luiz augusto sampaio - "forças do alto permanecem ao seu lado" - psicografia

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De imediato, peguei-a e a li. Re- li. Vi que o espírito de Fábio acha- va-se preocupado em não poder “responder a questões tão impor- tantes em momentos tão decisivos é uma tarefa difícil”. A entidade – Fábio – como sem- pre tem feito, autorizada por espíri- tos superiores, intercambia com seu querido pai, examinando-se, como é claro, a natureza, a causa e o modo dessa inter-relação espiritual, mas, ante alguns problemas, às vezes, tor- na-se uma tarefa difícil resolvê-los. Desde que me iniciei nos estudos da Doutrina Espírita constatei que se reconhece a qualidade dos Espíritos pela sua linguagem coloquial. Vê-se, nessa mensagem, que Fábio, embo- ra não o possa fazê-lo, se preocupa com seu pai terreno de uma manei- ra lógica, digna, isenta de enganos ou de ilusões, os quais por razões su- periores, não poderá dar respostas a não ser quando autorizadas. Vale lembrar, por oportuno, que os Espíritos são livres. Eles se comu- nicam como querem ou com quem lhes convém, entretanto, há certas questões que lhes são postas, mui- tas das vezes, se tornam difíceis de merecer respostas. A Doutrina Espí- rita, em casos como esses, nos ensi- na que o melhor é orar, pedindo a Deus que nos dê forças suficientes para vencer esses obstáculos que a vida na Terra nos colocam à frente. No segundo parágrafo de sua concisa mensagem, Fábio, afirma que se acha “emocionado o tempo todo em que permaneço ao seu lado, porque vejo-o tentando alterna- tivas incansavelmente”. Li, certa vez, numa obra espírita que as preocupações que nos afligem, no dia a dia, de nada valem e que, de uma forma ou de outra, nosso destino terráqueo é de lidar com o que vier. Se as alternativas falharem, é necessário compreender que isto faz parte do nosso car- ma, que é justamente o conjunto das ações dos homens e de suas consequências. O que se deve fazer é buscar solucionar essas preocupa- ções momentâneas e tentar minimi- zar seus efeitos indesejados, sempre com a ajuda da prece a Deus. É pre- ciso lembrar, meu caro Batista, que tudo que vivemos nos dias turbulen- tos de hoje nos trará força, cresci- mento e progresso, principalmente, o espiritual. O que Fábio quer dizer é que seu pai deverá enfrentar as situ- ações novas ocorrentes, às vezes, complexas e difíceis, para que, final- mente o faça amadurecer e crescer. No terceiro parágrafo, o Espírito de Fábio fala que “é realmente difí- cil ver toda uma vida cercada por alheios aos nossos destinos, sem causas e sem ideais”. Neste parágrafo reside talvez o principal conselho. A vida terrena nos coloca frente à frente com seres humanos bons e maus. Há Espíritos que não desejam o aperfeiçoamento dos seres humanos; outros, buscam o progresso espiritual, gradativa- mente, aconselhando, advertindo, ensinando para que os encarnados, na sua caminhada, percebam que terão de atravessar momentos difí- ceis. Muitas vezes, na nossa existên- cia terrena, vivemos sentimentos que de algum modo nos desequili- bram. Por mais preparados que es- tejamos espiritualmente, sofremos com a iniquidade de alguns, com a indiferença de outros, com o despre- zo e com a incompreensão de mui- tos, até daqueles que nos são mais próximos. Muitas vezes, ainda, sen- timos não mais poder relacionar- mos fisicamente com muitos desses encarnados; isto porque alguns de- les podem (e nos trazem) problemas financeiros, responsabilidades ad- versas, prejuízos incontáveis, que nos poderão ocasionar tristezas e, também, a solidão. Mas, é bom re- fletir que se ficarmos lamuriando, tristes, achando que tudo vai mal, estaremos acarretando prejuízos não só a nossa vida, bem assim aos demais entes encarnados que nos rodeiam ou que vivem conosco. O quarto parágrafo da missiva no qual Fábio fala “o que nos preo- cupa é sua saúde, pois o cansaço começa a refletir sinais”. Na dimensão física, o cansaço é um mau sinal. Nosso corpo físico, se- gundo a Doutrina Espírita, é uma fonte de energia que, pouco a pou- co, fenece. O desgaste, a fraqueza, o cansaço são o prenúncio que o mais perfeito mecanismo de atuação e suporte do Espírito na Terra se acha em desarmo- nia com sua missão corpórea. A consciência