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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

TÍTULO: A EDUCOMUNICAÇÃO EM SALA DE AULA: UMA ANÁLISE DO ENSINO DE

HISTÓRIA A PARTIR DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Autor Chrystianne Lopes Torquato

Escola de Atuação Colégio Estadual Dr Gastão Vidigal. Ensino

Fundamental, Médio e Profissionalizante

Município da escola Maringá

Núcleo Regional de

Educação

Maringá

Orientador Ângelo Aparecido Priori

Instituição de Ensino

Superior

Universidade Estadual de Maringá

Disciplina/Área História

Produção Didático-

pedagógica

Caderno pedagógico

Relação

Interdisciplinar

História, Geografia, Sociologia

Público Alvo

Professores e alunos

Localização

Rua Libero Badaró, 252 - zona 7 – tel

(44)32231089

CEP 87030080

Apresentação:

O papel do professor no século passado foi

pautado em uma visão reprodutora e mecanicista,

condizente com a proposta de produção em massa,

onde a preocupação era com a transmissão do saber

através da linguagem oral e escrita.

Hoje com o advento do computador, surgiu a

leitura e a escrita visuais. Há uma integração entre a

palavra, o som e a imagem, graças ao aparecimento das

redes comunicacionais que contribuem com a produção,

reprodução e armazenamento das informações.

Portanto, há uma necessidade urgente na redefinição do

papel do professor.

Nosso objetivo é discorrer sobre um

determinado conteúdo, no caso a Revolução Tecno-

Científica, utilizando as Tecnologias de Informação e

Comunicação como uma ferramenta pedagógica,

buscando estabelecer relações como a proposta da

Educomunicação. Utilizaremos as mídias disponíveis no

Estabelecimento de Ensino e a rede da web, além de

materiais didáticos disponibilizados na biblioteca como

revistas e jornais e o próprio livro didático público.

Palavras-chave Educomunicação - Tecnologias - Revolução

Técnico-científica

APRESENTAÇÃO

Este caderno pedagógico tem como ponto de partida, a reflexão acerca de

algumas produções acadêmicas, como forma de dar subsídios á apropriação de

elementos, que permitam a incorporação das novas Tecnologias da Informação e

Comunicação (TIC‟s) na prática docente, como forma de contribuir, ao seu potencial

educativo e didático.

Tendo a escola como espaço de construção de conhecimento e reconstrução

da experiência, num processo de socialização com vistas à emancipação,

esperamos contribuir para promover o uso das mídias como recurso didático, e a

pesquisa como procedimento metodológico, no ensino da disciplina de História,

dentro das escolas públicas paranaenses.

Apresentaremos aqui, a Educomunicação e suas possibilidades para,

contribuir no ensino de História, a fim de desenvolver no aluno uma formação crítica,

autônoma e integradora com a sociedade pós moderna, que exige a capacidade de

utilização destes, em favor da educação e comunicação.

O papel do professor no século passado foi pautado em uma visão

reprodutora e mecanicista, condizente com a proposta de produção em massa, onde

a preocupação era com a transmissão do saber através da linguagem oral e da

linguagem escrita.

Hoje, com o advento do computador, surgiu a leitura e a escrita visuais.Há

uma integração entre a palavra, o som e a imagem graças ao aparecimento das

redes comunicacionais que contribuem com a produção, reprodução e

armazenamento das informações.

Portanto, há uma necessidade urgente na redefinição do papel do professor.

As ações do professor devem ser atualmente, criar situações de aprendizagem para

que os alunos possam transformar as informações que recebem pelas mídias

existentes em conhecimento.

Dentro dessa proposta temos como objetivo, a partir de um determinado

tema, no caso, a Revolução Tecno-científica1, propor o uso das TIC´s como

ferramentas de desenvolvimento curricular.

1 Entende-se por Revolução Tecno-científica, neste caso, como sendo um processo atual,

mas que corresponde a uma necessidade de se forjar ferramentas e formas de organização que iniciou-se na realidade com os homens primitivos.

Para tal, teremos momentos de exposições sobre o assunto utilizando as

TIC‟s disponíveis no Estabelecimento de Ensino, momentos de pesquisas, análises,

e discussões acerca do referido conteúdo em sites selecionados pelo grupo, a

apresentação de uma Webquest em que os alunos desenvolverão as atividades,

concomitante a momentos de novas discussões de leituras e pesquisas para

amadurecimento de conceitos referentes ao tema estudado e seus desdobramentos.

A partir daí, proporemos postagem das conclusões do grupo em um blogue,

confeccionados pelo coletivo do grupo. A avaliação será no coletivo, com a

averiguação da participação e grau de interesse do grupo no desenvolvimento do

blogue.

Por fim, é importante destacar que o presente material não tem a intenção de

esgotar as reflexões e discussões acerca das dimensões teóricas e práticas da

Educomunicação, pois este é um fenômeno bastante incipiente, e que demanda

ainda muita pesquisa.

SUMÁRIO

PÁG.

INTRODUÇÃO.................................................................................... 5

1. A EDUCOMUNICAÇÃO....................................................................... 7

2. A EDUCAÇÃO Á DISTÂNCIA.............................................................. 13

3. O USO DA INTERNET NA ESCOLA................................................... 18

4. AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM .................................. 22

5. O ENSINO NAS CIÊNCIAS HUMANAS............................................. 27

6. O ENSINO DE HISTÓRIA................................................................... 33

7. O ENSINO DE HISTÓRIA E AS TIC‟S............................................... 40

CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................... 44

REFERÊNCIAS.................................................................................. 46

ANEXOS.............................................................................................. 49

CONSIDERAÇÕES SOBRE AS ATIVIDADES.................................... 51

SUGESTÃO DE ATIVIDADES .......................................................... 52

5

INTRODUÇÃO

Busca-se nos dias de hoje adequar a educação, seja ela em qualquer nível

ou modalidade, ás novas exigências de aprendizado. É preciso estar atento a outras

formas de ensinar e aprender, proporcionadas pelas Tecnologias de Informação e

Comunicação (TIC‟s) que vieram para ficar. Estas trouxeram uma alteração na

noção de espaço e tempo e podem ser consideradas como facilitadoras do processo

pedagógico e ampliadoras da capacidade de comunicação entre os envolvidos no

processo ensino aprendizagem.

Lea Fagundes2 afirma que “estamos saindo de uma lógica da cultura industrial

e entrando na lógica da cultura digital em que não há a divisão do tempo e do

espaço”. (2010)

Vejamos o depoimento abaixo:

“Meu netinho de oito anos teve contato com uma máquina de escrever antiga e

comentou espantado quando comecei a datilografar para ele demonstrando como

funcionava e ele comentou espantado ‘olha vovó ao mesmo tempo em você digita ela

imprime!’.” (Clara Maria Antonucci, 66 anos)

O depoimento acima elucida bem a questão levantada pela professora Lea

Fagundes, mostrando que a nova geração, tem dentro de si uma cultura digital, e

que a mudança na noção de tempo e espaço já aconteceu. Essa criança não ficou

espantada com a máquina em si, com sua estrutura técnica, mas com sua

capacidade de imprimir e digitar serem processos concomitantes, ou seja, que

aconteciam ao mesmo tempo. Ao adulto não foi permitido fazer essa reflexão que a

criança fez, e por quê? Nós, adultos somos “imigrantes” na tecnologia, essa geração

é “migrante”, ou seja, já nasceu dentro de um mundo rodeado de tecnologias.

Vale destacar que, não basta o uso da tecnologia e a superação da escola

nos moldes tradicionais e arcaicos, para uma educação de qualidade, é necessário

2 Lea Fagundes é Professora de Pós graduação e Coordenadora de Pesquisa de Estudos

Cognitivos do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

6 também, uma mudança na postura do professor que, de mero transmissor do

conhecimento deve se tornar um agente na criação de situações de aprendizagem

de tal forma que, os alunos possam reelaborar as informações que recolhem por

diferentes mídias, e com isso, transformarem-se em produtores de seu próprio

conhecimento. Sendo assim, faz-se possível desenvolver nas próximas gerações um

ensino aprendizagem formal e também inovador, com possibilidades de somar

ensino presencial e a distância. Desta maneira pode-se a educação pode ter uma

finalidade funcional, buscando a aprendizagem direta sem meios ou interlocutores.

(SANTAROSA, 1997). Para tanto o professor tem que assumir o papel de mediador

da interação entre aluno, informação e mídias.

A Educomunicação traz em seu bojo as possibilidades da utilização de várias

mídias como forma de potencialização e dinamização da prática docente. Inovações

tecnológicas que, já a muito fazem parte do nosso cotidiano (professores e alunos) e

que nós relutamos em incorporar em nossa prática profissional. Vivemos na era da

informação, onde pequenos aparelhos eletrônicos facilitam a nossa vida sejam para

comunicarmos, nos informarmos, para o lazer, etc.

Muitos destes podem melhorar o ensino, afinal tudo leva a crer que a

tecnologia jamais irá substituir o professor, contudo, o professor que não se adequar

as novas tecnologias será substituído por aqueles que a adotarem como recurso,

ferramentas e metodologias ao fim educativo.

7

A EDUCOMUNICAÇÃO

Em termos práticos a Educomunicação refere-se a um campo de pesquisa,

reflexão e intervenção social que se difere em objetivos, conteúdos e métodos

quando de sua aplicação no ensino escolar e na comunicação social.

É que a idéia de campo permite que consideremos um espaço amplo sem construções antigas e, não raro, antiquadas, impedindo que se levantem novos edifícios com maior ventilação e claridade (...) (SOARES, 2006.p.3)

Seus objetivos teóricos são o de fazer uma investigação de seus fundamentos

e discutir as inter-relações dos vários tipos de saberes que se fundem na Educação.

Contudo, o que a particulariza são os procedimentos adotados a seu fim, o processo

ensino-aprendizagem dá qual propomos discorrer.

A isso, damos o nome de metodologia, portanto, neste caso, essa nova

proposta não quer na busca do saber, no fim do processo, respostas prontas, quer

sim o aguçamento das contradições. A intencionalidade é, dentro da

Educomunicação, valorizar o processo de múltiplas linguagens para uma formação

crítica do educando. Ou seja, a Educomunicação remete-nos a uma ação

intencional, da qual todos os envolvidos participam ativamente do processo de

construção do conhecimento, promovendo “diálogos” entre si.

O importante nessa ação intencional não é o resultado acabado e pronto para

ser consumido, tal qual o mundo capitalista, que tem modelos perfeitos, adequados

a um determinado consumidor. O importante dentro da Educomunicação na escola é

o processo que é sempre rico em detalhes, cheios de incongruências, denso, com

particularidades, mas, e só por isso, complexo. Leva a reflexão o que Gadotti diz

referindo-se a situação da Educação:

A educação tradicional e a nova têm em comum a concepção da educação como processo de desenvolvimento individual. Todavia, o traço mais original da educação desse século é o deslocamento de enfoque do individual para o social, para o político e para o ideológico. (GADOTTI, 2000, p. 4)

8

Dentro desse trabalho podemos dizer que Educomunicação é a interação dos

usos dos meios tecnológicos por nós, profissionais da educação, e que por trás há

uma intenção política de desmascaramento, de apresentação das mais sutis

nuances, mas longe de ideológico. Este deve ser pautado na expressividade da

comunicação entre os estudantes, proporcionando assim uma ação libertária, a fim

de imprimir uma ação dialógica que possa gerar o ensino aprendizagem no chão da

escola, e com isso desenvolver no estudante uma formação de autonomia pautado

pela criticidade. Segundo Moran:

Educar é colaborar para que professores e alunos - nas escolas e organizações - transformem suas vidas em processos permanentes de aprendizagem. É ajudar os alunos na construção da sua identidade, do seu caminho pessoal e profissional - do seu projeto de vida, no desenvolvimento das habilidades de compreensão, emoção e comunicação que lhes permitam encontrar seus espaços pessoais, sociais e profissionais e tornarem-se cidadãos realizados e produtivos. (MORAN, 2000, p.1)

A Educomunicação está conectada com a evolução dos meios tecnológicos, é

um entrecruzar de saberes a partir das tecnologias, estas assim, promovendo a

interlocução destes.

Os usos dessas ferramentas precisam estar calibrados ao processo de

ensino aprendizagem que se propõe o professor. O resultado positivo junto aos

estudantes está no cuidado que o professor deve ter na preparação do material, e

das informações que serão direcionadas aos estudantes para o desenvolvimento de

uma pesquisa ou de um trabalho adequado, a fim de produzir, não somente

conhecimento, mas também possibilidades de interagir dialogicamente, tendo uma

opinião crítica formada no final desse processo.

O que a Educomunicação possibilita verdadeiramente é que se revelem e

tornem públicos os registros dos saberes daqueles envolvidos no processo,

alimentando imensuravelmente as ações e experiências que levam a outros saberes

que partem em outras direções.

Sua eficácia consiste em uma aula bem preparada, na organização na

utilização das ferramentas apropriadas a seu objetivo. Por isso é determinante que o

professor tenha um conhecimento desses instrumentos educomunicativos que

deverão ser usados, bem como um plano de aula bem fundamentado e amplamente

explicativo do processo em que se desenrolará o conteúdo proposto. Isso para que o

9 estudante ao desenvolver o processo possa no final não só dominar o conteúdo

como também obter o objetivo esperado que nada mais é do que a competência do

aprendizado. O ideal é que no planejamento anual os professores decidam os

projetos a serem desenvolvidos durante o ano letivo e as TIC‟s ideais para o

desenvolvimento dos conteúdos selecionados. Durante o ano letivo deve haver

momentos de avaliação e monitoramento para se verificar se aquilo que foi previsto

está funcionando e atendendo as necessidades da comunidade escolar.

