalho, laboratórios, bibliotecas, material

didático, tempo de estudo, formação, condições de trabalho e salários condizentes aos professores.

Frigotto deixa claro que temos três grandes desafios a perseguir:

Desconstruir, primeiramente, do imaginário das classes populares, o entulho

ideológico imposto pelas classes dominantes da teoria do capital, da pedagogia das

competências, da empregabilidade, do empreendedorismo e da ideia que cursinhos

curtos profissionalizantes, sem uma educação básica de qualidade, os introduzem

rápido ao emprego.

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O segundo desafio é a mudança no interior da organização escolar, que envolve

formação dos educadores, suas condições de trabalho, seu efetivo engajamento e

mudanças na concepção curricular e prática pedagógica. Se os educadores não

constroem, eles mesmos, a concepção e prática educativa e de visão política das

relações sociais aqui assinaladas, qualquer proposta perde sua viabilidade.

Finalmente, o terceiro desafio envolve a sociedade civil e política. Trata-se de criar

as condições objetivas e subjetivas para viabilizar em termos econômicos e

políticos este projeto. Gramsci ao pensar a escola de seu tempo assinalava que a

mesma somente muda de fato quando se torna problema e projeto efetivo da

sociedade. O que assinalamos neste texto, e nos demais que constituem esta

coletânea, se inscreve numa longa luta da sociedade brasileira no âmbito

econômico, político, cultural e educacional. Projeto que tem em seu ideário a

mudança das estruturas que geram a desigualdade e a construção de um projeto

societário de base popular. Para muito, incluindo-me neste universo, trata-se de ir

construindo a utopia (outro lugar) de ir além da sociedade regida pelo capital. Vale

dizer construir sociedades efetivamente socialistas (FRIGOTTO, 2005, p. 175).

Assim, portanto, “[...] cabe à classe trabalhadora lutar em suas organizações e movimentos

para construir uma nação contra aqueles que historicamente moldaram um capitalismo dependente

associado e subordinado ao capital mundial” (FRIGOTTO, 2007, p. 1148). Com essa luta cabe

buscar o desenvolvimento do sujeito como cidadão, proporcionando-lhes meios para prover sua

existência material e sua realização social.

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

Diante da realidade do Colégio Estadual Reinaldo Sass – Ensino Fundamental, Médio e

Profissional, constatamos limitações na formação pedagógica do professor da educação

profissional, pelo fato de a sua graduação ser específica nas áreas técnicas, vislumbra-se a

necessidade de uma efetiva participação e integração do professor pedagogo com esses docentes,

para, juntos, fazer o enfrentamento da dicotomia existente entre formação técnica e formação

integral do aluno trabalhador.

O presente trabalho tem como finalidade realizar estudos que possibilitem a investigação

do processo de evolução do ensino profissionalizante nas últimas décadas, tendo como referência os

professores da educação profissional do Colégio Estadual Reinaldo Sass supramencionado, sediado

no Bairro Alvorada, em Francisco Beltrão, no Paraná.

Diante de tais aspectos, este projeto tem como foco a organização de grupos de estudo

junto aos educadores da educação profissional do Colégio Estadual Reinaldo Sass para refletir sobre

o papel do ensino profissionalizante nesta sociedade na qual nossos alunos estão inseridos. Aborda-

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se este tema a partir de estudo teórico voltado para toda a trajetória do ensino profissionalizante no

Brasil nestas últimas décadas e o que ocorreu com a implementação do Decreto Federal nº

5.154/2004 e, posteriormente, a Lei Federal nº 11.741/2008, evidenciando a implementação da

formação. É neste contexto que se faz a indagação: – De que forma o professor pedagogo pode

subsidiar o professor da educação profissional a apropriar-se das concepções pedagógicas,

contribuindo para a formação omnilateral do aluno trabalhador?

1º MOMENTO

Diante da dificuldade de estabelecer um currículo da Educação Profissional Técnico de

Nível Médio – Subsequente: por uma formação politécnica, voltada para o mundo do trabalho, da

ciência e da cultura, vamos refletir como e por que precisamos de um Professor capaz de fazer,

paralelamente, as críticas ao ensino desintegralizado e a exclusão social. As exigências do

desenvolvimento tecnológico e social do país estão a nos colocar desafios enormes.

Por isso não podemos esquecer que o ensino de qualidade depende basicamente do trabalho

que o Professor da Educação Profissional pode desenvolver em sala de aula ou na sua escola.

