fibras
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAÍ – UFPI CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS
DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃODISCIPLINA: BROMATOLOGIA
PROFA. MsC. NARA VANESSA BARROS
FIBRAS ALIMENTARES
Débora Paiva Eludy Marinho Gleicy Helly RibeiroNatanael AlissonNathanael Ibsen
Teresina, PI2014
FIBRAS ALIMENTARES
• Fibra alimentar, também denominada fibra dietética, é todo componente do alimento não digerível pelo homem, pois é resistente à ação das enzimas digestivas humanas.
• É constituída de polímeros de carboidratos, com três ou mais unidades monoméricas, e mais a lignina – um polímero de fenilpropano.
FERNANDEZ et al, 1993 ; ANDERSON et al , 2009 ; HOWLETT et al, 2010.
CLASSIFICAÇÃO• De forma simplificada, as fibras são classificadas como fibras solúveis e
fibras insolúveis.
SOLÚVEIS PECTINAGOMAS E MUCILAGENSHEMICELULOSE
FERMENTÁVEISVISCOSIDADE
INSOLÚVEIS CELULOSELIGNINAHEMICELULOSE
FERMENTÁVEISNÃO SÃO VISCOSAS
WONG et al., 2007.
SOLÚVEIS E INSOLÚVEIS• As fibras solúveis formam géis viscosos. Não são digeridas no intestino
delgado e são facilmente fermentadas pela microflora do intestino grosso.
• As fibras insolúveis não são solúveis em água, portanto não formam géis, e sua fermentação é limitada.
Adaptado de Tungland e Mayer, 2002
PROPRIEDADES FÍSICAS E FISIOLÓGICAS DAS FIBRAS
Dependem em grande parte de suas características físicas, ou seja, de seu desenho molecular e solubilidade
Não estão restritas ao lúmen intestinal, que é anatomicamente externo
Viscosidade
Capacidade de sequestrar água
Absorção de Nutrientes
Degradação microbiológica das fibras.
VISCOSIDADE
• Pectinas, gomas e β-glucanas são capazes de formar uma solução altamente viscosas.
VISCOSIDADEREDUÇÃO NA TAXA DE ESVAZIAMENTO GÁSTRICO
BERNAUD et al., 2013
CAPACIDADE DE SEQUESTRAR ÁGUA• Habilidade relacionada com a solubilidade do polissacarídeo.
CRESCIMENTO DA MICROFLORA INTESTINAL E DE ÁGUA NAS FEZES.
ABSORÇÃO DE NUTRIENTES
• A taxa de absorção de nutrientes é dependente do tempo de trânsito intestinal.
Fibras hidratadas formam uma matriz viscosa
RETARDA A ABSORÇÃO DE GLICOSE AUMENTA A PRODUÇÃO DE AGCC GRAXOS
DEGRADAÇÃO MICROBIOLÓGICA DAS FIBRAS
• Produto final : Ácidos Graxos de Cadeia Curta
BERNAUD et al., 2013
FUNÇÕESParcialmente ou
totalmente fermentados
Utilizados como fonte energética pela
microflora no cólonConvertidos em gases
e AGCCs
aumenta as bactérias e bolo fecal
pH intracelular e colônico.Inibe a proliferação de
organismos patogênicos
Reduz a solubilidade de sais biliares Facilita a absorção
do Ca2+
CELULOSE
POLÍMERO MAIS ABUNDANTE
POLISSACARÍDEO IMPORTANTE DAS
PLANTAS
FORMADA POR 10.000 UNIDADES
DE GLI (ß-1-4.)
ESTRUTURA LINEARPONTES DE
HIDROGÊNIOSOLUBILIDADE EM
ÁGUA
AÇÃORetém a água, reduz a pressão do cólon, reduz o tempo de trânsito da digestão.
HEMICELULOSE
POLISSACARÍDEOS COMPLEXOS NÃO AMILÁCEOS
E NÃO CELULÓSICOS ASSOCADOS A LIGNINA
BETA-GLUCANAS DA AVEIA E CEVADA
PAREDE CELULAR APRESENTAM FRAÇÃO INSOLÚVEIS
FONTES
AÇÃORetém a água, aumenta o bolo fecal, pode ligar ácidos biliares, reduz a pressão do cólon, reduz o tempo de trânsito.
LIGNINA
A lignina é um composto polifenólico tridimensional, composta por polímeros aromáticos de produtos químicos da parede celular das plantas
AÇÃORetém a água, pode ligar minerais-traço e aumentar a excreção, pode aumentar os níveis de esteróides fecais.
Composto de três grandes álcoois aromáticos.