Olhando para o parâmetro educativo, a Educomunicação está para além de

uma simples maneira de alternar a partilhar aprendizado e conteúdo. A proposta

fundamental contida nestes novos meios é que possa tornar o estudante capaz de

perceber o mundo que o rodeia nas suas mais sutis aparências, e assim, tornar-se

um sujeito capaz de mudar a sua realidade. Neste contexto, o professor como

profissional, tem que estar atrelado a intencionalidade que se dirige tal ação. O

professor deve ter o empenho de fazer com que o aluno não seja um mero

reprodutor de um pensamento, mas tenha capacidade de “fazer uma “re-leitura” do

mundo a sua volta depois de ter entrado em contato com esses instrumentos

educomunicativos”. (FREIRE, 1989).

Por isso é fundamental que no uso da Educomunicação o professor tenha a

compreensão que o fundamento das TIC‟s não são meros instrumentos de

diversificação dos momentos de ensino aprendizagem, mas uma maneira que o

estudantes tem para elaborarem suas capacidades de ensino aprendizagem que

não venham da velha forma expositiva, quadro e giz. Ressalta-se aqui que, não é

substituir simplesmente o quadro e o giz, mas usar de outros recursos para uma

finalidade tal a ser alcançada. É neste parâmetro ainda que o professor não pode

ser apenas uma extensão na educação, mas sim, um comunicador que este termo

traz em si.3 (FREIRE, 1970).

É certo que a Educomunicação tem seus princípios e fundamentos na

pedagogia freireana, e que seus métodos muito cedo foram usados por diversos

educadores. É o que está nos fundamentos da Educomunicação como destaca

Soares:

3 O termo aqui está ligado ao pensamento freireano apresentado na obra Extensão ou

Comunicação. Apesar de o tema estar ligado ao conceito no uso do agrônomo, o mesmo serve para qualquer categoria de profissional que no seu atributo tem o processo comunicativo educacional seja em que for o parâmetro.

10

[...] uma prática social que emergiu no meio acadêmico, a partir da década de 80, sendo muitas vezes denominada de inter-relação Comunicação e Educação. Nos últimos oito anos, no Brasil, essa prática vem sendo observada, estudada e implementada, sistematicamente, por intermédio de projetos criados e geridos pelo NCE – Núcleo de Comunicação e Educação do CCA - Departamento de Comunicação e Artes, da ECA - Escola de Comunicação da USP - Universidade de São Paulo. (SOARES, 200-, p.2)

Em uma perspectiva educativa a Educomunicação forja no interior da própria

educação e no chão da escola, meios para que o estudante seja construtor de novas

relações democráticas, conceba uma invenção política diferenciada e possa nestes

entre meios tecer novas relações sociais. (GALHEIGO, 2007).

Por conseguinte, é perceptível que a Educomunicação, seja vista como meios

de comunicação para obter nos estudantes uma participação democrática que os

levem aos conceitos fundamentais de participação, e que esteja vinculado ao ensino

aprendizado no espaço escolar. Contudo, é preciso ter claro que o uso dessas

tecnologias tem que ser compreendidos com os meios que integrem a relação

ensino aprendizagem com a busca de formação de consciência e formação crítica

que se advém deste uso. Enfatiza Almeida:

Em 1985, Kline (apud Reis, 1995, p. 48) propôs uma definição de tecnologia como o estudo do emprego de ferramentas, aparelhos, máquinas, dispositivos, materiais, objetivando uma ação deliberada e a análise de seus efeitos, envolvendo o uso de uma ou mais técnicas para atingir determinado resultado, o que inclui as crenças e os valores subjacentes às ações, estando, portanto, relacionada com o desenvolvimento da humanidade. (ALMEIDA, 2005 p. 38)

Vê-se que a Educomunicação é bem mais que o uso de novas tecnologias, é

um fator epistemológico motivado por novos meios atualizados em uma busca de

fundamentar um novo jeito de formalizar novos meios com o qual o ensino

aprendizagem possa contribuir com os estudantes em sua formação dialógica e de

autonomia.

Fazer Educomunicação é construir um novo discurso, e para tal, dar

possibilidades do educando conhecer através de diferentes mídias, outras fontes,

opiniões, falas, que devem ir além do senso comum.

Mas fazer Educomunicação é ir além de simplesmente usar diferentes mídias,

é usar diferentes metodologias para aprender no coletivo, é mergulhar-se no grupo,

11 deixar-se envolver num grupo que tem um objetivo comum, abandonar a figura do

professor que sabe para participar de outra forma de convivência social onde não há

a figura daquele que decide, impõe, executa, cumpre e obedece, mas há a figura

daquele que participa de um processo de integração de vários sujeitos que tem um

objetivo em comum, buscar construir seu conhecimento, num processo “ad

eternum”.

Pode ser considerada uma proposta de autonomia ou co-gestão, onde os

atores sociais optam por abandonar seus papéis para tornarem-se diretores,

roteiristas, apresentadores de suas realidades, não com o propósito de se tornarem

modelos para os outros, o que pode lhes tornar escravos de um padrão

estereotipado, consumível, desejável, mas a fim de tornarem-se sujeitos históricos,

autônomos e que entendem o curso da experiência impar que é o viver, o conviver,

que valoriza cada um com a sua experiência, que reconhece que cada um tem uma

história, que respeita a todos e a cada um por isso, um sujeito que aceita e respeita

as diferenças.

Dentro da Educomunicação a prática educomunicativa lança as bases do

andar lado-a-lado, do debate de idéias, do ouvir, do valorizar as experiências do

outro, do diálogo e da constante re-elaboração do seu ser do seu pensar e do seu

agir. É uma intervenção social que busca o direito á comunicação e não fruto de um

discurso científico, teorizado, e de receitas prontas, mas sim, da interação de

pessoas que tem por objetivo o crescimento e a construção da sua história a partir

de suas opiniões, decisões e ações, que estão em constante mutação.

E deste contexto pode-se ver a internet como um meio inovador de

aprendizagem e autonomia, não só de pesquisa mas também, de aprendizagem. É

tácito que a liberdade que pode ser utilizada para este fim, é intensivo no processo

educacional. Há sites que não só contem informações, mas por si têm todo um

direcionamento para se construir o conhecimento e aprendizado necessário. Abaixo

sugestões de sites que podem contribuir neste processo:

www.diaadiaeducacao.pr.gov.br;

www.dominiopublico.org.br;

www.scholar.google.com.br;

www.portacurtas.com.br;

12

www.espacoacademico.com.br;

www.historianet.com.br;

www.tvescola.mec.gov.br;

www.curtanaescola.org.br;

www.cafehistoria.ning.com;

.www.historiadigital.org/;

13

O ENSINO Á DISTÂNCIA

Percebe-se na atualidade uma forte tendência a um modelo de educação á

distância na tentativa de superar os encontros dentro de um espaço físico onde

todos se reúnem num só tempo. Apesar dessa tendência, não podemos deixar de

destacar que, para as ciências humanas superar as condições de espaço e tempo é

um pouco mais complexo.

O Ensino á Distância (EAD) caracteriza-se pela flexibilização do espaço e

tempo e pela utilização de algumas formas de TIC‟s. O processo educativo que essa

modalidade de ensino tem, visa propagar o conhecimento através de elaboração do

conhecimento a distância, e por meio de pesquisa autônoma. Neste processo fica

cadente que a educomunicação pode transformar o âmbito educacional colocando

como principal fator a pesquisa e não o docente, ainda que haja tutores a distância e

presencial, o conhecimento é especulado a partir da pesquisa e da iteração que o

estudante faz pelos meios educomunicativos.

O vídeo abaixo do Programa Salto para o Futuro - Série: Educação á

distância - O que é Educação á Distância? elucida esta questão e distingue o ensino

presencial e o ensino á distância:

http://www.e-escola.pr.gov.br/mod/resource/view.php?inpopup=true&id=561315

A origem do Ensino á Distância data do século XIX e foi considerada como

uma forte aliada, estando a serviço das necessidades do mercado de trabalho e da

dinâmica da sociedade globalizada.

Hoje, muitos teóricos da educação defendem essa modalidade argumentando

que ela é importante e necessária para a democratização do ensino. Veja o que diz

Citelli:

Sua trajetória de desenvolvimento liga-se a própria utilização das

inovações tecnológicas do final do século XIX, que foram o

aprimoramento da imprensa, e das estradas de ferro que acabou por

contribuir com o ensino por correspondência, onde o estudante passa

a ter certa autonomia e flexibilidade.

Este processo que, historicamente, pode ser recuado ao século XV,

com a invenção da imprensa, ao século XIX com a chegada do

telefone e ao século XIX com a informática, entrará em novo ciclo

com a integração dos diferentes meios e com o caráter mais amigável

e interativo que presidirá as relações entre os sistemas tecno-

tecnológicos e os seres humanos (CITELLI ,2009,p.1)

14

Na década de 80 aconteceu uma prevalescência no ensino por vídeo e áudio

com uso da antena, juntamente com o uso do computador, que ainda prevalece na

EAD nos dias de hoje.

Na década de 90 a EAD associa ensino por correspondência (impresso, com

flexibilidade de espaço e tempo), a utilização do vídeo, e áudio (tele-aulas ou vídeo

conferências, por exemplo) com os computadores (redes telemáticas) e outras

mídias, inaugurando uma nova maneira de aprender e ensinar.

As experiências iniciais da EAD tinham por característica a racionalização do

tempo, a divisão do trabalho e a produção em massa, tal qual o fordismo. Havia uma

mecanização e automação da metodologia do ensino e uma hierarquização nos

papéis (o professor, o detentor do saber e o aluno como um balde vazio de

conhecimento). Aprofundando-se no estudo desse período observa-se duas

orientações teóricas no campo da EAD, de um lado esse modelo denominado

fordista e de outro as teorias da pós-modernidade e desconstrutivistas. Na década

de 90 a lógica industrialista (fordismo) começa a perder força devido a uma nova

fase do capitalismo menos tecnocrata e mais humanista. Sendo assim, muitos

estudiosos defendem uma redefinição dos objetivos e estratégias da EAD diferentes

da educação de massa. Tal diferença consiste fundamentalmente numa maior

autonomia do indivíduo, na sua capacidade de tomar decisões, e que leva o

individuo a uma necessidade constante de formação ao longo de sua vida.

No Brasil as experiências com a EAD só começaram a frutificar com a

utilização do rádio como meio de comunicação, assim mesmo limitado ao ensino de

adultos e ao ensino profissionalizante (FREITAS, 2003). Nessa época é importante

destacar que o foco foi a oferta de cursos para professores do Ensino Fundamental

e Médio.

Nas décadas seguintes aparece as EAD‟s ofertando cursos em nível superior

e profissionalizante em parceria com várias Universidades e Fundações, tais como a

UNB e a Fundação Roberto Marinho e Fundação Bradesco. Mas foi somente em

1996 que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (art. 80) passa a tratar da EAD e

possibilita sua existência em todos os níveis de educação, inclusive nas licenciaturas

e pós-graduações.

15

Atualmente, indo ao encontro da necessidade de incorporação dessa

modalidade tem a Secretaria Estadual de Educação (SEED) do estado do Paraná

desenvolvido ações a fim de incorporar a EAD as atuais políticas educacionais.

Destacamos que a EAD é vista como mais uma opção de ensino e não como

substituta ao ensino presencial.

Tal ação se concretiza, por exemplo, na formação continuada para os

professores, na infra-estrutura e soluções tecnológicas implantadas nas escolas.

Podemos citar a TV Paulo Freire, a instalação dos laboratórios de Informática do

Paraná Digital, as TVs Multimídias, a criação dos CTNE‟s, os Ambientes

Colaborativos dentro do Portal Dia-a-Dia-Educação, dentre outros. Todos esses

ambientes de aprendizagem, sejam virtuais ou não contribuem na interação dos

sujeitos para discussões e reflexões acerca do conhecimento.

Um outro exemplo de prática educomunicativa com a internet foi apresentada

pela Revista Veja (2011) que aponta o sucesso de um americano chamado Salman

Khan. Com 60 milhões de acessos ele é responsável por mais de 2000 aulas virtuais

em diferentes áreas do conhecimento. Ele utiliza uma linguagem didática e

compreensível, e um computador que reproduz um quadro negro e uma câmera de

vídeo. Sua didática é oferecer desafios constantes a seus seguidores e é o próprio

ambiente virtual o que mais estimula seus seguidores, pois assim cada uma aprende

no seu tempo, podendo assistir novamente cada aula quantas vezes for necessário

para passar ao desafio seguinte. Segundo José Armando Valente, “a Internet

estimula a apreensão de informações de forma autodidata e exerce um magnetismo

sobre as novas gerações que não pode mais ser desprezada pelos educadores”.

(2011, p. 132). Isso é apenas um exemplo do que a internet pode fazer pela

educação.