Sendo assim a importância e finalidade da formação continuada ao Professor e o sentido que

queremos dar ao debate nesta unidade didática.

APRESENTAÇÃO

Neste primeiro momento reunir-se-ão a Professora Pedagoga PDE/2010, os Professores da

Educação Profissional e o Professor Orientador José Luís Zanella, numa das salas de aula de

Colégio Reinaldo Sass. Inicialmente será feito agradecimentos pela presença de todos,

apresentações e exposição dos objetivos da Implementação Pedagógica, junto aos professores da

Educação Profissional.

A implementação será realizada em 4 (quatro) momentos.

OBJETIVOS

realizar um diagnóstico dos cursos de formação profissional do Colégio Estadual

Reinaldo Sass quanto às condições materiais e a formação dos docentes;

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articular, junto à direção, coordenação de curso e equipe pedagógica, a criação de

espaço pedagógico que propicie um debate crítico sobre a alienação da educação

profissional na perspectiva de superação dessa mesma realidade;

conhecer e debater as concepções pedagógicas que norteiam a educação profissional à

luz de educadores como Gaudêncio Frigotto, Acacia Zeneida Kuenzer e Demerval

Saviani, fazendo análises das pesquisas realizados por esses educadores com a

finalidade de desenvolver uma cultura de formação continuada junto aos educadores;

debater as propostas para a educação profissional contidas no Caderno da V

Conferência Estadual de Educação APP Sindicato.

Com o objetivo de propiciar reflexão sobre os avanços e retrocessos vivenciados pela

Educação Profissional, será apresentado na TV Multimídia um vídeo, produzido pela professora

PDE/2010 que está disponível no endereço <http://www.youtube.com/watch?v=M3OzngHxWak>

com a música “Desesperar jamais” de Ivans Lins / Vitor Martins (1984).

Após a reflexão, o Professor Orientador Dr. José Luis Zanella que fará a explanação das

principais ideias do texto O CHOQUE TEÓRICO DA POLITECNIA - Trabalho e Saúde de

Demerval Saviani (2003, p.131-152), posteriormente debate com todos os envolvidos.

2° MOMENTO

Apresentar aos Professores da Educação Profissional parte produção pedagógica da Escola

Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio do Rio de Janeiro que está disponível no livro “NA

CORDA BAMBA DE SOMBRINHA: A SAÚDE NO FIO DA HISTÓRIA”. Os organizadores

Carlos Fidelis Ponte e Ialê Falleiros, no Encarte, “CANTOS, CONTOS E IMAGENS: PUXANDO

MAIS UNS FIOS NESSA HISTÓRIA”. Os organizadores José Roberto Franco Reis e Muza Clara

Chaves Velasques e no DVD – Trabalho e formação profissional em Saúde: na corda bamba de

sombrinha.

As instituições: Observatório História & Saúde e Observatório dos Técnicos em Saúde,

estações de trabalho da Rede Observatório de Recursos Humanos (Secretaria de Gestão do trabalho

e da Educação na Saúde- Ministério da Saúde/ Organização Pan-Americana da Saúde-Brasil)

sediados, respectivamente, na casa de Oswaldo Cruz e na Escola Politécnica de Saúde Joaquim

Venâncio, trazem a público estas obras ilustradas: um vídeo documentário e outros recursos

instrucionais que estão disponíveis em sítios na internet. Sendo http://www.epsjv.fiocruz.br/ o site

da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio do Rio de Janeiro.

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A integração destas instituições resultou na construção do material de apoio riquíssimo e

importantíssimo, pois liga a História do Brasil - Saúde – Educação.

O prefácio destas obras nos dão a dimensão exata do que este material representa para o

enfrentamento da dicotomia existente no Ensino Médio Integrado e Subsequente e a formação

integral do aluno trabalhador.

