ficção ou realidade: uma perspectiva do futuro do nosso ... · resumo o presente artigo faz uma...

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Universidade Tecnológica Federal do Paraná UTFPR Programa de PósGraduação em Ensino de Ciência e Tecnologia PPGECT II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia 07 a 09 de outubro de 2010 ISSN: 21786135 Artigo número: 149 Ficção ou realidade: uma perspectiva do futuro do nosso planeta na visão infantil Ana Paula Ott Manuela Candéo Resumo O presente artigo faz uma análise do pensamento de quinze crianças entre 8 e 9 anos sobre a perspectiva de futuro em relação ao meio ambiente, utilizando como ferramenta o filme da Disney WallE. A ficção foi utilizada para identificar se a consciência ambiental e social pode ser estimulada a partir de uma obra infantil trazendo reflexões sobre o futuro do planeta, como também realizar um levantamento das perspectivas e levantar reflexões sobre o que poderá acontecer se não preservarmos o meio ambiente. Após assistirem ao filme as crianças realizaram uma redação com duas perguntas chave: “O que eu posso fazer para que o nosso planeta não se torne como o planeta Terra do filme?” e “O que eu quero para o futuro da sociedade?”. Os textos foram analisados e observouse uma preocupação não só com o futuro ambiental como também o social. Palavraschave: crianças; filme; meio ambiente. Abstract

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Universidade Tecnológica Federal do Paraná ‐ UTFPR  

Programa de Pós‐Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia ‐ PPGECT 

II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia  

07 a 09 de outubro de 2010                                                                                                 ISSN: 2178‐6135  

Artigo número: 149  

 

 

 

Ficçãoourealidade:umaperspectivadofuturodonossoplanetanavisãoinfantil

 

 

 

Ana Paula Ott

Manuela Candéo 

 

 

 

 

Resumo 

O presente artigo faz uma análise do pensamento de quinze crianças entre 8 e 9 anos sobre a perspectiva de futuro em relação ao meio ambiente, utilizando 

como ferramenta o filme da Disney Wall‐E. A ficção foi utilizada para  identificar se  a  consciência  ambiental  e  social pode  ser  estimulada  a partir de uma obra  infantil  trazendo reflexões sobre o  futuro do planeta, como  também realizar um levantamento das perspectivas e levantar reflexões sobre o que poderá acontecer se não preservarmos o meio ambiente.   Após assistirem ao filme as crianças realizaram uma redação com duas perguntas chave: “O que eu posso fazer para que o nosso planeta não se torne como o planeta Terra do filme?” e “O que eu quero para o futuro da sociedade?”. Os textos foram  analisados  e  observou‐se  uma  preocupação  não  só  com  o  futuro ambiental como também o social. 

Palavras‐chave: crianças; filme; meio ambiente. 

Abstract 

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07 a 09 de outubro de 2010                                                                                                 ISSN: 2178‐6135  

Artigo número: 149  

Fiction or reality: a perspective on the  future of our planet  in children's 

vision 

This article analyzes the thought of fifteen children between 8 and 9 years   on  the  future  perspective  in  relation  to  the  environment,  using  tools  like  the Disney movie Wall‐E.  The  fiction  was  used  to  identify  whether  the  social  and environmental awareness can be nurtured from a child labor brings reflections on the future of the planet, but also to survey the prospects and raise thoughts about what might happen  if we do not preserve  the environment  . After watching  the film the children underwent an essay with two key questions: "What can  I do to make our planet does not become like the planet Earth in the movie?" And "What I  want  for  the  future  of  society?".  The  texts  were  analyzed  and  there  was  a concern not only the future but also the social environment. 

 

Keywords: children; movie; environmental. 

 

 

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Artigo número: 149  

Introdução

Por muitos  anos  a  sociedade  de  uma maneira  geral  não  acreditava  que  os  problemas 

ambientais fossem de certa forma reais, quando se falava que a água poderia acabar, parecia algo 

absurdo, porém atualmente sabemos que esse fato pode ocorrer. Por isso nos últimos anos vem 

sendo trabalhado uma conscientização mundial, e nada melhor do que começar a fazer isso com 

as crianças. 

 Educação  ambiental  deve  estar  presente  no  dia  a  dia  das  crianças  independendo  da 

idade, quanto mais cedo esse  trabalho  for realizado maior será a  formação de uma consciência 

sobre a preservação do meio ambiente.  