Porém, não sejamos ingênuos em acreditar que resolveremos os problemas

do processo ensino aprendizagem do sistema presencial dentro do sistema

chamado a distância ou virtual. O importante é valorizar cada um desses sistemas

usufruindo os aspectos positivos de cada um deles, pois a presença física é

fundamental em muitos momentos, fortalecendo laços de confiança, debatendo

idéias, criando grupos com idéias afins, definindo objetivos e formas de pesquisa em

novos temas, definindo dados essenciais para esses novos temas, etc. Enquanto

que virtualmente a comunicação possibilita a interação espaço-tempo mais livres,

16 contato com pessoas de outros lugares, maior liberdade de expressão dependendo

da personalidade do internauta, a interação entre os alunos e professores de outras

instituições através de videoconferência, etc. Desta forma amplia-se a possibilidade

da aula em si ser aplicada em diferentes tempos e espaços, pois o professor estará

disponível para enviar e receber e-mails, postar atividades e textos indicando

páginas da internet para pesquisa, criando listas de discussões, aumentando em

muito as condições para o aprendizado em qualquer tempo e qualquer lugar.

A preocupação em oferecer um ensino de qualidade, deve atrelar-se ao

método, isto é, nas formas de ensinar e aprender evitando que isso seja um fim, mas

um meio em busca da qualidade na educação.

No ensino a distância o papel do professor amplia-se consideravelmente, e o

papel do aluno passa a ser de um sujeito ativo e autônomo em seu desenvolvimento

intelectual. Defendemos a figura do professor como mediador do conhecimento e

não como personagem descartável. Percebe-se assim que o próprio professor

cumpre outro papel, que é mais amplo do que o detentor do saber, para alguém que,

auxilia com o saber.

Destaca-se também que o papel do aluno requer nesse tipo de aprendizagem

uma atitude de responsabilidade e protagonismo que o próprio processo lhe

desenvolverá na medida em que o professores atribui tarefas nesses tipos de

ambientes colaborativos, despertando nestes o gosto pelo aprendizado mais

autônomo e integrador.

Muito embora cremos na necessidade do ensino virtual na atual sociedade

do conhecimento, há de se destacar que o ensino presencial continua sendo

fundamental ao processo ensino aprendizagem, principalmente porque o trabalho do

professor como mediador contribui na sistematização da teoria para avançar na

prática social, o que só presencialmente se efetiva, graças a ação dialógica que se

consolida com grupos presenciais.

Contudo, não se pode deixar de mencionar que foram as experiências de

ensino à distância que propiciaram o desenvolvimento de novos modos de ensinar

com as TIC‟s, e que são importantes ferramentas disponíveis a uma grande parcela

da nossa sociedade, de modo a melhorar a qualidade de ensino das escolas

públicas compensando as desigualdades sociais no acesso a essas tecnologias.

17

A educação á distância pelas experiências de ensino com metodologias

virtuais pode vir a contribuir para aperfeiçoar os métodos de ensino-aprendizagem e

na organização do trabalho pedagógico, contudo, já é tempo de reformular os

currículos dando ênfase as competências múltiplas, a autogestão, e a competência

para pesquisa.

18

O USO DA INTERNET NA ESCOLA

Segundo Moran, “a internet está explodindo como a mídia mais promissora

desde a implantação da televisão” (MORAN, 1997.p.1) Justamente devido a sua

possibilidade descentralizada de produção, onde as pessoas podem se comunicar,

trocar informações,dados, pesquisas.

Na escola, o uso da internet pode aumentar o potencial criativo e dar mais

autonomia para professores e alunos.

No Paraná a Secretaria do Estado de Educação (SEED) mantém uma equipe

de 270 assessores distribuídos pelos 32 Núcleos Regionais de Educação (NRE‟s)

para auxiliar as 2,1 escolas públicas a realizar planejamentos e acompanhar as

ações relacionadas ao uso e ampliação da rede dessas instituições.

Segundo uma pesquisa realizada pela Fundação Vitor Civita, Ibope, e

Universidade de São Paulo, com patrocínio da Abril Educação, do Instituto Unibanco

e do Itaú, comprovou-se que as escolas públicas possuem cada vez mais infra-

estrutura tecnológica, contudo falta formação para professores gestores na área.

Os profissionais entrevistados pela Revista Nova Escola (2011) afirmam que para

explorarmos as novas tecnologias como ferramenta a serviço do ensino

aprendizagem faz-se necessário incluir as TIC‟s nas matrizes curriculares e projetos

políticos pedagógicos além dos cursos de capacitação e formação incluírem

atividades ligadas diretamente aos conteúdos , ou seja, as capacitações deveriam

focar os conteúdos de cada disciplina e incluir as TIC‟s como ferramentas para

facilitar o desenvolvimento dos conteúdos em sala de aula.

A informática educacional brasileira teve suas raízes na década de 70, as

primeiras experiências datam de 1973 na Universidade Federal do Rio de Janeiro

(MORAES, 1993).

Em 1984, em uma ação conjunta do Ministério da Educação e

Cultura (MEC) do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPQ) e outras instituições

discutiram idéias de implantação de planos - piloto sobre o uso dos computadores

em algumas Universidades, surgindo assim o Projeto Educon.

Em 1989, o MEC instituiu o Programa Nacional de Informática na Educação

(PROINFE) com a intenção de promover o desenvolvimento da informática educativa

e seu uso na rede pública.

19 Em 1997, o MEC criou o Programa Nacional de Tecnologia Educacional

(PROINFO).

No ano de 2007 o governo brasileiro implantou um projeto denominado Um

computador por aluno (UCA) nas cidades de São Paulo, Porto Alegre, Palmas, Piraí

e Tocantins, o projeto ofertou leptops para o desenvolvimento de atividades de sala,

capacitou os professores e ofertou suporte técnico as escolas. O resultado foi o

aumento da motivação dos alunos e professores e a diversificação de experiências

educacionais.

O uso da Internet possibilita uma educação global, promovendo novos

diálogos com os indivíduos e com o mundo ao revolucionar processos e

metodologias de aprendizagem.

Certo é que ensinar com a Internet tem resultados significativos quando a

tecnologia está integrada em um contexto estrutural de mudanças, onde os sujeitos

se envolvem em processos de comunicação, sejam esses processos abertos ou

fechados. Se não for assim ela será somente uma tecnologia a mais e reforçará

formas tradicionais de ensino.

O uso da internet deve representar um processo de continua construção do

conhecimento a partir da interatividade, interconectividade e mobilidade capaz de

promover uma aprendizagem colaborativa permitindo assim o desenvolvimento de

habilidades que exigem atividades em equipe.

Hoje em dia, processa-se as informações de formas variadas, juntando pedaços

de textos de formas diversas, em várias linguagens, numa lógica não seqüencial,

criada a partir dos interesses individuais, da forma em que nós nos percebemos no

mundo, no modo em que nós nos relacionarmos com o outro. É um processo

individualizado e livre, com conexões mais abertas, pois dependem do nível cultural,

da idade, dos objetivos, da maturidade de cada individuo.

Quanto mais mergulhados na sociedade da informação estivermos, mais

rapidamente necessitamos de respostas rápidas, mas nós professores não podemos

reafirmar essa habilidade em lidar com o imediato, nem tampouco abandoná-la,

devemos sim utilizar todas as formas de lidar com o conhecimento, escolhendo o

momento certo para desenvolvê-la, partindo daquela que tem maior repercussão

entre os jovens, a mediática. (MORAN, 2000)

20 Sendo assim, as pesquisas na internet podem começar sem endereços

eletrônicos (sites) oferecidos pelo professor, nesse caso o professor oferta apenas o

tema a ser pesquisado para que o aluno pesquise conforme sua intuição e

conhecimento. Como resultado, teremos inúmeros endereços eletrônicos sobre o

tema proposto pelo professor.

Os alunos poderão salvar os endereços de textos que consideram mais

completos e interessantes, anotarem o que considerarem mais importantes para

depois democratizarem no grande grupo a partir de um fórum, um blog ou mesmo

presencialmente. Não podemos esquecer que o aluno nessa proposta

educomunicativa, é parte participante do processo colaborativo de ensinar e

aprender. Para tal o professor deve problematizar o tema, incentivar o aluno a ser

criativo, sendo a internet uma ferramenta muito importante nesse processo.

Problemas podem surgir, como por exemplo, estudantes que não aceitam

fazerem parte da construção do conhecimento, esperando tudo pronto do professor,

ou/e a dispersão por parte de alguns alunos, justamente devido ao enorme campo

de possibilidades de pesquisa. Porém o mais importante nisso tudo, é que ele

possua a autonomia que a ferramenta lhe proporciona e com a prática ele se

envolverá, descobrindo o seu caminho no aprendizado.

Outro problema que pode surgir é com relação à busca por informações

confiáveis na rede e para tanto, a Revista Nova Escola (2011) oferece algumas

dicas que adaptamos:

Verifique se o autor do texto está identificado e se é especialista no tema;

Se ele cita as fontes pesquisadas;

Busque o currículo do autor se possível;

Verifique o uso correto da ortografia;

Se há relatos e testemunhos, o texto apresenta mais veracidade;

Analise se o autor tem interesses comerciais;

Não creia que na primeira busca os melhores textos vêm primeiro;

Pesquise pela política de verificabilidade quando na busca dentro da

Wikipédia, o melhor é buscar outros sites confiáveis e não utilizar a Wikipédia;

21

Mais seguro é fazer buscas em sites confiáveis como o Google Acadêmico,

Scielo, Capes, Domínio Público, e outros relacionados a publicações

acadêmicas ou instituições como bibliotecas virtuais, etc.

Alunos e professores curiosos e motivados auxiliam demasiadamente no

processo ensino aprendizagem, estimulam a busca de novas alternativas para

estudarem o mesmo tema, contribuem na criação de ambientes desafiadores.

Oferecermos a todos os envolvidos essa oportunidade de utilizar as TIC‟s

como método, pode alavancar sobremaneira nossa competência de ensinar e

aprender.

É importante que o professor insista ante aos problemas, pois as condições

materiais já estão dadas para a grande mudança tecnológica e filosófica que a

educação pode gestar.

22

AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM

É um espaço virtual onde se colhe e deposita os conhecimentos construídos

coletivamente, espaço este que se interliga a outros canais de comunicação,

permitindo e garantindo o acesso contínuo a esses ambientes.

Contribui para uma postura mais ativa do aluno, sendo assim o professor

deixa de ser o centro do processo para ser um mediador no processo.

Os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) são uma alternativa a mais

para dinamizar o processo ensino aprendizagem, tornando tal processo mais

agradável e interessante.

Com as novas tecnologias obtem-se outras maneiras de dispor aos alunos as

informações necessárias para a construção do conhecimento, revolucionando os

processos e metodologias de aprendizagem, ampliando inclusive o acesso de

pessoas a essas informações. Para tanto é fundamental ter a disposição ambientes

de aprendizagem que instiguem os alunos a uma reflexão crítica e contínua, que

valorizem a capacidade de pensar dos alunos, que possuam riqueza de recursos.

Segundo Mercado

Os ambientes telemáticos de aprendizagem permitem implementar uma rede

de informações interligadas,em que os sujeitos podem explorar diferentes

mídias simultaneamente e integrá-las numa mesma atividade.Tais ambientes

oferecem condições apropriadas para o desenrolar das experiências

interativas quanto ás relações com a tecnologia,quanto ás relações

interpessoais.(2001,p.1).

Sendo assim, é fundamental dominar ferramentas de busca das informações,

sabermos interpretar as escolhas feitas, adaptando-as ao contexto pessoal, e situar

essas informações que selecionamos dentro do nosso universo de referências

pessoais. Temos vários exemplos de AVA‟s, contudo, neste caso utilizaremos a

Webquest, o Blogue e o Podcast.

23

WEBQUEST

É uma proposta metodológica de uso da internet. Segundo seu criador, Bernie

Dodge4 “webquest é uma atividade investigativa, em que alguma ou toda informação

investigativa provém da internet” (SCUISATO, apud Dodge, 2008, p.28)

Em geral uma webquest é elaborada pelo professor, para ser uma atividade

solucionada pelos alunos. Sempre parte de um tema propondo uma tarefa, que deve

envolver os alunos na consulta de fontes de informação selecionadas pelo professor.

Essas fontes podem ser livros, vídeos, e outras, mas normalmente são sites ou

páginas na Web.

Está estruturada para ser uma atividade resolvida preferencialmente em

grupo. Possibilita ao estudante reconhecer-se como agente do processo de

aprendizagem além de uma navegação orientada nesse “mar de possibilidades” que

é a internet.

Ela deve ser desafiadora, motivando o estudante a empreender a partir de

cada parte dos componentes que a integram que são:

1. Introdução: apresenta o tema e as atividades eles terão de realizar;

2. Tarefa: descreve o que se pretende alcançar com a atividade e que

ferramentas devem ser utilizadas para desenvolvê-la;

3. Processo: apresenta os passos que os alunos terão de percorrer para

desenvolver a Tarefa e as fontes de informação necessárias a

consultar para realizar a Tarefa;

4. Avaliação: informa ao aluno como ele será avaliado;

5. Conclusão: oferece um resumo dos assuntos explorados e os objetivos

alcançados, pode usar este espaço para incentivar o aluno e oferecer

novos links para acesso;

6. Créditos: apresenta neste espaço as fontes de todos os materiais

utilizados na webquest: imagens, músicas, textos, livros, sites,

páginas Web com os links ou referências bibliográficas.

4 Professor da Universidade Estadual da Califórnia, EUA.

24

Na produção de uma webquest o professor deverá refletir sobre algumas

questões importantes, tais como:

Essa atividade capta a atenção dos meus alunos?

É uma atividade relevante para atender as necessidades de

aprendizagem deles com relação ao conteúdo selecionado?

Contribuirá para superar o nível de conhecimento que eles tem sobre o

assunto?

Estes se sentirão satisfeitos ao cumprirem as desafios impostos pela

atividade?

