Fevereiro 2018 - Nº 70 - Ano VI

“Em suma, na vida do espírito, – a única vida verdadeira, –o essencial não é o que parece.O essencial será sempre aquilo que é”.

(Emmanuel/Chico Xavier – livro Cami-nho Espírita)

Fazer as malas não é lá uma tarefa das mais diver-tidas. É preciso conhecer o clima, costumes e ne-cessidades do lugar para onde vamos, verificar tudo que temos e aquilo que ainda precisaremos ad-quirir para compor nossa bagagem; os mais organi-zados vão criar uma enor-me checklist, para não correr o risco de esquecer nada que é importante; já os mais atrapalhados vão deixar pra última hora e no meio da viagem sem-pre surgirão aquelas sur-presas ao verificar que fal-ta algo.

Se na vida material fa-zer as malas (literalmen-te) é sempre um desafio, imagine como é para nós, Espíritos imortais, compor dia a dia a nossa baga-gem espiritual! Em cada reencarnação nos depara-mos com situações diver-sas, são aprendizados e dificuldades que moldam o nosso Espírito e ditam as cores do nosso futuro, o futuro mais distante e aquele bem próximo (que pode ser daqui a 1h ou 1semana).

Assim, chega o momento em que temos que refletir sobre aquela velha ques-tão: “sua mala está pron-ta?” Se fosse chegado o dia de viajar àquele lugar distante, à pátria espiri-tual, já teríamos em nos-sas bagagens tudo aquilo que precisamos e de fato podemos levar? O que se leva para lá? O que é es-sencial?

Sua mala está pronta?

Através da psicografia do nosso querido Francisco Cândido Xavier o espírito Emmanuel nos diz, como no trecho inicial, que o es-sencial não é o que parece ser, mas será sempre aqui-lo que de fato é. E desse jogo de palavras podemos refletir que o essencial não é aquilo de material que conquistamos, a quantida-de de títulos que acumula-mos e nem mesmo a soma dos livros que lemos; o es-sencial mesmo são as li-ções advindas das nossas conquistas morais e es-pirituais, o conhecimento que não só acumulamos,

mas que aplicamos com todos os nossos títulos e, claro, todos os sentimen-tos que construímos, de-senvolvemos e expressa-mos a todos aqueles que caminham conosco nessa jornada terrestre, inclusive nós mesmos.

A partir dessas reflexões

foi construída a proposta de estudo para a 45ª CO-MENESP – Confraterniza-ção das Mocidades Espíri-tas do Norte do Estado de São Paulo que acontecerá nos dias 30 e 31 de março e 01 de abril, aqui na ci-dade de Franca. Esse en-contro reunirá mais de 200 jovens de várias cidades do norte do Estado de São Paulo e está sendo orga-nizado pelo Departamento de Mocidade Espírita da USE – União das Socieda-des Espíritas, da Intermu-nicipal Franca.

Para esse encontro, es-tão programadas diversas atividades. Teremos sa-las de estudo abordando o tema central (sua mala está pronta?), atividades ao ar livre, jantares e almo-ços temáticos, atividades culturais, tudo criando um clima de amizade, alegria e um grande sentimento de energias e propósitos renovados…

Se você é jovem e ficou com aquela vontade de co-nhecer e vivenciar tantos momentos especiais ou se você é jovem (de espírito) e quer nos ajudar a cons-truir esse lindo encontro como trabalhador voluntá-rio, entre em contato com a gente!

Princya OliveiraDiretora Dep. Moc. USE Reg. Francadmiusefranca@gmail.com16 9.9395.2830 – whatsappfacebook.com/departamento.franca

LOJA DO IDEFRANLIVROS QUE EDUCAM A ALMA

AMBIENTE FRATERNO E ACOLHEDOR

02 Suplemento - USE - Franca - A Nova Era - Fevereiro 2018 Suplemento - USE - Franca - A Nova Era - Fevereiro 2018

Pergunta: Podemos acreditar em uma informação espiritual quanto ao sexo de um espírito reencarnante? - Maria Alice

Resposta: As informações quanto ao sexo de um reencarnante devem ser analisadas com muito cuidado, posto que em nada contribuem para o progresso

do espírito que vai retornar à vida terrena. Podem acontecer, devendo ser deixadas em quarentena, não se tomando como verdade absoluta. Ensina–nos o espírito André Luiz que a mente da mãe influencia muito na formação do corpo que vai nascer. Assim, uma informação desse tipo pode sugestionar a futura mãe e esta, pela ação mental, pode influir na formação fetal. O melhor nestes casos é receber a informação e ader–la sem o conhecimento das pessoas, até porque, um prévio conhecimento do sexo do reencarnante cria expectativas que poderão não se confirmar.