As  crianças  são bombardeadas  com novas  tecnologias a  cada momento, então por que 

não se aplicar um recurso muito utilizado por elas para falar sobre questões ambientais e sociais. 

Em  2008  a  Disney  lançou  o  filme Wall  –  E,  um  desenho  infantil  que  possui  nas  entrelinhas 

questões  sobre o  futuro do planeta Terra,  a  ficção  retrata um planeta  como depósito de  lixos 

eletrônicos,  e  seus  habitantes  vivem  em  uma  nave  espacial,  totalmente  sedentários  e 

dependentes da tecnologia.  

Como a maioria, para não dizer  todas as crianças gostam de desenhos, a utilização dos 

mesmos é uma forma interessante de passar uma idéia, dar um ponta pé inicial, levar as crianças 

a pensarem sobre a questão ambiental do presente e do futuro.  

É necessário o uso de alternativas criativas para despertar o interesse de crianças para as 

questões do meio ambiente.  Nesse sentido, a utilização de animações é um dos meios que mais 

consegue  manter  estas  crianças  concentradas  e  a  discussão  desse  tema  passa  a  ser  mais 

interessante.     Para Bona (2008), o espectador que vivencia uma obra de ficção muitas vezes se 

identifica de alguma forma com a mesma, assumindo um papel produtivo. 

  Como o art. 4 da Lei nº. 9.975/99 de Política Nacional de Educação Ambiental Brasileira 

nos dá subsídios legais para o trabalho com a educação ambiental, direcionando para a utilização 

de recursos que façam com o educando indiferente de sua idade consiga mediante ao auxilio do 

educador pensar, criticar e criar situações para sua compreensão diante   dos  problemas que os 

são apresentados.  

     A motivação para  introduzir o assunto precisa de algo que possa  ser    trabalhado de 

uma forma pedagógica mais ampla e crítica, utilizando‐se de recursos que pertencem ao dia a dia 

dos educandos. 

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Artigo número: 149  

Ficção  ou  realidade:  uma  perspectiva  do  futuro  do  nosso  planeta  na  visão  infantil 

pretende fazer um levantamento sobre a perspectiva da sociedade no futuro e criar uma reflexão 

sobre o que pode acontecer como o planeta se não o preservarmos. 

FicçãoeMeioAmbiente�

É  notável  que  a  partir  do  século  XX  houve  uma  explosão  da  tecnologia,  e  é  de  suma 

importância  saber  como  aproveitar essa  tecnologia, principalmente no  ramo de ensino onde a 

utilização  de meios  tecnológicos  facilita  o  aprendizado  principalmente  pela  fácil  aceitação  dos 

alunos pela novidade.  O uso de filmes, por exemplo, faz com que os alunos tenham uma fixação 

maior do conteúdo a ser explorado,  tem  forte poder motivador, e constitui uma as mais  fortes 

fontes de  incentivo a participação em sala de aula, pois estimulam a  imaginação e a capacidade 

de  abstração  do  educando,  economizam  tempo  de  explicação,  porém  é  necessário  que  o 

educador saiba a importância de  sua participação nesse  processo, contribuindo e acrescentando 

em toda a etapa da aula, com comentários construtivos e ligando o vídeo ao conteúdo. Segundo 

Modro  (2005),  o  uso  de  filme  em  aula  trata‐se  de  um  recurso  atrativo,  agradável  e  se  bem 

aplicado irá render frutos positivos no processo de aprendizagem. 

Segundo dado divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência 

e a Cultura  ‐ UNESCO  (1987), a  fixação do aprendido é uma regra 30% para o que se ouve 40% 

para o que se vê; 50% para o que se vê e se ouve; 70% para o que se faz, ou seja, aquilo de que se 

participa diretamente. 

A  utilização  do  filme  explora  basicamente,  o  ver,  o  visualizar,  o  ter  diante  de  nós  as 

situações, personagens, cenários, cores e  relações com a  realidade. Desenvolve uma percepção 

mais  fácil  da  realidade,  com  situações  que  o  personagem  vive  comparadas  com  a  realidade, 

basicamente  no  filme  a  criança  poderá  perceber  se  é  esta  a  relação  que  ela  quer  ter  com  o 

mundo, se essa a sua perspectiva de um futuro. Para Bona1 (2008): 

 

“O cinema pode ser útil no processo de ensino e a aprendizagem por causa das 

imagens mentais que são criadas durante a projeção do  filme. Essas  imagens 

estão  associadas  a  uma  estrutura  formal  que  o  ser  humano  já  possui 

interiorizada e é associada a um objeto”.         