humana encar- nada não vê que está defi- nhando aos poucos, e é difícil para o encarnado aceitar esta situação. Até, por si mesmo, renega- a, pensando que as tensões são pas- sageiras. Ledo engano. É importante que se chegue à conclusão que a ma- téria corporal, sede do Espírito, não é tão forte e sólida como muitos acre- ditam. Daí a preocupação da entida- de – Fábio – com a saúde de seu ge- nitor terreno e, para tanto, diz que este começa a refletir os sinais de de- bilidade corpórea. O cansaço faz a pessoa pretender deixar tudo de la- do, para ver como é que fica. IMORTALIDADE Convém ressaltar, por último, que toda massa corporal, repetindo, a se- de do Espírito, é controlada pela mente, que é, em suma a manifesta- ção visível da imortalidade espiritual. Sabe-se, e a medicina nos explica, que a saúde do corpo representa a harmonia com as leis que regem a vi- da e que a desarmonia conduz às do- enças nas suas mais diversas formas. O quinto parágrafo é bem explí- cito – “forças do alto permanecem ao seu lado, mas não podemos in- terferir em seu livre arbítrio”. Pelo que estudei e pesquisei, o li- vre arbítrio é um conceito relevante para Doutrina Espírita. Ninguém, em sã consciência, no mundo terreno e espiritual poderá interferir na livre escolha do Espírito. Sempre, sempre mesmo, podemos fazer ou deixar de fazer o que quisermos. E, nós todos, ao valermos da livre escolha, arcare- mos, ao depois, com as consequên- cias de nossas ações ou inações – bo- as ou más. E a tão decantada “causa e efeito”, prova a nós todos que em decorrência do que fizermos, tere- mos que suportar as consequências. A punição e a premiação são produ- to de nossas ações, de nossos atos. Perante a Doutrina Espírita, na con- formidade de seus conceitos, Deus não pune e nem premia. Nós é que construímos nossa existência aqui na Terra; somos, por assim dizer, o arquiteto de nossa vida. Desse mo- do, a cada segundo, a cada minuto e a cada hora que passa, o livre arbí- trio (ou a livre escolha) define o que vamos fazer durante os anos que passarmos nesta vida. Portanto, no parágrafo final de sua carta, talvez instado a fazê-lo por seus mentores espirituais, ele diz que “não podemos interferir no seu livre arbítrio, mas que a sensibilidade é seu guia seguro”. Quer dizer: seu ge- nitor terreno, ligado a ele por laços espirituais indestrutíveis, com a sua faculdade de sentir, poderá perceber as transformações do meio externo ou interno e de reagir de maneira sensata, adequada, sem entrar em desespero, mesmo porque o deses- perado, contrariando a consciência, o juízo e o raciocínio, perde a espe- rança, ocasionando, destarte, em si mesmo malefícios imprevisíveis. D urante muitos anos perma- neci céptico ao que se rela- cionasse com as religiões. Duvidava de tudo. E vou ex- plicar. Quando criança, até os onze anos de idade freqüentei a Escola Dominical da Igreja Cristã Evangéli- ca de Catalão, minha terra, levado pelas mãos de minha avó Amazília, mãe de minha genitora. Aprendi, com facilidade, as lições bíblicas, embora fossem ensinadas, empiri- camente, por crentes leigos. Em julho de 1949, vim com meus pais e irmãos para Goiânia. Fui, en- tão, estudar no Ateneu Dom Bosco, dirigido pelos padres salesianos, óti- mos educadores. Naquele colégio, antes do início das aulas tínhamos que assistir às missas todos os dias úteis. Ali, também, fazia parte da gra- de escolar as aulas de instrução religi- osa, nas quais se ensinava o catecis- mo, aquele livrinho elementar com- posto de perguntas e respostas. Nada de ensinamentos bíblicos, apenas al- guns preceitos acerca dos dogmas da religião Católica Romana. Interior- mente, meus conhecimentos religio- sos eram mais profundos, no entan- to, não podia exteriorizá-los naquelas aulas ministradas por sacerdotes com sólida formação seminarística, porém ligados, por demais, aos câno- nes da Igreja de Roma. Em determinado ano, já cursando o científico, o padre diretor, Valentin Cricco, convidou-me para dar aulas de religião aos alunos do curso primá- rio. Relutei, mas ante a firmeza de seu convite, resolvi aceitar. Continuava em dúvida, completamente indeciso, pois não sabia se ministraria lições contidas no catecismo, como era de praxe, ou se as explicasse contando aos meus