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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL ANÁLISE DO LAYOUT DE CANTEIROS DE OBRAS VISANDO O PROCESSO PRODUTIVO TRABALHO DE CONCLUSÃO DA GRADUAÇÃO Luis Fernando Crema Moro Santa Maria, RS, Brasil 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

ANÁLISE DO LAYOUT DE CANTEIROS DE OBRAS VISANDO O PROCESSO PRODUTIVO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DA GRADUAÇÃO

Luis Fernando Crema Moro

Santa Maria, RS, Brasil

2015

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ANÁLISE DO LAYOUT DE CANTEIROS DE OBRAS VISANDO O PROCESSO PRODUTIVO

Luis Fernando Crema Moro

Trabalho de conclusão do Curso de Graduação em engenharia Civil, Area de

construção civil, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como

requisito parcial para obtenção do titulo de Engenheiro civil.

Orientador: Rogério Cattelan Antocheves de Lima

Santa Maria, RS, Brasil 2015

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Universidade Federal de Santa Maria Centro de Tecnologia

Curso de Engenharia Civil

A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o trabalho de conclusão de curso

ANÁLISE DO LAYOUT DE CANTEIROS DE OBRAS VISANDO O

PROCESSO PRODUTIVO

elaborado por

Luis Fernando Crema Moro

Como requisito para obtenção do grau de Engenheiro civil

COMISSÃO EXAMINADORA:

______________________________

Rogério Cattelan Antocheves de Lima (Orientador)

______________________________ Juliana Pippi Antoniazzi (UFSM)

______________________________ Évelyn Paniz (UFSM)

Santa Maria, 10 de dezembro de 2015

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Dedico este trabalho ao meu pai Gomercindo e a minha mãe Leda, fonte de motivação e orgulho.

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RESUMO

A engenharia civil necessita melhorar fatores relacionados ao desperdício,

improvisações e planejamento dos seus processos produtivos, sendo que tal

melhora pode ser obtida através do dimensionamento adequado do layout do

canteiro de obras. Nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo analisar

três canteiros de obras através de um estudo de caso o qual buscará, através da

fundamentação, teórica definir acertos, erros e possíveis melhorias no layout dos

canteiros de obras estudados. O entendimento dos processos produtivos

relacionados ao local de trabalho da construção civil foram analisados sob a ótica da

logística, do terreno onde o empreendimento esta situado e do entendimento dos

espaços físicos que compõem o canteiro de obras. Concluiu-se que ambos os

canteiros de obras apresentaram problemas em pelo menos um quesito relacionado

ao transporte ou estocagem de materiais, problema este resultante da falta de

projeto de canteiro de obras.

Palavras-chave: Processo produtivo; Layout; Canteiro de obras

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Modelo gerencial de administração da produção. ........................... 10 Figura 2 - Componentes de um modelo logístico de gestão. .......................... 12

Figura 3 - Fluxograma de alguns processos de um edifício de 3000m² de área construída. ................................................................................................................. 14

Figura 4 - Fluxograma de serviços com ligações de sequência e de trajetória na obra do edifício. .................................................................................................... 14

Figura 5 - Possíveis disposições de instalações provisórias ........................... 20 Figura 6 - Alternativa de layout 2..................................................................... 20

Figura 7 - Alternativa de layout 1..................................................................... 20 Figura 8 - Proximidade relativa desejável entre elementos do canteiro. ......... 21

Figura 9 - Considerações geométricas quanto ao posicionamento da grua. ... 27 Figura 10 - Condições das vias de circulação. ................................................ 32

Figura 11 - Espaço mal utilizado no canteiro de obras.................................... 33 Figura 12 - Comparativo entre: a) layout atual e b) layout sugerido. ............... 34

Figura 13 - Localização do empreendimento B. .............................................. 35 Figura 14 - Entrega do aço realizada por caminhão de grandes dimensões. . 36

Figura 15 - Comparativo entre fluxogramas de processamento do aço. ......... 37 Figura 16 - Comparativo entre fluxogramas de processamento da limpeza dos

pavimentos. ............................................................................................................... 38 Figura 17 - a) Layout atual, b) layout sugerido. ............................................... 39

Figura 18 - Fachada do empreendimento C. ................................................... 40 Figura 19 - Descarga de blocos e argamassa utilizando a rampa de

recebimento de materiais. ......................................................................................... 41 Figura 20 - Sugestão para sistema de recolhimento de resíduos. .................. 42

Figura 21 - Processo atual de processamento do aço. ................................... 44 Figura 22- Processo sugerido de processamento do aço. .............................. 44 Figura 23 - Comparativo entre entrada de funcionários atual e sugerida. ....... 45

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 7

1.1 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA.............................................................................. 7 1.2 OBJETIVOS....................................................................................................... 8 1.3 METODOLOGIA ................................................................................................. 8 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................ 9

2 PROCESSOS PRODUTIVOS .......................................................................... 10

2.1 LOGÍSTICA NA CONSTRUÇÃO CIVIL ................................................................... 11 2.2 FLUXOS FÍSICOS ............................................................................................. 12 2.3 FLUXOGRAMA ................................................................................................. 13 2.4 FLUXO DE INFORMAÇÕES ................................................................................ 15

3 CANTEIRO DE OBRAS .................................................................................... 16

3.1 PROJETOS E IMPLEMENTAÇÃO ......................................................................... 16 3.1.1 Projeto do produto................................................................................. 17 3.1.2 Projeto do processo .............................................................................. 17 3.1.3 Projeto do canteiro ................................................................................ 18

3.2 LAYOUT ......................................................................................................... 19 3.3 TIPOS DE CANTEIRO DE OBRAS ........................................................................ 21 3.4 FASES DE ORGANIZAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRAS ............................................ 23

3.4.1 Processo inicial ..................................................................................... 24 3.4.2 Processo intermediário ......................................................................... 25 3.4.3 Processo final ....................................................................................... 26

3.5 COMPONENTES E DIRETRIZES DO ARRANJO FÍSICO DO LAYOUT ....... 26 4 ESTUDO DE CASO.......................................................................................... 31

4.1 OBRA A ......................................................................................................... 31 4.2 OBRA B ......................................................................................................... 34 4.3 OBRA C ......................................................................................................... 40

5 CONCLUSÃO ................................................................................................... 46

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 47

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Justificativa da pesquisa

Historicamente o homem busca produzir utensílios que o tornem notável, ou

que facilitem suas atividades, independente da área que atue. Foi assim com o

homem pré-histórico, o qual polia as pedras para as tonarem utensílios mais

eficazes.

Milhares de anos se passaram e, com isso, as atividades que o homem

domina cresceram e se tornaram complexas. Uma das áreas que se tornaram de

fundamental importância para o homem foi a construção civil. No Brasil, de 2007 até

2012, o PIB da construção civil cresceu mais que o PIB nacional.

Para tal feito, foi indispensável a criação de novas ferramentas e métodos que

aumentassem a produtividade. Em 1950, a Comunidade Econômica Europeia

apresentou a definição de produtividade, que pode ser entendida como o quociente

do material produzido pelo fator de produção, sendo assim, relacionado à eficiência

e ao tempo: quanto menor o tempo de produção, maior será a produtividade.

Sendo a construção civil uma das atividades que movimentam a economia

brasileira, aliada a crescente disputa imobiliária, onde o mercado ficou mais

competitivo, torna-se necessário a elaboração do projeto de canteiro de obras. Tal

projeto proporciona maior segurança para os colaboradores, menores desperdícios,

além de criar condições favoráveis para aumentar a produtividade das etapas

construtivas do empreendimento.

O canteiro de obras é indispensável para a construção civil, pois está presente

em toda e qualquer obra. Buscar seu entendimento e planejamento evita futuros

imprevistos ao decorrer evolutivo da obra, sendo sempre preferível entendê-lo e

dimensioná-lo ao mesmo tempo em que se faz o projeto da obra, evitando, de tal

forma, surpresas e decisões desacertadas com o decorrer da construção.