                                 

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Artigo número: 149  

Para Lazar (1999), a mídia é uma cultura de massa, um instrumento de comunicação que 

permite  realizar  uma  comunicação  em  massa  enquanto  processo  social.  A  televisão  e  vídeo 

encontraram a fórmula de comunicar‐se com a maioria das pessoas, tanto nas crianças como nos 

adultos.  

Lazar (1999), a lógica da narrativa não se baseia necessariamente na causalidade, mas na 

contigüidade, em colocar um pedaço de imagem ou história que se encaixe com o pensamento da 

criança.  A  sua  retórica  consegue  encontrar  fórmulas  que  se  adaptam  perfeitamente  à 

sensibilidade da criança.  

 A utilização de uma linguagem de fácil entendimento e o uso de cenas interativas e que 

chama a atenção faz com que a criança desenvolva uma maior concentração. 

Trabalhar  com  filmes  em  sala  de  aula  pode  ser  extremamente  gratificante,  pois 

invariavelmente os  resultados alcançados podem  superam as expectativas. Porém é necessário 

que seja planejado detalhadamente cada passo dessa atividade. 

Lazar  (1999),  a  transmissão  de  conhecimento  cognitivo  é  assegurada  pela  escola,  e  a 

televisão  intervém na  transmissão do conhecimento geral. As crianças se  interessam por  filmes 

que  possuam  heróis  que  sejam  carismáticos,  e  esse  interesse  constitui  fatores  de  suma 

importância no processo de  socialização, a partir das ações e valores que esses heróis passam. 

Ainda  Lazar  (1999),  nos  coloca  que  a  interação  que  socializa  a  criança  com  a  televisão  traz  a 

interiorização de um sistema de  referência, com modelos de  referências  fortes, como a criança 

tem  na  televisão  uma  fonte  de  prazer,  é  também  verdade  que  nela  busquem  repostas  para 

perguntas que torneiam o nosso mundo.  

Podemos  perceber  que  o  desenho  animado Wall‐E  é  uma  excelente  história  para  ser 

transmitida para crianças na questão ambiental a sinopse do filme diz o seguinte: Após entulhar a 

Terra de  lixo e poluir a atmosfera com gases tóxicos, a humanidade deixou o planeta e passou a 

viver em uma gigantesca nave. O plano era que o retiro durasse alguns poucos anos, com robôs 

sendo  deixados  para  limpar  o  planeta. Wall‐E  é  o  último  destes  robôs,  que  se mantém  em 

funcionamento  graças  ao  autoconserto  de  suas  peças.  Sua  vida  consiste  em  compactar  o  lixo 

existente no planeta, que  forma torres maiores que arranha‐céus, e colecionar objetos curiosos 

que encontra ao realizar seu trabalho. Até que um dia surge repentinamente uma nave, que traz 

um novo e moderno robô: Eva. A princípio curioso Wall‐E logo se apaixona pela recém‐chegada. 

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07 a 09 de outubro de 2010                                                                                                 ISSN: 2178‐6135  

Artigo número: 149  

Com o uso desta história podemos trabalhar com a criança questões ambientais, e fazer 

com que ela reflita se o planeta mostrado no filme é o planeta que ela gostaria de viver e o que é 

preciso fazer para que essa história não saia do filme e passe a se tornar realidade. 

Segundo Philippi  Jr., et al  (2004), o homem que habita o planeta Terra é urbanista, vive 

em  aglomerações  urbanas  cada  vez  maiores,  o  que  vai  demandar  grandes  quantidades  de 

recursos  ambientais  o  que  gera  na  mesma  proporção  e  velocidade  quantidade  enormes  de 

resíduos. Resíduos que o planeta está começando a não suportar pelo aceleramento populacional 

e tecnologias produzidas sem espaço de tempo e sem estudos sobre o que fazer no momento de 

seu descarte. 

Existe a necessidade de compreender os desafios do século XXI, compreensão das inter – 

relações  sociais nas áreas urbanas  (PHILIPPI,  JR. et. al, 2004). O que é atualmente necessário o 

início dessa compreensão ainda na  infância, na construção e formação do caráter, tanto no seio 

familiar  como  também  no  âmbito  escolar,  que  precisa  ser mais  efetivo  e  que  possui maiores 

recursos  e  diversidade  social  para  trabalhar  assunto  com mais  detalhes,  um  desenvolvimento 

contínuo. 