discípulos passagens bíbli- cas, que se achavam ainda inertes em minha cabeça. Resolvi fazer uma mes- cla de tudo e, finalmente, me sai bem, de vez que os padres até me elogia- ram. Ingressei, em 1955, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, esta di- rigida pelos padres jesuítas. Nova- mente, aulas de religião, só que com maior profundidade. Frequentei estas aulas assiduamente nas quais muito se estudava as religiões comparadas, e nelas aprendi muito acerca das ideias filosóficas, éticas, metafísicas, morais e lógicas. No entanto, foi no estudo da Escolástica, (doutrinas teológico-filo- sóficas dominantes na idade média, dos séculos IX ao XVIII), a que mais me atraiu, principalmente, as posi- ções das religiões no que concerne à problemática universal, que até hoje continua nos afligindo. Confesso aos meus leitores que fiquei atordoado naquela época (de 1955 até 1965) quando cheguei à infeliz conclusão de que nenhuma religião prestava. En- tretanto, jamais me descri da existên- cia de Deus, como Ser Supremo, cria- dor de todas as coisas. Nunca fui teófobo, mesmo porque nunca habitou dentro de mim o te- mor patológico ao Criador. Por volta de 1966, convidado pelo meu tio e padrinho Nathan Paranhos fui a um Centro Espírita, cuja mediunidade principal cabia à uma senhora muito querida, dona Maria Hermínia de Araújo (Didi). Até então não conhecia nada do Espiritismo, senão uma ideia superficial, vaga, sem que fizes- se indagações, às quais pudessem me levar a um completo conheci- mento acerca de seus princípios e preceitos. Como havia feito em rela- ção às religiões, pus-me a estudar. Fi- lo na pretensão não de me especiali- zar na Ciência Espírita, porém ao fito de, pelo menos, conhecer os rudi- mentares fundamentos desta Doutri- na. E, para minha alegria interior, muitas dúvidas foram dissipadas, e, por conseguinte, depois de ler inú- meras obras espíritas, de fazer pes- quisas, consegui, interiormente, refu- tar aquilo que, de modo errado, hou- vera aprendido, completamente dife- rentes dos ensinamentos de ordem filosófica, moral e religiosa que me foram colocados pelos mestres que ajudaram na minha formação. Faço este resumo, um pouco lon- go, sobre minha iniciação ao Espiritis- mo, para, ao depois, chegar à temáti- ca que me propus desenvolver para este DM, no dia de hoje. Aconteceu que segunda feira passada, precisa- mente no dia 25 deste mês, fui à sede deste Diário para resolver um proble- ma referente à pauta do DMRevista, encarte no qual escrevo há mais de vinte anos, semanalmente. Eis que à entrada, deparei-me com o meu grande amigo Batista Custódio, com o qual compartilho uma amizade que se acha à beira de sessenta anos. Convivência sadia, amistosa e fraternal. Conversa às sol- tas sobre vários assuntos, alguns de ordem po- lítica, familiar e pes- soal, de repente ele abriu uma das ga- vetas de sua mesa e põe à minha frente uma men- sagem de seu filho amado Fábio Nas- ser, psicografada na noite de 12 deste mês (maio), nas Obras So- ciais Mãos Unidas, pela médium Mary Alves. Eis o seu conteúdo: 60 anos Luiz Augusto Paranhos Sampaio Especial para Diário da Manhã Membro da Academia Goiana de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico do Estado de Goiás 15 Diário da Manhã ESPECIAL GOIÂNIA, SEXTA-FEIRA, 29 DE MAIO DE 2015 “Meu pai, abençoe-me. Responder a questões tão importantes em momentos tão decisivos é uma tarefa difícil. Sinto-me emocionado o tempo todo em que permaneço ao seu lado, porque vejo-o tentando alternativas incansavelmente. E realmente é difícil ver toda uma vida cercada por alheios aos nossos destinos, sem causas e sem ideais. O que nos preocupa é sua saúde, pois o cansaço começa a refletir sinais. Forças do alto permanecem ao seu lado, mas não podemos interferir em seu livre arbítrio. Sua sensibilidade é seu guia seguro. Estamos juntos, chefe. Com meu amor,o beijo do seu, sempre seu Fábio Nasser Custódio dos Santos ”. A MENSAGEM FORÇAS DO ALTO PERMANECEM AO SEU LADOMomentos de decisões hiperdifíceis arrombam as portas da paz do jornalista Batista Custódio e Fábio Nasser , seu filho falecido, vem em seu socorro Jornalista Fábio Nasser envia psicografias desde 2001 para seu pai e a população goiana FÁBIO NASSER Facsímile da psicografia