Nossa proposta consiste em apresentar durante o desenvolvimento do projeto

uma webquest como uma forma de pesquisa, debate, reflexão e produção de

atividades direcionadas aos alunos.

BLOGUE

Não existe consenso em quem foi seu criador, alguns estudiosos defendem o

nome de Jorn Barger como o seu criador na década de 90.

É considerado um diário na Web, onde as informações estão organizadas da

mais recente a mais antiga, onde é aberto para postar comentários qualquer

visitante.

Contribuem para uma maior interação entre as pessoas que o utilizam e

enquanto o utilizam, desenvolvendo trocas e laços sociais. É um mundo novo da

qual a escola se apoderou como uma forma virtual de interação educacional,

demonstrando a possibilidade de incorporar a cibercultura a sua prática.

É uma página da web que pode ser alimentada constantemente, já está no

cotidiano dos nossos alunos e das nossas escolas. Os professores o utilizam como

recurso e estratégia didática.Hoje existem disponíveis na rede milhares de blogues,

sobre os mais variados assuntos.

A criação de um blogue pode ser individual ou coletiva, servindo como

estímulo á reflexão e a produção escrita. Para tanto passa a ser pretexto para a

pesquisa, competência necessária para a seleção das informações que serão

25 tratadas, postadas, comentadas no blogue, portanto, esta serve também como

avaliação alternativa do processo do ensino aprendizagem do aluno ou do grupo,

dependendo do critério adotado pelo professor. Tal critério pode ser sua construção

e características, número de consultas,alimentação do blogue, seleção dos textos e

pertinência dos textos e comentários, etc.

Nele podemos disponibilizar materiais como pequenos textos e links a sites

relevantes, imagens, referências a notícias atuais relativas ao assunto estudado

para serem consultados constantemente, e outros.

Neste trabalho nossa intenção é que nossos alunos desenvolvam a

competência de participar de um blog, desde sua confecção, pesquisa do teor do

conteúdo, elaboração, seleção, comentários e postagem destes. E a avaliação será

processual levando em consideração sua participação em todas as suas fases.

PODCAST

É uma tecnologia muito potente para ser utilizada a serviço do processo

ensino aprendizagem, pois, também independe do tempo e do espaço. Permite que

o professor disponibilize aulas, documentários, entrevistas em formato de áudio,

podendo ser descarregado em um dispositivo móvel, como por exemplo, o celular,

ou ipod (dispositivo de reprodução de áudio/vídeo). Ainda existe a possibilidade de o

participante deixar comentários interagindo com o professor.

Consiste em uma página, site ou local onde é disponibilizado um ficheiro de

áudio para serem carregados, que podem ser conteúdo de reuniões, telejornais,

entretenimento, científicos, educacionais, etc.

Segundo Primo, o podcast “é um processo mediático que emerge a partir da

publicação de arquivos de áudio na internet” (2005, p.17).

UM BOM EXEMPLO...

Estes podcasts são sobre uma entrevista de Asimov, em que ele prevê o

advento da internet como ferramenta a favor da educação:

26

www.youtube.com/watch?v=qLEBAPA7yqo

www.jovemnerd.ig.com.br/nerdcast/nerdcast-186-isaac-asimov-e-seus-escravos-

tchecos/

27

O ENSINO NAS CIÊNCIAS HUMANAS

A pesquisa constitui a melhor maneira de o ensino aprendizagem ecoar em

meio aos estudantes, principalmente do ensino médio. Para colaborar com este

processo a sala de aula sempre foi vista como um espaço que oferece uma forte

contribuição para que o ensino aprendizagem se efetivasse.

Porém, o quadro e o giz jamais cairão em desuso, em especial nas disciplinas

das áreas humanas. Essas são disciplinas agrupadoras de conhecimento que

necessitam de uma compreensão e uma reflexão dos fatos.

Muitos fatos são resultados das ações humanas e como tal merecem ser

discutidos e refletidos á luz das diversas ciências.

Os meios tecnológicos também são frutos da ação humana e podem ser

utilizados em dois sentidos, enquanto ferramenta que foi pensada pelo homem como

produto da ação humana e que servem como ferramenta para ajudar a refletir sobre

a ação humana, e como recurso para apresentarmos, analisarmos e refletirmos

sobre a ação do homem em sua trajetória sobre o nosso planeta.

O professor que subestima o uso das ferramentas tecnológicas não corrobora

o ensino aprendizagem quanto menos tem uma percepção do que é partilha de

conhecimentos a partir de uma dialogicidade.

Desta maneira, o ensino na área das ciências humanas que é composto na

maioria das vezes em aula expositiva, encontra barreiras para o uso das TIC´s. Veja

o que diz Andrade

Com o processo veloz e contínuo de transformações paradigmáticas na

sociedade em Rede, transfigura-se o arquétipo professor. Mesmo assim, a

grande maioria ainda não programa suas aulas com o apoio das mediações

tecnológicas, por não saber utiliza-las de forma produtiva ou por acreditar

na possibilidade de perder a „performace‟ conquistada em aula ao investir

na mídia, medo de ser substituído. (ANDRADE, 2006, p. 152).

Por ser disciplinas reflexivas, que no mundo contemporâneo apresenta sua

próprias dificuldades de aprendizagem, os professores das áreas humanas se vêm

em continua apreensão para poderem ligar os fatos aos acontecimentos hodiernos.

Ao mesmo tempo, necessitam proporcionar uma discussão que levem os estudantes

a formarem uma consciência crítica e transformadora de sua realidade. Essa

proposta não é diferente do que Freire (1985) explicitava sobre o ensino

aprendizagem na relação do indivíduo com o mundo, isto é, a leitura do mundo que

28 antecede a palavra. Essa condição é o sine qua non da aprendizagem. Veja o que

afirma Freire

Toda leitura pressupõe uma leitura anterior do mundo, e toda leitura da palavra implica a volta sobre a leitura do mundo, de tal maneira que “ler o mundo” e “ler a palavra” se constituem um movimento em que não há ruptura, em que você vai e volta. E “ler o mundo” e “ler a palavra” no fundo, para mim implica e “reescrever o mundo”. Reescrever com aspas, quer dizer, transformá-lo. A leitura da palavra deve ser inserida na compreensão da transformação do mundo, que provoca a leitura dele e deve remeter-nos, sempre, à leitura de novo do mundo. (FREIRE, 1985, p.15)

O ensino nas disciplinas das áreas humanas no ensino médio está destinada

a formar consciência crítica e autônoma do sujeito. A compreensão deste caminho

torna-se um fardo para os profissionais da educação das áreas humanas, pois lhes

falta uma visão clara de sua posição teórica dentro de sala de aula.

É preciso que o professor, antes de tudo se posicione não mais como um detentor do monopólio do saber, mas como um parceiro, um pedagogo, no sentido clássico do termo, que encaminhe e oriente o aluno diante das múltiplas possibilidades e formas de se alcançar o conhecimento e de se relacionar com ele. (KENSK, 2009, p.2)

Uma das maneiras de perceber o caminho trilhado pelo estudante no

processo de ensino aprendizagem nas ciências humanas é o debate, que funciona

como um termômetro de como se envereda os caminhos que o estudante percorreu

e onde ele está aportando, pode-se assim perceber sua prática ante a sociedade.

Esse desenrolar do debate em sala é nada mais do que aquilo que conhecemos

como dialogicidade, implicada na pedagogia freireana, relacionada á ação

comunicativa habermasiana, que permite perceber o aprendizado a partir da

interação do sujeito. (CERRI, 2010).

O processo ensino aprendizagem nas disciplinas das áreas humanas deve

contemplar estes fundamentos, assim como propõem os PCN‟s que objetiva sempre

formar no estudante um raciocínio lógico para a sua formação integral. Dessa forma

é compreensível que a educação tem no seu âmbito não só a reflexão do fazer, mas

primordialmente o que deve ser. (LISBÔA DA COSTA, 2002).

O processo proposto é que as disciplinas das ciências humanas devem

contribuir para que o estudante possa gerir uma transformação de pensamento e de

atitude. Neste interim, não há como fugir da compreensão bem fundamentada da

29 pedagogia freireana, que busca o sujeito autônomo, produtor do seu próprio

conhecimento.

A perspectiva da pedagogia freireana é concebida pelo processo dialógico . O

resultado deste processo é a formação de um indivíduo que busca nas relações de

ensino aprendizagem perceber sua ação no mundo se colocando criticamente frente

a ações e situações. Quando um estudante consegue fazer este processo ele

elabora na sua fenomenologia pessoal uma autonomia e assim sua ação prática vai

ser determinada pela sua consciência e não pelo condicionamento de terceiros.

Assim, aprofunda-se a tomada de consciência da situação, onde os homens

apropriam-se dela como realidade histórica e se transformam por eles. (Freire,

1985). É uma constituição entre o professor, que mediatizado pela dialogicidade,

busca a superação de indivíduos inertes a indivíduos autônomos capazes de se

relacionar com o mundo a sua volta.

“Por isto é que esta educação, em que educadores e educandos se fazem sujeitos do seu processo, superando o intelectualismo alienante, superando o autoritarismo do educador ”bancário”, supera também a falsa consciência do mundo. O mundo, agora, já não é algo sobre que se fala com falsas palavras, mas o mediatizador dos sujeitos da educação, a incidência da ação transformadora dos homens, de que resulte a sua humanização.” (FREIRE, 1985, p. 86)

Ainda que se coloque como finalidade primordial um processo no ensino

aprendizado da educação em condição das ciências humanas, precisa-se deixar

explicito que é o momento histórico que determina este processo que está em vias

de fato, o que o faz um modelo de pedagogia.

A pedagogia é sempre ciência e politica e filosofia, enquanto se nutre e se apropria do método cientifico, mas também se coloca num tempo histórico-ideológico, assumindo uma perspectiva ideológico-política, assim como escolhe os valores e os discute ou então imprime rigor ao próprio discurso segundo modelos racionais e críticos. (CAMBI, 1999, p. 635)

Conforme as Diretrizes Curriculares de História, o método utilizado pelo

docente deverá considerar que as idéias históricas dos alunos são marcadas pelas

suas experiências de vida e pelos meios de comunicação. “Neste sentido, torna-se

significativo o uso das mídias enquanto mediação no ensino de História em sala de

aula, auxiliando o aluno na apropriação dos fundamentos teóricos necessários para

pensar historicamente.” (Portal da Educação).

30

As disciplinas das áreas humanas se colocam neste viés e geram desafios

ante uma sociedade de indivíduos marcados por este tempo e espaço. Essa

sociedade de consumo, alienada e individualista, que por meio de inúmeros

contextos da pós modernidade gera um deuteroaprendizado, que vem a culminar

diretamente na vida do individuo e na educação. Zygmunt Bauman coloca este

contexto não só na ambivalência dos valores e de crise pós-moderna mundial, mas:

Estão relacionados com a dissolução universal das identidades, com a desregulamentação e a privatização do processo de formação de identidade, com a dispersão das autoridades, a polifonia das mensagens de valor e a subsequente fragmentação da vida que caracteriza o mundo em que vivemos – o mundo que prefiro chamar de “pós-moderno”. (BAUMAN, 2008, p. 163)

. Bauman defende que os estudantes, frutos de um mundo pós moderno

estão perdidos no seu tempo e espaço, e por isso não conseguem elaborar uma

compreensão histórica dos acontecimentos presentes, o que dificulta o

entendimento e aprendizagem nas disciplinas das ciências humanas. Em suma, a

falta dos aspectos históricos é uma lacuna que dificulta o aprendizado também nas

outras disciplinas das ciências humanas.

O modelo de conhecimento dos alunos em idade escolar é, na maior parte dos casos, empírico, ou seja, a possibilidade do conhecimento se dá desde que possamos ver ou experimentar de algum modo as coisas; o conhecimento é uma função da experiência. Isso dificulta a ideia de relatividade dos pontos de vista, já que as visões só podem ser, nesse modelo, verdadeiras ou falsas, e no limite, se não podemos experimentar algo diretamente, o conhecimento é impossível. Em geral, a consciência histórica do aluno está condicionada pela ideia de que a história conta “o que aconteceu”; então, se aconteceu, não há o que questionar. (CERRI, 2010, p. 269).

Visualizamos assim como se encontra o ensino das disciplinas das ciências

humanas. Contudo, dentro deste contexto, surgem as dificuldades que são próprias

das áreas das ciências humanas. Entre tantas discutiremos o envolvimento que o

professor deve ter com as tecnologias de comunicação e informação.

Não se pode deixar de compreender que hoje as TIC‟s também trazem na

subjetividade da aprendizagem o que o capitalismo impôs as demais áreas, o

individualismo permeado com os aspectos oriundos dos mesmos. Com tantos

recursos didáticos disponibilizados aos estudantes, o que deveria ser tácito nas

31 aulas das áreas humanas, fica aquém das perspectivas. Um dos fatores seria a falta

de compreensão na análise de conjuntura, que fica prejudicado pelo senso comum

e, por posturas individuais sem fundamentação da própria leitura, também individual,

que o próprio estudante traz. Esse “achismo” também atribuído com a designação

de senso comum é conseqüência da falta de consciência histórica, que acaba por

resultar em uma falta de debate em sala de aula.

O que seria fundamental para a construção coletiva e dialógica nas situações

de aprendizagem não se efetiva devido a falta de dialogicidade por parte do

estudante. Vê-se desta maneira que se o uso das tecnologias não levarem o

estudante ao debate, mas a sua formulação pessoal, sem questionamento ou

posicionamento ante o grupo, pode se cair no extremo oposto, ou seja, situações

antidialógicas.