Você perguntaFelipe Salomão

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Livros que iluminam

Nos dias de hoje, que dentre outras coisas se caracterizam pela inversão de valores e subversão dos costumes, os nossos jovens se debatem ante incertezas de múltiplas faces. Comenta-se que é muito difícil compreender o adolescente. Costumamos dizer que muito mais difícil que compreender o adolescente é ser adolescente. A eclosão de sentimentos adormecidos que caracterizam o espírito milenar despertando num corpo jovem, deveria estar sob a influência salutar da educação alicerçada na ética e na moral. Quando esses sentimentos começam a ser exteriorizados, mas não encontram nem a ética e nem a moral para direcioná-los, em decorrência de uma educação falha, costumam tomar caminhos que invariavelmente estabelecem conflitos violentos que, na maioria das vezes, são agravados por diferenças marcantes no relacionamento entre as gerações. E o jovem, então, oscila entre aquilo que ele é e aquilo que a sociedade gostaria que ele fosse, mas que não o ensinou a ser... É muito comum vermos pessoas lançarem no rosto dos nossos moços e das nossas moças, adjetivos variados e nada elogiáveis que primam por veicular a afronta, o ultraje, o insulto, a calúnia e a difamação. Entretanto, que é que os pais têm feito para que eles se tornem melhores, moralmente falando? Quase nada! É muito pequeno o número dos que conduzem o jovem pela mão ao caminho da ética e da moral; mas, depois que ele, sozinho e inexperiente, com a necessidade de autoafirmação e em conflito com os seus sentimentos, envereda por estradas que não são as melhores, uma multidão comparece para acusá-lo. Temos muito carinho e respeito pelos jovens dos nossos dias... e lamentamos quanto são carentes!...

OBRA: Quem é seu filho?AUTOR: Pedro A. Bonilha

EDITORA: Didier

NOSSOS FILHOS

Frente ao desencarne, fenôme-no natural da vida, é necessário conter o desespero, resignando-se perante a vontade divina. Quando os familiares controlam as emo-ções, cultivando em prece senti-mentos de confiança, os amigos da Espiritualidade encontram fa-cilidade para promover o desliga-mento sem traumas maiores para aquele que parte e sem desequilí-brios aos que ficam.

Dispensemos as honrarias ma-teriais exageradas, como coroas e flores, transformando o valor ma-terial em donativos às instituições assistenciais; lembremo-nos da necessidade de cumprir o tempo determinado de sepultamento ou cremação, para evitar sofrimentos desnecessários ao desencarnante.

As preces e o amor dos ami-gos ajudam muito o Espírito nesta viagem, podendo criar barreiras magnéticas que impedem a pre-sença de Espíritos sofredores que poderiam prejudicar o desenlace desse irmão. Quem partiu merece e precisa do socorro do nosso co-ração.

Não façamos do velório um en-contro social. Cultivemos o silên-cio e, caso não consigamos esse tipo de comportamento, será me-lhor nos retirarmos evitando au-mentar o barulhento concerto de vozes e vibrações desrespeitosas. Nossa conduta imprópria o faz so-frer e se revoltar. Tenhamos pie-dade fraternal e comportemo-nos como gostaríamos que procedes-sem conosco.

03Suplemento - USE - Franca - A Nova Era - Fevereiro 2018

O Espírita perante a desencarnação

Se pretendemos cultivar a me-mória de familiares e amigos, use-mos flores para enfeitar a vida e nunca para exaltar a morte na frie-za do cemitério, pois, certamente, irão preferir receber nossa mensa-gem de carinho por vibrações sau-dosas, sem culto ao corpo inerte.

Durante nossa passagem na Terra, devemos deixar todos os nossos compromissos devidamen-te organizados, para que parentes e amigos não sejam perturbados por credores e outras contrarieda-des e, assim, quando estivermos na Pátria Espiritual, não recebe-remos vibrações menos fraternas.

No momento do sepultamento, façamos uma oração, dirigindo--nos a Jesus, desejando ao irmão

Temi Mary Faccio Simionato

paz e feliz retorno à verdadeira pátria; sendo breve e falando so-bre o significado da morte - inde-vidamente situada como fim da vida - quando é apenas um desdo-bramento dela em horizontes mais amplos.