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O escritor da Academia Goiana de Letras, Luiz Augusto Sampaio, analisa a mais recente mensagem psicografada do jornalista Fábio Nasser, que vem em socorro urgente ao pai que precisa vencer decisões hiperdifíceis.

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Page 1: Luiz Augusto Sampaio - "Forças do alto permanecem ao seu lado" - Psicografia

De imediato, peguei-a e a li. Re-li. Vi que o espírito de Fábio acha-va-se preocupado em não poder“responder a questões tão impor-tantes em momentos tão decisivosé uma tarefa difícil”.

A entidade – Fábio – como sem-pre tem feito, autorizada por espíri-tos superiores, intercambia com seuquerido pai, examinando-se, como éclaro, a natureza, a causa e o mododessa inter-relação espiritual, mas,ante alguns problemas, às vezes, tor-na-se uma tarefa difícil resolvê-los.Desde que me iniciei nos estudos daDoutrina Espírita constatei que sereconhece a qualidade dos Espíritospela sua linguagem coloquial. Vê-se,nessa mensagem, que Fábio, embo-ra não o possa fazê-lo, se preocupacom seu pai terreno de uma manei-ra lógica, digna, isenta de enganosou de ilusões, os quais por razões su-periores, não poderá dar respostas anão ser quando autorizadas.

Vale lembrar, por oportuno, queos Espíritos são livres. Eles se comu-nicam como querem ou com quemlhes convém, entretanto, há certasquestões que lhes são postas, mui-tas das vezes, se tornam difíceis demerecer respostas. A Doutrina Espí-rita, em casos como esses, nos ensi-na que o melhor é orar, pedindo aDeus que nos dê forças suficientespara vencer esses obstáculos que avida na Terra nos colocam à frente.

No segundo parágrafo de suaconcisa mensagem, Fábio, afirmaque se acha “emocionado o tempotodo em que permaneço ao seu lado,

porque vejo-o tentando alterna-tivas incansavelmente”.