O diálogo é uma exigência existencial. E, se ele é o encontro em que se solidariza o refletir e o agir de seus sujeitos endereçados ao mundo a ser transformado e humanizado, não pode reduzir-se a um ato de depositar ideias de um sujeito no outro, nem tampouco tornar-se simples troca de ideias a serem consumidas pelos permutantes. (FREIRE,1987, p. 45)

Freire chamava atenção do roubo da palavra, aqui estamos ante a uma

consequência da pós modernidade, que ou o medo de se expor, ou o individualismo

assoberbado põe em cheque a alteridade que faz pensar que, o que eu penso não

tem nada a ver com ninguém, e o que o outro pensa, não vai mudar em nada o que

eu penso sobre o fato. Pode aí ser decretada a morte da dialética e a

impossibilidade da dialogicidade, visto que tanto uma como a outra pressupõe a

alteridade como demonstra Freire:

(...) reconhecendo os outros como absolutamente ignorantes, se reconhece e classe a que pertence como os que sabem ou nasceram para saber. Ao assim reconhecer-se tem nos outros seu oposto. Os outros se fazem estranheza para ele. A sua passa a ser palavra “verdadeira”, que impõe ou procura impor aos demais. (...) Quanto mais diz a palavra se a palavra daqueles que estão proibidos de dizê-la, tanto mais exercita o poder e o gosto de mandar, dirigir, de comandar. Já não pode viver se não tem alguém que dirija sua palavra de ordem. Desta forma é impossível o diálogo. (FREIRE, 1985, p.156).

Na verdade, ocorre um perigo, essa postura do silêncio e falta de debate, é o

mesmo que dizer que se quer ser liderado pela vias consumistas e individualistas,

característico do mundo capitalista. Essa cultura imposta pelas novas diversidades

32 éticas são mediatizadas todos os dias pelos meios de comunicação em massa. A

escola deveria se impor contra essas situações, contudo, estas se tornam reféns

das estruturas e do sistema, que como se sabe, não tem muito para oferecer aos

professores com os meios inadequados na busca de aprofundamento de todas

essas questões.

Por essa forma de entender o diálogo, o objeto a ser conhecido não é propriedade exclusiva de um dos sujeitos que constroem o saber, mas é colocado na mesa entre os dois sujeitos do conhecimento para que realizem uma investigação mútua. O diálogo é a confirmação conjunta do professor e dos alunos no ato comum de conhecer e re-conhecer o objeto de estudo. (VIEIRA, 2007, p. 52)

Por fim, o que sobra é uma sala, um quadro e um giz nas mãos dos

professores para buscar fazer a diferença. Por conseguinte é necessário que o

professor quando no uso das novas tecnologias tenha profundidade e conhecimento

das mesmas para não ser mais um agente de perpetuação do “status quo”, e é

claro, estar relacionando o passado e o presente numa constante prática

pedagógica de relacionar os acontecimentos desvelando suas continuidades e

descontinuidades, mudanças e permanências. E as TIC‟s podem ser excelentes

recursos nesse trabalho em que a figura do professor é peça importante como o

mediatizador dessa prática.

33

O ENSINO DE HISTÓRIA

Em tantas situações muitos estudantes perguntam qual é a finalidade do

estudo da disciplina de História. Sua finalidade só pode ser compreendida se estiver

ligado à importância que tal disciplina tem nos meios acadêmicos. Sob muitos

aspectos o ensino de História já serviu para muitas nuances no processo educativo.

De certa maneira ele está ligado diretamente a própria história da pedagogia. Parece

ser meio paradoxo, mas, só se compreende a disciplina de História se olharmos a

historia da disciplina, e neste pretexto, é a pedagogia que fala melhor. A História tem

sua importância não só na disciplina que é direcionada aos estudantes, mas na sua

gênese, infiltrada em todas as dimensões das diversas ciências. Neste entendimento

Cambi (1999) refere-se assim a metodologia da História:

Assim, a metodologia histórica sofre por sua vez uma transformação radical: articula-se segundo muitos âmbitos de pesquisa, acolhe uma multiplicidade de fontes, organiza-se em setores especializados, e cada vez mais especializados, de modo a dar vida a subsetores de pesquisa doravante reconhecidos e reconhecíveis pela autonomia de objetos e métodos que os marca, bem como pela tradição de pesquisa que os une. (CAMBI, 1999, p. 23).

Apesar de o autor estar se referindo ao contexto histórico pedagógico, este

pode ser usado muito bem para fundamentar a importância que a História tem em

todas as dinâmicas, do que resultam todas as disciplinas.

Tendo como base essa pequena introdução, pretende-se apresentar no

desenvolver desta unidade as diversidades que há ao ministrar a disciplina de

História, e suas complicações, bem como analisar como está ou deveria estar a

relação do ensino de História em articulação com as TIC‟s, e perceber qual o

resultado possível da mesma.

Hoje o que conhecemos como ensino médio, teve durante sua história

diversas nomenclaturas, e serviu a diversos propósitos filosóficos e políticos no

Brasil.

A História enquanto disciplina surgiu em 1837, com a criação do Colégio

D.Pedro II. Neste mesmo ano ela foi instituída como disciplina acadêmica. A

proposta curricular apresentava uma História positivista, que privilegiava o ensino do

34 passado de forma cronologicamente linear, privilegiando apenas os documentos

oficiais e os personagens heróicos valorizando a integridade e a coesão nacional.

Nos anos do governo autoritário de Getúlio Vargas temos a disciplina de

História como mecanismo para atender e validar o projeto nacionalista do Estado

Novo.

A partir de 1964 com a Lei 5692/71 o ensino de História serviu ao ideário de

segurança nacional e de desenvolvimento econômico, estando a serviço de setores

elitizados pela economia e política nacional.

Anos mais tarde, a preocupação passa a ser com a profissionalização

demonstrando uma preocupação em formar mão de obra necessária ao mercado

nacional. Diante disso, percebe-se uma desvalorização ao ensino das ciências

humanas em geral, inclusive ao ensino de História que praticamente desaparece dos

programas curriculares, com isso elimina-se a resistência ao regime autoritário, os

movimentos contrários á política vigente são duramente reprimidos e essa disciplina

passa a representar um perigo ao “status quo”.

A partir de 1968 passa a ocorrer uma oferta do funcionamento de cursos

superiores profissionalizantes de curta duração (decreto lei nº 545 de 18 de abril de

1969) que gera uma desvalorização do professor, a perda de autonomia deste

profissional descaracterizando o ensino que favorece a reflexão, o debate e a

formação da consciência do cidadão.

O ano de 1969 caracterizou-se pela criação da disciplina de Educação Moral

e Cívica que de certa forma “engoliu” a disciplina de História reduzindo-a a uma

“doutrinação ideológica”, garantindo o poder aos militares.

Já no ano de 1971, ainda sob a égide da Lei 5692/71 instituiu-se a disciplina

de Estudos Sociais que passaram, pelo menos teoricamente, a englobar o ensino de

História e Geografia no que hoje chamamos de Ensino Fundamental. No Segundo

grau, hoje chamado Ensino Médio, ficou garantido o ensino de História e Geografia

com uma carga horária bastante reduzida.

A década de 80 foi marcada por amplas discussões e movimentos a favor da

reformulação dos currículos chegando ao que se chamou de Currículo Básico

pautado pela pedagogia histórico-crítica.

35

Hoje a proposta para o Ensino Médio é a formação de um sujeito crítico

que procure intervir na sua realidade, mas vimos anteriormente que nem sempre foi

assim. Vejamos o que diz Magalhães:

A história do ensino secundário no Brasil, não muito diferente de nossos vizinhos da América Latina, é marcada pela existência de uma dualidade entre os tipos de formação: a profissionalizante, endereçada aos trabalhadores, e a propedêutica, com vistas ao ensino superior, direcionada para as elites. Esta dualidade se faz presente desde o início da República. À época, a formação profissional era tida como uma maneira eficiente de moralizar os pobres, ensinando-lhes um ofício. (MAGALHÃES, 2007, p. 56).

É eloquente dizer que o contexto atual do ensino de História deve ser

primordial para efetuar no estudante a capacidade de orientá-lo a partir de um

pragmatismo educacional no processo de formação de consciência para postulação

da formação de sua autonomia. Essa autonomia pode ser considerada como

resultado de uma formação integral. Mas nossas escolas estão alcançando essa

formação integral?

Por formação integral entende-se desenvolver no educando condições que

façam com que ele possa dar passos concretos na formação da sua autonomia

como pessoas conscientes das realizações em sua realidade. Neste processo o

ensino de História está vinculado diretamente a formar potencialidades no estudante

na sua formação crítica e em sua possibilidade de intervir na realidade. Assim o

estudante pode comparar as situações presentes e articular com os pontos

relevantes na História corroborando para sua formação crítica.

Atualmente o professor de História tem como desafio auxiliar o aluno a

superar o ensino memorístico para um ensino significativo, e para tal o profissional

precisa ter clareza dos diversos enfoques historiográficos, a fim de utilizá-los em

determinadas circunstâncias, ou para demonstrar que a ciência histórica é sempre

múltipla, onde não existe homogeneidade.

Ainda há de se colocar que, a longo prazo, não é possível prever as novas

tendências na área de História e Informática, contudo, não podemos negar que, a

velocidade das transformações por nós vivenciada mostra que estamos sofrendo

significativas mudanças em nosso ofício, na nossa maneira de pensar e de fazer

história. E como professores é nosso dever fazer com que nossos alunos se

36 apercebam disso dando condições e buscando situações para discutir essa situação

em que vivemos.

Contudo, queremos destacar com mais vigor os contrapontos que podem

servir de contexto, ou pretexto para o ensino desta ciência.

O primeiro fator a destacar é a indiferença ante os acontecimentos atuais que

tem os estudantes. Se a velha máxima é válida: “só compreende o presente olhando

o passado”, a crise vivida hoje é de os fatos presentes não despertarem interesse no

passado. O contexto presente está mais nítido nas reflexões dos estudantes, pois é

o que compõe sua história e não há esforço para sair do momento recente.

“Afinal, mais do que uma aquisição da natureza humana, o tempo é uma das mais importantes criações dos seres humanos, contribuindo para formar o senso de orientação e identidade de indivíduos e sociedades.” (ARRAIS e OLIVEIRA, 2008, p. 150)

Podemos entender então que, não é preciso questionar o que aconteceu, pois

o que é compreendido como passado fica apegado apenas as suas curtas

memórias, e assim fica aquém do debate e da possibilidade de perfazer uma

dialética a partir dos componentes históricos e suas conseqüências. É bem o que

elucida Cerri:

Seu modelo de passado tende a restringir-se à sua memória, que envolve um tempo muito pequeno; por isso, tendem a não conseguir compreender um maior afastamento e encaixar o que aprendem em História no seu modelo limitado de passado a partir da própria experiência de vida. (CERRI, 2010, p. 269).

Com isso passamos a crer que, as mudanças ocorridas em nossa sociedade,

e as novas perspectivas historiográficas, inclusive as relações entre a história e a

memória tem estimulado a discussão sobre a necessidade urgente de novos

métodos no ensino de História e de novos conteúdos a serem desenvolvidos na

escola.

Desta perspectiva surgem as dificuldades para o ensino de História. É certo

que Lei de Diretrizes e Bases da Educação deixa claro quais os critérios e as

finalidades que se deve chegar com a disciplina no ensino médio atualmente.

Amiúde o estudante do ensino médio deveria ter bases para entender pontos

gerais que o qualificaria como um estudante que apreendeu o conteúdo. Isso

37 identificaria no professor uma capacidade deste estar equacionando algumas

competências e habilidades. Assim Lisboa da Costa descreve:

Portanto, resolver problemas, em História, é uma competência que supõe o domínio de várias habilidades. Por exemplo, o trabalho com fontes documentais de época, supõe o domínio de certas habilidades como leitura, capacidade de análise, interpretação, escrita e sistematização de dados coletados. São essas, habilidades requeridas, formas de manifestação da potencialidade do aluno, que correspondem à uma determinada competência. Nesse sentido, as habilidades instrumentais acionadas em face de uma questão-problema, referem-se a uma aptidão, ou a um „saber fazer‟ e resultam das competências já adquiridas e que se transformam em habilidades. (LISBOA DA COSTA, 2002, p.13)

Outra importante consideração a se fazer é a importância de se trabalhar

conceitos em História, pois é “construir uma grade de referência que auxilia o aluno

em sua interpretação e compreensão de sua realidade social, facilitando a leitura do

mundo em que vive” (DANCINI, 2008.p 4).

Vivemos em nossas escolas situações provenientes do século XIX onde as

transformações tecnológicas trouxeram em seu bojo novas informações com o

propósito do desenvolvimento tecnológico. Hoje nosso desafio é transformar essas

informações em conhecimento.

Vemos, portanto diversas dificuldades para chegar a algumas competências

e habilidades em História. Não somente pelas dificuldades relacionadas ao

professor, mas devido também a uma cultura histórica de uma sociedade permeada

por um viés capitalista, consumista e individualista, que se impõe num ritmo que

desvincula diretamente a vida educacional do estudante. Por conseguinte, o mesmo

traz para o seu círculo da sala de aula os vícios e atitudes que não concerne com o

ritmo de um processo educativo. Isso não é fruto do acaso, mas de um estilo de

sociedade, que se encontra paradoxalmente no chão da escola e o professor precisa

estar atento e saber lidar com estas situações.