Para Souza (2000),

“O canteiro de obras é a fábrica cujo produto final é o edifício. Se é considerado uma fábrica, então o canteiro deve ser analisado sobre a ótica dos processos de produção do edifício e também como o espaço onde as pessoas envolvidas na produção estarão vivendo seu dia-a-dia de trabalho.”

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1.2 Objetivos

Objetivo Geral:

Realizar um estudo de caso em três canteiros de obras, perante diferentes

estágios construtivos, a fim de obter dados relativos à organização e a

transformação do espaço físico no decorrer da construção.

Objetivos específicos:

Realizar uma abordagem teórica sobre a organização do espaço em canteiro

de obras visando à produtividade;

Analisar e entender os diferentes fluxos de materiais e mão de obra ao longo

do empreendimento;

Fazer uma análise crítica sobre disposição dos canteiros de obras avaliados

com foco no aprimoramento dos processos produtivos

1.3 Metodologia

No seguinte trabalho será feito uma revisão bibliográfica referente a canteiro

de obras, analisando fatores importantes relacionados ao layout e ao processo

produtivo. Além disso, será feito um estudo de caso em três obras distintas, as quais

apresentam etapas construtivas em diferentes estágios e canteiros de obras com

características específicas. Tal análise permitirá identificar as mudanças que o

canteiro de obras sofre com o decorrer evolutivo da edificação e juntamente com a

fundamentação teórica permitirá indicar possíveis sugestões a fim de melhorar o

layout do canteiro.

Neste trabalho serão realizadas considerações a cerca de prédios de

múltiplos pavimentos em meio urbano, com sistema convencional de concreto

armado, sistema de vedação com blocos de concreto e revestimento argamassado e

pastilhado.

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1.4 Estrutura do trabalho

Este trabalho esta dividido em 5 capítulos, o presente capítulo apresenta a

introdução ao trabalho, na qual são apresentadas a justificativa, os objetivos, a

metodologia e a estrutura do trabalho.

No Capítulo 2 são apresentados conceitos básicos sobre processos

produtivos e a sua relação com o canteiro de obras sob a ótica da logística, a qual

engloba a analise dos fluxos físicos e de informações.

O Capítulo 3 é dedicado a descrição do canteiro de obras, abordando

definições sobre ele, projetos que o englobam, conceitos sobre o seu layout, as

diferentes etapas durante a evolução do empreendimento e algumas definições

sobre o seu arranjo físico.

No Capítulo 4 é descrito o que foi analisado durante o estudo de caso em 3

canteiros de obras distintos, ambos em etapas construtivas diferentes.

O Capítulo 5 é dedicado à conclusão do trabalho.

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2 PROCESSOS PRODUTIVOS

Qualquer atividade de produção transforma algo em bens ou serviços, e faz

isso através de um processo de transformação, podendo-se dizer que a produção

envolve um conjunto de recursos de input que sofrem transformação e se tornam

outputs, conforme Figura 1 (NIGUEL, 2006).

Figura 1 - Modelo gerencial de administração da produção.

Fonte: Niguel, 2006.

Na construção civil temos inputs de engenheiros, arquitetos, empreiteiros,

fornecedores e toda matéria prima necessária que juntos formam inputs, e o

processo de transformação resulta na construção do empreendimento, o qual se

denomina output. Dentro desta transformação global se enquadram uma ramificação

de pequenos processos produtivos, os quais serão, em parte, abordados no

seguinte trabalho.

Niguel (2006) comenta da necessidade de toda empresa apresentar uma

estratégia global que irá nortear o andamento de transformação do produto. Ele

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afirma que dentro da macro operação existe uma gama significativa de micro

operações, as quais necessitam desenvolver seus próprios planos para se

enquadrarem nas decisões do âmbito da macro operação total.

Segundo Vieira (2010), a logística pouco desenvolvida, juntamente com um

layout mal organizado são as principais causa de ineficiência produtiva em um

canteiro de obras. Assim sendo, serão abordados assuntos relacionados à logística

em canteiro de obras, para o melhor entendimento das diretrizes capazes de

aperfeiçoar o processo produtivo.

2.1 Logística na construção civil

Silva & Cardoso (1998) trazem o conceito de logística na construção civil

como:

“Processo multidisciplinar, aplicado a uma determinada obra, que visa garantir o abastecimento, armazenamento, o processamento e a disponibilização de recursos materiais nas frentes de trabalho, bem como o dimensionamento das equipes de produção e a gestão de fluxos físicos de produção. Tal processo se da através de atividades de planejamento, organização, direção de controle, tendo como principal suporte o fluxo de informações, sendo que estas atividades podem se passar tanto antes do inicio da execução cem si quanto ao longo dela”.

Pode-se dizer que com uma logística eficiente é possível aumentar a

produtividade pela integração de atividades que se apresentam isoladas, extraindo

do processo produtivo atividades que não agregam valor ao produto final (ARAUJO,

JESUS, REZENDE, 2013).

Santos (1995) recomenda para análise do arranjo físico a utilização de um

diagrama de fluxo, ou de um fluxograma, que consiste no desenho das linhas de

fluxo sobre a planta da obra, com vistas a identificar as circulações de materiais e

pessoas.

Silva e Cardozo (2000) introduzem novos conceitos relacionados a gestão da

logística de canteiros, são eles os “estudos de preparação” e o “projeto de canteiro”.

Os estudos de preparação dizem respeito ao período de dedicação a previsão

antecipada dos principais problemas que podem vir a ocorrer durante a obra, já o

projeto de canteiro será abordado de forma mais detalhada no subcapitulo 3.1.3.

Segundo Sossmeier (2013), quando estes novos conceitos relacionados a

logística eficiente são introduzidos no empreendimento, evita-se decisão unilaterais

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por parte das equipes de produção no momento da execução dos serviços e

também resolve os problemas de interface existentes. Podemos observar alguns

componentes da gestão de logística na Figura 2:

Figura 2 - Componentes de um modelo logístico de gestão.

Fonte: Silva&Cardoso, 2000.

2.2 Fluxos físicos

Para Alves (2000), fluxos físicos são entendidos como o planejamento e

análise referentes a tarefas de produção. O autor enfatiza a análise de dois tipos de

fluxos, de materiais e de mão de obra, sendo que o primeiro engloba o planejamento

da aquisição, alocação temporal e espacial, distribuição/movimentação de insumos

no canteiro além da sua utilização no posto de trabalho.

O segundo diz respeito a organização das equipes de trabalho dentro do

canteiro de obras. A designação de tarefas, a melhor sequência de execução de

processos, respeitando o princípio das boas técnicas e a capacidade produtiva de

cada equipe individualmente são exemplos de algumas análises referentes aos

fluxos de mão de obra.

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A respeito do fluxo de materiais podemos introduzir o conceito da logística de

suprimentos, que engloba uma série de atividades como a especificação de recursos

e planejamento de suprimentos, a emissão e transmissão de pedidos de aquisição, o

transporte dos recursos até a obra e seu recebimento e a manutenção dos

suprimentos no planejamento (ALVES 2000). Bussinger (2012, apud SOSSMEIER,

2013) defende que o transporte é um das atividades mais relevantes dentro do

contexto da logística.

A melhoria do sistema de movimentação, através da diminuição das

atividades, redução do transporte ocioso e maior velocidade das operações são

obtidas através da análise dos seguintes itens:

a) Mão-de-obra utilizada na movimentação;

b) Interrupções no trabalho para efetuarem-se movimentações;

c) Número de manuseios entre duas operações;

2.3 Fluxograma

O fluxograma consiste no processo da análise das atividades de inspeção,

armazenamento, processamento, transporte e espera. A partir de tal análise, podem-

se avaliar as diversas alternativas de transportes existentes, além de obter dados

das partes que se desejaria ter mais próximas entre si e assim escolher a com

melhor desempenho (SILVA E CARDOSO, 2000).