Para Brasil, (2010):

Ao analisar a educação e a saúde pública no contexto da luta entre projetos

antagônicos de sociedade formulados no interior da formação histórica chamada

capitalismo, os autores buscam explicitar as contradições e tensões que envolvem

as disputas entre o modelo privatista da saúde e o modelo de saúde pública como

direito de todos e dever do Estado. Essa disputa é evidenciada ao abordarem a

chamada década perdida no viés econômico – que é, por outro lado, no Brasil,

também uma década de efervescência política e cultural no processo de

reconstrução dos movimentos sociais e populares e de derrubada da ditadura

militar. [...] Em épocas de recuos e derrotas, como a que estamos vivendo, um

trabalho como este, agora publicado, é mais do que nunca necessário, mesmo

quando se sabe que educar para a emancipação, contra o conformismo, não é tarefa

fácil. Talvez seja essa, de fato, a tarefa do educador: manter vivo o pensamento

crítico, resgatar o inconformismo, abrir caminho para o trabalho e a pesquisa

rigorosos, que eduquem para a complexidade real dos processos históricos e sociais

em curso. Trata-se de uma prática na contracorrente do fetiche da mercadoria, das

ilusões e compensações baratas da indústria da cultura e da sociedade do

espetáculo, que infantilizam as pessoas, produzindo consumidores, jamais cidadãos

capazes de enfrentar as resistências do real. (BRASIL, 2010, p.11)

E ainda, para Reis e Velasques (2010):

Desde o início o projeto de criação do livro Na corda bamba de sombrinha: a saúde

no fio da história considerava, tendo em vista o público a que ele se dirigiria e os

propósitos pedagógicos que o orientavam, a perspectiva de elaborar um material

didático que potencializasse a apropriação de conteúdos do campo da saúde, por

professores, educadores e profissionais da área em geral. Nos debates realizados

nas diversas oficinas de trabalho encarregadas de discutir a elaboração dos textos,

observamos a necessidade de construir um livro que, para além da problematização

histórica de questões relevantes da saúde, se adequasse às atividades de ensino das

diversas escolas do país dedicadas a esse campo de conhecimento, cumprindo a

importante função de introduzir, em perspectiva histórica e com profundidade

analítica, o tema da saúde através de uma narrativa ágil e com pretensões didáticas.

A tarefa só à primeira vista parecia fácil, uma vez que não se tratava de realizar

uma mera transposição didática, ou seja, traduzir o saber acadêmico de ponta para

o universo escolar. Em compasso com os estudos mais recentes sobre a produção

de materiais com fins didáticos, reconhece-se a necessidade de considerar tanto o

que se passa nas condições particulares das situações de ensino, quanto às

finalidades próprias do saber escolar, em convergência com o que os estudiosos do

assunto identificam como razão pedagógica. Deste modo, ganhou corpo a ideia de

produzir um material de apoio que estimule um uso qualificado do livro, no sentido

de explorá-lo de modo mais amplo possível. Assim, atentos aos aspectos

mencionados acima, procuramos com este encarte ampliar as possibilidades de

trabalho dos professores e estudantes em sala de aula. Nosso objetivo é, a partir dos

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temas apresentados nos diversos capítulos do livro, enriquecer as discussões sobre

a saúde no Brasil. Através do roteiro “Para saber mais”, no qual o professor

encontrará dicas de livros, textos, filmes, músicas, poesias, obras literárias,

questões para discussão, além de sugestões para o uso das imagens contidas na

obra, pretendemos contribuir com a ação docente. Com os livros, artigos e textos

indicados como leituras complementares, temos a expectativa de que o leitor possa

aprofundar e ampliar seu conhecimento sobre os diversos momentos do fecundo

processo histórico da saúde no Brasil. (REIS E VELASQUES, 2010, p.9)

ATIVIDADES

Assistiremos ao DVD – Trabalho e formação profissional em Saúde: na corda bamba de

sombrinha. Com duração de 26 mim. Em seguida, reflexão e debate sobre o exposto no DVD com

os Professores da Educação Profissional.

Após o debate, o Professora Pedagoga PDE/2010 fará apresentação do encarte que

acompanha o livro composto por 10 (dez) capítulos, igualmente o encarte com as respectivas

atividades como: Através do roteiro “Para saber mais”, no qual o Professor encontrará dicas de

livro, textos, filmes, músicas, poesias, obras literárias, questões para discussão, além de sugestões

para uso das imagens contidas na obra.

3 º MOMENTO

Neste momento da Implementação do Projeto na escola, a Professora Pedagoga PDE/2010

fará a entrega e uma breve explanação dos conteúdos dos livros adquiridos, que estão listados

abaixo. Os conteúdos destes livros irão contribuir metodologicamente com os Professores da

Educação Profissional, bem como darão embasamento teórico e a possibilidade do trabalho

interdisciplinar.