Sobre este contexto de sociedade revela Gilles Lipovetsky:

Ao incentivar o gozo dos prazeres individuais, do bem-estar e dos lazeres, o universo consumista confiscou as portentosas plataformas revolucionárias e nacionalistas de outros tempos, erodindo o espírito militante e as grandes paixões políticas. O antigo imaginário da consagração completa aos supremos ideais se esvaiu, deixando de servir de estímulo ou sentido para a existência. O desenvolvimento de si mesmo se erige como o ideal pleno, como o grande referencial e o móvel psicológico da era hiperconsumista. O

38

Roma felix ultrapassou o Roma politicus. Mudar a sociedade? Não é mais essa a questão. A palavra de ordem é: aumentar a qualidade de vida presente, tanto para si como para os mais próximos; ganhar dinheiro; consumir, tirar Consagração e descrédito da democracia férias, viajar, se distrair, praticar um esporte, decorar a casa. O antigo sonho dos "grandes salões" extinguiu-se totalmente, e a coisa pública só desperta nas pessoas interesses superficiais e passageiros. (LIPOVETSKY, 2007, p.52)

Mas, como educar o aluno para uma postura crítica e mudança de sociedade

se nele esta enraizada o descompromisso? De que forma se posicionar histórico e

politicamente se estes acontecimentos não trazem nenhum interesse para os

estudantes? Isso pode afetar diversas disciplinas, mas fica mais tácito na disciplina

de História. Na verdade, são tantas as informações que estes tem contato

diariamente e por tantas vias diferentes que aprender na escola se torna monótono.

O mundo desses alunos é cheio de imagens, sons e cores que esses passam a

assumir uma postura de desânimo e desprezo pela aprendizagem tradicional. Por

isto, o professor deve estar ciente de que quando ele está em sala de aula, ele não

esta diante de um estudante motivado pela aprendizagem tradicional, e ainda, ele

está defronte a um estudante totalmente imerso numa cultura capitalista de

desinteresse e hiperconsumista que o faz ser cada vez mais individualista, nada

mais sendo que o resultado de uma sociedade que está individualizando a

necessidade, compartimentalizando o indivíduo e mascarando a realidade. Ainda

que se tenha em meio a tudo isso uma onda de revolta contra esta cultura imposta,

está longe de que tal movimento venha a repercutir diretamente no estudante e

principalmente no seu contexto de ensino aprendizagem se não adotarmos uma

prática pedagógica condizente com a realidade tecnológica que vivemos atualmente.

Isso porque o ensino de História continua factual e positivista, linear,

cartesiano, e o professor acaba por reproduzir em sala de aula o que aprendeu na

graduação, negando aos alunos o desenvolvimento de atitudes questionadoras,

tornando-os passivos diante dos conteúdos.

É aí que se faz fundamental uma atitude pedagógica de ensino e pesquisa

pautada pelas TIC‟s dentro do espaço escolar como forma de se alcançar “o espaço

veiculador da produção do conhecimento, acumulação e socialização do saber”

(FERREIRA, 1999, p.141).

39

Precisamos construir uma aprendizagem significativa, que atrele ensino e

pesquisa, que leve o estudante ao questionamento, á coleta de dados e a

permanente reflexão.

O grande problema tem sido a falta de produções acadêmicas que tratem dos

“nós” relacionados à área da educação, por isso, é fundamental propormos

mudanças de atitudes para superar a simples transmissão do conhecimento e

discutir novos caminhos para o ensino de História.

Um caminho possível é partir dos elementos imagéticos e sonoros para

desenvolvermos o ensino de História, já que estes “encantam” tanto essa geração,

com o propósito de alcançarmos um ensino aprendizagem que contribua no

desenvolvimento de sujeitos partícipes e construtores da história.

40

O ENSINO DE HISTÓRIA E AS TIC´S

Nós professores, apresentamos duas reações ante as novas tecnologias,

primeiro desconfiança, depois, temor. Sabedores que mais dia, menos dia, estas

estarão presentes dentro das nossas escolas, se já não estão. Vivemos

atemorizados porque desconhecemos o alcance dessas tecnologias, mas temos

convicção que estes meios tecnológicos, podem, e devem corroborar com o ensino

aprendizagem dos estudantes.

A pergunta que soa cada vez mais alto é como utilizar estes meios na

disciplina de História? Apesar de cotidianamente ter-se um bombardeio de

informações ligadas a esta realidade, o ensino de História passa por um meandro de

colocar a disposição estes meios a fim de tornar-se capaz de identificar as TIC‟s com

o ensino aprendizado da disciplina.

Para a utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação - TIC como ferramentas no processo de ensino - aprendizagem, pelo professor, no sentido da inovação é preciso uma mudança no perfil do professor, mas para que isso aconteça , é necessário que ele tenha conhecimento sobre as possibilidades do recurso tecnológico, a fim de poder utilizá-lo como

instrumento de aprendizagem . (FRANÇA e SIMON. 200- p.7)

Para o ensino de Historia, pode-se visualizar a defasagem que há nos

professores concernente a capacitação para as novas tecnologias. Assim, deve ser

compreensível que, para trabalhar com as TIC‟s, deve-se antes de tudo perceber a

sua capacidade e a sua intencionalidade enquanto professor. A seguir é

fundamental compreender e dominar os meios a serem utilizados para a finalidade

proposta. É preciso também superar o temor que muitos têm da máquina substituir o

profissional.

O uso das TIC‟s no ensino de História deve levar o estudante à no mínimo

três posturas concretas, a saber:

Que corrobore no seu crescimento intelectual;

Que o leve a interagir com os colegas de classe;

Que produza uma dinâmica na sua atuação, isto é, uma formação de

caráter que preze pela autonomia.

41

Diante desta postura é que o professor deve elaborar seus materiais na

disciplina de História usando as TIC‟s.

Desta forma podemos aqui destacar posturas, mas é na intencionalidade do

professor que está essa intuição para elaborar e organizar o uso das TIC‟s

aprofundando o conhecimento na busca do ensino aprendizagem, bem como na

intencionalidade aplicada para, de forma sutil despertar nos estudantes as posturas

acima elencadas. Sobre esta postura educativa Moran nos diz que:

Cada docente pode encontrar sua forma mais adequada de integrar as várias tecnologias e procedimentos metodológicos. Mas também é importante que amplie, que aprenda a dominar as formas de comunicação interpessoal/grupal e as de comunicação audiovisual/telemática. Não se trata de dar receitas, porque as situações são muito diversificadas. É importante que cada docente encontre o que lhe ajuda mais a sentir-se bem, a comunicar-se bem, ensinar bem, ajudar os alunos a que aprendam melhor. É importante diversificar as formas de dar aula, de realizar atividades, de avaliar. (MORAN. 2000, p.2)

Assim sendo, o educador que utiliza as TIC‟s não deve usá-la aleatoriamente.

Mas tem que procurar elaborar as aulas pautando pela intencionalidade. No caso do

ensino de História a preocupação é maior, pois, a busca de interpretar fatos dentro

da medida em que cause no aluno o despertar para sua própria formação é um

desafio, e que deve ser elencando dentro de uma sociedade que não tem essa

preocupação com o resgate histórico e de dar o devido valor ao passado.

Talvez seja uma possibilidade ajudar os estudantes na sua comunidade a

utilizar estes recursos contribuindo para que esses possam perceber sua própria

história, e desta maneira conduzi-los a investigar nos meios de comunicação

disposto pela tecnologia uma investigação das possibilidades históricas que

perpassam pelos mesmos.

Como a nossa sociedade sofre um ritmo intenso de modificações, a escola e o ensino de história em especial, tem de acompanhar esse processo sob pena de transmitir conhecimentos já ultrapassados. Para isto deve incorporar os temas e as inovações tecnológicas com que os alunos já lidam no seu cotidiano. Constitui-se hoje, para os educadores do ensino fundamental e médio, um desafio muito grande ensinar alunos que têm contato cada vez maior com os meios de comunicação e sofrem a influência da televisão, rádio, jornal, vídeo-games, fax, computador, redes de informações e etc. (FERREIRA, 1999, p.6)

42

Ainda que o ensino de História seja uma disciplina não muito valorizada pelos

estudantes, o desafio está em trazer para o momento atual uma possibilidade de

fazer o estudante perceber que os próprios meios utilizados por ele são de certa

forma produto de um processo histórico. Sendo assim, o uso das TIC‟s podem ser

também condições para estes estarem aprofundando o contexto histórico de como

surgiram estas maneiras de comunicação e informação.

O ensino de História não está fora do conceito padrão das disciplinas de

ciências humanas que sofrem com o processo pós-moderno que os estudantes têm

em seu cotidiano. Por isso o professor deve ser insistente na sua formação pessoal

e continuada para estar sempre atualizado sobre os processos e acontecimentos

históricos da sociedade atual. Se o desafio é postular essas condições tecnológicas

para o estudante, o professor precisa dominar o contexto de onde advêm as

informações. Conforme afirma Ferreira

Entretanto, o professor de História, como de resto o profissional das Ciências Humanas, tem um certo desprezo pelo uso das tecnologias no ensino. Haja vista que, na maioria dos casos da prática pedagógica, o professor é um mero reprodutor das informações produzidas, tornando o ato de ensinar algo defasado e desconexo. Neste sentido, é necessário, portanto, que os professores de história passem a compreender que os processos de inovação, derivados do emprego dos recursos tecnológicos, servirão para oxigenar a prática docente. (FERREIRA, 1999, p.8)

O uso das TIC‟s em geral oferecem uma nova dimensão na educação.

Contudo, o ensino de História deve persuadir o aluno a ter uma nova postura frente

à comunidade onde vive. Isso deveria acontecer a priori, sem mencionar diretamente

o uso das TIC‟s, contudo, com o advento das mesmas o ensino de História pode

ajudar o estudante a se aprofundar cada vez mais no conteúdo proposto e por sua

vez levá-lo a interagir por meios das TIC‟s a este aprofundamento de conteúdo. Por

exemplo, uma aula sobre os fatos ocorridos na década de 60 no Brasil, não vamos

destacar os objetivos diretos, mas o fator de aprofundamento da pesquisa, se no

passado essa aula era apenas expositiva, conceituando os acontecimentos através

de datas, e procurando fazer o estudante compreender o contexto através de livros,

hoje pode se usar trechos de filmes sobre aquele momento, visitar documentos na

internet, ver imagens reais das grandes passeatas no Youtube, etc. Contudo, como

dito, é apenas um exemplo de busca de informação. O conhecimento, isso fica por

43 conta da relação que esse aluno faz consigo e com o grupo que ele faz parte, a

partir do desenvolvimento das suas capacidades para sua formação.

Temos consciência de que o ensino e a aprendizagem de História constituem um espectro enorme de experiências múltiplas e multifacetadas que se redimensionam dia-a-dia, ano-a-ano em cada singularidade vivida pelos professores. (RASSI e FONSECA, 2006, p. 2) A História tem suas peculiaridades frente aos demais campos do saber. Aqui,referimo-nos ao objeto da ciência histórica e às possibilidades de trabalho educativo no campo da educação escolar e do ensino, que de forma dinâmica e dialética investe sobre esse objeto, ressignificando o sentido das ações humanas no tempo e no espaço. (RASSI e FONSECA, 2006, p. 3)

A finalidade do ensino de História desta maneira perpassa uma necessidade

de fazer com que professor e estudantes, trabalhem juntos. De certa maneira o

próprio papel do professor se transforma, e se esse coloca em prática o uso destas

ferramentas disponibilizadas pelas TIC‟s, trará enorme contribuição no ensino

aprendizagem dos seus estudantes. (MORAN, 2000)

O objetivo do ensino de História deve estar apoiado na intencionalidade do

professor que fará o uso das TIC‟s. dentro do contexto de sociedade que vivemos

hoje, e no processo o qual se encontra os estudantes. Dispensar o uso das mesmas

é ficar parado no tempo. Não se valorizará o profissional que agir de tal forma. Na

formação dos estudantes o uso das TIC‟s será fundamental. Isso não significa

abandonar os antigos métodos de ensinar,mas utilizá-los dentro de uma visão

pedagógica mais criativa e adaptada á sociedade do conhecimento

Na disciplina de História as TIC‟s devem ser sempre objeto de estudo e

metodologia, isso garantirá uma visão mais clara de como a ação humana é

condição para as transformações da sociedade e como o homem é, sujeito,criador e

criatura.

44

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

O modelo de educação que se tem hoje está muito mais próximo da

prática evolutiva dos mosteiros medievais do que do desenvolvimento científico

vivido nas últimas décadas. Isso não se deve ao fato dos grandes inventores se

posicionarem contra a educação, muito pelo contrário, esses inventores acreditavam

no potencial da educação e desejavam com ela, atrelado aos seus inventos, produzir

enormes benefícios á humanidade.

A ligação entre tecnologia e educação tem sido colocada em prática de

forma extremamente tímida, isso se deve ao fato de uma certa resistência dos seus

profissionais. Inúmeros fatores podem ser considerados como condicionantes a essa

realidade, entre elas, a falta de capacitação destes profissionais, a carga horária de

trabalho excessiva, o número de alunos por turma, a falta de estrutura das escolas,

a rotatividade dos profissionais, a ínfima hora-atividade imposta, a imaturidade

intelectual dos alunos pela falta de compreensão, falta de incentivos á leitura, e

outros problemas de ordem legais que não vem ao caso no presente trabalho.