Quando utilizamos um fluxograma mostrando a sequência e a trajetória de

processos que ocorrem em uma torre de um edifício, conseguimos dar mais clareza

para o momento em que o material e a equipe que realizará tal processo produtivo

deverá ser mobilizado para dentro do canteiro de obras. Tal clareza proporciona

condições ideais para alocarmos espaço adequado no layout para estoques, áreas

de vivencias e de apoio a produção (ASSUMPÇÃO & LIMA, 1996).

Na Figura 3, podemos observar o fluxograma de determinados processos

produtivos de uma edificação o qual auxilia no momento de tomar decisões

referentes a transporte e estoque. Na Figura 4 se tem a inter-relação dos processos

produtivos, e desta forma torna possível o entendimento sequencial dos processos.

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Figura 3 - Fluxograma de alguns processos de um edifício de 3000m² de área

construída.

Figura 4 - Fluxograma de serviços com ligações de sequência e de trajetória

na obra do edifício.

Fonte: Assumpsão&Lima, 1996.

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2.4 Fluxo de informações

Qualquer empreendimento produz uma gama significativa de informações

durante o processo produtivo e uma grande parcela destes acaba não sendo

formalizada em projetos ou reuniões (SOSSMEIER, 2013). Silva e Cardoso (1998)

relatam que o fluxo de informações antes, e durante o processo produtivo, como

sendo o principal suporte das atividades de planejamento, organização, direção e

controle, compreendidas na logística.

Sales, Neto e Francelino (2003, apud SOSSMEIER, 2013) também comentam

que tais fluxos permitem abastecer a produção com materiais, especificações e

projetos no momento certo, formando desta maneira um ciclo continuo para a

empresa buscar suas metas e objetivos.

Silva e Cardoso (2000) citam a existência de dois diferentes tipos de

informações:

“ a) De apoio a operações - que são redes de procedimentos rotineiros para o processamento de transações correntes. Numa empresa construtora, cumprem esta função, entre outros: os projetos do produto e da produção, o conjunto dos procedimentos operacionais, os pedidos de compra, os documentos e mecanismos de controle de produção.

b) De apoio a decisões - que existem especificamente para auxiliar os processos decisórios. Fazem parte desse sistema: os relatórios de produtividade, os relatórios do acompanhamento físico-financeiro de obras, a avaliação de fornecedores de serviços e materiais, etc.”

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3 CANTEIRO DE OBRAS

Segundo a ABNT NBR 12284:1991, o canteiro de obras é o conjunto de

“áreas destinadas a execução e apoio dos trabalhos da indústria da construção,

dividindo-se em áreas operacionais e áreas de vivência”. De acordo com

Frankenfeld (1990), a definição do arranjo físico de trabalhadores, materiais,

equipamentos, áreas de trabalho e de estocagem são aspectos referentes ao

planejamento do layout do canteiro.

Saurin (1997) afirma que a idealização do layout e da logística das instalações

provisórias, instalações de movimentação e armazenamento de materiais e

instalações de segurança são aspectos do planejamento do canteiro de obras.

Também ressalta a importância do planejamento da obra ser feito antecipadamente

ao inicio da mesma, obedecendo a uma abordagem sistemática, a fim de integrá-lo

ao planejamento e programação global das construções.

Para Oliveira & Serra (2006), ao projetar o canteiro deve-se obter a melhor

organização de cada elemento, levando-se em consideração os diferentes aspectos

que o mesmo apresenta em função dos materiais, equipamentos, instrumentos,

trabalhadores e da própria fase em que se encontra a obra no decorrer de seu

desenvolvimento, resultando em aperfeiçoamento de tempo e espaço.

Na visão de Ferreira (1998), implementar ferramentas que acrescentem

qualidade e produtividade; e incorporar inovações tecnológicas são tópicos

fundamentais para modernizar o setor da construção. Essa e outras citações

mostram o quanto é importante buscar melhorias na construção civil, sejam elas de

fator organizacional ou por meio de novas tecnologias.

3.1 Projetos e implementação

Na ótica de Mitchel (2011, apud ARROTEIA , AMARAL & MELHADO , 2014) a

indústria da construção se comporta de forma fragmentada devido a organização de

etapas isoladas, nas quais os processos de projeto e execução são desenvolvidos

separadamente por diferentes agentes, com suas responsabilidades, objetivos e

metas em prazos diferentes.

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Na medida em que analisamos o canteiro de obras, podemos comentar sobre

etapas de projeto associadas ao mesmo. Franco e Agopyan (1995, apud OLIVEIRA,

sd) considera que os projetos devem ter um grau de precisão em detalhes muito

grande, pois quando isso não ocorre aparecem muitas variáveis incontroláveis as

quais serão mal resolvidas durante a execução dos serviços.

“Cabe à distinção de dois conceitos para projeto. Um conceito

estático, referente a projeto como produto, constituído por elementos gráficos e descritivos. E outro conceito, dinâmico, que confere ao projeto um sentido de processo, através do qual as soluções são elaboradas e compatibilizadas. Segundo estes conceitos, o projeto assume um caráter tecnológico e outro gerencial (NOVAES, sd, pág. 2).”

3.1.1 Projeto do produto

Oliveira (2001) afirma que este projeto deve esclarecer o design e as

características físicas do produto, tendo como objetivo a implementação de

inovações tecnológicas e a garantia das características de qualidade, e desta forma

trazer melhorias relacionados ao custo, tempo de construção e uso do produto.

Maetucci (1990, apud NOVAES & FRANCO, 1997), complementa dizendo que

o projeto do produto deve atender aos requisitos, condições e parâmetros dado

pelas características regionais e pala capacidade tecnológica instalada, além de

atender aos requisitos funcionas e ambientais e aos requisitos da racionalização do

produto quando á sua produção.

Para um edifício residencial, tal projeto consiste na planta baixa da edificação,

qual o tipo de fundação, qual o tipo de estrutura, qual o sistema de vedação, etc...

3.1.2 Projeto do processo

Significa definir como cada etapa construtiva da edificação será executada,

podendo desta forma ser chamado de projeto de produção (SOUZA, 2000). Novaes

(sd) complementa que o projeto para a produção deve ter enfoque no aumento da

produtividade, na organização do trabalho e no controle da qualidade.

Segundo Melhado (1994), o projeto de produção é:

“...um conjunto de elementos de projetos elaborados de forma simultânea ao detalhamento do projeto executivo, para utilização no âmbito

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das atividades de produção em obra, contendo as definições de disposição e sequência de atividades de obra e frentes de serviço; uso de equipamentos; arranjo e evolução do canteiro de obras; dentro outros recursos vinculados ás características e recursos próprios da empresa construtora.”

Ferreira & Franco (1998) mencionam que para alcançar as referencias e

diretrizes para a definição do processo construtivos e para a evolução do projeto de

produção integrada ao processo de produto, deve-se discutir sobre métodos e

processos dos sistemas construtivos, juntamente com principio da industrialização e

racionalização.

3.1.3 Projeto do canteiro

Ferreira & Franco (1998), definem que o projeto canteiro de obras é:

“o serviço integrante do processo de construção, responsável pela definição do tamanho, forma e localização das áreas de trabalho, fixas e temporárias, e das vias de circulação, necessárias ao desenvolvimento doas operações de apoio e execução, durante cada fase da obra, de forma integrada e evolutiva, de acordo com o projeto de produção do empreendimento, oferecendo condições de segurança, saúde e motivação aos trabalhadores e, execução racionalizada dos serviços.”

Oliveira (2001) ressalta ainda que a definição das fases do canteiro de obras

deve ser feita com base nos seguintes itens:

a) o anteprojetos arquitetônico;

b) metas;

c) requisitos e diretrizes;

d) condicionantes da produção;

e) processo construtivo;

f) plano de ataque;

g) Cronograma de materiais e mão de obra;

h) principais marcos existentes que impliquem em alterações substanciais no

layout.

