fibras têxteis - senai

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Fibras Têxteis ESCOLA SENAI FRANCISCO MATARAZZO EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA PARA A INDÚSTRIA TÊXTIL home page: www.senaitextil.com.br e-mail: [email protected] Fone 278-2455 Fax 278-2925 Rua Muniz de Souza, 03 - Cambuci 01534-000 São Paulo - SP FIB11

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Descrição de tipos de fibras têxteis

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Fibras Têxteis

ESCOLA SENAI FRANCISCO MATARAZZOEDUCAÇÃO E TECNOLOGIA PARA A INDÚSTRIA TÊXTIL

home page: www.senaitextil.com.br e-mail: [email protected] 278-2455 Fax 278-2925

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Fibras Têxteis

SENAI-SP, 2000

Trabalho Elaborado pelos docentes da Escola Francisco Matarazzo

do Departamento Regional do SENAI-SP

1ª edição, 2000

Elaboração Cosmo Burti

Editoração Marcelo Costa

SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

Departamento Regional de São Paulo

Escola SENAI Francisco Matarazzo

Home page: www.senaitextil.com.br

e-mail: [email protected]

Rua Muniz de Souza, 03 - São Paulo - SP

CEP 01534-000 - Telefone (011) 278-2455

Telefax (011) 278-2955

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FIBRAS

INTRODUÇÃO

Pode-se dizer que a Indústria Têxtil é tão antiga quanto à própria humanidade,ou seja, praticamente ela surgiu com o aparecimento do homem, pois alimentar-se,abrigar-se e vestir-se já eram necessidades básicas para a sobrevivência dahumanidade.

O “Marco zero” da fabricação de Fibras Têxteis entra com a vestimenta, a qualfez o papel de isolante térmico. É certo que nos primórdios da antiguidade usou-se avestimenta nunca se pensando em termos de isolante térmico, mais sim,instintivamente no sentido de sobrevivência.

O primeiro grande passo da Industria Têxtil foi à mecanização, pois com ogrande aumento populacional o consumo de têxteis aumentava dia-a-dia, e acapacidade de produção conseguia acompanhar este ritmo de crescimento, porém omesmo não se podia dizer quanto à produção de matérias primas como o algodão, olinho e a seda, que traziam consigo os problemas peculiares, como colheitasinsuficientes, intempéries, doenças, oscilações de preço, etc.

Ficava evidenciada a necessidade de intensificar-se os esforços na busca desubstituí-las, ou de aumentar o volume de matérias primas, mesmo que fossenecessário descobrir novas fibras têxteis.

Evidentemente este foi o segundo grande passo da Industria Têxtil a produçãodas Fibras Artificiais, um notável progresso das Ciências Físicas, Mecânica eprincipalmente da Química, vivido durante os anos de 1830 e 1890.

O terceiro grande passo vem a seguir, que foi a descoberta das Fibras Sintéticasque teve sua descoberta a partir de 1935. E as empresas continuam com equipestécnicas especializadas, cuja função é aprimorar os processos de fabricação atuaisprocurando atingir o máximo de cada processo, tanto do ponto de vista técnico comodo ponto de vista econômico. Também continuam as pesquisas e estudos para novasdescobertas, pois o capítulo das fibras têxteis parece estar inacabado, e bem longe doseu fim.

Com o breve relato acima é possível observar o quanto seria trabalhoso eextenso contar os mínimos detalhes da história desta indústria. Em decorrência disto, éque neste trabalho abordaremos apenas informações inerentes às principais fibrasempregadas na cadeia produtiva têxtil.

CONCEITUAÇÃO

Entende-se por Fibra Têxtil, todo elemento de origem química ou natural,constituído de macromoléculas lineares, que apresente alta proporção entre seucomprimento e diâmetro e cujas características de flexibilidade, suavidade e confortoao uso, tornem tal elemento apto às aplicações têxteis (fonte: Resolução CONMETRO04/92).

FIBRA TÊXTIL NATURAL: É formada de macromoléculas obtidas e fornecidasao homem pela natureza. Ex: Algodão. Linho, Juta, Rami, Sisal, Seda, Lã, etc.

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FIBRA TÊXTIL QUÍMICA: É formada de macromoléculas lineares obtidasatravés de artifícios ou sínteses químicas, logo é um grupo de fibras não naturais queenglobam as fibras Artificiais e Sintéticas. É também conhecida como fibramanufaturada, fibra feita pelo homem, tecnofibra ou man-made-fiber.

FIBRA TÊXTIL ARTIFICIAL: É formada de macromoléculas lineares obtidas efornecidas ao homem pela natureza numa forma não utilizável, o homem, por sua vez,através de artifícios químicos, as coloca em condições de uso têxtil. Ex: Viscose,Modal, Cupro, Polinósica, Liocel, Acetato, Triacetato, etc.

FIBRA TÊXTIL SINTÉTICA: É formada a partir de macromoléculas criadas(sintéticas) pelo homem. Ex: Poliéster, Poliamida, Polipropileno, Acrílico, Elastano, etc.

CLASSIFICAÇÃO GERAL

De Sementes Algodão – COLinho – CLRami – CRLiberianasJuta – CJ

Vegetais(Celulósicas)

De Folhas Sisal CSPêlos Lã – WOAnimais

(Protéicas) Secreção Seda – S

Fibras TêxteisNaturais

Minerais Rocha Amianto – A

Acetato – CACeluloseModificada Triacetato – CTCeluloseSolubilizada

Liocel – CLY(CLI)

Viscose – CVModal – CMD

Fibras ArtificiaisDe origemCelulósicas

CeluloseRegenerada

Cupro – CUP

Polimerização Acrílicas – PACPoliéster – PES

PolicondensaçãoPoliamidicas – PA

FibrasSintéticas

Obtidas por

Poliadição Elastano – EL

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IDENTIFICAÇÃO DAS FIBRAS TÊXTEIS

Vamos abordar neste trabalho cinco métodos para identificar qualitativamente asfibras têxteis:

1o) Ensaio de Combustão (comportamento frente ao calor e chama).