As  representações  sociais  estão  presentes  em  nosso  cotidiano  e  são  continuamente 

representados na mídia, os fenômenos atuantes na sociedade, são produzidos pelos indivíduos e 

sempre mostram a marca do meio às quais pertencem (PONTUSCHKA; CONTIN et al, 2006). O que 

leva a  considerar que a mídia  infantil  retrata a  sociedade de uma  forma mais  lúdica  com  seus 

problemas, desigualdades e também com  ilusão de que tudo é algo mágico e com um piscar de 

olhos pode ser modificado. 

Para Pelecioni in Philippi Jr. (2004), o desenvolvimento é algo contínuo, e mais intenso na 

infância, o que não quer dizer que o  adulto não possa  ser  educado. Nas  várias  fases  a  vida  é 

importante desperta a curiosidade para que leve o ser humano a querer sempre aprender e agir 

em  função do que acredite. Desperta a curiosidade a partir de  recursos acessíveis e o  levem a 

pensar e criticar o que acontece a  sua volta é algo que pode  ser  feito a partir de uma  simples 

ficção infantil. Como o caso de utilizar o filme Wall‐E.  

A Política Nacional de Educação Ambiental Brasileira,  Lei n°. 9.795/99, no art. 4  coloca 

como princípios básicos (PELICIONE, 2004):  

 

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Artigo número: 149  

1 Rafael José Bona, A Educação Ambiental no filme dos Trapalhões. Universidade do Vale do Itajaí 

– Santa Catarina. 

 

  I – o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo; 

 II – a concepção de meio ambiente em sua totalidade, considerando a    

          interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, sob o 

          enfoque da sustentabilidade; 

    III – o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter,    

                     multi e transdisciplinaridade; 

            IV – a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais; 

             V – a garantia de continuidade e permanência do processo educativo; 

           VI – a permanente avaliação crítica do processo educativo; 

          VII – a abordagem articulada das questões ambientais, locais, regionais,     

                     nacionais e globais; 

          VIII – o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e  

           cultural. 

 

  O  educador  se  torna  um  mediador  e  criador  de  condições  para  a  educação 

ambiental,  levando  ao educando  a utilizar‐se dessas  ferramentas para  tornar‐se  crítico do que 

está ocorrendo a sua volta. 

É preciso fazer com que as crianças assim com os adultos compreendam que os padrões 

atuais  de  desenvolvimento  apresentam  sérios  riscos  para  ecossistema  global.  As  injunções  da 

pobreza forçam os pobres a viver dos recursos da terra e de seu meio ambiente. Por outro lado, o 

desejo  insaciável  de  ter  cada  vez  mais  conforto  e  bem  material  por  parte  dos  economistas 

afluentes conduz também, a graves tensões sobre o meio ambiente. Ao mesmo tempo em que os 

padrões  de  consumo  dos  pobres  são  insustentáveis  quanto  ao  uso  da  terra  e  causam  a 

degradação  dos  bens  comuns  a  todos  em  suas  aldeias,  os  padrões  de  consumo  dos  ricos  são 

insustentáveis  quanto  ao  uso  de  recursos  não  renováveis,  deterioração  dos  bens  de  comuns 

globais tanto quanto a pressão sobre os recursos da Terra. Juntos sobrecarregam a capacidade de 

suporte da Terra, no presente e no futuro. É grande demais o numero de pessoas que padece de 

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Artigo número: 149  

pobreza  e  privação.  O  sofrimento  dos  pobres  não  pode  ser  aliviado  sem  o  desenvolvimento 

econômico. Este precisa  ser um desenvolvimento  sustentável, no qual o  crescimento dos bens 

necessários  á melhoria  da  qualidade  de  vida  da  humanidade  não  seja  restringida  pelos males 

causados ao meio ambiente ou pela disponibilidade dos recursos necessários. 

Metodologia

O trabalho foi realizado com quinze crianças com a faixa etária de 8 a 9 anos de idade, em 

uma escola particular de educação infantil e ensino fundamental, situada na região do bairro São 

José da cidade de Ponta Grossa – Paraná.  

