fÁbulas que ainda nÃo se tornaram canÇÕes

8/14/2019 FBULAS QUE AINDA NO SE TORNARAM CANES

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FBULAS QUE AINDANO SE TORNARAMCANESDarlan M CunhaVOORARA EDIES


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O livro homem:

fecunda;o livro mulher:gesta e solta.


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ParaTNIA FILIPPO

FBULAS QUE AINDA NO SE TORNARAM CANES

Darlan M Cunhahttp://www.flickr.com/photos/darlanmchttp://paliavana4.blogspot.com

Poemas

EDIES VOORARA Belo Horizonte, MG, Brasil19 de fevereiro 2010
http://www.flickr.com/photos/darlanmchttp://www.flickr.com/photos/darlanmchttp://paliavana4.blogspot.com/http://paliavana4.blogspot.com/http://paliavana4.blogspot.com/http://www.flickr.com/photos/darlanmc


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PSSARO

(fbula 2)

No reflexo da lagoaest o pssarocantador

j sem a mesmaverve, a anterior alegriasumiu do seu bico

enterrado no mutismo,sons imaginrios hem redor dele,mas uma lgrima realrola de seu rosto.


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CANTO DE SIRIEMA

(fbula 3)

Cantar em tempointegral, de umou de outromodo. V: a siriemachamapela outra, cada qual

de um lado diversode uma longa distncia.


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BRISA

(fbula 4)

A voz da saudadepode alterar o destinode um homem,de uma mulher, eisum dos sabores

de ambos: a saudade.


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E-MAIL AMOROSO

(fbula 5)

Entre os ossosdo ofcio de amarest a chama teimosacom seu gostode riso e seu brilho

de corte, suas risde liberdade sob tezmarcada pelo sol(porque o amorno ama o frio), assimso as mos do adeuscom seu grito parado no ar.


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TREM DE DOIDO: O DIABO POR MAQUINISTA

(fbula 6)

Rola de bom rolar o macio saborde uma aventura no marde montanhasde um distante lugar, uma levezaem cada ombro, um assombro aqui

e outro ali, rolando com o verdeque te quero verde de um novo calor,o azul de um novo colar de entendimento.


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PAULO & OUTROS AMIGOS

(fbula 7)

Quem dera fosse para sempreou para muito tempo aquela modornade eu ali estar (ns)entre ris amigas e unhas do riso mais leve

possvel, sim, h gente capazde rir com o cu da bocatodo mostra, oferecendo msicade estrlas, planetas, sis e galxias.


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DORSO

(fbula 8)

Nada de viver agitando o frascodos nervos, nadando em crculos o que no quer para sia criatura que um dia quer voltarpara onde ainda no foi: vila tal, rio

tal, cidade tal, montanhas e brejosnos quais certamente algumestranho bicho j prepara de cicerone.


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A CONVIDADA MESA

(fbula 9)

O anverso, o inverso , o versoou o reverso da moedaou da medalha: sabe ?nada disso importa,

quando os temperosentram e ficamna gente, flutuandocomo uma pgina de amorque a gente leu (ou pensou ter lido)h muito e muito tempo.


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ANDAR

(fbula 10)

Uma curva atrs de outraso as nervurasda cidade que olhapara a visita

como se ela tivessevindo para ali morar(sim, a criatura querficar), e por isso mesmoa cidade abre-se em leque,e j no h lugaronde a visita no possa ir

na cidade cheia de curvase de sobe-e-desce.


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ANDANDO

(fbula 11)

Era uma vez, subindo uma rua(ou seria uma cobra de pedrase de sol tropical aquela rua?),a visita viu o Diabo

no seio do redemoinho, saindode dentro dele e entrandonum de parafuso, sim,todo mundo viu o vulto vermelho de bondadefazendo msica para crianase turistas, no seioda rua, sim, no seio da rua.

A visita ficou pasma, riu muito,e disse que aquela cidadeno existia, que era mal assombrada.

E voltou de l falando bem at do Diabo.


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ESTRADA REAL

(fbula 13)

Caminhando pela estradareal, ouviu um som imaginriovindo dela, talvez de ouroesquecido por ali mesmo

beira da estradada loucura, talvez fossede diamantes discutindo por ondecomearem o novo dia (os diamantesvivem muitssimo, dizem),mas talvez fosse o som da pessoaamada, presa a algum feixe de luz.


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BAR NA SADA DA CIDADE

(fbula 14)

Resolveram descansar um pouco.Longa a vida, curtosos dias.

Ficaram no bar: entre o corao limpodaquela gente (refresco de losna & hortelcom o mel da palavra) e o somde um campinho

depeladas; ficarampor l, sob chuva de risos

e msica, at voltarem para casa, com lgrimas,as visitas.


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O RIO

(fbula 15)

O rio muito velho, dizemque das velhas, dizemque tem ouroe diamantes, crimes e assombraes, mas

os turistas querem meter-se l dentroe encher olhos e unhascom aquele tanto de mistrio.


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O HOTEL

(fbula 16)

O hotel frio, fria a boca do donodo hotel

mas l embaixoh muita correntehumana

nas ruas, elasso quentes, pois

na rua que as coisas acontecem.


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CONTAGEM DE TEMPO

(fbula 18)

Na calma daquela tarde no havia indcioscontrrios aos desgnios dos turistasem breve trnsito,a terra em transe parecendo encobrir deles

qualquer coisa desagradvel, pois tudo contagem: conta-se o nmero de abboraspara o mercado, o nmero de fronhasa serem lavadas, os passageirospara decolarem e irem l em cima, perto do Salvador,at descerem prximo ao mar, ou s montanhas;conta-se o nmero de dias que faltam para as bodas,

bem como para o vencimentodo aluguel, sim, tudo conta, maso nmero de beijos, ah... isso no tem conta !


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A DESPEDIDA

(fbula penltima)

Mande notcias do mundo de l: digase a cachorrinha vaibem, se o cuda boca da cidade melhorou seu tom,

e como foi que as velhas e boas sandlias saltaramde debaixo da cama, contentes pelo teu regresso.

fÁbulas que ainda nÃo se tornaram canÇÕes

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