Estrutura e integridade
PECTINAS
As pectinas ou substâncias pécticas dão firmeza
São usadas como espessantes, emulsificantes e conservantes em alimentos
A fibra solúvel de pectina é composta principalmente de ácido galacturônico metilado
O grau de metilação X maturação da fruto
AÇÃOEsvaziamento gástrico lento, liga ácidos biliares, aumento a fermentação colônica
GOMAS E MUCILAGENS
Compostas por monômeros de hexose e pentose
Mucilagens: são produzidas por células secretoras de plantas
Gomas: polissacarídeos sintetizados pelas plantas, funcionam como CICATRIZANTE na planta
AÇÃOEsvaziamento gástrico lento, liga ácidos biliares, aumento a fermentação colônica
HIPERCOLESTEREMIA
Fibras solúveis: diminuição nos níveis de colesterol total e LDL sem alterações no colesterol HDL e triglicerídeos
O farelo de aveia, contem nível apreciável de fibra solúvel
AÇÃO: aumento da excreção de ácidos biliares, a alteração do tipo de ácidos biliares presentes no intestino
A fermentação bacteriana das fibras solúveis da aveia: os AGCC são absorvidos no cólon e chegam ao fígado através da veia porta hepática. A inibição da síntese de colesterol hepático e ácidos graxos pode se dar pela influência do propionato.
ANDERSON, 1999.
a perda fecal de ác. biliares
a produção dos ác. biliares no fígado a partir do COLESTEROL
COLESTEROL sérico LDL colesterol
a síntese de AGCC: Propionato, Acetato e Butirato
Síntese de COLESTEROL no fígado
16ANDERSON, 1999.
DIABETES
Os possíveis fatores envolvidos são:
retardo no esvaziamento gástrico
diminuição da absorção de carboidratos pela inclusão de açucares na matriz da fibra
modificação na secreção hormonal
Anderson et al., 1999
OBESIDADE Alguns mecanismos provocam efeitos fisiológicos que ajudam no tratamento e prevenção da obesidade.
Esses mecanismos agem reduzindo a ingestão alimentar
promoção da saciedadeaumento na oxidação de lipídios
redução das reservas corporais de gordura
PEREIRA; LUDWIG, 2001.
HIPERTENSÃO
Uma metanálise que incluiu 25 ensaios clínicos randomizados, observou uma variação na ingestão de fibras entre os grupos intervenção e controle entre 3,8 ge 125 g/dia. A ingestão de fibras na dieta foi associada a uma redução nos níveis da pressão arterial diastólica (média de quase 2 mmHg). Entretanto, não se observou redução nos níveis de pressão arterial sistólica
WHELTON et al., 2005.
PROCESSO INFLAMATÓRIO
A presença de inflamação está altamente correlacionada com o desenvolvimento de DAC ( doença arterial coronariana).
Níveis elevados de proteína C reativa (PCR) ultrassensível (US), considerado um marcador inflamatório chave, têm sido relacionados à resistência à ação da insulina, ao desenvolvimento de DM( diabetes mellitus) e SM ( síndrome metabólica), assim como outros fatores de risco para DCV (doenças cardiovasculares)
Ensaio clínico randomizado encontrou uma redução nos níveis de PCR US quando o consumo de fibra alimentar foi aumentado na dieta
ESPOSITO et al., 2003.
• ANDERSON; J. W. et al. Health benefits of dietary fiber. Nutr Rev., V.67, n. 4, P. 188-205, 2009.
• ANDERSON, J. W. Effects of psyllium on glucose and serum lipid responses in men with type 2 diabetes and hypercholesterolemia. Am J Clin Nutr., v. 70, n.1, p. 466-473, 1999.
• ESPOSITO, K. et al. Effect of weight loss and lifestyle changes on vascular inflammatory markers in obese women. JAMA., v. 289, n. 14, p. 1799- 804, 2003.
• FERNANDEZ, S. et al. Fibra dietária (revisón). Nutri. Clin., v. 3, n. 13, p. 121-129, 1983• HOWLETT, J. F. The definition of dietary fiber – discussions at the Ninth Vahouny Fiber
Symposium: building scientific agreement. Food Nutr Res., v. 54, n. 1, 5750, 2010.• PEREIRA, M. A, LUDWIG, D. S. Dietary fiber and body-weight regulation. Pediatr Clin
North Am., v. 48, n. 4, p. 969-979, 2001.• WEINSTOCK,R. S, LEVINE, R. A. The role of dietary fiber in the management of diabetes
mellitus. Nutrition, v. 4, n. 3, p. 187-193, 1988.• WHELTON, S. P. et al. Effect of dietary fiber intake on blood pressure: a meta-analysis
of randomized, controlled clinical trials. J Hypertens., v. 23, n. 3, p. 475-81, 2005.
REFERÊNCIAS