Li, certa vez, numa obraespírita que as preocupaçõesque nos afligem, no dia a dia,de nada valem e que, deuma forma ou de outra,nosso destino terráqueo éde lidar com o que vier. Seas alternativas falharem, é

necessário compreenderque isto faz

parte donosso

car-

ma, que é justamente o conjuntodas ações dos homens e de suasconsequências. O que se deve fazer ébuscar solucionar essas preocupa-ções momentâneas e tentar minimi-zar seus efeitos indesejados, semprecom a ajuda da prece a Deus. É pre-ciso lembrar, meu caro Batista, quetudo que vivemos nos dias turbulen-tos de hoje nos trará força, cresci-mento e progresso, principalmente,o espiritual. O que Fábio quer dizer éque seu pai deverá enfrentar as situ-ações novas ocorrentes, às vezes,complexas e difíceis, para que, final-mente o faça amadurecer e crescer.

No terceiro parágrafo, o Espíritode Fábio fala que “é realmente difí-cil ver toda uma vida cercada poralheios aos nossos destinos, semcausas e sem ideais”.

Neste parágrafo reside talvez oprincipal conselho. A vida terrenanos coloca frente à frente com sereshumanos bons e maus. Há Espíritosque não desejam o aperfeiçoamentodos seres humanos; outros, buscamo progresso espiritual, gradativa-mente, aconselhando, advertindo,ensinando para que os encarnados,na sua caminhada, percebam queterão de atravessar momentos difí-ceis. Muitas vezes, na nossa existên-cia terrena, vivemos sentimentosque de algum modo nos desequili-bram. Por mais preparados que es-tejamos espiritualmente, sofremoscom a iniquidade de alguns, com aindiferença de outros, com o despre-zo e com a incompreensão de mui-tos, até daqueles que nos são maispróximos. Muitas vezes, ainda, sen-timos não mais poder relacionar-mos fisicamente com muitos dessesencarnados; isto porque alguns de-les podem (e nos trazem) problemasfinanceiros, responsabilidades ad-versas, prejuízos incontáveis, quenos poderão ocasionar tristezas e,também, a solidão. Mas, é bom re-fletir que se ficarmos lamuriando,tristes, achando que tudo vai mal,estaremos acarretando prejuízosnão só a nossa vida, bem assim aosdemais entes encarnados que nosrodeiam ou que vivem conosco.

O quarto parágrafo da missivano qual Fábio fala “o que nos preo-cupa é sua saúde, pois o cansaçocomeça a refletir sinais”.

Na dimensão física, o cansaço éum mau sinal. Nosso corpo físico, se-gundo a Doutrina Espírita, é umafonte de energia que, pouco a pou-co, fenece. O desgaste, a fraqueza,o cansaço são o prenúncio que omais perfeito mecanismo deatuação e suporte do Espíritona Terra se acha em desarmo-nia com sua missão corpórea.A consciência humana encar-nada não vê que está defi-nhando aos poucos, e é difícil

para o encarnado aceitar esta

situação. Até, por si mesmo, renega-a, pensando que as tensões são pas-sageiras. Ledo engano. É importanteque se chegue à conclusão que a ma-téria corporal, sede do Espírito, não étão forte e sólida como muitos acre-ditam. Daí a preocupação da entida-de – Fábio – com a saúde de seu ge-nitor terreno e, para tanto, diz queeste começa a refletir os sinais de de-bilidade corpórea. O cansaço faz apessoa pretender deixar tudo de la-do, para ver como é que fica.

IMORTALIDADEConvém ressaltar, por último, que

toda massa corporal, repetindo, a se-de do Espírito, é controlada pelamente, que é, em suma a manifesta-ção visível da imortalidade espiritual.Sabe-se, e a medicina nos explica,que a saúde do corpo representa aharmonia com as leis que regem a vi-da e que a desarmonia conduz às do-enças nas suas mais diversas formas.

O quinto parágrafo é bem explí-cito – “forças do alto permanecemao seu lado, mas não podemos in-terferir em seu livre arbítrio”.