O benfeitor espiritual Emma-nuel nos orienta como deve ser nosso comportamento em um velório: Somente permanecer no velório enquanto puder manter a postura de vigilância; orar com sinceridade em favor de quem partiu e da família; esforçar-se para não lembrar episódios infe-lizes envolvendo o desencarnan-te; estar sempre disponível para o chamado atendimento fraterno com os irmãos presentes; respeitar

a religião e cultos de todos os pre-sentes, contribuindo para a harmo-nização do ambiente, através da solidariedade; não perder o foco do objetivo maior que é o auxílio espiritual ao desencarnante, fami-liares e espíritos desencarnados que estejam no local necessitando de auxílio através da oração; estar disponível na medida do possível para contribuir espiritual e ou ma-terialmente com os irmãos presen-tes, sobretudo aqueles que estive-ram sob maior impacto pela morte do irmão; se convidado a enunciar a prece, fazê-la brevemente, com objetividade e otimismo; aprovei-tar a ocasião para refletir sobre a impermanência de todas as situa-ções materiais da vida física, for-talecendo o nosso desejo de amar e servir durante o tempo que ainda nos resta no corpo físico; e, prin-cipalmente, guardar a certeza que o Espiritismo é o Consolador Pro-metido por nosso Mestre Jesus e que a mensagem da Imortalidade do Espírito desvelada por Jesus e Kardec, é a base de todas as nos-sas buscas de amor e fraternidade, bem como nosso refúgio em mo-mentos dolorosos como a morte, sendo antes de tudo uma mensa-gem de alegria e otimismo, verda-deiramente a nossa ¨Boa Nova¨!

Bibliografia:Conduta Espírita, de WaldoViei-

ra/André Luiz (Espírito) – lição 36.Quem tem medo da Morte, de Ri-

chard Simonetti – páginas 55 e 58.

04 Suplemento - USE - Franca - A Nova Era - Fevereiro 2018

I N I C I A Ç Ã O

Espaço da poesia

Não dormes sob os ciprestes, Pois não há sono no mundo.

......

O corpo é a sombra das vestes Que encobrem teu ser profundo.

Vem a noite, que é a morte E a sombra acabou sem ser. Vais na noite só recorte, Igual a ti sem querer.

Mas na Estalagem do Assombro Tiram-te os Anjos a capa. Segues sem capa no ombro, Com o pouco que te tapa.

Então Arcanjos da Estrada Despem-te e deixam-te nu. Não tens vestes, não tens nada: Tens só teu corpo, que és tu.

© FERNANDO PESSOA in Poesias

Seja prudente

Maria Margarida Moreira

Para todo espírita que deseja prestar sua colaboração dou-trinária, é indispensável o estudo fiel e dedicado dos Evangelhos e também da Doutrina dos Espíritos. São aquisições difíceis que re-querem estudo, muito amor, perseverança, humildade e raciocínio, isentos de personalismo e conveniências. Renovar, significa para a Doutrina Espírita aprimorar nossa moral, educar nossa mente e nosso coração, pensar, falar e agir com ponderação, objetivando o bem que constitui a fonte divina, suscetível de nos fornecer valores imortais.

Com essa bagagem, teremos condição de analisar cada pessoa e cada acontecimento no lugar e na posição em que se en-contram, aprendendo a respeitar cada um em seu problema, sem lhe criticar a fé e seu modo de ser.

Lembremo-nos de que nem sempre nossas interpretações são as melhores, nossos costumes os mais nobres, nossas dire-trizes as mais elogiáveis. Usar a prudência é sinal de sabedoria e de santificação interior. Seja, portanto, a nossa tarefa primordial o despertamento de nossos valores íntimos e pessoais, que é onde está situado o nosso campo de luta.

O homem ponderado é precavido, sensato, prudente, previ-dente e sabedor do que lhe faz bem, adotando tais princípios como norma de vida. Assim, constrói sua casa sobre a rocha, o que sig-nifica estruturar-se intimamente através do ensinamento do Cristo que é, em se tratando de eternidade, a única rocha indestrutível.

Os dons espirituais que recebemos do Alto nos foram con-cedidos para serem proveitosos na fé, na esperança e na caridade. Entretanto, esclareçamos primeiro a nós próprios, tanto quanto nos lançamos no ensino aos outros, pois “cada inteligência, na Terra, dará conta dos recursos preciosos que lhe foram confiados, seja na ajuda aos menos favorecidos de recursos ou de entendimento no eterno bem.” (Lucas, 16:2)

Bibliografia:Pão Nosso, de F. C. Xavier/Emmanuel, lição 87.Fonte Viva, de F. C. Xavier/Emmanuel, lições 5 e 23.

Por fim, na funda caverna, Os Deuses despem-te mais. Teu corpo cessa, alma externa, Mas vês que são teus iguais.

......

A sombra das tuas vestes Ficou entre nós na Sorte. Não estás morto, entre cipres-tes.

......

Neófito, não há morte.

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