Outro aspecto levantado por Oliveira (2001) diz respeito ao desempenho

deste projeto, que está diretamente relacionado aos projetos de produto e produção.

O fluxo de informações entre estas três etapas deve ser de qualidade, buscando

sempre a precisão, volume e velocidade. Essas informações irão nortear o fluxo dos

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processos construtivos e os cronogramas de mão de obra e materiais, fundamentais

para desenvolver uma logística de canteiro de obras eficiente.

Silva e Cardoso (2000) notam que o planejamento dos espaços físicos não se

restringe em produzir plantas onde cada elemento deve ficar no canteiro de obras,

ele deve determinar sequências das atividades, procurar resolver conflitos

existentes, modificando o que for necessário para garantir andamento aos serviços.

3.2 Layout

Por definição layout significa ‘’disposição’’ ou ‘’plano’’, é utilizada em vários

setores industriais ou de serviços e quando introduzida no ramo da construção civil ,

tem a finalidade de melhorar a acessibilidade (facilitação do fluxo), localização dos

suprimentos e mantenimento da qualidade dos processos produtivos.

Frankenfeld (1990) define que layout é toda disposição física de homens,

materiais, equipamentos, áreas de trabalho e de estocagem, representando desta

forma a disposição racional das diferentes tarefas da construção.

Krajewski & Ritzman (1993, apud SAURIN 1997) ressaltam fatores

importantes na tomada de decisões referentes ao arranjo físico de um local, pois tal

arranjo é formado por centros de atividades. Estes centros podem ser um estoque,

uma máquina, um grupo de pessoas, uma escada ou até mesmo um relógio ponto.

Segundo o autor, alguns questionamentos devem ser feitos referentes a tais centros:

Quais centros o layout deve incluir?

Quando esta pergunta é introduzida em canteiro de obras, tais centros são:

local para armazenar material, instalações provisórias, atividades de produção (aço

formas, argamassa).

Qual espaço necessário para cada centro?

Esta se referindo ao mínimo necessário para assegurar capacidade produtiva

em ralação a tal centro de atividade.

Como o espaço de cada centro deve ser definido?

Dentro de um centro, podemos ter diferentes disponibilidades relacionadas ao

posicionamento de objetos, estruturas e materiais que o compõem (SAURIN, 1997).

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Na Figura 5 podemos observar dois arranjos possíveis das instalações

provisórias. Com exceção da portaria a disposição entre os diferentes pontos de

apoio á produção foram alterados de lugar.

Figura 5 - Possíveis disposições de instalações provisórias

Fonte: Saurin, 1997.

Onde cada centro deve ser locado?

Tal questionamento deve ser bem analisado visando à interdependência de

certos centros. Podemos observar nas Figuras 6 e 7 a seguinte hipótese, se o centro

“A” apresenta relações diretas com o centro “B” e “E”, sua disposição está mais bem

projetada na segunda alternativa de layout, pois a distância entre eles é menor

(SAURIN, 1997).

Souza (2000) enfatiza a necessidade de criar uma tabela de dupla entrada,

para aprimorar a analise da inter-relação entre os elementos do canteiro, como

podemos melhor entender através da Figura 8.

Figura 7 - Alternativa de layout 1

Figura 6 - Alternativa de layout 2

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Figura 8 - Proximidade relativa desejável entre elementos do canteiro. Fonte: Boletim técnico do departamento de engenharia da construção civil da EPUSP –

BT177, apud Souza, 2000.

Quando o layout do canteiro é projetado de maneira correta, podemos

observar as seguintes vantagens:

a) Permite um fluxo de serviços e materiais de forma contínua;

b) Reduz transportes e movimentos, melhorando processos;

c) Reduz perdas e desperdícios de insumos;

d) Integra todos os elementos da obra;

e) Melhora e facilita as condições de trabalho;

f) Aumenta a produtividade;

g) Reduz o nível de cansaço dos trabalhadores;

h) Permite flexibilidade para atender as mudanças que possam ocorrer ao longo

da obra.

3.3 Tipos de canteiro de obras

O fato de a construção civil ter um ambiente de disposição para implantação

do canteiro de obras diferente a cada empreendimento dificultam as coisas, pois

cada projeto é caracterizado por diferentes métodos construtivos, diferentes

disponibilidades de área e condições específicas do terreno.

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Como descrito por Illingworth (1993 apud SAURIN & FORMOSO, 2006), os

canteiros de obra podem ser enquadrados dentro de um dos três seguintes tipos:

restritos, amplos e longos e estreitos:

a) Restritos: Apresentam alto índice de ocupação do terreno, além de possuir

acesso restrito. Estes tipos de terrenos são facilmente encontrados em áreas

centrais da cidade, onde o entorno do empreendimento a ser construído já

está ocupado. Tal região apresenta elevado custo de aquisição do terreno o

que resultam na máxima utilização do mesmo, visando potencializar sua

rentabilidade.

b) Amplos: A construção ocupa uma parcela relativamente pequena do terreno,

tornando fácil o acesso de veículos e pessoas, além de proporcionar amplos

ambientes de armazenamento de material. Costumam ser encontrados em

grandes construções, como barragens ou usinas hidroelétricas e em outras

obras tal como conjuntos habitacionais horizontais e em plantas industriais.

c) Longos e estreitos: São restritos em apenas um das extremidades, com difícil

acesso devido ao numero reduzido de entradas. Ex: trabalhos em estradas de

ferro ou rodagem e em alguns casos de edificações em zonas urbanas.

Illingworth (1993, apud SAURIN & FORMOSO, 2006) ressalta que os terrenos

restritos devem ser planejados com mais atenção, pois geralmente são neles que

acabam surgindo problemas referentes á logísticas e transporte de materiais. O

autor destaca ainda regras que ajudam o plano de ataque ao terreno.

a) Sempre atacar primeiro a fronteira mais difícil: na visão de Saurin & Formoso

(2006), tal método deve ser seguido tendo em vista que se a construção

começar por outro ponto que não seja este, o acesso á tal fronteira será

obstruída pelo serviço já realizado. Muros de arrimo, vegetação de grande

porte e desnível acentuados são exemplos de situações em que se deve

antecipar a execução dos serviços.

b) Criar espaços utilizáveis no nível do térreo tão cedo quanto possível: Saurin &

Formoso (2006) ressaltam que esta segunda regra vale para

empreendimentos onde o espaço ao entorno do subsolo ou do térreo são

muito restritos, impossibilitando que o primeiro layout seja o definitivo. Desta

maneira deve-se buscar concluir o mais rápido possível tal fase da construção

para que seja possível criar espaços de vivência, de armazenamento e de

transporte adequados.

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Souza (2000) também comenta sobre alguns métodos para vencer a falta de

espaço dentro de um canteiro restrito, podendo ser através das seguintes soluções:

a) Aluguel de residência ou área vizinha servindo de escritório, estande de

vendas ou alojamento;

b) Aluguel de um terreno vizinho para depósito de materiais, locação das

instalações provisórias e centrais de produção;

c) A empresa ter um canteiro de obras central que auxilie nas diversas obras

que possui, desta forma servindo como deposito de materiais e auxiliando em

processamentos intermediários de materiais.

3.4 Fases de organização do canteiro de obras

“Os processos construtivos desenvolvem-se segundo etapas, as quais ocorrem um conjunto de agentes, que se relacionam e se influenciam nos momentos de decisão. As etapas, por sua vez, apresentam resultados específicos, podendo cada qual compor-se de fases ou rotinas próprias, com a presença de agentes ou grupos de agentes mais diretamente envolvidos. Isto significa o reconhecimento da existência de uma estreita vinculação entre a execução das obras e as etapas e fases que precedem e que a sucedem (NOVAES & FRANCO, 1997).”