Durante uma  semana  foi  realizado encontros  com  conversas  informais e mini‐palestras 

onde foram discutidos os problemas ambientais e sociais que ocorrem no planeta. No terceiro dia 

os alunos assistiram ao filme Wall‐E da Disney. 

Após o  filme os alunos  responderam na  forma de  texto a  seguinte  frase: “O que posso 

fazer para que o nosso planeta não se torne como o planeta Terra do filme? ’’ e “O que eu quero 

para o futuro da sociedade?’’. Os alunos tiveram dois dias para responder. 

Os textos foram recolhidos para levantamento e análises das suas respectivas respostas. 

 

ResultadoseDiscussões

Das  quinze  crianças  que  participaram  da  pesquisa,  todas  responderam  na  primeira 

pergunta,  “O  que  posso  fazer  para  que  nosso  planeta  não  se  torne  como  o  planeta  Terra  do 

filme?”, que devemos cuidar da limpeza das ruas, reciclarem os materiais, não gastar os recursos 

naturais,  preservara  natureza,  os  animais.  O  que  foi  notado  em  todas  as  respostas  uma 

preocupação  coletiva entre  crianças da mesma  faixa etária que ao assistirem um mesmo  filme 

chegaram a uma resposta comum, demonstrando uma preocupação com o planeta. 

Segundo  os  Parâmetros  Curriculares  Nacionais  –  PCN,  no  que  diz  respeito  ao  Meio 

Ambiente, no que  se  refere à área ambiental, há muitas  informações, valores e procedimentos 

que  são  transmitidos  à  criança  pelo  que  se  faz  e  se  diz  em  casa,  o  rádio,  TV,  os meios  de 

comunicação constituem a grande fonte de  informação que a maioria das crianças sobre o meio 

ambiente. O que foi percebido nas respostas das crianças, a influencia dessas fontes. 

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Universidade Tecnológica Federal do Paraná ‐ UTFPR  

Programa de Pós‐Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia ‐ PPGECT 

II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia  

07 a 09 de outubro de 2010                                                                                                 ISSN: 2178‐6135  

Artigo número: 149  

A segunda pergunta que se referia a “O que eu quero para o futuro da sociedade?”, teve 

respostas semelhantes como, paz, que haja menos poluição, igualdade social. Como por exemplo, 

as respostas das crianças: 

Aluno um, com 8 anos: 

 

 

 

Aluno dois, com 9 anos: 

 

 

 

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Artigo número: 149  

 

 

Aluno três, com 8 anos: 

 

 

 

 

As  respostas  mostraram  a  preocupação  com  o  futuro,  não  só  referente  às  questões 

relacionadas  com  a  natureza,  mais  também  com  o  social.  A  aliança  entre  meio  ambiente  e 

cidadania. 

Para  Modro  (2005),  utilização  de  recursos  complementares  às  aulas  como  os  filmes 

comerciais, se bem utilizados rende ótimos resultados quanto ao processo de aprendizagem. Algo 

que  foi  notado  durante  e  pós‐exibição  da  ficção,  pois  ocorreu  um  maior  envolvimento  das 

crianças  com  as  questões  ambientais,  uma  preocupação  em  cuidar,  preservar,  e  querer  um 

ambiente melhor para viver, como nos relatos acima citados.  

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As respostas demonstraram o envolvimento e a preocupação com o tema, o que mostra 

como a utilização de recursos visuais, auxilia no processo de ensino‐aprendizagem de forma mais 

significativa. 

Na utilização de Wall‐E para trabalhar questões ambientais, houve a construção da ponte 

ficção e realidade, como é observado nos textos abaixo: 

Aluna quatro, com 9 anos: 

 

 

 

Aluno cinco, com 8 anos: 

 

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As  respostas  propõem  ações  para  um  futuro  melhor,  desejo  de  uma  sociedade  sem 

desigualdades. Ações que na visão infantil serão fáceis de realizar. Uma educação ambiental que 

pode  ser  chamada  como  uma  educação  para  o  futuro.  Morin  (2007)    coloca  que  cabe  aos 

educadores garantirem para as futuras gerações uma educação para o futuro com mais belezas, 

consciência e que o caminho pode ser árduo, com muitas incertezas e desafios para todos. 