Pelo que estudei e pesquisei, o li-vre arbítrio é um conceito relevantepara Doutrina Espírita. Ninguém, emsã consciência, no mundo terreno eespiritual poderá interferir na livreescolha do Espírito. Sempre, sempremesmo, podemos fazer ou deixar defazer o que quisermos. E, nós todos,ao valermos da livre escolha, arcare-mos, ao depois, com as consequên-cias de nossas ações ou inações – bo-as ou más. E a tão decantada “causae efeito”, prova a nós todos que emdecorrência do que fizermos, tere-mos que suportar as consequências.A punição e a premiação são produ-to de nossas ações, de nossos atos.Perante a Doutrina Espírita, na con-formidade de seus conceitos, Deusnão pune e nem premia. Nós é queconstruímos nossa existência aquina Terra; somos, por assim dizer, oarquiteto de nossa vida. Desse mo-do, a cada segundo, a cada minuto ea cada hora que passa, o livre arbí-trio (ou a livre escolha) define o quevamos fazer durante os anos quepassarmos nesta vida.

Portanto, no parágrafo final de suacarta, talvez instado a fazê-lo porseus mentores espirituais, ele diz que“não podemos interferir no seu livrearbítrio, mas que a sensibilidade éseu guia seguro”. Quer dizer: seu ge-nitor terreno, ligado a ele por laçosespirituais indestrutíveis, com a suafaculdade de sentir, poderá perceberas transformações do meio externoou interno e de reagir de maneirasensata, adequada, sem entrar emdesespero, mesmo porque o deses-perado, contrariando a consciência,o juízo e o raciocínio, perde a espe-rança, ocasionando, destarte, em simesmo malefícios imprevisíveis.

Durante muitos anos perma-neci céptico ao que se rela-cionasse com as religiões.Duvidava de tudo. E vou ex-

plicar. Quando criança, até os onzeanos de idade freqüentei a EscolaDominical da Igreja Cristã Evangéli-ca de Catalão, minha terra, levadopelas mãos de minha avó Amazília,mãe de minha genitora. Aprendi,com facilidade, as lições bíblicas,embora fossem ensinadas, empiri-camente, por crentes leigos.

Em julho de 1949, vim com meuspais e irmãos para Goiânia. Fui, en-tão, estudar no Ateneu Dom Bosco,dirigido pelos padres salesianos, óti-mos educadores. Naquele colégio,antes do início das aulas tínhamosque assistir às missas todos os diasúteis. Ali, também, fazia parte da gra-de escolar as aulas de instrução religi-osa, nas quais se ensinava o catecis-mo, aquele livrinho elementar com-posto de perguntas e respostas. Nadade ensinamentos bíblicos, apenas al-guns preceitos acerca dos dogmas dareligião Católica Romana. Interior-mente, meus conhecimentos religio-sos eram mais profundos, no entan-to, não podia exteriorizá-los naquelasaulas ministradas por sacerdotescom sólida formação seminarística,porém ligados, por demais, aos câno-nes da Igreja de Roma.

Em determinado ano, já cursandoo científico, o padre diretor, ValentinCricco, convidou-me para dar aulasde religião aos alunos do curso primá-rio. Relutei, mas ante a firmeza de seuconvite, resolvi aceitar. Continuavaem dúvida, completamente indeciso,pois não sabia se ministraria liçõescontidas no catecismo, como era depraxe, ou se as explicasse contandoaos meus discípulos passagens bíbli-cas, que se achavam ainda inertes emminha cabeça. Resolvi fazer uma mes-cla de tudo e, finalmente, me sai bem,de vez que os padres até me elogia-ram. Ingressei, em 1955, na Faculdadede Filosofia, Ciências e Letras, esta di-rigida pelos padres jesuítas. Nova-mente, aulas de religião, só que commaior profundidade. Frequentei estasaulas assiduamente nas quais muitose estudava as religiões comparadas, enelas aprendi muito acerca das ideiasfilosóficas, éticas, metafísicas, morais elógicas. No entanto, foi no estudo daEscolástica, (doutrinas teológico-filo-sóficas dominantes na idade média,dos séculos IX ao XVIII), a que maisme atraiu, principalmente, as posi-ções das religiões no que concerne àproblemática universal, que até hojecontinua nos afligindo. Confesso aosmeus leitores que fiquei atordoadonaquela época (de 1955 até 1965)quando cheguei à infeliz conclusão deque nenhuma religião prestava. En-tretanto, jamais me descri da existên-cia de Deus, como Ser Supremo, cria-dor de todas as coisas.