Ao longo do empreendimento os fatores que devem ser observados para

melhor adequar o layout do canteiro acabam variando, pois cada etapa construtiva

requer materiais, e métodos produtivos específicos. De acordo com Ferreira&Franco

(1998):

“A definição das fases deverá ser feita de acordo com o anteprojeto arquitetônico, as metas, os requisitos e diretrizes, os condicionantes da produção, o processo construtivo, o plano de ataque, os cronogramas de materiais e mão de obra, e em função dos principais marcos existente, que impliquem em alterações substantivas na alocação de espaço do canteiro devido ao inicio de novos serviços, alterações nos processos de produção, chegada ou utilização de novos materiais e equipamentos, implantação de novas instalações, ou á necessidade de liberação de espaços para novas frentes de serviço entre outros.”

Oliveira (2001) salienta que alguns itens são considerados marcos

importantes ao decorrer da obra, pois representam grades mudanças de layout, de

planejamento da execução, nos cronogramas de materiais, equipamentos e

desembolso financeiro. Estes itens são:

a) Liberação da primeira laje;

b) Execução da pavimentação da periferia;

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c) Instalação da grua;

d) Instalação de elevadores de carga e pessoal;

e) Inicio do serviço de alvenaria;

f) Inicio dos serviços de revestimento;

g) Retirada da grua após a conclusão da alvenaria;

h) Instalação dos elevadores permanentes, retirada dos elevadores da obra;

i) Termino da obra molhada (serviços com argamassa).

3.4.1 Processo inicial

Segundo Saurin (1997), o processo inicial da construção é caracterizado pela

entrada dos funcionários no terreno até a desforma da laje do térreo. Tal fase do

empreendimento requer condições para que se executem as escavações; sistemas

de contenções; realização das fundações, sistemas de drenagem; vigas baldrame, e

concretagem da laje.

Durante a fase inicial da construção, o número de funcionários geralmente é

reduzido, poucos processos são realizados. O principal objetivo é encontrar espaço

suficiente para a fabricação das armaduras e formas, para as instalações provisórias

que atendam as necessidades dos funcionários, e definir um local para recebimento

de material que não interfira no andamento da obra (SOUZA, 2000).

Souza (2000) menciona algumas técnicas quando não há espaço para

dimensionar as áreas de apoio devido à inexistência de recuo do subsolo em relação

ao alinhamento do terreno:

a) Fazer as escavações ou fundações em duas etapas, pois desta maneira

há a possibilidade de locar as instalações provisórias na parte ociosa do

terreno. Os serviços não realizados serão executados mais tarde, quando

houver espaço para o deslocamento de tais instalações.

b) Utilizar a parte interna da escavação, utilizando container como

instalações provisórias, pois desta maneira podem ser deslocados

facilmente.

c) Construir uma plataforma em balanço, a partir do alinhamento e apoiadas

na própria contenção, para apoio de elementos do canteiro, etc.

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Após desformar a laje do térreo, as instalações de suporte a produção como a

central de formas e a central de armaduras devem ser transferidas para dentro da

edificação. Tal mudança só deverá ser realizada se trazer benefícios quanto à

produtividade, ou seja, desobstruções de vias, menores distâncias a serem

percorridas, amplificação do espaço de trabalho no qual será possível dedicar mais

funcionários para realizarem tarefas produtivas.

3.4.2 Processo intermediário

A próxima etapa é a fase da superestrutura, a qual engloba o levantamento

da estrutura em geral, ou seja, pilares, vigas, lajes e alvenaria de vedação. O

número de funcionários pode aumentar, desta forma é importante verificar se as

instalações provisórias continuam dando condições de conforto para os funcionários.

Souza (2000) considera que esta nova etapa construtiva requer alguns

cuidados referentes a logística e ao transporte de materiais. Referente ao primeiro

item citado cabe ressaltar que começam a serem entregues mais materiais na obra,

como por exemplo, o aço, os blocos de concreto, a argamassa para assentamento,

etc..., desta forma torna necessário saber onde será depositado cada material.

O autor ainda firma que após o posicionamento dos estoques devidamente

solucionados surge outro fator a ser resolvido, o transporte destes insumos. A

medida que a obra vai ganhando altura, não tem alternativa se não utilizar elevador

de carga, um guincho e até mesmo uma grua para tornar o processo produtivo mais

eficiente sem que ocorra processo ocioso de mão de obra devido á falta de

materiais.

Saber a melhor disposição destes equipamentos é fundamental na

produtividade, pois irá acompanhar a obra até o processo final da mesma. Quando

utilizada de forma inadequada representara ineficiência no transporte de material,

que pode ser pequena analisando um processo isolado, no entanto após inúmeras

operações podem resultar em numerosas horas de perda de potencial produtivo.

Este dimensionamento deve ser feito com muito cuidado, pois depois que o

elevador for instalado torna-se inviável sua alteração. Segundo Saurin (1997), a

análise do local adequado para o elevador deve ser uma das primeiras etapas da

análise do layout, tendo em vista os seus inter-relacionamentos e a consequente

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influência que tal equipamento exerce em relação a disposição das outras

instalações do canteiro.

3.4.3 Processo final

Quando a parte de acabamento do edifício começa a ser executada, dá-se

inicio a terceira fase de construção, a qual engloba todos os processos restantes

para a conclusão da mesma. Instalações hidráulicas, elétricas, reboco, contra piso,

revestimento interno e externo, colocação de esquadrias, pintura são exemplos de

algumas etapas de acabamento entre inúmeras outras presentes em obra (SAURIN,

1997).

Nesta ocasião, o layout do canteiro poderá sofrer modificações se não fora

dimensionado, na segunda etapa, prevendo o acréscimo de processos produtivos

simultâneos que a terceira fase necessita. Tais fluxos requerem maiores

quantidades de materiais e de mão de obra para serem executados, desta maneira

as áreas de vivência, as áreas de apoio a produção e a disposição do estoque

preestabelecido anteriormente devem ser analisados visando às novas necessidade.

3.5 COMPONENTES E DIRETRIZES DO ARRANJO FÍSICO DO LAYOUT

a) Transporte vertical

Para Souza (2000), quando analisamos o sistema de transporte, deve-se

atentar para escolher opções que consigam suprir a demanda necessária da obra e

que condizem com a tecnologia construtiva adotada.

O autor exemplifica tomando como exemplo a inviabilidade de se escolher um

elevado de carga para transportar uma viga pré-moldada até seu posicionamento

final. Assim como dimensionar a capacidade de transporte de materiais, sem

analisar o pico de processos da obra.

Saurin & Formoso (2006) comentam a cerca da localização do elevador, o

qual deve estar próximo dos centros de argamassas; interferir no mínimo de serviços

possíveis durante a execução da obra, estar o mais próximo possível do centro

geométrico do pavimento tipo; ter uma peça de acesso ampla que permita o fácil

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acesso; ser o mais próximo possível da fachada da estrutura; evitar proximidade

com redes elétricas energizadas.

Para determinados empreendimentos, faz-se necessário à utilização de uma

grua para suprir as necessidades de transporte. Como exemplificado através da

Figura 9, Souza (2000) afirma que a lança de tal equipamento deve estar afastada

das edificações vizinhas para que não se aproxime muito dos mesmos, assim como

estar suficientemente próximo dos pontos de carregamento e descarregamento dos

insumos.

O autor reforça a necessidade de estudar o método de fixação da grua na

estrutura, podendo ser disposta em aberturas preexistentes ou fazendo furos na laje,

sempre levando em conta a posição mais adequada para realizar suas fundações e

a facilidade de mobilizar/desmobilizar o equipamento.

Figura 9 - Considerações geométricas quanto ao posicionamento da grua.

Fonte: Boletim técnico do departamento de engenharia da construção civil da EPUSP –

BT177, apud Souza, 2000.

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b) Estoque

Saurin (1997) menciona que o subsolo é o local mais adequado para

organizar o estoque, pois mantem o térreo exclusivamente para áreas de vivência,

favorecendo a limpeza e manutenção nas áreas de clientes e visitantes.