Mas é claro que mesmo nestas condições encontramos profissionais,

pesquisadores e pensadores que buscam superar os modelos tradicionais de

ensino. Estes são extremamente criativos e conseguem representar a síntese do

conhecimento humano nas ciências em geral.

Se compararmos os métodos de ensino da Idade Média com os

métodos utilizados na maioria das nossas escolas, não se pode indicar uma

revolução na prática pedagógica, como aconteceu na maior parte dos outros setores

da sociedade. As formas de ensinar, suas técnicas e métodos, os problemas, o

currículo, o espaço físico, a lousa de giz, a organização das turmas, tudo continua

imutável.

A sociedade sofreu enormes mudanças. Se a sociedade mudou, é

necessário encontrar outras formas de disseminar os saberes acumulados pelos

homens.

A tecnologia, que é produto da ação humana, portanto, ferramenta para

sua sobrevivência, tem assumido um papel de pressão sobre a educação ( por isso

a minha opção na escolha do conteúdo a ser sugerido neste caderno pedagógico).

45

Essa pressão se faz presente quando defendemos o uso de tecnologias

em nossas escolas como forma de promover no aluno uma formação crítica,

autônoma e integradora com a sociedade pós-moderna que exige a competência do

aprendizado.

Nesse futuro de incertezas, faz-se fundamental termos em mente que

precisamos ampliar as oportunidades de acesso de jovens e adultos á educação,

seja na forma de ensino regular, á distância, continuada ou permanente. Mas isso

não basta, precisamos buscar mecanismos para cumprir melhor nossa missão de

educadores, abandonando a educação como instrumento de alienação, buscando

formas de flexibilizar o sistema de ensino, mobilizar nossa criatividade tecnológica,

adotar currículos mais adaptados a realidade presente e contribuir para o

desenvolvimento de um cidadão que tenha auto-estima, que possa enfrentar os

desafios profissionais e de valores desse mundo pós moderno.

Creio que a Educomunicação é um caminho.

46

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49

ANEXOS

Essa é uma ficha para avaliar o conhecimento dos alunos com relação ao uso das tecnologias, tal ficha deve oferecer informações estatísticas a fim de tomarmos conhecimento daqueles que necessitam desenvolver a habilidade necessária para a pesquisa na rede, e desenvolvermos critérios a tal objetivo.

I. COLETANDO DADOS...

1. Em sua escola existe laboratório de informática?

( ) sim ( ) não

2. Você costuma frequentá-lo? ( ) sim ( ) não

3. Você possui computador em sua casa?

( ) sim ( ) não

4. Você tem acesso a internet em sua casa? ( ) sim ( ) não

5. Quais os recursos tecnológicos que foram utilizados na disciplina de História em sua(s) turma(s) nesse ano?

( ) TV pen drive ( imagens, mapas conceituais,vídeos); ( ) Laboratório Paraná Digital ( Informática); ( ) Retroprojetor; ( ) Data-show; ( ) outros. Cite:.................................................................................................

6. Você considera importante o uso desses recursos no desenvolvimento dos conteúdos na disciplina de História? Justifique ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 7. Como a escola tem utilizado esses recursos, em que momentos, quem os utiliza e com que freqüência? ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

8. Você tem acesso aos recursos tecnológicos em sua escola? Em que momentos?

50

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................ 9. Quais os sites que normalmente você pesquisa para seus trabalhos escolares/preparo de suas aulas? ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 10. Para suas pesquisas (preparo de aulas,estudar para avaliações,trabalhos)você utiliza a internet: ( ) nunca; ( ) às vezes; ( ) sempre.

51

Considerações acerca da sugestão de atividades:

Caro professor,

em muitas atividades aqui propostas iremos trabalhar com imagens, portanto é

oportuno lembrarmos que trabalhar com imagens é uma tarefa delicada, precisamos

estar sempre conscientes que ela não pode ser tomada como verdade, é importante

saber filtrar essa “realidade” utilizando os procedimentos corretos, indagando

sempre essas fontes. As perguntas que deverão caracterizar nosso trabalho serão:

Quando? Onde? Quem? Para quem? Por quê? Como?

Além de que, neste presente material consideramos a avaliação como processo, a

fim de verificar o alcance do trabalho do professor e das dificuldades do aluno,

integrando aprendizagem e ensino. No presente trabalho a avaliação deve enfocar

uma reflexão contínua das ações dos sujeitos envolvidos no processo: professor e

aluno. O importante será verificar se o aluno pesquisa, elabora, discute, investiga,

debate, se comunica oralmente ou virtualmente e se o mesmo desenvolve confiança

ao enfrentar desafios.

Bom trabalho!

52

SUGESTÃO DE ATIVIDADES:

A história da passagem do homem pelo planeta sempre esteve ligada a busca

de vencer desafios impostos pela natureza como a própria sobrevivência e para isso

o homem criou ferramentas.

Questões para reflexão:

1. - Descreva o que você vê na charge acima:

2. - Analisando a charge nós podemos concluir que as inovações tecnológicas

trouxeram mudanças essenciais no desenvolvimento humano?

3. - O desenvolvimento tecnológico veio acompanhado pela conscientização da

humanidade da necessidade de gerenciamento dos meios de subsistência?

4. – Quais os valores representados na charge?

53

5. - Em que você considera que está pautado a sociedade moderna?

6. - Que outras questões podemos levantar com a charge?

7. - Será que todas as nações atuais estão vivendo essa mesma etapa de

desenvolvimento tecnológico?

Pode parecer questões simples de serem respondidas, contudo para isso

precisamos relembrar o nosso passado histórico.

Navegar é preciso...

Vamos navegar por sites e procurar outras charges que possam nos ajudar a

representar a situação tecnológica que o mundo atual vive, levando em

consideração os aspectos elencados no quadro acima.

Salve a charge em uma pasta pessoal com seu comentário.

Procure na Biblioteca do seu Colégio livros que trazem tirinhas. Todos os

Colégios da rede estadual receberam esse material pelo Programa Nacional de

Biblioteca na Escola.

Mãos a obra!

Professor, estimule seus alunos a procurar tirinhas que retratem

exatamente o que foi solicitado, isso pode ser na rede da web ou através de

uma pesquisa bibliográfica na Biblioteca do Colégio e se houver dispersão,

lembre-os que em outro momento pode-se retomar o que os levou a

dispersarem como sendo um outro tema de estudo. Apresente as

considerações necessárias que demonstrem a não pertinência da seleção

feita, e peça a ele para retomar a pesquisa, ou ainda apresente um site

interessante (veja o endereço abaixo) que você deve ter pesquisado

anteriormente. É importante que o grupo escolha um escriba que irá fazendo

um diário na qual irá sendo elencado os sites mais interessantes e o que foi

garimpado.

54

Diversão e arte...

http://clubedamafalda.blogspot.com/

http://www.tirinhas.com

http://opanca.blogspot.com/

http://roxtirinhas.com/

http://cafecompao.acholegal.com/tag/dilbert

anotações___________________________________________________________

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No escurinho do cinema...

Milhares de anos foram necessários para a criação da primeira ferramenta com

o propósito de abater a caça que alimentaria a si e a seu bando.

Professor, essas sinopses e comentários servirão como um elemento

disparador.

Cena do filme: Uma Odisséia no espaço:

As cenas apresentadas neste vídeo representam o desenvolvimento da

capacidade laborativa do homem primitivo e o desenvolvimento da relação que

ele desenvolve sendo a figura da ferramenta como uma extensão de seu corpo

com o propósito da sobrevivência. Faça com que seu aluno discuta a cena e

55 apresente sua visão no grupo, proponha uma “chuva de idéias”. Comece a

partir da descrição da cena e amplie estimulando sua simbologia.

http://www.youtube.com/watch?v=xd3-1tcOthg (cena) acessado em 08 de agosto de 2011 as

17:15 hs

http://www.youtube.com/watch?v=6mq1cJWxV1M ( comentário) acessado em 08 de agosto

de 2011 as 17:26 hs

A sinopse e roteiro do filme estão no endereço abaixo:

http://www.65anosdecinema.pro.br/2133-2001_-_UMA_ODISSEIA_NO_ESPACO_(1968)

acessado em 08 de agosto de 2011 as 17:48 hs

Você poderá optar também por assistir o filme completo no site, neste caso

você deverá propor aos alunos a atividade de preenchimento da ficha da

análise o filme após a exibição e discussão.

http://irrestrito.com/2009/10/download-2001-uma-odisseia-no-espaco-a-space-odissey/ acessado em 08 de agosto as 18:12 hs

Outros tantos milhares de anos foram necessários para a invenção da roda,

criação da escrita, para domesticar o cão e dominar o fogo dando ao homem

poderes inimagináveis. Isso foi ha pelo menos 500 mil anos.

Apesar de parecer simples, o processo de não mais depender da oferta da

natureza foi uma grande revolução.

Anotações:

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56 Cena do filme: A Guerra do Fogo:

A cena abaixo mostra o contato de dois grupos em graus distintos de

conhecimento, apresenta a questão dos diferentes estágios de

desenvolvimento humano.

http://www.youtube.com/watch?v=lOkoARib6uM acessado em 08 de agosto as 19:27 hs

O roteiro e a sinopse do filme você encontra no site:

www.sinopsedofilme.com.br acessado em 09 de agosto de 2011 as 12:23 hs

Caro aluno,

com o propósito de enriquecer nossos conhecimentos audiovisuais dentro do

processo ensino aprendizagem é importante que adotemos a prática de registrar

nossas percepções acerca das produções fílmicas. Portanto, mãos a obra!

1 – Dados Técnicos

Título do Filme Original_________________________________________________

Título do Filme Português:_____________________________________________

Equipe Técnica______________________________________________________

Direção:_____________________________________________________________

Produção____________________________________________________________

Técnicos____________________________________________________________

Roteiro______________________________________________________________

Figurino_____________________________________________________________

Elenco______________________________________________________________

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2 - Síntese ou sinopse

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Obs: Considere neste item, principalmente a relação dos principais temas propostos

pelo filme com o assunto da aula)

3-Quais as grandes idéias que o filme quer

apontar?____________________________________________________________

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58 ___________________________________________________________________

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4 – Quais os elementos cênicos o diretor se utiliza para discutir/apresentar as idéias

principais do filme ( músicas, imagens, diálogos, cenário,etc)..?

5 – Qual a parte do filme que você considera o ápice?

6 – Faça sua conclusão (Análise pessoal):

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Obs: Faça uma análise sobre o filme considerando os elementos apresentados no

item 3, 4 e 5 e é claro, seus conhecimentos sobre os tema!

BOA SORTE !

59

Dê-me um ponto de apoio...

Uma revolução como poucas

“[...] De fato foram os homens neolíticos os que primeiro domesticaram animais e

começaram a plantar, para alimentar-se de vegetais até então selváticos. O

resultado dessas duas conquistas foi a chamada „revolução neolítica‟, no decurso da

qual decresceu a importância da coleta de alimentos e cresceu a de sua produção.

Essa revolucionária alteração econômica, por sua vez, induziu os homens a

estabelecerem e permanecer num lugar, em vez de vaguearem constantemente á

cata de alimentos.[..].

Um dos mais significativos passos á frente dados pelo homem neolítico foi

sua descoberta de que era um ser social, que agia muito melhor em comunidade do

que sozinho ou apenas no pequeno grupo da família. Isso diferenciou agudamente

sua vida da dos grupos familiares ou pequenas tribos nômades, coletores de

alimentos, [...] e ainda permitiu e encorajou empreendimentos cooperativos, que

tenderam a fazer do homem uma criatura estável e não nômade e lhe deram muito

maior domínio sobre seu meio.Tal desenvolvimento da vida de comunidade merece

ser considerado um dos mais importantes movimentos revolucionários da história

humana, pois foi a um só tempo, uma revolução social, econômica e política[...]”.

SAVELLE, Max (coord.) Histórias da civilização mundial: as primeiras culturas

humanas. Belo Horizonte/Rio de Janeiro,Vila Rica,1990.p.47.v1,apud Marino e

Stampacchio in Série Link do tempo - História – 8ª série.São Paulo, Ed. Educacional,

2005.

Atividade:

1 - Explique a afirmação do autor na frase: “Tal desenvolvimento da vida de

comunidade merece ser considerado um dos mais importantes movimentos

revolucionários da história humana, pois foi a um só tempo, uma revolução social,

econômica e política.”

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Há 5000 anos na Mesopotâmia surgia a matemática e a astronomia e ali se

acreditou que nada mais restava a ser descoberto.

http://www.youtube.com/watch?v=X8c3AdgMi9w&feature=related acessado em 16

de julho as 18:44 hs

Professor, você também pode usar o lúdico para apresentar uma idéia

sobre o desenvolvimento da ciência.

Atividade:

1. Coloquem na fórmula da Física a teoria demonstrada na história apresentada

pelo desenho animado:

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Já na Idade Média, a força humana foi sendo substituída por novas ferramentas,

tais como: o moinho de vento, a roca de fiar, o relógio mecânico, a imprensa, e a

bússola. Todas essas ferramentas, como são ferramentas desenvolvidas pelos

homens a partir de suas necessidades, passaram a representar um outro momento

no desenvolvimento das relações sociais.

61 Essas inovações contribuíram para o desenvolvimento do pensamento racional

que levariam a mudanças que novamente representariam uma revolução para o

mundo moderno, entre essas revoluções a Revolução Industrial, que se deveu a

fatores específicos tais como: acúmulo de capitais, graças a expansão do comércio,

os enclousures, a grande oferta de trabalhadores, as jazidas de carvão disponíveis

dentro da Inglaterra.