 

Conclusão

Podemos concluir que as crianças da faixa etária entre 8 e 9 anos  que assistiram ao filme 

da Disney Wall‐e   desenvolveram uma preocupação maior  com   o meio  ambiente,  e  com  isso 

passaram a  desejar um futuro melhor para sociedade, este pensamento de cuidado com o meio 

ambiente  que é transmitido para as crianças através de filmes, desenhos, comerciais, professores 

e  pais  é  de  suma  importância  ,  pois  quanto mais  cedo  for  despertado  o  conhecimento,  e  a 

responsabilidade  social  com  o meio  ambiente, melhor  poderá  ser  o  futuro  da  humanidade.  A 

perspectiva  dos  alunos  está  voltada  para  um  mundo  de  igualdades  sociais,  ambiente  sem 

desmatamento,  poluição  de  rios,  mares,  preservação  da  vida.  A  reflexão  levantada  sobre  o 

presente  e  futuro  do  planeta  é  que  se  não  houver  uma  união  em  ações  efetivas  ao  meio 

ambiente, ele simplesmente desaparecerá. 

  Conclui‐se que a exibição de filmes infantis que demonstram ou apresentam uma 

preocupação com o meio ambiente ou uma imaginação de como será o futuro do planeta se não 

cuidarmos do mesmo, é uma ótima  forma de despertar a  consciência das  crianças, pois com a 

passagem do filme as mesmas demonstraram mais atenção, e mais interesse e com isso as aulas 

sobre o meio ambiente mostraram mais resultados. 

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Referências

BRASIL. Secretária de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Meio Ambiente 

e Saúde. Brasília: 1997, página, 29. 

BONA,  José  Rafael.  A  educação  ambiental  no  filme  dos  trapalhões.  Disponível  em: 

<http://www6.univali.br/seer/index.php/rc/article/view/950/806>. Acesso em 20/07/2010 

CARVALHO,  Irene Mello, O processo didático, os objetivos  imediatos das atividades docentes e 

discentes, Rio de Janeiro, RJ, 1987 , pagina 25,26,27. 

KRASILCHIK, Myriam;  PONTUSCHKA,  Nídia  Nacib;  RIBEIRO,  Helena,  et  al.  Pesquisa  Ambiental: 

Construção  de  um  Processo  Participativo  de  Educação  e  Mudança.  São  Paulo:  Editora  da 

Universidade de São Paulo, 2006, página, 161. 

LAZAR,  Jidith.    Mediatamente!  :  Televisão,  cultura  e  educação.  Secretária  de  Educação  a 

Distância. Brasília: Ministério da Educação, SEED, 1999, páginas, 93, 94 e 103. 

PELICIONI, Maria Cecília Focesi In: PHILIPPI , Arlindo Jr.; ROMÉRIO, Marcelo de Andrade; BRUNA, 

Gilda Collet. Curso de Gestão Ambiental. Coleção Ambiental1. Barueri, SP: Manole, 2004, página 

459 e 462. 

PHILIPPI,  Arlindo  Jr.;  ROMÉRIO, Marcelo  de  Andrade;  BRUNA,  Gilda  Collet.  Curso  de  Gestão 

Ambiental. Coleção Ambiental1. Barueri, SP: Manole, 2004, página 4. 

MACHADO,  João  Luis  Almeida.  Filmes  na  sala  de  aula  .  Disponível    em: 

<http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=454>.  ‐ Acesso em 20/05/2010 

MAY, Peter Hermam  .MOTTA, Ronaldo  Seroa  (orgs). Valorando a natureza, análise econômica 

desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro. Editora Campus, página 1 e 3, 1995. 

_________________________.  Curso  de  Gestão  Ambiental.  Coleção  Ambiental1.  Barueri,  SP: 

Manole, 2004, página 11. 

MODRO, Nielson Ribeiro. Cineducação: usando o cinema na sala de aula. Joinville, SC: Casamarca 

Design Editorial, 2005, página 9 e 10. 

MORIN, Edgar. Os setes saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Editora Cortez, 12 

ed.; Brasília, DF: UNESCO, 2007. 

Sinopse  do  filme  Wall‐E.  Disponível  em:  <http://www.cinemenu.com.br/filmes/wall‐e‐

2008/sobre‐o‐filme>. Acesso em  22/05/2010 

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Ana Paula Ott. Aluna do curso de  especialização em Educação Científica e Tecnológica da 

Universidade Tecnológica  Federal do Paraná – Campus Ponta Grossa 

[email protected] 

Manuela Candéo. Aluna do curso de especialização em Educação Científica e Tecnológica da 

Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campus Ponta Grossa  

[email protected]