Nunca fui teófobo, mesmo porquenunca habitou dentro de mim o te-mor patológico ao Criador. Por voltade 1966, convidado pelo meu tio epadrinho Nathan Paranhos fui a umCentro Espírita, cuja mediunidadeprincipal cabia à uma senhora muitoquerida, dona Maria Hermínia deAraújo (Didi). Até então não conhecianada do Espiritismo, senão umaideia superficial, vaga, sem que fizes-se indagações, às quais pudessemme levar a um completo conheci-mento acerca de seus princípios epreceitos. Como havia feito em rela-ção às religiões, pus-me a estudar. Fi-lo na pretensão não de me especiali-zar na Ciência Espírita, porém ao fitode, pelo menos, conhecer os rudi-mentares fundamentos desta Doutri-na. E, para minha alegria interior,muitas dúvidas foram dissipadas, e,por conseguinte, depois de ler inú-meras obras espíritas, de fazer pes-quisas, consegui, interiormente, refu-tar aquilo que, de modo errado, hou-vera aprendido, completamente dife-rentes dos ensinamentos de ordemfilosófica, moral e religiosa que meforam colocados pelos mestres queajudaram na minha formação.

Faço este resumo, um pouco lon-go, sobre minha iniciação ao Espiritis-mo, para, ao depois, chegar à temáti-ca que me propus desenvolver paraeste DM, no dia de hoje. Aconteceuque segunda feira passada, precisa-mente no dia 25 deste mês, fui à sededeste Diário para resolver um proble-ma referente à pauta do DMRevista,encarte no qual escrevo há mais devinte anos, semanalmente.

Eis que à entrada, deparei-mecom o meu grande amigo BatistaCustódio, com o qual compartilhouma amizade que se acha à beira desessenta anos. Convivência sadia,amistosa e fraternal. Conversa às sol-tas sobre vários assuntos,alguns de ordem po-lítica, familiar e pes-soal, de repente eleabriu uma das ga-vetas de sua mesae põe à minhafrente uma men-sagem de seu filhoamado Fábio Nas-ser, psicografada nanoite de 12 deste mês(maio), nas Obras So-ciais Mãos Unidas,pela médiumMary Alves.

Eis o seuconteúdo:

60anos

Luiz AugustoParanhos SampaioEspecial paraDiário da Manhã

Membro da Academia Goiana deLetras e do Instituto Histórico eGeográfico do Estado de Goiás

15Diário da Manhã ESPECIAL GOIÂNIA, SEXTA-FEIRA, 29 DE MAIO DE 2015

“Meu pai,abençoe-me.Responder a questões tão importantes

em momentos tão decisivos é uma tarefadifícil.

Sinto-me emocionado o tempo todo emque permaneço ao seu lado,porque vejo-otentando alternativas incansavelmente.

E realmente é difícil ver toda uma vidacercada por alheios aos nossos destinos,sem causas e sem ideais.

O que nos preocupa é sua saúde,pois o cansaço começa a refletir sinais.

Forças do alto permanecem ao seulado,mas não podemos interferir em seu

livre arbítrio.Sua sensibilidade é seu guia seguro.Estamos juntos,chefe.Com meu amor,o beijo do seu,

sempre seuFábio Nasser Custódio dos Santos”.

A MENSAGEM

“FORÇAS DO ALTOPERMANECEMAO SEU LADO”

Momentos de decisõeshiperdifíceis arrombam as

portas da paz do jornalistaBatista Custódio e Fábio

Nasser, seu filho falecido,vem em seu socorro

Jornalista Fábio Nasser enviapsicografias desde 2001 paraseu pai e a população goiana

FÁBIO NASSER

Facsímileda psicografia