Professor, o livro didático do Ensino Médio trás essas informações, utilize-o

com seu aluno para apontar tais características.

Uma definição...

Entendemos por Revolução Industrial o conjunto de inovações tecnológicas

que, substituiu a força humana pelas máquinas e o esforço dos homens e animais

por energia mecânica, tornando possível a passagem do trabalho artesanal para o

trabalho manufatureiro.

Essa mudança estrutural na sociedade não aconteceu de forma tranqüila.

É considerada a maior transformação que a humanidade já passou e que esta

registrada em documentos escritos e seus resultados ecoam sobre nós até hoje.

A partir dessa revolução surgem muitas palavras que vão designar uma nova forma

da sociedade se organizar,com o advento de uma nova classe dedicada a produzir

lucros e uma ideologia caracterizada pelo individualismo.

O homem que trabalhava e estava numa situação de inter-relação como

outros homens, com os objetos, e com a natureza, passa a agir sobre os outros em

um processo de produzir para o empreendedor, deixando de trabalhar junto com sua

família. O tempo não é mais seu. Daí a importância de se reunirem sob um só lugar:

a fábrica. O relógio passa a determinar a vida do homem e não mais ele está

condicionado ao tempo da natureza.

Seus corpos, ferramentas e seu ritmo de trabalho, que era propriedade dele

passam a ser vendido para outro em troca de um salário, que lhe entrega a matéria-

prima, a matéria-prima é transformada em produto e trocada por um salário de

62 subsistência, o produto final é vendido pelo maior preço possível e o lucro é do dono

dos meios de produção.

Anotações

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Vamos assistir a um filme...

Filme: Oliver Twist - http://www.youtube.com/watch?v=xpYVXdpm6zg acessado em 09 de

agosto as 22:13 hs

Professor, você poderá utilizar o texto de Alexandre Pelegrino entitulado:

“História e romances: as condições de vida dos trabalhadores no século XIX”

Atividade:

1 - Procure em sites de busca de imagens que representem as condições de vida

dos trabalhadores do séc. XVIII e XIX coloquem em Power-point, salvando em sua

pasta. Faça uma análise das imagens averiguando a que momento histórico

pertence. Essa atividade deverá ser feita em duplas.

Podemos observar que, a energia mecânica, elétrica e a vapor passa a ser

utilizada e dissemina-se a busca por novas ferramentas como forma de produzir

cada vez mais. Essas ferramentas passam a ditar o ritmo do trabalho, o mundo

torna-se urbano, surgem os aglomerados urbanos, os cortiços onde os quartos

passam a ser divididos entre várias famílias.

O ritmo de trabalho intensifica-se para acelerar o processo de produção, agora

os operários passam a trabalhar de forma intensificada, seus corpos se tornam

apenas reservatórios de energia, capazes de serem domados, disciplinados.

63 Professor o vídeo abaixo serve para ilustrar o texto acima, contudo ele

vai além apresentando características fundamentais desse período

histórico,em forma de uma crítica bem humorada.

Filme tempos modernos - Charles Chaplin: www.youtube./user/lima5448 acessado

em 10 de agosto as 21:34 hs

Atividades:

1 - Uma imagem é considerada um texto. Então apresente o que cada imagem do

filme Tempos Modernos descrita nos aponta:

- o relógio:________________________________________________________

- as ovelhas:_______________________________________________________

- os trabalhadores:___________________________________________________

- o tamanho das máquinas:____________________________________________

- o número de botões ,alavancas, etc:_____________________________________

- a tela na sala do diretor:______________________________________________

- o tic do trabalhador:__________________________________________________

- a cena do banheiro:__________________________________________________

Como forma de divisão do trabalho a fim de otimizar a produção foi

desenvolvido o que se chamou de fordismo e taylorismo. Seus princípios foram:

A especialização dos trabalhadores a partir da repetição até a exaustão;

A padronização dos produtos e processos com a produção em série, e a

sincronização de tarefas.

64 2 - Qual a cena do filme Tempos Modernos que representa tal princípio?

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A expropriação da massa dos trabalhadores gerou uma sucessão de lutas

contra a propriedade e o capital, essas lutas poderiam ser violentas ou individuais,

contra a propriedade e o capital representado pela classe detentora do poder , a

burguesia.

Atividade:

1 - Pesquise sobre os movimentos luditas e cartistas do século XVIII e XIX e faça

um mural para colocar no pátio da escola. Discuta com se professor e com os

colegas o que nele deve constar.

Professor, lembrando que fazer Educomunicação é ser um mediador no

processo ensino aprendizagem é importante em alguns momentos discutir

com seus alunos que pontos eles querem dar ênfase, procure buscar

relacionar os fatos do passado com o presente.

A expansão tecnológica persiste até nossos dias e pode ser considerada ainda

como sendo um dos fatores que dividem o mundo.

Se de um lado haviam pessoas que viviam em condições extremamente

precárias, outros desfrutavam da riqueza produzida pela industrialização(

empresários industriais, banqueiros e comerciantes).

Para esses o crescimento econômico e os avanços tecnológicos eram

extremamente benéficos.

O maior símbolo desse período foram as ferrovias.

65 Professor, o livro didático dos autores Marino e Stampacchio intitulado

História 8ª série - Série Link do Tempo da Editora Escala Educacional. pg.11

trás o texto: “O encanto das ferrovias” ( autor: Hobsbawn in A Era das

Revoluções).

Atividade:

1 - Que outra ferramenta do mundo moderno pode ser comparado ao poder do

encanto e capacidade de transporte de alguma mercadoria, ou produto das

ferrovias? Trace um paralelo e produza um texto fazendo essa analogia:

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Vamos visitar um blogue bem legal...

Professor, este blog é um exemplo de uma webquest, Você poderá propor o

desenvolvimento dessa webquest aos alunos, pois trás uma importante visão

interdisciplinar, fundamental para um processo ensino aprendizagem coerente

com a proposta educacional atual.

http://vejaweb.blogspot.com/2009/03/visao-interdisciplinar-sobre-revolucao.html

acessado em 08 de agosto de 2011 as 22:42 hs

Mas sabemos que, o progresso sempre cobra seu preço. Pois nem todos foram

beneficiados por ela, e hoje em dia há um contraponto da ganância em busca do

lucro exaurindo-se inúmeras fontes de energia não renováveis. Foi quando

principalmente as indústrias siderúrgicas e metalúrgicas passaram se sobrepor as

indústrias têxteis.

-

66

Texto de apoio:

Fonte: http://jus.uol.com.br/revista/texto/19355/o-acidente-nuclear-de-fukushima-e-

as-futuras-geracoes

Atividade:

1 - Pesquisem em revistas e jornais notícias relacionadas aos efeitos nefastos do

desenvolvimento industrial em nossa sociedade globalizada, recortem e colem em

um sufite, façam a referência bibliográfica, e comentem por escrito as informações

solicitadas abaixo, coloquem seu nome e entreguem para o professor na data

solicitada, o comentário deve conter:

a - Tipo de documento:

b- O que o documento nos diz?

c- Para qual finalidade esse documento foi escrito?

d- Quem o produziu?

e- Por quem fala o documento?

f- Que pensamentos estão presentes no documento?

Atualmente existe uma tendência mundial a robotização e a automação elevando

o nível operacional das empresas diminuindo a necessidade de mão de obra menos

qualificada.

Muitos autores defendem a idéia que o mundo passou a basear-se mais do que

nunca na informação e no conhecimento.

Vivemos uma nova face do capitalismo.

Para Toffler, autor do livro A Terceira Onda, publicado em 1980, isso

aconteceu na época em que os computadores começaram a invadir o mundo

67 empresarial e muita tecnologia se desenvolveu, tais como, o avião a jato. Foi nessa

época que a televisão se disseminou, universalizando-se, e o controle á natalidade

passou a ser discutido, e as distâncias deixaram de existir. Contudo, a chamada

Terceira Onda teve início em apenas algumas regiões do planeta: Japão, Estados

Unidos e Europa Ocidental.

Toffler defendia que com o uso do computador o homem poderia trabalhar com

mais conforto, reduzir esse tempo, exercer sua atividade no seio de seu lar (cabana

eletrônica), que passa a ser o centro de tudo, e não mais a fábrica como antes.

(Tofller,1980)

Contudo, observa-se que concomitante a esse novo mundo cercado de

tecnologia, com tudo de positivo que ela trás ainda existem povos em extrema

miséria, guerras étnicas e religiosas, e muitas outras situações adversas.

Texto de apoio:

Fonte: http://www.scribd.com/doc/22041477/CONFLITOS-ETNICOS-ATUAIS acessado em 09 de agosto de

2011 as 11:46 hs

Professor, você poderá utilizar vários textos atuais, neste caso

escolhemos um texto que fala sobre Conflitos étnicos. O importante é que

você relacione a situação atual com as imbricações históricas, pois tudo se

entrelaça.

Outra sugestão: Yanakiev, Monica.O Globo,1995, In: História das cavernas

ao terceiro milênio.São Paulo, Ed Moderna,p.628.

Atividade:

1 - Procure nos meios de comunicação notícias que representem a realidade

violenta dos países contra as minorias raciais. Discuta com seus colegas os motivos

que a geram. Cite pelo menos dois exemplos:

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Para refletir...

1. Existe linearidade na história da humanidade?

2. Será que existe uma relação entre a pobreza extremada de algumas regiões

do mundo e as guerras étnicas-religiosas e o desenvolvimento técnico-científico de

outras regiões?

3. Será que o desenvolvimento técnico-científico foi conquistado a custas de

uma perpetuação da pobreza em algumas regiões do mundo?

4. Você concorda com Toffler, quando ele disse que com o desenvolvimento da

tecnologia, da informática, da robótica o homem moderno poderia trabalhar menos,

com mais conforto, e em sua casa? Justifique sua opinião

5. Quantas pessoas você conhece que tem esse tipo de trabalho?

6. Para você estudar é um tipo de trabalho?

7. É possível você desenvolver parte desse seu trabalho em sua casa?

8. Quais os recursos tecnológicos que você dispõe em sua escola e em sua

casa?

69

Esse novo Capitalismo, oriundo de uma nova forma de exploração, necessita

de trabalhadores com elevado nível de qualificação, que possam se adaptar ás

mudanças, trabalhar em grupo, sob pressão, resolver conflitos, etc.

Por isso, observa-se que a educação escolar é bastante efetiva e valorizada

nos países que abrigam indústrias de alta tecnologia.

Veja por exemplo o resultado do investimento em educação nos países ditos

desenvolvidos.

http://www.youtube.com/watch?v=kFgXEkzMq7A&feature=player_embedded

http://www.youtube.com/watch?v=eO9oseiCTdk&feature=related

O moderno mundo do trabalho exige um trabalhador que tenha o perfil de

estar sempre aprendendo. Mesmo porque o conhecimento fica ultrapassado em um

curto espaço de tempo. Empresários e acionistas passam a disputar os

trabalhadores que podem vender uma força de trabalho que tem como característica

não ter limites e estar em constante aprendizagem.

É nessa sociedade que vivemos. A chamada Sociedade da Informação e do

Conhecimento, e nela estamos e, portanto, devemos estar sempre aprendendo e

reaprendendo continuamente

Por meio dessa sociedade “nascem novos paradigmas que podemos batizar

como educação não-tradicional ou alternativa. A educação passa a ser considerada

um projeto ao longo da vida, e não mais um momento específico e localizado na

primeira metade da vida de um ser humano. Surge a idéia e a necessidade de uma

formação contínua” (MATTAR NETO,2003,p.117)

Dentro dessa proposta é que necessitamos utilizar de outras ferramentas que

possam colaborar no nosso processo de estarmos continuamente em formação. No

atual momento do capitalismo a educação deixou de ser um bem cultural, tornou-se

um investimento onde a ciência e a tecnologia, resultado de intensa pesquisa,

passaram a ser inseparáveis na corrida pelo poder econômico.

Não é somente na escola que nos preparamos para o mundo do trabalho e para

estarmos no mundo, para sobrevivermos (nós e nossas idéias). Assim como os

70 primeiros homens ainda estamos em busca da sobrevivência e ainda necessitamos

de ferramentas, mesmo que as nossas necessidades sejam diferentes dos primeiros

hominídios.

Como ferramentas a serviço de nossa formação temos no mundo presente, a

nosso dispor, o telefone celular, o computador e a internet, o GPS, o vídeo, etc.

Mas diferentemente da época das transformações técnicas do século XVIII,

essas ferramentas podem nos tornar seres livres e não alienados, basta para isso

utilizá-las a favor do conhecimento, do crescimento cultural, da busca pela

informação, da luta a favor da diminuição das desigualdades sociais, da luta pelos

direitos das minorias, etc.

No atual momento do capitalismo o símbolo máximo é o computador que de

forma direta ou indireta todos nós temos acesso e rompeu fronteiras físicas e

culturais. Portanto, é fundamental termos o conhecimento dos problemas atuais

provenientes do mundo globalizado, para podermos atuar neste mundo de forma a

resolver ou amenizar os problemas resultantes desse mundo industrializado.

Atividade:

1 - Pesquise o lugar do Brasil no ranking mundial de recursos tecnológicos.

Compare com outros países da América Latina e com os Estados Unidos e Japão.

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2 – Vamos procurar notícias sobre o desenvolvimento tecnológico no mundo pós-

moderno e compararmos ao nível educacional desses países, bem como os seus

investimentos á pesquisa? Faça depois um quadro composto por essas

informações:

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