O material didático pedagógico que será apresentado e doado a biblioteca do Colégio

Reinaldo Sass:

Estudos de Politecnia e Saúde: Organização Escola Politecnia de Saúde Joaquim

Venâncio

Estudos de Politecnia e Saúde Volume 2 - Organização Escola Politecnia de Saúde

Joaquim Venâncio

Estudos de Politecnia e Saúde Volume 4 - Organização Escola Politecnia de Saúde

Joaquim Venâncio

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Crítica da Imagem e Educação: Reflexos sobre a contemporaneidade. Organização:

Roberta Lobo - Rio de Janeiro: EPSJV, 2010.

Temas do Ensino Médio – FORMAÇÃO - TRILHAS DA IDENTIDADE –

POLÍTICAS, CIÊNCIAS E CULTURA - Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz;

Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio

Arte e saúde; desafios do olhar – Organizado por Ana Lucia de Almeida Soutto Mayor e

Verônica de Almeida Soares. – Rio de Janeiro: EPSJV, 2008

Na corda bamba com sombrinha: a saúde no fio da história- Organizadores: Carlos

Fidelis Ponte e Ialê Falleiros

Cantos, contos e imagens: puxando mais uns fios nessa história. – Organizadores: José

Roberto Franco Reis e Muza Clara Chaves Velasques.

Na sequencia os professores se reunirão no Laboratório de Informática Paraná Digital, do

Colégio Reinaldo Sass, onde a Professora Pedagoga PDE/2010 apresentará o site da Escola

Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio do Rio de Janeiro, que está disponível no link:

<http://www.epsjv.fiocruz.br/ > com o objetivo de demonstrar as várias opções de atividades e

produções dentro do currículo do Técnico em Enfermagem.

4° MOMENTO

Considerando a importante função da avaliação na educação, como um momento de reflexão

das ações pedagógicas, neste trabalho optou-se em usar os seguintes instrumentos e critérios para a

avaliação:

Apresentação das atividades em plenário;

Dialogar com o grupo de Professores se houve compreensão das ideias principais presentes

nos textos;

Perceber se houve motivação e interesse na demonstração dos materiais como livros, sites e

textos;

Analisar as falas dos Professores quando estes se expressarem nas várias atividades

desenvolvidas no transcorrer da unidade;

Page 16: FICHA PARA CATÁLOGO - diaadiaeducacao.pr.gov.br · fato, tornaram-se independentes das ações; e, de outro lado, de saberes práticos que, embora possam formalizar-se, permanecem,

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Cabe a Professora Pedagoga interpretar as várias falas e refletir se houve aproveitamento

satisfatório ou se necessário buscar nova abordagem metodológica.

Realização de uma autoavaliação quanto ao desenvolvimento da unidade didática, elencando

crescimento pessoal, fundamentação teórica, metodologias utilizadas e relevância do tema.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei n. 9394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases, Brasília, DF.

Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf>. Acesso em: 25 ago. 2010.

BRASIL. Lei nº 11.741, de 16 de julho de 2008 (Lei Ordinária). Diário Oficial União de

17/7/2008, p. 5.

FRIGOTTO, G. A relação da educação profissional e tecnológica com a universalização da

educação básica. Educação e Sociedade. Campinas, v. 28, n. 100, Especial, p. 1129-1152, 2007.

FRIGOTTO, G.; CIAVATTA, M. Educação básica no Brasil na década de 1990: subordinação ativa

e consentida à lógica do mercado. Educação e Sociedade. Campinas, v. 24, nº 82, p. 93-130, 2003.

KONDER, Leandro (2000). A construção da proposta pedagógica do SESC Rio. Rio de Janeiro: Editora

SENAC.

MANACORDA, Mario Alighiero. Marx e a pedagogia moderna. São Paulo: Cortez: Autores

Associados, 1991.

NÍVEIS e Modalidades da Educação Básica. Caderno V Conferência Estadual de Educação da

APP-Sindicato 2010. Avaliação das políticas educacionais - avanços e desafios: propostas dos

trabalhadores da educação para o próximo governo. Curitiba, 2010. Disponível em:

<http://www.appsindicato.org.br/ include/paginas/publicacoes.aspx>. Acesso em: 22 ago. 2010.

RAMOS, Marise Nogueira. A educação profissional pela pedagogia das competências: para além da

superfície dos documentos oficiais. Revista Educ. Soc., vol. 23, nº 80, p. 401-422, set. 2002. ISSN

0101-7330.