Considerando a dificuldade de descarregar o material no subsolo, o autor

sugere duas alternativas possíveis, são elas: prever um furo na laje do subsolo ou

uma abertura na parede deste pavimento, fechado tais abertura quando o final da

obra se aproximar.

Existem materiais que devido a sua forma ou grande volume dificultam o

armazenamento e transporte, tendo em vista tais dificuldades, recomenda-se que o

material seja entregue diretamente no local de uso, através de pallets, carrinhos

porta pallets e gruas por exemplo (SAURIN & FORMOSO, 2006).

Para um melhor aproveitamento e organização do estoque, devemos

introduzir o método Just in time que consiste em ter estoque suficiente apenas para

processos construtivos presentes ou na iminência de iniciar (SAURIN, 1997). Com a

redução dos estoques deve-se ter um controle de materiais preciso, além de

conhecer melhor seus fornecedores para que não acorram atrasos de entrega de

material, resultando em processo ocioso por parte dos funcionários.

c) Áreas de vivência

De acordo com a ABNT 12284:1991, as áreas de vivência (refeitórios,

vestiário, área de lazer, alojamento e banheiros) são áreas destinadas a suprir as

necessidades básicas humanas de alimentação, higiene pessoal, descanso, lazer

convivência e ambulatoriais, devendo ficar fisicamente separadas das áreas

operacionais. A norma ressalta ainda que tais áreas não podem ser locadas no

subsolo ou porões por questões de higiene e insalubridade.

Deve-se tentar coincidir as instalações definitivas do térreo para locar as

instalações provisórias e desta forma evitar o adiamento de tais serviços. Usar as

divisórias de alvenaria e os locais dos banheiros permanentes são exemplos desta

técnica (SAURIN, 1997).

d) Áreas de apoio

Saurin & Formoso (2006), salientam que as áreas de apoio (almoxarifado,

escritório, guarita ou portaria e plantão de vendas) tem a função de dar condições á

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produção e apresentam funcionamento diferentes das áreas de vivencia, enquanto

estas apresentam picos de utilização durante o dia, aquelas abrigam funcionários

durante maior parte ou todo o período de trabalho.

O autor enfatiza questões relacionadas ao almoxarifado, o qual deve estar

próximo do escritório, da descarga de caminhões e do elevador de carga. Este

ambiente deve apresentar dimensões adequadas para a necessidade de estoque,

sendo comum sofrer modificações de tamanho ao decorrer da construção.

Saurin (1997) ressalta dois pontos importantes no canteiro de obras,

principalmente quando é montado um plantão de vendas junto ao mesmo, tal fato

acaba atraindo possíveis investidores para entrar e olhar o interior da obra. Desta

forma dois quesitos são fundamentais nas áreas de circulação: a segurança e a

limpeza, fatores estes que podem cativar o cliente.

e) Área de depósito de entulho

Todo canteiro de obras deve ter um local para descarte de entulho, sendo

relevante salientar procedimentos adequados para seu transporte e

armazenamento. Pode-se transportá-lo por meio da grua, guincho ou tubos-

coletores, sendo preferível utilizar a última opção devido ao fluxo de processos ser

menor. O armazenamento de resíduos pode ser em baias ou em tele entulhos,

salientando a necessidade de situar-se em local de fácil acesso por parte dos

caminhões, (SAURIN & FORMOSO, 2006).

f) Central de forma e aço

Saurin (1997) nota que o espaço necessário para tais centrais é relativamente

grande, sendo fundamental salientar a importância delas se localizarem próximos à

descarga do aço e da madeira, dado a grande dimensão destes materiais. Deve-se

observar que a central de formas existe por um tempo breve, podendo dar lugar a

outra instalação após sua desativação, pois as formas do pavimento são

reaproveitadas e passam de andar para andar de acordo com a necessidade.

Deve-se observar se o aço utilizado na estrutura será dobrado no canteiro de

obras ou se será comprado recortado e dobrado. Tais mudanças alteram a

necessidade de espaço da central de armaduras. Embora a central possa ser menor

quando a aço é recebido pronto para a montagem, há necessidade de melhor

organização do estoque deste material, pois tal atitude evitará desperdício de tempo

na busca pelo material exato que já vem etiquetado da indústria.

g) Acesso para veículos

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Saurin & Formoso (2006) comentam que o acesso de veículos deve ser

analisado junto com o layout do estoque dos materiais, para garantir a facilidade da

entrega da mercadoria, evitando o remanuseio destes. Outro aspecto levantado pelo

autor é quando o terreno esta localizado em esquina, deve-se escolher a rua de

menor fluxo para a localização do portão e desta forma evitar possíveis transtornos

no trânsito.

Devemos considerar restrições quanto à inclinação e a presença de árvores

no terreno, que possam dificultar a entrada de veículos, além o ter conhecimento da

dimensão dos veículos para que o canteiro ofereça condições destes manobrarem.

O autor complementa afirmando que a obra pode possuir quantos portões forem

necessários para garantir a descarga dos materiais.

h) Acesso para pessoas e vias de circulação interna

A entrada de funcionários e visitantes deve ser preferencialmente coberta,

separada do acesso de veículos e delimitada lateralmente tendo seu final próximo ás

áreas de vivencia, escritório e escada. Com essas medidas busca-se segurança,

menor fluxo de pessoas por áreas de movimentação de veículos e materiais além de

reduzir a incerteza relacionada ao direcionamento ao entrar no canteiro de obras por

parte de quem não conhece o empreendimento (SAURIN & FORMOSO, 2006).

Para Saurin & Formoso (2006), as vias de circulação devem explicitadas no

planejamento do layout através das linhas de fluxo, além disso devem ser bem

analisadas e demarcadas a fim de evitar possíveis interferências com os depósitos

de materiais ou com fluxos de processos. Estas vias devem ser pavimentadas para

poderem dar condições de locomover equipamentos como pallets e carrinhos de

mão.

Rad (1983, apud SAURIN, 1997) menciona a importância de separar a

entrada de funcionários da entrada de veículos e materiais, tornando ambos

ambientes mais seguros e com menos interferências.

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4 ESTUDO DE CASO

Buscando satisfazer os objetivos da pesquisa, adotaram-se três obras e seus

respectivos canteiros de obras de prédios residenciais localizados em Santa Maira,

RS. Ambos os edifícios são formados por sistemas de condomínio, os quais

contratam a mesma empresa para gerir e administrar as suas construções.

O processo de observação e analise dos resultados começou na primeira

semana de setembro e se estendeu até o dia 02 de novembro. Durante o período

analisado, ambas as obras apresentaram produtividade constante, sem qualquer

tipo de restrições produtivas. Tal análise foi feita no âmbito da execução de serviços,

sem qualquer vínculo com o departamento de projetos. Foi relatado que ambos os

empreendimentos não apresentavam projeto de canteiro de obra, sendo que a

implementação dos mesmo acontecia com base no conhecimento do engenheiro ao

longo da evolução da construção.

O processo de interpretação, através de observação e entrevistas com

responsáveis técnicos, tendo como base a pesquisa bibliográfica, buscou analisar

fatores positivos e negativos da logística e no layout dos canteiros.

4.1 Obra A

A obra A possui 2920 m² construídos, formado por um subsolo e um

pavimento térreo, destinado a estacionamentos, e sete pavimentos tipo de moradias.

A mão de obra era formada por nove funcionários, sendo subcontratados ou com

vínculos direto ao condomínio.

Durante o processo exploratório, a obra estava no primeiro estágio

construtivo, desta forma foi possível acompanhar todo processo das fundações,

concretagem do piso do subsolo e concretagem do pavimento térreo.

O terreno é localizado em esquina, sendo possível dimensionar diferentes

locais para efetuar a entrada de materiais e pessoas. Embora sua taxa de ocupação

esteja próximo dos 50%, fatores relacionados a declividade do terreno e à divisa do

terreno tornam o canteiro de obras restrito.