O substrato deve ser observado:Aproximando-se da chama;Na chama;Fora da chama;Característica das cinzas;Odores.

Aproximando-se da Chama

Tabela de Combustão fonte: Norma ABNT – PMB 862 – 1978.

Não fundem CO, CL, CR, CJ, CS, CV, CLYFundem CA, PAC, EL, CT.Retraem e fundem PA, PES.Retraem WO, S.

Em contato com a Chama

Queimam com fusão CA, PAC, EL, CT, PES, PA, WO, SQueimam sem fusão CO, CL, CR. CJ, CS, CV, CLY

Afastando-se da Chama

Continuam a queimar com fusão PAC, EL, CA, CTContinuam a queimar sem fusão CO, CL, CR, CJ, CS, CV, CLYQueimam com dificuldade ou extingui-se WO, PA, S, PES.

Característica das Cinzas

Pérolas duras e escuras PAC, CA, CT, PES.Pérolas duras e claras PAPérolas friáveis WO, S.Friáveis sem pérolas CO, CL, CR, CJ, CS, CV,CLY, EL

Característica dos Odores

Papel queimado CO, CL, CR, CJ, CS, CV, CLYVinagre CA, CT.Salsa verde PAPlástico queimado PESPeixe podre PACPelo queimado WO, S.

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2o Ensaio de solubilidade (Reagentes).

Neste método de ensaio submete-se o corpo-de-prova a ação de um reagenteespecífico em condições pré-determinadas. Após certo período de interação (porexemplo 5 minutos) observa-se o resultado.

Reagentes Temperatura CV WO S CA PA PES CO PACÁcido Sulfúrico TA + - + + + + + +Ácido Clorídrico TA - - - + + - - -Ácido Nítrico TA - - - + + - - +Acido Acético TA - - - + - - - -Acido Fórmico TA - - - + + - - -Acetona TA - - - + - - - -Hipoclorito de Sódio FERVURA + + + - - - + -Soda Cáustica FERVURA - + + - - + - -

Legenda: (+) A fibra é destruída;( -) A fibra não é destruída.

3o Ensaio para determinação do Ponto de FusãoPara determinação do ponto de fusão, o corpo-de-prova é submetido a

aquecimento numa certa temperatura. Após determinado período de tempo (porexemplo 30 segundos) observa-se o resultado.

FIBRAS Segundo Norma AATCC Segundo Norma ABNTAcetato 260ºC 240 ±4ºCAcrílico - Decompõe-seElastano 230ºC 260 ±30ºCPoliamida 6 213 – 225ºC 214 ±2ºCPoliamida 6.6 256 - 265ºC 253 ±3ºCPolipropileno 170ºC 170 ±5ºCPoliéster - 256 ±3ºCTriacetato 288ºC 290 ±3ºCViscose - Decompõe-se

4o Ensaio para caracterização das principais constantes físico-químicas dasfibras têxteis.

• Finura: refere-se ao diâmetro ou espessura da fibra, é caracterizado de duas formas:pelo título dtex ou em mícron / micra (µ).

• Comprimento: habitualmente para fibras naturais e fibras cortadas é expresso emmilímetros (mm) e para filamentos contínuos em quilômetros (km).

• Higroscopicidade: é a capacidade que certas fibras possuem de absorver a umidadedo ar.

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• Hidrofilidade: é a capacidade que certas fibras possuem de absorver água no estadolíquido rapidamente.

• Hidrofobilidade: é a capacidade que certas fibars possuem de não absorver águarapidamente ou até repeli-la.

• Regain: é a denominação que se dá a uma taxa convencional e internacional dereabsorção da umidade das fibras têxteis, em atmosfera controlada (umidade relativa65% +/- 1%; temperatura 20oC +/- 1oC; tempo de exposição 24 horas) e calculada emrelação à massa seca da fibra.

• Resiliência: é a capacidade que certas fibras possuem de retornar ao estado inicialanterior à uma formação provocada pr uma força quando cessada esta forçatransversal.

• Flexibilidade: é a capacidade que certas fibras possuem de retornar ao estado inicialantes de uma flexão, quando cessada uma força lateral à elas aplicada.

• Resistência: é a capacidade das fibras de suportarem uma tração longitudinal.

5o Ensaio de Morfologia (Microscopia).

A seguir trazemos algumas fotomicrografias onde pode-se analisar o substratomicroscopicamente na vista longitudinal e na secção transversal.

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ALGODÃO

Vista longitudinal

Vista Transversal

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Vista longitudinal

Vista Transversal

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JUTA

Vista longitudinal

Vista Transversal

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RAMI

Vista longitudinal

Vista Transversal

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SISAL

Vista longitudinal

Vista Transversal

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RAION / RAYON / VISCOSE(A)

Vista longitudinal

Vista Transversal

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POLIESTER (Secção Redonda)

Vista longitudinal

Vista Transversal

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ACRÍLICO(A) (Secção Bilobal)

Vista longitudinal

Vista Transversal

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POLIAMIDA / NAILON / NYLON (Secção Trilobal)

Vista longitudinal

Vista Transversal

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Sumário

Introdução 001

Conceituação 001

Classificação 002

Identificação das Fibras Têxteis 003

Ensaio de Combustão 003

Ensaio de Solubilidade 004

Ensaio de Ponto de Fusão 004

Características Físico-químicas 004

Ensaio de Morfologia 005