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As informações a cerca do processo de escavações foram obtidos através de

entrevista com o mestre de obras, o qual relatou da estratégia de escavar apenas

onde estavam previstas as delimitações laterais de alvenaria do subsolo. Desta

forma foi possível manter uma faixa de 120m² no mesmo nível de uma das ruas,

resultando na implantação de um depósito de materiais e das instalações provisórias

(sala do mestre de obras, almoxarifado, refeitório e banheiro) no local.

As vias de circulação, durante o processo de preparação da laje do térreo,

não estavam em condições favoráveis para o trafego de materiais e pessoa. Pode-

se observar que tal fato ocorreu por falta de planejamento em demarcar as vias de

circulação, além da ocupação do layout do canteiro de obras estar sendo mal

utilizada conforme retratado pela Figura 10.

Figura 10 - Condições das vias de circulação.

Foi possível notar que o espaço do layout, especifico para armazenar

materiais, fora mal dividido dentro do layout do canteiro de obra, sendo

sobrecarregado em alguns pontos e mal aproveitado em outros. Na Figura 11 pode-

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se observar uma área de 30 m² que teria capacidade de abrigar materiais, se fora

previsto o aterramento do local pelo projeto.

Figura 11 - Espaço mal utilizado no canteiro de obras.

Por meio de entrevista, o mestre de obras relatou que se depositado solo

sobre o buraco sem que a parede de alvenaria estivesse devidamente fixada na viga

superior, o empuxo lateral de terra poderia ocasionar no rompimento deste muro de

contenção. Seria possível acabar com tais incertezas se o projeto de implementação

do canteiro de obras previsse a necessidade de tal área, fazendo, desta forma, o

aterro do local sem a necessidade de esperar a viga do pavimento térreo ser

executada.

A obra apresenta condições de abrigar mais que um portão de entrada, além

de uma melhor distribuição de materiais pelo layout do canteiro, como se pode

observar na Figura 12, onde foi realizado um comparativo com possíveis melhorias:

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Figura 12 - Comparativo entre: a) layout atual e b) layout sugerido.

As melhorias demonstradas acima buscaram aproveitar melhor a capacidade

do terreno, além de organizar o layout dos estoques para ficarem próximos dos seus

centros produtivos. No local que anteriormente era uma vala, locaram-se os blocos

de concreto e as escoras metálicas, as quais estavam sendo pouco utilizadas.

Criou-se um espaço adequado para o trânsito de pessoas e carrinhos de mão

dentro do canteiro, além de alocar o estoque de madeira e de painéis o mais

próximo possível da central de formas. Além destas melhorias, foram implantados

dois novos portões, com a finalidade de reduzir a distância percorrida da entrega de

matérias dentro do canteiro de obras.

4.2 Obra B

A obra B apresenta área total construída de 4396,41 m², formada por subsolo,

pavimento térreo, primeiro pavimento, doze pavimentos tipo e cobertura. O

empreendimento encontra-se na segunda etapa construtiva, ou seja, estão sendo

executados apenas serviços referentes à estrutura de concreto armado e

assentamento de alvenaria de vedação.

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O terreno do empreendimento está localizado em uma rua sem saída, fator o

qual gerou resistência por parte da vizinhança quanto à circulação de veículos no

local. Tal transtorno foi levado em conta pelo engenheiro responsável, tratando

assim de alugar o terreno adjacente á obra e desta maneira conseguir transferir toda

movimentação de pessoas, veículos e materiais para outra rua. Através da Figura 13

podemos ter o melhor entendimento da localização do terreno do empreendimento.

Figura 13 - Localização do empreendimento B.

Com a obtenção do terreno de apoio a produção, o canteiro de obras passou

de restrito para amplo, tornando o local com mais possibilidades para implantar os

estoques de materiais, as áreas de apoio à produção e as áreas de vivência. No

entanto, como o espaço do canteiro aumentou o cuidado com as distâncias de

transporte dos materiais deve ser redobrada, a fim de evitar possíveis perdas

produtivas ocasionadas pelo transporte excessivo de cargas.

Durante a segunda etapa construtiva, foi possível perceber três elementos

principais que apresentam rotatividade no estoque: os blocos, o aço e a argamassa

para assentamento.

A entrega de blocos era realizada com auxÍlio de um caminhão munck, o qual

tinha capacidade de içar os pallets de blocos para o primeiro pavimento onde estes

eram estocados até serem requisitados pela frente de serviço. Tal medida fora

acertada por parte do engenheiro, afinal liberou espaço no andar térreo para abrigar

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a central de montagem das armaduras. Cabe ressaltar a importância de instruir de

forma adequada os funcionários responsáveis pelo transporte e estoque de blocos

no que diz respeito à distribuição de cargas sobre a laje, evitando assim possíveis

danos a estrutura.

O aço era entregue cortado, dobrado e pronto para montagem, fator que

necessitava de uma organização detalhada das barras de aço para reduzir o tempo

de busca no momento da montagem. Tal ordenação não era obtida no canteiro de

obras o que resultava em tempo ocioso por parte dos funcionários, causado pela

procura do material específico.

O processo de descarga do aço era realizado ora na calçada, ora dentro do

terreno de apoio, tendo esta inconstância devido ao tamanho do caminhão que

realizava a entrega do material. O acesso para o terreno apresenta uma inclinação

considerável, base não pavimentada e agravado pelas dimensões consideráveis dos

caminhões que restringiam o raio de manobra, formavam fatores que

impossibilitavam a entrada de determinados caminhões.

Na Figura 14 pode-se observar a única vez em que o caminhão de maior

dimensão conseguiu acessar o interior do terreno de apoio, tal manobra gerou

transtornos relacionados ao trânsito e ao tempo envolvido na manobra. Uma solução

para evitar transtornos relacionados a tal fato seria negociar com o fornecedor do

produto para realizar a entrega de acordo com os planos e objetivos previstos.

Figura 14 - Entrega do aço realizada por caminhão de grandes dimensões.

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Como a central de montagem e classificação do aço ficava localizada no

pavimento térreo, quando o material era descarregado na calçada, ele chegava a

sofrer três movimentações de transporte até o armazenamento final. A fim de reduzir

o transporte e o número de processos envolvidos no processo produtivo das

armaduras, poderia se adotar a proposta ilustrada pela Figura 15:

Figura 15 - Comparativo entre fluxogramas de processamento do aço.

O processo ideal da logística do aço consiste em negociar com a empresa

fornecedora do produto para que a entrega seja realizada com veículos compatíveis

com as dimensões do acesso ao canteiro de obras; além de deslocar a central de

aço para a região “C”, reduzimos de maneira significativa o deslocamento do

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material dentro do canteiro de obras. Desta maneira o aço pode ser descarregado a

poucos metros do local onde será armazenado/classificado/processado.

Outro fluxograma analisado diz respeito ao descarte de materiais produzidos

durante o processo de levantamento de alvenaria e remanuseio da madeira no

processo de forma/desforma de vigas, lajes e pilares (o qual ocorre de andar para

andar). Foi observado que se usado dutos para entulho, seria possível reduzir o

tempo do ciclo do processo, além de liberar o elevador de cremalheira para outros

processos. A redução deste ciclo esta melhor exemplificada na Figura 16:

Figura 16 - Comparativo entre fluxogramas de processamento da limpeza dos

pavimentos.

O duto para entulho seria instalado em uma das janelas do apartamento, local

mais adequado para este sistema, pois minimiza os trabalhos a serem realizados

após a retirada do equipamento. A caçamba estacionária seria disposta no terreno

de apoio, situada o mais próximo possível do local de queda dos entulhos e do

acesso do caminhão para recolhimento da caçamba, conforme Figura 17.

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A Figura 17 apresenta as modificações sugeridas anteriormente devidamente

representadas no layout do canteiro de obras, sendo possível perceber cinco

mudanças principais:

1. Realocação da central de aço e do estoque classificação do aço para um

local mais próximo da descarga deste material;

2. Realocação da central de formas/carpintaria para o interior da edificação;

3. Inserção de uma rampa para recebimento de materiais;

4. Inserção de uma entrada pra pessoas ao lado do acesso para veículos;

5. Alocação de uma caçamba estacionária, juntamente com um tubo de

descarte vertical.

Figura 17 - a) Layout atual, b) layout sugerido.

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4.3 Obra C

A obra C possui 8277,55 m² de área total construída distribuída em dois

subsolos, pavimento térreo, que serão utilizados para garagens e salão de festas, 12

pavimentos tipo e cobertura destinados a moradias. A estrutura está sendo

construída em concreto armado com alvenaria de vedação externa e interna em

blocos de concreto que obedecem a um projeto de modulação.

A mão de obra utilizada no canteiro de obras, formada em média por 35

funcionários, era composta quase na totalidade por subempreiteiras, com exceção

dos ferreiros, mestre de obras e serventes de pedreiro. Durante o período em que os

dados foram obtidos, a obra estava evoluindo do segundo para o terceiro estágio

construtivo, desta maneira, estava sendo levantada a estrutura contida entre o nono

e o décimo quinto pavimento, sendo que o restante dos processos (reboco,

alvenaria, contra piso, revestimento, instalações elétricas, instalações hidráulicas)

aconteciam de maneira simultânea, conforme Figura 18.

Figura 18 - Fachada do empreendimento C.

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O terreno onde o empreendimento esta sendo realizado apresenta alto índice

de ocupação, sendo classificado como canteiro restrito de difícil acesso. Embora

exista um caminho lateral na obra, o qual serve de entrada para o estacionamento

da FADISMA, tal espaço não pode ser utilizado para entrega de matérias tendo em

vista a impossibilidade dos veículos realizarem manobras e pelo fato de trancar o

fluxo de veículos durante o descarregamento destes.

A descarga de blocos de concreto, de argamassa usinada, e de argamassa

em sacos era realizada com auxílio da rampa para recebimento de materiais, neste

processo sempre foram utilizado paleteias as quais aumentavam a capacidade de

transporte dos funcionários, retratado pela Figura 19. Estes materiais são de grande

fluxo dentro do canteiro de obras, desta forma foi acertada a escolha do engenheiro

em definir seu local de estocagem o mais próximo possível do elevador de

cremalheira.

Figura 19 - Descarga de blocos e argamassa utilizando a rampa de

recebimento de materiais.

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Em oposição a estes materiais, os azulejos utilizados para revestimento

apresentam menos rotatividade dentro do canteiro de obras, desta maneira optou-se

por estocá-los em um local não tão próximo do elevador de carga.

Assim como na obra B, no processo de limpeza e organização dos

pavimentos não eram utilizados dutos de entulho, resultando em ineficiência

produtiva por parte dos operários que realizavam tal atividade. Como a obra estava

na terceira etapa construtiva, a utilização do elevador de cremalheira era intensa,

inclusive pelos processos de transporte de resíduos, desta forma com a utilização

dos tubos de descarte para entulho seria possível diminuir o fluxo de processos que

utilizam o transporte vertical. O local sugerido para situá-los seria na sacada do

apartamento ao lado do elevador de cremalheira, pois como a caçamba deve ficar

logo abaixo do descarte, este é o único local onde o caminhão pode acessar par

retirar a caçamba estacionária. A Figura 20 ilustra a disposição da sugestão de

mudança no layout.

Figura 20 - Sugestão para sistema de recolhimento de resíduos.

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Como o canteiro de obras continha funcionários ao longo de seus 14

pavimentos que estavam sendo construídos, foram dimensionados três locais de

banheiros para funcionários. O primeiro estava localizado próximo ao vestiário,

situado junto ao subsolo da edificação, como o caminho a percorrer era grande por

parte de quem estava em andares muito elevados, optou-se por dimensionar outro

banheiro no oitavo andar. Além destes havia mais uma unidade situada no

pavimento térreo e outra próximo ao almoxarifado.

O elevador de cremalheira estava situado junto a sacada de um dos

apartamentos tipo, localizado na frente da obra. Como o empreendimento ocupa boa

parte do terreno haviam apenas dois locais possíveis para a instalação do transporte

vertical, o local atual ou o poço do elevador. Embora a localização atual, em relação

ao centro geométrico do pavimento, não seja a ideal, ainda é a melhor opção devido

ao espaço de manobra para os porta pallets ser limitado na outra alternativa.

O processamento do aço era realizado no primeiro pavimento, de modo que o

transporte do material até o local de estoque era significativo. Se a central de aço

fosse deslocada para o subsolo, conseguir ia-se aperfeiçoar o processo, ressaltando

que o subsolo apresenta condições de trabalho, pois contem aberturas pelo fato do

terreno apresentar inclinação considerável entre a frente e os fundos da edificação.

Saurin (1998) sugere a utilização de uma abertura com uma rampa na laje do

pavimento térreo para a descarga de insumos da construção, de tal forma que ao

utilizar-se essa técnica obtêm-se melhorias significativas no processo de transporte

do aço. Nos fluxogramas abaixo ilustrados pelas Figuras 21 e 22 podemos perceber

as mudanças significativas das distâncias percorridas com as mudanças descritas.

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Figura 21 - Processo atual de processamento do aço.

Figura 22- Processo sugerido de processamento do aço.

A movimentação de pessoas e materiais dentro do canteiro apresentava

condições favoráveis para acontecer, sem quaisquer interferências por parte do

estoque ou desníveis do pavimento. Como o elevador está localizado na frente da

obra, o fluxo de pessoas e materiais é significativo em tal espaço, para tentar reduzir

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esta aglomeração sugere-se que o portão de entrada de pessoas seja transferido

para o canto do terreno, além de demarcar visualmente o caminho que o funcionário

ou visitante da obra deva percorrer, conforme ilustrado pela Figura 23.

Figura 23 - Comparativo entre entrada de funcionários atual e sugerida.

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5 CONCLUSÃO

A pesquisa realizada neste trabalho visou o estudo do layout de canteiros de

obras visando o processo produtivo em empreendimentos de edifícios residenciais

localizados em centros urbanos. Em virtude do que foi mencionado, pode-se afirmar

que o estudo do layout do canteiro de obras se torna de fundamental importância

para aperfeiçoar e integrar os processos construtivos. Quando depare-se com um

espaço bem organizado, obtem-se um acréscimo de rendimento por parte dos

funcionários, os quais se sentem mais motivados para trabalhar, além de utilizarem

menos esforço durante o processo de transporte de materiais.

Esta organização se dá basicamente através da análise da logística sob dois

de seus principais fatores: dos fluxos de informações e dos fluxos físicos. Os fluxos

de informações são constituídos pelo projeto de canteiro, de produto, de produção,

além dos relatórios e observações de produtividade dentro do canteiro de obras. A

análise dos fluxos físicos consiste basicamente em tentar reduzir o máximo possível

a distância, a mão de obra e o tempo ocioso durante o processo de transporte de

materiais.

A logística de materiais dentro do canteiro tem vinculação direta com a análise

dos processos produtivos. Quando alia-se estes dois fundamentos, junto com a

compreensão e definições de todos os espaços que fazem parte do canteiro de

obras, pode-se planejar de forma acertada o layout dos espaços que irão

proporcionar condições favoráveis para a produção da edificação.

Ficou claro a necessidade de prever no projeto de canteiro de obras todas as

modificações que as diferentes etapas construtivas do empreendimento, a fim de

evitar possíveis imprevistos. No momento em que surgem dúvidas referente à

disposição de determinados centros do canteiro de obras quando não se tem um

projeto, a medida adotada tende a não ser a mais adequada.

Em ambos os canteiros de obras foi constatado a inexistência do projeto de

canteiro, tal fato ajudou a gerar principalmente o transporte excessivo de materiais

resultando em ineficiência produtiva e, por conseguinte, no desperdício relacionado

ao tempo de construção do empreendimento e dos custos relacionados ao mesmo.

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